Correio da Trofa nº57

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Nº 57 . 19 NOVEMBRO 2015 . ANO 3 . Quinzenal Director Miguel Ângelo Pinto . Editor Comunicatessen www.correiodatrofa.pt 0,25€

Entrevista com o vereador Renato Pinto Ribeiro:

Em 2013, o município estava à beira do abismo Págs. 8 e 9

Mais de 3000 participantes na Corrida e Caminhada do Ave Pág. 11

JMR resíduos celebra meio século de actividade Pág. 4


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19 de Novembro de 2015

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OPINIÃO

Luís Pinheiro

Valdemar Carvalho da Silva

Urbanismo na Trofa Pior é difícil

A independência da Trofa Hoje é dia de festa!

As expectativas legítimas de um qualquer munícipe são que os autarcas eleitos trabalhem com seriedade e afinco na valorização do concelho e promoção da qualidade de vida da sua população. Isto passa pela implementação de um urbanismo de qualidade, com vias de comunicação amplas e seguras, onde coabitem automobilistas e peões, espaços verdes em quantidade e qualidade, uma actividade cultural e desportiva adequada ao perfil dos munícipes e criação de espaços industriais devidamente infraestruturados. Com a satisfação destes requisitos, estão criadas as condições para a fixação de pessoas e empresas. Ninguém gosta de viver numa Terra onde a rede viária é muito estreita e labiríntica e onde o trânsito é muito difícil, por vezes caótico. Também ninguém gosta de viver numa Terra desordenada, suja, sem espaços verdes e com uma imagem urbana muito má, porque o ordenamento não contempla nem acautela não só condições de ordem funcional, mas também as de ordem estética, sensorialmente agradáveis, que correspondam às exigências da vida actual e devido à existência de muitos edifícios degradados e de autênticos matagais em

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pleno centro da cidade. Se a tudo isto juntarmos uma oferta cultural e desportiva muito escassa ou inexistente, estão criadas as condições para a desertificação. A cidade da Trofa não é atractiva, e só por questões sentimentais ou patrimoniais a migração para outras cidades não é maior. O comércio local e as actividades lúdicas e culturais não são atractivos. Hoje, para estes fins, as pessoas saem da Trofa. Com cada vez menos empregos, a Trofa está a transformar- se num dormitório. Basta dar uma pequena volta pela cidade da Trofa para constatar que o urbanismo implementado é do pior que há, e que a rede viária é muito estreita e sinuosa e por isso o trânsito flui com muita dificuldade. Enquanto fomos geridos pela CM de Santo Tirso, reinou a máxima Quanto pior, melhor em tudo o que se fazia no âmbito das obras públicas. Com a criação do concelho da Trofa, em 19 de Novembro de 1998, tivemos a oportunidade de cortar radicalmente com o passado, mas os nossos autarcas não tiveram o engenho, a arte e o bom senso para acabar com esta desastrosa política de gestão urbana. Importaram técnicos da CMST, já com má escola, e o lema continuou. Quanto pior, melhor. Continuou o fado das construções umas em cima das outras, servidas por ruas demasiado estreitas, num claro desrespeito pelo RGEU (Regulamento Geral das Edificações Urbanas). Rotundas e entroncamentos tão mal concebidos que, após várias alterações ao projecto inicial, continuam disfuncionais, porque os raios de curvatura das entradas e saídas das rotundas e entroncamentos são desadequados. Isto não é uma opinião, são factos. Convido os Trofenses a parar alguns minutos junto de algumas rotundas, como por exemplo a do Catulo, que foi a ultima a ser construída, para verificar que os veículos pesados só conseguem circular nelas com muita dificuldade e utilizando as duas faixas de rodagem. Mesmo assim, os camiões deixam as suas marcas nos muros, galgam ou esmagam as guias, etc. Estas consequências da utilização

das rotundas e entroncamentos demonstram a má concepção e dimensionamento das mesmas. O mais grave é que estes erros são sistemáticos e perfeitamente evitáveis, pois não é necessário inventar nada nem andar com experimentalismos neste tipo de obras, pois está tudo inventado e experimentado. Cumpram-se as nomas da extinta JAE ou os estudos da FEUP e não há que enganar. Dessa forma, teremos rotundas, entroncamentos e ruas desafogadas e seguras, permitindo uma condução confortável aos automobilistas. Também o cumprimento escrupuloso do RGEU garante o espaço para uma rede viária ampla e segura com passeios largos e até espaço para estacionamento, que normalmente são pontos muito fracos nas cidades e vilas deste país. Vejamos um pequeno excerto do preâmbulo do RGEU sobre as actividades relacionadas com as diferentes espécies de edificações: …função directiva e disciplinadora salvaguardando os interesses da colectividade, impondo respeito pela vida e haveres da população e pelas condições estéticas do ambiente local, criando novos motivos de beleza e preservando ou aperfeiçoando os já existentes, tudo de modo a tornar a vida da população mais sadia e agradável e dar aos núcleos urbanos e rurais um desenvolvimento correcto, harmonioso e progressivo. Também no seu artigo 59º podemos ler A altura de qualquer edificação será fixada de forma que, em todos os planos verticais perpendiculares à fachada nenhum dos seus elementos, com excepção de chaminés e acessórios decorativos, ultrapasse o limite definido pela linha recta a 45 graus, traçada em cada um desses planos a partir do alinhamento da edificação fronteira, definido pela intercepção do seu plano com o terreno exterior. De forma simplista, isto significa que a distância entre dois edifícios fronteiros é igual à sua altura. Supondo edifícios de R/C mais 6 pisos, obtemos entre 21.5 e 22 metros. Esta distância permite arruamentos com um perfil de 7 metros de largura de faixa de rodagem com dois sentidos, de dois

Cidade da Trofa

passeios com 2.5 metros, um de cada lado da rua e ainda uma faixa de estacionamento de cada lado com 5 metros de profundidade. Onde encontramos isto na cidade da Trofa? Infelizmente são muito poucos os casos onde a lei é cumprida, e, por isso, as ruas e os passeios na Trofa são apertados e o estacionamento é escasso ou inexistente. Como se vê, para conceber uma cidade bem ordenada e com uma rede viária desafogada, segura e confortável, basta cumprir a lei. O RGEU em vigor é de 07 de Agosto de 1951 (Dec. Lei nº 38382). Por tudo isto e muito mais, o urbanismo na Trofa é mau e não se vislumbra qualquer vontade política nem humildade dos técnicos da Câmara da Trofa para reconhecer os seus erros e, na impossibilidade de os remediar, pelo menos evitar erros futuros. Por que razão não se estabelecem de uma vez por todas os perfis mínimos a respeitar? Em comum, todos esses perfis deveriam ter como largura mínima para os passeios de 1,25 metros e para faixa de rodagem com dois sentidos 6,5 metros. Na requalificação de ruas e caminhos, tudo deve ser feito no sentido de obter esses mínimos. Mesmo em urbanizações de habitação unifamiliar, a construir, o perfil dos arruamentos deveria ser de dois passeios com 1,25 metros cada, faixa de rodagem com dois sentidos com 6,5 metros e faixa de estacionamento de um dos lados com 2 metros de largura (total 11 metros). A rua que vai do Posto Médico ao Colégio da Trofa tem esta tipologia, embora as dimensões sejam um pouco mais generosas. Deve ser evitada, a todo o custo, a solução de ruas de sentido único. Estas apenas são toleráveis em ruas completamente edificadas, onde se justifique estacionamento, como acontece, por exemplo, nas ruas Conde S. Bento e Camilo Castelo Branco. Porque conspiram contra este povo bom, pacífico e trabalhador? A resposta é, provavelmente, esta: os Trofenses têm sido demasiado indiferentes e tolerantes perante os desvarios de alguns provocadores e/ou incompetentes.

Foi a dezanove de Novembro de mil novecentos e noventa e oito que, na Assembleia da República, em Lisboa, foi votada a criação do neófito concelho da Trofa. Já lá vão dezassete anos, desde esse maravilhoso dia de independência política e administrativa que nos desvinculou dos nossos vizinhos de Santo Tirso. Foi muito positiva esta emancipação que nos afastou do jugo que nos manteve debaixo do Município vizinho, desde que, em 1836, Mouzinho da Silveira nos transferiu do concelho da Maia e nos anexou no concelho de Santo Tirso com a sua reforma administrativa da época. Em 1998, nasceu este nosso novel Concelho, acabando-se, de vez, com 162 anos de domínio Tirsense. Valeu a pena e, tudo vale a pena se a alma não é pequena , assim disse o nosso grande poeta, Fernando Pessoa, no seu Poema MAR PORTUGUÊS , na sua segunda estrofe. Já alguma coisa se fez, mas falta muito a fazer até conseguirmos a nossa maioridade política. Logo a seguir a 1998, foi criada a Comissão Instaladora durante três anos para, em 2001, haver as primeiras eleições livres e democráticas com o voto popular dos Trofenses. Foi nomeado para presidir à Comissão Instaladora o já saudoso Dr. Bernardino de Vasconcelos, que presidiu a esta Comissão na qual, teve um trabalho que hoje reconhecemos de algum mérito pessoal. Meteu mãos à obra e concluiu o saneamento básico, (pois o executivo de Santo Tirso só tinha cerca de 9 por cento de saneamento na cidade da Trofa, não havendo no concelho qualquer tipo de saneamento básico), concluiu o abastecimento de água ao domicilio, arranjou os passeios das ruas da nossa cidade, deu mais qualidade de vida citadina com o arranjo de algumas ruas, as mais nobres da nossa cidade; alcatroou cerca de 300 quilómetros de vias rodoviárias em todo o concelho; valorizou o parque escolar, como seja: arranjar telhados, mandou pintar todas as escolas existentes no concelho, novas vedações em todas as escolas, refeições quentes nas cantinas para as

nossas crianças deste nosso concelho. Na impossibilidade de enumerar tudo quanto foi feito, não quero perder a oportunidade de enaltecer o trabalho do autarca que foi o Presidente Bernardino, quer na Comissão Instaladora, quer depois das primeiras eleições democráticas e livres, as quais ele também ganhou! Perdoem-me o meu desabafo, mas para mim, até hoje, foi ele o primeiro presidente da Câmara da Trofa, e foi ele que fez alguma coisa por esta Terra. Paz à sua alma , pois foi o Presidente, até aos nossos dias, que mostrou obra feita neste nosso concelho, quer se queira quer não. Muito há para fazer nesta nossa terra, mas já algo se fez, pois o nosso concelho e a nossa cidade têm vastíssimas carências em quase todos os domínios. Hoje é um dia grande para o nosso concelho, pois estamos em Festa desde o dia 18 de Novembro até ao dia 22, com um programa deveras aliciante. Hoje, dia 19, pelas 17 horas, há uma sessão solene no auditório dos Parques Nª Sª das Dores e Dr. Lima Carneiro; pelas 18 horas, é finalmente inaugurada a requalificação dos dois Parques; pelas 19 horas haverá um grande concerto do jovem cantor Mickael Carreira; pelas 19H30 é oferecida a tradicional vitela assada e finalmente, às 20H30, haverá uma sessão de fogo de artifício; mas os festejos continuam e, assim sendo, no próximo sábado, dia 21, às 17H30, haverá um concerto no Trofa Shopping (Praça da alimentação), com a actuação da nossa prestigiada e categorizada Banda de Música da Trofa. Seguir-se-á um jantar já tradicional da nossa Banda, num restaurante desta cidade, para todos os músicos, órgãos sociais da referida banda, amigos e beneméritos da mesma. Desejo ao caro e jovem Presidente, Dr. Sérgio Humberto, as maiores felicidades políticas e sociais para este grande desafio, que são os destinos e o progresso deste nosso Novel Concelho da Trofa. A si, pessoalmente, e a todo o executivo autárquico, as maiores venturas, acompanhadas de muitas felicidades em todos os domínios, para o progresso da nossa Trofa.


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correiodatrofa 19 de Novembro de 2015

notícias

Empresários marcam presença na apresentação da “Trofa GoBusiness” A apresentação da nova plataforma digital do concelho decorreu no passado dia 6 de Novembro, no Auditório da AEBA. Executivo apela à participação de empresários e investidores naquele que é um projeto pioneiro no concelho. Paulo Camões geral@correiodatrofa.pt

O Auditório da Associação Empresarial do Baixo Ave (AEBA) foi o palco da sessão de apresentação da nova plataforma digital do município, a “Trofa GoBusiness”. Durante cerca de uma hora, os vários empresários que se encontravam na plateia ficaram a perceber melhor o funcionamento da aplicação que pretende revitalizar o tecido económico do concelho. Entre as novidades apresentadas, destaque para o lançamento de uma aplicação móvel, especialmente designada para telemóveis e tablets, e para a possibilidade de aceder ao novo serviço em quatro línguas distintas: cas-

telhano, francês, inglês e português. A “Trofa GoBusiness”, cuja utilização é totalmente gratuita, terá informação sobre o tecido económico do concelho, com destaque para a projecção e publicitação dos negócios da Trofa a nível regional, nacional e internacional, possibilitando o geomarketing e o geobusiness.

“Um projecto pioneiro” Em declarações ao Correio da Trofa, Sérgio Humberto frisou a importância desta iniciativa para a economia do concelho e deixou um apelo a todos os empresários do concelho. “É importante, sobretudo da parte dos empresários e de quem tem informação, que parta à frente de quem não a tem. Esta plataforma

pretende essencialmente informar os nossos empresários, investidores e munícipes de muita coisa que por vezes não têm conhecimento”, explicava o presidente da Câmara da Trofa à saída, sem esquecer a importância de parceiros como a AEBA para o crescimento deste novo serviço. O autarca acredita ainda que a plataforma não terá problemas em chegar às empresas mais pequenas, que compõem uma boa parte da economia do concelho. “Independentemente da dimensão do tecido empresarial, estamos a falar de pessoas dinâmicas. Além disso, muitas vezes são as pequenas e médias empresas que criam mais emprego, pelo que temos de fazer um esforço extra para encurtar o espaço entre estas empresas e

outras entidades, como a câmara ou a AEBA, para um trabalho conjunto e de proximidade que permita o crescimento da

economia das empresas e, consequentemente, do concelho”. A “Trofa GoBusiness” já está disponível para todas as empre-

sas ou estabelecimentos comerciais, sendo apenas necessário o registo no site oficial (http://gobusiness.mun-trofa.pt/).


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REPORTAGEM Maria José Ribeiro, uma das responsáveis pela JMR Resíduos

Mais 50 anos poderão ser viáveis

Numa altura em que a JMR acaba de festejar meio século de existência, falamos com Maria José Ribeiro, filha dos fundadores da firma e uma das atuais responsáveis. A empresa, ligada ao setor da gestão de resíduos, promete continuar a apostar na inovação e responsabilidade social, mantendo o esforço e dedicação que sempre pautaram esta empresa familiar. Paulo Camões geral@correiodatrofa.pt

Como é que surgiu a JMR? A JMR surgiu ao mesmo tempo que o casamento dos meus pais. A minha mãe já trazia o conhecimento, pois o meu avô já era farrapeiro (era este o termo que designava as pessoas ligadas a esta actividade), e quando a minha mãe veio viver para a Trofa, criou o seu próprio negócio. O meu pai juntou-se alguns meses depois (o meu pai era revisor na CP), e juntos desenvolveram a empresa até aos dias de hoje. Alguma vez pensou que

hoje estariam a comemorar 50 anos de existência? Claro que sim. Eu e os meus irmãos trabalhamos desde novos na empresa, e mais tarde o Francisco ficou a

tempo inteiro. Com a nossa aquisição de quotas na JMR e o constante empenho dos meus pais, acreditamos que um dia poderíamos chegar aos 50 anos.

ANÚNCIO Informam-se todos os interessados que a partir de segunda-feira, dia 23 de Novembro de 2015, estará aberto o procedimento para a Concessão do Direito de Ocupação e Exploração de Espaço Público para a atividade de exposição e comercialização de artigos florais, velas e afins no espaço exterior do cemitério de São Martinho.

Os interessados devem dirigir-se ao Polo I da Junta de Freguesia.

A Junta de Freguesia Luís Paulo Ferreira de Sousa

Av. de Paradela, 294 – 4785-342 Trofa

Telef: 252409090

Mail: geralfbougado-trofa.pt

Qual foi o maior obstáculo que tiveram de ultrapassar durante este meio século? Nós nunca tivemos medo do trabalho, e continuamos a trabalhar lado a lado com os colaboradores, tanto é que se pode ver diariamente o meu irmão Francisco a conduzir as viaturas de mercadorias da JMR, ou eu, se for necessário, tanto conduzo como ajudo no armazém. Continuamos a ser uma empresa familiar. Mas, infelizmente, o nosso maior obstáculo nestes 50 anos tem sido a falência e insolvência de muitos dos nossos clientes, que como sabe, significa perda de muito dinheiro. Se não fosse a honestidade, persistência e assertividade nas acções tomadas ao longo destes anos, provavelmente não estaríamos hoje aqui a celebrar. Como é que chegou ao comando da empresa? Eu e o Francisco chegamos ao comando da empresa de uma forma muito natural, quando os meus pais, por motivos de doença e idade, claro, já não conseguiam sozinhos gerir tudo e nos foram abrindo as portas da gestão da empresa. Quantas pessoas empregam neste momento? São sete os colaboradores a tempo inteiro. Quando necessitamos, contratamos pessoas a tempo parcial. Já fomos 14.

Acredito que em breve voltaremos a ser mais. Porquê apostar na área da gestão de resíduos? Porque desde a criação da JMR, foi sempre a área de negócio, e hoje em dia muito actual e parceira do Ambiente. Tem tido algum tipo de apoio por parte da câmara ou da junta de freguesia? Não. Apenas quando foi criada a empresa municipal Trofáguas, prestamos o serviço de recolha de monstros urbanos durante 2 anos, no final a empresa que já fazia a recolha dos RSU s englobou a recolha dos monstros e naturalmente perdemos o serviço. Até hoje, nem a Câmara, nem as Juntas de Freguesia do concelho da Trofa tiveram necessidade dos serviços da JMR. Acredito que no futuro será diferente. Estamos localizados no concelho e empregamos pessoas do concelho. Logo, criamos riqueza para o concelho. A JMR foi a primeira empresa em Portugal certificada pela norma ISO 14001 ‒ Certificação Ambiental, foi das primeiras empresas a ter o Alvará de Operador de Gestão de Resíduos, somos uma empresa exportadora e com longos anos de solida-

riedade e responsabilidade social, tanto dentro do concelho, como fora. Quando não se falava em responsabilidade social nas empresas, já a JMR o fazia, sem tornar público esse desempenho. Por todos estes motivos e por tantos outros (como por exemplo a gestão de resíduos de construção e demolição para particulares), quero acreditar que as Entidades que governam este concelho olharão para os serviços que a JMR presta de uma forma diferente. Orgulhamo-nos de saber que Câmaras vizinhas já têm reconhecido o nosso valor e profissionalismo ao mencionarem-nos como referência na área em que estamos, quando contactados para o efeito. Quais as perspectivas para o futuro da empresa? Bom, mais 50 anos poderão ser viáveis, se conseguirmos transmitir aos nossos descendestes a mensagem que os nossos pais nos passaram. E porque acreditamos no futuro, temos objetivos muito claros e definidos, que são: sustentabilidade, continuidade na qualidade dos serviços prestados, alargar a área geográfica de acção, e apostar ainda mais na exportação.


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17º ANIVERSÁRIO DO CONCELHO

1º aniversário 1999

TROFIADAS 1999

DATAS IMPORTANTES 1984, 16 de Maio

Criação da Vila da Trofa.

1990, 14 de Dezembro

Criação da Comissão Promotora do Concelho da Trofa (integrando 13 elementos).

1992, 15 de Julho

Entrega do processo de constituição do concelho na Assembleia da República.

1993, 2 de Julho

Elevação da Trofa a cidade.

1998, Fevereiro

Entrada na Assembleia da República de três Projetos de Lei com vista à criação do novo Município.

1998, 19 de Novembro

Aprovação da criação do concelho da Trofa na Assembleia da República, apoiada por cerca de dez mil trofenses que ali se deslocaram.

1999, 22 de Janeiro

Tomada de posse da "Comissão Instaladora do Município da Trofa", no Governo Civil do Porto.

2001, 16 de Dezembro

Eleição dos primeiros órgãos municipais do concelho da Trofa. Bernardino Vasconcelos torna-se o primeiro presidente da Câmara Municipal da Trofa.

PARABÉNS A Junta de Freguesia de Covelas congratula todos os Trofenses, e em especial os Covelenses, pelo 17º Aniversário do nosso Concelho da Trofa.

2009, 11 de Outubro

Eleições dos terceiros órgãos municipais do concelho da Trofa. Joana Lima vence a corrida às autárquicas.

2013, 29 de Setembro

O Presidente da Junta Feliciano Castro

Eleições dos quartos órgãos municipais do concelho da Trofa. Sérgio Humberto é o novo presidente da autarquia. Rua Central nº504, Covelas, 4785-027

Tel. 22 982 5526


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17º aniversário do concelho

Trofa: um concelho jovem que cresceu depressa Numa altura em que o concelho assinala o seu 17.º aniversário, olhamos um pouco para a história de um município habituado a lutar contra as adversidades, com particular destaque para uma das suas figuras incontornáveis. Bernardino Vasconcelos liderou a Comissão Instaladora do concelho e viria, mais tarde, a tornar-se no primeiro presidente da Câmara Municipal da Trofa, um percurso que lhe apresentamos hoje, juntamente com duas entrevistas exclusivas com dois dos membros que faziam parte do “grupo dos cinco”: António Pontes e Afonso Paixão. Paulo Camões geral@correiodatrofa.pt

Foi a 19 de Novembro de 1998 que nasceu o concelho da Trofa, uma terra que desde cedo aprendeu a lutar contra as várias adversidades e se viu obrigada a recuperar terreno para os concelhos vizinhos. Foi precisamente de um desses concelhos, Santo Tirso, que a Trofa se desanexou nesse ano, algo que continua, ainda hoje, a alimentar conflitos políticos entre as duas autarquias. Foi o desejo de elevar a Trofa ao estatuto de concelho (que remonta, pelo menos, à década de 20, quando Joaquim Azevedo proclamou o primeiro grito “Trofa a concelho”, na publicação recém-criada pelo

próprio, “O Trofense”) que levou um punhado de homens da terra a unir esforços nesse sentido. Assim surgia a Comissão Promotora do Concelho da Trofa, que lutou durante vários anos contra aquilo que consideravam ser o “poder instalado” nos órgãos muni-

cipais tirsenses. Foi durante a década de 90 que Bernardino Vasconcelos começou, enquanto deputado social-democrata, a prestar o seu apoio ao grupo que pretendia “conquistar a independência”. No dia 19 de Novembro de 1998, dia que ficaria inevitavelmente

marcado na história do concelho, todos os envolvidos festejaram a “vitória” alcançada na Assembleia da República, quando PSD, CDS e PCP se juntaram para votar a favor da criação do novo concelho, contra a vontade do PS (é importante notar que o governo da altura tinha a mesma cor política da Câmara de Santo Tirso).

“As dificuldades duraram até a manhã da votação”

PARABÉNS O Executivo da Junta de Freguesia do Muro parabeniza todos os Trofenses, e em especial os Murenses, pelo 17º Aniversário do nosso Concelho da Trofa. O Presidente da Junta Carlos Martins

Rua José de Moura Coutinho, nº4190 | Trofa

Tel.22 982 0914

Mas esse período não foi, de todo, fácil, como explica um dos filhos do falecido autarca, Tiago Vasconcelos. “As dificuldades foram imensas e duraram até à manhã da votação, coisa que não será do conhecimento de toda a gente”, afirma o empresário. Tiago recorda que, mesmo na véspera da grande decisão, a situação não estava completamente assegurada. “Lembro-me que, no dia 18 de Novembro à tarde, houve uma reunião na Assembleia da República, e que um dos partidos que iria apoiar a elevação da Trofa a concelho pôs em causa o seu apoio. Nessa reunião, esse partido introduziu argumentos contrários aos que tinha anunciado até aí”, recorda, à medida que continua a contar o episódio: “Ora, e como se devem lembrar, a Rádio Trofa tinha realizado uma série de entrevistas aos responsáveis dos diferentes partidos políticos, onde todos argumentaram a justeza da sua causa”. Foi com base nessas gra-

vações que Tiago, juntamente com o pai, perdeu várias horas “a ouvir uma cassete com a gravação, a retirar os argumentos válidos desse partido a favor da elevação a concelho”. “Felizmente, a reunião na manhã de 19 de Novembro foi mais tranquila do que no dia anterior, e o apoio necessário à aprovação do Projeto de Lei não foi posto em causa”, conta. Foi numa fase posterior que se criou a Comissão Instaladora da Trofa, à qual Bernardino Vasconcelos presidia, e que ficaria responsável por gerir os destinos do concelho até às eleições autárquicas de 2001, onde o próprio seria eleito como o primeiro presidente da autarquia, cargo que ocuparia durante dois mandatos, até 2009. O papel dessa comissão, composta por cinco homens (a Bernardino Vasconcelos juntavam-se António Pontes, Afonso Paixão, José Azevedo e Paulo Serra), foi, na opinião de Tiago, “um fator decisivo para o futuro da Trofa, e que, por si só, daria um livro”. A verdade é que todo o processo de luta e criação do concelho deu mesmo origem a um livro, da autoria de Costa Ferreira, um verdadeiro “homem da terra”. A obra, apropriadamente intitulada “Concelho da Trofa – A Formação do Município”, relata as várias décadas de dedicação e coragem das várias personalidades que fizeram parte da “luta que era de todos”. É precisamente nesse livro que podemos ler, por exemplo, as seguintes palavras, proferidas por Bernardino Vasconcelos: “É em homenagem a todos esses homens que pela Trofa sonharam e sofreram… homens que ‘comprometeram a vida’, plasmando-a com a da sua terra, como Joaquim Azevedo… homens que, com devoção e carinho, a recordam, escrevendo para as gerações futuras, como Costa Ferreira… que eu, emocionado e agradecido, evocando o épico, recito do coração: Ditosa terra que tais filhos teve”. Enquanto presidente da Câmara da Trofa, Bernardino

Vasconcelos viu-se à frente de um concelho jovem e pouco preparado para a “independência”. Ainda assim, lançou várias obras importantes para o concelho, como a pavimentação de inúmeras ruas, construção de infraestruturas com vista a melhorar a qualidade de vida dos trofenses, melhoramento da rede sanitária, entre outras. Tiago Vasconcelos destaca o papel “humanista” do político. “A família sente-se confortável, orgulhosa e honrada pelo trabalho realizado. Mais do que ter sido o primeiro Presidente da Câmara da Trofa, foi o Presidente que implementou uma série de valências de carácter social que visaram a igualdade de oportunidades para os mais novos e a dignidade dos últimos anos de vida para os menos jovens”. O Parque Nossa Senhora das Dores, que hoje é inaugurado ao fim de oito anos, foi precisamente projetado sob a alçada do autarca, em 2007, numa das várias marcas que deixa no concelho. “Os inúmeros projetos iniciados, concluídos nos mandatos seguintes, e a obra física estão à vista. A história irá julgá-los”, termina Tiago Vasconcelos. Para finalizar, deixamos aqui algumas palavras de Joaquim Azevedo, já aqui referido, que mostram um pouco daquilo que é a história de luta e coragem de um concelho que não desiste, eu que no primeiro editorial de “O Trofense”, no dia 3 de Julho de 1927, dizia: “Não tem o nosso Jornal cor política. Advoga única e simplesmente os interesses desta linda terra, bem digna de melhor sorte e tão menosprezada sempre por quem tinha o dever de se interessar por ela; mas Santo Tirso é a voragem, onde desaparecem os nosso dinheiros e onde levam um golpe mortal todas as nossas iniciativas boas. Trofenses, nada de desânimos! A batalha é rude, os sacrifícios são enormes, os obstáculos avolumam-se, mas o desejo fermente de vencer está acima de todos os contratempos e a vitória será nossa!”


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17º ANIVERSÁRIO DO CONCELHO António Pontes, antigo membro da Comissão Instaladora do concelho da Trofa e militante do PSD

Os que nos queriam prejudicar não tiveram o que queriam Paulo Camões geral@correiodatrofa.pt

Que dificuldades tiveram durante todo o processo de criação do concelho? Como é que ultrapassaram esses obstáculos? O processo de criação do concelho da Trofa foi longo e exigiu das nossas gentes uma mobilização e empenho permanentes. Até chegarmos ao dia 19 de Novembro de 1998, muitos obstáculos tiveram que ser vencidos, sobretudo de natureza política e institucional. Havia gente em Lisboa que não queria a criação do nosso concelho, e foi precisa coragem e persistência de muitos para que os trofenses pudessem ser felizes. Aqui na Trofa, a Comissão Promotora teve um papel agregador e mobilizador absolutamente determinante, e que colheu o apoio na Assembleia da República da maioria dos deputados (PSD; CDS e PCP), para que fosse conseguido o resultado que todos ambicionávamos.

Nesta jornada histórica na Assembleia da República, realce para o papel decisivo que teve o Dr. Marques Mendes no encontrar da solução para que o projeto da Trofa fosse votado e aprovado. O fundamental, no entanto, para mim, e que nunca mais esquecerei, foi a presença maciça dos trofenses em Lisboa (estima-se para mais de dez mil), que deram a maior demonstração cívica de que tenho memória a favor da nossa terra e da concretização de um sonho. Sem isto, nada teria sido possível. Como é que olha para a gestão que tem sido feita do concelho durante estes 17 anos? Um concelho que nasce do zero, como foi o caso da Trofa, apresentou dificuldades desde a primeira hora. Recordo muito bem que, após a tomada de posse da Comissão Instaladora, no dia 22 de Janeiro de 1999, no Governo Civil do Porto, regressamos à Trofa e fizemos a primeira reunião dos cinco membros que a constituíam, num café da nossa cidade. Depois alugamos um apartamento com

duas assoalhadas na Rua Dr. António Cruz, onde pudemos iniciar os trabalhos para instalação dos serviços no concelho, e só mais tarde nos mudamos para as atuais instalações do município. A par de tudo isto, tivemos de lidar com o boicote do município de origem à prestação de serviços que eram requeridos pelas gentes da Trofa. Foram momentos de grande dificuldade, e que só foram ultrapassados pela grande perseverança da população trofense, que em conjunto connosco percebeu o que estava em causa, e o que pretendiam aqueles que nos boicotavam. Os que nos

queriam prejudicar não tiveram o que queriam e o concelho seguiu em frente. Ao longo dos 17 anos, vários executivos camarários se sucederam, assim como várias assembleias municipais. Parto sempre do princípio que quem ocupou os cargos procurou sempre fazer o que entendia como melhor para a nossa terra. Muitas vezes ter-se-á conseguido atingir esse objetivo, algumas vezes nem tanto. Uma coisa é certa, independentemente das dificuldades por que passou o nosso município, se comparamos o que eram estas terras há 17 anos e o que são agora, não tem comparação possível,

para muito melhor. Foi feita muita obra, criaram-se equipamentos e infraestruturas absolutamente essenciais para a nossa qualidade de vida, há quem diga que talvez até depressa demais. Mas o momento era de urgência, pois os outros Concelhos à volta tinham começado a fazê-lo pelo menos 15 anos antes, e nós não tínhamos tempo a perder. E fez-se, empreendeu-se, deuse uma nova alma e dinâmica à nossa terra, na educação, na cultura, no desporto e na ação social. Resolveram-se as questões do abastecimento de água e do saneamento básico. Requalificaram-se espaços públicos e pavimentaram-se dezenas e dezenas de quilómetros de ruas. Finalmente, a Trofa crescia em qualidade e olhava as virtudes do desenvolvimento com a proximidade de quem delas beneficia. Olhando para trás, e tendo em conta o seu importante contributo, sente-se orgulhoso daquilo que é hoje o concelho da Trofa? Como se depreende do que mencionei, sinto-me muito or-

gulhoso do que se conseguiu, e convictamente realizado com o contributo que dei. Naturalmente, há sempre coisas que podíamos ter feito de forma diferente, e estranho seria que não pensássemos assim passados que estão estes anos. Mas o essencial foi realizado e atingido. Dificuldades existirão sempre, e cada tempo teve, tem e terá as suas. Se assim não fosse, os órgãos municipais perdiam a sua razão de existir. Porque quando se quer empreender e melhorar as condições de vida das populações, as dificuldades e os problemas aparecem sempre. É preciso ter a coragem e a força com inteligência para os debelar. Fico feliz ao ver hoje o concelho da Trofa a trilhar o seu caminho com orgulho, mas sobretudo com esperança na construção de um futuro cada vez melhor para as suas gentes. É um processo contínuo, de luta e reivindicação permanentes, com objetivos sempre renovados, pois é assim que se constroem as grandes comunidades. Nem tudo sairá perfeito? Com certeza, as obras são feitas por homens e mulheres, e estes não são perfeitos, mas os da Trofa têm dado mostras de serem capazes. A nossa História demonstra-o, o nosso Presente afirma-o, o nosso Futuro será, com a participação de todos, como há 17 anos, auspicioso.

Afonso Paixão, militante do Partido Socialista e membro da Comissão Instaladora do Concelho da Trofa

A Trofa podia estar hoje muito melhor

Paulo Camões geral@correiodatrofa.pt Enquanto militante do Partido Socialista que fez parte da Comissão Instaladora, como é que foi para si todo o processo de criação do concelho da Trofa? Na época, a criação do concelho era um sonho que tinha décadas, e era claramente uma

vontade da maioria da população. Depois de ter nascido a Comissão Promotora do Concelho da Trofa, passamos por um processo muito longo e duro. Isto durou até à votação na Assembleia da República, quando a maioria aprovou a criação do município. O governo na altura, liderado pelo PS, tinha a mesma cor política da câmara, e naturalmente não estaria de acordo. Por tudo isso, foi um processo quente, de mui-

tas emoções. Eu na altura era vereador na Câmara de Santo Tirso, e a posição da autarquia era contrária a essa vontade, mas como se tratava de uma causa tão profunda, não seria por razões conjunturais, por ser militante do PS, que deixaria de tomar essa posição. E o que o motivou nessa altura a assumir essa posição? Não foi uma situação do momento, era uma posição de

fundo que já havia tomado, e o concelho da Trofa não tinha cor política, era um sonho daquelas gentes. Era, como disse, uma causa muito mais profunda do que qualquer cor política. Olhando para estes 17 anos de concelho, como olha hoje para a Trofa? Eu tenho uma opinião de fundo e uma de curto prazo. A de fundo é que o concelho da trofa, independentemente de todas as

vicissitudes, era uma causa justa, e a existência do município justifica-se por todas as razões sociais, políticas ou económicas, pelo que a criação do concelho foi uma atitude positiva. Outra questão, essa de curto prazo, é saber se o concelho foi bem gerido ao longo destes anos. Aí, a minha opinião é muito negativa, acho que o concelho foi muito mal gerido, e podia estar muito melhor. Mas insisto, isso não é motivo para colocar em causa a criação do concelho. Penso, no entanto, que houve na altura demasiada

euforia e pouco consenso, havia muitas dificuldades à nossa espera e podiam ter sido dados passos que não foram dados. Acho que isso também se deveu a uma certa inexperiência por parta das pessoas que governaram o concelho. Sobre o actual executivo não posso fazer um juízo final, porque ainda restam dois anos de mandato, mas no geral, acho que a Trofa hoje podia estar muito melhor. Até porque continua a ter todas as condições necessárias para ter um futuro próspero e sustentável.


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entrevista Renato Pinto Ribeiro, vereador da Câmara Municipal da Trofa

“Não pretendemos ser meras figuras de estilo” Renato Pinto Ribeiro é a face do CDS-PP na coligação “Unidos pela Trofa”. O militante do Partido Popular ocupa o cargo de vereador no executivo municipal, e tem à sua responsabilidade os pelouros Cultura e Turismo, Gestão Ambiental do Território, Espaços Verdes e Limpeza Urbana, Gabinete Técnico Florestal, Veterinária, Serviços Partilhados, Desporto e Juventude. Numa entrevista ao Correio da Trofa, fala do que o motivou a aceitar o desafio da coligação com o PSD, e partilha algumas considerações sobre o passado, presente e futuro do concelho. Paulo Camões geral@correiodatrofa.pt

Que análise faz destes primeiros dois anos da coligação à frente do executivo municipal? Não foram dois anos fáceis, mas também não estávamos à espera de outra coisa, face à situação em que o município se encontrava. Convém lembrar que o município se encontrava à beira do abismo, ou seja, da rutura financeira, e embora já soubéssemos que o município se encontrava numa situação bastante débil e frágil, o real conhecimento surge à medida que vamos pegando e nos vamos inteirando mais aprofundadamente dos diversos dossiers. Confesso que a situação ainda era bem pior do que imaginávamos, daí a necessidade de aplicarmos uma estratégia de redução de despesa e otimização/reestruturação dos serviços municipais, contenção, rigor e disciplina orçamental, sem, contudo, deixar de investir em áreas prioritárias como: economia e desenvolvimento local, ação social, educação, cultura, turismo, desporto e juventude. Simultaneamente, a par da diminuição do endividamento municipal, temos vindo a efetuar grandes investimentos em obras de beneficiação e requalificação nas oito freguesias do concelho. Adotamos uma estratégia focada no crescimento económico, desenvolvimento e geração de riqueza, com o objetivo de criar condições para fixar as pessoas no nosso concelho e consequentemente aumentar a qualidade de vida dos Trofenses. Ainda com o objetivo da criação de emprego, o execu-

tivo tem envidado esforços para atrair investimento privado para o concelho, servindo como agente facilitador para a implementação de novas empresas no nosso concelho. No fundo, e em resumo, quando olhamos para trás, para o caminho já percorrido, com um forte sentimento de dever cumprido, temos a consciência de que ainda há muito para fazer. Mas foi forçoso estabelecer um equilíbrio entre as múltiplas necessidades do concelho e a imperiosa gestão rigorosa da despesa na busca do

tão desejado equilíbrio financeiro. Nesse sentido, ao longo destes dois anos foi fundamental definir prioridades. E sem dúvida uma das grandes prioridades, atendendo ao contexto que vivemos, foram as pessoas. Foram dois anos difíceis, mas estamos prontos e preparados para mais dois. Qual é o papel do CDS no seio dessa união? Recordo-me perfeitamente das palavras que disse ao Sérgio Humberto quando, em novembro

de 2012, me abordou no sentido de aferir a eventual disponibilidade do CDS para uma coligação às autárquicas de 2013. “Sérgio, se for para ser mais do mesmo, não contes comigo nem com o CDS. Se realmente for para fazermos algo em prol da nossa Trofa, em prol dos Trofenses, e inverter o trágico rumo que a Trofa está a ter, vamos em frente e vamos demonstrar que é possível derrotar uma presidente de Câmara ao fim do primeiro mandato”. Nesse sentido, e à semelhança do que se passou a nível nacional, o CDS aliou-se ao PDS com o único objetivo de inverter o desastroso caminho por onde a Trofa estava a seguir, empenhado em fazer mais e melhor com muito trabalho, rigor, honestidade, transparência, respeito, simplicidade, proximidade, etc. Não pretendemos ser meras figuras de estilo. O CDS é um parceiro de diálogo construtivo na busca do melhor para o concelho. Posso afirmar que a nossa coligação é uma coligação positiva. Aliás, a nossa coligação no concelho reflete a coligação que ganhou as eleições legislativas no passado dia 4 de outubro, na Trofa e no país. O entendimento que se vive ao nível do executivo camarário só é possível graças à dedicação e ao trabalho diário de uma vasta equipa que está unida pela Trofa. O que significa para o executivo poder finalmente concluir a obra dos Parques Nossa Senhora das Dores e Dr. Lima Carneiro? Significa um grande alívio, pois desde que tomamos posse, este dossier ocupou permanentemente a nossa agenda diária. Todos sabem os constrangimentos que vivemos com esta obra, uma obra

projetada em 2007, iniciada em 2013 e que vai ser concluída agora. As dificuldades económicas do empreiteiro levaram muitas vezes a que as subempreitadas atirassem a toalha ao chão, e foi necessário da nossa parte um enorme esforço e acompanhamento permanente na construção de pontes e no encontrar de soluções que não hipotecassem a realização da obra. Vamos finalmente poder devolver os parques aos Trofenses, de forma a permitir que ali possam usufruir de excelentes momentos de lazer e recreação. Numa altura em que o concelho celebra o seu 17.º aniversário, quais foram, para si, os pontos altos e baixos destes 17 anos? Em dia de aniversário fazem-se balanços. E olhando para o período anterior à criação do concelho, posso sem dúvidas afirmar que valeu a pena. As opções que se foram tomando poderiam ter sido outras? Claro que sim. Da mesma forma que daqui a uns anos outros dirão o mesmo das que agora tomamos. Mas sem dúvida que os primeiros anos após a criação do concelho foram aqueles que mais nos marcaram, pois partimos de um total abandono em termos de estruturas básicas para a criação das mesmas. E havia tanto por fazer… Prefiro olhar de forma muito positiva para estes 17 anos do concelho, muito embora obras como o metro, a variante à Trofa, que são estruturantes para o nosso desenvolvimento, terem sido constantemente adiadas. Acredito que, independentemente dos erros que foram cometidos, que, tal como nós, os anteriores executivos desejassem o melhor para a Trofa, e não podemos julgar o todo pela parte, ou seja, há mar-


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ENTREVISTA

PERGUNTAS DE BOLSO

1 Filme preferido? Os Intocáveis, filme de drama policial norte-americano de 1987, dirigido por Brian De Palma.

cas menos positivas, mas também as há muito positivas. E permitame, neste 17.º aniversário, recordar o primeiro presidente da Câmara da Trofa, o Dr. Bernardino Vasconcelos, cuja ação enquanto presidente da Câmara ainda hoje marca a mudança neste concelho, destacando entre outras obras estruturantes, o saneamento básico, o desvio da linha ferroviária com a construção da nova estação, o parque das Azenhas e o Parque de Nossa Senhora das Dores. Enquanto vereador da cultura, qual considera ser o peso desse setor no concelho e o que tem sido feito para o promover? Apesar de ter de enfrentar um orçamento mais reduzido no âmbito da contenção das despesas, quero ressalvar que as iniciativas no âmbito da cultura, turismo, desporto e juventude não baixaram. Bem

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Livro favorito? Sete Anos no Tibete, livro de viagem autobiográfico escrito pelo autor e alpinista austríaco Heinrich Harrer.

Melhor restaurante na Trofa? Não consigo escolher um porque a Trofa tem um leque de restaurantes que me agradam particularmente.

Melhor viagem que já fez? Das várias viagens que tive a oportunidade de fazer, é difícil eleger uma como sendo a melhor, mas já que o tenho de fazer vou escolher a viagem de negócios que fiz a Hong Kong, China e Macau.

O que faz nos tempos livres? No pouco tempo livre que tenho, aproveito essencialmente para estar com a família e amigos, descansar e fazer algumas arrumações.

“Recordo-me perfeitamente das palavras que disse ao Sérgio Humberto quando, em novembro de 2012, me abordou no sentido de aferir a eventual disponibilidade do CDS para uma coligação às autárquicas de 2013. ‘Sérgio, se for para ser mais do mesmo, não contes comigo nem com o CDS. Se realmente for para fazermos algo em prol da nossa Trofa, em prol dos Trofenses, e inverter o trágico rumo que a Trofa está a ter, vamos em frente e vamos demonstrar que é possível derrotar uma presidente de Câmara ao fim do primeiro mandato’”

vidades desportivas do concelho, cujo trabalho não podemos deixar de enaltecer. No nosso entendimento, essa relação exige acima de tudo a necessidade de haver respeito entre as próprias associações, independentemente daquilo que cada uma faz, e o respeito institucional que é devido.

pelo contrário, temos mantido e reforçado todas as grandes iniciativas como a ExpoTrofa, Concurso Lusófono, Encontro Lusófono com mostra de doçaria, Festival de Teatro Amador, Festival de Folclore Concelhio com a feira das ruralidades, etc, e ainda criamos e fizemos ressurgir eventos como o BELIVE, uma festa da juventude como a Trofa nunca teve, o campeonato concelhio de futebol amador, o campeonato concelhio de columbofilia, as trofíadas, o encontro de orquestra ligeiras, várias iniciativas no âmbito do ciclismo, entre outros, privilegiando, promovendo, dando espaço e visibilidade ao que de melhor se faz no concelho. É nossa preocupação manter as tradições culturais do concelho, ao mesmo tempo que fazemos a ponte com as escolas no sentido de os mais novos aprenderem a conhecer e respeitar o seu

passado. Aliás, é com orgulho que sentimos o reconhecimento pelos diferentes agentes culturais pela forma como olhamos e projetamos a cultura e o que de melhor se faz no nosso concelho, e nesse sentido há que prestar homenagem e reconhecer o papel essencial e fundamental do movimento associativo concelhio. Também é responsável pelo pelouro do desporto. Que tipo de relação tem procurado desenvolver junto das coletividades desportivas? Se tivesse apenas os pelouros da cultura e do desporto, bem que tinha uma vida muito mais calma e sossegada. Desde o início, e não só com o movimento associativo desportivo, mas sim com todo o movimento associativo do concelho, que privilegiámos uma relação de proximidade no sentido

de, articuladamente e conjuntamente, promovermos e realizarmos diversas iniciativas ao longo do ano. Cada vez mais podemos, com maior convicção, afirmar que os grandes problemas não se resolvem apenas com a injeção de dinheiro. Mais importante que o dinheiro, é o diálogo e a construção de parcerias que apoiem e dinamizem o desporto. Claro que há necessidade de estabelecer contratos programa e apoios pontuais a que nós, dentro das nossas possibilidades, vamos respondendo. Contudo, posso afirmar que pautamos por uma relação de muita proximidade com todas as coleti-

Quais são as suas expectativas políticas, a nível pessoal, para os próximos anos? Acima de tudo, continuar a dar o melhor de mim, colocando-me ao serviço dos trofenses. Cumprir este mandato com lealdade, dignidade e sentido de prestação de serviço público de qualidade é o grande objetivo. O futuro constrói-se a cada dia. Claro que, apesar de neste momento estar de corpo e alma entregue a este projeto, tenho a perfeita consciência que o lugar que hoje ocupo é temporário, mas acredite que me realiza enquanto pessoa. Num cenário hipotético, e olhando para o trabalho que tem sido feito, acha que os trofenses voltariam a votar na coligação? Sinceramente não considero um cenário hipotético. Tenho a perfeita consciência de que o trabalho deste executivo agrada à maioria dos trofenses. Temos recebido diariamente o feedback do nosso trabalho, e é esse reconhecimento que nos move, que nos dá força e que faz com que a cada dia sejamos mais exigentes com o nosso trabalho e desempenho. Mas a nossa preocupação centra-se neste mandato, mandato para o qual fomos eleitos, e ainda temos dois anos pela frente. Depois, devolvemos democraticamente a palavra aos trofenses.


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desporto

Campeonatos concelhios arrancam dia 20 de Novembro Alfredo Gomes (Texto) João Gomes (Foto) geral@correiodatrofa.pt Tem lugar amanhã, sexta-feira, dia 20, o arranque oficial da época 2015/2016 dos campeonatos concelhios de Futsal, nos escalões de seniores masculinos e veteranos masculinos. Assim, joga-se amanhã a primeira jornada no escalão de veteranos, com

as seguintes partidas: Abelheira - Guidões F.C., E.F. Rolando Miguel - Clube Slotcar da Trofa, e C.A. Bairros - S.P. Maganha, folgando a equipa do A. Coronado. No Sábado, dia 21, têm lugar as partidas da 1ª- jornada no escalão de seniores, com os seguintes jogos: A.C.D.C. Trofa – Abelheira, C.A. Bairros – A.D. Coronado, G.C.R. Abelheira – G.D. Covelas, Guidões F.C. – ACRESCI, e ASAS – Casa do F.C.P da Trofa.

DISTRITAIS DA A.F. PORTO – 1ª DIVISÃO – SÉRIE 2

Atlético Clube Bougadense empata na deslocação ao SP. Do Campo Alfredo Gomes (Texto) João Gomes (Foto) geral@correiodatrofa.pt O A.C. Bougadense empatou a zero na deslocação ao terreno do Campo. Se antes do jogo o empate poderia ser considerado um bom resultado, depois dos noventa minutos, a frustração tomou conta das hostes bougadenses, pois, a existir um

vencedor, só podia ser a equipa da Trofa, que desperdiçou várias oportunidades para chegar ao golo.

DISTRITAIS DA A.F. PORTO – 2ª DIVISÃO – SÉRIE 2

Futebol Clube de São Romão perde em casa

Melhor resultado do que a exibição CAMPEONATO DE PORTUGAL PRIO – 10ª- JORNADA C.D.TROFENSE..........................1 G.D. UNIÃO TORCATENSE.......0 Estádio do Clube Desportivo Trofense, na Trofa

Espectadores: Cerca de 300 pessoas Árbitro da partida: Abel Silva (AF Viseu) C.D. Trofense: Jorge Batista, Miguel Ângelo, Pedro Eira, Rui Faria, Bruno Chuca, Rony, Bruno Simões, Pisco (Zé Domingos), Hélder Sousa, Serginho (João Viana) e Onyeka (Jorge Inocêncio) Suplentes: Ricardo, João Pedro, Rui Gomes, Ricardinho, João Viana, Jorge Inocêncio e Zé Domingos Tr. Vitor Oliveira G.D.U. Torcatense: João Nuno, Hélder, Xavi, Garcia (Guo), Vieirinha I, Agostinho, Vieirinha II (Nene), Pedro Rui, Costinha (João Ribeiro), Sergio Vieira e Filipe Tr. Francisco Branco Ação Disciplinar: Miguel Ângelo (2), Onyeka, Hélder Sousa, Bruno Simões Bruno Chuca Agostinho e Miguel Ângelo Melhor jogador em campo – Rony

Alfredo Gomes (Texto) Diogo Sousa (Foto) geral@correiodatrofa.pt

João Gomes (Texto) Diana Cruz (Foto) geral@correiodatrofa.pt

Em S. Romão, a equipa orientada por Arménio Sousa foi derrotada por duas bolas sem resposta pela equipa B do Tirsense. João Ferreira, aos 27 minutos, e Bruno Carneiro, aos 60’, apontaram os golos que deram a vitória aos jesuítas, num jogo equilibrado, que

A primeira parte do jogo foi muito pobre, e muito por culpa do

acabaria decidido em pequenos pormenores. A equipa da Trofa teve oportunidades para chegar ao golo, mas a tarde não era de inspiração.

Entrevista a Manuel Rodrigues, vice-presidente para a formação do C.D. Trofense Na entrevista publicada na edição anterior do Correio da Trofa, ao vice- Presidente para a formação do Clube Desportivo Trofense, Manuel Rodrigues, não foi mencionado, por lapso, o agradecimento do próprio aos patroci-

nadores, que têm estado sempre ao lado do departamento juvenil. Manuel Rodrigues agradece também a todos os amigos e patrocinadores, sem excepção, todo o apoio dado aos mais novos, e ao departamento que dirige.

Trofense, que desde o minuto cinco ficou a jogar com mais um elemento em campo, devido à expulsão de Agostinho, que derrubou Onyeka quando o ponta de lança do Trofense seguia isolado para a baliza, e não soube tirar partido desse facto. Ainda assim, Bruno Simões marcou aos dez minutos, num remate de pé esquerdo cruzado, sem hipótese de defesa para Nuno. Jogava-se praticamente no meio campo do Torcatense, embora a equipa vimaranense, de quando em vez, tentasse chegar à baliza de Jorge Batista, mas sem criar um único lance de perigo para as redes do Trofense. Na segunda parte, pouco ou nada se alterou, mas o ponta de lança do Torcatense, a abrir e a fechar o segundo período, obrigou Jorge Batista às defesas da tarde. Com exceção desses dois lances, a monotonia manteve-

se, e nem com as alterações operadas por Vítor Oliveira a equipa conseguia produzir um futebol consistente. Serginho, Pisco e Onyeka, deram os seus lugares a João Viana, Zé Domingos e Jorge Inocêncio. O Trofense tinha mais posse de bola, mas as oportunidades de golo, no verdadeiro sentido da palavra, foram praticamente nulas. Miguel Ângelo, que foi expulso no decorrer do segundo tempo por duplo amarelo, depois de chutar a bola para longe após o árbitro ter apitado, deixou as equipas empatadas em unidades em campo, e aí os visitantes aproximaram-se mais da baliza de Jorge Batista, mas sem efeitos práticos. Em suma, melhor o resultado do que a exibição, neste arranque de segunda volta, em que a equipa da Trofa continua a denotar muitas fragilidades.

Casa FC Porto da Trofa apresentou equipa e equipamentos da secção feminina de futsal Foi durante o jantar/magusto, que decorreu no passado dia 13, que a Casa do FC Porto da Trofa apresentou os equipamentos e a equipa, que a exemplo do que vai acontecer com a parte masculina, vai participar nos campeonatos concelhios de futsal da Trofa. Pela primeira vez em 19 anos de história, a colectividade consegue formar duas equipas de futsal.


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correiodatrofa 19 de Novembro de 2015

desporto

1.ª Edição da Corrida e Caminha Solidária do Ave juntou mais de três mil participantes A prova aliou a actividade física à solidariedade, angariando fundos para ajudar três instituições de apoio social. Fernanda Ribeiro foi a madrinha de um evento que encheu as ruas do concelho e contou com o apoio de Eurico Ferreira, OBLO e AEBA Paulo Camões geral@correiodatrofa.pt

O objectivo era simples: angariar fundos para os Bombeiros Voluntários da Trofa, a Conferência Vicentinos da Trofa e Associação de Solidariedade e Acção Social de Santo Tirso (ASAS). Enquanto isso, os participantes da Corrida e Caminhada Solidária do Ave percorriam as ruas da cidade, juntando o esforço físico à vontade de ajudar os mais necessitados. Como o nome indica, a prova era constituída por duas vertentes: a corrida, num percurso de 5 km e que contou com perto de 600 participantes, e a caminhada, ao longo de um traçado de 10 km, e cuja participação ultrapassou as 2800 inscrições. Quanto aos vencedores, Rui Teixeira, do Sporting, foi o

mais rápido nos Seniores Masculinos, com um tempo de 32,45’. Já nos Seniores Femi-

ninos, a vitória coube a Cláudia Pereira, do Salgueiros, com 37,19’.A prova, que teve parti-

da e chegada no Parque Nossa Senhora das Dores, contou ainda com o apadrinhamento da

atleta Fernanda Ribeiro, que fez questão de marcar presença na actividade.


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correiodatrofa

desporto

Trofa apoia Campeonato Mundial de Powerlifting Prova de renome mundial teve lugar no Complexo Municipal de Ténis, na cidade da Maia, e trouxe à região mais de 700 atletas de todo o mundo. Falta de infraestruturas levou a que o evento não se realizasse na Trofa. Paulo Camões geral@correiodatrofa.pt

Foi entre os dias 9 e 14 de Novembro que o Complexo Municipal de Ténis da Maia se transformou num verdadeiro palco de pesos pesados. O local foi o escolhido para receber mais uma edição do Campeonato Mundial de Powerlifting, um evento de grande prestígio dentro da modalidade e que movimenta cada vez mais atletas e entusiasmantes do desporto. O evento, organizado pela federação portuguesa de Powerlifting (WPC Portugal), recebeu atletas oriundos de

todo o globo, algo que ficava comprovado ao ouvir as várias conversas em inglês um pouco por todo o recinto. Ao longo dos cinco dias de prova, foram batidos vários recordes nacionais e até mesmo mundiais, e vários portugueses a subir ao pódio. No final, os atletas congratularam a organização daquele que muitos consideraram ter sido “o melhor campeonato da WPC a nível mundial”, como apontou Sandro Eusébio, um dos principais impulsionadores desta iniciativa.

Prova esteve para se realizar na Trofa Apesar de ter sido o “palco ideal” para a organização do Campeonato Mundial de

Powerlfting, a Maia não foi a primeira escolha da organização para levar a cabo este evento. Isto porque Sandro Eusébio pretendia levar a prova até à Trofa, onde funciona a sua “Academia Corpos”. “Digamos que fomos ‘desafiados’ pelo Sandro a acolher o Mundial aqui na Trofa. No entanto, e tendo em conta a dimensão do evento e meios necessários inerentes à realização do mesmo, e que actualmente nos ultrapassam, entendemos não reunir condições que permitissem a sua realização no concelho”, explica Renato Pinto Ribeiro, vereador do Desporto da Câmara da Trofa. Foi nessa altura que, por sugestão de Sandro, foi lan-

çado o desafio à Câmara da Maia, que acolheu recentemente a Power Expo 2015. Ambas as autarquias, de resto, fizeram parte dos

parceiros oficiais da prova. “Saliento o excelente relacionamento entre os dois municípios, reconhecendo o papel fundamental que

técnicos e dirigentes de ambos os concelhos e o Sandro tiveram para que esta iniciativa se tornasse realidade”, concluiu Renato Ribeiro.




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