Revista Cristo Rei - Março 2024

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Deixe inspirar-se pelo Espírito Santo para conviver entre irmãos e irmãs

O período de Quaresma é muito mais do que um conceito de exclusiva explicação histórica. Na compreensão da fé, o tempo de deserto é dedicado a um encontro pessoal consigo mesmo e com Deus. A atitude de Jesus que muitos procuram nos dias de hoje imitar para assim realizar seu caminho rumo à Páscoa do Senhor ganha contornos de exigência ainda maiores. Conhecer os exercícios quaresmais é essencial, porém sua efetividade se dará na transformação destas orientações em atitudes práticas.

O caminho interior que cada um realiza neste período até a chegada do Tríduo Pascal e a celebração da Ressurreição poderia ser comparado a um olhar para si no espelho. Quem você vê? Analisando o dia que passou na convivência do lar ou mesmo no trabalho, como você se vê no espelho: alguém prepotente que está acima dos irmãos e irmãs por uma condição econômica ou social; um indiferente com a dor e sofrimento de alguém que esteve à sua frente?

No deserto interior, a oração feita com o coração aberto para Deus permite abrir os olhos que vão enxergar em que condição cada um se encontra nesse caminho de encontro pessoal com a vida nova. Se não for assim, infelizmente o primeiro passo que é a oração ainda não está sendo dado corretamente e ela está sendo feita apenas por repetição de palavras. Sem a devida compreensão com profundidade do que é a oração, não se alcançará toda sua força trans-

formadora capaz de fazer cada um se enxergar como irmãos e irmãs, que têm suas individualidades, sim, mas iguais enquanto seres humanos criados para o bem, o cuidado e a ajuda entre si diante dos desafios criados e que impedem a convivência harmoniosa.

Muitas vezes, a ignorância gera mecanismos de defesa para serem estabelecidas boas relações humanas. A falta de compreensão sobre diferentes culturas, crenças e estilos de vida pode levar à intolerância. O medo do desconhecido nasce daquilo que não se conhece ou que não se quer conhecer, e aí o preconceito toma o lugar do espaço que deveria ser da acolhida, do diálogo, da empatia, do respeito, da amizade social, enfim, das bases para a cultura do encontro.

Certamente, pensando dessa maneira, o caminho de conversão pessoal que o período quaresmal oferece não é um dos mais fáceis que alguém poderia imaginar para celebrar a Páscoa. Alcançar essa data central para a fé cristã, com as “vestes brancas”, exige muita disposição para fazer nascer uma nova pessoa que não age pelo ímpeto da arrogância e da ideia pronta e alienada, para impor um pensamento dominante que nem ela mesma sabe do que se trata. A proposta do diálogo e da tolerância podem ser as guias que a oração faz repercutir no cotidiano da vida. Basta deixar-se inspirar pelo Espírito Santo para saber conviver entre irmãos e irmãs. Boa leitura!

O editor

A amizade social como meio para vínculos duradouros de fraternidade na Igreja e sociedade

Convocadas as reuniões dos Conselhos de Pastoral

Os cristãos realizam sua preparação para a Páscoa

Saiba quais são os setores que mais precisam de trabalhadores na região

Pesquisadores estão atentos a novas suspeitas da incidência de câncer

Toledo se prepara para ter usina de saneamento rural

Ano XXVIII - nº 300 - Março de 2024
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Ano XXVIII - nº 300 - Março de 2024 Revista mensal da Diocese de Toledo
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Tempo para reconhecer nossa grandeza e fragilidade

A Quaresma é um tempo favorável de preparação para viver a Páscoa da Ressurreição. É um período em que a Igreja nos convida a viver no “deserto”, no silêncio, na leitura da Palavra de Deus, na reflexão, no “retorno” a Deus, a uma vida mais íntima com Jesus, nosso Caminho, Verdade e Vida, que deve penetrar cada vez mais em nossa mente, vontade e coração, para que possamos viver d’Ele, com Ele, por Ele, e n’Ele.

Um caminho de fé não pode ser percorrido sem referência à Palavra que a Igreja distribui abundantemente neste tempo sagrado. No deserto, Jesus vence com a palavra de Deus e aponta a palavra que sai da boca de Deus como alimento. Na transfiguração, ouve-se a voz do Pai que revela Sua Palavra: “Ouvi-o!”. Assim como os catecúmenos eram instruídos abundantemente neste tempo, a Igreja deseja dar um espaço mais amplo à palavra lida e meditada.

O Tempo da Quaresma é a oportunidade de buscar e estar com Deus no silêncio e na oração. Há uma necessidade do deserto. Nunca como hoje, neste clima de “parente socialização e real incomunicabilidade, de aparente liberdade e real escravidão, torna-se urgente a necessidade de libertação, a necessidade de encontrar ou construir um lugar onde podemos ser nós mesmos e cultivar nossa própria realidade como homens e mulheres.

O deserto é o lugar da revelação de Deus. É no deserto que encontramos Deus, na solidão, nas dificuldades da vida sempre necessitada da ajuda divina, no esforço de um caminho árduo e difícil. Somente o deserto ensina a buscar Deus, pois somente o deserto tira do homem a autossuficiência que engana, fazendo-o acreditar que ele pode bastar a si mesmo.

O deserto é, por excelência, o “deserto do Êxodo”. E esse nome já indica claramente o propósito do deserto, que é “conduzir para fora” (do grego ex-odos, termo composto pelo prefixo “fora” e pelo substantivo “caminho”) de situações de escravidão e miséria, em direção à liberdade e maturidade. No deserto, Deus se torna o pai amoroso que cuida da humanidade; Ele mesmo guia e assiste: “Quando Israel era criança, eu o amava, e do Egito chamei meu filho. A Efraim ensinei a andar, tomando-o nos braços” (Os 11,1ss). O Êxodo torna-se o paradigma de toda fé: é sair de si mesmo, de suas certezas, de sua autossuficiência para encontrar-se com Deus.

O deserto revela o verdadeiro ânimo do ser humano. É uma escola de verdade que desnuda o coração humano. O deserto é o tempo da luta. Uma luta contra si mesmo, contra seus confortos, contra os medos e contra os hábitos usuais que no deserto não podem ser seguidos. É a luta do homem consigo mesmo para se tornar mais livre, para não se deixar dominar pelas coisas. É a luta para superar momentos de desconfiança e cansaço. O deserto mostra o que está dentro do coração, o que cada um carrega consigo; tira todos os véus e revela as dobras mais íntimas do coração humano. O deserto leva à conversão, ou seja, à decisão de viver de outra maneira, deixar-se conduzir a uma nova mentalidade: “Não vos conformei com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da mente, para que possais distinguir o que é da vontade de Deus, a saber, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito” (Rm 12,2).

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AAMIZADE SOCIAL COMO MEIO PARAVÍNCULOS

DURADOUROS DE FRATERNIDADE

NAIGREJA

E SOCIEDADE

O ser humano não foi criado para viver sozinho. O ponto pacífico da obra da Criação expressa que, portanto, ele é feito para viver em relações. Elas começam no ambiente familiar, acontecem na Igreja, passam pelas instâncias da sociedade como a escola, clubes, instituições, associações e demais agremiações e não se encerram nesses espaços, mas conectam-se a variadas realidades. É justamente na troca de experiências positivas – fruto do diálogo – que se constroem laços duradouros e legados inspiradores para as gerações.

A reflexão proposta pela Campanha da Fraternidade 2024 tem inspiração na Carta Encíclica sobre a fraternidade e amizade social “Todos Irmãos” ( Fratelli Tutti ), do Papa Francisco, cuja matriz, como não poderia ser diferente, é o amor ao próximo que Jesus pregou por onde passou e seu desejo de ir ao encontro. Nos espaços que frequentou, Ele carregou a marca do diálogo para anunciar o Reino, conversava até com opositores sobre a mensagem salvífica e encarava discursos deturpados a respeito do sonho de Deus para a humanidade. Uma atitude que mostra aos seus seguidores como é possível ser fiel e promover a paz pela via da escuta e do diálogo para propor caminhos de conversão.

Neste tempo quaresmal, a amizade social abarca em si essa proposta de conversão. Como assim? Simples: porque a conversão é base para a superação de situações adversas que não permitem a mensagem de Deus encontrar morada no coração humano. Superar as inimizades e gerar atitudes possíveis no cuidado de uns com os outros é uma marca de conversão, pois do contrário fica difícil entender que o caminho quaresmal

tenha sido feito adequadamente se o resultado foi a manutenção de um quadro de indiferença entre irmãos, afinal “Vós sois todos irmãos” (cf. Mt 23,8).

Para abrir essa reportagem de capa, a Revista Cristo Rei traz a experiência de amizade social vivida em local de trabalho. A entrevistada é Maria Auxiliadora Peron, integrante da Cáritas Diocesana que atua num lugar de encontro; um lugar de sonhos, expectativas, superações, simplicidade, pureza e de muita amizade. Um lugar que muitos se sentem seguros, e outros até encontram ali o que não há na própria casa. Já identificou que lugar é esse? É o ambiente escolar de ensino fundamental. Maria Auxiliadora é professora nesta escola que atende crianças até o 5º ano, compreendendo a faixa etária de 10 a 11 anos.

Por essas características a escola se configura num espaço ideal para encontrar uma resposta prática de

como acontece a amizade social, sem ranços, sem pré-conceitos em relação ao outro. É nesse espaço de convívio social intenso – basta chegar na hora do recreio para entender o significado dessa intensidade (risos) – que acontecem os abraços e sorrisos sinceros; o empréstimo do apontador, da borracha, do lápis de cor para completar o desenho; ou mesmo a partilha do lanche. É neste local que as crianças se mostram solícitas ao ponto de perguntar como está o coleguinha que machucou o pé. Parece tão perfeito? Claro, podem surgir os conflitos, mas quando todos se percebem como iguais, conseguem dar a volta por cima e seguir a jornada tão fascinante do aprendizado, do conhecimento e, principalmente da convivência fraterna e livre de vícios.

MIGRANTES: UMA

OPORTUNIDADE DE AMIZADE

O que mais chamou a atenção

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da professora para essa iluminação sobre o tema da amizade social e que a escola irradia é o fenômeno da migração presente neste espaço. São várias nacionalidades que se encontram e vão desafiando educadores e os próprios pequenos estudantes com técnicas de ensino-aprendizagem e de convivência, mas que superam as diferenças pela via do respeito, ao mesmo tempo em

que acontece o sincretismo entre as culturas brasileira, haitiana, paraguaia, venezuelana e árabe mais recentemente.

“Enquanto instituição e profissionais da educação já temos muito claro que somos todos migrantes, que estamos a todo tempo indo e vindo na vida, que precisamos ser acolhidos e acolher. Isso é uma necessidade humana. Esse já era um clima

que vivíamos na escola. E neste ano chegaram mais famílias estrangeiras. O que percebemos? Que existe diferença étnica e cultural, mas as necessidades humanas são as mesmas. No começo, nossa espontaneidade pode assustar alguns estrangeiros, mas depois eles entendem que as palavras amáveis, das mais simples, são transformadoras e criam vínculos”, comenta a professora.

O MEDO DO OUTRO: A ALTEROFOBIA

O tema da amizade social ganhou mais ênfase na reflexão da Igreja Católica a partir da Carta Encíclica sobre a fraternidade e amizade social “Todos Irmãos” (Fratelli Tutti, 2020), do Papa Francisco. Nela, infelizmente uma constatação preocupante é mencionada: a sociedade está com sintomas de enfermidade. E cita algumas situações, como uma pessoa assaltada na rua, e muitos fogem como se não tivessem visto nada; outra é atropelada e o condutor foge sem prestar socorro; entre outros que são sinais de um estilo de vida generalizado, que se manifesta de várias maneiras,

porventura mais sutis (cf. nº 65). “Além disso, como estamos todos muito concentrados nas nossas necessidades, ver alguém que está mal incomoda-nos, perturba-nos, porque não queremos perder tempo por culpa dos problemas alheios” (idem).

A rejeição ao pobre, o preconceito, a intolerância, a exploração do outro como mercadoria também sugerem que o ser humano está com medo do próprio irmão e por isso toma atitudes violentas de exclusão, isolamento e de eliminação daquele que é diferente. O medo do outro se chama alterofobia que

se manifesta quando alguém se sente ameaçado por outro.

“É o que se chama da síndrome de Caim. Sempre lemos o Gênesis que Caim mata o irmão Abel e Deus pergunta ‘onde está teu irmão’? Ele dá uma disfarçada e não fala. Alguns comportamentos sociais de hoje mostram um pouco dessa questão de eliminar o outro porque ele está incomodando ou é uma ameaça. O medo do outro nos leva à rejeição, ao não querer o outro perto da gente, ainda mais se ele vier com características daquilo que eu entendo como pobre: mal vestido, faminto, com deficiências que a

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As professoras Maria Auxiliadora Peron e Christiane Barbatto de Oliveira com crianças de diferentes nacionalidades: Japão, Arábia Saudita, Venezuela, Indígena, Brasil e Haiti ReAll Image Studio

pobreza gera, e aí você o descarta, isola e não se aproxima. A amizade vai fazer com que eu pense como o outro também me vê. E então, como fica essa situação? É necessário fazer uma avaliação do nosso comportamento”, pondera Marinês Bettega, integrante da equipe responsável na Cáritas Diocesana pela Campanha da Fraternidade.

Por isso, voltando à escola, é possível notar que as crianças têm muito a ensinar os adultos sobre o que são as relações humanas despretensiosas. Por carregar em si a pureza, a inocência, a espontaneidade, um agir sem intencionalidade, de uma forma geral, a criança está aberta para a acolhida de quem é diferente. Pense a situação de famílias de estrangeiros que estão em Toledo e outras cidades da região em busca da dignidade de vida. Se estas pessoas não encontrassem gente disposta a ajudar, como seria? Famílias estão sendo acompanhadas após a interação da escola com a comunidade que se abriu para o diálogo ao invés da rejeição ou do medo.

O jeito de vestir ou de arrumar o cabelo que essa pessoa expressa impediria você de praticar a compaixão e a caridade? Hoje, a professora conta que as meninas brasileiras se interessam pelo jeito da coleguinha arrumar o cabelo, como faz aquele tipo de trança e querem aprender. Já os meninos estrangeiros querem entender como é o futebol por aqui e de repente já estão inscritos em escolinhas e se encontram jogando no mesmo time do colega. “A amizade é algo lindo que acontece por meio dessa abertura de diálogo que gera vínculos”, destaca a professora. “Penso que esta é a referência que buscamos na criança porque ela não tem as ‘crostas’ que são colocadas em nós adultos por tantas vertentes econômicas, sociais, políticas, que impedem a interação. Só refletimos sobre isso quando somos colocados à prova, por exemplo, quando estamos diante da necessidade de acolher alguém. Estamos falando do estrangeiro, mas pode ser qualquer pessoa que vá nos tirar da nossa rotina, da nossa forma

SOMOS TODOS IRMÃOS E IRMÃS

Os vínculos que as pessoas se permitem criar na interação da vida cotidiana são transformadores da realidade social. Por esse caminho do olhar atento ao que acontece na comunidade de fé em que as pessoas rezam, pela observação da situação em que se encontram as pessoas que residem no bairro, surgem as inquietações e as possibilidades de abertura para dialogar. É assim que se aplica o ensinamento de Jesus ao se colocar a caminho na missão para fazer as pessoas compreenderem que não se alcança o Reino de Deus sem que os outros sejam partícipes do banquete.

Para que as pessoas compreendam essa mensagem, o primeiro passo é entenderem que a Salvação liga uns aos outros, conforme o que Jesus ensinou. O lema “Vós sois todos irmãos e irmãs”, do Evangelho de Mateus, escolhido para inspirar esta Campanha da Fraternidade é esse convite de conversão quaresmal para que cada um se desprenda daquilo que

de pensar, de agir, de se colocar diante do outro”, observa Maria Auxiliadora.

Outro campo difícil de ação e que é um desafio gigantesco para o ser humano está no meio digital. A sincronia entre a vida real e o mundo virtual das redes sociais está mostrando sinais de exclusão do outro e violência entre irmãos e irmãs, conforme apontado por Marinês Bettega. Ela considera que a tecnologia é muito boa para oferecer possibilidades de crescimento, conhecimento e desenvolvimento, e também pode auxiliar nas práticas de solidariedade. Contudo, o que se tem visto em vários casos é que o universo digital se tornou terreno para provocar a discórdia, ataques que se transformam em crimes de preconceito e constrangimentos. “No meio digital ou físico precisamos criar esperança e amor, e isso só é possível se tenho esses elementos dentro de mim. Se diariamente alimento o lobo do ódio, não conseguirei ter o lobo do amor. É hora de parar e pensar se o problema está no outro ou em mim?”, questiona.

impede enxergar no outro o rosto de Deus.

Para Marinês Bettega, a grande pergunta é como ser um cristão se não entender que o outro faz parte da vida e que é o destinatário da mensagem do Evangelho, já que ele faz abrir os olhos para o Evangelho na prática, para a realidade que Jesus anunciou? “Alguém pode pensar que está fazendo de tudo para alcançar o Reino, como se estivesse cumprindo as metas e critérios, mas na medida em que excluiu o outro da convivência, já aparece a contradição. Por isso que precisamos uns dos outros para alcançar a Salvação, porque a nossa relação com Deus não é só vertical; ela é também horizontal, o que inclui as pessoas. O amor fraterno leva tanto ao entendimento das diferenças humanas que isso se transforma em elo de amizade”, salienta.

Sendo o amor, caridade, esperança, fraternidade sentimentos ou formas de agir que devem ser praticadas diariamente para

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estabelecer a amizade social, então alguém não pode dizer que é fraterno ou caridoso se faz seleção a quem destina essas atitudes, na opinião de Marinês. Por isso, ela busca no Apóstolo Paulo a explicação de que para viver os mesmos sentimentos de Jesus é preciso vivenciar essas situações (vale a pena ler o que diz o capítulo 2, da Carta aos Filipenses) . “Se estou em situação de conflito e não consigo pensar de forma amorosa, com caridade e com compaixão, não tenho os mesmos sentimentos de Jesus para com o outro. Para conseguir fazer isso, é preciso dominar o que é mais inerente ao ser humano: a vontade de se sobrepor ao outro”, pontua.

É neste sentido que a integrante da Cáritas Diocesana para a Campanha da Fraternidade salienta que a amizade social tem no diálogo o ponto principal de superação das diferenças para fazer com que as pessoas se enxerguem como tal o são: irmãos e irmãs. No entanto, muitos assuntos dos diálogos estão sendo manipulados. A manipulação infecta e prejudica o diálogo para estabelecer a amizade. “Não estamos falando de um diálogo de imposição, mas sim de troca de experiências que deve ser transparente e livre de pré-conceitos e julgamentos”, diz.

Por fim, ela lembra que o ensinamento de Jesus sempre coloca o cristão em condição de respeito às pessoas.

Assim, a própria comunidade de fé é maior do que as vontades individuais, porque o parâmetro é o único Mestre Jesus. “Quando tenho o ser humano como parâmetro, preciso estar atento porque a capacidade humana é belíssima para as palavras, mas viver isso na própria carne, sendo exemplo, é mais difícil. O Mestre é Jesus, então precisamos entender que nossos irmãos e irmãs nos ajudam a acessar Jesus e o Reino de Deus. Na relação de comunidade não podemos instrumentalizar a fé para atingir os objetivos. Não podemos copiar aquilo que o mundo oferece. Quando você está diante de fazer o bem, faça sem esperar algo em troca”, afirma.

UM REMÉDIO CONTRA O INDIVIDUALISMO

O que a professora Maria Auxiliadora trouxe para esta reportagem de capa como ponto de reflexão é o que fica de ensinamento para as relações humanas dos adultos. “Pensar a amizade social e identificar que a criança pode ser essa referência é algo que nos faz pensar em levar essa referência para frente como modelo para situações em que tivermos dificuldade de lidar e questionar como uma criança lidaria aquela situação? Talvez o maior legado que levo da experiência de professora é ver como as crianças lidam com situações tão delicadas que nós como adultos colocamos barreiras”, destaca.

A sugestão que a Campanha da Fraternidade traz é para “alargar as tendas”, ou como diz Maria Auxiliadora, “alargar as barracas”, porque na região as pessoas utilizam esse material para os acampamentos. O significado disso é abrir-se para as relações humanas onde elas estão, saindo do núcleo familiar restrito para chegar à interação mais próxima entre os irmãos na fé e inclusive com aqueles que estão fora desta barraca.

Contudo, é possível perceber que, talvez mais influenciado pelo contexto das modernidades tecnológicas, o adulto tem mais dificuldade de promover essas relações e interações próprias para o cotidiano. “Penso que tem a ver com as crostas que recebemos da sociedade, tem a ver com questão de autoconhecimento. E quando passa

pela questão espiritual, ela nos ajuda a compreender que somos seres iguais. Por isso, é importante cultivar, trabalhar mais com os princípios da humildade, paciência, de ser ver no outro, ver Jesus no outro. A espiritualidade traz essa luz que precisamos para não esquecer desses princípios humanos. Senão, temos um risco de pensar que não precisamos de opiniões alheias, que não precisamos de apoio de ninguém, e aí corre-se outro risco ao desprezar um líder religioso, um profissional, o professor, os conselhos das pessoas”, considera.

PROVOCAR A INTERAÇÃO E O DIÁLOGO

Dentre as ações importantes que apresentam viabilidade para restabelecer conexões ou vínculos rompidos nos últimos anos por força da pandemia e até por questões políticas, uma via a percorrer são as próprias famílias, escolas, comunidades, Igreja, pela Catequese, para propor momentos ricos de reflexão sobre a família, sociedade e a amizade social. “Mas nós também podemos provocar esses momentos de encontro para alargar a barraca. Talvez esses grupos que já existem possam alargar e fazer ações conjuntas. Eu lembro de um grupo de músicos que visitou nossa escola com um objetivo, mas o que menos fizeram foi cantar e tocar (risos) porque precisávamos de ações como pintar parede. E esse encontro

deles com nossa escola contribuiu para criar vínculos tão bonitos porque passaram a se conhecer, o que gerou possibilidade de emprego, propaganda, autoestima e amizades que continuaram a partir desse evento. Penso que devemos trazer a Campanha da Fraternidade para o nosso dia a dia e o que podemos fazer no nosso contexto, unindo esse concreto da existência e iluminar com o tema e lema propostos. A diversidade de ações pode produzir bons frutos com essa tenda alargada. Podemos até criar várias tendas e notar que em algum momento elas se conectam”, exemplifica.

Por sua vez, a tenda pode ser alargada até mesmo dentro da Igreja, segundo opinião de Marinês Bettega. Ela entende que boas relações de amizade com o sacerdote, ministros, pessoas que estão na administração da comunidade, na liturgia, catequese e outras instâncias e organismos favorecem a fluidez da comunidade. “Somos diferentes nas nossas individualidades, mas isso não deve nos separar. Na assembleia vai ter gente com todas as dores. Na relação que acontece na secretaria, na pastoral, nas reuniões, é a mesma forma. Eu continuo sendo Igreja, um cristão que recebe os ensinamentos de Jesus. A amizade social vai estimular o reconhecimento do outro não só dentro da Igreja, mas também nos demais ambientes”, acredita.

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Convocadas as reuniões dos Conselhos de Pastoral

Neste mês de março, acontece a reunião do Conselho Diocesano de Pastoral e a série de reuniões do Conselho de Pastoral Ampliado nos Decanatos. As reuniões dão ritmo ao calendário de atividades da Diocese de Toledo a partir do que foi construído e revisado no Plano Diocesano da Ação Evangelizadora, durante Assembleia em novembro do ano passado.

O calendário de reuniões abre com a convocação dos membros do Conselho

Diocesano de Pastoral (CDP). Participam deste Conselho: Bispo Diocesano, Assessores e Coordenadores das Pastorais, associações católicas, movimentos eclesiais e organismos eclesiais de âmbito diocesano. De acordo com o Cânone nº 511, “ao Conselho de Pastoral, sob a autoridade do Bispo, compete examinar e avaliar as atividades pastorais da

Diocese e, propor conclusões práticas sobre elas”. É por isso que sua finalidade é o planejamento, execução e acompanhamento das decisões da Assembleia Diocesana. As reuniões são realizadas duas vezes ao ano.

CONSELHO AMPLIADO

Já as reuniões do Conselho de Pas-

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Participantes da última reunião do Conselho Diocesano de Pastoral no ano passado Reunião do Conselho de Pastoral Ampliado em Marechal Cândido Rondon em 2023

toral Ampliado acontecem nos quatro Decanatos. É uma forma de aproximar ainda mais as lideranças das comunidades paroquiais e envolvê-las no processo de execução das atividades, iniciativas e projetos pastorais no seu território. Esta rodada de reuniões do Conselho de Pastoral Ampliado será aberta no dia 7 deste mês de março (veja calendário nesta reportagem)

Devem participar das reuniões do Conselho de Pastoral Ampliado nos seus

Confira o calendário de reuniões

respectivos Decanatos: os padres (párocos e vigários paroquiais), os religiosos com trabalhos de expressão paroquial ou decanal, os coordenadores diocesanos (residentes no Decanato) das Pastorais e dos Movimentos Eclesiais e membros leigos do Grupo de Reflexão da Ação Evangelizadora Paroquial (Graep) ou do Conselho de Pastoral Paroquial (CPP) – até duas pessoas por Paróquia. Data Convocação Local

04/03 Conselho Diocesano de Pastoral

Seminário Maria Mãe da Igreja

07/03 Conselho de Pastoral Ampliado (Decanato Assis) Paróquia São Francisco de Assis – Assis Chateaubriand

14/03 Conselho de Pastoral Ampliado (Decanato Rondon)

15/03 Conselho de Pastoral Ampliado (Decanato Toledo)

21/03 Conselho de Pastoral Ampliado (Decanato Guaíra/Palotina)

Obs.: As reuniões começam sempre às 19h30.

Paróquia Sagrado Coração de Jesus – Marechal Cândido Rondon

Paróquia São Cristóvão – Toledo

Paróquia Nossa Senhora Aparecida – Terra Roxa

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Reunião do Conselho de Pastoral Ampliado em Terra Roxa (2023)

Diocese de Toledo prepara nova Missão Vocacional nas Paróquias

No ano passado, as Dioceses de todo o Brasil viveram o 3º Ano Vocacional com atividades das mais variadas e criativas que cumpriram seus objetivos. Entre as ações desenvolvidas na Diocese de Toledo foi realizada a 1ª experiência da Missão Vocacional nas paróquias. “Foi sem dúvida, um momento marcante para aqueles que participaram”, salienta Pe. Juarez Pereira de Oliveira, reitor do Seminário Maria Mãe da Igreja, articulador do Ano Vocacional 2023.

Diante desse quadro positivo que a avaliação proporcionou, ficaram evidentes o entusiasmo, a alegria e o acolhimento carinhoso das paróquias ao participarem do evento no ano passado. Pensando nisso, a Pastoral Vocacional está organizando, para 2024, a 2ª edição da Missão Vocacional.

os grupos de missionários que irão trabalhar com as comunidades neste ano. Eles estão a par das atividades a serem desenvolvidas com cada grupo.

“Neste ano, iremos entrar na dinâmica de preparação para o Jubileu do Ano Santo de 2025, que o Papa convocará no dia 9 de maio de 2024. O tema deste ano é a Oração. Deste modo, precisamos resgatar o sentido da oração pessoal e comunitária em nossas comunidades”, informa Pe. Juarez. Neste contexto, a Missão terá como tema “Oração: Alegria do Coração” e o lema: “Ó Deus, cria em mim um coração puro” (Sl 50,12).

ORGANIZAR A MISSÃO

Desde o final do ano passado, algumas equipes já estão empenhadas na organização da Missão Vocacional com a preparação dos materiais. Recentemente, no dia 17 de fevereiro último, os missionários deste projeto se reuniram no Seminário Maria Mãe da Igreja para uma formação.

A reunião serviu ainda para definir

“Neste ano além das casas de formação de nossa Diocese, contaremos com o auxílio dos membros de outras pastorais e movimentos, na busca de mostrar a face diversificada da Igreja

em sua rica quantidade de carismas. Contamos com o incentivo e envolvimento de todas as comunidades e párocos, assim como o ano anterior, para que esta experiência em que visamos o Ano Santo possa ser vivenciada com ardor em nossa Diocese”, convida responsável pela comunicação da Missão Vocacional.

Preparação reúne Agentes da Missão

Como este trabalho depende também da dedicação das paróquias para que aconteça, espera-se o empenho dos Agentes da Missão de cada paróquia. Neste caso, eles estão convidados a participar da formação que será no dia 9 deste mês de março (sábado), na Paróquia São Cristóvão, das 14h30 às 17h30.

“A participação de todos os agentes é de extrema importância pois será apresentada toda estrutura da Missão Vocacional deste ano e como deve ocorrer em cada comunidade. Será um dia de sanar o máximo de

Onde será realizada a Missão Vocacional?

Decanato Toledo: 18/05

Dec. Assis/Guaíra/Palotina: 29/06

Decanato Rondon: 17/08

dúvidas para o melhor andamento da Missão. A presença de representantes paroquiais é de suma importância”, salienta o responsável pela comunicação da Missão Vocacional, Pe. Juarez Pereira de Oliveira.

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Missionários da Missão Vocacional 2024

Animadores Vocacionais e Servidores do Altar estão mobilizados

Representantes das comunidades diocesanas, membros das equipes de Animação Vocacional e de coordenadores dos Servidores do Altar já estão mobilizados para o andamento das atividades diocesanas ao longo do ano e que será de muito empenho e dedicação em prol das vocações.

No grupo dos Animadores da Pastoral Vocacional, composto por 35 representantes de 22 paróquias, os assuntos que se destacaram em reunião realizada no último dia 17 de fevereiro, no Seminário Maria Mãe da Igreja, foram os tradicionais encontros vocacionais que acontecem no Seminário São Cura d’Ars, em Quatro Pontes, no Seminário Maria Mãe da Igreja, em Toledo, e dos Encontros Vocacionais femininos, que ocorrem nos conventos presentes na Diocese de Toledo.

O seminarista Matheus Thim, que é membro da comissão diocesana dos Servidores do Altar, relata que a reflexão do encontro propôs uma abordagem de

todo o percurso necessário para a formação de um padre diocesano, e também das etapas de formação à vocação religiosa, masculina e feminina. Com esta consciência, os grupos de Animadores também se colocam em suas funções pelo bom desenvolvimento da 2ª Missão Vocacional nas paróquias.

Já o grupo dos coordenadores dos Servidores do Altar (Coroinhas e Acó-

litos), contou com a presença de 56 representantes de 29 comunidades paroquiais. A comissão diocesana atualizou as realidades paroquiais deste setor, bem como realizou uma reflexão e partilha das iniciativas desenvolvidas em suas comunidades. Esta partilha de experiências, proporcionou aos presentes um mútuo enriquecimento de iniciativas que poderão dinamizar e aperfeiçoar as atividades do setor.

PROGRAMAÇÃO PARA ACÓLITOS E COROINHAS

Matheus informa que a comissão diocesana reforçou a importância da oração pelas vocações bem como do cultivo da espiritualidade eucarística, que alimenta o ardor no serviço do altar. Destacou-se, nesta dimensão a iniciativa diocesana que, visando o cultivo da espiritualidade de seus acólitos, realizará no dia 17 de março, no Seminário Maria Mãe da Igreja, o primeiro retiro diocesano para acólitos. E, ainda para o mês de agosto, anunciou mais uma edição do Encontro Diocesano dos Servidores do Altar a ser realizada em Quatro Pontes.

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Preparação dos Animadores da Pastoral Vocacional e coordenadores dos Servidores do Altar para as atividades do ano Animadores vocacionais e Coordenadores de Acólitos e Coroinhas das paróquias reunidos para planejamento de atividades

Pastoral Litúrgica realiza primeiro encontro de formação do ano

A formação sobre os diversos temas da fé é constante. Para as pessoas que atuam na Liturgia as exigências são proporcionais à observação e preservação dos ritos para que a assembleia de fiéis possa ter uma boa experiência no mistério eucarístico celebrado.

Por isso mesmo, neste dia 10 de março, a Pastoral Litúrgica promove o encontro diocesano de formação tendo como base a Carta Apostólica sobre a formação litúrgica do povo de Deus (Desiderio Desideravi) e a nova tradução do Missal Romano.

Os participantes serão recebidos a partir das 8h no Centro de Formação Instituto São João Paulo II. A assessoria será de Arnaldo Temochko, doutor em Teologia, Especialista em Música Ritual e Pós-graduando em Liturgia, da Arquidiocese de Curitiba. Arnaldo fará uma abordagem sobre ambos os documentos neste encontro de formação litúrgica.

Desiderio Desideravi, o Papa Francisco busca recordar o significado profundo da Celebração Eucarística tal como emergiu do Concílio Vaticano II, e para convidar à formação litúrgica.

De acordo com o assessor diocesano da Pastoral Litúrgica, Pe. Sérgio Augusto Rodrigues, por meio da Carta Apostólica

Ofício de envio

Com a imagem da “Negra Mariama” nas mãos, Marinês Bettega e Maria Fedel, da Paróquia São Cristóvão (Toledo) rezaram com a Pastoral da Juventude pela missão que se preparam para realizar em Angola (África). Elas estão desde o ano passado organizando a viagem para viverem a experiência além fronteiras, tendo como projeto de atuação junto a comunidades angolanas em que há presença da Congregação das Pequenas Irmãs da Sagrada Família (PISF).

Negra Mariama é o jeito carinhoso que os pejoteiros – jovens da Pastoral da Juventude – chamam Nossa Senhora Aparecida, inspirados por D. Helder Câmara. “Que possa-

É por essa razão que são convidados a participar deste evento formativo não somente as pessoas que atuam na

Pastoral Litúrgica e Equipe de Cantos, mas também Ministros Auxiliares da Comunidade e demais agentes de pastorais e movimentos interessados. “É muito importante a presença de todas as paróquias para melhor articulação da caminhada da Pastoral Litúrgica em nossa Diocese”, convoca Pe. Sérgio.

mos nos manter em oração para que Deus abençoe grandemente a missão e que ela aconteça conforme a vontade d’Ele e que seja uma experiência de fé transformadora”, desejam os jovens. Marinês, por sinal, é uma das assessoras leigas da PJ.

Ela e a amiga Maria Fedel tiveram frustrada a previsão de embarque em janeiro, principalmente por conta da burocracia. Assim que esse processo for vencido, a experiência missionária será realizada por três meses.

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Encontro de formação litúrgica traz abordagem de dois importantes documentos da Igreja As missionárias Maria e Marinês Jovens reunidos com as missionárias

Pastoral da Juventude abre calendário com alegria e esperança

A coordenação Diocesana da Pastoral da Juventude reuniu-se no mês de fevereiro com as coordenações dos Decanatos Assis e Toledo para o alinhamento das atividades e objetivos do ano de 2024.

“É com grande entusiasmo que anunciamos o início das nossas atividades. Prontos para trilhar esse caminho na construção da nossa civilização do amor, levando como centro Jesus, através dos trabalhos de grupo de base, decanatos e Diocese”, afirma a coordenadora diocesana, Francieli Bolognes. Na reunião de abertura do calendário de atividades esteve na pauta a atenção aos grupos de base e suas necessidades, além da formação de novos grupos.

As atividades previstas para o ano estão definidas mês a mês. Para março, por exemplo, duas atividades estão programadas, sendo: o encontro diocesano da PJ em Toledo, nos dias 9 e 10; e o Encontrão do Decanato Toledo, no dia 16. “Que seja um ano de muita sabedoria, trabalho, conquistas e alegrias, e que o Senhor abençoe a nossa caminhada”, deseja a coordenadora.

Atividades para a juventude

Confira a agenda de atividades previstas da Pastoral da Juventude em nível diocesano e decanal. Informe-se na sua paróquia ou com o grupo de base e participe. Se você é adulto, incentive o jovem da sua família ou comunidade a se integrar num grupo de jovens para que ele possa participar dos encontros, torneios, acampamentos e demais atividades formativas.

18 e 19/05

08/06

16/06

27 e 28/07

17 e 18/08

15/09

28 e 29/09

27/10

09 e 10/11

30/11 e 01/12

08/12

Formação Pastoral da Juventude – FPJ (Diocesano)

Toledo

Arraiá da Pastoral da Juventude Decanato Assis Assis Chateaubriand

Torneio da Pastoral da Juventude Decanato Toledo

Formação Pastoral da Juventude – FPJ (Diocesano)

Toledo

Toledo

5º Acampamento Kairós Decanato Assis (Decanal) Assis Chateaubriand

Seminário de Fé e Política da Pastoral da Juventude (Diocesano) Assis Chateaubriand

Formação da Pastoral da Juventude – FPJ (Diocesano)

Toledo

Assembleia Diocesana da Pastoral da Juventude Assis Chateaubriand

Acampamento da Pastoral da Juventude Decanato Toledo Toledo

Retiro Diocesano da Pastoral da Juventude

Toledo

Encontrão da Pastoral da Juventude do Decanato Assis Assis Chateaubriand

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Pastoral da Juventude é um espaço para acolher o jovem na perspectiva cristã
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Ano XXVIII - nº 300 - Março de 2024 17

Os cristãos realizam sua preparação para a Páscoa

Com a Catedral Cristo Rei tomada por fiéis, o bispo diocesano, D. João Carlos Seneme, dirigiu sua mensagem para esta Quaresma. Com o rito de imposição das cinzas, próprio da celebração, ele salientou que elas não são algo “mágico” ou um símbolo físico, mas um convite, como o profeta Joel recorda o que diz o Senhor: “Voltai para mim com todo o vosso coração”. “Neste gesto das cinzas, reconhecemos que precisamos de Deus”, sublinhou D. João.

Ele ainda destacou que a vivência da Quaresma se dá por, ao menos, três meios. O primeiro é a oração, onde cada cristão faz seu encontro com Deus. “Isso implica estabelecer um horário, um momento do nosso dia, para reconhecermos que somos filhos de Deus. A oração é esta relação do Pai com seus filhos. Não é dizer ‘muitas palavras’, mas sentir que o nosso coração se une ao coração de Deus”, afirmou.

Outro meio de vivência da Quaresma é o relacionamento que cada um faz consigo mesmo por meio do jejum. “Vamos aprender a privação. Assim seremos capazes de ver o irmão. O jejum ajuda a nos educar e nos afastar do que escraviza”, observou.

Por fim, a esmola (caridade), que é o sinal como as pessoas se relacionam

umas com as outras. “Assim praticamos a partilha do nosso tempo, da nossa vida, (...) dar-se de si mesmo aos outros e ir ao encontro. É um exercício que podemos fazer nesse período, um tempo favorável para a autorreflexão, arrependimento e conversão”, completou.

O bispo da Diocese de Toledo finalizou sua mensagem destacando o

PARÓQUIA SÃO LUIZ GONZAGA - Pato Bragado

tema da Campanha da Fraternidade (Fraternidade e Amizade Social), inspirado na Encíclica Fratelli Tutti, do Papa Francisco, com o lema “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt 23,8). “A Campanha propõe um convite para que possamos nos ver como irmãos e irmãs, construindo a fraternidade, na vontade de Deus para que sejamos irmãos”, disse.

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Fotos: Pascom Paróquia São Luiz Gonzaga
Ano XXVIII - nº 300 - Março de 2024 21 XXVIII 2024 21 CATEDRAL
- Toledo
CRISTO REI
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PARÓQUIA CRISTO REI

PARÓQUIA SÃO FRANCISCO DE ASSIS - Toledo
PARÓQUIA SANTO INÁCIO DE LOYOLA - Jesuítas
Juan Matoso/Pascom
Fotos: Fotos: Pascom Paróquia Cristo Rei Fotos: Patrícia Pelissari /Pascom
Ano XXVIII - nº 300 - Março de 2024 23 XXVIII 2024 23
Entre Rios do Oeste

Grupos de Jovens preparam encenação da Paixão de Cristo

O Tempo de Quaresma deve ser dedicado à reflexão profunda sobre a existência, ainda mais quando se tem no horizonte a Páscoa do Senhor. O deserto, como ambiente inóspito onde não há alimento e água, mas tem animais peçonhentos como cobras e escorpiões, é a referência de um obstáculo a ser superado. Mas ele é apenas um elemento entre aqueles que estão presentes nas passagens bíblicas para indicar algo ainda maior a ser alcançado pelos cristãos: a Salvação.

É com esse olhar que vários grupos de jovens espalhados por várias cidades da Diocese de Toledo se organizam nestes dias que antecedem a Páscoa para ensaios visando a encenação da Paixão de Cristo. É o caso dos Jovens Unidos com Cristo (JUC), grupo da juventude da Paróquia Santo Antônio, de Formosa do Oeste. A coordenadora Isabela da Rosa informa que os jovens já se preparam para a ence -

Grupo de jovens JUC se prepara para encenação dos momentos da fé um circuito que conta com a participação de adeptos do ciclismo de Formosa do Oeste e cidades próximas. A inscrição para este evento é apenas uma caixa de bombom. No dia da Páscoa são distribuídos kits de chocolates para as crianças.

nação da Paixão que será precedido pela participação nas orações da vigília de Sexta-feira Santa.

Eles também organizam outra atividade neste tempo que é o Pedal Chocolate em parceria com uma bicicletaria da cidade. Por meio da parceria, os jovens fazem

Programação

O grupo de jovens JUC, de Formosa do Oeste, conta com um calendário de atividades para o ano de 2024. O calendário do ano contempla:

Dia 17/03 – Pedal Chocolate

Dia 31/03 – Páscoa da Alegria

Dias 27 e 28/04 – Retiro “Eu escolho Deus”

Dia 12/05 – Café da manhã para as mães

Dia 11/08 – Café da manhã para os pais

Dias 14 e 15/09 – Acampamento de Jovens com Cristo (AJC)

Dia 12/10 – Recreação para as crianças

Dias 9 e 10/11 – JUC Fest

Dia 07/12 – Missa de Aniversário do JUC: 54 anos

Dia 15/12 – Confraternização

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Grupo de jovens de Formosa do Oeste organiza atividades do ano

Esses kits também são formados por meio de campanha de arrecadação em que os jovens pedem doações aos consumidores que estão realizando compras nos mercados, padaria e dos fiéis que participam das celebrações. Com isso, acontece a Páscoa da Alegria para as crianças da cidade.

Isabela conta ainda que no último dia 4 de fevereiro, foi realizada a primeira reunião do grupo JUC Formosa deste ano, com atividades na Gruta Nossa Senhora de Lourdes. Em seguida, eles se dirigiram ao centro de formação onde um ministro expôs o Santíssimo, pedindo uma grande bênção para a juventude do mundo inteiro.

ENCONTROS

O grupo de jovens JUC realiza encontros aos domingos, às 19h30, com uma média de 25 a 30 participantes. O grupo nasceu como Movimento Jovem Cristão no dia 6 de dezembro de 1970. “Temos uma coordenação com 13 jovens e 19 assessores que auxiliam no grupo”, informa a coordenadora Isabela.

Primeiro encontro dos jovens neste ano em Formosa do Oeste Formação do grupo que encenou a Paixão de Cristo em 1981

Imprensa regional propaga os princípios da Campanha da Fraternidade

As informações precisas e corretas sobre a Campanha da Fraternidade 2024 chegaram ao público leitor, ouvinte e internauta por meio dos profissionais de imprensa que participaram do evento de lançamento na Cúria Diocesana. Recebidos pelo bispo diocesano, D. João Carlos Seneme, pelo assessor eclesiástico para a Campanha da Fraternidade e presidente executivo da Cáritas, Pe. André Boffo Mendes, e pela integrante da Equipe da CF 2024, Jennifer Teixeira, os membros da Imprensa regional acompanharam a reflexão do tema, lema e objetivos da Campanha, ao mesmo tempo em que tiveram a oportunidade de realizar entrevistas sobre o assunto. Participaram ainda demais integrantes da Cáritas Diocesana: Maria Auxiliadora Peron, Marinês Bettega, Alex Sannder e Thaís Coelho.

D. João abriu o encontro destacando a reflexão da Quaresma, tempo de preparação dos cristãos católicos para

Formação CF 2024 em Pato Bragado

Ainda em dezembro do ano passado, integrantes da Cáritas Diocesana realizaram encontros de formação para a Campanha da Fraternidade, percorrendo os Decanatos de Toledo, Assis, Rondon, Guaíra/Palotina. Mas, as lideranças da Paróquia São Luiz Gonzaga, de Pato Bragado, se mobilizaram para

a Páscoa. Em seguida, destacou a ação organizada da Igreja que comemora 60 anos de CF em 2024. Jennifer Teixeira conduziu um breve momento em que apontou as principais indicações de reflexão da Campanha da Fraternidade que remetem à amizade social e ao lema de inspiração bíblica “Vós dois todos irmãos e irmãs” (cf. Mt 23,8).

encontro formativo no último dia 7 de fevereiro. Neste caso, o assessor convidado foi o Pe. Angelo Virgílio Pellá, pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças (Novo Sarandi). O sacerdote conduziu a reflexão proposta para esta CF 2024, convidando os participantes do encontro a vivenciar o lema “Vós

sois todos irmãos e irmãs” (cf. Mt 23,8).

A Campanha da Fraternidade está em andamento e serve como proposta de reflexão nesta Quaresma, complementando os exercícios próprios deste tempo de preparação para a Páscoa que são oração, jejum, abstinência e caridade.

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Membros da Imprensa regional no lançamento da Campanha da Fraternidade 2024 Lideranças acompanham reflexão da CF 2024 Comunidade participou da formação paroquial Pe. Angelo assessorou o encontro

O que foi feito com o dinheiro da Campanha da Fraternidade 2023 na Diocese de Toledo?

É importante os fiéis terem conhecimento do cuidado que a Diocese de Toledo tem na gestão dos recursos provenientes da Coleta Nacional da Solidariedade, que é o gesto concreto da Campanha da Fraternidade realizada anualmente. Este ano, a Coleta acontecerá nas missas do dia 24 de março (Domingo de Ramos). Do total, 60% passam a compor o Fundo Diocesano de Solidariedade, com o objetivo de apoiar projetos locais. Os outros 40% compõem o Fundo Nacional de Solidariedade.

Pela motivação e animação da Campanha da Fraternidade realizada pela comunidade de fé, a Diocese de Toledo conseguiu no ano passado apoiar projetos e demais iniciativas de formação que continuam contribuindo para devolver a dignidade às pessoas que mais precisam.

Dentre os projetos, a participação dos fiéis na Coleta da Solidariedade impulsionou a presença da Cáritas Diocesana junto aos irmãos estrangeiros que estão presentes em cidades da região diocesana e que, muitas vezes, estavam invisíveis, com apoio restrito ou limitado para atender suas necessidades, e até mesmo lançados à sorte.

Com o dinheiro da Coleta da Solidariedade e a articulação da Cáritas Diocesana – como organismo de mobilização da Campanha da Fraternidade –foi possível abrir a Escola de Língua Portuguesa para migrantes, que reuniu 60 migrantes em três turmas e ofertou a estes o conhecimento do idioma local e, partir dele, novas possibilidades de empre-

gabilidade. Por sinal, esse diagnóstico foi apresentado pela própria sociedade que percebeu a grande oferta de empregos na região, a situação de vulnerabilidade dos migrantes e as barreiras de contratações pelos desafios impostos na comunicação por meio da língua local. Estima-se que, comunicando-se melhor, os estrangeiros conquistarão novas oportunidades no mercado de trabalho. A Escola de Língua Portuguesa, inspirada pela sua colaboração na Coleta da Solidariedade – vale lembrar

– está com três novas turmas em andamento neste primeiro semestre de 2024.

Houve um apoio muito forte em eventos realizados em parceria como os mutirões de empregabilidade na cidade de Toledo. A participação nestas feiras de emprego deixa claro compromisso que se traduz naquela velha máxima “ensinar a pescar”, onde a Cáritas mobilizou migrantes e refugiados para este encaminhamento às vagas de emprego.

Na assistência oferecida, a Cáritas Diocesana de Toledo, juntamente com vários parceiros, prestou atendimento integral às necessidades básicas dos migrantes, com doação de itens essenciais como utensílios de cozinha e móveis. No caso específico, os kits higiene foram montados também por meio dos recursos do Fundo de Solidariedade. Na Semana do Migrante, também um encontro de interação da comunidade de fé com os migrantes contou com esse apoio financeiro. E para tudo isso ter sido possível de realizar, foi necessário investimento na formação de agentes, o que contou também com o gesto concreto da Campanha da Fraternidade.

Portanto, neste período conclusivo da CF 2024 – Fraternidade e Amizade Social – “Vós sois todos irmãos e irmãs” (cf. Mt 2,8), é válido refletir sobre o caminho que você vai seguir neste tempo quaresmal: influenciado por discursos que acentuam divisões (diabo) ou com o coração aberto para a realidade que grita aos olhos e exige posturas cristãs de solidariedade, compaixão e fraternidade?

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Diálogo com empresários na identificação de barreiras para contratação de migrantes Acompanhamento de projeto iniciado por meio de recursos da Coleta da Solidariedade

Lançado o Projeto “Todos

os

Povos”

O presidente executivo da Cáritas Diocesana, Pe. André Boffo Mendes, lançou aos profissionais de comunicação da região o Projeto “Todos os Povos”. Aproveitando a coletiva de Imprensa de apresentação da Campanha da Fraternidade 2024, ele mencionou que o principal objetivo do projeto é realizar acolhimento, proteção e promoção dos migrantes e refugiados na região.

O projeto “Todos os Povos” é fruto de convênio da Cáritas Regional do Paraná com a Itaipu Binacional. Por ser uma entidade membro, a Cáritas Diocesana de Toledo receberá uma parcela dos recursos para o desenvolvimento de atividades locais no atendimento emergencial às pessoas e famílias migrantes, refugiadas e vítimas de tráfico de pessoas. O convênio prevê 36 meses de duração.

O Projeto visa encaminhar ao menos 2 mil pessoas para a regularização migratória por ano e realizar pelo menos 400 orientações legais por ano. Além disso, outra meta é realizar 120 atendimentos psicológicos por ano. O convênio auxiliará sobremaneira a es-

cola de Língua Portuguesa, pois prevê intensificar e ampliar a oferta de vagas. Atualmente, 60 estrangeiros participam das aulas. Além disso, o projeto prevê disponibilizar hospedagem emergencial e organizar eventos debate sobre o combate ao tráfico de pessoas.

Para a execução destas atividades, a

Cáritas Diocesana de Toledo receberá recursos para contratação de uma Assistente de Integração, que já está em atuação sendo Aline Karin da Rocha, e uma psicóloga que atenderá outras entidades membro da região. O convênio prevê ainda cerca de R$ 5,5 mil para materiais e equipamentos.

Cáritas Diocesana participa de encontro regional

O presidente-executivo da Cáritas Diocesana de Toledo, Pe. André Boffo Mendes, e o Assistente de Integração, Marcus Vinicius de Jesus Sanita, participaram do Encontro de Planejamento Regional da Cáritas, realizado na Casa de Formação Divino Mestre, em Francisco Beltrão.

O Encontro (6 a 8/02) contou com a participação das entidades membro da Cáritas Regional do Paraná que discutiram os encami-

nhamentos necessários para as áreas de atuação elencadas como prioridade para o ano de 2024, lançando um olhar sobre a realidade com o filtro da Amizade Social proposta pela Campanha da Fraternidade deste ano. As linhas de atuação da Cáritas debatidas no encontro foram: Meio Ambiente, Gestão de Risco e Emergências (MAGRE); Migração, Refúgio e Apatridia; Economia Popular Solidária; e Gestão da Rede Cáritas.

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Projeto social quer alcançar migrantes e refugiados na região Participantes do Encontro de Planejamento Regional da Cáritas com o bispo da Diocese de Palmas-Francisco Beltrão, D. Edgar Ertl

A Igreja se prepara para o Ano Santo: “Peregrinos de esperança”

A Igreja se prepara para viver o Ano Santo em que comemorará em 2025 o Jubileu ordinário convocado pelo Papa Francisco sob o tema “Peregrinos de esperança”. Para tanto, estão sendo conhecidas, aos poucos, as atividades e iniciativas que deverão ocorrer em toda a Igreja no mundo. Um dos primeiros movimentos é realizar ao longo deste ano de 2024 um período de preparação para o Jubileu, sendo marcado pela oração. O Ano de Oração, convidado pelo Santo Padre, é o primeiro caminho dentro da compreensão do que vem a ser o Jubileu e o tema proposto para atitudes práticas de vivência da esperança. O Jubileu ordinário que a Igreja Católica realiza a cada 25 anos faz referência à encarnação do Verbo que, portanto, será aberto no Natal deste ano de 2024 para dar início a uma programação muito forte de experiência da fé.

Pe. Marcelo Ribeiro da Silva, reitor de Seminário São Cura d’Ars, de Quatro Pontes, e assessor da Pastoral Vocacional da Igreja no Paraná – Regional Sul 2, ouviu do cardeal D. Rino Fisichella, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização da Santa Sé, algumas indicações daquilo que o Papa Francisco pede aos cristãos neste momento. O encontro em que ele esteve presente reuniu 300 pessoas representando as dioceses do Brasil por meio de iniciativa da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

“Jubileu, a partir da fé, tem o sentido da Salvação do povo de Deus. Inspirado na Palavra, o Ano Santo é um período dedicado à reflexão sobre a expressão da misericórdia de Deus no mundo. Lucas fala do Ano da graça do Senhor (Lc 4,18)”, diz.

Neste sentido, recordando o que está no Livro do Gênesis, onde Deus concluiu sua obra e no sétimo dia descansou, D. Rino falou que mesmo Deus se impõe um limite na ação de criar, porque não é máquina”, lembra Pe. Marcelo. Portanto, fala-se do descanso para

revigorar, como está expresso no Antigo quanto no Novo Testamento. Assim, a Igreja entende o Jubileu como um tempo para revigorar-se, para entrar em contato com seu mistério. Outro ponto que chama a atenção para o Ano Santo é um no sentido de que ele oportunize resgatar a harmonia do tecido social.

Pe. Marcelo explica que o Jubileu significa o “tempo da restauração do Reino de Deus” e, por isso, a Igreja convida os cristãos à experiência de restauração dos fiéis pela via da esperança.

PEREGRINOS DE ESPERANÇA

Nos anos pós-Concílio Vaticano II, houve um acento na temática da reconciliação (Paulo VI), depois a encarnação (Papa João Paulo II) e a agora a esperança (Papa Francisco) para o Ano Santo 2025. Com este tema, Papa Francisco propõe uma reflexão simples e profunda ao lembrar que o peregrino não tem como destino final este mundo. Pelo mistério da Salvação, os fiéis são peregrinos, pessoas que estão a caminho do Reino anunciado por Jesus e, portanto, “peregrinos de esperança”. “O tema fala

ser humano que se move no mundo direcionado pela esperança. Ela é que dá o horizonte para onde vamos nos mover. É um dos grandes desafios no mundo de hoje porque a tecnologia nos ‘cola’ no presente e interrompe a capacidade de olhar para frente”, observa o sacerdote. “Precisamos fazer um encontro com esse horizonte que é maior do que nós. Precisamos olhar para ele e nos abrir à fé em Jesus”, completa.

Durante o Ano Santo, Roma espera 32 milhões de peregrinos, onde grupos previamente designados serão atendidos pelo Papa. Em alguns momentos, tais programações vão sincronizar as dioceses com a Santa Sé, como a própria dinâmica de peregrinação, a busca pelo Sacramento da Reconciliação, participação na Eucaristia, rezar pela intenção do Papa e professar a fé. Esses caminhos e ritos serão conhecidos a partir de maio, com a divulgação da Bula de Proclamação do Ano Santo. “O Papa quer que o Jubileu produza frutos.

Que todos os nossos esforços nos levem a viver uma experiência de restauração a partir de Deus”, conclui Pe. Marcelo.

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Pe. Marcelo com demais membros da delegação paranaense no encontro com D. Rino Fisichella, em Brasília do

O símbolo do Jubileu

O logotipo representa quatro figuras estilizadas para indicar a humanidade dos quatro cantos da Ter ra. As figuras estão abraçadas cada uma à outra, para indicar a solidariedade e a fraternidade que unem os povos. O que está à frente está agarrado à cruz. É o sinal não só da fé que abraça, mas da esperança que nunca pode ser aban donada, porque precisamos dela sempre e sobretudo nos momentos de maior necessi dade. Observemos as ondas que estão em baixo e que se movem, para indicar que a pe regrinação da vida nem sempre se move em águas tranquilas. Muitas vezes eventos pessoais e eventos mundiais impõem com maior intensidade o chamamento à esperança. É por isso que devemos prestar atenção à parte in ferior da cruz, que se prolonga, transformando-se numa

âncora, que se impõe ao tumulto das ondas. Como se sabe, a âncora tem sido muitas vezes usada como metáfora da esperança. A âncora da esperança, na verdade, é o nome que na gíria marítima é dado à âncora de reserva, utilizada pelas embarcações em manobras de emergência para estabilizar o barco durante as tempestades. Não ignoremos o fato que a imagem mostra como o caminho do peregrino não é um acontecimento individual mas comunitário, com a marca de um dinamismo crescente que tende cada vez mais para a Cruz. A Cruz não é de modo algum estática, mas também ela dinâmica, curva-se para a humanidade como que para ir ao seu encontro e não a deixar sozinha, mas oferecendo a certeza da presença e a segurança da esperança. Finalmente, vê-se claramente o lema do Jubileu de 2025 com a cor verde: Peregrinos de Esperança.

Retiro de seminaristas tem método inaciano dos Exercícios Espirituais

O método de Santo Inácio de Loyola de Exercícios Espirituais (método inaciado) formou a base do retiro inaugural de 2024 dos jovens que são acompanhados no seu discernimento vocacional pelo Seminário Maria Mãe da Igreja, da Diocese de Toledo. Realizado de 9 a 13 de fevereiro, o retiro reuniu os seminaristas pertencentes às etapas do Discipulado e da Configuração no Centro de Formação Instituto São João Paulo II para vivenciarem momentos de deserto e oração.

O retiro, através do método inaciano dos Exercícios Espirituais, foi conduzido pelo padre jesuíta, Cleiton Santana, de Itaici (SP), e proporcionou aos seminaristas momentos fortes de encontro com o Senhor, contemplando e meditando a Sagrada Escritura, a Carta Encíclica Fratelli Tutti e abordando assuntos nas mais variadas áreas do conhecimento, tais como a literatura, a arte, a Filosofia e Teologia, tudo para que os formandos pudessem rezar evocando a liberdade e experienciando o silêncio, próprio do método, esvaziando-se de si para serem preenchidos da graça de Deus.

Seminaristas reunidos em retiro no Centro de Formação Instituto São João Paulo II,

“Estes momentos espirituais fazem parte do projeto formativo dos futuros padres, a fim de que os seminaristas desenvolvam cada vez mais a dimensão espiritual, que é transversal na formação. Ela ajuda a sustentar o equilíbrio nas relações humanas, afetivas, pastorais e sociais em vista de uma verdadeira configuração à Jesus”, informa o reitor do Seminário, Pe. Juarez Pereira de Oliveira.

O retiro foi vivenciado junto aos seminaristas da Diocese de Foz do

Iguaçu e da Arquidiocese de Cascavel, reunindo, assim, 53 formandos, acompanhados de padres formadores. A celebração eucarística de conclusão dos Exercícios Espirituais foi presidida por D. João Carlos Seneme, bispo diocesano de Toledo, que acentuou a importância de momentos de retiro para que o caminho de discernimento vocacional seja sempre uma oportunidade de encontrar Cristo e rezar o relacionamento construído por cada um com aquele que chama.

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em Toledo

Seminário Maria Mãe da Igreja segue preparativos para festa anual

Com o ano formativo iniciado em clima de oração, organização e comprometimento dos seminaristas, agora Seminário Maria Mãe da Igreja concentra seus esforços na preparação de sua festa anual de confraternização e envolvimento da comunidade diocesana.

Em 2024, o Seminário Maior da Diocese de Toledo, que recebe jovens para o acompanhamento vocacional nas etapas formativas do Discipulado e da Configuração, chega ao seu 45º aniversário de fundação. Esta será a 43ª Festa do Costelão (2020-2021, na pandemia não teve festa), com a principal motivação

de render graças a Deus por tudo e que Ele realizou no decorrer destes anos, sobretudo, agradecer pelas vocações geradas nesta instituição.

A festa, que será no dia 5 de maio, tem também o objetivo de reunir as famílias, os amigos, os trabalhadores e as empresas para confraternizar a passagem do Dia do Trabalhador. “Por isso, programe-se e venham festejar conosco”, convida o reitor do Seminário, Pe. Juarez Pereira de Oliveira.

As fichas para o Kit Costelão podem ser adquiridas através do whatsapp do Seminário (45) 32771186, nas secretarias paroquiais e com alguns representantes credenciados.

Além disso, este ano, há o motivo especial de angariar recursos para concluir a reforma da Capela do Seminário. Também está sendo realizada uma Ação entre Amigos, em conjunto entre os dois seminários diocesanos. Cada número está sendo vendido a R$10,00 e quem adquirir concorre a valiosos prêmios em dinheiro. O sorteio será no dia 5 de maio, durante a Festa do Seminário.

ECC anuncia implantação de seu serviço eclesial em mais

uma paróquia

As perspectivas indicam uma boa articulação das pastorais e movimentos na sua missão evangelizadora ao longo deste ano. É o que prevê o Encontro de Casais com Cristo (ECC), um serviço eclesial, que anuncia sua implantação na Paróquia Menino Deus (Toledo) e o resgate de sua presença na Paróquia Nossa Senhora das Graças, de Novo Sarandi, e Paróquia Santa Rosa de Lima, de Nova Santa Rosa.

Recentemente, foi realizado encontro diocesano de formação do ECC tendo

de Casais com Cristo (ECC) como conteúdo as três etapas das dez Paróquias que já tem este serviço presente. O ECC está na cidade de Assis Chate-

aubriand (Paróquia Nossa Senhora do Carmo e Paróquia São Francisco de Assis), em Nova Aurora (Paróquia São Roque), em Guaíra (Paróquias Nossa Senhora dos Navegantes e Nossa Senhora Aparecida), em Jesuítas (Paróquia Santo Inácio de Loyola), em Formosa do Oeste (Paróquia Santo Antônio), e em Toledo, nas Paróquias São Pedro e São Paulo, Santa Rita de Cássia, Sagrada Família (Panorama), Aparecida (Pancera). Em 2023 ocorreu o 1º ECC na Catedral Cristo Rei.

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Seminário prepara festa anual em comemoração aos seus 45 anos Pe. Neimar conduziu a formação em nível diocesano aos participantes do Encontro Costelão assado ao fogo de chão é o prato principal da festa

“Com São

Francisco, por uma Igreja mais fraterna”

Inspirados no testemunho de fé do seu padroeiro e no valor da fraternidade, os fiéis da Paróquia São Francisco de Assis, de Toledo, realizam até fevereiro de 2025 a caminhada de espiritualidade, devoção e compromisso cristão no contexto comemorativo de seu Jubileu de Prata. Este quarto de século é marcado pela doação das famílias que formaram inicialmente a capela e que, com o passar do tempo, presenciaram o crescimento populacional no bairro. Somam-se a estas marcas a constante atuação das lideranças e padres que exerceram seu ministério em vista da unidade de fé e se empenharam na criação da paróquia.

O Ano Jubilar convida a comunidade paroquial – matriz e capelas – a viver o tema

“Com São Francisco, por uma Igreja mais fraterna” e o lema “Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz”. A escolha desta proposta de reflexão para o período comemorativo é muito importante, pois certamente dará bases sólidas na edificação da igreja-comunidade ainda mais próxima da experiência de amor

ao próximo.

Na abertura das comemorações, Pe. Laudemir da Rocha, pároco desta comunidade, convidou o pároco da Catedral e vigário geral da Diocese de Toledo, Pe. Hélio José Bamberg, para presidir a celebração em 4 de fevereiro último. A atitude simbó-

lica recorda que a Paróquia São Francisco foi criada a partir do desmembramento de parte do território da Paróquia Cristo Rei e parte da Paróquia São Cristóvão. Durante a celebração, os representantes das capelas que formam a Paróquia receberam a vela jubilar e um símbolo alusivo aos 25 anos da Paróquia para acompanhar as celebrações, encontros e reuniões das pastorais e movimentos e dos conselhos de pastoral.

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Apresentação do tema e lema do Jubileu na procissão de entrada Rito Eucarístico na celebração que abriu o Jubileu Fiéis celebram a abertura do Ano Jubilar Símbolos da caminhada do Jubileu Fiéis participam do café partilhado após a missa Fotos: Juan Matoso

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus pelos fiéis de Maripá

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus aproxima as pessoas ao refúgio manso e seguro que brota do Salvador como alento, apoio e esperanças na caminhada. Assim, o Sagrado Coração de Jesus faz com que os devotos possam se afirmar no amor de Deus em momentos de sofrimento, angústias, necessidades diversas e na procura de conforto em suas orações diárias.

Assim como acontece nas diversas paróquias, a missa da primeira sexta-feira do mês é dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, o que é tradição na Igreja Matriz da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, de Maripá. As orações se iniciam com adoração ao Santíssimo Sacramento e em seguida procede-se com a Santa Missa.

Jesus amou os homens infinitamente de modo a dar sua vida para garantir que todas as pessoas pudessem ser salvas. Sua doação, fraternidade e estima por

Afinando a orquestra

A celebração eucarística é o memorial da fé professada pelos cristãos. Reunidos em assembleia, os fiéis participam deste momento de oração comunitária que é preparado com muito zelo e rigor. Para isso ser uma realidade, a Pastoral Litúrgica da Paróquia Nossa Senhora de Fátima (Maripá), promoveu no Centro Catequético da Igreja Matriz, uma reunião paroquial

Celebrações convidam fiéis ao mistério da fé

aqueles que nem conheciam, a ponto de dar a sua vida, demonstra que Jesus cumpriu obediente e fiel o projeto de Deus pela Salvação do povo. Tamanha entrega faz com que as pessoas bus-

quem Jesus em momentos de dor e intervenção, assim como em momentos de adoração e agradecimento, inclusive por meio da devoção ao Sagrado Coração.

como aquela que afina a orquestra. A reunião contou com a presença da coordenadora paroquial desta Pastoral, Andreia Pastore Frana, do administrador paroquial Frei Levi Jones Botke e demais leigos que atuam nas celebrações litúrgicas, dentre eles estão os leitores, salmistas, equipe de cantos, coroinhas, acólitos e Ministros Auxiliares da Comunidade.

Pastoral do Dízimo abre série de reuniões com coordenações paroquiais

A Pastoral do Dízimo conta com uma estrutura organizada de assessoria, coordenações diocesana, decanal e paroquiais e com vários agentes que realizam a missão de conscientizar os fiéis para este testemunho de corresponsabilidade na vida comunitária. São pessoas que se encontram regularmente para partilhar desafios e superações. E agora em março, será aberta a série de reuniões das coordenações decanais com as coordenações paroquiais da Pastoral do Dízimo. Confira o calendário:

Dia 11/03 – Decanato Assis – Paróquia São Francisco de Assis (Assis Chateaubriand)

Dia 11/03 – Decanato Toledo – Paróquia Santa Rita de Cássia (Toledo)

Dia 20/03 – Decanato Rondon

Dia 21/03 – Decanato Guaíra/Palotina – Paróquia São Vicente Palotti (Palotina)

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Foto: Evelyn Gabrielle Foto: Evelyn Gabrielle

“Eu digo sim, Deus age em mim”!

Com a finalidade de inspirar, motivar e partilhar conhecimentos, o encontro nacional Catequistas Brasil tem se tornado com cinco edições já realizadas o evento de referência estas pessoas que atuam na educação da fé de crianças, adolescentes, jovens e adultos no País. Com uma programação muito bem estruturada, o evento tem atraído milhares de catequistas para os três dias de congresso. Dentre os participantes, cinco catequistas da Diocese de Toledo marcaram presença.

Mais de 2.500 catequistas prestigiaram o encontro nacional que este ano foi pautado no tema “Eu digo sim, Deus age em mim”, inspirado no sim da Virgem Maria que deu sua afirmativa positiva ao projeto de Deus. Um sim que ecoa nos tempos de hoje e encontra no coração de tantos catequistas esse mesmo ardor em evangelizar por meio de um serviço tão importante para a comunidade de fé. Quando o catequista diz sim a esta missão, ele deixa com que Deus aja no seu ser para que também possa inspirar os catequizandos na mensagem salvífica.

Realizado de 2 a 4 de fevereiro último, esta foi a 5º edição do Catequitas Brasil com uma programação realizada no Centro de Eventos Pe. Vítor Coelho de Almeida, no Santuário Nacional de Aparecida (SP).

Da Diocese de Toledo, participaram quatro catequistas da Paróquia São Vicente Pallotti, de Palotina, e uma catequista da Paróquia Santa Rosa de Lima, de Nova Santa Rosa. Elas relatam que o encontro foi marcado por grandes momentos de espiritualidade e oração, show, adoração e Santa Missa.

Em três dias de congresso, os participantes puderam ouvir palestras, participar de oficinas e atividades simultâneas, além de conferir a feira de Catequese, com as editoras e expositores parceiros do evento.

Outro destaque foi a primeira edição do “Prêmio Frei Bernardo Cansi” – precursor da implementação da Catequese Renovada no país, com homenagens a onze nomes ligados à Catequese do Brasil. Pe. Zezinho foi um dos homenageados.

ta ligação com o Jubileu do Ano Santo convocado pelo Papa Francisco: “Peregrinos de Esperança”. Assim, o lema proposto para o encontro nacional dos catequistas é inspirado no Evangelho de Lucas: “Caiu em terra boa e deu fruto” (cf. Lc 8,8).

A sintonia com o tema do Ano Santo pode indicar um pedido para que os catequistas semeiem a esperança em seus catequizandos, pois o coração deles têm espaço para a semente de Deus brotar fraternidade, amor ao próximo na compreensão da realidade em que ele se encontra, especialmente solidariedade como fórmula para afastar da pobreza tantas e tantas pessoas, inclusive aquelas que eventualmente moram no próprio bairro ou cidade e que passam por dificuldades sociais ou econômicas, por exemplo.

PREPARAÇÃO PARA O ANO QUE VEM

O Congresso Catequistas Brasil do ano que vem já está sendo preparado. Ele será de 7 a 9 de fevereiro, também em Aparecida. Para 2025, o tema será “Semeadores da Esperança” em estrei-

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Pe. Zezinho foi um dos palestrantes no evento Catequistas Brasil 2024 Catequistas da Diocese de Toledo que participaram do evento em Aparecida (SP) Catequistas marcam presença em evento nacional

Dia da

PASTORAL ESCOLAR VICENTINA

No horizonte da promoção da vida, a Escola é um espaço de evangelização!

A Pastoral Escolar Vicentina (PEV) é a instância de mediação e organização dessa dimensão do projeto educativo e o faz em estreita relação com os demais processos educacionais.

A PEV é um espaço de cuidado e acompanhamento, educação da fé e serviço evangélico para toda comunidade educativa. (Pedagogia Vicen na, 36)

Ir. Terezinha: “Mensageira da caridade para os necessitados”

Ela acaba de completar seus 50 anos de vida consagrada. Com toda a experiência que a missão como religiosa lhe proporciona, Ir. Tereza Alves dos Santos celebra essa data com uma palavra certeira: “Sou muito feliz e realizada”. Sua história de vida começou em Mirandópolis (SP), no extremo oeste do Estado de São Paulo, quase na divisa com o Mato Grosso do Sul. Nesta cidade, que atualmente tem cerca de 28 mil habitantes, Ir. Terezinha nasceu em 1948. Mas pouco tempo depois, em 1952, sua família migra para a cidade de Peabiru, noroeste do Paraná.

Ingressou na vida consagrada em 1973 quando fez o postulantado em Toledo junto à Congregação das Filhas

da Caridade de São Vicente de Paulo. No dia 2 de fevereiro do ano seguinte, firmou o compromisso com Cristo para servi-lo na pessoa dos pobres. Depois de cinco anos, pronunciou os santos votos de Pobreza, Castidade e Obediência, que são renováveis todos os anos, na Solenidade da Anunciação do Senhor, conforme o desejo expresso de Santa Luísa de Marillac, fundadora da Congregação.

Ir. Terezinha atuou

como professora do Ensino Fundamental por 15 anos na Província da congregação, em Curitiba. Depois estudou na Universidade Estadual de Ponta Grossa, cursando Serviço Social. No mesmo ano, foi transferida para o Hospital da Providência de Apucarana e, três anos depois, para o Albergue São João Batista, em Curitiba. Trabalhou também na cidade de Nonoai (RS) onde coordenou as creches daquele Município. Já em 1995, Ir. Terezi-

(45) 99114-2366 @mhcerimoniaise Porque nosso sonho é transformar sonhos em realidade
Jubileu de Ouro comemorado com alegria e felicidade na vida religiosa

nha mudou-se para Terra Boa (PR) para atuar no Lar dos Idosos São Vicente de Paulo. E assim começou sua jornada de zelo e cuidados com as pessoas idosas, onde passou por vários asilos nas mais diversas cidades do Paraná. “Diante dessa celebração do Jubileu de Ouro, sinto cada dia mais a presença amorosa de Cristo em minha vida e também de Nossa Senhora a quem me sinto filha, pois ela tem me sustentado a ser fiel ao seu Filho Jesus e à missão que Ele me destinou aqui a trabalhar com as pessoas idosas”, comenta. Atualmente, ela reside na Comunidade Irmã Estanislava Perz, em Toledo, no território da Paróquia Santa Rita de Cássia, junto a mais três companheiras e atua na Pastoral da Pessoa Idosa. Ir. Terezinha diz ser muito feliz como Filha da Caridade e bendiz a Deus por

tê-la chamado a servi-lo na pessoa dos pobres nestes anos de Vida Consagrada. “Esses 50 anos são um aprendizado de como amar e servir Jesus Cristo em todas as pessoas. Procuro ser uma pessoa acolhedora. Como Filha da Caridade é um compromisso diário que temos de levar a todas as pessoas, principalmente aos mais necessitados: o amor e a misericórdia de Jesus Cristo

vivo e ressuscitado no meio de nós. Onde estou devo assim fazê-lo. Peço que Deus me ilumine para ser mensageira da caridade para todos os necessitados”, roga Ir. Terezinha.

A celebração dos 50 anos de vida consagrada da Ir. Terezinha foi presidida por D. Anuar Battisti, arcebispo emérito de Maringá e residente na Diocese de Toledo. A ação de graças com a presença das irmãs Filhas da Caridade e grande número de fiéis encheu de alegria a jubilanda. “No dia 28 de janeiro tive a alegria e felicidade de celebrar o Jubileu de Ouro de vida consagrada. Uma celebração que contou com a participação de muitas pessoas da paróquia. Sinal de que conquistei muitos amigos e amigas nos períodos que passei em Toledo”, pontua.

Ir. Terezinha com as demais Filhas da Caridade e o celebrante D. Anuar

Jesus vida e luz

4º Domingo da Quaresma | 10 de março de 2024

Leituras: 2Cr 36,14-16.19-23; Sl 136(137),1-2.3.4-5.6; Ef 2,4-10; Jo 3,14-21

Chegamos ao 4º Domingo deste tempo favorável para a nossa Salvação. É salutar avaliarmos como estamos vivendo o tripé quaresmal, que nos coloca: diante de nós mesmos, mediante ao cumprimento da penitência a qual nos propomos, juntamente com a abstinência própria deste Tempo; diante do irmão pelo exercício da caridade, que nos leva ao encontro de nossos irmãos nas mais diversas necessidades, inclusive a financeira; e diante de Deus, com a prática da oração pessoal, cultivando momentos de silêncio. A catequese dominical nos leva a dar mais um passo importante na reflexão quaresmal.

DEUS PODE AGIR POR MEIO DE QUALQUER PESSOA

A Quaresma teve início com a liturgia da Quarta-feira de Cinzas nos alertando a viver uma experiência de verdadeira penitência e conversão pessoal, não apenas com algumas práticas externas habituais. No 1º Domingo, Jesus, após ser tentado no deserto inicia sua vida pública na Galileia, transfigura-se diante dos discípulos, apontando para a glória que virá após a passagem pela cruz e manifesta seu zelo pela casa do Pai.

Neste 4º Domingo contemplamos o mistério, segundo o qual Deus Pai, enviou seu Filho, para salvar e não para condenar o mundo (cf. Jo 3,17). A Palavra de Deus nos dá a certeza de que todo aquele que crer em Jesus será salvo. Crer implica em confiarmos nossa vida a Deus, nos submetendo ao seu poder, sustentados pela força que nos vêm da fé e não pautados em opiniões particulares, muitas vezes ideológicas, que tendem a nos levar à separação e ao distanciamento.

da fé se tornam vazias ou até mesmo tendenciosas, ao passo que, não tem como ter fé, e ficar esperando ‘de braços cruzados’, a manifestação do Reino de Deus por meio da ação de outros.

Conforme a Campanha da Fraternidade 2024, que ao abordar o tema da amizade social, e o lema que nos traz a consciência de que somos todos irmãos e irmãs (cf. Mt 23,8), mostra que formamos uma grande família, assim como José, Maria e Jesus, família perfeita e sagrada, passaram por inúmeras dificuldades e enfrentaram o mundo. É fato que não conseguiram transformar tudo o que existia de errado na sociedade, mas por outro lado, os percalços existentes na vivência social não conseguiram desviá-los do propósito de vida. Assim também nós podemos apresentar ao mundo a fé que temos em Deus, que é Único.

QUEM CRÊ EM CRISTO, JÁ ESTÁ SALVO

- Consigo sentir a ação de Deus por meio de uma pessoa com a qual não simpatizo?

- Minhas ações correspondem com a fé que afirmo professar?

- Tomei posse da graça da ressurreição de Cristo, ou ainda espero um salvador?

Conforme a 1ª leitura de hoje, a dos fatos realizados por meio do Rei Ciro, é a prova que Deus age por meio de quem Ele quer, no momento em que quer. Que neste Tempo favorável, por meio do jejum, caridade e oração, nos aventuremos a uma verdadeira jornada quaresmal, confrontando nossas tentações com o olhar voltado para a vida nova em Cristo, abracemos nossa cruz cotidiana para dar ao mundo a razão de nossa fé.

A FÉ É NOSSA RESPOSTA AO AMOR DE DEUS

Corremos o risco de olhar para a distância existente entre a realidade cotidiana e o ideal cristão e desanimar, colocando em dúvida a nossa crença em Deus. É fato que a fé, muito mais do que uma ferramenta que colocamos ao nosso serviço, é o impulso que nos leva a sermos movidos pelo Espírito Santo na edificação do Reino de Deus.

Não percamos a esperança, pois Deus é amor, e por isso nos ama, não que sejamos merecedores de seu amor. Claro que nossas obras são importantes e necessárias, mas desprovidas

Compete a todo batizado assumir em sua vida os valores cristãos, testemunhar e ensinar os mesmos. Papa Francisco reconhece o papel tanto de clérigos como de leigos na formação cristã, afirmando que catequizar é missão de todos e nos mais distintos momentos da vida (1). Professamos nossa fé, certos de que de Deus viemos e para Deus voltaremos; logo, estamos no mundo, mas somos de Deus. Porém, o mundo tenta nos convencer do contrário. Além disso, por mais tempo que possa durar nossa vida aqui, passa muito rápido. Por isso, os dez mandamentos da lei de Deus como os cinco mandamentos da Igreja nos orientam para o cultivo da fé, levando-nos a viver segundo os valores cristãos. O que para a ótica mundana possa ser algo ultrapassado, para quem crê autentica o seu ser cristão, mesmo que não consiga tirar o irmão do caminho do pecado, não permitirá que o pecado desvie a si mesmo do caminho que leva a Deus.

Ser cristão é ser catequista, evangelizando e testemunhando com a vida, certos de que em Cristo já somos vitoriosos. Com a intercessão da Sagrada Família, a bênção de Deus. Amém!

Leitura Diária

Dia 11: Is 65,17-21; Sl 29(30); Jo 4,43-54

Dia 12: Ez 47,1-9.12; Sl 45(46); Jo 5,1-16

Dia 13: Is 49,8-15; Sl 144(145); Jo 5,17-30

Dia 14: Ex 32,7-14; Sl 105(106); Jo 5,31-47

Dia 15: Sb 2,1a.12-22; Sl 33(34); Jo 7,1-2.10.25-30

Dia 16: Jr 11,18-20; Sl 7; Jo 7,40-53

(Disponível em: https://www.ihu.unisinos.br/categorias/609581-catequise-iniciacao-a-vida-crista-e-a-perspectiva-socio-politica)

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Na cruz vemos a glória de Jesus

5º Domingo da Quaresma | 17 de março de 2024

Leituras: Jr 31,31-34; Sl 50(51),3-4.12-13.14-15; Hb 5,7-9; Jo 12,20-33

Neste 5º Domingo da Quaresma, a Liturgia nos convida a refletir onde buscamos ver e encontrar Jesus glorioso. Nos aproximamos da Semana Santa e somos chamados a deixarmo-nos converter pela graça de Deus que imbui nosso coração a buscar se encontrar com o verdadeiro Cristo e agir conforme a semelhança de suas obras. Somos chamados a ver que Jesus glorioso se encontra na cruz, e a experimentar seu grandioso amor, capaz de nos perdoar, de nos trazer a vida nova e a alegria da Salvação.

A INSCRIÇÃO DA FILIAÇÃO NO CORAÇÃO

O desejo de Deus é salvar a humanidade, estabelecer uma aliança de amor com seus filhos. Neste sentido, a primeira leitura revela que Deus fará valer sua força para que todos tenham inscrito em seu coração a marca da filiação, do pertencimento a Deus. Diante da realidade humana marcada por violências e maldades, como é possível reconhecer a marca da filiação a Deus? Olhamos para o Evangelho onde temos expressa a humanidade de Cristo que revela a nossa maneira de ser humano.

O caminho a ser percorrido por cada um é um caminho de conversão das ações, buscando olhar para Cristo e ver o sentido da glória e o sentido da humanidade. Cristo restaura a relação da humanidade com Deus para que saibamos viver conforme a vontade de Deus para cada um de nós. Diante do grão de trigo do Evangelho nada podemos ver, tocar e perceber de sua realidade, mas ao morrer e produzir frutos veremos seu grandioso potencial. Por isso, somos chamados a deixar morrer em nossa vida tudo o que atrapalha transparecer o grande potencial que recebemos de Deus. É preciso deixar de lado nosso orgulho e egoísmo para transparecer nossa filiação no transbordar de amor pelos irmãos a nossa volta, buscando a salvação e sendo sinal de Salvação no mundo.

conosco cada momento de solidão, dor e angústia. Ter um Pai que nos ama profundamente e faz de tudo para nos ter próximos e nos conceder a Salvação é a maior graça que podemos experimentar em nossa vida. Diante disso, cabe a cada um de nós doar um pouco de si para fazer a vontade do Pai acontecer através de nós no hoje da nossa história.

JESUS REVELA O SENTIDO DA HUMANIDADE

- Tenho buscado agir conforme a filiação que recebi pelo Batismo?

- Tenho encontrado sentido em minha vida, apesar das angústias enfrentadas?

- Como tenho cultivado minha relação com Deus? Como tenho rezado?

- Minhas atitudes apontam para a glória da cruz de Cristo?

NA ANGÚSTIA, A ORAÇÃO RESTAUROU A RELAÇÃO

Agir e ser sinal de Salvação é desafiador numa realidade marcada por preconceitos e busca egoísta por poder e grandeza. Jesus, diante de tantos desafios, durante sua angústia final nos mostrou como agir em relação a Deus. O primeiro Adão se escondeu de Deus. Cristo, o novo Adão, verdadeiro homem, soube orar a Deus apresentando sua angústia diante da morte. Cristo restaura a nossa relação com Deus nos mostrando a maneira de se portar diante do Pai. Confiar inteiramente n’Aquele que é capaz de nos salvar. Coloquemos no coração de Deus todos as dificuldades que encontramos no caminho e que nos impedem de amar e de perdoar para sermos curados. Neste exato momento de solidão, medo e angústia, Jesus nos ensina a dizer a palavra: “Pai”. Deus não assiste o que sentimos e experimentamos, mas Ele sente

A grande busca humana é ver a Deus, sua grandeza e majestade, por isso, os discípulos e todos aqueles que são próximos ou distantes procuram ver Jesus. Ver para o evangelista João é colocar-se em relação com Cristo. Diante do desejo humano de colocar-se em relação, Jesus aponta para o acontecimento de sua morte, pois é através dela que somos convidados a ler a nossa realidade para nos convertermos na verdade de Cristo. Podemos estar buscando inúmeras maneiras de ser feliz e viver bem, mas se esquecendo de acolher a graça do amor de Deus em nossa vida, para transbordarmos em amor para com os nossos irmãos. Jesus revela todo o sentido da sua Glória, que é o serviço, dando a vida para Salvação da humanidade. Diante desta Liturgia somos convidados a voltar nosso olhar para a cruz de Cristo e ver nela o sentido da vida humana. Criados por Deus, recebemos em nosso Batismo a marca de sermos seus filhos. Nossas atitudes precisamos conservar e deixar transparecer as ações de Cristo. “Na realidade, o mistério do homem só no mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente” (Gaudium et spes, nº 22). Cristo revela o sentido da vida humana nos convidando ao serviço. Buscando tornar o mundo mais humano, somos convidados a fazer o amor fluir no mundo. O amor e a graça de Deus que experimentamos verdadeiramente precisa se reverberar aos irmãos, sendo sinal de Salvação no mundo. A glória não está no ter e possuir, mas no doar-se. Sejamos, pois, sinal de Cristo no mundo, através do serviço e da doação com amor aos irmãos.

Leitura Diária

Dia 18: 2Rs 4,18b-21.32-37; Sl 16(17); Jo 11,1-45; Jo 8,1-11

Dia 19 (São José): 2Sm 7,4-5a.12-14a.16; Sl 88(89); Rm 4,13.16-18.22; Mt 1,16.18-21.24a

Dia 20: Dn 3,14-20.24.49a.91-92.95; Dn 3,52.53-54.55.56-57; Jo 8,31-42

Dia 21: Gn 17,3-9; Sl 104(105); Jo 8,51-59

Dia 22: Jr 20,10-13; Sl 17(18); Jo 10,31-42

Dia 23: Ez 37,21-28; Jr 31,10.11-12ab.13; Jo 11,45-56

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A entrega total: da dor e morte à vida e Salvação

Domingo de Ramos | 24 de março de 2024

Leituras: Is 50,4-7; Sl 21(22),8-9.17-18a.19-20.23-24; Fl 2,6-11; Mc 14,1-15,47

A convicção da santidade e poder real do Deus de Israel era o fio condutor das palavras de Isaías, sendo que o título “O Santo de Israel” é o mais apreciado pelo profeta ao se referir a Iahweh. Sendo assim, qualquer atitude que feria um dos filhos de Deus ofendia diretamente a Deus, motivo este que levou o profeta a falar veementemente contra as injustiças sociais, opressão aos mais fracos e da punição em caso de rejeição das instruções de Iahweh.

Todo o ministério profético de Isaías realizou-se dentro e no entorno de Jerusalém. O livro canônico de Isaías contém 66 capítulos, contudo, dos capítulos 44-55 e 56-66 datam do exílio e pós-exílio. Estes dados contextualizam bem o profeta e a perícope hoje rezada, citado em Is 50,4-7.

O texto de hoje está dentro de um discurso chamado “terceiro poema do Servo de Javé”, que apresenta a missão do servo, que é de levar conforto e ser portador da Palavra que refaz a vida. Toda a ação de Deus para com o Servo é em vista do bem do povo. Toda a capacidade do Servo não é habilidade e inteligência pessoal, mas sim um dom dado por Deus que capacita o Servo.

A Boa-notícia são perceptíveis em todas as ações do Messias que geraram inúmeros conflitos e perseguições, bem como adesão, conversão, seguimento, dentre tantos outros frutos. Isto nos impele a compreender que a morte de Jesus não foi fruto de um acaso do tempo, mas o resultado de um plano de morte por aqueles que se sentiam “incomodados” ou “atingidos” pelas ações “Boa-notícia” do Cristo, o Messias.

- A Paixão de Cristo se prolonga em cada homem sofredor: quais os sinais da presença de Deus em meio aos que sofrem?

- A fidelidade total do Messias permitiu a salvação a todos. Meu caminho cristão tem sido marcado pela “fidelidade”? Ou ainda há lapsos de “traição” ao Cristo em atitudes e momentos de minha vida?

Jesus é o Messias e o Filho de Deus, descrição esta dada no Sinédrio, quando mediante julgamento o sacerdote lhe pergunta: “Tu és o Messias, o Filho do Deus Bendito?” e a reposta de Jesus é afirmativa: “Eu sou”. Esta é a única vez no relato do Evangelho de Marcos que Jesus afirma ser o Messias, o Filho de Deus. Sendo assim, todo relato da Paixão assume o caráter messiânico. O Sinédrio o rejeita e não o reconhece, enquanto o oficial romano, um pagão, o reconhece como Filho de Deus.

Algo interessante é a postura do Servo: permanece fiel à Palavra de Deus e, por isso, dá as costas as injúrias e escarros, não levando em conta as ofensas em vista da sua opção, Servo de Deus.

A PAIXÃO DE CRISTO

Vários estudiosos olham o Servo sofredor a partir de quatro interpretações. A primeira delas é a Interpretação Coletiva, que interpreta o Servo como sendo o povo de Israel. Em seguida, a Interpretação Individual que este Servo seria um anônimo; depois, a Interpretação Mista que vê o Servo em alguns momentos análogo a Israel, ora como um grupo anônimo, ora como uma pessoa apenas; e, por fim, a Interpretação Messiânica que vê o Servo como um messias ideal. Sendo assim, este ideal encontrou perfeita realização em Jesus.

Todo relato da Paixão é o ponto alto do Evangelho. Os temas essenciais do relato da Paixão são: a Boa-notícia, Jesus Messias e Filho de Deus.

A forma e ação do messianismo de Jesus se afasta do esperado: é Messias não porque tem poder político e religioso, mas porque acolhe a todos; é Messias não porque senta em trono, mas porque reina na vida de cada um que d’Ele se aproxima; é Messias não porque julga e condena como um juiz, mas porque acolhe e liberta do mal; é Rei porque consegue se despojar de tudo, dando a vida por todos.

Leitura Diária

Dia 25: Is 42,1-7; Sl 26(27); Jo 12,1-11

Dia 26: Is 49,1-6; Sl 70(71); Jo 13,21-33.36-38

Dia 27: Is 50,4-9a; Sl 68(69); Mt 26,14-25

Dia 28 (Início do Tríduo Pascal): Ex 12,1-8.11-14; Sl 115(116B); 1Cor 11,23-26; Jo 13,1-15

Dia 29 (Paixão do Senhor): Is 52,13-53,12; Sl 30(31); Hb 4,14-16;5,7-9; Jo 18,1-19,42;

Dia 30 (Sábado Santo): Gn 1,1-2,2; Sl 103(104); Gn 22,1-18; Sl 15(16); Ex 14,15 – 15,1; Is 54,5-14; Sl 29(30); Is 55,1-11; Rm 6,3-11; Mc 16,1-7

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Páscoa: o grande milagre da vida

Domingo da Páscoa do Senhor | 31 de março de 2024

Leituras: At 10,34a.37-43; Sl 117(118),1-2.16ab-17.22-23; Cl 3,1-4; Jo 20,1-9

Celebrar a Páscoa do Senhor Jesus significa reconhecer toda sua vida como um caminho de amor e entrega pela salvação da humanidade. Significa dizer como Pedro: “Nós somos testemunhas de tudo o que Jesus fez”. Páscoa é passagem, é vitória, superação, nova criação, esperança, vida nova. A ressurreição, de fato, garante-nos que a vida em plenitude resulta de uma existência feita dom e serviço em favor dos irmãos.

A PÁSCOA ILUMINA A VIDA E SUSTENTA A ESPERANÇA

A narrativa do Evangelho inicia dizendo: “No primeiro dia da semana”. O livro do Gênesis descreve a obra de Deus, a Criação, como nos dias de uma semana. Agora, com a Páscoa, inicia-se uma nova criação, o mundo e a humanidade inteira se renovam à luz do mistério pascal. Somos todos recriados e vivificados por Jesus. A terminologia utilizada por João para descrever o acontecido neste dia é riquíssima: Maria Madalena é a primeira a procurar o Senhor, era bem de madrugada, ainda estava escuro, o túmulo estava vazio, a pedra tinha sido retirada, o discípulo amado e Pedro correm para ver, um discípulo corre mais depressa, “ele viu e acreditou”!

Maria Madalena se entristece quando viu o túmulo vazio. Quantos questionamentos temos diante da morte? Quantos medos? Ela pensou que haviam roubado o corpo do Senhor. Mas quando ela o encontra, a fé preenche o vazio de seu coração. É o encontro feliz com o Senhor Ressuscitado. Ela representa a comunidade dos discípulos, que sente a falta de Jesus, mas logo depois se alegra.

que eram oprimidos”. Depois dá testemunho da morte de Jesus na cruz e da sua ressurreição. Finalmente, Pedro tira as conclusões acerca da dimensão salvífica de tudo isto: “Todo aquele que crê em Jesus recebe, em seu nome, o perdão dos pecados”.

Esta catequese insiste no testemunho dos discípulos que acompanharam Jesus e fizeram a experiência pascal. A ressurreição de Jesus não é um fato isolado, mas o ápice de uma vida vivida na obediência ao Pai e na doação à humanidade. A Páscoa não é apenas o ponto de chegada, mas o começo, ponto de partida para um compromisso renovado com Deus e com a vida. Vale a pena inspirar-se aqui para que o amanhã ganhe novo brilho e sentido.

A ALEGRIA DA PÁSCOA ENRIQUECE A VIDA

Este texto de Paulo aos Colossenses apresenta como ponto de partida e base da vida cristã a união com Cristo ressuscitado, na qual o cristão é introduzido pelo Batismo. Pelo Batismo, o cristão morre para o pecado e renasce para uma vida nova, uma nova condição. Somos solidários com Cristo na sua morte, e também estamos com Ele na vitória da ressurreição.

- Quais experiências foram mais marcantes na Semana Santa deste ano? Que frutos trouxeram para sua vida?

- Por que parece mais próximo de nós o peso da cruz do que as alegrias da Páscoa?

- Quais palavras desta liturgia foram mais marcantes? O que você está disposto a fazer a partir da Páscoa?

Como foi difícil para os discípulos entender a cruz de Jesus. Assim como é ainda para nós. “Oh cruz, onde está tua vitória”! A humilhação da cruz, o sofrimento é iluminado pela esperança, pelo amor, pela fé. Vencer a incredulidade, aceitar a cruz, não temer a morte, silenciar como no Sábado Santo, fazem parte da celebração litúrgica da Páscoa, nos unindo a Cristo e nos identificando com os primeiros que lá estiveram.

A EXPERIÊNCIA PASCAL CONDUZ À FÉ E AO TESTEMUNHO

O texto dos Atos dos Apóstolo apresenta o testemunho e a catequese de Pedro em Cesareia, na casa do centurião romano Cornélio. Aqui está o Querigma, o fundamento da fé cristã. Pedro começa por anunciar Jesus como “o ungido”, que tem o poder de Deus. Em seguida, descreve a atividade de Jesus, que “passou fazendo o bem e curando todos os

Como diz o Papa Francisco: muitos cristãos, muitos se identificam com a Paixão do Senhor na Sexta-feira Santa, mas têm mais dificuldades de vivenciar a alegria da Páscoa. Precisamos nos dedicar em cultivar sentimentos e atitudes pascais. Assim como temos tantas práticas quaresmais, nos faltam algumas vezes práticas pascais. “Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto”, ensina Paulo. De fato, esse esforço indica um empenho pessoal com a causa de Cristo, um comprometimento maior com a vivência na Igreja de Cristo e com os valores do Reino a serem testemunhados nos ambientes do mundo.

Leitura Diária

Dia 1º/04: At 2,14.22-32; Sl 15(16); Mt 28,8-15

Dia 2/04: At 2,36-41; Sl 32(33); Jo 20,11-18

Dia 3/04: At 3,1-10; Sl 104(105); Lc 24,13-35

Dia 4/04: At 3,11-26; Sl 8,2a e 5.6-7.8-9; Lc 24,35-48

Dia 5/04: At 4,1-12; Sl 117(118); Jo 21,1-14

Dia 6/04: At 4,13-21; Sl 117(118); Mc 16,9-15

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(45) 3054 8880 @oralunictoledo.draugusto R. Sarandi, 761 - CENTRO | TOLEDO (45) 98816 6000 Responsável Técnico: Dr. Natanael Cristiano Poltronieri - CRO/PR 31.501

Investimentos: o básico deve ser popularizado

Ao procurarmos a definição de investimentos dentre várias definições similares, destaco a seguinte explicação: “Aplicação de recursos, tempo, esforço, etc, a fim de se obter algo no futuro”. Dessa forma, inicio esse texto apresentando que para ser definido e entendido como investimento precisamos ganhar algo, obter algo em troca. Percebam que nessa definição escolhida por quem vos escreve, não são citados os termos como: obter algo de forma rápida, obter ganhos exorbitantes, ou obter algo convidando mais pessoas para entrar naquele “investimento”. Sendo assim vamos apresentar definições reais sobre investimentos, até simplórios, mas necessários.

Esse texto vem dar sentido às regras relacionadas ao nosso dinheiro, que já abordamos em alguns textos desta coluna, uma vez que precisamos saber ganhar, gastar, poupar e investir, e nesse ponto posso afirmar que a pessoa que quer começar a fazer investimentos não precisar ser um expert em finanças pessoais, mas sim, estar disposto a estudar um pouco e começar, por exemplo, com a noção do básico sobre investimentos e como esse conceito pode impactar a vida das pessoas.

É muito comum que as expressões “poupar” e “investir” sejam utilizadas como sinônimas, porém é superimportante afirmar que não! Poupar é o guardar dinheiro, ato esse, é claro, que já exige uma certa disciplina. Já investir não é somente juntar dinheiro, mas aplicá-lo para que haja uma remuneração no futuro. Quando nos referimos a investimentos financeiros, pode-se entender que os investimentos estão atrelados ao efeito dos juros compostos sobre as aplicações financeiras, que faz com que o dinheiro se multiplique.

INVESTIMENTOS

Quanto aos termos técnicos, os investimentos são separados em duas classes principais: os de renda fixa e os de renda variável, com diferenças bem significativas

“Precisamos saber ganhar, gastar, poupar e investir (...). A pessoa que quer começar a fazer investimentos não precisar ser um expert em finanças pessoais, mas sim, estar disposto a estudar um pouco e começar, por exemplo, com a noção do básico sobre investimentos (...)”.

no que tange ao funcionamento, requisitos, riscos e rentabilidades dos investimentos classificados em cada segmento.

Os investimentos de renda fixa, são aqueles em que o investidor sabe desde o início da contratação do produto qual será o retorno do capital aplicado ou, pelo menos, a lógica de rendimento que se espera daquela proposta. O investidor consegue ter uma base sobre o que ele pode esperar ao realizar o aporte financeiro, e ainda, a grosso modo, os investimentos de renda fixa funcionam como um tipo de empréstimo: o investidor fornece os recursos ao emissor do título de renda fixa e vai receber o valor com juros, ou seja, o rendimento que foi “acordado” no momento inicial, rendimentos esses que geralmente são atrelados à Taxa Selic, a nossa “taxa mãe” dos juros, ou ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que são títulos que os bancos emitem em operações interbancos, sendo estes os principais indicadores da rentabilidade dos

investimentos em renda fixa.

Dentre os tipos de investimento de renda fixa, pode-se destacar alguns bem conhecidos: Tesouro Direto, que é um investimento de renda fixa emitido pelo governo e a captação de recursos feita é utilizada para o desenvolvimento de áreas como saúde, infraestrutura e educação. Há algumas variações do Tesouro Direto e uma opção é o Tesouro Selic já que esse título rende exatamente igual a taxa básica de juros da economia e possui baixa volatilidade, tirando que você pode resgatar o valor em qualquer momento, sendo um ótimo local para deixar nossa reserva de emergência (quem leu a coluna do mês passado vai lembrar que antes de se pensar investimentos “grandiosos”, é necessário primeiro criar a reserva de emergência). Ainda, pode-se citar o Certificado de Depósito Bancário (CDB) onde colocamos nosso dinheiro em títulos emitidos pelos bancos. E para fechar o módulo de renda fixa, sim, cito a Poupança, tão conhecida de nós brasileiros, porém que há anos não é o tipo de investimento mais recomendado, já que seu rendimento é muito baixo e há produtos no mercado que passam a mesma segurança que esse produto geralmente inspira nas pessoas.

Até aqui tratamos apenas de uma classe dos investimentos, e de forma bem leve, pois há vários outros tipos de investimentos de renda fixa que poderiam ser abordados. Fica o convite a quem se interessou sobre tal classificação a buscar mais informações sobre o assunto.

No próximo mês haverá a continuação sobre investimentos, sendo abordada a classificação de Renda Variável, para assim termos um parâmetro geral e uma ajuda em nossas futuras escolhas!

Jéssica Karine de Oliveira Gomes

Professora universitária, mestre em Ciências Contábeis e membro da Equipe EFV

EFV Ano XXVIII - nº 300 - Março de 2024 48
O começo parece complicado, mas com uma boa orientação é possível compreender esse universo das finanças
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RITOS INICIAIS DA MISSA

Coleta: a assembleia implora ao Senhor

A comunidade reunida até este momento da celebração foi acolhida, invocou a misericórdia do Senhor e o glorificou. Agora, a convite do presidente da celebração, com o “Oremos”, ela é chamada a uma oração conclusiva dos ritos iniciais. Com este tema, damos sequência à série sobre os Rito Iniciais da Missa na nossa revista diocesana Cristo Rei.

Na sequência do “Oremos”, acontece a oração chamada “Coleta”, que não deve ser confundida com a coleta de dinheiro realizada na missa no momento da apresentação dos dons. Isto acaba por confundir alguns menos atentos com a recolha de oferendas ou de dons, na preparação do altar, a que já Paulo alude na sua 1ª Carta aos Coríntios: “Todo primeiro dia da semana, cada qual separe livremente o que tenha conseguido economizar, de modo que não se espere a minha chegada para, então, fazer as coletas” (16,1-2). Mas o seu uso correto é o referido à oração Coleta, no princípio da Missa.

A “Coleta” é a primeira oração que o presidente da Eucaristia, em nome de toda a assembleia, eleva ao Senhor. Constitui-se numa preparação ampla da comunidade em vista da escuta da Palavra de Deus que se seguirá na Liturgia da Palavra. Através do convite “Oremos” de quem preside, toda a assembleia se recolhe em prece silenciosa por alguns momentos, silêncio este concluído pela Coleta, que reúne a oração de todos na oração presidencial que o padre profere naquele momento.

ORIGEM DESTA ORAÇÃO

Esta oração esteve em uso na Igreja desde tempos muito antigos. E, a exemplo do Hino de Louvor, não é fácil indicar exatamente a sua origem. A grande maioria dos autores, porém, acredita que tenha sido introduzida na missa pelo Papa São Leão Magno (590-604).

A expressão “coleta”, nasceu na li-

turgia galicana, um dos ritos litúrgicos que era comum na Gália, hoje França, no século IV ao VIII. Mais tarde, passou a ser usada pela liturgia romana. Vem do tempo em que os cristãos iniciavam a celebração da Eucaristia numa igreja e a continuavam em outra. A primeira chamava-se “igreja da reunião”, em latim, ecclesia collecta. Antes de sair em procissão para a segunda igreja, o que presidia a celebração fazia “a coleta” ou seja, oração da “comunidade reunida”.

A origem da palavra coleta vem da palavra latina collecta, colligere (coligir, recolher). Num primeiro sentido, aplica-se à reunião da comunidade para celebrar a Eucaristia dominical. Esse nome pode ter dois sentidos: que a oração é pronunciada quando a comunidade já está reunida, a oração de reunião, concluindo o rito de entrada ou que a sua finalidade é recolher e resumir as petições de cada um dos

presentes.

O livro que durante séculos reunia essas orações da Missa ou do Ofício Divino, antes da sua inclusão no livro único do Missal ou do Breviário, chamou-se “Coletário”.

A ESTRUTURA E O MODO DE REALIZAR A ORAÇÃO

A Instrução Geral do Missal Romano assim prescreve a estrutura e o modo de ser feita esta oração: “A seguir, o sacerdote convida o povo a rezar, todos se conservam em silêncio com o sacerdote por alguns instantes, tomando consciência de que estão na presença de Deus e formulando interiormente os seus pedidos. Depois o sacerdote diz a oração que se costuma chamar “coleta”, pela qual se exprime a índole da celebração” (nº 54).

Como vem prescrito na Instrução Geral do Missal Romano (nº 54), a

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Liturgia
A Coleta reúne a oração de todos na oração presidencial durante os Ritos Iniciais

oração segue a seguinte estrutura:

- O convite à oração: o sacerdote realiza esta oração, convidando o povo a oração com o Oremos. O convite à oração é uma herança do judaísmo. Os grandes momentos de oração comum da assembleia litúrgica eram precedidos de um convite. Este convite é mais que um sinal. É um apelo que contém em si o que vai acontecer. Realiza o que diz, ou seja, coloca em oração.

O sacerdote profere esta oração tendo as mãos levantadas. Esta, com efeito, era a posição usada já nos primeiros séculos do Cristianismo para as várias orações proferidas na liturgia, sejam elas rezadas pelo sacerdote ou pela comunidade.

- O silêncio: segue-se um momento de silêncio, tanto por quem preside como também por todo o povo. Aquele que preside, respeite esse tempo de silêncio, durante o qual cada um eleva a sua oração pessoal ao Senhor. Portanto, não é um detalhe facultativo. Tem duas funções: permite aos fiéis tomarem consciência de que estão na presença de Deus e dá tempo para que cada um exprima para si mesmo o sentido da festa que se está celebrando.

- Invocação: após o convite do Oremos e o momento de silêncio vem a invocação: “Ó Deus...”, quase sempre acompanhada de um considerando, um argumento, uma ação: “que fizestes resplandecer...”; “que reacendeis em nós...”. Na liturgia romana a oração é sempre dirigida ao Pai. Também nas festas dos santos. Esta prescrição feita pelo Concílio de Hipona (393) se manteve em vigor até o século X, quando a liturgia galicana se impôs em Roma. A partir desta época, começam a ser encontradas orações dirigidas a Cristo.

- Súplica: após a invocação segue o pedido, que se constitui no motivo fundamental da súplica. Está ligada ao conteúdo da festa ou do tempo litúrgico.

- Conclusão: a Instrução Geral do Missal Romano (nº 54) assim nos orienta: “Conforme antiga tradição da Igreja, a oração costuma ser dirigida a Deus Pai, por Cristo, no Espírito Santo e por uma conclusão trinitária, isto é, com uma conclusão mais longa, do seguinte modo:

“A ‘Coleta’ é a primeira oração que o presidente da Eucaristia, em nome de toda a assembleia, eleva ao Senhor. Constitui-se numa preparação ampla da comunidade em vista da escuta da Palavra de Deus que se seguirá na Liturgia da Palavra. Através do convite “Oremos” de quem preside, toda a assembleia se recolhe em prece silenciosa por alguns momentos, silêncio este concluído pela Coleta, que reúne a oração de todos na oração presidencial que o padre profere naquele momento”.

- Quando se dirige ao Pai: “Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos”.

- Quando se dirige ao Pai, mas no fim menciona o Filho: “Ele, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos”.

- Quando se dirige ao Filho: “Vós, que sois Deus, e viveis e reinais com o Pai, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos”

- O Amém: com o amém, o povo se associa à súplica e se apropria da oração. É como se dissesse ao que preside: o que acabas de dizer a Deus, como nosso intercessor e representante, é também nossa prece.

Vamos tomar como exemplo a oração Coleta do 4º Domingo da Quaresma:

- Invocação: “Ó Deus, que por vossa palavra realizais de modo admirável a reconciliação do gênero humano...”.

- Súplica: “... concedei ao povo cristão correr ao encontro das festas que se aproximam, cheio de fervor e exultando de fé.”

- Conclusão: “Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos.”

- Resposta da assembleia: “Amém”.

Assim, não é nada correto ler no momento da Coleta as intenções do povo

para a missa, como infelizmente alguns ainda fazem. Quem procede dessa forma não compreendeu o sentido dessa venerável oração da Igreja. O momento de ler as intenções da missa, se isso for necessário que se faça, seria antes do canto de abertura, jamais no momento da oração Coleta.

De igual modo, não tem nenhum sentido o padre convidar o povo a rezar com ele a oração Coleta, pois se trata de uma oração presidencial que alcança todo o seu significado quando é proclamada por um em nome de todos, e não pelo conjunto da assembleia. Exatamente para ser presidida é que a comunidade necessita de um presidente que ocupa o lugar de Cristo Senhor que, em cada ação litúrgica, age e se oferece ao Pai em nosso nome e para a nossa salvação. Pois o sacerdote preside a missa “na pessoa de Cristo”.

Na sua “Regra”, falando sobre a oração dos Salmos, São Bento indica aos monges: “a mente concorde com a voz”. Esta mesma advertência podemos aplicar para nossas celebrações, evitando, assim, o ritualismo e o formalismo de nossas orações. Como bem nos alerta o Catecismo da Igreja Católica: “De onde vem a oração humana? Qualquer que seja a linguagem da oração (gestos e palavras), é o homem todo quem reza. Mas, para designar o lugar de onde brota a oração, as Escrituras falam, às vezes, da alma ou do espírito, geralmente do coração (mais de mil vezes). É o coração que reza. Se ele está longe de Deus, a expressão da oração é vã (2562)”.

Pe. Sérgio Augusto Rodrigues

Assessor diocesano da Pastoral Litúrgica e mestre em Liturgia

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Juventude e a amizade social

Em uma sociedade marcada pelas polarizações, pela intolerância, pela indiferença e pelo individualismo, buscar a amizade social pode ser muito desafiador. Nos últimos anos, muitos vínculos familiares foram rompidos por questões políticas e ideológicas; fora do ambiente digital, vimos aumentar a violência, o ódio, o homicídio, o feminicídio e as guerras; a vida no ambiente digital impulsionou a cultura do cancelamento; na vida real vimos o aumento das desigualdades, da exclusão e de ataques armados a instituições de ensino. Também vimos crescer a normalização e a banalização das violências, bem como a falta de compromisso com a verdade através das fake news.

Tudo isso vem nos alertar sobre uma sociedade que está adoecida, precisando

“Quando se fala em amizade social, se fala em uma fé viva, encarnada em nossas ações cotidianas: a amizade social vive na paz entre vizinhos, no diálogo com os familiares, na comunicação respeitosa conosco e com o próximo. A amizade social é definida pelo Papa Francisco como um “amor que implica algo mais do que uma série de ações benéficas”.

de um olhar mais atento e comprometido com a promoção da vida plena para todos(as). No período da Quaresma, a Igreja nos convida a despertar para o valor e a beleza da fraternidade humana através da Campanha da Fraternidade, que em 2024 traz em seu tema a “Fraternidade e amizade social”, iluminada pelo Evan-

gelho “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt 23,8). O desejo é que possamos, em nossas comunidades, promover e fortalecer os vínculos da amizade social, para que, em Jesus Cristo, a paz seja realidade entre todas as pessoas e povos.

A doença da qual a sociedade padece é chamada de alterofobia, ou seja, o medo, rejeição ou aversão a tudo aquilo que é diferente. E para isso, o remédio é a amizade social, aquela que ultrapassa as barreiras geográficas e do tempo.

Quando se fala em amizade social, se fala em uma fé viva, encarnada em nossas ações cotidianas: a amizade social vive na paz entre vizinhos, no diálogo com os familiares, na comunicação respeitosa conosco e com o próximo. A amizade social é definida pelo Papa Francisco como um

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Ano XXVIII - nº 300 - Março de 2024 54 Juventude
Amizade social é uma prática dentro da missão da Pastoral da Juventude

“amor que implica algo mais do que uma série de ações benéficas. As ações derivam de uma união que propende cada vez mais para o outro, considerando-o precioso, digno, aprazível e bom, independentemente das aparências físicas ou morais. Amor ao outro por ser quem é impele-nos a procurar o melhor para a sua vida. Só cultivando essa forma de nos relacionarmos é que tornaremos possível aquela amizade social que não exclui ninguém e a fraternidade aberta a todos” (FT, 94).

Muitas vezes, pequenas ações podem nos inspirar à amizade social, como um abraço, um cumprimento àquele que passa por nós, desejar a paz em Cristo nas celebrações, ter respeito e paciência no trânsito… Por fim, compreender o outro como indivíduo único e filho do mesmo Deus. A Igreja é um espaço de unidade na diversidade, por isso podemos pensar diferente, mas se professamos a mesma fé, isso deve nos unir e inspirar.

AMIZADE SOCIAL: DNA DA PASTORAL DA JUVENTUDE

Enquanto a sociedade busca polarizar

grupos, a Pastoral da Juventude sempre esteve muito ligada ao que hoje é tema da CF. Nossa missão é sermos sinais de acolhimento e respeito para as juventudes, fazendo da nossa pastoral um espaço seguro, de afeto, esperança e ao mesmo tempo de muita luta e construção coletiva.

No Brasil, este trabalho se torna ainda mais significativo, já que em nosso País mais da metade dos homicídios acontecem contra a juventude e o nível de suicídio entre adolescentes e jovens cresce ano após ano. A violência é real, faz parte da nossa realidade, condiciona e degrada nossa existência humana. Portanto, somente a amizade social é capaz de nos acolher e salvar desta dura realidade em que as relações sociais geram o adoecimento e a morte.

A juventude não é somente o futuro, ela é o presente que está em busca de um mundo em que a amizade social seja realidade em todas as comunidades. Fazemos isso buscando o melhor que existe dentro de cada um de nós, resgatando nossa essência provinda de um Deus amoroso, que nos dá força e esperança

para alcançarmos uma sociedade melhor para vivermos em unidade.

O trabalho não é fácil, bem sabemos, mas acreditamos e o desenvolvemos como juventude PJoteira: acolhendo e abraçando todos os jovens que chegam até as nossas bases como são, somando suas vivências as nossas, compartilhando as angústias e os sonhos que trazemos conosco. Não somos todos iguais, nossa convivência nos mostra nossas diferenças, mas ao mesmo tempo destaca nossas semelhanças e, desse modo, vamos nos conhecendo e reconhecendo como irmãos e irmãs.

Pastoral da Juventude é lugar de Amizade Social. Juntos e juntas nós rezamos, dialogamos e trabalhamos para que todos os espaços sejam assim também!

Jennifer Teixeira

Assessora Leiga da Pastoral da Juventude

Kaliny Cruz

Coordenadora de Mística e Secretaria Diocesana

Juventude

Catequese Inclusiva: família, catequese e comunidade de fé

A inclusão é um desafio para a Catequese, mas também às demais pastorais da Igreja, pois implica mudar a maneira como concebemos e acolhemos as pessoas com deficiência nas comunidades de fé. Em grande parte, tal desafio advém da forma como se dá a relação da Catequese e comunidade com as famílias dos catequizandos. Nesse sentido, este artigo busca refletir sobre como se dá essa relação e propor estratégias que a facilitem.

Falar em família é falar em afeto que gera sentido às nossas relações e contribui para a formação de vínculos. Ninguém conhece melhor a criança com deficiência, suas capacidades e limites que a sua família. Por isso, é necessário que a coordenação de Catequese e catequista estreitem a relação e o diálogo com os familiares do catequizando com deficiência para, assim, responder às suas demandas e tornar mais sólida a sua formação na fé.

Durante a inscrição do catequizando, o coordenador ou o secretário de Catequese deve abordar os familiares de forma adequada, sondando se o mesmo possui alguma necessidade específica ou laudo clínico. Este é um ponto muito importante, pois deve-se criar um ambiente para que os familiares se sintam tranquilos para relatar a deficiência do catequizando, deixando-os cientes de que a Catequese não visa o capacitismo, mas tornar o catequizando com de -

ficiência protagonista no processo catequético.

DIÁLOGO É FUNDAMENTAL

Em diálogo com catequistas e coordenadores da Diocese de Toledo, percebeu-se certa reserva dos familiares em relatar as dificuldades dos filhos, o que acaba dificultando o processo catequético da criança/ adolescente. Essa reserva é ainda mais perceptível quando das deficiências consideradas ocultas, que

Ano XXVIII - nº 300 - Março de 2024 56 Catequese
Acolhida é essencial para o processo catequético

“A Catequese Inclusiva não se restringe à sala de Catequese, mas à toda comunidade que deve acolher, acompanhar e integrar a criança/adolescente com deficiência. A inclusão deve ser discutida abertamente nas comunidades para aprenderem a interagir e a acolher com amor cada pessoa com deficiência, oportunizando-lhes a vivência do amor de Deus”.

não são percebidas de imediato, como autismo, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), deficiência intelectual, dentre outras.

Quando a família menciona alguma deficiência, a mesma deve ser comunicada ao catequista para que possa planejar o ambiente, a abordagem, a metodologia, os materiais e dinâmicas que promovam a inclusão do catequizando. Ao planejar, o diálogo com a família é imprescindível,

sendo que, em alguns casos, os pais podem ser inclusive convidados a acompanhar o catequizando nos encontros auxiliando-o e dando-lhe segurança.

A Catequese deve se empenhar na interação entre a família e a comunidade de fé para torná-la cada vez mais afetiva e efetiva. A Catequese Inclusiva não se restringe à sala de Catequese, mas à toda comunidade que deve acolher, acompanhar e integrar a criança/adolescente com deficiência. A inclusão deve ser discutida abertamente nas comunidades para aprenderem a interagir e a acolher com amor cada pessoa com deficiência, oportunizando-lhes a vivência do amor de Deus por meio do respeito ao próximo, da caridade, da união e da participação nas Missas e festas litúrgicas.

Os agentes de outras pastorais, em especial as sociais como o Auxílio Fraterno e a Pastoral da Criança, e os coordenadores de setores e

Catequese

de grupos de família devem ser sensibilizados para atuarem como interlocutores quando identificarem crianças/adolescentes com deficiência que não estejam frequentando a Catequese. Ao perceberem tais realidades, devem conscientizar a família de que a criança/adolescente tem o direito de frequentar a Catequese, as celebrações e de receber os Sacramentos, além de comunicar à coordenação da Catequese para entrar em contato com a família.

Por fim, relembremos que Jesus ia ao encontro do excluído, sendo hoje nosso dever de continuar esta prática que considera “prediletos” aqueles que sofrem de qualquer tipo de deficiência física e mental e outras formas de dificuldades.

Greicy Jhenifer Tiz e Vania Salete Klein

Membros da coordenação diocesana da Animação

Bíblico-catequética

Formação CPP/CPC

CPP: colaborador direto do Bom Pastor

Esta seção de nossa Revista Cristo Rei é reservada para a motivação e formação mensais de nossos preciosos agentes dos Conselhos de Pastoral Paroquiais (CPP/CPC) em cada uma de nossas igrejas diocesanas. Muitas são as dimensões que formam uma comunidade de fé, e os Conselhos compõem a base forte da Ação Evangelizadora.

O Concílio Vaticano II, na Constituição Dogmática sobre a Igreja (Lumen gentium), afirma que Deus não quis santificar e salvar os homens singularmente, mas constituí-los num povo (cf. LG 9). Por isso, a Igreja, novo Povo de Deus, tem como principal tarefa continuar a missão de Cristo de congregar os filhos de Deus dispersos (cf. Jo 11,52).

Cristo, também chamado Bom Pastor, conduz em segurança seu povo. A imagem de Jesus vem dos próprios pastores da Bíblia que eram pequenos proprietários que apascentavam pessoalmente o seu rebanho ou confiavam isso aos seus filhos e filhas. Jesus ainda hoje pastoreia seu rebanho e pede ajuda aos seus “filhos e filhas”, confiando que farão um trabalho semelhante ao d’Ele.

e Conselhos, é impossível realizar a missão do Bom Pastor que cuida do rebanho e, ao mesmo tempo, busca as ovelhas que estão perdidas e cura aquelas que estão doentes.

O Pároco tem um rebanho enorme sob a sua responsabilidade. Ele somente irá realizar sua missão a contento se contar com a ajuda dos membros dos Conselhos de Pastoral das Comunidades Paroquiais.

A ORAÇÃO É O CAMINHO

CORRESPONSABILIDADE NA MISSÃO PASTORAL DE JESUS

“Conduzir esse imenso rebanho exige muita determinação e paciência, quer do Pároco e demais presbíteros, como também dos Conselhos de Pastoral, corresponsáveis na defesa do rebanho. Sem a união entre os presbíteros e Conselhos, é impossível realizar a missão do Bom Pastor (...)”.

O trabalho do pastor consistia fundamentalmente em procurar pastagens abundantes e boa água, o que nem sempre era fácil e às vezes exigia muita paciência; e em defender o rebanho contra animais ferozes e ladrões. O pastor andava munido de cajado, pois sua responsabilidade era grande.

Nossas Paróquias são verdadeiros redis cheios de ovelhas que precisam ser pastoreadas. Estão com sede, em busca das águas do Espírito Santo e com fome da Palavra de Deus. Conduzir esse imenso rebanho exige muita determinação e paciência, quer do Pároco e demais presbíteros, como também dos Conselhos de Pastoral, corresponsáveis na defesa do rebanho. Sem a união entre os presbíteros

Quando somos chamados por Jesus para colaborar com Ele, participando dos Conselhos de Pastoral das Comunidades Paroquiais, Ele espera que não fiquemos apenas olhando para os nossos interesses ou os do grupo que representamos. Ele espera que sejamos, ao mesmo tempo, líderes e companheiros, fortes e capazes de defender seu rebanho e afáveis com suas ovelhas. Nossa autoridade deve basear-se no amor-serviço, doando a própria vida na busca da ovelha perdida.

Assim como um pastor não se improvisa, da mesma forma um membro de Conselho de Pastoral das Comunidades Paroquiais deve ser formado com paciência e oração, promovendo o seu crescimento humano e espiritual. A Igreja precisa de verdadeiros discípulos que pensem e ajam como o Senhor Jesus.

Para saber mais sobre os Conselhos de Pastoral Paroquiais, não deixe de baixar as Normas diocesanas para os CPPs, apontando a câmera do seu celular para o QR Code.

No Antigo Testamento, quando o sacerdote se dirigia para o altar, levava sobre os ombros e sobre o peito o nome das doze tribos de Israel, sentindo-se responsável por todo o povo. A atitude do membro dos Conselhos de Pastoral das Comunidades Paroquiais é de solidariedade com as pessoas às quais é enviado.

O evangelista São Marcos nos relata o segredo de Jesus para obter uma Ação Evangelizadora eficaz. Ele se preparava através da oração. Pela oração o Espírito Santo age em nós e nos torna instrumentos eficazes de sua ação em nossas comunidades. Uma ação pastoral não pode ser efetiva sem oração, pois, muito mais do que de palavras, o Reino de Deus depende da oração. Pela oração, nos tornamos amigos íntimos de Jesus: “Permanecei em mim, e Eu permanecerei em vós” (Jo 15,4). Essa reciprocidade constitui precisamente a substância, a alma da vida cristã, e é a condição de toda vida pastoral autêntica.

Por esse motivo, é necessário que os membros dos CPP/CPC invistam tempo na oração pessoal e comunitária antes de se lançarem à gestão da comunidade e de seus conflitos humanos. Se contarmos apenas com nossas próprias forças e capacidades, fracassaremos. Contando com o poder de Deus, que vem através da oração, colheremos os melhores frutos de nossa Ação Evangelizadora.

Pe. André Boffo Mendes

Coordenação Diocesana da Ação Evangelizadora

Ano XXVIII - nº 300 - Março de 2024 58
Membros do CPP/CPC são colaboradores diretos na ação evangelizadora

Cursilho

Quaresma: o olhar de si e o agir cursilhista

Em tempos de incessantes e múltiplos estímulos e atenção voltada às coisas externas, o tempo quaresmal remanesce sendo um tradicional chamado à reclusão, reflexão e conversão. Para este ano, em especial, o Papa Francisco, por meio de sua Mensagem para a Quaresma de 2024, faz-nos um convite ao olhar sob a perspectiva do tempo de libertação do povo oprimido no deserto, do guiar de Deus em direção à liberdade.

A

O isolamento e o silêncio do deserto coadunam com o contexto e o desafio lançados pelo tempo quaresmal. É período em que se exige a coragem da libertação da escravidão que nos impede de ir ao encontro da terra prometida. Escravidão como dependência daquilo que nos separa, ao invés de unir-nos, que nos imobiliza quando devemos ir adiante. Movimento esse que pressupõe abandonar as opressões que são o impeditivo do seguimento do caminho do Senhor.

São inúmeras as vezes em que o comprometimento com o fazer o bem é posto de lado quando confrontado, em nossa realidade e julgamentos diários, com projetos pessoais voltados ao acúmulo de bens materiais, obtenção de posições sociais, satisfação de desejos egoístas ou da indisposição frente ao irmão. É no silêncio e isolamento, na abdicação e, principalmente, na oração, que temos a especial oportunidade de olhar para si e encontrar essas amarras que seguem nos aprisionando.

O Faraó, no Egito, oprimia o povo de Israel e, com efeito, deste “extingue também os sonhos, rouba o céu, faz parecer imutável um mundo onde a dignidade é espezinhada e os vínculos autênticos são negados”, como nos diz o Papa Francisco. Os tempos mudam, o

“Não é só voltado para si que se resume o tempo quaresmal, posto que é no outro que se encontra a verdadeira conversão promovida pela Quaresma. Este é o momento de pequenas e grandes ações individuais e comunitárias (...). É tempo de perguntarmo-nos onde estamos, aonde vamos e, ainda mais importante, onde está meu irmão”?

desafio permanece. A Quaresma é oportunidade de desvencilhar-se da falta de esperança que inunda aqueles que se acomodam no conhecido, pois temem o horizonte inexplorado da liberdade. Liberdade dos pensamentos e ideais que, numa sociedade tão avançada em termos tecnológicos, culturais e jurídicos, permanece desnorteada na escuridão dos conflitos e desigualdades.

Não é só voltado para si que se resume o tempo quaresmal, posto que é no outro que se encontra a verdadeira conversão promovida pela Quaresma. Este é o momento de pequenas e grandes ações individuais e comunitárias que naveguem em sentido contrário às

correntes que nos arrastam a formas cômodas e, por vezes, até nefastas de viver. É tempo de perguntarmo-nos onde estamos, aonde vamos e, ainda mais importante, onde está meu irmão? O domínio das coisas que nos afastam de Deus tem nos deixado cansados e insensíveis, presos num modelo de avanço que destrói a criação divina e deixa cada vez mais à margem os pequeninos.

O cursilhista tem como marca seu agir transformador. Há que se lembrar que agir, por vezes, também é parar. Um parar observado em dois aspectos, primeiro para refletir e orar, observar a si mesmo, suas amarras e medos. Segundo, para parar na presença do irmão necessitado, que passa despercebido na correria do cotidiano.

Essencial é que o tempo quaresmal signifique o agir para o próximo, concretizado pelo convite corajoso da Igreja em saída, que encontra no carisma cursilhista um estandarte vigoroso. É na oração, reflexão e conversão que se discerne o caminho a seguir e que se dissolvem as amarras que atrofiam nossos corações. É no agir para o próximo que se encontra a cura para as feridas da alma. A ação cursilhista se mostra, assim, um oásis de alento no deserto em direção à Terra Prometida, numa constante viagem na qual os peregrinos veem no próximo irmãos e não concorrentes, amigos e não rivais.

A todos uma proveitosa e abençoada Quaresma!

Marcos Hawerroth, Giani Verdi, Josiane Bucalão e Rafael Hirata Cursilhistas da Diocese de Toledo

Quaresma é tempo de pequenas e grandes ações perguntando-se “onde está meu irmão”?
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Apoio pedagógico

CÁRITAS EM AÇÃO

O que é a Cáritas?

A Cáritas é um organismo da Igreja Católica presente em todo o mundo, que responde a situações de emergências, propõe políticas para combater a desigualdade social e defende um mundo mais justo e solidário. Ela está presente em mais de 200 países e em todos eles mantêm a prática de ouvir de forma respeitosa os sofrimentos daqueles que padecem pela pobreza e de favorecer instrumentos para a transformação de suas vidas com base em princípios de dignidade, justiça, solidariedade e bem viver.

Sua missão é “testemunhar e anunciar o Evangelho de Jesus Cristo, defendendo e promovendo a vida e participando da construção solidária de uma sociedade justa, igualitária e plural, junto com as pessoas em situação de exclusão social”. Ou seja, ela se traduz numa prática da solidariedade diante de situações em que a vida estiver ameaçada, formando uma rede de pessoas que labutam para a vivência da solidariedade, a construção da cidadania, o fortalecimento da democracia e da organização popular, para que a sociedade se torne mais justa e solidária.

Além de ser um organismo da Igreja Católica, ela atua como uma entidade da sociedade civil, agindo em parceria com organismos nacionais e internacionais, com foco na questão da defesa dos direitos humanos e numa perspectiva ecumênica.

Sendo parte dos seguidores de Jesus Cristo, a Cáritas deseja que todos os cristãos assumam a solidariedade como prática fundamental em suas vidas para que as pessoas, vistas como excluídas, tanto política como socialmente, sejam protagonistas da transformação da sociedade, tornando-se de maneira antecipada, participantes do banquete da vida proposto por Jesus (cf. Lc 15,15-24).

Assim, sua missão é revelada no compromisso com o testemunho de seguimento

“Sendo parte dos seguidores de Jesus Cristo, a Cáritas deseja que todos os cristãos assumam a solidariedade como prática fundamental em suas vidas para que as pessoas, vistas como excluídas, tanto política como socialmente, sejam protagonistas da transformação da sociedade”.

de Jesus Cristo, que se fazia presente com os empobrecidos e necessitados. Diante disso, a Cáritas é desafiada constantemente pelo Evangelho para que atue de maneira efetiva na conjuntura social e política do país e do mundo. No seu agir, a Cáritas sempre se fez partícipe da ação social da Igreja que se encontra em diversas pastorais sociais de atuação contínua nas comunidades.

Segundo o Marco Referencial da Cáritas, ela é a expressão da Igreja em saída que tanto pede o Papa Francisco, ou seja, uma “Igreja que se faz povo no meio do povo”. Igreja em saída significa que ela possa encontrar, fora de si mesma, as periferias sociais, culturais e existenciais. Significa ir ao encontro da dor e do sofrimento de tantos

irmãos e irmãs excluídos e marginalizados, e assumir junto deles as lutas sociotransformadoras, em defesa da vida ameaçada.

Nos diz o Papa Francisco: “Saiamos, para oferecer a todos a vida de Jesus Cristo! Prefiro uma Igreja acidentada, ferida e enlameada por ter saído pelas estradas, a uma Igreja enferma pelo fechamento e pela comodidade de se agarrar às próprias seguranças” (EG 49).

A Cáritas está organizada em 12 áreas de atuação: 1- Economia Popular Solidária; 2- Voluntariado; 3- Mundo Urbano; 4- Convivência com os Biomas; 5- Formação; 6- Gestão de Resíduos Sólidos com ênfase em catadores; 7Migração, Refúgio e Apátridas; 8- Mudanças Climáticas e Gestão de riscos; 9- Programa Infância, Adolescência e Juventude; 10- Povos e comunidades tradicionais; 11- Segurança alimentar e nutricional; e, 12- Mulheres e Equidade de Gênero.

Para saber mais sobre a atuação da Cáritas em nossa Diocese, nos siga no Instagram: @caritastoledopr.

Marcus Vinicius de Jesus Sanita

Assistente de Integração da Cáritas Diocesana de Toledo

Escola de Língua Portuguesa é projeto da Cáritas Diocesana de Toledo e parceiros
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Saiba quais são os setores que mais precisam de trabalhadores na região

O mercado de trabalho é bastante competitivo, mas também aberto a oportunidades. Na região de Toledo, algumas das principais cidades chamam a atenção pela oferta de vagas de emprego disponíveis e pela diversidade de setores de contratação.

O descritivo das vagas intermediadas pelas Agências do Trabalhador, vinculadas ao Sistema Nacional de Empregos (Sine), deixa claro que para algumas delas não é nem mesmo exigida experiência do candidato. Para outras, as empresas oferecem até curso de qualificação.

A oferta de vagas é tamanha que em apenas um único dia a Agência do Trabalhador da cidade de Toledo registrou a disponibilidade de 1.200 vagas para diferentes níveis de escolaridade, desde ensino fundamental, passando pelo técnico ao superior.

Dentre os setores que estão com vagas abertas, a construção civil é grande demandante. Em Toledo, a evolução do setor é notória, bastando olhar para o alto e observar os prédios em construção, e lançamentos de novas edificações acontecem com certa regularidade. Neste contexto, as vagas abertas em fevereiro último tinham como objetivo a composição praticamente completa para um canteiro de obras: engenheiro civil, pedreiro, carpinteiro, servente de obras, meia-colher, eletricista e armador de ferragens. Para este segmento havia 54 vagas disponíveis.

No setor de gastronomia, igualmente, com a abertura de vagas desde a cozinha ao atendimento às mesas. Ainda em Toledo, o setor industrial é grande contratante de profissionais tanto para as linhas de produção quanto de operação

e de níveis de supervisão e gerenciamento, com 470 vagas a serem preenchidas por trabalhadores. Nos diversos elos da cadeia produtiva do agronegócio, da mesma forma, com a oferta de vagas para quem atua na produção do campo, no recebimento de cereais, na criação de animais e no transporte.

A forte presença do setor agropecuário na economia regional deixa muito clara essa demanda por profissionais da agronomia, por exemplo. Na agroindústria, há muitas vagas abertas para a operação e auxiliares de linhas de produção.

O mesmo ocorre nas regiões de Assis Chateaubriand, com a entrada em funcionamento de frigorífico que, aos poucos, ganha ritmo de atividades; e também de Palotina. Em Assis Chateaubriand, no total para as diferentes atividades econô -

micas, em único dia havia 329 vagas a serem preenchidas.

Em Guaíra, a oferta total de vagas em único dia de fevereiro ficava muito próxima de 100 vagas, incluindo oportunidades para trabalhadores com formação superior em Engenharia Química, Engenharia Agronômica e Farmácia. No município de Marechal Cândido Rondon o quadro geral era de 350 vagas.

Muitas vezes, o preenchimento destas vagas não acontece por uma série de fatores que vão desde as exigências para o cargo, horários de trabalho, salários e até o próprio interesse do candidato. No caso de migrantes, acrescenta-se a dificuldade com o idioma, um problema que se enfrenta através de ações como a Escola de Língua Portuguesa oferecida aos estrangeiros por meio da Cáritas Diocesana.

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Setor da construção civil é alto demandante de mão de obra

Show Rural e Sicredi Progresso PR/SP:

associados participam de ato simbólico relacionado à liberação de crédito

Mais uma vez o Sicredi foi patrocinador de um dos mais importantes eventos do agronegócio nacional, o Show Rural Coopavel. Na oportunidade, a Sicredi Progresso PR/SP aproveitou a ocasião para um ato simbólico com dois associados que tiveram liberação de crédito para compra de trator, plantadeira e sistema fotovoltaico.

O agricultor Samuel Adamczuk é associado há 12 anos e foi a primeira vez que adquiriu maquinário pela cooperativa. Ele salientou a agilidade que obteve na contratação do financiamento e que o relacionamento com a gerente garantiu uma negociação tranquila e de confiança.

“A Marta é minha gerente desde quando me associei e ficamos tranquilos na contratação pela confiança que temos nela, que já atendia nosso pai, e isso ajudou muito. Todo processo ocorreu dentro de 5 dias entre escolha do maquinário, documentação e a liberação”.

Ele conta que era um sonho poder investir em tecnologia para melhorar a produção. “Sempre trabalhei com agricultura e era um sonho poder adquirir o trator e a

plantadeira. Uma tecnologia de primeira que vai ajudar a produzir mais, ter maior economia de sementes e adubo. Estamos muito felizes com a aquisição, graças ao Sicredi”, disse o associado, que também usa outros produtos da cooperativa, inclusive, o seguro para o maquinário adquirido.

Paulo Inácio Birck, associado de Vila Nova, usou o crédito para a compra de sistema fotovoltaico com 188 placas, o objetivo principal é reduzir os custos da produção. “Temos criação de frango de corte e precisávamos das placas, pois os aviários gastam muita energia. Agora, teremos uma boa

diminuição do custo com a nossa geração”, afirma Paulo.

O presidente da Sicredi Progresso, Cirio Kunzler, esteve presente no ato e ressaltou que a raiz da cooperativa vem do agro. “Por isso a importância de estarmos no Show Rural e estar ao lado dos associados nessas entregas. Fomos fundados pelo agro e o objetivo sempre foi a união para que tivéssemos mais recursos e mais negócios, além de garantir avanços nas propriedades. Juntos podemos crescer, ouvindo a necessidade do associado e oferecendo soluções facilitadas”, finaliza.

65 Ano XXVIII - nº 300 - Março de 2024 Ano XXVIII - nº 300 - Março de 2024 INFORME PUBLICITÁRIO - INFORME PUBLICITÁRIO - INFORME PUBLICITÁRIO - INFORME PUBLICITÁRIO INFORME PUBLICITÁRIO - INFORME PUBLICITÁRIO - INFORME PUBLICITÁRIO - INFORME PUBLICITÁRIO
Simone e Samuel Adamczuk com gerente da agência Vanderlei Hertz

Preservar e cuidar para não faltar

A estratégia de gestão para garantir a disponibilidade de água às pessoas, animais e produções é um dos desafios mais importantes e necessários. As políticas públicas se inserem nesse amplo debate tendo em vista ao cenário que se apresenta com os efeitos das mudanças climáticas. Um dos caminhos viáveis é o reuso da água.

Neste dia 22 de março, Dia Mundial da Água, a grande reflexão está na disponibilidade deste recurso natural essencial para a vida. Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS, 2022), o consumo médio de água no Brasil é de 148,2 litros por habitante/ dia, enquanto que no Paraná o consumo é de 126,28 litros por habitante/dia (2021).

Os municípios no território da Diocese de Toledo estão em áreas das Bacias Hidrográficas do Paraná III e do Piquiri onde há forte presença de atividades pecuárias que carecem de soluções práticas e viváveis para garantir a sustentabilidade econômica, ambiental e social na região. Só a Bacia do Paraná III tem população estimada em mais de 1 milhão de pessoas, com a maioria em áreas urbanas. Com a intensidade de ações sobre os recursos hídricos é essencial pensar possibilidades de melhor aproveitamento e tratamento da água, uma vez que ela é fundamental para a vida humana e produção de alimentos. Isso exige sinergia de todos os setores, públicos e particulares, na gestão da água.

consumidor – esse óleo usado tem alto potencial de contaminação do solo, rios e mananciais de abastecimento.

Outro desafio é para os profissionais da engenharia e arquitetura, especialmente quando se fala sobre reuso da água e uso da água da chuva. O desafio está na busca de soluções mais acessíveis nos projetos oferecidos aos clientes que, conscientes da importância de residências sustentáveis, se deparam com os elevados custos. Há, sim, o desafio de compreensão da nova mentalidade ecologicamente correta, mas também de projetos adequados com a devida redução de custos dos materiais para que sejam acessíveis nessa proposta de cuidados com os recursos hídricos.

Por sua vez, os municípios até incluem no Plano Plurianual (PPA) incentivos a reuso em atividades pecuárias, como suinocultura e avicultura, e implantação de programas de saneamento básico, voltados a captação, distribuição e estocagem de água, mas pouco se percebe a efetivação de projetos de sucesso naquilo que se propuseram em redações bem feitas dos respectivos planos.

Interessante perceber que o assunto tem estreita ligação com o tema da educação ambiental. Sem uma geração devidamente formada para a necessidade de preservação, será como “enxugar o gelo”.

Embora o desafio seja mundial, é preciso tomar atitudes imediatas no âmbito local e provocar a integração das ações. Afinal, um rio tem uma nascente e uma foz, e quem está nesse caminho são áreas rurais e urbanas. Campo e cidade têm o dever igualitário e solidário de contribuir para a preservação da água.

Algumas situações corriqueiras podem ilustrar esse compromisso de preservação. Uma delas acontece no ambiente doméstico. Após fritar a batatinha para as crianças, a gordura da frigideira não pode ser lançada no ralo da pia. Além de elevar os custos de tratamento – que compõem a conta de cada

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Preservar os recursos hídricos é necessidade Fonte: Baseado em Manual de Educação – MMA, em “O Paraná e suas água”, 2021, p. 44).

Ex-aluna se torna a primeira mulher diretora-geral da Unioeste – Campus de Toledo

Desde a antiga Faculdade de Ciências Humanas Arnaldo Busato ao atual campus de Toledo da Unioeste já se passaram 43 anos de trajetória para em 2024 ser registrado um novo momento histórico: a posse da primeira mulher como diretora-geral do campus universitário. É a professora Patrícia Stafusa Sala Battisti, oriunda do colegiado de Secretariado Executivo Trilíngue, eleita com 734 votos.

Patrícia é doutora em Administração (Universidade Positivo). Já dirigiu o Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) do campus de Toledo onde estão os cursos de Ciências Econômicas, Secretariado Executivo Trilíngue e Serviço Social. A eleição de Patrícia ocorreu ainda em 5 de outubro 2023, durante processo de escolha chamado de consulta acadêmica em que votaram professores, agentes universitários e alunos.

fins e sua busca pela excelência científica. “Nosso propósito está alicerçado na certeza de que um tempo de renovação universitária chegou. Uma universidade transformadora, mais conectada, mais inclusiva, mais saudável, mais inovadora – uma universidade mais viva”, pontua.

diretora geral do campus de Toledo sugere várias possibilidades de leitura da realidade, partindo de uma maturidade na escolha que vem pautada pelo preparo da candidata, o desejo de concorrer – colocando seu nome para aprovação – e o apoio recebido para tal intento.

A então candidata já foi aluna do campus de Toledo. Agora diretora eleita e empossada, apontou em seu Plano de Trabalho para a gestão 2024/2027 que a universidade precisa ser um ambiente mais humano, agradável, leve e, principalmente, de relações mais saudáveis. “A partir destas ideias iniciais, as pessoas estão convidadas a contribuir com suas propostas, de modo que nosso plano possa acolher a maior diversidade possível de ideias e contribuições advindas dos membros da comunidade acadêmica e regional”, sublinha no documento apresentado para o pleito. Patrícia entende que há espaço para a universidade se reinventar, sem perder sua identidade, seus

Dentre os princípios e ações elencados no Plano de Trabalho, Patrícia pontua a necessidade de oportunizar a inserção dos estudantes nos estágios curriculares e não-curriculares como forma de aprendizado e de integração, além de buscar a ampliação das condições de permanência aos estudantes com incentivos a bolsas de estudos e melhores condições dos ambientes.

Ela também aponta no seu Plano de Trabalho que buscará defender a expansão de oferta dos cursos de graduação, bem como a inovação nos cursos existentes, tendo em vista as novas realidades e tecnologias e suas relações com a produção da ciência, da arte, da cultura, em consonância com as demandas da sociedade regional.

A eleição da primeira mulher como

Criada em 1980, a então Facitol –hoje Unioeste/Campus de Toledo, foi resultado de movimento liderado por empresários, religiosos e políticos da época que se reuniram no propósito de implantar o ensino superior no Município. Atualmente são nove cursos de graduação com mais de 1,1 mil alunos, além de cursos de pós-graduação inclusive em nível de mestrado e doutorado.

No setor empresarial, outro caso que levou longo período para a escolha de uma mulher como dirigente é da Associação Comercial e Empresarial de Toledo (Acit). Fundada em 1967, a entidade teve 22 presidentes até a eleição da primeira mulher para o cargo, ocorrida em 2005. Solange Martins cumpriu o mandato no período 2005-2006.

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A diretora-geral Patricia ladeada pelo vice-reitor Gilmar de Mello e o reitor Alexandre Webber
Divulgação
Foto:

O cromossomo 21 e a amizade social

A Campanha da Fraternidade deste ano é um convite para cristãos e pessoas de boa vontade refletirem sobre o papel de cada um na construção de relações mais solidárias e acolhedoras. Em 21 de março, é celebrado o Dia Internacional da Síndrome de Down. A data faz referência ao cromossomo 21, aquela “cópia extra” do cromossomo que caracteriza a Síndrome. Esta data se torna uma forma de aproximar as pessoas para esta realidade presente nas cidades da região e pensar acerca das possibilidades existentes em políticas públicas de atenção a estes irmãos e irmãs com a trissomia.

Ao promover a amizade social e a inclusão, a Igreja reafirma seu compromisso com os valores de fraternidade, respeito e dignidade humana. Trazer esse assunto no contexto da CF 2024 é uma forma de respeitar, acolher e amar estas pessoas oriundas de famílias que lutam pelos seus direitos nos diversos campos de atendimento, tais como saúde, educação, esporte, lazer, cultura e trabalho, entre outros.

Conforme divulgado pela Secretaria da Saúde do Paraná, estima-se que no Brasil um a cada 700 nascidos vivos tenham a alteração genética, totalizando em torno de 270 mil pessoas com a síndrome. Considerando a população do Paraná, com aproximadamente 11 milhões de habitantes, a estimativa é de que no Estado sejam 15 mil pessoas com Síndrome de Down.

O acompanhamento do quadro de saúde das pessoas com Síndrome de Down é fator essencial para ganhos na qualidade de vida. Profissionais de saúde capacitados favorecem

essa perspectiva que colabora substancialmente com as famílias na sua rotina de atividades. Há um conjunto de alterações que necessitam de acompanhamento adequado quanto a cardiopatias e situações de ordem oftalmológica, auditiva e endocrinológica, por exemplo, que apontam para a necessidade de políticas públicas eficazes.

Na cidade de Palotina foi publicada uma estatística em 2022 revelando que havia onze alunos com Síndrome de Down atendidos pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). Essa é uma realidade regional em que associações mantêm unidades educacionais para o atendimento de crianças, adolescentes, jovens e até adultos. Estas entidades sobrevivem por meio de doações da comunidade, convênios, repasses públicos e eventos de arrecadação com envolvimento de famílias, professores e diretores. Em Marechal Cândido Rondon, a Apae passa por um período de reformas das suas instalações, sem interromper o atendimento aos seus 127 alunos, e

já prepara as comemorações do seu Jubileu de Ouro em 2025. O local atende alunos oriundos de outras cidades, como Quatro Pontes, Mercedes, Nova Santa Rosa, Pato Bragado e Entre Rios do Oeste.

Já em Toledo, a Apae é mantenedora da Escola de Educação Especial Bem Me Quer que presta 240 atendimentos. A associação é beneficiária da Campanha Legal que arrecada recursos por meio das destinações feitas pelos contribuintes do Imposto de Renda. Nos espaços públicos, são desenvolvidas atividades de atendimentos esportivos e outros.

Mais do que espaços específicos de atendimento, as pessoas com Síndrome de Down são destinatárias de todos os esforços pela integração social enquanto cidadãos de direitos. Afinal, elas necessitam de contato social como qualquer pessoa. Pelo olhar, pelo abraço, pelo sorriso, pelo carinho que transmitem mostram o quanto de afeto transmitem, sendo exemplos para quebrar as barreiras sociais ou preconceitos.

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Eles têm muito a ensinar no carinho e afeto que transmitem

Assis Chateaubriand será sede macrorregional dos Jogos Escolares do Paraná 2024

O município de Assis Chateaubriand foi escolhido para sediar os Jogos Escolares do Paraná 2024, na fase macrorregional, que ocorrerá de 12 a 16 de junho. O evento é uma iniciativa do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Educação e da Paraná Esportes, em parceria com o Núcleo Regional de Educação e a Prefeitura.

A fase macrorregional envolverá a participação dos Núcleos Regionais da Região Oeste – Assis Chateaubriand, Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledo. No período, estarão em disputa modalidades individuais (atletismo, tênis de mesa, vôlei de praia e xadrez) e modalidades coletivas (basquetebol, futsal, handebol e voleibol).

A competição, que está na 70ª edição, é voltada para crianças e adolescentes de 12 a 17 anos com participação por categoria. Os campeões das modalidades coletivas e os primeiros colocados das modalidades individuais seguirão para a Fase Final, que acontecerá nas cidades de Campo Mourão e

Pato Branco.

A chefe do Núcleo Regional de Educação de Assis Chateaubriand, Rosilane Celi Karaziaki Merquides, informa que

esta fase macrorregional tem a previsão de reunir cerca de 2 mil alunos e professores, equipe organizadora da Paraná Esportes e arbitragem.

Nota Paraná contempla instituições sociais de 26 cidades com R$ 5 mil

Quarenta prêmios de R$ 5 mil foram distribuídos entre entidades sociais de 26 cidades do Paraná em fevereiro, no mais recente sorteio do Nota Paraná, programa de conscientização fiscal vinculado à Secretaria de Estado da Fazenda. Dentre as instituições sociais premiadas está uma de Toledo. As demais são das regiões dos campos gerais, litoral e norte do Estado.

Atualmente, o Nota Paraná conta com 1.748 instituições sociais cadastradas. Elas atuam nos segmentos de assistência social, de saúde, de cultura, de esporte e de defesa e proteção animal. Cada uma das instituições

recebe um repasse mínimo mensal de R$ 100,00, além de concorrer aos prêmios principais de R$ 5 mil.

COMO DOAR

Para ajudar as instituições, o cidadão pode doar as notas fiscais em que não informa seu CPF. Assim, os bilhetes para concorrer aos sorteios, concedidos de acordo com as compras, vão para a entidade. Quanto mais notas fiscais a organização sem fins lucrativos acumular, mais chances ela terá de ser contemplada.

Por meio do aplicativo do Nota Paraná, o consumidor pode vincular seu CPF ao CNPJ de uma instituição

social cadastrada e, assim, transferir automaticamente os documentos fiscais e os créditos.

Há outras formas de efetivar a doação: por meio da aba “Minhas Doações” do site do Nota Paraná, onde é necessário inserir CPF, senha e a chave de acesso da nota fiscal, ou pelo aplicativo, disponível para Android e iOS, em que é necessário escolher a opção “Doações”, depois “Doação manual”, buscar a entidade desejada e ler o QR Code das notas fiscais.

Por fim, a nota fiscal física também pode ser depositada em urnas disponibilizadas pelas instituições nos estabelecimentos comerciais.

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Atletismo é uma das modalidades que estará em disputa nos JEPs 2024
Foto: SEES

Pesquisadores estão atentos a novas suspeitas da incidência de câncer

O câncer é uma doença que ainda causa muito receio pela péssima confirmação que o diagnóstico traz ao paciente. Os diversos tipos que atingem homens e mulheres em suas particularidades biológicas preocupam pela rápida evolução. O autoconhecimento do corpo e atenção aos sinais são elementos importantes para uma conversa com médico especialista para a devida orientação. Ao redor do planeta, as pesquisas continuam sendo realizadas na busca de soluções e de combate à doença, mas a questão concentra-se na acessibilidade dos tratamentos e até mesmo dos meios de prevenção.

Mas o que tem chamado a atenção nos últimos tempos é a elevação das taxas de câncer colorretal entre os jovens, na faixa de 20 a 30 anos. Um relatório da American Cancer Society aponta essa evolução, ao mesmo tempo em que destaca nas últimas décadas o progresso na detecção precoce e no tratamento da doença. A pesquisa tem por base a população norte americana. No entanto, países que experimentam processos industriais mais acentuados na alimentação, com a expansão dos fast foods, enlatado e alimentos ultraprocessados, como é o caso do Brasil, precisam estar atentos ao quadro científico em debate.

Desafio de alimentos saudáveis é combinar fibras, óleos e proteínas com o preço dos produtos

A professora associada de medicina na Harvard Medical School e diretora fundadora do Young-Onset Colorectal Cancer Center , dos Estados Unidos, Kimmie Ng, constatou o crescimento dos casos na clínica ao receber pacientes jovens saudáveis e sem síndrome genética apresentando estágios muito avançados de câncer gastrointestinal.

As pesquisas estão focadas em fatores de risco conhecidos para câncer colorretal, que estão mais ligados à dieta e estilo de vida, independentemente da idade. E muitos destes cânceres estão ligados à obesidade.

Por sinal, os médicos têm alertado frequentemente para os fatores de risco de câncer: dieta rica em carne vermelha, rica em sódio e alimentos ultraprocessados; por outro lado dieta pobre em frutas e fibras; além do consumo de álcool e o sedentarismo. A mudança no estilo de vida, o que inclui a alimen-

tação, poderia prevenir até 30% os cânceres.

O que chamou a atenção da médica americana é que na clínica surgiram casos de pacientes jovens, sendo a maioria não obesos, alguns até atletas com dietas saudáveis. “Portanto, não sabemos se são apenas fatores de dieta e estilo de vida ou outras coisas do nosso ambiente – poluentes, conservantes na nossa alimentação”, afirmou em entrevista para a The Harvard Gazette. Ela sugere a necessidade de estudos mais detalhados em nível global tendo em vista o registro de casos em todas as partes do mundo. A publicação indica que um artigo recente sobre microplásticos gerou muito interesse no tema.

Por sua vez, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) reforça que o enfrentamento da doença tem como um dos principais caminhos o diagnóstico precoce. A entidade fez uma pesquisa com 760 oncologistas onde 19% apontam falhas no acesso e qualidade dos exames de detecção e controle do câncer e 5% se queixam da falta de campanhas ou programas eficientes de conscientização e prevenção, além da baixa adesão da população aos programas de prevenção e tratamento já existentes. O problema é ainda maior quando se trata da dificuldade de acesso a novos tratamentos. Para minimizar esse impacto negativo nas populações mais vulneráveis, agentes comunitários de saúde receberão conteúdo específico por meio do aplicativo Con.te, mantido pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e Grupo Laços.

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Quais remédios são contraindicados em caso de suspeita de dengue?

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) alertou para os remédios contraindicados em caso de suspeita da doença. Segundo o Ministério da Saúde, do início deste ano até meados de fevereiro, a doença provocou 62 mortes no país.

Em entrevista à Agência Brasil, o presidente da SBI, Alberto Chebabo, citou o ácido acetilsalicílico, ou AAS, conhecido popularmente como aspirina, entre os não recomendáveis, por se tratar de medicação que age sobre plaquetas. “Como já tem uma queda de plaquetas na dengue, a gente não recomenda o uso de AAS”, disse o médico. Corticoides também são contraindicados na fase inicial da dengue.

Segundo Chebabo, como a dengue é uma doença viral, para a qual não existe antiviral, os sintomas é que são tratados. O tratamento básico inclui analgésico, antitérmico e, eventualmente, medicação para vômito. Os principais sintomas relacionados são febre, vômito, dor de cabeça, dor no corpo e aparecimento de lesões avermelhadas na pele.

O infectologista advertiu que, se tiver qualquer um dos sintomas, a pessoa não deve se medicar sozinha, e sim ir a um posto médico para ser examinada. “A recomendação é procurar o médico logo no início, para ser

avaliada, fazer exames clínicos, hemograma, para ver inclusive a gravidade (do quadro), receber orientação sobre os sinais de alarme, para que a pessoa possa voltar caso tais sinais apareçam na evolução da doença”, afirmou.

Os casos devem ser encaminhados às unidades de pronto atendimento (UPAs) e às clínicas de família.

SINTOMAS GRAVES

não para, não melhora e prejudica a hidratação; dor abdominal de forte intensidade; tonteira; desidratação; cansaço; sonolência e alteração de comportamento, além de sinais de sangramento.

“Qualquer sangramento ativo também deve levar à busca de atendimento médico”, alertou. No entanto, a maior preocupação dever ser com a hidratação e com sinais e sintomas de que a pessoa está evoluindo para uma forma grave da doença.

Idosos podem receber vacina contra dengue?

A população idosa concentra, atualmente, as maiores taxas de hospitalização por dengue no Brasil. O grupo, entretanto, ficou de fora da faixa etária considerada prioritária para receber a vacina contra a dengue por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Isso porque a própria bula da vacina Qdenga estipula que o imunizante é indicado somente para pessoas com idade entre 4

Entre os sinais de alarme, Chebabo destacou vômito incoercível, que e 60 anos. Ainda assim, em laboratórios particulares, o imunizante é aplicado em idosos, desde que seja apresentado pedido médico.

A pergunta é: há risco para o idoso que recebe a vacina? Em entrevista à Agência Brasil, o geriatra Paulo Villas Boas explicou que a bula da Qdenga não inclui pessoas acima de 60 anos porque não foram feitos estudos de

eficácia nessa faixa etária. O membro do Comitê de Imunização da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia destacou, entretanto, que a dose foi liberada para toda a população acima de 4 anos pela Agência Europeia de Medicamentos e a Agência Argentina de Medicamentos. Por isso, antes de fazer uso de qualquer medicamento, procure orientação médica.

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Paciente com suspeita de dengue deve procurar atendimento médico Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil (Por Alana Gandra e Paula Laboissière, da Agência Brasil)

Semana Navegantes em Guaíra

A Festa da Padroeira movimentou os fiéis de Guaíra, com uma “Semana Navegantes” para celebrar Nossa Senhora dos Navegantes. Foi uma semana intensa de celebrações com temas específicos e direcionadas aos grupos da educação, com o coral Doce Harmonia; pescadores e agricultores, com o grupo de cantos da Capela Nossa Senhora das Graças; profissionais da saúde, gestantes e idosos; comerciantes, motoristas, motociclistas e esportistas, com o coral de Oliveira Castro (Sagrado Coração de Jesus). Houve grande envolvimento das comunidades que conservam a tradição religiosa amplamente vivenciada na cidade. “Nossa

Senhora dos Navegantes é conhecida como protetora das embarcações e seus condutores em rios, lagos e mares, oportunizando aqui em nossa comunidade o grande rio de água doce do país, onde se encontram inúmeros tipos de embarcações, para trabalho como também para lazer”, recorda o pároco, Pe. Jauri Strieder, que presidiu a celebração da Padroeira (2/02), com a presença demais sacerdotes e que foi seguida de almoço festivo. “No próximo ano a Paróquia celebrará 70 anos! Ainda neste ano, celebraremos os 90 anos da Igrejinha de Pedra! Naturalmente abunda gratidão à bela história e esperança na evangelização em Guaíra”, afirma. - Fotos: Paróquia Nossa Senhora dos Navegantes

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Agradecimentos ao Pe. Luiz

Com presença na celebração eucarística e almoço de confraternização, a comunidade de fé se reuniu para agradecer o ministério do Pe. Luiz Carlos Franzener exercido como pároco da Paróquia São Cristóvão (Toledo) nos últimos oito anos. Na ocasião, também foi administrado o rito de bênção ao salão paroquial que passou por reformas, tornando-o ainda mais agradável e acolhedor – Fotos: Regiane Zanutto

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Fiéis participam da celebração eucarística com o rito de bênção da garganta na devoção a São Brás. Assim como foi na Igreja Santo Antônio, em Formosa do Oeste, o mesmo rito se repetiu em diversas comunidades onde as pessoas se puseram em fila e rezaram intensamente pela proteção aos males da garganta.

O Apostolado da Oração é um caminho espiritual que a Igreja propõe a todos os cristãos por meio de três atitudes diárias: oferecimento do dia, rezar pelas intenções do Papa e avaliação diária de vida. Em Formosa do Oeste, o Apostolado da Oração está presente na Paróquia Santo Antônio. Os devotos do Sagrado Coração de Jesus tiveram o seu primeiro encontro do ano (3/02), abrindo seu calendário de encontros que acontece todo primeiro sábado do mês. Fica o convite para você participar!

No mês de fevereiro aconteceu a confraternização da Assessoria de Leigos da Pastoral da Juventude da Diocese de Toledo. Tarde de muita alegria, histórias e boas risadas

Rosmari Eberhardt, da Paróquia Sagrada Família, comemorou idade nova no dia 25/02, e recebe homenagem dos familiares, amigos e colegas de trabalho da Cúria Diocesana

Começando o 41º ano formativo no Seminário São Cura d’Ars, em Quatro Pontes (11/02): Reitor Pe. Marcelo, seminaristas e seus pais

Mesmo em período de “férias” e de transição na administração paroquial, os fiéis da Paróquia Nossa Senhora de Fátima (Maripá) não tiveram interrompida a assistência religiosa. Aqui o registro da celebração eucarística (24/01) presidida por Pe. José Emanuel Beffa, onde já exerceu seu ministério presbiteral. A comunidade ficou muito feliz em recebê-lo e envia a foto como sinal de amizade, fé e grande estima – Foto: Sandra Moreira

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Festa da Padroeira em Tupãssi

A celebração da padroeira da Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, em Tupãssi, reuniu grande número de fiéis na celebração eucarística e em toda a programação desenvolvida para promover a espiritualidade e devoção mariana. Nossa Senhora de Lourdes é reconhecida como a Santa Protetora dos Enfermos, a santa das curas milagrosas e intercede por aqueles que sofrem de diversos males do corpo e da alma. Em vista das festividades, a liderança católica de Tupãssi promoveu a Novena da Padroeira e visita a empresas locais.

Foram 15 equipes dedicadas, compostas por aproximadamente 60 pessoas para a peregrinação da imagem da Padroeira num total de 158 estabelecimentos. As visitas ocorreram não apenas

na Paróquia, mas também nas capelas de São Judas Tadeu de Jotaesse e São Cristóvão de Palmitolândia. O almoço de confraternização reuniu cerca de 1.300 pessoas. E nesta celebração solene, aconteceu também o envio (despedida) de Pe. Solano Tambosi como pároco – Fotos: Foto Studio Tupãssi

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Símbolos do Ano Jubilar

A Paróquia São Francisco de Assis, de Toledo, realiza a caminhada de espiritualidade e fé no contexto de seu Ano Jubilar, tendo presente o tema “Com São Francisco, por uma Igreja mais fraterna”. Lideranças das capelas que formam a paróquia receberam os símbolos deste Jubileu de Prata. A entrega foi feita pelo pároco, Pe. Laudemir da Rocha, e pelo pároco da Catedral e vigário geral da Diocese, Pe. Hélio José Bamberg – Fotos: Juan Matoso/ Pascom

Acolhida ao novo pároco

Foi com alegria que a Paróquia Nossa Senhora de Lourdes (Tupãssi) acolheu Pe. Vanderlei Ghelere como seu novo pároco. A celebração foi presidida pelo bispo diocesano, D. João Carlos Seneme no último dia 18/02, que conduziu o rito próprio que marca a nova missão do Pe. Vanderlei junto a esta comunidade –Fotos: Foto Stúdio Tupãssi

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Catequistas da Paróquia Cristo Rei (Entre Rios do Oeste) preparados para sua missão neste ano de 2024

Cumprimentos neste dia 6/03 ao pároco da Paróquia Nossa Senhora do Carmo, Pe. Lucimar Antônio Castellani, que celebra o 31º aniversário de sua ordenação presbiteral. Felicidades!

Parabéns ao Pe. Sérgio Augusto Rodrigues, pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus (Marechal Cândido Rondon) e assessor diocesano da Pastoral Litúrgica, que neste dia 6/03 comemora 31 anos de sacerdócio. Felicidades!

Toledo se prepara para ter usina de saneamento rural

Toledo vai ganhar a primeira usina de saneamento rural para produção de bioenergia nos próximos anos. A capacidade de geração de energia limpa é de 1,5 megawatts (MW)/hora e 750 m³/hora de biogás para produção de biometano e gás carbônico (CO2), com investimento é estimado em R$ 80 milhões.

A Licença de Instalação (LI) para a construção da unidade administrada pela Cooperativa de Geração de Energias Sustentáveis e Saneamento Rural (Ambicoop) foi entregue durante o Show Rural 2024, em Cascavel. O documento emitido pelo Instituto Água e Terra (IAT) é uma das condicionantes do licenciamento ambiental que possibilita a operação da usina.

A usina está projetada para produção de bioenergia

A planta industrial será instalada em uma área de 45,8 mil m² na Comunidade do Rocio e terá condições de processar 991,93 m³ ao dia de substratos, sendo 869,927 m³/dia de resíduos da atividade agropecuária e 122 m³/dia de resíduos da atividade agroindustrial. A partir desta decomposição, o biogás gerado passará por um processo de purificação para ser transformado em biometano para uso na geração de energia. O restante do material produzido será utilizado como biofertilizante na adubação de áreas de cultivo agrícolas, de pastagens ou florestais.

Além de produzir energia limpa e sustentável, a iniciativa busca contribuir decisivamente para a redução significativa dos volumes e quantidades de resíduos que são dispostos

diariamente no ambiente sem o devido tratamento, diminuindo assim os riscos de contaminação do solo, da poluição das águas e do ar.

“É um empreendimento inovador, com tecnologia alemã, que vai permitir o tratamento adequado dos resíduos gerados nas propriedades de muitos produtores do Oeste. Isso vai melhorar também a qualidade ambiental de toda a região” destacou o diretor de Licenciamento e Outorga do IAT, José Volnei Bisognin.

CARTA-COMPROMISSO

Durante o evento, os setores público e privado assinaram uma carta-compromisso em que defendem a ampliação dos financiamentos e sub-

sídios para a implantação de usinas de biogás. O documento também prevê um uso mais extenso do biometano, que é uma espécie de biogás purificado que pode substituir, com menos impacto ambiental, os combustíveis automotivos tradicionais e também a lenha e o GLP como sistemas de aquecimento.

Para atingir o objetivo proposto, as entidades envolvidas manifestam apoio público à concessão de isenções, subvenções de taxas de juros e a utilização de créditos tributários pelo Governo do Estado; a construção de estruturas de apoio pelas prefeituras; o firmamento de parcerias com a Compagas para a constituição de um mercado de biometano com a participação de produtores e indústrias paranaenses; e a oferta de linhas de crédito do BNDES em volume compatível com a crescente demanda estadual.

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Sistemas similares começam a ganhar força de implantação Foto: Geraldo Bubniak/AEN

O que esperar da produção de milho safrinha

Em condições normais, a segunda safra de milho do Paraná tem um potencial de produção de 14,5 milhões de toneladas. Esse nível de produção será alcançado na combinação de uma série de fatores, sendo o clima um dos principais elementos.

Na Região de Toledo, o recolhimento da soja 2023/2024 teve início nos primeiros dias deste ano fazendo o cultivo de milho ganhar muita força no período de 10 a 31 de janeiro. Grande parte dos agricultores apostaram nesta janela de cultivo para o cereal escapar das baixas temperaturas nas fases de desenvolvimento vegetativo e enchimento de grãos.

O grande receio é uma frustração de safra. No atual momento, a cotação da saca de 60 kg para quem vende o milho é baixa, e para quem compra há certa estabilidade no mercado. Contudo, a preocupação reside nas oscilações bruscas de mercado que podem de uma hora para a outra encarecer o produto disponível e provocar elevação de custos de produção.

A região depende altamente do cereal para a produção de proteína animal, sobretudo suínos e aves. Esses setores concorrem com a indústria de etanol a

partir do milho que começa a puxar uma demanda importante, que pode levar ao encarecimento do cereal. Mas muito do milho sai do Paraná para atendimento às necessidades catarinenses e gaúchas, assim como há entrada de milho paraguaio e do matrogrossense para atender a produção paranaense. Em 2023, o Paraná exportou 4,73 milhões de toneladas de milho, maior volume da série histórica iniciada em 1997.

A Companha Nacional de Abastecimento (Conab) já apontou no seu relatório de fevereiro que a produção nacional de milho está estimada em 117,6 milhões de toneladas, redução de 10,9% em relação ao ciclo anterior. A queda é reflexo de uma menor área plantada e de uma piora na expectativa de rendimento das lavouras. “A primeira

safra do cereal, que representa 20,7% da produção, vem passando por situações adversas como elevadas precipitações nos Estados do Sul, baixas pluviosidades acompanhadas pelas altas temperaturas no Centro-Oeste”, explicou a companhia. Para a segunda safra, além de avaliar os custos, as decisões dos produtores dependem de fatores climáticos, de disponibilidade de janela para o plantio e dos preços de mercado.

Já a estimativa de menor produção de milho para a safra 2023/24, somada à maior oferta disponível no mercado internacional (em meio à boa safra norte-americana), deverá reduzir o volume de exportações brasileiras do grão em 2024. Ainda assim, o Brasil deve continuar a ser o maior exportador de milho do mundo.

Ano XXVII - nº 294 - Agosto de 2023 82
Fonte: Departamento de Economia Rural (Deral), Divisão de Conjuntura Agropecuária. Boletim Semanal 05/2024) Fonte: Departamento de Economia Rural (Deral), Divisão de Conjuntura Agropecuária. Boletim Semanal 05/2024)
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Voltando para casa, um jovem deu um chute numa pequena pedra fazendo ela parar a alguns metros. O chute era carregado de incompreensão porque trocou palavras ofensivas com outra pessoa, apenas porque ela pensava diferente.

Um pouco antes de chutar novamente a pedra, o jovem levantou a cabeça e se viu diante de um lugar que lhe transmitiu uma paz profunda. Naquele momento, entendeu que estava diante da presença de Deus. Começou, então, a dialogar e, na medida em que se abria para Deus, passou a entender que não agiu corretamente.

A pedra que chutei

até que algo começou a acontecer: brotou o desejo de reencontrar o amigo.

A mão estendida

A oração na Quaresma é uma maneira essencial para nós cristãos nos prepararmos espiritualmente para a celebração da Páscoa. Ela nos dá força para renovar a fé. Quanto mais rezamos o perdão de Deus acontece para que também nós possamos perdoar.

– “Senhor, como posso ser uma boa pessoa”? Tão logo concluiu a pergunta, o jovem respirou profundamente e parece que o sorriso de Deus se alargou aos seus olhos com a resposta. Logo, seus pensamentos foram tomados pela resposta que buscava: praticar a compaixão, ser paciente e tolerante, abrir-se para a compreensão e praticar o respeito.

Isso tudo foi lhe acalmando e transformando seus pensamentos

É claro que essa história é muito curta para demonstrar o caminho percorrido até chegar o momento do perdão. Para alguns, pode ser muito breve. Para outros, leva mais tempo. Mas o que vale é dar o primeiro passo com Deus ao invés de chutar as coisas.

Valéria Aparecida Santoro Paróquia Nossa Senhora Aparecida Guaíra | PR

O Senhor é o meu pastor

O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma.

Pelos prados e campinas verdejantes Ele me leva a descansar.

Para as águas repousantes me encaminha,

e restaura as minhas forças. Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei, estais comigo!

Sl 22(23)

Com o perdão presente, formamos comunhão e assim a comunidade cristã se fortalece. Nesta Quaresma, vamos fortalecer nossa oração comunitária para que ela faça a gente olhar aquilo que ainda não enxergamos. Muitas pessoas precisam que estejamos convertidos para serem alcançadas pela mão de quem ajuda.

Armindo Matias

Toledo | PR

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