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ALGARVE INFORMATIVO 3 de março, 2018

CLIMAS viajou do Porto até Faro DANÇA CONTEMPORÂNEA NO LETHES|4H TT NO PEREIRO|TERESA DINIS 1 ALGARVE MOSTROU-SE NA BTL|HISTÓRIAS CONTADAS NA BIBLIOTECA DE#146FARO ALGARVE INFORMATIVO


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CONTEÚDOS #146 3 DE MARÇO, 2018 8

ARTIGOS 8 - Bibliotecas do Séc. XXI 16 - Paulo Cunha lança «CEM desabafos… SEM espinhas» 22 - Algarve na BTL 34 - Teresa Dinis 42 - 4 Horas TT no Pereiro 52 - CLIMAS 62 - Academia de Dança Contemporânea de Setúbal 70 - Semear Saúde 92 - Atualidade

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OPINIÃO 82 - Paulo Cunha 84 - Mirian Tavares 86 - Adília César 88 - Nelson Dias 90 - Augusto Lima ALGARVE INFORMATIVO #146

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REPORTAGEM

O MUNDO NOVO DAS BIBLIOTECAS DO SÉCULO XXI Noutros tempos, as bibliotecas municipais eram simples repositórios de livros, uns mais antigos e raros do que outros, onde os cidadãos/estudantes iam buscar as obras que necessitavam numa determinada altura e as devolviam depois delas terem cumprido o seu propósito. No Século XXI, porém, estes equipamentos culturais são muito mais do que isso, conforme constatamos em mais uma visita à Biblioteca Municipal de Faro. Texto:

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istórias Contadas, Sorrisos Partilhados» é o novo projeto desenvolvido pela Autarquia de Faro, numa articulação conjunta entre a Biblioteca Municipal, o Gabinete de Apoio ao Idoso e o Banco Local de Voluntariado, dirigido à população com mais de 60 anos e promovendo, em simultâneo, o voluntariado. A estas entidades municipais juntam-se ainda a Plataforma Saúde em Diálogo, a Associação Coração Amarelo e Universidade do Algarve (UAlg V+), numa ação que pretende inovar na atuação junto da comunidade sénior farense, fomentando a saúde, a inclusão, o bem-estar e a ocupação dos tempos livres saudáveis num equipamento que se assume com um dos mais importantes recursos comunitários da cidade, a Biblioteca Municipal. A primeira atividade do projeto dirige-se a todos os interessados em colaborar como Voluntários e acontece precisamente no dia 3 de março, entre as 14h30 e as 18h, com a formação «O voluntariado com idosos: desafios e perspetivas de intervenção», por Helena Cadete, da Associação Coração Amarelo. Antes disso, contudo, estivemos à conversa com Sandra Martins, Chefe da Unidade de Bibliotecas e Arquivos da Câmara Municipal de Faro, que revelou já existir uma iniciativa semelhante dinamizada pelo Gabinete de Ação Social da autarquia farense, o «Contame uma História: Livros e Companhia», onde os voluntários iam contar histórias às casas das pessoas mais idosas. “Neste projeto, a Biblioteca vai funcionar como um local de encontro social e cultural, de aprendizagem ao longo da vida, até

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porque temos um conhecimento privilegiado do tipo de histórias, dos temas, que podemos levar aos idosos. Tivemos, durante muitos anos, encontros intergeracionais em que juntávamos crianças das escolas do 1.º ciclo com seniores que estavam em instituições de terceira idade e que deram bastantes frutos”, conta a Chefe da Biblioteca Municipal de Faro. «Histórias Contadas, Sorrisos Partilhados» será feito através de uma história que é contada inicialmente, 10


seguindo-se depois para a partilha de experiências de vida sobre a temática daquela sessão em concreto. E uma vantagem que salta logo à vista pelo projeto se realizar num espaço cultural desta natureza é que abarcará um maior público, enquanto que, ao se ir contar histórias às residências particulares, apenas participam, como é natural, os seus moradores. “A nossa intenção é trazer os idosos até à biblioteca e não apenas aqueles que estão institucionalizados, em centros de dia ou lares. Qualquer pessoa que tenha possibilidade de se deslocar até 11

à biblioteca é bem-vinda para participar nas atividades. Também é importante que as próprias instituições percebam a nossa motivação, o trabalho que estamos aqui a desenvolver, e que ele é positivo para os seus utentes terem uma ocupação saudável dos tempos livres”, adianta Sandra Martins. Como se adivinha, o sucesso da iniciativa dependerá igualmente do perfil dos idosos, porque há uns com mais dificuldades de comunicação do que outros e uns são mais introvertidos ALGARVE INFORMATIVO #146


devido aos problemas de saúde que possam ter. Outro fator chave é, claro, o voluntariado e o «Histórias Contadas, Sorrisos Partilhados» afigura-se como uma boa oportunidade para dar visibilidade ao Banco Local de Voluntariado da Câmara Municipal de Faro. “Às vezes falta dar motivação, uma causa, para que as pessoas sejam voluntárias. Se elas compreenderem aquilo que estão a dar à sociedade, o modo como estão a ajudar os outros, mais depressa disponibilizam o seu tempo para estas iniciativas”, acredita a entrevistada. «Histórias Contadas, Sorrisos Partilhados» é, entretanto, apenas mais uma das múltiplas iniciativas que acontecem semanalmente na Biblioteca Municipal de Faro, sinal evidente de que estes espaços deixaram de ser meros ALGARVE INFORMATIVO #146

repositórios de livros para serem emprestados ou utilizados pelas populações locais. “A partir da instalação da Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, nos anos 80 do século passado, houve uma mudança de paradigma. Começaram-se a construir edifícios mais confortáveis, abertos, simpáticos, com imensa luz, o que forçou, por assim dizer, as bibliotecas a terem outra panóplia de serviços. Tornaram-se híbridas porque deixamos de ter apenas livros para emprestar, mas também documentos, revistas, jogos, filmes, para além de diferentes atividades e serviços”, confirma Sandra Martins. “As bibliotecas passaram a ser, sobretudo, locais de encontros culturais, sociais, de desenvolvimento pessoal”, reforça.

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PROMOVER A LEITURA DESDE TENRA IDADE Neste mundo novo das bibliotecas públicas há umas mais ativas do que outras, porque todas dependem dos Municípios a que estão afetas, uma vez que não têm autonomia financeira ou administrativa. A Biblioteca Municipal de Faro mudou de casa a 23 de abril de 2001 e desde então tem tido uma elevada dinâmica cultural que começa logo com os bebés, mercê de uma Bebéteca onde são realizadas, às sextas-feiras, sessões de «Histórias ao Colo, passa depois pelas escolas dos diversos graus de ensino e culmina nos mais idosos. «Hora do Conto», «Poesia aos Pedaços», cursos breves de literatura, palestras, concertos, apresentações de livros, preenchem o diaa-dia desta «casa de cultura» e, de um modo geral, a população responde afirmativamente. “É um facto que os homens e mulheres do Século XXI andam constantemente atarefados, mas há sempre muitos pais e crianças a frequentar a biblioteca ao final do dia e aos sábados. Os jovens normalmente afastam-se das bibliotecas aos 12/13 anos, depois voltamos a vê-los quando entram para a universidade e vêm para aqui estudar. O público do serviço educativo é mais «fiel», os adultos vão aos eventos de que realmente gostam, portanto, há atividades com menos afluência e outras que esgotam o auditório”, indica Sandra Martins. Serviço educativo que é, de facto, uma das valências que mais tem crescido nas Bibliotecas Municipais no passado recente, reconhece a entrevistada. “É

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SANDRA MARTINS: “AS BIBLIOTECAS DEVEM TER UMA VISÃO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL E ESTAR MAIS PRÓXIMAS DAS POPULAÇÕES DESFAVORECIDAS, DAQUELAS PESSOAS QUE, SEM NÓS, NÃO CONSEGUIRIAM CHEGAR À INFORMAÇÃO, AO CONHECIMENTO”

importantíssimo para a formação e educação dos jovens e já tínhamos uma equipa no edifício antigo que realizava algumas atividades. Com a vinda para este espaço, em 2001, houve necessidade de se criar uma equipa de raiz para assegurar os vários serviços e investimos bastante na formação ao nível, por exemplo, da promoção da leitura. Hoje lê-se muito, mas lê-se micro textos e outras coisas”, refere a Chefe da Unidade de Bibliotecas e Arquivos da Câmara Municipal de Faro. E o certo é que este trabalho de se criar públicos funciona porque, depois do afastamento por altura da adolescência, outros há outras distrações, os jovens farenses regressa à Biblioteca Municipal quando as exigências académicas aumentam e necessitam de um espaço familiar e adequado para estudarem. “A maioria dos jovens nem necessita de ALGARVE INFORMATIVO #146


utilizar os nossos terminais informáticos, trazem os seus computadores portáteis, ligam-se ao wi-fi, estudam, trabalham, fazem empréstimo de livros. A promoção da leitura deu frutos e isso deve-se, em grande parte, aos técnicos. Os pais preocupam-se em trazer os filhos à biblioteca, mas depois há um trabalho rigoroso dos funcionários, dos bibliotecários, dos técnicos de biblioteca. É essencial termos as pessoas certas nos locais certos e, quando elas fazem aquilo de que gostam, é meio caminho andado para que as coisas corram bem”, enaltece Sandra Martins. Esta panóplia de atividades obriga, depois, a uma criteriosa planificação, até porque muitos eventos são realizados em parceria com outras entidades. “Há quem tenha o know-how, há quem tenha a vontade, há quem tenha o espaço e, ALGARVE INFORMATIVO #146

juntando-se isto tudo, faz-se mais e melhor e, por vezes, sem custos associados para a autarquia. Queremos ter um bocadinho de tudo, porque as bibliotecas são um espaço livre onde cabem todos os temas, onde não há censura”, sublinha, antes de regressar ao assunto inicial da conversa, o «Histórias Contadas, Sorrisos Partilhados». “O que se pretende é fomentar encontros sociais que se traduzam em experiências muito positivas para o público sénior. Se todos os parceiros se mantiverem com esta motivação, o projeto tem pernas para andar e para se tornar num exemplo de boa-prática. As bibliotecas devem ter uma visão de responsabilidade social e estar mais próximas das populações desfavorecidas, daquelas pessoas que, sem nós, não conseguiriam chegar à informação, ao conhecimento” . 14


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REPORTAGEM

PAULO CUNHA LANÇOU «CEM DESABAFOS… SEM ESPINHAS» Texto:

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aulo Cunha, professor de Educação Musical no Agrupamento de Escolas João de Deus, em Faro, lançou, no dia 17 de fevereiro, na Biblioteca Municipal de Faro António Ramos Rosa, «CEM desabafos… SEM espinhas», livro que compila as primeiras 100 crónicas escritas para a Revista Algarve Informativo, publicação semanal com que colabora desde abril de 2015. “São uma mais-valia para o debate de temas importantes dos tempos modernos, tanto

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os mais badalados que estão constantemente na ordem do dia, como os mais polémicos, os que abordam problemas conjunturais que teimam em permanecer por resolver. E sobre tudo isso fala Paulo Cunha com conhecimento, ponderação, bom-senso, criticando o que está menos correto, elogiando o que é positivo, nos seus desabafos «sem espinhas» que agora ficam registados para a posteridade neste livro”, sublinhou Daniel Pina, diretor da publicação.

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A apresentação teve lugar num auditório completamente cheio de homens e mulheres da cultura e do ensino, professores, escritores, muitos deles amigos de longa data de Paulo Cunha, que tem um percurso verdadeiramente invejável no universo cultural algarvio. A ele se deve a fundação, em 1992, do grupo de música tradicional portuguesa «Vá-deViró» e, em 1999, do Coral Feminino Outras Vozes. Em 2000, juntamente com quatro amigos, criou a Associação Cultural Música XXI e, em 2005, com três amigos, fundou o Conservatório de Música de Olhão. É produtor e diretor artístico de vários ciclos musicais, integrou o Grupo Barroco do Algarve e o Grupo de Música Antiga do Conservatório Regional do Algarve. Em 1994, Paulo Cunha fundou ainda o Coral Polifonia Portuguesa do Conservatório Regional do Algarve, do qual foi também professor.

Integrou o Conselho Cultural da Estrutura da Missão «Faro Capital Nacional da Cultura 2005» e, em 2007, foi agraciado com a Medalha de Mérito Municipal – Grau Ouro pela Câmara Municipal de Faro. Foi articulista no Jornal Meridional e no Jornal Notícias do Algarve, mas não se considera um cronista daqueles «profissionais». “Escrevo desabafos que resultam da observação e do convívio com os outros. Aliás, não poderia ser de outra forma, pois as palavras que juntei sempre tiveram gente dentro. Não segui nenhuma metodologia concreta em relação ao que escrevi. Deixei as ideias e os ideais fluírem, levando-me assim ao encontro de todos aqueles que, concordando ou não, viram no conteúdo da minha escrita algo que motivasse a reflexão e o debate”, explicou Paulo Cunha.

Cláudia Aragão, Paulo Cunha, Sandra Martins e Daniel Pina

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A obra foi publicada pela «AlgarCongress», mas Paulo Cunha confessa que nunca teve qualquer aspiração em ver editado um livro em seu nome, contentando-se com as criações musicais que tem feito ao longo dos anos. “O livro só se tornou possível devido ao facto de, num dia de abril de 2015, ter respondido afirmativamente ao convite que o Diretor da Revista Algarve Informativo me fez para ser cronista residente dessa publicação semanal. As crónicas foram tomando forma, ganhando consistência e, quase num ápice, atingiram a simbólica soma de uma centena. Sabendo que eram lidas em várias plataformas virtuais e, por sinal, com algum agrado, não hesitei em aceitar o desafio da Editora AlgarCongress para as publicar em formato físico”, relata o autor. Dois anos volvidos, «CEM desabafos… SEM espinhas» está no mercado e a agenda de Paulo Cunha está recheada de apresentações públicas em várias ALGARVE INFORMATIVO #146

bibliotecas municipais do Algarve, mas “nada se produz sem a preciosa ajuda de quem nos rodeia”, garante o autor. “Familiares e amigos que, por vezes, só com a sua presença nos estimulam e dão alento. Outros que, com a sua visão atenta e crítica, nos ajudam a separar o trigo do joio, dando assim mais alma e clareza às ideias escritas. É o exemplo da minha mulher, amiga e companheira, Cláudia Aragão, que sempre foi a minha primeira leitora, tendo sido através dela que burilei pormenores que, para alguns, poderiam ser «pormaiores»”, revelou Paulo Cunha, que agradeceu igualmente à sogra, Lourdes Cêa, pela “preciosa arrumação e revisão” deste conjunto de pensamentos tornados palavras impressas. “Esperemos que desfrutem deste livro com o mesmo prazer que senti ao reler estes cem desabafos… sem espinhas”. A apresentação do livro contou com a participação de Sandra Martins, Chefe da Unidade de Bibliotecas e Arquivos da Câmara Municipal de Faro, de Cláudia Aragão, da «AlgarCongress» e de Daniel Pina, Diretor da Revista Algarve Informativo e a sessão terminou da melhor forma, num clima bastante informal e familiar, com a magnífica atuação do grupo «Vá-de-Viró» .

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REPORTAGEM

Vítor Aleixo, presiente da Câmara Municipal de Loulé

MUNICÍPIO DE LOULÉ REVELOU AS PRIMEIRAS ATRAÇÕES DO FESTIVAL MED 2018 Texto:

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ncluído no roteiro dos maiores festivais de Word Music da Europa, o Festival MED tem lugar no casco medieval da cidade de Loulé e a 15.ª edição vai realizar-se nos dias 28, 29 e 30 de junho e 1 de julho, este último sendo o já tradicional Open Day. Para além de um alinhamento musical que traz a Portugal os melhores nomes das músicas do mundo, o festival passa também por uma fusão de manifestações culturais que ALGARVE INFORMATIVO #146

vão desde a gastronomia às artes plásticas, animação de rua, artesanato, dança, workshops, e muito mais, com um claro objetivo de divulgar as várias culturas do mundo. Aproveitando a presença na Bolsa de Turismo de Lisboa, o Município de Loulé começou já a abrir o apetite para a edição deste ano, com a organização a apostar na qualidade e diversidade 22


musical, mas também na multiplicidade das nações dos artistas que integram o programa, sendo esta a edição com o maior número de representações. De facto, ao longo de quatro dias serão 75 horas de música, a cargo de 55 bandas 23

(mais de 260 músicos) de 20 nacionalidades, distribuídos por nove palcos. À vertente musical somam-se 80 expositores de artesanato e agroalimentar, quatro exposições em vários pontos do recinto, cinco grupos ALGARVE INFORMATIVO #146


plataforma «Portuguese Summer Festivals», sendo um associado da APORFEST.

diários de Animação de Rua e gastronomia típica de diversos países. O evento volta a estar inserido no programa «Movimento Desperdício Zero», bem como na ALGARVE INFORMATIVO #146

Com o programa já fechado, foram entretanto revelados, no dia 1 de março, em Lisboa, os primeiros 12 nomes do alinhamento, designadamente ASIAN DUB FOUNDATION (Reino Unido), DUB INC (França), MIGUEL ARAÚJO (Portugal), ORELHA NEGRA (Portugal), MORGANE JI (Ilha da Reunião), LA PEGATINA (Espanha), SARA TAVARES (Portugal/Cabo Verde), GAITEIROS DE LISBOA (Portugal), TERESA SALGUEIRO (Portugal), MELECH MECHAYA (Portugal), 47 SOUL (Palestina) e os GATO PRETO (Brasil). “Em Loulé orgulhamo-nos muito desta excelente iniciativa, criada há 15 anos pelo Joaquim Guerreiro. Começou por ser uma mostra da cultura mediterrânica e vários fatores convergiram para a tornar, de imediato, num festival muito importante. Não deixaremos cair este conceito e fórmula, por Loulé têm passado grandes bandas e, neste ano, vamos voltar a ter grandes nomes da canção nacional e internacional”, afirmou Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé, durante a apresentação do 15.º Festival MED. “Todos os anos há sempre uma particularidade nova, ou o perímetro que aumentou, ou algum convidado fora da filosofia original que acrescenta valor, porque estamos sempre preocupados em nos reinventar, para que o MED continue a ser importante para o concelho de 24


Loulé, mas também para o Algarve e para Portugal. O turismo, hoje, não é apenas a beleza natural da nossa região, a alma genuína do nosso povo, mas é cada vez mais cultura e entretenimento, todas as coisas que fazem as pessoas felizes”, reforçou o autarca. O MED nasceu, em 2004, por ocasião do Campeonato da Europa de Futebol que se 25

disputou, nesse ano, em Portugal, com alguns jogos a terem lugar no Estádio do Algarve, no concelho de Loulé. A ideia era concretizar um festival de música diferente e único que potenciasse a promoção do concelho e permitisse qualificar e diversificar a oferta da sua principal atividade económico, o turismo. Desde então, o evento cresceu, ganhou um maior número de visitantes ALGARVE INFORMATIVO #146


e de «adeptos» e, mercê disso, o próprio recinto tem-se vindo a alargar de ano para ano. Por outro lado, o Festival é uma iniciativa que contribui significativamente para a prossecução dos objetivos previstos na própria Estratégia de Sustentabilidade do Concelho de Loulé no que diz respeito à dinamização, recuperação, valorização e sustentabilidade dos espaços construídos e preservação do património. DO mesmo modo, o MED pretende incentivar um turismo sustentável, promover a qualidade e fomentar a criação de fatores diferenciadores. Para além dos espetáculos e de todas as atividades culturais realizadas, é desenvolvido um trabalho minucioso e criterioso na preparação de toda a envolvente paisagística e patrimonial, com especial atenção para a decoração de todo o recinto, onde se pretende recriar o ambiente mediterrânico, através de elementos típicos dos países dessa zona, transmitindo ao visitante a essência do evento, repleto de música, arte, cheiros e sabores e muita animação. Assim sendo, o «palco natural» da Zona Histórica de Loulé inclui o tipicíssimo das casas e das ruas, o Convento Espírito Santo, a Igreja Matriz, os ALGARVE INFORMATIVO #146

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banhos públicos islâmicos de Loulé e o Castelo, símbolo máximo do período árabe e medieval, permitindo um enquadramento perfeito para que o público viva o verdadeiro espírito do Mediterrâneo. Graças a estas características únicas, em 2016, o MED recebeu duas nomeações («Melhor Festival de Média Dimensão» e «Melhor Festival Urbano») na 3.ª edição dos Portugal Festival Awards e foi finalista dos Iberian Festival Awards em quatro categorias: «Best Medium Sized Festival» e «Best Touristic Promotion», «Best Cultural Programme» e «Contribution to Sustainability». Em 2017 esteve nomeado para seis categorias nestes prémios ibéricos («Best Medium Sized Festival» (vencedor), «Best Touristic Promotion», «Best Cultural Programme», «Best Line-Up», «Contribution to Sustainability» e «Best Live Performance (National) – António Zambujo». Já este ano encontra-se novamente nomeado para sete categorias: «Best Medium Sized Festival», «Best Touristic Promotion», «Best Cultural Programme», «Best Line-Up», «Contribution to Sustainability», «Best Lusophone and Hispanic Festival»,

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«Best Live Performance (National) – Ana Moura» .

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REPORTAGEM

ALGARVE COM PRESENÇA FORTE NA BTL 2018 Texto:

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Algarve voltou a marcar presença na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL) para apresentar os maiores atrativos turísticos da região aos visitantes, com grande destaque para o Turismo de Natureza, o Turismo Ativo e Desportivo, a Gastronomia e Vinhos e o Turismo Cultural. O Melhor Destino de Praia da Europa já é reconhecido internacionalmente pela excelência da sua ALGARVE INFORMATIVO #146

oferta de «Sol e Mar», mas o Algarve quer ser também um destino de eleição para os amantes de turismo ativo e de atividades ao ar livre. Nesse sentido, no dia 1 de março, a região divulgou as novidades do maior destino de férias do país à imprensa e ao trade, nomeadamente a 4.ª edição da Algarve Nature Week, evento financiado pelo CRESC Algarve que tem vindo a atrair cada vez mais adeptos de atividades de 28


natureza ao sul do país e cuja edição deste ano se realiza, de 13 a 22 de abril, em Lagos. Logo no início da apresentação, Desidério Silva, presidente da RTA, congratulou-se pelo Algarve estar no bom caminho para assegurar a sua sustentabilidade ao longo de todo o ano e para isso tem contribuído, por exemplo, a promoção alcançada com a transmissão televisão para todo o mundo da Volta ao Algarve em Bicicleta. “Tínhamos uma Volta virada só para dentro, para a região, contudo, nos últimos dois anos, ela passou a estar virada para o mundo, chegando a milhões de potenciais visitantes, sobretudo da época baixa. O mesmo acontece com o Portugal Masters em golfe e com os torneios de hipismo que têm lugar em Vilamoura”, destacou o responsável do Turismo do Algarve.

Fazendo uso dos números mais recentes, Desidério Silva evidenciou a subida das dormidas dos 14 milhões e 326 mil em 2012 para mais de 19 milhões em 2017, com os hóspedes a crescerem igualmente dos três para os quatro milhões e 132 mil no mesmo período. Esta subida correspondeu a um incremento dos proveitos financeiros dos 585 milhões de euros em 2012, para mil milhões em 2017, o que corresponde a um aumento de 76 por cento. “As dormidas na época baixa têm sido uma preocupação nossa, porque o Algarve não pode viver apenas da praia e do golfe. Conseguimos que este valor subisse de perto de seis milhões de dormidas, em 2012, para os oito milhões e 616 mil em 2017, entre outubro e maio”, sublinhou Desidério Silva, adiantando ainda que a taxa de

Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve 29

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ocupação/cama aumentou dos 40,8 por cento (2012) para 54,7 por cento (2017). “Há aqui sinais muito positivos em relação à evolução do Algarve”. Evolução positiva teve, como seria de esperar, o desempenho do Aeroporto Internacional de Faro, com os passageiros a dispararem dos cinco milhões e 672 mil (2012) para oito milhões e 727 mil (2017), ou seja, mais 54 por cento. E também as voltas de golfe cresceram 35 por cento nestes cinco anos, passando de 996 mil para um milhão e 343 mil. “2017 foi, de facto, um ano de recordes, mas também de muitos prémios internacionais, mais de 40, e o objetivo continua a ser aumentar o número de turistas na época baixa. Por isso, o Plano de Marketing Estratégico da RTA para 2015-2018 apostou muito no Turismo de Natureza, na Gastronomia & Vinhos e no Turismo Cultural, ou seja, produtos complementares ao «Sol e Praia» e «Golfe»”, evidenciou Desidério Silva. Uma das novidades apresentadas na BTL foi o remodelado sítio promocional do Algarve, que se mantém alojado em www.visitalgarve.pt, mas pretende ser um guia de informação ainda mais útil e prático para quem está a planear visitar a região. Mais intuitivo e com conteúdos dinâmicos, o sítio será uma porta de entrada para a diversidade turística do Algarve, permitindo ao utilizador selecionar e obter facilmente informação sobre o produto turístico mais adequado aos seus interesses. Os resultados do projeto «Cycling & Walking», do qual o Algarve é região-piloto e que visa aumentar o número de turistas que viajam para este destino com a motivação direta ALGARVE INFORMATIVO #146

de praticar caminhadas e ciclismo fora da época alta, foram também revelados no dia 1 de março, comprovando as condições únicas da região para quem procura férias ativas a pé ou em bicicleta. “E que se fazem muito bem particularmente entre outubro e maio, onde a temperatura é mais baixa e onde há também menor volume de turistas. Para tal, temos ações importantes a decorrer para a implementação do modelo de gestão da Ecovia e Via Algarviana, para a realização de intervenções na Ecovia do Litoral e para a implementação do projeto transnacional de valorização da Ecovia. Tudo isto em parceria com os municípios, criando todas as condições necessárias antes de promover os percursos”, afirmou Desidério Silva. Algarve que também foi escolhido como região-piloto para o «Portuguese Trails», com uma plataforma nacional em cinco idiomas que apresenta rotas e percursos, programas de empresas e diretório de serviços e que pretende posicionar o país como um destino de eleição para cicloturismo e caminhadas. E o Algarve quer ser também um destino family friendly, estando em preparação um inovador «Guia de Turismo de Natureza Júnior» para crianças entre os 6 e os 10 anos, com o intuito de incentivá-las a descobrir as áreas naturais do Algarve, as suas principais espécies de fauna e flora e todos os segredos naturais da região. O Turismo Cultural continua a ser um importante atrativo do Algarve e falouse, por isso, do programa cultural «365 Algarve» e dos principais eventos 30


culturais programados até maio. Mas houve oportunidade também para se abordar as «Algarve Cooking Vacations», cujos objetivos passam por aumentar a oferta de férias culinárias, afirmar o Algarve como destino de excelência para programas de aprendizagem culinária e enológica e criar rotas turísticas gastronómicas. “Os municípios estão todos a fazer um grande esforço para melhorar e diversificar os seus produtos e aumentar a sua qualidade, mas nada se faz num território sem o envolvimento daqueles que investem, dos empresários, não só da hotelaria, mas também das atividades marítimo-turísticas, dos serviços ligados aos percursos pedonais e de bicicleta. A Rota Vicentina, a Via Algarviana, a Bacia do Guadiana e a Ria Formosa formam um anel fantástico para o Algarve e o sucesso da região dependerá 31

daquilo que cada um for capaz de pensar e fazer”, defendeu Desidério Silva. “Queremos ir mais além e cada um tem que fazer o seu trabalho, nomeadamente para fidelizar aqueles que nos visitam pela primeira vez. Eles têm que ficar encantados com aquilo que conhecem e sentem, porque a Turquia está a oferecer tudo e mais alguma coisa e o Egito também está a querer recuperar da crise. Não conseguimos ser competitivos através dos preços e só continuaremos neste caminho se tivermos qualidade, se recebermos bem as pessoas, se mostrarmos que este é um território diferente e que vale a pena visitar, e em qualquer altura do ano”, concluiu o presidente da Região de Turismo do Algarve .

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ENTREVISTA

TERESA DINIS, UM QUARTO COM «VIDA MAR» Texto:

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©Foto: Clara Azevedo/CiênciaViva

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ascida em 1945, em Lisboa, se pudesse ter escolhido, à chegada, um destino, Maria Teresa Dinis teria escolhido, certamente, um destino com «vida mar». Desde que se lembra de se conhecer que o mar exerce sobre si um enorme fascínio. Em Setúbal, onde passou grande parte da sua infância, começou a desenhar-se aquela que define como uma “ligação muito especial”. “Sempre gostei de tudo o que tinha a ver com o mar e soube, desde muito cedo, que queria trabalhar em investigação”. Pelo caminho, muitos tentaram demovê-la do sonho. Mas a investigadora, que é hoje considerada como uma das maiores referências nacionais e internacionais em Aquacultura, nunca cedeu. Como relembra, aos 22 anos, e já licenciada pela Faculdade de Ciências de Lisboa, começou a bater às portas em busca de uma oportunidade no mundo da investigação. A resposta, conta-nos, era invariavelmente a mesma. “Toda a gente me dizia: ‘ó minha senhora, ouça, mas por que é que não vai dar aulas? Tem muito tempo livre, pode ir buscar os filhos à escola, tem tardes inteiras para estar com o marido…”, recorda, entre risos. Nenhuma das vantagens convenceu a agora professora emérita da Universidade do Algarve. “A mim, que era um bocadinho revolucionária para a época, esse tipo de coisa não fazia parte dos meus projetos de vida. Eu queria era trabalhar no mar e na investigação”, confessa. Com 23 anos, e sem nunca ter andando de avião, chegaria a tão desejada oportunidade. No então Ministério do ALGARVE INFORMATIVO #146

Ultramar, Maria Teresa Dinis integrou a Junta Nacional de Investigações Científicas do Ultramar e voou até Moçambique para a primeira de muitas aventuras que a esperariam em território africano.

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Em março de 1968, foi a primeira bióloga a juntar-se à missão. Começou a trabalhar em avaliação de mananciais de camarão, usando corantes biológicos para marcar as espécies que, mais tarde, seriam recapturadas. O objetivo, esse, era 37

aparentemente simples: fazer uma avaliação da mortalidade provocada pela pesca e ajudar à gestão dos mananciais. Recorda com carinho que, em 69, davam “10 escudos a quem recuperava os camarões marcados”. Para Maria ALGARVE INFORMATIVO #146


Teresa Dinis com o ex-reitor da Universidade do Algarve, António Branco

Teresa Dinis, a paixão pelo mar nunca teve um preço. Nem mesmo naquela tarde de Verão, na Baía de Lourenço Marques, quando a penduraram pelas pernas, com uma faca na boca, para ir cortar o cabo da rede que tinha ficado preso à hélice do motor. “Andávamos em missão, num barco sem cabine, e começámos a ver que estava a vir uma «sulada». Estávamos a fazer a última tarefa do dia quando, de repente, o cabo da rede foi à hélice. Quem é que pensa que foi cortar o cabo lá abaixo? Quem era o mais levezinho a bordo? Eu, claro. Então, penduraram-me pelas pernas, com uma faca na boca, e lá fui”, relembra. De volta ao barco, encharcada e cheia de frio, Maria Teresa Dinis, conta, com um sorriso nos lábios, o gesto do auxiliar da embarcação que, com um copo na mão, ALGARVE INFORMATIVO #146

lhe disse: ‘tome lá uma coisa para aquecer’. “Deu-me um copo de aguardente. Quando bebi aquilo ia morrendo. Não conseguia respirar. Ainda hoje me lembro”. O episódio caricato, esse, ficaria para a história. Mas não seria o único. Durante os quatro anos que passou em Moçambique, a bióloga marinha, que acredita que “na ciência é muito importante seguir os sonhos e aceitar os desafios”, acumularia dezenas de memórias. “Chegávamos a ficar a bordo em campanhas de 10 dias. Era eu e mais 17 homens. Como não queria dormir lá em baixo, com eles, numa dessas missões decidi dormir no convés, em cima da tampa do porão. Ainda hoje me lembro do tamanho daquelas baratas gigantes”. 38


Não esquece também que, quando chegavam a terra, era a primeira a saltar para ir fazer xixi. Sendo mulher, viajando em barcos de pesca comercial, sem cabine, e não tendo, como os seus companheiros, a possibilidade de «ir à borda», “estava o dia todo à espera daquele momento”. Em 1972, e já como segunda-adjunta do chefe da missão, Maria Teresa Dinis decide voltar a Portugal. É colocada a dar aulas no Liceu D. João de Castro, em Lisboa, mas, três meses depois, abraça um novo projeto. “Naquela altura, abriram vagas nos organismos ligados à investigação do mar e eu ganhei um lugar no Aquário Vasco da Gama, onde me viria a tornar subdiretora técnica”, indica. Naquela que foi, ao longo de muitos anos, a sua segunda casa e onde, como nos confessa, chegou mesmo a ter uma cama para poder trabalhar durante a noite, viveu alguns dos melhores momentos da sua vida. Conta-nos que, ao início, nem tudo correu como o esperado. “Imagine o que são pescadores, daqueles puros e duros, que pescavam naquelas ondas horríveis da Caparica, de repente, ter uma fulana, que era uma jovem, a mandar neles. É claro que não me receberam muito bem e tentaram passar-me rasteiras”, admite. Com o tempo, tudo se compôs. “Tornámonos muitíssimo amigos quando eles perceberam, como eu sempre lhes disse, que eles tinham o curso da «universidade da praia» e eu tinha o outro. Mas podíamos aprender juntos”. Ora, foi precisamente o que aconteceu ao longo desse tempo. Com a obtenção de alguns financiamentos para desenvolver investigação, Maria Teresa Dinis começaria 39

TERESA DINIS: “O GRANDE DESAFIO É CONTINUARMOS A ALIMENTAR AS PESSOAS QUE PRECISAM, ELIMINAR AS DISCREPÂNCIAS E APROVEITAR OS CONTINENTES MENOS EXPLORADOS, ASSUMINDO UMA POSTURA DE MAIOR RESPEITO PELO AMBIENTE”. a levar a cabo, com a ajuda da Professora Maria Helena Barahona Fernandes, o cultivo de peixes marinhos. Daí à ideia do doutoramento foi apenas mais um passo. A bióloga fez uma proposta à Faculdade de Ciências, foi aceite e fez o seu doutoramento em Brest, na Universidade da Bretanha Ocidental. Bem ao seu estilo revolucionário, defendeu a tese no dia 25 de abril de 1986, e deu a conhecer ao mundo aquilo que os seus colegas espanhóis chamam d’ «a bíblia do mar», a primeira descrição de ovos e larvas do Solea senegalensis, uma espécie de linguado hoje conhecida na Europa graças ao trabalho da investigadora portuguesa. ALGARVE INFORMATIVO #146


De então até agora, muitas seriam as conquistas, parte delas passadas na Universidade do Algarve, casa que viu crescer desde a mais tenra idade. Da mudança para o Algarve, para começar a lecionar no recém-criado curso de Biologia Marinha e Pescas, Maria Teresa Dinis recorda, particularmente, o dia em que decidiu escrever a Lloyd Braga, então reitor da academia algarvia, para lhe propor a sua contratação. Foi chamada dois dias depois numa aventura que se estenderia ao presente. Ali fez os primeiros projetos de investigação que geria sozinha, a partir de uma folha de Excel apenas com duas colunas. Na capital algarvia assumiria, de 2006 a 2009, o cargo de Vice-Reitora para a Investigação Científica e integraria inúmeros projetos internacionais na área ALGARVE INFORMATIVO #146

do mar. Do alto da sua humildade, Maria Teresa Dinis, sugere que a única coisa que fez foi sempre “aceitar os desafios”. Por isso, lança ao público, o derradeiro. “O grande desafio é continuarmos a alimentar as pessoas que precisam, eliminar as discrepâncias e aproveitar os continentes menos explorados, assumindo uma postura de maior respeito pelo ambiente”. Se, como afirma, “o mundo cresce e é preciso dar-lhe alimentação”, sendo que “os recursos estão a diminuir”, então “temos de produzir alimentos com respeito pelo ambiente, temos de aprender a reduzir a pegada ecológica”. Publicado originalmente em http://www.cienciacomvida.pt/

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REPORTAGEM

4 HORAS TT VOLTOU A ANIMAR O PEREIRO Texto:

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eve lugar, no dia 24 de fevereiro, e pelo quarto ano consecutivo, o Encontro de Resistência 4 Horas TT, junto à barragem da aldeia do Pereiro, no concelho de Alcoutim. A prova realizou-se num circuito de aproximadamente seis quilómetros e voltou a atrair algumas das maiores figuras nacionais da modalidade, que proporcionaram momentos de grande beleza competitiva ao muito público presente. Aliás, o anfiteatro natural que rodeia a pista é uma das suas imagens mais fortes, sendo perfeito para um longo e animado dia de corridas. Luís Duarte venceu a prova na vertente individual, logo seguido de David Fernandes e de Sven Triebolt, ao passo que António Maio/Micael Simão suplantaram a concorrência nas duplas, com Fábio Guerreiro/Humberto Santos e Yves Rarange/Miguel Saúde a ocuparem as restantes posições do pódio. O formato das corridas foi o mais tradicional, com a partida estilo «Le Mans», em que os pilotos tiveram que lutar pelas primeiras posições em grelhas de partida convencionais, depois dos treinos cronometrados terem definido a ordem das mesmas. A organização esteve a cargo do Grupo Desportivo de Alcoutim e da Associação de Jovens do Nordeste Algarvio e o evento contou com a colaboração da Câmara Municipal de Alcoutim e da União de Freguesias de Alcoutim Pereiro . ALGARVE INFORMATIVO #146

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REPORTAGEM

CICLO «PORTO EM FARO» TROUXE AO TEATRO DAS FIGURAS O DESCONCERTANTE

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Ciclo «Porto em Faro» é uma das novidades da programação do Teatro das Figuras para 2018 e o primeiro capítulo aconteceu, no dia 24 de fevereiro, com o desconcertante «CLIMAS», de André Braga, com Direção Artística de André Braga e Cláudia Figueiredo e Dramaturgia de Cláudia Figueiredo. Com cocriação e interpretação de Costanza Givone, Daniela Cruz, Gil Mac, Margarida Gonçalves, Paulo Mota e Ricardo Machado, «CLIMAS» combina a dança, a música e o teatro num espetáculo onde o principal ingrediente são os movimentos frenéticos e inquietantes, por vezes sem nexo que se consiga descortinar, em cenas que se sucedem a um ritmo alucinante, fazendo-nos duvidar, até, do alinhamento do argumento. Nesta coprodução da Circolando, Teatro Nacional São João, Culturgest e CMA/Teatro Aveirense, o clima é uma potente variável que atua sobre as personagens ao longo do espetáculo. “O paralelismo entre o aquecimento global e um estado febril e inquietado aproximaram-nos da temática do fim das possibilidades. É um espaço de cruzamentos: estação meteorológica, sanatório, estância termal, laboratório artístico”, descrevem os autores. “CLIMAS desafia o potencial performativo dos diálogos entre poesia e climatologia, contemplação e pensamento, explorando a vitalidade e a imprevisibilidade de nos deixarmos atravessar pelas mais variadas forças naturais” . ALGARVE INFORMATIVO #146

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REPORTAGEM

ACADEMIA DE DANÇA CONTEMPORÂNEA DE SETÚBAL APRESENTOU-SE NO TEATRO LETHES Texto:

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Academia de Dança Contemporânea de Setúbal subiu ao palco do Teatro Lethes, em Faro, nos dias 23 e 24 de fevereiro, com um espetáculo interpretado pela Pequena Companhia com direção artística de Marina Sarmento. A estrutura foi fundada, em 1982, por Maria Bessa e António Rodrigues, que a dirigiram entre 1982 e 2003, com o intuito de desenvolver um ensino de acordo com os princípios orgânicos inerentes a todas as formas de movimento. O objetivo foi, desde o início, dar aos alunos a possibilidade de adquirirem a proficiência necessária ao desempenho da profissão de bailarino e torná-los aptos para competir no mercado internacional, independentemente das características próprias de uma companhia de dança profissional, mantendo presentes e desenvolvendo as suas potencialidades criativas. O ensino simultâneo desde o primeiro ano de técnica de dança moderna, dança clássica e improvisação têm constituído uma mais-valia na prossecução destas metas. Prova disso são os bailarinos profissionais formados pela Academia de Dança Contemporânea de Setúbal que têm ingressado em companhias profissionais de características clássicas ou contemporâneas, bem como os prémios com que foram distinguidos em coreografia .

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SEMEAR SAÚDE

(CON) VIVER COM FIBROMIALGIA,

VIVER COM DOR!

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fibromialgia é uma síndrome reumática caraterizada por dor músculo-esquelética generalizada, com presença de pontos dolorosos em regiões específicas e por um cansaço extremo, com perturbações de sono, perturbações cognitivas, entre outros sintomas. A fibromialgia está associada a uma maior sensibilidade do indivíduo perante um estímulo doloroso, podendo envolver músculos, tendões e ligamentos, não envolvendo, no entanto, as articulações, tal como acontece com outras doenças reumáticas, sendo que esta não causa deformação. Esta síndrome afeta homens, mulheres e crianças de todas as etnias, idades, estatutos, estimando-se que atinja cerca de dois a cinco por cento da população adulta, dependendo dos países, em que 80 a 90 por cento são mulheres entre os 20 e os 50 anos. Foi reconhecida pela Organização Mundial de Saúde, em 1990, e dois anos depois foi considerada como uma doença do foro reumatológico. Em Portugal estima-se que afeta cinco a seis por cento da população, com predomínio nas mulheres acima dos 40 anos, sendo que, em outros estudos,

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estima-se uma prevalência de 3,6 por cento de casos de fibromialgia, podendo muitos outros não estar diagnosticados, pois bastantes doentes vivem com indeterminação de diagnóstico durante muito tempo. Esta indeterminação de diagnóstico está relacionada com a ausência da identificação da sua causa, mesmo que possam existir vários fatores que podem propiciar o aparecimento desta síndrome, como, por exemplo, a desregulação do sistema nervoso central, o stress, algumas doenças imunológicas e endócrinas e um trauma físico ou psicológico. De igual modo, não existem exames laboratoriais, radiológicos ou outros que confirmem ou excluam a presença da fibromialgia, pelo que essa carência de sinais objetivos e a ausência de específicos exames auxiliares de diagnóstico tornam as queixas dos doentes, muito subjetivas, mesmo que sejam fundamentais para o diagnóstico. Assim, os critérios atuais de diagnóstico são a presença com duração superior a três meses de dor difusa pelo corpo, dor à apalpação de 12 de 18 pontos dolorosos e, pelo menos, mais dois dos quatro sintomas seguintes: fadiga, alterações do sono, perturbações 70


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emocionais, dores de cabeça. É importante excluir outras doenças que aparentam a mesma sintomatologia, como lesões musculares, alterações do sistema imunológico, problemas hormonais e doenças reumáticas. A sua consideração como uma síndrome deve-se à quantidade de diversos sintomas que por si só não parecem estar relacionados e, assim sendo, os sintomas da fibromialgia são: a dor músculo-esquelética generalizada, difusa, sem causa conhecida e que varia de intensidade, podendo ser acompanhada por formigueiros, parestesias; a fadiga extrema, com maior intensidade de manhã, que não melhora com o repouso, não estando associada a qualquer atividade desgastante energeticamente, porém, frequentemente, entendida como uma enorme cansaço mental, existindo a falta de força e vontade para a realização das tarefas e para participar na vida social.

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Outros sintomas desta síndrome são as alterações do sono, tal como a existência de um sono não-reparador, caraterizado por insónias ou a diminuição da sua qualidade; a rigidez muscular, mais intensa ao acordar ou quando o doente está muito tempo na mesma posição; as perturbações cognitivas, como a falta de memória, dificuldades de concentração e confusão mental; a hipersensibilidade química, como a cheiros, ruídos, lutes intensas, medicação, alimentação; a intolerância às diferenças de temperatura, sejam elas relacionadas com o frio ou o calor; a secura das mucosas; alterações gastrointestinais; a disfunção temporão-mandibular; alterações de humor e poderá existir uma relação significativa com o aparecimento de depressão, relacionada com o ciclo vicioso da dor crónica. O tratamento pode ser farmacológico, recorrendo a analgésicos, relaxantes musculares e antidepressivos, ansiolíticos, estimulantes, anticonvulsivantes, terapêutica tópica, como cremes e pomadas. A nível não farmacológico recomenda-se a prática de exercício físico aeróbio (caminhada, hidroterapia, dança, etc.), sempre adaptado à condição do doente; a massagem de relaxamento; regularização do sono, com adoção de novos hábitos de higiene do sono; yoga, pilates e shiatsu e osteopatia, sendo que existe um nível de tolerância diferente para cada doente, ou seja, cada doente tem que avaliar qual a atividade adequada para si, que lhe cause conforto, diminua a dor e proporcione relaxamento; a psicoterapia, com a terapia cognitivo-comportamental. O efeito destes tratamentos difere de 73

doente para doente, dada a singularidade de sintomas que cada um dos doentes tem, mas sendo transversal a todos a importância do apoio da família, dos amigos, dos colegas de trabalho e da comunidade médica e outros profissionais de saúde, visto que os doentes com fibromialgia vivenciam a incompreensão, pelo desconhecimento e falta de informação sobre a doença e as suas repercussões, o que deve ser monitorizado por uma equipe multiprofissional, para evitar o isolamento social, a culpabilização e a vitimização associados ao doente com fibromialgia.

COMO É VIVER COM FIBROMIALGIA? (Con)viver com fibromialgia é um desafio diário para cada doente, pois não há uma evolução contínua dos sintomas, sendo que variam diariamente de intensidade e gravidade, portanto, o doente vive em constante stress, o que afeta o ciclo da dor e consequentemente os restantes sintomas, tornando-se o ciclo vicioso do da vida de uma doente com esta síndrome. Algumas das principais queixas dos doentes, encontradas em diversos estudos, projetos e relatórios, são a incompreensão que sentem, quer na consulta médica (dado a dificuldade de diagnóstico e o reconhecimento da doença como crónica, real e não do foro psicológico, como foi considerada durante muitos anos), quer no âmbito das suas relações humanas, nos seus diversos contextos, levando ao isolamento, a perturbações emocionais ALGARVE INFORMATIVO #146


e de igual modo, o não reconhecimento como doente crónico (a fibromialgia não tem cura, sendo uma doença crónica), que interfere com a sua saúde e o seu dia-adia; a frustração relacionada com o efeito não imediato dos tratamentos, quer farmacológicos, quer não farmacológicos, que pode levar ao abandono dos mesmos, ao sedentarismo e consequente agravamento de sintomas e a culpabilização por não poder fazer o que fazia antes, por não conseguir cumprir tarefas das mais simples às mais complexas. No sentido de poder (con)viver o melhor possível com a fibromialgia, o doente precisa de se responsabilizar pela sua saúde, cumprindo os planos terapêuticos e as orientações médicas, ou de outros profissionais de saúde, conversando com as pessoas que o rodeiam, transformandose num veículo de informação, sensibilização e consciencialização, contribuindo, desse modo, para a diminuição dos estereótipos, do preconceito social associados à doença, pois, havendo mais informação, haverá mais aceitação e compreensão da fibromialgia e das suas repercussões no dia-a-dia do doente. Outra forma do doente se sentir mais apoiado é procurar uma associação de doentes com fibromialgia que tenha grupos de apoio, que partilhe informações, promova atividades, fazendo com que não se sinta sozinho, pois estará a partilhar a sua vivência com aqueles que têm a mesma condição, os mesmos desafios. As associações de doentes têm um papel muito importante na vida de um doente, pois lutam pelos seus direitos, informam, ALGARVE INFORMATIVO #146

apoiam, criam sinergias que são vitais para viver o melhor possível e de um modo saudável, com esta condição de saúde. Em Portugal existe, a nível nacional, a Myos – Associação Nacional Contra a Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica, com sede em Lisboa e que, além de realizar diversas atividades lúdicas, participa em projetos e estudos de investigação com benefícios para todos os doentes com fibromialgia, sensibiliza e consciencializa a sociedade civil sobre a doença e os desafios do doente no seu dia-a-dia. Atualmente, a Myos oferece apoio presencial e/ou telefónico às segundas, quartas e sextasfeiras, das 14h às 18h, além de partilhar várias informações pertinentes na sua página do Facebook. É possível (con)viver com fibromialgia de um modo mais saudável, a vários níveis, passando pela aceitação da condição, responsabilizando-se pelos novos hábitos de saúde, procurando o apoio necessário, para que não se sinta sozinho e possa informar os seus pares e para que possa gerir, saudavelmente, as suas emoções, com confiança, amorpróprio, autoestima e esperança . Ricardo Fonseca Enfermeiro e doente com fibromialgia Fontes: Sociedade Portuguesa de Reumatologia – www.spreumatologia.pt Instituto Português de Reumatologia – www.ipr.pt Myos – Associação Nacional conta a Fibromialgia e Síndrome de Fadiga Crónica – www.myos.com.pt Facebook: www.facebook.com/myos.portugal

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SEMEAR SAÚDE

Sopas quentes de Inverno que aquecem o corpo e o coração Angela Oeiras (Blogger e formadora na EHTA)

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ortugal e China são os dois países mais consumidores de sopa no mundo. Talvez tenhamos sido nós a levá-la para o Oriente na altura dos descobrimentos, ou talvez a tenhamos importado quando voltámos, a verdade é que, em Portugal, encontramos um prato de sopa em cada mesa, seja em casa, num restaurante com estrelas Michelin ou mesmo ali na tasca

da esquina. A sopa deve ser sempre a primeira preparação a ser consumida quando se tem fome, pois relaxa o estômago e mantém o fogo digestivo. Além disso, é uma comida de conforto e é rápida e simples de preparar. É também o alimento ideal para todas as pessoas que tenham dificuldades de mastigação, encontrando neste prato uma solução para melhorar a sua alimentação .

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CREME DE ERVILHAS COM BATATA DOCE E MANJERICÃO

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m macrobiótica consumimos muito pouca batata, dando preferência à batata-doce, porque as batatas contêm uma substância tóxica chamada de solanina (também presente em vários alimentos da família das solanáceas) pelo que o seu consumo deve ser moderado. A solanina é uma toxina natural, com efeito tóxico, que pode contribuir para alguns problemas como artrites, doenças da pele, problemas digestivos e renais. No entanto, a batata-doce é um dos alimentos mais nutritivos do mundo, é um hidrato de carbono complexo de baixo índice glicêmico, rica em fibras e uma fonte de ferro, vitamina C e potássio, além de apresentar alto teor de vitamina E e conter vitamina A e C.

Ingredientes: 500 gr de ervilhas frescas (ou 400 gr de 77

ervilhas congeladas) 1 alho francês 1 batata doce grande ou 2 pequenas 2 (colheres de sopa) de azeite água sal folhas de manjericão

Preparação: Numa panela colocar o azeite e o alho francês cortado às rodelas e deixar refogar. Juntar as ervilhas e a batata-doce cortada em cubos e deixar refogar também. Temperar com sal, juntar as folhas de manjericão e cobrir com água. Deixar levantar fervura, tapar e baixar o lume, deixar cozer durante aproximadamente 30 minutos. Triturar até obter um creme, se necessário juntar um pouco mais de água. ALGARVE INFORMATIVO #146


CREME DE BETERRABA COM TOMILHO

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ltamente rica em ferro e em vitaminas do complexo B a beterraba é óptima para quem tem problemas de anemia. Além disso, diminui a tensão alta, fortalece o sistema imunitário, protege o sistema nervoso e o coração e previne o envelhecimento precoce, o cancro e problemas no fígado e nos pulmões. Pode ser consumida crua ou cozinhada e hoje vamos prová-la numa creme muito rápido e simples de preparar. Ao não conter batata, este creme também se torna ideal para pessoas que estejam com dietas de emagrecimento.

Ingredientes: 1 nabo 1 naco de abóbora 2 beterrabas médias

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Azeite Sal marinho Tomilho fresco

Preparação: Cortar o nabo, a abóbora e as beterrabas em cubos. Saltear estes legumes em azeite, temperar com sal e juntar água até cobrir os legumes. Juntar uma rama de tomilho fresco e deixar levantar fervura. Reduzir o lume para médio e deixar cozinhar os legumes por cerca de 20 minutos. Retirar a rama de tomilho e com a ajuda da varinha mágica ou da Bimby reduzir a puré. Servir com um fio de azeite e folhas de tomilho fresco .

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SOPA DE MISO COM SUMO DE GENGIBRE

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miso (pasta de soja fermentada) é um dos alimentos mais completos e desintoxicantes que existem. É rico em cálcio, aminoácidos essenciais, vitaminas do complexo B12 (ideal para vegans) e enzimas. A sopa de miso é indicada para combater constipações, dores menstruais, dores de cabeça, etc… e dá uma sensação de conforto incrível sendo ideal para os dias frios de Inverno. Sendo muito rico em enzimas (tão necessárias ao nosso organismo para prevenir e combater doenças), o miso deve ser adicionado à sopa com cuidado porque as enzimas precisam de calor para «despertarem», mas se este for excessivo, elas irão morrer. Assim, a pasta de miso deve ser adicionada à sopa depois desta confeccionada e, no momento em que se verificar que começa a borbulhar, retirar imediatamente do lume.

Ingredientes: 1 cebola ½ alho francês 6 cogumelos frescos Miso Azeite Sal Coentros ou cebolinho 1 rodela de 2 cm de gengibre

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Preparação: Cortar a cebola em meias luas e o alho francês às rodelas e salteá-los num pouco de azeite. Juntar os cogumelos partidos aos cubos e deixar refogar um pouco. Adicionar o sal, mas com cuidado porque o miso é salgado, juntar um litro de água e deixar levantar fervura. Reduzir o lume para médio e deixar cozer os legumes. Entretanto, descascar o gengibre e ralar com a ajuda de um ralador. Reservar esta pasta. Retirar um pouco deste caldo para uma tigela e juntar uma colher de sopa cheia de pasta de miso, dissolver com a ajuda da colher e adicionar ao caldo. Quando começar a borbulhar, retirar do lume, sem deixar ferver para não matar as enzimas do miso. Servir em taças, espremer a pasta de gengibre com as mãos directamente na sopa até sair o sumo e servir com os coentros ou o cebolinho picados para lhe dar mais frescura .

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OPINIÃO

Verdades à medida Paulo Cunha (Professor)

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uando constatamos que certos dirigentes desportivos, políticos, sindicais, empresariais e de outro âmbito quererem manipular as notícias que chegam até ao comum dos mortais através da transmissão de inverdades ou até do impedimento, puro e simples, da transmissão da realidade aos agentes credenciados de informação (jornalistas), então percebemos que a verdade nem sempre o é. O historiador Robert Darnton, professor emérito da Universidade de Harvard, conta que as notícias falsas são veiculadas desde o século VI: “Procópio foi um historiador bizantino do século VI famoso por escrever a história do império de Justiniano, tendo escrito também um texto secreto, chamado «Anekdota», no qual espalhou «fake news», arruinando completamente a reputação do imperador Justiniano e de outros”. Atualmente, as notícias falsas procuram disseminar boatos e inverdades com informações que não estão totalmente corretas sobre pessoas, questões sociais, partidos políticos, países e políticas públicas. Não aparentando ser mentira, muitos de nós acreditamos que podem ser verdadeiras, mas não o são. Por isso a «pós-verdade» foi eleita a palavra do ano em 2016 pelo Dicionário Oxford. Pós-verdade é um adjetivo usado para definir circunstâncias nas quais os factos objetivos influenciam menos a opinião pública do que os apelos à emoção e às crenças pessoais. A explicação da palavra pós-verdade, de acordo com o prestigiado Dicionário Oxford, é que a junção do prefixo «pós» não se refere apenas ao tempo seguinte a uma situação ou evento, como pós-guerra, por exemplo, mas sim a “pertencer a um momento em que o conceito específico se tornou irrelevante ou já não é importante”. Portanto pósverdade refere-se ao momento em que a verdade já não é tão importante como já foi. O termo pós-verdade existe desde a última década, tendo o seu uso registado um grande incremento no ano 2016, altura do «Brexit» (saída do Reino Unido da União Europeia) e das eleições nos EUA. O seu uso foi destacado durante esses eventos pois diversas notícias falsas foram publicadas em sítios na internet, em páginas no

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«facebook» e vídeos no «youtube», tendo o público assimilado-as como verdadeiras, exatamente porque gostariam que assim fosse. Há que considerar também que as redes sociais e os seus algoritmos formam bolhas sociais e também ideológicas. Esses algoritmos reúnem no nosso painel de notícias do «facebook», por exemplo, as pessoas com quem mais interagimos e os assuntos mais pertinentes que publicamos ou «gostamos», assim como notícias, reportagens, vídeos, histórias e posicionamentos públicos. O algoritmo, portanto, não dá lugar ao contraditório! A nossa visão do mundo é confirmada repetidamente e se um amigo nosso compartilhar uma “notícia”, mesmo que falsa, nós acreditamos. Num artigo que escreveu no «First Draft News», a investigadora e jornalista Claire Wardle, refere que para combater as «fake news» precisamos de saber, em primeiro lugar, quais os tipos de conteúdos que estão a ser criados e compartilhados, quais são as motivações de quem os cria e quais são as formas de os disseminar. Identificou também uma lista de sete tipos de notícias falsas que podemos reconhecer e assim combater nas redes sociais: sátira ou paródia, falsa conexão, conteúdo enganoso, falso contexto, conteúdo impostor, conteúdo manipulado e conteúdo fabricado. Como poderemos então reconhecer uma notícia falsa? Avaliando através de outras publicações na mesma fonte se a mesma é fidedigna; lendo para além do título; investigando se os autores realmente existem e são confiáveis; procurando outras fontes que confirmem as notícias; investigando se a história ainda é relevante e está atualizada; questionando se o texto é verdadeiro ou é uma sátira; não permitindo que os nossos ideais afetem o nosso discernimento e julgamento; procurando a confirmação por parte de pessoas independentes e conhecedoras do assunto. Não sei se sentem o mesmo que eu quando são enganados, mas já me bastam todos os roubos a que sou sujeito sem querer, para me roubarem também a verdade sem eu saber. Já me dizia o meu pai: “Homem prevenido vale por dois!” .

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OPINIÃO

Mãe só tem uma Mirian Tavares (Professora)

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uando eu era pequena, circulavam muitas anedotas de um menino chamado Joãozinho. Numa delas, a professora pedia aos alunos que criassem uma história que deveria acabar com a frase: mãe só tem uma. Queria homenagear assim as mães, ressaltando esta unicidade que torna o seu papel no mundo tão fundamental, principalmente o seu papel como progenitora e gestadora dos filhos. Cada um dos colegas do Joãozinho conta histórias muito meigas que ressaltam o amor mítico das mães e a sua capacidade de doação. Chega a vez do Joãozinho que conta a seguinte história: “estava em casa, à hora do almoço, e minha mãe me pede para buscar duas garrafas de coca-cola ao frigorífico. Quando abro a porta vejo que já não há mais e grito: mãe, só tem uma!”. Claro que a anedota contada assim não tem qualquer piada, mas lembro-me sempre desta história quando se falam das mães, e do seu papel, no desenvolvimento dos filhos, quer sejam grandes ou pequenos. Não quero com isso minimizar ou destituir os pais do seu papel. Mas pai é pai e mãe é mãe. Não é uma questão ideológica, é factual. Claro que mãe é também um papel simbólico e que há mães e mães. Nos anos 80, a filósofa francesa Elisabeth Bandinter causou furor com uma obra em que propagava que o amor de mãe era um amor conquistado. Que, aquilo que sempre se vendeu, de que há um laço inexorável e inquebrável, inconsútil até, entre mães e filhos, não é bem assim. E que o mito do amor materno é uma criação de diversos filósofos e teóricos com a intenção clara, ou obscura, de convencer as mulheres do seu papel dentro da sociedade, como se houvesse um papel que cada um dos géneros tem de, obrigatoriamente representar. Apesar do feminismo intrínseco do texto, o que ficou foi a ideia, quase herética, de que o amor de mãe é um mito e não uma verdade absoluta e consagrada. De facto, é algo tão arraigado na nossa ALGARVE INFORMATIVO #146

cultura que se torna um tabu falar sobre ele – falase, tranquilamente, de pais que abandonam os filhos. Mas raramente falamos de mães que o fazem, porque, por um lado não é suposto fazê-lo e por outro é considerado contranatura. Ora, conheci casos, e mães, que não eram lá muito fãs nem da maternidade nem dos filhos, o que sempre me fez perguntar por que cargas d’água decidiram ser mãe. Mas enfim, a verdade é que construída, ou real, a relação que temos com as nossas mães é algo de profundamente marcante e, muitas vezes, decisivo naquilo que nos tornamos. Porque o amor de mãe é o primeiro, o que começa antes mesmo de começarmos a ser. A ser qualquer coisa que respira sozinho e que pensa. Porque mãe é um lugar. Tem geografia própria. É a nossa casa, uma casa que habitamos desde sempre. Mesmo quando estamos longe. Mãe é um cenário onde desfilam memórias nem todas boas, mas são memórias que ficam, que fazem parte de nós. Que fazem de nós parte do que somos. Mãe é um colo, um abraço apertado, um silêncio que se partilha. Um diálogo em moto perpétuo. Mãe é uma ausência que levamos vida à fora. Porque nos movemos, porque nos mudamos, porque saímos de casa, porque crescemos. Mas a mãe continua a ser a nossa casa, cenário, memória, colo, abraço. E é o medo que temos de não ter mais para onde voltar. Por isso, mãe só tem uma. E quando a perdemos, o sentimento de orfandade é enorme, mesmo que já sejamos bem crescidos. Quando visitei a minha mãe pela última vez, ela já estava muito fraquinha, no hospital. E eu sabia que, dificilmente, voltaria a vê-la. Fui despedir-me do meu pai e ele disse: “Adeus minha filha. Agora sei que já não voltas muito por cá”. Claro que voltei, por ele e pelos irmãos. Mas percebi o que ele me queria dizer, porque a mãe, pelo menos a minha, era a figura que ocupava, na família, o papel central, que nos unia a todos à volta da sua cadeira enquanto fazia palavras cruzadas, fumava ou bordava os seus panos .

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OPINIÃO

Unicórnios e Inquietação no Pós-Modernismo Adília César (Escritora) “Nas sociedades pós-modernas, a inquietação é o motor da economia. Toda a gente inquieta todo o tempo e em todo o lado. Os unicórnios rasgando o futuro, progredindo a velocidades próximas da luz que os cega, inventando o chão sem subsolo, desmaterializando o lugar. Nestas sociedades, os escritores que continuam a promover a inquietação são cúmplices do capitalismo cruel que nos devora e das multinacionais farmacêuticas que prosperam com a inquietação global. A inquietação que estrutura o pensamento do sistema”. Vítor Gil Cardeira

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inquietação à escala universal está bem estudada. Todos os dias e todas as noites as plataformas informativas formais e informais justapõem notícias verdadeiras com pequenas ficções, boatos e descodificações da realidade, e cada um de nós acredita no que lhe dá mais jeito no momento, assimilando os conteúdos relativos aos acontecimentos relatados através de diversas formas de percepção, utilizando diferentes instrumentos comunicativos, onde o formal e o informal se articula e se completa, num contínuo reajustamento: jornais, revistas, televisão, redes sociais, emails, mensagens, placares publicitários, conversas, etc. A intenção sublime das plataformas informativas é informar o público, e o mais inocente desejo do público é ser informado, logo, a troca é democrática e plausível, até imperiosa, mas a inquietação é uma espécie de chão e de céu que nos envolve, uma tessitura social, económica e cultural que nos veste. Com avidez, respiramos e engolimos inquietação, nós e os outros, nós com os outros. Como consequência desse processo viciante, tomamos consciência do desequilíbrio a que nos sujeitámos e procuramos livrar-nos dela, mas depressa voltamos ao vício. De facto, modo como o sistema capitalista estrutura as nossas vidas apenas dá espaço para adquirirmos vícios, em permanente competição com tudo e com todos: viver para trabalhar; trabalhar para ganhar dinheiro; ganhar dinheiro para pagar as contas e os impostos; pagar as contas e os impostos para sobreviver em condições mínimas de sustentabilidade para nós e para as

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nossas famílias; conhecer todas as leis e cumprir obrigações para poder ser livre, porque a vida é liberdade. E chegámos com este raciocínio algo primário a um paradoxo do pós-modernismo: já não somos livres, não nos é permitido que o nosso imaginário tome conta das nossas emoções mais puras: o amor incondicional ao próximo, a livre expressão, a paz. Onde estão os unicórnios, esses seres mágicos que se alimentam das nuvens do entardecer e dos raios de sol, as substâncias mais puras do universo? Essas criaturas alquimistas que transformam as matérias impuras e putrefactas em substâncias brilhantes, cheias de luz e vida? É aqui que vejo os escritores e demais artistas a abrirem as portas da percepção e a imaginarem novas formas de intervenção no mundo. É exactamente aqui que me vejo a rodar as maçanetas de todas as possibilidades criativas que estão ao meu alcance, entendendo esta tarefa como uma obrigação social e cultural. Na verdade, já não existem unicórnios. Mas o nosso imaginário e a nossa criatividade possibilitam a replicação da sua linguagem pura e confiante. A inquietação dos escritores é uma fase pela qual todos passam, uma espécie de trampolim para outro nível de pensamento, mais puro e confiante, completamente fora do sistema onde nos obrigam a sobreviver. Então, o que nos resta? Rodar as maçanetas das portas da imaginação, do empenho, da discrição, do trabalho, da perseverança. E a inquietação patológica e viciante não morará aqui.

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OPINIÃO

As armas que fazem falta Nelson Dias (Consultor)

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s Estados Unidos da América voltaram a viver momentos de terror com mais um tiroteio num estabelecimento de ensino, desta vez no Instituto de Parkland, na Flórida, vitimizando dezassete alunos e

professores. No rescaldo do sucedido, Donald Trump recebeu na Casa Branca alguns sobreviventes desta tragédia, mostrando-se favorável à adoção de medidas que visem impedir a repetição de situações como esta. Entre essas ganhou especial relevo a entrega de armas a cerca de vinte por cento dos docentes para que esses, e passo a citar as palavras do presidente estadunidense no Twitter: “Tenham a possibilidade de disparar imediatamente se um louco selvagem se apresentar num colégio com más intenções. Os professores bem formados serviriam de elementos de dissuasão frente aos cobardes. Uma escola livre de armas é um íman para gente malvada. Os ataques acabariam”. Segundo os cálculos do Washington Post, esta proposta implicaria formar e armar cerca de 640 mil docentes em todo o país. Esta é, sem dúvida, uma ideia peregrina, bem ao estilo de Trump. Se existe um problema com armas, a solução só pode passar por mais armas. É o equivalente a dizer: se estamos diante de um incêndio, a resolução é certamente alimentar o fogo com mais lenha. A tese do atual inquilino da Casa Branca está perfeitamente alinhada com a defendida há anos pela National Rifle Association, segundo a qual: “Para travar uma má pessoa com uma arma, é necessária uma boa pessoa com uma arma”. Este concertar de posições faz no mínimo relembrar o fato da NRA ter financiado a campanha eleitoral de Trump para a presidência com uns expressivos 30 milhões de dólares. A proposta do presidente americano, como muitas outras, gerou uma onda de contestação em todo o país, com os mais importantes sindicatos de docentes a defenderem a ideia de que meter mais armas nos colégios não serve para proteger ninguém. Segundo

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esses, os professores devem dedicar-se ao ensino e aprendizagem e para tal precisam de mais livros, programas de música e arte, enfermeiros e psicólogos de apoio. Entretanto, duas educadoras do Kansas e de Utah decidiram lançar uma campanha na rede social Instagram designada #ArmMeWith (Arma-se com) para solicitar à Casa Branca o que elas efetivamente necessitam para se dedicarem à edução e formação dos seus alunos, a sua única tarefa. Esta iniciativa ultrapassou em poucos dias as sete mil imagens, propondo soluções «mais práticas» ao presidente Trump. Entre as solicitações, destaco, apenas algumas. Arme-me com: “mais financiamento para apoiar os estudantes que sofrem de problemas mentais”; “tempo e recursos suficientes para conhecer a parte social, emocional e educativa dos meus alunos”; “candidatos que acreditam que o sangue dos nossos filhos é mais importante que o dinheiro da venda de armas”; “uma sociedade que acredita na verdade e políticos que fazem as leis baseadas nela”; “livros e recursos para ensinar o que é a empatia aos alunos, mostrando-lhes quão maravilhosas são as diferenças entre todos”; “livros em vez de revólveres”. O sucedido na Flórida trouxe também ao debate o fato da lei federal estabelecer os 18 anos como idade mínima para a compra de armas, quando o consumo de bebidas alcoólicas está vedado até aos 21. Na prática, isto significa que aos 18 não é possível beber uma cerveja mas é permitido comprar uma pistola. De acordo com dados da ONG Gun Violance Archive, dedicada a fornecer informações sobre a violência nos Estados Unidos, estima-se que todos os dias morrem 93 pessoas vítimas de tiros e que o número de armas privadas no país é quase o mesmo que o de cidadãos. Perante uma realidade como esta, qualquer pessoa sensata seria capaz de entender que a última prioridade dos Estados Unidos seria munir os seus educadores de instrumentos de violência e ódio .

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OPINIÃO

Mudam-se os tempos, mudam-se não as vontades, mas as necessidades Augusto Lima (Cozinheiro, Formador e Consultor)

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esperdício e reciclagem Reciclar é preciso, urgente mesmo, mas eu sem risco afirmo que, se poupássemos mais, estaríamos a fazer melhor, na prática, do que reciclar, independentemente de reciclar ser o caminho certo. Há dois tipos de desperdício num restaurante: aquele que se faz ao preparar a comida/ambiente para o cliente, antes de este chegar e o que se faz após o cliente ter saído. Depois de, no artigo anterior, ter falado sobre o lixo que se faz e o que ele representa em dinheiro deitado fora, hoje trago-vos o problema gravíssimo do desperdício de energias importantes como a água e eletricidade. Sobre o desperdício alimentar, em parte ficou falado no artigo anterior. A falta de recursos básicos como a água e a importância de poupar/reciclar para minimizar o avanço da insustentabilidade do planeta, obriga-nos a todos a repensar o que fazer e como fazer em coisas tão simples como deixar correr água até que sai quente para o banho, aos litros de água que gastamos para nos lavarmos e lavarmos tudo aquilo que a modernidade e a civilização ditou que passássemos a usar no processo normal de vida de cada um de nós. Nos Restaurantes existe um grande número de possibilidades de atuar de forma incorreta para com o bem-estar do planeta, mas também com o da nossa carteira. Vejamos. Água – Já imaginaram só no Algarve, a água que é desperdiçada, de torneira aberta no máximo, para lavar a louça? Se vos dissesse um qualquer número com seis zeros, não chegaria por certo para indicar o valor da água desperdiçada, não utilizada de forma correta. As máquinas de lavar são uma solução, mas também os detergentes o são. Ainda existe em muitos de nós a ideia de que sabão que faz espuma, é o que lava melhor e se esquece que depois gasta-se mais água para retirar essa espuma. Bom, eu sou do tempo em que se usava as duas copas de uma banca de louça para lavar. Uma com água e sabão e outra com água limpa para enxaguar. Vieram as máquinas e elas são de facto uma ajuda indispensável na cozinha. Estudos realizados provam que, se for utilizada na sua capacidade máxima e de forma correta, a máquina de louça pode economizar até seis vezes mais água do que a lavagem manual. Uma torneira normal debita cerca de oito litros e meio por minuto, segundo estudo da DECO. E a

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água que se gasta para lavar os alimentos, cozinhar, lavar, etc? São muitos litros, em média cerca de 600 mil litros por dia, por restaurante. Como podemos reduzir: Colocar retentores de água, no abastecimento geral e em cada torneira; Investir em máquinas de louça e detergentes adequados (o barato sai sempre mais caro, por não prevermos os custos inerentes a uma má escolha); A redução de pratos da ementa e do modo de cozinhar os alimentos e de os apresentar; Aproveitar caldos (águas de cozedura de alimentos (exceto os de cozer hortícolas, pela grande concentração de enxofre na água, o que iria alterar sabores e mesmo evitar a fermentação e alguns pratos); pré lavagem de todos os legumes com casca comestível (bem secos após, pois a humidade é um dos agentes de deterioração, em especial para alimentos como ervas e cenoura, por exemplo); Não usar água para descongelar os alimentos (deve fazê-lo sempre no frigorífico como uso eficiente da água e da segurança alimentar); Não utilizar todos os dias uma lavagem com mangueira; Uma mistura e vinagre com um pouco de lixívia e outro tanto de água, desinfeta e limpa sem necessidade se usar mais água em superfícies como azulejos ou outra grande superfície onde não se manipulem alimentos; uso de pisos antiderrapantes não muito rugosos ou com altos relevos muito salientes. Existe uma grande oferta de cerâmica para este fim, sem ser os muito falados materiais de revestimento de chão em cozinhas industrias (na hora de as lavar, a poupança será consideravelmente grande). Eletricidade – Lâmpadas economizadoras e adequadas a cada posto de trabalho, assim como sensores que ligam e desligam com a presença de alguém, poupando inclusive água extra na lavagem das mãos; Aproveitamento correto do calor de um forno ou outro equipamento elétrico, quando se cozinham alimentos. Ajudará muito se: Procurar e analisar o desperdício no seu restaurante; Avaliar as decisões sempre que comprar equipamentos (mudar significa muitas vezes ganhar); Comparar custos fixos com ganhos e rever onde pode poupar; Alterar a oferta/ementa para minimizar desperdícios de vária ordem; Reciclar tudo o que poder ser reciclado! Quando melhoramos as práticas na compra, preparação e confeção de alimentos, ganhamos todos e o impacto nos colaboradores, clientes e ambiente será enorme .

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ATUALIDADE

FARO DEU A CONHECER O SEU POTENCIAL TURÍSTICO

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erminou, no dia 20 de fevereiro, a 7.ª edição da formação «O Potencial Turístico de Faro», iniciativa promovida pelo Município de Faro e pela Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve com a finalidade de fornecer aos profissionais do setor um conjunto de informações sobre as riquezas do concelho que podem marcar a diferença junto dos turistas e investidores que visitam Faro. A formação vem dar ferramentas aos técnicos da área do turismo que, estando melhor informados e esclarecidos acerca dos principais recursos e produtos turísticos, serão profissionais mais habilitados para apresentar e potenciar o concelho. Participaram nesta edição cerca de 20 formandos, profissionais de diferentes áreas do turismo, que tiveram oportunidade de visitar vários locais e

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conhecer melhor o património histórico e cultural; visualizaram novas perspetivas e vistas da Vila Adentro; apreciaram do cimo do farol da Ilha da Culatra o desenho das ilhas barreira e a Ria Formosa; visitaram os bastidores do Teatro das Figuras; na Praia de Faro conheceram as atividades desportivas praticáveis no Centro Náutico; na Aldeia de Estoi entraram em contacto com diferentes épocas, dos romanos aos árabes e visitaram os palácios do tempo da monarquia; conheceram o Centro Ciência Viva do Algarve, mesmo ao lado da Ria Formosa e ainda a Capela dos Ossos na Igreja do Carmo. No final do programa, os profissionais inscritos tiveram ainda a oportunidade de aprender, com os chefes da Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, a confecionar uma refeição tradicional algarvia. Ao longo das sete edições já organizadas estiveram presentes cerca de 140 formandos, os quais, com o apoio de todas as entidades colaboradoras, enriqueceram o seu conhecimento sobre o potencial turístico de Faro, melhorando assim as suas competências no acolhimento e aconselhamento ao turista . 92


STEVEN SOUSA PIEDADE REELEITO PARA SEGUNDO MANDATO À FRENTE DOS BOMBEIROS DE FARO – CRUZ LUSA

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anter uma gestão apostada no reequilíbrio financeiro que permita, entre outras medidas, dar seguimento ao processo de renovação da frota da corporação, é o grande objetivo de Steven Sousa Piedade, reeleito para o cargo de Presidente da Direção da Associação Humanitária de Bombeiros de Faro - Cruz Lusa para o triénio 2018/2021. Após a reeleição, o dirigente e também Presidente da Junta de Freguesia de Montenegro disse estar empenhado na continuidade da gestão rigorosa implementada no seu primeiro mandato para estabilizar a situação financeira da Associação, garantindo assim condições para que os Bombeiros de Faro assumam a sua missão com mais segurança e eficácia. “Pretendemos continuar a renovar a nossa frota e a dotar os nossos bombeiros com Equipamentos de Proteção Individual, que nos permita ir para o terreno com mais e melhores condições de intervenção”, realçou Steven Sousa Piedade, que definiu ainda como grandes metas para o seu segundo mandato o incremento da operacionalidade do dispositivo e o início de diligências para aquisição de um novo quartel para os

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Bombeiros de Faro - Cruz Lusa. “Queremos voltar a ser o reforço operacional do Algarve, mas para isso há que criar uma estrutura com meios adequados às exigências da nossa missão. Dotar os Bombeiros de Faro com novos equipamentos e podermos contar com um quartel condigno, são condições indispensáveis para atingirmos esses objetivos”, frisou o Presidente reeleito. A votação para os novos órgãos sociais da Associação Humanitária dos Bombeiros de Faro - Cruz Lusa para o triénio 2018/2021 decorreu no dia 23 de frevereiro, tendo sido eleitos, para além de Steven Sousa Piedade, os Presidentes da Assembleia Geral e do Conselho Fiscal, respetivamente Gaspar Pedro e Luís Serra Coelho .

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ATUALIDADE

ALUNOS DE MEDICINA DA UALG VENCEM PRÉMIO DE SIMULAÇÃO MÉDICA

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uilherme Henriques, André Silva, Carlos Baptista, Francisco Fernandes e Tiago Cardoso, alunos do Mestrado Integrado em Medicina, da Universidade do Algarve, venceram, no dia 25 de fevereiro, a II edição da Competição Portuguesa de Simulação Médica, organizada no âmbito do Congresso In4Med, um congresso médico-científico que tem como objetivo promover o interesse pela evolução médica. A competição contou com várias ALGARVE INFORMATIVO #146

equipas constituídas por estudantes de Medicina de diferentes pontos de país, que tiveram a oportunidade de porem à prova a sua performance na área da emergência médica. Na final, destacaram-se os alunos da academia algarvia, trazendo para casa o tão desejado prémio: a possibilidade de representar Portugal, a nível europeu, no SESAM 2018, competição internacional que se realiza de 27 a 29 de junho, em Bilbao .

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MUNICÍPIO DE OLHÃO JUNTA-SE A MISSÃO HUMANITÁRIA DA ACASO

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Câmara Municipal de Olhão decidiu juntar-se ao projeto humanitário que está a ser desenvolvido pela ACASO – Associação Cultural e de Apoio Social de Olhão, junto da população de Vila Nova de Oliveirinha, localidade do concelho de Tábua afetada pelos incêndios do ano passado. Na sequência da tragédia ocorrida no dia 15 de outubro de 2017, que destruiu grande parte do património cultural e identitário daquela localidade, a ACASO, através de um grupo de utentes do Centro Comunitário AlHain envolvidos no projeto «Lendas e Rendas», pretende contribuir para a dinamização cultural e artística da região devastada, devolvendo a vida a espaços emblemáticos da vila do distrito de Coimbra que perderam a vivacidade com os incêndios. Neste sentido, já no início de março, um grupo de utentes do projeto vai deslocarse a Vila Nova de Oliveirinha, para interagir e contribuir, juntamente com a população local, para a criação artística das peças a expor. Juntamente com esta 95

delegação segue a ajuda da autarquia, que decidiu contribuir com 60 conjuntos de produtos alimentares tradicionais de Olhão. A par desta colaboração, e em parceria com a «Conserveira do Sul», seguem também conservas, que serão igualmente entregues

à população. “É um motivo de satisfação imensa constatar o dinamismo e o espírito solidário desta IPSS do concelho, que não ficou indiferente a uma tragédia que aconteceu longe, mas que a todos nos tocou tão de perto”, refere a vereadora Elsa Parreira, acrescentando que “juntamos com todo o prazer o nosso contributo à missão da ACASO, pois não poderíamos focar indiferentes a este esforço tão meritório”.

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ATUALIDADE

FERRAGUDO RECEBEU EXECUTIVO DA CÂMARA MUNICIPAL DE LAGOA EM MAIS UMA PRESIDÊNCIA ABERTA

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segunda presidência aberta às freguesias teve como objetivo a obtenção de uma radiografia tão ampla quanto possível dos mais diversos assuntos, como forma de solucionar e planear a resolução das ocorrências identificadas pelas populações e, sobretudo, continuar com o modelo de governação dinâmica e aberta junto das pessoas por parte do executivo municipal. Dividida em dois dias, a visita iniciou-se pela Aldeia do Luís Francisco, onde foram focados problemas de segurança rodoviária e mobilidade de cidadãos, assim como uma alternativa a quem ALGARVE INFORMATIVO #146

queira evitar a passagem pela Vila, quando se desloca de e para as praias, ou para aceder à Escola Básica. Após a visita à Urbanização da Quinta dos Poços, onde foi verificada a necessidade de melhoramento de acessibilidades e de sombreamento no parque geriátrico, foi constatada a necessidade de maior estacionamento na zona da Angrinha. Foi também efetuado um ponto de situação sobre o projeto de requalificação da zona, que se encontra a ser estudado pelas diversas entidades envolvidas. O cemitério da freguesia também não foi esquecido, bem como o casco urbano tradicional, onde 96


em sede de delegação de competências será equacionada a requalificação das escadarias existentes neste último, bem como a construção de uma casa mortuária junto ao equipamento cemiterial Foi ainda visitado o Bairro Arade, onde o atual executivo efetuou nos últimos anos requalificações diversas, com vista a melhorar acessibilidades, espaços e limpeza, tendo ficado o compromisso de continuar nesta senda, de forma a dotar o bairro com mais e melhores zonas públicas de qualidade. Os equipamentos municipais existentes na freguesia foram visitados no segundo dia, nomeadamente a Escola Básica de Ferragudo e a nave desportiva, tendo sido efetuado um levantamento exaustivo de situações como forma de planear uma intervenção futura consistente e útil para os que frequentam estes equipamentos diariamente. Terminando a deslocação na zona ribeirinha e na sala de visitas da freguesia, o Largo Rainha D. Leonor, foram analisados diversos aspetos quanto à intervenção futura da requalificação da baixa de Ferragudo, que irá dotar a freguesia de um espaço público de qualidade, onde a mobilidade e o contato com o plano de água é ponto fulcral, a par da 97

manutenção do carisma do casco urbano tradicional. A próxima presidência aberta terá lugar no mês de março, na União de Freguesias de Estômbar e Parchal . ALGARVE INFORMATIVO #146


ATUALIDADE

ANTÓNIO MIGUEL PINA ESTEVE NO 2.º ANIVERSÁRIO DO ALTICE LAB DE AVEIRO

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presidente da Câmara Municipal de Olhão, António Miguel Pina, marcou presença no 2.º aniversário do laboratório de inovação do Grupo Altice localizado em Aveiro e que será replicado a breve trecho em Olhão. A ocasião serviu para o autarca olhanense se inteirar em primeira mão do funcionamento dos Altice Labs descentralizados pelo país. Em 2016, aquando da inauguração oficial da Altice Labs, havia projetos a decorrer, mas muita da estratégia estava ainda no papel. Os últimos dois anos viram, contudo, muitos deles concretizarem-se, solidificando também o papel da unidade de Aveiro dentro do Grupo. A Altice Labs ganhou projetos dentro do Grupo, solidificou a liderança em Portugal da rede de centros de inovação espalhados por vários países e recentemente tem vindo a concretizar também a ambição de estender as competências a mais três polos em Portugal: Viseu, Madeira e Olhão. Este último tomou forma em setembro de 2017 com a apresentação pública do projeto que nascerá em breve em Olhão, fruto de uma parceria entre a autarquia, várias entidades algarvias e a Altice Labs, ALGARVE INFORMATIVO #146

o ramo do grupo Altice que se dedica à inovação. Conforme fez questão de sublinhar na ocasião o presidente da autarquia, António Miguel Pina, “a Altice é para nós um parceiro fundamental num setor em que o Algarve, e particularmente Olhão, se querem distinguir – o do desenvolvimento tecnológico”. Na prática, este polo funcionará como uma plataforma a partir da qual empresas e particulares poderão trabalhar em novas aplicações ou tecnologias que se enquadrem na estratégia de desenvolvimento do Grupo. Uma estratégia que em breve passará, também, por Olhão, o que constitui uma vitória para o concelho, na opinião de António Miguel Pina. “O facto de um dos centros da Altice Labs vir a estar sedeado na nossa cidade lança Olhão como um destino privilegiado para os investimentos na área das novas tecnologias. Olhão está de parabéns por mais essa conquista” . 98


PORTIMONENSES DESAFIADOS A DESCOBRIR ALGUNS DOS MELHORES VINHOS DA REGIÃO

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ortimão recebe, até 11 de março, «O Algarve num Copo», evento organizado pela Associação Teia D’Impulsos que tem como objetivo promover os Vinhos do Algarve, dinamizar a restauração local e fomentar a animação social e cultural na cidade. Os apaixonados pelo vinho serão assim desafiados a descobrir alguns dos melhores néctares nascidos e criados na região algarvia. A odisseia tem lugar em 13 estabelecimentos localizados no centro da cidade de Portimão e na Praia da Rocha. Ao longo destes 10 dias de degustação vinícola, a partir das 18h, cada aderente servirá um copo de um Vinho do Algarve, por si selecionado, bem acompanhado por algo para petiscar, numa oferta surpresa dos anfitriões d’ «O Algarve num Copo». Esta ementa terá o preço unitário de 3,50 euros. Ao longo do evento, em cada estabelecimento, o vinho servido será sempre o mesmo. A participação está aberta a todos os apaixonados e curiosos do vinho, que para tal apenas têm que se deslocar a um dos locais aderentes no seu horário de funcionamento após as 18h e aceitar o desafio de descobrir um Vinho do Algarve. Os aderentes são o Restaurante Peixarada, o D&N Lifestyle Lounge, o Bar do Kim, o FAINA, o Restaurante Humberto´s, o Café BrasilMarisqueira, o W-wine food&friends, a Taberna de Portimão, o Restaurante Zizá, 99

O Mata-Porcos, o Forte & Feio, a Maria do Mar e o Restaurante Safari. De referir que, no Algarve, existem quatro regiões que produzem vinho com Denominação de Origem, designadamente Lagoa, Lagos, Portimão e Tavira. Os vinhos regionais da região algarvia caracterizam-se por serem macios, pouco acídulos e ligeiramente alcoólicos, sendo os tintos de cor definida ou granada e os brancos de cor palha. O que mais distingue a região do Algarve é a sua localização única, de influência mediterrânea e atlântica e a grande diversidade de solos, que conferem características especiais aos vinhos produzidos. Atualmente, esse número mais que duplicou, com 35 produtores certificados e 1,2 milhões de litros. «O Algarve num Copo» é uma iniciativa da Teia D’Impulsos que conta com o apoio da Câmara Municipal de Portimão, da Junta de Freguesia de Portimão e da Comissão Vitivinícola do Algarve . ALGARVE INFORMATIVO #146


ATUALIDADE

REGIÃO VITIVINÍCOLA DO ALGARVE JÁ TEM LABORATÓRIO DE ENOLOGIA

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ntegrado no projeto «Algarve Wines & Spirits», cofinanciado pelo CRESC Algarve/Portugal 2020, e promovido pela Comissão Vitivinícola do Algarve, foi implementado em meados de fevereiro o primeiro Laboratório de Enologia do Algarve, localizado nas instalações da CVA em Lagoa, estando apto para a realização de análises ao Vinho Terminado (pronto para consumo); Mosto (vinho em fase de produção); e Vindima (maturação da uva). ALGARVE INFORMATIVO #146

Estes três tipos de ensaios estão disponíveis não só para os produtores, como para qualquer entidade pública ou privada que o solicite, através do preenchimento de um boletim de análises e entrega da respetiva amostra, recebendo depois os resultados por via eletrónica. O Laboratório está dotado com modernos e funcionais equipamentos, baseados na análise das amostras por Infravermelhos (FTIR), tecnologia que permite uma boa 100


otimização de custos de operação e manutenção, sendo adequada para obtenção das informações críticas para uma enologia cada vez mais técnica e que necessita de dados rigorosos, desde os níveis de acidez, de PH, ou de açúcares, para a tomada de decisões que se refletem em vinhos de qualidade superior. “Veio colmatar uma aspiração do setor pois não existia qualquer laboratório deste género na região. Os produtores terão assim uma ferramenta disponível, em tempo útil, para a determinação analítica dos ensaios necessário à gestão das suas produções”, comenta o presidente da CVA, Carlos Gracias. Os produtores algarvios mostram-se bastante recetivos ao Laboratório, destacando sobretudo a rapidez e proximidade, como é o caso de João Mariano, da Quinta da Penina. “Apesar

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de ter uma avença com outro laboratório, este não é da região e tem sempre uma demora acrescida na obtenção de resultados, o que o da CVA vem colmatar”, refere, enquanto Mário Santos, produtor da Quinta da Tôr, destaca: “Poder acompanhar os vinhos e a uva quase no momento é um fator importante para uma viticultura e enologia de sucesso”. Francisco Serra, presidente da CCDR Algarve e gestor do CRESC Algarve 2020, realça as mais-valias e importância regional do Laboratório para a região. “Potenciar a transferência de conhecimento para as empresas do setor vitivinícola e garantir a qualidade e segurança dos produtos regionais são determinantes para o desenvolvimento do setor agroalimentar, identificado como domínio emergente na Estratégia de Especialização Inteligente” . Fotos: Vico Ughetto/CVA

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o dia 24 de fevereiro, o Club BTT Terra de Loulé apresentou a sua equipa para a época de 2018, que defenderá o nome do concelho louletano mais uma vez com a designação de «BTT Loulé / Elevis», segundo revelou o presidente da Direção Sérgio Martins. O Club BTT Terra de Loulé continua a ser o clube de ciclismo com maior número de filiados em Portugal e com atletas filiados em duas federações (Federação Portuguesa de Ciclismo e Federação Portuguesa de Orientação), sendo conhecido pela grande aposta ao nível da formação de atletas. Tem, inclusive, a maior escola de ciclismo do país e uma das maiores da Europa, dedicada quase em exclusividade à prática do BTT. Conta atualmente com cerca de 60 formandos com idades compreendidos entre os 4 e os 18 anos. A apresentação teve lugar na Cerca do Convento, em Loulé, e contou com a ALGARVE INFORMATIVO #146

presença de sócios, pais de atletas, patrocinadores e entidades oficiais, entre as quais o Presidente e Vice-Presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo e Pedro Pimpão, o Chefe de Divisão de Desporto, Eduardo Pires e os presidentes das Juntas de Freguesia de São Clemente, São Sebastião e da União de Freguesias Querença-Tôr-Benafim, e presidentes de clubes e coletividades do concelho. No final da apresentação cantaram-se os parabéns e partiu-se o bolo comemorativo do 17.º aniversário deste clube, que se celebrou no dia 19 de fevereiro. A equipa «BTT Loulé / Elevis» parte para a época de 2018 com o objetivo de melhorar os excelentes resultados obtidos em 2017 nos campeonatos de Escolas/Formação, Cross-Country Olímpico (XCO), CrossCountry Maratonas (XCM) e Orientação (OriBTT), tanto a nível regional como nacional.

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SALIR VAI TER ESPAÇO DESTINADO À DINAMIZAÇÃO DO ARTESANATO E PRODUTOS LOCAIS

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or iniciativa do Município de Loulé e da Junta de Freguesia de Salir vai ser inaugurada, no dia 4 de março, domingo, às 10h, um espaço destinado à divulgação, produção e comercialização de artesanato e produtos locais, como forma de valorizar o interior rural de Loulé que preserva saberes transmitidos ao longo de gerações, associados à produção artesanal. Utilizando o espaço disponível no edifício da antiga Escola Primária de Salir, localizado no centro da vila, onde já funciona o Posto Municipal de Turismo e o Centro Brito de Carvalho/Associação In Loco, este espaço irá funcionar de segunda a sexta-feira, entre as 10h e as 16h, e no primeiro domingo de cada mês, dia em que se realiza o Mercadinho, entre as 10h e as 13h. O funcionamento do espaço será assegurado por artesãos e produtores a trabalhar ao vivo, proporcionando a realização de oficinas e encontros tendo em vista a transmissão de saberes, experiências e promoção de valores culturais do território. Paralelamente, com o início do funcionamento deste 103

espaço, o Posto Municipal de Turismo passará a disponibilizar uma visita orientada na vila de Salir, com o intuito de dar a conhecer os elementos mais relevantes do património cultural material e imaterial da vila, bem como a sua envolvente natural e a paisagem humanizada. No dia de abertura deste espaço, pelas 9h, terá início o «Mercadinho da Horta» (dependente das condições meteorológicas). Pelas 10h decorre a inauguração do Espaço de Artesanato e Produtos Locais. Às 10h30, está prevista uma visita e percurso pedestre na vila de Salir (também dependente das condições meteorológicas) .

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ATUALIDADE

APROVADO FINANCIAMENTO DA ESTRUTURA DE SALVAGUARDA DO CORDÃO DUNAR DA PRAIA DE ALTURA

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oi aprovado e assinado o contrato de cofinanciamento da implantação de uma estrutura de salvaguarda do cordão dunar da Praia de Altura, no âmbito do PO SEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos), Portugal 2020, cofinanciada a 75 por cento pelo fundo de coesão, a fundo perdido. Do contrato de financiamento, aprovado por unanimidade pela Câmara Municipal de Castro Marim, consta uma componente não elegível, ou seja, não comparticipável, correspondente à iluminação e ao mobiliário, por não ter enquadramento nos objetos específicos do aviso. O cordão dunar da Praia de Altura consiste na elevação de um passadiço entre a nova praia vigiada da frente mar de Altura, a abrir em 2018, a Praia da Verde Lago, e a Praia da Lota (Manta Rota - Vila Real de St. António), cerca de mil e 500 metros, com uma largura de três metros, que serpenteará o sistema dunar, sobrelevando-se na Ribeira do Alámo, mas abraçando os apoios de praia a enquadrar na frente-mar. A elevação desta infraestrutura promove a redução da erosão costeira, uma vez que garante ALGARVE INFORMATIVO #146

o não pisoteio, bloqueia a ação do homem sobre as zonas de proteção, fomenta a estabilização de areias para a formação de dunas e possibilita a instalação de vegetação natural, restabelecendo assim a dinâmica do habitat dunar. Esta intervenção envolve também a reconstrução de quatro acessos à praia, já existentes, e a construção de um novo, estimando-se o total do investimento em 936 mil e 91,30 euros. Este projeto foi realizado sob orientação e com protocolo com a Agência Portuguesa do Ambiente e em conformidade com a dinâmica sedimentar do respetivo cordão dunar. Trata-se de um projeto de interesse geral que garante a sustentabilidade da fruição tão desejada daquela zona, e que contribuirá para a dinamização económica no maior respeito aos valores ambientais .

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PRODUTORES DE VINHO DO ALGARVE COLOCADOS NO MAPA

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pós a apresentação do projeto no final em 2017, a CVA – Comissão Vitivinícola do Algarve realizou a primeira distribuição do Mapa dos Produtores da Região Vitivinícola do Algarve, no stand do Turismo do Algarve na BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa, no dia 28 de fevereiro. O Mapa da Região Vitivinícola, tem uma tiragem de 10 mil exemplares e estará em distribuição em diversos locais da região ligados ao setor e à promoção turística, constituindo uma ferramenta útil para que os interessados consigam visitar as adegas e respetivas vinhas, como usufruir dos serviços associados (loja, restauração, etc.), que vão sendo também uma aposta maior dos produtores para rentabilizam os seus negócios e respetivos espaços, uma vez que boa parte deles têm excelentes condições para a receção de eventos, turistas ou grupos locais. Carlos Gracias, presidente da CVA, referiu durante a sessão de apresentação na BTL que o mapa contém 34 produtores, distribuídos por oito concelhos, constando, para além dos contatos, as coordenadas GPS e valências disponíveis, sendo o acesso à informação online agilizado com a disponibilização de QR codes. Já o presidente da Região de Turismo do Algarve, Desidério Silva, 105

destacou que “são iniciativas como estas que ajudam a proporcionar uma experiência mais agradável aos visitantes do Algarve, sobretudo na vertente do Enoturismo, que está a crescer na região e que para isso se deve também a qualidade dos vinhos e do trabalho dos seus agentes económicos”. O Mapa Vitivinícola está também acessível online a partir de www.cvamobile.plotbiz.com, sendo uma parceria com a empresa Plotbiz, que tem na sua carteira a publicação de vários outros mapas do Algarve. Para Artur Gonçalves, o CEO da empresa, a grande mais-valia do produto é que “coloca os produtores do Algarve no mapa, tornando possível que sejam encontrados de forma simples e expedita”. Foto: Vico Ughetto/CVA ALGARVE INFORMATIVO #146


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