Perspectivas - 3

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ERSPECTIVAS UEMG - unidade Divinópolis - ano 2 - nº 3 - 1º semestre de 2022 PAEx 01/2022 e Multimidídia - Agência Laboratório do curso de Jornalismo

Microtrabalho:

o novo mal do século?

Parece serviço de formiguinha, mas tem se revelado uma forma de precarizar ainda mais o trabalhador brasileiro E ainda: - Se informe mulher: projeto promove educação sexual feminina - Home office: aplicativo busca promover um ambiente de trabalho mais saudável

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ano 1 - nº 3- outubro a dezembro de 2021

HISTÓRIAS EXPERIÊNCIAS EM CONTAR

MULTIMÍDIA - AGÊNCIA LABORATÓRIO DE JORNALISMO - UEMG DIVINÓPOLIS

EXPEDIENTE: UEMG – unidade Divinópolis - Ano 2 – nº 3 – 1º semestre de 2022 – Publicação do projeto de extensão “Jornalismo transmídia: divulgando as ciências e contando histórias”, desenvolvido com recursos do Edital 01/2022 do Programa Institucional de Apoio à Extensão da UEMG (PAEx) e realizado via Laboratório de Jornalismo Multimídia do curso de Jornalismo – Coordenação, projeto gráfico e editorial, diagramação e jornalista responsável: Daniela Martins Barbosa Couto (MG 9.994 JP) – Bolsista de extensão: Michele Nayara Oliveira Ferreira – Contato: daniela.couto@uemg.br.


Briófitas:

16 7 12 14 5 9 mais que respeito, reconhecimento

Estereótipos e preconceitos:

aprenda a trabalhar de uma forma menos dolorosa

Aplicativo para home office:

se informe mulher!

Educação sexual feminina:

até quando é normal suportar ?

Educação em dor:

o novo mal do século?

Microtrabalho:

um universo escondido

SUMÁRIO


ano 1 - nº 3- outubro a dezembro de 2021

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C

aro Leitor, esta edição da revista Perspectivas traz até você novos olhares sobre o universo acadêmico e suas particularidades. Apresenta diversas ações que mostram como a vontade de fazer a diferença supera barreiras, que a tecnologia pode ser nossa aliada e inimiga ao mesmo tempo, a importância de informações qualificadas sobre saúde, entre muitas outras. O processo de pesquisa, análise e entrevista abriu um novo horizonte de possibilidades acerca de como vemos a universidade, como ela se mostra através de detalhes quase imperceptíveis e como é rico nosso espaço e nosso corpo docente e discente. Através da linguagem transmídia que desdobra a história em diferentes plataformas, você poderá conhecer projetos que abordam temas inexplorados de grande relevância, e projetos que trazem temáticas conhecidas de uma forma totalmente nova. Esperamos que a sua leitura possa lhe enriquecer ainda mais e despertar um novo olhar sobre a universidade. Que através da nossa revista, você possa descobrir que é possível ver muito além do que está diante dos olhos e perceber a ciência de uma forma mais divertida.

EDITORIAL por Michele Oliveira - bolsista de extensão


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Briófitas: um universo escondido Michele Oliveira

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abe aquelas plantinhas que de tão simples e miúdas, muitas vezes, passam despercebidas pelos nossos olhos no ambiente, mas que também são comumente usadas em decorações e jardins? Pois é... elas fazem parte do filo das briófitas, que se caracterizam como plantas terrestres, geralmente, pequenas que assim como todas as outras, apresentam variações no seu ciclo de vida e podem apresentar aspecto folhoso ou taloso. As briófitas comumente são encontradas em florestas, áreas de cerrado, caatinga, desertos e, até mesmo, em geleiras. Hoje, muito utilizadas na jardinagem, ajudam também a dar um toque especial ao ambiente. Por dependerem de água para a reprodução, são mais abundantes em áreas sombreadas, úmidas e próximas a rios. Habitam os mais variados substratos, ou seja, o material que a planta utiliza como meio de crescimento, tronco vivo, tronco em decomposição, rocha, solo, húmus, folha e até substratos artificiais, como cimento.

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Freepik.com

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Em busca de conhecer a biodiversidade na região da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) - unidade Divinópolis, surge o projeto Diversidade de Briófitas, coordenado pela bióloga e professora Tatiana Siviero com participação dos alunos do curso de licenciatura em Ciências Biológicas. Além de proporcionar aplicação prática dos conhecimentos adquiridos em sala de aula, a iniciativa também visa à conservação do filo das briófitas. Embora não seja um assunto rotineiro no nosso dia a dia, a proposta apresentada pelo projeto traz não só a importância da preservação, mas também a necessidade de conhecer a universidade além do que está diante de nossos olhos. Raramente observamos a flora ao nosso redor e, quando isso é feito, não nos damos conta da quantidade de vida oculta que pode existir nos cantos mais escuros e úmidos. Entre os anos de 2022 e 2023, os alunos realizarão coletas pelo campus em três áreas diferentes: em frente ao bloco seis, atrás da quadra e entre os blocos quatro e um. Após a coleta, os materiais serão analisados e, para cada espécie identificada, será apresentado o nome científico (quando houver), fotos e comentários sobre a espécie. Posteriormente, as plantas coletadas serão depositadas em algum dos herbários cadastrado na Rede Brasileira de Herbários. Para saber mais sobre o assunto, veja o artigo “Uma abordagem comparativa de métodos de coleta e sua relevância no estudo de briófitas em uma área de Floresta Atlântica”.


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Microtrabalho: o emprego que parece função de inseto

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Parece serviço de formiguinha, mas tem se revelado uma forma de precarizar ainda mais o trabalhador brasileiro


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Michele Oliveira

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ão é novidade que o brasileiro constantemente precisa criar e se reinventar para sobreviver. Com altas taxas de desemprego, que segundo o IBGE atingiam 10,6 milhões de brasileiros até maio deste ano, diversas plataformas surgem no meio digital com propostas que fascinam os usuários. Tendo como principal atrativo, a oportunidade de trabalhar de casa apenas com o celular, milhões de pessoas viram, no microtrabalho, uma saída para a crise. Uma pesquisa realizada em grupos do Facebook e do WhatsApp, no período de maio a novembro de 2020, elaborada pelo professor e psicólogo Matheus Viana Braz, traz à tona o tema “Heteromação e microtrabalho no Brasil”. Ela nos leva a refletir profundamente sobre como a plataformização do trabalho tem tomado cada vez mais espaço no Brasil. Quem nunca ficou curioso para saber como fazer dinheiro apenas navegando pelas redes sociais? Promessas tentadoras de dinheiro fácil caem nas nossas mãos o tempo todo quando estamos navegando pela internet. O maior problema é que, muitas vezes, a pessoa salta de uma renda extra apenas, para uma totalmente dependente desse tipo de serviço.

Segundo a pesquisa, “no microtrabalho, são executadas microtarefas de baixa complexidade, que exigem pouca qualificação”. Geralmente, as atividades desenvolvidas consistem em seguir, curtir, reagir, compartilhar, postar. Basicamente engajar perfis nas redes sociais para que os mesmos se tornem cada vez maiores. Ainda segundo a pesquisa, as organizações que concebem esse tipo de trabalho são vistas como “a deep web do trabalho plataformizado”, uma vez que chegam a pagar 0,003 centavos pela ação de “curtir”. Tendo o salário mínimo brasileiro como base, para que um microtrabalhador receba por um dia de serviço (R$40,40) igual ao trabalhador em regime de Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), ele deve realizar aproximadamente 13.466,66 ações de “curtir”. Quando analisamos a função elementar desse tipo de trabalho, nos deparamos com uma questão ainda mais complexa: se comparados aos ubers e entregadores, os microtrabalhadores podem ser descritos como uma subclasse que mantém o fluxo digital competitivo e lucrativo. Para além do viés histórico, a análise do microtrabalho revela a dependência do trabalho humano. Esse fator expõe a neces-

sidade e continuidade dessa força de trabalhadores, uma vez que as atividades realizadas por eles vão além de uma demanda temporária, e constituem uma cadeia estruturada e essencial na produção de inteligências artificiais. As condições de trabalho impostas a essas pessoas geralmente variam entre os tipos de plataformas, mas uma coisa é comum: atrasos nos pagamentos, ausência de suporte, falta de transparência relacionada às taxas e retornos. Mas, com tudo isso, você ainda deve se questionar por que essas pessoas se sujeitam a esse tipo de trabalho. O pesquisador Matheus Viana explica que, em alguns casos, os indivíduos se tornam totalmente dependentes dessa renda e, em outros, apenas não conseguem perceber o ciclo de exploração em que vivem. Constantemente questionamos a nossa importância diante de um universo tão tecnológico em que, cada vez mais, os humanos são substituídos por máquinas. Ainda há quem acredite que um dia seremos apenas robôs, mas diante disso o microtrabalho vem como uma forma terrível de mostrar que, sem o trabalho humano, sequer existiria tecnologia. Saiba mais sobre a pesquisa clicando aqui.


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Educa-dor:

Recorte da pintura “O grito”, de Edvard Munch, 1893.

Educação em dor para usuários de Unidades Básicas de Saúde do município de Divinópolis


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Cecilia Ferreira de Aquino Fisioterapeuta e docente da UEMG

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or é uma experiência sensitiva e emocional desagradável. A forma como o indivíduo percebe a dor depende da lesão, que pode ser real ou potencial, ou da forma como a pessoa vivencia esta experiência dolorosa. Cuidar de uma pessoa com dor envolve atenção para aspectos culturais, afetivos, emocionais, educacionais, psicológicos, ambientais, religiosos e cognitivos. A mudança comportamental é essencial para a compreensão e melhora da dor e só pode ocorrer se o paciente se sentir confiante para vivenciar as novas estratégias em sua vida diária. Para reforçar a mudança de comportamento, os profissionais de saúde precisam incentivar os pacientes a vivenciar novas estratégias aprendidas pela educação em dor, engajar familiares e amigos para apoiar o processo, e adotar mudanças de estilo de vida para hábitos saudáveis, como

atividade física, perda de peso e bons hábitos de sono. Deve-se treinar os pacientes a progredir gradualmente de acordo com seus objetivos, nível de condicionamento e controle percebido sobre sua dor. Essas estratégias permitem um processo de autoaprendizagem e autodescoberta durante o processo, que ajudam os participantes a ter confiança, a reforçar a nova forma de agir e a pensar e se sentir no comando de sua reabilitação para alcançar seus objetivos. Em pessoas com dor crônica, compreendê-la provoca um aumento no limiar e na inibição central, ou seja, a educação em dor pode ser útil para indivíduos com percepções alteradas do processamento da mesma, auxiliando na mudança de comportamentos e crenças que influenciam nesta experiência desagradável e no estado de saúde. Muitos pacientes creem que movimentos, atividades e exercícios podem causar ou piorar

uma lesão. Assim, torna-se relevante a troca de experiências educativas, levando o indivíduo a refletir sobre sua condição, crenças e comportamentos adotados frente ao quadro de dor. O projeto de extensão Educa-Dor, do curso de Fisioterapia coordenado pelas professoras Cecilia Aquino, Ana Flávia Avelar, Julia Diniz, Fernanda Francischetto e Ana Paula Cortez, foi aprovado pelo Centro de Extensão da UEMGDivinópolis e teve início em agosto de 2020, tendo como objetivo desenvolver e implantar atividades educativas sobre dor para usuários de Unidades Básicas de Saúde de Divinópolis, por meio da elaboração de cartilhas e outros materiais educativos relacionados a temática da dor. Foi criado um perfil no Instagram (@ educador_uemg) para divulgação dos materiais educativos produzidos pelos alunos sob a orientação dos professores responsáveis pelo


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projeto. Nas unidades de saúde, foram afixados cartazes semanalmente com informações relacionadas à temática da dor. Os temas selecionados pelos professores e alunos para serem divulgados por meio das redes sociais e dos cartazes afixados nas unidades de saúde foram: 1- Entendendo a dor (definição, tipos e percepção da dor); 2- Dor musculoesquelética relacionada à postura e uso excessivo; 3- Exercícios gradativos para alívio da dor; 4- Crenças e atitudes que influenciam na percepção e no comportamento doloroso; 5- Higiene do sono para melhora da dor; 6- Dor em crianças. Com a divulgação dos materiais educativos, espera-se que os usuários das Unidades Básicas de Saúde do município de Divinópolis tenham obtido maior consciência dos processos que provocam a dor e possam modificar seus hábitos e suas atividades frente ao quadro de dor, tendo assim melhor qualidade de vida.


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Saúde feminina em foco: mulheres ligadas na informação Michele Oliveira

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ocê, mulher, já se sentiu desconfortável por não entender sobre coisas que acontecem no seu próprio corpo? Geralmente, por alguma crença, tabu ou, até mesmo, medo de si mesma, os corpos femininos são reprimidos e, junto deles, o conhecimento. A desinformação sobre disfunções sexuais, o grande número de mulheres com esse problema e o baixo número de buscas por tratamentos motivaram a professora e fisioterapeuta Viviane Gontijo e estudantes do curso de Fisioterapia da UEMG - unidade Divinópolis a criarem o projeto “Se informe Mulher”.


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Através de um perfil criado no Instagram, em 2021, o projeto busca divulgar informações sobre temas como anatomia e fisiologia do assoalho pélvico, sinais e sintomas que indicam que a mulher possa apresentar uma disfunção, causas das disfunções sexuais, fatores físicos e hormonais que podem contribuir para as disfunções sexuais, definição de dispareunia, vaginismo e anorgasmia e formas de tratamento e prevenção. A criação das postagens foi embasada cientificamente em publicações de pesquisadores da área e, para ampliar o alcance dos posts e chamar a atenção do público, tinham sempre informações objetivas e ilustradas. Além disso, os posts também promovem acessibilidade, já que contam com uma descrição das postagens para as pessoas com deficiência visual. Uma das áreas de atuação da Fisioterapia é relativa à saúde da mulher. Segundo o projeto, o tratamento fisioterapêutico nesta área se apoia na reabilitação e fortalecimento do músculo do assoalho pélvico, que resulta em maior percepção dessa região, na melhora do desempenho e na satisfação sexual da mulher. Dessa forma, a fisioterapia proporciona bem-estar, autoconsciência e melhora da imagem corporal.


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Aplicativo para home office: aprenda a trabalhar de uma forma menos dolorosa


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Michele Oliveira

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om a modernização e urbanização da sociedade, e a pandemia da Covid-19 como fator motivador do isolamento social, muita coisa mudou na vida dos trabalhadores nesses primeiros anos de 2020. Isso fez com que novas necessidades e possibilidades fossem criadas dentro desse contexto, tanto para a população, quanto para o mercado. A pandemia trouxe uma demanda crescente por trabalho remoto e isso também significou que caberia ao trabalhador definir a estrutura do seu local de trabalho que, na maioria das vezes, era sua própria casa. No trabalho em home office, o profissional se sujeita ao maior volume de atividades, dificuldade de caracterizar acidentes de trabalho, falta de legislação específica e gerenciamento falho do tempo e predisposição a adoecimentos físicos, como Lesão por Esforço Repetitivo (LER), Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) e adoecimentos mentais, como síndrome de Burnout. Diante dessa nova realidade, surge a necessidade da aplicação de práticas ergonômicas, uma vez que elas buscam minimizar as consequências nocivas sobre o trabalhador, além de reduzir a fadiga, estresse, erros e acidentes, possibilitando a manutenção da

saúde e segurança dos trabalhadores. Com essa perspectiva, nasce a ideia de um aplicativo chamado LIGAMENTAR, que visa trazer orientações ergonômicas para o home office e que potencializa atitudes motivacionais e organizativas. Assim, ele se tornará uma ferramenta que agrega aspectos informativos e interativos, proporcionando ao trabalhador ferramentas para realizar seu planejamento diário e individual, além de conhecimentos sobre demandas musculoesqueléticas e autocontrole da dor. O projeto, coordenado pela professora e fisioterapeuta Júlia Souki, está ligado ao curso de Fisioterapia da UEMG - unidade Divinópolis. O aplicativo ainda está em período de desenvolvimento e a previsão é de que esteja disponível até o final de 2022. Segundo informações do projeto “a identidade do APP foi pensada para ser fluida, transmitindo leveza e equilíbrio. Assim, optou-se pelo uso de cores orgânicas (tons naturais e com brilho), que remetem a cuidado e segurança, mas de uma forma tecnológica”. Em relação aos conteúdos, o projeto busca apresentá-los de forma individualizada, contextualizada e acessível, além de contar com questionários de saúde voltados ao registro de dados cada vez mais personalizados para os usuários.


FIGURA 01: As mulheres vencedoras do Nobel ou do Prêmio L’Oreal para Mulheres na Ciência foram: 1- Beatriz Alvarenga, Física, Brasil; 2- Ada Yonath, Bioquímica, Israel; 3- Aditi Shankardass, Neurocências, Índia; 4- Cypra Krieger-Dunaij, Matemática, Hungria; 5- Barbara Askins, Química, Estados Unidos; 6-Tebello Nyokong, Química, África do Sul; 7- Grace Hopper, Ciência da Computação, Estados Unidos; 8- Marie Anne Paulze, Química, França; 9- Karen LuJean Nyberg, Engenharia Mecânica (astronauta da NASA), Estados Unidos; 10- Mae Jamison, Medicina (astronauta da NASA), Estados Unidos; e, 11- Nagwa Meguid, Genética Humana, Egito. Fonte: arquivo da pesquisa Estereótipos e Preconceitos

mais que respeito, reconhecimento

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Estereótipos e preconceitos:

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Michele Oliveira

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deias e opiniões generalizadas nem sempre condizem com a realidade. Com isso, às vezes, nos deparamos com algumas situações de preconceito e o surgimento de estereótipos. E, para discutir acerca desse assunto, foi realizada uma pesquisa com o intuito de saber mais sobre a percepção de alunos sobre a ocupação de mulheres.


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da enquete, 33,33% foram mulheres e 66,67%, homens. Desses 58,33% tinham entre 17 e 19 anos; 21,67%, entre 20 e 25 anos; 8,33%, entre 26 e 28 anos e 11,67%, acima de 32 anos. Entre eles, 73,33% apenas estudavam e 26,67% estudavam e trabalhavam. Sobre os resultados, a pesquisa apontou que “especificamente às relações de gênero, observou-se que as categorias profissionais mais citadas de alunas e de alunos coincidiram em 8 das 11 imagens, o que aponta a atuação da cultura sobre a percepção individual” e também enfatiza que “ verificou-se também que o leque de opções das mulheres foi sutilmente menor que o masculino, isto é, suas percepções tenderam a se concentrar em menos categorias do que as dos homens”. Embora tenhamos avançado em relação às discussões sobre preconceito e estereótipos, ainda é necessário explanar sobre a urgência em conscientizar acerca da influência nociva que esses estereótipos trazem. E este é um de seus piores lados, quando esses preconceitos se transformam em violência contra o outro. Através da pesquisa, evidenciou-se que extinguir esse problema será um processo complexo e lento, uma vez que se alicerça em pilares como a cultura e educação. Mas é preciso lutar e resistir, para que em algum momento da nossa história, possamos enxergar o outro dentro de toda a sua singularidade sem fazer pré-julgamentos.

Fonte dos gráficos: arquivo da pesquisa Estereótipos e Preconceitos

Reprodução

Criado entre 2021 e 2022 e coordenado pelo professor e cientista social Marcel Freitas, autor do livro “Mulheres cientistas - percursos e percalços a partir da realidade da UFMG”, o Grupo de Estudos, Pesquisas e Ações em Gênero e Sexualidade - UEMG (GEPAGES) surgiu como um centro de referência que reúne pesquisadores, alunos e funcionários. A criação do GEPAGES se deu pela articulação com diferentes profissionais de distintos cursos que se uniram para discutir sobre suas pesquisas e ações ligadas às relações de gênero e/ou à sexualidade. Relacionada às ações realizadas pelo grupo, está a pesquisa sobre Estereótipos e Preconceitos realizada também pelo professor Marcel, em maio de 2019, com alunos do curso de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A pesquisa objetivava entender como estereótipos de gênero orientam inconscientemente os olhares em relação às mulheres. Foi aplicada a 60 alunos, uma enquete que apresentava a imagem de onze mulheres de diferentes idades e raças (Figura 1), de seis categorias profissionais como empregada doméstica, secretária e cientista. Ao final da enquete era revelado que todas as mulheres apresentadas eram cientistas de diferentes áreas do conhecimento, revelação que impelia os alunos para discussões e reflexões sobre estereótipos diversos. Entre os 60 respondentes


REALIZAÇÃO:

Programa Institucional de Apoio à Extensão (PAEx) . Edital 01/2022 . Projeto “Jornalismo transmídia: divulgando as ciências e contando histórias” Coordenação: Daniela Martins Barbosa Couto Bolsista: Michele Nayara Oliveira Ferreira Multimídia - Agência/Laboratório de Jornalismo do curso de Jornalismo da UEMG - Divinópolis (MG) 1º semestre de 2022


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