Jornal olhar 37 1ª edição

Page 1

FAZENDO ARTE

Sem recursos, projeto pode deixar de atender mais de 1500 estudantes

pág.6

FALTA APOIO...

Depois de 15 anos atendendo a crianças e adolescentes da rede pública de Divinópolis, projeto corre o risco de acabar.

GUARANI: a caminho da elite

pág. 3

O time voltou a despontar no futebol do interior mineiro. Terminou a primeira fase do Módulo II em primeiro lugar e precisa de duas vitórias contra o Uberaba para garantir o acesso à divisão de elite. Uma equipe que enche de esperança o coração do torcedor!

pág.10

RUGBY: da Inglaterra ao Brasil

Nesta edição, a reportagem aborda uma modalidade esportiva pouco conhecida, mas que reúne cada vez mais simpatizantes, o rugby. O esporte é originário da Inglaterra e é uma variação do conhecido futebol de campo. Ele traz ao Brasil a rigidez e a disciplina dos ingleses.

ALIMENTAÇÃO: distúrbios silenciosos

pág.13

Os distúrbios alimentares estão cada vez mais presentes no dia a dia e afetam pessoas de todas as idades. Por ser um problema silencioso, muitas vezes, não é percebido e pode gerar danos sérios à saúde. Saber identificá-los é o primeiro passos para o tratamento.


Olhar

2

editorial

Este jornal traz olhares distintos sobre a região mineira cujo código de área é o 37. Daí, o nome escolhido pela turma do 5º período de Jornalismo para a publicação deste semestre,. Nesta edição, esporte, cultura, curiosidades e saúde foram as editorias trabalhadas e, para cada uma delas, foi definido um nome específico que buscou aliar a temática aos vocábulos relacionados à cultura e à linguagem coloquial da região. A composição gráfica de cada editoria foi definida pelos estudantes responsáveis por ela e, com isso, a diversidade de olhares e formas também se fez presente.

37

Esporte

Cultura

Curiosidades

Saúde

“VAGÃO ESPORTIVO” é a editoria que traz informações sobre o esporte em Divinópolis e região. O termo “vagão” se refere a uma das partes que compõem as locomotivas, elemento importante da história regional.

Cultura é identidade, a particularidade de cada povo, região. É nela que se manifestam as mais diversas expressões enraizadas na sociedade. As pinturas, as artes, os cantos, os escritos etc., não marcam apenas épocas, mas também as caraterísticas e traços daquela população. Buscar a cultura é encontrar a face de um povo e, assim, fomos atrás da identidade divinopolitana. Daí, o nome da editoria: ROTAS CULTURAIS.

Uma editoria eclética e descontraída. A escolha do nome se deu a partir da junção de uma expressão muito popular entre os mineiros, o UAI, com a palavra CURIOSIDADES que caracteriza a editoria. Ela é, pois, uma pausa na correria do dia-a-dia para ler sobre diversos assuntos, do chocolate ao vôlei, do rugby ao crossfit, e a paixão do divinopolitano, o Guarani.

A expressão “SÔ DOUTOR” foi utilizada para nomear a editoria. O objetivo foi realçar e valorizar o modo popular e carinhoso como as pessoas se referem ao médico. Os assuntos focaram problemas que afetam os jovens com frequência.

Cercada por árvores e às margens do Rio Itapecerica, uma das suas principais características é a qualidade de vida dos cidadãos. Por onde se anda, é possível ver pessoas de todas as idades caminhando ou fazendo atividades físicas, torcendo pelo Guarani ou nos torneios entre as faculdades. Após quatro anos de “vacas magras”, o Guarani voltou a despontar no futebol do interior mineiro. Terminou a primeira fase do Módulo II em primeiro lugar e precisa de duas vitórias contra o Uberaba para garantir o acesso à divisão de elite. Uma equipe que enche de esperança o coração do torcedor! Já a UEMG - Divinópolis acaba de ganhar mais uma atlética. Dessa vez, a Atlética de Comunicação Social (A.A.A.C.S.U.D) entrou para fazer parte da integração na unidade. Com intuito de unir os alunos dos cursos de Jornalismo e Publicidade e Propaganda com os demais e fomentar a prática esportiva, a Atlética apresenta um projeto que vai motivar os participantes. A matéria sobre as atividades físicas na terceira idade foi surpreendente, pois foi possível a construção de uma história através dos relatos de um senhorzinho que caminhava pela praça, e o quanto a atividade física foi essencial para uma nova maneira de viver.

Diego Terloni, Luciano Vidal e Luísa Henriques

Em Divinópolis, há diversos movimentos e eventos culturais. O maior deles? A DivinaExpo, maior rodeio de Minas e o segundo maior do Brasil. Na reportagem sobre a 48ª DivinaExpo, o grupo foi além de divulgar as atrações do famoso Rodeio de Divinópolis em 2018, pois contextualizou o evento desde os shows até as montarias e competições que o compõem. A cor predominante da matéria é a vermelho, oficial da DivinaExpo que também aparece na logo do evento. Já na matéria sobre o Projeto Fazendo Arte, as cores utilizadas nas fontes foram em tons de azul, verde e roxo para combinar com as fotos utilizadas. O projeto é de grande importância para a cidade por acolher diversas escolas e como pode acabar devido à falta de incentivo, pensamos que divulgar o problema seria uma forma de realizar uma crítica. Com a matéria sobre o PodGiz, a cor verde foi incluída para lembrar os quadros existentes na sala de aula. O título traz os elementos presentes na concepção da matéria – o giz e a palheta – remetendo à escola e à música respectivamente. O elemento gráfico presente no texto sobre o Plano Piloto também foi escolhido com base no próprio título: o avião de papel e o piloto. Giovanna Cabral, Júlia Sbampato, Lucas Assis e Matheus Augusto

Chocolates gourmet tomam conta do cenário gastronômico na época da Páscoa e conquistam o bolso do consumidor que sofre com a alta no preço do produto. Em contrapartida, para queimar as calorias adquiridas na época mais doce do ano, vamos falar sobre o crossfit, a nova moda entre os amantes de academia. Levantamento de peso, agachamentos, exercícios funcionais e de resistência muscular, garantem um condicionamento físico aprimorado e uma melhor qualidade de vida. No UAI CURIOSIDADES você também encontra notícias e novidades sobre os esportes tradicionalmente praticados, como o vôlei e o futebol. Há também uma matéria completa sobre o time mineiro de vôlei, o Sada Cruzeiro e suas conquistas no esporte e, ainda, uma história bem curiosa que aconteceu com o Guarani, time de Divinópolis, que garantiu a vitória do bugre.

A primeira matéria apresenta alguns distúrbios alimentares, relacionando-os ao início na adolescência e trouxe a opinião de um profissional para apresentar o tratamento eficaz para tais transtornos. A segunda matéria mostra os riscos que as dietas malucas trazem para a saúde, principalmente, a dos jovens. Buscou realçar também que elas não são solução para o emagrecimento. Já a terceira matéria abrange as consequências que os distúrbios do sono podem causar à saúde, em especial, na adolescência. Para esclarecimento das dúvidas, conversamos com um psicanalista. A quarta matéria, por sua vez, expõe os resultados negativos derivados do consumo de maconha e uma psicóloga foi entrevistada para explicar os riscos. O grupo optou por uma composição visual que, ao mesmo tempo, trouxe impacto e leveza para as reportagens. Camila Almeida, Cássia Xavier, João Victor Silva, Maira Lima

Você confere também uma reportagem completinha sobre uma modalidade esportiva pouco conhecida, mas que reúne cada vez mais simpatizantes, o rugby. O esporte é originário da Inglaterra e é uma variação do conhecido futebol de campo. Ele traz ao Brasil, a rigidez e a disciplina dos ingleses. Lucas Alcântara, Ana Luiza Avelar, Júlia Serra, Jade Fagundes, Lethícia Monteiro e Paulo Vitor

EXPEDIENTE Jornal Olhar 37 - Ano 1 – nº 1 - Março/abril de 2018 – Curso de Jornalismo – Disciplina: Cobertura Jornalística e Redação IV – Pauta, produção, reportagem, fotografia e editoração gráfica: estudantes do 5º período de Jornalismo da UEMG - unidade Divinópolis – Marca gráfica e jornalista responsável: Daniela Couto (MG9.994JP).

UEMG Divinópolis - Edição 1 – nº 1 – 5º Jornalismo - Março/abril de 2018


3

vagão esportivo

Esperança: Guarani empolga torcida um ano após campanha dramática Diego Terloni

Abril de 2017. A torcida do Guarani de Divinópolis comemorava a desistência do Formiga no Módulo II do Campeonato Mineiro, já que com a saída da equipe, o Guarani garantia a sua permanência na segunda divisão. Com apenas duas vitórias em dez jogos, os divinopolitanos sofreram na luta contra o descenso.

Os comandados do técnico Gian Rodrigues seis pontos de distância para a primeira equipe fora da zona de classificação para a próxima fase. Em dez jogos, foram 22 pontos anotados em 7 vitórias, 1 empate e 2 derrotas.

CAMPANHA DO BUGRE EM NÚMEROS

Há oito anos o Guarani conquistava pela última vez um título em sua galeria de troféus, levantava o título do Módulo II. De lá para cá, lutou contra o descenso, almejou e conquistou uma vaga na Série D, até ser rebaixado novamente em 2016, quando terminou na 11º colocação.

2 DERROTAS

Um ano depois, nem o mais otimista torcedor do Bugre imaginava a ascensão da equipe. Após perder o principal patrocinador máster, uma rede de supermercados que atua no Centro-Sul do estado, a expectativa era de uma temporada mais Manuel Pereira Torres, 65, acompanha o estável. Bugre desde os anos 50 e espera reviver Em 2018, o Guarani perdeu apenas uma os tempos áureos da equipe. “Para quem partida no Módulo II e garantiu a clas- nasceu e cresceu nos bairros Niterói sificação para as semifinais com folga. e Porto Velho é um orgulho ver o time Como terminou a primeira fase na lide- da nossa cidade disputando títulos. Esse rança, tem o direito de decidir todas as sentimento do torcedor estava deixado partidas decisivas, incluindo a possível de lado, a gente que tanto se acostumou final, no Waldemar Teixeira de Faria, o vendo o Guarani lutar pra não cair, vai renovando a esperança”, comentou. Farião. Mais de 2.500 pessoas estiveram na casa do Bugre para empurrar a equipe que venceu o Betinense na quarta-feira (28) por 2 a 1. O destaque ficou para o meio-campo Leomir, o principal armador da equipe divinopolitana anotou o quarto gol na competição em nove jogos.

11 JOGOS 7 VITÓRIAS 2 EMPATES

DESTAQUES LEOMIR: O carioca Leomir Soares Cruz, 30, está ganhando espaço na campanha da equipe de Divinópolis. Canhoto de origem, anotou quatro gols no Módulo II do Campeonato Mineiro. Tem a competência de comandar o trio de ataque, olho nele! PEDRINHO: Artilheiro da segunda divisão, marcou cinco gols. Com 23 anos, o atacante acumula passagens pelo Internacional (Sub20), Boa Esporte, URT, Patrocinense e equipes do interior de Goiás.

MAGALHÃES: Thiers Dewey Magalhães, o belo-horizontino de 28 anos atua no lado esquerdo do campo. Conhecido por apoiar o sistema ofensivo, já marcou três gols na campanha do Bugre. O jogador já passou por vários clubes A Federação Mineira de Futebol colocou do interior do estado como Betinense, Ipatinga, Tupi, Boa Esporte e Uberlândia

os jogos da equipe de Divinópolis como mandante nos sábados à tarde, ou, em dias de semana, por volta das 19 horas. O horário tem agradado os torcedores, já que favorece a presença de famílias no Farião.

UEMG Divinópolis - Edição 1 – nº 1 – 5º Jornalismo - Março/abril de 2018


vagão esportivo

4

UEMG-Divinópolis ganha mais uma atlética O “Taz” é o mascote da Atlética

Luciano Vidal

Presente na maioria das faculdades do país (privadas, estaduais ou federais) as atléticas formam times com alunos dos cursos que compõe cada uma. A intenção é buscar unir os alunos da faculdade através de práticas esportivas e festas. Cada atlética é responsável por criar o seu estatuto e nele embasar-se para seguir de forma legal as atividades realizadas. O curso de Jornalismo juntou-se ao curso de Publicidade e Propaganda para formar a Atlética Acadêmica de Comunicação Social. A UEMG já contava com as atléticas dos cursos de Engenharia e Educação Física, agora Comunicação fará parte do legado. O presidente Lucas Roquete, aluno de Publicidade, avalia como primordial essa criação para unir os alunos dos cursos

Luísa Henriques

participantes e até mesmo com os demais neca, regata, óculos, entre outros produtos da faculdade, tendo em vista que jogos e que serão comercializados com ao logo da festas estão programados no cronograma atlética. de elaboração da Atlética. O mascote é o “Taz”, o Diabo da Tasmânia, Bruno Marques, aluno de Engenharia e ilustre personagem do desenho animado, participante da Atlética, classifica o seu que fez parte da infância de diversos parenvolvimento com o time de futsal mas- ticipantes da atlética. O desenho ganhou culino como algo afetuoso e que traz um destaque no país quando o SBT passou espírito de batalha: “Jogar no time da atlé- a exibi-lo todas as manhãs no desenho tica é algo que eu sempre tive vontade. “Looney Tunes”, sucesso de audiência na Quando cheguei em Divinópolis a atlética emissora. Marcos Vinícius, responsável estava apenas começando, dois anos de- por gerenciar a área de marketing, diz que pois ela já avançou bastante e virou minha a ideia é trazer o Taz em uma nova versão: paixão. Jogo cada jogo como se fosse o úl- “Queremos que as pessoas lembrem-se do timo para honrar o time”, completa Bruno. personagem, mas não da forma como era nos desenhos, pois se trata de uma atlétiA atlética de Comunicação Social pretende ca, e temos que fazer algo diferente. Logo, criar times masculino e feminino de futsal. o colocamos um com um tom mais jovial”, O empecilho que pode aparecer é o peque- completa Marcos. no número de atletas que se interessam a participar da modalidade. No entanto, os Além disso, a delegação da atlética gaintegrantes prometem se desdobrar para nhou o nome de “Infernal”, pois, segundo conseguir formar um time competitivo e o presidente, é o nome que se remete ao que participe de competições. Além disso, Taz, tendo em vista que é o Diabo da Taso handebol será outra modalidade que fará mânia. parte da atlética, sendo a pioneira na faculdade a ter time nesse esporte. O time de futsal masculino terá treino toda sexta-feira, às 14 horas, na quadra da Roquete ainda diz: “Teremos muito tra- faculdade UEMG. Todos os alunos de Jorbalho, tudo dá trabalho. Qualquer coisa nalismo e Publicidade e Propaganda estão que vamos fazer demanda verba. Então convidados a participar da seletiva para o primeiro passo é arrecadar fundos com jogar pelo time da nova atlética. vendas de produtos da atlética.” Dentre os produtos estão camisas, samba calções, ca-

Novos caminhos traçados pela terceira idade

Marco Antônio amarra seu tênis e pega seu radiozinho, se olha no espelho e ajeita o aparelho em sua blusa, o fixando bem para que não o atrapalhe durante o exercício. Saí de casa e caminhando vai em direção à Praça da Bíblia, localizada na Avenida Paraná no bairro Bela Vista, em Divinópolis. Ao chegar à pracinha lotada, ele caminha até os aparelhos físicos e começa a se alongar, logo depois começa os exercícios seguidos de uma caminhada que dura em torno de 25 minutos - essa se tornou a rotina do aposentado que há um ano decidiu mudar seus hábitos após seus exames estarem todos alterados. “Eu costumava não fazer nada, mas agora não consigo ficar um dia sem vir aqui e fazer pelo menos uma caminhada, já fiz até amigos aqui. É ótimo para a cabeça e para escutar o rádio também né?”. O radiozinho de seu Antônio fica sintonizado em músicas e futebol. “Às vezes, gosto de escutar o Padre Reginaldo também, mas isso é de manhã”.

O seu Marco Antônio representa a nova geração de idosos que se preocupam com as atividades físicas e em manter a saúde, seja fazendo uma pequena caminhada ou usando os aparelhos públicos espalhados pelas praças da cidade, além de espaços recreativos destinados aos idosos.

do eles ficam mais inquietos, eles ficam brincando nos aparelhos ou correndo e eu aproveito para fazer uns exercícios também, tem que manter o peso e a saúde”. Ana Paula Santos, educadora física, afirma a importância de atividade física e mental para a terceira idade. “Além de melhorar a coordenação motora, equilíJá Maria de Lourdes fica com os netos du- brio e memória, há um aumento na autorante o dia e aproveita para fazer exercí- estima também, idoso deixa de se sentir cios enquanto eles brincam na pracinha. inválido”. “Eu costumo trazer eles à tarde, quan-

UEMG Divinópolis - Edição 1 – nº 1 – 5º Jornalismo - Março/abril de 2018


5

rotas culturais

PROJETO PLANO PILOTO:

VOOS PARA QUEM TEM ASAS

GIOVANNA A. CABRAL Quem aí se lembra do clássico filme Escola de Rock? O longa americano de 2003 tem como protagonista Dewey Finn, interpretado pelo ator Jack Black, um cantor e guitarrista que por um grande acaso se torna professor substituto em uma escola do ensino fundamental. Quando descobre o talento musical de seus alunos, ele forma uma banda para vencer um concurso na cidade. Esse filme, que foi um sucesso dos anos 2000, sempre nos faz pensar o quanto a música pode mudar a vida das pessoas, principalmente de crianças e adolescentes. Em Divinópolis, a vida imita a arte graças ao professor Eduardo Maia que desde que começou a lecionar, há aproximadamente 15 anos, faz questão de ter seu violão para incrementar sua didática. “O violão sempre foi uma ferramenta que eu levava para dentro de sala, se as os meninos tivessem participado, tivesse e as aulas tivessem sido legais, no fim da semana tinha violão”, conta o professor de língua portuguesa. Foi com essas aulas diferenciadas que Maia passou pela mesma situação de Dewey: descobriu os talentos musicais de seus alunos. “Eu comecei a perceber: ‘ah aquele aluno ali é afinado,

canta bem. Ah, aquela menina ali toca violão’ e começaram a aparecer os alunos que já tinham alguma habilidade com a música.” Com isso, o professor (que não é charlatão como o do filme) pensou no quanto a música teria a acrescentar na vida dos estudantes e teve a ideia de começar a formar pequenos grupos entre os alunos que tinham alguma afinidade artística.

mais grata. “Desde pequena, eu sempre gostei muito de cantar e o Eduardo me deu a oportunidade de poder cantar com instrumentos com outras pessoas que estão no ramo da musica também, que tem o mesmo sonho que eu”.

Piloto, que há quase três anos é palco para as apresentações de jovens músicos para um público mais amplo. Maia conta que o nome do projeto é referência à oportunidade que os alunos têm de seguir sozinhos. “De certa forma, eu dou o ponta pé, mas depois o menino que vai levantar voo sozinho. Então, o máximo que eu faço é aproximar esses alunos que já possuem certa habilidade musical”. E é por isso que Sophia Couto, 18 anos, se sente

além das escolas em que trabalha. “Eu acho que a música, quem gosta de ouvir, quem toca algum instrumento, quem de alguma forma tem um dialogo bacana com a musica é um tipo de pessoa que pode ir além”. O Plano Piloto dá espaço para os jovens músicos se apresentarem, mas vai muito além disso. Para Rafael Aguiar, 14 anos, a oportunidade é também uma forma de estar junto de pessoas interessantes. “O mais legal é sentir que

E como no filme, o final do projeto de Maia gera nas crianças e adolescentes participantes uma grande aprendizagem, e é por isso que o músico-professor tem Assim nasceu o Projeto Plano o desejo de expandir a ideia para

UEMG Divinópolis - Edição 1 – nº 1 – 5º Jornalismo - Março/abril de 2018

a gente faz parte de um todo. Em cada ensaio, a gente vai se aproximando cada vez mais e no final de casa apresentação a gente vê o que a gente conquistou junto”. Não há dúvidas de que a música é instrumento de revolução e acoplada à educação, ela tem poderes ainda maiores. Eduardo Maia colabora para a construção de um rico repertório cultural com seus alunos. Por ser professor de linguagens, costuma apresentar músicas que fazem parte da cultura popular clássica, e associa também momentos performáticos com poemas. “A primeira apresentação foi de músicas variadas e poemas de Manoel de Barros. Aí depois eu pensei em começar introduzir música boa. Foto: Divulgação/Plano Piloto. Aí, nós fizemos um espetáculo tocando só Beatles e outro tocando Legião Urbana com poemas de Ferreira Goulart”. Eduardo Maia é um ponto fora da curva no sistema educacional, são essas atitudes transformadoras que constroem os cidadãos. É algo que não possui incentivos governamentais e são projetos de grande importância para a sociedade como um todo e a cidade de Divinópolis só têm a lucrar com essas atitudes.


rotas culturais

6

Projeto Fazendo Arte pode virar apenas história em Divinópolis Após 15 anos, ele deixou de ser contemplado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura e a cidade pode ficar sem as oficinas de arte

JÚLIA SBAMPATO

Divinópolis é uma cidade no interior de Minas Gerais, localizada na região Centro-Oeste do Estado e apesar de ter mais de 200 mil habitantes, ela perde, a cada dia que passa, mais projetos. Um exemplo que podemos destacar é o Projeto Fazendo Arte, que após 15 anos de realizações deixou de ser contemplado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura. O Projeto Fazendo Arte teve início em 2001 com 200 crianças e adolescentes e, desde 2003, contava com o apoio da Gerdau e da prefeitura de Divinópolis . O objetivo do projeto é estimular a arte por meio de oficinas divididas em várias modalidades como artes plásticas, capoeira, viola caipira, flauta, violão, canto, teatro, contação de histórias e danças. Um dos papéis mais importantes que o Fazendo Arte desempenha é o envolvimento artístico, cultural e social com as crianças e adolescentes em atividades que promovem, sobretudo, a inclusão sociocultural.

Segun do Neidilene Maria Pereira, o Projeto Fazendo Arte se insere na sociedade com duas finalidades bem distintas e interligadas: a experiência artística e o desenvolvimento humano. “A vivência com a prática revela que a arte tem o potencial de cumprir uma função social de desenvolvimento humano que começa pelas oportunidades de acesso à fruição e à produção cultural”, afirma Neidilene. Segundo a coordenadora do Projeto Fazendo Arte, Lenir de Castro, um dos principais objetivos é levar o projeto aos estudantes da rede pública, sobretudo os de baixo poder aquisitivo. “Buscamos realizar ações de intervenção artística, promovendo a inclusão sociocultural, educar por mediação da arte crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, estudantes moradores das periferias e rurais de Divinópolis, no intuito de ajudar a acelerar nos mesmos o sistema de aprendizagem e contribuir na educação, além de uma integração mais efetiva e

afetiva na comunidade” , te-educadores se mobiliexplicou a coordenadora. zam para o maior projeto sociocultural de DivinóLuísa Costa, de 18 anos, foi polis não parar em 2018. aluna de teatro, e decla- Lenir de Castro confirmou a rou que a interferência do dificuldade de voltar com as projeto Fazendo Arte na oficinas de arte sem recursua vida foi enorme. “Não sos financeiros. “Neste moconsigo imaginar como se- mento, Divinópolis perdeu ria se eu não tivesse tido maior e principal projeto soessa experiência, pois, foi ciocultural. Nossa proposta, e continua sendo, indescri- após 15 anos, foi rejeitada tivelmente significativa na na Lei de Incentivo à Culminha vida. É realmente tura e precisamos da ajuda essencial, e graças ao pro- de todos”, afirmou Lenir. jeto eu descobri meu amor incondicional pela arte, Desde o começo do ano, a além de ter o privilégio de coordenação do projeto se estar constantemente perto reúne com os pais explidela. O projeto me ajudou cando a situação. Os encona me descobrir, descobrir tros já reuniram mil pais e não só do que eu gosto e o responsáveis pelos alunos. que me faz bem, mas a des- “Estamos comunicando os cobrir como eu sou”, conta. pais dos alunos a falta de apoio. Em uma das reuniLEI ESTADUAL DE IN- ões, nos encontramos com CENTIVO À CULTURA 100 e, em outras, com mais Após 15 anos, o Projeto Fa- 200 e assim já mobilizazendo Arte deixou de ser con- mos os pais para nos ajudar templado pela Lei Estadual nesta caminhada. Estamos de Incentivo à Cultura. Sem buscando alternativas para recursos para manter as ofi- não deixar o projeto parar cinas, 1,5 mil crianças e ado- neste ano. Estamos atrás lescentes podem ficar sem as de apoiadores, empresas, oficinas de arte. Coordena- poder público, pessoas, insção, entidades, ex-alunos, tituições que simpatizam e familiares dos alunos e ar- acreditam nesta ferramen-

UEMG Divinópolis - Edição 1 – nº 1 – 5º Jornalismo - Março/abril de 2018


7

rotais culturais

ta que é uma grande alia- Antes das atrações, o projeda na transformação socio- to apresentou os educadores, cultural”, avaliou Lenir. equipe, parceiros e apoiadores do projeto ao público. Últimas apresentações Após a breve apresentação, Em outubro de 2017, o Pro- subiram ao palco do festijeto Fazendo Arte levou val os jovens da oficina de uma multidão à Praça da teatro musical, depois suCatedral no 3º Festival de biram alunos de dança folArte. Foram quase três ho- clórica, hip-hop, percussão, ras de espetáculos e 27 apre- canto, viola caipira e violão. sentações artísticas dos jo- Deixando de ser contemvens das oficinas do projeto. plada pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura, Famílias, amigos e admira- Divinópolis infelizmente dores conferiram as apre- se aproxima de um futuro sentações que movimenta- incerto e com falta de moram a cultura da cidade. mentos especiais como este.

O essencial neste momento é que a população se una e que os políticos e representantes da cidade percebam a importância da arte e cul

tura na cidade e apresentem seu apoio, para que o Projeto Fazendo Arte não termine, abandonando milhares de crianças e adolescentes. Foto: Jornal Gazeta do Oeste.

Giz e palheta: instrumentos para aprendizado Professores de Divinópolis se unem para levar música e educação às escolas MATHEUS AUGUSTO

Com uma geração cada vez mais dinâmica e, ao mesmo tempo, facilmente distraída, uma aula em que a mão do professor(a) só segura um giz é considerada “chata”, “tradicional” (palavra considerada o contrário de moderno nos dias de hoje). É preciso dinamizar as aulas para ter a atenção dos estudantes. Trazer elementos culturais para dentro da sala de aula parece ser a alternativa mais

precisa. Séries, filmes, músicas, atividades em grupo etc. Esses elementos contribuem para fugir do quadro e giz. Os professores passam a ter então duas funções, não apenas de ensinar e gerar uma relação de troca de conhecimento, mas também de despertar o desejo do aluno em aprender e participar dessa relação de troca. Há diversos projetos que buscam aproximar o aluno e a escola, como a implementação de teatro, feiras de ciências e tam-

bém trazendo a música para dentro das salas de aula. Música é quase uma unanimidade, todos gostam, variando apenas o gosto de pessoa para pessoa. Por que então não trazer essa ferramenta para ajudar no ensino e na compreensão do aluno? Essa foi a ideia de um grupo de professores, em Divinópolis, que formaram uma banda com intuito de mostrar que o ensino e o aprendizado não precisa

ser um processo maçante. A banda Pod Giz leva músicas com conteúdo didático às escolas públicas da cidade através do projeto Intervalo Cultural, através da lei Municipal de Incentivo à Cultura. A musicalidade torna o aprendizado mais divertido. O projeto foi crescendo gradativamente, começou dentro das escolas onde lecionam e hoje eles tocam durante o intervalo em diversas escolas pela cidade.

Participam do projeto cinco professores: Alfredo Gontijo (sociologia), Guilherme Bond Bond (música), Rogério Bond Bond (matemática), Eduardo Maia (português) e Pedro Pena (música). Os cinco se juntaram e formaram a banda, com o intuito de levar músicas sobre meio-ambiente, educação, perigos da Internet e outros temas relevantes, indo além das matérias ministradas dentro da sala de aula.

Da esquerda para direita: Guilherme, Alfredo, Rogério, Pedro e Eduardo. (Foto: Pod Giz/Divulgação)

Projetos como esses quebram a tradição do quadro e giz e da formalidade da relação entre professor e aluno. Cria-se então uma melhor relação, que os aproxima, não só os estudantes de seus professores, mas dos alunos com o conteúdo. A música é apenas umas dessas ferramentas para superar algumas dificuldades do ensino. Ser professor é ir além e abrir as perspectivas dos alunos para que eles também possam ir. E todos nós sabemos que tudo com um pouco de música é bem melhor.

UEMG Divinópolis - Edição 1 – nº 1 – 5º Jornalismo - Março/abril de 2018


8

rotas culturais

ATRAÇÕES DA 48º DIVINAEXPO SÃO DIVULGADAS LUCAS ASSIS

Divinópolis promove este ano a 48ª exposição de rodeio, o mais famoso de Minas Gerais. Os amantes de sertanejo, botina e espora aguardam durante todo o ano pelo evento que marca o aniversário da cidade. Em 2018, a edição terá início no dia 24 de maio e se estende até 3 de junho, animando a galera. Há 48 anos, Divinópolis recebe o evento que marca o aniversário da cidade, no dia 1º de junho. O rodeio não é composto apenas de shows; ocorrem também disputas de montaria, exposições de equinos e um espaço para crianças, conhecido como “Rancho do Peãozinho”. Durante a última semana do festival, uma acirrada disputa de montarias tem início antes dos shows.

Sempre narrados por gran de locutores do Brasil, os competidores têm a oportunidade de ganhar pontos dentro de uma das maiores exposições agropecuárias do país. Para a apreciação do público, equinos das melhores raças, são expostos dentro do parque de exposições e montados para com petições de marchas e morfologia. Os campeões são levados para a

principal, e não decepcionou os fãs do evento. Com shows de Simone & Simaria, Henrique & Juliano e outros grandes nomes do meio sertanejo O Rancho tem como atual, a 48ª Divinaexpo função incentivar o in- promete não decepcionar. teresse das novas gerações sobre o meio rural. Com um dia especial para As crianças se envol- clássicos do sertanejo, vem em várias ativida- como Bruno & Marrone, des, como uma disputa de e Chitãozinho & Xoromontaria em carneiros. ró, a festa promete fazer o dia 31 de maio muiA edição de 2018 já di- to especial para a vanvulgou a sua lista de guarda do estilo musical. Exposição Nacional. O “Rancho do Peãozinho” é um espaço fornecido, gratuitamente, para crianças de todas as idades.

atrações para o palco

Com shows de DJs, como Alok, as atrações também atraem diferentes estilos. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Divinópolis, Irajá Nogueira, em entrevista ao G1, “o sucesso do evento está no amor e respeito que a população nutre por ele” e agradece ao público por sempre fazer da Divinaexpo um grande sucesso ano após ano”.

(Fotos: Divulgação/DivinaExpo)

UEMG Divinópolis - Edição 1 – nº 1 – 5º Jornalismo - Março/abril de 2018


9

uai curiosidades COELHINHO DA PÁSCOA, O QUE TRAZES PRA MIM?

?

UM OVO, DOIS OVOS OU UM OVO

GOURMET

Você sabe de onde vem a tradição dos ovos de Páscoa, dos tradicionais ao gourmet? As novas opções têm ganhado o gosto popular

... Jade Fagundes A tradição de presentar as pessoas com ovos já é bem antiga, mas eles não eram de chocolate e, sim, de galinha (pode acreditar!). A prática começou no Leste Europeu e no Oriente, quando as pessoas decoravam os ovos com imagens de plantas e flores para comemorar a chegada da primavera. Os ovos também eram associados aos coelhos e às mulheres devido à fertilidade.

papel, com formato e aspecto de ovos gigantes - foram os mais comercializados. Hoje, eles ainda são campeões de venda mas, em contrapartida, outro estilo vem mudando esse cenário: os ovos gourmet. Brigadeiro, leite em pó, creme de avelã, frutas e diversos tipos de chocolates incorporam, agora, os

recheios dos ovos de colher. Eles são a nova tendência do mercado. Esses ovos surgiram como alternativas aos ovos tradicionais e, muitas vezes, têm o preço melhor. Para poder confirmar isso, basta que façamos uma comparação: Um ovo tradicional de 350 gramas de chocolate ao leite custa entre

A cultura dos ovos de Páscoa, como conhecemos hoje só foi incorporada ao calendário cristão no ano 325 d.C.. Para atrair um maior número de fiéis, os cristãos adaptavam as tradições dos povos e as inseriam no calendário religioso, incluindo aí diversos elementos, entre eles, o coelho e os ovos de chocolate. Dessa época até meados de 2014, os ovos tradicionais - embalados em

R$40 e R$50. Em comparação, um ovo gourmet de 350g, por exemplo, feito com casca de chocolate ao leite e recheado com brigadeiro de leite em pó e creme de avelã, com peso final aproximado de 650 gramas, custa entre R$40 e R$60, dependendo do recheio. Uma confeitaria em Divinópolis tem conquistado fãs da nova moda. No ramo há três anos, a proprietária do empreendimento, Letícia, conta que a procura pelos ovos de Páscoa gourmet só vem aumentando. Neste ano, ela vendeu cerca de 170 ovos dos mais diferentes sabores, com preços até R$60. Letícia ressalta também que a concorrência aumentou bastante. Desde 2015 até hoje, vários novos confeiteiros entraram no mercado. Tradicionais ou gourmet, o fato é que o comércio dos ovos estimula a economia e adoça a vida.

T: O ESPORTE DO MOMENTO NA BERLINDA I

F S

Na década de 90, os ex-ginastas norte-americanos Greg Glassman e Glassman Lauren criaram e registraram a empresa CrossFit Inc., com uma nova metodologia de treinamento composto por exercícios funcionais, de alta intensidade e com foco em desenvolver o condicionamento físico de uma forma geral, sem focar apenas em uma determinada habilidade, como acontece nos treinos tradicionais.

R C

S O

... Lethícia Monteiro

Os treinos de crossfit envolvem exercícios como agachamentos, arrancos, arremessos, exercícios aeróbios, corrida e bicicleta, paradas de mão, argolas e barras.

Recentemente o Brasil superou a marca de mais de 900 boxes afiliados de crossfit no mundo. O país é o segundo com mais locais oficiais de treino. Mas essa prática funcional ainda causa muitas dúvidas: em relação à hipertrofia, o crossfit fica atrás do treino de musculação. ‘‘A hipertrofia é o ganho de massa muscular. Com o treino de musculação, o músculo aumenta seu volume e a consequência disso é ficar mais forte e manter equilíbrio e uma melhor estabilidade do nosso corpo”, explica o personal de musculação Daniel Dani, que atua em academias de Nova Serrana.

Para ele, o crossfit é um excelente esporte para condicionamento, resistência física, definição muscular, e possui uma certa quantidade de hipertrofia, mas a musculação é o melhor esporte para ganho de massa muscular.

Mas mesmo assim, a autônoma Nathália Monteiro optou por treinos de crossfit. Para ela, o mais importante é a queima calórica que o exercício oferece. Daniel cita que todos os atletas, desde fisiculturistas até jogadores de futebol e vôlei, praticam musculação para ganho de massa muscular e aumento do desempenho em determinado esporte. Para praticar o crossfit não existe impedimento de idade, mas como em qualquer outra atividade física é necessário uma liberação médica, além do acompanhamento de um bom professor de crossfit para orientar a prática do exercício e evitar lesões.

O personal de crossfit Neo Cãibra, aponta o exercício funcional como uma ótima atividade para queimar calorias e modelar o corpo, mas lembra que por ser uma performance muita intensa, pode causar algumas lesões musculares, e quando a ativiade é feita em excesso, o corpo entra em estado de overtraining. Overtraining nada mais é que o excesso de treinamento e ocorre quando a pessoa treina de forma inadequada, sem respeitar os intervalos ou tempo de recuperação, causando dor muscular, perda de condicionamento físico, interferindo até na qualidade do sono.

O número de adeptos de crossfit cresce a cada dia e para ter um melhor desempenho os praticantes devem alinhar sequencias de exercícios com uma boa alimentação.

UEMG Divinópolis - Edição 1 – nº 1 – 5º Jornalismo - Março/abril de 2018

Perfil oficial do Facebook - CT Funcional


10

uai curiosidades

Os cinco pilares do RUGBY Conheça a dura disciplina da modalidade esportiva

... Lucas Alcântara O Brasil é um dos países que mais investe recursos financeiros no esporte. De acordo com a Forbes, em 2015 foram aplicados R$842,4 milhões somente no setor. O país conta com uma vasta opção de gêneros esportivos, sendo que o futebol é a modalidade que ganha mais destaque. O que muita gente não sabe é que esse esporte possui várias variações no seu modo de jogar e uma delas deu origem ao rugby, esporte de intenso contato originário do tradicional futebol. Conta a lenda que a modalidade surgiu depois de uma jogada irregular de futebol, na qual um aluno do colégio inglês Rugby, em 1823, teria pegado a bola com as mãos, levando-a até a área adversária. Quarenta anos após o acontecido, a modalidade foi reconhecida como esporte e passou a ser difundida pela Escócia, Irlanda, Estados Unidos, Austrália, Canadá e África do Sul. O esporte chegou ao Brasil já no século XIX e teve seu primeiro time brasileiro fundado em 1872 por H. L. Wheatley, A. MacMillan, C. D. Simmons, Amaral, Robinson e Oscar Cox, no Rio de Janeiro, Leblon, recebendo o nome de Paissandu Atlético Clube. O rugby se tornou o segundo esporte coletivo mais praticado no mundo, perdendo apenas para o futebol tradicional. De lá para cá, o rugby vem ganhando mais espaço no cenário esportivo e colecionando adeptos. Em 2016, passou a ser esporte olímpico e foi disputado por 12 times, inclusive o Brasil. O que

Por fim, o último pilar do rugby é o que faz com que o atleta siga todas essas regras do esporte. A paixão, não somente pela modalidade, mas também pela relação de amizade que os jogadores constroem dentro das quatro linhas ultrapassa qualquer regimento desportivo. “Você acaba até formando uma família de tanto que tem que jogar coletivamente para atingir o objetivo e marcar o ponto”, explicou. chama atenção no rugby não é somente sua semelhança com o futebol tradicional ou, até mesmo, a sua similaridade com o famoso futebol americano, mas a dura disciplina a ser seguida pelos jogadores, além de esforço físico e dedicação. O rugby é uma junção entre o estado físico do jogador atrelado ao regimento da categoria. O esporte é fundamentado em cinco pilares principais: integridade, disciplina, respeito, solidariedade e paixão.

extremo da seriedade pelos seus praticantes, sendo até mesmo uma desonra ao não praticá-lo. Dentro do campo, os jogadores prezam pelo respeito uns com os outros e com os técnicos, com ênfase no respeito pelo juiz, que sempre dá a palavra final. “A gente vê muito no futebol os jogadores xingando, apontando o dedo para o juiz. No rugby, independente do tamanho dos jogares - e a maioria deles são de estatura altíssima -, e mesmo o juiz estando errado, o jogador abaixa a cabeça e volta imediatamente para o lugar dele”, explicou. O juiz é auxiliado pelo quarto árbitro que acompanha todo o jogo pela televisão, revisa replays e jogadas duvidosas, dando mais credibilidade a quem apita a partida.

Para os jogadores de rugby, a integridade é indiscutível. O atleta Vinícius Alcântara, jogador do time Capitães da Areia, de Maringá, no Paraná, afirma o quão importante essa regra é para o esporte. “É jogo honesto 100% do tempo. Não tem graça você jogar trapaceando ou ficando fazendo algo que não deve e No futebol tradicional, muitas vezes, o ficar caladinho. É fair play sempre!”. talento individual garante boas jogadas ou, até mesmo, pode definir o resultaMuitas categorias esportivas pregam do de uma partida. Um dos princípios a disciplina como algo a ser levado a básicos do rugby, se tornando o seu sério pelos jogadores, no entanto, nem quarto pilar, é solidariedade, ou seja, o todas seguem fielmente o regimento jogo é disputado coletivamente o temdo esporte. No rugby, o regulamen- po todo, havendo pouquíssimos espato que rege a modalidade é levado ao ços para a individualidade.

Embora os empurrões, trombadas e disputas por forças sejam comuns no esporte, Vinícius ainda ressalta que “a violência no rugby é algo inaceitável dentro das quatro linhas. Apesar da modalidade já ser um esporte de contato, qualquer força excessiva ou violência desmedida dentro do campo é cartão vermelho na hora, não existe espaço para violência dentro do rugby”. O jogador pode pegar dois, três jogos de suspensão ou até mesmo ser banido do esporte, dependendo da sua atitude dentro do campo. Em minas Gerais, o XV Campeonato Mineiro de Rugby, administrado pela FMR (Federação Mineira de Rugby) já começou quente, com dois jogos no último dia 24 de março. Pelo grupo A, o BH Rugby enfrentou o Nova Lima Rugby, num resultado vitorioso para o time belo-horizontino (57X07). O Trinca Ferro Rugby, de Lagoa Santa, também disputou seu primeiro jogo contra a Inconfidência Rugby Club, de Belo Horizonte, porém foi derrotado pelo placar apertado de 15x14. Os próximos jogos serão disputados já no mês de Abril.

É possível enxergar sem luz! ... Rafael Lasmar O Guarani Esporte Clube é um time do interior de Minas Gerais, cidade de Divinópolis, com bastante tradição no futebol estadual. Fundado em 20 de setembro de 1930, o Guarani já obteve conquistas como o vice-campeonato mineiro, perdendo para o Cruzeiro na final, e consagrou-se campeão do Torneio Início, vencendo o Atlético-MG na final. Clubes do interior, como o Guarani, são recheados de curiosidades e fatos inusitados que só o clima de interior consegue captar, como nos conta Ricardo Lasmar.

estádio Waldemar Teixeira de Faria (Farião) de Divinópolis tinha a iluminação precária e, portanto, o campo ficava um tanto quanto escuro e, às

vezes, até difícil para se enxergar ao longe dentro dos gramados. O Farião recebeu em uma quarta-feira a noite um jogo válido pelo campeonato

mineiro. Os jogadores fizeram seu aquecimento no gramado e voltaram aos seus vestiários para a palavra final dos técnicos. Como estratégia, a diretoria do Guarani mandou instalar muitas luzes fortes no vestiário do adversário. Já o Bugre entrou para o vestiário no escuro. Isso fez seu adversário não enxergar praticamente nada no começo do jogo e, dessa forma, com 15 minutos de jogo o placar já mostrava dois a zero para o time de Divinópolis, com dois gols quase do meio campo do lateral esquerdo do time. Curiosidades como essa são comuns de acontecer, principalmente, antes da rigidez dos dias de hoje. Quem esteve no estádio no dia desse ocorrido lembra e acha engraçado como tudo aconteceu.

Ex-dentista do clube, Ricardo lembra uma história bem interessante do Bugre, como é chamado popularmente o Guarani. Na década de 1990, o

UEMG Divinópolis - Edição 1 – nº 1 – 5º Jornalismo - Março/abril de 2018


11

VÔLEI uai curiosidades

Imagem: Facebook Sada Cruzeiro Vôlei

A HEGEMONIA MINEIRA NO ESPORTE QUE MAIS CRESCE NO PAÍS ... Paulo Vitor de Souza A hegemonia do futebol no cenário esportivo brasileiro é inquestionável. O esporte mais popular do mundo é o responsável por arrastar grandes torcidas nos eventos mais populares como o Brasileirão e a Copa do Brasil. Mas, na contramão desse fenômeno, a ascensão de outras modalidades como o vôlei, tem chamado a atenção. Ele é o esporte que mais trouxe pódios para o Brasil em olimpíadas, conquistando o coração do público que enche as arquibancadas dos ginásios para acompanhar os astros nacionais e estrangeiros que disputam a Superliga Nacional. A democratização desse esporte é tamanha que muitos grupos de amigos se reúnem para bater uma “pelada” nos fins de semana. É o caso da turma do vôlei de Felixlândia, no interior mineiro. Os mais de vinte amigos se reúnem aos sábados na quadra da cidade para um momento de lazer e interação através do esporte. Segundo Miller Gabriel, 22 anos, o momento de lazer acaba por aumen-

tar o amor pelo esporte, além, de gerar visibilidade. “Nós acompanhamos bastante o esporte, uma vez que ele está sendo transmitido com certa frequência, ainda que pelos canais fechados apenas. Nossa pelada aos sábados faz com que a gente se sinta mais próximo do esporte e isso ajuda na sincronia do jogo, no trabalho coletivo, no aperfeiçoamento dos fundamentos – recepção, levantamento, bloqueio e defesa, que são a base do voleibol”, explica. Para assistir e praticar todo e qualquer tipo de esporte precisa-se de um mínimo de entendimento do mesmo. É o que vem demonstrando os seguidores do vôlei que estão cada vez mais antenados à popularidade do esporte no mundo. Perguntado sobre o vem proporcionando a democratização da modalidade, o zootecnista Luís Miguel Gonçalves, que é amante e praticante do esporte responde que – uma das melhores alternativas é o investimento econômico. Segundo ele, o investimento na base e a realização de campeonatos nas escolas não só aumenta a po-

pularidade, mas ajuda na revelação são duas forças que conseguiram de talentos. chegar até às semifinais. A equipe da capital acabou superada pelo Luís Miguel ainda faz um panora- Sesc Rio, já a equipe de Uberlândia ma no nível técnico do esporte hoje foi campeã no último domingo 22 no país, comparando-o com países de abril, ao bater a equipe do Sesc onde os campeonatos são mais ba- Rio no ginásio do Sabiazinho. dalados como a Itália. “Não somos os melhores, perdemos para a Itália, É impossível falar de vôlei sem cionde o investimento é maciço, mas tar a hegemonia mundial construífalando em termos técnicos somos da pelo SADA Cruzeiro. O projeto nós o segundo melhor país do mun- patrocinado pela familia Medioli do”, observa. consagrou-se internacionalmente pelo tricampeonato Mundial de Hegemonia Mineira Clubes (2013, 2015, 2016), pelo Em Minas Gerais, o esporte é tão di- pentacampeonato da Superliga Nafundido que o estado é visto como cional (2011-12, 2013-14, 2014-15, um dos berços do vôlei no Brasil. 2015-16 e 2016-17), além do penIsso é facilmente explicado pelo su- tacampeonato Sul-americano de cesso de clubes renomados como Clubes (2012, 2014, 2016, 2017 e o Minas Tênis Clube e o SADA 2018). O time busca o sexto triunCruzeiro Vôlei. No Campeonato fo no campeonato nacional e entra Nacional 2017-2018, Minas Gerais em quadra no sábado, 28 de abril, se destaca também pelo número de para o primeiro jogo da final contra representantes. o Sesi SP. A promessa é de uma final disputada e de muito equilíbrio. O No masculino, são SADA Cruzeiro, segundo jogo acontece no MineiMinas Tênis Clube, Montes Claros rinho no dia 06 de abril. Em caso Vôlei e o Juiz de Fora Vôlei. Já no fe- de empate nas partidas, o campeão minino, Praia Clube e Minas Tênis sairá da disputa de golden set.

UEMG Divinópolis - Edição 1 – nº 1 – 5º Jornalismo - Março/abril de 2018


12

uai curiosidades

Talento femino em ascenção regional A jovem Maria Beatriz, natural de Vargem Bonita, lança seu primeiro CD e está prestes a seguir no cenário do feminejo.

Júlia Serra Maria Beatriz Ribeiro Camargo está prestes a realizar seu sonho e um grande feito para alguém de sua idade: o lançamento de seu primeiro CD autoral. Com apenas 23 anos, natural de Vargem Bonita, a jovem estudante dedica seu tempo entre os estudos de engenharia, com a música. Filha da administradora pública, Adriana de Lima Ribeiro Camargo e do empresário José Antônio Camargo Junior, Maria Beatriz conta que ape-

sar de não vir de uma família de músicos, a vocação para ser cantora vem desde a infância, tendo contato com a música diariamente. Ela nos contou que sempre foi uma criança muito comunicativa, alegre e brincalhona, amava dançar, cantar e desfilar pela casa com roupas novas ou segurando um controle remoto, o qual fazia de microfone. Aos 10 anos de idade, já ingressou nas aulas de violão e mais tarde aprendeu um pouco de guitarra. Por poucos meses, a estudante frequentou aula de canto e, depois aos 16, iniciou os estudos de viola caipira. Maria Beatriz também contou que desde que começou a tocar e cantar, era convidada para mostrar seu talento em rodas de amigos, porém, sua carreira como cantora e compositora começou “meio que no susto”, conforme ela mesma disse. “Desde que aprendi a tocar violão, sempre cantei em festas de amigos e reuniões familiares, até que em dezembro de 2016 fui convidada a cantar em uma confraternização de empresa. Era uma festa maior, então, tive que contratar mais músicos para a apresentação: baterista, baixista, tecladista e guitarrista. Eu estava muito ansiosa, mas também muito feliz por ter essa oportunidade. Essa foi a primeira vez que cantei com banda e graças a Deus, foi um ótimo show, consegui levar um diferencial musical e fazer com que

público se divertisse muito”. A cantora conta que a gravação do CD foi uma surpresa e tanto: ela queria fechar um show em uma casa bem conhecida na região e se ofereceu para fazer uma participação na apresentação de algum cantor já contratado para tocar no fim de semana, pois era uma oportunidade de mostrar meu trabalho. Então, o proprietário do restaurante combinou com um cantor de Franca, e Maria Beatriz pôde fazer uma participação especial. “Eu consegui fechar o meu próprio show na casa e fui convidada por esse cantor, que por coincidência também era produtor musical, a ir em Franca conhecer um estúdio e mostrar minhas composições! Foi um processo muito lindo, eu aprendi e me emocionei muito com a moldagem e estruturação de cada faixa do álbum”, conta empolgada. A gravação desse disco já é um sonho realizado, e que está dando certo, segundo a cantora, que agora afirma a necessidade e a dedicação para trabalhar na divulgação desse projeto, afinal, o álbum já encontra-se disponível em todas as plataformas digitais e o clipe da música da capa do disco, intitulado “O tempo vai dizer’’ também já está sendo produzido. A meta agora para a cantora é fechar um contrato de banda e produção para trazer um novo show e, posteriormente, viajar em turnê con-

quistando maior público. “O lançamento vai acontecer em breve, previsto para antes do meio desse ano em Piumhi e eu estou estudando e trabalhando muito pra trazer um novo show, com uma energia incrível e participações maravilhosas!”, adiantou. Com humildade, ela agradece aos amigos, e, principalmente a família, que estiveram ao seu lado, dando todo suporte necessário e sem dúvida, acreditando em seu potencial! “Esse disco é um trabalho autoral, que leva consigo a minha identidade musical, é um prazer poder contar um pouco dessa história a todos!”. Ainda que se dedique ao sonho musical, Maria Beatriz se mantém pé no chão, atualmente a moradora de Piumhi, se dedica à faculdade de Engenharia Civil, no IFMG. Sabendo das dificuldades do cenário musical, ainda mais para ela que segue o estilo sertanejo, a entrada no mercado é um grande desafio. Hoje em dia, temos um crescente comportamento, que, ainda caminhando com passos curtos, o “feminejo”, chegou para mostrar que as mulheres podem tanto quanto os homens fazer boa música e defender seus ideais. E agora, Maria Beatriz também faz parte desse time de mulheres empoderadas que fazem acontecer e mostram o quanto são capazes.

WE CAN DO IT! As mulheres roubam a cena no mundo dos negócios e mostram que não existe espaço para preconceito.

Divulgação

Ana Luiza Avelar Quando o assunto é empreendedorismo, a presença feminina está cada vez mais em evidência. As mulheres representam 49% dos empreendedores iniciais no Brasil, segundo dados do Global Entrepreneurship Monitor (GEM 2015). Além disso, são reconhecidas como chefes mais organizadas e por melhorarem os resultados da empresa. Das diferentes e complicadas situações financeiras, casadas, solteiras, divorciadas, viúvas, com filhos ou sem filhos, as mulheres brasileiras dão a volta por cima para mostrar a que vieram no ramo dos negócios.

BECO ACESSÓRIOS Casada, mãe de uma menina, a Marcella, e à espera de outro filho, o Filipe, a necessidade de empreender surgiu para Betânia Ferreira no início dos anos 2000, como alternativa para driblar a crise e conseguir uma condição de vida melhor para criar os pequenos. Os desafios, é claro, não foram poucos. Embora tivesse o marido ao seu lado na idealização do projeto, ela conta que, no começo, não recebeu o apoio de mais ninguém da família “Muito pelo contrário”, lembra, “todos diziam que a ideia não daria certo”, completa. Tudo começou com uma lojinha em Sete Lagoas, Minas Gerais. O

nome “Beco Acessórios” faz referência à arquitetura da loja, que era estreita e comprida. O tempo passou, o empreendimento deu certo e hoje já são mais de 20 lojas espalhadas por 12 cidades em Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. A gama de produtos oferecida vai de acessórios femininos em geral a linhas completas de maquiagens. Algumas unidades oferecem, ainda, várias opções de calçados. A pequena Marcella, que antes passava o maior tempo com babás para que Betânia pudesse cuidar dos negócios, está hoje com 23 anos e fica na linha de frente da empresa junto à mãe, gerenciando as franquias e fomentando o setor de marketing digi-

UEMG Divinópolis - Edição 1 – nº 1 – 5º Jornalismo - Março/abril de 2018

tal. No Instagram da marca, Marcella é o rosto simpático que aparece diariamente dando dicas de maquiagens ou de combinações de acessórios. “Eu acho extremamente importante ver mais mulheres no mundo dos negócios, pois precisamos mostrar que somos capazes! Afinal, não deve existir diferença entre os sexos em nenhum setor. Basta a gente querer e enfrentar nossos medos.” afirma. Para as funcionárias da empresa, Betânia é muito mais que chefe: um exemplo, que inspira e motiva os dias de trabalho. Não só pela atenção e carinho, mas por tudo o que conquistou e pela mulher que se tornou, mesmo diante de tantas dificuldades.


13

“sô” doutor

o, espelh h l om e p e Es

que não ssa

s o u istúrbios alimentares ou chamados também transtornos alimentares são geralmente ocasionados durante a adolescência e gera preocupação aos familiares de pessoas que sofrem com esse mal. Uma pessoa que sofre com um distúrbio alimentar pode ter desenvolvido a doença ingerindo quantidades menores ou maiores de alimentos. Além de serem muito complexas, as causas ainda não são esclarecidas completamente. Conheça um pouco sobre esses distúrbios: Anorexia nervosa: é caracterizado pela restrição persistente na ingestão de alimentos, o medo de ganhar peso ou a forma como o individuo enxerga o próprio corpo. Se olhar no espelho e ver uma imagem distorcida do próprio corpo comprometem a saúde e a autoestima. Bulimia nervosa: a provocação de vômitos é o sintoma principal, a compulsão alimentos extremamente exagerado acarreta em um transtorno alimentar fatal que inclusive afeta cerca de dois milhões de brasileiros por ano. A pessoa que sofre com esse distúrbio geralmente come exageradamente e para evitar o ganho de

As principais causas desses distúrbios são as combinações de fatores ambientais sociais e culturais. Segundo pesquisas as mulheres são as principais vitimas em relação aos homens a busca pelo “corpo perfeito” e ao ver capas de revistas com modelos extremamente magras acaba se tornando para algumas o perfil perfeito de mulher perfeita, uma vez que, esse mal afeta mais as mulheres do que homens. Como tratar Segundo o psicólogo Lucas Wallas, o principal é o acompanhamento psicológico, tanto do paciente, quanto da família que deve estar sempre presente policiando a vítima de distúrbio alimentar. A atenção aos sintomas também é um fator crucial para o resultado de recuperação do paciente, os Primeiros sintomas percebidos logo no início acaba revertendo o quadro rapidamente antes de uma possível fatalidade. Os primeiros sintomas de quem sofrem com distúrbios alimentares são: depressão, ansiedade, culto excessivo ao corpo, maus hábitos alimentares, autoestima baixa, sentimento de culpa e distúrbios emocionais.

ée

D

peso provoca vômitos, excesso de atividades físicas e jejum.

m

... Maira Lima

ue i m a g e

? u e

.. q u.

Distúrbios alimentares provocam graves problemas de saúde

Dietas malucas geram riscos enfrentados pelas para conseguir o “corpo perfeito”

... Cássia Xavier

O

século XXI é marcado pela busca do corpo “padrão” exibido nas revistas de moda. Consequentemente, muitas pessoas acabam adotando dietas malucas, arriscando a saúde para emagrecer rapidamente, principalmente quando o verão está próximo. Nessa época, são inúmeros os comercias, como os de cervejas, e campanhas de moda que retratam pessoas magras se divertindo em praias, clubes e parques, reforçando a ideia de que aquele corpo é o “modelo para a felicidade”. Só que a busca por tal modelo pode gerar consequências sérias e desastrosas para a saúde. São inúmeros os tipos de dietas “da moda” que prometem resultados imediatos e, quase sempre, inalcançáveis. Dieta verde, vermelha, à base de líquidos ou só de um tipo de alimento são alguns dos exemplos. Muitos artistas famosos encaram essas dietas, como a cantora Beyonce que já passou dias só a base de limonada com pimenta e xarope de boldo para perder gordura. Outro exemplo é o filme “O diabo Veste Prada”, comédia romântica de 2006, que retrata uma assistente de revista que, para emagrecer, passava o dia todo à base de queijo. No entanto, esse tipo de prática não é aconselhável. O corpo humano até consegue tolerar as mudanças de restrições na alimentação por um período, mas o problema é que a alimentação de uma maneira monótoma, à base de um grupo alimento só, pode causar efeitos colaterais. Por exemplo: as dietas com baixo teor calórico podem provocar dores de cabeça e tontura, e, também, hipoglicemia devido à queda de açúcar no sangue. Outra

UEMG Divinópolis - Edição 1 – nº 1 – 5º Jornalismo - Março/abril de 2018

consequência que pode ser provocada é o distúrbio alimentar. A nutricionista Bianca Duarte alerta que o indivíduo que está há semanas repetindo os mesmos pratos, está propício a passar por um estresse pela situação que se encontra e, consequentemente, ter ataques de gula. “Chega ao limite. A pessoa está cansada de comer pouco, pode enjoar de comer as mesmas refeições, e terá um impulso de comer, tendo um ataque de gula”, reforça. Essas restrições alimentares feitas por quem deseja emagrecer rapidamente utiliza, muitas veze, somente um grupo alimentar, excluindo outros nutrientes que o corpo necessita. O componente que é cortado na maior parte das dietas é o carboidrato (pão, cereais, arroz e todas as massas), mas segundo a nutricionista Bianca Duarte, cortar totalmente o carboidrato não é recomendável, porque ele é a principal fonte de energia do organismo. “Se o corpo não está recebendo energia pelo carboidrato, ele utilizará da proteína como fonte de energia e a pessoa irá perder massa magra, que não é gordura”, explica. Não existe milagre para eliminar as gorduras e perder o peso desejado rapidamente. É um processo que leva tempo, requer a prática de exercícios físicos, reeducação alimentar prescrita por um profissional e cuidados diários com a saúde, como dormir bem, ingerir água com regularidade, comer de três em três horas aproximadamente. A dieta deve ser preescrita pelo nutricionista de acordo com o perfil de cada pessoa. “O mais indicado é fazer uma reeducação alimentar para perder peso saudável, comendo os alimentos certos e na hora correta”, esclarece Bianca Duarte.


14

Jovens e maconha:

Tic, tac, tic, tac... as horas passam, mas o sono não vem...

essa combinação funciona?

Insônia causa males à saúde

Planta traz riscos e pode causar transtornos ... João Carvalho

N

o século XXI, o mundo presenciou o grande desenvolvimento de tecnologias que facilitaram a vida e notícias sobre descobertas científicas são veiculadas pelos diferentes meios de comunicação todos os dias. Entretanto, devido ao ritmo de vida cada vez mais agitado, a população acaba ficando mais suscetível a casos de ansiedade, estresse, depressão e pânico. Com isso, outros transtornos, como fobias e vícios, podem surgir.

... Camila Almeida

A

insônia é um mal que afeta parte considerável da população de modo impactante nos últimos tempos. Esse transtorno muito comum atinge uma a cinco pessoas, e é caracterizado pela dificuldade em adormecer ou para permanecer dormindo. Ele pode surgir poucas vezes ou frequentemente, dependendo de cada pessoa. O transtorno da insônia pode ou não estar relacionada a problemas mais graves. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o distúrbio já afeta 40% dos brasileiros e cerca de 11 milhões dependem de algum remédio para conseguir dormir. A estudante de Psicologia Marina Souza vem tendo há algum tempo dificuldades para pegar no sono, o que acaba prejudicando seus estudos e trabalho. “Mesmo chegando cansada em casa depois de realizar minhas tarefas, tenho tido muita dificuldade para dormir. Com isso eu chego ao trabalho e não consigo me concentrar totalmente por causa da noite mal dormida”. O distúrbio do sono, geralmente, está muito associado a situações relacionadas ao estresse, que podem ter origem em problemas de trabalho ou familiares. Os tipos de insônia e as maneiras que eles afetam a saúde dependem do organismo de cada pessoa. Existem pessoas que tem dificuldade de iniciar o sono, ou que dormem e acordam repentinamente, e as que não conseguem dormir de jeito nenhum.

Entre várias situações que podem gerar a insônia, uma das causas que podem acarretar a sua manifestação é o uso excessivo das redes sociais. Um estudo feito este ano na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, aponta que os jovens que têm dificuldade para dormir à noite passam mais tempo navegando na internet durante o dia.

E nesse contexto, alguns jovens buscam no uso de drogas lícitas, como o álcool, ou ilícitas, como a maconha, uma válvula de escape para a ansiedade. No entanto, ao invés de solucionar algo, arrumam outras complicações. A planta, cujo nome científico é Cannabis sativa, tem como efeitos euforia, sonolência, e também perda de noção do tempo e de espaço, entre outros efeitos. Em um levantamento feito pela reportagem, 12 jovens entre 18 e 25 anos relataram possuir problemas de ansiedade, sendo que dez deles afirmaram que já fizeram uso da planta.

Para a psicóloga Letícia Liduário, o uso de maconha entre jovens traz a falsa sensação de que houve a diminuição dos níveis Segundo o psicanalista e professor de ansiedade e outros transtornos, como estresse e nervosismo. de psicologia da UEMG, Alexandre Segundo ela, o uso constante da planta pode trazer efeitos contráSimões, a internet pode ter alguma rios ao que é pretendido, como o aumento do risco de crises de interferência na manifestação da in- ansiedade, depressão e psicoses. Outros efeitos adversos seriam a sônia. “É muito comum que a gente dependência da erva, e também deficiências cognitivas duradoureceba hoje pacientes adolescentes ras, que afetam a memória e a atenção. que passam noites e madrugadas inteiras envolvido com as redes e jogos interativos. Eles tendem a usar o período noturno e as madrugadas como um período de interação. Fazendo com que, por exemplo, de manhã esses jovens mal consigam se levantar e ir para aula. Eu não diria que a internet está provocando isso, mas acho que ela é um espaço que esses fenômenos tendem a se manifestar”. Para quem procura tratamento para esses tipos de insônia existem vários especialistas como psicanalista e psicólogo. São profissionais que tratariam esses quadros de distúrbio de sono especificamente. Entre as causas estão às condições médicas, ou dores crônicas, uso de medicamentos, ou até mesmo pode ser gerado por genes hereditários. Atualmente se encontra uma gama muito ampla de profissionais com tendências e perspectivas distintas. Há também profissionais que cuidam especialmente do sono, como o pneumologista.

UEMG Divinópolis - Edição 1 – nº 1 – 5º Jornalismo - Março/abril de 2018


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.