O Diagnósllco do Milagre Brasileiro — Eugênio Gudin
A Doscoborla da Arle — André MalrauK
Milagres Economicos — Pililton Frieclman
A Nordcslinidado
Eisíribuiçõo do Ronda no Brasil — Eduardo Celestino Rodrigues ..
Kissingor: nlio c um superestar na Economia — C. Fred E'ergsten
Os Conglomerados Financeiros — Amoldo Wald
A Quebra da Tradição — Konrad Lorenz
O Aniipüo —
Os Domonios
Gustavo Corção - A. B’ornardcs de Oliveira
O problema da energia no íuturo — Tl'c Econonnst
Descnvolvimonio Urbano na America Latina — Danco Interamericano de Desen volvimento
Quando o petróleo não existir mais — Novela do antecipação — Michel Reiiouard
O sistema pluralista do mercado mundial írente aos países em desenvolvimento
A dramatica história do íorro no Brasil — Darros Ferreira
Casiollo Branco — Primeiro Piosidonto da Revolução — Luís Gonzaga Bertelli ●●●
Estudos Universitários — Faulo Edniur de Souza Queiroz
Universidade Criativa — Jornal do Brasil
A complomcnlaridado das vidas ativa e contemplativa no Islamismo — Hossein Nnsr
^ questão populacional: mitos e realidades — Robert S. MacNamara
Reforma agraria o terras dcvolulas — Frederico Lane
Navegação o Dosonvolvimenlo — Rubens Rodrigues dos Santos
O presente o o futuro da exportação de minério de ferro do Brasil — Raymundo Mascarenhas
Vocações Religiosas — Cardeal Eugênio Sales
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APRESENTAÇAO
O numero cU> OIGESTO ECONOMICO sobre a década do de senvolvimento. a década iniciada com a deposição do presidente João (loularl e a asconção dos governos revolucionários, obteve extraordinário oxito. sondo enorme a procura de exemplares. Co memoramos. dessa maneira, de forma condigna, o aniyersario da revista. Trinta anos de publicação de artigos, ensaioS; colaboração especializada, preferentemento sobre o Brasi\ paginas do DIGESTO ECONOMICO o maior repositorio de infor mações soiire o nosso país. Como ja definiram numerosos depoirevista constitui uma verdadeira cnciGopedia, tamanho o número de estudos acerca dos mais variados problemas e das questões mais diversas, pertinentes ao Brasil. Prossegui remos nossa mesma orientação, acolhendo, no entanto, como sem pre foi Peito no passado, colaboração não exclusivamente econô mica, de interesse permanente. No atual numero, inserimos artigos sobre arte c sobre o Islã, dentre outros; autorizado artigo sobre a experiência brasileira da “correção monetária'’ e, ainda, conti nuamos a agasalhar colaboração sobre o problema da universidade. Com este numero, continuamos cumprindo o nosso dever, editando uma revista de alto nivel intelectual. concentram nas mento.s. a nossa
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As empresas Cacique operam em amplos e diversificados setores de atividades, tanto no Brasil cemo no exterior.
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o Diagnostico dc Müagre Brasileiro
EUGENIO GUDIN
ESCHE VENDO no penúltimo número de NEWSWEEK. Mil ton Friednuin compara os surto.s dc desenvolvimento econômico ocorridos na Ale manha. no Jai^ão e finalmcntc no Brasil, que por sua rapidez c seu vigor fizeram jus ao titulo de ●‘Milagres econômicos”.
O "milagre brasileiro”, escreve Fricdman. data de 10G7 quando o Produto Nacional passou a cres cería razão de cerca do 10‘.T ao
Os outros dois “milagres”, e do Japão, datam de pouco depois da II Guerra Mun dial ano. da Alemanha
c conquanto os três pai.sos di firam muito na História, na Cultura, nos recursos naturais e na sofisticação
acha que há várias similaridades nos trè.s casos. técnica. Fricdman
Todos três foram precedidos dc unr periodo dc desorganização, decorrente da inflação c — no en tender dc Fricdman — dc contro les de preços o salários impostos para reprimi-la.
No caso da Alemanha e do Ja pão, a capacidade produtora foi scriamente reduzida pela guerra e pela derrota, que desorganizaram a economia c provocaram a infla ção. No caso do Brasil, foi a de sordem politica e administrativa dos anos 56 a 64, com dcficits go vernamentais financiados com fartas emissões de papel-moeda e criação de meios de pagamento, o
O professor Eugênio Gudin glosa 0 artigo do professor Milton Friedman, publicado neste numero, acrescentando-lhe novos argu mentos.
que deu lugar a uma inflação de lOOCc' G mais, seguida de tentativas dc controles te de graves distorsõesi dc preços e de taxas cam biais.
oOo
No Brasil, 0 primeiro Governo . da Revolução de 64 não recorreu a reformas monetárias drásticas, como a Alemanha e o Japão, e sim a uma politica de retificação das graves distorsões de preços e a uma séria contenção monetária , que fez baixar a taxa de inflação de lOOÇó a menos de 307o em 3 anos, o que deu naturalmente lu gar a uma moderada recessão eco nômica. Não é possivel baixar repetidamente a pressão da cal deira da locomotiva sem reduzir sua capacidade de tração.
O segundo e terceiro governos da Revolução (1957-1973) não deram prioridade absoluta ao combate à inflação e shn ao desenvolvimento econômico, conquanto mantives sem a inflação sob controle. Sua politica consistiu em aproveitar a capacidade ociosa dos fatores de produção resultante da recessão
neiro não é nenhuma heresia bra sileira. Friedman mostra como ele foi recomendado pelo grande Alfred Marshall cm 1887. (Friedman não destacou este as pecto) para dar grande impulso à economia, sustentada por uma substancial expansão de crédito.
O volume do crédito ao .setor privado (Banco do Brasil mais bancos comerciais) que ficara pra ticamente estacionário ‘‘em termos reais”, de 6S MILHÕES EM 1951 a 66 milhões em 1967 (lõ anos por tanto), passou para 109 milhões em 63, 130 milhões em 69, 147 mi lhões em 70, 178 milhões em 71 e 224 MILHÕES EM 1972, quase quadruplicando portanto em 5 anos.
A herança de uma “poussée” in flacionária e de uma dose de in flação reprimida, que passa para o quarto Governo da Revolução, não chega a empanar o brilho da anterior administração.
IoOo
Ninguém sugere erigir a corre ção monetária em prática perma nente que relegue a segundo plano 0 dever de evitar e de combater a inflação, inflação persistente em paises sub desenvolvidos. assolados por grave inflação anterior o para os quais o desenvolvimento mico é vital, a correção monetJária é, indubitavelmente, um mal nor.
Mas diante do uma uma economea corre-
No caso dos países desenvolvidos, salvo situações especiais, ção monetária não se recomenda. Porque é um fator de auto-propulsão inflacionária e porque faz de saparecer o estimulo para tabelecimento da ordem monetá ria normal.
A política adotada em 1967 só foi possível graças à excelente re tificação econômica feita pelo prirneiro Governo, inclusive ção de um Fundo de Garantia por de Serviço, e á introdu ção do princípio da “correcão mo netária” o resa cria-
os correção esse Deque permite ALIVIAR consideravelmente os efeitos da inflação.
Esse princípio de correção me referi no artigo de 21 de jaa que oOo
Na mesma ordem de idéias, países que recorrem à monetária devem considerar expediente como temporário, vem PLANEJAR A INFLAÇÃO EM TERMOS DECRESCENTES, até re duzi-la a zero.
No Brasil, os óleos comestíveis são refinados pelo tradicional processo químico de neutralização de acidez livre com soda cáustica e barrilha, resultando como sub-produto a borra usada na fabricação de sabão. Há mais de dez anos, porém, na Espanha e na Itália, existem indústrias que utilizam um outro tipo de processo, a partir da destilação dos ácidos livres dos óleos vegetais e gorduras animais. Trata-se da chamada refinação físi ca que está sendo introduzida no país pela G. Mazzoni, da Itália, através da filial brasileira, de São Paulo.
A DESCOBERTA DA ARTE
ANDRÉ MALRAUX
ENTRK a artr de um artista (■ a de um artista morto não se pode de forma alguma tra çar uma linha de divisão das águas. Veja Pieasso: Picasso não moi'reu no dia di* sua morte. Em certo momento, desde algum tempo, não era mais o Picasso do quem tudo .si‘ esp-.-rava. E não c ainda o Piea.s.so do .século XXI. Sem dúvida numa distancia de
cem ano.s tiulo é muito claro, po rém numa di.stància de três dias tudo c m\úto ob.se.uro. milar. É algo siEntac. re.si)o.sla sintética sua pergunta: “Em que me¬ dida podomo.s acreditar que cami nhamos para uma substituição no sentido preciso da palavra? Pode ser que não caminhemos para isso. talvez estejamos indo para uma espécie dc osmose c até para um acordo ru.sso-europcu-norte-americano. Quanto ã China, eu a dei xaria de lado. mas não num sen tido negativo, dc maneira alguma, porque estou certo de que a China quer seu proprio universo c que tudo aquilo que Mao disser sobre Zambia (c não c minha intenção ser descortês com elc> não passa de palavras. Mas falou scriamente quando me disse que todo chi nês poderá ter sua tigela de arroz diária. E isto vale para todo re volucionário: Lenin morreu di¬ zendo que era preci.so eletrificar a ● Rússia. Eles não só tomam o po der como, se são sérios, dão de comer ao povo. Só os ditadores a
O grande escritor francês, tim dos maiores dc seu tempo e de seu idioma, co7tcedeu uma e7itreoista a Odile Baron StípcrviUe, para La Nación. dc Buenos Aires. Da7UOS, a seguir, os e.vceptos princi pais da entrevista.
pensam que o povo não precisa comer.
Estamos no final de uma civi lização. Sem dúvida. Porém, es tamos ante um final que não foi c de outras. E há uma razão muito clara. A idéia das civilizações mor tais. celebre formula de Valery, não é de Valery mas de Spengler. Se não conhece bem Spengler, façolhe um resumo. Sua enorme contri buição foi haver dito que retoma va as idéias do Goethe e que con siderava as civilizações como plan tas ou espécies animais. Isto é, aquilo a que denominou “organis mos”. Então toda civilização tem juventude, maturidade e ocaso. Tem, portanto, um destino e neste momento estamos perante um “fulgor” como o que se deu em Bizancio. Toda cultura termina de forma analoga e quanto ao im pério da civilização de que trata mos, 0 momento em que come çou a decair foi também o do nas cimento da capital cosmopolita' Bizancio. Então a idéia básica é a de que uma cultura assemelhase a um organismo.
ITemos os mo-
forma alguma que eram ídolos; nada disso, disseram que eram de mônios.
Acreditavam nos deuses a.stecas, mas unicamente como deEntão, a resposta ã sua momos, pergunta, que é muito interessan te,, é sim, estamos no final de uma i civilização, porque nos achamos perante uma civilização que tem um valor supremo, qual é seu valor máximo. A ciên cia julga sabê-lo i^orque pensou que o que não se de.scobriria no século XIX teria de se descobrir no .século XX.
uma religião é um
Agora, aconteceu algo que Spengler não previra, pois acabou seu livro em 1913. Sucedeu que a Europa foi a primeira a pensar na civilização da máquina européia (da qual a América do Norte faz parte). Entre as civilizações, a européia íoi a primeira a englo bar as outras. Bizancio, quando morreu, não se lembrava de Ale xandria. E quando Alexandria morreu não se lembrava de Persepolis. Ao passo que, diz Spengler, Nova York é ao mesmo tempo Alexandria e Bizancio. En tão que nos ensina isso? Tome mos a arte como exemplo. re.ssuscitado todas as artes, coisa que jamais aconteceu antes de nós. Temos ressuscitado todos dos de pensamento, o que tampou co aconteceu antes de Temos ressuscitado todos modos de pensamento religioso. Não me refiro às religiões, estas não ressuscitam. Nisto Spen gler tem razão: “organismo”. do.s de pensamento rante outra coisa.
Porém com os moestamos pepensava, mas uao se pensavam a eram
Sabe 0 que Buda antes, todavia, as coisas dessa maneira. Existia __ fé, bom, era a verdade, ou então a verdade era a razão e a ciência. Quanto aos outros, eram os culpa dos. Para Roma, os “outros os pagãos. E depois foram os bár baros. E para os cristãos os mu çulmanos não pertenciam a uma religião, eram o diabo. Por outro lado, sabe que no México, quando os espanhóis chegaram e encon traram os ídolos, não disseram de
Não .sabe
"Homens tão inteligentes como Renan ou Victor Hugo sabiam muito bem que havia muitas coi sas que eles não conheceríam nun ca, mas pensavam que nós chega ríamos a sabê-las. a senhora não pensa que o que não conhece agora, o espirito hu mano conhecerá dentro de 100 anos. Pensa que o conhecerá não, não exclui que possa conhecêlo, porém não *mais ou menos que dentro de cem anos. Sabe muito bem que não há progresso meta físico: isso somos nós.
Então, sem dúvida, há um fi nal. Mas um final de característi cas absolutamente extraordinárias. Primeiro porque a máquina chama a máquina, e por conseguinte de veriamos atingir um nível de civi lização generalizado sobre a Terra, o que seria absolutamente sem precedentes. E segundo, por que somos a ressurreição da totalida de do passado da Terra. Sobre isto ajuntaria algo que encantará a seus leitores. Sabe que o grande tema do pensamento, neste nionao
Por exemplo. nossa epoca. os pois ou
mento íem cada 100 anos há umi, é chegar a delimitar a época proto-hlstórica e pré-histórica da humanidade. Pois as descobertas em biologia, cm proto-história. rctrotraem cada vez mais o mo mento em que apareceram os homí ● deos ujuando o homem deixa de ser "gorila” i. Bom, supõe-se que para inventar o Uu;o o homem precisou de cem mil anos. Ao mes mo tempo, retrotraem-.se as datas conhecidas do arte. Quando tinha 20 ano.s. datavam-se as primeiras esculturas das cavernas com datas que hoje seriam consideradas "re centes”. Em compensacjão. agora se situa Lascau no trigésimo milê nio, c a e.scultura por ai.
O momento em que o homem se converte em homem coincidiría com a descoberta da arte, o que é muito extraordinário. Os espe cialistas discutem a respeito de datas absolutas... Interessa-lhcs saber quando a espécie adquiriu genes suplementares, quando o crânio aumentou de volume e outros problemas biológicos. Mas não se dão conta de q\ic, procurando sa ber isso. que lhes interessa, estão encontrando também algo que não lhes interessa: as datas às quais chegam concordam com as encon tradas por outros que, estes, se interessam pela arte. Pense se não c maravilhoso que o horiiem haja podido nascer com a arte.
oOo-
Os no\-os regulamentos de controle cia poluiç<ão. nos Estados Unidos, limitando a quantidade de enxofre liberado na atmosfera, trouxeram um dilema para as empresas: ou instalam um sistema de remoção de enxofre. 011 então recorrem a um combustível de preço mais elevado, porém com me nor teor de enxofre. Uma das primeiras consequências da medida foi o aumento de preço deste combustível, que já apresenta um custo de USS 1 a mais por barril. Mas o combustível comum poderá voltar a ser usado tranquilamente se for ai^rovado o novo sistema de produção de ácido sulfúrico a partir de gases de combustíão. desenvolvido pela Chemical Construetions de New York (Chemico). Esse sistema pode eliminar mais de 90% do bióxido de enxofre, um re.sultado equivalente ao que seria obtido na queima de combustível contendo apenas 0.37o de enxofro. O sistema da Chemico consiste de um lavador de gás do tipo venturi. instalado imedialamente ai^ós o pré-aquecodor de ar O líquido de lavagem contém oxido de magnésio, que absorve o bióxido de enxofre presente no gás. Os sulfitos alcalinos formados são então des viados para um espessador, de onde parte da solução de sal retorna ao la vador. enquanto que o liquido restante é drenado para um cristalizador. O sulfito de magnésio anidro c transportado para a fábrica de ácidò sulfúrico, onde, depois de calcinado, libera o SO^ ciue é transformado em ácido, enquanto que o óxidu dc niagnésio é regenerado e devolvido ao lavador. chaminé de uma estação de força. na
is
MILAGRES ECONOMICOS
MILTON FRIEDMAN
Psurclarauma nova
CABO de retornar de uma breve visita ao Brasil, a ter ceira maior nação, na histó ria recente, a arrancar um período de crescimento tão rápido para justificar o termo milagre econômico”. A explosão é óbvia até mesmo para o visitan te casual. Os automóveis que con gestionam as ruas de São Paulo e Rio .são quase todos novos; mi lhares de edifícios, alguns novos e outros ainda .sendo construídos, enchem o céu; guinda.stes são quase tão numerosos quanto ante nas de televisão e o ar de pressa e aperto nas ruas lembra indisfarçavelmente os períodos de com pras que antecedem o Natal. Mui tos dos homens que ocupam po.sições de responsabilidade são preendentemente jovens; mente se percebe que geração está ascendendo. Sua con fiança, orgulho e grande expecta tiva estão, contudo, misturadas à algumas tintas de quanto ao futuro.
preocupação
“Será realmente duradouro?” — é a questão que ninguém ainda formula, mas que todos parecem ter no fundo de suas mentes.
O milagre brasileiro data de 1967, quando a produção começou a subir à uma média de aproxi madamente 10% ao anò. Outros milagres, na Alemanha e Ja pão, começaram aproximadamente duas décadas mais cedo, logo de pois do fim da II Guerra Mundial.
G projCHscr Milton Friedman c.sLeve no Brasil a convite da ANPES. proferindo conferências sobre -^na especialidade. De volta aos Esta dos Unidos publicou na revista “Ncwsiüeek" o artigo que oferece mos aos nossos leitores.
Embora os tres pai.se.s .se diferen ciem grandemente em História. Cultura, recursos c sofisticação tecnológica, há surpreendentes si milaridades entre os tres'milagres.
As similaridades
1. Todos os tres milagres foram precedidos de um período de desor ganização. produzido ou intensi ficado por um controle dc preços e salários, imposto para .suprimir a inflação.
Na Alemanha c no Japão, a ca pacidade produtiva estava enfra quecida pela guerra e desorganiza da, diante de um inchaço monetá rio provocado pelos gastos de guerra e pelo colap.so fiscal do pós-guerra. O tempo de guerra c 0 controle salarial continuaram cem a ocupação c seus rigores folam ainda maiores que os que uma administração nativa poderia im por. O resultado foi o colapso eco nômico.
No Brasil, a instabilidade polí tica do final dos ano.s 50 e do iní cio dos 60 produziu grandes clefi-
cite dc Kfvcnu). linanciados por Correção monetária um rápido aumonto da quantida de de dinheiro. A infUu,’ão alcan çou então uma laxa dc mais de lOO^í ao ano. no inicio dc 1964. O governo prt‘oeupou-se cm su primir a intlaçáo através dc me didas tais como a fixação dc pre ços 0 salários, controle do comér cio extenor e a introdução do taxas de cãml.)io múltii')las, Como na Alemanha e no Japão, esse tipo de controlo ju-ovocou difundido es banjamento. in(‘ficiência o mer cado negro.
2. Todos os tres milagres foram possíveis através do reformas mo netárias, que terminaram com a maioria dos mecanismos de con trole sobre i^roços e salários e dessa forma, permitiram um sis tema dc mercado de preços que funciona.sso.
Na Alemanha o no Japão, o colap.so econômico anterior havia sido tão extremo Quo as reformas, embora drásticas, foram seguidas quase que imediatamente por re cuperação e expansão.
No Brasil, onde o colapso ante rior havia sido muito menos ex tremo, uma firme política mone tária, que reduziu a taxa de inflação de mais de lOOCr para aproximadamente 30Çr em tres anos, foi acompanhada pela reces são e aumento do desemprego. Contudo, depois que o choque ini cial foi ab.sorvido, a liberação dos mercados mais a estabilidade po lítica desataram forças dinâmicas até então desconhecidas.
3. Todos os tres milagres con taram inicialmente com a empresa privada como sua força motriz.
Nos tres países, o governo inter veio extensivamente — subsidian do de um lado. taxando de outro, construindo estradas, portos e outras facilidades semelhantes e assumindo a direção de parte, ou do total, numa série de indústrias importantes. Ainda que essas me didas fossem muito retumbantes, foram apenas o enfeite sobre o bolo, não o bolo, em si mesmo. Acredito mesmo que a maioria de las provocou mais prejuízos que vantagens. O governo sempre atua melhor quando interfere pouco com as empresas privadas, que se coordenam pelo mercado de preços.
A principal diferença entre as políticas que orientaram os tres milagres foi a tática adotada para permitir q\ie o sistema de preços funcionasse. Alemanha e Japão seguiram uma política que, até recentemente, eliminaram a infla ção. Não estavam, portanto, so bre pressão para controlar salá rios e preços e puderam deixar o sistema dc preços funcionar livre-' mente. O Brasil seguiu um rumo diferente. Depois de reduzir a inflação para cerca de 30% por ano em 1967, houve um relaxa mento. Simultaneamente, contu do, introduziu cláusulas de reajustamentos em muitos tipos de con tratos. O termo usado no Brasil é “correção monetária”. Se um depósito está feito a prazo fixo, 4
num banco brasileiro, o banco não pagará apenas taxas de juros, di gamos de 5%, mas também, pe riodicamente creditará uma cor reção monetária igual à taxa de inflação, no período em referên cia. Empréstimos a longo prazo, seguros governamentais, hipotécas e outros contratos são trata dos da mesma forma: o tomador paga a quem empresta uma taxa fixa, mais correção monetária.
Os salários estão sujeitos a reajustamentos oficiais por uma cor reção monetária similar — embo ra, de fato, a maioria dos salários tenha aumentado mais depressa do que a correção.
Imposto de renda e de outras contribuições também são ajusta das de acordo com a correção mo netária. A taxa de câmbio é tam bém reajustada frequentemente para contornar a inflação. E, assim, muitos outros exemplos.
A utilização da correção mone tária, em muito casos, é determi nada por lei; em outros é volun tária. Na prática, seu uso é suficientemente difundido, de modo a evitar a maior parte das pressões sobre preços e salários. Mas a correção monetária provoca trans tornos contábeis e, na verdade, não pode ser universal. Um mundo sem inflação seria obviamente melhor, Contudo, diante do ine vitável, os brasileiros foram extre mamente sábios em adotar essa medida. Creio que seu milagre teria sido impossível sem a corre ção monetária. Com ela, eles foram capazes de reduzir a infla-
cão gradualmente de aproximada mente SOCr em 1967 para cerca de Jõc;, no momento, sem prejudicar o crescimento rápido c poderão também ter sucesso na tentativa de baixar gradualmcnto a infla ção até perto de 0'-. Com a cor reção monetária, os brasileiros experimentaram menos distorções econômicas, com lõ*'; de inflação, do que os Estados Unidos, sem ela. com uma inflação de 9'í.
U77ia verdadeira “seginida opção"
Mesmo os mais ardentes defen sores do controle de preços e sa lários falam de.ssas medidas como. no máximo “uma segunda opção”, um expediente para evitar pro blemas ainda maiores. Mas, os tres maiores milagres economicos ensinam que eles são mais que um grande mal, um câncer que pode destruir a capacidade de agir de um sistema econômico.
O uso difundido dc cláusulas dc reajustamento, como remédio para a flutuação dos preços, foi propos ta pelo grande economista britâ nico Alfred Mansliall. cm 1887. A experiência brasileira, segundo as proposições de Marshall, foi dc uma surpreendente fidelidade, por força da necessidade e não do pro jete. Teoria e prática coincidem em demonstrar que uma verdadei ra segunda opção, para convivên cia com a inflação, é o uso difun dido de cláusulas de reajustamen to. Já é tempo que os Estados Unidos aprendam a lição.
A NORDESTINIDADE
GILBERTO FREYRE
A uma vantagem do Nord(‘.str cU' hoje sòbre o de algum lompo atrás: há uma oon.';ciência da uni dade nordestina da parte do.s vário.s Estados que constituem o conjunto regional. Ilá uma nordestinidade. IIav(‘ndo na região uma liderança mais vigorosa que a atual -- há exceções notáveis, mas há muita fraqueza do liderança, quer política, quer empresarial —. e.ssa consciência nordestina po derá conseguir mais do que está con.seguindo para o conjunto re gional dentro do todo nacional.
“Feito um balanço, creio que o positivo supera o negativo. É pre ciso porém que não se acentue o chamado esvaziamento da Sudene. O Nordeste, em particular, o Brasil, em geral, precisam dc uma Sudene forte nos seus recursos”.
“Sou dos que pensam que, no Nordeste, a agricultura c a pecuá ria precisam do ser atendidas mais do que vêm sendo, nos libertar, lá. como em outras regiões do Pais. da mística do panindustrialismo, ou, pelo menos, dos seus lamentáveis exce.ssos.
“Entendo que o desenvorvimento, para o Nordeste, não deve im plicar ein repúdio nem à sua eco logia, que c específica, sendo ao mesmo tempo brasileiríssima e tropicalíssima, nem às suas tradi ções culturais, necessárias à con servação do essencial das suas ca racterísticas e fonte de abrasileira-
O eminente sociolcgo definiu o co7ijuiUo regional, que conipreende os Estados nordestmos, de7i07ni7iando sua C07isciência de 7iO)‘destinidade.
mento de regiões brasileiras menos antigas na sua brasileiridade, brasileiridade e não brasilidade.
"O Nordeste é um reduto de brasileiridade capaz de abrasilelrar excessos de importações tec nológicas que atendam apenas a interesses de desenvolvimento ecoDesenvolvimento deve ser nomico.
sinônimo de bem-estar geral.
“Não somos, do ponto de vista sócio-cultural. um aglomerado de regiões ou de Estados, sistema de tal modo dinamica mente regional quanto ao que nele é cultura, no sentido sociológico Há desníveis ecoSomos um da expressão, nòmicos, com conseqüênclas so ciais, que precisam ser corrigidos atenuados. Mas que Nação, das Precisamos ou extensas como é o Brasil, como são 0 Canadá, a União Soviética, Estados Unidos, a China, a Ín dia, não padece desses desníveis? Nem por isso devemos deixá-los como estão, para ver como ficam. os “Entre as experiências regionais nordestinas, creio que um sucesso está sendo a substituição de cul turas ou atividades econômicas exclusivas pelas diversificadas, como está ocorrendo em várias
Um dos fra-
Pesquisa de evidente im-
sub-regiões, notadamente no Vale do São Francisco, cassos está na falta de generali zação de um cooperativismo adap tado à psicologia do nordestino. O Que há é insignificante. O Insti tuto Joaquim Nabuco de Pesqui sas Sociais está concluindo, em convênio com a Sudene, uma pes quisa que representa a procura sistemática de formas de rativismo ecologicamente nordes tinas, pcrtância para as regiões Nordes te e Norte do País não apresen¬
tará soluções ab.süluias porém in dicativas ou sugestivas. O que é muito. Sua aplicação dependerá de governos e particulares.
“O futuro Presidente não soli citou conselho.s meus. Ele tam bém saberá ver no Nordeste, du rante 0 seu Governo, não só'o que lhe mostraram lhe mostrarem. como 0 que não Suas futuras via gens ao nordeste não serão, estou certe, turísticas. Nem se trata de um ingênuo suscetível de ser en ganado com bananas c bolos. coope-
energirdewrrrFr
^ exploração do outras fontes d. nerpa ,devc-ia d-.i considerável impulso às ferrovias um transporte tradicional grave situação financeira tunamente norte-americanas: que volta ao seu apogeu. Sete companiiias em serão agrupadas numa única empresa que opor- vias interessoda? operar em condições rentáveis. As’ forro- ^ Centrai (principal
Ann Arbor As spíp r Lackawanna. a Raleigh Vallcy e a a 43 mil km p Pm clispoem em conjunto de uma rede superior percuTsLs PpLnm:.? °’^^^veram lucros de 2.3 bilhões de dólares. As proporções teriam qldn*"^ eventual falência de um sistema de tais emprego e 1 n ndn^^n ■ ® ficariam sem atingidV O nlann dl _das regiões abrangidas ficaria seriamente denLinada ‘‘UnUed constituição de uma entidade a^soeScão ?pvn^n df Association”. A primeira tarefa da para tolnar n quais as linhas que deverão ser mantidas Ta % ml l Sistema economicamente valido. Prevê-se a eliminação de uma Pnndol,Kl liuhas nao rentáveis; as que serão conservadas sofrerão tornai? m-.i transformação e de racionalização para acelerar e " n ni^ 1 ^ eficientes o_s transportes de mercadorias. Uma vez elaborado, n l ^ racionalização será submetido ao Congresso, que se não vetar piogiama,^ no novo sistema, que será denominado “Consolidated Rail ^oiporation entrara em funcionamento. Para reunir os fundos para o micial, a “Railway Association” está autorizada a emitir dólares de obrigações, garantidas pelo governo. A im portância obtida será oferecida como empréstimo à “Consolidated Railwav Corp. a re-
EDUARDO CELESTINO RODRIGUES
ÜS liUimos temidos 0 Gover no Federal vi !u sendo acu-
" sado pela má distribuição de L' renda existente no Pais. desejo de muitos políticos é DISTRIBUIR RENDA
O evidente:
POR DECRETO, o que infelizmente nãc funciona.
O tema vem sendo amplamcnte debatido, o autor, com seus jnoiundos conhecimentos sobre o as sunto, nos dri «7710 síntese de suas coordenadas.
ticipação do 18Çr. superando de pois 24‘'i. I setemFelix trabalho Economista r(‘ci“nte i07:u Em bro
Paukert da Organização Interna cional do Trabalho reuniu dados sobre distribuição de renda em õ6 paisos de djversos graus de desen volvimento regime político c con clui que a cemeentração de renda aumenta com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIBt per capita, até um máximo entre 300 c 500 dólares' , o que depois come ça a diminuir. u
Pelo gráfico cie Paukert verificase quo ao crescer o PIB per-capita haverá as .seguintes alterações na distribuição de renda:
A cla.ssc 20^; mais rica, que de tém inicialmcnte 51';;> da renda, chega ã máxima participação de 58% e depois fica abaixo dc 42%.
A classe 20',o intermediária, epte detém inicúihnente 19% da renda, passa pelo gargalo da minima par-
● o Estudo usou valorc-.s om torno de 19G5, que para seroin atualizados ao dólar do hoje devem ser multiplicados no min*mo por 1,-! U) iirogo por atacado multipli cou pnr 1.-I2 e o |>rec,'o para os consumido res l.-l»), fii'ando o máximo entre -120 o 7UÜ dólares.
A classe 60Çc mais pobre, que da renda, detém inicialmente 30 passa pelo gargalo da mínima par ticipação de 24^c, superando derf./O pois 34ÇÍ-.
No Brasil estamos com PIB por habitante de 605 dólares, com al gumas regiões brasileiras Já ultra passando o gargalo da máxima concentração de renda.
Deste modo o mais rápido pro cesso de acelerar melhor distri buição de renda em todo o pais, é acelerar o aumento do PIB percapita, ultrapassando em todas regiões, o mais depressa possivel esse gargalo onde estamos.
Langoni no seu livro “Distribui ção da Renda e Desenvolvimento Econômico do Brasil” mostra em faixas de 10% as rendas das di versas classes, das mais pobres às mais ricas considerando apenas os indivíduos economicamente ativos com renda durante o ano.
10% mais pobre
10% menos favorecida
10% ' 10%
10%
10% mais rica
Número dos economi camente ativos com renda População
RENDA MÉDIA MENSAL
26.079.743 Apenas 28'.' da 94.059.000 população é econòmicameiite ati va e com renda.
A concentração de renda foi má xima em São Paulo onde pobres e ricos aumentaram substancial mente sua renda. O Piaui e Ma ranhão apresentaram a melhor distribuição de renda com míni mo aumento da renda individual!...
Podemos ter boa distribuição ãe renda continuando todo mundo
Vobre ou má distrHmi.ção de renda com 'todo pobre menos pobre c 7'icos mais ricos, até passarmo.s o gargalo onde estamos (PIB percapita entre 420 e 700 dólares) c aí teremos realmentc melhor dis tribuição de renda com substan cial aumento cie renda dos pobres e dos ricos, que é o que interessa.
O de.snivcl entre pobres c ricos diminuirá, tanto mais depressa quanto mais cedo atingirmos maior PII3 por liabitante.
As pessoas com alta qualificação no Brasil estão hoje com altos sa lários. acima dos salários nos pai.ses desenvolvidos. A carência de.sse pessoal pod(‘ diminuir, bene ficiando mais brasileiros, se for marmos bom pessoal para o mer cado de trabalho. A melhoria da distribuição do riuidas seria então acelerada através da Educação, aumentando o número dc profis sionais qualificados.
Não se distribui renda por de creto. mas apressando o desenvol vimento e disseminando o saber.
Educação é o principal agente para ajudar a aumentar o número de pessoas com maior renda.
E nós qnando chegaremos ã Eco nomia do saber?
Só quando fizermos uma Revo lução dentro da Revolução no nos.so sistema educacional.
Só o desenvolvimento nos dará a verdadeira liberdade c os direi tos humanos que os demagogos re clamam. sem neles acreditar.
feito sem os produtores, sem a agropecuária e sem a indústria, fruto do sacrificio de muitos.
Vamos unir-nos para um Grande Brasil Potência não esquecendo que, SC mérito tem o sistema na estabilidade política e o Governo na formulação e execução da po lítica econômica, nada poderia ser no aos
Aproveitando melhor nossos re cursos humanos, valorizando o ho mem através de habitação, ali mentação. saneamento, higiene, saúde, transporte metropolitano e. prlncipalmente. Educação, Edu cação ã altura do Brasil Potência. Produzindo energia, explorando o solo, principalmente naquelas re giões que já têm infra-estrutura, continuando o programa de in centivo à mineração, e de integra ção nacional e criando uma infraestrutura tecnológica e uma tec nologia nossa. Estabelecendo o diálogo entre Governo e empresas nacionais através as entidades de classe e. principalmente, não per dendo 0 controle e não perdendo 0 poder de decisão, pela entrada Pais das empresas multinacio nais, que devem ser benvindas dentro de nossas regras. Possibi litando transporte, onde possam circular economicamente nossas riquezas e dando à engenharia a força e a regulamentação que pre cisa ter. Ajudando os pais brasi leiros a darem educação de berço seus filhos, acabando de vez com a poluição moral. E, assim procedendo, chegaremos, sim, e chegaremos logo, ao Brasil Potên cia. que todos nós almejamos.
Mesmo na lliilia, pinicas pessoas conhecem um museu dedicado ao “prato nacional” do pais: o espaguete. Porém, ele existe e pertence ao engenheiro Vincenzo Agnesi. que também foi seu fundador e cuida da manutenção. O material foi reunido em mais de 50 anos de pesquisas e ocupa o andar térreo (maquinarias pesadas para a produção de espaguete) o o primeiro andar (documentos e modelos) de uma fina mansão renascen tista pertencente à íamília Agnesi.
KissSnger: íião é um superesíar
no
C FRED BERGSTEN
Erünnmiii e a^íora funclamontal i^íara a política exterior cios Estados Unidos. Ela re presenta a -rarto mais impor tante de nossas relações com o Japão. Canadá e o Terceiro Mundo. É tanibêm um cmmponente fundamentat de no.ssas relações com a Europa, com ligações dire tas com nossos laços de seguran ça. Muito da motivação soviética para a “dêtente” aparece baseado num desejo por tecnologia norteamericana. créditos e alimentos. A vantagem futura dos Estados Unidos, tanto em Hanói ciuanto em Saigon. depende majoritariamente de sua habilidade em fornecer assistência econômica.
Então, aciueles que procuram dirigir a política exterior dos Es tados Unidos, só poderão fazc-lo sc tiverem condições de atuar igualmente. ao lado dos respon sáveis pela politica doméstica, na formulação da politica dos Esta dos Unidos quanto a questões eco nômicas internacionais. Isto é particularmente verdadeiro desde que essas ciuestões também se tornaram centrais para muitos de nossos problemas domésticos, como ficou provado com mais evidência pela crise de energia e consequen temente geraram fortes pressões para ações que ignoraram nossos relacionamentos globais.
O secretario de Estado Heiiry Kissi7if/er co7i/essa QUe ?íão teiri co?iheci?fiC!itos ecOfi077iicos, desco?iheciwef2to que 7ião deixa de ser curioso 7iU77ia perso72alidade de Que722 está depe7ide7ido o destmo do 7nu7ido. O artigo foi publicado pelo “Neio York Ti72ies'\ O autor é “SC72Í0r fellOJD" 710 B2‘ookÍ7igs I71Stiiute e foi 7ne77ibro des assessores do Naii07ial Securitij Coimcil.
Mas a atuação de Henry Kissinger em economia é desanimadora Em muitos problemas ele se abs teve totalmento. Isto é verdade mesmo para as questões mais cri ticas das relações monetárias in ternacionais e do comércio — como as que conduziram direta mente ao colapso do sistema econcmico do pós-guerra, em 1971 — bem como a recente eclosão do controle indevido da exportação ambos pelo (sojal e contra (pe tróleo) os Estados Unidos. Isso é verdade mesmo para as questões mais obviamente relacionadas com a politica exterior, tais como a restauração de um programa viá vel de assistência exterior.
Onde Kissinger relutantemente se envolve em questões econômi cas, ele usualmeáite põe tudo a perder. Estragou as negociações têxteis com o Japão, que deterio-
iram fortemente as relações Esta dos Unidos-Japão em muitas oca siões. Contribuiu para presentear com trigo a União Soviética duran te a confusa corrida para alcançar acordos concretos em Moscou. Ignorou as questões econômicas que são centrais para as relações Estados Unidos — Europa em seu apelo para um novo acordo de fre tes no Atlântico. Por algum tempo bloqueou a ação do Congresso du rante a discussão de um projeto de lei, num esforço inútil para evitar restrições às relações eco nômicas Estados Unidos — União Soviética, pondo em risco o pano rama completo das negociaçõe.s comerciais, que são chave para os acordos de aliança e, consequente mente; para as relações globais Estados Unidos — União Soviética. Recentemente ele procurou impe dir George Shultz até mesmo de ir ao Loire para discutir urgentes questões monetárias com dirigen tes europeus e japoneses. E sua fraqueza no manejo da máquina da política internacional tradicio nal de Washington tem impedido qualquer tomada de posição sig nificativa em decisões econômicas internacionais de importância.
Por que Kissinger, o “superstar” da politica exterior, tem atuado tão pobremente em tais questões centrais de política exterior? Ignorância do assunto, o que ele prontamente admite, não pode ser tão prontamente admitida como uma explicação. Kissinger tam bém não era especialista em Chou En-lai antes de 1969. Ele ima ginou a rápida solução para a cri-
se monetária de 1971 quando finalmentc concluiu que ela estava ameaçando fragmentar as alian ças dos Estados Unidos. Traba lhou admiravelmente negociando aquela solução com Pompidou nos Açores. íJohn Connally planejou os detalhes no Smith.soniano».
A explicação tem raizes ainda mais profundas se se analisar o es tilo de Kissinger e seus pontos de vista substantivos. Questões eco nômicas não podem ser controla das por “superstars" .sozinhos. Elas requerem ao mesmo tempo um consenso doméstico político e burocrático, asses.soria o negocia ções amplas c uma grande va riedade de lideres porque essas questões reúnem uma larga varie dade de interesses numa ampla variedade dc setores de negocia ção. Kissinger ainda tem de de monstrar habilidade para desen volver um consenso doméstico so bre qualquer questão, ainda mais naquelas econômicas onde os inte resses que as revestem colidem as peramente. Seus mais arrojados vóos no campo internacional têm sido junto a opositores totalitários que podem, sozinhos, falar por seus governos. Ele reluta em se com prometer com equipes de adversá rios burocratizados em questões nas quais ele não é reconhecido como a maior autoridade, como poderia ser verdade na área eco nômica, especialmente na ausên cia de uma maquinaria adminis trativa que ele possa controlar. Apesar de tudo, este é o homem que contou à jornalista italiana Oriana Fallaci que ‘‘meu sucesso...
origina-st‘ no fato de que eu sem pre atVio sozinho", uma postura que impede envolvimentos sérios cm questões econômicas.
Esseneialmente. Kissing(r apa rentemente procura \nn equilíbrio de poder mundial no qual a Euro pa Ocidtntal e o desempenhar
Japão pudessem papéis principais, nenluun dos dois parece ou inclinado a pòr-so cm Então, por que não
Todavia capaz evidência, espe rncar um guir que eles homens"
● c.
esta acredita nai.s fluidas".
píHico para consc●iovuntem-sc como parUcularmcntc cm
“questões menores como economia" incidenl a Imente, para de monstrar a Moscou 0 Pequim que administração realmcnte cm relações intcrnacioJohn Connally foi muito longe, mesmo para Hcnry Kissinger, mas não iiã razões para suspeitar que Kissinger pudesse ter objetado ao duro tratamento dado a velhos aliados na "Nova Poiitica Economica" mesmo sc ele ti vesse estado cm Camp David cm ago.sto dc 1971.
Finalmcnte vieram as questões burocráticas. Antes dc sc tornar um “superstar", Kissinger temeu que a posição liberal sugerida pela politica exterior envolvesse mui tas questões econômicas, as quais poderiam algumas vezes colocá-lo em choque com os interesses da maior parte dos aliados de Nixon e poderiam comprometê-lo mais tarde com a ala de Halcleman-Ehrlichman-Colson, da Casa Branca, cujo intcn.so ressentimento quanto à sua ascensão poderiam, nessa questão, encontrar motivos sufici-
entes para enterrar o pobre Henry. Com as manchetes dos jornais trombeteando sua ascensão aos Ministérios de Estado e Defesa, J Kissinger gostaria de evitar as explosões buroci^áticas adicionais ^ que poderiam inevitavelmente sair ; do Tesouro. Comércio. Agricultura, etc. se ele incursionasse pela área ' econômica.
Muitas dessas considerações mu daram dramaticamente. Haldeman c companhia felizmente se foram, os contribuintes não precisam ser convocados e Nixon necessita de Kissinger mais do que vice-versa. A posição burocrática de Kissinauxiliar da * f
ger icomo um mero Casa Branca") permite que ele se movimente sub-repticiamente, evi tando engajamento aberto em po litica doméstica e negociações fora. sem ter de dar desculpas por Na verdade, o Secre-
agir assim, tário de Estado deve procurar su porte interno para a politica exte rior norte-americana e para ne gociar com os principais países es trangeiros.
Kissinger, ele pvóprio, deu espe cial ênfase à importância de se desenvolver um “novo consenso” c uma “política exterior aberta”. Ele disse ao comitê de Relações Exteriores do Senado que “eu te nho aprendido, por experiência, ' crucial importância dos negó cios econômicos e sua intrincada conexão entre a solução de que.s- ● tões econômicas e políticas...”. É de se esperar que ele passe a mover nas direções indicadas por seus recentes pronunciamen tos. Contudo, ainda não há evi'i a se
contra a sinceridade e a econo¬ mia. no passado, levantam mais do que algumas dúvidas a respeito do “novo Kissinger”, tanto em es sência quanto em estilo. A ques tão central é saber se Kissinger irá apreender a importância essen cial das questões econômicas in ternacionais para a política exte rior norte-americana nos anos 70
dências de que ele procederá asE sua profunda hostilidade e, além disso, se clc irá luocurnr e usar os justos conselhos sobre como manejar com essas questões e se ele será capaz de alterar seu estilo pessoal para agir dessa for ma eficientemente. Respostas afir mativas para essas questões po derão fazer de Kissinger um gran de Secretário de Estado. Respos tas negativas poderão submetê-lo deíinitivamente ao anacronismo. sim.
OQO
uma enorme gama dc
Deverá ser inaugurada em Viçosa, MG, a Indústria de Melaço S/A — Indumel, a primeira fábrica do mundo a produzir melaço em pó. utilizan do know-how inteiramente nacional. Este novo produto de.slina-se a revo lucionar a indústria de rações devido a seu alto valor nutritivo e baixo custo, podendo certamente disputar mercados extei^nos, como o europeu o o ^ponês, que sentem a falta de matéria-prima para produção de adubos. Para produzir 44.000 t/ano a Indumel está utilizando instalações de seca gem por atomização da Niro Atomizer. Com a transformação do melaço em po, a empresa revolveu o problema de anroveitamento desta matcria-prijna, cuja utilização era limitada pela alta viscosidade do produto “in natura”. tÍo’ liquida, somente permitia seu uso em quantidades reduzidas, ansfoimado em po, o melaço poderá .ser livremente misturado com putros componentes de rações, permitindo, assim, novas formulações com grande poder energético
A fábrica, uma operação conjunta da Alchemy Industries (Los Ange les) e da Riceland Foods (Stuttgart, Ark.), produzirá 2 t/hora de cimento pioveniente de 7,5 toneladas de cascas, iniciando suas atividades em setem bro proximo. O processo foi desenvolvido por P. Kumar Mehta um pro fessor de engenharia da Universidade da Califórnia (Berkeleyj ’essc pro cesso utihza a queima controlada das cascas de arroz a fim de produzir um produto de cinza sílica, o qual pode ser misturado com cal para fazer ci mento. O produto é considerado barato e tão forte e resistente ao ácido quanto o cimento portland. O Sr. Mehta considera esse processo com u’a madeira ambiental sadia para desfazer-se de montanhas de cascas de que se originam todos os anos. aiToz
Os Conglomerados Financeiros
ARNOLDO WALD
MAO Ini dúvida de que. nos úl timos vinte amí.'!. o crédito adquiriu iio Hrasil uma gran de complexidade. multipUcando as fórmulas de finan ciamento e oferecendo um grande número d(' alternativa.s. No fim da II Giuu ra Mundial, ou seja. em 1945. as formas cU' crédito cm nos so pais ainda .se limitavam, no fundo, a três: o crédito pessoal baseado na iiromi.s.sória. o crédito comercial com o desconto de du plicatas e o crédito hipotecário. Hoje basta entrar num banco para sentir a revolução ocorrida.
Com essa
Os banqueiros são. atualmente, cada vez mais, os grandes inves tidores institucionais, tese, o autor dcse7ivolve uma serie de argumetUos sobre um assunto que estd na "'ordem do dia" das cogitações dc economistas, finan cistas e empresários.
tos realizados pelos bancos de in vestimentos, a mobilização do cré dito ao consumidor são tantas cutras inovações que citamos,' apenas, a titulo de exemplo.
As emissões de debêntures, que voltaram a se afirmar depois de longa ausência no mercado bra sileiro, os titulos públicos, inclu sive obrigações reajustáveis e le tras do Tesouro e os titulos esta duais com correção ccmpletam o quadro altamente diversificado das estruturas crediticias brasileiras.
Antigamente, limitava-se o banreceber depósitos à vista prazo fixo e a emprestar di-
O.s próprios titulos sc multipli caram. Fala-se hoje na cédula pignoratícia. na cédula hipotecá ria, na promis.sória rural, na du plicata dc .serviços, na duplicata fi.scal. na.s letras imobiliárias, nas letras hipotecárias, etc.. Houve, assim, incontestável especialização c sofisticação do crédito. Faixas novas surgiram como o emprésti mo para fins habitacionais, com uma série de subcategorias, cada 'lima delas obedecendo a princípios O mesmo se poderia dimonetária, queiro a ou a nheiro descontando duplicatas e promissórias. Atual- recebendo mente, o banco deixou de ser apeum estabelecimento único — complexo de instituições fiproprios.
intcrnacionais.
zer das operações dc crédito indus trial realizadas pelo BNDE e pelos seus agentes financeiros. nas é um nanceiras intègradas abrangendo, normalmente, além de um banco comercial, um banco de investi mento, uma financeira, uma cor retora de valores e uma distribui-
A.s operaçoes com o repasse cie empréstimos estrangeiros em moeda pesada, autorizado pela legislação atual, o.s diversos tipos de financiamen-
Iuma se lhes
dora, uma sociedade de crédito imobiliário, uma empresa de “leasing’* um ou vários fundos de in vestimento e até, algumas vezes, uma empresa de turismo, uma sociedade de processamento de da dos e uma companhia de seguros. O banco recebe imposto de renda e depósitos decorrentes da legis lação fiscal sobre investimento, faz contratos de investimento mensal, paga as nossas contas, fornece carta de crédito, recebe títulos em custódia ou para serem adminis trados, tem um serviço de emer gência para permitir depósitos c, eventualmente, pagamento de cheques à noite, aos domingos e feriados. Já se conhece a agên cia bancária “drive In” na qual se recebe o cheque sem sair do auto móvel. O cheque já pago, devol. vido ao emitente, constitui a me lhor prova do pagamento que fi zemos. Uma série de serviços são assim prestados pelas instituições financeiras, que abandonaram a posição tradicional de bancos de depósito, para se tornarem verda deiros bancos de negócios. Todos os banqueiros sabem que há única orientação que impõe: o movimento. Movimento significa, no caso, o aumento da prestação dos serviços, o melhor atendimento, a maior eficácia em todas as formas de operações. Já se afirmou ser a nossa época a dos “superbancos” que consti tuem verdadeiros conglomerados financeiros (financial conglome rados) , reestruturação que obedeceu aos dois princípios básicos da con¬
centração e da expansão. Sc, no pa.ssado, havia a po.ssibilidadc de distinguir entre o banco dc de pósito e 0 banco de negócios ou a sociedade financeira e .se podiam subsistir, ate os meados do pre sente século, os pequenos c médios bancos, a nossa época exige a apresentação de um serviço finan ceiro integral e dc grandes dimen sões. As macro-einprc.sas moder nas, às .sociedades multinacionais da segunda metade do nosso sé culo devem corresponder grandes bancos que possam atendé-las em todos os seus intcre.sscs, o que implica na necessidade do fundir ou incorporar os bancos menores, criando-.se novas organizações gigante.scas que pa.s.sam a dominar 0 mercado financeiro nacional c internacional.
Na realidade, numa economia em expansão,. o setor bancário se de.senvolve mais rapidamente que a economia no seu conjunto. Tal fato SC explica palas nccc.ssidade.s da industrialização, que exige maior divisão do trabalho c capi tais sempre crescentes atendimento dos mentos.
para o novos investiA.ssim, 0 setor bancário pa.ssa a ultrapa.ssar, na sua evo lução, a progressão do produto nacional. E a expansão dos ban cos pa.ssa a ser o fruto necessá rio e lógico do desenvolvimento geral.
Tanto no Japão como na Alema nha, nos Estados Unidos e no pró prio Brasil, a transformação sofri da pelos bancos nos últimos anos é impressionante. No Japão os seus recursos próprios aumentacaracterizados por uma
Na Alemanha, no mesmo período, quenta anos atrás.
relação ao seu colega de cinO banqueiro homem ao qual se eventualmente na hipótese dez voz('s oin quinze anos. em ram
700-;.
concentração, da ex pansão c da internacionalização, verificamos (;ue o movimento ban cário se faz no sentido da diver sificação. ou seja. com a finalida de de constituir um conjunto que funcione como um verdadeiro su permercado financeiro integrado ou ‘●clepartment store banking’*, em que o cliente po.ssa .ser aten dido cm todas as suas operações, distintas e complexas encontrando no nao e mais o cre.sccram
cem 0 gações no mercado, etc.
Além da recorre dc necessidade de crédito ou de fianciamento. É hoje o engenheiclientes, n ro financeiro dos seus que aponta os rumos do cresci mento da empresa, com a plena utilização de todas as capacidades potenciais. Na realidade, é ele o planejador financeiro da vida da empresa que atende com capitais próprios, com repasse de capitais alheios estrangeiros ou nacionais, lançamento de ações e obriNo campor mais que po.ssam ser. banco uma base dc apoio com a possibilidade de forncccr-lhc não .somente dinheiro, mas informa-
da exportação, ele ajuda o cliente na sua prospecção de mer cados, nas suas negociações no exterior, fornecendo-lhes contatos ajuda nos países compradores e funcionando como uma verdadei“trading company’’ graças aos representam nos Po ções e idéias válidas.
A concentração crescente reali zada nos conglomerados financeiro.s fez com que o Secretário de Finanças dos Estados Unidos, David Keimedy. alertasse, ainda em lüGO, 0 Presidente Nixon sobro o perigo da transformação da economia norte-americana que em breve se encontraria “perante uma estrutura econômica domina da por entre cinquenta e setenta e cinco empresas gigantescas que deteriam o controle do poder in dustrial e financeiro. Ou seriam dominadas pelos “corporate conglomerates” que controlariam os grandes bancos, ou seriam os grandes bancos que controlariam os grandes conglomerados indus triais”.
A imagem atual do banqueiro é assim tão distinta da existente no século passado quanto a do advo gado de empresa contemporâneo
e ra bancos que o outros países.
Na realidade, o banqueiro não pode ignorar a política e os pro blemas sociais, não lhe cabendo sofrer as aleas da conjuntura ecoao contrário, deve nòmica, que, prever para evitar ou superar as suas dificuldades, administração das empresas e das pesquisas de mercado, do “management” e do “marketing” e é, fi nalmente, 0 homem amplamente informado que tem os elementos de fato necessários para poder to mar as suas decisões.
A engenharia financeira hoje atribuída ao banqueiro tem sido definida como a técnica de aten dimento das necessidades finanÉ 0 homem da
ceiras da empresa em todas as suas formas.
Para atender às necessidades da engenharia financeira foram sen do criados, em todos os bancos, departamentos que contam equipes de analistas, economistas, engenheiros e advogados para le vantar. estudar e expurgar as in formações e dar soluções blemas mais complexos.
Na realidade, o banqueiro subs tituiu a intuição que utilizava, outrora, nos .seus negócios, pelo estudo cientifico dos balanços, pela pesquisa dos mercados e pelo exame da rentabilidade das ope rações que os clientes pretendem fazer, é, pois, um participante ativo na elaboração das decisões dos seus clientes, industriais comerciantes.
Já se disse que entre o cliente e 0 banqueiro se cria uma verdadei ra colaboração construtiva na qual cada um apresenta os frutos de sua informação e de sua imagi nação.
são, hoje, cada dia mais, des ainda
Além das os ban-
Por outro lado. os banqueiros os graninvestidores institucionais, .seja cm nome próprio, seja cm nome e por conta dos fundos que com estão sob sua gestão, seja por conta de clientes cujos bens e valores administram, participações comerciais,
aos pro- COS acon.selham c facilitam as fu sões das empresas e as suas trans formações, abrindo o .seu capital, acompanhando a evolução de suas ações na Bolsa e liderando opera ções de “taxe ovcr”, ou seja. de oferta pública de compra do ações, que Se têm desenvolvido muito rapidamente nos últimos anos. tanto na Europa como nos Estados Unidos e que recentemente já esou tão penetrando na vida brasileira. De.sempenham finalmente os ban cos importante papel nas opera ções de reestruturação industrial, sendo, pois, incontestavclmcnte. as instituições financeiras as gran des catalizadoras das transforma ções econômicas do nosso tempo
●oOo
mundial de soja em 1973 foi estimada em 58,2 milhões de toneladas com um aumento de 22% em relação a 1972, segundo os cál- Culos contidos na Carta Internacional do Banco da Receita Federal de ícago. Setenta e quatro por cento da cifra estimada correspondem ao.'^ Estados Unidos, principal produtor e exportador de soja, 8% do total é atribuído ao Brasil, o 2.° exportador mundial, e 11% à Rep. Popular da China, 0 segundo produtor em ordem de importância. O Brasil mais do que sextuplicou a sua produção de soja a partir de 1968. Para 1974 o governo brasileiro fixou um objetivo que prevê um aumento de 46% na produção para chegar a 7 milhões de toneladas, a fim de incrementar a exportação.
A China consome a maior parte da sua produção, que segundo os cálculos nos últimos anos oscilou entre 6,2 e 6,9 milhões de toneladas anuais A produção chinesa de 1973 foi estimada em 6,7 milhões de toneladas.
A QUEBRA DA TRADIÇÃO
KONRAD LORENZ J
nevolução d(‘ uma civilização apresenta analogias rcmarcávcis eom a filogêncse de uma esi)écie. As tradições acumu ladas. que .são a base do de senvolvimento das civilizações, re pousam sobre performances essencialmente novas, inexistentes en tre os animais; o pensamento abstrato e a linguagem que per mite criar símbolos e abre ao ho mem cai)acidades inauditas de di fundir c transmitir o saber adqui rido pelo indivíduo. A trans missão das capacidades adquiridas, que daí resulta, faz com que o de senvolvimento histórico de uma cultura progrida mais rapidamen te que o de uma e.spécle. Assim, tanto os processos pelos quais uma civilização se apropria de um novo saber como aqueles através dos quais ela os conserva, são diferen tes dos processos de mutação.
Todavia, o método segundo o qual se opera a e.scolha dos elementos a con.servar, é manifestamente o mesmo no caso do desenvolvimentd de uma cultura humana o\i da íilogênese, intervindo a escolha ao nível de uma séria experimenta-
O autor. Prêmio Nobel, dejenâe os i'alorcs consubstanciados ?ia tra^ dição, afirmando que desprezaria co7istitni erro funesto. O artigo, capitulo do livro. “Os oito pecados de 7iossa civilização", é da maior atualidade.
pela qual se revela frequentemente nas sociedades humanas fatores desconhecidos das espécies ani mais, como as luxo”. São as estruturas das quais a forma não resulta de uma ação que tenda à manutenção da es pécie presente ou anterior. Por que 0 homem pode permitir-se a carregar consigo mais coisas su pérfluas que um animal selvagem. É curioso constatar que a seleção, e somente ela, determina o que é chamado a constituir os tesouros de conhecimentos de uma cultu ra. no dominio dos costumes e das tradições sagradas. Tudo se passa como se as invenções e as desco bertas, fruto da reflexão e de uma investigação racional, estivessem revestidas de um caráter ritual, até mesmo religioso, depois de um longo periodo de tradição.
formações de 1
Certamente. a seleção, que çao. determina as estruturas e as fun ções de uma cultura, é menos se- Se se examinam as normas do comportamento social, no íntimo do fundamento de uma cultura, tal como elas aparecem à primeira vista e sem a intervenção do ponto de vista histórico e comparativo, torna-se vera que a que presido as trans formações de uma espécie, pois o homem, à medida em que domina seu meio natural, chega a se subtrair aos fatores de seleção, uns após outros. Esta é a razão impossível distinguir
Iquais as que nascem de uma su perstição surgida ao acaso e quais as que resultam de autênticas des cobertas e de conhecimentos pro fundos. Pode-se dizer, forçando um pouco, que tudo o que nos transmite uma longa tradição acaba por tomar cores de “supers tição” ou “doutrina”.
Em primeiro lugar, é-Se tentado a pensar que se trata de um de, feito no mecanismo de conservação do saber. Refletindo-se, a facul dade de poder con.servar o que foi experimentado aparece como uma das propriedades fundamentais do aparelho ao qual incumbe, no de senvolvimento de uma cultura, um papel análogo àquele que desem penha 0 gene no mecanismo da hereditariedade. Conservar os co nhecimentos adquiridos é ainda mais importante que se adquirir novos. Não se deve jamais es quecer que sem os estudos relati vos a esse campo, nos seria impos sível distinguir entre os usos e cos tumes da tradição o que releva superstições em desuso e o que constitui uma parte essencial em nosso patrimônio cultural. Exis tem normas de comportamento das quais as consequências nefas tas são evidentes, como entre os caçadores de cabeças de Bornéu e da Nova Guiné. Entretanto, mes mo nesse caso, é impossível pre ver as consequências que resulta riam de sua supressão radical sobre o sistema de comportamen tos sociais. Porque um tal siste ma forma, de qualquer maneira, 0 esqueleto de toda a civilização. É, portanto, extremamente perigo¬
so abolir-.se arbitrariamente um elemento sem Se ter comi>rcendido bem a complexidade de suas inte rações.
Seria errado acreditar que .só o que podemos compreender racio nalmente ou mesmo jn^ovar cientificamente constitua o capital es sencial do .saber humano. Este erro engendra con.scqucncias fu nestas. Ele conduz a juventude “intelectuar’ a jogar por terra o imenso tesouro de sabedoria e co nhecimento que contêm, sem ex ceção, as tradições das antigas culturas e os ensinamentos das grandes religiões do mundo. Aque le que nega sistematicamente todo valor à prudência e toda a signifi cação à tradição, cai forçosamente no erro inverso, bastante grave, de crer que a ciência é capaz de fazer surgir do nada, por vias ra cionais, uma civilização completa com tudo o que esta comporta. É ainda mais estúpido pensar que nossa ciência é suficiente para “aperfeiçoar” o homem de manei ra arbitrária por intervenções sobre o gene humano. Uma cul tura contém tanto de conhecimen to adquirido no correr de um lento crescimento pela seleção, quanto uma espécie animal, que nós esta mos ainda longe de poder “fabri car”. A incrível subestímação dos tesouros de cultura extraídos do irracional, e a superestimacão, simultânea, do que o homem (homo faber) é capaz de forjar graças à sua razão, não são, apesar disso, os únicos fatores que ameaçam arruinar nossa cultura. Um racionalismo arrogante não teria
razão para .se opor agrossivamenic à tradição. Pocloria adotar face à ela a atituck- do biologista ao qual uma velha camponesa ten tasse fazer acreditar que as p\ilgas nascem de apara.s de madeira re gadas com urinas. A atitude da maior parte da.s jovens gerações, face a .seu.s pais. é carregada por uma parte de desprezo e arrogân cia, mas não eomporta traço al gum de indulgência. A revolução da juventudí* atual ê fundamen tada sobre o ódio. Um ódio de monstrado sob a forma da mais implacável e dificil hostilidade, impossível de ignorar, que c o ódio nacional. Em outras palavras, a juventude revoltada reage contra a geração mai.s velha como faria um grupo cultural contra uma etnia estrangeira.
Consideremos, por exemplo, Erik Erikson, que foi o primeiro a su blinhar a analogia existente entre as etapas percorridas pelas espé cies c sub-cspccics. durante seu desenvolvimento através das ida des, e o desenvolvimento divergen te dos grupos étnicos independen tes. Ele cita a constituição de pseudo-espccics. Trata-se dos ri tos c normas do comportamento social surgidos no curso da His tória de uma civilização, que dão coesão às unidades culturais mais
do grupo. Como já escreví em 1967. a estima dedicada aos sím bolos do seu próprio grupo se alia à figuração daqueles de toda outra etnia comparável. Quanto mais dois grupos étnicos se desen volvem independentemente um do outro, mais suas diferenças cres cem. É fácil reconstituir, a partir disso, o caminho de seu desenvol vimento. como se pode fazer para os animais a partir de particula ridades próprias a cada espécie. Aqui c lá pode-se estar certo que características mais antigas pertencem às unidades mais im portantes e mais disseminadas.
Cada etnia, bem definida, in clina-se de fato a se considerar como uma espécie própria e tende acreditar que os membros dos culturais similares são seEm numerosas tri-
as a grupos res inferiores, bos indígenas, a palavra que serve para designar o clã é simplesmen te “homem”. Matar um membro da tribo vizinha não significa co meter um homicídio, da formação de uma
As consequencias pseudo-espécie são extremamente perigosas, inibição de matar um homem que não pertença ao grupo, en quanto que 0 instinto de agressão que sozinho pode contrapor hocontra homem, permanece Sente-se contra os Elas visam a suprimir a mem virulento. ou menos grandes e que as dife renciam. um ódio violento, que Certos y> “modos”, dialeto particular, uma maneira de sc vestir, podem vir a ser o simbolo de pertencer a um grupo, símbolo venerado e defendido da “inimigos não se um animal feroz, quilamente atirar sobre eles por que não são verdadeiros seres hu manos. Bem entendido, todos que um sente nem mesmo contra Pode-se tranmesma maneira que as pessoas que se ama e conhece no interior
vens, dos quai.s parece entretanto diminiuca.maneira, somente contra a têm interesse em provocar a gucrta utilizam essa técnica.
É realmente muito inquietante constatar que a jovem geração de hoje começa a tratar os mai.s ve lhos como uma pseudo-espécie estrangeira. Niimeroso.s sintoma.s manifestam e.ssa tendência. Gru pos étnicos rivais tém o hábito de expor ostensivamente costumes diferentes e mesmo de inventá-los à vontade. Na Europa Central, os costumes tradicionais regionais dós camponeses desapareceram à muito tempo, exceto na Hungria. Lá eles 0 conservaram nas regiões fronteiriças onde as vilas eslovacas e húngaras são vizinhas. Cada um hasteia o costume regional com a intenção aberta de irritar os membros do outro grupo étni co. É exatamehte o que fazem muitos grupos de jovens rebeldes. Apesar de sua recusa a todo mili tarismo, eles tendem curiosamente a adotar um uniforme. Os diver sos agrupamentos de Beatniks, Teddyboys, Rocks, Mods, Rockers, Hippies, Garrimler etc. são tam bém identificáveis por seus trajes ridículos que parecem os dos re gimentos da antiga Armada aus tríaca imperial e real. Através de seus usos e costumes, a juventude revoltada procura se diferenciar tanto quanto possivel da geração de seus pais. Não ape nas ignorando seu comportamento tradicional, mas observando cui dadosamente todos os detalhes para fazer exatamente o contrá rio. Esta é uma das explicações aos atos de frenesi sexual que se pode constatar nos grupos de jo-
Da mesma de n- as violento desejoproibições dos pais ])ermite expli car que estudantes levoltados te nham podido urinar e delecar em público, como aconteceu na Uni versidade de Viena- A motivação de todos e.s.ses comportamentos insólitos e bizarros, escaini totalmente aos jovens dos quais falaEles dão a si mesmos diver- mos. sa.s explicações, ps(.‘Udo-iacionais e relativamente convincentes. Eles a indiferença abastados à protestam contra geral de .seus pais custa dos pobre.s o lamintos. concio Vietnã, contra a tra a guerra onipotência das autoridades uni versitárias, do “e.stablishmcnt”. qualquer contra todas as for¬ mas que seja a tendência, mas eles pro testam singularmente pouco contra a violação dos direitos da Tchecoslováquia pela União Soviética. Na verdade, seus ataques são dirigi dos sem discernimento contra to das as pe.ssoas de uma certa idade, independentemente de seu credo político. Os profe.ssorcs de extre ma esquerda não recebem menos insulto.s que os de direita. Mesmo Marcuse foi interpelado, com a maior grosseria, por estudantes es querdistas dirigidos por CohnBendit. Cumulado de aberrantes injúrias, ele foi até mesmo acu sado de ser pago pela CIA. Este ataque não foi motivado por sua orientação política divergente, mas simplesmente por pertencer a uma outra geração. Quanto à' antiga geração, esta interpreta intuitiva
o
e inconsciíuitrmi ntt‘ esto.s protes tos.
declaraçôf“.'< <U* uuerra in.sultante.s. uma raplda do ódio. como ,ia Ela < t.-i
Este processo tem, sem dúvida, loma prlü que são: grande valor para a conservação odiosas c da espécie. Por isso ele foi inscriCdi('uii-.se assim à to no programa do comportamento escalada humano durante a filogênese. Sua fiuição c abrandar a transmissão, muito rigida, das normas culturais do comportamento. Nesse senti do, pode-se compará-lo à muda do caranguejo, que precisa rejeitar sua carapaça para poder crescer. Toda estrutura sólida destinada a servir de armadura, é adquirida às custas de uma certa dose de liber-
dade. A tradição cultural não es capa à essa regra. Aqui e ali, a parte destrutiva supõe que cada transformação acarreta certos pe rigos porque, entre o momento em que se demole e o que se constrói, SC está momentaneamente sem abrigo c sem apoio. É o mesmo caso para o caranguejo na muda adolescente na crise de puNormalmente, o período e o berdade. de apetite por novidade ou neofilia. é seguido por uma fase de recuperação de afeição aos valores tradicionais. Isto se faz insensi velmente: a maior parte dos hoolho critico e procura outras for- mens de minha geração pode tesmas de realização dc .seu ideal, um temunhar que, por volta dos sesgrupo novo ao qual ele possa sc senta anos, aprecia-se muito mais juntar c do qual cie po.ssa abra- que aos dezoito as idéias de seu çar a causa. O desejo in.stintivo pai. de lutar por uma causa é deter minado pela escolha de um obje tivo, sobretudo sobre os mais jo vens. Durante esse período, tudo o que é tradicional parece abor recido e tudo 0 que é novo, atra¬ ente. Poder-se-ia falar de “neofllia fisiológica” ou de uma apetêncla de novidades.
iUMago.sa liaviamos dito, ao ódio nafiíjnal. Mesmo com minha experiência de etólogo. mal posso controlar minha cólera di ante da Ijela cami.'^a azul de CohnBendit, e.sciuerdista “fostivo". Bas ta observar a expressão facial destes jovens para se .saber que eles procuram i^rovocar exatamen te essa reação. As chances de en tendimento são cada vez meno res. Já abordei em meu livro so bre a agressão, lançado em 1963. c cm diversas conferências (1968/ 19691. a questão de saber dc onde provém as causas etnõlogas desta guerra do gerações. Vou. portan to, limitar-me aqui ao estritamente nccc.ssãrio. Todos estes fenô menos resultam de uma alteração de funções que ocorre no organis mo na época da puberdade. Du rante esta fase. o adolescente começa a .se desligar das tradições familiares. Ele as examina com e .
Mitscherlich intitula muito jus tamente este fenômeno de “a obe diência tardia”. A apetência por novidades e a obediência tardia formam juntas um sistema, cuja função estabilizante é eliminar os elementos arcaicos da cultura tradicional, que ameaçam entra var seu desenvolvimento, conser* \
vando os valores essenciais c in substituíveis. Como 0 funciona mento deste sistema depende da interação de numerosos fatores, internos e externos, ele é facilmen te perturbado.
O retardamento do desenvolvi mento pode ser determinado pe las condições do meio, mas cer tamente também por fatores ge néticos.
De acordo com as causas que as provocam e com o momento de seu aparecimento, as consequên cias diferem muito. A persistên cia do estado infantil pode engen drar um apego excessivo aos pais e às tradições da geração prece dente. Tais pessoas têm dificul dade de entendimento com as pes soas de sua idade. Uma fixação anormal ao estágio da neofilia, provocam um ressentimento ca racterístico contra os pais, geral mente mortos há muito tempo, e portanto igualmente uma anoma lia de comportamento. Esses dois fenômenos são bem conheci dos dos psicanalistas.
Mas as perturbações, que con duzem ao ódio e à guerra entre gerações, têm muitas outras cau sas, das quais duas principais. Por um lado, cada geração exige mo dificações e adaptações sempre mais importantes do patrimônio cultural. Na época de Abrão, o ajustamento das normas de com portamento que 0 filho recebia do pai e que devia por sua vez mo dificar, era tão mínimo que (Thomas Mann o mostrou muito bem em seu romance psicológico “José e seus irmãos”) os homens da¬
quele tempo dificilmente distinguiam sua ijrópria pessoa da de .seu pai, 0 que constitui a forma de identificação mais perfeita que sc po.s.sa imaginar. O ritmo de de senvolvimento que a tecnologia impõe à civilização contemporânea é tal. que o patrimônio de tradi ções da presente geração é de maneira justa considerado como absolutamente antiquado pelo.s jovens. O erro que nos já memcionamos, a saber, que o homem poderia fazer surgir do nada uma nova cultura de maneira racional e arbitrária, conduz à aberração de pensar que melhor seria des truir 0 mundo dos pais para poder ●‘recriar” um mundo novo. Isso .seria efetivamente possível, com a condição de recomeçar no está gio do homem de antes de CroMagnon!
Mas a tendência largamentc di fundida de nossos dias entre o> jovens de tudo rejeitar sem discri minação, tem ainda outras cau sas. As transformações às quais está submetida a estrutura fami liar, qual seja a influência cres cente da técnica, visa a diminuir progressivamente os contatos en tre pais e filhos. Isto é já verda deiro para crianças. Como a mãe de nossos dias já não pode se consagrar plenamente a seu bebê. não é raro ver-se aparecerem per turbações que René Spitz qualifi cou de “hospitalismo”. Os sinto mas são uma deficiência grave e, frequentemente irreversível, da capacidade de relacionamento hu mano. Essas perturbações veem perigosamente reforçar aquelas da
faculdade de .simpatizar com cs outro.s.
Um pouco mai.s tarde, a ausên cia de exemplo paterno engendra problemas, sobretudo entre os raSulvo no meio de cam- pazes. ponescs e operários, um jovem dc hoje raramente vê s(>u pai no traHá menos ainda ocasião ballio. de ajudá-lo (‘ uma admiração c\c provar assim pelo homem em sua maturidade.
Da mesma maneira a familii moderna está privada da estrutu ra hicrárcpiiea (}ue ant igamonte conferia respeitável dignidade aos velhos. Um garoto de cinco anos é incapaz de estimar diretamonte a superioridade dc* seu pai do quarenta anos. Pelo contrário, ele é impressionado pela força fisicu de um garoto de dez anos e compreende a admiração que este dedica a s(*u irmão mais ve lho. de quinze anos. Ele tira disso ccnclusc3(>s intuitivamonte apropriada.s. se jiode ver seti irmão mais velho admirar a sujicrioridade intelectual do pai. O reconhccimcmto de uma situação hie rárquica não é um ob.stáculo ao amor. Cada um deveria se Icmbrar que, em sendo criança, amou menos as rava e às quais Ao contrário, ele as amava ainda iguais e infeEu mc lembro muito bem, do respeito que tinha
sobre nosso bando de- garotos de dez a dezesseis anos. Eu me re cordo, enfim, de quanto eu o ama va. Meu sentimento era de uma qualidade análoga â afeição que eu consagrei depois a certos ami gos mais velhos ou a mestres ve nerados. Dizer que uma hierar quia natural entre duas pessoas seja obstáculo a sentimentos cor diais. declarar que se trata de uma ●●frustração”, é um dos maiores crimes cometidos pela doutrina pseudo-democratica. Sem essa hierarquia a forma mais natural de amor humano, aquela que une normalmente os membros de uma família, nem sequer existiria. Milhares de crianças tornaram-se infelizmente neuróticas, devido à célebre educação “anti-autoritâria” destinada a evitar as frus trações.
na.o liessoas cjue admiestava submisso.
mais que a scu.s riores. ainda hoje por meu amigo Emmanuel la Roche, morto prematuramente. Qua tro anos mais velho que eu, sem-
●‘anti-autorltários” nao são pre me recordo da autoridade, ju-sta mas severa, que ele exercia
Como já disse nas obras citadas anteriormento, a criança educada no interior de um grupo sem hie rarquia se acha em uma situação absolutamente artificial. Não pidendo reprimir em si a tendência instintiva a ocupar o primeiro lu gar. ela tiraniza os pais despro vidos de resistência e se vê obri gada a assumir um papel de Chefe, sem o qual não se sente bem. Na falta de um superior mais forte, ela se encontra sem defesa num mundo que lhe é hostil, porque as crianças educadas segundo os mé todos amadas em parte alguma. Quan do ela tenta irritar seus pais para provocar de sua parte uma justa reação de indignação e “reclama palmadas”, ela não recebe a res-
posta agressiva que inconsciente mente esperava, mas se choca contra um muro de borracha de belos discursos calmantes e de frases ocas pseudo-racionais.
Assim como homem algum se identifica a um pobre escravo, ninguém está disposto a se deixar ditar por ele regras de conduta e, menos ainda, admitir os valores culturais que ele respeita. É so mente se .se ama a alguém do mais profundo de seu coração e se o admira ao mesmo tempo, que se pode adotar .sua tradição. Uma tal ‘imagem do pai” falta ã maio ria dos adolescentes hoje em dia.
Seu próprio pai .se revela frequen temente incapaz e o superlotamento das e.scolas e das universi dades impedem um professor esti mado de assumir esse papel. À essas razões de ordem etológica de rejeitar o mundo dos pais, vem juntar-se entre muitos jovens in teligentes as razões de ordem éti ca. Porque a massa domina nossa civilização ocidental contemporâ nea com a devastação da natureza, a cegueira aos verdadeiros valores e a corrida ao dinheiro, o empo brecimento dos sentimentos, a animalização pela doutrinação. Tais exemplos são manifestamen te indignos de serem seguidos, mas levam a esquecer facilmente todo fundo de verdade, de sabe doria inerente à nossa cultura. Certamente, a juventude tem boas e sólidas razões de entrar em contra as diversas formas de ‘‘E.stablishment”. Todavia é muito difícil distinguir quantos entre os jovens e estudantes reguerra
vcitados são movidos por essas ra zões. O que SC passa, no curso do? confrontos públicos, c provocado indiscutivelmente por todas as outras razões, por imi)ulsos que são, inconscicntcmonte. de <jrdem etológica e entre os quais o ódio étnico ocupa o primeiro lugar. Infelizmente, os jovens com motivos racionais, são também os menos violentos, de maneira que a ima gem aparente da rebelião c ampla mente dominada por sintomas de regressão neurótica. Sob o do mínio de uma lealdade incompre endida, os mais moderados entre os jovens são manifestamente in capazes de .se distanciar dos im pulsivos. Discutindo com os estu dantes, tive a impre.s.são que a proporção de pessoas razoáveis era muito menos reduzida do que se poderia acreditar, diante das aparências.
Não se deve e.squecer, apesar de tudo, que as considerações racio nais têm um poder de ação bem mais reduzido que a força elemen tar, instintiva, que se esconde por detrás dessas agre.ssões. Nós de vemos esquecer ainda menos as consequência que acarreta para os jovens mesmos, esta recusa ra dical das tradições familiares, por que elas podem ser fatais. Du rante a fase de “neofilia fisioló gica”, o adolescente está possuí do por um desejo irre.sistível de se juntar a um grupo e antes de mais nada de participar de suas '.^gr sões coletivas. Esta compulsão é tão forte quanto a de qualquer outro instinto programado durante a filogênese, como a fome ou a se-
xualidadc. Na lurlhur das hipó teses, esse instiiUo pode sc fixar sobre um objetivo preciso através da razão e da aprendizagem. Mas ele não pod(‘ jamais ser inteira mente dominado ou suprimido pela razão. Se ele aparece dominado, 0 perigc) do uma neurose será imi nente. No quadro de manutenção de um sistíuna cultural, o fenò-
meno normal no «.-.stado ontogênícü da pulDcrdacU' é que os ado lescentes .s(> parecem a grupo.s étnicos, a serviço de ideais novos e que eles (“mpreendem reformas essenciais das regras do compor tamento tradicional, .som para isso jogar por terra inteiramente o patrimônio cultural dc Assim, o adolescente seus pais. se identifica sem equivoco com o grupo jovem de uma cultura antiga, apega à natureza homem, ser civilizado por léncia, dc não conseguir encontrar uma identificação satisfatória não ser no interior dc uma cultu-
Sc ele é impedido pelos obs táculos que já falamos, elo satis faz seu desejo dc identificação e de pertencer a um grupo, tal como faria com um impulso sexual in satisfeito escolhendo um objeto de revanche. A ausência de di.scernimento com a qual as forças impulsivas reprimidas podem se descarregar sobre objetivos pantosamente mal adaptados, conhecida de longa data por to dos aqueles que pesquisam sobre o instinto. Mas
Ele .'50 profunda do cxcea ra. ese existem
COS exemplos tão surpreendentes quanto a escolha que fazem fre quentemente os jovens, em sua pou-
busca apaixonada por um grupo. Tudo vai bem enquanto não se pertence ao mais triste de todos os grupos, aquele dos drogados. Aristide Esser, especialista nesse cam po. mostrou que seria o tédio, do qual já falamos, mas antes de mais nada, o desejo de fazer parte de um clã. que levaria um número crescente de jovens a se drogar. Sc não existe um grupo ao qual se juntar, pode-se sempre formar um sob medida. Os bandos de jovens, em parte criminosos, como aqueles tão bem representados na comé dia musical “West Side Story” dão uma imagem simplificada e esqucmàtica do programa filogênico de um grupo étnico. Falta infeliz mente a esse programa a tradição cultural, que é o apanágio dos grupos não patológicos e normal mente constituídos. Como nos mos tra esse espetáculo, frequentemente dois bandos se formam simulta neamente sem outro fim que o de transformar-se no objeto de agressão coletiva. Os “Rocks et Mods”, que ainda existem, são um exemplo surpreendente. Esses grupos antagônicos são relativa mente toleráveis se comparados aos “Rockers”, de Hamburgo, cujo objetivo vital é moer de pancadas a velhos sem defesa. Uma viva emoção paralisa a ra zão porque o hipotálamo bloqueia o córtex. Para nenhuma emoção isto é tão verdadeiro quanto para 0 ódio coletivo, muito bem conhe cido sob 0 nome de ódio nacional.
É preciso se dar conta que o ódio da jovem geração contra a mais velha provém das mesmas ori-
gens. O ódio acarreta consequên cias piores que a cegueira ou a surdez totais. EIc tem a proprie dade de alterar todas as informa ções que se tenta dar e de inter pretá-las num sentido contrário. Tudo que se possa tentar dizer à juventude rebelde, afim de impedi-la de destruir os grandes bens, essenciais, que ela detém, torna-se a seus olhos uma empresa pér fida, visando à defesa de um "establishment” execrável.
não .somente os lorna cegos e sur dos mas tainbém incrivelmente imbecis. Será dificil exercer uma ação benfa/.eja em direção aos que nos odeiam. Mas dificil ainda, fazé-los entender que o desenvol vimento dc nossa cultura fez nas cerem valores tão insubstituiveis e respeitáveis quanto os i)roduzidos pelo desenvolvimento das es pécies. Po.s.sam elos compreender que é possível apagar uma cultu ra como a chama de uma vela. O
ódio
A Darex. associada à \V. R. Graee & Co. — dos Estados Unidos, há IB anos na fabricação de vedantes para indústrias de lulas, separac!nn‘s dc ba terias e embalagens plasticas, enti-ou no mercado da construção ( l\ il com o lançamento da membrana impermeabilizante aulo aderenl(; BiUithenc 10»0n. É um sistema exclusivo, podendo .ser empregado em lajes, fundações, juntas, túneis, reservatórios, silos, camaras frigoríficas, etc. É constituída dc uma camada única com espessura constante de 1.7 mm, sendo 1..5 mm de asfalto, borracha e aderente e 0,2 mm de polietüeno.
oOo
Um novo sistema de aeração de esgotos, portos e rios mais eficiente o barato que os tradicionais, está sendo lançado no país. De terra firme, um compressor comum lança através de mangueiras de borracha descargas regulares de oxigênio para pequenos cilindros situados no leito submerso. O oxigênio penetra o cilindro na base simultaneamente com a água que o envolve, e, através das cavidades interiores do tubo, processa-se a mistura, que é lançada de baixo para cima. Assim funciona o Helixor, equipamento destinado a promover a aeração artificial de rios, lagos e tanques poluídos, desenvolvido pela Polcon Corporation, do Canadá, agora introduzido no Brasil. O equipamento constitui-se simplesmente dos cilindros de polietileno com a parte interna formando espirais. Segundo os fabricantes, o com pressor e as mangueii’as não tém características particulares. A quantidade de tubos cilíndricos Helixor não é fixa. Depende de cálculos de enge nharia que determinam as condições do líquido poluído e a quantidade de oxigênio necessária para a sua “limpeza”. Cada cilindro de 45 metro e altura variável de 90 cm a 3,60 ó suficiente para lançar na água 30 kg de oxigênio por dia.
de cliã- cm
GÜSTAVC CORÇAO
AO s<» (!(' pãn vive o ho mem" dissr .Ies\is ao Tenlador que lhe propunha um programa socio-eco nômico dl- alta produtivi dade e. portanto, do grande al cance filanf ropico: t ransformar pedras mn pães. Ne.s.se momento o Diabo deu instruções estritas ã corrente histórica que já ganhara corpo de.sde o nascimento de Jesus. Sim. segundt) a palavra do próprio Jesus, num dos ti‘xtos capitais do Evangelho, “se {'u não tivo.sso vin do e não lhes houvt\ssc' falado, eles não teriam piscado; mas agora não tém desculpa iiara o pecado”. <Jo XV. 22)
Enquanto Jesus ensinava que o verdadeiro pão da vida c a pala vra do Deus e, portanto, é Ele me.smo a corrente histórica que já marcara scii primeiro avanço com o massacre dos inocímtes, passava adiante a palavra de ordem de Satã que sempre terá uma estra nha simetria com a palavra de Deus: “prometam o pão!"
Dezenove séculos mais tarde o exército da anti-igreja, que o Con cilio de Trento chama dc “mundo", no mesmo e.spccial sentido do ca pítulo XV dc São João, tornou-se corrente caudalosa c já anuncia um estuário de inimagináveis ca lamidades. Um lider expressivo dessa corrente, que na época se chamava de anarquista, foi um russo principe
Vm dos maiores escritores da linrjiia portuguesa, em qualquer épo ca: filosofo, polemista temível, professor, matemático por formaqão profissiGtial. o auter focaliza neste artigo um ds tonas de maior atualidade para o homem eoniempcranco.
Piotr Alekscievitch Kropotkine, desdobrava a bandeira da ‘'Conquls ■ ta do Pão" (1888>. Em trinta anos engrossa a corrente revolucionária na Rússia ã custa do sofrimento e da confusão trazida pela guerra de 14. Depois de tanta dor, inocula-sc na Rússia desmoronada o virus da Revolução, que é mil ve zes mais daninho e mais regres-' sivo do que a pior das guerras. A Rússia vencida na guerra é agora espezinhada, estuprada na Revo lução. Depois de confusos episó dios. cm que o povo, pobre povo! teve uma fugaz esperança da gruta de Ali-Babá. ,e em que o PRAVDA (que quer dizer VERDA DE!) publicou livremente um só número no meio da alegria estú pida de um povo espoliado e re duzido a ente de razão, e íogo de pois a nada. Os grandes gênios revolucionários tomaram o poder da grande revolução cio Século. Lenine transforma a Rússia numa > sigla: URSS e inventa a N.E.P. que faria o que Jesus recusou: trans formaria pedras em pães. Mas revolucionário e
esses gênios não conheciam os pri meiros rudimentos da história, da psicologia, da sociologia e, principaimente, da economia.
Não sabiam, por exemplo, isto: pode-se fazer um socialista com carne e alma de padre, de intelec tual, de filósofo, de teólogo, de so ciólogo, de ornitólogo, de dentista, de engenheiro, de costureiro, de pedreiro, de astrônomo, de orga nista, de pintor, de dançarino — mas é impo.ssivel, ou quase, con seguir fazer um socialista com a carne e a alma de um lavrador.
Ora, 0 Sr. Lenine, que tem no Petit Larousse um lugar roubado ao gênio e herói francês Augustin Cochin, morto heroicamente pela pátria em 8 de julho de 1916 no “cavaire de Hardecourt-aux-Buis”, repito — o Sr. Lenine inventou sua abstrata N.E.P. que custou mais vidas à Rússia do que as duas guerras mundiais somadas! Ninguém volta falar ne.ssas coisas porque o mundo está ocupadíssimo em mentir da manhã à noite. Sim, 0 pior massacre causado pelo comunismo não nasceu de uma violência sangrenta. Não foi rea lizado com sangue, mas, ao con trário, com a inanição de corpos exangues. Perto de 100.000.000. E foi craneada, genialmente con cebida por uma idéia do Sr. Le nine e seus assessores. Idéia ge nial: transformar pedras em pão.
Eleito Papa em fevereiro de 1922, Pio XI esbarrou na primeira tarefa que desde 1920 o preocupava como um pesadelo e que agora se im punha ao seu grande coração de Pai Comum como uma primeira
obrigação de mi.urioórdia: orga nizar uma obra de assí.stòncia para socorrer o.s rus.so.s que morriam de fome. Ao.s milhões. ?.Icu Deus! como poderá o pequeno Vaticano socorrer a fome da imensa Rússia. Parece-nos que ne.ste ponto do Século dois loucos se confrontam: um louco do Diabo, o um louco de Deus. O louco dc Satã pensa que uma N.E.P., uma Reforma Agrária, uma mudança dc estrutura podem transformar pedras em pão. louco dc Deus sabe que deve fazer pouco que estiver ao seu alcance, como obra de mi.sericórdia. .saben do também que outro c o Pão. cuja distribuição pelo mundo inteiro, depende de seu governo da Cáte dra de Pedro.
Mas a pequena obra de miseri córdia dc Pio XI, com a direção do Padre Edmundo Walsh S. J. membro da American Rclief Association entrou cm negociações com a missão americana, c ficou en tendido que a missão pontificai cooperaria com eles. Em 24 de julho de 1922 a missão pontificai partia da Itália para Ode.ssa. Se ria preciso escrever livros, erguer monumentos para celebrar a ab negação e a dedicação com que esses 12 religiosos atenderam às crianças esfaimadas, suportando todos os vexames que recebiam em troca dos agentes do Governo so viético. Diversas outras associa ções trabalharam para socorrer os russos que morriam dc fome, ví timas de uma teoria. Todas fo ram maltratadas e expulsas pelos soviéticos. A última a abandonar terreno foi a missão pontificai
O número dc
dirigida poln Pr. Walsh S. J. Tra balharam 2fi alimentados p.ir d-a Mil)la do 10.000 (outubro do bro). 6C.000 'do/omln-o
O.s centros de abasteci mento mai.s importantes .sc encon travam em Mo.scou dar, rm Rostov da Sibéria onde mai.s crucl.
e em Krasnoe até nos confins
miséria a cra Mais de 500 cozinhas públicas .separadas estudante.s, mutilados. para crianças, cegos e paralítlco.s, distribuiram mais de 30.000.000 de refeições num só ano. - oOo- — n
A míúor indústria
A resposta soviética não tardou. Primeiro proibiram todas as ativi dades assistcnciaís. O Papa Pio XI cm carta ao Cardeal Pompüli, escrita anos mais tarde, *'Eles preferiram entregar à mor te por fome milhões de crianças do que vé-las alimentadas pela Ca ridade cristã”. Em fins de 1923 jã começava na URSS uma cruel e eficiente perseguição religiosa. E não podemos dizer que nisto haja alguma contradição: ao con trário. essa reação está na lógica que risca no mundo a idéia de Satanás para admiração dos espí ritos fracos, que chegam a tra balhar nessas hostes, e até a pre gar que essa é a linha recomen dada por Jesus nos seus quatro Evangelhos.
Thosli é européia de ínonoblocos de concreto protendido, a (le uma empresa brasileira que vai atuar no setor: t-a/nn ’ de Concreto Ltda. Além da Thosti, duas Tnrfocf alomas íarao parto da nova sociedade: a MIC — Management Dimnni Consultants. de Eltiingen, especializada na fabricação de equi- ‘1 de construção civil e a Adam Sehring & íabri- Al leves para concreto e peças para concreto leve, de Lanempresas participarão com CrS 1,8 milhão do ffiínnJ? O capital majoritário (60%) pertencerá a duas fumas brasileiras: Protencht S.A. Engenharia Indústria e Comércio, de São Mctalurgica Erwino Menegotti. de Santa Catarina. Essas duas empresa.s parliciparao com CrS 2.7 milhões do capital inicial. QU-
A Brasmon senx conslruida em Atibaia em um terreno de 450 mil m2. conmçará a produzir em junho de 1974. Serào fabrica- CIOS nicialincnte tubos vibrados e centrifugados e dormentes, em' mono- protendido. Esses tubos vibrados são empregados em obras de sa- arnento basico c rodovias neste caso para captação de águas. Os dor- a-. ^7 apesar cie serem mais caros que os de macieira, têm a vantagem cada^l0^^° indefinida, enquanto os de madeira têm que ser substituídos a
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Companliia dc- Enlrcpostos c .Armazéns Gerais (ii-
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l.\'STRÜMENTO no GÜVICil.VO P.XUUST.A P.\K.\ O SOKKCn.MKNTO D\ .AGIIICULTÜR.A E .MKLHORi.A DO .-XB.XSTKCIMEXTO KM TohO O .FS'l'ADO.
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HOS DEMONiOS
A BERNARDES DE OLIVEIRA
Está 7‘€crudcsccndo a epidemia das perturbações mentais, segundo 0 autor, professor aposentado da Escola Paulista de Medicma, onde deu brilho à cadeira de Clinica Cirúrgica.
tes de Cristo, relacionado a figura de um deus alado, parecido com um mosquito com a malária. Se melhante correlação terá sido, tal vez inconscientemente, um fugaz lampejo na indagação das causas naturais das moléstias em contra posição às explicações místicas.
Muitos séculos se passaram para a .superação das misteriosas e obs curas teorias baseadas nas influ ências demoníacas como causas dos males que castigam a pobrehumanidade. Se penosa e lenta foi a marcha da ciência nos seus primórdios assume nos últimos tempos, o seu progresso, um ritmo dc aceleração geometricamente crescente. Contudo, não estão de todo banidas da mente humana as idéias ligadas à ação dos espíritos do mal e até mesmo a crença no ataque direto do próprio demô nio. capaz de se apossar de vitiincautas e transformá-las em a exibir as mas repulsivos monstro.s mais nefancias atitudes e perversoes.
AVIA na antiira Babilônia a figura ch' um espirito mau pcrseguidoi’ dos honums ]tara causar-lhes moléstias. Era o demônio ra/\i/ii cuia repre sentação se acha no Museu do Louvre sob a forma cU' um peque no scr alado com fero/ expressão no roslíj e parras aeressivas. As asas de.ssa e.seultura diferem da quelas comuns nos touros e leões da pstatuária mesopotamica para se disporem tal como se en contram nos insetos. Nfxo apenas pelo feitio das asas como também pela proporção dt'stas com o corpo da figura, a idéia sugerida pelo demônio Pazuzu é a de um mos quito. Na bas(' da escultura há uma inscrição com os dizeres: "Eu sou Pazuzú, filho de Hampa: o rei dos maus espíritos do ar que en raivecido violentanvmte sai das montanhas, sou ini". Os habitanle.H de.ssas rcgiõ('s acr(‘ditavam ser e.sse o gênio i')eemihento produtor das febres peculiares aos seus pân tanos. A medicina da ciwca era tóda inspirada na ação dos agen tes ocultos, espirito.s do mal capazo.s de atacar homens e animais causando-lhes danos, dores c afli ções. Como consequência a tera pêutica era, naturalmente, dirigi da no .sentido dc afugentar tais seres c se baseava na prática dos encantamentos, invocações e ri tuais mágicos. Eis porque causa- noticias frequentes, relatam a dinos surpresa e ate admiração tc- fusão duma demonolatrla como nham os babilônios, 3.000 anos an- responsável pelos mais revoltantes
Na Europa, nos Estados Unidos ' <
crimes, e, para mais agravar a .si tuação, surge 0 uso do.s alucinó genos c drogas entorpecentes de efeitos perturbadore.s do equilíbrio mental. Basta alertar para o sucesso de um livro recentemente lançado, “O Exorcista”, e a re percussão provocada pela sua ver são cinematográfica. Trata-se de uma abominável descrição de ce nas de violências de permeio com repugnantes desvios sexuais, apa recendo 0 demônio como o agente desencadeador do tenebroso epi sódio. E dizer-se que o tema dessa monstruosa e falsa literatura foi sugerido por um religioso!
A medicina esteve sempre en volta por um halo de magia, público leigo não raro vê nos su cessos médicos os efeitos de artes misteriosas, e, no fato confiança deposita .sua fé tal como, outras vezes, 0 faz pela invocação dos santos de sua devoção.
Não se pode negar efeito ao fator sugestão como, outrossim, impru dência
seria recusar-se 0 recebi mento da fé como elemento de cura. Bem verdade é que as cha madas curas miraculosas são da mais insigne raridade. Garrei, no seu livro (Le voyage de Lourdes, Plon) apenas consegue identificar 0 caso de Marie Ferrand como de
fen.sivas naturais do pruprio orga nismo (roaçõe.s imunitarias e mecani.smo.s dc auto-prciterão ● : e. por fim, curas produ/.icias poj' meio.s diretos, a saber, quimicos 'drogasi. fisicos í radiaçõcs.i (cirurgia». Cada jiiecunicos um de.s.se.s pro cessos i^odc, porém, se apresentar como util, inócuo ou mesnm no civo, consoante a üjjüitunidade e modalidade e do .seu (-mprogo. Se, abrirmas um papel ao mecanLsmos das ações iisíquica.s na medicina (.sugc.stão, psicanálise, hipnotismo, otc.»
nifica aceitarmo.s o flagrante retroce.s.so a conceito já pelos babi lônios abalado, a acão do demõa.ssim nao por i.sso sig-
nio como cau.sa do perturbações. Hoje em dia .sabc-.sc que a his teria, as molé.stias mentais, a su gestão coletiva ou individual ex plicam essas manifestações, ciência esclarecendo e apresentan do as leis e mecanismos dos fenò-
E a menos para afastar as explicações metafísicas. No momento em que 0 raio foi explicado como faLsea elétrica saltando entre pontos de potencial diferente, ficou dispen sada a pre.sença de Jupitor irado com seu punho a desfechar raios mortíferos.
A voga das práticas demoníacas, a literatura explorando temas se melhantes, 0 cinema obtendo su cesso fácil nesse campo envolto pelos atrativos do mistério, 0 uso de substâncias de violento efeito alucinógeno, tudo isso correspon de a um rccrude.sclmcnto das “epi demias” dc perturbações mentais medievaiSi tão perigosas nos sens desdobramentos quão injustificáfato milagroso, 0 que, por sinal, coincide com 0 escrúpulo adotado pela própria Igreja.
Para efeitos de simplificação poder-se-á distinguir na atuação médica três mecanismos funda mentais: Curas através de efeitos psiquicos (terapêutica pela fé) ; curas consequentes às reações de-
veí.s 110 Lstauiii j( mentos mental ó nrssa 1 (ios conhecihigicnc rnioríièm-ia cha mada para r.'ml)aU r cís clolotcrio.s agentes dessa inciuuhac^ão. pois os fracos e sugestionáveis podem su cumbir dentro das trevas da con fusão mental e assim surgir um surto de manias com os mais te míveis danos pessoais e coletivos. A Cionl il icos. 4
oOo
Já a funriom.r a Bolsa Internacional dos Combustíveis Nu- | clearo.s (Wnrhi Niulcar l'iu‘l Markel) que tem a sua sede na cidade de Sea Island. n<» (‘siado da Geórgia, nos Estados Unidos. A Bolsa foi promo- 7 vida pela ●■Nuch^ar .\ssurance Corporation” (sociedade particular surgida ç em 19GH para i i‘si)otulcr às exigências especiais da crescente indústria pa- ^ cifica do atoino). O n(»vo mercado de contratos constitui um ponto de en- j contro mundial das complexas transações de combustíveis nucleares. Coisa IntL*rnacional cK)S Cc»mbustivcis Nucleares oferece todos os serviços de uma Bol'.^a dc Mercadorias, com a particularidade de que o combustível ^ nuclear nau pode ser (ú)jcto dc especulações por parle do público. Já ade- °S riram a nova ihdsa I-IT indústrias norte-americanas, canadenses, européias, 'L japonesas e australianas. Os objetivos da nova Bolsa são: garantir a provisão de c-omluisli\‘el aos seus clientes da maneira mais econômica possível, ]£ fornocc!' intormaçoes ijormenorízadas. que so ajustem às exigências de cada indústria, criar um sistema mundiai eficiente para evitar a escassez do combusli\C‘l nuclear, inclusive mediante a criação de depósitos para os excedentes. Atualmente, existem no mundo 120 centrais nucleares, das quais 40 estão nos M^^tados Unidos. Em 1985, segundo as atuais previsões, existirão 200 ecmlrais nos Estados Unidos e 250 no resto do mundo. A oOo
As foianas para lajes Upo caixão-perdido, feitas de papelao ondulado e lançadas pela Divisão de Embalagens da Klabin, são leves, desmonláveis e facilitam o IranspoiMc vertical: numa só viagem o elevador de carga é capaz de liamsportar mais de 200 unidades. Duas pessoas são suficientes para montar as formas que podem ser instaladas sem perigo de erro, pois as abas na medida dos \'ãos indicam a posição correta. Essas mesmas abas, alérn de impedir a infiltração de nata, evitam que o madeirit entre em contato com o concreto. Ejn consequência, ele pode ser facilmente retirado e reaproveitado. Durante a concretagem, feita com carrinhos ou bombas, a colmeia interna garanto a resistência da forma. Segundo os técnicos, elas não só facilitam a instalação dc tubos do eletricidade como reduzem 0 des perdício do concreto de G a .
Guaraná ANTARCTrCA
uO problema da energia no futuro
THE ECONOMIST
MA proúcia para este ano. ciut* pocU' i^ancvr antieonvencional. mas trm boas possibiliclaclcs (Ir tornar-se verda deira,
t po.ssivcl argumentar (pie o mundo pocUu a li'r i'xeesso do ener gia. anles do üm do presente de cênio. A atual ‘‘erist''’ de energia é mais ou menos a déeima-quinta voz. desdo o tim da guerra, em cpie uma grandi‘ maioria de cidadãos influentes juntou-.se para dizer (lue determinado produto serã dese.sporadamentt' escasso ate o fim deste século. Em cada uma des.sus ccasi(")es. o mundt) fi'Z com que o produto em questão tivesse enor mes excedentes, cm um periodo de cinco a dez anos.
Os motivos são muito Uigicos c também do natureza técnica. Nas condições atuais do alta elastici dade tanto da produção quanto da .sub.stituição. .sem falar na sur preendente simultaneidade de muitos projetos de investimento, provocamos atualmente a super produção dc qualquer coisa que os políticos e os comentaristas acha ram. cinco ou dez anos antes, que seria mais urgentemente necessá ria, porque tanto os governos, que bu.scam o consenso, quanto os pro dutores privados, que buscam o lucro, .são levados por esses comen tários a criar, precisamente no me.smo momento, um ciclo de super-produção.
Á prestigiosa revista inglesa tra ta do problema, à maneira britâ nica, coííi ''htnnonr".
Em 1946-49. todos os especialis tas agrícolas previram uma escas.sez permanente, nc após-guerra, de áreas temperadas e, sobretudo, dc laticínios: resultaram dai, em questão de uma década, monta nhas de manteiga. Em 1950-5L a presperidade criada pela guerra da Cc.réia teria demonstrado, segundo diziam, que os preços das matérias permaneceriam sempre ascenden tes: ao contrário, muitos só conse guiram recuperar seu apogeu de 1951 em 1970.
medidas reta-
Em meados do decênio de 60. di ziam que seria impossível vencer a lacuna tecnológica existente en tre os EUA e 0 resto do mundo. Decorria dai que o dólar, em breve, seria desvalorizado. Em decorrên cia das modas passadas, criou-se atualmente, no mundo desenvolvi do. um desafortunado excesso tan to de mecanismos dc controle da natalidade quanto de antipoluidoras, embora a guarda dos pregadores de ontem sobre as taxas sempre ascensionais de nascimentos c o constan te aumento da poluição ainda se enfureça quando lhe são mostra das as estatísticas.
A energia já desempenhou seu papel neste jogo de “enganar o
profeta” três vezes dcsclo o fim clu guerra. Durante a crise cio car vão de 1947, dizia-se quo o mineiro europeu ou japonês não deveria ter medo de perder seu emprego até o fim deste século; em ques tão de dez anos, a maioria das minas de carvão da Europa e do Japão tinha fechado. Em 1956, a França e a Grã-Bretanha entra ram, por um breve período, em guerra, porque o fechamento do Canal de Suez, durante uma se mana, faria com que a Europa morresse à mingua de petróleo e causaria uma insuperável crise mundial, de navegação, embora todos concordassem que essa in vasão poiúa os dois países na lista negra dos árabes pelo espaço de um milênio, no minimo. Em vez disso, a Europa continuou a transferência do carvão para o óleo, mais barato, mesmo depois do canal ter sido fechado outra vez; 0 contra-almirante que Harold Macmillan nomeara para ra cionar a parte britanica da nave gação mundial ainda estava for mando sua equipé de trabalho quando começou o maior exceden te de navegação mercante que o mundo jamais vira; e dentro de um tempo bem menor do que um milênio, a França e a Grã-Breta nha transformaram-se nos paladi nos europeus dos árabes. Diz-se que o abastecimento dc um produto é elástico, em um pe ríodo de quatro a cinco anos, quando um aumento de 10 por cento em seu preço (acima da mé dia dos demais aumentos de pre ço) , deverá expandir, em cinco
unos, a ;-.ua pi‘odu<:iM' «111 Hi ))ür conto acima do (luo seria nnrmalmente esperado; a del iniçâo o con veniente porque não é exatamente ccmensurável. Nós último 200 anos, a energia parece ter tido maior elasticidade de fornecim(“nto do que qualquer outra mercadoria, com exceção do transporte. Em verdade, a aceleração da elastici dade dc fornecimento dessas duas coisas c 0 que defino a revolução industrial criada pela máquina a vapor de Watt. em suas linhas gerais. Um produto tem, cm ge ral. grande elasticidade de forne cimento quando: a) pode ser pro duzido dc muitas maneiras dife rentes; b) a tecnologia acha-se à beira de criar novos processos, mais poderosos, dc produção: c) seu sistema dc distribuição pode ser grandemente melhorado. A superabundancia também ocorrerá se: d) parecer razoavelmente fácil economizar o gasto do produto. A energia preenche abundantemente cada uma dessas condições.
Há muitos milhares de modos para libertar a energia aprisionada na matéria. Vão desde modali dades insignificantes como a li bertação de 25 BTU (“Britlsh Thermal Unit”, ou unidade brita nica de calorj em uma libra (pou co menos de meio quilo) de maté ria, ao deixar que uma libra de cintas elásticas se desenrolem; passando por outras menos insig nificantes, como as 20 mil BTU liberadas no ato de queimar uma libra de gasolina; passando, ainda, por modalidades mais comprexas, como a fissão do isótopo U-235, .
cm uma libra dt urânio, que li bera 251) mibuuM (ir fls.sãü du lu-lin riu uiua libra de hidrogênio, (pir lil)i‘ra 260 mil billlÕOS dr BTU. Xolr-.M‘ ultimo sistrma. no (pial as águas do oc(‘ano podrruun srivir como um ilimitado rrsnvalorio dr combii.^tivrl. luirtanlo. mais do que IC.OOü.ono.ooo dr vrzrs mais efici(‘nt(\ ))or unicladr dr matéria, do que a fimúma dr uma libra de óleo dos arabr.s. Srm dúvida, as descoberla.s trrnologica.s Icvarao cada vrz no srnticlo da utilização da.s fontes mais limpas de rncrgia. qur -sr arham no topo da es cala.
equivalente de três quartos da .. BTU; aU* à importação anual do petróleo da í Grã-Bretanha, resultante do em prego de carros de gasto energécpie esse tico menor, como os europeus, revolução, atualmente em marcha da microminiaturização com cir cuitos integrados, economizará enormes quantidades de energia ■ porque seremos cada vez mais ca pazes de instalar, em uma ficha do , tamanho dc um selo de correio, ^ um circuito elétrico com as cone xões apropriadas, que anterior mente teria exigido quantidade de máquinas capazes de encher toda , Uma espantosa econo-
A
A. distribui(;ão da rlrtrieidado — c. em vrrdadr. dr toda a cncré crassamontr ineficaz. ;\s altas chaminés das centrais britânicas produto ras dc força e veremos que a maioria delas lança no ar dois ter ços do calor c da energia que se ria capaz dc produzir. Lembremos que o controle da maioria dos meios dc Iransmis.são de energia liberada dc seu armazenamento na matéria está em mão.s de monopó lios (incluidos os serviço.s públicos, que são da pior e.spécio) que não têm .se interessado em economizar o uso de.ssa energia, porque aos seus sistemas de distribuição, que vão desde garagens a Unhas antidiluvianíis de transmissão elétri ca, falta o incentivo competitivo de melhorar a tecnologia para atrair mais fregueses.
uma sala. mia de energia pode até mesmo ser conseguida por meio de uma l^equcna modificação nos horários de trabalho iPor que não permitir que a parte da Grã-Bretanha ao sul do Trent — mas não a parte ao norte — volte neste inverno ao herário britânico de verão?).
Acima de tudo, a maior das três grandes revoluções do transporte, desde a antepenúltima década do Século XVIII. aproxima-se hoje de toda velocidade. Evidentesubstituirá a revolução
Consideromas nos, a mente, criada pelo motor de combustão i interna de forma tão dramática J quanto este último substitui o va¬ por, e acontece que sera volução extraordinariamente eco-
Entre as possíveis economias de o combuí-tivol a serem praticadas pelos norte-americanos c.stá a do
nomizadora de energia. Essa nova e grande revolução dos transportes é a telecomunicação. Uma vez '* instrumento essencial para' j uma reque 0 0 futuro do homem de negócios, computador, fala com outros computadores por telecomunica ção, não tendo que se deslocar no 1
espaço, grande parte das atuais viagens de negocios e, mais adian te, as viagens particulares rumo ao trabalho, vão tornar-se desneces sárias, nas principais funções de crescimento das sociedades pósindustriais. Ainda mesmo na dé cada de 70, parte desse desloca mento será substituído pelo gran de crescimento das transmissões de telex, pelas transmissões de “facsimiles por telecomunicações, pelo quadrofone, etc. Como não existe motivo lógico para que o cu.sto das telecomunicações aumente com a distancia, muita gente, cm fins da década de 80 deste século, comunicar-se-á diariamente com seu escritório em Londres, embora mo rando em uma ilha do Pacifico, caso Í.SSO lhe agrade; a elevação temporária dos preços das viagens a óleo, no início do atual decenio, ajudará a incentivar esses hábitos. Alguns críticos dirão: “Quais es sas invenções de ficção científica estarão realmente funcionando daqui a seis ou sete anos”? A “pons asinorum” da Economia consiste em reconhecer porque essa pergunta é absurda. Se al guém cometesse a tolice de tra çar um modelo de computador da economia energética dos próximos seis ou sete anos, teria de combi' nar milhares de maneiras possí veis de produzir energia, mudan do os sistemas de distribuição e as tendências de consumo desses sis temas e acrescentando as estima tivas de atrasos para cada um, os preços atuais e ainda as supostas elasticidades de suprimento e substituição para cada um desses
sistemas, formando uma equação cujos fatores stuiam da casa dos multibilhões. Os governos qur criam "politicas energéticas" não trabalham com modelos dessa or dem e sim com as advinhacões de alguns auxiliares e um ministro, motivo pelo qual nenhuma de.ssas politicas apresenta po.ssibilidadcs de ser correta. Os apostolos do mercado livre dizem que este che ga infalivelmente a melhor res posta po.ssivel á citada equação. Em verdade, faz algo geralmentc muito menos perfeito, mas ainda bastante util; um mercado livre levará geralmentc a mistura das tendoncias de producão-consiuncdistribuição para dentro do espec tro dos “vários milhões dc réspo.=:tas po.ssíveis”, que não «ão total mente incompatíveis com a equa ção de fatores na e.scala dos mul tibilhões.
Se mudarmos sistema. algum preço no marginalmentc. um esppctro diferente, ainda que com vários pontos sobrepostos, dos “vá rios milhões de respostas po.s.síveis” .sub.stituirá o atual espectro: sc o mercado já escolheu, um tan to ao aca.so, uma das respostas, dentro das parte.s do espectro que se sobrepõem, então nem a pro dução nem a demanda mudarão com a mudança do preço, e tanto 0 abastecimento quanto a deman da são considerados surpreenden temente inelásticos nesse âmbito de preços. Mas se mudarmos as expectativas sobre o preço da mais importante fonte atual de
engronudos às relações existentes dentro da equação de fatores na casa dos multibilhões, neste mo mento. Portanto, a unica respos ta adequada à pergunta: "Estão contando com progressos no cam po da magnetohidrodinamica. da energia solar, da fusão ou do quê?”, começa assim: “Bem, o aper¬ feiçoamento da magnetohidrodi namica afetaria os multibilhões de fatores da equação energética das seguintes multibilhões de maiieiNenhum economista pode energia, istu v. n jn tròU'o. de mo nos do 8 dólares o barril, antes deste outono, para um nível no qual o i)üvo. o-.s 'uivcu nos e os inter mediários cpu' buscMiu lucros che gam a crer (nu“ si>rá de mais de 12 dólares, ou 17 ilólares o barril »ou seja (|ual lor o algarismo q\ic tenha sido imaginado mais recentemonte pela espm-anea dos ára bes ou ]U'lo jíãnico temi^orário dos leiloeiros», então todos os elemen to acima citados. ])assarão subita mente a acreditar que bilhões dc possíveis r(‘S]iostas novas serão mais lucrativas do c;ue aquela dos “vários milhô(‘s cU' resi^ostas pos síveis” Cjue está mais em vigor na atualidad(‘. Se os demais fatores inalterados, so mas os dof atores não permanecerão
ras”. dar essa resposta porque: ai ele iá estaria morto antes de chegar ã resposta número um multibilhão, além de que demorar cem anos responder a uma pergunta )Dara sobre o que fazer nos próximos sete anos não é muito util. economista pode dizer é i-ecentes mudanças aluciexpectativas sobre pcrmanccessíMU riam mais lucrativas: O que um que as nadas das preços do petróleo levarão a superabundancia de energia, dentro de um espaço de tempo discutivol. segundo tudo o que acerca de elastimais imutáveis iiorcpie os próprios emproondimmitos novos os transfor marão. É devido ao fato dc não o.s se poderem colocar nuiitos quarto.s de litro numa garrafa de meio litro, ou uma expectativa de bi lhões dc respostas i‘)o.ssiveis numa situação em que somente alguns milhões de respostas mutáveis se rão possivelmente lógicas, cm qualquer momento dado. que as previsões dc e.scassoz permanente geralmente levam, na atualidade, em questão dc pouco tempo, a uma embaraçosa situação do .supera bundancia.
É sempre muito dificil persuadir os indivíduos dentro de cada in dústria em particular, ou dentro do “estabelecimento" cientifico, a compreender is.so, porque todos os seus hábitos dc pensamento estão
uma se
sabe até agora cidade do s\ipriniento energético. O argumento mais sério do outro lado c o de que esse tempo, contu do. talvez se estenda para além do fim da década de 70, devido ao tempo supostamente longo que deverá passar antes que as mu danças possam entrar em efeito, o oue é verdade para certos aspectos dos investimentos, mas muito imIjrovávcl quanto ao funcionamento econômico da demanda ou este argumento é melhor — por que a elasticidade da substituição de um sistema com base no petróp
leo para outro baseado em forma diferente de energia será pouca, pois estamos romanticamente li gados às dispendio.sas máquinas servidas pelo petróleo, com o.s automóveis que possuímos. Há três respostas.
Primeiro, a velocidade da mu dança foi, de fato, muito rápida no sentido para baixo. Muitos es quecem que, de 1963 até o início da presente década, a “questão do petróleo” nos EUA significava não permitir que os milionários texanos do petróleo ganhassem tanto dinheiro. Em verdade, foi esse modismo populista da década pas sada, nos EUA, o responsável por grande parte da atual “crise"’ tem porária de energia. Em 1964. os tribunais norte-americanos obri garam a Comissão Federal de Energia, ainda despreparada para tanto, a regular pela primeira os preços cobrados pelo gás natu ral; por 1970, a comissão tinha mais de 2.000 casos sobre custos para julgar e anos para lhe dar resposta, preço autorizado desse combustí vel pouco poluidor e de primeira qualidade foi, em consequência, tão baixo e desatualizado que não só tornou anti-econômica a pro dução de gás natural como tam bém deturpou o mercado para os demais combustíveis, cortando seus investimentos justamente no momento errado. Através dos anos em que a crise ia se forman do, 0 preço da gasolina nos EUA era de mais ou menos a metade do que na maioria do.s outro.s paí ses. No primeiro orçamento do pre-
.sidente Nixon. cm 1969. houve aprovação g('ríü (iuando cie cor tou a pro.specção iJctrolifcra ao re duzir os sub.sidiü.s de i)ctróIco c gás de 27,5 por cento para 22 por cento. Depois, em 1970-72, a.s res trições antipoluição dirigiram-se de maneira muito e.special contra as indústrias energéticas. Em 1971. a iM-ospecção jjetrolifera atingira .seu ponto mais baixo nos EUA desde 1947. Um dos motivos pelos quais Herman Khaii c outros crêem que vai .ser fácil intensifi car a produção dc energia nos EUA é o de que estão entre os poucos que .so lembram o quanto foi fei to, durante toda uma décad.\ para diminui-la.
Em segundo lugar, a.s cifras muito baixas geralmcntc atribuí das às reservas dc petróleo cm todo mundo referem-se, cm maio ria. a re.servas descobertas nos tempos em que quase a única ma neira de se encontrar o ouro ne gro era confiar no olfato de um texano. Existem atualmente meios muito mais amplos, e ainda em expan.são, de achar petróleo, atra vés da sondagem eletrônica ligada a si.stemas computarizados.
Ein terceiro lugar, deverá sur gir, gradualmcnte, a compreensão de que o mecanismo por meio do qual o preço de alguma coisa é determinado é, de fato, um pouco mais complexo, mesmo tratandose de petróleo, do que a vontade de um árabe. Portanto, o preço do petróleo deverá cair muito, bem antes da superabundancia de ener gia que será criada por .siia asconção, neste inverno; mas é imvez
levaria uns treze
provável quí' oeona a tempo de deter a superabundaucia enerRÔtlca, porque o.s novos investimen tos c os novos liabilos já estarão em andamento. Até este inverno, parecerá ma reinai mente provável que o preço cU) oleo subiría, em 1970-80. em porceuitaRem maior do que os demais preços: a principal consequência dos últimos três me ses é a de que. presumivelmente, a elevação s(*rá nuuior do que a dos outros preços.
A maior parle deste artigo não é agradável inira a Grã-Bretanha. Com efeito, a ●●mina” petrolífera britanica do Mar do Norte talvez só atinja o fluxo pleno quando o petróleo estiver se aproximando
oOo
da supcrabundancia. E é possí vel que 0 bilhão de libras que os britânicos estão gastando em mi nas de carvão será um desperdí cio. pois seria de surpreender se, até meados do decênio de 80, per manecerem ainda em fimcionamonto minas de carvão manejadas pelo homem. Consequência mais trágica será a de que, no Natal de 1980, a mais meritória caridade talvez consista em socorrer os Es tados árabes, arruinados por sua monocultura de um petróleo que ninguém mais quer — caridade que. segundo todas as probabilida des. será principalmente subscrita por judeus ricos. Ninguém vai chorar muito por causa disso.
Foi necessário (pio ole triplicasse para que fosse conhecido; atualmente, o preço do um liarril dc petróleo bruto é visível. Na Arábia Saudita, o Con sórcio Arameo. (pic é o primeiro produtor árabe e que opera nesse Pais por conta da Kxxon T('xaco. Socai e Mobil, utiliza um sistema especial: "o preço afixado", o qual, embora teánico em qualquer outra parte, é aqui estritamenle ai^Ücado na prática. Com efeito, a Arameo vende a seus clientes — na maior parte seus acionistas — o barril de produto bruto ao “preço afixado”, oii seja. 11,65 dáilares por sua qualidade de petróleo. Po rém, a Arameo restitui a seus acionistas a diferença entre esse preço afixa do e o preço do mercado — ou seja. 4.07 dólares — sob a forma de divi dendos. Além disso, a Arameo está autorizada pelo governo saudita a le vantar antecipadamente uma margem beneficiária de 45 cents. A esse lucro c necessário que se acrescente 13 cents de custo de produção por barris dc 159 litros, como também 7 dólares de taxas e impostos à Árabia Saudita, a fim de atingir 7.58 d(ilares do preço do mercado.
Num breve esquema, temos o seguinte:
Barril vendido pela Arameo a seus clientes = 11.65
Lucro -t 0,45; Dividendos para os acioni.stas = 4,07; Lucro da Arameo =
‘3% 4,52.
^ wf
Sempre que Você enconhar utnaínslituícâo financeira com o nome Comind, Você vai idontiíicã-la com Con^ CiO‘- lndij‘;tna Concentfanao o'JoKo:r ri.-iii.MMijo ser.ico^ unificanüj o b.i' .Cí inKT'OrCK) e liuiusí/ia d*- Sãu P.juit^ ( j'u,"0 - P'OCurg ● .iifiidiMitrnto ii Vck;<- ijfTtr-íi[ '●●ní' ! I vl'
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j)iauro(to(fommmiocjjHÒus(vi*UcJ‘ão^fUilo.§A ^mitiò - Banco de Investimento S. A. ^niiii6 - Financeira S. A.
Cfédita,Financiamontoelnvostimonlo
^minò-S.A.de Créditolmobilíárío ^minó - Companhia de Seguros
^intnò - Armazéns Qerais S. A.
Desenvolvèmenío Urbano
ríQ
America Latina
BAN('0 INTERAMERICANO DE DESENVOLVI^XENTO
rápido c-rcscimonto demotiráfico do setor urbano o as pressões resultantes que pro voca sóbre a estrutura eco nômica e social das naqões latino-americanas é um dos fenô menos que inquiida aos interessa dos no prop;r(‘sso da América La tina. Existe alJundantc^ bibliogra fia dedicada ao (‘studo dc vários aspectos da urbani/.aeáo latinoamericana a ela deve-se acres centar o recente interessante artigo do Banco Interamericano de Desenvolvimento «BID». O Rela tório Anual de H)G8 do Fundo Fiduciário do Progresso Social (So cial Progress Trust Fundi, inti tulado Progre.^so Socio-Ecoiiômi.co na América Latiría dedica uma se ção completa ao estudo dos alcan ces do desenvolvimento urbano na América Latina e seus problemas corrclativos.
O trabalho ogíd estampado, joi re sumido por Rosclyn G. Taylor, de Relatorio Anual do Barico Interamcricano de Desenvolvimento. Trata dc uma das Qítesíôes Que mais preocupam governos e estu diosos des problemas continentais.
0 grau das transforniações de es truturas ocorridas: parecem, mais, 0 resultado da ação de fatores em grande parte autônomos'*, soante o BID. esta diferença é que faz que a acelerada urbanização da América Latina seja “um pro- , blema e inclusive um obstáculo para o desenvolvimento sócio-econòmico ordenado da região”.
Os alcances da Situação
A tese principal do artigo 6 a comparação entre a forma assu mida pelo processo de urbanização nos paises hoje industrializados c as condições cm que se realiza o atual crescimento urbano na Amé rica Latina. O Relatório assinala que enquanto o crescimento dos centros urbanos no mundo desen- os volvido era parto dc uma trans formação econômica c social to tal, “em contraste os processos de urbanização na América Latina não demonstram estar acordes com
Con-
O Relatório assinala que desde 1920 0 crescimento absoluto do se tor urbano latino-americano foi muito elevado, ultrapassado xmi- ^ camente cm anos recentes, pela África. A população nos centros urbanos com mais de 20 mil habi tantes aumentou em 24,5 milhões de pessoas entre 1950 e 1964, nos 16 países onde foram realizados recenseamentos, sendo que 4 desses paises concentraram 21 mi lhões: Brasil (9,4 milhõesh Mé xico (4,2 milhões), Colômbia (3,7 milhões) e Argentina (3,7 mi lhões) .
CflíALlCO N-O 1
América Latina: Percentajíens de População Rural 1960 e Projeção para 1980 por i’aisc.s (1)
frbana. 19jÜ. (● i?50 ●●9Í0
Inas mes-
A população rural também aumentou, embora não mas proporções. Em 1950 a popu lação da América Latina era 25% urbana e 75% rural, mas uma dé cada depois as proporções eram 33 e 67 por cento re.spectivamente. Conforme estimativas da CELADE, para 1980 do total da população prevista de 368 milhões, 218 mi lhões, isto é, cerca de 60 por cento, estará vivendo em centros urba nos. ^
A mais alta taxa de crescimen to urbano do período compreendi do entre os doi.s últimos censos foi
a de Hondura.s iG.4'/;». .seguida pela Colômbia (G,3Çv), Panamá c República Dominicana (cada uma G,2%) e Venezuela (6.1%i. A Ar gentina registrou o índice mais baixo de crescimento com 2,8%. íVer Quadro N.o 1).
As diferenças nas taxas de ur banização (definida como a pro porção de aumento urbano no to tal do crescimento populacional) têm várias causas. Na Argentina e no Chile, por exemplo, as taxas baixas refletem os altos níveis de urbanização já alcançados. A taxa dc urbanização no México é baixa
l'!( 55 ) M ) M 1 ( II
por uma ra/.m (■.'.pri-ial: :i capaci dade cl(í camiu) para manti‘r a po pulação rur.il r a cios iiccjucnos núcleos aprieoias. ●para o cpiai do ponto flf Vista ilu BID sivelmcntc tenh.i contribuido o seu processo dc rctonna ai\rái‘ia. Esta
posQuadro N.o 1
experiência pode ser de grande importância para os restantes paí ses da região com altas taxas de urbanização, já que demonstra não ser impossível diminuir o ritmo dos processos de crescimento da população urbana”.
AMERICA LA IiNA: TAXAS DE CRESCIMENTO DA POPULAÇAO
URBANA E DE URBANIZAÇAO POR PAÍSES
Fonte: CELADE. Iniormacâo proporcionada diretamente ao BID.
Taxa dc
1’ai.s
Argentina
Brasil
Colômbia
Costa Kie.a
Chile
Equador
El Salvador
Guatemala
Hondura.s
México Nicaragua Panamá
Paraguai Peru Rcp. Dominicana Uruguai Venezuela
Poriodo
Intereensal
1P47-G0
1950-G0
1G51-64
195Ú-G3
1952-GO
105Ü-G2
19.50-Gl
1950-Ü-l
1950-61
1950-60
1950-63
1950-GC
1950-62
1940-Gl
1950-50
1903-63
1950-Gl
Crescimento da População
Urbana Total Taxa de Urbanização
Montevidéu, contam Santiago com mais da quarta parte de sua população nacional. Considerando a “primazia” compartilhada por Quito e Giiaiaquil, no Equador. 16 países tem mais da metade de sua população urbana concentrada na cidade-capital. Brasil, Colômbia, México e Venezuela são os únicos
Uma das características mais surpreendentes da urbanização latino-americana é o predomínio de uma cidade grande, que geralmente é o ccnti^o politico, eco nômico c cultural do pais. Con forme o estudo indica, nove zo nas metropolitanas da América Latina geralincntc têm populações superiores a um milhão de habi- paises em que isso não ocorre, tantes; três delas, Buenos Aires, Contudo, suas maiores cidades, e 1
IRio de Janeiro, São Paulo. Bogotá, Cidade do México e Caracas, tem mais de um milhão de habitantes cada uma e con.stitucm claramcnte pontos focais para o re.sto do país.
Fatores de “Repulsão” e '■Atração '
O rápido crescimento das cida des latino-americanas d^ve-sc às altas taxas de crescimento natural e a uma forte migração rural ur-
As correntes migratória.s bana. contribuem com aproximadamente cre.scimento urbano õ0% para o da região; assim, de 28,1 milhões da população do continente durante a última dé cada, aproximadamente 14 milhões do incremento eram migrantes do campo.
Os migrantes são atraidos para a cidade como resultado dos fato res de “repul.são” c “atração". Entre os fatores dc “repulsão” acham-.se: a injusta distribuição da terra e a consequente incapa cidade do campo para prover mais dc que uma simples subsistência, a ausência de um claro direito de propriedade da terra e niveis sa lariais extremamente baixos.
Em comparação com a notável falta de oportunidades no campo, as grandes cidades surgem aos olhos dos homens do campo, e.specialmente dos mais jovens, como centros de oportunidades econô micas e sociais. A acentuada per cepção dêste contraste e sua expre.ssão em ações, são facilitadas pelas recentes melhorias substan ciais introduzidas nas comunica ções e transportes entre a cidade e 0 campo.
A Urbanização conu> um "Problema"
BID a.ssinala que a da América Latina jável por si; “urbanização lação num e.squema
A urbanização c con.sklcrada goralmenlü como parte desejável c c.s.sencial da mad(“rnização. urbanização não é indeseo ●●prol)lema" é o da acelerada da popude desenvol vimento persisten temente insufi ciente".
A urbanização nas nações atual mente desenvolvidas foi a re.sultante da descoberta dc uma nova tecnologia que deu inicio ao pro cesso de industrialização e ã trans formação das estruturas econòmica.s e .sociais. “O motor que iniciou todo o procc.s.so.. . foi a mudança revolucionária, ocorrida em um período relativamonte breve, dos ccnhecimentos o dos métodos tec nológicos ..Era natural que houve.sse reajustamentos na distribui ção .setorial da jjrodução nacional c dos recursos produtivos, incluí da a fórça dc trabalho, que devia ser redistribuída em função das novas noce.s.sidades e modalidades do estimulo econômico". O movi mento para as cidades foi primordialmcntc uma resposta ã deman da de trabalho por parte dos no vos centros industriais.
o mo-
“Em acentuado contraste com o anterior — afirma o BID derno processo tecnológico na América Latina não foi o fruto de esforços locais, mas foi transplan tado das economias mais avança das, cujas condiçüc.s particulares 0 tinham inspirado incorporandoO
lhe as .siia.s próprias earacteristicas. Ainda niai'.<. omijora a ace leração dt) ritmo de vjrliani/.aeão do.s pai.s<\s desemaUvidos worreu pari passu com um rápido látino de cxpan.são iiuhi.'<triul e de modificaçõe.s lundanuuUai.s na estru tura .sócio-cc()nõmica logica mente apesar das inevitáveis de moras e dos (le.si'(iuihl)riü.s tempo rários
O estudo mostra, ainda, que a rcvoUu^ão industrial foi precedida, nos paises atualmente desenvol vidos. por uma revolução na pro dução agrícola. Mas “todos os in dícios parecem sugerir que os aumentos de produtividade na re gião foram muito inferiores ao nível e ao ritmo... necessários para sustentar um processo de desenvolvimento energico e cons tante no setor urbano*’. O setor agricola fracassa não somente em conseguir fazer do mercado e ca pital uma contribuição necessária a industrialização, mas sua uma das
dDmügráfi<'<)s na Aiv.érica Latina oconaun. <*iu grancU- ]iarte. sem os avanços eurrelatos (pic em outras regiões, mu sua epoea. fizeram dè.stes movimentos um estimulo e para o (M i‘seim< nlo t'eonòmieo mo derno". giaiules movimentos os demográficos não um obstáculo para estagnação constitui principais forças que motivam a migração rural-urbana.
Quadro N.o 2
AMERICA L.ATINA: DISTRIBUIÇÃO DA FÓRÇA DE TRABALHO POR GRANDES SETORES DE ATIVIDADE 19C0-1980 (D. DOZE PAÍSES l21 I Milhôcí: c percentagens) \
(1) Extraido dc; Informação E.statistica Sobre Recursos Humanos em Vário.s Paise.s liaüno-Americanos. OEA. Washington, D.C.. Outubro 19Ü7. mimeógrafo. Para México, informação do Banco Central for necida ao BID.
Na América Latina a migração rural-urbana não foi a consequên cia dc uma autêntica demanda urbana de trabalho criada pela ex pansão industrial mas foi produ zida pelo desemprego e por fortes ocupação em econômicas no campo, a América Latina do grau observado pressões “Quanto mais se aproxima regiões econômicas desenvol- nas vidas, fica muito afastada no re ferente tanto às oportunidades de atividades urbanas
diretamente produtivas, como do nível de vida proporcionado pela renda per capita nessas ativida des”.
Entre 1925 e 1960 a população econômicamente ativa da América Latina
manuiatureirasdominam os .scrvico.s iKi.s cjuai.s prcaiimontaram sua participação na íòrça de trabalho total dc 25 nara 39';".
Cutros.sim. apena.s H'; pulação da América Latina aeha-so da poativa noroconòmicanu-nte aumentou aproximada mente 36 milhões dc pessoas, das quais 12 milhões foram absorvi das pelo setor agricola, ficando restantes 24 milhões em condições de ser incorporados às atividades não agrícolas, prêgo êstes 24 milhões?
Onde acham em-
malmcntc empregada na indústria manufaturcira. 31% comi')arado nos países do Mercado Cocom os mum, 27''; cento no Jaj‘)ão. As oportunidades de trabalho na indústria acliamsc limitadas ainda mais pelo fato do que 80% do produto industrial ccneentra-.sc na Argentina. Brasil 0 México que possuem .sòmcnte 63?i> de população do contin' iitc.
a corresponacomex-
O BID compara a estrutura de distribuição ocupacional para éste período do desenvolvimento lati no-americano com dente a etapa de transição dos países atualmente desenvolvidos. Nêstes, a urbanização foi panhada por uma acelerada, pansão manufatureira.
A proporsecun- çao de emprêgo no setor dário, do qual a manufatura titui o principal componente, elevou-se numa média de 11% du rante o proce.s.so de transformação daquelas nações em estados urba nas industriais. Ainda vés de todo ésse período, de serviços ocupou ' menor da fòrça de trabalho do r as atividades do setor secundário.
A absorção dos migrantes rurais pelo emprego produtivo é difi cultada por barreiras de tipo so ciológicas, culturais c inclusive lingüisticas, separando a maioria dos camponeses dos ‘'modernos" habitantes criam-se na Australia c 22 por
‘‘Embora não se disponha de estatística cons- urbanos. Portanto. as ‘populações mar que con.stituem um ele- ginai mento cm cre.scimento cm muitas cidade.s latino-americanas.
‘‘Qual é, pois — pergunta o BID — o significado dessas condições?
uma proporção que informação estrita mente comparável para a Améri ca Latina, é significativo que participação das manufaturas pròpriamente ditas no emprêgo total da região tenha aumentado apenas de 13,7 para 14,3% nos 35 anos que vão de 1925 a 1960, ao mesmo temPo que as atividades urbanas migração, grande a Isso ocanao
Considerando a limitada capaci dade de empregos do setor inanufatureiro... q a impossibilidade dc um retòrno às condições rurais que originaram a parte do excesso de fòrça de tra balho procurou uma saida em di versos tipos de .serviços”, sionou 0 crescimento desproporcio nado do emprêgo em relação à ocupação diretamente produtiva (Quadro 2) com a resultante de altos níveis de sub-emprêgo que mais, atrao setor
caracteriza u mu.or i)artc dos paí ses latino-ami iicano.s. O estudo menciona « st imat iva.s do quase 30^c de de.^empre^o ociuivalente (incluindo t:inlo o dosomprègo manifesto c>mo o subemprego para a n giàu romo um todo. 1980: Crisv Vrhana?
Os fluxos clr mic.rantes rurais mal preparados tanto cultural como ocupa ciou a Imente para en frentar a eiíiaclr i- suas exigências, geram creseent(‘s demandas não semente no ieier< nte ao limitado mercado oeuiuie.onal mas. também, no re.speitante às íacilidados fisica.s c sociais das áreas urbanas. Is.so pode s(‘r verificado espccialmente nos setores da moradia, educação e serviços de saúde em que o.s dêlicils existentes sc agra vam ainda mais pelo natural aumento de poinilação c pela forte migração rural-urbana.
Em 1980, êsles problemas, já agudos, terão at.ingido proporções críUca.s sc as tendências históricas continuam inalteradas. Entre 1965 e 1980 as cidades aumentarão sua população em 100 milhões dc pes soas. Calc\ila-sc que 27 cidades terão população superior a 1 mi lhão de habitantes cada uma (Quadro 3». De.ssas 27 cidades, cito apresentarão características de uma ‘‘nicgalópolc” contemporâ nea, com a correlativa multipli cação das condições criticas já existentes.
Conclusões
O Banco assinala, com certa preocupação,. os efeitos que estas crescentes pressões poderíam exer-
ccr sòbre a distribuição racional dos escassos recursos, tanto do se tor público como do privado: "Nossas circunstâncias, as migra ções cm grande escala têm, evidenlemente, uma série de-consequtmcias de natureza econômica e scclal; impõem pesada carga a uma infra-estrutura social já de sl insuficiente, sobretudo nos se tores da habitação, educação, saú de pública, etc. e conjugam-se com outros fatòrcs de insatisfação dar origem a um estado de
para intranquilidade social prenlie de consequências políticas e ideoló gicas”.
"Por outra parte, a rápida mide uma fòrça de trabalho graçao rural não qualificada e mal adap tada aos requerimentos do meio urbano é fator adicional de inquie tação da classe operária, diminuí dos salários e baixa produtiDá origem à necessidade çao vidade. fundamental de criar oportunida des de emprêgo urbano eficiente e de oferecer recursos para a capa citação dos trabalhadores no ritmo acelerado que a rápida corrente de novos imigrantes exige, deformações na estrutura econô mica. como, por exemplo, o apa recimento de um setor de serviços crescente, de todo desvinculado do incremento das atividades direta mente produtivas, contribuem para diminuir Introduz rendas per capita as em todas as ocupaç-oes e aumen tar 0 nível de preços diretamente mediante a- inflação de demanda de bens de consumo e de serviços básicos, já insuficientes e, indire-
Itamente, através do aumento de gastos públicos correntes.
“Ante essa situação e frente ã aguda necessidade de aliviar pro blemas que ameaçam a estabili dade social e política, normalmen te é dlficil para os govêrnos nc-
gar-.sL‘ ao desenvolvimenlo do ati vidades de bem-o.slar social mais
custosas do que os recursos dis poníveis permitem oii à realização de j)rojctos ciue constituem mn alivio pa.ssagciro à custa das van-
Quadro N.c 3 ArsIÉPwICA LATINA: CIDADES QUE PROVAVELMENTIC rEItAO MAIS DE UM MILHÃO DE HABITANTES EM lüHO
País
Cidade
^ Grande Bueno.s Aires
●' Córdüba
t Rio de Janeiro
São Paulo
Recife
Belo Horizonte
Salvador
Porto Alegre
Fortaleza
Curitiba
Bogotá
Guadalaj ara Monterrey
Ciudad Juárez
Panamá Lima
Santo Domingo
Maracaibo
NOTA: A.s projeçõe.s foram calculadas extrapolando a taxa de cre.scimento do último período intcrcensal. Quando essa taxa exce deu a 7,5%, essa foi a cifra aplicada.
FONTE: Nações Unidas, Centro Latino-Americano de Demografia (CELADE), Santiago, Chile, informação direta para o BID; Nações Unidas, pemographic Yearbook, 1967, New York, 1968.
tagens a Iniqu) pra^.o t- apesar dos imperativos do oficiêneia econô mica 0 das prioridades na con cessão do i-scassus rocursos”.
O Banct) Intorain r.cano Desenvolvimontn não sugere que a acelerada iirljani/.açào da Améri ca Latina i)o.‘<.sa ou deva sor frelada. Limíta-s*‘ a a-.^sinalar a mag nitude dos prol)lomas criados por éste proeos.so
o
vernos estejam cônscios das de mandas geradas pela “explosão urbana”. Suas recomendaçõesrestringem-se basicamente à necessi dade de um planejamento de alcances curto, médio e longo e de uma distribuição dos recursos que atenda às crescentes necessidades de uma sociedade cm processo de
Miuoro que os go- acelerada urbanização.
Em plíMUi fiisc dii petioloo, os grandes periódicos americanos e ingleses tiveram cpie lodu/ir o mimerc) ele suas páginas, vitimas de uma nova esCüs.sez: a cl<> i>aprl. Cum restrições, aumentos generalizados de preços, a crise do papel é nuiiulial. Porém, ela não está ligada à política, ela surgiu porque a jjrocluçao luu» acompanhou o aumento do consumo. No mundo, todos os i^rojett)S de iinestimeutos foram abandonados, no momento em que o consumo retomou uma i)rogrcssão som precedentes. No final de 1973, a crise o.\))locU‘ no momento em que a demanda excede às capacidades do produção.
oOu
de tricotar e A Camljei' lidernatioual Ltd. apresentou duas maquinas
Lirn simulador cio cores. A Mark IV Cheminit, máquina circular de alimen tação nuilliiila e ficira fina para tecer jaequard de jer.sey simples, se caractei iza por uma seleção de tomadas controladas por seletores corrediços G pela inserção de um pente programador, e permite uma rápida mudança de padronagom através da substituição do pente. Ela pode produzir tecidos vestidos ou rouA j i lisos ou do lipo jacciuard para camisas, roupas brancas, pas infantis. A Mark IV Zoomit é u’a máquina circular de alimentação múltipla e fieira fina para tecer jersey simples, e segundo seus fabricantes tem um índice de produção de tecidos de jersey Uso ou tecidos para fins industriais excepcionalmente aUo. O outro produto é o Quadvamiz Colourwa.v Simidaloi' Linidado que oferece um método rápido e simples de seleção e disposição das várias cores que compõem uma padronagem.
oOo
IAs células de combustivel — que. poi- mais dc 100 anos. loram um sonho de tecnologia da energia — tornaram-se repentinamenie uma realidade da corrida dos novos processos de energia da década de 70. Iniciados e abandonados por inúmeros ricos patrocinadores em poUncial na década passada, esses conversores de energia quimica em energia elétrica estão agora prontos, para testes em larga escalo, apoiados em ijarte ))or clientes altamente interessados.
O novo projeto, que poderia pi'oduzir mais de 250 milhões de dólares nas entregas iniciais de células de combustíveis, a partir de 1080. combina a tecnologia de células de combustível de longa gestavão da divisão Pratt & Whitney da United Aicraft Corp. com os recursos financeii-os de nove empresas de energia elétrica. As empresas assinai’am um compiomisso para a contribuição de 28 milhões de dólares, além dos 14 milhõies da Pratt & Whitney, para a primeira fase de um programa dc desenvolvimento de uma célula de combustível 26-Mw para gerar energia elétrica.
Além disso, as empresas levantarao mais cerca de 7 milhões de dólares como fundo para a fabricaçao e testes de, pelo menos, uma unidade de demonstração. O sucesso dos testes serviría para confiionar os atuais pedi* dos iniciais provisórios das empresas para 56 usinas de energia de célula de combustível.
As usinas de células de combustível operariam transft)rmando um com bustível fossil — tal como gás natural, óleo combustivel e destilado, ou gas proveniente do carvão — diretamente em enej-gia elétiica, através de um esquema eletroquímico. Após o estágio inicial de reforma para quebrar 0 combustível em hidrogênio e dióxido de carbono, o produto do hidrogê nio penetra a célula eletroquímica no anodo. A ionização do hidrogênio produz eletrons para o circuito externo da célula. No catodo, esses elé trons combinam-se com o oxigênio do oOo
Nos últimos anos, principalmente nos países industrializados o cres- cimento da demanda de bicicletas vem adquirindo proporções inesperadas. Nos Estados Unidos, por exemplo, considerado “o país do automóvel’’ por excelencia, as vendas de bicicletas, em 1972. andaram por volta de dez milhões de unidades — suplantando as vendas de carros. Calcula-se que milhões de norte-americanos utilizam atualmente a bicicleta como meio de transporte. Isso vale dizer que um americano em cada cinco está deixando seu carro na garagem, preferindo a bicicleta para locomover-se. Cada vez maior número de empresas americanas utilizam bicicletas para seus serviços de entregas, considerando-as mais rápidas do que os veí culos motorizados. Segundo estimativas, a partir de 1975 as vendas de bicicletas nos Estados Unidos chegarão a 18 milhões de unidades anuais. No plano de produção de bicicletas, os japoneses escrevem um capítulo à parte: a Associação da Indústria Japonesa de Bicicletas estima que, duran te 1973, o Japão produziu 9,1 milhões desses veículos, tornando-se assim, 0 maior produtor mundial, pois Unidos terão, no período, fabricado 8,7 milhões dc unidades. ar.
A. as esUmalivas indicam que ns Eslnclos
Quando o petróleo não existir maisNovela de antecipação
MICHEL RENOUARD
0ano 2.042 marca uma mu dança cl(‘cisiva na história cia Humanidade. Hã decênios já. as jazida.s dc indrólco es tão e-sgotada.s. e a energia atômica muito cara. coloca em pe rigo a economia mundial. O mun do livre — do qual .somente Israel e as Ilhas Curilas não fazem par te — estú à beira do de.sespero.
Numa bela manhã desta prima vera de 2.042, uma equipe de sá bios israelitas de.scobriu na mar gem e.squcrda ocidental do Mar Morto, gigantc.sca.s reservas de nicjotron. Do fãcil extração, quase imediatamente utilizável, o nigotron modifica o relacionamento político .sobre a terra. Quinze anos mais tarde, a grande maio ria da indústria nacional funciona com nigotron. As pc.squisas desen volvidas nos quatro cantos do Uni verso tinham sido inúteis. Por um curioso fenômeno geólogico somente Israel pos.suia o precioso nigotron.
Em 2.042, Israel não era mais que um ínfimo fragincnto de ter ra, espécie de reserva onde se amontoavam dez milhões de ju deus que as televisões do mundo li vre mostravam regularmente. Há muito tempo, a ONU havia rede senhado o mapa deste país. A Galiléia fazia então parte dos Estados Unidos Árabes. Jerusa lém tinha se tornado uma cidade
Vma cspccíe de cicncia-íicção no$ dominios da futurologia sarcasífca, em que o espirito fraiicês do autor se cxpaiide com finas observa ções.
internacional, célebre por seus cassinos e seus congressos de Escatologia e Eilat um vasto com plexo internacional de reestrutu ração mental. Israel não tinha podido conservar nada além de Telaviv (destruída, já, pela aviação franco-japonesa. na época da guerra de 2.015), a parte Sul da capital e o deserto de Tsin, do qual ninguém se queria ocupar.
A partir de 2.043, as nações do mundo tentam reconsiderar sua política com relação ao Oriente Próximo. O presidente da Repú blica Democrática Franco-Británica, relembra as ligações antigas uniam as duas nações. A O Japão que Rússia envia experts. muda de regime e os novos gover nantes estigmatizam seus ante cessores em termos que não dei xam pairar qualquer dúvida. Os Estados Unidos da América, cuja política anti-israelita havia sido o leH-motiv das oito últimas cam panhas presidenciais, restabelecem relações diplomáticas com o suas Estado Hebreu. Em novembro do mesmo ano, os chefes de Es-
Itado americano, russo c chinês as sinam em Pe.shawar um comuni cado comum obrigando os E.stados
Unidos Árabes a recuar suas fron teiras até as Unhas de ce.ssar fogo de dezembro de 1985: Benghazi a Oeste, as margens de Eufrates a Le.ste e o Mar Negro ao Norte. Os árabes o fazem sem pestanejar. Toda guerra foi, portanto, inútil. Ela 0 seria, aliás, de.sde o ano 2.016 quando os três grandes ti nham de uma vez por todas deci dido que suas decisões, quaisquer que fo.s.sem, tinham o valor de lei.
A bandeira Israelita flutua de
na ONU ímenos uma voz: a das Ilhas Curilas. jxus reacionário. Estado do mundo a manter
imico rclaçõe.s diplomática.s com Israel). contudo, nao Em 2.ü8f>. antes Es.se.s parenlò.ses. durariam muito, que a.s jazidas de Israel começas sem a se e.sgfítar. um novo mine ral, o senestron, foi dcscol)(;rto na Patagônia. O s(*n('stron custava ainda menos que o nigotron. A República Democrática FrancoBritânica reUímbrou então as ligações indcfccLivcis (iiu; a uniam a Patagônia, rompeu suas relações diplomáticas com Israel e as Ilhas Curilas. Todo o Universo a imiVollou-se às fronteiras do Um honorável parlaBrctanha. novo sobre o Cairo, o canal de Suez. Dama.sco, e o que tinha sido antes a Turquia. Esta tinha tido
O representante tou. ano 2.016. o que merecia, franco-britânico na ONU relem brou que o Império Turco tinha, há muito tempo, reduzido a Pale.stina à e.scravatura, e que um mal nunca é irremediável.
Pouco a pouco 0 hebraico tor nou-se a primeira língua da pe quena elite mundial. Assim tam bém o francês e o inglês se tor naram línguas mortas, pelo me nos no Ocidente, a partir do ano 2.015, época em que um ministro de Educação tinha obtido um tri unfo sem precedentes, fazendo vo tar um lei de orientação que tor nava o analfabetismo obrigatório. Há já muito tempo, a Holanda não era mais que uma lembrança entre os nonagenários da Europa. A pedido dos habitantes da Ilha dc Páscoa, ferozmente hostis ao.s israelenses, a Holanda havia sido, de fato, pouco a pouco desmante lada por um simples voto unânime
mentar, deputado da teve a má sorte do se revoltar. Era um septuagenário que perten¬ cia à última geração dc francobritánicos que frequentou a escola. Biziam-no retrógrado c tinham-nu surpreendido a circular, no verão anterior, em torno da antiga aba dia de Timadouc, fechada em 1985 por atividades contrárias à moral pclitica, 0 que tinha sido trans formada cm museu. O presidente da República, igualmcntc septua genário, mas que .se mantinha em seu posto iiorquo sabia ler, não escondia sua irritação c relembra va, então as palavras de Tallcyrand: “Em política, a traição é questão dc tempo”.
Sozinho, o honorável parlameno .sentido desta pre.sidentc não se de pronunciá-la Nu maniiã .seginnto mesmo, o conselho de Estado cons¬
tatou que o velho dciíutado tinha sido eleito devido a um terrível CITO de cálculo. Descobriu-se além disso que ele era esquizofrênico. Encontrou-se ele, dois dias mais tarde, num hospital psiquiátrico. tar compreendeu frase, porque o tinha impedido em francc.s.
oOo
Pelo menos 2/8 da população mundial são subnutridos ou mal nuti*idos; passam fome ou eoniom mal. A má nutrição diz respeito principalmente à falta do proteínas. Posciuisadores da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos, transformaranunciaiiim rceonlemento uma descoberta que, acredita-se, podei*á sorgo em uma fonte importante do proteína pai'a milhões de pessoas. Idonliliearam duas linliagcns de gramineas que tèm um teor de lisina muito mais alto que as demais e estão trabalhando para acumular reservas dc sementos para largo uso. Calcula-se que 300 milhões de seres humanos dependem do sorgo como alimento principal, número equivalente a toda a populaçao da América Latina. O sorgo é o cereal de que dependem a.s comunidades mais pobres da A£i*ica, Asia Oriental e índia. Ele cresce em solos áridos o pedregosos, onde o trigo e o milho não se desenvolvem bom. É a base da alimentação da região de Sahel, na África, que em 1973 foi castigada )Dor uma soca que provocou a fome e a morte. As sementes do sorgo moida.s jDroduzem uma farinha que, misturada com água, dá uma papa muito apropriada; assada, dá um tipo de pão grosseiro; os colmos são usados como combustível ou para cobrir casas. Nos Estados Unidos e em outras^ regiões desenvolvidas o sorgo, não é cultivado para alimentação humana; é usado em ração dc animais. O defeito nutricional do sorgo está no fato^dc a maioria das lo mil variedades cultivadas possuir baixas con centrações do lisina, um dos aminoácidos essenciais aos animais e ao pró prio homem. Assim, a falta de lisina no sorgo limita o valor proteíco global do grao. Numa triagem de cerca de 10 mil variedades, os pesquisa dores de Purdue encontraram duas linhagens da Etiópia com um único gen relacionado com a produção de lisinas. Por esse motivo, as plantas com esse gen têm um valor proteico 3 vezes maior que as do sorgo normal. Através do cruzamento, essa característica pode ser introduzida nas varieda des comuns. A pj-esente descoberta lembra uma outra igualmente feita há 10 anos na mesma Universidade de Purdue: o milho rico em lisina, que rece beu o nome de “opaco”. Foi um adiado de excepcional valor, que deu mar gem a grandes esperanças pai*a as populações do mundo necessitadas de melhor alimento. E essa expectativa de modo algum foi frustrada, como £G pode facilmente verificar.
O sistema pluraSista de mercado mundial frente aos países em desenvolvimento
ANTONIO GARCIA
M dos efeitos mais notáveis da.s relações de dependência tem sido a mitificação e a perspectiva plana, não histó rica dessa estrutura complexa chama da mercado mundial, mercado mundial parece imensa ou confundida — na órbita dos paises atrasados e dependentes — com as estruturas comerciais, tecnológicas e financeiras da nação metropoli tana. Ainda hoje, em pleno pro cesso de de.smitificação das rela ções internacionais de intercâmbio, subsiste na América Latina a con cepção plana do mercado mundial isto é, a noção primária dessa es trutura como uma espécie de ampliação ou de continuação geo gráfica do mercado metropolitano: a explicação se encontra, desde logo, na natureza das relações dc dependência, ampliada e consoli dada a partir da conjuntura da segunda pós-guerra mundial e da penetração das empresas transnacionais nas áreas básicas da in dustrialização, do financiamento e da transferência de tecnologia. A.s relações de dependência têm sido. então, responsáveis pela incapa cidade estrutural dos países atra sados em compreender o caráter multidimensional das relações de interdependência e a verdadeira
O aulcr c.rp/?ra u nccesmlaúc dc GS paiscs da America Latma, Alrice 0 Asia multiplicarem os poe sem profundidade. los dc desoii-olrimcnlo cm ambiLc mundial, com base cm nova A noção de conccpçãc na economia c no 7nercade. O arligo foi publicado pela revista "Comercio E.vterior". edílada pele Banco Nacional do Cojnórcio Exterior, do México.
>I natureza iiluríili.sla do mercado mundial. E.^-^sa inc.apacidade sc tem cxprc.ssado cm vários senti dos: na não diferenciação prática entre mercado metropolitano e mercado mundial: na conservação do mito de um mercado mundial uniccntri.sta. formado ao redor dos interesses, normas c relações de uma potência dominante; na adoção das normas ortodoxas de comércio consagradas ideologica mente pola nação metropolitana: na aceitação dc formas de incomun cação dentro da América La tina como consequência do bilatcralismo nas relações entre cada pais latiiio-amcricano e os Esta dos Unidos. Semelhante perspeciiva absolutista c acritica do mer cado mundial explica porque os governos latino americanos não tenham descoberto tilnda sen cn.«
■ existente até a primeira guerra ^ mundial;
ràter ; mbiv ik-nU-. (ui seja. a ca- o pacidade de ni)era,r eomo uma es trutura cie libirtaçâo c desouvol● vimento. O cpi,- não .se podo afirmar é ciiu* »> mercado mundial seja, pur si me.snm. intrinsicamente. uma e.strulvua cie rcdi.stribulção da renda mundial dc acordo com as coneei)c:ões desenvolvimcntista.s ou uma simples estrutura de perp:-t\iaeão da dependência ele acordo com certas concepções dc um marxismo e.scolãslico. Dai. a importância teórica e prática, de analisar criticamente as condições de funcionamento de um mercado mundial ciue lu-ojota e integra di versos circuitos polilicos — .socia listas ou nãü-capitalistas — diver.sos grupos cie paises do centro e da periferia ' para utilizar o antigo esquema "ccpalino” i. ou diversas formas de integração regional dos mercados com objetivos estratégi cos defensivos ou ofensivos. O conhecimento cientifico dessa es trutura complcwa c pluralista é o fundamento cie uma nova políti ca do.s paises atrasados — ou, mais exatamcnlc, das forças sociais que assumem a responsabilidade da
bí 0 ciclo da bipolaridade ou confrontação dc duas superpotên cias e, cí 0 ciclo do policentrismo, entendido à maneira da CEE ou desde o ponto de vista da pro gressiva mobilização universal dos paiscs atrasados e dependentes.
Dentro desse marco devem se interpretar as nações de pluralis mo c policentrismo no sistema de cernemia e dc mercado. Pluralis mo é uma expressão dialética que expressa a coexistência de diversos sistemas de economia e diversasfermas dc interdependência e de pendência. operando o sistema de mercado como ativo de intcrcomunicaçáo não só entre paises senão também entre tipos de economia e entre siste mas de valores. No esquema plu ralista. podem subsistir ainda as relações de dependência que se ar ticulam a todo sistema de domicentro-periferia u um mecanismo mas 0 naçao funcionamento da estrutura não á já submetido, irrestritamente, controle hegemônico e às re gras do jogo impostas por uma potência dominante, tão, a ruptura do sistema de hege monia de uma só potência (a até a primeira guerra ci ao
a) o ciclo da hegemonia de uma só grande potência imperial, como
mudança e a condução do desen volvimento Supoe, en- indcpcnclcntc nesno sentido de utili- ses paises zar, positivanicnte, os mecanismos, lei.s c rcciir.sos (}ue caracterizam o moderno .sistema de mercado muninglêsa. mundial) ou do sistema de bipo laridade vigente até a década dos 70 lEUA-URSS). A política dial. Uma questão previa ã analise ccmprecn.siva cles.se tipo cie estru tura é a diferenciação dos três grandes ciclos contemporâneos do sistema de mercado mundial: anos de liberação e desenvolvimento dos atrasados deve se fundanesta nova conjuntura 'i paises mentar histórica em que modificam as re lações dc poder à nível mundial, conformando-se o complexo, con-
traditório e ecumênico, do pOiicentrismo. Policentrismo é, em essência, uma mudança nas rela ções de poder; mas essa mudança pede ser detectada ou analisada a partir de duas perspectivas radlcalmente diferentes: a perspecti va das antigas potências coloniais tidas a menos no processo do recuperaepo de uma capacidade operat v mdial pela via da integração ofensiva-defensiva, como no caso da Comunidade Européia dos Nove e a ótica dos hemisférios ou países atrasados e dependentes que não pretendam “multiplicar as potências” — isto é, ampliar as estruturas de domi nação sobre as nações proletárias ou as economias satelizadas — mas “multiplicar os polos de desenvol vimento a nível mundial”. Esta análise crítica do fenômeno do po licentrismo é fundamental para compreender a natureza e as re gras políticas de integrações como a Comunidade Econômica Euro péia — que definitivamente ponde à estratégia gaullista de constituir mundial
res¬ uma nova potência e para definir os ti-
pos de integração podem adotar os países latinoamericanos, africanos ou asiáticos e as políticas de relação com as grandes potências ou com os sis temas regionais de mercado que os projetam, em direção a seu pró prio objetivo estratégico: a multi plicação mundial dos polos de de senvolvimento. Então: a criação e multiplicação desses polos de desenvolvimento na Ásia, África e América Latina
que devem e nao se
dá por geração espontânea ou por conces.são graeiu.sa das antlga.s e novas i^otência.s. Prc.ssupõe e exige uma nova concepção da eco nomia mundial, do si.stenia plu ralista de mercado mundial c, es pecialmente, dos tipos estratégi cos a partir de dentro c a partir de baixo. Este critério leva à uma redefinição, absolutamente necessária, da concepção liberal do mercado comum latino ameri cano, centro-americano ou andi no: dentro do marco das relações mundiais, um esquema de integra ção como o expresso na Alalc só pode projetar c preservar os interesses e ncce.ssidades opera cionais das grandes empresas transnacionais que funcionam na Améri ca Latina. A integração das eco nomias satelizadas não pode ins pirar-se no e.squema metropolitano de melhorar e nacionalizar as re lações de dependência — através dos desagravos aduaneiros e da ritualização do liberalismo econô mico — como também deve cons tituir um instrumento estratégico no propósito latino-americano — africano ou asiático — de modi ficar substancialmcnte tanto os mecanismos das relações internas como a participação do sistema pluralista do mercado mundial. Essa integração, a partir de den tro e a partir do baixo — isto é, por e para a América Latina — implica numa nova atitude frente à estrutura das relações mun diais, uma mobilização política das forças populares em direção ao controle do Estado e uma defini ção do objetivo estratégico de
“criar c nuiUiplicar". planificadamente e do acordo com os interes-
ses latino-amtuicanos dos “polos desenvolvimento”.
Esses poln.s devem constituir os marcos do novo sistema latinoamericano d(‘ nu'rcado. de
ção dos seguintes quatro elemen tos:
a) A crise do sistema de bipolaridade ou hegemonia de duas su perpotências antagônicas, como efeito da formação de novas po tências de tipo continental como China ou de caráter multinacio nal como a Comunidade Econô mica Européia,
b) A ampliação das bases do pluralismo e do policentrismo a ní vel mundial, como efeito da moregionai.s
c as que de
desenvolvimento de
c) A regionalização do sistema de mercado, com um sentido ofensivo-defensivo como no caso da Comunidade Econômica Européia ou defensivo como nos novos pro jetos de Mercado Comum Latino Americano: a Comunidade Econô mica Européia dos Nove começou a funcionar em 1973 como a maior potência no comércio internacio nal, com 28% das exportações mundiais e 24% das Importações, enquanto a participação dos Esta dos Unidos foi de 17% nas expor tações e de 16,5% nas importações mundiais.
Esta nova posição fronte ao pro blema da integração latino-ameri cana. cm face da estrutura plura lista do mereado mundial e das grandes potências, constitui um dos prc-icquisitos do desenvolví- bilização revolucionária dos povos mento dos paiscs atrasados c dc- África e América Latina pendentes. Sc essa nova concep- vietnã. Coréia. Argélia. Cuba, ção do sistema de mercado mundial chile, Perú - enquanto esses as- e das possnDilidad(\s do transfor- s^niem a responsabilidade histori ar as relações do dependência em projetar e executar uma relações do interdependência, a estratégia política dos paiscs latino ameri- independente e inspirada em mo- canos teria dc limilar-sc a melho- ^eios políticos de tipo socialista rar a renda, a diversificar margi- nacional-revolucionário. nalmentc as exportações o os mer cados. a racionalizar as condições da dependência, mas não a utili zar as relações com o mercado mundial com um objetivo de de senvolvimento independente e a curto prazo, O grande risco que atualmente assume a maioria dos países latino americanos é o do deixar a iniciativa no manejo do sistema de mercado mundial ou na formação do mercados regio nais — toda a iniciativa às gran des potências hegemônicas empresas transnacionais alguma maneira as projetam.
O marco histórico das transfor mações produzidas na estrutura político-economica mundial acordo com a presença e gravita-
do mercado poderia definir-se de
d) A consolidação — como vér tebra da industrialização básica do sistema dos paises latino ame ricanos — das corporações ou em presas transnacionais de proprie-
Idade norte-americana, que operam em grandes espaços a multinacio nais, que rebaixam a capacidade de controle e os níveis orçamentá rios dos Estados e que, em última instância, instrumentam ou se ar ticulam a uma estratégia de do minação global dos Estados Uni dos.
A análise da natureza dos siste mas regionais de mercado e da:, condições de operação das corpo rações transnacionais, mostra a impossibilidade econômica do de senvolvimento latino americano, enquanto se conservem as regras do Estado liberal, enquanto o pro blema das relações internacio nais se ventile à nivel de empre sa — de tipo mais ou menos tra dicional
racionalização do ponsamcnto e conduta dos estados tradicionais, racionalização que não foi histo ricamente além dos acordos de Altagracia ou do Consenso dc Vietnã dcl Mar. Esses acordos expressam a tomada dc consciência acerca da natureza dos problemas c acer ca da exigência de uma .solidarie dade latino americana cada vez mais coerente o sistemática, mas não tem adequação alguma com a envergadura dos problemas: são conquistas demasiado formais, demasiado exíguas c demasiado tardias. Ls.so nos leva a concluir
depende dc uma exigência política: o acesso ao poder das novas forças sociais e a transformação da atual natu¬ reza oligárquica e dependente do Estado. No novo processo históiniciado na revolução na cional mexicana e continuado na Bolívia, Cuba, Perú. Chile e Argen tina rico
reside a chave política para que a América Latina apren¬ da a negociar dentro da nova es¬ trutura pluralista do mercado mundial e ganhe capacidade de criar — ela mesma, a partir dela mesma e para ela mesma — seus próprios polos regionais e nacio nais de desenvolvimento.
que as formas novas de integração latino americana nas relações internas c na negociação com to das as potências ou os diversos se tores do mundo e, enquanto o com portamento frente às empresas transnacionais, se defina em ter mos de paises, isolados em suas pequenas fronteiras e não como expressão de uma estratégia glo bal e multinacional da América Latina. Nem mesmo o Brasil, Argentina ou México estão em condições de abordar unilateral e isoladamente o problema das empre.sas transnacionais, não somente em razão da limitação dos espa ços nacionais mas também por que àquelas formam parte de/e instrumentam uma estratégia glo bal. Então vejamos: esta formu lação economica não pode resolver-se pela simples via de uma
A dramafrãca história do ferro no Brasal
BARROS FERREIRA
uMA cruz dr iVrro fundido, no alto do morro, a tres léguas de Sorocaba, assinala o pri meiro exito da metalurgia nacitinal. Ali funcionou a Fabrica de Ferro de S. João do Ipanema que. em H'2G. o artista francês Jean Bai^tiste Debret vi sitou. E numa aciuarela de seu álbum fixou em lúeno funciona mento. As chaminés da fundição fumegando. torrentes de minério em estado fundente jorrando c enchendo foiinas, as residcncia.s dos operários formando o fundo do conjunto industrial, em que se destaca um alto forno e uma porção de carvoeiras. .semelhantes a mamilos, para o preparo do car vão a ser usado na fundição.
Ali foram fabricadas múltiplas moendas para engenhos de açúcar, milhares de rodas, na guerra do Paraguai, que decoram atualmente praça dc Sorocaba e foram usados na revolução liberal de Tobias Aguiar. Servem dc testemunho, porque parece que não chegaram a disparar. . .
O jornalisto Barros Ferreira, autor deste artigo, visitou Ipanema, ponto dc partida de suas C07iside~ rações sobre a industrialização do ferro no Brasil. O titulo escolhido pelo autor está plenamente justi ficado. cemo verão os leitores.
margens do rio Jurubatuba, atual rio Pinheiros. Ainda mostram ali os restos daquela auspiciosa ten tativa. Chamou-se engenho de ferro de N. S. da Assunção e fun cionou entre os anos de 1605 e 162C.
armas usadas canhões Ali uma
O que restou dessa importante metalúrgica forma um conjunto j m p r ess i o n a n te c u j a conservação foi recomendada com insistência para constituir o nniscu do ferro. E vale a pena, de fato, conser var aquela lição de metalurgia. A primeira fundição de todo o Brasil funcionou cm Santo Amaro, às
Mas já antes, o jesuita Mateus Nogueira, que foi soldado, espião, ferreiro, fundidor e armeiro em terras de África, trazido do con vento da Penha, em Vitoria, pelo padre Leonardo Nunes, o Abarebsbê. montara uma tenda de fer reiro no Pátio do Colégio, forjou ferramentas agrícolas ' di versas e múltiplos artigos domés ticos. Não produzia, porem, o fer ro. Usava sucatas de ferro vindas de fora. Quer dizer, dava novas formas e utilidade a utensílios que haviam perdido a serventia. Foi o reinol Afonso Sardinha, com seu filho mameluco do mesmo nome, que iria montar o primeiro esta belecimento metalúrgico no Brasil. Tendo ambos incursionado pelo sertão vizinho, passado alem de seus domínios do Jaraguá, consi derados fim do mundo, chegaram
a Ibiturama, que na lingua tupi significava “o morro preto alto‘\ Ali encontraram com abundancia ferro magnético, a magnetita. Si tuava-se a jazida no morro de Araçoiaba, que significa “o sitio em que se esconde o sol”, ou ainda *'a coberta do dia”. O feliz achado ocorreu em 1589. Dois anos de pois, em 1591, portanto, faziam construir pelos escravos dois for nos rústicos e uma forja para re dução direta do minério. O sis tema consistia em juntar o miné rio a carvão de madeira, manten do o fogo vivo por meio de insuflação de ar, soprado por fole feito de pele de cabra. Não era u.sado fundente. Resultava ferro maleá vel. As escorias que se formavam durante o processo de fundição e se reuniam em torno da “bola” eram desbastadas à força de pan cadas de malho. A massa de ferro assim obtida era malhada até se transformar em barra.
O ferro era sucessivamente aquecido, espichado, ganhando forma de comprido paralelepipcdo chamado lupa.
Essa a primeira metalúrgica implantada pelos Sardinhas vale das Furnas, no sopé do de Araçoiaba. Nos dois fornos rús ticos ali montados foi praticada a produção de ferro pelo método direto.
Restou a informação de que para obtenção de 100 quilos de ferro era necessária uma carga de 320 quilos de minério rico e 450 quilos de carvão. Os cem quilos de ferro sofriam perda de qua renta por cento em escorias. A
fornada demorava dc 6 a 7 horas, consumindo o equivalente a tres mil quilos de ar, .soprado através de fole de pele de cabra. Eram prcci.sos quatro ojierarios adestrado.s para o (spichaniento da bola a pancada.s de mallio.
Com a chegada do governador dom Francisco de Sousa foi esti mulada a mineração. Parecia o reino de metais preciosos. Era lastimável a situação financeira cm face dos onus da aventura da índia, que se tornara péssimo ne gócio devido aos j^esados encar gos para manter a .segurança nas novas terras e no mar, infestado de corsários. Situação das mais curiosas. Eram piratas providos de autorização do seus reis que lhes concediam especiais honrarias desde que reparti.s.sem com as “coroas” seus butins... Obtida a carta de corso o ladrão do mar podia chegar a fidalgo.
No Brasil fazia-se sentir agu damente a falta de metais úteis, sobretudo do ferro.
Por isso, dom
Francisco de Sousa quis conhe cer a siderúrgica de Araçoiaba. Ali permaneceu vários dias, pes quisando também as possibilida des dc mineração de ouro, do qual havia múltiplos vestígios. O go vernador fizera-Se acompanhar de técnicos em mineração: Geraldo Betink, sobrenome do que resul tou Betim, e Jaeques Oaltc. Eram teuto-holandeses. Dom Francisco de Sousa determinou que o" nrodutos de ferro recebessem a marca real de Sua Majestade. Afonso Sardinha, o velho, faleceu em 161G e a fundição entrou em declineo. ]
Mas não ('ra apenas um do rio Geribareslo de açude, um monto de Ali o minério era a li-
mate-
Morrera ano.s aiilc.s o jovem Sar dinha, caso do ausrnoia do.s antigos animadorc.s cio empreombmento. Tudo leva a cre-r que a mã qualidade do minério fo.sst' uma da.s prin cipais cau.sa.s. Como jã acontecera com a metaluigiea de Santo Ama ro, às margcn.s tuba oncie. num se encontra ainda escorias, monita. muito .silicosa. ríal tratado só continha de 35 a 40 por cento de fom».
Prosscf/uc a tentativa
Mas não aconteceu total o irre vogável abandono do.s fornos de Araçoiaba. A iniciativa dos Sar dinhas prosseguiu através do tem po com altos e baixos. As falhas eram atribuídas ã sabotagem, à má qualidade do carvão e só muito ma's tarde foi identificada a real causa, ou seja a causa das causas: a complexa constituição quimica do minério da região.
Plouve um pcrioclo de grande entusiasmo, quando o capitão-mor CalhcÍro.s enviou uma barra dc ferro puro, de 4 libras, peso cor respondente a 1.836 gramas, ao general Lorena. E exultava na in formação: peça feita com miné rio de Araçoiaba. Acrescentou:
cisas”. Havia sempre uma des culpa. Já em 1607 Bernardo de Quadros e Francisco Lopes Pintos, seu cunhado, tinham tentado transformar em exito as tentati vas abandonadas em Santo Amaro. Justificava-se a persistência. Ha via dificuldade em obter metal na Europa e a longa travessia maritima representava prsado onus.
Em 1765 ia começar a quarta tentativa. Mas na ocasião, o ouro polarizava todas as iniciati vas. No entanto Domingos Ferrei ra Pereira aparece com carta re gia concedendo-lhe todos os fa vores possíveis para montar uma ou mais fabricas para caldear me tais, que seriam ferro, chumbo e estanho. Nenhuma outra pessoa pederia fazer o mesmo sob pena de prisão. Receb3U isenção de impostos e direito aos famosos quintos depois da fábrica monta da. Em agosto de 1765 o Morgado de Mateus comunicava a Pombal a chegada a Santos do bem-aven turado Domingos e seus compa nheiros para produzir ferro em larga escala. Em S. Paulo o eufó rico concessionário organizou uma sociedade com homens de negó cios para explorar a concessão. O Morgado de Mateus solicitava Pombal que enviasse mestres de Biscaia, terra famosa por sua metalúrgica, afim de ser fundada “uma principieira de discípulos da qual surgisse uma escola de mes tres na arte de produzir ferro ein altos fornos”.
Terra onde o minério é tão abun dante que durará enquanto o mun do for mundo. Restringia, no en tanto, que “para lavorã-lo só falta 0 mestre cpie saiba extrair o ferro do minério c o aço do ferro, e .seja capaz dc levantar as fábricas prea
Iriam, no entanto, enfrentar um inimigo desconhecido, que era a presença do titânio no nosso ferro.
IE esse minério era mal conliecido na Europa e muito menos no Brasil. Sua presença iria con.stituir uma constante causa de fra cassos. Já em 1681 frei Pedro de Sousa, enviado pelo governo por tuguês a Araçoiaba. pouco ou nada conseguira. E tratava-se de téc nico famoso, perfeito conhecedor dos processos metalúrgicos mais evoluidos do seu tempo. Trouxera carta branca para promover o reerguimento da metalúrgica. Aca bara desanimando. Em 1770. com amparo oficial, tentava-se de novo, construindo alto forno a .ser ex plorado por uma sociedade. Pesscas em evidencia contribuiram para o empreendimento subscre vendo quotas. Mas a nova enti dade também fraca.ssou.
Noves horizontes
seus conhecimentos, produzindo de acordo com o .sistema sueco ‘■blaufen", fornos azui.^^. A fabri ca instalada custou OOü mil cru zados. Prometera uma produção de 40 mil arrobas por ano. Mas depois de muitas tentativas con.seguia produzir em 1814 apenas 780 arrobas de ferro em barras. O.^- fornos tinham, no (mlanlo. ca pacidade para produzir duas to neladas por semana. Começou um período de criticas o de acusações. Hedberg foi considerado um inca paz. E em 181.5 voltava à Suécia. Chegou a vez do capitão de en genheiros Fred( rico Varnhagem. pai do grande historiador. Deu nova feição ã fábrica e conseguiu produzir ftu-ro do líoa qualidade.
C primeiro alto forno construí do foi internamente revestido de gre.s refratário, abundante na re gião. Varnhagem iniciou a fundi ção cm molde o deu eficiência industrial à metalúrgica. São do seu tempo a confortável residên cia e a capela anexa.
a por
Chegou a hora e vez de d. João VI dominado pelo veemente desejo de implantar florescente me talúrgica no Brasil. Como não se conheciam jazidas de carvão neral o recurso seria continuar u.sar carvão vegetal. Em volta de Araçoiaba havia frondo.sas flores tas. Foram então contratados t'!'cnicos na Suécia, país famoso sua produção de aços finos. O sueco Hedberg foi contratado por quatro mil cruzados, um dinlieilão para o tempo. Chegou com mais 14 suecos em 18 de dezembro de 181C. Veio com eles muita ma quinaria, ferramentas e tudo o mais necessário para montar uma grande fábrica dc forro., Hedberg procurou desde logo evidenciar mi-
Foi. substituído pelo capitão Rufino José Felizardo logo seguido por Bloem. Sucederam-.se varias administrações até que chegou a hora e vez do capitão Joaquim Mursa, ao qual é atribuido novo e fecundo impulso. Ipanema ga nhou fama. Mursa refez os for nos catalães, reaparelhou as secÇÕG.S de refino e preparo de ferro branco e cinzento. Montou ofici nas cobertas de preparo dc ferro em barra, uma fábrica de refino, outra de caldcar, instalou martelo de cauda acionado por uma roda hidráulica. Mais tarde foi montado
Estudos re-
um martincti‘ >: vaiini-. com peso de tonelada r meia centes sübn- Ipanema atenuaram as criticas leitas aos primeiros suecos, a IIedl)eif^ e sua turma. O minério era m.m e a maneira dc tirar dele melhor proveito só os anos foram ensinando.
Gonzaga Campos, qiu* cur.sou a famo.sa Escola do Minas, e.screveu a respeito; ●●V.eram trabalhadores succo.s quo sabiam vencer as difi culdades poripie o minério d'ali tinha os mesmos (Udeitos minério da Suécia tânio que ('xigiam alto con.sumo dc combustível para eliminação. Mas-no f»m obtinha-se explondido produte. fino. igualado aos produtos suecos”. C pior é que i\.v inicio as atençõe.s estavam voltadas quantidade.
metaUirgica nacional uni desperdicio imbecil c injustificável de D. Pedro II. Consideraram a Fa brica de Ferro de S. João do Ipa nema uma espécie de megaloma nia imperial. Estranhamente João Pandiá Calogeras opinou que ali estavam 306 anos de esforços sem justificado resultado economico. Fora uma fábrica de deficits. E acentuava Calógeras: “Nos últi¬ mos oito anos. ou seja de 1888 a 1895. deu a fábrica um déficit de 7Õ0 contos”.
E como resultado, Ipanema pa rou quando ia funcionar o grande alto forno acabado de construir cm 1885.
que 0 fósforo e timacio. somente Agora, no meio do enorme con junto maltratado pelo tempo e prolongado abandono o imenso alto forno ergue-se como torre de menagem dc uma fortaleza medie val cm ruinas.
Na abertura, junto do solo, pela qual iriam correr rios de ferro fun dido. nasceu vegetação exuberan te. E volta Gonzaga de Campos, que foi colega de Pandiá Calogeras na Escola do Minas, a nos servir dc guia: "Muito se fala em pro gresso de S. Paulo. Pois bem, para ele muito contribuiu a fabrica de para o d('ssa maneira sur giu um movimento contra os tecAtiabuiram ao caa nico.s simcos. pitão prussiano Frederico Varnhagem as informações dosabonadoras, dc que resultou a saida dos siiccc.<-' o seu regresso ã patria. Com 0 capitão Joaciuim de Sousa Mursa a fábrica atingiu o esplendor. Há informação de navios brasileiros com caldeiras saidas de Ipanema. Na guerra do Paraguai foi impor tantíssima a sua participação, fabricando armamentos. E num período cm que o Brasil, sob pre textos pacifistas da Alemanha. França c Inglaterra, se viu desar mado e .só.
Aconteceu, porém, que a im plantação da República determi nou novos rumos. A paixão partidaria fez ver naquele exito da
O material para a la- Ipanema. voura, as moendas, as maquinas para as olarias, serrarias e enge nhos de arroz e de algodão ali se fabricavam, permitindo a produção que foi enriquecendo São Paulo. Bem valeria a pena ter conserva do aquela escola para nossos ofi ciais e engenheiros, onde talvez a eletrotecnica tivesse tido seu curso do cxperloncias e pelo menos a
Ieletrometalurgia do ferro titânio poderia ter sido praticada com vantagem. Seria uma excelente escola. Morreu vitima de uma agricultura exclusivista que cia amamentara".
Em 1914, devido à escas.sez de ferro voltou a .ser encarada a pos sibilidade de pôr a funcionar de novo a velha fabrica de S. João do Ipanema. Em 1932, o engenheiro
Luis Flores de Moraes Rego chegou a tentar fazer funcionar um dos altos fornos. Seria uma forma dc produzir bom aço de que muito necessitavam as indústrias de ma terial bélico que procuravam pro ver as necessidades das forças re volucionárias.
As novas jazidas
Ipanema tratou ferro de qua lidade inferior. O excelente mi nério de altíssimo rendimento iria ser localizado em Minas só no alvorecer da década de 20. Então, Farqhuart procurou promover a sua exportação em grande escala. Mas encontrou viva obstrução por parte de Artur Bernardes. Foi en tão a vez da primeira metalúrgica moderna, a “Belgo-Mineira". Mas entravamos com atraso na corrida do aço. Já eih meados do século passado fora encontrado ferro dc alta qualidade e hulha abundante nos Estados Unidos. Em trinta anos somente, no período que me deia entre 1840 e 1870, passou esse país a ocupar o segundo lugar no mundo, figurando à frente da Alemanha, da França e da Rússia,
seguindo-se imediatamente a In glaterra que era então o supremo exemplo da evolução siderúrgica na face da terra.
Mas no Bra.sil exi.stui a diver.sidade de ferro excelente sem hu lha nas proximidades para pro dução de aço em condições eco nômicas. A ●●Belgo-Minc-ira” cons tituiu um desmentido ao pessimis mo que se instalara no pais. Re sultou da confiança dc Artur Bernardes nos destinos do Brasil. Ele .sempre .se opusera como governa dor de Minas ã pura o simples exploração do minério excelente recem-encontrado. Dizia: Não dá duas safras. Argumentava que a exportação do minério em bruto representava, dc fato, em deixar enormes buracos para as futuras gerações encherem, ao mesmo tempo que seria acelerado o des gaste das ferrovias, sem possibili dade dc recuperação devido ãs ta rifas baixas que incidiam .sobre as cargas desse teor. E quando aconteceu a visita do rei Alberto, de Bélgica, o governador de Minas manteve uma lúcida conversa com c ilustre visitante. Resultou que 0 soberano de um país altamente desenvolvido eni metalurgia como é a Bélgica se interessou pelo caso. Levou amostras do ferro mineiro. E muito tempo depois, quando tudo já parecia e.squecido, apareceu uma delegação de técnicos do Lu xemburgo e Bélgica para exame da situação real. Desde logo se soube que o minério fora conside rado tão rico em teor ferroso que pagava qualquer processo. Havia a possibilidade de usar as matas
‘Belgt)-Mincira" uni milagre do que Adotou Plantou E dessa que
existentes para o preparo de car vão. E a.''SÍm foi in.^^talada a si derúrgica mais parecia uma realização industrial, processos modernissimos. florestas do luoaliptos. maneira conjugou o carvão com o minério cm oxcclontos condições econcmicas. Asíúm foi implanta da em Minas a lu-imcira grande e moderna cxporiôncia siderúr gica da América do Sul. Caberia depois ao governo Vargas a cons trução dc Volta Redonda, apesar da viva oposição dos carteis norteamericanos do aço. r’oÍ na ver dade uma imimsição teimosa do governo bra.silciro o que o presi dente Roo.sevclt apoiou. Começou a funcionar entre acerbas criticas. Sofreu estranha e mi.storiosa opo sição. No entanto, em 1060 a pro dução dc lingotes de aço atingia 0 primeiro milhão dc toneladas. Reprc.scntava um glorioso co meço. Em 1961 ora constituida, na Guanabara, a Companhia Siderúr gica CONSUGUA.
Em 1962, acontecia a primeira corrida dc ferro gu.sa na Usiminas. Em 1963 con.stituia-se a Compa nhia Siderúrgica da Bahia, com apoio da Sudonc, Companhia Vale do Rio Doce e Companhia Side rúrgica Nacional. Na baixada santista era implantada a COSIPA, inicialmente uma incorporação particular; e no Rio Grande do Sul instalava-se a “Piratini", para produção de aços finos. Estava ao lado da grande usina termo-elétrica de Porto Alegre e na boca da mais importante jazida de carvão
sul-riograndense. Com acesso fácil através do rio Guaiba. Por último, surge moderna si derúrgica implantada no Amazo nas, às margens do rio Negro, jun to de Manaus, aproveitando os in centivos fiscais. É a “Siderama”, projetada para a produção de ferro guza e laminados, 54 mil toneladas liquidas de produtos diversos nas secções básicas da usina de re dução e refino, utilizando o miné rio de Jatapu, reserva estimada cm 57 milhões de toneladas.
Contrastes c cojifroutos
A siderurgia apresenta-se assim como tenaz conquista, de carvão de alta qualidade deter minou alternativas de entusiasmo e desanimo. O abandono dos for nos de Araf'oiaba não matou as ferreas esperanças nacionais. Sucederam-se as tentativas de pro-
A falta dução de ferro coado e guza. Quando o ferro não saia de boa qualidade o fato continuava a ser atribuído a incompetência do mes tre e falta de pessoal habilitado, ou ainda à má produção do carvão de lenha empregado. Foi assim até ao fracasso de Martiin Lopes Lobo Saldanha que precedeu- a Fábrica de Ferro de Ipanema. A descoberta do em- Explica-se. prego da hulha só aconteceu em fins do século XVIII. Até então fora considerada um combustível imundo. Quando foi encontrado o processo de redução pela novo adição da hulha, o ferro passou a brotar em catadupas igneas. Já era método amplamente praticado
Iquando ala-strarain as guuiTas iiapoleonicas, apoiadas em novos ar mamentos, de alta eficiência mavcrtica como resultado das novas qualidades do aço e da possibili dade de sua obtenção em gVande escala. Quando d. João VI chegou ao Brasil conhecia p:rieitamente a importância da siderurgia e d'ai a sua insistência para implanta ção no Brasil dos modernos pro cessos metalúrgicos em voga na Europa. O generoso propósito fa lhou porque não foi encontrado ferro de excelente qualidade, o que só iria acontecer neste século, c o necessário carvão do pedra de alto teor calórico até agora tem sido procurado em vão. Foi enccntraclc na Colombia, a.ssim como imensos campos petrolíferos na Venezuela. O quinhão brasileiro em matéria de combustíveis,' temse limitado a condições propicias á montagem de usinas hidrelétri cas de grande capacidade, de que é expressão Urubupungá.
to que a i)rim*rsa loabt 1 .'.olreu. Tinha sido conduzida á secção de fundição. Ali lhe foi mostrada uma grande bola dc barro. Dc re pente, ouviu-.sc um forte estalido, ú bola partiu-sc ao meio. E sur giu uma coroa impru-ial (in forro fundido. ainda incandc.scente. Segura com tenazes foi mergulha da numa tina de água. onde pro vocou nuvens de vapor, entro chia dos e sibilos. Quando arrefeceu a ponto de não mais ai)resentar perigo dc queimadura foi apresen tada aos ilustres visitantes. Era dc extraordináriLi perfeição. Pa recia feita de prata. Então o di retor da siderúrgica foi felicitado pelo exito que exprc.ssava notável evolução técnica.
sai-
A Fábrica de Ferro de S. João do Ipanema foi uma tentativa dig na de melhor fim. Da sua intensa atividade muita coisa restou. Os desaparecidos portões e grades do Jardim da Luz de suas forjas ram. O grande cruzeiro de ferro fundido e varias placas evocativas datam da visita da princesa Isabel e do Conde d’Eu que lá chegaram em trem especial através de um ramal da Sorocabana. Essa a ra zão de lá se encontrarem largadas no mato locomotivas a vapor que eram empregadas no transporte da produção. Dessa imperial visita ficou a evocação de um sus¬
Uma fotografia de 1882 mostra um conjunto majestoso. Estava a Fábrica de S. João do Ipanema no apogeu sob a administração do coronel Sousa Mursa. O conjunto cra integrado por dois altos fornos, oficinas de fundição, oficina de refino do ferro, caldeira dc vapor aquecida com o calor perdido das ferjas do refino, laminadores, for ja de cimentação, novo alto for no, ponte e secagem, armazém dc fundição, armazém dc refino, tres grandes depósitos de carvão, ofi cina de modclação, depósito de máquinas, oficina do máquinas, depósitos de minérios, alojamentos de operários, armazém, plataforma de desembarque, serraria, carpin taria, oficinas de consertos, casa grande, armazéns de administra ção, escola, capela, estação ferro viária. Formava um conjunto impressionante. Ainda hoje es-
Peito Aberto de Ipanema comemoicu no cLa 1 de novembro de 1008.
narra ras aniversário da primeira c 15C.O corrida ineande.seente de .seu ven tre igntc. ipie consolidou em tres cruze:.. :eus pruneiros rebentos
Mais de tlez mil tone-
scu sidereos. ladas desta .seiva eriadora fluiram
Prússia que, em 1883, Brasil em visita de cordealidade a berdo do navio “Olga”. hilciramente recebido. O Impedor d. Pedro II prestou-lhe aco lhimento cordealíssimo. Koseritz as homenagens, cita as honque foram prestadas ao hós pede ilustre e conta: -Depois disto 0 imperador se dirigiu com o prín cipe. 0 barão von Seckendorff e séquito para o Arsenal de Ma rinha, visitando uma corveta equi pada com máquina de construção brasileira e fez um passeio de ex periência nela. que ficou todo o tempo na casa das máquinas e tudo observou. Foi uma excelente oporliuúdade ter o Imperador permitido a pcis 0 Principe c oficiais alemães 0 Brasil
veio ao
dimmisoes da casa de pantam a.s arma.s biMiuais tivlilaçao. ao lado 1818. modifi- Foi hos- dupli» nula do forno cado em forno cie dl’ do grande alio ir.B.") (juo mal chegou a Para ele foi redigido alto forno de 1 * i il funcionar. o seguinte texto:
O principe Henri- por mais de setenta anos desta célula mater do aeo. eojisoliclandose cm banais, obras, mácpiinas c engenho'.'- que espalharam por todo o Brasil, glorifieando o mais exibição, aut-ntico monumento siderúrgico da Pátria, caija existêneia, em be leza. luta. adversidade e tradição não tem preeeclent(‘s no mundo”, a grande e melancólica
Es.sa lição da "Ipanema.
Fábrica de São João do a trinta quilômetros dc
Sorocaba.
Da
verificar que puderam , censtroi grandes navios, faz as maquinas necessárias e.nelas usa própric ferro ide Ipanemal”.
0
Conclui dizendo que o prmcips teve magnífica impressão e “o Brasa tem toda a razão em se censiderar como um dos povos vilizados do mundo .
iu^portánca ficaram d‘ poimeutos dispersos Sab’-se que Mauá navios a vapor que cüíU os ■●steamers” a gloria de chegarem ci- .sua múltiplo.s história, construiu
Assim está escrito, poimento vale pelo maior dos elo gie? que podiam então ser escritos. Depois se disse que Ipanema foi a devido ã pressão dos disputavam ingleses antes ao destino quando se cruna costa. Então Ipanema intensamente. Disso lechada grandes cartéis do aço que inam contribuir, devido ã feroz competição para o espantoso massacre que foi a primeira grande guerra mundial. zavam cooperava testemunho do jornalista alemão Carl von Koseritz. No seu há o livro “Imagcn.s do Brasil” descrevo chegada do principe Henrique da a
E esse de- na
CastelSo Bronco - Primeiro
Presidente do Revolução
LU>:S GONZAGA BERTELLI
O autor, projessor da Faculdade de Comunicação da Fundação Armando Alvares Penteado, tem pro fundo conhecimento do presidente a quem coube a dificil tarefa dc reconstruir o pais. logo após a de posição do prcside?iic João Gou lart.
ií Os que com Catello conviveram sabem que a catadíira ausicra c a feiçao autoritária escondia uma alma timida c afetuosa, dc ameno c ciilto dialogo, entremeiado daquele humor que, segundo Machado de ASSIS, e apenas o ‘'pudor da razão diante da vida”. Na caseriia, 7ia guerra, na administração e nn volitica, asswi passou o tempo que lhe foi concedido sobre a terra”.
Roberto Campo.s.
I1.900
Nasce a 20 de setembro Hum berto de Alencar Castello Branco, na localidade de Messejana taleza.
igreja, edificada pelo.s jesuítas, no século 17, é visto à distância.
Seus pais, o Gencral-dc-Brigada Cândido Borges Castcllo Branco o Dona Antoniota de Alencar Castello Branco, instalaram-se com toda a famiüa — dc.sccndcnte do Dr. Francisco da Cunha Castello Branco, irmão do Conde de Pombeiro, dc Portugal — no Pkuií, no século XVIII.
ForMessejana, segundo José de Alencar, que usava “c” em lugar dos dois ss , significava em lín gua indígena Lagoa Abandonada. Era nela que Iracema, a índia dc seu romance, tomava banho depois de vir de uma colina distante.' cidade é quase continuação da ca pital dos cearenses, quilômetros de distância, numa est-rr'’’" mríoçiriR dp coqueiros. Velh A Fica a 25 cajueiros, mais altos do que os telhados das paj. casas, escondem-na do visitante. Apenas o campanário branco da
Os primeiros estudos de Castello Branco foram efetuados na capi tal cio Ceará, no Colégio São Raíael e, posteriormente, no Recife, no Colégio Aires Gama. Desde ajuela época, já herdara de seu escritor de várias obras, entre elas um Vocabulário Militar — os pendores literários.
Sc;U íivõ materno era .senhor de engenho e. no meio dos canav.aiíj, o menino Humbí ito p.i.ssou a in fância a Ijrinear. per.sogihndo os animais donu’*.-'!leo.-: <■ atirando nos passarinlio.i. Lo”o pela manhã, o vaqueiro ( nearre{jado da ordenlia das vacas ja o encontrava, vasilha à mão. s- ntado na e»’rca do cur ral, à espera do leite. No acude do engenho banha va-se. diariamente, sempre acompanhado dos irmãos: Cândido, t) mais velho e Lauro, o caçula. As irmãs Lurde.s. Nira. c 1921 Beatriz ficavam a assisti-los nas suas brincadeiras, Dos três irmãos homen.s. .seria o rnico a in^íressar no Exército.
Humberto, o rapaz baixo e desa jeitado, a principio desprezado pelos seus colegas, já nos primeiros meses do novo curso da tradicio nal Escola, iria revelar-se um alu no excepcional, organizado, assí duo e com raro talento literário. Recitava de cor Castro Alves, as sim como era capaz de reprodu zir. de memória, trabalhos Inteiros de Alencar, de quem era parente pelo lado materno. f
Já consagrado entre os demais
I Costa e Silva, Décio Scobar, Mena Barreto e Amaury Krueh, como um dos mais distintos Membros da Sociedade Acadêmica da Escola MiKtar. depois de escolher a Arma de Infantaria, em 18 de janeiro de 1921, era declarado aspirante ofi cial. passando a servir no 12.o Re gimento de Infantaria de Belo Horizonte. Ainda em 1921, era promovido a 2.o Tenente.
Constantemente, era surpreen dido a brincar do soldado. T.nha 6 anos dc idade quando a mãe Iho perguntou: O que é qiic você quer ser quando cre.scer? Capitão, res pondeu prontameiite. Iria muito além. Só ({uc não eresccria muito. Ao.s doze anos. cm Porto Alegre, na ocasião em que S(‘U pai servia no R o Grande do Stil. Castcllo Branco completou os estudos ini- 1022 ciais, na Escola Militar dc Porto Alegro.
1918
Introvertido, simples, a medir cada palavra proferida o rapaz dc 18 anos apresentava-so volunta riamente na Escola Militar do Realengo, para sentar praça como cadete. ( Na sua bagagem trazia apenas os certificados do conclu são dos primeiro.s estudos e o di ploma do curso dc humanidades, realizado no Colégio Militar da capital do.s gaúcho.s.
Passando a l.o Tenente, casouse em Belo Horizonte com Dona Argentina Viana, filha do Comen dador Arthur Viana e de Dona Cherubina Martins Viana. A moça Argentina tinha fama de ser uma das mais bonitas da capital das Minas Gerais. Contava o pai da noiva que “veio muita gente de fora para assistir à cerimônia”. Seu amigo e colega na Sociedade Literária da Escola Militar de Porto Alegre, Amaury Kruel, foi convidado para padrinho de Hum berto. No entanto, não pode com-
parecer, designando Jair Negrão de Lima, irmão do ex-governador da Guanabara, para representá-lo.
O casal teve dois filhos: Antonieta, casada com o economista Salvador Dlniz o Paulo, casado com dona Nena Alvim. Paulo é oficial da Marinha brasileira e es¬
tudava na Ca!il(3rnia. (juando o pai a.ssuiniu a Presidência. O go verno americano chegou a ofere cer um avião para que- ele viesse assistir à cerimônia, mas foi o pai quem ( acons' Ihnu i)oi' telegrama: ■●meu filhe fique ai estudando que c a sua obrigação".
mi 1920
No dia 27 (Ir abril. Ca.stello Branco ja — Centro íhciais da Rt si rva tarde, soiia também professor na Escola Miliiar do Realengo e na Escola do K-.^tado Maior do Exér cito, onde i)reh ci‘*nara na cadei ra dc Tãtiea Gorai.
193’:.
tornara, in.strutor do Pivpara.eão de OliMais CPOR.
Promovidr» a Capitão,
1036
A 13 d(' initui^ro cW 1936. seguiu para a França, onde cursou a Es cola Superior d(> Giuara Francesa.
193S
Promovido a Major, por mereci mento. retorna ao Brasil, para re assumir .suas antigas funçõe.s na E.sccla do Estado-Maior, onde per manece até o final deste ano.
Com 0 Presidente Dutra, então M.nistro da Guerra, até fins des-' tc período, desempenhou as fun ções de Adjunto do Gabinete do Ministro da Guerra, retornando depois à Escola Militar, como co mandante do Batalhão de Infan taria e exercendo, até o final de 1942 e inicio do ano seguinte, o posto de Instrutor-Chefe de Arma,
1043
Deixa 0 cargo, ao ser promovido, novamento por merecimento, a Tenente Coronel.
Com a entrada do Brasil no 2.o Conflito Mundial, passa o então Tenente Coronel Castello Branco a integrar a Força Expedicionária Brasileira, como oficial de opera ções. Seguiu, então para os Estados Unidos, passando a frequentar a Escola dc Fort Liavenwort.
1944
1940 cm
Vemò-lo no Curso de Alto Co mando. reali/.ado lui Escola do Es tado-Maior a proferir uma série de três conferências, subordinadas ao tema: “O alto Comando aliado na Guerra entro a Triplico Aliança e 0 Paraguai". Tais pronunciamen tos mereceram airosos comentá rios e. no mesmo ano. são publi cadas pela Impren.sa Militar.
Assume a Chefia de Operações do Estado Maior da FEB, viajando julho, para o teatro de ope rações na Itália. Pondera o Cel. Rubens Restell, na Revista Militar Brasileha, que Castello Branco contrariava a imagem do Chefe de Operações sempre na retaguarda, no Quartel General, debruçado sobre as car tas e preparando planos, ele era visto com frequência nas linhas de frente, tudo examinando, anali sando e propondo soluções. “Apa recia muitas vezes no auge do
combate, aparentando a maior tranquilidade, indiferente ao peri go e, em meios à fumaça das ex plosões das granadas, desapare cia como tinha vindo. Assim foi no memorável ataque e conquista de Monte Castelo...”
Pela ação desenvolvida no pla nejamento e execução das tarefas que lhe foram confiadas nos com bates em que as tropas brasileiras se empenharam nos Apeninos, me¬
receu o Tenc-nt-‘ Corom‘1 Castello Branco rcfcrência.s airo.sa.s cio Co mandante da FEB. ü então Gene ral Mascarenhas de Moraes, como dos e.scalõcs niai.s elevados do V Exército Norte-Americano, co mandado pelos Generais Guttenberg 0 Mark Clark.
Sua folha de s(“rv!ços consigna muitos elogios ã sua atuação na Itália. Aplicou SI iis conhecimen tos táticos como estrategista, ten-
postt“rioi'mcute 1958 do planejado i‘ participado cia oxiH-uçao cias vitó rias brasilcira.s. rntro elas a toC'.isti‘lo. a rcsis< m La Serra, o no Vale do Pó.
mada dc' Monti' téncia ao ininiiun apoio aos aliados a prisão cie toda uma dtvisao ita liana cm Col(“C'hio r Fornuovo.
1945
Do volta ao Pais (‘ clisscMvida a FEB, em dccorrcMuàa da referida atuação na Itália, foi promovido a Coronel, por nuuec-imeuto. Assumo a direção cia Escola do EstadoMaior, ondc' ficou alô' o começo ele 1949. Promoveu i'le uma verdadei ra revolução no mais alto institu to de ensino cie nossas forças ter restres, modernizando os métodos de aprendizado. Passando a ser vir no E.stado-Maior do Exercito, como Chefe da Seção de Planeja mento. ai deixou a marca de seu de.scortinio estratégico o intc'ligência.
Foi promovido a General-de-Divlsâo em agosto, sendo designado Comandante da 8.a Região Militar cm Belém, posto que ocupou até abril de 1960, quando foi nomea do Diretor do Ensino de Formação no Rio de Janeiro, tendo acom panhado de perto a ação militar que visava impedir a posse do sr. João Goulart, como substituto do sv. Janio Quadros.
1961
Em abril, passa a ocupar a Di retoria Geral do Ensino do Exér cito, permanecendo no cargo até 3C de julho de 1962. zembro de 1961. profere um disgrande repercussão, diferença existente A 15 de decurso, com mostrando a entre a democracia e o totalitarisqual conclui afirmando: mo, ‘●Estas duas ideologias encontramenvolvidas num conflito munNão reconhccé-lo significa o .se 1951 dial. clissociar-se óo mundo e descui dar-se do Brasil. A luta ideolóAtlãntico e já ‘se
Nos meses dc março a abril, es teve em Washington, na condição de Assessor Militar da Delegação Brasileira à IV Reunião de Consul tas de Ministros dc Relações Ex teriores da.s Repúblicas America nas. gica cruzou o pode afirmar que se propaga no .0 discurso está puBoletim do Diretório nosso Pais*’. blicado no Central da Liga da Defesa Nacional — n.o 4 — novembro, 1962.
1952
Em agosto, foi promovido a Gepassando
Comando da 10.a Região Militar, com sede em Fortaleza. neral-de-Brigacla, ao
1962
Promovido a General-do-Exército, Castello Branco, assumiu o Co mando do IV Exército, sediado no Recife, num momento em que todo
0 Pais acompanhava com grande expectativa a sucessão do Governo de Pernambuco. Pela sua preo cupação de neutralizar a atuação pclítica do governador Miguel Ar fais, acabou sendo substituído pelo General Justino Alves Bastos, quando o general Jair Dantas Ri beiro assumiu o Ministério da Guerra. A maioria esmagadora das Forças Armadas, em nenhum momento se conformou com a sua destituição, eis que já despontava, àquela altura, como sustentáculo da luta velada contra a progressão marxista no Brasil
1963
Na capital de Pernambuco, fa leceu sua mulher D. Argentina Vianna Castello Branco. A par tir de setembro, assume a Chefia do Estado-Maior do Exército. Nes sa oportunidade, advertia que o Estado-Maior não deveria ficar tão absorvido pelos negócios do íí
dia-a-dia que o tornas.se desligado da evolução da política nacional". Apresentou, então. víMunentcs cri ticas aos "reformuladores oportu nistas” que tentavam mudar a es trutura do Exército, solapando-o traiçoeiramcnte". Em outubro. pa.ssa a liderar um grande número de oficiais decididos a ●■deter” e a ‘‘resistir" a possíveis atentados contra a Constituição.
1904 Era 0 dia 13 de março. Um grande comício, na Central do Brasil, fora organizado, a fim de as.segurar o ambiente necc.ssário para o lançamento das “mensagen.s estopins". O Presidente João Goulart declara na ocasião: "não receio sor chamado subversivo pelo fato de proclamar e tenho pro clamado em todos os recantos da Pátria a ncce.ssidado, trabalhadnre.s, da rcvi.são da atual Constitui ção antiquada...” Anunciou, cm
ACasíello Branco recusou, lanlo a prori^ogaçro de seu mandato como a possibilidade de sua reeleição à Presidência da Republica
nciro. sistia. agora, em -- dos principais Comandantes MiU-, tares.
Segunda feira. 30 de março, o dispositivo militar do presidente Gculart deixara dc funcionar. Inclusive, seu Ministro da Guerra. General Jair Dantas Ribeiro, contrava-se enfermo cm enum leito de hospital.
Ao aívorecer de 31 de março, o General Mourão Filho, mobilizou as tropas da 4.a Região Militar, sediada em Juiz de Fora, iniciandireção ao Rio Acompanhavam-no os is Carlos Luis Guedes e Embora generais Antonio Carlos Muricy. das na reserva Marechal Odídemais ofiencontrando-se Forças Armadas, o lio Denys alia-se aos ciais revolucionários.
São Paulo, deveria realizada em ser levada a efeito no Rio de JaSua principal tarefa con- obter a adesão seguida, n i-nvm dr cliversa.s men sagens an CUuie.res.so Naeion.il. inchiindo a encampação das refina rias particuIarc.-< (U> petróleo, a reforma agrária outras, A 20 de mar«;o i“xp('diu o Chefe do Estado-Maior do Exército. Castello Branco, um memorando aos seus s\ibordinados. .ãiicsar dc conciso, o i>ronuneiamento tor nar-se-ia catuluHMdo da oficialldadf-. ofercc; nclo \ima jxislificativa clara pai’a a oposição ao plano en gendrado pelo iiresiclente Goulart de usar ns sindicatos operar.os controlados pelo governo como base politica para derrubada da estrutura const ilucional e adoção do a marcha em de outras medidas, .A nota men- dc Janeiro, cienava o comieio de i:^ de março dc lf)G4. promovido pelo então presidente João Goulart, como princ.pal motivo do (pic estava sucedendo entre a oficialidade do seu Estado-Maior. “Comprendo". dizia elo. "a inl ranciuilidade e as indagações dc meus subordina-
Na tarde de 31 de março, o Ge neral Amaury Kruel deu ordens para que seus tanques, igualmen- to. se deslocassem de S. Paulo, rumo ao Rio de Janeiro. A revo lução engendrada conseguiu o im pacto da surpresa, não haveria. felizmente, o derra mamento do sangue brasileiro.
Em seguida, Castello Branco criticava exacerbadamente o pro pósito que já ('ra notório de uma Assembléia Constituinte, antece dendo ii pretendida ditadura. In dagava. então: “O povo brasilei ro está pedindo ditadura militar ou civil e constituinte?" E res pondia: “Parece que ainda não”. No domingo. 29 dc março, Castcllo Branco, depois dc entender.se com os demai.s lideres do Mo vimento, marcava a data para a deposição dc João Goulart para o rava dia 2 dc abril, quinta-feira, quan- a prática do outra imsseata popular do mi- pcs.snclo o deputado Ranieri MazIhare.s dc pes.soas, nos moldes da zili, Presidente da Câmara.
Ao anoitecer de l.o de abril, poucas horas depois do presiden te Goulart ter deixado o Rio, eni fuga rumo a Porto Alegre, o pre sidente do Senado Federal Auro Soares de Moura Andrade, declavaga a presidência. Segundo constitucional, é emdo; Mais uma vez
Logo nos primeiros dias de abril, os líderes civis da Revolução ini ciaram um intenso movimento, cm vários níveis, que levas.se Ca.stello Presidência.
No dia õ. houve a primeira ma nifestação pública em frente à sua
Dif.i sin lã
cxigincio-o para a O.s governadores e ca.sa, no Rio. Presidência, o Mini.stro da Guerra, no entanto, ainda não tinham checado a um acordo.
Um manifesto favoráviú ã can didatura dc Ca.stello. com milha-
Sua ir-ulher, dona Argentina, não o viu como Presidsnte da Kacão
res de assinaturas, rjirro por todo
7 ja eontava com 0 U\ governadores. O pais. apoio seguro dr Dia 'V) na-
Castcllo Branco a.^cendeu ã Pre sidência da de abril, atrave.s reta do Congiavs.^^o soante dispo-siçõ(‘.s lucional n.o 1- mn
Dispondo de uma fantástica so matória de poderes e o apoio inccntestâvoi da opinião pública clonal optava, no entanto, o Co mando Revolucionário de 31 de março, pela manutenção da Cons tituição, com as modificações cessarias à Consolidação do Mo vimento. conservando o Congresso em funcionamento <com restrições previstas no Ato), xou imprensa em plena liberda de. não SC socorrendo ao menos do estado de sitio, medida regular mente adotada nas emergências revolucionárias.
Previu o Ato Institucional n.o 1, seu artigo 2.o a eleição pela maioria absoluta dos sufrágios dos integrantes do Congresso Nacional, dentro de dois dias. do Presidente e do Vice-Presidente da Repúbli ca. cujos mandatos deveriam ter minar normalmente. Revolução não houvera, a 31 de janeiro de 1966.
Hepvihhea no dia 11 dt* eleicãei indine- Nacional. con do Ato InstiSfU artigo 2.0. n assinacUi jíelos três luilit ari‘s; O onerai-dcO documento. minLstros Exército Arthur da Costa o Silva. Vice-Almiranti' Augusto II. Rademaker Grunowald. Temmte-Brlgadeiro Francisct) d(’ A.ssis Correia de Melo. a 0 do mesmo mês. afirbases diunoerátieas da Ademais, deiem mava as Revolução, mas estabidecia as niedidas vigorosas (lue a situaçao ex cepcional impunha. Entre c.ssas faculdades, o
4í
como se a í
Castello Branco foi eleito no l.o escrutínio. Era o segundo cearen se. após 0 Presidente José Linha res, a ocupar a Chefia do Pais. Na ensolarada manhã de do mingo. dia 12 de abril de 1964, que sucedeu à sua eleição, o Presidente saiu de casa cedinho, com uma braçada de cravos vermelhos e foi ao cemitério São João Batista de positar as flores no túmulo de suã mulher Dona Argentina, que fa lecera havia oito meses. De mês em mês, repetiría essa visita.
í ExoeuUvo recebia amplos poderes para suprimir di reitos políticos do cidadãos incriminado.s. por periodo de até 10 anos. Da mesma forma, mandatos de membros cio legislativo pode ríam ser cassados. A redação do ato institucional n.o 1 foi confia da ao cx-Ministro Francisco Cam pos, modificando em alguns pon tos a Constituição de 1946.
Nesse sentido, nem por ser um documento do Poder Revolucioná rio, deixou o Ato Institucional n.o 1 de 9 de abril cie 1964 dc valer reforma constitucional 1 I. í como uma sui gencris”, eis ciuc, no primeiro dos seus artigos, declara enfatica mente” são mantidas a Constitui ção de 1946 c as Constituições Es taduais e respectivas emendas com as modificações constantes deste ato”.
O caráter restaurador da Revo lução estaria presente na saudação do Presidente, logo após sua elei ção ao povo brasileiro: “Agora, es-
pero em Deus corresponder às es peranças de meus compatriotas, nesta hora tão decisiva dos des tinos do Brasil, cumprindo plcnamente os objetivos do Movimento Vitorioso de abril, no qual se irma naram o povo inteiro e as Forças Armadas na mesma aspiração de restaurar a legalidade, revigorar a democracia, restabelecer a paz e promover o progresso e a justiça social”.
decorações.
A 14 de abril de 1964 deixa a Chefia do Estado-Maior do Exér cito, pedindo sua transferência para a reserva. No posto de Ma rechal, Humberto de Alencar Castello Branco assume a Presidência do Brasil, em sessão solene do Congresso Nacional, em Brasília, no dia 15 de abril de 1964. Nesse dia, decepcionou involuntariamen te os correspondentes internacio nais, encarregados de noticiar a cerimônia para seus países. É que esperavam-no fardado sob 0 peso de suas inúmeras conO homem sereno e determinado, que caminhava a passos largos, vestindo o mais pai sano dos ternos, contrariava a pre visão.
Em julho de 1964. o Governo Castello Branco tratou cie aumen tar seu contròlo sobre eleitoral com duas primeira foi uma lei de inelegibilidade que não jiermitia a candi datura nas eleições vindouras de quai.squcr ex-Minisíros. que ser viam durante a Prísidência Gou lart. depois do plebi.scito de 1968. A segunda medida foi um novo Estatuto dos Partidos Políticos, com vistas à reorganização da ati vidade política no Brasil. o .sistema medidas. A
10G5
curvado
Dispensando o.s batedores o as sirenas, despercebido, como gosta va dc andar, vémo-lo a caminho do palácio das Laranjeiras seu mundo oficial, da República, Marechal Humber to de Alencar Castello B ao c o Presidente ranco. Aos 65 anos, feioso c timiclo, iria exercer a Presidência nacional, à semelhança do militar que recebe, apenas, mais uma promoção em sua carreira.
Sete vozes avô go verna 0 Pais, ora de Brasília, onde costumava passar os primeiros dias da semana e do Rio de Ja neiro, onde ficava o final do pe ríodo. A 15 de junho de 1964, quando 0 Ato Institucional n.o 1 cruzava a sua linha demarcatória, os dileitos políticos de 378 pessoas ti nham sido ca.ssados. Estes in cluíam três ex-presidentes: Kubistschek, Quadros e Goulart, bem como seis governadores estaduais, 55 parlamentares, líderes sindicais, oficiais militares, intelectuais e funcionários públicos.
Seus ternos são invariavelmente escuros e bem talhados. Escuras também são as suas gravatas. Não fumava, não bebia. Ouvia música clássica, Brahms c Beethoven, es pecialmente Bach. Jogava razoa velmente xadrez e, em matéria de futebol, somente tinha um clube: 0 selecionado brasileiro. Era ca tólico fervoroso e praticante,
O.s bilh''leiros cio.s teatros do Rio jã o conhc‘ciam e não ficavam surpresos ciuando d«“ para vam com o Presidente diante da bilheteria, a comprar innch^stanuuile o seu ingresso.
colégio cie colaboradores. Seu recrutado entre técnicos de reno¬ me como prol i.'<sionaÍs ele alta competência, encetou o trabalho que se propusera o Presidente, o qual. com base no Ato Institucio nal n.o 1. dispunha de poderes dis cricionários jiara realizar a obra de recuperação nacional de que o Brasil tinha nece.ssidado.
Castello não admitiu a prorro gação cie seu mandato ao tempo usual do cpiincpienio e insistiu em tornar-se inelegível por dispo.sitivo constitucional. Dizia que de insu bstituíveis c'stavam repletos os cemitérios.
1966
Em abril é baixado um decreto, anunciando a.s ba.sos da restaura ção econômica da.s ferrovias, do.s porto.s c da cabotagem. Faltou porém maior aguorrimonto ou falta dc tempo para dar execução às medidas implantada.s formal mente ne.ssc setor.
Referindo-se à colaboração es trangeira para o nosso progresso diria o Presidente, em G dc junho de 1966, na Universidade de Juiz de Fora, palavras de descortinio
“Ne.sse particular, quero dizer aos moços que a primeira condição para bem servirem ao engrande-
cimento do Brasil está em se con vencerem de que somos efetiva mente uma grande Nação e que devemos nos comportar como tal, sem temores e ressentimentos. De fato. somente um país fraco ou dirigido por homens fracos poderá ter os seus passos limitados ou constrangidos pelo receio de qual quer influência estrangeira...
Procurava, assim, eliminar da paisagem pátria os fantasmas, os temores c os ressentimentos contra a colaboração estrangeira, isto é, contra cientifica, tecnológica e financei-
a colaboração cultural, ra alienigena. No agonizar do mês de sétembro dc 1966. reclamava-se o ‘‘diálogo”, através dos editoriais e ar tigos dos jornais. Ihor do que o próprio Presidente desvendava a falsidade dessa aleresponder aos jornalisde outubro de 1966. “É de 0 Governo O Presidente já Ninguém megaçao, ao tas, cm 1.0 injusta a acusaçao
não dialogar... visitou 97 cidades do Brasil e, em elas, deu audiências, ouviu proposições e trocou impressões... O diálogo exige, antes de tudo, honesta revelação de propotodas uma sitos...
1967 0 Governo ao Após transferir sucessor, em 15 de março em- seu preende uma viagem à Europa, a 24 de maio. Retornando ao País, visita São Paulo, pela última vez. Lembrando as multidões de polí ticos que o esperavam, quando era Presidente, comenta com ironia ao
chegar ã casa de seu cunhado. Niso Viana: “Ninguém, aqui, agora?”.
À noite, no casamento a que a.ssistiu, contava piadas, recordava casos “não acha o João Agripino mais fc-io do que eu?”
Manifesta o propósito de em preender uma viagem sentimental ao Ceará. Na sua partida, ao .se despedir do senador Paulo Sarasate, seu amigo pe.ssoal, diria profeticamente: “Sei que será a última vez que vou voltar a ver a terra de meu pai”. Nesse en contro do qual participaram tam bém 0' Ministro Jarbas Pa.s.sarinho e o escritor José Américo de Al meida, 0 Marechal Castello Branco afiançava que, depois da viagem se recolhería ao seu “.sarcófago”, que era como denominava seu apartamento de Ipanema, no Rio de Janeiro.
Na manhã de 18 de julho, companhia de seu irmão Cândido de Alencar Castello Branco, fun cionário do Banco do Brasil, aeronave iria chocar-Se aparelho a jato do Ministério da Aeronáutica,
em sua com um que se encontrava em exercício, no subúrbio de Mondubin, nas imediações de Forta leza. Segundo o reiatório dos téc nicos da Aeronáutica, de parte de ambas as aeronaves, não fora re gistrada nenhuma transgressão às regras do tráfego. Salientavam que era impossível aos veículos vislumbrarem o acidente.
Quando as primeiras pessoas chegaram ao local, além do corpo do ex-presidente e do seu irmão, encontraram o cadáver do major
Manuel Ncpomuccno de A.ssis. A c.scritora Alba de Mc.squita Frota, que os acompanluiva. cra encon trada viva. vindo falecer logo após no próprio local do desastre. C cü-piloto da aeronave Celso de Moura Chagas, jjor sua voz. sobre viveu ao sini.stro. .Seu pai, Franci.sco Celso Tinoco Chagas morre ría ante.s do recebimento dos pri meiros .sücorro.s médico.s.
Ao.s 19 de julho, dcijois de re ceber as homenagen.s do povo de sua terra natal, do Ceará, o corpo de Ca.stcllo Branco era trazido para o Rio de Janeiro, permane cendo exposto no .salão nobre do Circulo Militar. No dia .seguinte, às 11 hora.s. era sepultado no ce mitério dc São João Batista. As derradeiras orações em homena gem ao morto, foram confiadas ao Gen. Antonio C. de Andrade Murici, pcia.s Forcas Armadas; ao Se nador Daniel Kriegcr cm nome da ARENA; ao Senador Paulo Sarasate, representando o Congresso e ao Governador Luís Viana Filho, pelos antigos colaboradores do Governo.
C. Ao seu lado en-
O túmulo onde repousavam os restos mortais do Marechal Cas tello Branco, o l.o Presidente da Revolução de 1964, recebeu o nú mero 1251 contra-se .sua mulher. Dona Ar gentina. Mais tarde, seriam trans feridos para o mausoléu, especial mente construído, ao lado do pa lácio do Governo do Estado do Ceará, em Fortaleza.
A história brasileira, gradativa mente, vai projetando a figura de
Castcllo Branco, tau '.<ua vera mag nitude.
Foi, inciue.sUouavelmentc. um extraordinário Prc.sldento. talvez o melhor de todo.s os c\uc já tivemos no nosso Governo Republicano. É Que, recebendo uma lierança caóti ca, não a renunciou. Ao contrá rio, acoitüu-a Iionrosamente. na sua legitima Qualidade de verda deiro Icgatário dti.s legitimas aspi rações da nacionalidade.
O mar(‘chal Ca.st 11o Branco não tinha intençõe.s de deixar a polí tica; preparava-.sc para ser can didato ao Senado, pelo Ceará. Apesar de desmenlido. sua inten ção era roalmente c.ssa. Ele a ha via revelado a amigos.
Sem prejuízo da autoridade com que exerceu a Chefia da Nação, foi um ca.so típico dc amor tardio pela política. “Um amor outonal, inten.so".
Assinala Octávio Costa que Castello não foi um “mestre”, mas Mestre, não foi um “estrategista de gabinete, nem um gênio de ins piração napoleônica”. mas um homem comum, devotado à sua profissão, que a força de caráter fez subir, lentamente, paciente mente, estoicamente, suando, pen-
sando e aperfeiçoando-se na autosuperação ao longo da vida toda”.
BIBLIOGRAFIA CONSULTÀDA
LIVROS
Costa. Octavio — “Mundo sem Hemisférios”
Gudin, Eugênio
Erasil Melhor”
Sarasate, Paulo — “A Constitui ção do Brasil, ao alcance de todos”
Scantimburgo. João — “Trata do Geral do Brasil”
Skidmore. Thomas — “Brasil — De Getúlio a Castello”
Wamberto, José Branco, Revolução e Democracia
JORNAIS
Jornal do Brasil
Folha de São Paulo
“Para um .í<r “Castello
O Estado de São Paulo
Jornal da Tarde
REVISTAS
O Cruzeiro
Realidade
Manchete
Militar Brasileira
IESTUDOS UNIVERSITÁRIOS
PAULO EDMUR I'»E SOUZA QUEIROZ
FIZ uma revisão honesta de minhas perspectivas .sòbrc prctlemas unÍversitár:o.s. Re trato-me, cm parte, de po.sições assumidas em discussões anteriores. Inclina-se, esta expo sição, para apóio parcial das te ses de Alexandre C. Filho e Geral do Pinto Rodrigues, expostas na última reunião. Não me faço li beral, é claro. Entramos, real mente, a meu ver, em fase de evi dente necessidade da superação do liberalismo. Mas não .sou antiliberal. Ser anti-liberal, como di zia Ortega, é querer que o mundo volte para posições que condicio naram 0 advento do liberalLsmo. Trata-se da procura de uma supe ração, na qual se reconheça o que deu 0 liberalismo de positivo seja 0 que do liberalismo ,se deve manter como fermento de instituições politicas viáveis. Vi vemos num mundo pragmático onde se tateiam novas formas .so ciais, nas quais se vislumbrem pcs.sibilidades de uma convivência, onde prevaleça o máximó de efi cácia econômica, com um mínimo de compulsão política.
Este é O terceiro (rabalfic (ki serie debatida no Centro dc Estudos So ciais e FoUticos da A.s.sociação Comcrcial dc São Paulc. (j autor c professor da Univcr.ãdadc dc São Paulo.
novas
Preliminarmente quanto à Uni versidade, Uma análise mais cui dadosa. levou-nie ao convenci mento de que a Universidade ja‘ mais foi centro de formação cul tural, sem carater de profissiona lização do corpo discente. É sa bido que 0 termo Univcr.sitas “foi originalmente empregado para
designar qualquer conimr.dade ou cerporação". Quando s - referia à corporação do mo.stros e alunos vinha, .sempre, seguido do com plemento “Universitas magistro* rum et scholarium". O nome an tigo para essas comunidades de ensino, era “Studium” o mais tar de “Studium generalc”. É sabido que essas comiurdados se desen volveram muite. depois do desa parecimento das romanas, extintas depois de contra monásticas c;uo cação somente ao que era necessá rio a padres e monjes. Os “studia generalia” vi.savam prover às ne cessidades de instrução do mundo civil da Idade Média. No século 9.0 surge o primeiro grande “Stu dium'’ em Salermo, Sul da Itália. Sua escola lundamcntal era uma escola dc medicina. Os Studia Generalia. se esboçam, dc inicio, com a autorização dos clianceleres das catedrais para abertura de es colas .seculares na vizinhança dc sua igreja. A licença, cm seguida, passou a depender de um exame escolas pagas no 6,0 século Cristo, como reação as c.scolas cxclusivamente reduziam a ccluou
Mais ta.rde tornou-se romt (lu“vu. (ju ● i}ualiim “stuformal. conhecido, nn quer cstabflccinuntn clc duim licença d<> pana. de rei.
proibem os religiosos de ocuparem mais c’u- uma cátedra universitá-
Os pregadores dominicanos na. não se submetem. Alberto Magno inaugura seu curso com êxito retumb.rnte. A Universidade de ● j de d- luaidi ria ^rja ralt* . dn imp.aadoi' ou
atrü)\iia o clinulo <le grau- nu licença.s para cn.sinar Sn no iim da Ida de Media 0 c}ur rins pas.saram a denominar-SC Universidade.
Quas'* todos o;-, grandi s ".studium" se moldaram pelo sistema adota do P-‘la Universidade d' Pari.s. reconhecida pelo Papa Gregõrio IX pela Bulla Parens Sei. ntiarum de 1231. a dita Carta Magna da A Universidade plcdcscnvtúvida. dividia-se zados, conferir se
Universidade, namente cm quatro iiorcs medicina de artes.
faculdades: ' Ires supeIcologia. leis canônicas e (‘ uma inferior
a .superior pre,
A essr.. ● >íudia ’ auloriParis não era concentrada em único locai. Estendla-se. disper.sa. por muitos lugares distantes entre si. Os dominicanos concen tram seu ensino no imenso con vento de Saint Jaeques. Sua or ganização se faz perfeita, Esvaziam-se as faculdades seculares. A Universidade reage. Exco munga-se os professores de Saint Jaeques. Agressões reciprocas. Os dois partidos lutiun nas ruas. Guilherme de Saint Amour, pelos seculares, “vai defender junto da Cúria, os seus pontos de vistá’* diz João Ameal em seu Uvro sòbre Tomaz de Aquino. Vence. Decre tos pontifícios reforçam os pode res da Universidade e restringem os das ordens. Tomaz de Aquino continua impassível, a dar suas aulas. Saint Amour ataca valente-
te
A ÜniVí raiciade. eomo um centro de ensino, retletiu, sema preocupação dominante duma época. Na Idade Média a enfase recaia sobre estudos teoló gicos e. cons('quenU nv nto, sòbre habilidade discursiva de justi ficar a fé. Nenlnima universida de, cm tempo algum, revelou a preocupação exclusiva dc formar discípulos numa linha p\iramcnconservadora. Ao contrário, todas elas. furam centros, às ve zes agitadíssimos, de choque entre tradição e modernização do pen samento, o que acontecia cm Paris quando os dominicanos e franciscanos co meçaram a tumultuar o ensino tradicional da Universidade parlalense. Seu.s mestros, cm 1252,
As Ordens são de-
mente as Ordens religiosas no seu libelo "De perciculis novissimorum temporum”. nunciadas como precursoras do Anti-Cristo. Constituem terrível ameaça para Igreja e para a So ciedade. diz Saint Amour. Nicolau de Lisieux fala no “dragão das . ordens religiosas que arrasta não terça parte da cristandade, inumerável multidão, e a
'A so a mas uma por assim dizer, o mundo inteiro . É evidente a alusão ao dragão do Apocalipse cuja cauda “varria um terço das estrelas celestiais”. Mas, po\ico mais tarde, o “Doutor AnVeja-.se, por exemplo.
Icom 0
italianas, cada assunto ou très cátedras O proficiia
por E tudo isso du-
É na Itália que se inicia a rea ção contra o interminável deba te lógico-teológico. Consideramessas
A lógica é expulsa do ensino universitário e substituída pela retórica: A dissensão foi superada pelo pragma tismo. Abriu-se caminho para Renascença e para a Reforma. O coiípo docente das universidades se, alí, como perniciosas eternas controvérsias.
Profc.s.sar unia cátedra em exemplo, cordcro.sa e “statu.*-*.” dc elevadi.s.simo na com membro.s cia breza.
corpo docente.
Itália, contando alta no-
mantiiina em relação a d(! iniportancia, duas rivais, numa pocmiilação. tornou-se gélico”, dominava sem contesta ção, o pensamento do Ocíde-nte. Antes da vitória porém, ninguém ignora as lutas implacáveis tra vadas pelo tomismo, contra a li nha augustiniana dos franciscanes, defendida por “João Peckham. arrebatado, colérico, por meio de frases enfáticas e provocadoras’’ diz Ameal. Contra o averroi.smo de Siger de Brabante que, vencido mas não convencido, continua a agitar o meio un versitário.
Pádua ou Pi.sa. por respondia às mais fPgnas das honra.s literária.s. Dcsa]iaroco o sccProfc.ssorc.s na- tari.smo cíàcolai’. cionai.s do.s mc.smo.s privilégios, levado cm considc*raçao o credo do c c.strangciro.s go.savam Não era E antes desse período, o que di zer das lutas de Abelardo e Gui lherme de Champeaux, na etapa tormento.sa da discussão de pro blemas lógicos e teológicos. Abe lardo condenado, tem de retratarse, acusado de heresia por S. Ber nardo de Claírvaux. E a luta dos universais que levou os adeptos do realismo, apoiados em Escoto Erígena e entre os quais se destacava St. Anselmo, a chocar-se neminalismo da escola dc Fulda. defendido por Roscelino de Compiegene e muito mais tarde Guilherme de Occam‘> apaixonava, e vinha às ruas Havia conflitos. Havia mortes E a vitoria do próprio Tomismo rcu pouco também.
Como SC dis.se, a ncipio, a Uni versidade, portanto, nunca foi tra- sentido rígido. dicionalista cm Refletiu, .sempre e aiicnas, a preecupação dominante da Teológica na ca apó.s a revolução francesa, fezse Cientifica e tecnológica na mo dernidade. Em relação às ciên cias humanas, na caótica perple xidade cm quo nos encontramos no declínio da democracia liberal, reflete, principalmcnte cm políti ca, um pragmatismo de transição. Acredito que tirá-la daí seria impossível c pernicioso, se deseépoca. Idade Média, politi-
jamos atingir, como .se di.ssc no início um máximo de eficácia eco nômica com mínimo dc compulsão política.
Seymour Lipsct, cm seu livro “Political Men” pergunta como título do capítulo XIII: “O fim de toda ideologia?”. Cita, ali, como indício veemente disso, um con gresso mundial de 1955 sôbre o ‘Tuturo da liberdade”. Comparea
®®ram 150 intclcciuais, cujas po sições oscilavam rntre o socialismo
^ o conservadorismo dc direita, do ^ipo rei)re.s.ntado pelos ingleses
Golstkcll (“ C”rossman. socialistas.
® M. Polan\T (“ Colin Clark, con servadores Sicim\v Ilook. sentou í-' snciaii.-nio Schlesinger c !●, vaderismo. “Podi i Lipsot. ejue uma
Presentada ]>oi' tantos dirigentes
Políticos e injfl-rtuais tos, do soeialismo. Conservadorismo, um cl( bate
Nada disto aconteceu. Ceasiões em cpq. crutíesccu. surgiram
terne viável sua estabilidade so cial.
repreamoricano. Jayck. o conscria siipor-.so. diz (“onferência rcimporlanliberalismo e liaia ostimulapoiit ico intenso. As únicas a polêmica rcsaber de quando al guém se comportou “como defen sor dos comunista.s". ao manifestar algo que poderia definir-se como demasiado favorável à Rússia".
No Brasil, a orientação seguida, no plano univcr.sitário. quanto à formação filosófica do corpo do cente, parece-me a melhor: Nenhu ma preocupação inquisitorial sòbre as idéias do profes.sor.
A revolução de 1964 restabeleceu a ordem, não como um fim em si. mas para que dentro dela, se possam forjar as bases teóricas para uma democracia convivencial referida a valores culturais, consi derados aqui, como permanentes. Nessa situação a Universidade não podo deixar de refletir, como sem pre aconteceu, as preocupações es senciais do momento dominio da natureza consubstan ciados na ciência e na tecnologia modernas; procura pragmática de um tipo de organização social, onde seja possível florescer, de novo. 0 "saber culto” de Scheller que 0 resume magistralmente nes tas palavras; "Culto não é quem sabe e conhece múltiplas modali dades contingentes das coisas, nem quem pode predizer e domi nar em função de leis um máximo de acontecimentos é o erudito o segundo o investi gador
uma' estrutura pessoal, um con junto de moveis esquemas ideais que apoiados uns aos outros, cons tróem a unidade de um estilo”. Unidade de estilo para conceber o mundo e tratar as coisas contin gentes que nele se encontram. Este saber culto jamais fecharia as portas da sensibilidade humana para o saber de salvação, saber religioso, ao qual, cedo ou tarde, voltam sempre os homens insa tisfeitos e sofredores.
A Universidade, é claro, não pode adscrever-se unicamente, ao saber de domínio da natureza —
0 primeiro é culto, sim, quem possui Fiscaliza¬ ção rigorosa da cátedra ilamentàvelmontc nem sempre excrcidai para que esta não seja utilizada como base para propaganda polí tica. Êsso parece ser o ambiente pragmático propicio ao encontro cie um “niodus-vivendi" sócio-politico, em que os males do exacer bado individualismo demo-libcval e do individualismo social, possam vir a ser, parcialmente, neutrali zados por um supra-iiidividualismo cultural, capaz certa unidade no consenso espiri tual básico do povo, consenso que de atribuir
ciência e tecnologia. Tem de ser 0 centro das cogitações que per mitam ao homem atingir e.sse sa ber culto, com porta aberta para o saber de salvação. Nas ciências políticas a abertura do debate, tende a impedir que .se crie defi nitivamente uma monstruosidade que imponha uma única saída ã pessoa humana. Ésse é o mal in sanável do .socialismo marxista.
Como Ortega, eu não lamento ex cessivamente o que ele me po.s.sa tirar, mas recuso, com a mais inccercivel intransigência, aquilo que ele se propõe a impor-me como dádiva suprema. Não me pertur ba 0 seu confisco, aterram-me os seus dons. O socialismo marxista procura moldes do saber cienti fico, saber de dominio da natu reza, para impó-los ao homem espiritual, como o único saber vá lido.
Idos os clKunados seriam ■iielciios", ler.
para c a cicncia c.stará a seu Ser vice” profetizava Ni(‘t/sehe.
povos primitivos coneluia Schcl“Uma nova barljúrie se prehumanas, ciências direção contrária. que animadora, ao
A
Para Scheller vivemos a época em que se faz necessária a inte gração cios tres saberes — “tres direções parciais do espirito’’, imposição das técnicas do .saber científico ao reino espiritual, como as únicas verdadeiras e desejáveis, ainda que as ciências positivas atinjam a perfeição, não podem elevar o homem. “Como ser espi ritual, (ele) poderia permanecer absolutamente vazio, poderia re troceder mesmo, a um estado do barbárie comparado ao qual, to-
O arcaísmo da rej-jressão pura e Simples, imposto às universidades, podería, também, levar a resultatados semelhantes aos do ”01011113mo” do pensamento socialista aplicado às embora em Poderia fíerar alf^uma coisa repug nante, voltada para o passado, em oposição, não acontece na China, por exemplo* cm sua estranha pretensão de ser a mestra do futuro. Para escar mento, Iciam-so os termos desta rccentissima noticia pubhcada no “O Estado de S. Paulo”: ”Os músico.s Ludwig von Beethoven o Franz Scluibert foram incluídos no index chinês dos compositores estrangeiros que devem scr rene gados por .sua “mentalidade bur guesa c capitalista”. “O jornal, continua a noticia, elogia algumas compo.siçõc.s modernas chinesas, como a que tem o titulo ”0 Sol se eleva’*, dizendo que se trata cie uma obra que “glorifica o sol ver melho do presidente Mao e Partido Comuni.sta Chinês, acrescenta: “a música como outros ramos das artes, deve ser um instrumento para a cla.sses*’.
cio ●‘E os luta de
aUNBVERSIDADE CRIATIVA
JORNAL. DO BRASIL
Unívt‘1 skladi' brivsileira. que rcabiãra siuis portas, nos pri meiros dias do março, para mais um ano letivo, comporta hoje uma população estimada
em 1 milhão de estudantes, oferta de vagas como sintoma de
Esta tem sido vista democratização das oportunídedes de ensino e te mida. ao mesmo tempo, como fa tor dc de.sciuaiifieaçãü do apren dizado.
O debate ainda renderá, natureza conlroviu-.sa. niões
por .sua muitas opiParecc-nos extemporâneo, no entanto, defen der cm pais cjuc' .se desenvolve, c que tanto nece.ssita de discordante.s. recursos humanos, unia universidade sele tiva. O ideal seria quo a Univer sidade no Brasil pudesse zar-sc dc forma a garantir, paralelamcntc ã pressão contra ela exercida, um rendimento pedagó gico traduzido em criatividade.
No mundo inteiro a Universi dade está em crise. Conforme lem brou, em pronunciamento recente, o professor Marino Mendes Cam pos, ao deixar a Reitoria da Universidade Federal
O Centro de Estudos Sociais e Po líticos da Assoc/dçffo Comercial de São Paulo dehateu, em três sessões consecutivas, a questão da Uni versidade. Neste mesmo numero publicamos o terceiro da serie. Dai, a oportunidade do editorial, transcrito data veiiia, do Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro. \
novos padrões anticonvencionais, deve um compromisso anterior relativamente aos seus resultados. Indaga-se, por exemple, se nossa Universidade estaria correspon dendo satisfatoriamente à missão social que lhe foi delegada. Dias atrás, ao empossar-se como dire tor do Departamento de Comuni cação Social da Universidade Gama Filho, o Deputado Clóvis Stenzcl feriu o problema. Uma de suas críticas à Universidade bra sileira é que ela “pede muito mais do que dá*’.
Segundo o pensamento do Sr. Clóvis Stenzel, a crise em nossa Universidade um ponto-de-vista pragmático — não repousaria apenas na falta de maiores recursos materiais, que todos lhe reconhecem. Ela ainda não adquiriu suficiente autonomia administrativa para ser um ins trumento de política, em vez de simples objeto político. Entre as deficiências que se poderíam arro lar, figura sua relativa incapaci-
organiconsiderada de de Minas Gerais, a juventude manifesta al guma descrença em relação aos valores que herdou. Estes valores tendem a ser abandonados com o risco de não encontrarem substi tuição imediata e adequada. Nisto residiria a crise. Em nosso pais, porém, a Universidade, embora se deixe impregnar pela busca dc
Stenzel entre o profe.s.sor e o poliacaclcmica, dade para desenvolver pesquisas e fundar, em consequência, um ban co permanente de informações que molde e atualize o pensamento do liberdade tico.
quando bem dosada, viceja na fa vorável ambiência política em quo A pais. A critica tem procedência, de recursos, entre eles o inscrever.
a própria Universidade deve se Esta ó a formula co nhecida, porque já te.stada com sucesso cm outros pai.scs. para que a Universidade criativa par ticipe, dc fato, de todo.s os seto res do conhecimento c do trabalho prático.
Diíicil seria atingirmos esse cs-
definidas
A escassez de tempo, atrasa a marcha de nosUniversidade no rumo de seu objetivo supremo, ou seja, um la boratório de Suas responsabilidade.s para com desenvolvimento do pais têm sido, até certo ponto, cumpridas, obstante a permanência de sa alta criatividade. 0 nao uma defasagem entre a formação de recursos e as necessidades do tágio — que caracteriza, por exemmercado de trabalho que se qua- pio, a Univcr.sidade norte-amerilifica. Entre nós, Univer.sidade ainda não é sinônimo de ciência e fonte para suprimento da indús tria em termos de recursos hiimano.s. Mas uma Universidade não prepara apenas pessoas para os diversos misteres sociais. Cabelhe a missão não menos relevante de arquivar, produzir e transmitir cultura, sem o que lhe será im possível analisar criticamente a vida nacional para nela melhor influir.
Desde que isto, evidentemente, não configure um desejo de mili tância extremada, conforme frisou professor Marino Mendes Cani-
organização .sem uma cana adequada à di.s.seminação do espi rito univer.sitário. Entende-se por isso a consciência exata da missão a cumprir, por parte de profe.ssores e estudantes, uma vez suas vocações. O principio da de dicação exclusiva, que o MEC pro cura implantar no corpo docente, deve ser estimulado, naturalmente com a contrapartida de melhores vencimentos, a fim de que se es treite o convívio entre mestres e alunos.
A cátedra, exer- imparcialidade. cida com liberdade, mas com a restrição do proselitismo ideológi¬ co,
A ciência terá de ser ensi0 Não se pode pretender uma cons ciência universitária, da qual re sultam os trabalhos de criatividade com funda repercussão na vida do país, sem a intimidade do campus, estabelecendo-se a distinção isto é, som um contato permanente mencionada pelo Deputado Clóvis que prolongue a sala de aulas. pos. nada e aplicada com espirito de
Cabe razão an Drpiuaclo Clóvis
Stenzcl quaiuiu vincula aspectos da crise da Univ« r. aladc brasileira à lentidão com cpi-- n nh?. e resolve probltanas
Nossa Univer> dach' e um espelho deles. Por culn.i de uma infra-
estrutura falha, com raras exce ções. é que estamos às portas da massificação do ensino, que nos ameaça com uma Educação de nivel inferior, e incapazes por en quanto, de estender as fronteiras da educação informal. pais oncamisocials.
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O mcrcad' (li- ‘-‘>ul)alugLMis VL’in atravessando momentos difíceis em consequênc ia cl<» agia\ amoiUo da escassez de matérias-primas. Faltam plás ticos ,papelao e i)apc‘is dc' todos os tipos, vidro para garrafas, folha-de-flandres para latas, ac,*o para tambores e containers, fibras naturais e sintéticas para sacaria, inadcura para cai.xas folhas de alumínio para envoltórios de alimentcís o c igaiTos. e assim por diante. A produção já começou a ser afe tada pela insiiíicioncáa dc' embalagens: indústrias de óleos comestíveis, que já enfrentavam prohlc'mas por escassez de oleaginosas, agora tiveram de parar por falta dc* latas; fábricas dc refrigerantes estão recorrendo a ur gentes importaçoe.s de garrafas e de frascos de 1 litro: e há várias unida- ● dades de cimento tral)all^ando a fogo baixo porque nâo há sacos de papel kraft. A situaçao dos principais produtos utilizados como embalagem, a começar pelo plastic'o. cujo consumo foi sobre-ativado pelo rareamento e altos preços de outras embalagens. O setor de recipientes de poliestireno, o que mais se descn\(il\-eu no pais nos últimos tres anos, ressente-se em maior grau da escassez, estimandose um déficit de 5 mil toneladas em 1973, equivalentes a 13', do consumo. No final do ano. havia fábricas de embalagens do plástico operando com 50ÇÓ de sua capacidade por falta de matéria-prima e impossibilidade do pagar o preço estipulado pelo mercado internacional. CJuanto às embalagens de vidro, apesar da substituição dos litros de leite i^or sacos i^lastificados. a procura aumentou de tal forma a partir de julho do 1973 que no momento justificaria uma expansão de até 50% na caiJacidade de produção das fornecedoras. Quanto ao alumínio, durante o ano de 15)7.3, os consumidores pagaram até 30% acima dos pre ços fixados pelo Conselho Intcrministerial de Preços e tudo indica que as cotações ainda stibirão. O déficit na oferta interna gira em torno de 25%, apenas considerados os compradores habituais, pois há novas aplicações contidas por impossibilidade de suprimentos. Como a situação atual faz parte da crise que a economia mundial vem atravessando, não há indícios de uma inversão dc tendências para o mercado de embalagens, tomado como um todo. O que significa que a escassez de embalagens ao menos continuará, se nao so agravar.
A complementaridade das vidcís ativo e contemplativa no IsScamismo
SEYYED HOSSEIN NASR
IMA hora de meditação é me lhor do que sessenta anos de atos de adoração. (Tradição profética hadji)
Conhecimento sem ação é sem frutos
C077ZO uma árvore (Provérhio árabe)
As duas citações acima, .se inter pretadas à luz da discussão em foco, expre.ssam o justo relaciona mento entre a contemplação e a Islamismo, religião que. açao no por .sua perspectiva, jamais per mitiu vidas contemplativa e ativa divorciadas uma da outra. Nesse mundo moderno, imenso tão com pletamente num processo de ação, que dá saltos com objetivos pura mente materiais, parece que se perdeu de vista a capacidade con templativa, ainda mais se se pen sar numa supremacia desta sobre a ação. Dificilmente se pode con ceber que, numa civilização como a Islâmica, ação e contemplação possam exi.stir harmoniosamente. Hoje em dia, é difícil imaginar um univer.so de pensamento, ação e vida de tal forma que a contem plação possa conduzir à ação e, a ação, num plano espiritual, transíorma-se num meio de ace.sso ao jardim intimo da contemplação. Contemplação, na espiritualida de Islâmica, como em outras tra dições integrais, é essencialmente uma sabedoria que relata para o iniciado formas mais elevadas dc
Seyyed Hossein Nasr. Dcão dc Hu manidades na Universidade de Teerã, é autor dc numerosos es tudos sobre o Sufismo e pensayncnto Islániico, enive eles, ● Ciência e Civilização no Islamismo". Publi camos este substancioso artigo, devido ao fato de ressurgir c Islã com grande impelo.
vida. Is.so so idcntilica com ‘‘shuhud" (Vi.sáo) ou “Ui^aminur* (Utoralmento, "olliar atentamen te") e .SC relaciona com o “tafakkur" ímeditação j na.s origens tra dicionais do IslamLsmo. Estas questões são constantemente abor dadas no Alcorão, que orienta o homem no sentido dc contemplar as belezas do Universo c .seus pro tótipos divinos.
O caráter o.s.sencialinentc gnos. tico da e.spiritualidadc Islâmica, de fato, empresta um ar contempla tivo a todas as autênticas manifes tações do Islamismo, incluindo, evidentemente, sua arte sagrada e leva a alma do Muçulmano a tender na direção da contempla ção, da mesma forma que o Cris tianismo inclina-sc na direção do fiCa marcado sacrifício. Então fundamente no íntimo da textura da alma, moldada pela mensa gem do Alcorão, a tendência para arrancar suas raízes do mundo de
sua multiplir (hui,- r rstabi'l. ccr-se ele própiiu im cc-niro ciesse ●●vá cuo" que rofirte Unitlade Divina
c que se n-lhUr na arte .sagrada muçulmana, tendência ii.íím simples flor. um uma árvoTí' .‘-■niitaa-ia.
natureza da Ilá a ção, bem como de sua realidade mctacósmica, é seguida por deter minações para agir corretamente, dc acordo com os princípios de correntes daquela sabedoria. O chamado à prece, cm sua fm-ma “Shiite”. baseado em fórmulas ex traídas do Alcorão, resume o re lacionamento hierárquico entre a sabedoria de Deus. seu conheci mento pelo homem e a ação que emerge desta sabedoria. A segun da parte da chamada às preces ladhan) consiste de tres fases; ●'havy alal-salat", apelo à oração*’; “havy alal-falah”. apelo à salva ção"; ‘‘havy alã khayr al-amal”, apelo á melhor ação, bons trabacmUexto Is- Ihos ou atitudes corretas. Súplie.stevo cas que. nas suas formas mais entendida altas, são contemplativas e unitiA for- vas. conduzem à salvação ou liber tação da alma de toda servidão e imperfeição. Isto, por outro lado, de fato. leva à ação correta. Sem oração ou contemplação não se poderá estar em estado de graça ou bon dade e, sem se ser bom, não se poderá realizar coisas boas. As como uma das ações corretas dependem de uin correto modo de ser, o qual, por mo.smo tompo em sua vez, deriva de uma relação correta cora a fonte de toda a existência através da oração — a qual, ein sua íorraa arais exarcobada, é a contemplação.
Aqui, novamente, do Alcorão expressa que foi estabelecida divinaincnte para a comunidade Islâmica, colo cando a questão da relação entre contemplação ou conhecimento e ação, entre “alilm" a mensagem a harmonia “al-amal”. Em todo o Alcorão, a contempla ção da .sabedoria divina e
Embora a contemplação e a ação sejam complementares, elas não estão num mesmo pé de igualdade. Contemplação e me ditação, que são proximamente relacionadas, estão acima da ação, de acordo com a profecia na Cria- "hadji" segundo a qual uma hora
y
conicmplar uiv.a ramo dc trigo. as quais são, todas elas. manilc.-tacõis do Divi no, oferecendo ira sinn muito ma\s do que os olluiij s contemplativos necessitam -í Tudo isso. ser- \‘or. vindo como portão para o infinito. ('om<i persa de Halif de você dissecar u coração de um áto mo, então poderá ver um sol den tro dele". ji de entrada no poema Ispahan; “Se ] Ainda mais. num lámico, esta contemplação sempre ligada à ação em seu sentido tradicional, ma contcmi^hiUva da g o.spiritualidade I.slãmica jamais foi contra ditória â. corrida a(;ão c. tem .sido .scguichuncnte combina da com uma intima ação. lí esta íntima li indução á unidade que fez a civilização I.slãmica subir ao topo dc .seu poder, mai.s viris o ativas da História da Humanidade' ao que desenvolvia dentro dc si mes ma uma vida contemplativa mui to intensa.
será” de meditação vale mais do que ses senta anos de adoração. Ao mes mo tempo, a ação correta deriva da contemplação e com — “Seja’' (XXXVI; 81i. tada como um ato o qual, ao mes mo tempo, aplica a conhece toda.s as (a>i.sas em seus O ato do Deus é, ao assim A Criação é relae
relaciona-se aspectos da sabedoria os quais contemplação, de fato, torna pessiveis. O provérbio árabe que diz que, o conhecimento sem ação é como a árvore sem frutos, pode ser interpretado como significan do precisamente que o conheci mento teórico, se não for atualiza do através da contemplação em realização, é incompleto. Isso significa quo, o referido conheci mento, não atingiu os fins aos quais se propôs. A contemplação pode transformar esse conheci mento teórico em realização, con duzindo à ação correta, que pode rá estar intimamente dependente de condições escolhidas pelo ho mem, por força do destino. Isso pode ser entendido, segundo a dou trina metafisica teórica, que diz que, â uma neve purificadora na mente, corresponde um fogo no centro do coração, um fogo que não somente domina o coração, mas também estimula os membros
existência e
pnncipio.s. mesmo tempo, o V( rbo ou Logos íal Kalimali' a Intelecto (al- e o Deus não aqli. Em consequência, apena.s expressa a palavra kun! (Scjali mas eleve ter-.se em conta que a raiz es]iíritual de todas as reside em Sua presença. coisas cemo diz o verso do Alcorão quo se scgiio imediatamente ao trans crito acima: ●‘Portanto, a glória está Nele, cm Cujas mãos está a origem dc todas as coisas! E para Ele nós voltaremos". 'XXXVI. 82).
C Divino Ato, então, esta intima mente ligado ã Divina contempla ção da essência das coisas ou, para usar a terminologia do venso do Alcorão citado, a seu que ao mesmo domínio e o plano mais elevado da realidade ou do mundo espi ritual. Além disso, na metafísica Sufi e na sua co.smologia. as quais .são dirctamente baseadas na re velação do -Alcorão, a criação do mundo está concebida como um malakut”, tempo, significa e lhes proporciona uma nova vi talidade.
A relação entre contemplação e ação na vida humana assim de.scrita c um eco, no tempo o no espaço, tais e uma imagem, embora ao re vés, do próprio ato co.smogônico.
dessas idéias tundamen-
No Alcorão, o ato da criação — o ‘Fiat Lux majestosos: quando Ele pretende alguma coi sa* é apenas uma ordem para isso — e expresso em versos ‘Mas, Seu comando,
"sopro’’ do Deii.s .sobre os arqueotipo.s imutáveis, quo são a sabe doria dc Deus sobre todas as coi sas, bem como a essência espiri tual de todas as coisas, do Compassivo” externa as pos sibilidades divinas na forma de objetos exteriores. O ato divino cria 0 mundo através da contem plação, um mundo quo é o resul tado da contemplação de Deus de Si próprio. Por ter tido condições
O ‘‘sopro
de contcm])lar Su.t própria Beleza. Deus criou o Univiust).
Da mesma u»rma. scirundo íilõsofos Lslãmicos. dintro os quais Ibn Sina, a pmpria substância do Universo é o rcsuUacio da contem plação de Deus d(> .si próprio. Atravér- da contemplação cU* Si próprio. Ele criou a Vida e a Primeira In teligência e. a Primeira Inteligên cia. a Sfgunda Inteligência, des cendo até o mundo de degeneração e ccrrupçaâo lu) cpial o homem vive. Cont(“mphu;ão e existencialismo, sabedoria e existência, estão interrclacionados e. num plano maLs elevado, os atos de Deus c o conhecimento d<‘ Si iiróprio .são. em última análise, nma mesma coi.sa.
No proce.sso da realização espi ritual, que de certa forma é o re verso do ato cü.'-^mogònico. uma viagem utravc.s do arco de subida, pa.ssando por todos os estágios que antes haviam sido atravessados no arco descendente da manifestação cósmica, contemplação e ação são também intcrrelacionados. A con templação conduz â ação correta, concebida como uma intima lula espiritual; bem como. atos exter nos que põem a alma eiu seu real estado para ser submetida à essa intima alquimia, conduzem às portas da contemplação. Mas, como o homem precisa saber para poder agir, a contemplação sem pre precede a ação. Então, o ho mem contemplativo é tido em mais alta consideração na sociedade Is lâmica tradicional que o homem de ação, segundo n famoso “hadji.” que diz que a Unta do homem
do conhecimento é mais valiosa j que 0 sangue do mártir. ■ Mas. precisamente, porque não ^ hã monasticismo no Islamismo — ■ j o Islamismo é uma sociedade de \ “monjes casados*’, porque a Lei Divina do Islamismo é, ao mesmo tempo, um código de ação e um N meio dc preparação da alma para ^ cs voos mais altos da contempla- ^ v no mundo espiritual, e por çao causa de muitos outros fatores, a tinta e o sangue jamais estiveram totalmente divorciados. A ordem Islàmic.a preservou um severo equilíbrio entre as vidas contem plativa e ativa, um equilibrio que não pode ser totalmente entendido através de uma discussão me- i ramente teórica desse assunto, a partir do exterior. Quanto mais ^ o homem não participa tradicio- í nalmente de uma forma operativa beneficia da graça de C e nao se seus ritos e de outras formas sa- J gradas, a complementaridade en- v tre as vidas ativa e contemplativa 1 é mais difícil de se conceber. Ambas são imaginadas ao redor dc - H uma lógica abstrata e categoriza da. do tal forma que uma com- j plemontação mais íntima é rara- ^ mento apreciada ou Frequentemente, no mundo mo derno, ouve-se de homens quo têm conhecimentos teóricos participação, que tais e tais entendida. apenas sem meios de vida correspondem à tais e tais outros à ação e que contemplação. Assim, querem faentender que determinadas coisas referem-se à uma origem particular e, a contemplação, em certo sentido, refere-se à outrn,. zer
IEmbora essas p:ssoas falem com autoridade, esses fatos não podem ser compreendidos simple.sincntc através da visão teórica dos ensi namentos que contém. Tviuita.i pe.ssoas, que confiam na leitura de fontes tradicionais e falam a res-
peito da tradição .sem praticá-la, jamais são capazes de agir corre tamente no sentido espiritual, não considerando a possibilidade de serem alcançados estados de con templação os quais, por definição, pertencem apenas ao Universo tradicional. O homem que não pratica uma forma de espiritua lidade não pode experimentar aquela convicção intima, aquela íntima ligação com o Dwino, que faz da ação uma aplicação de princípios imutáveis e o portão de entrada para o mundo da contem plação, que traz um estado pelo qual a contemplação e a ação li gam-se numa união indissolúvel. De fato. 0 que é a invocaeão, .se não um matrimônio entre a ação e a contemplação, em seus níveis mais elevados?
Há uma imensu rável diferença entre o homem nao pratica uma tradição vive “existencialmente” um mundo tradicional que e não lie-ado a e aquele que participa de tal mundo, pecialmente se este último for um cu.ia p^^rticipação c ativa, vive atento p?.ra as motivações e mov/mentos de cada momento da vida, através das mãos de Deus, de acordo com o verso do Alco rão: “As mãos de Alá estão acima de suas mão.s”. ÍXLVIII; 10). eselé .se plexandrino
Sufi Como 0
Ibn Atallah al-Iskandari afirma:
■'Aquelc que ê n-gl.çcnte desperta-s'^- imaginando o (|iu‘ ele pode ría faze r. Açu' U“ (juc ê sábio, con.sidrra (; (lue Deus irá fazí r com ele". Há uma imr iisa diferença entre os doi.s. nu-.smo nu contexlo do mundo ti.edieional. Esta di ferença ê maior num mundo no qual muito.s homens vivem em es tado de total amne.sia ou. no má ximo. num entendimento simples mente teórico e cerebral da tra dição; um e.stado qu(' conduz às pess bilidadís de participar da vi da tradicional, numa forma ativa de abrir as portas mais intimas do mundo da contemiilação entre circunstâncias externas e situaçõf^s que. vistas somente por quem está fora, parecem tão opostas a tais po.ssibilidadcs e incongruen te com a vida espiritual. Quando nos voltamos para as pos sibilidades atuais dc sc praticar a vida contemplativa, dentro das tradições Islâmicas, estamos à primeira vista diante de uma si tuação que ]iarec'^ om't r a pO'*sibilidade d^ uma vida contempla tiva, se tal tipo de vida é identi ficado como uma ou outra forma do monasticismo, como ê conheci da no Cri.stianismo ou no Budis mo. Como já foi mencionado, o Islamismo, proibe o monasticis mo, mas esta proibição institu cional do nenhuma forma impli ca no fechamento das portas de uma vida dc contemplação. Pelo centrário, a espiritualidade Islâ mica, sendo gnóstica cm sua na-
çalinana.
tmczil. bas la-.r diretanu*ntc na cciitcninhu;. .b.'. na alma mul ndcncia para 1'ombinada com ( aab.v viciado, enten dido rm seu ; 1'.' osolõrico de rcmov. r tod»'- n,-; .stáculos qu? cmpanani ; v icio (' a tornam inaces.sivo!, c) ‘ uii.^mo. a princi pal ão (!o rsoterii-mo Islâmico, contem cit mrn de si mes mo a po.:sil)ilida(le vi,« iinui vida contemplativa mais intensa, não porque õ um ●'monasUcismo er rante”. como ahuins orientalistas o chamaram, mas iit'rquo tal pers pectiva repousa por natureza den tro da revelação Islâmica e consti tui sua essência.
O prÍnci]>io unitário do Islamismo, contudo, não pode permitir esse caminho contemplativo do se cristalizar como uma organização social, separada da matriz moldada pelas in.iuncõrs ela Lei Divina ou “Shariash”. Klc deve permanecer, como uma d nu nsão intima da quela Lei e. institucionalmentc. como unia organização integrada dentro dos padrões sociais I: lãmico.s c inseparável deles. Como rc.sultado. contemplativos da mais alta categoria têm seguidamente combinado suas vidas de contem plação com a mais intensa forma de atividade o. através da Histó ria Islâmica, destacados Sufis têm sido conhecidos como sábios, artis tas, profossore,: o. até mesmo, administradores c legisladores. Em tais casos, a vida contempla tiva mais intima tem intensifica do e dado meios para seus atos. mais do que qualquer forma, sem
diminuir sua eficiência ou habili dade. A ligação mais essencial entre a contemplação e a ação no Islamismo é para ser encontrada na oração, principalmente no re quinte da oração que é a invoca rão fdhikr*') praticada pelos Su fis. Nesse sentido, contemplação e ação se tornam unificadas. O invocador transforma-se, com o ato da invocação e com o Invocado, numa suprema união, que trans cende a dicotomia ação-contemplaçno, entre conliecedor e conhe cimento. na qual todas as polari dades são juntadas dentro da es sencial e primordial unidade. Pode-se, mais ainda, distinguir no ‘●dliikr”, ou oração unitiva, uma ação contemplativa e uma ativa cont' mplação. Os métodos de en cantamento do Sufismo, Se prati cados sob a orientação de um mes tre e dentro da matriz protecio nista da ortodoxia tradicional, são todas formas de ação contempla tiva no nível mais elevado, con duzindo em última análise à união com Dons. Visto que, o processo de realização é. como sempre tem sido afirmado, em certo sentido, o reverso do ato cosmogônico, a t’*an.<^vcrsal do arco ascendente para retornar às fontes da Ori gem por intermédio do ato con templativo, resulta em passar a um estado no qual o conhecimen to e a existência são separados, liara um estado de união. Como re sultado. numa maneira misteriosa, 0 agente que executa o ato de con templação está apto a transcen der sua própria e limitada exis tência, através de sua ação. O
a cont'r.nple.spirito de I n
segredo desse paradoxo reside no fato de que o homem "dhikr" exe cuta um ato, mas uma ação que é, também, um estado de ser. Con.sequentemente, no me.smo sen tido que através da Palavra de Deus se criou o inundo, novamen te através de Sua Palavra “dhikr”, que é misterio.samcnte a ação de um homem participando no eterno e imutável ato de Deus — a criação volta às suas origens. A quinta-c.ssência da oração é um ato contemplativo, que conduz à contemplação pura c, finalmente, à união.
O Sufi.smo não é uma forma
passiva de misticismo. É uma via gem í“.suluk”) depois da Sabedo ria Divina, cujo resultado conduz à união e à conquista da sepa ração entre o homem e seu estado desonrado, o homem c o Homem Univensal e Perfeito h‘al-insanal kamil”), que e.stá em união Deus porque é o espelho perfeito no qual as Qualidades Divinas refletem. Há, nos métodos do Suíismo íou do “Dhikr”), como e.stá combinado com diversas formas de meditação (“fikr”) contemplação da realidade ritual.
uma jjarticipaeão completa da existência do imciado.
"drikr" um ele-
Hà. então, no nu-ntü de ativa contcmi^lação e um couti-mplação ativa, (lemento cU* como f‘.sscs dois clemcnlos são enelevados tendido.s (-m .seus mais níveis dc entondmento; liá, tam bém. denli'0 dele. um perfeito maação e a con-
trimónio entre a tcmplação. É porisso Cjiie, no Islados símbolos do homem mi.smo. um universal quo abrange a lotai rea lização da verdade "dhikr" tem sido tolalmentc opcde Salomão: na qual o rative. c a marca a base um do.s triângulos, com voltada para o céu. simboliza con templação e o outro, na posição oposta, ação. Esta perfeita har monia entre os dois é que faz o ato form.'
contemplativo, da mesma que a espada, que di.scrlmina en tre a verdade e o engano c o pin cel que pinta .sobre a tela do tem po as belezas do mundo espiritual, abrindo, de.sse modo, o portão volta para aquele mundo, através da contemplação, das formas da beleza assim criada. C relacionamento e.sscncial entre a contemplação está com se uma ativa espiPara aqueles que atual mente trilham seus caminhos (“salikun”) em contraste com os membros estacionários das ordens a açao também refletido no plano do es tudo da natureza e da criação ar tística. A ciência Lslàmica, certa mente, capacita o homem a obter conhecimento da natureza e tam bém a agir sobre ela, como vemos na agricultura e medicina. 0 objetivo final de.ssa ciência era habilitar o homem a contemplar a natureza e a ajudá-lo a atuar sebre si mesmo, refazendo-se com a ajuda do conhecimento conteme
Sufi, que permanecem satisfeitos apenas por terem sido abençoados com a graça da iniciação Co “mutabarrikun”), o trabalho espiritual é continuamente combinado com 0 elemento da contemplação ati va, cujo progresso no caminho esphitiial h alcançado através de Mas
plativo assim nanho. A ciência discriminadamente, tem conduziIslâmica ivíriv-s»' a um processo, do o homem à presente crise con.sicleraclo tM>mo a teofania divi- ambiental. As relações entre a ● ●●taialli"'. para agir .sobre a contemplação e a ação, nas ciênalma cio homem, liem como a pos~ cias naturais do Islamismo, con.sibilidacic do honuan agir sobre a têm uma mensagem de extrema natureza através da contemplação importância para a busca modertíc .suas eiiiíantas. A ciência Islã- na do homem para salvar-se de mtea. então, começa com uma uma catástrofe provocada por objetivação da natureza que a íez sua própria alienação, um ‘'objeto" de e.studo. para ter minar com um conhecimento uni tário o (jaal. finalmonto. integra o homem com seu luóprio protótipo, bem como o protóUiio da natureza. Então, aqiuda natureza transfor ma-se num "Tu", numa prova in tima da Pre.sença Divina. Além na
di-s.so. a ação sobre a natureza tem sido semiiri' regulada c limitada, porque o I.slamismo tradicional sabe qoo a rolicidade última vem. do não da ação externa voltada na direção da expoliação e devasta ção da natureza, mas da ação in timamente sobro si mesmo para submeter e "Islamizar o satã de seu próprio ser", como os Sufis poderíam dizer.
Igualmente, na arte Islâmica, há uma intima relação entre a ação c a contemplação, a qual recap tura a complementaridade no mundo das formas. O artista, obviamente, faz alguma coisa; isto é. ele age. de uma forma ou de outra, sobre isso. Mas, porque ele segue padrões tradicionais, nor mas. regulamentos e formas de prccedimento que são derivadas uma visão contemplativa, sua ação acompanha a vigília dacontemplação. No caso de muitos artistas tradicionais, cm práticas espirituais, a fase de fazer ou agir está baseada sobre 0 fruto direto de sua própria con templação, bem como os elementos ligados por tradição de mestres anteriores. Como resultado, várias manifestações da arte Islâ mica. servem como ajuda à con templação. Seja 0 pátio de mesquita, um arabesco, um verso dc poesia Sufi ou uma composição de música tradicional, formas da arte Islâmica servem à função do fortalecimento das da alma para seus voos no firma mento sagrado. Suas belezas são, de fato, apenas tantas reminiscênclas das belezas do Paraíso que o homem pode experimentar, mesmo
engajados '
Ein contraste direto com esta perspectiva, a ciência moderna tem, desde o .século 17, colocado uma cunha entre o homem e a na tureza, através do estendimento, mais e mais, do "fio da objetivi dade". O resultado é que, esta “objetividade", tem finalmente levado a total alienação do homem de seu meio ambiente natural; uma alienação quo, combinada com a teoria da ação, concebida como uma externalização agressi va da energia humana, com o ani mo de ir colhendo e saqueando inas uma as várias asas
Pna terra, atravé.s de uma vLsão e.spiritual. Na arte Islâmica, como nas ciências naturais Islâmicas, contemplação e ação são interca ladas e complementares, enquanto a relação hierárquica da contem plação sobre a ação 6 .sempre pre servada. A relação parece nesse.s domínios, acima de tudo. não mais que a aplicação da relação principal entre elas e a vida espi ritual. Isto é tão básico e funda mental que pode ser visto em cada manifestação autêntica do Islamismo, em suas artes e ciências.
Tão longe os aspectos práticos e operativos da vida espiritual do homem se complementam, a per feita e exemplar relação entre a contemplação e a ação é para sei encontrada, para cada muçulma no, na vida do Profeta, que é, ne cessariamente,o modelo para cada forma de vida espiritual. Se há aqueles que, como um resultado da influência do modernismo, pro curam depreciar a importância da vida contemplativa no Islamismo, eles precisam tão somente estudar a vida do Profeta, antes de meçar sua missão profética também, durante os 23 anos que ele viveu na terra, como profeta.
coe,
jam supcr-valori/.ar a importância da ação externa como um fiin em .si me.smo. necessitam somente es tudai" as ações do Profeta, que fo ram .sempre as aplicações de prin cípios derivados do conhecimento da Ordem Divina.
Em ambos os períodos, ele esteve devotado intensamente à contem plação e passou muito tempo em solidão enquanto, ao mesmo tem po, transformou a História huma na através de uma série de ações de tão profundas consequência.s, que não pode ser avaliado em ter-^ mos humanos ordinários. Do mes mo modo, se há aqueles que dese-
Evidentemente, ninguém tem o direito dc exigir ou esiiorar con quistar a porf(!ição dc um profeta. Mas a i)rói:)ria harmonia entre a contemplação c a ação, entre um coração que vive .sempre em paz na Divhia Presença o uma mente 0 corpo que agem com a máxima determinação combinada com re signação ã Esiicrança Divina, como no Profeta do Islamismo. é a en carnação perfeita do relaciona mento ideal entre a contemplação e a ação para os muçulmanos. Profeta, então, permanece o niodclo perfeito <"uswah”) para .se guir: nele c para scr visto, de uma forma deslumbrante, a perfeita união da ação e da contemplação a qual, “coincidentia oppositorum". transcende toda a dualidade e opO" sição. O fim da vida humana, conforme o Islami.smo, é agir de acordo com o Desejo Divino c, finalmentc, alcançar através da pureza um tal estado de sabedo ria e visão que permita ver Deus em todos os lugares. O Profeta foi aquele scr perfeito que agiu de acordo com o De.sojo Divino, á O
cada lU- ■.^ua vida, tendo seu olhar .scmpri' lixo nas reali dades Divina.s. contemplando Deus em todo limar, cm cada ato do sua criação.
No Príifí (a i*. a.'<s:m. para ‘.^tr encontrada a ])crfeita manifesta-
OQO
ção da complementação da con templação e da ação, que reside no coração do meio de vida do Islamismo e que caracteriza, no seu mais alto nivel de significação, o método central de realização na espiritualidade Islâmica.
A CMiilI c’an -Manufaciiuing Corporation dos Estados Unidos, obteve patentes de invenção no seu pais (n. 3 494 1-11 e 3 494 142) para latas, que por si próprias se resfi*iam, destinadas a acondicionar alimentos e bebidas, entre as (piais t er\-eja e rcfrigeiante. Trata-se do uma lata dentro de outra. A Chiil Can falu icarã a lata interna o os controles de refrigeração dos re cipientes de aluininim a colocação das camisas externas, de antemão pinlacías .será feita pelos enlatadoros ou fabricantes de artigos alimeptares. Em bora o iirocesso dê melhore.s resultados com liquidos, qualquer produto alirricnlício em eotidiçòes dc submeter-se a refrigeração poderá ser acondicionado nesta lata dupla. lata dentrode-uma-lata (can-within-a-can) apresen ta uma alça puxadora dc dois estágios para abrir, que automaticamente libera unia cápsula de íluoi-ocarbonelo 12 dentro do espaço que fica entre as duas latas. Deste modo. vorifica-so o resfriamento do alimento ou bebi das. em apenas 5)0 segundixs. A capacidade liquida da lata é de 8 onças de lícjuido (23().l) mililitros).
üOo
O quadro, o licdal c a maioria das outras peças de uma nova bicicleta estão sondo feito.s dc plástico moldado. O primeiro modelo em produção, uma versão dc 10 velocidades, pesa menos de 7,7 kg e custa menos áe USS 100, .segundo os seus criadores, a Original Plastic Bike Co. Inc., dos Estados Unidos. Esta bicicleta será fabricada também nos modelos de 3 e 5 veloci dades e cm tamanlios de 6G0 o 686 mm e num modelo dobrável. Está sendo ofoi-ecida tecnologia patenteada para sua fabricação. No ano passado havia negociaçeães com algumas firmas da Austrália, Nova Zelândia. Canadá’. Japão. Uniiio Soviética c China. Todas as peças plásticas desta bicicleta são feitas do policarbonato “Lexan" da General Electric, na forma sólida em espuma estrutural, reforçada com 30% de fibra de vidro. Nas provas as peças feitas deste material resistiram a uma compressão de 4990 kg e temperaturas de —34 a 260°C. O plástico sólido é usado para as rodas*^li vres, os cubos dianteiro o Iraseiro, a engrenagem dupla da corrente rente, as manoplas dos freios e de mão, e o sistema de câmbios. O quadro o pedal e o garfo .são feitos de espuma estrutural. Esta bicicleta do plástic(> pode flutuar c não .se oxida. ou a cor-
A questão populacional:
Mitos e realidades
ROBERT S. MACNAMAKA
INH AS responsabilidades como presidente do Banco Mundial compelem-me a ser sincero a re-spoito dos duros fatos que afetam as expec tativas pelo desenvolvimento glo bal. Tenho, por isso. preferido talar aberta e frequentemente sobre o problema do crescimento populacional excessivo. Esse pro blema é caracterizado pola reti cência e circunspecção a despeito da desesperada necessidade de realismo e franqueza em seu tra tamento. É uma questão tão hipersensivel tantas opiniões diversas uma compreensível tendência sim plesmente a evitar argumentos, voltando-se a atenção ■ ■ fclemas menos complicados rar que o forma, possa desaparecer. Mas 0 problema não desapareO que poderá desaparecer
G antKjü íiccrclario da Dvfcsa dos Eslades U7iidos e aluai presideiite do Ba7ico Muttdial póc o pz-estigio de sua palavra 7ia defesa da tese que esposou, a da liznilai^áo do cresci7}ic7ilo populanoiial, co77io U77ia das scluçãcs do probleizia ec07ió77iico c social do 7uu7ido. Pu blicamos 0 trabalho, por sua oportxinidade c ci autoridade d.e autor.
nero humano, atualmente. Vive num meio de relativa abundância.
e tem levantado que há para proe espeproblema, de alguma Foram apanhados nas cera.
é a oportunidade para encontrar uma solução racional e humana. Se esperarmos muito, as opções serão superadas pelos fatos, E não podemos permitir is.so. Se há al guma coisa certa com relação à explosão populacional, ela é: se o problema não fôr tratado com ra cionalidade, ele de fato explodirá — explodirá em sofrimento de vio lência.
Mas dois terços do gênero huma no — mais do que dois bilhões dc indivíduos — permanecem envol vidos numa cruel tela dc dificul dades que limita severamente seus direitos às exigências da vida. Eles ainda não foram capazes de al cançar a transição dc um desen volvimento econômico auto-.siistentado. garras da fome e da subnutrição, do alto analfabcti.''‘mo e da edu cação inadequada, das oportuni dades limitadas c dc uma pobreza corrosiva.
A brecha entre as nações ricas e pobres não é ap-^nas uma mera brecha. É um abismo. Dc um
lado estão nações do Ocidente que gozam de renda per capita que varia de três mil a cinco mil dó lares. De outro, estão nações da África e da Asia que lutam para .sobreviver com renda per capita
O fato mais explosivo de todos é a necessidade desesperada de de senvolvimento. Um terço do gè- de menos de cem dólaros-
O qu(’ V importante entender c que esta situação não é estática. A miséria do mundo subdesenvol vido é. hoje. uma miséria dinâ mica. eontinuamente alargada e aprofundada por um crescimento populacional totalmcnte sem pre cedentes na História. É porisso que o |)roblema da população é uma parte in.separável do proble ma maior do desenvolvimento.
Há os que falam como se sim plesmente haver menos população no mundo c algum tipo de valor intrinseco dentro e para si mes mo. Verdadeiramente. não é.
Mas. (piando a vida humana é de gradada pela praga da pobreza e esta pobreza é transmitida para as gerações futuras por um desenvol vimento muito rápálo da popu lação. então, aqueles com respon sabilidades no campo do desenvol vimento não têm outra alternativa a não ser enfrentar o problema.
Para colocar isto de forma sim ples: o obstáculo mais simples para o progresso econômico e so cial da maioria dos povos no mun do subdesenvolvido c o exuberante crescimento populacional.
Tendo dito isto, deixem-me um ponto absolutamente claro: a so lução dü problema populacional é a substituição das formas tradicio nais de ajuda ao desenvolvimento, tais como ajuda para a infraestrutura econômica, ajuda para a agricultura, ajuda para a indus trialização, ajuda para a educa ção e ajuda para o avanço tecno lógico. o mundo subdesenvolvido necessita de investimento para
uma larga gama de projetos pro dutivos. mas nada seria mais in sensato do que permitir que esses projetos falhassem porque eles serão finalmente submersos por uma maré populacional.
Comecemos com as severas di mensões demográficas. A dinâ mica é enganosamente simples. O aumento populacional é meramen te o excesso dos nascimentos sobre as mortes. Na maior parte da História da Humanidade, nasci mentos e mortes estiveram num relativo equilibrio. Somente no último século a relação desiquilibrou-se scriamente.
Embora as comparações sejam bem conhecidas, elas merecem repetição, que não seja, pela ra zão de se evitar a complascência que surge quando se adquire fa miliaridade com coisas desagradá veis. Seriam necessários anos para dobrar a população mundial em 250 milhões, como aconteceu no primeiro século.
1.600
Atualmente, os mais de três mi lhões da Terra dobrarão em 35, anos e a população mundial irá então aumentando à taxa de um bilhão de população adicional a cada oito anos.
Para projetar os totais além do ano 2.000 exige-se uma tal imagi nação que torna a estatística uma coisa quase incompreensível. Uma criança nascida hoje, vivendo até seus 70 anos, poderá conhecer um mundo de 15 bilhões de pessoas. Seu neto poderá dividir o planeta com mais 60 bilhões. Em seis séculos e meio — o mesmo periodo insignificante que nos separa do
poeta Dante — poderá haver um ser humano sobre cada metro qua drado de terra, uma fantasia de horror que mesmo o Injernc não podería imaginar. Tai.s projeções .são, evidentemente, irreais. Elas não se passarão porque os aconte cimentos não permitirão que cias se passem. Disso devemos estar certos. O que não é assim tão certo é precisamente que tipo de fato';» ocorrerão cáo.s político, ou um cre.scimento lazcávcl da população através de planejamento. fome em massa.
concebivoi.s através cios cjuais uma nação pode deiibiu-adamíuite pla nejar a diin.nuição de sua taxa dc crescime nto iminilacional: aumentar a taxa dc mortalidade, aumentar a taxa de migração ou reduzir a taxa de Jiatalidadc.
IDeixando de lado o que poderia ocorrer no ano 2.000. o que está acontecendo justamente agora é suficiente para levar qualquer um A índia, por exemplo. ?. açao. está adicionando um milhão de pessoas por mês à sua população — e isto a despeito dos mais anti gos programas de planejamento populacional do Sudeste da Asia. As Filipinas, no momento.tém população de 41 milhões de habi tantes. Em breves 35 sente taxa de crescimento, esta limitada região insular terá dc .suportar mais de 100 milhões de sere.s humanos. O crescimento médio populacional do mundo é de 2%. Muitos países subdesenvolvi dos estão sofrendo o poso de uma taxa de 3,5% ou mais. O cres cimento populacional de 1% dobra a população em 70 anos; a 2%, dobra em 35 anos: a 3,5% dobra em apenas 20 anos. Se rejeitarmos a fome em massa e 0 cáos político como soluções para essa situação explosiva, então há claramente apenas três meios
Ninguém certamente está a fa vor da i)rimeira lío.ssíbilidade. Pelo contrário, .sob o impacto dos programas dc .saiiclo pública, as taxas dc mortalidade estão caindo na.s áreas subdesenvolvidas. Mes mo simples mclliorainentos como melhor a.ssistência sanitária, .supre.s.são da malária c vacinação cm massa provOcam um rápido declin 0 da mortalidade. As baixas taxa.s de mortalidade nos paises europeus, que levaram um século e meio para serem alcançadas, agora estão sondo conseguidas nas áreas emergentes num quinto da quele tempo.
uma
anos, a preestão evidentemente e
A .segunda escolha c totalmente inadequada. O aumento da mi gração, cm qualquer escala signiticante ou bastante para ser deci siva, é simplesmente impraticável. Cs países estão preocupados a res peito dc seu próprio futuro popu lacional desinteressados cm aumentar seus contingentes aceitando mais que um limitado número de estran geiros. Mas, 0 ponto mais impor tante é que a expansão contínua, em termos globais, já é tão gran de que a migração, como solução, é manifestamente irrealistica. Podemos por um homem na Lua, mas não podemos migrar, aos mi lhões, fora de nosso prójDrio pla neta.
Lsto ludü lova à terceira escolha: uma redução humana e racional dos nascimentos.
Isso V facLivel? É. Isso é sim ples? Não. Isso é necessário? Sem dúvida. Isso ó necessário porque as consoquòncias do aumento da atual taxa de crescimento demo gráfico são inaceitáveis. Exami nemos essas consequências.
eles estão morrendo. Agora. Eles não são seus filhos, ou meus fi lhos. mas são filhos de alguém. E eles estão morrendo sem neces sidade.
somadas àquelas de
Não se pode entender a intima .significação dos frios, remotos e impes.soais dados demográficos apenas traçando-se uma linha sobre um gráfico ou esquadrinhando-so as informações impressas de um computador. As consequên cias do um rápido aumento popu lacional uma pobreza já opressiva — devem ser compreendidas em suas conse quências concretas c na sua dolo rosa realidade.
A primeira consequência pode ser vista nas faces sombrias dos homens famintos. Metade da hu manidade está passando fome nesse exato momento. Há menos comida por pessoa no planeta atualmente, do que havia há 30 anos, em plena depressão interna cional. Milhares de seres huma nos morrerão hoje, como morrem diariamente, de absoluta fome. Ou morrerão por fome ou morrerão porque suas dietas são tão inade quadas que não os pode proteger de alguma moléstia facilmente previsivel. A maioria desses mi lhares de individuos, cujo intrín seco direito à uma vida decente é tão grande quanto o seu ou o meu, são crianças, não meras es tatísticas. São seres humanos. E
Talvez esses milhares que mor rem sejam ainda os mais afortu nados. Para milhões de outras crianças, que sofrem da mesma má nutrição, não há morte. Vivem fracamente, definhados de corpo e deficientes de mente. O cérebro humano alcança 90% do desen volvimento de sua estrutura nor mal nos primeiros dois anos de vida. Sabemos agora que durante esse periodo critico, o cérebro é altamente vulnerável às deficiên cias nutricionais. Tais deficiên cias podem causar mais de 25% dc danos à normalidade cerebral. E, mesmo uma deterioração de 10% é bastante para causar sérios prejuízos à vida produtiva. Esta será uma deficiência cerebral ir reversível.
C que é particularmente trágico em tudo isso é que, quando essas crianças prejudicadas mental mente alcançam a maioridade, eles começam a repetir toda a trágica sequência em suas pró- ● prias famílias. Eles perpetuam a dificiência mental, não através de uma herança genética mas, sim plesmente porque, como pais, eles estão mal equipados para evitar aquelas privações nutricionais em seus próprios filhos, que eles mes mos sofreram.
Então, a fome e a má nutrição formam uma cadeia de condições que leva a atividade humana numa espiral sombriamente descendente.
PDisposição, vitalidade, energia, habilidade para aprender, desejo de realizar, vontade de executar uma tarefa — todas essas qualida des humanas inestimáveis são postas fora no processo. Quantas crianças hoje estão sendo apanha das nessa crise? Quantos sobre viverão a esses níveis de fome e má nutrição que, praticamente, asseguram que grande número de les serão irreversivclmente retar dados mentais para o resto de suas vidas? Estima-se que o total alcança a cerca de 300 milhões.
Mas os efeitos corrosivos da explosão populacional sobre a qualidade da vida não terminam com a fome. Eles se estenderão por um amplo espectro. Com po pulações inteiras já apanhadas pe los dilemas do desenvolvimento e dobrando em certas áreas num es paço de tempo tão curto como vinte anos, há uma insuficiência crônica de virtualmente cada ne cessidade.
As taxas normais de nascimento através de todo o mundo emer gente estão enfraquecendo os es forços do desenvolvimento. É imperativo entender porque. A razão irrefutável é que esses go vernos precisam desviar uma proporção muito alta de seus limitados recursos nacionais para investimentos produtivos, simples mente para poder manter os bai xos níveis de vida existentes para a população que se expande.
Cada nova criança trazida para 0 mundo não precisa apenas ser alimentada, mas vestida, abriga da, assistida e garantida, pelo me-
nes, com os .serviços educacionais Tudo i.';so exige novos
minimos. capitais que não podem .s(>r invostido.s em outros setores desesperadamente necessitados da econo¬ mia. Durante, aproximadamente, os primeiros quinze anos de suas vidas, as crianças não poderão centribuir economicamente para a nação, })orquo elas são con.sumidoras, mais que produtoras.
Se 0 número de crianças sobre a população total — como resulta do de altas taxas de na.scimento — é muito grande, a nação está sob a nece.ssidadc constrangedora de ter de expender cada vez mai.s recursos simplesmente para man ter seu povo aprna.s nos limites minimos dc subsistência. Mais c maLs salas dc aula devem ser censtruidas; mais e mais professo res precisam ser ])rcparados; mais 0 mais facilidades dc treinamento vocacional precisam ser ofereci das. Mas, a despeito do todo osso esforço, tanto a qualidade como a quantidade dc ensino inevita velmente
Simplcs- clcclinarão. mente não so pode acompanhar as suces.siva.s vagas de crianças. Edu cação, um do.s primeiro.s móveis do todo desenvolvimento tran.sforma-sc na vitima cio sacri fício. humano.
Todas essas crianças mal edu cadas, talvez totalmcnte iletraclas alcançam a idade em que pode ríam tornar-se produtivas na eco nomia e são engolfadas pela falta de esperanças do desemprego. Em muitas das favelas do mundo, de 50 a 60% dos adolescentes não têm empregos. Deve-se conside-
rai (um nfui a])Lnas não estão equipacins para os empregos que pode ríam istar disponíveis, mas tam bém que o número total de em pregos s.gnificativos tende a decli nar. em proporção à população porqiu' o governo não tem condi ções de inve.stir adequadamente em empreendimentos geradores de empregos. O capital que poderia ter sido investido, não estava dis ponível. Foi dissipado pela sem pre crescente maré de crianças.
Este. então, é o cruel e continuo dilema que os governos enfrentam em paiscs em desenvolvimento que SC têm .sobrecarregado por longos períodos com altas taxas de nata lidade. Seus planos dc progresso se evaporam meramente no esfor ço dc manter o “status quo”. O que é verdade é que o problema naíãonal se repete mesmo com ma.or agudeza nos problemas fa miliares pessoais. Milhões de familia.s desejam evitar gravidez não pretendida e quando não podem encontrar assistência legal e com petente no.sse assunto, frequente mente apelam para medidas ile gais c desesperadas.
As estatísticas sugerem que o aborto é um dos métodos mundialmente mais comuns escolhidos para limitar a fertilidade, a des peito do fato de que em muitas sociedades ele é eticamente ofen sivo. ilegal, caro e, sob o aspecto médico, perigoso. Em cinco países da Europa Ocidental estima-se que hajam tantos abortos ilegais quan tos nascimentos. Na índia, men salmente, 250 mil mulheres talvez se submetam a abortos ilegais. Na
América Latina, as taxas de abor tos ilegais estão dentre as maio res do mundo. Num pais, diz-se que eles são três vezes mais que a taxa de nascimentos; em outro, causa de duas entre cada
que e a cinco mortes de mulheres gráviAlém disso, há indicações das. que a taxa de abortos ilegais na . América Latina estã aumentando e casos de abortos repetidos que os estão se tornando comuns.
A trágica verdade é que o abor to ilegal é endêmico em muitas partes do mundo, culannente grave naquelas áreas onde não existem planos de assis tência à família bem organizados. A conclusão é clara: onde as auto ridades públicas não vierem a as sistir os pais a evitar nascimen tos não desejados, frequentemente tomar esse proble ma em suas próprias mãos a qual quer custo para a consciência ou para a saúde.
Ele é partios pais irão
A questão total do planejamen to familiar é incrivelmente com plexa. Há, de fato, certos dilemas morais precisos e dolorosos, mas absolutamente a parte disso liá onda de sombria mitologia Essa
uma que confunde o problema, coleção de mitos não apenas empana a essência do problema mas, ainda pior, ergue barreiras para a ação construtiva. Gostaria agora de voltar-me para aquela mitolo gia e examinar algumas de suas premissas mais irracionais.
Há, para começar, a presunção generalizada que, por qualquer razão, mais população significa maior prosperidade. Como todas
as falácias, há um ilusório subs trato de plausividade para a tese. Com 0 aumento do nacionalismo no Ocidente — e a mais recente emergência de novos paises inde pendentes na Ásia e na África — 0 rápido aumento populacional tem sido frequentemente olhado como um símbolo de vigor nacio nal.. Ele garante íe por isso é acreditado» uma organização mi litar mais poderosa, um mercado interno economicamente mais
vantajo.so, mao de obra barata c, em geral, um lugar de prestigio político sob 0 sol. No mundo .sub desenvolvido, cada uma dessas presunções é totalmente falsa. Porque o rápido cre.scimento po pulacional tende seriamente tardar o crescimento per capita da renda.
eficiência o produtividade são tão baixas que os produtos nacionais estão frequentemente fora de pre ços comiietitivos no mercado de exportação. O trabalho ●●barato" transforma-.se. «nláo. num tra balho cxccssivanií nte caro.
Mc.smo os argumcuitos de expan dir a população para obtenção de uma poderosa força militar, é .sus peite. não apenas porque a (xpansãc das forças dc uma Nação irão. em consequência. k“var à uma rea ção de expan-áo das forças vizi nhas. mas tamlK-m porque as for ças do dcf''.sa niod( nuis exigem
um aumento da jn^opoí^ção dc re crutas educados mais do que mas sas de tropas íletradas.
Com o objetivo do pi^estig o politico. a re¬ na as naçoos ]iod! m cair catá.strofo dc um crcscimíUilo populacajiial incontroJado .sf m roalsiia posição na família das Pelo contrário, seus plaotimistas de progresso são
nu-
As nações em dcsenvolvimento logo descobrem que seu vi gor econômico é dimlnuido, mais que realçado, pelo fenômeno da r alta fertilidade, o esperado mer cado interno transforma-se ma mera massa de indigentes des contentas, sem poder de compra m::s com todas as frustrações dos. consumidores potenciais cujas psetativas não podem ser alcan çadas.
car naçoes. nes lego substituídos inovitavelmcntc pela politica do ( xtremismo c con frontação.
Siinilar ao mito que ●●mais po pulação significa mais prosperi dade' extensas regiões desabitadas têm necessidade dc sc preocupar com taxas dc natalidade, desde exé a noção quo paises com não
“Trabalho barato” cm tais paí ses acaba não sendo rxatamente barato. O desenvolvimento eco- que há amplos espaços para a exO argumento é superfi- nomico requer avanços teoiológiCO.S e esses, por sua vez exigem altos níveis de treinamento recursos extenuados dos governos não podem suprir, pessa pagar trabalhadores salários pansao. ciai e ao mesmo tempo cngano.so. O fato patente é que meros espa ços abertos não irão. por si só. suportar altas taxas dc cresci mento populacional, desocupadas, se forem so trans formar em lar para um grande que o.s Embora se individualmente aos Tais terras mais bai xos que os dc outras partes, sua
invcstimciitos
número de pe.ssoas. devem scr providas atravé.s do uma gama variada de pesados investimentos po’. rnuum ntais cm e.stradas, em habitações, cm .^auieamento o cm desenvolvimento apricola e industrial.
C (lue tais espaços brutos reque rem in imí iraiu. nte não é excesso populaciunal. mas Lxcessivos fuado.s para investimentos. E são pia ci.samcnte os excessos populacionai.s numa cconom a cm desen volvimento (pie tornam a acumuhu-ão excessiva dc íundo.s tão inci -v.. imentc cUficil.
O que 6 também negligenciado é que uma ru.sira.ão racional nas taxas de fcitilidadc nos paises emergentes nunca implica muha redução ab.soluta do total da po pulação. Apenas pressupõe um equilíbrio mais razoável entre as. taxas de nascimento c morte. E, desde quo as taxas dc óbitos, no futuro, certamente irão decair com os contínuos progressos Medicina ■— c nos paises altamen te subdesenvolvidos a queda das taxas de óbitos são abruptas — não há nada que justifique temor que a população nacional irá decair pc i igüsamcnto, sob a influência de um planejamento familiar. O pe rigo é (xatamcnlc o oposto: o planejamento famdiar inadequado e a proliferação populacional a nivci.s desastrosos. Um mito que prevalece mais ainda é o equivoco do que, os programas oficiais de planejamento familiar num pais cm desenvolvimento, são totalmsnte desnecessários, desde que os próprios proc''s,':os cU; desenvolvi-
mento automaticamente conduzi rão a taxas de natalidade mais baixas. A experiência da Europa é citada como uma prova persuasiva dessa teoria. Mas a prova não é uma prova, absolutamente, porque essa teoria é atualmente irrele vante para as condições atuais do mundo subdesenvolvido. Não há circunstâncias comparáveis entre
0 que ocorreu na Europa, nos pri meiros tempos da modernização, e 0 que está acontecendo no mundo emergente atualmente, lapse de lógica segundo o qual 0 aumento atual do crescimento inibe
Fora um populacional, nessas areas, o crescimento econômico que se supõe restringir aquele crescimen to, 0 fato histórico c que as con dições na Europa durante o pe ríodo inicial de desenvolv mento, eram mais favoráveis para taxas d ● crescimento populacional mais baixas, eram muito mais baixas naquela
As taxas de natalidade época do que são agora, no mun do subdesenvolv eo. As taxas de óbito ainda não haviam caido drasticamente e a infra-estrutu ra, enquanto isso, já estava esta belecida.
No século XIX. na Europa, os casamentos eram feitos mais tar de de os real-zados atualmente nos países em desenvolvimento e o nível de alfabetização, sempre um fator importante no crescimento pcpulac.onal, era consideravel mente alto. A despeito disso foram necessários cerca de 70 anos para a Europa reduzir suas taxas de natalidade aos níveis atuais. Atualmente a taxa média de nas-
Icimentos para os puises em de senvolvimento é de 40 a 4õ por mil habitantes. Para reduzir esta .média para 17 a 20 por mil, co mum na Europa contemporânea, seria necessária a redução de õO milhões do nascimentos por ano, no mundo em desenvolvimento. Supor que o avanço econômico por si .só, sem a a.ssistôncia de um planejamento familiar bem orga nizado, podería conseguir isso. num prazo razoável, é ab.solutamento ingênuo.
limitada é tragicamente confun dida ]Kíla desinformação gros.seira. Mas, a noção cpic os progranias dc nlanejamento familiar são pla nos sinistros para coagir o povo pobre a fazer alguma coisa que ele realmentc não do.seja. é totalmentc ab.surda. A frequência do abor to ilegal voluntário podoria ser suficiente para dissipar esta fic ção. O pobre, nem .‘‘empre sabe como limitar sua família através de meios menos drásticos e peri gosos mas. há uma e.smagadora evidencia de que eles gostariam de saber como.
Me.smo com planejamento fami liar, resultados po.sitivos não se riam viáveis em 0 menos de duas décadas. O que é factível, na ver dade imperativo, é o estabeleci mento de um planejamento fami liar escalonado, capaz de protelar a total desintegração política e economica nos países onde o pro gresso social está sendo te limitado pelo fxcesso de nas cimentos não desejados.
Nenhum certamente, governo, poderá ser bem sucedido no con vencimento de sua própria popu lação em empreender planejamen to familiar, .se os pais não deseja rem rcalmente.
Eles frequentemente desejam i.sso ainda mais do que seus próprios li deres políticos entendem. O povo — particularmente o pobre, o povo analfabeto — poderá não enten der a técnica do planejamento fa miliar. A maioria dele tem ape nas um tênue entendimento da biologia humana. Frequentemente, sua capacidade de compreensão
seriamen0 pgoísticas. rf.snonsabih-
pelas de oportunidades
Outra .séria desinformação é medo que o planejamento fami liar, no mundo cm desenvolvimen to podoria inevitavelmente condu zir a um colapso da fibra da moral familiar e que poderia enccrajar os pais a bmitar a quan tidade de filhos, essencialmcnte por razões frívolas tais como trocar a dade do ter um grande inimcro dc filhos, poder comprar as ImgVnngns de uma sociedade do consumo avan çada.
Um simples passeio polas fa velas de qualquer grande cidade do mundo cm des'-nvolvimento é .suficiente para di.ssipar c.ssc con ceito. Mas, a verdade universal, é que os pais querem isso.
algum.a coisa está ameaçando a fibra da vida fami liar, são as degradante.s condi ções de sobrevivência que são en contradas nesses bairros que se alastram, construídos de tábuas de caixotes e pedaços de metal — crianças nas ruas, ao invés de nas escolas; homens desanimados, seu Se
cruiilho clcsiruiclo. sem trabalho; mão.s desesperadas, frequentemen te' .síílteiras, sem condições de con;i)cUr com sucesso, exaustas que estão devido às gravidezes anuais — tudo isso num frustran te ambiente de miséria, fome g desesperança. Não são essas as condições que permitem a promo ção do uma vida familiar etica mente forte. O planejamento fa miliar não 6 feito para. destruir famílias, mas para salvá-las. To dos nós aceitamos o principio que numa sociedade livre os próprios pais devem determinar o tama nho de suas familias. Veriamos como uma intolerável invasão dos direitos da família o Estado usar medidas coercitivas para aplicar uma política populacional. Pode mos preservar melhor esse direito ajudando as familias a entender como elas podem tomar essa de cisão. por elas mesmas. Milhões de crianças têm nascido sem que seus pais tivessem desejado que isso acontecesse. Consequentemen te. a escolha livre e racional de uma outra criança não está colo cada nesses casos. Se se preten de deixar nas mãos da família o direito da decisão, à qual ele cla ramente pertence, devemos dar à família o conhecimento e a assis tência necessária para que ela exerça aquele direito.
Ninguém será impedido de agir como quiser pelo pernicioso, se di fundido, mito de que os esforços de assistência no planejamento familiar, por parte do mundo Oci dental branco, entre as nações não-brnncas de regiões subdesen-
volvidas, é um complò sub-repticio para manter os brancos em racial. O mito c
supremacia absurdo não apenas em níveis piiramente demográficos, bem como em muitos outros. As populações brancas do planeta sobrepumaciçamente os brancos. Isso nao jam sempre foi e sempre será assim. Nenhum grau concebível de pla nejamento familiar poderia alte rar essa verdade estatística. Se o mundo branca atualmente dese java conspirar contra as naçõe-s não-brancas, um dos caminhos mais efetivos para isso seria os brancos negarem àquelas nações qualquer assistência em plane jamento familiar O progressifuturo das nações não brancas do mundo está dire tamente ligado ao seu desenvolvi mento econômico e isso, por sua vez, como vimos, depende da efi ciência em reduzir as taxas de nascimento a níveis que lhes per mitam um aumento significativo da renda per capita. vo
Um outro mito mais impede o É a crença caminho para a açao. tempo para uma ação de cisiva já passou e que a escassez indiscriminada é agora inevitável. O famoso novelista e cientista bri tânico C.P. Snow anotou que está homens de sóbrio muitos milhões que 0 claro, para os julgamento, que de pessoas nos países pobres estão indo na direção da morte por fome, diante de nossos olhos. Poderemos vê-los futuraraente em nossos apa relhos de televisão”. Ele enfatiza que, quando a colisão entre ali mento e população tiver lugar,
“no melhor, isto irá significar es cassez localizada para começar. No pior, a escas.sez localizada se espraiará num mar de fome. A data usualmente prevista para o Início da escassez localizada é 197Õ-80”. Adicionando, Snow pre dicou:
“A catástrofe principal ocorrerá no final do século. Estaremos, nos países ricos, rodeados por um mar de escassez, envolvendo centenas de milhões de seres humanos. O aumento da população dos híbridas, ierlilizantes e o uso in tensivo dos recursos naturais.
É uma revolução Que já tem aumentado as áreas plantadas cm mais de 100',/, em regiõe.s do Su doeste da Ásia, prometendo impul sionar a produção cm meia tone lada por acre em toda a Ásia. Uma revolução Que expandiu a quanti dade de acres .semeados com as novas sementes de 200, em 196õ. para 31 milhões em 19G8tão estimados 50,õ milhões cm 1971 — mas que ainda alcançou apenas uma pequena porcentagem da produção de arroz e millio no mundo. 0 espaises ricos será um pouco me nor. Salvo em um ou dois pontos, no mundo .subdesenvolvido, não será assim. A despeito de êxitos locais, como na índia, a colisão alimento-população irá certamen te ocorrer.
serão
A escassez do periodo. Haverá numa
Se aumentar a velocidade dessa revolução na agricultura através dc técnicas de administração adAs preocupações para prevenir isso, ou melhorar, também muito débeis, dominará em muitos países. Transformar-se-á, no fim em escassez endêmica, sofrimento e desesperança escala jamais conhecida”.
Agora, embora Lord Snow
quadas e próprias, alem de assis tência financeira aos paiscs em desenvolvimento, podemos esperar que, para as próximas duas déca das. 0 suprimento mundial de ali mentos crescerá a taxas mais rá pidas que .suas populações e o es perado espectro da escassez possa seja .ser evitado, ã. um homem brilhante e perspicaz, imensa energia de boa vontade, eu simple.smeiite não creio que neces.sitemos sentir tal desespero uma situação tão agourenta essa.
A escassez indi.scriminada não é inevitável.
Será necessária uma c capacidade de organização, além dc significati vas aplicações de novos investimentes, mas tais medidas tornarão possível adiar o desastre.
C que SC exige para realizar isso não é tanto um reconfortante otimesmo diante de como
Estou convencido que há tempo para reverter a situação, se agir mos imecliatamente. um tempo e.scasso, mas suficiente: mas tempo, de qualquer forma. O tempo nos foi dado por aqueles que criaram a revolução agrícola tecnológica — uma revolução ba seada em novas sementes, espécies
mi.smo psicológico, como um enér gico e criativo reali.smo. Acredito muito que esse realismo exista entre homens dc boa vontade — tanto no mundo desenvolvido como no emergente — para resolver a questão, ingenuamente super-otimista nu ma questão tão cheia dc riscos Há apena.s Mas não se pode ser
forma escala significativa.
a trazer benefícios numa conio o i)roblema populacional. Mas estou confiante que a aplica'■'a nova tecnologia irá expanci..' icamente as taxas de crescinií iit da agricultura e ganharemo.'-' diui.: décadas de tempo — adinitindo-sc que esto é o espaço rninimo de tempo requerido para reduzir a explosão da população a i:)roporeõcs manejávei:;.
Como i.s.so pode ser feito?
Para c(nn‘'çar. as nações desen volvidas devem dar todo o apoio àquelas nações que já têm progra mas de planejamento familiar es tabelecidos. É essencial, por cer to. reconhecer o direito de cada pais tratar de seu problema popu lacional .segundo seus próprios ca ntinhos. mas c necessário que do minem o problema. As nações desenvolvidas poderão detectar problemas demográficos. Poderão mostrar a realidade cconomica e advertir das consequências da l)rocrastinação. Elas podem, e de vem informar. Elas não devem, c não podem, pressionar.
Cs países tecnologicamentc avançados podem oferecer uma dc suas maiores contribuições ini ciando um esforço maior em pes quisas biológicas a respeito da reprodução. Facilidades de pes quisa nesse campo têm sido adia das por falta de fundos. O resul tado é que apenas estamos ainda no início do entendimento da com plexidade da concepção e, além disso, apenas na borda dos conhe cimentos necessários para ajudar a fazer planejamento familiar, nos países em desenvolvimento, de
Cs esforços de pesquisa podem ir ainda mais além da Biologia. A demografia. como uma ciência totalmente desenvolvida, está ain da na sua infância. Provavelmen te, pouco mais da metade dos nas cimentos em todo o mundo não são sequer registrados e as esti mativas de taxas de natalidade, quase inevitavelmente, passam a ser tão baixas, que se torna essen cial que dados mais precisos se jam desenvolvidos naquelas áreas onde 0 problema populacional é mais agudo.
Paralelamente, há uma crescen te necessidade de pesquisas mais profundas nos aspectos sócio-culturais do planejamento familiar. Há, manifestamente, maior preo cupação em planejar a população que controlar a natalidade.
As nações desenvolvi-
Atitudes, motivação e preferências diferem de pais para país e as pesquisas essenciais podem clara mente ser melhor conduzidas lo calmente, das devem ser generosas no supor te financeiro para tais estudos e avaliações.
Acima de tudo isso, há a neces sidade de desenvolver um sentido realístico de urgência em todos os países, a respeito do problema po pulacional. Os programas estão começando a mostrar progressos em áreas limitadas. Mas nenhu ma redução nas taxas de natali dade foi ainda conseguida, em ne nhuma parte de áreas subdesen volvidas, que possa afetar significativamente os totais mundiais.
IIsto significa que o planejamento familiar deverá ser empreendido numa escala humana, mas maciça. Outros esforços maciços cm nosso século — no campo da saúde pú blica, por exemplo — têm sido mon tados e bem sucedidos. Verificam-se todas as dificuldades mas. não hã razão pela qual este esforço não possa ser também bem sucedido.
O perigo de uma população incontrolável é, na verdade, muito maior que a ameaça de uma guer ra nuclear. Ambos os perigos são subestimados. Ambos os perigos são mal compreendidos. Ambos os perigos podem, e terão, conse quências catastróficas a mtnos que eles sejam solucionados com rapidez e racionalidade. A ameaça de violência está entrelaçada com a ameaça de um cre.scimento po pulacional excessivo. É claro quo as pressões populacionais, nas so ciedades subdesenvolvidas, podem conduzir a tensões econômicas c turbulência política e causar can saço no corpo político que, final mente, podem provocar conflitos entre nações. Não se pode per mitir que isso venha a acontecer. Todos nós dividimos a responsab lidade de empreender as ações necessárias para nos assegurar que isso não irá acontecer. Não há necessidade de conflitos com cren ças religiosas. A Igreja Católica Romana, por exemplo, está com pletamente dedicada ao objetivo do desenvolvimento. É necessário apenas ler a Pastoral do Concilio Vaticano II “A Igreja no Mundo Moderno” e a "Populorum Progressio” do Papa Paulo. VI. Ambos
cs documentos pedem uma solução para o problema populacional, na medida cm quo eles se relacionam com o desenvolvimento, trevérsias referem-se .epenas aos meios, não ao fim.
A.s con-
O fim desejado pela Igreja c por todos os homens de boa von tade c o enriquecimento da digni dade humana. E é a isto que o desenvolvimento ■.<(.● refere. A dig nidade humana está ameaçada mai.s pela Dxplo.são populacional severamente, mais completamentc. mais certamente ameaçada que jamais foi por qualquer outra catástrofe que o mundo já tenha ante.s enfrentado. Há tempo, ape nas um tempo e.scas.so, para c.scapar desse perigo, devemos agir. compreender é que: o problema populacional será rc.solvido de uma forma ou de outra. Nossa única Nós podemos e O que devemos opção é que venha a ser solucio nado racional c humanamente -ou irracional
e desumanamente.
Será resolvido pela escassez? Por massacres? Por insurreição? Pela violência a que são levados os ho mens famintos c desesperado.s? Iremos solucionar isso por meio do guerras do expansão ou agressão?
Ou iremos resolvê-los racional o humanamente, dc acordo com a dignidade do homem?
Há tão pouco tempo para se to mar a decisão. Não tomar ne nhuma decisão significa tomar pior decisão possível. Ignorar o problema é ter a certeza de que a natureza tomará catastróficas revanches sobre nos.sas indecisões. A a
Providôncia nos culocou num pon to da História onde uma racio nal. resi^onsável e moral solução para o problema populacional deve ser encontrada. Sc nos esquivamos
da responsabilidade, iremos come ter 0 último crime. Mas serão aqueles que virão depois de nós que irão pagar a pena indigna e inenarrável.
0
Nn\u méloilo para produção do resinas a partir do amido foi anunc'i;ido pela Plaslistarch International Corp., uma subsidiária da Patent.s International .Vffiliales. New York. O amido, proveniente de qualquei' uma das \;irias fontes milho, trigo, arroz, sorgo, etc.) é empastado em água justamente com um ácido orgânico dibásico, polióis, fornecedores de hidrogênio e catalisadores: a mistura é submetida a reação em altas tem peraturas e pressão, produzindo um polímero de baixa viscosidade numa soluçãct aquosa. Com tratamento adicional e cura, produz resinas que rc.«ist(}m a solventes orgânicos, óleos ,água e soluções diluídas de ácidos o’.i álc-alis. Pode-se fazei' com que essas resinas se tornem biodegradáveis. A companl\ia informa que as resinas destinadas à vedação de madeira ou [iianchas de gesso, ou para utilização com verniz, já estão prontas para comercialização. As resinas que se destinam a outras utilizações, tais como engomagem do papel ,adesivos e obstrutores de umidade ainda estão sendo estudadas. Talvez seja possível que surjam também pré-polímercs para moldagem.
Uma no\a idéia para os fabricantes de detergentes para a higiene pessoal: a indústria francesa lançou no mercado uns comprimidos, do tamanho do Sonrisal, especial para as lavagens das mãos. À base de de tergentes inócuos, o Dosa, acondicionado em caixas do üpo para pen● em paredes ,lransíorma-se imediatamente em uma pasta consisten te ao entrar em contato com a mão molhada. Com eficiência superior a dos sabões, remove qualquer tipo de impureza, tintas de fita de máquina de escrever, manchas de papel carbono e outras, sem provocar danos à pele. Atua em pH ligeiramente inferior 7. Os comprimidos conservam-se indefinidamente, mesmo nas condições rigo rosas do frio europeu ou do calor sul-americano ,permanecendo indiferen tes à variação da umidade relativa do ar. Apresentado riessa forma, o produto oferece a vantagem de uma distribuição e utilização mais facil. Além disso, é removido das mãos por um simples jato _de água ;mais re duzido ciuc nos casos de uma lavagem com sabão, e não mancha as irvstalações. aurai como matérias graxas,
IReforma agraria e terras devolatas
FREDERICO LANE
VOLTO, depois de um inters tício de vários anos, a tratar dessa questão tão debatida da reforma agrária, conside rada no momento um dos itens de preméncia necessários à consolidação das metas almejadas pela Revolução de 64.
Da primeira vez, em 19õõ, foi em defesa da reserva florestal do Pontal da barra do Paranapanema que me atrevi a manifestar vários pontos de vista contrários ao.s que então defendiam os interês.ses dos posseiros da região. O artigo, publicado em revista dc excelente confecção e qualidade, órgão oficial da Sociedade Brasi leira de Floricultura, com sede em São Paulo e ainda em seus pri meiros números, não logrou maior divulgação afora o quadro restri to dos seus sócios. 0 tom contundente do escrito, motivo de sua nenhuma divulga ção. Nessa ocasião disse os que mais discutiam as reformas agrárias eram geralmente os me nos qualificados a opiniar .sôbre assunto íl).
O autor é engenheiro agronomo e biologisla, tendo exercido a chefia do Devartamente dc Zoologia da Secretaria da Agricultura do Esta do de São Paulo, nos museus da Europa sobre enlomologia e apresenta o seu ponto de vista pessoal sobre Reforma Agraria. Fez pesQuisas política. Como, pelo menos durante vários anos, as esquerdas refletiam orientação externa quase única, na forma da “linha” a seguir, a reforma agrária podoria ser jus tificada cm termos de política, como arma do agitação, mas .seria difícil, então como agora, justifica-la pelo prisma estrictamente agronômico.
Esse, ou talvez 0 eu que 0
De fato, se lembrarmos que a reforma agrária foi uma das ban deiras dos movimentos de esquer da que têm agitado o país, per cebemos logo a sua conotação
(1) Lane, Frederico, 1955. Apertados em 9.5r;0,Cüü quilômetros quadrados!, Flôres do Erasil, vol. 2, m'im. I. p. fi-B, ilustrado.
Ainda no setor político, a refor ma agrária foi considerada bom tema para fins eleiçoeiros e utili zada por personagens dc variados matizes. Néste caso, também se pode argüir que a promoção pes soal dos candidatos que erguiam êsse “estandarte” é que era a meta visada, com desprezo quase ou to talmente completo da parto pro priamente técnica o nem siquer le vando em consideração se uma tal reforma era ou não necessária. Pela impressão provocada por uma mi noria operante sôbre o resto do país, de que tal reforma era ine vitável e mesmo inadiável, o as sunto era realmente um bom “es-
tíuularlt'”. Os que não tinham grandes convicções sobre a maté ria. por timidez ou por covardia. mantinham-.se discrctamente lados, ou ciam a tavor em têrmos, r,u contornavam habilmente êsse
suas terras em beneficio dos me nos favorecidos.
Aos estudantes, que nas várias esferas de atividades curriculares, Se preparam para o dia de ama nhã. eu desejaria recomendar mo deração. Quando criticam a com petência de um professor, ou mesmo o regime vigente, por coe rência, deveriam também subme ter ao mesmo crivo as lideranças discutíveis de alunos imaturos ou catópico, jiio.strar frontalmonte mas ousava se oposto, intelectuais, a grande maioria nunca ultrapassou os liniitc.s (U“ nm conhecimento ficial do as.sunto; os de tendências .socialIzantos repetiam
Entre os superengajados que tumultuam o meio estudantil. O que é que está fa zendo na Universidade o aluno que já sabe tudo e que tem respostas pára todos os nossos males? Lenibro-me de um discurso de um ora dor de turma da Faculdade de Hi giene e Saude Pública, que tive ocasião de lêr, cujo conteúdo ei*a uma autópsia minuciosa da ques tão agrária. A pergunta obvia é a seguinte: êsse aluno não teria errado a vocação?
realmente se nossas questões de nossa agricultura, esquerda, quando
por maca- qiiice a ' linha mai.s cm voga, sem iifin .siquor cogitar do que quase .sempre as .soluções dc um país A jiao sao exequíveis por um pais B. pelo menos e no minimo sem adaptações e modificações subs-n tunciais. Os que aprofundaram mais no assunto, na análi.sc da.s terras e da mesmo os de chamados a opinar o faziam com j.sençãc, sem prostituir os seus dote.s de inteligência.
● certo não seria a Escola Superior Piracicaba?
de Agrònomia de Como sanitarista, a sua esfera de atividade não seria o saneamento rural em vêz da reforma agrária? Esta não seria melhor formulada pelo engenheiro-agrônomo, não se desprezando, é claro, os entrosamentos necessários entre os diver-
O seu lugar 4
Quando se afirma que o
Brasil é um vasto hospital, não se promove o médico à posição de mágico, com competência para re solver, além dos problemas do “vasto hospital”, todos os demais que fogem à esfera da sua com
A igreja, na ânsia de recuperar um prestigio supostamente abala do, vem tolerando os desmandos do chamado cloro progressista, que acha mais cômodo e propagandisticc oferecer terras aos fieis — que por sinal não lhe pertencem — do que as bem-aventuranças de uma vida além-tumulo. Já se foi o tempo em que o padre-cura. além das almas, cuidava de suas hortaliças, e o tempo em que a Igreja dedicava-se extensiva ou intensivamente ao amanho das suas vastas propriedades, mas não consta em nenhuma época que ti vesse voluntariamente alienado as sos setores interessados na equa ção de um complexo problema, cuja finalidade é o bem estar ge ral?
Ipeténcia. país é essenciaimente agrícola, não se guinda o agrônomo ao posto de arbitro na escolha das medidas mais adequadas para lapidar to das as nossas imperfeições. De passagem, quem menos manda nes te pais “essenciaimente agricola" é Nenhum setor dc
o agronomo. atividade profi.ssÍonal sofre tanto a intromissão de elementos extranhos à classe.
Nenhuni desses grupos parou para refletir que as chamadas questões agrárias poderíam ser re.solvidas simplesmente pela aplica ção das leis vigentes, sem a neces sidade de se recorrer às agitações estéreis.
Se com a proclamação da Repú blica, as terras devolutas passaram ao domínio dos Estados e se o ter ritório nacional é de um polimorfismo que ninguém contesta, é obvio que a legislação federal deve ser incisiva e sóbria, no sentido de impedir qualquer abuso estadual na alienação de terras devolutas, que constituem valioso patrimônio* nacional, a ser racionalmente co lonizado, explorado, adequadamente conservado tegido na forma de flora e fauna (voltaremos assunto de conservacionismo). legislação prolixa, esmiuçante, não compete à esfera federal, pois se atende por um lado à determinada região não raro causa desnecessá rio embaraço e inquietação às de mais.
Quando se diz que o ou pela convivência dos governan tes. que a posse dc torras se proccs.sa de maneira tão irregular. \ Grandes glebas foram partilhadas c rcpartilhadas, cm .succssivo.s in ventários. ou esfaceladas por ven da, passando dc mão (-m mão atra vés de escrituras particulares, antes de .serem fínalmcntc legiti madas. Terras devolutas não são terras de ninguém, ao alcance do primeiro aventureiro que nelas se queira estabelecer, mas um ])atrimónio nacional sob a guarda de suce.ssivos governos, e só deveríam passar para o dominio particular mediante títulos dc insofismável legitimidade. A.ssim. repetimos, a posse pura c simples do que não pertence ã pessoa, a rigor é ilegí tima. Curiosamente, o próprio Estado entra na berlinda para de cidir qual dos litigantes de posses discutíveis é o verdadeiro dono de terras expoliadas ao Estado, iniciativa particular qua.se sempre tomou a liderança no des- bravan-Jento dos
A nossos sertões. * e também e proreservas de a esse A “O grilo” — I
Não tem sido por falta de legis lação, desde os tempos do Brasil Colônia, mas antes pela omissão,
Não discutimos aqui o que isto têm representado do bom. sob o ponto de vista histórico, na ex pansão do nosso território, mas o fato é que raramente a posse o a legitimação de terras devolutas estava Isenta de manipulações de sonestas. Monteiro Lobato (2) es creveu uih conto sóbre a posse de terras no Noroeste do Estado dc São Paulo, e as ‘ cifras que ele aponta de terras griladas na região .são de estar- !;
(2) Monteiro Lobato, 1022, A Onda Vor* jj de, pp. 1S-2G.
Isso só aconteceu (e acon- recer. toce ainda) porque os govêrnos fa ziam vista grossa ao que se passa va pelo sertão e favoreciam assim a uma minoria com coragem e re cursos. que tomava posse, por fraudulentos, de enormes meios glebas dc terras do Estado. Esses latifundiários de primeira mão nada tinham que merecesse o pomtitulo dc “aristocracia rural” poso c quase nunca tiveram a intenção ele formar supostos “feudos”, divisão, a venda e a revenda des terras cada vez mais legitimaposse. na razão em que ela distanciava do documento frau dulento original. Ora, as mesmas griladas tão escandalosa-
A .sas va a .se terra.s mente, se tivessem sido distribuipelo Estado, de modo legal e equidade, por meio de prodas com jetos dc colonização, atenderíam a número muito maior de inte- um rc.ssados.
da das matas, a indústria extrativa na base do proveitamento de produtos naturais por invasão de terras devolutas e mesmo as par ticulares, sem nenhuma provisão de resguardar tais produtos contra um eventual extermínio. Quantos brasileiros já viram um pé de paubrasil, ou uma pequena amostra dessa famosa madeira? Para não quebrar o ritmo dêste artigo, em bora de capital interêsse, fica para mais além a discussão do la mentável desencontro que existe entre os que projetam reformas agrárias e os que defendem a pre servação das nossas riquezas na turais. Fica-se com a impressão, muito pesarosa, de que a Agricul tura e 0 Conservacionismo são ir remediavelmente antagônicos.
Depois do que foi apontado acima, faz pouco sentido esbra vejar contra supostos “senhores de terras” e supostos “latifundiários”, quando os governos é que têm sido os principais responsáveis pelas Num
Cedendo a iniciativa ao particular, julgavam os governos eco nomizar vultuosas verbas que teriam que ser necessariamente in vertidas em projetos de colonizaIsto ocorria (e ocorre até o anarquias do setor agrário, pais em que existem ainda enorextensões de terras devolutas mes (ou que 0 deveríam ser), prova velmente mais de dois milhões de quilômetros quadrados, toca às raias da imbecilidade infernizar os proprietários rurais de regiões já bastante povoadas, como a região Sul, com ameaças de desapropria-ção. Se realmente queremos inte grar a Amazônia, como tanto se propala, um dos melhores métodos de fazê-lo seria o de estabilizar a çao. presente) porque com estúpida atribuíam um valor incoerência Ínfimo às terras devolutas, alie nando-as de mão beijada, ou por preços tão irrisórios, que uma sim ples exploração extrativa, muitas vêzes curto prazo, pagava o a
O Estado sempre custo da terra, esteve e ainda está no seu direita dever de promover e coorde- e no nar a posse da terra e erra, mesmo por omissão, incentivando a posse ilegitima, a devastação desordenapropriedade rural nas zonas de senvolvidas e dificultar a aliena ção de suas terras devolutas, já
bastante reduzidas, e por outro lado estimular e favorecer a posse das terras amazônicas, não ape nas para fins especulativos, mas principalmente para os de coloni zação e povoamento. Que melhor saida teria o Govérno para aten der aos que vivem reclamando terras? Nas condições atuais, quem quererá povoar aquele In ferno Verde se o próprio Governo oferece condições competitivas no Sul do país?
Se 0 problema agrário encontrase num embrulhamento confuso de interè.sses políticos, sociais, micos, psicológicos, religiosos, pro mocionais e até mesmo agrícolas, convinha disseca-lo econoe separar o que possa parecer de fato relevante do que é demagógico e irrelevante. Convinha também pesar as opi-
niões dos muitos que se arrogam 0 direito de pontificar sóbre o as sunto. ou que o encaram imilateralmente, mas não separam com nitidez a faceta que os interessa c sóbre a qual teriam muito pro vavelmente capacidade paja opi nar. mas vão além mi.siurando no trigo o joio da sua ignorância, Para modelo de futuros planos dc colonização convinha lembrar a provisão de 9 dc agosto cie 1747. que orientou o povoamento açorianc do Rio Grande do Sul. É claro que algumas pequenas modifica ções, uma atualização aclcquacia, sem esquecer de levar cm conta uma “correção monetária", seriam necessárias, a essa vetusta provi são, assim atualizada e moderni zada, sem dúvida levaria o pom poso titulo de Reforma Agrária.
o processo de utilização de gradiente vertical da temperatura do ocea- como fonte de energia será examinado mais detalhadamente num estuo realizado pela United Engineers & Construetors, sob contrato da Sea Solar Powei, Inc. dos Estados Unidos. Em muitas partes do mundo ,a tem peratura da água próxima a superfície do oceano pode ser de até 40°F. tnais alta do que a temperatura daquela próxima ao fundo. Essa diferença constitue-se do de operação, tal Solar Power concluiu que, atualmente, é viável a construção de uma fábrica de energia com base no mar, utilizando esse princípio. Uma das finalidades do estudo da United Engineer é justamente confirmar esses resultados. O conceito de utilização de gradientes térmicos no oceano também está sende examinado na Universidade de Massachusetts. no num sistema térmico que pode vaporizar e condensar um fluicomo o propano que pode acionar uma turbina. A Sea
O que se aprende no Grupo jamais é esquectda São conhecimentos fundanVenteíe que norteiam noâãs vi^kO Grupo foi nossa escola, e nete epref^mos a áribrtétlça ● < prc^resso:sòrnar esfc<^- 6 ideais,iminuir as barreiras, que enü^vàm-o çteeenvolvintóntò. Gom o què apréhdèmok esUtm.qs nos mais^ver^scampos.^Pr^ikn<ÍP;Ã tefra.. através da mínaração e lãbr^àçãó dè fàrtíli^ntes. Protegendo-a, com a j»^çáo'd9 Í^rr»r«,^ de<f^yos ^ ps'' serv^osdeurrà emp^^ cfekvii^!^ agrIcola.Moén^.o'tri^o faj^^ndo ■ ' D tecido -alimentação ô » agasalho do )K>mem.^ çfe5Óèmp5 -->coin'ò Aesím. púfòj|ik(òo^ná . mutópiicàbáQdas riquezas da Naçãò e cfivídinrks'ehire Os bfasileiros.o produto dè;h<^òbàb^o. Tudo ^.aprendemos nóGn^
Nem tanto ao mar, nem tanto à terra, diz a velha sabedoria do marinheiro. Nem tanto ao mo derno, nem tanto ao antigo, dire mos nós a discorrer sobre a opor tunidade de aplicar a nova tec nologia ao transporte e à movi mentação de cargas. Engana-se qu-^m imagina conveniente e pos sível transformar todos os porto.s em superportos. Engana-se quem não percebe a importância da equiparação de nossa frota e de nossos portos às frotas e aos pertos daqueles com os quais de veremos competir. É verdade que precisamos imediatamente desen volver 0 uso de containers. Mas também é verdade que precisamos manter uma eficiente frota de na vios para carga geral, que garan tam nossa presença comercial em todos os pequenos portos da Amé rica Latina. Precisamos enviar para o Japão um graneleiro de c^^m mil toneladas, carregado de m-nério de ferro. Mas precisamos ao mesmo tempo despachar um cargueiro de dez mil toneladas para Angola, levando nossos ele trodomésticos.
AS VANTAGENS DO NOVO EQUIPAMENTO NO PORTO
De todas as inovações introduzi das na sistemática dos transpor-
tes marítimos, nenhuma foi aco lhida com maior entusia.smo do que o uso do Container, ou cofre de carga. O emprego desse sofisticado equipamento oferece as scgiuntcs vantagens:
1 — Permite que .se transporte porta a porta, anulando por con seguinte a grande desvantagem sempre invocada como justificati va para preterir a via marítima.
2 — Protege a carga contra da nos e furtos. O Container é carre gado no ponto de origem o somen te é aberto no ponto dc destino.
3 — Reduz o emprego dc mãode-obra nas operações dc carga e descarga, pois os containers .são deslocados com o u.so de eqihpamento mecânico especial. Essa re dução permite alcançar grande economia.
4 Garante ao transporte ma rítimo completa autonomia em re lação a grevistas eclodidos na faixa por tuária.
5 — Diminui o tempo de perma nência dos navios nos portos, pois a carga e descarga de containers se faz rapidamente.
As vantagens financeiras obti das com 0 transporte por contai ners foram já determinadas nos Estados Unidos. Compararam-se dois navios de 17.000 toneladas, velocidade de 20 nós, atuando num mesmo tráfego: um convencional eventuais movimentos
o outro porta-containers. Verificou-.sc que enquanto o navio con vencional transportava em um ano 152.080 toneladas, no mesmo pe ríodo o transportava 330.710 toneladas. O custo por tonelada transportada foi no primeiro caso US$ 29,91 e segundo US$ 17,42. Foi possiportanto. economizar US$
mente viáveis. Podem ser usados, portanto, em linhas de alta den sidade de tráfego em ambos os sentidos.
navio porta-containers no vcl. 17,42 por tonelada, o que equivale a uma redução de 41,7% no custo do transporte. 3
É por essa
razao que aumenta dc ano para ano o uso de contai ners.
No inicio dc 1970 existiam mundo navios construídos ou adaptados para esse tipo de trans porte intermodal que totalizavam 2,8 milhões de toneladas; em 1972 já se elevara para no esse numero 4,2 milhões.
A tendência mundial é no sen tido da eliminação dos navios carmistos, isto é, aqueles que
guciros transportam carga comum junta mente com alguns containers, co locados geralmente no tombadilho.
A explicação nos foi dada em Nova York: quando esse navio atraca, imediatamente os containers são descarregados ou carregados, mas movimento com a carga comum o retém no porto por um tempo tão grande que acaba por anular das maiores vantagens proo uma porcionadas pelo uso desse sistedc transportes, o reduzido ma tempo de imobilização do navio.
Os navios porta-containers apre sentam os seguintes inconveni entes:
1 — Exigem o frete de retorno para que se revelem economica-
2 — Dependem de investimentos apreciáveis em instalações por tuárias, as quais devem ser de por te equivalente nos terminais de origem e destino. O investimento para construção dos containers é bastante elevado.
Necessitam de uma infraestrutura de transporte terrestre, ferroviário e rodoviário, que ga ranta a rápida transferência do Container até o porto de embar que, a partir das fontes de pro dução.
4 — Carece de uma mentalidade evoluída por parte do exportador, para que interesses particulares de industrias produtoras não aca bem por anular as vantagens ofe recidas pelo Container.
5 — Multiplicam-se as responsa bilidades do armador, que não mais transporta porto a porto, mas sim porta a porta, assumindo com isso obrigações que nem sempre dependem de sua própria decisão.
Mesmo assim, aumenta sempre 0 interesse pelos containers. Hoje, um terço das encomendas de na vios para carga geral especificam navios porta-containers, sendo provável que essa proporção se eleve para dois terços no decorrer dos próximos dez anos. Alguns navios porta-containers em cons trução nos Estados Unidos e na Europa alcançarão a velocidade surpreendente de 25 nós, somente suplantada pelos navios de passa geiros.
Para que se faça uma idéia da ● rersatilidade desse tipo de embar:ação, basta observar que a opera;ão de carga e descarga de um aavio Container de 15.000 tonela das no maior terminal do mundo, Port Elisabeth, em Nova York, de mora apenas 12 horas. Essa ra pidez é, sem duvida, uma das ra zões do exito dos navios portacontainers, revelado por alguns ín dices expressivos. No início de 1970, 2erca de 10% da carga transportada ;ntre os Estados Unidos e a Aus trália seguia em containers; atual mente essa percentagem elevou-se para 70%. O comércio entre a Eu ropa e os Estados Unidos é hoje feito numa proporção de 80% via containers, sendo que 60% é con signado porta-a-porta, isto é, Container é carregado pelo tente, segue via férrea ou rodoviá ria, é embarcado, segue via tima, é desembarcado, segue outra por via férrea ou rodoviária, até chegar ao destinatário, onde é aberto. Fácil será avaliar as fa cilidades e a segurança que esse tipo de transporte assegura, tanto jara exportadores quanto para mportadores.
com a moSe con-
xcs. Iniciativas como essa devem merecer cuidado.su exame i)or par te de no.ssas autoridades, pois elas interferem com os interesses co merciais do Brasil. Mas. esse é apenas um angulo da que.stão. Se examinarmos a política marítima brasileira notaremos que o gover no federal .se empenha na organi zação de dois pateos e container.s, um cm Santos c outro no Rio Grande, mas não há plano algum para a compra ou construção de navios porta-containers, que pelo menos nos garantam a recomen dável familiarização derna tecnologia naval, siderarmos que o tempo de movi mentação de cargas nos portos pode .ser reduzido até a um dé cimo do normal, atualmente, se for usado o
navio porta-containers, imediatamente concluiremos que a participação futura do Brasil na disputa dos reme-
vez os nossos
A DIMINUIÇÃO DOS CUSTOS
marim erc ad os m u nd ia is somente será possível se nos dispusermos a equiparar sistemas de transporte aos dos nossos competidores, mais será valida a pergunta: sem pateos e sem navios porta-contai ners como poderemos no futuro garantir que a bandeira brasilei ra participe vantajosamente dos acordos de fretes? Em outro arti go desta série discorreremos sobre a frota brasileira, apresentando cifras que demonstram um elogiável índice de modernização de nossa frota. Entretanto, convém insistir que a marinha mercante
Cada vez
Os portos de Hamburgo e de Rotterdam já iniciaram a impor tação de café africano usando o Container, o que acarretará o se guinte: 0 produto custará menos e tanto a Alemanha quanto a Ho landa poderão enviar seus arti gos manufaturados para abaste cer a África, a preços muito bainão será eficiente se contar ape nas com navios novos e tradicioEstes são também necessá- nais.
rio.s. não resta duvida, mas estareino.s regredindo se ao mesmo tem po não acompanharmos de perto toda.s as conquistas tecnológicas alcançadas no setor naval.
Além do aumento da capacidade do.s navios, verificou-se também a diversificação dos sistemas de transporte e de carga-descarga, surgindo como consequência de tai.s mudanças alguns tipos sofis ticados de embarcações:
Porta co7itainers: navio, desti nado ao transporte de cofres de carga ( ou containers, ou conten tores). destinados a proporcionar a remessa porta-a-porta, reduzir os serviços e o custo da carga e descarga, proteger a mercadoria das intempéries e dos furtos, e fa cilitar o entrosamento dos vários .sistemas de transporte.
Porta barcaças: navio comumente designado por Lash (Lighter Aboard Ship), dispõe de uma imensa ponte rolante que se des loca ao longo de sua estrutura para colocar na água ou dela re colher as barcaças que transporta.
Poria veículos: navio conheci do por Roll-on Rcll-off, conta com entradas amplas e equipamento.s especiais destinados a permitir o embarque, arrumação e desembar que de veículos motorizados, que na operação de carga e descarga seus próprios meios de Esses navios tanto usam os locomoção, podem transportar veículos consicomo carga, quanto siderados veículos portadores de carga, que antes e depois da travessia marí tima garantem a ligação porta a porta.
Graneleiro ore oil: navio que em seus compartimentos tanto pode transportar minério quanto petró leo.
Graneleiro ore/hulk/ml: navio mais sofisticado que o anterior, capaz de alternar o transporte de óleo e minério com o transporte de outras cargas a granel, como ce reais e pellets.
Com 0 objetivo de proporcionar ao leitor uma informação comple ta sobre os diferentes tipos de navios, mencionaremos também aqueles usados há mais tempo nas linhas de cabotagem e de longo curso:
Carga geral: navio tradicional, destinado ao transporte de dife rentes tipos de carga. As opera ções de embarque e desembarque de mercadorias são feitas à custa dos guindastes de bordo ou do cais.
Petroleiros: navio tanque de ca pacidade muito variável: 20.000 a 477.000 toneladas de deslocamento.
O uso desses navios depende, como dissemos, da adoção de mo dernas técnicas portuárias. Além disso, é preciso levar em conta o vulto dos capitais necessários à implantação dos novos sistemas de transporte e operação das cargas. Surgem, como consequência, algu mas perguntas interessantes. Co mo se fará a alteração das técni cas de carga e descarga? Quando ela se revelará oportuna? Qual a orientação adequada aos interes ses do Brasil?
Em primeiro lugar uma adver tência. Países que já implantaram ou estão implantando uma nova
tecnologia no seu sistema de tran.sporte marítimo podem oferecer à preços aparentemente
venda, a convidativos, os equipamentos que não pretendem mais usar. Seria uma temeridade se nos deixásse mos convencer de uma suposta vantagem em adquiri-los, pois com essa opção ficaríamos defini tivamente em desvantagem e esta ríamos reduzindo as nossas opor tunidades de competir no merca do internacional à custa de economias feitas no transporte e na transferencia de cargas. Cada vez mais as frotas e o custo das ope rações portuárias decidem as disputas comerciais no mundo.
Um País carente de capitais para aplicar em amplos e varia dos setores, como é o caso do Brasil, precisa avaliar com muita cautela qualquer passo a ser dado para a implantação de novas técnica.s e de novos equipamentos. Veja-se, por exemplo, o absurdo a que chegamos no porto de Recife, onde os estivadores receberão seus salários durante dez anos ícerta mente prorrogáveis por mais dez) embora não realizem qualquer ta refa. Permanecem em regime de inatividade remunerada porque o Instituto do Açúcar e do Álcool construiu um sistema mecânico de carregamento de açúcar que funciona com o concurso de ape nas sete homens, o que dispensou 0 trabalho de algumas centenas de trabalhadores anteriormente necessárias para transportar e arrumar a sacaria. É evidente que alguém paga o preço dessa liberalidade, e por mais que se
procure lançar nc.sta ou naquela conta esse debito, verifica-se que mais uma vez .subsiste u afirma ção de que (loverno yagar e povo pagar são expressões sinônimas, ligadas pelo vinculo nem sempre perceptível dos impostos cobrados à população. Qual .seria o cami nho a seguir? Não construir o terminal para embarque mecâni co de açúcar? Dispensar os esti vadores? Continuar pagando por um trabalho não realizado? Nada disso. Precisaríamos orientar essa mão-de-obra que se viu ociosa de um momento para outro, por for ça de um progresso tecnológico, na busca e no encontro de outras atividades.
Imagine-se es.se fato se repetaem outros portos brasileiros: a cada inovação tecnológica que dispense mão-de-obra o Pais passe a arcar com o onus decorrente de outros numerosos grupos de indi víduos em inatividade remunerada. Se isso ocorrer, como poderemos competir vantajosamente no mer cado internacional do açúcar, de .soja e do milho?
n BRASIL LUCRA COM SEU TRANSPORTE A GRANEL
O Brasil precisa realizar um es forço muito grande para atingir uma dinâmica de desenvolvimento que lhe assegure, dentro do menor prazo possível, passar da condi ção de pais em desenvolvimento (renda anual per capita da ordem de 500 dólares) para a condição de país desenvolvido (no mínimo 2.000 dólares anuais). De acordo
iilguns estudos muito divulclos. no fim do século esse índice não terá ultrapassado a casa dos No ano 2020 talvez
70Ü dólares, alcance 1.200 dólares. A diferença entre aquilo que pretendemos ser aciuilü que nos vaticinam representa o grande desafio lançado Como enfrentáe à nossa geraçao. Com uma operaçao dc partiargentina? Com um chilique ●lhante ao chileno? Com uma 10? tura .seme incógnita do tipo peruano? e evi dente que a unica oportunidade reside ainda no uso do bom sen do planejamento e do trabalho. E salvo as vendas, que se alargam multiplicam, tudo leva a crer no bom caminho. .so, c Sc que estamos no caminho para a Pelo menos constituição de uma frota mor nos ajude a enfrentar onde os usuários eram cante que desafio.
o
POVCA INFORMAÇÃO, UM ERRO
O ]Dassado da navegação mer cante brasileira foi dominado por dc triste memória: dois nomes Llcyde c Costeira. Todos se recor dam do rocambole em que permaembrulhadas as duas re- neciam partições publicas, autênticos ca bides de emprego, praças preferidas maiores falcatruas. Cam peavam livremente, então, a desi dia. o furto e a mentira tarifaria. ' Após a Revolução de 64 muiAs duas repartipara as ta coisa mudou, publicas, dedicadas aos transoutras coisas mais. coes portes e a transformaram-se em sociedade de economia mista: o Lloyde ori entado para a prestação de ser-
viços nas linhas marítimas inter nacionais e a Costeira dirigida para a reparação naval. E pouco a pouco a vida de ambas as em presas foi entrando nos eixos. A desidia diminuiu na medida em que o permitiam os vicios assimi lados, e acumulados no decorrer de anos e anos de estatizaçao. O peso morto dos funcionários de terra decresceu acompanhando a redução do numero de tripulantes a bordo, procurou-se e conseguiuse imprimir maior agressividade aos negócios sérios. Compraramse novos cargueiros e com isso a frota aumentou e rejuvenesceu. Ao mesmo tempo, combateu-se o furto e conteve-se o gesto imo ral de estender o “boné do coman dante compelidos a depositar a propina indispensável para que sua carga não fosse deixada no cais. Entre tanto, subsiste ainda uma duvida: a subvenção federal, que também se reduziu mas que ainda é im prescindível para que se obtenha o equilíbrio orçamentário, não aparece no balanço pois foi in cluída na conta referente à recei ta operacional. Sendo assim, que interpretação dar ã palavra “lu cro”, usada com tanta ênfase pela empresa no seu relatório de 1972? Essas e outras perguntas conti nuam de pé após a terminante ne gativa do Lloyde Brasileiro em prestar esclarecimentos que elu cidassem a questão.
Tal é uma das consequências lamentáveis da esdrúxula política adotada pelo governo federal no que se refere à informação. Hoje,
Itodos os orgãos públicos ou socie dades de economia mista dispõem de sistemas de filtragem destina dos a permitir unicamente a divul gação daquilo que interessa ao go verno informar à opinião publica. Reduz-se, com isso, a possibilidade de análise e de critica, na mesma proporção em que aumentam os obstáculos levantados diante da
sua vez, surgiu em 1962 com a in cumbência de transportar o miné rio de ferro exportado pola Com panhia Vale do Rio Doce, bem como carvão e óleo. As frotas das três empresas ligadas ao governo são as .seguin tes, em milhares de toneladas de deslocamento:
Ao mesmo tempo se imprensa, restringem as oportunidades de elogiar o que está correto e de de nunciar as arbitrariedades c os 983 897 crimes, muitos dos quais permane cerão impunes e se repetirão mui tas vezes porque as próprias auto ridades, interessadas na sua re pressão, jamais chegam a saber da sua ocorrência devido às res trições por elas mesmas impostas aos que se empenham em e.sclarecer os fatos.
Merecem uma especial referen cia as empresas Frota Nacional de Petroleiros iFronape) e Vale do Rio Doce Navegação (Doceiiave), que vêm prestando ao País exce lentes serviços. Ambas levam a vantagem de não arcarem com o onus de uma ancestralidade malsã, como ocorre com o Llcyde e com a Costeira, mas assim mesmo merecem aplausos, mercê da visão empresaria’ de seus dirigentes, que têm conseguido ampliar con tinuamente as respectivas frotas e transportar dentro de padrões de racionalidade e economia.
346 Lloyclc Fronape Docenave
Todas e.ssas empresas usam não somente navios proprios mas tam bém afretados.
É preciso di.stinguir os serviços de transporte dc carga geral pres tados polo Llcydc dos .serviços dc transporto a granel realizados pela Fronape e pela Docenave. Os pri meiros exigem navios menores e a sua sofisticação .sc faz no sen tido do navio porta Container c do navio lasli. Os segundos requerem navios cada vez maiores c versá teis, capazes de alternar carrega mentos de óleo, minério, carvão, cereais e pellets. É ncces.sário, portanto, guardar certa cautela ao se compararem os navios dessas três frotas. Me.smo assim, perce be-se que o Lloyde fica rapida mente para trás, como bem o de monstram os navios encomenda dos, em milhares dc toneladas de deslocamento:
97 Lloyde Fronape Docenave
A Fronape foi organizada em 1950 com 0 objetivo de transportar petróleo e seus derivados no País e no Exterior, sob responsabilida de da Petrobrás. A Docenave, por 1.970
362
O governo brasileiro dispõe, como se percebe, de três grandes
empresas cncarregaclas do trans porte cie matérias-primas, produmanufaturados, o Exterior.
custos de administração e opera ção. Uma unica empresa de eco nomia mista do governo se encar regaria de todo 0 transporte a gra nel na cabotagem e no longo curagricnla.s tos entre o Pais e I.ínj/dc, e Uma transporta carga
3 — Transferir as instalações da Costeira, para outro local, técnica e economicamente recomendável cm função da manutenção e repadc grandes navios graneleiros os ro
As outras subsistem, basidclas. o geral, camenti*. tra/.endo iietróleo e le vando minério. .'íendo que a moder nização de seus navios as apro xima cada ve/, mais quanto às suas possibilidades c\v carga, isto é, quai^to mais vrisáteis se tornam graneleiros mais coincidem as finalidades das duas empresas. Vejamos; como estagio inicial tinhamos navios da Fronape trans portando petróleo e navios da Docenave transportando minério de ferro; eomo estágio atual ord biclk/oil poderemos ter navios tan to da Fronape quanto da Docc7iar:e capazes de alternar o transporte de petróleo, minério, carvão e ccso.
Tendo em conta os.sas observa ções talvez fo.s.se aconselhável es tudar o .seguinte':
ao
Finalmente, algumas palavras sobre a Superintendência Nacio nal da Marinha Mercante, Su?iaentidade que sucedeu à anti- mam, ga Comissão da Marinha Mercante e por isso passou a responsabilizarpela delicada tarefa de orientar política brasileira de transporte Suas obrigações são se a maritimo. amplas: decidir questões relativas trabalho nos portos e navios, orientar os problemas de navegafretes, resolver todos os asreans.
Elevar os financiamentos destinados ao Lloyde, dc molde a permitir-lhe aumentar mais ainda a sua frota de carga geral. De senvolver o uso do algumas técni cas sofi.sticadas de transporte, particularmcntc o uso do Contai ner, com o objetivo de não atrasarmos em relação aos demais países, que hoje já conseguem re duzir sensivelmente o preço dc seus produtos industrializados à custa de economias de frete feitas com o uso dc técnicas avançadas. 2 — Examinar a conveniência de fundir a Fronape e a Docenave, com vistas à redução de seus
çao e suntos ligados aos rumos da indus tria de reparos e construção naAdministrar, em nome do fundos específicos, de vais. governo, os grande importância para o reequi- pamento de nossa frota. Além disso, concede linhas de navega ção e fiscaliza as empresas parti- atuam no transporte As principais companos ciüares que maritimo. nhias privadas são: Companhia de Navegação Netumar, Compa nhia Paulista de Comercio Mari timo, Empresa de Navegação Ali ança, Frota Oceanica Brasileira, L. Figueiredo Navegação, Navega ção Mercantil e Netumia Socieda-
de de Navegação. Há ainda outras empresas menores.
A Sunamam, como preposta do Governo Federal, é a dona abso luta de todas as decisões toma das no âmbito do transporte ma rítimo. Faz e desfaz. Erra e acerta. Tanto pode beneficiar o Pais, como tem realmente feito no setor da construção naval e do equipamento de nossa frota mer cante, quanto pode prejudicá-lo seriamente com uma medida im portuna e mal estudada, como o foi a resolução 4.281, que preten deu resolver o problema da ele vada remuneração da estiva sem antes penetrar no amago da ques tão e pór em ordem todas as leis que hoje se confundem e se su perpõem nesse importante setor dos nossos transportes.
Como decorrência da soma imensa de poderes que cnfeixa nas mãos, c também da omissão ou da incompetência das autoridades que 0 devem fiscalizar 'um minis tro itinerante e algumas centenas de congressistas mutilados o pre sidente da Sunamam é um todopoderoso, mentor o dono absoluto de decisões muito serias que de maneira alguma deveríam ser to madas de improviso, sem antes ouvir os responsáveis pela política geral dc transportes no Pais (GEIPOT).
Não há dúvida dc que no orga nograma do Ministério dos Trans portes há uma falha fundamental; a posição secundária em que foi situado esse Gruvo dc Estudos para Ijitecjração da Política dos Transportes.
NAVIOS EM CONSTRUÇÃO NO MUNDO EM ABRIL DE 1972
Tipo de Navio
Número de Navios
Carga Geral
Porta Containers
Petroleiros: mais de 150.000 T
Petroleiros; Menos de 15C.OOO T
Graneleiros ore/oil
Outros Graneleiros
O NAVIO MÉDIO AINDA RESOLVE
A relação de navios encomen dados no mundo, em abril de 1972, sugere-nos alguns comentários;
1 — A tonelagem média dos na vios de carga geral é 7.554, dc onde se deduz que os portos tra dicionais, com profundidade de até 12 metros, continuarão a de sempenhar um importante papel
na navegaçao. tanto, a generalização da idéia de ciiic .somente tem valor comercial o super-porto, de grande profun didade. O Brasil, em abril de 1972, tinha encomendado a cons trução de 40 navios de carga ge ral. com deslocamento total de 357.690 toneladas e deslocamento médio dc 8.942 toneladas, numero c.ste que estava acima do desloca mento médio das encomendas fei tas na mesma categoria por paí ses dc grande tradição na indus tria naval c uo comércio marítimo:
Rússia I 5.828), Alemanha OcideniG.360), Inglaterra (8.673), (7.912), Noruega (6.133), Não há duvida de deslocamento dos navios tal Japão Grécia (6.528). que o cresce dc ano para ano (petroleigranelciros), mas é impor- ros c tanto não perder de vista que o navio de carga geral desempenha, desempenhará ainda por muito tempo, um importante papel no comercio marítimo.
E perigosa, por¬ tando-o em navios de grande ca pacidade, 0 que acompanha a ten dência mundial e assim nos co loca em igualdade de condições com os paises que orientam sua política no sentido da substitui ção do ato de importar, no seu sentido tradicional, pelo ato de transjerir parcelas ãe jazidas. O primeiro ato era e é essencial mente comercial, compra e venda; 0 segundo ato será cada vez mais associativo, união de esforços, ali ança de interesses, à medida que os paises fornecedores de ma térias-primas forem adquirindo consciência da imprescindibilidade de sua participação no processo da produção de bens.
2 — - O transporte do petróleo será feito cada vez mais em na vios de grande deslocamento (mé dia de 256.442 toneladas), do que decorre ser recomendável projetar os nossos terminais de molde a po derem receber esses gigantes. Brasil não figurava, em abril de 1972, entre os países interessados petroleiros de mais de 150.000 toneladas. Entretanto, a Petrobrás logo depois encomendou à Ishikadois grandes petroleiros e
cm waj ima de 276.700 toneladas cada um. Há, portanto, uma elogiável preocupa ção do governo federal em redu zir o custo do petróleo, transpor-
3 _ Em abril de 1972 c Brasü havia encomendado 11 petroleiros com deslocamento inferior a 150.000 toneladas (média de 62.836 por navio), totalizando 691.200 to neladas. Esses navios Se destinam à redistribuição do petróleo, tra zido do Exterior por superpetroleiros, pelas refinarias de todo o Pais, bem como à distribuição de derivados de petróleo também pe los centros consumidores de todo
0 Brasil. É interessante mencionar a oportunidade que se apresenta à Petrobrás de competir vantajosa mente com outras empresas do mundo na disputa em torno do transporte de petróleo para outros países da América do Sul, notadamente para a Argentina e o Uruguai. Esses países não dispõem de terminais profundos para des carga de petróleo, ao passo que o Brasil possui o terminal mais pro-
I
Ifundo ao sul do Continente fSão Sebastião). Decorre dessa circuns tancia geográfica que o custo de transporte mais baixo é obtido mediante esta sequência opera cional: transporte por superpetroleiros até São Sebastião, transbor do para petroleiros menores, transporte até Buenos Aires ou Montevidéu. Essa operação, em bora descrita sucintamente, per mite ao leitor avaliar a importân cia das decisões relativas ao trans porte, que devem ser tomadas sem pre à luz da convivência econô mica. Sem uma orientação inteli gente a Petrobràs jamais teria construído o terminal de São Se bastião e muito menos adotado uma política de expansão de frota de grandes petroleiros, outro lado, sem colocar de parte preconceitos tolos, a Argentina c o Uruguai jamais poderíam obter petróleo pelo menor custo possível de transporte.
exf.ge, para ser economicamente viável, o frete de retorno, pode-se ter como certo que o consumidor africano pa.ssarà a dispor dc i)rodutos industriais desses dois paises a preços muito baixos,
navios es-
Não constam das publica ções internacionais encomendas brasileiras de navios porta-containers, nem tampouco há noticia de qualquer projeto para construção dessas unidades no Pais. Ao que tudo indica, por muitos anos os terminais de containers projetados em Santos e no Rio Grande fun cionarão para servir trangeiros ou improvisados (Con tainer é colocado no tombadilho). A proposito do assunto é preciso insistir que a Alemanha Ocidental (via Hamburgo) e a Holanda (via Rotterdam) já começam a impor tar café africano em containers. E como 0 uso desses cofres de carga 4
õ — Em abril de 1972 o Brasil havia contratado a construção dr 9 granelciros tipo ore-o^l, com o deslocamento medio dc 139.922 to neladas. Verifica-se que as enco mendas brasileiras especificam deslocamentos bastante próximos da média mundial '149.840'. indi cação de que pretendemos e pode remos competir nesse ramo de transporte, cm igualdade de con dições, com qualquer nação do mundo. O Brasil está muito em penhado na ampliação dc sua fro ta de granelciros ore-oil, tendo em vista a possibilidade do .somar as vantagens de exportador com as de tran.sportador dc minério dc ferro c de manganês. Paralclamente. lucraremos com a utiliza ção desses mesmos navios, nas via gens de volta, para trazer do Ex terior 0 petróleo c o carvão que nes faltam. Não há dúvida de que a Docenave e a Fronape realizam um trabalho inteligente em tudo favorável à economia do Pais. Os terminais dc Tubarão (minério dc ferro) e de Santana cminério de manganês) deverão, entretanto, ser preparados para a movimenta ção desses imensos navios. Sepetiba e Itaqui (minério de ferro) oferecem boas condições para o tráfego de granelciros de grande deslocamento.
6 — As nossas encomendas de granelciros comuns totalizavam. sua Por
cm abril de 1972, 8 unidades com o deslocamento médio de 39.837 toneladas. Esses navios foram di mensionados de acordo com as obras dc dragagem programadas ]íara Santos (14 metros), Parana guá (12 metros) e Rio Grande (14 mí-‘tros>. tendo como objetivo a comercialização de nossas safras de soja. milho e açúcar.
Finalizando este comentário é oportuno indagar: até que ponto crescerão os navios? Qual será o deslocamento a partir do qual os riscos c os investimentos (no pró prio navio e nos portos) sobrepuas vantagens obtidas pelo
jarao transportador?
vio que a fatalidade venha a atra vessar no caminho do Glóbtik To~ kyo? Afinal, são 477.000 toneladas navegando a uma velocidade de 15 nós e necessitando de no míni mo dez minutos para uma signifi cativa mudança de rumo. E no caso de uma colisão e ruptura do casco, quem será mais prejudica do: a empresa transportadora, que perdeu 400.000 toneladas de petróleo, ou o pais em cujo litoral se lançar esse imenso lençol poluidor?
O BRASIL ESTÁ RECUPERANDO A FROTA MERCANTE
Não há dúvida de que um na vio como GJohtik Tokyo, de 477.000 toneladas, 379 metros de compri mento e G2 metros de largura, exi girá atenção especial quando iniciar sua primeira viagem (ele foi lança do ao mar em outubro de 1972 e estar concluido em fins' de Graças a uma ação firme deve 1973». Embora seja uma obra-prima da engenharia naval japonesa e dis ponha do equipamento mais mo derno para prevenção de aciden tes, carga, descarga e navegação, c impossível ignorar as dificulda des e os riscos que esse imenso petroleiro acarretará. Desviá-lo tempo de outro navio, atracá-lo nos terminais, manter profundi dade para seu grande calado, eis alguns dos problemas que os seus construtores dizem estar resolvi dos mas que sabemos ainda pen dentes. Além disso, é preciso não descartar a possibilidade de que venha a ocorrer um acidente. Que perspectivas restarão para um. naa
O Brasil atravessa uma fase auspiciosa no que se refere á in corporação de navios á sua frota mercante, principalmente se con siderarmos que muitos deles são construídos em estaleiros nacio nais, do Governo Federal e em parti cular do atual ministro dos Trans portes, 0 Pais consegue paulatinamente atingir três objetivos muito importantes: elevar a tonelagem de nossa marinha mercante, redu zir a idade média dos navios e de senvolver nossa própria tecnologia no setor da construção naval. O esforço para alcançar essas metas é contado na crônica diária dos acontecimentos ligados aos nossos transportes. Entretanto, cabe per guntar se 0 esforço realizado lá fo ra, em países com os quais devere mos competir comercialmente, não estaria sendo feito em maior es cala em relação ao esforço brasi leiro? Em outras palavras, estamos
fou não ganhando terreno no se tor naval em relação aos outros povos?
A ANÁLISE DAS ESTATÍSTICAS
Aproveitando um trocadilho do próprio Mini.stro dos Transportes, diremos que se não reequiparmns rápida e convenicntcmcntc nossa frota mercante ficaremos a ver na vios, em vez de ver e contar os lu cros de nosso comercio exterior. Essa verdade foi dita e compre endida pelo governo brasileiro, que realiza um grande e elogiável es forço para aumentar e moderni zar nossa frota mercante: em 1962 contávamos com 1,2 mi lhão
que dez anos depois, em 1972, esse número já havia alcançado 1,9 milhão de toneladas. Mas, con vém indagar (indagar tem aqui o sentido de encarar os fatos de frente, dizer o que pensamos a despeito dos riscos, na esperança de que se tomem providencias para modificar aquilo que não esteja certo), se o simples crescimento de nossa Marinha mercante signi fica progresso; ou se convém ana lisar com mais cautela as estatís ticas de molde a compreender o significado relativo dos números. Vejamos o que nos diz o imparcial “Lloyd’s Registei* of Shipping”. A nós interessa realmente saber se a nessa frota aumenta tanto quanto as frotas dos demais países, pois nesta época cm que pretendemos participar da grande competição não podemos despregar os olhos dos nossos concorrentes. E é en tão que deparamos com um fato de toneladas, ao passo
merecedor da maior atenção: em bora a nossa Marinha mercante tenha crescido, ela o foz de ma neira mais lenta do que a frota mundial. Em outras palavras, os demais paises incorporam navios às suas frotas cm ritmo mais rá pido do que nós o fazemos. Km 1962 a Marinha mercante bra.sileira representava 085'.’ da tone lagem mundial, ao passo que em 1972 e.ssc indicc havia baixado para 0,70L'. No.s últimos dez anos a frota mundial cresceu 01 mas a frota brasileira aumentou so mente 567r. Mas, temos também algo a 110.S.S0 favor. Se analisar mos somente o período 1067 a 1972. verificaremos que nesses seis anos o índice porcentual de no.ssa frota passou de 0,67% para 070'-. Além disso, nota-se que a média de idade de nossos navios é uma das melhores do mundo.
De acordo com o ‘●Lloyd’s Register of Shipping’’, a Marinha mer cante bra.sileira classificava-.se, em 21 dc dezembro de 1972, em vigesivio lugar no rol das frotas mun diais, à frente de alguns países dc reconhecida tradição naval, como é 0 caso da Finlandia, da Bélgica e de Portugal. Três países — Li béria, Panamá e Chipre — não devem ser considerados para efei to de comparação porque suas fro tas não são constituídas por na vios próprios: a bandeira é alu gada para empresas sediadas om naçÕ0.S onde avult.am problema.s fiscais c trabalhistas. Há qua torze anos, porém, nossa classifi cação correspondia ao décimo oitavo lugar. Em 1958 o Brasil dis-
punha do 0.78% da tonelagem mundial, om 1962. 0.85%, ao passo que om 1972 cs.sa porcentagem ha via baixado para 0.707c.
América Latina o nosso Pais
Formosa
Alemanha
Brasil
Espanha
Coréia do Sul
55%
no decorrer da última
Entretanto, no conjunto fomos ultrapa.ssados pela
as.sumiu a liderança da navegaçao mercante década, pas.sando à frente da Ar gentina. g('ial
Iiulia c pela Polônia.
Antes de pro.s.seguir convém es clarecer o seguinte:
. Algumas reduções dc tonedecorrem da retirada de
1 lagcin tráfego dc navios obsoletos, cum anêiicia na frota 6 antieconòNeste caso. a redução é a economia geral penn inica. benéfica para cio transporte.
. Um navio moderno e sofisciue ofereça uma tonelamais reduzida, é economica-
2 ● ticado. gem mente mais vantajoso do que um grande navio antigo, vagaroso e uma tripulação numerosa.
Inglaterra ..
Grécia
Noruega ....
França
Austrália ...
Libéria
Polônia
O Kuwait e a Coréia do Sul ini ciaram há muito pouco tempo a formação das respectivas frotas mercantes, além de não possuírem tonelagem expressiva: Formosa, ao que consta, começa a alugar sua bandeira. Ombreamo-nos, portanto, com paises de grande tradição naval como o Japão, Es panha, Noruega e Alemanha Oci dental. além de estarmos na fren te da Inglaterra, Suécia e outras nações importantes.
- A incorporação de grandes graneleiros acarretam variações bruscas na tonelagem total.
Vcrifica-sc que a tonelagem rela tiva da frota bra.sileira decresceu scn.sivelmente nos últimos dez anos (Gráficoi, mas om compen sação observa-se que ocorreu uma acentuada modernização de nossos navios (Tabela). Sc examinarmos situação do todas as frotas do porcobc-sc que o Brasil b(^in lugar ciuanto à com 3 a mundo, ocupa um porcentagem dc navio.s uom mo nos dc cinco anos:
Kuwait Japão 5G7c
Uma dessas fases da seo 75%
É conveniente insistir mais uma vez no significado dos navios no vos para a economia de um país. Em um comércio internacional que se torna cada vez mais competi tivo, terão êxito os paises que con seguirem somar uma às outras inúmeras economias parciais, fei tas desde a produção até a entre ga do produto, de molde a conse guirem assim oferecer, no final, preços mais convidativos do que aqueles fixados pelos seus compe tidores, quòncia dc produção e comércio é transporte, quo custará multo menos sc o equipamento usado for novo, adequado e carente de pouca
Imão-de-obra, como o são os na vios .construídos nos últimos cinco
De acordo com o “LIoyd’s Register of Shipping", a frota mercante brasileira totalizava, a 31 de de zembro de 1972, um deslocamento equivalente a 1.884.000 toneladas, assim distribuidos:
Docenaves 11 navios ore-oU ou bulíc, deslocando 627.708 toneladas.
Lloyde Brasileiro 37 navios para carga geral com deslocamento de 346.621 toneladas.
tos quanto à tradicional omissão do governo brasileiro cm relação ao transporte por água, pois uma política maritima adequada ii eco nomia do Pais não dependo unica mente da encomenda dc navios.
Ela requer muito mais. Requer providencias relacionadas com a adequação e reequipamento dos portos, com a armazenagem, com a garantia dos fluxos de merca dorias até os locais dc embarque. Mas, antes de tudo. requer o em penho de nos.sas autoridades para que o sistema de tran.sportc seja e.scolhido em função dos interes ses econômicos maiores do Pai.s. anos.
Outros: cerca de 100.000 toneladas.
Se por um lado a análise da evolução da frota brasileira nos últimos dez anos não chega a .ser, das mais animadoras, por outro a verificação da tonelagem já enco mendada a estaleiros do País e do Exterior nos leva a participar do otimismo manifestado pelo no federal.
PRINCIPAIS FROTAS MERCANTES DO MUNDO EM
31-12-72 Unil toneladas)
Libéria
gover-
Somente a Fronape contará, até fins de 1973, com uma frota de 46 navios, com deslocamento superior a 2.700.000 toneladas. A Docenave acrescentará à sua frota, a curto prazo, cerca de 360.000 toneladas. O Llo7jde encomendou perto de 100.000 toneladas
e as empresa.s particulares outro tanto. Em 1975, ao se completar o plano de reequipamento da marinha cante traçado pelo Ministério dos Transportes, o Brasil terá uma frota com deslocamento superior a 4 milhões de toneladas.
Esse êxito, porém, não invalida os comentários anteriormente feimer-
Japão
Inglaterra
Noruega
União Soviética
Grécia
Estados Unidos
Alemanha Ocidental ....
Itália
Panamá
França
Suécia
Holanda
Espanha
Dinamarca
índia
Canadá
Chipre
Polonia
BRASIL
FiiilúncUa
Iugoslávia
Formosa
Argentina
Alemanha Oriental
Bolgica
Australia
China
Coréia do Sul ....
Portugal
Filipinas
Turquia
Bulgária ...
Israel
Kuwait
Indonésia .. Paquistão
África do Sul
Menos de õ anos De 5 a 9 De 10 a 14 De 15 ou mais anos anos anos
Dinamarca índia
Canadá Polônia BRASIL
F’inlãndia
Iugoslávia
Formosa
Argentina MÉDIA
MUNDIAL
Clas.sificaçao por idade dos navios de algumas frotas mercantis (31-12-1972)
A TRIPULAÇÃO DEVE SER ESPECIALIZADA
Os modernos navios são verda deiras usinas flutuantes, com equi pamentos complexos que vão des de computadores até motores de 45.000 cavalos. Por essa razão as tripulações devem ser constituídas de profissionais altamente especia lizados preparados em número suficiente pelos países em cujos objetivos se incluem a expansão naval e o incremento do comércio exterior.
O Brasil forma tripulantes para cs seus navios na Escola de Mari nha Mercante, estabelecimento mantido e dirigido pelo Ministério da Marinha. Os cursos incluem todas as disciplinas indispensá veis para a formação básica de um comandante de navio mercan te, posto que é atingido pelo ofi cial somente no fim de sua car reira. Durante muitos anos ele galga um a um os estágios da hierarquia naval, de molde a adquirir a experiência necessária t t
â manutenção e funcionamento de todos os equipamentos de bordo. Entretanto, como foi dito acima, encontram-se nos navios maquina.s e instrumentos cada vez mais so fisticados, alguns deles carentes de manutenção dispendiosa c di fícil. Os oficiais da Marinha Mer cante podem realizar cursos de aperfeiçoamento que os habilitem a ocupar cargos bastante diversi ficados, mas a experiência de monstra que muitas vezes há ne cessidade de recorrer a profissio nais estranhos aos quadros da Ma rinha Mercante para o desempe nho de determinadas funções mais especializadas.
tir dc uma das seguintes suges tões :
1 — Criar um cur.so de pós-gra duação para engenheiros, de ma neira a prepará-los para o exercí cio de determinado.s cargos a bor do dos grandes navios.
2 — Criar um cur.so de nível su perior na própria Escola da Mari nha mercante.
A Docenave e a Frona-pe enfren tam esse problema, pois seus vios são grandes e modernos, equi pados com 0 que há de mais atua lizado em matéria de equipamenEssas empresas chegaram engenheiros formados nossas escolas superiores para a realização de estágios em e.staleiros japoneses, com o objetivo de prepará-los para o exercício de funções a bordo de particularmente nos setores de É evina-
Formado o engenheiro de bor do, qual seria a sua remuneração? Eis um outro problema merecedor de cuidadosa análi.se. Os salários dos professores da Escola dc Ma rinha Mercante são irri.sorios, a ponto de muitos deles solicitarem exoneração para se empregarem em companhias particulares de navegação, como comandantes ou imediatos.
Os próprios engenhei ros contratados pela Docenave e pela Fronape, depois de realizarem cursos de especialização no Exte rior to. a contratar são tentados com elevadas ofertas de salário pelas empresas de São Paulo e da Guanabara. Como reter em
seus navios mecanica e eletricidade, dente, porém, que se trata de iniciativa peculiar a essas duas grandes companhias, tomada nenhum critério de regularidade. Decorre daí o fato de precisarmos frequentemente recorrer a tripu lantes estrangeiros para o desem penho de determinadas funções mais especializadas. uma
essa mão-dc-obra imprescindível para a formação de nossas tripulações c para o per feito funcionamento de nossos navios?
LIBÉRIA TEM SIDO O MELHOR RECURSO sem
É evidente que o governo fede ral precisa voltar sua atenção para 0 problema, pois as boas tripula ções também constituem uma peça importante do esquema destinado a incrementar o nosso comércio exterior. Precisamos exportar cada mais, transportando tudo o Por essa razão é que .se reco menda 0 estudo do problema pe las autoridades, que poderíam par- vez
que for possível em nossos próprio.s navios. pc).'<.sivcl. contar com tripulações bem adestracla.s e em número suficiente, remunerada.s dc acordo com padrões Para que isso seja entretanto, precisamos razoavcis.
um dos maiores construtores de navios do mundo, como bem o de monstra 0 extraordinário progres so alcançado nos últimos anos pela nossa industria de construção naval. O governo foi muito feliz ao adotar nesse setor a mesma po lítica de incentivos que permitiu a expansão da industria automo bilística. Estaleiros de grande re nome internacional, como a Ishikawajima e a Verolme, puderam expandir suas atividades no Pais e iniciar a construção dos grandes navios exigidos atualmente pelo sempre crescente transporte ma rítimo internacional.
O iiroblcma chegou a assumir tais proporções a ponto de obrigar algumas companhias brasileiras a alugar assim desembaraço cm relação às trisem infringir a lei dos terços. Isso significa que a bandeira liberiana para poderem atuar com mais juilaçocs. dois navios brasileiros já têm o seu re gistro feito na Libéria e integram, todos os efeitos legais, a frota Entretanto, esboça-se uma ame aça à indústria naval brasileira. A antiga companhia Costeira, esta tal, pretende construir um grande estaleiro para reparo dos navios que transportam granéis na rota do Atlântico Sul. Está provado, poque um empreendimento para desse pais africano.
rem derno é como um avião, deve estar cm movimento para dar
Uin outro problema merecedor dc estudo c a necessidade de assea rotatividade das tripulal-)ara os grandes navios, que podem permanecer parados portos sob pena de se tornaantieconomicos. O navio mogurar ções não no.s rem, como esse somente poderá vir a ser economicamente viável se, ao mesmo tempo, a empresa se dedi car à construção de navios. Sub siste, portanto, a possibilidade de vir 0 governo federal a fazer con corrência aos estaleiros particula-
Esse imperativo da moderoperação naval exige que se remanejem as tripulações por um desej avelmente elevado, de navios. Talvez seja esta mais razão para que se estude a sempre lucro. na número res. uma po.ssibilidadc de fundir a Docenave Fronape numa unica grande brasileira dc transporte c a empresa maritimo a granel.
CONSOLIDA-SE A INDÚSTRIA da CONSTRUÇÃO NAVAL
O Brasil dispõe de todos os re quisitos para se transformar em
Será que vamos repetir no setor naval a melancólica experi ência da Fábrica Nacional de Mo tores, que tentou sem êxito, com petir com a Volkswagen, com a General Motors e com a Mercedes Benz, acarretando com isso imen sos prejuízos ao País?
E PODE CRESCER MAIS
No período do Império o Brasil chegou a contar com uma impor-
tante indústria de construção na val, que lhe permitia equipar ade quadamente as suas frotas mer cante e de guerra. A abundancia e a qualidade de nossas madeiras representavam, então, um gran de incentivo para essa atividade.
Mas, se contavamos e ainda con tamos com grandes florestas, possuimos também algumas das maio res jazidas de minério de ferro do mundo. Seria natural, to, á primeira vista, que ao luir a indústria naval da tábua de madeira para a chapa de aço continuássemos a desfrutar de uma posição privilegiada no mun do, Isso não ocorreu porque essa mesma indústria naval passou a depender, cada vez mais, de elevado grau de aperfeiçoamento tecnológico. Se antigamente al guns engenhosos carpinteiros eram capazes de construir um rentável navio, hoje um navio rentável so mente poderá ser construído se Pais dispuser de uma apreciável iníraestrutura industrial e contar com a colaboração de engenheiros e técnicos capazes de dominar vasto e complexto rol de ativi dades.
rificacio no item correspondente a serviços.
Graças a uma política agressiva de conquista de posições, conse guimos elevar gradualmenle a par ticipação da bandeira brasileira no transporte de mercadorias expor tadas ou importadas pehj Brasil:
1968
1969 portanevü-
1967 . ... 29,7'.; . ... 31,0% 35,2'; 37.6',;
1970
1971 42
1972 44,0'.;
Isso significa que cada vez mai.s transportamos à custa dc nossa frota mercante, aumentando nos sos créditos e diminuindo débitos relativos a fretes. Para que se faça uma idéia da economia ccn.seguida com o uso dc nossos próprios navios, tomcjnos por base o movimento total verificado cm 1972; 915 milhões de dólares foram gastos com o pagamento dc fretes do mercadorias nossos um o que exportamos ou importamos. Se atua.sscmos do acordo com 0 índice dc 1967 (29,77o)
No decorrer da década de 60 o transporte marítimo no mundo cresceu 100%. Hoje, cerca de 75% do comércio mundial é feito por via marítima. E a tendencia é aumentar.
milhões, mas como nossa bandei ra já participava na proporção de 407o faturamos 366 milhões dc dó lares. teriamos faturado 274 um Isso significa que dcixaino.s de enviar para fora do Paí.s, so mente em um ano, a diferença entre essas duas cifras, Lsto é, 92 milhões de dólares.
Antes de 1964 o Brasil era obri gado a pagar a empresas estran geiras
anualmente, uma quantia elevava a 55% do déficit anual
Cs sete principais estaleiros na cionais Ushikawajima, Verolme, Mauá, Emaq, Corena, Caneco e Só) entregaram a empresas nacionais e estrangeiras de navegação, en tre 1967 e 1972, dezenas de navios de transporte marítimo, que se ve-
qiip totalizaram um deslocamento de 808.000 toneladas. Em fins de 1072 cncontravam-se em constru ção cMul^arcaçÕGs que somavam cerca de 800,000 toneladas. Mas, o mai.s animador nos é revelado l^elo fato de nada menos de 127 navios, totalizando 2.140.000 tonelada.s de dc.slocamentos, terem a sua construção assegurada em contratos assinados pelos maio res estaleiros do Pais.
Mesmo assim, porem, é preciso não permitir que o otimismo nos leve a imaginar que desfrutamos do uma posição privilegiada em relação aos demais países do mun do. Somos, ainda, modestos cons trutores de navios e somente a consciência de tal situação nos dará o entusiasmo indispensável que continuemos a crescer, observação pode ser docu-
para E.ssa mentada com o rol de navios em
Finlandia Grécia .
0.2
Também no caso de construção naval é preciso examinar o índice relativo de nossa indústria, ou se ja. fazer uma análise comparativa entre o nosso desempenho no se tor e a atuação dos demais paí ses do mundo. calcularmos a porcentagem que a nossa constru ção naval representa em relação à construção naval no mundo che garemos aos seguintes índices:
em
construção a 31 de dezembro de 1972 em alguns países do mundo, milhões de toneladas:
Ja])ão
Reino Unido
Suécia
Itália
Alemanha Ocidental .
França
Estados Unidos
Espanha
Holanda
Noruega
Iugoslávia
União Soviética
Polonia
Dinamarca
Bélgica
Brasil
AGORA, O MERCADO EXTERNO
Não há dúvida de que as cifras nos favorecem e demonstram que 0 governo brasileiro adota uma política correta nesse setor de nossa indústria. Os estaleiros brasileiros organi zaram uma empresa para comer cializar os seus produtos no Exte rior
Estaleiros Associados do
BrasH, Erahras — que já partici pou com grande êxito de uma ex posição da indústria naval do mundo, realizada em Atenas, auspicioso consignar que vários contratos foram então assinados,
E
suprir exprodo
I0 que nos autoriza a manifestar otimismo quanto à possibilidade de virmos a desfrutar de uma posição privilegiada na indústria mundial da construção naval. Aliás, dispomos de todas as condi ções de infra-estrutura para isso: grandes reservas de minério de ferro, parque siderúrgico em ex pansão, mão-de-obra barata com parada com a dos demais países construtores de navios, um parque industrial em condições de convenientemente os estaleiros de todo o equipamento acessório. Falta-nos, portanto, unicamente o domínio da moderna tecnologia naval para que possamos nos pandir ainda mais. Entretanto, também nesse setor estamos gredindo. A Ishikaicajima Brasil está concluindo a constru ção de um imenso dique onde po derão ser construídos navios de até 400.000 toneladas, com 350 tros de comprimento, que a par com essa obra serão instalados equipamentos modernos c preparados os engenheiros e téc nicos indispensáveis à concretiza ção de grandes projetos navais. O índice dc nacionalização dos materiais e equipamentos usados na construção dos grandes navios brasileiros cresce de ano para ano, à medida que o parque industrial do País se mostra em condições de aceitar as encomendas dos esta leiros. Em 1968 os navios eram construídos com uma proporção de 50 a 55% de materiais e equipa mentos nacionais, índice já se situa entre 65 e 70%. Os estaleiros médios e pequenos já
ccnstroem pequenos navios e bar cos pesqueiros com um índice do nacionalização dc praticamente 100%. incluindo o projeto.
Motores marítimos de grande porto já .são construídos no Brasil, com uma potência que pode atin gir 18.000 cavalos. Nada menos de três industrias os produzem: Ishihüicajima do Brasil. Industrias
Villares c Mecanica Pesada. Es.sas mesmas empresas fabricam outras peças e equipamentos c.s.scnciais para a construção dc navios, es tando relacionadas cerca dc 50 outras industrias menores dedica das também à produção desses acessórios. Muitos fabricantes dc autopeças estão empenhados no programa brasileiro dc construção naval.
JÁ NÃO BASTAM O MASTRO
E UMA VELA me-
É evidente
Em 1972 esse
À medida que o.s navios se tor navam mais sofi.sticados, a indus tria da construção naval praticamente se transformava em mo nopólio dos países altamente in dustrializados, século passado qua.se todos os po vo'.--. dominavam uma tecnologia suficiente para armar um ma.stro com cabos resistentes c boas velas. Hoje, contam-se pelos dedos os países que chegam a construir um motor dc 18.000 cavalos, necessário para movimentar um navio de porte médio.
Em meados do
C Brasil teve a sua longa noite da construção naval, marcada por inusitados pesadelos. Todos se lembram do famoso Penduraloide,
navio cpie permaneceu em consna ilha do Mocanguê du-
trução rante dezenas de anos e acabou vendido aos pedaços no ferro ve lho. Como tantos outros construí dos por estaleiros estatais, esse i^arco não chegou a servir à ma rinha mercante brasileira l^m^qj-ie a iDurocracia, a incompetência e o
Noruega
Dinamarca
Estados Unidos —
Itália
Holanda
União Soviética
Iugoslávia
Polônia
BRASIL
Finlândia
Bélgica
Grécia
truir
furto campeavam juntos pelos ter reiros do Lloiidc, da Cosícira e do Arsenal da Marinha. Durante nuiitos anos con.sumiram-se verbas imensas com o pretexto de consnavios. mas assim mesmo
])crmaneciamos ausente das esta tísticas mundiais de construção naval. No decorrer de 1963 não mar navio algum de
Em fins de 1972, polançamo.s ao importância, rém, estavam em construção cerca dc 300 mil toneladas e contavamos encomendas de quase 700 mil com toneladas. Hoje. os nossos estaleitòm serviços assegurados até ro.s 1975, já constroem supernavios de 130.000 toneladas e iniciam um dipermitirá receber enco- que queendas de petroleiros de até 400 mil toneladas.
Em dezembro de 1972 as estaintcrnacionais classificaBrasil em décimo-qulnto m tisticas vam lugar entre os países construtores de navios (em construção mais en comendadas, em milhões de toneo seu ladas) :
Ocidentar
O desenvolvimento da indústria brasileira de construção naval foi possível como decorrência de várias medidas de incentivo e apoio em boa hora tomadas pelo governo brasileiro. Em 1967 foi aprovado e imediatamente posto em prática 0 Plano de Emergência, que criou condições para a expansão no Brasil de grandes empresas inter nacionais com tradição no setor, como é 0 caso da Ishikawajima e da Verolme. Ao mesmo tempo, tomaram-se medidas adequadas para sanear a Costeira, que se transformou em companhia de re paros navais. Os estaleiros par ticulares nacionais já estabeleci dos — Mauá, Emag, Caneco e Só, entre outros, — receberam, por turno, importantes incentivos. Em 1970 0 Plano Diretor da Cons trução Naval ofereceu novas van tagens aos estaleiros e definiu a diretriz a ser adotada quanto ao porte e características dos navios, tendo em conta as tendências ob servadas no comércio maritimo mundial. Nasceram então os plapara construção de petroleiros e graneleiros de grande porte. AU
I1975 OS investimentos feitos pelo Brasil no setor da construção na val alcançarão a cifra expressiva de um bilhão de dólares, o que permitirá á nossa frota mercante atingir cerca de 4 milhões de to neladas. Ela será, então, igual ao dobro da soma de todas as demais frotas mercantes da América La tina.
Os seis principais estaleiros do País são os seguintes:
Ichikawajima do Brasil é a maior empresa do genero da Amé rica do Sul. Constrói navios de todos os generos: liners de 12 mil toneladas, graneleiros de 25 a 50 mil toneladas, petroleiros de 131 mil. toneladas. Produz também motores marítimos, produtos in dustriais, estruturas comportas, tanques de etc.
Estaleiros Mauá, tem suas insta lações em Niterói, ondo constrói e repara navios de até 20 mil tone ladas. Além di.s^so, produz equi pamentos especializados, como por exemplo: plataformas marítimas para prospecção de petróleo, cal deiras. motores, pontes, estruturas metálicas, etc. Esse estaleiro caracteriza pela rai)idez com que executa suas encomendas: cm 1968 construiu cinco graneleiros de 20 mil toneladas em apenas lõ me ses. Recentemente construiu o liner “Carvalho dc Araújo", de 12 mil toneladas, encomendado por Portugal. Seu capital é totalmcnte nacional.
Estaleiros Só constrói navios de até 10 mil toneladas, cm suas ins talações de Porto Alegre, pitai é totalmcnte nacional.
Engenharia e Máquinas Emaq produz embarcação de toneladas, bem metálicas, pontes.
Recentemente construiu dois na vios para o México. Tem estalei ros na Ilha do Governador, Rio de Janeiro.
Verolme, Estaleiros Reunidos do Brasil, tem seus estaleiros Angra dos Reis. Seu capital per tence ao grupo holandês do mo nome. Constrói navios de até 150 mil toneladas, caldeiras timas, escotilhas de convés, molinetes e guinchos. São de, sua fa bricação: 0 graneleiro “Doceangra”, de 53 mil tonelada.s, o maior navio já construído na América Latina, e o liner de 12 mil tone ladas “Pereira D’Eça”, vendido re centemente a Portugal.
até 8 mil como estruturas naarmazens etc.
Seu cametálicas, pressão. Essa empresa, que tem sede no Japão, já construiu vários vios para exportação: o graneleiro “Omnium Pride”, de 26 mil tone ladas, foi entregue a uma empresa norte-americana.
Reunidas Caneco em mesmari-
Corena, Metalurgia e Constru ções Navaes é um estaleiro pau lista especializado na construção de barcos de pesca. Recentemente lançou ao mar o maior camaroneiro já construído no Brasil, com uma capacidade de 220 toneladas. (Coní. no próximo numero) se
Indústrias constrói navios de até 10 mil to neladas, equipamentos para In dústrias pesqueiras, etc. Sua linha de produção está se orientando mais para esta atividade.
O preserste e o futuro da exportação de miríérão de ferro do Brasil r
RAYMUNDO MASCARENHAS
EFERE-SE aqui ao que era a Rio Doce de 1969. o que é a Rio Doce dc 1974 e o que po derá vir a ser a Rio Doce nos anos futuros.
O autor foi presidente da Co7iipanhia Vale do Rio Doce. Seu tra balho tem atualidade e abre pros pecção futura. Logo no inicio dc nossa gestão na CVRD, mereceu especial aten ção o setor de comercialização, afetado por situações conjunturais de mercado e pela expansão de im portantes empresas produtoras de minério de ferro, um grande esfor ço foi então desenvolvido pelos órgãos dc venda da Companhia, de tal maneira que, já em 1969/ 1970, apesar da acirrada concor rência dc outras fontes de supri mento. foram assinados grandes contratos dc vendas de minério u longo prazo nas áreas européia e
japonesa.
Ao encerrarmos o exercício de 1973, registrava a CVRD um total de vendas em contratos a longo de aproximadamente 657 prazo milhões de toneladas, correspon dendo, aos preços atuais, a um va lor de pouco mais de 6 bilhões de dólares.
Tais conquistas no campo da comercialização geraram, em con trapartida, pesados compromissos para a Empresa, pois já para 1974 estava prevista uma exportação de 50 a 55 milhões de toneladas, quan do a exportação do ano de 1969 atingiu apenas a cerca de 17,5 mi lhões de toneladas.
Em consequência das maiores perspectivas de vendas, tornou-se imperiosa uma completa revisão do “Programa de Expansão’' da Em presa, então no curso de sua “2.a Etapa”, passando-se, rapidamente, à formulação da “3.a Etapa” desse Programa, para adequar a área operacional da CVRD às suas pre visões de vendas.
Fez-se então uma completa re modelação e ampliação das insta lações de mineração e beneficiamento de minério; iniciou-se a duplicação da ferrovia, hoje em estágio bastante adiantado; provi denciou-se a instalação de um mo derno sistema de controle auto mático de tráfego na ferrovia, que deverá estar inteiramente em ope ração no decorrer deste ano; cons truiu-se no terminal de Tubarão um novo “pier” com capacidade para receber navios de até 250 mil TDW, com ampliação de todas as áreas de estocagem; foi iniciada e concluida uma nova usina de “pellets”, com 3 milhões de tone ladas anuais de capacidade, além, ainda, de um grande número de
obras e serviços auxiliares e de apoio à manutenção das opera ções.
A “3.a Etapa do Programa de Expansão”, englobando obras de vulto nas áreas de mineração, transporte ferroviário, embarque de minério e produção industrial, prevê investimentos da ordem de 640 milhões de dólares em moedas nacional e estrangeira, dos quais levantamos no exterior cerca de 209 milhões de dólares. Para cus tear os gastos em cruzeiros, além de financiamentos internos, con tou a Companhia com recursos provenientes de seus resultados operacionais e de aumentos do ca pital social inteiramente subscritos por seus acionistas, cujo número ascendeu de 15.000 em 1969 para 57.000 em 1973.
A execução dessa etapa da ex pansão de nossa Empresa consti tuiu, indubitavelmente, um verda deiro desafio, que aceitamos cons cientemente, pois conhecíamos a capacidade e a dedicação dos qua dros técnicos e administrativos de que dispunha a Companhia cebendo, de outro lado, a seguran ça do apoio das autoridades gover namentais, especialmente do Mi nistério das Minas e Energia e da área financeira do Governo.
No período, as receitas opera cionais em valores correntes fo ram praticamente quadupliçadas.
O crescimento do patrimônio lí quido foi da ordem de 300% em cruzeiros atuais, e, de um valor imobilizado de 758 milhões de cru zeiros aproximadamente em 1909, passou-se a um imobilizado de
cerca de 5 bilhões e 57 milhões de cruzeiros em 1973. com um aumen to da ordem de 570';.
Em termos de volume dc expor tação, pa.s.sou-se de 17,5 milhões de toneladas em 1969 para 42 milhões dc toneladas em 1973, com um in cremento da ordem de 140';.
Em termos do captação de divi sas para o pais, a evolução foi também substancial; dc ai^roximadamente 120 milhões de dóla res em 1969. as exportações da CVRD c associadas geraram, em 1973, uma receita dc 342 milhões dc dólares. Sc as exportações do corrente ano ficarem no mínimo previsto de 50 milhões de tonela das, ai incluídas as a.ssociada.s SAMITRI e FERTECO. haverá um i entrada de divisas para o Brasil dc aproximadamente 520 milhões dc dólares.
Vale, ainda, assinalar que, com o aumento das exportações pelo terminal de Tubarão, com a reali zação do projeto da Amazônia Mi neração S.A., para a exploração dos grandes depósitos dc minério de ferro de alto teor da Serra dos Carajás, adicionados ao de outros projetos brasileiros, as exportações totais de minério de ferro do Brasil deverão ultrapassar, já no final desta década, a marca de 100 mi lhões de toneladas, representando uma parcela para o orçamento cambial do país superior a 1 bilhão dc dólares.
Devemos reconhecer, entretanto, que isto ainda será muito pouco como contribuição do setor mine ral ao processo de desenvolvimento da economia nacional, hoje pressiore-
nada pola crise energética que aflige a economia mundial.
em
A carência de minerais energéticü.s c não ferrosos. como todos sabem, ê um ponto de estrangula mento desse desenvolvimento. As.sim. nossa Companhia, como ins trumento a serviço do desenvolvi mento nacional, tem procurado colaborar com os esforços do Go verno para acclarar a contr.‘buide.sse setor, seja na busca c çao pesquisas geológicas e tecnológicas, seja na preparação de recursos humano.s qualificados, seja partici pando, em caráter predominante, associações para exploração de minerais não ferrosos. que deverão ter futuros desdobramentos, como, por exemplo, no caso da bauxita da região amazônica, em que se programa chegar, até o fim da dé cada, à produção do alumínio me tálico, cm larga escala, no país.
Todos conhecem a importância do aludido setor na economia dc pais, não só para compensar nos sas criar crenicnto às exportações.
maioria, sobretudo dos energéti cos e principais metálicos,
A aventui*a mineral, de Impor tância fundamental para o pais, exigirá, porém, não só esforços ma teriais muito grandes, mas tam bém, e principalmente, recursos humanos.
Devemos encarar esse desafio com esperança e coragem, partin do mesmo do principio simplista de que os maiores produtores de bens minerais — Estados Unidos, Rússia, China e Canadá — colncidentemente são também os maio res paises do nmndo em área geo gráfica, enquanto o Brasil, que é o quinto pais em área, ocupa a mo desta posição de trigésimo lugar em produção mineral.
A Rio Doce, com plena consciên cia do problema, sua larga expe riência no campo da exploração mineral e seu conhecimento do co mércio exterior, poderá, inquestio navelmente, prestar valiosa con tribuição nesse setor de vital im portância para a economia do país, conforme se procurou equacionar “Diretrizes” gerais que situam, largos traços, o que poderá ser a Rio Doce no futuro.
Dos bens minerais de maior con ■ sunio no mundo, em valor, o Brasil, aié o presente, é carente de sua carências, como também para novas oportunidades de inem em o-
Rio, março de 1974
A gigantesca fábrica de acrilonitrila que a Monsanto construirá em Texas City, no Texas, utilizará um processo de amoxidação de propileno Parte do propileno e da amônia serão provenientes da produção da pi-^pría Monsanto; a parte restante será adquirida sob contratos a longo pra zo. Com uma capacidade que excede 500 milhões de libras por ano, ela mais que duplicará a capacidade norte-americana da companhia. Co mo meta para 76, a Monsanto está também considerando a expansão de sua fabrica de acrilonitrila em Teeside, Inglaterra.
VOCAÇÕES RELIGIOSAS
CARDEAL EUGENIO SALES
cRESCE, por toda a parte, uma inquietude com o re ligioso. A figura de Jesus Cristo é apresentada, repe tidas vezes, ora autêntica ora inautêntica ou antes, até qua se, diria, de forma blasfema. Em novelas, programas, propagandas aparece, com frequência, a figura do Padre. O fato revela uma an gústia e nos leva ao problema do ministro do Salvador, o sacerdote. Participando de duas realidade.s tão distintas, representante do piritual em um mundo material, sua presença, através dos séculos, é motivo de aplausos, contestações, controvertida sempre. Assim, o as sunto merece, por ocasião desto Dia Mundial, algumas reflexões que podem interessar a todos.
O atendimento ao chamado di vino está intimamente relacionado com a imagem Deus, sua vida particular
do ministro de e apos tólica, sua presença no mundo de hoje.
O jovem, para tomar uma deci são tão grave, qual seja a de nunciar a outras opções, prometedoras de inumeráveis vantagens temporais, fá-lo-á somente levado por motivos muito fortes. O con vite de Deus, que está no âmago da vocação, é em si, suave, e sua aceitação fica também condicio nada a outros fatores. Ele será correspondido se o contexto fami liar, eclesial, onde rive inserido, re-
Publicamos o trabalho do cardeal arcebispo do Rio dc Janeiro, por que sem religião decai a moral, c decaindo esta as sociedades não se salvam das crises, portanto da inIranguilidade generalizada, fenomeno que se observa cm nossos tempo, cem o afrouxamc7ito da fc.
corresponder aos anseios legítimos e generosos, próprios da idade.
O grande obstáculo às vocações é a figura do .sacerdote, quando este não revela um ideal que possa mover uma juventude ávida de dedicação a nobres cau.sas.
Facilitar as exigências da fé pensando agradar é criar mia.smas de morte num proce.sso delicado em que entram fatores terrenos e sobrenaturais. Por que abraçar o Sacerdócio, se ele não se diferen cia profundamente de outros ca minhos menos árduos?
A missão do Padre c a dc pregar o Cristo ao mundo, perpetuando em sua ação e cm sua carne, o mistério da Cruz para levar os ho mens à Páscoa da Re.ssurreição.
Se ele se apresenta, se ele age, aconselha e trabalha de maneira diferentes dos responsáveis e pos tergando regras objetivos torna-se o grande estorvo a uma juventude sequiosa de autenticidade, gene rosa e idealista. A exaltação de es-
uma vida religiosa, despojada do sobrenatural, jamais pode condu zir ao autêntico Salvador.
Com o i^roblcma vocacional em no.ssa juventude, dois fatos estão l)rofundamente relacionados: o número do.s que saem e dos que ingressam nas fileiras sacerdotais.
O fato, dentro deste prisma, em bora lastimoso, não deve ser inter pretado de uma maneira totalmen te negativa para a problemática sacerdotal: ser purificação e faz brotar novo vigor.
esse sofrimento pide um
Evidentemente. há sempre pu*ccesso doloroso no rompimento de compromissos solencmente fei tos, Dolorosos para quem deixa, e para quem fica. Queremos, entre tanto, considerar algumas reper cussões bem diversas na Igreja de Deus. Uns. dizimam o rebanho e, semente após imenso mal realiza do. .se desligam, deixando atrás de s' a destruição c a morte na crise que precedo a decisão. Transfelem para a pregação da Fé e para o ensino da Moral, problemas pes soais, ensinamentos próprios, uma falsa modalidade de tranquilizar a IDrópria consciência, lado, não nos esqueçamos dos que saem com dignidade. Por fracas sarem em seu esforço pela fideli dade ou por um impasse interior, não se julgam autênticos se per manecerem nas fileiras sacerdo tais.. Infelizmente, fatores diver sos transformaram em fardo insu portável a suavidade que o amor encontra no jugo do Senhor. Soli citam a devolução do que, uma vez, entregaram do forma eterna e irre vogável. A Igreja, que é Mãe, lhes restitui a doação feita. Saem pela porta e, com muita frequên cia, trabalham, em outro campo Pelo mesmo ideal. Merecem res peito e ajuda.
O auto aspecto é o atual reflorescimento das Vocações e dos Se minários, um dos sinais mais pro missores de melhores dias na Igre ja de Deus.
Como é diferente o quadro hoje, comparado com o dos anos do fim dc Concilio e época imediatamente pós-conciliar! Dou exemplos: Uma só Congregação Religiosa masculi na. em uma Província, conta com 66 estudantes de filosofia e teolo gia, além de cinco seminários me nores cheios.
Por outro
Há poucas semanas, examinava nossa casa de formação eclesiás ticas. Pela primeira vez, tive neces sidade de preocupar-me com alo jamento de Seminaristas Maiores, dentro de cinco anos a continuar 0 ritmo ascendente que ora se ve rifica.
Este Dia Mundial de Orações nos leva, evidentemente, pelo seu obje tivo, a interessar toda a Diocese para assumir, comunitariamente, a responsabilidade pela descoberta de Vocações, pela formação de seus ministros, a santificação e conser vação dos mesmos.
Deus não abandona sua Igreja. Faz surgir apóstolos para o desem penho da sagrada missão de continuadores de Cristo”.
LEITURAS OBRÍOATORBAS
Livros de João de Scantimburgo
A CRISE DA REPUBLICA PRESIDENCIAL
Estudo socio-politico-historico sobre o re gime brasileiro, suas crises através dos anos até à formação do processo revolucionário. O livro abrange o periodo de Deodoro a Castello Branco.
Livraria Pioneira Editora, rua lõ de No vembro, 228, 4.0 CrS 40,00
TRATADO GERAL DO BRASIL
Estudo completo sobre o Brasil, do desco brimento à prospecção do ano 2.000. Abrange todos os aspectos da evolução do povo brasileiro, com suas instituições, sua civilização cultura, sua economia, sua política social, a edu cação, a segurança nacional e outras questões importantes,
Companhia Editora Nacional, rua dos Gusmões, 639 sua e Cr$ 45,00