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Diário da Cuesta

Acompanhe as edições anteriores em:

É O INÍCIO

DA QUARESMA...

O ato do padre fazer a cruz na testa dos fiéis na Quarta-feira de Cinzas simboliza a mortalidade humana e a necessidade de arrependimento. Com as cinzas obtidas da queima dos ramos do Domingo de Ramos do ano anterior, o sacerdote traça a cruz enquanto pronuncia uma das fórmulas litúrgicas, como:

• “Lembra-te que és pó e ao pó voltarás” (Gênesis 3,19), reforçando a fragilidade da vida humana.

• “Convertei-vos e crede no Evangelho” (Marcos 1,15), chamando à conversão e à vivência do Evangelho.

Esse rito marca o início da Quaresma, um tempo de preparação espiritual para a Páscoa, incentivando os fiéis ao jejum, à oração e à caridade.

Desce o Pano...

Na Quarta-Feira de Cinzas de 1966, Vinicius de Moraes escreveu em sua coluna do jornal Última Hora, do Rio de Janeiro: “E hoje recomeça o cotidiano, o trabalho, a rotina. Ah, os processos… A vida humana transformada em maços: protocolada, despachada, arquivada. Cumpra-se, deferido, indeferido, ao conhecimento do Sr. Diretor. Que melancolia…”

E, em 1965, Chico Buarque compôs Sonho de Carnaval. Inscrita no Primeiro Festival de Música Popular Brasileira, da extinta TV Excelsior, foi interpretada por Geraldo Vandré e ficou em sexto lugar.

Desce o Pano...

Na Quarta-Feira de Cinzas de 1966, Vinicius de Moraes escreveu em sua coluna do jornal Última Hora, do Rio de Janeiro: “E hoje recomeça o cotidiano, o trabalho, a rotina. Ah, os processos… A vida humana transformada em maços: protocolada, despachada, arquivada Cumpra-se, deferido, indeferido, ao conhecimento do Sr. Diretor. Que melancolia…”

Vinícius de Moraes e Carlos Lyra compuseram, em 1963, Marcha de Quarta-Feira de Cinzas.

Lyra, Vinícius e Jorge Goulart gravaram em 1963; Nara Leão em 1964; Dalva de Oliveira em 1968 e Demônios da Garoa em 1973.

Eis a letra:

Acabou nosso Carnaval

Ninguém ouve cantar canções

Ninguém passa mais brincando feliz

E nos corações

Saudades e cinzas foi o que restou.

Pelas ruas o que se vê

É uma gente que nem se vê

Que nem se sorri

Se beija e se abraça

E sai caminhando

Dançando e cantando cantigas de amor.

E no entanto é preciso cantar

Mais que nunca é preciso cantar

É preciso cantar e alegrar a cidade.

Em 1965, Chico Buarque compôs Sonho de Carnaval. Inscrita no Primeiro Festival de Música Popular Brasileira, da extinta TV Excelsior, foi interpretada por Geraldo Vandré e ficou em sexto lugar.

A letra:

Carnaval, desengano

Deixei a dor em casa me esperando

E brinquei e gritei e fui vestido de rei

Quarta feira sempre desce o pano.

Carnaval, desengano

Essa morena me deixou sonhando

Mão na mão, pé no chão

E hoje nem lembra não

Quarta feira sempre desce o pano.

Era uma canção, um só cordão

E uma vontade

De tomar a mão

De cada irmão pela cidade.

No carnaval, esperança

Que gente longe viva na lembrança

Que gente triste possa entrar na dança

Que gente grande saiba ser criança.

Além de Chico, foi gravada por Aracy de Almeida, Paulinho da Viola e Paulinho Nogueira.

Deixa a festa acabar, Deixa o barco correr...

Mas é Carnaval!

Não me diga mais quem é você! Amanhã tudo volta ao normal. Deixa a festa acabar, Deixa o barco correr.”

E acabou o Carnaval... Com algumas manifestações ainda emRecife e em Salvador, acabou a maior festa popular brasileira... Amores surgiram e ficaram... Amores foram roubados...pra sempre. Amores nem conseguiram se firmar... Afinal, “- Eu sou tão menina… - Meu tempo passou… - Eu sou Colombina! - Eu sou Pierrô!

Chico Buarque de Hollanda compôs “A Noite dos Mascarados”, numa lembrança de Paulo Peres (site Poemas e Canções), publicado na “Triibuna na Internet”:

A Noite dos Mascarados

“O cantor, escritor, poeta e compositor carioca Chico Buarque de Hollanda, na letra de “Noite dos Mascarados”, descreve o encontro de duas pessoas no carnaval que, sob a forma de diálogo, procuram encontrar seus namorados. Essa marcha-rancho foi gravada no LP Chico Buarque de Hollanda – Vol. 2, em 1966, pela RGE.

NOITE DOS MASCARADOS

Noite dos Mascarados

Chico Buarque

- Quem é você?

- Adivinha, se gosta de mim!

Hoje os dois mascarados

Procuram os seus namorados

Perguntando assim:

- Quem é você, diga logo…

- Que eu quero saber o seu jogo…

- Que eu quero morrer no seu bloco…

- Que eu quero me arder no seu fogo.

- Eu sou seresteiro,

Poeta e cantor.

- O meu tempo inteiro

Só zombo do amor.

- Eu tenho um pandeiro.

- Só quero um violão.

- Eu nado em dinheiro.

- Não tenho um tostão.

Fui porta-estandarte, Não sei mais dançar.

- Eu, modéstia à parte, Nasci pra sambar.

- Eu sou tão menina…

- Meu tempo passou…

- Eu sou Colombina!

- Eu sou Pierrô!

Mas é Carnaval!

Não me diga mais quem é você!

Amanhã tudo volta ao normal.

Deixa a festa acabar,

Deixa o barco correr.

Deixa o dia raiar, que hoje eu sou

Da maneira que você me quer.

O que você pedir eu lhe dou,

Seja você quem for,

Seja o que Deus quiser!

Seja você quem for,

Seja o que Deus quiser!

(Colaboração enviada por Paulo Peres – site Poemas & Canções

- Tribunat na Internet – 05/03/2014) Blog do Delmanto

"Tudo é questão de despertar sua alma"

Sai com algumas amigas para um encontro depois de alguns meses, na noite desta quinta-feira.

E depois de nos cumprimentarmos e confraternizarmos, já na saída da Casa do Líbano, uma das amigas perguntou ao grupo: - "Quem aqui escreve?"

Eu disse "eu escrevo"

Ela me perguntou: "e o que escreve?"

Pausei pensando: essa não sabe que escrevo e nunca leu nada que já escrevi.

Respondi "escrevo estórias".

Ela retrucou, eu também ando escrevendo.

São coisas curtas, na maior parte coisas engraçadas.

Poderíamos nos encontrar dia destes e ler o que escrevemos.

Eu respondi que sim, seria interessante.

Nos despedimos em seguida, sem fixarmos uma data para o encontro para essa leitura.

Fiquei com isso na lembrança, imaginando um sarau onde faríamos a leitura.

O engraçado é que quando ela fez a pergunta olhou direto para mim como se já soubesse a resposta.

Penso que algumas pessoas atualmente sentem-se despertas para novos dons adormecidos.

Tenho já tantos textos armazenados, que quando releio alguns deles, até duvido que fui eu mesma que o escreveu

Leio várias vezes querendo entender como de repente isso se passou.

Buscando na memória vejo que eu desejei isto desde muito criança, o que prova que o que desejamos, um dia se torna realidade.

Já dizia Paulo Coelho : " Quando você quer alguma coisa, todo o universo conspira para que o seu desejo se realize. "

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