Correio da Trofa nº 60

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Nº 60 . 14 JANEIRO 2016 . ANO 3 . Quinzenal Director Miguel Ângelo Pinto . Editor Comunicatessen www.correiodatrofa.pt 0,25€

Entrevista com Lina Ramos, vereadora da Ação Social na Câmara da Trofa

“Ainda há muito a fazer na área social do concelho” Págs. 8 e 9

Balanço 2015/Perspectivas 2016

Representantes das juntas de freguesia traçam o retrato da realidade local Num especial dedicado à análise do ano 2015 e ao que se prevê para este ano, demos voz aos presidentes das cinco juntas de freguesia do concelho. Entre preocupações, vontades e garantias, os políticos abrem as portas da realidade mais próxima dos trofenses. Págs. 4 e 5

De 22 a 25 de janeiro

Festas de São Gonçalo: Tradicionais festas em Covelas prometem animar a população Págs. 6

Entrevista com Tiago, capitão do CD Trofense

“Em 21 anos de carreira, nunca passei por uma situação como esta”

Numa altura em que a equipa do Trofense passa por enormes dificuldades, com vários meses de salários em atraso, o Correio da Trofa entrevista o capitão do conjunto da terra, que nos dá conta da situação preocupante que se vive dentro da equipa.

Págs. 12 e 13


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OPINIÃO

Valdemar Carvalho da Silva POESIA LIVRE/PROSA

EDITORIAL

Adeus 2015. Viva 2016! Ano novo, vida nova! É isto que vai acontecer ao Correio da Trofa a partir deste primeiro número do ano. Novas mãos, nova visão, novas ideias e, naturalmente, novas formas de trabalhar. Partimos para este desafio ponderando o passado, pois só refletindo nele é que poderemos construir um presente e um futuro melhores. Informação de todos, para todos: é este o mote! A partir da próxima edição, surgiremos de cara lavada e linha editorial diferente. Porque é na diferença que está o ganho. E é pela diferença que queremos prestigiar o nosso estimado leitor. Daqui para a frente, seremos o seu jornal. O jornal que ouve e procura respostas. O jornal que questiona e pede soluções. Tudo porque a voz da nossa população é soberana. Tudo para que o nosso concelho da Trofa seja melhor. O Correio da Trofa continuará a ser um jornal de informação quinzenal e gratuito. Mas haverá modificações, tudo para ir ao encontro das expetativas dos que nos leem. Quer saber mais? Espere para ver e crer, já falta pouco! Pela Direção do Correio da Trofa

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Este rio e esta cidade que eu amo! Alguns versos, e variadíssimas telas, dedicadas às margens do rio Ave, E à sua linda MECA , destas terras de Bougado, a cidade da Trofa. Este Rio, na Primavera, com as suas lindas boninas brancas, nas suas margens, Elas são tão verdejantes e, cheias de flores mil, Também elas, de matizadas cores, No seu percurso, natural de beleza impar, Desde a nascente até à foz! As tuas águas, outrora cristalinas e hoje menos poluídas e, Tão serenas que elas são, a correrem pró mar, Nesta vitalidade sempre constante e, infinita... A nossa cidade, é banhada pelo Rio Ave Sempre em constante marulhar das tuas águas, Beijam-te nelas, os seculares e verdejantes amieiros, pousados nas tuas margens. Da tua vasta flora, do teu curso, e das tuas margens, desde a Cabreira até à Foz, És um dos maiores e mais lindos rios de Portugal! Onde, pintores consagrados, como: José Malhoa, Manta, Columbano, Almada e Medina Tantos e tantos outros, que se deliciaram com as suas pinceladas de arte de tamanha beleza natural e ímpar, que é, este nosso rio! As suas azenhas e, os seus açudes, talvez seculares, aguardam a intervenção do homem. Para perpetuar neste espelho de água, A grande Mãe Natureza e o seu Panteísmo, sempre tão generosa e sem ter fim! Por tudo isto, este é o rio e a cidade que eu muito AMO.

Isabel Cruz

Presidente da Mesa da Assembleia Municipal da Trofa

Por que muda tudo em educação? Que futuro para o nosso país? Poderão as nossas crianças e jovens continuar neste contínuo de avanços e recuos? Que ideia têm eles próprios da educação? Os governos vão e vêm e, assim que chegam, a primeira mexida que fazem é na educação. Ainda não terminou uma mudança implementada e muito menos foi avaliada e eis que uma nova emerge. Porquê? Não estou apenas a referir-me a este governo mas a um contínuo de governos cujos ministros da educação teimam em fazer da educação a sua imagem de marca. A educação não pode nem deve estar à mercê de uma sede de protagonismo de uns poucos ou da ideologia de outros tantos, sim e no momento actual são mesmo muitos. Urge um pacto para a educação. Ninguém duvida que a educação e a qualificação da população geram elevados retornos económicos e sociais para o país. A educação constitui-se num bem

maior para a consolidação dos factores que levam não só ao crescimento, mas principalmente ao desenvolvimento sustentado dos valores e das práticas que possibilitam a convivência de identidades diversas. A educação é o veículo fundamental para a igualdade de oportunidades e para a melhoria das condições de vida. Nos últimos anos temos assistidos um jogo de ping-pong, com avanço e recuos, numa demonstração clara de uma ausência de uma reflexão profunda que permita identificar o essencial do acessório reforçando-se o que de bem se faz e corrigindo-se o que está menos bem. Mas não! Hoje assistimos a uma fome desenfreada de mudança! Ainda não tínhamos escutado a voz do ministro da educação e já o parlamento apresentava propostas de alteração na educação. Terminaram os exames e emergem as provas de aferição. Regresso a um passado recente e

recordo a forma como alguns alunos reagiam perante uma prova de aferição ao saberem que do seu resultado não surgiria qualquer consequência. Todos nós temos memória de provas de aferição decoradas com imagens insultuosas ou textos ofensivos demonstrativos de uma falta de respeito para com a escola e o próprio professor. Esta inconsequência e desresponsabilização nunca irá permitir comparar o que é incomparável. Se havia escolas que encaravam estas provas com muita seriedade outras havia que cumpriam a lei e pronto. Nada mais acrescentavam. E não obstante tudo isso, a reacção negativa à prova, porque de uma avaliação universal se tratava, também foi negativa. Ou seja o problema era a prova fosse qual fosse a sua utilidade. Nesta quase esquizofrenia da mudança pela mudança encontramos as vítimas. Os alunos! Sim, porque num momento escutam palavras de responsabilidade e

da importância dos exames e logo a seguir dizem-lhes qua os exames são perniciosos , verdadeiros atentados à sua saúde física e mental. E por fim, os pais. Em que devem acreditar? Num facilitismo anunciado ou numa exigência crescente face a um mundo também ele mais exigente e competitivo? Mas nem tudo é negativo. Destaco como medidas positivas o acabar com o calendário das provas a meio do terceiro período e o fim do castigo dado aos alunos e professores com o período complementar de aulas após o seu termino fazendo-nos crer que aquilo que não se conseguiu aprender e ensinar num ano fosse possível de o fazer em duas ou três semanas. Só uma abordagem concertada pode ser eficaz para ajudar os alunos a superar as múltiplas barreiras ao sucesso escolar e ao emprego. Urge definir o que se pretende para a educação do nosso país. As crianças agradecem! O futuro assim exige!


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notícias

Crianças desfavorecidas receberam presentes da Cruz Vermelha da Trofa Uma parceria entre a Cruz Vermelha e a Euromaster levou à criação da campanha “A Roda da Felicidade”, que vai distribuir cerca de 20 mil brinquedos por toda a Península Ibérica. Delegação trofense da CVP já entregou presentes a 22 crianças desfavorecidas. Paulo Camões geral@correiodatrofa.pt

Foi no passado dia 8 de janeiro que a sede da delegação da Trofa da CVP se transformou num palco de emoções para 22 crianças que recebem apoio da instituição. O contexto para este momento surgiu a partir de uma parceria entre a Cruz Vermelha e a Euromaster, que levaram a cabo, entre 9 de novembro e 20 de dezembro, uma campanha intitulada “A Roda da Felicidade”. O objectivo era converter as receitas de todos os pneus da marca Michelin, vendidos nos mais de 400 centros de serviço da Euromaster em Portugal e Espanha, em brinquedos para oferecer a crianças desfavorecidas. A ação acabou por resultar em cerca de 20 mil brinque-

dos, que já começaram a ser distribuídos pelos dois países vizinhos. Na Trofa, a delegação local entregou os presentes a 22 crianças, entre 1 e 12 anos de idade, que se juntaram então naquele espaço para receber, das mãos da mascote da Cruz Vermelha, os presentes resultantes da campanha. “Esta campanha é o sinónimo de que a responsabilidade social das empresas é uma mais-valia”. Em declarações ao Correio da Trofa, Daniela Esteves, presidente da delegação trofense, explica que “estas ações se revestem de grande importância para a delegação, pois permitem dar uma resposta diferenciada à população que acompanhamos, e neste caso à população mais jovem”. Sobre o futuro, e eventuais projetos semelhantes, Daniela Esteves frisa que ainda “não existe ca-

lendarização definida”, já que “muitas destas ações nascem de projetos de responsabilidade social das empresas, e como tal não podem ser previstos”. Ainda assim, a responsável garante que a instituição está “sempre recetiva em colaborar e participar em atividades que criem

Funcionários municipais já voltaram às 35 horas semanais Medida entrou em vigor no dia 9 de janeiro Paulo Camões geral@correiodatrofa.pt

O presidente da Câmara Municipal da Trofa já havia garantido, nas últimas semanas de 2015, que as negociações estavam praticamente fechadas e que o regresso às 35 horas semanais era uma questão de semanas. Foi portanto sem grande admiração que os trofenses receberam a notícia, no passado dia 8, de que os trabalhadores do município iriam ver a sua carga horária semanal diminuída. O Acordo Coletivo de Empregador Público (ACEP) que previa essa mudança foi publicado, em Diário da República, nesse mesmo dia, e en-

trou em vigor no dia seguinte, último sábado. O acordo, assinado entre o Município da Trofa, o Sindicato dos Técnicos Superiores, Assistentes e Auxiliares da Educação da Zona Norte (STAAE -ZN) e o Sindicato Nacional das Polícias Municipais (SNPM), estipula como norma as 35 horas de trabalho semanais, sete diárias, na Câmara da Trofa, para além de regular matérias relativas a segurança e saúde no trabalho. Com esta alteração, os serviços municipais passam a funcionar, sem exceção, entre as 09h00 e as 17h00, sem pausa para almoço. Para a autarquia, era “primordial encetar negociações com as estruturas representativas dos trabalhadores”, no sentido de conseguir chegar a um acordo, o ACEP, que “permita

aos trabalhadores conciliar melhor a sua vida pessoal, familiar e profissional e, desta forma, obter maiores níveis de motivação, permitindo ao município prestar um serviço público de qualidade, com elevados índices de eficácia e eficiência, com vista à sua excelência”. O aumento da carga horária semanal para as 40 horas nos trabalhadores do Estado aconteceu em 2013, quando o governo de Passos Coelho causou polémica ao pretender fazer parte das negociações entre sindicatos e autarquias. Em outubro do ano passado, o Tribunal Constitucional chumbou essa interferência por parte do executivo, e desde essa altura que várias câmaras têm regressado ao horário anterior, sendo a Trofa um dos casos mais recentes.

empowerment, e melhores condições aos nossos utilizadores. Desde receção de mobiliário, eletrodo-

mésticos, roupas, calçado, alimentos, entre outros bens, estamos de portas abertas para receber estas

dádivas e melhorar com estes apoios a condição de quem nos procura, tentando multiplicar sorrisos”.


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reportagem: balanço 2015/perpectivas 2016

Juntas de freguesia: o que pensam de 2015, como olham para 2016 Em época de balanços, o Correio da Trofa esteve a conversa com os presidentes das cinco juntas do concelho: Alvarelhos e Guidões, Muro, Covelas, São Romão e São Mamede do Coronado e São Martinho e Santiago de Bougado.

Lino Maia

Presidente da União de Freguesias de Alvarelhos e Guidões

Balanço 2015 “O balanço de 2015 é um balanço positivo. Claro que queremos sempre mais, mas é bom o sentimento de olhar para trás e ver que há obra feita” afirma Lino Maia, Presidente da Junta da União de Freguesias de Alvarelhos e Guidões. Num breve resumo do trabalho do Executivo, Lino Maia salienta a obra feita nas Ruas das Devesas na freguesia de Guidões, os dois parques de estacionamento em Alvarelhos, assim como o alargamento conseguido de 2 metros na zona da Igreja da mesma freguesia. O Presidente realça ainda o alargamento de um espaço em dois metros na zona de Sobre Sá, o trabalho desenvolvido no ossário do Cemitério de Alvarelhos, para lhe dar a devida dignidade e o desvio de muitas águas pluviais, quês em Guidões, quer em Alvarelhos. “Em suma, gostaríamos de fazer neste ano de 2016, tanto como aquilo que conseguimos em 2015”, termina o autarca da União das Freguesias.

Perspetivas 2016 “Agora para 2016 temos muita vontade de fazer acontecer e de trabalhar!”, continua Lino Maia. Para Alvarelhos querem ver o anseio de todos realizado: a solução para o tráfego na zona da Igreja, desviando o trânsito. A rua está traçada nos objetivos do Executivo de Junta, agora só apela e aguarda que 1 dos 4 proprietários dos terrenos, o auxilie nesta solução. Em Guidões, para melhor segurança, serão colocados 80 metros de rails na zona do Bicho. Quanto às ruas, a prioritária é a estrada principal que liga Guidões à Freguesia do Muro, que está a necessitar de forma urgente de repavimentação. “São muitas as coisas que queremos fazer este ano, mas acima de tudo queremos conseguir responder de forma imediata aos problemas que nos surgem no dia-a-dia. Assim estaremos de facto a servir aqueles que nos elegeram. Queremos é muita saúde e trabalho para todos!” afirma Lino Maia.

Carlos Martins

Presidente da Junta de Freguesia do Muro

Balanço 2015 Carlos Martins faz um balanço positivo do trabalho desenvolvido pelo Executivo de Junta que lidera. Afirma que os objetivos traçados para o ano de 2015, assim como o orçamento apresentado, foram cumpridos. Ressalva a concretização de duas obras: a finalização da 2ª fase da requalificação da Capela de S. Pantaleão e a repavimentação junto à bomba de gasolina Alves Bandeira. A nível cultural o Executivo da Junta de Freguesia do Muro realizou com sucesso e com muita adesão todas as atividades a que se tinham proposto, continua o Presidente dizendo que “Apesar ainda do país estar a sair da situação negativa que estava, este ano que passou correu bem! Temos que apontar ainda o anúncio do novo Protocolo da vinda do Metro até ao Muro, o que nos deixou muito esperançosos, agora só resta esperar para ver se será uma finalmente uma realidade”.

Perspetivas 2016 Para 2016 a esperança aumenta para a vinda do Metro até ao Muro, com o anúncio do protocolo no ano transato, segundo Carlos Martins “é isto que mais ansiamos, a vinda do Metro até ao Muro”. A Circular da Trofa é outra das realidades que os murenses também esperam ver a ser construída este ano, “pois só assim haverá uma menor sobrecarga de trânsito nas nossas ruas”, continua o Presidente. A rotunda na zona da Carriça irá auxiliar também todo este processo, sendo esta uma das zonas de maior conflito de tráfego na freguesia. O Executivo de Junta tem ainda por objetivo neste novo ano: “Dar por terminada a 3ª fase da obra da Capela de S. Pantaleão, a parte Sul, através da requalificação do recinto envolvente, que pensamos que será uma realidade para as festas”. O autarca apela ainda para que se “resolva de uma vez por todas o problema de uma das bacias de saneamento, a bacia Central, que não está a funcionar. Isto é já uma questão de saúde pública, a obra já está feita, só falta agora terminar o que começaram, tal como já fizeram com a bacia Norte”. As atividades a nível cultural e recreativo irão continuar a animar a freguesia e os votos para todos os trofenses, e em especial para os murenses: “Desejamos muita saúde e muito trabalho, porque tudo o resto vem por acréscimo”, termina Carlos Martins.


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reportagem: balanço 2015/perpectivas 2016

Feliciano Castro

José Ferreira

Presidente da Junta de Covelas

Balanço 2015 “O ano de 2015 foi um ano positivo aqui na freguesia de Covelas” afirma o Presidente da Junta, Feliciano Castro. As obras de saneamento fizeram parte do ano desta freguesia, que claro está, causou alguns embaraços na rede viária, mas que segundo o autarca logo se irão resolver. Diz-nos o autarca que “Cabe-nos zelar pela nossa freguesia, fazer a limpeza dos passeios, a colocação dos paralelos que estejam fora do sítio, cuidar da melhor forma que sabemos desta que é a nossa casa. E neste âmbito fizemos muita coisa, todos os dias há coisas novas a fazer-se pela nossa freguesia, a nossa intenção é sempre servir a nossa população”.

Presidente da União de Freguesias de S. Romão e S. Mamede do Coronado

Perspetivas 2016 Para o ano de 2016 o Executivo de Junta deseja muita saúde e trabalho para todos e convida todos os nossos leitores a visitarem Covelas agora na primeira grande romaria do ano, o S. Gonçalo, de 22 a 25 deste mês de janeiro. “Aqui em Covelas começamos o ano em festa, dá muito trabalho, mas é com muito orgulho que vemos a nossa freguesia a ser cada vez mais falada e mais procurada neste primeiro mês do ano”, revela-nos o Presidente de Junta. Quanto às obras de saneamento, o Executivo quer vê-las terminadas agora em 2016. E destacam as obras que irão realizar na Rua do Cruzeiro até à Rua Padre Guilherme e ainda na Rua de Campos, que fica no extremo de Covelas com Santiago de Bougado. Esta última mesmo sendo bastante comprida, este Executivo de Junta está a trabalhar para a repavimentar. O alargamento do cemitério é uma das grandes prioridades para este novo ano. Sendo uma obra já muito ansiada por todos, será em 2016 que se tornará numa realidade. Feliciano Castro diz-nos ainda que têm ainda pretensão de contruir alguns passeios junto às habitações, tudo para que haja uma maior segurança e uma melhor qualidade de vida na freguesia que lidera.

Balanço 2015 Para o Presidente da União de Freguesias do Coronado, José Ferreira, falar do ano de 2015 é também falar do processo de adaptação administrativa face à agregação das freguesias. O autarca relata ao Correio da Trofa que “Estamos ainda na fase de organização interna e adaptação a esta agregação. Esta é uma realidade nova que vem desde 2013 e para nós o mais importante é que a população de ambas as freguesias não se sinta fragilizada pela atuação do Executivo de Junta. Estamos assim a colocar aqui todos os esforços para que tudo funcione em pleno nas duas freguesias”. A não assinatura do Protocolo das Ruas com a Câmara Municipal limitou também a atuação do Executivo de Junta. José Ferreira continua: “é evidente que isto trouxe alguns constrangimentos ao nosso trabalho enquanto Junta de Freguesia. Ficamos muito dependentes do trabalho da Câmara na intervenção das ruas e, claro está, o poder de resposta desta não consegue ser tão rápido como o da Junta de Freguesia. Nós atuamos de forma mais célere, percebemos rapidamente onde estão os problemas e as queixas chegam-nos aqui muito facilmente. E ao ter conhecimento do problema, procuramos logo uma solução”. Neste âmbito o autarca diz-nos que não conseguem responder a todos os pedidos que lhes chegam, uma vez que com a não assinatura

do Protocolo, não conseguem ter viabilidade financeira para o poder fazer. No âmbito cultural e recreativo foram muitas as iniciativas que foram feitas à semelhança de anos transatos, mas também houve iniciativas inovadoras, tal como o Rally Spirit. Este que reuniu em competição, os melhores carros de ralis e pilotos de décadas 70, 80, 90 e seguintes. José Ferreira deixa também uma palavra a todos aqueles que os ajudaram, pois só através destas parcerias privadas é que conseguiram levar a cabo todas estas iniciativas. Perspetivas 2016 Para o novo ano de 2016, o Executivo dos Coronados tem por objetivo consolidar alguns dos projetos iniciados no início do seu mandato. O principal é a questão do ordenamento dos dois cemitérios de S. Romão do Coronado, o da Igreja e o de S. Bartolomeu, “Queremos em 2016 terminar a primeira do ordenamento em ambos os cemitérios, tudo para que possamos dar a devida dignidade a estes espaços, num investimento muito significativo deste Executivo de Junta”, culmina este ponto o autarca. José Ferreira tem ainda por objetivo chegar a acordo com a Câmara Municipal no que concerne ao Protocolo das Ruas: “Está num bom caminho, pelo menos ambas as partes querem muito chegar a acordo, porque de facto as nossas ruas precisam de manutenção”.

Luís Paulo

Presidente da União de Freguesias de S. Martinho e Santiago de Bougado

Balanço 2015 O Presidente da Junta de Freguesia de São Martinho e Santiago de Bougado, Luís Paulo, faz um balanço muito positivo do ano de 2015 que agora chegou ao fim. “Sem vaidade, penso que muito conseguimos. Fizemos obras úteis, que foram planeadas e cumpridas” refere o autarca acrescentando “quem conhece as obras que foram e estão a ser feitas, fica espantado como se conseguiu fazer tanto em tão pouco tempo”. Calcetamentos, alargamentos e limpeza de ruas e caminhos, requalificação de passeios, ampliação da casa Mortuária de São Martinho de Bougado e requalificação da zona envolvente entre outras obras consumiram ao longo dos últimos 12 meses o orçamento da Junta de Freguesia de Bougado. Mas existem outras obras que “muitas vezes não são vistas” e que têm sido postas em prática pela Junta de Freguesia. A nível social, a Junta de Freguesia tem, em parceria com as diversas instituições de cariz social a operar na freguesia, como por exemplo as conferências vicentinas de São Martinho e Santiago ou o núcleo da Trofa da Cruz Vermelha Portuguesa, apoiado e encaminhado os desempregados da freguesia. “Fazemos o acompanhamento das situações de necessidade económica e social dos nossos conterrâneos, apoiando-os com bens alimentares, tendo conseguido resolver alguns casos e temo-nos esforçado

para resolver ainda mais”, refere o autarca que no âmbito social tem entregue, de dois em dois meses, bens alimentares às associações de cariz social para que estas os distribuam pelas famílias mais carenciadas. Perspetivas 2016 Em 2016 a Junta de Freguesia de Bougado pretende continuar a requalificar os espaços verdes, bem como continuar a requalificação dos passeios na freguesia “Por mais que se faça há sempre muitas coisas para fazer. Há sempre ruas para calcetar onde vão aparecendo casas novas, regularização de pisos existentes, passeios a intervencionar por se encontrarem degradados entre outras obras de necessidade que vão surgindo diariamente”, refere. O autarca pretende também dar inicio “à 1ª fase do projeto de construção da nova Casa Mortuária de Santiago de Bougado, com a delimitação do terreno e conceção do projeto de edificação assim como a requalificação do Souto da lagoa, desde que, com o apoio da Câmara Municipal da Trofa se reúnam os meios financeiros necessários para que tal seja possível”. O autarca aproveita para lembrar que está a chegar a grande atividade do ano do seu Executivo: a Feira Anual da Trofa. Certame que este ano celebra o 70º aniversário e que é já conhecido como uma das maiores feiras Agro Pecuárias do norte do país.


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Festas de São Gonçalo para abrir o ano em festa As tradicionais festividades vão animar a freguesia de Covelas entre 22 e 25 de janeiro Uma das festas mais esperadas do ano no concelho está prestes a chegar. De 22 a 25 de janeiro, o S. Gonçalo enche a freguesia de Covelas de animação. O Correio da Trofa esteve à conversa com a Comissão de Festas, e encontrou um grupo de 11 mulheres com garra, cheias de juventude e muito entusiasmo, por ver que a data da festa da freguesia está a chegar. Numa animada conversa, Isaura Marques, porta-voz do grupo, conta-nos que tudo começou “numa segunda-feira de S. Gonçalo (2015), em frente à Capela de S. Gonçalo, numa conversa entre mim e mais duas colegas.”. O certo é que uma pessoa puxa outra, e foram-se juntando várias mulheres de diversos lugares da freguesia: “Somos 11 pessoas nesta Comissão de

Festas, e todas mulheres! Algo inédito até hoje aqui em Covelas.”. Com o Padre Ramos a liderar esta Comissão de Festas, foi em março que começaram as atividades de angariação de fundos, com uma Caminhada Primaveril. Com o mote lançado, foram muitos os eventos que se seguiram: duas “Festa da Francesinha”, Passeio a Fátima, duas “Festa do Rojão”, Arraial de S. João, Passeio ao S. Bento da Porta Aberta, Cortejo, “2a Caminhada”, Passeio de Bicicleta e Excursão ao Cozido do restaurante Nariz do Mundo. No próximo domingo, haverá mais um almoço desta Comissão de Festas, que tem como ementa o tradicional Cozido à Portuguesa, para mais informações basta ir à sua página de

Facebook. Procure por “Comissão de festas de 2016 de São Gonçalo Covelas”

e logo encontrará todas as informações. Poderá ver também as fotografias das atividades que, ao todo, juntaram centenas e centenas de pessoas.

Seja de mota, bicicleta ou até a cavalo, todos os caminhos vão dar a Covelas A animação está garantida, com a presença de Augusto Canário e Amigos, a 23 de janeiro – sábado - e de Zé Amaro, a 24 de janeiro – domingo - ambos pelas 21h30. Para esta Comissão de Festas, os dias que faltam para o S. Gonçalo são contados pelos dedos. Tudo porque há sempre alguma coisa a fazer, nem que seja a limpeza do adro da Capela neste domingo que se avizinha: “Nada pode correr mal, até porque já assinamos contrato com o S. Pedro. Bom tempo é o que mais pedimos”, dizem, entre boas risadas. São esperados milhares de romeiros, à semelhança de anos transatos. Contam-nos as senhoras desta Comissão que os romeiros chegam a Covelas de bicicleta, a pé, cavalo, Vespas, carros antigos, moto 4, em suma, das mais variadas formas. Festa de tradições, o S. Gonçalo é hoje um ponto de encontro de todas as gerações: “Contamos com a visita de pessoas de todas as idades

e dos mais variados sítios do país. É uma festa já muito conhecida, aliás, temos sempre a visita de alguns nomes conhecidos a nível nacional aqui na nossa freguesia nesta altura do ano”. Feliciano Castro, presidente da Junta de Freguesia de Covelas, parabenizou a Comissão de Festas pelo seu incansável trabalho. Partilha também connosco a satisfação que todo o executivo de junta tem por ver que, de 22 a 25 de janeiro, todos os caminhos vão dar, mais um ano, ao S. Gonçalo de Covelas. E já em jeito de despedida, o grupo das animadas covelenses confidenciou-nos que após a festa irão sentir saudades de todos estes convívios,

mas será a altura de “passar a pasta” a quem se segue. Pediram-nos para que aqui partilhássemos os seus fortes agradecimentos a todos aqueles que as ajudaram a chegar ao culminar deste percurso, que começou na segundafeira de S. Gonçalo de 2015: “Um muito obrigado a todos os patrocinadores, às empresas e particulares, às gentes da nossa freguesia e do nosso concelho, assim como de municípios vizinhos. E claro, um beijo especial às nossas famílias, que sempre nos ajudaram e nos deram força para trabalhar nesta grandiosa festa. Agora convidamos todos a vir ao S. Gonçalo de Covelas no fim-de-semana de 22 a 25 deste mês, estamos à vossa espera”.


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educação

Colégio Mundos de Vida ganha certificado de qualidade É a primeira escola bilingue de Portugal a conseguir a distinção. Famalicão transformouse, recentemente, na “capital” do país, quando o Colégio Mundos de Vida se tornou a primeira escola bilingue de 1º ciclo a ser distinguida com certificado de qualidade. Já no ano passado, o projeto pioneiro da Mundos de Vida despertou interesse especial quando foi lançado. O pai de um dos atuais alunos da Maia é exemplo. Trabalha numa empresa multinacional da indústria dos petróleos e passa, por ano, temporadas no estrangeiro. Queria dar uma educação ao seu filho, de seis anos de idade, que lhe garantisse duas alternativas de futuro: continuar a estudar, em Portugal, até acabar a universidade ou, então, facilitar a sua admissão numa escola internacional, se tiver por motivos de carreira de mudar-se com toda a família. A solução que não descobriu no Porto, veio a encontrar na escola bilingue da Mundos de Vida, onde 33% do curriculum de 1º ciclo é dado na língua inglesa, através das disciplinas de estudo do meio, música, drama, artes e classes de inglês. No colégio de Lousado, cada criança tem, por semana, dez vezes mais tempo de contacto com a língua inglesa do que uma criança de uma escola pública de 1º ciclo. No entanto, o impacto na formação dos alunos não resulta apenas do número maior de horas de inglês, mas também do método de imersão que é usado, através do qual a criança aprende uma nova língua de forma natural. Este modelo foi criado com o apoio do British Council, a maior instituição da língua e da cultura inglesa em todo o mundo. A distinção de qualidade atribuída ao Colégio Bilingue da Mundos de Vida teve em conta vários aspetos inovadores da escola, como a formação dos professors, que, em novembro, frequentaram em Londres

um seminário do método Jolly Phonics usado no colégio. Os docentes preparam agora uma viagem de trabalho e formação aos Estado Unidos, em abril, sobre o Daily 5, um sistema avançado para formar alunos mais autónomos e independentes, adequado a uma escola do século XXI. A Semana Aberta que o colégio realizou, em novembro, mereceu também destaque na avaliação da qualidade. Neste período, em vez de aulas, os alunos realizaram trabalhos de campo, que incluíram estudos práticos numa estufa de cogumelos, num hipermercado, num museu de geologia e zoologia e a realização de um julgamento no Tribubal de Famalicão. O colégio bilingue, único na região norte, tem por missão criar mais valor para as crianças e famílias, através da prática de um tarifário acessível. Sob o lema “O melhor começo”, estão abertas as inscrições para o próximo ano letivo. A instituição conta reservar cerca de metade da capacidade para as crianças do seu jardim-de-infância e abrir o resto da nova turma

de 1º ano a famílias com filhos que vivem nos concelhos de Famalicão, Santo Tirso e Trofa. A integração de novas crianças no colégio foi extraordinária. Quando se chega à sala de aula ou ao parque recreio e se olha para os alunos, decorridos apenas três meses desde o começo do ano letivo, não é possível distinguir as crianças que vieram de outros jardins-de-infância daquelas que estão na escola desde o começo da creche. Entre as razões que explicam este “milagre” de companheirismo está certamente a frequência de uma escola bilingue. O facto de as crianças falarem todos dias na língua inglesa aproxima-as bastante, formando um grupo unido que é reforçado pelas cores do uniforme do colégio. As crianças começaram a ver e a sentir o mundo através de duas línguas, ao ponto de, em casa, já terem sido apanhadas pelos pais a brincar e a falar com os bonecos em inglês. Afinal, trabalhar muito numa escola, com o Colégio Mundos de Vida, num ambiente de amor e exigência, também é motivo de felicidade.


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entrevista Lina Ramos, vereadora da Ação Social na Câmara Municipal da Trofa

“A prioridade para 2016 é combater o desemprego” O Correio da Trofa foi falar com Lina Ramos, vereadora da Câmara Municipal da Trofa desde 2013, responsável pelo pelouro da Ação Social, que nos recebeu como está habituada a receber toda a gente: sorriso no rosto e braços abertos. Mulher de causas, de coração grande e abraço caloroso, é no bemestar das pessoas que tem a sua principal recompensa, pois só assim, e segundo ela, é que vale a pena lutar por esta vida. Vida esta que já se lhe escreveu por linhas tortas, mas é no sorriso das pessoas que ajuda e nas palavras de carinho de todos que vai buscar a sua força de viver. Olhando para trás, que análise faz de 2015? O ano de 2015 foi um ano muito bom. Aconteceu muita coisa no nosso município, mas é de destacar a Inauguração dos Parques Nossa Sr.ª das Dores e Lima Carneiro. Esta foi uma obra muito sonhada e que passou por várias etapas até chegar a este final. Aliás, é de conhecimento público todos os constrangimentos que este executivo camarário teve durante a sua construção. Mas com vontade e força para trabalhar, tudo se consegue. Foi também um ano de muita proximidade, para além de tentar ouvir todas as pessoas que nos procuraram, um sorriso, um abraço já fazem toda a diferença, conseguimos também inaugurar na União de Freguesias dos Coronados, na Junta de Freguesia de S. Romão, e na União de Freguesias de Alvarelhos e Guidões, no polo de Alvarelhos, o Espaço do Cidadão. Estes espaços vão ao encontro das necessidades dos nossos munícipes, hoje a proximidade é uma maisvalia em todos os sentidos, quer sejam eles para arranjar soluções, quer sejam para ouvir e dar uma palavra amiga. Nesse sentido, quais são as perspetivas para o ano de 2016?

O ano de 2016 será um ano de muita esperança, muita entrega e muito trabalho. Queremos que seja tão bom, ou ainda melhor, que o ano que passou. Para já deixo aqui os meus votos de muita saúde, trabalho e um forte espírito de entreajuda para todos. Neste ano em que já nos encontramos, temos que reforçar a nossa atenção para com os idosos que se encontram isolados e com os jovens. Sabemos

que na área social há ainda muito, e todos os dias cada vez mais, a fazer. É inevitável falar aqui do desemprego que afetou, não só o nosso concelho, mas todo o país, de uma forma voraz e cheia de consequências penosas para as famílias. Uma das consequências que mais nos apoquenta é precisamente a questão das rendas habitacionais, porque após o término do subsídio de desemprego, as fa-

mílias não têm maneira de fazer face aos pagamentos a que se comprometeram outrora. E claro, aí precisam de ajuda. E nós tentamos responder pela melhor forma aos pedidos que nos vão chegando. Já em 2013, quando assumi o pelouro, tínhamos inúmeros pedidos de subsídio de arrendamento e vários pedidos de habitação social. Posso acrescentar que, só em 2015, tivemos mais de 120 pedidos para habita-

ção social e 78 pedidos de subsídio de arrendamento. É de salientar que temos pessoas no concelho, neste momento, famílias sem luz nas suas habitações porque não têm por onde a pagar. E é aqui que tenho que falar do trabalho das associações, instituições, conferências e comissões sociais do nosso município que, juntamente connosco, desenvolvem um trabalho fora de série e que não se consegue

transmitir em palavras. Porque não há adjetivos que cheguem para atribuir a quem ajuda quem mais precisa. Mais, para 2016 há ainda um estudo a ser desenvolvido por nós, Câmara Municipal, para ver a melhor forma de apoiar as famílias carenciadas na questão habitacional, seja ela através de uma renda apoiada ou de um valor mais baixo a ser renegociado. Este é de facto um dos grandes problemas do


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entrevista município atualmente. E tal como no ano que passou, vamos primar pela proximidade. Neste novo ano, um munícipe que necessite só tem que ir ter com o presidente da sua Junta de Freguesia, ou então ligar para a Câmara Municipal, e no imediato receberá ajuda da nossa parte. Um dos grandes reforços que têm feito é também nos cabazes de natal, que de ano a ano vão aumentando. Quantos foram entregues neste natal que passou e como correu a entrega? A diferença entre o natal anterior e este não é muita, felizmente. No ano de 2014, foram entregues 799 cabazes, e neste natal de 2015 foram entregues 813. Correu maravilhosamente bem, sempre com a ajuda dos presidentes de junta, das Comissões Sociais de Freguesia e das Conferências de S. Vicente Paulo. É reconfortante saber que estas famílias vão ter um natal condigno, e que recebem não só o que vai no cabaz, mas também um gesto de carinho, afinal é isso o natal. Sabemos que os negros dias de crise são agora uma nuvem negra a ser soprada pelos ventos que se avizinham. No seu trabalho diário, sente isso também? Não se sente, infelizmente. No terreno não vemos isso ainda, pode ser que, aos poucos, se vá sentindo. Mas para já não, para já temos mesmo que tentar corresponder da forma mais eficaz aos pedidos que nos chegam. O que há mais a fazer pela população trofense? Acima de tudo emprego. Isso é o que nos falta para podermos andar

para a frente. De resto, é continuar a caminhar de mão dada e fomentar a entreajuda entre todos. Lina Ramos é um nome incontornável no nosso concelho. Muitos anos de entrega, de amor e de luta diária para resolver os problemas de todos. Em 2013, aceitou assumir a liderança de um pelouro importantíssimo na Câmara Municipal da Trofa. O que mudou na sua vida, também pessoal, desde então? A minha maior preocupação é ajudar no que posso quem mais precisa. Eu quero deitar a cabeça na almofada e saber que ajudei o próximo naquele dia. E como disse, o meu nome é de facto bastante conhecido, e isso faz com que eu seja acarinhada de uma forma que nem eu estava à espera. É este que carinho que me faz ultrapassar todas as adversidades, e querer sempre fazer mais e melhor nesta minha luta solidária. Neste meu trabalho, não há horas, não há fins-desemana, só há uma grande intenção: ajudar. Quais são os objetivos para este novo ano no seu pelouro? Uma das grandes preocupações para este ano de 2016 é, de facto, a empregabilidade no concelho. Assim como os jovens que estão a estudar, mas que ainda não encontraram a sua verdadeira vocação. A estes não queremos dar o peixe, mas sim ensinar a pescar. Pretendemos fazer protocolos com empresas para estágios. Estágios esses que funcionarão como uma segunda oportunidade para terminar a escolaridade obrigatória e promoto-

res da verdadeira vocação profissional destes jovens. Estamos a tentar ainda promover a empregabilidade, aqui mesmo, na Câmara Municipal da Trofa e em várias instituições de jovens deficientes. Queremos dar oportunidades a quem, na maioria dos casos, não as consegue tão facilmente. Queremos mostrar que o mundo é bonito assim, construído pela e na diferença. Há também um projeto que quero mesmo colocar em plenas funções antes do término do nosso mandato. Trata-se de um projeto de integração social que passa por colocar vários sem-abrigo a viver numa casa, a desenvolver todo o seu trabalho rural e claro, a lida da casa em si. Este projeto teria praticamente um cariz económico de subsistência, pois a ideia é mesmo mostrar aos habitantes da casa rural que são capazes de dar a volta por cima. Só assim lhes restituiríamos a alegria de viver que todos precisamos. Mais,

temos por objetivo também conseguir fazer um grande grupo de voluntariado, para que todos possam participar, desde os desempregados aos reformados. Queremos mostrar a todos que por mais pequena que seja a ajuda que podemos dar, seja ela a servir refeições, ou a despender de 10 minutos a falar com um idoso que esteja mais isolado, é sempre uma mais-valia para nós próprios e para que o mundo seja melhor. Vou ser eu mesma que vou procurar as pessoas e tentar sensibilizá-las para esta nossa causa. E não posso deixar de falar do excelente trabalho que desenvolve o nosso Centro Comunitário Municipal da Trofa, que conta com colaboradores excelentes que, de forma a responder a todas as necessidades, passaram a ir ao encontro de quem mais precisa deles. Hoje, se um munícipe não puder vir ao nosso encontro, pelas mais variadas razões, nós vamos até eles, com

tudo o que é necessário. Aliás, vamos colocar neste novo ano o Autobus a percorrer todas as freguesias, com especial incidência nos pontos críticos de cada uma, para que todos possam fazer rastreios dos mais variados tipos à sua saúde. E se for necessário, acompanharemos o munícipe até ao centro de saúde ou hospital.

as pessoas para cuidar, ou seja, estamos no terreno a ensinar aquele que cuida do idoso ou cuida do deficiente, a melhor forma de cuidar. Queremos dar dicas e ensinar novos métodos para que aquele que cuida tenha a melhor qualidade de vida e a dê a quem está a ser cuidado, também. Chamamos a esta ação: Cuidar de quem cuida.

O trabalho desenvolvido por todas as instituições, entidades e associações, é um complemento muito importante para uma resposta de auxílio eficaz? É uma parte importantíssima no nosso trabalho. Só juntos, de mãos dadas, é que conseguimos chegar a mais gente. E de facto são essas instituições, entidades e associações, que conhecem de forma profunda as áreas onde atuam, e nada melhor do que trabalhar lado a lado para se poder fazê-lo pelo melhor. E para construir um mundo cada vez melhor, nada como formar

Quem quiser ajudar na parte social do concelho da Trofa, o que deve fazer e onde se deve dirigir? Basta ligar ou vir cá à Câmara Municipal. Há sempre muito a fazer, quantos mais mãos e corações a trabalhar, melhor para todos. A alma trofense é uma alma solidária? A alma trofense é uma alma muito solidária, sem dúvida nenhuma. Os trofenses estão sempre prontos a ajudar o próximo, dá gosto trabalhar assim, só me resta um muito obrigado a todos.


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NOTÍCIAS

Clitrofa sensibiliza para a saúde oral Foi no âmbito da parceria estabelecida entre a Clitrofa ‒ Centro Médico, Dentário e Cirúrgico, Lda. e a Câmara Municipal da Trofa para promoção da saúde e a higiene oral junto das famílias mais desfavorecidas do município, que decorreram duas sessões de informação e sensibilização sobre esta temática nos dias 28 e 29 de dezembro, na Loja Social (Bougado ‒ S. Martinho) e na ASCOR (Coronado ‒ S. Romão), respetivamente. Estas sessões dirigiram-se à população residente nos Empreendimentos Habitacionais de S. Martinho e de S. Romão do Coronado, bem como à população acompanhada no âmbito do atendimento integrado da Loja Social (beneficiários de RSI ou Ação Social) residentes no concelho. O protocolo que foi estabelecido entre a Clitrofa ‒ Centro Médico, Dentário e Cirúrgico, Lda. e a Câ-

mara Municipal da Trofa permite que as famílias carenciadas que reúnam os critérios de acesso estabelecidos pela autarquia tenham acesso a tratamentos gratuitos. Os tratamentos incluíram consultas de rotina, exodontia de dentes, restauração de dentes, colocação

de aparelhos ortodônticos, colocação de próteses, implantes e destartarizações. A parceria permitiu assim que este tipo de procedimentos, que pelo seu valor não estão ao alcance de todos os cidadãos, estivessem acessíveis aos munícipes menos favorecidos, que puderam dessa

"A nossa especialidade" Rua Pateiras - Santiago Bougado 4785-652 TROFA Telefone: 966 650 100

forma ser tratados de forma gratuita. Neste âmbito, já foram atendidos na Clitrofa, no último ano civil, cerca de 30 utentes com um total de 150 consultas e intervenções, num custo estimado em cerca de 33 mil euros.

Um conceito inovador A Clitrofa constitui um conceito moderno e eficiente de prestação de serviços de cuidados médico-dentários, oferecendo comodidades indispensáveis a pacientes exigentes. Fundada a 16 de Setembro de 2002, contando com uma área de 3600m2 faz da personalização do atendimento, da contínua inovação médica e tecnológica, da eficiência do serviço e da busca incessante da excelência os seus pilares e os objectivos últimos dos que nela exercem as suas diversas actividades. A Clitrofa surge como uma opção integral para pacientes que pretendam tratamentos médicos na área da estética e reabilitação em termos orais, faciais e corporais. Torna-se assim num projeto inovador com a criação de uma visão única; a implementação do conceito de Clitrofa Hospital Médico-Dentário.

Áreas de Intervenção: Clitrofa Clínica: originalmente vocacionada para a medicina dentária na sua vertente mais cirúrgica

e reabilitadora envereda agora por uma nova envolvência mais abrangente. A clínica deixa de se centrar unicamente na estética dentária e facial como até aqui, e passa a englobar a estética corporal, incorporando as valências de Nutrição, Terapia da Fala e Cirurgia Plástica e Reconstrutiva; continuando a manter as valências de Enfermagem, Análises Clínicas e Psicologia com que iniciou a sua actividade. Existe um reforço da actividade cirúrgica, uma vez que com a construção de dois blocos operatórios (um de anestesia geral e outro de anestesia local e sedação), um recobro para 6 camas e ainda 2 quartos individuais aumenta grandemente a capacidade de resposta nesta área. Clitrofa Medical Spa: abertura de um novo conceito que alia a medicina, os tratamentos estéticos, as massagens, as terapias de relaxamento e a recuperação pós-operatória; numa simbiose que pretende a avaliação do paciente de forma holista e integrada, maximizando o potencial de serviços e respondendo aos anseios crescentes de actuais e novos pacientes. Este espaço terá uma área de 1000m2 e uma capacidade de atendimento de 100 tratamentos por dia, sendo os mesmos realizados por pessoal altamente especializado. Clitrofa Imagiologia: criação de uma unidade imagiológica digital com capacidade para realização de ortopantomografia, telerradiografia e tomografia axial computorizada (TAC). A Clitrofa torna-se autónoma na realização de todos os exames radiográficos de que normalmente necessita, assim como cria

a possibilidade de fornecimento de todos estes exames a outras clínicas referenciadoras com as quais estabeleça protocolos de colaboração. Clitrofa Laboratório de Prótese Dentária: com capacidade para realização de todos os tipos de próteses dentárias (acrílica, metal e cerâmica), foi construído com os objectivos de atingir máxima estética dentária, visando a mimetização da naturalidade dentária assim como acelerar prazos de conclusão dos trabalhos de reabilitação oral dos pacientes da Clitrofa Clínica. Com a qualidade actualmente patenteada, tornamse fornecedores de próteses para outras clínicas nas áreas geográficas do Porto, Trofa, Braga, Maia e Guimarães. Clitrofa Formação: Com vários protocolos de colaboração, desenvolvimento tecnológico e formação assinados, conta com a participação de empresas multinacionais como: S.I.N. ‒ Sistema de Implante (Brasil) Curasan (Alemanha) e Oxford-Scientific (Alemanha) o que permite que a Clitrofa esteja na vanguarda do que mais moderno se produz a nível mundial. Esta formação destina-se a todo o território nacional e Europa, sendo que num tipo específico de implantes (Implante Zigomático) o Dr. Fernando Duarte é umas das referências mundiais, tendo sido pioneiro em Portugal e conta com uma experiência acumulada de 15 anos. A Clitrofa Formação ministra cursos e residências clínicas para outros profissionais de saúde (médicos dentistas, assistentes dentárias e técnicos de prótese) no sentido de partilhar e aperfeiçoar protocolos de trabalho.


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desporto

Atlético Clube Bougadense vai requalificar o seu complexo desportivo Alfredo Gomes geral@correiodatrofa.pt O Atlético Clube Bougadense anunciou recentemente a requalificação do seu Complexo Desportivo. O arranque das obras está previsto para o início do mês de Fevereiro, e a conclusão das mesmas está marcada para dia 15 de Março. Balneários, bancada, campo de futebol de 11 e de 5, bar, sede e zona envolvente ao campo vão ser todas intervencionadas. Jorge Almeida, Coordenador do Departamento de Formação do Atlético Clube Bougadense, mostra-se contente com o trabalho realizado no clube desde a sua chegada, e prevê um futuro risonho para a formação do clube.

Em relação à requalificação do Complexo Desportivo, defende que é mais um passo no futuro do clube. “O Clube tem vindo a me-

lhorar toda a sua estrutura, temos uma boa organização e estamos a formar jovens para um dia serem o futuro do clube. Tudo isto

Atlético Clube Bougadense vai organizar torneio de páscoa Bougadense Vale do Ave Cup 2016 Alfredo Gomes geral@correiodatrofa.pt

Depois de no Verão passado ter organizado o Summer Cup 2015, o Atlético Clube Bougadense prepara-se agora para organizar mais um torneio para os mais jovens. “Bougadense Vale do Ave Cup 2016”, assim se vai chamar o Torneio de Páscoa, que se vai realizar nos dias 25 e 26 de Março e que vai ter, como padrinho da competição, Tiago, jogador que atualmente está ao serviço do Clube Desportivo Trofense. O Torneio será para os escalões de Benjamins Sub-11 e Sub-10, futebol 7, e contará com a presença de 48 equipas, resultando na interação desportiva de perto de 800 atletas, 48 treinadores e 48 diretores e outros elementos do Staff. Para o coordenador do Atlético Clube Bougadense, Jorge Almeida, a realização deste

torneio pode ser importante para promover o desporto na Trofa: “Será uma oportunidade única na região para colocar em prática todos os nosso valores de convivência e da nossa hospitalidade, tendo como trunfo fundamental uma organização eficaz, responsável, ousada, ambiciosa e que se coaduna com os objetivos de todos os intervenientes”. Na opinião de Jorge Almeida, o torneio será importante também num outro aspeto. “Será importante e contribuirá decisivamente para a implementação e consolidação de valores inerentes ao desporto e vida social comum, onde a união, convívio, amizade, fair-play, respeito, alegria e a emoção serão baluartes de todo um conjunto de princípios de vida, fundamentais para a evolução de todos os atletas como desportistas, mas também, fundamentalmente, como homens e mulheres”. Para que o Bougadense Vale

do Cup 2016 seja um sucesso, Jorge Almeida conta com o apoio de todos. “Contaremos com a colaboração e apoio das mais variadas entidades públicas e privadas, que contribuirão para a excelência organizativa de toda uma estrutura montada, que só com estes apoios será possível concretizar”, afirma. Para o responsável, este “será um evento apetecível para qualquer equipa e qualquer clube que tenha como objetivo o sucesso. Será um torneio do talento e da aprendizagem, que servirá para a valorização de cada atletas num mundo desportivo cada vez mais abrangente e observador, e que poderá ter consequências positivas para o reconhecimento de cada clube, como entidade competente na formação e na organização que lhe está associada”. O Correio da Trofa vai acompanhar de perto o “Bougadense Vale do Ave Cup 2016”, para lhe trazer todas as novidades e acontecimentos.

se vai concretizando com a ajuda de todos, começando pelos diretores, treinadores, atletas e pais”, começa por dizer.

Para Jorge, “o grande objetivo de 2016 é a renovação das instalações. Desde balneários, bancada, zona envolvente ao campo de jogos, sede e bar”. O responsável pela formação do clube deixa ainda uma garantia: “até dia 15 de Março, vamos ter tudo remodelado, para receber o Torneio de Páscoa nos dias 25 e 26 de Março,

o “Torneio Vale do Ave Bougadense Cup 2016”, no escalão de Benjamins. Todo este trabalho de remodelação vai servir, especialmente, para todos os trofenses terem uma opção válida e real de poderem usufruir nos próximos anos das novas instalações, o que certamente irá ajudar o clube no seu crescimento”, completa.


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desporto

“Estamos a viver uma situação dramática”

O Clube Desportivo Trofense vive dias difíceis. Depois de subidas à 2.ª Liga em 2005/2006, e à 1.ª Liga em 2007/2008, de onde desceu imediatamente na época seguinte, a equipa “suportada” pelo então presidente Rui Silva, nunca mais conseguiu voltar ao patamar mais alto do futebol Português. Rui Silva, que se “afastou” a partir da época 2010/2011, para regressar no apoio à direcção presidida por Paulo Melro, em Setembro 2012, quando cerca de vinte cinco associados convocaram uma assembleia geral, provocando então, eleições antecipadas. José Leitão, presidente na altura, deu o lugar a Paulo Melro, que tinha como objectivos a estabilidade financeira do emblema da Trofa, e num espaço de dois a três anos tentar de novo recolocar o Trofense na 1.ª divisão. Volvidos mais de três anos, a realidade é bem diferente. O capitão da equipa Tiago mostra-se incrédulo com aquilo que se passa actualmente no clube. Tiago César Moreira Pereira, 40 anos, trofense de gema, dispensa qualquer tipo de apresentações, pois já pisou grandes palcos do futebol europeu, tendo vencido uma Taça Uefa e uma Champions League quando esteve ao serviço do F.C.Porto, orientado por José Mourinho. Teve recentemente a possibilidade de voltar a emigrar, mas o seu amor à Trofa falou mais alto. Trofense, Marítimo, Benfica, Tenerife, Rayo Vallecano, F.C. Porto, Boavista, novamente Leiria e Trofense desde 2009/2010, este é o percurso de um “homem da casa”. o que era necessário, é a realidade. Comprei e levei, porque era necessário e útil naquele momento para o grupo. Para além disso, o nosso grupo é jovem, são jogadores que estão a começar, e estão a passar por uma realidade bem diferente. Não é fácil para eles, temos jogadores que são de Barcelos e de Braga, e nem para a gasolina ganham. Isto é complicado, por isso há que louvar essa vontade dos atletas, e este grupo nunca pôs em causa uma greve nem nada disso, este grupo tem sido fantástico e tem dado uma boa resposta, com grande profissionalismo, temos um grande grupo, e tudo isto não é fácil.

Alfredo Gomes geral@correiodatrofa.pt Numa altura em que, com 40 anos, se aproxima do final da carreira, alguma vez passou por uma situação como esta que se vive no Clube Desportivo Trofense? Nestes vinte e um anos de futebol profissional, estou na sétima época consecutiva no clube, e de facto a situação é dramática, nunca vivi um momento destes, a todos os níveis, que já vem desde a época passada e esta época piorou com a descida de divisão aos campeonatos amadores. As coisas não estão nada fáceis, mesmo para o dia-a-dia, coisas que eu achava que era impossível acontecer, mas como costumo dizer, hoje em dia acredito em tudo. Não é fácil para o jogador, é outra realidade, mas mesmo assim existem pessoas que não compreendem. Há jogadores que não ganham salário, simplesmente ganham ajudas de custo, que é para o gasóleo e despesas do dia-a-dia, não têm um vencimento. Existem jogadores que não ganham nada, estou-me a referir a mim e a outro caso. Recordo-me que, quando me ligaram no início da época, a preocupação era o dinheiro e a única coisa que disse foi para não se preocuparem com o dinheiro, porque o que eu queria era jogar, estou no clube da minha terra e não queria acabar a minha carreira desta forma com uma descida de divisão. Sentia que era útil ao clube, pelo meu passado e experiência, e então foi a forma de eu continuar, mas é certo que nunca vivi assim um momento tão dramático como este, a todos os níveis. Não recebo um cêntimo desde Fevereiro de 2015. Na sua opinião, como se chegou a esta situação? Isto já se vem a arrastar há alguns anos. Talvez maus investimentos, que como é lógico, tem

O que é que o presidente vos tem dito? A mensagem que têm passado ao grupo é que não há espectativas, não sabem o dia de amanhã. Estão a tentar arranjar algum dinheiro para os jogadores, como referi, os jogadores não têm vencimentos, têm ajudas de custos, dinheiro simbólico para despesas do dia-a-dia que têm, e portanto não há espectativas em relação ao futuro, e isso é uma situação complicada e dramática. Os jogadores receberam o mês de Agosto e metade de Setembro, e até agora não receberam mais nada. É preocupante, sinto, como trofense, que as pessoas cada vez mais estão sós na liderança do clube, sinto isso sinceramente, e resume-se a duas ou três pessoas que ajudam e colaboram com o clube. a ver com a gestão desportiva do clube. Estou cá há sete épocas consecutivas, como disse, e ano após ano, a situação tem-se complicado cada vez mais. Não é fácil, mas agora não vamos falar em nomes e culpar A ou B. Cada um tentou fazer o melhor, em prol do clube, mas a verdade é que o clube se está a afundar e é pena, porque é um clube com história, com glória, pelos anos que tem, e nós, trofenses, sentimos isso, como é lógico.

Há cerca de quinze dias, o clube emitiu um comunicado, a sensibilizar as pessoas para o momento que vive. Até ao momento, já receberam alguma resposta ou alguma ajuda? Não, de momento, e em concreto, nada. Fizemos, juntamente com a direção, esse comunicado, acho que era a altura certa para o fazer, como já referi a situação é dramática, com vários jogadores com dificuldades. Eu propusme a levar um ou outro produto

para o departamento médico, coisas básicas do dia-a-dia que falham no clube, já propus e já levei, porque senti que era uma necessidade. Levei e paguei do meu bolso. Está a dizer que nem dinheiro há para cuidados médicos básicos? É natural, mas sinceramente não sei se há ou não. Sei que já falhou uma ou outra situação no departamento médico, e eu levei

Como é que interpreta o facto de o presidente do clube ter dito há algum tempo atrás, numa entrevista, que não se demitia? Ele lá terá as suas razões, tem um mandato que acaba no final da época. A verdade é que a situação não é fácil, é dramática, agora qual é o objetivo e a intenção dele ao não se demitir é que não sei. Sei bem que não é uma situação fácil, mas acho que as forças vivas da Trofa, em vez


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desporto de se afastarem, deviam unir-se e ajudar o clube, porque, infelizmente, existe muita gente contra as pessoas do clube, mas nós nestas alturas temos é de pensar no clube e não nas pessoas, porque o clube é que fica e nós somos da terra, e as pessoas passam mas o clube fica, e de facto é preocupante e triste a situação dramática. Não quero pensar o pior, como se fala pelas ruas e cafés da Trofa, que o futuro não é risonho e que o clube talvez até feche, é triste ter chegado a este ponto. Já se falou nisso no balneário? Sinceramente, já, porque temos muitos miúdos aqui da Trofa, que ouvem e levam isso para o balneário, e há sempre aquela conversa “do clube vai fechar”, porque a situação é bastante preocupante, e então há essa conversa de vez em quando, espero bem que não seja real, que sejam boatos, mas está difícil. Daqui a uns dias termina a primeira fase do campeonato, depois vai haver uma paragem de duas a três semanas para a segunda fase. Neste momento, está assegurada a vossa presença até ao jogo com o Varzim B, mas não há ainda certezas se o

plantel vai entrar para a segunda fase do campeonato. Quais são as expectativas e certezas para a segunda fase? Temos de pensar no presente, o futuro não sei, não sei como é que as coisas se vão desenrolar até lá. É natural, atendendo à situação que estamos atravessar, que haja um ou outro jogador que, se houver alguma proposta de outro clube, e estando nesta situação, não diga que não a um futuro mais risonho noutra equipa. Mas esperamos, eu como jogador e capitão do grupo, dar continuidade e estar presente jogo após jogo, pelo menos até ao final da época. Esta época, as suas exibições têm sido um pouco irregulares. Isso poderá ser fruto da idade, ou sente-se desmotivado com toda esta situação? Não é da idade, porque em termos físicos sinto-me bem, e não me sinto desmotivado, simplesmente é outra realidade. Nunca me passou pela cabeça passar por esta situação, mas este ano apanhei de tudo. O futebol é diferente, campos sintéticos, adaptação, as próprias bolas são diferentes, mais pesadas, os árbitros, já tive arbitragens esta época ‘incríveis’ mesmo. Os árbitros nesta divisão são mais arrogantes, não

têm tolerância, ao contrário dos árbitros da 1.ª e 2.ª liga, é outra realidade, a todos os níveis. A hipótese de lutar pela subida está colocada de parte. Isso baixa ainda mais a moral? Sim, ainda piora as expetativas, se estivéssemos no topo da tabela, podia mudar alguma coisa, as pessoas podiam acreditar mais, assim ainda complica mais. Agora, é fazer tudo para deixar uma boa imagem, que é o mais importante. Acredita que existe gente na Trofa capaz de revitalizar o clube? Sim, acho que sim, temos empresários que gostam de futebol com condições para tal. Se eles estão preparados para colaborar, ajudar e não deixar o clube morrer, isso é outra questão, para a qual não tenho resposta. Mas, de facto, gostava que isso se verificasse, porque é pena deixarmos o clube cair, pela sua história. Nós, trofenses, ficaremos muito desiludidos se o clube fechar as portas, espero que isso não venha acontecer. Faço um apelo às forças vivas da Trofa, para que se unam e pensem no clube acima de tudo, porque as pessoas passam e o clube fica.


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desporto

Escolinha de Rugby da Trofa: um ano de enorme sucesso Ao longo do ano transato, a Escolinha de Rugby da Trofa (E.R.T), projeto da Associação de Acão Social PolvilharAlgria elencou um conjunto de objetivos em redor das suas três vertentes desporto, saúde e educação, obtendo resultados bastante positivos nas mesmas, não obstante algumas dificuldades inerentes a falta de recursos. Alfredo Gomes geral@correiodatrofa.pt

No que ao desporto concerne, a E.R.T fez-se representar, através dos seus 50 atletas, em vários convívios e jornadas competitivas de rugby regional, inter-regional e nacional em vários pontos do país, nos escalões de mega Bambis, sub8, Sub-10, sub-12 e sub-14. O aumento da capacidade competitiva dos atletas de rugby trofenses já deu os seus frutos, tendo sido reconhecida a sua qualidade através de chamadas para seleções e estágios de aperfeiçoamento técnico, promovidos pela Associação de Rugby do Norte e Federação Portuguesa de Rugby. A entrega, lealdade e paixão pelo jogo são já imagens de marca dos atletas da E.R.T por todo o país, o que eleva ainda mais a responsabilidade da associação promotora deste projeto no que à sua continuidade e expansão diz

respeito. A capacidade organizativa da equipa de rugby da trofa ficou este ano bem vincada, através da realização de dois eventos especiais para as equipas de rugby do norte. No Azurara Beach Rugby e Convívio de Natal ARN, esta organização moveu uma equipa de voluntários, pais e amigos que originou o sucesso destes dois eventos e a sua continuidade em 2016. Para além das ações já referidas, este projeto já levou o rugby e os seus valores a cerca de 900 crianças nas escolas do concelho, estando previstas, no próximo ano, novas ações junto da comunidade escolar, potenciando a prática desportiva e hábitos saudáveis, bem como continuar a desmistificar a ideia pré-concebida de que o rugby é um desporto violento unicamente praticado por “homens grandes e maus”. Ao nível da saúde, a E.R.T tem vindo a priorizar cada vez mais o seu cariz de projeto de prevenção primária, através de despis-

tes, consultas e exames de nutrição, oftalmologia, pedopsiquiatria, cardiologia, estomatologia, e medicina desportiva. Todo este esforço resultou em vários encaminhamentos, deteção de problemáticas associadas a diferentes especialidades e num aumento significativo da qualidade do serviço prestado. A exemplo do ano de 2014, ao nível da educação a E.R.T voltou a revelar uma ótima taxa de sucesso escolar, com 96% dos atletas a transitarem de ano. Este

facto é uma consequência do trabalho diário de uma equipa de voluntários que promovem, após os treinos, um conjunto de actividades que vão desde o apoio ao estudo à realização de planos individuais que potenciem capacidades e motivem os hábitos de estudo. No que à igualdade de género diz respeito, a escolinha de rugby da trofa continua a ser a equipa do país com mais atletas do sexo feminino comparativamente com o masculino no seu quadro, com quase 50% de raparigas.

As três vertentes deste projeto tentam abordar e apoiar crianças e jovens de uma forma holística, mais do que grandes jogadores de rugby ou ótimos alunos, a E.R.T pretende formar homens e mulheres de carácter, com personalidade, que encarem o seu futuro sem receio de aplicarem todo o seu potencial intelectual e humano, com sentido de justiça e cidadania. Os valores do Rugby são um meio que se tem mostrado uma excelente ferramenta para a persecução destes objetivos.

Aniversário da Escolinha / Convívio de Natal ARN No passado dia 20 de Dezembro, a Escolinha de Rugby da Trofa realizou o seu segundo aniversário, e em parceria com a Associação de Rugby do Norte, organizou o convívio de Natal da ARN. Os clubes do Norte fizeram-se representar em peso com nove clubes/escolas a não faltarem a esta festa de final de ano. Foi um convívio da família do Rugby Nortenho que reuniu centenas de crianças e jovens atletas, desde mega-bambis (4 e 5 anos) até aos sub-14. Numa tarde solarenga e com jogos bastantes disputados, mas sempre leais (como é corrente no Rugby), as equipas da E.R.T mostram-se à altura, tendo praticado bom Rugby, evidenciando mais uma vez as suas características de equipas aguerridas mas sempre respeitosas para com os adversários. Esta festa ficou ainda marcada por alguns momentos especiais, tais como a chegada do Pai Natal e os parabéns à equipa anfitriã.

Campeonato de Portugal Prio - 16ª Jornada - Série B A.D. Fafe 2 - 1 C.D. Trofense

Associação de Futebol do Porto 1ª Divisão Distrital - Série 2

Quem não marca, perde mesmo

U.S. Clube Baltar 1 - 1 A.C. Bougadense

Alfredo Gomes geral@correiodatrofa.pt Equipa Oficial do C.D. Trofense C.D. Trofense: Jorge Batista, Miguel Ângelo, Nelson, Pedro Eira, Chuca, Rony, Tiago, Ricardinho, Bruno Simões, Serginho e Zé Domingos Tr. Vitor Oliveira

a ganhar: logo no primeiro minuto, Ferrinho inaugurou o marcador. Depois do golo, assistiu-se a um jogo equilibrado, com o relvado “empapado” e o mau tempo a dificultar a vida às duas equipas. Até ao intervalo, o Fafe chegou ao segundo golo por intermédio de Marquinhos. Na segunda parte, o Tro-

fense foi melhor e dispôs de algumas oportunidades de golo, mas o desacerto e pouca sorte na hora de finalizar foram fatais. Já perto do final, Ailton ainda reduziu, mas foi insuficiente para dar a volta ao resultado final. No próximo Domingo, o Trofense recebe a formação do Mondinense, em jogo marcado para as 15h.

Alfredo Gomes geral@correiodatrofa.pt

O Atlético Clube Bougadense não foi além de um empate no terreno do ‘lanterna

vermelha’. Um resultado que não deixa de ser surpreendente, visto que o jogo até foi disputado em campo neutro. A equipa da Trofa teve oportunidades mais do que suficientes para trazer os três pontos para casa, mas o estado do relvado im-

pediu que algumas jogadas ofensivas tivessem o melhor desfecho. Mesmo assim, o empate é castigador para a formação de Agostinho Lima, que teve em Resende o marcador do golo. Na próxima jornada, o Bougadense vai ao terreno do Livração.

2ª Divisão Distrital - Série B

F.C. São Romão 3 - 2 C.D. Cultural Codessos

Suplentes: Russo, André Gomes, Ailton, Rui Faria, Neto, Pisco e Onyeka

Alfredo Gomes geral@correiodatrofa.pt

O Clube Desportivo Trofense deslocou-se no passado Domingo ao terreno do primeiro classificado, Fafe, onde perdeu por 2-1. A equipa da casa entrou praticamente

O S. Romão recebeu no seu parque de jogos, numa tarde de autêntico temporal, a equipa do Codessos,

e venceu por 3-2. De futebol pouco ou nada há a dizer, visto que o estado do pelado foi um adversário extra para ambas as equipas. À medida que o tempo passava, o terreno ficava cada vez mais impróprio para a prática do futebol, com tanta água

e lama. Mesmo assim, a equipa de Arménio Sousa adaptou-se melhor do terreno de jogo e acabou por vencer uma partida equilibrada, com a incerteza do resultado a pairar até ao apito final. No próximo Domingo, o São Romão recebe o Penamaior.


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correiodatrofa 14 de Janeiro de 2016

cultura

Casa da Cultura recebe exposição de fotografia solidária Inauguração decorreu no dia 9 e prolonga-se até ao final de janeiro Paulo Camões geral@correiodatrofa.pt

“(Re) Inserir na Trofa da ASAS” é o nome do projeto inaugurado pela Câmara Municipal da Trofa, em parceria com a Associação de Solidariedade e Ação Social de Santo Tirso (ASAS), no passado dia 9. A cerimónia decorreu na Casa da Cultura, pelas 15h00, onde está patente esta exposição de fotografia, com o propósito de dar a conhecer o projeto de apoio social. Esta mostra estará em exposição durante todo este mês, até dia 30, e dá conta dos resultados obtidos durante o projeto que trabalhou a aquisição de mecanismos de reinserção social, procurando “dotar os elementos par-

ticipantes com competências pessoais, sociais e

profissionais que auxiliem os utentes deste proje-

to nos desafios que vão surgindo, quer a nível

pessoal, quer a nível de interação na sociedade

e em atividades consideradas socialmente úteis”, segundo enuncia um comunicado da autarquia. Recorde-se que o projeto (RE)Inserir na Trofa, organizado pelo ASAS – Centro Comunitário da Trofa, foi criado para as pessoas que querem largar a toxicodependência, e desenvolve-se em parceria com a Academia das Emoções, decorrendo no Centro Comunitário da Trofa, que se trata de “uma estrutura que promove atividades de dinamização local, de carácter inter-geracional e de revitalização das tradições”. O CCT procura ainda dinamizar o Grupo de Auto-Ajuda e Promoção da Saúde (GAPS), que constitui a única resposta, dentro do concelho da Trofa, em termos de grupos de autoajuda para alcoólicos em recuperação.



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