Ives Gandra da Silva Martins e o que é ser um verdadeiro jurista
Complexo hospitalar veterinário da Unesp em Botucatu deve ficar pronto até o meio do ano
Com a inauguração da primeira etapa das obras, expectativa é ter o novo complexo hospitalar pronto até o meio do ano.
No dia 14 de fevereiro, pouco antes da solenidade que deu posse aos professores Mario de Beni Arrigoni e Alexandre Secorun Borges como diretor e vice-diretor da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp, a comunidade universitária da Unesp de Botucatu, com a presença da reitora Maysa Furlan e dos pró-reitores, se reuniu para a inauguração da primeira etapa das obras de reforma e adequação do Hospital Veterinário.
Anseio antigo da FMVZ, a reforma teve início em setembro de 2023 após uma ampla discussão envolvendo diversos segmentos da Faculdade, incluindo os responsáveis pelos serviços hospitalares e a Supervisão do HV. Com o aval da comunidade, foi elaborado um projeto e, na sequência, obtidos os recursos para a obra junto à Reitoria da Unesp.
A nova estrutura vai atender a área de pequenos animais, oferecendo mais conforto para tutores e pacientes, além de melhores condições para a atuação de todos os envolvidos na rotina hospitalar, como docentes, estudantes, residentes e servidores técnico-administrativos.
As obras de reforma e adequação no Hospital Veterinário foram uma das principais e mais desafiadoras ações iniciadas pela gestão dos professores Cezinande de Meira e Mario de Beni Arrigoni como diretor e vice-diretor, respectivamente, da FMVZ.
“Havia o sentimento na comunidade da FMVZ que essa área de atendimento aos pequenos animais não era condizente com a qualidade da Faculdade”, coloca o professor Meira.
“Eram construções antigas, que passaram por muitas adaptações ao longo dos anos. Por isso, no início da nossa gestão, começamos a efetivamente construir um projeto novo para essa área e a dialogar a respeito com a comunidade. Conseguimos aprovar um projeto que vai viabilizar melhores condições para nossos usuários, pacientes e tutores, além de beneficiar todo o ensino da parte de pequenos animais”.
A reestruturação curricular do curso de graduação em Medicina Veterinária também pesou na decisão de realizar a obra. A nova estrutura vai ajudar a cumprir as Diretrizes Curriculares Nacionais e o Plano Nacional de Educação, que prevê 10% da carga horária da graduação em atividades de extensão e 50% da carga horária do estágio curricular obrigatório dos alunos de 5º ano precisarão ser feitas na própria unidade universitária, a partir de 2027.
“Sem as reformas não teríamos como ter os alunos atuando no Hospital Veterinário com conforto e eficiência. Em 2027, com as novas instalações em pleno funcionamento, poderemos dar condições ótimas para nossos estudantes”, comenta o ex-diretor da FMVZ.
O professor Meira lembra que a ideia inicial era concluir a primeira etapa das obras para só então, numa segunda fase, começar a reforma das demais áreas. No entanto, com a aprovação de projetos pela Reitoria, os recursos foram liberados e as obras projetadas precisaram ter início de maneira integral.
“Com apoio da Funvet (Fundação de Apoio aos Hospitais Veterinários da Unesp) foi implantado um hospital de campanha para que as obras pudessem ser iniciadas. A FMVZ fez investimentos para ampliações, como por exemplo na área da Clínica de Grandes Animais, para que atividades que ocorriam nos prédios a serem reformados fossem realocadas em outras áreas do HV. Foi trabalhoso mas conseguimos adequar tudo para que a obra pudesse acontecer, sem prejuízo às atividades regulares do Hospital”.
O esforço da comunidade universitária, das gestões atuais e passadas da Reitoria e da FMVZ deve valer a pena. “Será um ganho importante para a FMVZ e para o HV. Com essas obras fica um legado de um olhar mais humano para as atividades hospitalares e para todas as pessoas que utilizam esse espaço”, enfatiza o professor Meira. “Essa realização é mérito de todos, inclusive dos que trabalharam por anos em condições inferiores nos prédios antigos. Uma obra dessa grandeza certamente sedimenta o empenho de todos que por aqui passaram para que a FMVZ cumprisse seu papel junto à sociedade”, complementou, durante a cerimônia de inauguração, o professor Mario de Beni Arrigoni, atual diretor da FMVZ.
Primeira etapa
O prédio inaugurado em fevereiro substitui uma estrutura construída em meados da década
de 1970, originalmente para atender grandes animais e posteriormente adaptada para abrigar a área de Patologia Veterinária. Nos últimos anos, funcionavam nele a Seção Técnica de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão (Staepe), o Serviço de Nefrologia e Urologia Veterinária, algumas salas de docentes, o Laboratório de Informática e, num anexo, uma lanchonete.
Visão geral de como deverá ficar a parte reformada do HV após a conclusão das obras. (Por Alander Ribeiro Burigo).
Com a reforma e a adequação, a nova estrutura passará a abrigar um ambulatório de emergência, dez ambulatórios comuns, três ambulatórios para moléstias infecciosas, uma área de internação, uma UTI para moléstias infecciosas, sala de hidratação, laboratório de Eletromiografia e Ambulatório de Acupuntura.
O mobiliário para o novo prédio já foi adquirido e começará a ser instalado no mês de março. Também já estão adquiridos os computadores e demais equipamentos que servirão essa área, inclusive um aparelho de ultrassom para ser utilizado na triagem do Hospital. O prédio, inicialmente funcionará para o atendimento em plantão. A edificação inaugurada representa 600 metros quadrados de área construída, de um total de 1800 metros quadrados quando as obras de todo o novo complexo hospitalar estiverem totalmente concluídas.
Durante a cerimônia de inauguração a professora Maysa Furlan ressaltou a importância desta realização.
“Teremos aqui um ambiente que favorecerá a excelência na formação dos alunos, que já é uma tradição na FMVZ. É isso o que a Unesp tem como objetivo: melhorar os ambientes propícios à formação de recursos humanos. Esse é o caminho para avançarmos no sentido da universidade que queremos. Tenho certeza que essas obras vão favorecer o crescimento com qualidade da Unesp e da FMVZ, além de beneficiar a sociedade como um todo”.
Também durante a cerimônia, o professor Alexandre Secorun Borges, vice-diretor da FMVZ e supervisor do Hospital Veterinário por ocasião do planejamento e início das obras, comentou. “Reestruturar essas instalações era um sonho. As condições ruins que tínhamos aqui eram um entrave na nossa busca constante por excelência.
Essas modificações, além de propiciar melhor qualidade de serviços e de trabalho, vão injetar ânimo em todas as pessoas que aqui atuam, porque nos mostram que com dedicação e planejamento podemos avançar. Agradecemos o empenho das gestões passada e atual da Reitoria e da comunidade local. A gestão dos professores Meira e Mario à frente da FMVZ merece um agradecimento especial, porque eles buscaram constantemente superar as dificuldades para que pudéssemos ter essa nova estrutura”.
Quando as obras estiverem concluídas, toda a recepção do Hospital Veterinário, incluindo a sala de espera, ficará numa área adjacente ao estacionamento existente logo ao lado da portaria da Faculdade. O espaço também receberá uma praça e uma via para a circulação de veículos até a recepção, proporcionando mais comodidade aos usuários.
Ao lado do prédio já inaugurado, uma área em que antigamente funcionava o atendimento a grande animais, há anos transferido para outro local, onde mais recentemente havia apenas um espaço vazio e um pequeno banheiro, está sendo totalmente remodelada. Nela serão instalados, numa edificação já concluída, os laboratórios de Oncologia e Citologia, além de novas construções que vão abrigar mais três ambulatórios, uma área para armazenamento e comercialização das rações produzidas pela Fábrica de Rações da FMVZ e dois jardins.
Essa área também terá um acesso para que veículos possam circular, com o objetivo de abastecer os estoques da Farmácia, que também ficará nesse espaço. O local escolhido para a implantação da Farmácia é considerado estratégico. Ele deve facilitar a distribuição de medicamentos pela área hospitalar, por praticamente conectar a parte já inaugurada ao outro grande prédio objeto das obras de reforma e adequação.
Nesse prédio, onde antes funcionava a antiga recepção e a triagem do HV, fica a maior edificação do novo complexo, que abrigará todo o setor administrativo, copa coletiva, quatro salas para reuniões acadêmicas e discussões de casos clínicos, sala para o staff médico, área de internação e UTI, Laboratório de Hemodiálise, além de mais quatro ambulatórios.
Assim como no prédio já inaugurado, o mobiliário e os computadores para servir o restante da estrutura já estão comprados. Rede lógica, estrutura para a distribuição de gases hospitalares e equipamentos de combate a incêndio para toda a nova estrutura também já estão contratados e estarão prontos por ocasião da inauguração dessa etapa das obras. A previsão é que o novo complexo hospitalar, reformado e equipado, estejam em pleno funcionamento até meados deste ano.
Texto e fotos: assessoria de imprensa FMVZ/Unesp (ACONTECE BOTUCATU)
Espetáculo teatral na Pinacoteca de Botucatu traz como tema a violência doméstica e familiar
A intervenção busca retratar os caminhos da violência contra a mulher pelo teatro, suspendendo por algum tempo a realidade e trazendo à tona a vivência daquelas que perpassaram pelo ciclo da violência
No próximo dia 18 de março, terça-feira, às 15h e às 19h30 a Pinacoteca – Fórum das Artes de Botucatu (Rua General Telles, 1040 – Centro), recebe o espetáculo teatral “Gritos no Silêncio -Violência Doméstica e Familiar, vamos falar sobre isso? ”
O texto aborda o tema com uma intervenção teatral, baseado em história real captado do livro “Enquanto não Cicatriza – histórias de Mulheres que sobreviveram”, resultado da pesquisa sobre a temática de violência doméstica e familiar, desenvolvida em um abrigo sigiloso. Além de Botucatu esse espetáculo também estará em São Paulo, Botucatu, Jundiaí e Osasco.
A direção e atuação são de Célia Ramos e Maria Vitória Siviero. Após a apresentação, Ester Francisco da Silva, especialista em violência doméstica e familiar, e as atrizes terão uma conversa com o público sobre o combate à violência de gênero. O projeto foi contemplado pelo Edital Paulo Gustavo 20/2023 – Difusão Cultural.
Entre músicas, performances teatrais, a peça aborda a violência
doméstica e familiar e as formas de enfrentamento. A intervenção busca retratar os caminhos da violência contra a mulher pelo teatro, suspendendo por algum tempo a realidade e trazendo à tona a vivência de tantas outras mulheres que perpassaram pelo ciclo da violência.
“Não é preciso realizar algo de imensa magnitude, basta que este ja compromissada com a luta que fortaleça a vida de outras mulheres”, diz Ester Francisco da Silva. O foco é promover a reflexão dos ciclos de dor e seu reconhecimento. E mostrar a importância de não nos calarmos. “Buscamos através deste trabalho, trazer histórias e descrever o tamanho da dor sofrida por estas mulheres”, conta Célia Ramos. Ao final de cada apresentação será distribuído o livro “Enquanto não cicatriza – Histórias de mulheres que sobreviveram”, Editora Lux, 2022, com a presença das autoras Célia R R Meris, Maria Vitória Siviero e Silvani Maria da Silva. A entrada é gratuita.
Assessoria: Miriam Bemelmans (TRIBUNA DE BOTUCATU)
SEMELHANÇAS SEMELHANÇAS
ROQUE ROBERTO PIRES DE CARVALHO
Hoje pela manhã, recostado à cadeira de espaldar alto olhei para a parede do escritório e lá se encontrava pendurado, há mais de 40 anos meu diploma de advogado. Militando ativamente pelos Fóruns de diversas Comarcas hoje serve apenas como símbolo de uma época onde o Direito era o Direito assentado sobre as leis constitucionais, civis e penais. Do diploma só restou saudades porque o Direito não nos foi ensinado pelo avesso como se encontra, no momento, em todas as mídias. “O artigo 133 da Constituição federal diz que o advogado é essencial para a administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”. Será mesmo ? – Em face das violações da lei maior e do próprio Estatuto da Advocacia nem mesmo o poderoso Conselho Federal da Ordem dos Advogados se posiciona em favor da classe e quando o faz é de maneira serena para não melindrar os “donos” do atual sistema político. Resultado, tirar o diploma da parede, colocar em uma gaveta, perder a chave e restando algum serviço para fazer, escrever crônicas. Para isso, revirando livros, garimpando assuntos foi possível um tema que guarda imensa semelhança entre o ocorrido no período de 56/68 d.C. quando Nero Cláudio César Augusto Germânico (37d.C-68d.C) era o Imperador de Roma, idealizador do incêndio que destruiu a cidade romana e dez das quatorze circunscrições existentes no entorno. Quem melhor retrata as tragédias e atrocidades provocadas pelo Imperador é Francisco Cândido Xavier no livro “Paulo e Estevão” em psicografia do Espírito Emmanuel. Ed.FEB, pgs 466/472 -R.Janeiro. “... O Imperador, apoiado por bajuladores de sua confiança e intimidade, promoveu o atentado e autorizou a fogueira imensa. Ausenta-se da cidade um dia antes procurando refúgio e proteção em Ânzio assistindo de longe sua originalidade satânica; o incêndio tomou proporções incontroláveis!. Arrancado de sua área de conforto o Imperador chegou a tempo de observar o último dia do fogo. Dirigindo-se a um dos pontos mais elevados, contemplou a imensa quantidade de ruínas e acabou reconhecendo a justa irritação do povo; falando em público esboçou imensa capacidade de dissimulação. Fingindo piedade, comprometia-se com o povo a punir os responsáveis. Procuraria os incendiários, vingaria a desgraça romana sem compaixão; pedia aos romanos que denunciassem os culpados. Nesse momento notou que a massa popular se agitava estranhamente e fazia manifestações aos berros: ...“Cristão às feras!” – com esses gritos Nero encontrou a solução que procurava, ou seja, atribuir aos cristãos a culpa de suas maquinações perversas. A escolha do povo romano não poderia ter sido a melhor... sobre eles deveria cair o poder da força vingado-

ra. Nero prometeu reprimir os abusos e castigar os culpados pela catástrofe e que o incêndio seria considerado crime de “lesa-majestade”. Primeiras prisões realizadas, numerosas famílias sofreram nas mãos dos algozes implacáveis. – Idosos e trôpegos eram conduzidos aos cárceres improvisados, sob algemas e aos empurrões. Crianças arrancadas do colo materno entre lágrimas e apelos comovedores. Terminada a chacina, continuou a perseguição sem trégua para que não faltasse o contingente de vítimas nos espetáculos do Circo Romano. Nero não desejava despertar suspeitas no espírito dos políticos mais honestos. Nero faleceu no ano de 68 d.C e ao que consta em alguns registros cometeu suicídio.”. – É o quanto basta !. – Fazendo um transplante da História antiga para a História contemporânea, através de linhas paralelas, estamos assistindo a repetição das mesmas maldades anteriores e posteriores ao dia 8 de janeiro de 2023. Os fatos são muito recentes para a memória dos brasileiros. O Sinédrio romano foi copiado em nosso país nas Casas Legislativas em especial no Senado Federal que acata e homologa de pronto as decisões tirânicas de Tribunais Superiores ao arrepio da Lei Maior, também chamada de Carta Magna com suas cláusulas pétreas abandonadas, pedindo por socorro aos legisladores omissos ou indiferentes. Há exceções, porém muito raras e tardias. O sistema político vigente não condizente com a vontade popular vai gradativamente lançando suas garras sobre uma sociedade hipnotizada que assiste impassível a tomada do poder em visível subversão da ordem legal. Ao contrário da paz prometida, o que existe são prisões em massa, sem o devido processo legal, ameaças dirigidas a todo e qualquer cidadão, bloqueios de contas e de passaportes, avizinhando-se ao caos. Nero em algum lugar do inferno deve sentir-se feliz por ter deixado fiéis seguidores nas Terras de Santa Cruz.