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Diário da Cuesta

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PEDUTÃO & a “CIDADE DO CINEMA”

Emílio Peduti foi vitorioso com a EMPRESA TEATRAL PEDUTI, passando a ser o maior capitalista do interior do Estado e transformando Botucatu na “Cidade do Cinema”. Página 2

Botucatu já foi considerada a “Cidade do Cinema”, pois o maior empresário paulista do entretenimento, Emílio Peduti, fez de Botucatu o ponto central da logística de distribuição de filmes, com as principais distribuidoras de filmes tendo, em Botucatu, a sua central de distribuição. Peduti tinha cinemas por todo o Estado de São Paulo, pelo Paraná e sul de Mato Grosso. No final dos anos 60 e início dos anos 70, a televisão passou a inviabilizar os chamados “cinemas de rua”, permanecendo os cinemas dos shoppings. Com a decadência dos cinemas, a Empresa Teatral Peduti entrou em concordata e encerrou as atividades. Peduti já havia falecido e com o crescimento tecnológico da televisão e da internet, o ramo cinematográfico sofreu sérias limitações, sobrevivendo em salas especiais nos shopping centers.

A produtora e atriz Isabela Delmanto Prado em entrevista à Rádio Municipalista FM, com o comunicador Wanderlei dos Santos

Sucesso a apresentação do documentário “Botucatu: Território Cinematográfico”, dirigido por Douglas Iglesias com produção de Daniel Kojak , inspirado no livro do autores Adriana Donini e Luiz Roberto Coelho Gomes, e do filme “Gosto de Terra”, ambos produzidos por jovens produtores conquistou o público presente no Teatro Municipal “Camilo Fernandes Dinucci”, causando grande emoção e aplausos calorosos. No documentário, rico em depoimentos, o destaque para os pioneiros Emílio Peduti, Azor Araújo e João Passos e, no curso do tempo, o destaque para seus descendentes e continuadores: Emílio Peduti Filho, Gil Araújo e Ronaldo Passos. Realmente, Botucatu viveu, no comando, o período de ouro da cinematografia nacional. No filme “Gosto de Terra”o destaque para a produtora e atriz Isabela Prado, botucatuense apaixonada por cinema. Ambas producões foram beneficiadas pela “Lei Paulo Gustavo”. Botucatu está de parabéns por esse importante registro histórico!

BOTUCATU TENIS CLUBE CNPJ N° 45.519.295/0001 -45

EDITAL DE ELEIÇÃO

Nos termos do disposto nos artigos 29, 32 e 67, e seus parágrafos, do Estatuto Social do Botucatu Tênis Clube, ficam os senhores sócios titulares e maiores de 18 anos e que estejam em pleno gozo dos seus direitos e obrigações sociais, para comparecerem na sede esportiva do clube, na Rua Siqueira Campos, n° 444, centro, nesta cidade, no dia 10/04/2025 (quinta-feira), das 19h00min às 21h00min, em primeira convocação, para eleição dos membros do Conselho Deliberativo, do Conselho Fiscal e da Diretoria Executiva, do Botucatu Tênis Clube, para o triénio 2025/2028, que acontecerá com a presença mínima de 2/3 (dois terços) dos sócios, e, segunda convocação, 30 (trinta) minutos após, com qualquer número de sócios presentes e habilitados na forma estatutária do BTC. Roberto Antonio Colenci - Presidente do Conselho Deliberativo.

a r t i g o Pedutão & a “Cidade do Cinema”

Ficou registrada a homenagem que prestei a Emílio Peduti no livro “Memórias de Botucatu 2”, em 1993: “Hoje, a Praça do Bosque leva seu nome, mas durante muito tempo ele percorreu cada uma das ruas que formam esse tradicional recanto de lazer dos botucatuenses, como a deixar a sua marca, a sua lembrança e o seu exemplo de cidadania. Quer como morador, em seu solar então localizado na rua Amando de Barros, defronte à praça. Quer como bem sucedido empresário que comandava os seus negócios de seu escritório localizado na descida da praça, à rua Marechal Deodoro. Quer como cidadão solidário que prestigiava a Loja Maçônica situada na subida da praça, à rua Major Leônidas Cardoso. Quer como competente Prefeito Municipal que cuidava dos interesses de Botucatu, de sua cidade natal, diretamente do Paço Municipal então localizado na antiga rua Cesário Alvim, hoje rua João Passos, na parte alta da praça.

Hoje, a Praça do Bosque merecidamente leva o seu nome: há 25 anos ele falecia no comando do destino de Botucatu.

Lá está a sua estátua, oferta anônima de toda a população que participou com a aquisição de bônus para a sua construção, como pleito de gratidão àquele que acreditava em sua terra e em sua gente.

Homenagem merecida.

Homenagem conquistada dia-a-dia, a pouco e pouco.

Duas vezes Prefeito Municipal. Com sucesso!

Comendador Emílio Peduti.

Prefeito Pedutão.

Saudades.” (AMD)

Emílio Peduti (1904/1963), nascido em Botucatu, formou-se Contador na conceituada Escola de Comércio Álvares Penteado, na Capital. Jovem, seguiu carreira bancária pelas mãos de Francisco Botti, então Gerente do Banco Francês e Italiano para a América do Sul, o primeiro banco de Botucatu. Botti se orgulhava de ter “descoberto” a vocação de Peduti para as finanças. Quando partiu para atividades empresariais de exportação que culminaram com a fundação do Banco Brasul, Bo-

EXPEDIENTE

tti o indicou como Gerente do Banco em sua substituição Do banco, Peduti passou à atividade empresarial no ramo de diversões, constituindo a Empresa Teatral Peduti, responsável pela abertura de salas de cinema em cidades do interior paulista e nos Estados do Paraná e Mato Grosso. A ETP chegou a dominar o ramo cinematográfico no interior paulista. Era considerado o maior capitalista do interior de São Paulo. Seus cinemas eram instalados em prédios de sua propriedade ou alugados e adaptados para cinema. O construtor Adolpho Dinucci sempre acompanhava Peduti em seus empreendimentos, quer adaptando os prédios ou construindo. O Cine Ourinhos marcou bem essa caminhada de Emílio Peduti no comando da Empresa Teatral Peduti, em 1944, com a presença do Prefeito Municipal de Ouri-

nhos e a presença do Construtor Adolpho Dinucci

O emblemático Cine Paratodos, em Botucatu, ficou como marco dessa atuação com o empreiteiro de obras Dinucci: inaugurado em 1937, na Praça Coronel Moura (depois conhecida como Largo do Paratodos), foi uma construção projetada para ser cinema, inclusive com mezanino e áreas para eventos. Pronto o prédio, o Dinucci alugou para a ETP, o mesmo foi feito com o Cine Vitória, na Vila dos Lavradores, também de propriedade do Dinucci e alugado ao Peduti. Posteriormente, foi desapropriado pela Prefeitura Municipal (1996) e transformado no Teatro Municipal “Camillo Fernandes Dinucci”.

Com a decadência dos cinemas, a empresa entrou em concordata e encerrou as atividades. Peduti já havia falecido e com o crescimento tecnológico da televisão e da internet, o ramo cinematográfico sofreu sérias limitações, sobrevivendo em salas especiais nos shopping centers.

“Cidade do Cinema”

Botucatu passou a concentrar a distribuição de filmes do interior paulista nos anos 50 e 60, graças a ousadia e empreendedorismo do empresário Emílio Peduti. O político e empresário, que marcou época, levou até as distribuidoras de filmes internacionais a se instalarem em Botucatu. Os escritórios geravam empregos para os jovens e levava o nome da cidade a ser nacionalmente conhecido. Assim, empresas como a Paramount, Metro Goldwyn-Mayer, Columbia Picture e Warner, dentre outras, instalaram seus escritórios na cidade.

É Registro Histórico.

DIRETOR: Armando Moraes Delmanto

EDITORAÇÃO E DIAGRAMAÇÃO: Gráfica Diagrama/ Edil Gomes

Contato@diariodacuesta com br Tels: 14.99745.6604 - 14. 991929689

O Diário da Cuesta não se responsabiliza por ideias e conceitos emitidos em artigos ou matérias assinadas, que expressem apenas o pensamento dos autores, não representando necessariamente a opinião da direção do jornal. A publicação se reserva o direito, por motivos de espaço e clareza, de resumir cartas, artigos e ensaios.

Ladeando o Prefeito Municipal de Ourinhos, Hermelino Agnes de Leão, estão Adolpho Dinucci e Emílio Peduti

a r t i g o NO ESCURINHO DO CINEMA

Nos anos 50 e até meados dos anos 60, a televisão ainda estava engatinhando, em preto e branco. E o cinema colorido, em grande angular, chegava no seu auge. Botucatu, minha cidade natal, foi chamada de “a terra do cinema”, graças ao empreendedorismo do empresário Emílio Pedutti. Investindo em distribuição e exibição de filmes cinematográficos, a Empresa Teatral Pedutti mantinha mais de 70 salas em várias regiões do interior de São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Naquela época, ir ao cinema, no sábado e no domingo, era a nossa maior diversão. Formávamos pequenos grupos separados de garotos e de garotas, que se

preparavam com muita expectativa e envolvimento para o final de semana. Pensávamos nas roupas, nos sapatos, nos cabelos, nos perfumes...

Nossa sala de cinema preferida era a do Cine Casino, que ficava na Rua do Bosque. Com o dinheiro da mesada e a carteirinha de estudante devidamente conferidos, seguíamos a pé, em alegre passeata, de casa em casa de amigos (as), para entrarmos juntos (as) na fila da concorrida Primeira Sessão, das 19h20 ás 21h.

Hora de comprar o ticket na bilheteria, alguns doces na bomboniére, apresentar o ticket para o porteiro na entrada, agradecer o acompanhamento do lanterninha para navegar no corredor, à meia luz, e escolher a poltrona. Lá dentro, “no escurinho do cinema, chupando drops de aniz,

livre de qualquer problema, perto de um final feliz”, aconteciam os combinados: trocas de cadeiras para que cada um (a) ficasse próximo (a) do seu par pretendido. E assim, permitir o inocente entrelaçar de mãos, o acelerar dos corações, o aflorar das paixões. Os enredos dos filmes ganhavam novas dimensões, os personagens podiam ser nós mesmos. Os cenários viravam a sala de cinema.

No final da sessão, atravessar a rua para um outro evento marcante que acontecia ao lado, na Praça do Bosque. Para os pares já formados: sentar nos bancos ou beirais para “continuar aquela conversa que não terminamos ontem, ficou pra hoje”. Para os pares a se formar: fazer o footing, para ficar numa conversa que não terminaria hoje e continuaria amanhã.

(Citações: Flagra, Rita Lee e Roberto de Carvalho; All Star, Nando Reis)

Diário da Cuesta

AMBIENTE E DA CIDADANIA EM BOTUCATU QUINTA-FEIRA, 23 de setembro de 2021 ano I Nº 273

DEFESA DO

PEDUTÃO & a “CIDADE DO CINEMA”

Emílio Peduti foi vitorioso com a EMPRESA TEATRAL PEDUTI, passando a ser o maior capitalista do interior do Estado e transformando Botucatu na “Cidade do Cinema”. Página 2

Fechadas as 3 salas do Cinema do Boulevard Cidade

Perda irreparável para Botucatu. Irreparável! No Boulevard Cidade , a empresa Cinematográfi ca Araújo fechou as 3 salas que ti nha no shopping. Agora, Botucatu conta apenas com as salas ( 5 ) do cinema do Shopping Botucatu . Inaugurado em 2016 , o Cinema Mul� plex permaneceu por mais de 5 anos levando entretenimento à população botucatuense.

CIDADE DO CINEMA Botucatu já foi considerada a “Cidade do Cinema” , pois o maior empresário paulista do entretenimento, Emílio Pedu� fez de Botucatu o ponto central da logísti ca de distribuição de fi lmes, com as principais distribuidoras de fi lmes tendo, em Botucatu , a sua central de distribuição. Pedu� ti nha cinemas por todo o Estado de São Paulo , pelo Paraná e sul de Mato Grosso . No fi nal dos anos 60 e início dos anos 70 , a televisão passou a inviabilizar os chamados “cinemas de rua” , permanecendo os cinemas dos shoppings. Com a decadência dos cinemas , a Empresa Teatral Pedu� entrou em concordata e encerrou as ati vidades. Pedu� já havia falecido e com o crescimento tecnológico da televisão e da internet, o ramo cinematográfico sofreu sérias limitações, sobrevivendo em salas especiais nos shopping centers Agora, com a triste realidade da pandemia que aterroriza o mundo, o “vírus chinês” (com os lockdowns e quarentenas do Governo do Estado ) está inviabilizando esse importante segmento do entretenimento social.

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