Suínos & Cia 60 edição web

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Revisão Técnica

As bactérias associadas à digestão de diferentes fontes de carboidratos são variáveis, sendo essa uma das principais formas de estudo. Existem inúmeros projetos de pesquisa com minipigs gnotobióticos e modelos TIM que simulam o sistema digestivo in vitro (semelhante ao modelo SHIME, que simula o ecossistema microbiano intestinal humano). Concluímos, com a necessidade de criar novas hipóteses que gerem novas pesquisas para conhecer melhor a dinâmica microbiana precocemente, antes e depois do desmame, associada a diferentes aditivos e alternativas a antibióticos, novos estudos sobre a interação alimento/microbiota/animal, assim como o desenvolvimento de modelos metagenômicos, metabolômicos e transcriptômicos de análise. Organoides como modelos “in vitro” para estudo de doenças entéricas (Talita Resende) Os modelos animais para estudar a interação entre patógenos e hospedeiros estão bem estabelecidos, com algumas limitações entre diferentes tipos de culturas de células em condições de laboratório. Os organoides são originários de células embrionárias, célulastronco e tecidos primários do fígado, pulmão, cérebro. Esses modelos podem ser aplicados in vivo ou in vitro em 3D e permitem trabalhar com um pequeno número de animais. Os organoides intestinais são os enteroides do intestino delgado e os colonoides do cólon. A morfologia das criptas e das vilosidades intestinais dos referidos organoides é muito semelhante à conformação do próprio intestino. Alguns exemplos de aplicação: replicação viral de rotavírus e norovírus em humanos com susceptibilidade à infecção, modulação celular em Salmonella enterica e Crystosporidium parvum. Existe um projeto para estudar o mecanismo de proliferação celular em criptas de Lawsonia intracellularis, uma vez que no passado, em culturas monocelulares, não foi encontrada nenhuma correlação. Analisam-se diferentes marcadores (Ki67, Muc2), os quais apresentam alterações a partir do terceiro dia pós-infecção em enterócitos de camundongos. O objetivo é fazê-lo em enterócitos suínos caracterizados. É preciso ganhar experiência com essas novas técnicas, in vivo e in vitro, de interação agente/hospedeiro. resen023@umn.edu

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Posters • A microbiota tem grande importância no estabelecimento da infecção. Um trabalho apresentado revelou diferenças na microbiota de suínos infectados vs sadios, frente à Brachispira hyodisenteriae. Suínos&Cia | nº 60/2018

• Em suínos doentes há uma maior diversidade, sobretudo de Anderovorax e Mogibacterium, que também são referência em trabalhos com humanos de casos de síndrome do cólon irritável e de câncer de cólon retal. • As Bifidobacterias e os Streptococcus são considerados flora protetora frente a problemas digestivos. • A inclusão de manano-oligo-polissacarídeos (MOS) em dietas de leitões desmamados reduz a incidência de colibacilose e melhora os rendimentos produtivos, sobretudo o ganho médio de peso diário. • O cobre orgânico em forma de metionina hidroxilo análogo na dose de 150 ppm, 80 ppm e 50 ppm vs sulfato de cobre a 160 ppm, nas três fases de arraçoamento dos leitões, melhora os parâmetros de ganho médio de peso diário, a diversidade da microbiota e a expressão do gene grelina. • A quantidade de micotoxinas presentes no milho nos EUA, entre 2012 e 2017, mostrou uma redução relativa à fumonisina e um aumento significativo referente à zearalenona (ZEN) e ao deoxinivalenol (DON). Estudo do ISU sobre prolapsos em porcas e mortalidade (Jason Ross) A mortalidade de porcas devido a prolapsos de órgãos pélvicos aumentou nos últimos cinco anos na suinocultura norte-americana. O Centro da Indústria de Carne Suína de Iowa (IPIC) iniciou um estudo para conhecer os fatores de risco que estão influenciando este aumento em 104 granjas presentes em 15 Estados, incluindo grandes e pequenas propriedades, num total de cerca de 400 mil criadores relatando a cada semana o número de óbitos de porcas devido a prolapsos ou a outras causas, obtendo, assim, esses dados por cada 1.000 porcas. O percentual médio anual de todas as granjas, em termos de óbitos devido a prolapsos, foi de 3% do plantel, variando de 0,25% a 11% durante as semanas de 6 a 24 de 2018, sendo esta a causa de 23% de todos os casos de mortalidade. A variação sazonal foi muito diversificada. Análises preliminares não mostram correlação com o tamanho da granja, protocolos de indução e assistência ao parto. Foi identificada como uma causa importante a estratégia de alimentação das porcas antes do nascimento, havendo uma maior incidência do problema em porcas com condição corporal ruim no nascimento em comparação com aquelas de condição ótima ou com excesso de peso. Nas granjas em que há tratamento (controle microbiológico) da água de bebida, a incidência foi menor do que naquelas em que não o fazem. Concluiu-se que é necessário continuar analisando mais fatores de risco.


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