DC 04/03/2013

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DIÁRIO DO COMÉRCIO

sábado, domingo e segunda-feira, 2, 3 e 4 de março de 2013

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cultura

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República Velha Obras de artistas que participaram do programa de bolsas do governo paulista para estudos no exterior durante a República Velha. Telas de Monteiro França e Helena Rocha, entre outros. Pinacoteca do Estado. Praça da Luz, 2. Tel.: 3324-1000. Terça, quarta e sexta, das 10h às 18h. Quinta, das 10h às 22h. R$ 6.

A REDE ENTROU NA DELES

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Clarice Lispector, no traço de Thiago Bartoni.

irinhas, quadrinhos, cartuns. Não importa o formato. Nas redes sociais, o humor em forma de desenho tem conquistado cada vez mais admiradores. Pacha Urbano, autor das tirinhas As Traumáticas Aventuras do Filho do Freud, já tem quase 19 mil fãs na fanpage do Facebook, criada em 31 de maio de 2012. A turma de apreciadores da página acompanha de perto o relacionamento entre Freud e seu primeiro filho, Jean-Martin. O criador das histórias retrata a convivência familiar deles sempre com muita psicanálise, pedagogia e humor negro. "O Facebook foi imprescindível para a propagação do meu trabalho

com as tirinhas do Filho do Freud. Comecei publicando-as numa página no Tumblr e então toda vez que fazia uma nova tirinha anunciava entre meus contatos no Facebook. Até que um dia vi que os compartilhamentos eram tantos que fugiram ao meu controle: as tirinhas começaram a aparecer em grupos de Psicologia e pools de tirinhas por pessoas que nem conhecia!", conta Pacha. Quando o artista resolve brincar com alguma questão polêmica das teorias freudianas, como, por exemplo, sexualidade infantil ou complexo de Édipo, a repercussão entre os internautas é grande. "Também aproveito para falar de literatura e filosofia,

bem como pedagogia e as tramas absurdas que poderiam ter havido na relação pai-filho do velho Freud com seu primogênito", explica. "Outro tema também que faz chover comentários e compartilhamentos é quando menciono a rivalidade entre Freud e Jung. Mas acaba que quem rouba mesmo a cena é a pequena Anna e sua indisfarçável admiração pelo pai." Engana-se quem imagina que Pacha é psicanalista ou psicólogo. O ilustrador está no começo da graduação em Pedagogia, mas sempre estudou psicanálise por conta própria. E foi justamente na faculdade, durante uma aula de psicanálise e educação, que As Traumáticas Aventuras do Filho do Freud surgiram. "No começo era só um rabisco no caderno de desenho, e como vi que as pessoas queriam mais, depois de tê-la publicado no Facebook, decidi fazê-las no computador para ganhar mais agilidade e publicá-las na internet, e a coisa não parou mais." O caricaturista e chargista Dodô Vieira também já se surpreendeu com o alcance de seus desenhos na rede. "Já tive charge com mais de 60 mil compartilhamentos, o que ajuda a expandir meu público. Atualmente, não estou trabalhando em nenhum jornal, mas pessoas do Brasil e do mundo conhecem e acompanham meu trabalho por causa do Facebook", diz. Os cartuns mais polêmicos dele, com críticas direcionadas a políticos, religião e artistas famosos, são os que costumam

fazer mais sucesso na internet. Outro jovem artista que tem aproveitado os benefícios das redes sociais é o cartunista Thiago Bertoni, morador de Ituiutaba, em Minas Gerais. "As redes sociais têm um papel vital na divulgação do meu trabalho. Moro em uma cidade pequena onde praticamente não existe campo para cartunistas. Pelas redes sociais eu pude ampliar este campo e me familiarizar com as exigências de mercado, além de ter o suporte crítico de artistas que admiro, o que tem sido essencial para minha evolução profissional e técnica." Thiago conta que quanto maior o exagero e a distorção em uma caricatura, mais as pessoas gostam. Já o que ele aprecia em especial é ver a reação das pessoas mais simples,

geralmente as mais idosas e pouco familiarizadas com caricaturas. "Existem muitas pessoas assim onde moro e é muito divertido quando vêem minhas caricaturas. As reações podem ir de gargalhadas sonoras a demonstrações de divertida indignação quando o caricaturado é alguém próximo, um ídolo ou a própria pessoa." Outra forma de se divertir com caricaturas fora do mundo virtual é visitar o Poupatempo Itaquera (Av. do Contorno, 60, ao lado da estação Corinthians-Itaquera do Metrô). O local exibe 24 caricaturas feitas por alunos da Oficina Cultural Alfredo Volpi. Os desenhos foram criados durante um workshop supervisionado pelo artista Toni D'Agostinho e ficam expostos até o dia 28 de março.

Fotos: Divulgação

Rita Alves

Thiago Bartoni, por ele mesmo: o divertido exagero da caricatura. Abaixo, trabalho de Dodô Vieira.

FOTOS QUE DIZEM TUDO Marcus Lopes

Acervo Instituto Moreira Salles/Reprodução

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CEPAR consultoria/Divulgação

Luiz Gonzaga, em 1951, focado por Peter Scheier, e Gelúlio Vargas, em foto de Jean Manzon. E Carrancas de Proa/Rio São Francisco: foto de Marcel Gautherot.

ra tuto Morei Acervo Insti lgação Salles/Divu

temporada está boa para o resgate da evolução do jornalismo brasileiro e o papel da imprensa na construção da História do Brasil. Após o lançamento de O Melhor da Sr., pela Imprensa Oficial de São Paulo, chega às livrarias As Origens do Fotojornalismo no Brasil: Um Olhar sobre O Cruzeiro (Instituto Moreira Salles, 335 páginas, R$ 140) . Em um álbum capa dura recheado de dezenas de fotos, os organizadores fazem um resgate do trabalho desenvolvido por uma das revistas brasileiras mais importantes de todos os tempos. Lançada em 1928 pelos Diários Associados, O Cruzeiro chegou como uma publicação semanal de variedades, com circulação regular em todo o País. Em pouco tempo, a publicação de Assis Chateaubriand tornou-se um dos mais influentes veículos de comunicação brasileiros. A partir da década de 1940, investiu no modelo da fotorreportagem, onde despontaram nomes como Jean Manzon, José Medeiros, Salomão Scliar e outros. Justamente por essa característica, enquanto O Melhor da Sr. destaca a revista Senhor como um todo e seu time de craques na redação, As Origens do Fotojornalismo no Brasil investe nas imagens, transformando o livro em um belo álbum que conta um período da História do Brasil por meio de fotos que ilustraram reportagens de OCruzeiro.

"O legado histórico do fotojornalismo brasileiro do século XX ainda é pouco estudado, considerando-se sua riqueza e diversidade. Passados 38 anos do fechamento da revista O Cruzeiro, ela continua sendo importante referência para os profissionais de imprensa, embora seja pouco conhecida pelas gerações atuais", explicam os organizadores Helouise Costa e Sergio Burgi, na introdução do livro. Grande parte das fotografias pertencem ao acervo do IMS, que possui mais de 650 mil imagens históricas. Outras foram cedidas por outros arquivos, como o jornal Estado de Minas, Fundação Pierre Verger e Acervo Público do Estado de São Paulo, além de coleções particulares. Os capítulos são divididos da seguinte maneira: olhares itinerantes, o povo brasileiro, flagrantes da vida urbana, a política entre o público e o privado, a imprensa e as artes e a temática indígena. Pelas páginas de O Cruzeiro desfilaram artistas,

políticos, intelectuais, retirantes, o cidadão comum e tudo mais que foi notícia entre as décadas de 1940 e 1960, que coincidiu com a fase de ouro da revista. Ali é possível ver desde um jovem Luiz Gonzaga em um show até o pintor Cândido Portinari posando com seus pincéis para as lentes de Jean Manzon. Como bônus, o livro inclui algumas reportagens facsímiles do Cruzeiro, assinadas por David Nasser e Jean Manzon. "Recuperar a história do fotojornalismo impõe necessariamente uma reflexão sobre a importância dos arquivos gerados por essa atividade, sobre as possibilidades que oferecem para melhor compreendermos a complexidade histórica de sua prática", dizem os organizadores. "Mais do que rever a história de uma revista, esta publicações propõe uma abordagem crítica das origens do fotojornalismo por meio de um dos mais influentes veículos de comunicação de massa que o País já conheceu", concluem.

BBD Participações S.A.

CNPJ no 07.838.611/0001-52 - NIRE 35.300.335.295 Ata Sumária da 18a Assembleia Geral Extraordinária realizada em 20.2.2013

Certidão - Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob no 91.859/13-0, em 28.2.2013. a) Gisela Simiema Ceschin - Secretária Geral.

BBD Participações S.A.

CNPJ no 07.838.611/0001-52 - NIRE 35.300.335.295 Ata Sumária da Assembleia Especial dos Acionistas Detentores de Ações Preferenciais realizada em 20.2.2013 Certidão - Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia - Junta Comercial do Estado de São Paulo - Certifico o registro sob no 91.858/13-6, em 28.2.2013. a) Gisela Simiema Ceschin - Secretária Geral.


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