Revista Suínos e Cia - Edição 61

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Entrevista

Para contribuir com a segurança do comércio internacional, o zoneamento e a compartimentação podem colaborar no controle e na erradicação de doenças no território dos países-membros. O zoneamento encoraja o emprego mais eficiente de recursos em certas partes do território de um país, e a compartimentação permite a separação funcional de uma subpopulação de outros animais domésticos ou silvestres pela aplicação de medidas de biossegurança, o que não pode ser alcançado pelo zoneamento. Além disso, em caso de ocorrência de um surto de doença, a compartimentação permitirá ao país-membro obter vantagens dos elos epidemiológicos entre subpopulações, com práticas comuns de biossegurança – a despeito da localização geográfica adversa – que favoreçam intensificar as medidas de controle e manter a continuidade dos comércios interno e externo. O fundamento da compartimentação é a biossegurança.

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2. Entender que seu papel é o de resolver problemas, porque os problemas relacionados com uma doença são imponderavelmente diferentes em razão de influências ambientais, sociais e econômicas, ou seja, ampliar os modos de pensar imaginando diferentes caminhos para solucionar os problemas cotidianos; 3. Maior empenho em habilidades sociais e interpessoais; 4. Inclinação para servir, ou seja, ajudar os outros; 5. Diante de dados colhidos na produção, como indicadores de saúde e de produtividade (zootécnicos), ser capaz de fazer leitura e interpretar essas informações e até tomar decisões cruciais; 6. Inteligência emocional, que é reconhecer e avaliar as emoções de outras pessoas pela compreensão e não pelo julgamento; 7. Conexão e colaboração com profissionais de outras áreas do conhecimento. A cultura geral é importante para o despertar do raciocínio; 8. Gestão de pessoas, cada vez mais necessária no autocontrole e já em vigência pela IN Nº 60 de 20/12/2018; 9. Ser criativo em conectar informações aparentemente diferentes, e ter pensamento crítico, pois envolve raciocínio lógico; 10. Capacidade de resolução de problemas complexos que são indefinidos e novos e requerem elasticidade mental. S&C: Qual sua mensagem baseada na epidemiologia para manter e preservar a saúde animal na suinocultura? M.M: Como nossos profissionais são habilidosos em clínica e patologia, deve-se aprimorar o raciocínio epidemiológico. Clínica, patologia e epidemiologia são procedimentos de diagnóstico, porém em níveis diferentes. O objeto de trabalho do clínico é o animal doente, comparável, metaforicamente, com a árvore doente. O objeto de trabalho do patologista é o animal morto ou partes do animal vivo (soro sanguíneo, material de biopsia) ou morto (exames macroscópico, microscópico e laboratorial), metaforicamente comparável à madeira da árvore doente. O objeto de trabalho do epidemiologista é a população animal, o total de animais doentes e de mortos e o meio ambiente (clima, tipos de criação animal, condições sociais, econômicas e culturais, reservatórios), metaforicamente comparável à floresta, que é o conjunto de árvores sadias, doentes e o meio ambiente onde estão inseridas. O manejo do ambiente equilibra a saúde do rebanho. A biosseguridade é a atuação no meio ambiente do estabelecimento de produção.

“O objeto de trabalho do epidemiologista é a população animal, o total de animais doentes e de mortos e o meio ambiente (clima, tipos de criação animal, condições sociais, econômicas e culturais, reservatórios)”

S&C: Qual sua opinião sobre a compartimentação na suinocultura? Será este o caminho? M.M: Sem dúvida é o caminho. Já temos experiência com compartimentação na avicultura, e esta experiência poderá colaborar acelerando o processo na suinocultura com as devidas adequações. S&C: Quais referências que nos deixaria como reflexão sobre o modelo de como o veterinário especialista em sanidade suína deve se reinventar para enfrentar os atuais desafios? M.M: 1. Pensar em “como fazer” e não “o que fazer”, caso contrário corremos o grande risco de sermos substituídos por robôs. Não se orientar por opiniões ou no “eu acho”, porque quem acha não sabe; Suínos&Cia | nº 61/2019


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