Rumos Práticos 55

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Revista do Conapra - Conselho Nacional de Praticagem - N0 55 - fev a mai/20

Conheça na Amazônia a maior zona de praticagem do mundo

Brazilian Maritime Pilots’ Association Magazine - N0 55 - Feb to May/20

Visit the world’s largest pilotage station in the Amazon



Editorial Nesta edição, Rumos Práticos inicia uma série de reportagens sobre as zonas de praticagem brasileiras, começando pela ZP-1, a maior do mundo, com 1.300 milhas náuticas que atravessam os estados do Amapá, Pará e Amazonas. Para entender melhor a realidade dessa imensa área, Rumos Práticos visitou a região a fim de conhecer o centro de operações da praticagem e acompanhar uma manobra pelo novo canal da barra norte do Rio Amazonas. A visita ocorreu antes do início da quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus. A propósito, em uma das matérias da edição, mostramos o que a Praticagem do Brasil vem fazendo para continuar operando normalmente durante a crise da Covid-19. A atividade também não está alheia à solidariedade neste momento, como se poderá ler na mesma reportagem. Este número 55 conta ainda como foi a posse da nova diretoria do Conselho Nacional de Praticagem, em Brasília, além de como a Praticagem do Rio de Janeiro evitou um acidente com a megaplataforma P-70, em Niterói. Também não poderíamos deixar de refletir sobre a segurança dos embarques e desembarques de prático, após a morte de mais um colega, em Nova York. O caso levou a Associação Internacional de Práticos Marítimos (IMPA) a enviar uma carta à Organização Marítima Internacional (IMO). Fechamos a edição com uma reportagem sobre a tragédia evitada no Porto de São Francisco do Sul (SC) por um prático que atracou um comboio em chamas. Boa leitura!

In this edition, Rumos Práticos begins a series of articles about the Brazilian pilot stations, starting with PZ-1, the world’s largest with 1,300 nautical miles crossing the states of Amapá, Pará and Amazonas. To better understand the reality of this vast expanse, Rumos Práticos visited the region to see for itself the pilot station’s operations center and accompany ship handling through the new North Channel of the Amazon River. The visit was made before the start of quarantine imposed by the new coronavirus pandemic. By the way, in one of the edition’s articles we show what the Brazilian pilotage has been doing to continue operating normally during the Covid-19 crisis. The profession is also no stranger to solidarity at this time, as you may read in the same article. This number 55 also tells you about the takeover of the new directorate of the Brazilian Maritime Pilots’ Association in Brasilia, and how the Rio de Janeiro pilot station prevented an accident with the P-70 mega-platform in Niterói. And we must not forget the safety of pilots’ embarkation and disembarkation, after the death in New York of yet another colleague. The case led the International Maritime Pilots’ Association (IMPA) to send a letter to the International Maritime Organization (IMO). We close the edition with an article on the averted tragedy in the Port of São Francisco do Sul (Santa Catarina State) by a pilot who successfully berthed a convoy in flames. Good reading!


Conapra – Conselho Nacional de Praticagem Conapra – Brazilian Maritime Pilots’ Association Av. Rio Branco, 89/1502 – Centro – Rio de Janeiro – RJ – CEP 20040-004 Tel.: 55 (21) 2516-4479 conapra@conapra.org.br praticagemdobrasil.org.br diretor-presidente do Conapra e vice-presidente da IMPA director president of Conapra and vice-president of IMPA Ricardo Augusto Leite Falcão diretor vice-presidente director vice-president Otavio Augusto Fragoso Alves da Silva diretores directors Bruno Fonseca de Oliveira João Bosco de Brito Vasconcelos Marcos de Castro Alves

Rumos Práticos

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planejamento planning Otavio Fragoso/Flávia Pires/Katia Piranda edição editor Otavio Fragoso

Canais oficiais da praticagem abertos a colaborações

redação writer Rodrigo March (jornalista responsável) (journalist in charge) MTb/RJ 23.386

Official piloting service media open to contributions

revisão revision Maria Helena Torres Julia Grillo versão translation Elvyn Marshall projeto gráfico e design layout and design Katia Piranda pré-impressão/impressão pre-print/printing DVZ Impressões Gráficas capa cover foto/photo: Conapra

Paper produced from responsible sources As informações e opiniões veiculadas nesta publicação são de exclusiva responsabilidade de seus autores. Não exprimem, necessariamente, pontos de vista do Conapra. The information and opinions expressed in this publication are the sole responsibility of the authors and do not necessarily express Conapra’s viewpoint.

26 No Rio de Janeiro, outra manobra com semissubmersível In Rio de Janeiro, another maneuver with a semisubmersible


índice index

6 Os desafios na maior zona de praticagem do mundo Challenges in the world’s largest pilot station

14 Engajamento no combate à Covid-19 Engaging in the fight against Covid-19

Nova gestão do Conapra toma posse em Brasília New Conapra administration takes office in Brasilia

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Morte de prático em Nova York reativa alerta sobre escadas Pilot’s death in New York reactivates ladder warnings

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Prático em São Francisco do Sul atraca comboio em chamas A pilot in São Francisco do Sul berths a convoy in flames

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Os desafios na maior zona de praticagem do mundo Rumos Práticos visitou a ZP-1 e acompanhou um serviço de praticagem por 36 horas

Terminal de Trombetas Trombetas Terminal

Manaus

Terminais de Itacoatiara Itacoatiara Terminals

Terminal de Juruti Juruti Terminal

AMAZONAS

A partir desta edição, Rumos Práticos inicia uma série sobre as zonas de praticagem (ZPs) brasileiras, começando pela ZP-1, a maior do mundo, que se estende por 1.300 milhas náuticas, na Bacia Amazônica, em três estados: Pará, Amapá e Amazonas.

This edition of Rumos Práticos is the first in a series about Brazilian pilot stations (ZPs), starting with ZP-1, the world’s largest, which covers 1,300 nautical miles in the Amazon Basin over three states: Pará (PA), Amapá (AP) and Amazonas (AM).

Os 160 práticos lotados na ZP estão distribuídos em oito empresas de praticagem responsáveis pelo atendimento dos navios que demandam os portos ou terminais de Santana (AP), Munguba (PA), Santarém (PA), Trombetas (PA), Juruti (PA) e Itacoatiara (AM), no sentido de subida do rio (contra a corrente).

The 160 pilots allotted to the ZP are distributed in eight pilot companies responsible for attending ships that seek the ports or terminals of Santana (AP), Munguba (PA), Santarém (PA), Trombetas (PA), Juruti (PA) and Itacoatiara (AM), as they sail upriver (against the current).

As principais cargas transportadas são bauxita, soja, trigo, petróleo e derivados, contêineres e cimento. Por ano, cerca de dois mil serviços de praticagem são prestados na região, ecologicamente a mais sensível do mundo, onde, além da biodiversidade, as águas alimentam, matam a sede e garantem o sustento de ribeirinhos, pescadores e indígenas.

The main cargoes are bauxite, soy, wheat, petroleum and byproducts, containers and cement. Each year, around two thousand pilot services are provided in the region, ecologically the most sensitive in the world, where in addition to the biodiversity, the waters feed, quench the thirst and ensure the livelihood of the fishing, indigenous and riverside communities.

– Na Amazônia, os rios comandam a vida das pessoas – lembra o prático Ricardo Falcão, há mais de 20 anos atuando naquela zona de praticagem.

“In the Amazon, the rivers control people’s lives,” reminds pilot Ricardo Falcão, who has worked for more than 20 years in that pilot station.

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S


praticagem no Brasil pilotage in Brazil

AMAPÁ Barra Norte do Amazonas North Bar of the Amazon River

Macapá

Terminais de Munguba Munguba Terminals

Porto de Santana Santana Port

Estação de Fazendinha Fazendinha Station

Ponto de espera de prático Pilot boarding ground

Estação da ZP3 ZP3 station

Belém

Porto de Santarém Santarém Port

PA R Á

foto/photo : Conapra

Challenges in the world’s largest pilot station Rumos Práticos visited ZP-1 and accompanied a 36-hour pilot service NAVIO-TANQUE A CAMINHO DA BARRA NORTE

TANKER ON ITS WAY TO NORTH BARRA

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praticagem no Brasil pilotage in Brazil

A lotação é a maior entre as 21 ZPs brasileiras, porque o serviço requer, na maioria das vezes, a presença de dois práticos se revezando no passadiço do navio em navegações que podem se estender por até 72 horas, dependendo do trecho e da potência da embarcação. Além disso, devido à extensão da região e à dificuldade logística, a previsão mínima para uma praticagem conseguir levar um prático a bordo é de 24 horas.

Its capacity is the largest of the 21 Brazilian pilot stations, because most of the time the service calls for the presence of two pilots taking turns on the ship’s bridge in voyages that could take up to 72 hours, depending on the stretch of river and the vessel’s capacity. Moreover, due to the region’s size and logistic challenges, the minimum estimate for a pilot to arrive on the spot and board a vessel is 24 hours.

Por exemplo, para uma dupla de práticos em Macapá embarcar em Itacoatiara em um navio que vai descer o Rio Amazonas, é preciso pegar um voo para Belém, outro para Manaus e, depois, seguir de carro por quatro horas até a base operacional da praticagem – um deslocamento que pode chegar a 12 horas no total, considerando a pouca oferta da malha aérea.

For example, for a couple of pilots in Macapá to board a ship in Itacoatiara to sail down the Amazon River, they must take a plane to Belém, another to Manaus and then a four-hour journey by car to the pilot station’s operational base – a journey that could take a total of 12 hours, considering the limited air network.

Para dois práticos trazerem uma embarcação de Trombetas é ainda mais complicado. Eles precisariam tomar um avião para Belém, outro para Santarém e depois uma lancha que só sai uma vez por dia e demora seis horas até o terminal. Os mesmos práticos, porém, acabam juntando o serviço de ida e volta, abrigando-se em uma casa construída em terreno cedido pela mineradora que opera na área enquanto aguardam o carregamento do navio.

At the Juruti terminal, the pilot service has to adopt a similar procedure. But there a hotel is available for the pilots to wait for the loading. However, to reach the Munguba terminals on the Jari River, many fly from Macapá in small planes commonly called teco-teco. Others who prefer not to do that must endure up to eight hours of road in very poor conditions, and this in the dry season.

foto/photo : Conapra

No terminal de Juruti, a praticagem tem que adotar procedimento semelhante. Mas lá existe hotel para os práticos esperarem o carregamento. Já para alcançar os terminais de Munguba, no Rio Jari, muitos voam de Macapá em aviões de pequeno porte, popularmente chamados de teco-teco. Quem não gosta encara até oito horas de estrada em péssimas condições, isso no período da seca.

For two pilots to bring a vessel in from Trombetas it is even more complicated. They would have to fly to Belém, take another plane to Santarém and then a motorboat that only leaves once a day and takes six hours to reach the terminal. The same pilots, however, combine the return service, staying overnight in a house built on land leased by the mining company that operates in the area while they wait for the ship to be loaded.

PRÁTICO RICARDO FALCÃO NA BASE OPERACIONAL DE FAZENDINHA

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PILOT RICARDO FALCÃO AT FAZENDINHA OPERATIONS BASE


foto/photo : Conapra

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ENTARDECER NO RIO AMAZONAS, QUE BANHA A CIDADE DE MACAPÁ

– Não existe zona de praticagem com essa dificuldade logística. A mais próxima dessa realidade é a ZP-2 (Itacoatiara-Tabatinga) – observa o presidente de uma das empresas que atuam na ZP, Adonis dos Santos Passos Júnior, do Grupo Bacia Amazônica Práticos (BAP).

SUNSET OVER THE AMAZON RIVER, FLOWING BY THE CITY OF MACAPÁ

“No other pilot station has such logistic challenges. The closest to this reality would be ZP-2 (Itacoatiara-Tabatinga),” comments Adonis dos Santos Passos Junior, CEO of one of the companies operating in the ZP, in the Pilots’ Amazon Basin Group (BAP).

Além de uma base operacional em Itacoatiara, as empresas de praticagem dispõem de outra em Fazendinha, distrito de Macapá. E há ainda uma base coordenadora, em Belém, que distribui o serviço para os práticos que estão na escala de rodízio. Operações comuns às empresas são administradas por meio da Unipilot – Cooperativa de Apoio e Logística aos Práticos da ZP-1.

In addition to an operational base in Itacoatiara, the pilot companies have another one in Fazendinha, in the district of Macapá. And there is also a centralized base in Belém, which distributes the service to the pilots that are on the rotation schedule. Operations common to all the companies are run through the Unipilot, the ZP-1 Cooperative for the Pilots’ Support and Logistics.

Por causa do tempo para se chegar a bordo e das navegações, a escala de trabalho na ZP é de 15 dias, período em que o prático fica longe da família e dentro de navios, sem comunicação com os parentes na maior parte da viagem. Raramente, um candidato indica a ZP-1 como primeira opção no processo seletivo público a praticante de prático.

Because of the time taken to go onboard and the navigation, the ZP work schedule covers 15 days, time when the pilot is away from home and on ships with no communication with their families for most of the voyage. It is seldom that a candidate chooses ZP-1 as first option in the public selection process for the job as maritime pilot.

Outro desafio diz respeito às constantes mudanças no leito dos rios, acompanhadas por batimetria própria da praticagem. Bancos de areia se movimentam permanentemente. A carta náutica da região era da década de 1980 e foi, finalmente, renovada na primeira quinzena de março, após sondagem realizada há um ano. A situação provocava questionamentos de comandantes de embarcações, que perguntavam por que seu navio passaria por cima de um pedaço de terra, que, na verdade, já havia sumido pela ação do rio. Rumos Práticos apurou que, pelo menos dois desses trechos, continuam aparecendo como terra na nova carta náutica: a Ilha Igarapé-Açu, na entrada de Santarém, e parte da Ilha Santa Rita.

Another challenge is the constant change in the riverbeds, accompanied by the pilot service’s own bathymetry. Sandbanks are forever shifting. The regional nautical chart dates from the 1980s and was finally updated in the first fortnight of March this year, after a survey completed a year ago. This situation would cause ship captains to ask why their vessel would be sailing above a piece of land that had, in fact, already disappeared due to the action of the river. Rumos Práticos ascertained that at least two of these stretches still appear as land in the new nautical chart: Igarapé-Açu island at the entrance to Santarém, and part of Santa Rita island.

– O comandante precisa confiar no prático, que faz aquela navegação regularmente – diz Adonis dos Santos, oficial de náutica que trabalhou na Transpetro e foi instrutor do Ciaga durante 14 anos, antes de ser aprovado no processo seletivo de 2011.

“The captain needs to trust the pilot, who does the voyage regularly,” says Adonis dos Santos, a navigation officer who worked in Transpetro and was a Ciaga instructor for 14 years before being approved in the 2011 selection process. 9


foto/photo : Conapra

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ENTRADA DA BASE DA PRATICAGEM EM FAZENDINHA

O prático Castro Alves, da empresa Amazônia Serviços de Praticagem, aprovado na seleção de 2012, foi oficial da Marinha até se tornar fiscal da Receita, e já conhecia a região. Ele aponta mais dois desafios ao longo das 1.300 milhas. Um deles é a falta de meios adequados, como no Rio Jari, onde não há o auxílio de rebocadores para atracação e desatracação nos terminais. Até pouco tempo, isso acontecia também no terminal em Juruti. Na década de 1990, recorda, o Porto de Santana era de palafita. – Em alguns lugares, operamos quase no estado da arte. No Jari, usamos a corrente do rio para encostar e desatracar. Não há rebocadores. São manobras cheias de detalhes. O tráfego de embarcações apagadas, mal iluminadas ou desprovidas de instrumentos necessários é outra complicação, segundo Castro Alves:

ENTRANCE TO FAZENDINHA PILOTAGE BASE

Pilot Castro Alves, of the company Amazônia Serviços de Praticagem, approved in the 2012 selection, was a naval officer until he became a tax inspector, and already knew the region. He mentions two other challenges along the 1,300 miles. One of them is lack of proper means, such as, for example, on the River Jari where there is no help from tugs for mooring and unmooring at the terminals. Until recently, this was the same situation at the Juruti terminal. He recalls that in the 1990s the port of Santana was on stilts. “In some places, we operate almost in the state-of-the-art. In Jari, we use the river’s current to moor and unmoor. There are no tugs. The maneuvers are very detailed.” The traffic of vessels with little or no lighting or without necessary instruments is another complication, according to Castro Alves:

– Algumas têm até mesmo dificuldade de responder ao rádio. AIS (sistema eletrônico de identificação) poucas possuem. Volta e meia, um empurrador atravessa a nossa frente, e temos que agir com antecipação para evitar um acidente. Procuramos relatar todos os problemas à Marinha.

“Some find it hard even to use the radio. Few have an AIS (automatic identification system). Every so often a pusher (tugboat/barge) crosses our bow and we are forced to act fast to prevent an accident. We report all problems to the Brazilian Navy.”

O arco lamoso da barra norte

The muddy arc of the North Bar

O trecho mais crítico de navegação é o arco lamoso da barra norte do Rio Amazonas, que, apesar disso, não exige a assessoria de um prático a bordo. Entretanto, por segurança, armadores contratam o serviço para navios-tanque carregados e embarcações que transportam soja e milho com mais de 11,5 metros de calado. Após essa passagem, a praticagem é facultativa do Canal Grande do Curuá até Macapá, de onde passa a ser obrigatória até Itacoatiara.

The most critical stretch of navigation is the muddy arc of the North Bar of the Amazon River that, despite this, does not require the assistance of an onboard pilot. However, for safety’s sake, ship owners hire the service for loaded tankers and vessels carrying soybean and corn, with over 11.5 meters draft. After this crossing, the pilot service is optional from the Great Channel of Curuá to Macapá, when it then becomes mandatory until Itacoatiara.

Rumos Práticos acompanhou um serviço de praticagem em um navio-tanque que atravessou a barra norte até Macapá. O petroleiro, com 179,99 metros de comprimento e 32,2 metros de

Rumos Práticos accompanied a pilot service in a tanker that crossed the North Bar until Macapá. The oil tanker was 179.99 meters in length and 32.2 meters in breadth, with an 11.5-meter

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fotos/photos : Conapra

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À DIREITA NO RADAR, EMBARCAÇÕES PESQUEIRAS FISHING VESSELS ON RIGHT SIDE OF THE RADAR

ILHA IGARAPÉ-AÇU CONTINUA NA CARTA IGARAPÉ-AÇU ISLAND STILL THERE ON THE CHART

boca, tinha 11,5 metros de calado. Seu destino final era Manaus (AM), na ZP-2, onde as quase 40 mil toneladas de óleo cru carregadas no Porto de Suape (PE) seriam refinadas.

draft. Its final destination was Manaus (AM), in the ZP-2, where the almost 40,000 tones of crude oil loaded in the Suape Port in Pernambuco (PE) would be refined.

Os práticos da Praticagem do Amapá escalados para assessorar o comandante da embarcação foram Daniel Martinez, engenheiro civil também aprovado no último processo seletivo, em 2012, responsável por atualizar a carta náutica para os colegas com a batimetria da praticagem; e Ricardo Falcão, presidente do Conselho Nacional de Praticagem (Conapra).

The Amapá station pilots allocated to assist the vessel’s captain were civil engineer Daniel Martinez, also approved in the last selection process in 2012, responsible for updating the navigational chart for his colleagues using the pilot bathymetry service; and Ricardo Falcão, president of the Brazilian Maritime Pilots’ Association (Conapra).

Para embarcar no petroleiro, eles voaram de Macapá para Belém e depois viajaram de carro, durante três horas e meia, até o distrito de Vista Alegre, no nordeste do Pará, onde a Praticagem do Amapá compartilha da base operacional da ZP-3. Ao chegarem, foram informados de que o navio atrasaria para o encontro no ponto de espera de prático, no Espadarte, previsto para meia-noite.

To board the tanker they flew from Macapá to Belém and then traveled by car for three and a half hours to the district of Vista Alegre, in northeastern Pará, where the Amapá pilot station shares the operational base with ZP-3. On their arrival, they were informed that the ship was behind time to meet them at the pilot waiting point in Espadarte, expected for midnight.

Com isso, a viagem até Macapá que duraria 24 horas passou a 36 horas, pois se perderia a primeira maré cheia para atravessar o arco lamoso da barra norte, trecho de 20 milhas que requer navegação de extrema precisão para a embarcação não tocar o fundo. À 1h40m, após uma hora de lancha, os práticos embarcaram, finalmente, em alto-mar, pela escada de quebra-peito.

Consequently, the voyage to Macapá that would have taken 24 hours would now take 36 hours, since they would miss the first high tide to cross the muddy arc of the North Bar, a 20-mile stretch that requires extremely accurate navigation for the vessel not to touch the seabed. At 1:40 a.m., after an hour by motorboat, at last the pilots boarded in the open sea using the Jacob’s ladder.

Até a barra norte, foram 150 milhas de navegação (240 quilômetros). A passagem no arco lamoso ocorreu, durante a madrugada, pelo novo canal divulgado dias antes na carta náutica, mais ao sul, que é até 80 centímetros mais profundo.

There were 150 nautical miles (240 kilometers) until they reached the North Bar. The passage through the muddy arc was made in the early hours through the new channel announced days before in the navigation chart, further to the South and up to 80 centimeters deeper.

Foi uma travessia em baixa velocidade, monitorando-se o tempo todo a folga de um metro abaixo da quilha, exigida para petroleiros. Além dos dois práticos, estavam no passadiço comandante, imediato, oficial de náutica, timoneiro e um marinheiro que vigiava o tráfego a bombordo. Do outro lado, no canal antigo, nove embarcações pesqueiras dificultavam a passagem.

It was a slow-running crossing, as they were continuously monitoring the one-meter space below the keel required for oil tankers. In addition to the two pilots, also on the bridge were the captain, first mate, navigation officer, steersman and a sailor who was keeping an eye on the port side traffic. On the other side, in the old channel nine fishing boats were hindering the passage. 11


fotos/photos: Conapra

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PRÁTICOS MARTINEZ E FALCÃO EM ATIVIDADE DURANTE O SERVIÇO

Neste sentido, subindo o Amazonas, é necessário aguardar maré de 3,8 metros para a passagem de uma embarcação com 11,7 metros de calado. No dia da travessia, a preamar era de 3,61 metros, mas o calado, de 11,5 metros. No sentido oposto, descendo o rio, precisa-se de duas marés de 3,8 metros para o calado de 11,7 metros. A praticagem tem sua própria tábua de marés para

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PILOTS MARTINEZ AND FALCÃO ON DUTY DURING THE SERVICE

In this direction, that is, sailing up the Amazon, it is necessary to wait for a 3.8-meter tide for the passage of a vessel with 11.7meter draft. On the day of the crossing, the high tide was 3.61 meters and the draft 11.5 meters. In the other direction, sailing down the river, two 3.8-meter tides for the 11.7-meter draft are necessary. The pilot service has its own tide table for


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consulta, pois instalou um marégrafo na região. Há dias em que a preamar pode atingir os 4,7 metros. Segundo Ricardo Falcão, o novo canal demonstrou ser uma realidade já nessa primeira passagem, com boa folga abaixo da quilha mesmo em maré que não era das maiores:

Ricardo Falcão mentioned that the new channel proved to be a reality immediately on this first passage, with good space below the keel even with a not too high tide: “We still have a lot to gain. We can even consider drafts of more than 12 meters in the future. This was just the first passage through the channel and it was an extremely safe operation. It shows that our bathymetries and tide table are giving us the results we expect: increasing the size of incoming ships, permitted draft and productivity in the region in complete safety. Each centimeter we gain is another five trucks on board. The North has got all it takes to become a port hub.”

fotos/photos : Conapra

– Ainda temos muito a ganhar. Já dá para se pensar em calados com mais de 12 metros no futuro. Foi apenas a primeira passagem pelo canal, uma operação extremamente segura. Isso mostra que as nossas batimetrias e tábua de marés estão produzindo os resultados que desejamos: aumentar o tamanho dos navios recebidos, o calado permitido e a produtividade na região com total segurança. Cada centímetro que ganhamos são mais cinco caminhões a bordo. O Norte tem tudo para se tornar um hub portuário.

consultation, since it has installed a tidal gauge (marigraph) in the region. On some days the high tide may even reach 4.7 meters.

A IMENSIDÃO DO RIO AMAZONAS VISTA DO PASSADIÇO

THE VAST AMAZON RIVER SEEN FROM THE BRIDGE

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Engajamento no combate à Covid-19 Atividade adota normas de proteção e promove ações sociais Os práticos não estão na linha de frente do combate ao novo coronavírus, como os profissionais de saúde, nem às vistas da população, a exemplo dos agentes de segurança, mas são tão essenciais quanto eles, conforme garante lei federal no Brasil. Portanto, mesmo diante do perigo – já que embarcações chegam a todo momento com tripulações de diferentes partes do mundo –, a atividade não pode parar. Para isso, a Praticagem do Brasil tem adotado as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a fim de evitar o contágio e a transmissão da doença. Não havendo relato de casos suspeitos a bordo, basta aos práticos o uso de máscara cirúrgica. Se houver, além da máscara, eles são orientados a usar óculos de proteção, luvas e avental. Este último, eventualmente, devido a sua indisponibilidade no mercado, pode ser substituído por macacão. Para reforçar sua preocupação com os embarques, o Conselho Nacional de Praticagem (Conapra) enviou carta à Anvisa, ao Ministério da Saúde e à Diretoria de Portos e Costas da Marinha do Brasil, solicitando que informem às praticagens as escalas da embarcação nos 30 dias que antecedem sua chegada ao porto; se houve troca de tripulantes no período; se foi negado o Certificado de Livre Prática da Anvisa antes de sua entrada ou atracação no porto, os motivos da recusa e os detalhes nos casos ligados à suspeita de Covid-19. O documento pede ainda uma inspeção prévia da Anvisa se tripulantes com quadro da doença não puderem ser mantidos em isolamento ou se for necessário contato do prático com eles durante o serviço. Também fazem parte das ações de combate à propagação do vírus a higienização das lanchas que levam os práticos aos navios e a utilização de equipamentos de uso individual (EPIs) pelos tripulantes dessa embarcação, assim como pelos operadores das bases da praticagem (atalaias). Um problema, contudo, se evidenciou antes mesmo do acesso dos práticos às lanchas: a restrição de circulação de pessoas em terra. Em alguns lugares, agentes de segurança bloquearam passagens, sobretudos estradas, também numa tentativa de conter a pandemia. Para liberar a passagem dos profissionais, o Conapra precisou emitir uma certidão para todos os 635 práticos brasileiros. No Norte do país, porém, esses deslocamentos são mais longos e incluem rotas aéreas, prejudicadas pela redução dos voos. Para solucionar essa questão, o Conapra enviou carta também ao Ministério da Infraestrutura: 14

Engaging in the fight against Covid-19 The profession takes onboard protection regulations and promotes social actions The pilots are not in the frontline against the new coronavirus, like health workers are, nor are they seen by the population, as are security officers, but are just as essential, as assured by Brazilian federal law. Therefore, even considering the risk – since vessels are continuously arriving with crews from all around the world –, the profession cannot stop. In this regard, the Brazilian pilot service has adopted the National Health Surveillance Agency (Anvisa) recommendations in order to prevent infection and transmission of the virus. When there is no report of suspected cases onboard, it is enough for the pilots to wear a surgical mask. If there are cases, they are instructed not only to wear the mask but also goggles, gloves and an apron. Given the market unavailability of this last item, it may be substituted by overalls. To reinforce its concern regarding the vessels, the Brazilian Maritime Pilots’ Association (Conapra) sent a letter to Anvisa, the Health Ministry and the Directorate of Ports and Coasts of the Brazilian Navy, requesting them to provide information to the pilot stations about the ports of call 30 days prior to arrival; if there was any change of crew in that period; or, if the Anvisa Free Circulation Certificate had been refused before the ship’s entry or mooring in the port, it requests them to provide the reasons for refusal and details in cases linked to suspected Covid-19. The document also requests prior inspection by Anvisa should crewmembers with symptoms of the virus be unable to stay in isolation or to have necessary contact between them and the pilot during the service. Other actions against the spread of the virus include sanitization of the motorboats taking pilots to the ships and the wearing of personal protective equipment (PPE) by the vessel’s crew, as well as by the operators of the pilot stations (lookout points). One problem, however, has risen, even before the pilots reach the motorboats: the restricted movement of people onshore. In some places, security officers have blocked routes, especially roads, also in an attempt to contain the pandemic. To free the pilots’ journey, Conapra has had to issue an authorization to each of the 635 Brazilian pilots.


fotos/photos : Praticagem do Brasil

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fotos/photos : Praticagem do Brasil

praticagem no Brasil pilotage in Brazil

"A região de operação da Praticagem na Bacia Amazônica Oriental tem dimensões continentais e é, de longe, a maior do planeta. É impossível, diante da precária infraestrutura rodoviária ali existente, prestar atendimento aos navios sem que utilizemos o transporte aéreo", justifica um trecho do documento, informando que, para minimizar o problema, foram adotadas medidas internas, como a utilização mais frequente de aviões de pequeno porte e do transporte fluvial. Solidariedade Certa de que a união de esforços pode contribuir no combate à disseminação do novo coronavírus, a Praticagem do Brasil se engajou em ações de cidadania. Na Bahia, o Sindicato dos Práticos do Estado (Sindiprat) doou dinheiro e materiais para as Obras Sociais Irmã Dulce, o Hospital das Clínicas e o Hospital Naval de Salvador. Assim, ajudou profissionais de saúde a realizar seu trabalho de maneira mais segura e eficaz. Entre os itens doados incluem-se máquina para confeccionar máscaras cirúrgicas, equipamentos de proteção individual (EPIs), aparelhos de ar-condicionado e outros materiais para equipar ambulatórios e UTIs. Também no Nordeste, a empresa Pernambuco Pilots fez a doação de um sistema de vácuo para o Hospital Naval de Recife, habilitando a unidade a tratar pacientes com a Covid-19. No Norte, a Unipilot – cooperativa que administra operações comuns a empresas de praticagem na Amazônia – atuou em três frentes: no Amapá, doou equipamentos de proteção individual para o Corpo de Bombeiros, a Polícia Militar, o Instituto de Administração Penal e quatro unidades de saúde, além de cestas básicas. No estado do Amazonas, forneceu EPIs e álcool gel para o Hospital Regional José Mendes, em Itacoatiara. E, no Pará, beneficiou o Hospital Regional de Santarém com a doação de um aparelho de raios-X transportável e uma unidade digitalizadora. Já no Sul, a Praticagem do Rio Grande (RS) contribuiu com 1.700 macacões para enfermeiros e médicos do Hospital Universitário, além de centenas de equipamentos e itens hospitalares – entre eles camas, recargas de oxigênio, máscaras e medicamentos – para a Policlínica Naval. 16

In North Brazil, however, these journeys are longer and include air routes, hampered by the reduced number of flights. In order to settle this matter, Conapra also sent a letter to the Ministry of Infrastructure: "The operating region of the pilot service in the Eastern Amazon Basin is continental in scale and by far the largest on the planet. It is impossible, considering its existing precarious road infrastructure, to attend the ships without air travel", justifies part of the document, informing that, in order to minimize the problem, internal measures have been adopted, namely the more frequent use of small planes and river transport. Solidarity Brazil’s pilot service, in the assurance that joint efforts are able to contribute against the spread of the new coronavirus, has engaged in acts of citizenship. In Bahia, the State Maritime Pilots’ Union (Sindiprat) donated money and materials to the Sister Dulce Social Works (Obras Sociais Irmã Dulce), the Hospital of Clinics and the Salvador Naval Hospital. Its action has helped health workers to do their job in a safer and more efficient way. Some of the donated items were a machine to make surgical masks; personal protective equipment (PPE); air conditioners and other material to equip outpatient departments and ICUs. Also in the Northeast, the company Pernambuco Pilots donated a vacuum system to the Recife Naval Hospital, enabling the unit to care for Covid-19 patients. In the North, Unipilot – the cooperative that runs operations for pilotage companies in the Amazon – worked on three fronts: in Amapá, it donated personal protective equipment to the Fire Department, Military Police, Criminal Administration Institute and four health clinics, as well as basic food baskets. In Amazonas state, it supplied PPE and alcohol gel to the José Mendes Regional Hospital in Itacoatiara. And in Pará, it helped the Santarém Regional Hospital by donating a portable X-ray apparatus and digital unit. Also in South Brazil, the Rio Grande Pilot Service (RS) provided 1,700 overalls to nurses and doctors in the University Hospital, plus hundreds of equipment and hospital items – such as beds, oxygen refills, masks and medication – for the Naval Polyclinic.


comunicação communication

Canais oficiais da praticagem abertos a colaborações Official piloting service media Uma centena de imagens e vídeos foi enviada durante a pandemia

Durante a crise do coronavírus, os canais de comunicação da Praticagem do Brasil, mantidos pelo Conselho Nacional de Praticagem (Conapra), receberam uma centena de contribuições de imagens e vídeos de práticos, tripulantes das lanchas e operadores de atalaias em todo o país. Esse material foi aproveitado na produção de conteúdo para as redes sociais, reforçando a mensagem sobre a importância do serviço na vida das pessoas. – A crise fez a sociedade perceber um pouco mais o quanto nossa atividade é essencial e acabou incentivando a praticagem a contribuir com os nossos canais. Mas é fundamental que todos continuem colaborando para trabalharmos nossa imagem regularmente. Precisamos mostrar o que fazemos a bordo e traduzir o que isso significa para o público, como praias limpas, turismo valorizado, portos funcionando, lares abastecidos etc. – ressalta o presidente do Conapra, prático Ricardo Falcão. Desde maio de 2019, a gestão das mídias sociais foi profissionalizada, e conteúdos exclusivos passaram a ser publicados regularmente. Em setembro, o perfil no Facebook foi substituído por página, que oferece recursos como métricas de resultados e impulsionamento das publicações, permitindo adequá-las à audiência e ampliar seu alcance. Além disso, foi adotada a identidade de Praticagem do Brasil em todos os canais, facilitando a identificação pelo público. O número de seguidores no Twitter cresceu 10% desde a profissionalização dos canais, passando de quatro mil. A quantidade de visualizações de conteúdos na rede cresceu 25% em março, e a de visitas ao perfil, 93%. Já no Facebook, o número de seguidores da página aumentou 18%, superando oito mil. A quantidade de pessoas alcançadas pelas publicações subiu 162% em março, e o engajamento com essas publicações (reações, comentários, compartilhamentos e cliques), 109%.

open to contributions

A hundred images and videos were sent during the pandemic During the coronavirus pandemic, the communication channels of the Brazilian piloting service, run by the Brazilian Maritime Pilots’ Association (Conapra), received a hundred posts of images and videos from pilots, pilot boat crewmembers and watch tower operators throughout the country. This material was used to produce social media content, reinforcing the message of the importance of this service in people’s lives. “The crisis has made society realize a little more how our profession is vital and has now encouraged the pilot service to contribute to our channels. But it is fundamental that we all continue to collaborate toward regularly working for our image. We need to show what we do on board and translate what it means to the public, such as clean beaches, valued tourism, ports in operation, homes supplied, and so on,” stresses Conapra president, pilot Ricardo Falcão. In May 2019 the management of the social media was professionalized, and since then exclusive content has been published regularly. In September, the Facebook profile was substituted by a Facebook page, which offers resources such as result metrics and boosting the publications, enabling us to adapt them to our audience and widen their reach. Furthermore, every channel adopted the identity of the Brazilian Piloting Service [Praticagem do Brasil], making it easier for the public to identify us. The number of followers on Twitter has had a 10% increase since the channels were professionalized, and are now over 4,000. The number of content viewings on the network rose 25% in March, and visits to the profile 93%. On Facebook, the number of followers increased 18% and is now over 8,000. The quantity of people reached by the publications rose 162% in March and engagement with those publications (feedback, comments, sharing and clicks) was up 109%.

Em março, foi criada a conta da Praticagem do Brasil no Instagram. Em menos de um mês, houve a atração de mil seguidores.

In March the Instagram account for the Brazilian Piloting Service was created. In less than a month, it had attracted a thousand followers.

O trabalho exige também a interação com o público nessas mídias, por meio de respostas a comentários deixados nas postagens ou a mensagens enviadas diretamente ao canal. Essa é, aliás, uma das maneiras de a praticagem enviar seu material. A outra é procurar o Conapra diretamente.

The work also requires interaction with the public in these media, through answers to comments left in posts or messages sent directly to the channel. In fact, this is one of the methods through which the piloting service sends its material. The other is to contact Conapra directly. 17


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Nova gestão do Conapra toma posse em Brasília foto/photo: Javier Rotuno

Presidente eleito anuncia metas, como aproximar a praticagem da sociedade

Trabalhar para que a sociedade conheça a importância do serviço de praticagem para o país é um dos propósitos do prático da Amazônia Ricardo Falcão, que tomou posse no dia 6 de fevereiro do cargo de presidente do Conselho Nacional de Praticagem (Conapra). A solenidade, que ocorreu no Clube Naval de Brasília, na presença de diversas autoridades em nível federal, nomeou ainda a nova diretoria e o Conselho Fiscal do Conapra. No discurso que abriu sua terceira gestão à frente da entidade – as outras duas foram em 2011-2012 e 2013-2014 –, Falcão fez um relato simples e direto do impacto que a atividade exercida pelos práticos tem no dia a dia das pessoas e na economia do país. 18

Working to convey to society the importance of the pilots’ service for the country is one of the proposals of the Amazon pilot Ricardo Falcão, who took office on February 6 th this year as president of the Brazilian Maritime Pilots’ Association (Conapra). The ceremony in the Brasilia Naval Club, attended by various federal authorities, also appointed the new Conapra Executive Board and Audit Council. In the opening speech for his third term of office at the head of the Association – the other two were in 2011-2012 and 2013-2014 –, Falcão gave a simple and direct account of the impact that the pilots’ profession has on the everyday life of the country’s people and economy.


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New Conapra administration takes office in Brasilia

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President-elect announces goals, such as bringing pilot services closer to society

– Se a praia está limpa, a praticagem é parte desse sucesso. Se colônias de pescadores, ribeirinhos e comunidades indígenas bebem a água de nossos rios, pescam os seus sustentos e têm preservadas as águas que irrigam a mata atlântica, os manguezais e os açaizais, é porque há mais de 200 anos estamos presentes, garantindo que assim permaneça: acidente zero! Se a nossa economia flui por meio do transporte marítimo e fluvial, que carrega cerca de 94% da nossa balança comercial, permitindo as trocas comerciais de exportadores e importadores e ainda que regiões econômicas floresçam, isso significa que o serviço essencial da praticagem é bem executado – listou Falcão, que também é vice-presidente da Associação Internacional de Práticos Marítimos (IMPA).

“If the beach is clean, the pilots are a part of this success. If fishermen colonies, riverside dwellers and indigenous communities drink water from our rivers, where they find their livelihood and have preserved the water that irrigates the Atlantic rainforest, mangroves and acai plantations, it is because we have been there for more than 200 years, guaranteeing that it stays like that: zero accidents! If our economy flows via maritime and river transportation, carrying around 94% of our trade balance, enabling trade between exporters and importers and also economic regions to flourish, this means that the pilots’ essential service is well done,” listed Falcão, who is also vice-president of the International Maritime Pilots’ Association (IMPA). 19


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IMPRENSA COMPARECEU AO EVENTO

THE PRESS ATTENDED THE EVENT

Falcão reforçou ainda o seu posicionamento em defesa do atual modelo de regulação da atividade, em que os práticos obedecem a uma escala de rodízio única, impedindo que o armador escolha quem vai atendê-lo. Ele enfatizou que é preciso lembrar aos encarregados das atividades aquaviárias que praticagem obrigatória significa controle do Estado sobre a segurança da navegação e que a principal responsabilidade de um prático é proteger o interesse público. – A maneira mais efetiva de assegurar que práticos não sejam indevidamente afetados por pressões econômicas é garantir que operem em um sistema regulatório em que não sejam forçados a competir entre si. Se um prático tem que competir com outro por causa de uma manobra e o seu sustento depende de agir não em prol do interesse público, mas do interesse de quem o selecionará para a faina, a segurança da navegação será certamente relegada a um segundo plano. Vimos isso em outros países. O desempenho de excelência da praticagem no Brasil também foi pontuado no discurso de Falcão, ao enfatizar que, apesar de ainda ter infraestrutura aquém das nações a que é comparado, o país tem quase zero acidente nas mais de 70 mil manobras executadas anualmente em seus mares e rios. – Segundo estatísticas internacionais, operamos com 99,9998% de manobras sem intercorrências – informa Falcão. – Mas, quando percebemos o que foi falado em todos os ataques que sofremos na última década, não há como não nos sentir confiantes de que estamos buscando objetivos importantes para o nosso país. Sejam quais forem as pontuais sugestões de melhorias que recebemos, nunca há citações a problemas de organização, mas sempre exaltações à qualidade técnica, à excelência do atendimento, à disponibilidade ininterrupta do serviço, à ausência de greves e ao já comentado baixíssimo índice de acidentes. E manter esse cenário, no mínimo no mesmo patamar, é meta dessa gestão. Tanto que, em seu discurso de posse, Falcão reiterou, por mais de uma vez, a preocupação com empresas que visam apenas ao lucro, que não atentam para a total segurança na navegação, sobretudo em referência a questões ambientais: 20

PRESIDENTE RICARDO FALCÃO EM SEU DISCURSO PRESIDENT RICARDO FALCÃO IN HIS SPEECH

Falcão also emphasized his position on defending the current regulation model of the profession, in which the pilots obey a single turnover scale, preventing the ship owner to choose who will be in attendance. He stressed that it is necessary to remind those in charge of the waterway activities that mandatory pilot services mean State control over navigation safety and that a pilot’s main responsibility is to protect the public interest. “The most effective way to guarantee that pilots are not unduly affected by economic pressures is to ensure that they operate in a regulatory system where they are not forced to compete among themselves. If a pilot has to compete with another because of a maneuver and his livelihood depends on not acting in favor of the public interest but of the interest of whoever selects him for the job, navigation safety would certainly be relegated to a second plane. We have seen this in other countries.” The excellent performance of pilots in Brazil was also mentioned in Falcão’s speech, when he emphasized that, although its infrastructure falls short of the nations to which it is compared, the country has almost zero accidents in the more than 70,000 maneuvers performed annually in its rivers and sea. “According to international statistics, we operate with 99.9998% of maneuvers without incidents,” informs Falcão. “But, when we realize what has been said in all the attacks we have suffered in the last decade, we can only feel proud that we are pursuing major goals for our country. Whatever the specific suggestions of improvements we receive, there are never references to problems of organization, but always praise for the technical quality, excellence of service, ongoing availability of the service, no strikes and the aforementioned extremely low accident rate.” And to continue with this scenario – at least at the same level – is a goal of this administration. So much so that in his inaugural speech, Falcão reiterated more than once the concern with companies that only seek profits, which do not observe complete safety in navigation, especially with regard to environmental issues:


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– Faz parte do jogo no qual os objetivos comerciais de empresas lhes dão coragem para requerer, por exemplo, que sejam concedidas isenções de praticagem para seus navios, incluídos os de grandes dimensões! O nome do jogo, nesses casos é: lucro privado, prejuízo socializado. Assemelha-se ao que aconteceu em Mariana e Brumadinho... Anos de lucros, ação subindo e distribuição de dividendos, mas... E agora, José? Com mortes, destruição e prejuízos enormes, existe hoje alguém defendendo novas barragens a ser construídas como aquelas? E se houve a segunda, foi porque o alerta da primeira não foi suficiente. Em 2019, uma empresa fez uma solicitação à Marinha do Brasil para navegar sem práticos a bordo em trecho obrigatório dos rios Amazonas e Trombetas. O risco da navegação sem assessoria da praticagem, entretanto, está presente até em trechos em que a presença do prático é facultativa. Um exemplo recente de acidente em águas brasileiras é o do navio do tipo Valemax, contratado pela Vale, que precisou ser encalhado no litoral do Maranhão após sofrer uma avaria na proa. Operada por uma empresa sul-coreana, a embarcação – que navegava numa área em que o serviço de praticagem é facultativo – estava a caminho da China, carregada com 294.871 toneladas de minério de ferro, 3.500 toneladas de óleo residual e 140 toneladas de destilado.

“It’s part of the game where corporate trade objectives give them courage to request, for example, that pilot exemptions be granted for their ships, including the large vessels! The name of the game, in such cases, is: private profit, socialized loss. It is similar to what happened in Mariana and Brumadinho... Years of profits, share increase and distribution of dividends, but... Now what? With deaths, destruction and huge losses, is there anyone today advocating new dams to be built like those ones? And if it happened to the second one, it’s because the first was not a sufficient warning. In 2019, a company applied to the Brazilian Navy to navigate without pilots on board along a mandatory stretch of the Amazon and Trombetas rivers. The risk of navigation without pilot assistance, however, is present even in stretches where the pilot’s presence is optional. A recent example of an accident in Brazilian waters is that of the Valemax ship, contracted by Vale, which ran aground on the Maranhão coast after its prow was damaged. Operated by a South Korean company, the vessel – which was sailing in an area where the pilot service is optional – was on its way to China, laden with 294,871 tons of iron ore, 3,500 tons of residual oil and 140 tons of distillate.” Even before this episode, Falcão had said on the day of his inauguration:

Antes mesmo desse episódio, Falcão dissera no dia de sua posse: – Se abrandarmos ou tornarmos mais elásticas as travas de segurança como querem, não poderemos reclamar que acidentes voltaram a acontecer, que tragédias atingiram nossa sociedade. O acidente do Exxon Valdez, no Alasca, aconteceu por isenção de praticagem em 1989. E até hoje ainda se encontra óleo cru no gelo. Morreram 22 orcas, 2.800 lontras, 300 focas e 350 mil pássaros! Simplesmente porque o comandante não contava com a assessoria de um prático. Aprenderemos com o exemplo dos outros ou vamos tentar as nossas experiências por aqui? Uma das novidades na cerimônia de posse da diretoria do Conapra foi a nomeação de um vice-presidente. O eleito para a missão foi o prático do Rio de Janeiro Otavio Fragoso. Ele explicou que, além de assumir as funções antes exercidas pelo diretor institucional, dividirá outras com o presidente. – Nós sentimos necessidade de modificar isso porque são muitas as ações que o presidente é obrigado a cumprir. O tempo não dava para uma pessoa só, então vamos ter que dividir algumas funções – explicou Fragoso, no dia da posse. – Acredito que será uma parceria de sucesso. Parceria, aliás, é a palavra que traduz o sentimento de novos e antigos gestores do Conapra. Desde 2015 exercendo o cargo de presidente, o prático de Paranaguá Gustavo Martins passou o bastão para Falcão com a promessa de apoio irrestrito à recémempossada diretoria e com o orgulho de ter cumprido metas a que se propôs. Ele destacou sua defesa pela autonomia da atividade e frisou que, apesar das queixas sobre o preço do serviço, é possível

“If we mitigate or loosen the safety locks, as they would like, we will be unable to complain when accidents happen, or when tragedies impact our society. The accident of the Exxon Valdez in Alaska in 1989 occurred as a result of pilot exemption. And until this day, crude oil is still found in the ice. It caused the death of 22 orcas, 2,800 otters, 300 seals and 350,00 birds! Just because the captain did not rely on a pilot’s assistance. Will we learn from the others’ example or are we going to test our own experiences?” One of the new features in the induction ceremony of the Conapra board was the appointment of a vice-president. The Rio de Janeiro pilot Otavio Fragoso was elected for the mission. He explained that he is going to take over the role once held by the institutional director and also share duties with the president. “We feel the need to modify this because the president is obligated to take many actions. There is not enough time for only one person, so we will have to share some duties,” explained Fragoso, on the day of the ceremony. “I believe that it will be a successful partnership.” Partnership, in fact, is the word that translates the impression of new and old directors of Conapra. Since 2015 as president, the Paranaguá pilot Gustavo Martins has now handed over to Falcão with the promise of unlimited support to the newly installed board and is proud to have met the set targets. He emphasized his defense for autonomy of the profession and stressed that, despite the complaints about the price of the service, it is possible to state that today 97% of port traffic in Brazil is provided by agreements signed with the pilot agencies. 21


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FALCÃO E/AND GUSTAVO MARTINS

afirmar que hoje 97% dos movimentos portuários no Brasil são atendidos por acordos firmados com as entidades de praticagem. Entre outros avanços, Gustavo citou a presença do Conapra em fóruns, audiências e reuniões para esclarecer a comunidade sobre a atividade; a contribuição dos práticos no desenvolvimento de projetos, reconhecida na participação expressiva dos profissionais em simulações de manobras realizadas pela Universidade de São Paulo (USP); as inovações no Curso de Atualização para Práticos (ATPR), de caráter obrigatório, que iniciou o seu quarto ciclo; a realização de seminários em áreas fundamentais para o desempenho da atividade, como Gestão de Riscos e Hidrografia; os estudos em andamento dos riscos relacionados às operações de acessos náuticos, também em parceria com a USP; o lançamento do Curso de Conhecimentos Náuticos para os operadores das estações de praticagem; os investimentos para aumentar a segurança no embarque e desembarque de práticos nos navios; e o apoio ao fortalecimento da mentalidade marítima no país. Passado seu legado para a nova diretoria do Conapra, Gustavo se dedica agora à Federação Nacional dos Práticos, a qual assumiu em janeiro: – Continuarei o trabalho de implantar a estrutura sindical nas zonas de praticagem, de forma que todos estejam representados e possamos pensar num futuro próximo na regulamentação da profissão, hoje regulada somente no âmbito da Autoridade Marítima. Também tomaram posse de seus cargos no dia 6 de fevereiro em Brasília o diretor financeiro Castro Alves; o diretor administrativo João Bosco; e o diretor técnico Bruno Fonseca; assim como os membros do Conselho Fiscal, práticos Claudio Queiroz, Igor Sanderson e Ivan Ricci. O diretor de Portos e Costas da Marinha do Brasil, vice-almirante Roberto Gondim Carneiro da Cunha – que na cerimônia representou o comandante da instituição, almirante de esquadra Ilques Barbosa Junior –, falou a respeito da relação sempre franca e amiga que o 22

Among other examples of progress, Martins mentioned the presence of Conapra in forums, sessions and meetings to inform the community about the profession; the pilots’ contribution to project development, acknowledged in the pilots’ important participation in simulated maneuvers by the University of São Paulo (USP); innovations in the mandatory Pilots’ Refresher Course (ATPR), which has begun its fourth cycle; holding seminars in basic areas for the performance of the profession, such as risk management and hydrography; studies in progress of risks related to nautical access operations, also in partnership with USP; the launch of the Navigational Skills course for pilot station operators; investments to increase safety of the pilots when boarding and disembarking; and support in strengthening the country’s maritime mentality. Having passed on his legacy to the new Conapra board, Martins is now dedicated to the National Pilots’ Federation, which he took on in January: “I will continue to work implementing the union structure in the pilot zones, so that everyone is represented and we can think in the near future of regulating the profession, today only maintained under Maritime Authority rules.” The following also took up their positions on February 6th in Brasilia: finance director Castro Alves; administrative director João Bosco; technical director Bruno Fonseca; as well as the members of the Audit Committee, pilots Claudio Queiroz, Igor Sanderson and Ivan Ricci. The director of Ports and Coasts of the Brazilian Navy, vice-admiral Roberto Gondim Carneiro da Cunha, who in the ceremony represented the institution’s commander, spoke about the ongoing frank and friendly relationship between Conapra and the directorate, responsible for regulating the service within the Maritime Authority: “I have known commander Gustavo Martins for many years, since Naval College, and we’ve always had a very calm, easy relationship. And I’m sure it will also be the best possible relationship with pilot Ricardo Falcão. We are already in close touch, have met at various events and he is a brilliant professional,” the viceadmiral stated. He also commented on the extremely low accident rate in the profession: “The pilots’ technical capacity is excellent: it has never been tested.” Ricardo Villas Boas Cueva, minister of the High Court of Justice, underscored the leading role of pilots in the development of international maritime trade, which is the “major source of the flow of Brazilian exports". “The pilots continue on the long permanent technological evolution that proves to be essential for the smooth running of maritime trade. So it is important for the players in the legal world to be paying this tribute to them,” the magistrate said.


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Conapra mantém com a diretoria, responsável por regulamentar o serviço no âmbito da Autoridade Marítima: – O comandante Gustavo já conheço de longa data, desde a Escola Naval, e tivemos um relacionamento muito fácil e tranquilo. E com o prático Ricardo Falcão também tenho certeza de que será da melhor forma possível. Já tenho um contato grande com ele, nos encontramos em diversos eventos e é um profissional brilhante – afirmou o vice-almirante, que comentou ainda o baixíssimo índice de acidentes na atividade. – A capacidade técnica da praticagem é excelente; nunca é colocada à prova. Ministro do Superior Tribunal de Justiça, Ricardo Villas Bôas Cueva destacou o papel fundamental da praticagem no desenvolvimento do comércio marítimo internacional, que é a "grande fonte de escoamento das exportações brasileiras". – Os práticos continuam a longa e permanente evolução tecnológica que se mostra indispensável para que o comércio marítimo ocorra sem sobressaltos. Então é importante que os atores do mundo jurídico estejam prestando essa homenagem a eles – disse o magistrado. A qualidade do serviço também foi elogiada pelo diretor-geral anterior da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Mário Povia: – Tenho um profundo respeito pela excelência do trabalho da Praticagem, reconhecido no Brasil inteiro pelo zelo não só pela carga, mas pela segurança da navegação, pela proteção de vidas humanas e da infraestrutura do Brasil. De acordo com Povia, o momento é oportuno para explicar ao Ministério da Economia o que é o serviço de praticagem e o que ele faz Brasil afora.

Mario Povia, former director-general of the National Waterway Transportation Agency (Antaq) also praised the quality of the service: “I deeply respect this excellence of the pilots’ work, recognized throughout Brazil for the diligence not only with regard to cargo but also navigation safety, protecting human lives and the infrastructure of Brazil.” According to Povia, it is now an auspicious moment to explain to the Ministry of the Economy what the pilot service is all about and what it does for Brazil. “Conapra has the right person to make a success of this agenda, including in Congress”, he commented, referring to Falcão. Deputy senator Josiel Alcolumbre (AP) represented his brother and president of the Senate, Davi Alcolumbre, acknowledging the status of pilot Gustavo Martins over the past few years at the head of Conapra and applauding the arrival of the new president, who is stationed in the piloting area that includes his state of Amapá. “Having Falcão as president of the Brazilian Maritime Pilots’ Association is more than an honor; it is the assurance that Brazilian port safety is in excellent hands.” Josiel Alcolumbre recalled that the Amapá Pilots’ Area is the largest in the world and needs to be more keenly scrutinized. During the inaugural ceremony, he announced that he had been informed a few days earlier by Admiral Ilques Barbosa Junior, Commander of the Brazilian Navy, about the draft increase in Barra Norte of the Amazon River, from 11.7 to 11.9 meters: “Apparently, in lay terms, an extra 20 centimeters shouldn’t mean much... But it does: it means a 2,000-ton increase in cargo on each vessel arriving in Amapá.” foto/photo : Produtora Studio 32

– O Conapra está com a pessoa certa para tocar essa agenda adiante, inclusive no Congresso – observou, referindo-se a Falcão. O senador suplente Josiel Alcolumbre (AP) representou o irmão e presidente do Senado, Davi Alcolumbre, reconhecendo a atuação do prático Gustavo Martins nos últimos anos à frente do Conapra e saudando a chegada do novo presidente, que é lotado na Zona de Praticagem que inclui o seu estado, o Amapá. – Ter o Falcão na presidência do Conselho Nacional de Praticagem é mais do que uma honra; é a certeza de que a segurança portuária brasileira está em ótimas mãos. Josiel Alcolumbre lembrou que a Zona de Praticagem do Amapá é a maior do mundo e que precisa de um olhar mais apurado. Durante a solenidade de posse, ele anunciou que fora informado dias antes pelo almirante Ilques, comandante da Marinha, sobre o aumento de calado na barra norte do Rio Amazonas, que passou de 11,7 metros para 11,9 metros: 24

MINISTRO/MINISTER PAULO DIAS, FALCÃO E/AND LEWANDOWSKI


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SENTADOS NAS EXTREMIDADES, O DIRETOR JOÃO BOSCO E O EX-PRESIDENTE MARCELO CAJATY AT THE OTHER ENDS OF THE TABLE, DIRECTOR JOÃO BOSCO AND FORMER PRESIDENT MARCELO CAJATY

– Aparentemente, para um leigo, um aumento de 20 centímetros não deve significar muita coisa... Significa muita coisa, sim: um aumento de duas mil toneladas de carga em cada embarcação que chega ao Amapá. O evento foi prestigiado ainda pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski; pelos ministros do Superior Tribunal de Justiça, Luis Felipe Salomão, Marco Buzzi e Paulo Dias de Moura Ribeiro; pelo secretário adjunto da Secretaria de Advocacia da Concorrência e Competitividade do Ministério da Economia, Alexandre Messa; pelo ex-ministro dos Transportes, Valter Casimiro; pelo senador Wellington Fagundes (MT), presidente da Frente Parlamentar Mista de Logística e Infraestrutura (Frenlogi); pelo senador Paulo Albuquerque (AP); pelos deputados federais Heitor Freire (CE), Ossesio Silva (PE) e Vinicius Carvalho (SP); pelos demais diretores da Antaq, Francisval Mendes e Adalberto Tokarski; pelo comandante do 7o Distrito Naval, almirante Borges; além de representantes das praticagens e de autoridades portuárias e operadores dos setores marítimo e portuário.

LOGOMARCA DOS 45 ANOS DO CONAPRA

LOGO OF CONAPRA’S 45TH ANIVERSÁRIO

The event was also attended by Ricardo Lewandowski, minister of the Supreme Court; Luis Felipe Salomão, Marco Buzzi and Paulo Dias de Moura Ribeiro, ministers of the High Court of Justice; Alexandre Messa, deputy secretary of Competition Advocacy and Competitiveness of the Ministry of the Economy; Valter Casimiro, former Transportation minister; senator Wellington Fagundes (Mato Grosso-MT), president of the Mixed Parliament Front of Logistics and Infrastructure (Frenlogi); senator Paulo Albuquerque (Amapá-AP); federal congressmen Heitor Freire (Ceará-CE), Ossesio Silva (Pernambuco-PE) and Vinicius Carvalho (São Paulo-SP); Francisval Mendes and Adalberto Tokarski, other Antaq directors; Admiral Antonio Borges, commander of the 7th Naval District; as well as representatives of pilot stations and port authorities and operators of the maritime and port sectors.

MÚSICA AO VIVO APÓS A CERIMÔNIA

LIVE MUSIC AFTER THE CEREMONY

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manobra de navio ship handling

No Rio de Janeiro, outra manobra com semissubmersível foto/photo: Omni Drone Division

No mesmo dia em que realiza desdocagem da P-70, praticagem evita choque da plataforma contra a costa

VISTA AÉREA DA GIGANTE PLATAFORMA SOBRE O SEMISSUBMERSÍVEL

Manobras com navios semissubmersíveis não são uma novidade para a Praticagem do Rio de Janeiro. Em janeiro, práticos que atuam no estado executaram mais uma delicada operação envolvendo navio desse tipo. Com 275 metros de comprimento e 70 metros de boca, a embarcação holandesa Boka Vanguard submergiu 28,4 metros, na Baía de Guanabara, para descarregar a gigante P-70 – plataforma da Petrobras do tipo FPSO, de 78 mil toneladas, que veio da China para operar no pré-sal, na Bacia de Santos. Com quatro dias de antecedência, os profissionais da escala receberam informações básicas sobre a operação e, dois dias antes de ela acontecer, tiveram acesso a dados mais aprofundados, diferentemente de manobras rotineiras, sobre as quais tomam conhecimento a poucas horas do embarque. O Boka Vanguard chegou ao Rio de Janeiro, com a P-70 embarcada, em 24 de janeiro. No dia 28, por volta do meio-dia, ambos foram levados do fundeadouro de Gragoatá para perto da Ponta da Armação, na cidade de Niterói, já próximos da área de submersão. Por volta das 15h do dia 29, eles foram movimentados para o ponto de afundamento controlado. A submersão se iniciou em torno das 26

AERIAL VIEW OF THE GIANT PLATFORM ON THE SEMI-SUBMERSIBLE

In Rio de Janeiro, another maneuver with a semisubmersible On the same day as the P-70 undocking, pilots avert the platform collision against the shore Semisubmersible ship maneuvers are not new to the Rio de Janeiro pilot service. In January, pilots working in the state performed yet another delicate operation involving this kind of vessel. The Dutch ship BOKA Vanguard, 275 meters in length and 70 meters in breadth, submerged 28.4 meters in Guanabara Bay to unload the Petrobras giant FPSO (floating, production, storage and offloading) platform P-70, weighing 78,000 tons that had arrived from China to operate in the pre-salt oil region in Santos Basin.


manobra de navio ship handling

21h e durou até as 4h do dia 30. Às 5h40m, com a P-70 flutuando já em posição de saída e em condições ambientais favoráveis, começou-se a sua retirada para movimentação de volta ao Gragoatá.

Four days previously, the professionals on duty received basic information about the operation and two days before the event they had access to more detailed data, unlike routine maneuvers, in which they would be informed just a few hours before boarding.

No momento da remoção, dois práticos manobraram a bordo da plataforma, enquanto um terceiro ficou no navio. Eles tiveram o auxílio de seis rebocadores.

The BOKA Vanguard arrived in Rio de Janeiro with the P-70 onboard on January 24 th. On the 28 th around midday, both were taken from Gragoatá anchorage to Ponta da Armação in the town of Niterói, close by the submergence area. Around 3 p.m. on the 29 th, they were moved to the controlled sinking point. The submergence began around 9 p.m. and lasted until 4 a.m. on the 30 th. At 5:40 a.m., with the P-70 afloat in position of departure and favorable environmental conditions, its removal began for its return to Gragoatá.

– Utilizamos dois rebocadores para puxá-la longitudinalmente pela proa e um terceiro segurou a popa. Além disso, contamos com outros três rebocadores que atuaram no costado para evitar rotações da plataforma – recorda o prático Magno Lima, que ficou na P-70. Em sua opinião, essa é uma das manobras mais complexas realizadas na Zona de Praticagem 15, que engloba Rio de Janeiro, Niterói, Sepetiba, Ilha Guaíba, Ilha Grande (Tebig), Angra dos Reis, Forno e Açu. O prático já havia participado do processo inverso, que foi a docagem de uma plataforma convencional em um navio do tipo. A P-70 é uma da série de plataformas maiores da Petrobras, do tipo FPSO, com 316 metros de comprimento, o que corresponde a mais de três campos de futebol. Seu peso equivale a 220 boeings 747. Em 2018, a P-67, outra da série, foi desdocada da mesma forma no Rio de Janeiro.

“We used two tugs to pull it lengthwise by the bow and a third secured the stern. We also had another three tugs operating on the side to prevent the platform from turning,” recalls pilot Magno Lima, who was still onboard the P-70. In his opinion, this is one of the most challenging maneuvers ever made in Pilot Service 15, which covers Rio de Janeiro, Niterói, Sepetiba, Ilha Guaíba, Ilha Grande (Tebig), Angra dos Reis, Forno and Açu. The pilot had already taken part in the reverse process, which was docking a conventional platform on this kind of ship. The P-70 is one of the largest Petrobras FPSO platforms of its kind, with 316 meters in length corresponding to more than three soccer fields. It weighs the equivalent of 220 Boeing 747 aircrafts. In 2018, foto/photo: Omni Drone Division

– Devido à complexidade da operação e a fatores extras de que não se tem controle, como correntes e ventos fortes, a manobra se torna delicada, principalmente se os parâmetros saírem do estabelecido – explica Magno Lima.

At the time of removal, two pilots onboard maneuvered the platform while a third stayed on the ship. They had the help of six tugs.

LANCHA DA PRATICAGEM APÓS DESDOCAGEM DA P-70

PILOT’S BOAT AFTER UNDOCKING THE P-70

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manobra de navio ship handling

Dessa vez, um imprevisto veio a ocorrer bem depois, após a desdocagem, quando a P-70 já estava na área de fundeio. Na noite daquele mesmo dia, finalizava-se sua amarração num quadro de âncoras no momento em que ventos de cerca de 40 nós e forte chuva atingiram a Baía de Guanabara. Imediatamente, o prático Marcello Câmara – que estava a bordo para manter sua posição durante a conexão – teve que interromper o processo visando à segurança de todos os envolvidos. Porém, logo em seguida, duas amarras que já estavam conectadas na proa se romperam. O prático, então, agiu rapidamente e utilizou os quatro rebocadores disponíveis para evitar um choque contra a costa, já que a plataforma não tem propulsão. Ao mesmo tempo, acionou os demais meios disponíveis para auxiliar no reposicionamento da P-70 na área de fundeio, o que ocorreu ainda naquela noite e em segurança. – A destreza dos mestres dos rebocadores foi fundamental também para impedirmos um acidente de grandes proporções materiais, pessoais e ambientais. Eles atuaram prontamente; precisamos muito deles – reconhece Câmara, que já havia lidado com ventos de 35 nós, quando teve que abortar a atracação de um navio de 300 metros de comprimento, no Porto de Itaguaí. Desde que a P-70 chegou ao Rio de Janeiro, mais de dez práticos experientes se sucederam em suas movimentações na Baía de Guanabara.

the P-67, another of the same series, underwent a similar undocking in Rio de Janeiro. “Due to the complexity of the operation and other uncontrollable factors, such as currents and strong winds, it becomes a delicate maneuver, especially if the established parameters are not met,” explains Magno Lima. This time, an unforeseen event occurred later after undocking, when the P-70 was already in the anchorage area. That same evening, it was near to completing its mooring on a set of anchors when suddenly winds of around 40 knots and heavy rain struck Guanabara Bay. Immediately, pilot Marcello Câmara – who was on board to keep its position during the connection – had to stop the process with a view to the safety of all those involved. However, two hawsers already connected to the bow snapped. The pilot then acted fast and used the four available tugs to prevent a collision against the shore, given that the platform has no propulsion. At the same time, he engaged the other available resources to help reposition the P-70 in the anchorage, safely completing the work that same night. “The tug masters’ skill was also vital for preventing an accident of major environmental, human and material proportions. They acted fast; and we really needed them,” acknowledges Câmara, who had already tackled 35-knot winds when he had to abort the mooring of a 300-meter long ship in Itaguaí port.

foto/photo: Omni Drone Division

Since the arrival of the P-70 in Rio de Janeiro, more than ten experienced pilots have taken part in its maneuvers in Guanabara Bay.

MAIS DE DEZ PRÁTICOS MOVIMENTARAM A PLATAFORMA

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OVER TEN PILOTS MOVED THE PLATFORM


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Morte de prático em Nova York reativa alerta sobre escadas No Brasil, Conapra segue investindo para minimizar risco nos embarques No dia 17 de janeiro, o presidente da Associação Internacional de Práticos Marítimos (IMPA), Simon Pelletier, enviou carta à Organização Marítima Internacional (IMO) demonstrando toda a preocupação da atividade com um arranjo de embarque e desembarque em desacordo com a Convenção para a Salvaguarda da Vida no Mar (Solas). O dispositivo teria contribuído para a queda e morte de um prático de Nova York com 35 anos de experiência, em 30 de dezembro. Segundo o presidente, a pesquisa anual de segurança da IMPA com os práticos indica que, apesar de todos os requerimentos de inspeção impostos pela regulamentação, não houve avanços significativos na aplicação das normas de transferência do prático para o navio. “A morte do prático Sherwood é um trágico lembrete de que muito mais precisa ser feito”, escreve Simon Pelletier na carta.

Pilot’s death in New York reactivates ladder warnings In Brazil, Conapra continues to invest in reducing embarking risks to the minimum On January 17 th, Simon Pelletier, president of the International Maritime Pilots’ Association (IMPA), sent a letter to the International Maritime Organization (IMO) describing the marine pilots’ total concern with an embarkation and disembarkation arrangement failing to comply with the Convention for the Safety of Life at Sea (Solas). The ladder would have contributed to the fatal fall on December 30 th of a New York pilot with 35 years of experience.

Um em cada oito meios de acesso às embarcações está, segundo o levantamento da IMPA, malconservado ou instalado irregularmente. Os principais deles – escada de quebra-peito e sua combinação com escada de portaló – apresentaram, em 2019, problemas da ordem de 12,81% e de 14,92%, respectivamente.

According to the president, the IMPA annual survey on safety with marine pilots indicates that, in spite of all inspection requirements imposed by regulations, there have been no major advances in applying the transfer regulations of the pilot to the ship. “The death of pilot Sherwood is a tragic reminder that a lot more has to be done”, writes Simon Pelletier in the letter.

No Brasil, os práticos, que participaram com 27% das respostas na pesquisa mundial realizada pela IMPA em 2019, manifestam igual preocupação. O Conselho Nacional de Praticagem (Conapra) vem realizando uma série de investimentos para minimizar os problemas, mas os dispositivos de embarque e desembarque

One in every eight means of access to the vessels is, according to the IMPA survey, poorly maintained or irregularly installed. The main methods – pilot ladder and combined boarding ladder – have in 2019 evidenced problems of 12.81% and 14.92%, respectively. 29


profissĂŁo profession

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continuam apresentando irregularidades que põem em risco a vida do prático. Um desses investimentos foi o aplicativo No Rumo Certo, por meio do qual práticos brasileiros podem relatar, durante o ano inteiro, as condições dos arranjos de embarque e desembarque, informando qualquer desconformidade encontrada e não apenas no período da pesquisa da IMPA. A informação fica disponível para todos os práticos, e o relatório pode ser enviado com cópia para autoridades competentes cadastradas em cada zona de praticagem. Além disso, quando uma irregularidade é relatada, uma mensagem automática é transmitida para o centro operacional da praticagem à qual o navio se dirige. Em 2019, 74% das respostas brasileiras à pesquisa da IMPA foram enviadas por meio do App. Segundo o diretor técnico do Conapra, prático Bruno Fonseca, um dos objetivos de sua diretoria em 2020 é continuar aprimorando o aplicativo, ampliando ainda mais a adesão dos práticos: – Confiar na existência de um certificado emitido para fabricação da escada parece não ser suficiente para garantir a qualidade do equipamento ou mesmo para atestar sua durabilidade e vida útil. Tendo em vista a gravidade e o risco que tais dispositivos representam para a vida dos profissionais, é fundamental que medidas adequadas sejam tomadas para evitar que acidentes continuem acontecendo. O Conapra lançou ainda um vídeo de treinamento com as regras dos arranjos e dos procedimentos nas operações de transferência,

In Brazil, the pilots who participated with 27% of the answers in the 2019 IMPA global survey express similar concern. The Brazilian Maritime Pilots’ Association (Conapra) has been making a series of investments to minimize the pitfalls, but the embarkation and disembarkation arrangements still present irregularities that endanger the pilot’s life. One of these investments was the No Rumo Certo app (On The Right Course), by which Brazilian pilots can report throughout the year on the conditions of the embarkation and disembarkation arrangements, informing any noncompliance found, not just during the period of the IMPA survey. The information is available to all pilots and the report can be sent with a copy to appropriate authorities registered in each pilotage station. In addition, when an irregularity is reported, an automatic message is sent to the pilotage station operations center where the ship is heading. In 2019, 74% of the Brazilian responses to the IMPA survey were sent by the App. According to pilot Bruno Fonseca, technical director of Conapra, one of the aims of his department in 2020 is to continue enhancing the application, increasing the pilots’ usage even further: “To trust that there is a certificate issued for the ladder construction does not seem enough to guarantee the quality of the equipment or even to test its durability and working life. Bearing in mind the seriousness and risk that such devices represent for the pilots’ life, it is essential that proper measures are taken to prevent accidents from still happening.”

foto/photo : Produtora Studio 32

Conapra also launched a training video with rules of the arrangements and procedures in the transfer operations, so that masters and seamen from the pilot boats can help the pilots verify the ladders. Two other videos were produced for the crew: one of them on which procedures and equipment should be adopted in case a pilot falls into the water; the second addressed first aid techniques, which may be vital until a doctor arrives after the rescue. Both contents were prepared in conjunction with military firefighting authorities. According to Bruno Fonseca, the idea is to produce new technical videos by the end of the year for training crewmembers of the boats in these aid procedures for embarkation and disembarkation of pilots, using safety belts, buoy deployment and hoisting material onto the ship.

DIRETOR/DIRECTOR BRUNO FONSECA

In 2019, the topic was addressed at the 43rd National Pilotage Meeting when, at the invitation of Conapra, Miguel Castro, vicepresident of the European Maritime Pilots’ Association (EMPA) and pilot of the Port of Sines, gave a lecture on the subject. He talked about the measures taken in Portugal after an accident in Cascais, in which a colleague died due to various failings that delayed his rescue. Miguel Castro told how the country discussed at that time the definition of operating limits for pilot transfer to the ship. 31


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foto/photo : IMPA

para que mestres e marinheiros das lanchas de praticagem possam auxiliar o prático na verificação dos dispositivos. Outros dois vídeos foram produzidos para a tripulação: um deles sobre quais procedimentos e equipamentos devem ser adotados em caso de queda de prático na água; o segundo abordou técnicas de primeiros socorros, que podem ser vitais até a chegada de um médico após o salvamento. Ambos os conteúdos foram elaborados em parceria com bombeiros militares. De acordo com Bruno Fonseca, há intenção de editar novos vídeos técnicos até o fim do ano, para treinamento de tripulantes das lanchas nesses procedimentos de auxílio ao embarque e desembarque do prático, como uso de cinto de segurança, lançamento de boia e içamento de material para o navio. Em 2019, o tema foi abordado no 43o Encontro Nacional de Praticagem, ocasião em que, a convite do Conapra, o vicepresidente da Associação Europeia de Práticos Marítimos (EMPA) e prático do Porto de Sines, Miguel Castro, ministrou palestra. Ele apresentou as medidas tomadas em Portugal após um acidente em Cascais, no qual um colega morreu devido a diversas falhas que atrasaram seu resgate. Miguel Castro contou que o país discutiu então a definição de limites operacionais para a transferência do prático para o navio. Em 2018, durante o Painel Latino-Americano da Associação Internacional dos Armadores Independentes de Navios Petroleiros (Intertanko), no Rio de Janeiro, o Conapra também demonstrou sua preocupação com a conservação e instalação correta dos arranjos. Na última pesquisa da IMPA, 14,12% dos dispositivos de petroleiros tinham problemas. O prático britânico Kevin Vallance, autor de Pilot Ladder Manual e um dos administradores do grupo #dangerousladders no Facebook, acredita que os percentuais de arranjos irregulares podem ser ainda maiores, porque falta, em sua opinião, conhecimento dos próprios práticos sobre a regulação, assim como do staff

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FALTA DE CONSERVAÇÃO NOS ACESSOS

POOR ACCESS CONSERVATION

In 2018, during the Latin American Panel of the International Association of Independent Tanker Owners (Intertanko) in Rio de Janeiro, Conapra also expressed its concern regarding the conservation and correct installation of the arrangements. In the latest IMPA survey, 14.12% of the tanker devices had problems. British pilot Kevin Vallance, author of Pilot Ladder Manual and one of the administrators of the #dangerousladders group on Facebook, believes that the percentages of irregular arrangements are even higher, because in his opinion there is little knowledge about the regulation by the pilots and by the ships’ staff, the foreign vessel control inspectors in each country and the other players in the chain in general. In the Facebook group, which began on Twitter, pilots worldwide publish photos of hazardous devices. “When we created the #dangerousladders group, our intention was to help eliminate dangerous ladders through instruction. There is this need for everyone to have a better understanding of the rules,“ he argues.


fotos/photos : IMPA

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Pilot Souza Filho, president of São Paulo pilot station and instructor of Conapra’s Pilot Refresher Course (ATPR), agrees with his colleague. He believes that in Brazil, there will be major progress after the end of the new ATPR cycle, which started in January, since the matter of legislation of the embarkation and disembarkation arrangements is strongly emphasized in the program. LADDERS WRONGLY INSTALLED

dos navios, dos inspetores de controle de embarcações estrangeiras em cada país e dos demais atores da cadeia em geral. No grupo do Facebook, que começou no Twitter, práticos do mundo inteiro publicam fotos de dispositivos que representam ameaça. – Quando criamos o grupo #dangerousladders, nossa intenção era ajudar a eliminar as escadas perigosas, por meio de educação. Existe essa necessidade de melhor entendimento das regras por todos – defende.

Souza Filho says that it is necessary to continue inspecting and sending information to IMPA, to be duly forwarded to the IMO; and the maritime and port authorities must also be made accountable for inspection of the vessels: “We always inform the Port Authorities when there is some conflicting arrangement with Solas. Unfortunately, they have not yet invented a safer and more feasible way in terms of cost for embarkation. The use of helicopters, for example, is much more costly and includes other risks. foto/photo : praticagem de São Paulo

ESCADAS INSTALADAS INCORRETAMENTE

O prático Souza Filho, presidente da Praticagem de São Paulo e instrutor do Curso de Atualização para Práticos (ATPR) do Conapra, concorda com o colega. Ele acredita que, no Brasil, haverá um grande avanço após o fim do novo ciclo do ATPR iniciado em janeiro, já que o tema da legislação dos arranjos de embarque e desembarque está bem enfatizado no programa. Para Souza Filho, é preciso seguir fiscalizando e enviando informações à IMPA, para o devido encaminhamento à IMO; assim como as autoridades marítima e portuárias devem ser cobradas no sentido de inspecionar as embarcações: – Nós sempre informamos à Capitania dos Portos quando há algum arranjo em desacordo com a Solas. Infelizmente, ainda não inventaram forma mais segura e viável em termos de custo para o embarque. O uso de helicóptero, por exemplo, é muito mais caro e incorpora outros riscos.

PRÁTICO/PILOT SOUZA FILHO

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bravura bravery

Prático em São Francisco do Sul atraca comboio em chamas A pilot in São Francisco do Sul berths a convoy in flames

Na noite de 16 de janeiro, no Porto de São Francisco do Sul (SC), um prático demonstrou todo o espírito público da atividade ao atracar um comboio com empurrador em chamas para evitar mortes, poluição ambiental e danos ao patrimônio público e privado. O comboio tinha 145 metros de comprimento.

Lauri Rui Ramos was the only person remaining onboard to prevent a tragedy

fotos/photos: Praticagem

Lauri Rui Ramos foi o único a permanecer a bordo para evitar uma tragédia

On the night of January 16th, in the Port of São Francisco do Sul (Santa Catarina State) a pilot demonstrated fully the public spirit of the profession when he berthed a barges with a pusher in flames to prevent fatalities, environmental pollution and damage to public and private property. The convoy was 145 meters in length.

Berço 302

INCÊNDIO OCORREU PRÓXIMO DE MUSEU E RESTAURANTES

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THE FIRE HAPPENED NEAR A MUSEUM AND RESTAURANTS


bravura bravery

Por volta das 20h, o prático Lauri Rui Ramos embarcou no empurrador Norsul Vitória para atracar o conjunto formado com a barcaça Norsul 11, no berço 302 do Terminal Santa Catarina. Após a curva na boia da Laje da Barata, ele passou para a barcaça, a fim de ter melhor visão e aumentar a segurança na aproximação do cais.

Around 8 p.m. pilot Lauri Rui Ramos went on board the pusher Norsul Vitória to moor the group made up of the barge Norsul 11, in berth 302 of Santa Catarina Terminal. After the curve in the buoy of Laje da Barata, he moved to the barge to have a better view and increase the safety in approaching the dock.

Quando já estava a cerca de 200 metros da ponta do cais, o empurrador perdeu uma das máquinas. Logo depois, houve a perda total da propulsão e iniciou-se o fogo na praça de máquinas, que se alastrou rapidamente. Comandante e tripulação do empurrador e da barcaça pularam na água. O prático Lauri, entretanto, resolveu permanecer a bordo e concluir a atracação com o uso dos dois rebocadores da manobra, apesar do risco de explosão. – Fiquei sozinho. Se eu abandonasse, os rebocadores teriam que fazer o mesmo, e as consequências seriam muito danosas ao meio ambiente. A área também é bem restrita para giro ou recuo, e havia pessoas na água. Além disso, é perto de pedras, um museu e restaurantes na margem. Como o berço de atracação não tem instalação inflamável e já estávamos próximo dele, resolvi concluir a manobra com o rebocador da proa e o da popa, que se deslocou mais para o meio do comboio, afastando-se das chamas – recorda o prático.

When around 200 meters from the end of the dock, the pusher lost one of its engines. Soon after, there was total loss of propulsion and fire began in the engine room, spreading rapidly. The captain and crew of both the pusher and barge jumped overboard. Pilot Lauri, however, decided to remain aboard and complete the mooring using the two handler tugboats, despite the risk of explosion. foto: arquivo pessoal Lauri Ramos photo: personnel file Lauri Ramos

“I was on my own. If I had abandoned it, the tugboats would have to do the same, and the outcome would have been very damaging to the environment. Also, the area is very limited for turning or retreating, and people were in the water. Moreover, close by were rocks, a museum and restaurants on the shore. Since the mooring berth does not have a flammable facility and we were already near it, I decided to complete the handling with both the bow and stern tugboats, the latter moving closer to the middle of the convoy, away from the flames,” recalls the pilot.

A decisão de Lauri permitiu ainda a aproximação de um terceiro rebocador, com canhões d´água, reforçando o combate ao fogo por terra. Durante a acostagem, a praticagem também se fez presente com duas lanchas que ajudaram no transporte dos 11 tripulantes que se haviam jogado na água. O prático só deixou a barcaça quando o incêndio estava controlado e a embarcação com os cabos passados junto ao berço. Cerca de 20 mil litros de água foram utilizados durante as quatro horas de trabalho, de acordo com informação dos bombeiros à época.

Lauri’s decision also enabled the third tugboat to approach with water cannons, reinforcing the onshore fire fighters. During the mooring, the pilot service was also present with two boats that helped carry the 11 crewmembers that had jumped overboard. The pilot only left the barge when the fire was under control and the vessel with the cables passed next to the berth. Around 20,000 liters of water were used during the four hours of work, according to information from fire brigade at that time.

Prático há dez anos, Lauri entrou para a reserva na Marinha como capitão de mar e guerra, e nunca havia passado por situação de perigo semelhante.

Lauri Ramos has been a pilot for ten years and joined the reserve in the Brazilian Navy as captain, and has never before been in such a hazardous situation.

– Nessas horas, você tem que analisar rapidamente o cenário e avaliar quais consequências serão menos graves – diz.

“In those hours, you have to quickly consider the scenario and assess which consequences would be less serious,” he says.

Localizado na Baía da Babitonga, no norte de Santa Catarina, o Porto de São Francisco do Sul é acessado por um canal interno com fortes correntes e próximo de pedras. Na mesma zona de praticagem, do outro lado, existe o Porto Itapoá. O canal externo também apresenta o desafio das correntes. Além disso, para entrar na baía, é preciso fazer uma curva de quase 90 graus, o que oferece dificuldade para navios de grande porte.

The port of São Francisco do Sul, located in Babitonga Bay in the northern part of Santa Catarina State, is accessed by an internal channel with strong currents and rocks nearby. Itapoá port is on the other side in the same pilot station. Currents also challenge the external channel. Furthermore, to enter the bay it is necessary to make a turn of almost 90o, which makes it harder for large ships. 35


Novo titular na Diretoria de Portos e Costas da Marinha Representante da Autoridade Marítima para a segurança do tráfego aquaviário, a Diretoria de Portos e Costas (DPC) da Marinha do Brasil tem como novo diretor Alexandre Cursino de Oliveira, que foi promovido ao posto de vice-almirante. Ele é natural do Rio de Janeiro e estava no cargo de diretor de Aeronáutica da Marinha. O vice-almirante Cursino tem longa carreira na instituição, tendo sido declarado guarda-marinha em 1987. Após a formação na Escola Naval, fez o Curso de Aperfeiçoamento de Aviação para Oficiais, acumulando hoje 2.434,6 horas de voo. Tem MBA em Gestão Empresarial pelo Coppead/ UFRJ e em Política e Defesa pelo Ibmec, além de outros cursos.

foto/photo: Comunicação Social/DPC

New head of the Brazilian Navy’s Directorate of Ports and Coasts

Representing the maritime authorities for the safety of waterway traffic, the Directorate of Ports and Coasts (DPC) of the Brazilian Navy has a new director, Alexandre Cursino de Oliveira, who was promoted to the position of vice-admiral. He is a native of Rio de Janeiro and was formerly in the post of director of the Brazilian Navy Aviation. Vice-admiral Cursino has had a long career in the institution, since being instated as a junior naval officer in 1987. After graduating from the Naval School, he completed the Further Aviation Training Course for Officers, accumulating today 2,434.6 flight hours. He has an MBA in Business Management from Coppead/UFRJ (Federal University of Rio de Janeiro) and a degree in Politics and Defense from Ibmec University, in addition to other courses.

Praticagem do Rio de Janeiro evita acidente com petroleiro em Angra dos Reis Rio de Janeiro pilot station prevents an accident with oil tanker in Angra dos Reis A Praticagem do Rio de Janeiro teve que controlar uma situação de emergência, na noite de 9 de fevereiro, após avaria em um petroleiro carregado e com 16,3 metros de calado. O navio Zumbi dos Palmares sofreu um apagão quando navegava a cinco nós de velocidade em direção ao terminal aquaviário da Petrobras (Tebig), na Baía de Ilha Grande, em Angra dos Reis. Imediatamente, o prático determinou que três rebocadores que davam suporte à faina puxassem para a ré, enquanto um quarto controlou seu rumo, evitando que ele fosse de encontro aos perigos em ambos os bordos. Assim que parou, o navio foi fundeado. The Rio de Janeiro pilot station had to handle an emergency situation on the night of February 9th, after damage to a laden tanker with a draft of 16.3 meters. The ship Zumbi dos Palmares experienced a blackout when sailing at five knots towards the Petrobras transportation terminal (Tebig) in Ilha Grande Bay, Angra dos Reis. Immediately, the pilot ordered three tugboats that were being support for the task to reverse, and a fourth to control its direction, preventing it from colliding with hazards on both sides. As soon as it stopped, the ship was anchored.

Práticos de Itajaí participam de fase de testes em nova bacia de evolução Com participação da praticagem tanto na definição do local quanto nas simulações e nos estudos realizados, foram concluídas as 12 manobras especiais de entrada e saída na nova bacia de evolução do Porto de Itajaí (SC), determinadas pela Autoridade Marítima com navios de 300 metros de comprimento. Foi mais uma etapa vencida de modo a permitir ali a entrada de navios de até 350 metros. Dos 17 práticos que atuam na Zona de Praticagem de Itajaí e Navegantes (ZP-21), 12 fizeram treinamento na Holanda para atender à demanda. Os outros cinco foram qualificados durante o acompanhamento das manobras especiais. With the participation of pilotage in defining the location, as well as in the simulations and in the studies performed, 12 special entry and exit maneuvers were concluded in the new maneuvering basin of Itajaí Port (SC), determined by the Maritime Authority with 300-meter long ships. It was yet another step achieved to allow vessels of up to 350 meters to enter. Twelve of the 17 pilots operating in the Itajaí and Navegantes pilot station (ZP-21) have done training in the Netherlands to meet the demand. The other five were qualified during the follow-up of the special maneuvers. 36

foto: prático Alexandre Rocha photo: pilot Alexandre Rocha

Itajaí pilots participate in a test phase in a new maneuvering basin


Resgate em embarcação que naufragou no Amapá teve apoio da Barra do Pará Rescue on vessel wrecked in Amapá had support from Barra do Pará A Praticagem da Barra do Pará colaborou nos trabalhos para encontrar as vítimas do naufrágio da embarcação Anna Karolina III, ocorrido em 28 de fevereiro, no sul do Amapá (AP). Os técnicos de batimetria da empresa utilizaram equipamentos próprios que ajudaram a calcular a profundidade em que o barco estava, informação que auxiliou os mergulhadores no resgate dos corpos aprisionados na estrutura. A Barra do Pará também realizou um levantamento hidrográfico de cerca de 500 metros ao longo do leito do Rio Amazonas, com o objetivo de verificar o “comportamento” do fundo do rio, averiguar obstáculos na área e auxiliar no planejamento e na execução da operação de reflutuação. The Barra do Pará pilot station collaborated in the work to find victims of the Anna Karolina III shipwreck on February 28th in southern Amapá (AP). The company’s bathymetry technicians used their own equipment that helped calculate the depth where the ship was, and this information helped the divers in retrieving the bodies trapped in the wreck. The Barra do Pará station also undertook a hydrographic survey of around 500 meters along the bed of the Amazon River to check its “behavior”, determine obstacles in the area and help plan and implement the refloating operation.

Praticagem da Barra do Rio Grande recebe Ordem de Silva Paes A Praticagem da Barra do Rio Grande foi homenageada, em 19 de fevereiro, com a medalha da Ordem de Silva Paes, pelos serviços prestados há mais de um século no Porto do Rio Grande. A condecoração é concedida a pessoas e entidades que, em suas atividades, ajudam a construir a história do Rio Grande. O decano da praticagem, prático Carlos Jesus de Oliveira Schein, representou a empresa no evento. On February 19th, the Barra do Rio Grande pilot station was awarded the medal of the Order of Silva Paes for its services rendered for over half a century in the Port of Rio Grande. The award is given to people and entities that, in their activities, help build the history of Rio Grande. The doyen of pilotage, pilot Carlos Jesus de Oliveira Schein, represented the company at the event.

Salvador Pilots inaugura instalações Salvador Pilots inaugurate facilities A Salvador Pilots inaugurou, no dia 13 de março, sua nova sede, na Bahia Marina, com a presença do Conselho Nacional de Praticagem (Conapra). O espaço foi projetado para dar suporte administrativo, financeiro e operacional necessário a fim de garantir um serviço de praticagem ininterrupto, conforme previsto nas Normas da Autoridade Marítima para o Serviço de Praticagem (NORMAM-12/DPC). As instalações contam com estações de trabalho; uma sala de operações capaz de monitorar o tráfego marítimo e as condições de mar e tempo em toda a Zona de Praticagem 12; acomodações para descanso dos práticos; e espaço para o armazenamento de material e equipamentos das lanchas da empresa.

foto/photo: Salvador Pilots

foto: Praticagem da Barra do Rio Grande Photo: Barra do Rio Grande Pilot Station

Pilot Station of Barra do Rio Grande is awarded the Silva Paes Order

On March 13th, Salvador Pilots inaugurated their new headquarters in Bahia Marina, in the presence of the Brazilian Maritime Pilots’ Association (Conapra). The premises were designed to give the necessary administrative, financial and operating support to ensure uninterrupted pilot services, as provided in the Maritime Authority Standards for Pilot Service (NORMAM-12/DPC). The facilities include workstations; an operations room that can monitor the maritime traffic and sea and weather conditions throughout the pilotage station 12; rest accommodation for pilots; and space to store the company’s motorboat material and equipment. 37


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O Congresso da Associação Internacional de Práticos Marítimos (IMPA), inicialmente remarcado para setembro, foi transferido para maio de 2021, devido à pandemia mundial do coronavírus. A semana ainda será definida. Todas as inscrições e reservas de hotel serão automaticamente transferidas, sem custo, pelos organizadores no México. A eleição dos vice-presidentes da Associação também foi adiada para maio do próximo ano. Mais informações serão publicadas no site da IMPA.

24 a 30 de maio de 2020

The Congress of the International Maritime Pilots’ Association (IMPA), initially rescheduled for September, has been transferred to May 2021 due to the global Covid-19 pandemic. The week is still to be arranged. All registrations and hotel th th bookings will be automatically transferred at no extra cost by the organizers in Mexico. The election of the Association’s vice-presidents has also been postponed to May next year. Further information will be published on the IMPA website.

May 24 -30 , 2020 Cancun, Mexico

www.impamexico2020.com

foto/ photo : freepik/kstudio

Cancún, México


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