Estamos entre os primeiros no mundo telecom

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Jornal do empreendedor

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São Paulo, segunda-feira, 13 de outubro de 2014

ESPECIAL

O Brasil investe em tecnologia?

Estamos entre os primeiros no mundo

FreePik

Somos o 5º no ranking mundial do mercado de Tecnologia da Informação e Telecomunicações, com receitas de US$ 160 bilhões.

Divulgação

Carlos Ossamu mercado mundial de TIC (Tecnologia da Informação e Tel e co m u n ic a ç õ es ) , movimentou US$ 3,3 trilhões no ano passado. No Brasil, este valor foi de US$ 160 bilhões, alçando o País ao 5º lugar no ranking mundial. De acordo com a empresa de consultoria IDC Brasil, a previsão inicial era que o Brasil pulasse para o 4º lugar ainda este ano, com receitas de US$ 175 bilhões, mas com a desvalorização do dólar, é mais provável que se mantenha na mesma posição. “O Brasil vem crescendo e galgando posições ano a ano – passamos a Alemanha em 2013 e estamos agora brigando com o Reino Unido”, conta Samuel Rodrigues, analista sênior de Telecomunicações da consultoria. Segundo o especialista, a estimativa é que o mercado brasileiro de Telecomunicações de Serviços seja de US$ 100 bilhões ao ano, sem incluir receitas com vendas de hardwares. “Este valor se refere apenas às receitas das operadoras de Telecom”, explica. Já os investimentos superam R$ 15 bilhões anuais. “É preciso continuar investindo por alguns motivos: temos demandas não cobertas em diversos serviços – o 3G ainda não atende toda a população, o 4G atende apenas uma par-

O

Samuel Rodrigues: ainda temos demandas não cobertas em diversos serviços – o 3G ainda não atende toda a população brasileira.

cela muita restrita, há uma demanda reprimida de banda larga fixa, ou seja, ainda é preciso investir muito na ampliação da rede de cobertura”, afirma. “Também é preciso investir na qualidade do serviço – mesmo com a Anatel regulando o setor, em alguns momentos a qualidade deixa a desejar. Um exemplo gritante é a banda larga fixa, em que a Anatel determinou que as operadoras entreguem ao menos 30% da velocidade contratada – antes elas entregavam apenas 10% e foi imposto que aumentem ano a ano essa taxa”. Outro forte investimento

das operadoras de telefonia móvel é na modernização das tecnologias. A 3G, por exemplo, não atende mais em termos de qualidade determinados perfis de usuários de banda larga móvel. Entrou em cena a 4G, com velocidade muito maior, podendo chegar a 100 Mbps. “A tecnologia 4G já está em operação desde abril do ano passado, mas na frequência de 2,5 GHz. A Copa do Mundo acelerou essa implantação, pois era uma das exigências da Fifa – houve alguns improvisos, com o uso de estações móveis nos estádios para atender os usuários, mas no final o resultado foi positi-

vo”, avalia Rodrigues. “Em junho, atingimos 3,3 milhões de usuários 4G, incluindo usuários de smartphones e modem 4G para conectar em notebooks ou desktops”. Rodrigues explica que a diferença entre as faixas de 2,5GHz e 700 MHz é que nesta última o alcance do sinal é maior e será preciso menos antenas para replicar o sinal, ou seja, se cobre uma área maior com menos antenas. Como justamente o grande problema no Brasil é a cobertura, a frequência de 700 MHz vem suprir uma boa parte da demanda. “As duas frequências cobrem usos distintos. Lo-

cais que necessitam de maior tráfego de dados, como centros comerciais e locais com maior adensamento de usuários, é mais provável o uso de 2,5 GHz. Quando se precisa de um alcance maior, se usará o 700 MHz. Cada operadora desenhará a sua estratégia, mas esta seria a mais lógica”, diz. Competição Se por um lado as operadoras de telefonia móvel brigam numa ponta para conquistar o cliente final, reduzindo tarifas e margens de lucro, no recente leilão da faixa de 700 MHz da 4G não foi isso o que se viu.

Não houve muita disputa, fazendo com que os lotes fossem arrematados com preços próximos ao mínimo. O governo esperava arrecadar R$ 7,7 bilhões e viu este valor cair para R$ 5,8 bilhões, já que dois, dos seis lotes, não tiveram compradores. “A Oi não participou do leilão, já que está com um endividamento alto, quase quatro vezes o seu valor de mercado. Essa possibilidade de fusão da Oi com a TIM que estão falando pode até ocorrer, mas não acho provável, até pelo alto endividamento – seria preciso um aporte contábil forte”, argumenta Rodrigues. Para ele, a Oi não tem uma participação expressiva no segmento de mobilidade, sendo que em telefonia fixa e banda larga ela disputa as primeiras posições, mas em mobilidade está em quarto. “Não é um produto chave para eles, pelo menos não é o foco no momento. E como dados móveis faz parte de mobilidade, acho que eles olharam para a dívida muito alta, para um produto que não é o foco, e optaram em centrar forças na 3G e poupar esforços. Afinal, se você investe agora, só vai recuperar o investimento daqui a três ou quatro anos. A tendência é que usuário do 3G migrem para o 4G, passando a ter menos usuários por antena e menos congestionamentos, melhorando o serviço 3G sem muito esforço”, diz.


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