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LUÍS PROVIDÊNCIA

SÓCRATES CORTOU AS PERNAS A COIMBRA MEMÓRIA

A RECORDA OS 20 ANOS DA MISSÃO "PAZ EM TIMOR"

INVESTIGAÇÃO

GATOS DOMÉSTICOS NÃO SÃO TÃO INOFENSIVOS QUANTO SE PENSA EROSÃO

MAR AMEAÇA POPULAÇÕES ENTRE OVAR E FIGUEIRA DA FOZ

BRUXO DE FAFE

"GOVERNO ESTÁ POSSUÍDO PELO DIABO"

1,50€

REVISTA SEMANAL

17 NOVEMBRO 2011 • Nº 42

Com 2012 à porta fomos à procura de respostas para "o que está para vir". Fernando Nogueira, o conhecido "bruxo" de Fafe, aceitou o desafio.

revista

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TT O I E S S A P 1.º

REVISTA OFICIAL


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editorial

Grupo

Costa maldita SOARES REBELO Diretor

CNotícias

Diretor:

Soares Rebelo (soares.rebelo@cnoticias.net) Chefe de Redação:

Não nos honra, como país marítimo, que Bruxelas considere a nossa orla litoral como a pior da União Europeia

PORTUGAL era, até pelo menos os meados

do século passado, no seu litoral de quase 1.800 quilómetros, um país rico em praias amplas e santuários marítimos de extraordinária relevância. A proliferação imparável das áreas artificiais (estradas e edifícios, essencialmente) acelerou, entretanto, de tal forma a degradação da linha de costa e do respetivo ecossistema, que a biodiversidade está agora em causa e os "pontos negros" são tantos, que não há praticamente localidade atlântica que não esteja em perigo, face ao avanço constante do mar. EMBORA a erosão costeira e o recuo da li-

nha de costa resultem essencialmente de causas naturais, elas radicam, sobretudo, na imparável elevação do nível do mar, na diminuição da quantidade de sedimentos fornecidos ao litoral (as barragens constituem "filtros" de elevada eficácia que inibem quase por completo a passagem de areias para o troço fluvial a jusante), na degradação antropogénica das estruturas naturais e, sobretudo, nas obras pesadas de engenharia costeira, nomeadamente as que são implantadas para defender o litoral. O TURISMO tornou-se nas últimas déca-

das, um pouco por todo o lado, fonte relevante de receitas. Não admira, portanto, que governos, autarquias e investidores privados insistam na exploração económica de todos os recantos tidos como potencialmente mais atrativos. Simplesmente, no que respeita à orla marítima, a sua betonização desenfreada, envolvendo aldeamentos turísticos, hotéis de muitas estrelas, vivendas particulares, campos de golfe, portos desportivos, a manter-se, acabará, mais tarde ou mais cedo, em vez de

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Propriedade/ Editora: MEDINFORMA, LDA; NIPC: 509711537; Capital Social: 50.000€; Rua Combatentes da Grande Guerra, 109; 3045-469 - Taveiro - Coimbra; email: geral@cnoticias.net Tel.: 239981303; Fax.: 239981304;Tlm.: 916987300 Gerência: António Gomes Abrantes; Maria Eugénia C. Figueiredo Abrantes; Inês Micaela Figueiredo Abrantes Capital Social da Entidade Proprietária: Beirastexto, SA – 87%; Outros – 13%

atrair, por repelir os afluxos que se pretende cativar. Ninguém gostará, naturalmente, de ver-se metido, durante as férias estivais, num cinturão de cimento ou a tomar banho num mar enxameado de alforrecas. O ALARME soa, de resto, por toda a Europa. Segundo os especialistas em ambiente, os excessos imobiliários dos últimos anos estão a destruir inexoravelmente as costas do continente, havendo já locais sem qualquer capacidade de recuperação ecológica. Além de não respeitar, na sua esmagadora maioria, os ecossistemas, esta febre urbanística vai a ponto de ocupar por completo habitats de espécies animais e vegetais que importaria, a todo o transe, proteger. A desmedida afetação da orla costeira à construção civil, incluindo a abertura constante de passeios marítimos, reduziu a mobilidade natural da areia. Nem as dunas, preciosos "diques naturais" contra a invasão das ondas, já são poupadas. OS ESTUDOS estão feitos. Para proteger

o litoral português é fundamental recuperar dunas, estabilizar arribas, construir esporões e paredões de proteção das praias e, muito particularmente, proibir a construção nas áreas de risco. Continua a faltar, no entanto, coragem política para acabar com os execráveis atentados da ocupação sem limite das zonais litorais, quantas vezes de forma, até, clandestina. O Plano de Ordenamento da Orla Costeira da região Centro (Ovar/Marinha Grande) continua, por exemplo, à espera de revisão. Entretanto, há já por aí populações em perigo. Não nos honra, como país orgulhoso dos seus feitos marítimos, ter realmente uma costa maldita – que Bruxelas considera, inclusivamente, "a pior da União Europeia"…

Mário Nicolau (mario.nicolau@cnoticias.net) Redação:

Bruno Vicente (bruno.vicente@cnoticias.net) Marco Roque (marco.roque@cnoticias.net), Marta Varandas (marta.varandas@cnoticias.net) Sílvia Diogo (silvia.diogo@cnoticias.net) Vasco Garcia (vasco.garcia@cnoticias.net) Colunistas:

Alexandra Dinis, António Alegre, António Pedro Pita, Carlos Fiolhais, Florindo Belo Marques, Helena Albuquerque, Hélio Loureiro, Joana Benzinho, Jorge Bento, José Carlos Neves, Luís Lavrador, Luís de Matos, Luís Pirré, Manuel Rebanda, Margarida Regêncio, Mário Ruivo, Mira Lagoa Sobral, Paulo Leitão Colaboradores: José Lorena, Márcia de Oliveira; José Manuel Alves Fotografia:

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CNotícias Rua Combatentes da Grande Guerra, 109; 3045-469 Taveiro - Coimbra Tel.: 239 981 303 - Fax: 239 981 304 Tlm: 916 987 300 Email: publicidade@cnoticias.net

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17 NOVEMBRO 2011


índice

SOCIAL

AO MICROSCÓPIO

6 Basquete integra jovens com trissomia 21 Projeto pioneiro já conta com cinco atletas 12 Assinatura de protocolos em Montemor-o-Velho Fundos do PRODER vão ajudar tecido empresarial da região 20 Vidas António Coelho sonha voltar à AAC

SOCIEDADE 38 Bruxo desvenda o futuro Médium de Fafe diz que "governo está possuído pelo diabo" 40 Missão do Lusitânia "valeu a pena" Foi há 20 anos que o navio rumou a Timor

CÉREBROS 44 Gatos domésticos não tão independentes quanto se pensa Investigador da UA descobriu que gatos evitam zonas naturais

DESPORTO 46 Académica recebe Futebol Clube do Porto Estudantes procuram primeira vitória contra o Porto na Taça

DINHEIRO 48 Sucesso FEB Cafés cresce no país e no estrangeiro 54 Freguesia Santo António dos Olivais comemora 157.º aniversário

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VIVER 64 69

Viajar Istambul é uma cidade cosmopolita Figura Fernando Tordo fala do espetáculo "Só Nós 3"

CAPA

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ENTREVISTA

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Médium de Fafe analisa Portugal Segundo Fernando Nogueira, o nosso país está a ser vitima de um plano negativo e os governantes vivem sob influência do diabo. A sabedoria política não é suficiente para resolver os problemas económicos. A Bíblia tem algumas respostas.

A marcou presença na festa do quinto aniversário da Banda Red, que decorreu no Theatrix. Os músicos animaram a noite e celebraram a data com champanhe e muito bom humor.

Zona litoral do Centro está em risco Depois do mar ter invadido a praia de Mira, as atenções do país estão centradas na costa. O Governo garante que "vai ser dada prioridade à salvaguarda de pessoas e bens".

OPINIÃO

"Turismo de Coimbra tem viabilidade" Luís Providência fala da empresa municipal que, garante, "faz falta ao Turismo do Centro". O vereador do Desporto da CMC sublinha, também, que o anterior Governo "boicotou" o centro de alto rendimento.

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10 Magalhães Cardoso

22 Paulo Leitão

74 Luís de Matos

A cidade ainda é um espaço público?

As autarquias emtempo de crise

Facebook

MAIS 66 MODA Preto e branco é elegância eterna 68 VIDA NOVA Ana Luísa adorou a experiência de mudança de visual 71 À MESA Como preparar Magret de Tamboril

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ao microscópio

atual

BRUNO VICENTE

a nível nacional, que coloca jovens portadores de trissomia 21 a jogar basquetebol. A iniciativa, que resulta de uma parceria entre a Secção de Basquetebol da Associação Académica de Coimbra e a Associação Olhar 21, tem como responsáveis e treinadores Rita Gonçalves (psicóloga clínica) e Décio Temporário (fisioterapeuta), ambos ex-praticantes da modalidade. A assistiu a um dos treinos, no Pavilhão Dr. Mário Mexia, e constatou que os jovens – quatro rapazes e uma rapariga, com idades compreendidas entre os 13 e os 18 anos – revelam grande felicidade por praticar, em conjunto, o desporto. "Vê-se, de facto, a grande alegria que eles têm por estarem juntos, por encestarem e jogarem uns com os outros. No fundo é isso que nos motiva, vê-los bem", afirma Décio Temporário, sempre de olho na rapaziada. Enquanto assiste aos dribles, fintas e lançamentos dos jovens, ainda antes do treino, Rita Gonçalves explica que a iniciativa arrancou em maio deste ano e que, desde essa altura, "nota-se já uma grande evolução nos atletas". Ao mesmo tempo que aprendem as regras do jogo, os jovens desenvolvem competências a nível de coordenação e de motricidade, aprendem a trabalhar em equipa e a respeitar os colegas e desenvolvem a disciplina, a persistência, a autoestima e a autonomia. INTEGRAR UMA EQUIPA. O objetivo do pro-

jeto passa por, no futuro, colocar os jovens portadores de trissomia 21 em equipas de basquetebol, de acordo com a sua faixa etária, e mostrar que são capazes de fazer o mesmo que os outros miúdos. Os treinadores reconhecem que a meta "é complicada", mas "possível" de ser atingida. "Com eles é preciso uma paciência maior, mas a verdade é que estamos a conseguir obter bons resultados", afirmam. Rita Gonçalves tem 24 anos e já jogou no Olivais e na Académica. Décio Temporário, com 27 anos, também já passou por vários clubes. Os dois garantem que é um prazer estar com

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FOTOS: BRUNO VICENTE

COIMBRA está a acolher um projeto inovador

TREINOS NO PAVILHÃO MÁRIO MEXIA

Projeto põe jovens com trissomia 21 a jogar basquetebol ASSOCIAÇÃO OLHAR 21 E A SECÇÃO DE BASQUETEBOL DA AAC UNIRAM-SE PARA CRIAR ALGO ÚNICO. OS ATLETAS REVELAM "UMA GRANDE EVOLUÇÃO"

Integrar jovens com outras perturbações O PROJETO Académica Basquetebol Trissomia pretende alargar o seu raio de ação a jovens com outras perturbações, tornando-se assim mais abrangente e contribuindo para uma maior integração social. "Tudo começou em torno da trissomia, mas sei que o clube considera interessante expandir esta ideia a miúdos que tenham outro tipo

de problemas", explicou Rita Gonçalves, psicóloga responsável pelo projeto. Para já, não há um limite máximo de inscrições na turma. Qualquer esclarecimento pode ser obtido através do email 21basquetebolaac@gmail.com. Também pode dar um salto ao Pavilhão Dr. Mário Mexia e observar diretamente o trabalho que tem sido desenvolvido com os cinco jovens que atualmente integram o projeto. Os treinos acontecem sempre às terças-feiras e quintas-feiras, entre as 17H30 e as 19H00.

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A ALEGRIA das crianças nos treinos é o mais gratificante, garantem os treinadores

os miúdos, uma vez que, ao mesmo tempo que contribuem para uma causa social, estão a apostar em áreas que adoram: a formação em psicologia/fisioterapia e o basquetebol. O "CRISTIANO DO BASQUETE". Os movimentos dos jovens são acompanhados, ao pormenor, pelos familiares, que assistem aos treinos a partir das bancadas. Teresa S. Miguel, professora de Educação Especial, tia de Manuel Cavaco, nota muitas melhorias no rapaz. "Antes só sabia encestar e não cumpria as regras. Agora já se integra no grupo e está mais consciente das regras do jogo. Isto faz-lhe muito bem", afirma. Helena Moura é a mãe do "Cristiano do basquete". É assim que é conhecido Miguel Duarte. "Ele gosta muito do Cristiano Ronaldo. E como o irmão disse que era o Cristiano do futebol, ele disse que era o Cristiano do basquetebol", conta. Os treinos são sempre uma alegria para o jovem. "O meu Miguel acorda cheio de vontade de sair da cama quando sabe que é dia de basquetebol", afirma. A psicóloga, que integra a direção da Associa-

Familiares dizem que as crianças recebem dos treinadores de basquetebol a atenção que não é dada por muitos médicos e professores

Quais são as vantagens do basquetebol? O FISIOTERAPEUTA Décio Temporário explica que a prática do basquetebol contribui de forma decisiva para os cidadãos com trissomia 21 "evoluírem imenso em termos motores". A aprendizagem das regras de jogo leva também à compreensão da importância do trabalho de equipa.

ção Olhar 21, só tem coisas positivas a apontar ao projeto implementado no Pavilhão Dr. Mário Mexia, que contribui para que os jovens tenham "uma postura melhor no dia-a-dia". "Acho ótimo existirem estas oportunidades", refere. A cidade ainda tem, contudo, que evoluir muito no âmbito da integração social, garante Helena Moura. "Apesar de termos um hospital pediátrico, de sermos a cidade dos doutores, sentimos que há muitas lacunas. A sensibilidade dos médicos não é a ideal e às vezes os professores também não têm paciência para estes miúdos", afirma. "Nos treinos de basquetebol, estes jovens são mais bem comportados que na escola", adianta. A Associação Olhar 21 - que tem como objetivo primeiro promover e facilitar a inclusão e a integração social do cidadão com trissomia 21 – existe desde março de 2010 e tem cerca de 200 sócios. Os interessados em saber mais sobre o trabalho desenvolvido pelo grupo podem entrar em contacto com os responsáveis através do site www.olhar21.com.

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ao microscópio

sete sóis, sete luas

MIRANDA DO CORVO

CDS-PP questiona senhas nas AM

direito

direto

O GRUPO de deputados do CDS-

-PP, liderado por Altino Bessa, quer saber em que moldes é que são pagas as senhas de presença aos membros das Assembleias Municipais. São um dos direitos dos eleitos locais que não estão em regime de permanência ou meio tempo e o CDS-PP quer o esclarecimento cabal de uma questão que contribui para o regular funcionamento entre os órgãos representativos dos municípios no âmbito das suas atribuições e competências.

FILIPE VEIGA OLIVEIRA Advogado

Direitos adquiridos OS SUBSÍDIOS de Natal e de fé-

rias são prestações patrimoniais consagradas como direitos dos trabalhadores com contrato de trabalho em funções públicas, nos termos dos artigos 207.º e 208.º do Regime do Contrato de Trabalho em Funções Públicas, incorporadas no seu património jurídico e, nessa medida, enquadr áveis como direitos adquiridos. O Tribunal Constitucional (TC) será certamente chamado a pronunciar-se sobre uma medida que implica retrocesso social, uma vez que diminui, para muitos elimina em definitivo, retroativamente direitos adquiridos. De igual modo, está em causa o princípio da igualdade, pois com vista à resolução de um problema nacional, é imposta uma medida que só onera determinada franja dos contribuintes. O princípio da proteção da confiança, ínsito no princípio do Estado de Direito e o princípio da igualdade são princípios fundamentais da Constituição da República Portuguesa (artigos 2.º e 13.º) cuja violação, por via normativa, gera inconstitucionalidade. Veremos como se pronuncia o TC e se (mais uma vez) imperará a proibição de medidas que impliquem retrocesso social ou se o estado de necessidade nacional falará mais alto.

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O novo gabinete conta com o apoio de várias entidades

Câmara promove competitividade O GABINETE de Apoio à Inovação, Competitividade e Empreendedo-

rismo e do Centro de Acolhimento de Empresas conta com o apoio da Universidade de Coimbra, Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra, Escola Universitária Vasco da Gama, Centro de Emprego da Lousã, CEARTE, Instituto Pedro Nunes e Centro de Biomassa para a Energia. Criado no âmbito da estratégia municipal de apoio, promoção e desenvolvimento do tecido industrial do concelho beneficia do apoio do IPN através da candidatura ao programa INOV-C. Patricia Cortês é a responsável pelo gabinete instalado na antiga Escola Básica de Miranda do Corvo. Mais informações através do telefone 239 530 320 ou do email gaice@cm-mirandadocorvo.pt.

Veado à mesa no Parque Biológico O RESTAUR ANTE Museu da Chanfana, no Parque Biológico da Serra da Lousã, promove, até até ao próximo domingo, a III Quinzena do Veado, o rei da floresta e da caça grossa em Portugal. A fim de realçar os sabores genuínos e de qualidade da gastronomia cinegética, o chef Victor Fernandes seleciona uma variedade de pratos de veado que terão a companhia de ótimos vinhos. A gastronomia de Miranda do Corvo é, também, opção.

ENSINO

Graciano Paulo preside à EFRS O PROFESSOR coordenador e

vice-presidente da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC) Graciano Paulo foi eleito presidente da European Federation of Radiographers Societies (EFRS), na assembleia-geral que decorreu em Paris. A EFRS reúne associações nacionais de 30 estados europeus, representando cerca de 100 mil técnicos de radiologia, radioterapia e medicina nuclear e ainda uma rede de 30 instituições de ensino superior da saúde, da qual a ESTeSC faz parte.

Projeto beÁgueda roda na Europa O PROJETO de utilização e par-

Graciano Paulo é também docente da ESTeSC

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tilha pública de bicicletas elétricas beÁgueda continua a ter eco positivo a nível europeu. A iniciativa lançada pela Câmara de Águeda tem como parceiros empresas locais do setor das duas rodas e alcançou divulgação internacional através do prémio atribuído pela associação europeia Energy-Cities, como uma das melhores ações locais para a promoção da sustentabilidade e da redução da emissão de CO2 e gases de efeito estufa.


INVESTIGAÇÃO

iNovmapping lança nova rede social a três dimensões

A NOVA rede social é inovadora no interface gráfico das redes sociais e representa a realidade como nenhuma outra A STARTUP www.youbeq.com é

uma nova rede social, a primeira a correr no Google Earth, e foi desenvolvida, de raiz, pela iNovmapping, uma startup da Universidade de Coimbra formada por ex-alunos da Faculdade de Letras. Ao fim de poucos dias no ativo, a rede conta já com utilizadores oriundos de 83 países. A rede social a três dimensões é um passo em frente no interface gráfico das redes sociais porque representa a

realidade como nenhuma outra plataforma: "O que nos distingue de redes sociais como o Facebook é a forma como fazemos o contacto social. A abordagem é feita de forma inovadora porque é estabelecida uma relação das pessoas com os locais, permitindo conhecer o mundo através de viagens virtuais. É muito intuitiva, o mais próxima possível da realidade", explica Rogério Coelho, da iNovmapping.

A Feira do Mel e da Castanha, na Lousã, deu a provar a qualidade dos produtos endógenos do concelho e da região. A promoção da gastronomia foi um dos objetivos da iniciativa, que não deixou o artesanato de fora. Alguns dos expositores presentes comercializaram "pedaços" de memória com uma pitada de humor bem atual...

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fotolegenda


ao microscópio

consultório de

urbanismo

MAGALHÃES CARDOSO * A cidade ainda é um espaço público? OS PADRÕES de crescimento e desenvolvimento das cidades apontam para exigências cada vez maiores de espaços públicos e de equipamentos urbanos coletivos. E são precisamente estes espaços e equipamentos que transformam a cidade, pelos serviços e pelas funções que permitem assegurar. Podemos temer a privatização dos espaços públicos? É certo que os centros comerciais, as unidades comerciais de dimensão relevante e as unidades privadas de saúde e de ensino, a coexistência de sistemas de mobilidade privados e públicos e a privatização de espaços e serviços tradicionalmente públicos (de que são exemplos, atuais ou futuros, os cemitérios, os estacionamentos coletivos, a recolha de resíduos sólidos, a distribuição de gás ou de eletricidade, …) podem retirar influência aos espaços públicos. Mas não os devem desvirtuar, enquanto espaços de contributo e testemunho para o viver coletivo. Num tempo em que o encontro dos cidadãos assume formas pouco socializadas e demasiado centradas na tecnologia e no consumo (como as redes sociais e os megacentros comerciais), importa desenhar políticas ur-

sete sóis, sete luas

banas que contrariem estas tendências. Coimbra é um bom exemplo dessas políticas. Já aqui referi, em escrito anterior, a enorme explosão de espaços verdes públicos de dimensão significativa. É também assinalável o esforço de dotação da cidade com inúmeros equipamentos desportivos e culturais que contribuem decisivamente para a saúde física e psíquica dos cidadãos. É evidente que, quando se comprove que a iniciativa privada pode gerir de forma competente os espaços públicos, nada impede que assim se faça, libertando meios humanos e financeiros do município. É o que se tem feito no Estádio Cidade de Coimbra, no Parque Verde do Mondego e na sua Piscina, no Parque de Campismo, na Casa de Chá do Jardim da Sereia, no Pavilhão Centro de Portugal, no Teatro da Cerca, na Oficina Municipal de Teatro, nos equipamentos coletivos dos bairros do Planalto do Ingote e da Quinta de São Jerónimo. E essa prática não tem impedido que esses espaços desempenhem – e de forma competente – a sua função de espaços públicos. O espaço público encontra-se assim na charneira entre uma sociologia das necessidades e uma sociologia das aspirações, passando de constituir uma obrigação que não pode deixar de ser satisfeita ao ser humano para se transformar numa aspiração social inalienável, ainda que menos imediatista, mas crescentemente exigente.

Falar de cidade é, por conseguinte, falar de espaços públicos. E a qualidade de vida de cada cidade mede-se, em grande parte, pela qualidade do seu espaço público.

* Magalhães Cardoso é o diretor Municipal da Administração do Território na Câmara Municipal de Coimbra. Envie as suas questões para redacao@cnoticias.net, que serão respondidas neste espaço

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CINEMA

Alunos de 17 escolas de Coimbra receberam livros didáticos

Milhares de crianças juntas pelo cinema OS "CAMINHOS JUNIORES", uma das secções do Festival Caminhos

do Cinema Português, teve por objetivo levar o cinema na língua de Camões às crianças. Na edição deste ano, em cada sessão, a iniciativa acolheu cerca de 700 crianças, de 17 escolas de Coimbra. O programa não se alterou em nenhum dia dos "Caminhos Juniores", permitindo às diferentes escolas assistirem sempre à mesma filmografia. Entre vários filmes didáticos, os pequeninos testemunharam curtas-metragens, como o "Gingas", "Afonso Henriques, o primeiro Rei" e "O relógio de Tomás". A Sapo Kids ofereceu cartões e os mais pequenos receberam, ainda, um livro didático, lápis, chocolates, fruta e bolachas. A TMN Kids sorteou um telemóvel por sessão.

COVILHÃ

Toastmasters da Beira Interior O CLUBE Toastmasters da Beira Interior, em parceria com a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade da Beira Interior, reúne sábado, às 15H00, no anfiteatro 7.21 daquela faculdade. A Toastmasters é uma organização sem fins lucrativos que nasceu em 1924 na Califórnia, EUA. A missão do Clube Toastmasters da Beira Interior é criar um ambiente de aprendizagem positivo e de suporte mútuo, onde cada membro tenha a oportunidade de desenvolver as suas capacidades.

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Clube promove o ambiente positivo no ensino


A ICEUBI2011, na área da engenharia, realiza-se de 28 a 30, na Covilhã CASTELO BRANCO

BAIXO VOUGA

Luís Costa deixa a docência na ESECB

Projeto agrícola marca passo

Exportações de bens crescem 13,1 por cento

PROFESSOR coordenador do IP-

CB/Escola Superior de Educação de Castelo Branco (ESECB), Luís Costa leva para a última aula, a 25 deste mês, às 17H30, no Auditório da ESECB, o tema "As ideias que nunca vos direi". A preleção dirige-se a toda a comunidade. "Vou falar das coisas que me preocupam, da situação de Portugal, do mundo e da vida", diz Luís Costa. O docente tem variadíssimas publicações na área da sociologia da educação, destacando-se o livro "Culturas e Escola – A Sociologia da Educação na Formação de Professores", sendo também coautor de "As Escolas e as Famílias em Portugal – realidade e perspetivas".

DOCENTE

tem várias obras publicadas na área da sociologia da educação

MAGALHÃES Crespo, da dire-

ção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, que durante anos foi chefe do projeto agrícola do Baixo Vouga, considera que o Baixo Vouga precisa neste momento de dinheiro e vontade política para que se avance com a execução do projeto agrícola para o qual existe anteprojeto, estudo de impacto ambiental, declaração de impacto ambiental e estudo de viabilidade económica. "Temos tudo o que é preciso para se arrancar com as obras", assegura. E se até aqui, havia um "ping-pong" entre ministérios, "neste momento é o mesmo ministério", sublinha Magalhães Crespo, pelo que "estão reunidas as condições para que haja vontade para avançar". Avança com um valor de investimento que, "dependendo das soluções técnicas que o projecto apontar", poderá rondar os 20 milhões de euros, "para de uma vez por todas podermos ter esta zona capaz de produ-

O DÉFICE da balança comercial

O projeto é essencial para a produção de alimentos

zir bens alimentares que precisamos". O projeto inclui a criação de infraestruturas que permitam o desenvolvimento da atividade agrícola: o fecho integral do dique de proteção contra o avanço das águas salgadas, uma estrutura de valas de drenagem a céu aberto (inverno) e de rega (verão), adensamento de sebes e arranjos da estrutura viária.

foi positivo no terceiro trimestre, em 721,2 milhões de euros, face ao período homólogo de 2010, devido a um crescimento de 13,1 por cento na exportação de bens. No comércio internacional, o INE refere o aumento da saída de bens que gerou 10.438,1 milhões de euros.

JUMBO OFERECE MELHOR PREÇO

:)

O Jumbo apresenta o preço mais barato no cabaz de compras escolhido pela para esta semana. A diferença entre o valor mais baixo e o mais alto é de 63 cêntimos. Preços verificados a 13.11.11, das 13H00 às 15H00. mais barato

PREÇOS/KG/L

PINGO DOCE CONTINENTE

JUMBO SUPERCOR

Chá Lipton Lemon (20un)

1,84 €

1,84 €

1,83 €

1,99 €

Ferrero Rocher (16un)

4,49 €

4,99 €

4,79 €

4,79 €

Leite Mimosa M/G (1l)

0,59 €

0,59 €

0,59 €

0,59 €

7up (2l)

1,42 €

1,35 €

1,19 €

1,42 €

Coca-cola(2l)

1,49 €

1,25 €

1,25€

1,49€

TOTAL

9,83 €

10,02 €

9,65 €

10,28€ :(

mais caro

ANMP elogia abertura do Governo O PRESIDENTE da Associação

Nacional de Municípios Portugueses, Fernando Ruas, está satisfeito com a "abertura" do Governo para os principais problemas das autarquias. Considera que houve "francos progressos" nas negociações com o executivo de Passos Coelho, que permitem aos municípios estarem hoje "mais aliviados". 11


ao microscópio

sete sóis, sete luas

MONTEMOR-O-VELHO

visita de

médico

Protocolos promovem desenvolvimento regional OS CONTRATOS entregues a 14

COMPETIR pressupõe "para eu ganhar tu tens de perder", aliado à ideia que o valor individual surge da comparação pelo que o outro tem. Por outro lado, na cooperação "nós podemos ganhar os dois", ou seja, encontra-se uma solução, não centrada num "eu" individual, mas sim num "nós" capaz de encontrar uma terceira resolução mais rica e valorativa porque "não foi a minha", "não foi a tua" mas sim a "nossa solução". Quando se pensa e trabalha em função de um "nós" e não exclusivamente de um "eu", encontram-se formas de partilha e crescimento. Onde anda então a cooperação? Nas escolas, nas famílias, nos locais de trabalho e nas relações sociais? Nas escolas estimula-se a competição pela nota melhor que a do colega, nas famílias compete-se pelo que um irmão tem e o outro não, no trabalho estimula-se a competição entre colegas como se o sucesso de uma empresa não fosse o somatório de cada sucesso individual, e nas relações sociais compete-se pelo carro que o vizinho tem que também ambiciono ter, não porque me faça feliz, mas porque se ele tem também tenho de ter. Que sociedade se construiu assente na competição? Talvez a sociedade em crise que estamos a viver agora. • CENTRO PEDIÁTRICO E JUVENIL DE COIMBRA (WWW.CPJCOIMBRA.COM)

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4.º aniversário da USF da Lousã inclui debate

Os projetos visam o aumento do emprego e da coesão territorial

avançou que "até 17 de janeiro estão abertas candidaturas para a diversificação de atividades nas explorações agrícolas". Luís Leal, presidente da Câmara de Montemor-o-Velho, elogiou o "tecido associativo" do concelho e sublinhou "a A USF Lousã, em parceria com a

Câmara da Lousã e a Comissão de Utentes da USF, promove no sábado, às 14H30, no Cine Teatro da Lousã o debate "Como é que as USF podem ajudar a superar a crise". O debate será moderado por Casimiro Simões, jornalista da Lusa e membro da comissão

O FESTIVAL Caminhos do Cinema Português não se esqueceu dos mais novos e, mais uma vez, reuniu no TAGV, em Coimbra, milhares de crianças.

atenção e a preocupação para a partilha do repto lançado pela AD ELO e pelo programa PRODER". As respostas e soluções para a cidadania, nomeadamente com os projetos da área social são outras preocupações do autarca. de utentes, e João Rodrigues, coordenador da USF Serra da Lousã. São convidados, entre outros, Bernardo Vilas Boas, presidente da USF-AN, Constantino Sakellarides, ENSP e INODES, Luís Antunes, presidente da Câmara da Lousã, e Margarida Aguiar, representante da ARS do Centro.

Em tempo de crise económica e sabendo-se da dependência do país do estrangeiro, é estranho que o projeto agrícola do Baixo Vouga continue a marcar passo. 17 NOVEMBRO 2011

má notícia

Cooperar versus competir

boa notícia

DIANA GASPAR DUARTE Psicóloga Clínica

entidades concelhias, no seguimento dos pedidos de apoio aprovados no âmbito do Eixo 3 do PRODER (Programa de Desenvolvimento Local) – LEADER – AD ELO, vão contribuir para o desenvolvimento regional e para melhoria da qualidade de vida das populações. Os projetos representam um investimento que ultrapassa um milhão e 600 mil euros. O montante elegível é de um milhão e 397 mil euros, ao qual vai corresponder uma comparticipação de 880 mil euros. Segundo Mário Fidalgo, da AD ELO, de acordo com o EIXO III – dinamização das zonas rurais - as candidaturas aprovadas visaram favorecer "o crescimento, o emprego e a coesão territorial". O diretor executivo da AD ELO alertou para alguns aspetos a ter em conta na execução dos pedidos de apoio e


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via do leitor

ao microscópio

cartas ENVIE A SUA OPINIÃO CARTA: Rua 25 de Abril, n.º 7 Taveiro 3406 - 962 Coimbra EMAIL: redacao@cnoticias.net

Descontentamento militar

FILIPE GOMES, Viseu

JÚLIO ABREU, Coimbra

O Governo vai extinguir o Programa para a Inclusão e Cidadania. Resultado: teremos ainda mais insucesso escolar.

As cartas deverão ser datilografadas com morada e número de telefone. A reserva-se o direito de selecionar as partes que considera mais importantes. Os originais não solicitados não serão devolvidos.

A manifestação que reuniu em Lisboa cerca de 180 mil funcionários públicos e uns dez mil militares foi sinal evidente, mais um, do mal-estar que vai engrossando na sociedade portuguesa. As medidas decretadas pelo Governo, a mando da troika, começam a revelar-se de facto deveras penalizadoras, sobretudo para os trabalhadores por conta de outrem. A política de austeridade em curso e o agravamento que também já se lhe prenuncia para o próximo ano está a empobrecer de tal forma os portugueses que a tensão tenderá naturalmente a engrossar. A "manif" civil foi natural e facilmente compreensível, no contexto do ativismo sindical, mas a saída à rua de membros das forças armadas é um aviso que deixa preocupações quanto aos eventuais efeitos de qualquer recurso menos prudente à força contra futuros protestos. A decisão de se reunirem em vigília frente ao Palácio de Belém para pedir ao Presidente da República que não promulgue o Orçamento de Estado comprova o descontentamento que reina entre os militares acerca das restrições a que também estão sujeitos.

estar no topo, que voltássemos a sentir dificuldades financeiras e a ter de reduzir o orçamento. Assim, como vencer o Porto? Até o Sporting está de regresso, pelo menos até ver. Viva o Benfica!

O processo "Face Oculta"

FERREIRA PINTO, Coimbra

Viva o Benfica! Sou benfiquista assumido, sou "encarnado" desde que nasci. Não sou sócio, mas não sei se haverá alguém que mais vibre ou sofra com as vitórias e derrotas do Benfica do que eu. Quando o Benfica vem jogar aqui, à região Centro, a Coimbra, Leiria ou Aveiro, estou sempre lá com a minha bandeira. Fiquei, por isso, profundamente dececionado com a notícia de que o presidente Vieira vai reduzir os investimentos na equipa de futebol. O tempo não é de festa, as dificuldades afetam, é claro, também o futebol, mas o Benfica não pode voltar ao passado, ou seja, à subalternização face ao Porto. É um dos maiores clubes do mundo, dos que mais receitas geram, não podendo, portanto, deixar de crescer e de se afirmar, tanto nacional como internacionalmente. Fiquei desanimado com a notícia, não esperava, numa altura em que voltamos a

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Dinheiro, robalos, alheiras, pão-de-ló terá o sucateiro Manuel Godinho dado a Armando Vara em contrapartida de tráfico de influências. O julgamendo do processo "Face Oculta", que senta também, no Tribunal de Aveiro, entre outros, José Penedos e o filho, Paulo Penedos, poderá todavia redundar em rebate falso. O facto do juíz ter optado por avançar com o julgamento antes do Tribunal Constitucional se pronunciar sobre o recurso de eventual nulidade das escutas de conversas telefónicas entre Vara e o ex-primeiro-ministro José Sócrates, mandadas destruir pelo juiz Noronha do Nascimento, poderá redundar, afinal, numa falsa partida. Os arguidos, ao que mostram as imagens televisivas, andam, de resto, todos eles, sorridentes e bem-dispostos. Parece que estão numa festa. A nossa justiça continua, ao que parece, a dar tiros nos pés. PEDRO LEMOS, Coimbra

O Governo e as pensões Diz-se que o Governo está a estudar a possibilidade de cortar menos nos subsídios dos pensionistas com reformas mais baixas. Acenderei uma vela a S. Vicente. VÍTOR MARTINS, Lisboa

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inquérito Duarte Lima será inocente ou culpado? Participe com a sua opinião em www.cnoticias.net

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FOTOGALERIA FUTSAL

COIMBRA IPARQUE

COIMBRA

Académica deu luta ao Sporting

Apresentação do plano de pormenor

Visita ao Hospital Pediátrico

17 NOVEMBRO 2011


cartas

texto elaborado pelo gabinete de ficção da revista

Exm.º sr. primeiro-ministro o a lei do no. Orgulho-me mesmo de ter feit Já fiz parte, como sabe, do Gover desvirtuar. em o senhor agora tanto se esforça Ser viço Nacional de Saúde, que ta, na expetatida assim, a escrever-lhe esta car ado pelos esO meu patriotismo leva-me, ain tre vas para que tem sido arrast das r sai a ça ven con se do, teú va de que, após ter lido o con ? Tão-só, que faça do Conselho que venho dar-lhe para isso con o l qua E m. eia rod o que dos ir-lho por experiência trangeira al maçónico incute, posso garant ritu O ta. Die nde Gra a um os titulares das selho de Ministr moral entre os companheiros. Os ção rela a ce tale for e hos bal tra como um própria, disciplina nos nitários da Ordem, vê-lo-iam, não Dig s nde Gra s un alg ram ont pastas, entre os quais se enc as divisões no Gover no. Venerável Mestre. Acabar-se-iam um o com s ma a, nci stâ un circ político de a peça de conspiraa tomar o poder, para Hitler, um par a jur con a um era a ari çon sar de todas Para Salazar, a Ma do comunismo. Ainda assim, ape ca óni bub te pes a e, alin Est a as reuniões – o que não ção judaico-bolchevista, par ? Pelo sigilo em que eram mantidas quê por E u. ive rev sob , ões uiç seg s online a denunciar diviessas per am os encontros, aí estão os jor nai min ter l Ma . ivo cut exe seu o sequer fizeram acontece com es, análises sobre temas que nem vez as rar não , itar deb a e – s fiéi eis dos sões entre os laicos e seg redo. E que dizer dos responsáv em am rav ont enc se os ólic cat os parte da agenda. Veja: até be do Porto? fica, do Sporting, do Futebol Clu partidos? E dos dir igentes do Ben sa, a mesquias, a intolerância política e religio ári tid par s isõe div as que os em plo ainda não Nós, maçons, entend vivemos comprovam que o Tem que em s ade ied soc das de ida nhez egoísta e a competitiv hados em ajudá-lo, senhor acabar. Estamos, portanto, empen por ra" Ob e and "Gr a e o uíd str esquadro e no comestá con até nós, vista o avental, pegue no ha Ven al. tug Por ar salv a , tro to, como fez o primeiro -minis e, do Progresso, da Justiça. De res dad Ver da z, Lu da ca bus na os passo, acompanhe-n emente, Mário Soares. marechal Carmona e, mais recent sa loja mais próxima amente espero, poderá ser na nos cer sin o com ão, itaç ace a colh o unicação entre O encontro, cas uma fortíssima cor rente de com ista reg se e ond s ma to, cre dis l ica -a de S. Bento. É um loca obra musical de inspiração maçón bela is ma a com , nte lme ura nat os obreiros. Será recebido, e. É um código de sinais, não por certo, não o deixará indiferent al, ritu O t. zar Mo de a", gic Má ontológica da existência "Flauta entre companheiros, mas a prova o ent ecim onh rec e ção fica nti eça, as palmas apenas de ide tas, dedos enlaçados acima da cab jun os mã de -se me oxi apr ha: sen do grupo. Aí fica a , o nosso símbolo. avra simbólica. Poderá ser acácia pal a um a dig e a for a par s ada vir Na expetativa, com os melhores

cumprimentos 1 Coimbra, 17 de novembro de 201

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ex(sic)tações

ao microscópio

se eu mandasse

frases desfeitas

Rigor na gestão financeira pública seria a prioridade

Era mais fácil tirar um curso de Direito do que tirar a carta de condução. Referia-se por acaso a si próprio, senhor doutor?

MARINHO E PINTO, bastonário da Ordem dos Advogados

ESTAMOS EM PÉ DE O PROJETO METRO IGUALDADE COM OS MONDEGO É UMA VIGARISTAS QUE FALSI- SÉRIE INTERMINÁVEL FICAM CONTRATOS EM DE MAUS-TRATOS, MILHÕES DE EUROS. DE INCOMPETÊNCIA. JOÃO GABRIEL SILVA, reitor da Universidade de Coimbra

FRANCISCO QUEIRÓS, vereador da câmara de Coimbra

Isso, naturalmente, dói. Mas tome nota, senhor reitor: os descobridores de falcatruas têm de ser ainda mais profissionais do que os criminosos.

Lá está: certas pessoas nunca nos abandonam. E é aí que está o mal…

CARLOS CIDADE, presidente da Concelhia do PS/Coimbra Seria como a ostra: pai num ano, mãe noutro.

AINDA NÃO SE NÃO SERIA MAL CONHECEM OS PENSADO… ESTE NEGÓCIOS EM QUE PAÍS COMO UMA ESTÃO ENVOLVI- ENORME PRISÃO! DOS DEZENAS DE DEMOCRÁTICA. DEPUTADOS. PAULO MORAIS, professor universitário

FERREIRA RAMOS, advogado

Olhe que não é difícil identifi- O povo votaria em quem secar os patifes. Estão sempre a ria capturado e aprisionado? propor soluções morais…

A M Á XI M A "menos ESTADO e melhor ESTADO" assumiria presença dominante no contexto económico nacional. Captar intensamente o investimento estrangeiro, apostar nas empresas competitivas e no mercado das exportações seriam outras das medidas.

O euro está a precisar de um escudo.

A SHARIA, ENQUANTO LEI, ASSUME FORMAS DE JUSTIÇA SADICAMENTE REQUINTADAS.

DECRETAVA o equilíbrio na balança de pagamentos do Estado e promovia o rigor na gestão financeira pública, tornando-a prioridade nacional. Aumentava a eficiência da máquina fiscal e a sua equidade. O Estado teria de garantir, também, um destino credível para todas as receitas arrecadadas, tendo em conta a sustentabilidade nacional e a promoção do bom Estado social.

A JUSTIÇA seria cidadã e geradora de equilíbrios; com decisões rápidas, justas e que elevassem a dignidade do ato judicial. Acima de tudo, menos leis, melhores leis e menos burocracia. APOSTARIA numa educação exigente e em medidas que garantissem melhor aprendizagem e consequentemente melhores resultados escolares. Desenvolver massa crítica, fomentando valores de excelência e de rigor junto dos jovens, seriam os principais objetivos. Ao mesmo tempo, promoveria o alargamento da escolaridade obrigatória desde o pré-escolar ao 12.º ano.

João Carlos Gaspar, diretor do Departamento de Ação Social da Câmara de Coimbra

CARLOS AMARAL DIAS, diretor do Instituto Miguel Torga O chicote também não é proibido em Portugal…

FONTES: FACEBOOK, AS BEIRAS, DIÁRIO DE COIMBRA E LUSA. SELEÇÃO DE FRASES E COMENTÁRIOS: REDAÇÃO C

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elevador do mercado

figura da semana

Maria Luísa Carvalho

A FEB CAFÉS, SA , fundada em 17 de novembro de 1944, em Coimbra, tem tido uma história de sucesso comercial, a que não foi alheia a empresária Maria Luísa Carvalho.

A política de diferenciação e inovação impuseram o café FEB no país e no mundo

EM 1968, com a primeira reestruturação financeira, passa a ser gerida por Jaime Carvalho, que, nos 30 anos seguintes, lhe incutiu forte crescimento. Após a sua morte, em 2003, é ela própria que sucede ao marido na presidência, mantendo a estratégia vitoriosa de aproximação ao cliente, num contexto de diferenciação e inovação. EM 2008 , a FEB Cafés, que hoje celebra o 67.º aniversário, agrega o Grupo Lusovini e, em 2009, arrancou com o projeto Febicap (FEB, BICA, CÁPSULAS), mantendo-se Luísa Carvalho como administradora.

JOSÉ REIS iniciou novo man-

dato como diretor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. A reeleição foi por unanimidade.

LUÍS ANTUNES começou bem o mandato à frente da câmara da Lousã. A Feira do Mel e da Castanha foi um êxito. Nem a RTP faltou.

debate

Portugal deve deixar a zona Euro?

Portugal não pode continuar refém de uma política que condiciona o crescimento económico. Há necessidade urgente de convergência com os restantes países da zona Euro, o que implica adotar medidas para uma verdadeira justiça e progresso social.

JOÃO GABRIEL SILVA , desta vez, excedeu-se. Suscitar a hipótese da Universidade de Coimbra, com 721 anos, fechar em 2013 por falta de verbas fragiliza a reitoria.

SILVA VIEIRA Administrador do Grupo Auto-Sueco Coimbra

a descer a subir

Portugal só deve deixar a zona Euro se, de facto, tiver de deixar. Enquanto for possível suportar os sacrifícios, deve manter-se. Quando se tornarem insuportáveis, outro caminho terá de ser seguido. Mas a saída terá custos incalculáveis.

VITOR FERREIRA voltou a trazer todo o cinema português a Coimbra. A XVIII edição dos Caminhos do Cinema Português foi um sucesso!

ANTÓNIO MOREIRA Coordenador da União dos Sindicatos de Coimbra

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ao microscópio

Roubam carro da polícia para fazer sexo É CERTO QUE, quando a vonta-

de aperta, qualquer sítio parece ótimo e que o risco apimenta sempre um pouco as coisas. Mas este casal norte-americano foi um pouco longe de mais. Alexander Pratt, de 59 anos, e Clara Pearson, de 53, foram presos na última quinta-feira em Lake Worth, no estado da Flórida (EUA), após terem roubado o carro do chefe da polícia do condado de Palm Beach para

acredite se quiser

um encontro sexual. O homem roubou a viatura para poder encontrar-se com a companheira. Pratt e Clara acabaram presos numa operação stop. Pratt disse que não se arrependia do roubo, pois queria "manter relações íntimas com Clara".

para encontrar outras situações semelhantes – se é que existem – para poder realizar um estudo.

Moto movida a fezes humanas

Sofre AVC e acorda gay UM JOGADOR de râguebi bri-

Engravidou virgem UMA JOVEM BRASILEIRA dei-

xou toda a gente espantada ao assegurar que engravidou por via oral e que continua a ser virgem. Depois do inicial (e natural) ceticismo, a verdade é que, até ao momento, os estudos médicos confirmam a versão da futura mamã, já que indicam que a rapariga nunca teve esperma no seu aparelho reprodutor. Os resultados deixaram a comunidade médica espantada. Devido a este caso, o governo brasileiro l a nç ou u m a campanha

tânico sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) quando tentava fazer um mortal e bateu com a cabeça. Antes do acidente, Chris Birch tinha namorada e era um fanático por desporto. No entanto, o episódio alterou toda a sua vida. Quando acordou, o jovem, de 26 anos, era… gay. "Sei que parece estranho, mas quando ganhei consciência senti-me imediatamente diferente. Já não tinha interesse pelas mulheres, era definitivamente gay", afirmou. Birch mudou também de profissão – é agora cabeleireiro – e vive com o companheiro num apartamento por cima do salão onde traba lha . Devido ao acidente, o jovem perdeu também cerca de 50 quilos. Apesar de todas as mudanças, não se arrepende. "Estou mais feliz que nunca", garante.

ESTA ATÉ A NÓS nos custou a acreditar. Uma empresa japonesa de acessórios para o banho desenvolveu uma moto que é movida a fezes humanas. A Toilet Bike Neo tem como objetivo "aliviar" a emissão de dióxido de carbono. Segundo a empresa, a moto funciona cem por cento à base de dejetos humanos, que são transformados em biocombustível no momento em que o dono puxa o autoclismo. A viatura até toca música! Apesar das reações, a firma já provou que a ideia é real e fez mesmo algumas demonstrações em quase todo o Japão. As emissões de CO2 poderão diminuir, ma s out ros g a ses irão, certamente, aumentar…

Kendra Wilkinson gosta de locais públicos A MODELO e ex-coelhinha da Playboy Kendra Wilkinson revelou que ela e o marido, o jogador de futebol americano Hank Baskett, adoram fazer amor no carro, mas o local mais estranho onde já tiveram relações sexuais foi... num jet-ski, durante umas férias no México.

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lente de contacto SABEDORIA POPULAR A expressão "o povo tem sempre razão" pode ser antiga, mas nunca perdeu a verdade. Exemplos desta sabedoria popular podem ser vistos nos mais variados temas, desde a política ao desporto. Há quem se tenha desculpado com chuva, mas nós sabemos a verdade. Quando os mais fortes receberam o mais fraco, numa competição que, apesar de tudo, ainda vai voltar a Coimbra, os mais pequenitos levaram a vitória. E o povo? Já previa o resultado e ficou em casa. É sempre muito importante não esquecer os erros do passado e, acima de tudo, não os repetir.

COMER AINDA FICA BARATO As regras do mercado não assistem a todos. Tanto se fala na crise, tanto se fala que está tudo cada vez mais caro, e uma certa tasca de uma certa vila próxima de Coimbra decidiu baixar os preços da diária. Se a popularidade do local já era grande, agora torna-se muito complicado arranjar uma mesa no estabelecimento. Se a moda pegar, parece que Coimbra se vai tornar na cidade mais barata do país. Poupa-se na restauração, gasta-se na habitação.

táxis Gostava de ver a Madonna em Coimbra? CARLOS FERNANDES

Foram-se os quadros... A "bomba", segundo algumas "fontes", poderá rebentar dentro de dias num qualquer quiosque do país... ou da região Centro. O enredo "mete" quadros, ou melhor o seu (novo) destino e um dos ex-representantes do governo, que fechou o gabinete num lado e... decorou-o, no outro, com as belas pinturas. O gosto pela arte não está em causa, mas a decisão, a ser verdade, terá certamente como objetivo a formação artística do visado que, com o adeus às funções no Governo Civil, tem, agora, mais tempo para apreciar as obras de que tanto gosta. Resta esperar...

A LUÍSA FOI APANHADA O Estado quer acabar com ela. Ou, pelo menos, ver-se livre dela. Mas há muitos órgãos de comunicação social que não conseguem viver sem ela. Ou será ela que não consegue viver sem os órgãos de comunicação social? Como se explica que, com mais jornalistas que muitas redações do país (só em Coimbra), tenha de plagiar textos de órgãos de comunicação social da cidade para mostrar trabalho? A isto se chama serviço público.

praça de

CULTURA VS DESPORTO É uma batalha de espaços. De um lado, uma fação carrega instrumentos musicais e até mesmo apetrechos intelectuais, debaixo do estandarte da cultura. No lado oposto surge um exército equipado com sapatilhas, calções e t-shirts. Caramba! O debate ideológico parece ser, afinal, uma questão de euros. Do alto do palacete universitário, a questão torna-se clara: nesta história não há santos.

Seria importante. Um evento destes ia trazer muitos jovens - e não só – a Coimbra. De Madonna só se pode esperar um grande concerto, como quando estiveram cá os U2, com os bilhetes a esgotarem logo.

ISABEL COSTA

É bom para todos! Infelizmente aqui, em Coimbra, não há grandes coisas que façam mover a cidade. A Madonna ia dar trabalho aos hotéis, aos taxistas, aos restaurantes e a outros profissionais. Seria muito bom para o turismo.

espelho meu

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ao microscópio

vidas

ANTÓNIO COELHO

Uma vida dedicada à Associação Académica O HOMEM QUE CHEGOU A SER CANDIDATO A CANDIDATO À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA CONTINUA A TER NOS ESTUDANTES E NA ACADEMIA A SUA GRANDE PAIXÃO

É UMA FIGURA incontornável para muitas gerações de estudantes de Coimbra que, durante anos, se habituaram a vê-lo sempre a servir copos na Associação Académica de Coimbra (A AC). Era como se f izesse parte da mobília. Hoje, já não é assim. Como, na realidade, nem sempre foi. Apesar de a Academia ser a grande paixão de António Coelho Alves, a verdade é que o Coelho nasceu bem longe de Coimbra, em Braga. Mas, já aí "fazia parte da Academia", uma vez que acompanhava religiosamente o Académico de Braga. "Nós éramos muitos irmãos. Eu saía e os meus pais nem davam conta. Ia com eles para todo o lado", conta. Nesta altura tinha 12 anos e era ardina. Dois anos depois foi para Lisboa, onde também começou como vendedor de jor na is. Mudou-se depois para a restauração, até que foi chamado para cumprir o serviço militar.

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Na Figueira da Foz, onde foi a exame de condução, teve uma cunha para… "ficar mal". É que ter a carta era meio caminho andado para ir para o Ultramar. Ainda assim, acabou por estar 31 meses em Angola. "A minha guerra não era assim muita", admite, explicando que estava na manutenção militar. Acabou por ser o seu coração mole a causar-lhe a situação mais complicada que viveu. O dono de um café que costuma fre-

quentar gostava de caça grossa e pediu-lhe munições para a sua arma. Coelho tentou levar-lhe algumas, mas foi apanhado. Passou sete meses na prisão. Só saiu graças à amnistia concedida pela ocasião da visita do Papa a Portugal em 1968. CHEGA ENTÃO, finalmente, a Coimbra. E foi já depois de ter casado (na Covilhã) e de ter passado por vários cafés e bares da cidade que entrou, pela mão

Ainda agora, na Latada, seis miúdas me ligaram a pedir bilhetes. Acabei por ir com elas

de Luís Alcoforado, na AAC. "É um grande amigo. Ainda hoje vou tomar café com ele, quase todos os dias, à Faculdade de Psicologia. Devo muito a esse homem", confidencia. Desde 1988 até 2007, ano em que se reformou, conviveu com os estudantes como se fosse um deles. Não esconde a emoção que sente ao recordar esses tempos. "Sinto-me muito feliz, fico muito comovido por ter visto passar muitas gerações de estudantes". As histórias são mais que muitas. E são muitos também os que, ainda hoje, se lembram do Coelho. "Ainda agora, na Latada, estava a dormir, quando seis miúdas me ligaram a pedir bilhetes. Acabei por ir com elas", diz. No entanto, nem tudo são rosas. Houve alguns episódios que não agradaram. O momento da despedida foi um deles, uma vez que questões eleitorais levaram a que tivesse apenas direito a uma festa "feita em cima do joelho". Nada que faça esmorecer a

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VASCO GARCIA


A candidatura à Presidência

FOTOS: PEDRO RAMOS

"paixão" de Coelho pela AAC. De tal forma que, garante, se o chamassem de volta, seria a sua maior satisfação. "Gostaria de voltar a trabalhar no meio desta juventude, que era a minha alegria. Não me sinto velho, pelo contrário, sinto-me rijo para passar a noite a dançar e brincar com eles", garante. Ainda que deixe uma crítica aos jovens de hoje: "são uns putos que não sabem respeitar as instituições. Antigamente brincava-se, mas com prestígio e dignidade".

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ANTÓNIO COELHO está hoje perto dos "perigosos 69 anos". É casado – a mulher continua a trabalhar na AAC – e tem dois filhos. Sonhos? "O meu maior sonho é conviver com esta gente, que Deus me conserve por muitos anos e ver toda a gente bem".

"AINDA HOJE sonho com isso". É assim que recorda a candidatura à Presidência da República em 1991. O grito "Coelho a Presidente" foi o mote e a brincadeira quase se tornou realidade. "Eu e o Emídio Guerreiro fizemos toda a campanha, mesmo com os protestos do reitor Rui Alarcão, que todas as noites nos dizia para acabarmos com isto", lembra. As assinaturas faltaram porque houve um "boicote" de um deputado ligado à AAC. Mas ficam boas recordações: "o melhor foram os bons hotéis e as boas suítes”.


opinião

As autarquias em tempo de crise PAULO LEITÃO

DESDE 2009 têm proliferado profetas da desgraça e a classe política tem tardado em dar uma resposta pronta e concisa, que inverta rapidamente o rumo dos acontecimentos. O mais certo é não existirem soluções milagrosas e que o acumular de sucessivos erros ao longo de vários anos demore o mesmo número de anos a ser devidamente corrigido! MAS, por outro lado, as crises não devem ser encaradas exclusivamente pelos seus efeitos nefastos, mas sim como épocas de oportunidade e reflexão. Quem culpa a crise pela sua condição económica, seja ela individual ou coletiva, deverá conseguir abstrair-se da fraca qualidade de informação com que todos os dias somos bombardeados. AS CRISES são as derradeiras etapas dos caminhos, estes sim os verdadeiros culpados dos efeitos sentidos em tempos de crise.

AS CRISES NÃO DEVEM SER ENCARADAS EXCLUSIVAMENTE PELOS SEUS EFEITOS NEFASTOS

ASSIM estes configuram-se como períodos excecionais para refletir, para pensar além das ideias aceites pelas maiorias. Neste exercício não devemos ter receio de pôr em causa os papéis essenciais do Estado, das empresas, até mesmo da própria sociedade. SENDO autarca e não querendo ser mais um dos que se atropelam a fazer o seu diagnóstico da crise, pretendo elencar um conjunto de reflexões que poderão, penso eu, ser úteis.

O ESTEREÓTIPO comum do autarca assenta em realizar novas obras, sejam elas quais forem, de fontanários ou rotundas, a parques empresariais ou vias estruturantes. Cada vez mais a opções passarão não tanto pelo "betão", mas sim pelo investimento humano, quer no apoio aos que temporariamente encontram-se numa situação difícil, quer no desenvolvimento e aprofundamento de novas competências. O INVESTIMENTO deverá também ser redirecionado para a reabilitação e conservação das nossas urbes. O espaço urbano corretamente cuidado, limpo e reabilitado, com espaços verdes amplos e acolhedores, que retire espaço à solidão dos nossos lares, será uma componente cada vez mais valorizada pelos eleitores portugueses. NO QUE CONCERNE ao tradicional "betão", a seleção dos investimentos deverá ser criteriosa, tendo por base rigorosas análises custo/benefício, que não contenham cenários fantasiosos e que não sustentem os seus benefícios apenas na criação de emprego de curta duração. POR ÚLTIMO mas não menos importante, deverá ser implementada uma forte aposta na eficiência energética, reduzindo o consumo das nossas urbes, disponibilizando recursos para outras áreas. Não defendo um radicalismo nesta matéria, pois, como assistimos com exemplos semelhantes ao nível do país, muitas vezes os custos associados a determinado tipo de soluções superam as reduções previstas. NA PERSPETIVA da administração local, deverão ser cada vez mais responsabilizados os profissionais, reduzindo ao mínimo a intervenção camarária no licenciamento de um conjunto de atividades, ou por sua vez, implementando medidas que as tornem mais céleres. ESTOU CONVICTO que cada uma destas medidas é por si só mais benéfica e eficaz para o país do que a tão discutida redução de freguesias.

| Paulo Leitão é vereador da Câmara Municipal de Coimbra e assina regularmente este espaço de opinião |

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sociedade

entrevista

LUÍS PROVIDÊNCIA

LUÍS PROVIDÊNCIA FALA DO FUTURO DA TURISMO DE COIMBRA, DA NÃO ADESÃO À ENTIDADE REGIONAL, DA GESTÃO DO ESTÁDIO CIDADE DE COIMBRA E DO "BOICOTE" AO CENTRO DE ALTO RENDIMENTO TEXTOVASCO GARCIA

O

vereador do Desporto e presidente do Conselho de Administração da Turismo de Coimbra garante que a empresa municipal acabará o ano em equilíbrio financeiro, diz que a Turismo do Centro perde mais sem Coimbra do que a cidade sem a entidade regional e deixa críticas ao governo socialista que "cortou as pernas" à cidade no alto rendimento desportivo

Que balanço faz do seu primeiro verão à frente da Turismo de Coimbra (TC)? Divido-o em duas vertentes. Por um lado, o trabalho que tem sido feito pelo novo conselho de administração, na tentativa de chegar ao final de 2011 com a empresa em equilíbrio financeiro – é esse claramente o nosso gran-

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de objetivo. Por outro lado, faço um balanço positivo da atratividade de Coimbra para os turistas, com o acompanhar do crescimento nacional no turismo e nas visitas. Registámos alguns dados curiosos, como a alteração nos mercados emissores, com uma importância crescente de países como o Brasil. Quais são as estratégias de promoção de Coimbra nesses mercados? A promoção em Espanha, que é o nosso principal mercado emissor, continuará a ser feita muito por força da presença em feiras de turismo. Já o Brasil necessita de uma nova estratégia. Coimbra tem de conseguir passar a estar presente no Brasil, nem que seja através de parcerias com outras entidades nacionais.

FOTOS: MÁRIO NICOLAU

Turismo de Coimbra tem forte viabilidade Uma das questões que os agentes turísticos referem repetidamente é o facto de os turistas ficarem pouco tempo em Coimbra. O que tem de ser feito para alterar esse cenário? Essa é a grande questão que o turismo de Coimbra tem em mãos e que vai ter de resolver. Temos a noção que os turistas estão menos tempo e dormem menos do que gostaríamos e, portanto, temos de criar uma oferta turística que pode passar pela gestão integrada de destinos turísticos. Existem à volta de Coimbra uma série deles, que podem ser complementares da oferta da cidade. Vamos ter de construir esse tipo de oferta. Quem vier a Coimbra tem de saber que para visitar tudo tem de estar dois ou três dias.

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Permite-me perguntar, de facto, que entidade regional é esta que não tem os principais destinos turísticos incluídos?

dos a contribuir com verbas próximas dos 20 ou 30 mil euros parece-me claramente uma discussão ridícula. O futuro da TC tem vindo a ser debatido na Assembleia Municipal. Acha que a empresa tem viabilidade? A empresa hoje pode afirmar que chegará ao fim deste ano em equilíbrio financeia. Julgo que este é já um bom indicador. O que nos preparamos fazer para o próximo ano é encurtar o orçamento e tentar aproximar as receitas próprias dos 50 por cento das receitas totais. Mas estamos a falar de uma empresa cujo grande motivo de existência é a promoção da cidade e, como tal, tem custos que não se refletem em receita direta para a empresa. Espero e acredito que no fim de 2012 a empresa possa ter um nível de receita que faça compreender os restantes autarcas, em particular os da Assembleia Municipal, que é bom ter esta empresa e que a capacidade para gerar receita é diferente daquela que aconteceria se tivéssemos uma Divisão de Turismo. A não adesão à entidade regional de turismo foi uma opção acertada? Foi uma decisão política, motivada por uma outra decisão – também política – do então secretário de Estado do Turismo, de determinar que a sede dessa entidade fosse em Aveiro, sem que os associados e as entidades constituintes se pudessem pronunciar, levando a outra situação mais ou menos caricata, que é termos uma entidade regional de turismo onde não está Coimbra e Fátima, onde não esteve, durante muito tempo, a Figueira da Foz, Cantanhede e a Serra da Estrela. Permite-me perguntar, de facto, que entidade regional é esta que não tem os principais destinos turísticos incluídos?

A abertura da Base Aérea de Monte Real à aviação civil seria benéfica para o turismo de Coimbra? Claramente. Nesta altura, alguns eventos que poderemos ou não realizar estão dependentes da distância a aeroporto. Desse ponto de vista, a cidade poderia beneficiar. Também em relação aos low cost, poderia ser um destino mais próximo. A estratégia dos grandes concertos é para continuar? Tem de ser. A Madonna é um desejo que eu espero sinceramente que se possa vir a concretizar, e que está dentro dessa política de grandes eventos. Alguns já existem, com grande tradição na cidade, como a Queima das Fitas, mas a cidade tem sabido construir novas ofertas.

Falou na Queima das Fitas. Justifica-se a cobrança de taxas para a utilização da Praça da Canção nas festas académicas? Justifica-se. O país atravessa uma situação de grande dificuldade e ninguém pode ficar fora da contribuição para minimizar os custos que instituições como a câmara municipal ou, neste caso, a TC, têm. Eventos que têm lucros de mais de um milhão de euros serem chama-

A Madonna é um desejo que eu espero sinceramente que se possa vir a concretizar

Na sua opinião não traria grandes benefícios a Coimbra integrar essa entidade? O benefício que Coimbra pode tirar é muito mais o de condicionar a forma como o Centro e Coimbra são promovidos pela agência de promoção – e aí faz sentido que Coimbra tenha uma palavra a dizer. Já a entidade regional, não vejo como uma verdadeira limitação para Coimbra. Vejo mais ao contrário: a entidade regional perde muito mais por não ter Coimbra do que Coimbra por não estar integrada na entidade regional. Passemos ao desporto. Até 2010 houve grande investimento, principalmente em eventos desportivos, que tem vindo a baixar. Isso deve-se à crise ou a uma alte-

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sociedade

ração de estratégia? Fundamentalmente, deveu-se à crise. Tivemos de tomar essa decisão política quando construímos o orçamento para 2011 e tivemos de prescindir fundamentalmente dos eventos desportivos que entendemos que tinham menos tradição ou menos impacto por não serem modalidades muito fortes na cidade.

entrevista

Já tive as conversas que tinha de ter com o presidente da Académica sobre a gestão do estádio e acordámos no modelo a seguir para rever o texto

O facto de ter apoiado uma lista contrária à da atual direção e de o atual presidente ter exigido a sua demissão pode complicar essas negociações Não. Nesta fase, já tive as conversas que tinha de ter com o presidente da Académica sobre esse assunto e acordámos no modelo a seguir para rever o texto. Portanto, nem eu nem o presidente da Académica fazemos, nesta fase, falta ao processo.

A gestão do Estádio Cidade de Coimbra continua a dar que falar. Quando é que essa situação poderá ficar definitivamente resolvida? Do meu ponto de vista, só ficará resolvida com a aprovação de um novo texto. Em bom rigor, a Académica, até 2014, não tem, necessariamente, de aceitar um novo texto, porque só em 2014 termina este contrato. No entanto, acredito que se pode ir trabalhando num novo texto e, se tivermos abertura da Académica para aprovar novas condições antes de 2014, melhor, porque permitirá que a câmara não tenha de denunciar o contrato, que me parece omisso numa série de questões. Houve alguns problemas que se foram colocando, estão elencados, sabemos o que gostaríamos de ter melhor explicado e melhor resolvido naquele contrato e temos todas as condições para propor à Académica um contrato que seja mais de fácil de gerir por todos.

O Centro de Alto Rendimento (CAR) é um projeto que ainda tem alguma viabilidade? Viabilidade terá sempre, porque pode ir sendo construído por fases ou por módulos, mas um CAR construído de uma pernada, como foram os do programa de alto rendimento do anterior governo, naturalmente que não. O que podemos fazer é perceber se de novo Governo há disponibilidade para apoiar um projeto de alto rendimento em Coimbra, que pode passar pelo projeto da câmara municipal ou não. Se se chegar à conclusão que a única forma de recuperar o Estádio Universitário é recorrendo a um projeto que o enquadre no alto rendimento, a câmara poderá prescindir do seu projeto.

Recolha de resíduos sólidos pode ser entregue a privados

No que diz respeito a ambiente e espaços verdes, acha normal que numa cidade como Coimbra tenham de ser os cidadãos a mobilizar-se para limpar, por exemplo, a Alta? Se me falar da Alta e daquele tipo de problemas, é normal que uma cidade de estudantes tenha problemas destes. Uma das modas que pegou em Coimbra foi o botellón e isso tem um reflexo direto na sujidade da Alta. Já enviei um ofício à ERSUC alertando para esta situação que potencia a sujidade da Alta a horas menos convencionais e solicitando que pudesse adaptar os horários da limpeza aos novos horários da sujidade. Relativamente à limpeza geral, eu julgo que é aceitável, ao contrário do que algumas pessoas tentam fazer passar. Mas, naturalmente, não é tudo perfeito.

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A pista de atletismo vai ser arranjada? Tem de ser! É um ponto de honra meu ter até ao final do mandato uma nova pista no Cidade de Coimbra. Uma cidade como Coimbra, capital de distrito, não pode não ter uma pista de atletismo homologada.

Aquando da reestruturação orgânica da câmara, discutida recentemente, queixou-se da falta de funcionários para esta área. Tem os funcionários suficientes? Não temos. Quando cheguei ao Departamento de Ambiente, tinha mais de 400 funcionários. Já saíram mais de cem. Obviamente que isso tem reflexos na capacidade de resposta. Mas tem de haver soluções. Uma delas pode passar, como está previsto no caderno de encargos que está construído, pela passagem de um ou mais turnos de limpeza e recolha de resíduos sólidos urbanos para o setor privado, ou seja, externalizar esses serviços, permitindo que cerca de 30 funcionários se encaixem nos diferentes serviços carenciados de mão-de-obra.

Acha que, também aí, Coimbra foi ostracizada pelo Governo? Não tenho dúvida nenhuma. A Câmara de Coimbra apresentou o projeto do CAR ao então secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, que cumpria todos os itens exigidos no caderno de encargos da Secretaria de Estado, à exceção de um, que era ter a assinatura do membro do Governo na área do Desporto. Continuo a ter a convicção que teria sido mais útil para uma série de modalidades ter um CAR em Coimbra, mas a Secretaria de Estado tomou uma decisão política que, em certa medida, é legítima. No meu ponto de vista, e estando a falar de verbas comunitárias, já não reconheço essa legitimidade, porque Coimbra devia ter tido o direito de aceder a essas verbas. Desse ponto de vista, o Governo do PS partiu as pernas a Coimbra e impediu, por decisão política, que Coimbra tivesse hoje um CAR. leia a entrevista na íntegra em

www.cnoticias.net

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PRINCIPAIS PONTOS CRÍTICOS NO LITORAL CENTRO especial

OVAR

ÍLHAVO

FURADOURO

PRAIA DA BARRA

ambiente

A PRAIA do Furadouro é um dos pontos críticos na costa litoral centro, por tratar-se de uma zona com frentes urbanas. Este inverno ainda não houve incidentes, mas em 2010 a praia sofreu uma forte erosão associada à ocupação urbana.

CONHECIDA pelo seu farol, considerado o terceiro mais alto do mundo, a Praia da Barra também é objeto de observação especial. De ano para ano o areal vai ficando mais curto, porque o mar continua a avançar sem misericórdia.

OS INVERNOS rigorosos continuam a pôr em causa o equilíbrio da Praia da Costa Nova, que nos últimos anos já perdeu algumas dezenas de metros, o que coloca em risco esplanadas e apoios de praia, motivando o alerta dos moradores.

COSTA NOVA

SÃO MUITAS as casas que estão

cada vez mais próximas do mar na Praia da Vagueira. Povoação celebrada pela sua bela praia e pela arte xávega vive dias de angústia, protegida por obra de defesa costeira que exige um permanente investimento.

REGIÃO CENTRO TEM ZON SÃO VÁRIOS OS PROBLEMAS DE EROSÃO IDENTIFICADOS NA COSTA LITORAL CENTRO. ESPECIALISTA DA UA EXPLICA QUE O PROBLEMA RESIDE NA FALTA DE SEDIMENTOS NAS CORRENTES DE DERIVA LITORAL. AÇÃO DOS ESPORÕES, BARRAGENS E ALBUFEIRAS SÃO OS PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS

MARCO ROQUE E MARTA VARANDAS

"A PRAIA AQUI está completamente perdi-

da. Já não há solução". O desabafo vem da boca de Manuel dos Santos Cuco, um pescador da Praia de Mira, que aos 63 anos lamenta o sucedido no início do mês, do cimo da duna que pode vir a desaparecer, num passadiço de madeira que outrora levava à praia, mas que hoje, já sem escadas, está como que suspenso, vários metros acima da duna. "Nasci cá e lembro-me que havia quase um

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quilómetro de praia", recorda o pescador, apontando para o fim do passadiço, que chegou a ter 40 degraus que terminavam na areia. "O mar levou tudo", diz. A praia, quase sem areal, fá-lo citar o neto Eduardo, com 15 anos, que vive com o avô, a quem costuma dizer: "Qualquer dia apanhas os robalos dentro de casa e não precisas de pôr as redes". A FORTE ONDULAÇÃO do mar que se fez sentir nos primeiros dias de novembro, motivada por ventos fortes, provocou estra-

gos em várias zonas da costa litoral centro. Na Praia de Mira, a duna natural que está a Norte, a uma cota bastante elevada, foi cortada pela força do mar, sendo agora visível uma arriba talhada nessa mesma duna, que mais parece uma parede direita. Em Vagos, na Praia do Areão, logo a seguir à Vagueira, a força das ondas destruiu parcialmente uma estrada municipal. Em algumas outras praias, o areal quase desapareceu. Manuel Cuco vive precisamente no bairro Norte da Praia de Mira, onde o risco de des-

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VAGOS

VAGUEIRA

AREÃO

O MAR desfez o cordão dunar na

Praia do Labrego, no Areão, e invadiu a ria, atravessando campos agrícolas e rompendo a estrada. A causa esteve num temporal que ocorreu a 1 de novembro último. Este é mais um ponto crítico.

MIRA

FIGUEIRA DA FOZ

PRAIA DE MIRA

BUARCOS

UMA DAS SITUAÇÕES mais preocupantes está a Norte da Praia de Mira, junto ao Bairro de Pescadores. No temporal que ocorreu no início do mês foi levada boa parte da duna que protege as casas. Estão a ser colocados sacos de areia.

NA REGIÃO da Praia de Buarcos

há um troço de costa rochosa, à semelhança do que acontece na zona de Ílhavo e fazem sentir-se os molhes, que desta maneira impedem a passagem de sedimentos e reduzem o areal.

COSTA DE LAVOS

ESTA LOCALIDADE continua a assistir ao avanço do mar, merecendo a visita do presidente do INAG na passada segunda-feira. Os prejuízos materiais poderão não se ficar pelos equipamentos de praia, como tem acontecido até aqui.

ONA COSTEIRA EM PERIGO truição total da duna é elevado, o que coloca em perigo centenas de casas. Estão a ser colocados sacos (geotêxteis) com uma tonelada de areia até à cota dos quatro metros de altura, para proteger o cordão dunar e as habitações situadas a escassos 50 metros do areal. "As pessoas que vivem cá, no Bairro dos Pescadores, estão preocupadas e começam a ficar assustadas. Se abre uma brecha o mar chega às casas todas", revela Manuel Cuco. Aproxima-se Mário Neto Ferreira, também morador no bairro. Todas as manhãs faz o mesmo: sobe o pedaço de passadiço que resistiu ao temporal e vê como decorrem as obras. "SÃO OBRAS de emergência", esclarece

Cristina Bernardes, docente de Geociências na Universidade de Aveiro (UA) e membro do

CESAM - Centro de Estudos do Ambiente e do Mar. Embora considere que esta não seja a intervenção mais apropriada - visto que os sacos estão a ser cheios com areia da própria praia, o que vai criar desequilíbrio - "pelo menos está a fazer-se alguma coisa". "Tendo em conta que ocupamos esta faixa costeira, temos de continuar a protegê-la", diz. Para Cristina Bernardes esta é uma intervenção que causa menos impacto do que construir um esporão (estrutura perpendicular ao mar), sendo uma medida mais económica, menos agressiva e mais amiga do ambiente. NA PRAIA DO LABREGO, no Areão (concelho de Vagos), a força do mar rompeu a estrada municipal que liga à Vagueira. Esta zona já não tinha duna frontal, mas sim

diques arenosos construídos pelo homem, para substituir a duna e proteger a costa. Os diques foram destruídos pelo temporal de 30 de outubro para 1 de novembro. Qual o causador da destruição? "Um temporal e a conjugação de fatores adversos como o facto de vir de sudoeste, não estando a nossa costa preparada para perigos vindos de sudoeste e ter coincidido com marés vivas". O QUE SE PASSA COM O MAR E A COSTA?

Cristina Bernardes explica que o cerne da questão está na "não alteração das causas que atualmente levam à erosão. Não há sedimentos em volume suficiente a circular nas correntes de deriva litoral. E não há sedimentos porque há barragens. Há um plano nacional de barragens, para produzir energia limpa,

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especial

head ambiente

que a intervenção de emergência que está a ser realizada na Praia de Mira possa não ser suficiente para salvaguardar as casas

mas há um preço a pagar por isso: ao fazer-se albufeiras estamos não só a reter água mas também sedimentos que fazem falta no litoral e não chegam à desembocadura dos principais rios". A especialista refere que o nosso fornecedor de sedimentos - está a norte, porque as correntes vêm de norte para Sul - é o rio Douro. "Não sei o que atualmente exporta para a deriva litoral, mas se há uns anos atrás era X agora deve ser X menos, menos, menos... Praticamente é nulo, porque depois fica retido nas albufeiras e há ainda a questão da dragagem de inertes", utilizada para a construção, junto às desembocaduras, na parte terminal dos estuários e às vezes nas próprias praias. Para a docente tudo isto é sedimento que faz falta para alimentar as correntes da deriva litoral e alimentar as praias. "Hoje as correntes de deriva litoral não são nutridas de sedimentos provenientes dos rios e então alimentam-se da erosão das praias e dos seus limites. No caso de ser uma costa rochosa são as arribas, e aí os processos talvez sejam mais lentos mas também se tornam catastróficos. Já nas costas arenosas, erodem as dunas", afirma. O PROBLEMA DA EROSÃO costeira está na

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falta de sedimentos nas correntes de deriva litoral. Cristina Bernardes explica que os sedimentos, ao vir de norte para sul, induzem uma corrente que os transporta e distribui ao longo da costa de norte para sul. Quando são construídos esporões, vão fazer com que as correntes choquem contra esses obstáculos, percam capacidade de transporte e depositem as areias. "Por isso é que a barlamar dos esporões, ou seja a norte, há

Problema da erosão costeira está na falta de sedimentos nas correntes de deriva litoral. Ação dos esporões, barragens e albufeiras são os principais responsáveis sempre mais areia do que há a sul, porque a areia é depositada a norte devido à presença daquela barreira. E depois, como deixa aqueles sedimentos, a corrente vai erodir a sul. Quando se fazem esporões ligeiramente inclinados é para tentar facilitar que alguns sedimentos passem mais facilmente para sul e não fiquem todos retidos a norte. Mas

assim vamos estar sempre a 'atirar' o problema para o vizinho do lado, ou seja, para sul", adverte. São vários os especialistas que apontam a deficiência e assimetria na distribuição dos sedimentos devido à ação dos esporões como causas do agravamento da erosão costeira. Este tipo de construção interrompe o trânsito litoral das areias. Paralelamente, existe uma diminuição do fluxo de sedimentos transportados pelos rios, retidos nas albufeiras das barragens, a somar às modificações da ondulação costeira, como consequência das obras portuárias. O QUE FAZER? Cristina Bernardes admite

que os mais visionários já defendem a destruição de barragens. Fazer a realimentação artificial das praias é outra alternativa. "Podíamos também fazer a transposição de sedimentos que estão nos molhes. A praia da Figueira da Foz cresce a uma taxa elevada porque o sedimento fica retido no molhe norte e a areia cada vez é mais", explica a docente da UA. Esta intervenção tem encargos, assim como tem fazer um esporão ou reacondicioná-lo, porque com as condições de agitação marítima, as pedras "desarrumam-se", sendo necessária manutenção.

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FOTOS: PEDRO RAMOS

MANUEL CUCO teme


nardes faz para o futuro da costa litoral centro é que "vai ser mais do mesmo do que temos hoje, com consequências cada vez mais negativas". "Tudo o que disser respeito a frentes urbanas vai estar mais desprotegido", acrescenta. E o que é que se tem feito ultimamente? "Reforçar as estruturas de proteção e subi-las, como é o caso da Praia da Vagueira, que tem um enrocamento. Praticamente já não se vê o mar, porque ainda no último ano esse enrocamento foi levantado um metro", explica a docente de Geociências na Universidade de Aveiro. A Vagueira é um ponto crítico na região. Em preia-mar de marés vivas, a cota é superior à cota das casas, o que significa que a cota da entrada dos prédios está abaixo do nível do mar. Em caso de temporal, as ondas facilmente galgam

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o enrocamento e invadem sem dificuldade o parque de estacionamento e toda a zona da marginal, o que inclui a entrada de restaurantes e prédios de habitações. Protegem-se as frentes urbanas, mas, segundo a docente, pode chegar-se a um ponto com custos incomportáveis. "Se calhar temos de começar a retirar. Mas depois as pessoas não querem sair de onde estão. É tudo uma questão de custos. Hoje em dia justifica-se tudo para proteger uma frente urbana. Estão lá as pessoas e custa dinheiro pôr um prédio abaixo. São milhares de euros de prejuízo. Mas ninguém ainda contabilizou quanto é que é perder 10 metros de duna numa zona que não é habitada. Também tem custos, que devem ser contabilizados, porque é património natural", defende a professora e investigadora do CESAM.

LUSA

A PROJEÇÃO que Cristina Ber-

LUSA

Tendência é para "piorar"


especial

ambiente

ASSUNÇÃO CRISTAS

LUSA

esteve presente na intervenção na Praia de Mira, obras que considera serem "o que se pode fazer já"

Prioridade do Governo é salvaguardar pessoas e bens EXECUTIVO ESTÁ EM PROCESSO DE REVISÃO DO PLANO DE ACÇÃO DO LITORAL 2007-2013. NO ENTANTO, GARANTE QUE A GRANDE PRIORIDADE SERÁ SEMPRE DADA À PROTEÇÃO DOS CIDADÃOS NO INÍCIO do mês de novembro, quando

soou o alarme na praia de Mira, Assunção Cristas, ministra da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território, não perdeu tempo em deslocar-se ao local ameaçado pelo mar. Com a colocação dos sacos de areia a servir de fundo, a ministra garantiu que a prioridade nas intervenções tem de ser dada à proteção das pessoas. "A prioridade e a urgência é fazer obras que assegurem a salvaguarda de pessoas e bens e a sua segurança. Estamos a dar um sinal de que todos os meios possíveis serão disponibilizados para fazer as obras ", referiu Assunção Cristas. Por isso, "estamos a tratar do que pode ser tratado agora, que é conter a fúria do mar, a fúria das marés para proteger as pessoas. É a nossa prioridade máxima", reiterou.

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Passadas três semanas, a entrou em contacto com o ministério da Agricultura, Mar, Ambiente e Ordenamento do Território (MAMAOT) de modo a perceber a estratégia do Governo para combater estas situações. O contacto foi efectuado com Pedro Afonso de Paulo, secretário de Estado do Ambiente e do Ordenamento do Território, que emitiu uma resposta através do gabinete de imprensa do MAMAOT. "É objetivo deste Governo dar prossecução à operacionalização do modelo e das estruturas existentes e criar uma efectiva gestão integrada das zonas costeiras e do espaço marítimo, incentivando o seu ordenamento, proteção e valorização", refere a resposta. Tal como fora indicado pela ministra, "será dada prioridade, por este executivo, às si-

O que é o PAL? O Plano de Acção para o Litoral (PAL) 2007-2013 identifica as ações que, "no âmbito nacional, assumem um caráter prioritário, identificadas como 'Prioridades de Intervenção' (do nível nacional)". O PAL deve ser revisto a cada dois anos, embora fenómenos naturais ou novas leis possam levar à sua alteração.

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tuações relativamente às quais venha a ser identificado risco de segurança envolvendo pessoas e bens". PARA ATINGIR este objetivo, o Governo está

a centrar a sua atenção na revisão do Plano de Acção do Litoral 2007-2013. "O plano encontra-se numa fase de recolha de dados junto dos organismos com responsabilidades no litoral de todos os elementos para a realização de uma análise que se quer estruturada e integrada, com vista a dar início a um proces-

"A grande questão reside e continuará a residir na forma como pensamos e intervimos no ordenamento do território" so de revisão do mesmo", refere a resposta. Assim, sublinha-se, "a revisão deste plano é uma das prioridades deste Governo e da equipa da futura agência do ambiente, cuja lei orgânica foi aprovada [na passada] semana em reunião do Conselho de Ministros". NA REVISÃO do documento vai estar bem

claro "o estabelecimento de prioridades atendendo a casos em que esteja em causa a segurança de pessoas e bens". Para além disso, "relativamente a situações críticas no litoral e que careçam de urgência, continuaremos a proceder como até à data através da monitorização, acompanhamento e desenvolvimento de acções com o envolvimento do Instituto da Água e das Administrações de Regiões Hidrográficas", bem como res-

tantes entidades, caso da protecção civil. Para além de Mira, o Governo tem acompanhado "com meios humanos e logísticos no terreno de forma a minimizar os danos resultantes do avanço do mar" a situação de Castelo de Neiva (Viana do Castelo), estando também a monitorizar 17 locais junto à costa face a uma eventual mudança de condições. O gabinete do secretário de Estado garante que "a tutela está atenta ao que se passa na nossa costa e a intervenção em situações de emergência". Até porque, sublinha-se, a zona litoral do país tem de ser alvo de uma atenção especial. "As zonas costeiras são zonas naturais com uma grande dinâmica e para onde concorrem diversos fatores, para mais é nestas zonas que se concentram cerca de 85% das atividades económicas do país e 76% da população, quando estamos a falar de uma faixa que representa apenas 8% da superfície continental", refere a resposta. Para além disso, "a esta equação acresce ainda o potencial impacto das alterações climáticas, o que, no cômputo geral, faz do litoral uma zona sujeita a uma grande imprevisibilidade e de grande vulnerabilidade".

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FICA O AVISO de que "apesar de haver todo um trabalho de identificação das zonas de maior potencial de risco, a dinâmica costeira introduz um fator de imprevisibilidade que, como tal, pode implicar que zonas não identificadas anteriormente como sendo de risco possam vir a necessitar de intervenções de emergência ou de intervenções estruturais". Perante estes fatores, a resposta do gabinete conclui que "a grande questão reside e continuará a residir na forma como pensamos e intervimos no ordenamento do território".

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FRANCISCO FERREIRA , vice-presidente da associação

ambientalista Quercus, mostrou-se crítico em relação a estas intervenções. "É muito complicado fazer contas aos milhões de euros necessários para intervir em muitas das zonas ameaçadas de erosão costeira", referiu Francisco Ferreira, avançando que "em muitos casos está a deitar-se dinheiro ao mar". O responsável da Quercus mostra-se crítico da estratégia do Governo. "É sempre nestas alturas que intervimos, porque nunca há capacidade de antecipar estes acontecimentos, que são previsíveis", sublinhou. Devido aos custos elevados destas obras, Francisco Ferreira indica que "é preferível, nalguns casos, retirar as populações, não há outra saída com custos razoáveis".

QUERCUS sublinha que não se antecipam os acontecimentos

REVISTA OFICIAL

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"Deitar dinheiro ao mar"


ambiente

especial

Cristina Bernardes lamenta a transformação brusca a que a costa tem sido sujeita num espaço de tempo tão curto

Pontos críticos são cada vez em maior número

DR

vê aumentar os problemas da erosão. As entidades competentes procuram soluções que visem minimizar danos no património construído e que, simultaneamente, conduzam à conservação dos ambientes naturais. A investigadora da UA Cristina Bernardes alerta para a necessidade de haver uma convergência de esforços entre as entidades com jurisdição sobre o litoral, para seguir uma linha de ação que tenha em mente "que nada salvará a situação, por estar tudo muito desequilibrado". Este problema não tem a ver com a subida do nível do mar, nem com as alterações climáticas, avança a docente, porque o litoral "adapta-se às novas condições. O problema é que o homem não se adapta". Na imagem do topo está o enrocamento da Praia da Vagueira. As imagens seguintes mostram a estrada Vagueira-Areão cortada, imagens aéreas, um parque de merendas coberto de areia. A imagem superior esquerda mostra as obras na Praia de Mira. Entre 1958-1998, o recuo médio na Maceda (Furadouro) foi de menos 17 metros (m), ao passo que na Costa Nova e Vagueira foi de 12,5m. Entre 1982-1990, o recuo no Cabo Mondego (Figueira da Foz) foi de menos 5,5m. Entre 1998-2010 os recuos na Vagueira (Poço da Cruz) são de menos 3,9m e no Poço da Cruz (Mira) são de menos 2,8m.

DR

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CADA ANO que passa, a zona costeira da região Centro

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notícias head

sociedade

PROGRAMA OPERACIONAL REGIONAL DO CENTRO

Mais Centro visitou praia fluvial em Ourém

Fado de Coimbra no conservatório

A COMISSÃO diretiva do pro-

A J U N TA de Freguesia de

Santo António dos Olivais assinala, no próximo domingo, o 157.º aniversário com um espetáculo dedicado ao Fado de Coimbra. No Conservatório de Música de Coimbra vão marcar presença Luiz Goes, Fernando Rolim, Camacho Vieir a (na foto), Napoleão Amorim, Dur val Moreirinha, Rui Pato, entre outros.

Estarreja apresenta 5.ª edição de revista

A 5.ª edição da revista "Terras de Antuã – Histórias e Memórias do Concelho de Estarreja" vai ser revelada no próximo sábado, dia 19 de novembro, pelas 17H30 nos Paços do Concelho. Dos 14 artigos destaca-se "O papel das mulheres na vida de Egas Moniz", que é tema de capa.

grama Mais Centro promoveu uma visita guiada à praia f luvial do Agroal, no concelho de Ourém, cuja construção foi apoiada pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), com cerca de um milhão de euros. O objetivo da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), enquanto entidade gestora de fundos comunitários, foi observar no terreno o andamento dos investimentos atribuídos a candidaturas apresentadas pela Câmara Municipal de Ourém, designadamente, o andamento das obras e em que fase estão. Durante a visita, foi apresentado, em PowerPoint, o "antes e depois" do Agroal, para que todos percebessem o grau da reforma de requalificação ali em curso. "O Agroal é um espaço muito envolvente e acarinhado por todos e, por isso mesmo, a sua requalificação orgulha o município", declarou Paulo Fonseca, presidente da câmara. Alfredo Marques, presidente da CCDRC, afirmou, por seu turno, à margem da cerimónia, que a requalificação do Agroal se justif icou plenamente pelo seu caráter tradicional. "Sinto-me satisfeito por ver que os fundos estruturais aqui aplicados valeram

a pena", afirmou. A praia f luvial – Agroal está localizada num ponto em que convergem os concelhos de Ourém, Tomar e Ferreira do Zêzere. |SD

REQUALIFICAÇÃO da zona do Agroal orgulha a Câmara de Vila Nova de Ourém

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Uma selecção de petiscos com ingredientes de primeira qualidade para degustar a qualquer hora!

•PRAÇA DA REPÚBLICA, N.º 38 •ESTÁDIO CIDADE DE COIMBRA 17 NOVEMBRO 2011


PARQUE TECNOLÓGICO

Dois secretários de Estado visitam lançamento de obras LEONOR PARREIRAS, secretária de Estado da Ciência, e Carlos Nuno Oliveira, secretário de Estado do Empreendedorismo, da Competitividade e Inovação vão estar no iParque, em Coimbra, no próximo dia 21, segunda-feira. Os secretários de Estado vão estar na apresentação pública das primeiras obras de construção dos edifícios da 1.ª fase do projeto. Em comunicado, o iParque avança que, "depois da infraestruturação da primeira fase do projeto" - equivalente a trinta hectares dos cem previstos -, vai ser contemplada "a instalação de 15 empresas de base científica e tecnológica, em lotes industriais, mais 40 empresas no edífico Tesla". As obras representam um inves-

O iParque pretende ser um catalisador de desenvolvimento económico

timento total de 92 milhões de euros, pretendendo criar 1.200 postos de trabalho qualificado. Norberto Pires, CEO do Coimbra iParque, destaca algumas das empresas que se vão instalar no

parque. "A Sanfil será um hospital de I&D, a Innovanano é a única empresa de nanotecnologia do país e o CTCV vai ser um centro de materiais avançado, por exemplo", sublinha o CEO.

Como transformar um cobertor num sorriso O CENTRO DE Acolhimento João

Paulo II (CAJPII), em Coimbra, está a promover a campanha "Um Cobertor Por um Sorriso". A iniciativa pretende renovar o stock de cobertores da instituição, "minorando o frio e aconchegando quem vive em situação de extrema vulnerabilidade social". O centro de acolhimento também necessita de produtos de higiene, meias, cachecóis, gorros, luvas e calçado a partir do n.º 40, para homem. Em comunicado, o centro destaca que "a campanha não tem uma data limite estabelecida visto que os cobertores são necessários durante todo o ano". Os donativos podem ser enviados para o Centro, na rua dos Combatentes da Grande Guerra ou na Rua do Brasil, n.º 182. A organização lembra que "se um cobertor aquece o corpo, um sorriso aquece o coração, por isso vamos ajudar".

Projeto "Look4MyHealth" apresentado em Penela ALMEIDA Henriques, secretário de Estado Adjunto da Economia, Paulo Júlio, secretário de Estado do Desenvolvimento Regional, e o presidente da Câmara de Penela, António Alves, entre outras personalidades, participaram, em Penela, na apresentação do projeto "Look4MyHealth". O projeto de base tecnológica desenvolvido pela ISA Intelicare, uma spin-off da ISA, visa disponibilizar um serviço de monitorização de doenças crónicas e de rotinas diárias dos utentes através da medição de parâmetros biomédicos. A imple-

Encontro de antigos atletas do Sport Club

mentação do projeto conta com o apoio do PRODER e a participação da Santa Casa da Misericórdia de Penela e do Centro de Saúde de Penela.

LOOK4MYHEALTH permite mais eficácia na monitorização de doenças crónicas

NO PRÓXIMO dia 19, sábado, o Pavilhão da Palmeira vai receber o II Encontro de Antigos Atletas e Dirigentes do Sport Club Conimbricense. As festividades começam com um jogo de basquetebol entre antigos atletas do clube, que vai ser seguido de um jantar convívio. As inscrições estão abertas até amanhã, podendo ser efetuadas no Facebook do Sport Club Conimbricense.

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sociedade

futuro

FERNANDO NOGUEIRA

Médium diz que o Governo está possuído COM 2012 À PORTA FOMOS À PROCURA DE RESPOSTAS PARA "O QUE ESTÁ PARA VIR". FERNANDO NOGUEIRA, O CONHECIDO "BRUXO" DE FAFE, ACEITOU O DESAFIO. A CRISE, GARANTE, É OBRA DO DIABO... MÁRIO NICOLAU

DIZ-SE MÉDIUM de incorporação, ou seja,

possui capacidade de "encorpar espíritos que andam no mundo a desassossegar os vivos" - no caso de Portugal, mais de 10 milhões. É verdade que nem todos padecem do mesmo mal, mas isso não vem ao caso, pois Fernando Nogueira, apesar de cada caso "ter as suas especificidades", aceitou analisar "o todo". Começou pela situação económica, recomendando que seja devolvido ao Estado todo o dinheiro mal gasto, pois, se assim acontecer, o país consegue sair da crise. Na prática, segundo o médium "tanto é culpado quem roubou, como quem mandou roubar", o que, no caso português, é obra do diabo.

ficar as "influências negativas". Assim, tudo "corre ao contrário do que diz a Bíblia, que recomendava que governassem os filhos de Deus e que não se governassem". Ora, é isto precisamente que não está acontecer para desgraça do povo português.

Com o aproximar do fim dos tempos, o diabo está cada vez mais presente no mundo. Só a ação dos governos não será suficiente para alterar a situação

QUEM FIZER O CONTRÁRIO, asegura o O DEMÓNIO está "presente" nas mais altas

esferas do Estado e "ninguém escapa à sua influência nefasta" que afeta corpo e mente dos governantes do país. Fernando Nogueira estabelece uma divisão entre o que vemos e o que verdadeiramente existe e é executado. Ou seja, é através do corpo dos governantes que o diabo coloca em prática "o plano negativo que está a prejudicar o país". No fundo da pirâmide, acrescenta, "está o povo, que é quem mais sofre" na atual conjuntura. Fernando Nogueira recorre à Bíblia e a Timóteo [bispo cristão do século I d.C. esteve com Paulo de Tarso, seu mentor, durante as viagens missionárias. É considerado como sendo o destinatário das Epístolas a Timóteo. É um dos Setenta Discípulos] para justi-

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médium, "será punido com a própria morte, como está escrito na Bíblia". Na análise à situação económica, social e política do país, o chamado (e conhecido) "bruxo de Fafe" descarta a presença, em Portugal, dos "espíritos que andam no mundo a desassossegar os vivos", mas alerta para a confirmação de uma passagem da Bíblia que dá como certa o aumento da "influência" do diabo. "Com o aproximar do fim dos tempos, o diabo está cada vez mais presente no mundo", assegura. Para Fernando Nogueira, o diabo "assume-se" das mais variadas maneiras: pode ser Lúcifer, Satanás ou assumir outra qualquer nomenclatura. O que está a acontecer no mundo, considera, "é perfeitamente normal de acordo com a ordem estabelecida pelo

REAL MADRID AGRADECEU AJUDA A RONALDO TEM DOENTES de todo o país

e responde aos mais diversos problemas, que não encontram resposta na medicina. Porém, quando entra no consultório alguém que precisa de cuidados dos profissionais de saúde, o médium de incorporação envia-os para o local adequado. Os clientes não têm de pagar as consultas, apenas os tratamentos. Garante que "só trabalha com o bem". Há dois anos, tornou-se uma estrela da imprensa espanhola quando anulou uma alegada "magia negra" que afetava Cristiano Ronaldo. O presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, recorreu a ele para anular "a intervenção" de um bruxo espanhol e desde aí ficaram amigos. Fernando Nogueira é procurado por emblemas do principal campeonato português, mas fecha-se em copas no que toca a nomes.

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FERNANDO NOGUEIRA disse a Cristiano Ronaldo que não tinha de ter medo da alegada magia negra de Pepe, pois "era uma farsa e uma mentira"

demónio", pelo que só a ação dos governos não é suficiente. QUEM SÓ "trabalha para o bem", como

Fernando Nogueira, pode dar uma preciosa ajuda quer a Portugal, quer aos restantes países europeus. O primeiro-ministro Passos Coelho, a chanceler alemã Angela Merkel ou o presidente francês, Nicolas Sarkozy "precisam" de aconselhamento. "Não basta falar só com um ou com dois, pois é necessário falar com todos", assegura. No domínio político, o médium afirma que tem "provas dadas", lembrando o apoio que dispensou a Avelino Ferreira Torres, antigo presidente da Câmara de Marco de Canaveses, ou, na justiça, ao advogado José Maria Martins, advogado de "Bibi" no processo casa Pia. O segredo profissional limita a divulgação do nome de outros clientes por parte de Fernando Nogueira, que, no entanto, "abre um pouco o jogo" quando o tema é o futebol. No caso de Cristiano Ronaldo, e da alegada "magia negra" que terá afetado o internacional português. O "colega" Pepe, por encomenda de uma antiga namorada, complicou a vida ao craque luso, o que levou o Real Madrid a intervir. FERNANDO NOGUEIRA diz ter falado com o presidente do Real Madrid, Florentino Pérez, de quem recebeu, mais tarde, uma carta de agradecimento pelo trabalho desenvolvido. "Disse-o na altura e mantenho-o: aquilo

que o Pepe fez não era mais do que uma farsa e uma mentira", considera. O médium disse a Cristiano Ronaldo que "não tinha de ter medo porque o feitiço acabaria por virar-se contra o feiticeiro, o que de facto aconteceu". Aliás, acrescenta, não é caso único, já que "quem mexe naquilo que não sabe acaba por ter problemas". Pelo facto de ser "médium de incorporação" (na prática, "é um ser humano que está no sobrenatural, tem dons paranormais e morada aberta") é contactado para tratar mau-olhado, invejas, bruxaria ou magia negra.

"Ninguém me coloca problemas porque não admito que as pessoas digam o que têm. Sou eu que descubro quando vêm até mim" QUEM CHEGA À FALA com Fernando No-

gueira dá a conhecer o que tem, sem o dizer. "Não admito que me coloquem problemas. Sou eu que descubro o que aflige as pessoas. Trato muita gente desde ministros a deputados e alguns médicos não pensam duas vezes em me enviar pessoas cujos males resultam do sobrenatural", explica. O agudizar da situação económica provocou o aumento das visitas ao consultório em Fafe e Fernando Nogueira mostra-se disponível para ajudar o povo que "acredita" e que quer

alterar o destino. No mundo do futebol, o sobrenatural "também pesa", influenciando, diz, "decisões e dirigentes de treinadores". Sócio do V. Guimarães desde que se conhece, Fernando Nogueira gostava de ver "o Vitória campeão" e sofre muito quando vai ao estádio. Prognósticos sobre o campeão da Liga 2011/2012 estão fora do "horizonte" do médium de Fafe que gostava de um Vitória com mais qualidade e, no topo da classificação, trocava o Braga pelo regresso do Boavista. "Sinto muitas saudades de ver o clube na primeira Liga", confessa. E o título? A insistência do jornalista revela um Fernando Nogueira "à defesa", já que "trabalha" para vários clubes não confirma, nem desmente se a Académica é um dos emblemas que faz parte do rol de clientes. PARA O PRÓXIMO ANO, as notícias não são

positivas, pois "aquilo que diz na Bíblia, segundo Malaquias [o Livro de Malaquias é um livro profético que faz descrições que mostram a necessidade de reformas antes da vinda do Messias] é que o nosso fim está próximo". Deus, afirma o médium, "cada vez dá mais sinais do fim dos nossos tempos devido à ação dos cientistas", que estão na origem dos "castigos que estamos a sofrer". Mas será que existe salvação? Fernando Nogueira recomenda a leitura da Bíblia e o recurso a quem "só trabalhe para o bem", pois o diabo está ao virar da esquina.

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sociedade

memória

MISSÃO PAZ EM TIMOR

VIAGEM DO LUSITANIA EXPRESSO DEU VISIBILIDADE À CAUSA TIMORENSE FOI HÁ 20 ANOS. A MISSÃO PAZ EM TIMOR REUNIU CERCA DE 120 ESTUDANTES DE 23 PAÍSES. A MISSÃO INTERNACIONAL DE SOLIDARIEDADE COM O POVO TIMORENSE COMEÇOU A SER PREPARADA APÓS O MASSACRE DE SANTA CRUZ, EM DILI, EM NOVEMBRO DE 1991

MÁRIO NICOLAU

os serviços secretos indonésios filmaram a comitiva e contaram as cabeças...

A 12 DE NOVEMBRO de 1991 mais de duas

mil pessoas reuniram-se numa marcha até ao cemitério de Santa Cruz, em Díli, para prestarem homenagem ao jovem Sebastião Gomes, morto em outubro desse ano por elementos ligados às forças indonésias. No cemitério, militares indonésios abriram fogo sobre a multidão. Segundo números do Comité 12 de Novembro, 2.261 pessoas participaram na manifestação, 74 foram identificadas como tendo morrido no local e 127 morreram nos dias seguintes no hospital militar ou em resultado da perseguição das forças ocupantes. Em Portugal, Rui Marques, fundador da revista Fórum Estudante, foi um dos rostos de uma iniciativa que "nasceu a seguir à divulgação das imagens do massacre" e que viria a ser também bastante mediática: a viagem, em 1992, do "Lusitania Expresso", em direção a Timor-Leste, onde não conseguiu chegar, bloqueado pela Marinha indonésia. Segundo Rui Marques, a ideia era gerar "uma ação mediática" que chamasse a atenção para Timor, porque "até aí a grande questão era o silenciamento". E isso foi conseguido. A vigilância indonésia foi permanente. Começou em Frankfurt e foi evidente na escala em Bangkok:

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FERNANDO Guerra , presidente da DG da

AAC, em 1991, afirma que a missão foi "um acontecimento marcante" na sua vida e destaca a força do movimento associativo-estu-

dantil português, que "respondeu de forma generosa e de grande solidariedade para com o povo timorense que vivia oprimido e vítima de vários massacres". Guarda, também, memória de um envolvimento profundo do povo português na missão e de um espírito sincero e empenhado dos

Histórias a bordo do Expresso da Paz FIZ A cobertura da missão ao serviço da Rádio Nova, do Porto. A tarefa não foi fácil. Mas valeu a pena pelo reconhecimento de estudantes e organização, que fez tudo e de tudo para proporcionar as melhores condições de trabalho. Em Portugal, a reação não foi a melhor e a viagem do Expresso da Paz foi alvo de críticas. Alguns entendiam que o navio devia ter forçado o bloqueio das fra-

gatas indonésias. No terreno, porém, tudo foi diferente. Basta recordar o episódio, em Darwin, na Austrália, no dia em que decidi alugar o equipamento de onda curta que assegurou o relato dos acontecimentos: a empresa despiu o equipamento, de modo a evitar represálias se o operador (eu) fosse capturado. Fiquei só com o "miolo" do rádio, mas funcionou...

O LUSITANIA Expresso não chegou a Díli, mas ficou no coração do povo timorense

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O MASSACRE de Santa Cruz e a Missão Paz em Timor foram recordados no passado sábado no Colégio S. João de Brito, em Lisboa. Para a história fica uma mão cheia de imagens...

participantes. Para Fernando Guerra, a Missão Paz em Timor "valeu muito a pena" e nada foi igual a nível político em termos nacionais e internacionais em relação à problemática de Timor-Leste. "Penso que a missão serviu como um acelerador importante no percurso que culminou com a independência do país. A tremenda cobertura dos meios de comunicação social e os minutos que a CNN colocou no ar, em relação a esta missão, catapultaram esta questão para o palco internacional mobilizando organizações e políticos para que a mudança fosse possível", lembra. Vinte anos depois, o coordenador da Área de Medicina Dentária na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, desvaloriza as críticas que surgiram na altura. "O que se salienta e reconhece é a importância da missão. As decisões tomadas na altura foram adequadas face à realidade. Não era possível furar o bloqueio naval efetuado pela Marinha de Guerra Indonésia com quatro navios em modo de combate e com vários aparelhos da sua Força Aérea", afirma. Hoje seria possível uma ação idêntica? Fernando Guerra está convicto que sim. "A juventude mantém a sua generosidade e está consciente da necessidade da permanente defesa dos direitos humanos e do direito à autodeterminação dos povos", disse à .

EM SIDNEY a pressão intensificou-se com as "mensagens" intimidatórias do Governo de Jacarta, que Francisco Lopes da Cruz, conselheiro especial para Timor-Leste do ex-presidente Suharto, assumiu quase a tempo inteiro nas agências de informação internacionais. A resposta foi dada nos contactos com todos os jornalistas estrangeiros que procuraram o "quartel-general" da missão, em Darwin registei, na altura, os objetivos pacíficos que Rui Marques, Barbedo de Magalhães, docente

Alfredo Borges Ferreira, representante da resistência timorense, em Darwin, repetiu-me vezes sem conta o desejo do povo de ver o Lusitania chegar a Dili da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, ou José Manuel Cabral, primeiro presidente da secção portuguesa da Amnistia Internacional, falecido em 2000, defenderam nas várias conferências de Imprensa. Ramalho Eanes e o padre José Lopes Baptista, atualmente pároco da Paróquia de Santo An-

tónio das Antas, no Porto, foram outros dos intérpretes de uma estratégia que foi seguida atentamente no território ocupado. Alfredo Borges Ferreira, representante da FRETILIN, em Darwin, deu conta, em várias ocasiões, do " ânimo e do desejo dos timorenses" numa viagem com final feliz para o Lusitânia Expresso. Porém, segundo o timorense, "mesmo que não chegue a Díli, a missão já fez muito pelo povo ao dar a conhecer a luta e as atrocidades cometidas pelas tropas indonésias". Nas memórias da viagem guardo a mestria de Fernando Guerra no esparguete à Bolonhesa na primeira refeição a bordo; recordo a boa disposição de Diogo Vasconcelos, diretor sénior da Cisco Internacional e distinguished fellow da empresa, recentemente falecido. Não esqueço Barreira Gaspar, oficial de comunicações do Lusitania Expresso, que apoiou a emissão "do jovem repórter do rádio desmanchado". A avaria simulada pelo comandante Luís dos Santos permitiu ganhar tempo. Os estudantes lançaram coroas de flores ao mar de Timor e rezaram: "felizes os puros do coração, pois verão Deus; felizes os construtores da paz, pois serão chamados filhos de Deus". Como afirma Rui Marques, "as utopias podem acontecer". A Missão Paz em Timor provou-o.

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opinião

MIRA LAGOA SOBRAL

Sinais dos tempos O "PENSAMENTO" sempre se considerou e sempre foi e é livre. Portas adentro da cabeça do pensador. Porque portas afora, durante muito tempo, foi impedido de utilizar uma das suas liberdades congénitas e inatas: a "expressão".

produzida e engalanada de ornatos plásticos, exuberantes excessivos, como que sem abrigo, mas em busca de um dos três "figur". Por vezes enturma-os. E consegue uma que outra "figura", alguns "figurantes" e multidões de "figurões".

"PENSAMENTO" sem "expressão" foi um modo de celibato mental imposto. Foi um modo de cativeiro. É um tempo de infertilidade, quando assim é. Que não raras vezes foi, inteligentemente, adulterado, por "pensamento" adúltero, que rejeitava a prisão e corria para a "expressão". Porque só esta é livre. A prisão é não vida. Por isso, o "pensamento" se serviu, se serve sempre de uma outra liberdade que tinha e tem: a "criatividade". E a expressão escapulia-se adulteramente, porque refém e cativa, disfarçando-se de poesia, de arte, de música, de teatro, de caricatura, de humor, sempre com uma subtil maquilhagem de classe (provocação insubmissa).

AS "FIGURAS" primam pela discrição. Têm "pensamento" e recato. Nunca expressam, mas significam. E sempre tentam que a "expressão" volte ao caminho de que nunca deve sair. A "expressão" tem de ter companheiro. Ter um namorado: o "pensamento". Quando o abandona vira indigente mental. E as "figuras" redobram no trabalho, discreto, invisível, sereno e persistente de tentar recuperar e reciclar o "pensamento".

"PENSAMENTO" SEM "EXPRESSÃO" FOI UM MODO DE CELIBATO MENTAL IMPOSTO

OS "FIGURANTES" fazem figuração singela, assemelham-se a um coro de calados, figurando apenas, e deixando um sugestivo quadro numérico, eventualmente bem dimensionado, mas apático, sem pensamento, e que figuram … porque figuram. OS "FIGURÕES", esses, assumem o papel de arautos, de proclamadores, de divulgadores, de repetidores. Que de tanto repetir (porque apenas repetem e não assimilam o que repetem – por manifesta insuficiência de tempo e excesso de repetição que inibe o recurso ao "pensamento próprio" ) se vão esquecendo, parcela a parcela, do que vão repetindo até ficarem a repetir coisa nenhuma, a não ser o ruído da repetição de baixa densidade, que se esgota logo a seguir. TALVEZ também por esta razão, tudo hoje tenda a ser inconsistente, efémero, volátil, de curta duração.

AS DUAS liberdades do "pensamento" ( "expressão" e "criatividade" ) nem sempre andam de mãos dadas. Nem sempre a "expressão é criativa", como nem sempre a "criatividade é expressa". QUANDO o "pensamento" se via privado da "expressão", a "criatividade" sugeria-lhe que utilizasse três "figur": "figuras", "figurantes" e "figurões". VAI para quatro décadas que a "expressão" foi restituída à liber-

dade. MAS convenhamos que nos últimos anos tudo parece indicar que a "expressão", na sua luta autónoma pela sua própria liberdade, se pavoneia, sem o "pensamento" – seu par natural –, pelas ruas e avenidas das nossas cidades, só, acompanhada de si própria,

E, NO FINAL , a memória espontânea e seletiva concluirá o trabalho de remoção de quase tudo para o monte das inutilidades e das perdas de tempo. TALVEZ seja de re-equacionar a convivência do "pensamento" com a "expressão". Um sempre precederá a outra. Mas apenas na existência. Na alma. Porque para o exterior, ambos deverão andar sempre em casal, a par, e a "expressão" deve ser sempre a primeira a mostrar-se. E a deixar a magia da sugestão que a "expressão" é ela mesma o manto diáfano do "pensamento". Não os separemos. Que convivam sempre. Saudavelmente. DE RESTO, quer por mérito, quer por necessidade, é desejável e é possível que sempre assim seja.

| Mira Lagoa Sobral assina todas as semanas este espaço de opinião |

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investigação

cérebros

COMPORTAMENTO

Gatos domésticos não são tão independentes quanto se pensa INVESTIGADOR DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO PUBLICOU ARTIGO PIONEIRO SOBRE AS MOVIMENTAÇÕES DE GATOS EM ZONAS NATURAIS. O ESTUDO REVELA UMA RELAÇÃO CLARA ENTRE A PRESENÇA DE HUMANOS E ESTES FELINOS

MARCO ROQUE

NÃO É DO conhecimento geral, mas o Felis catus, vulgo gato doméstico, que acompanha os humanos, pode ser uma fonte de problemas para os ecossistemas. "Os gatos domésticos encontram-se presentes em todos os continentes com exceção da Antártida, acompanhando o homem na sua expansão", conta Joaquim Ferreira, investigador do Departamento de Biologia da Universidade de Aveiro, revelando que, "em muitas dessas áreas, o gato aproveitou a existência de uma grande disponibilidade de presas e a ausência (ou quase) de outros carnívoros". Estes fatores permitiram que as "suas populações aumentassem de uma forma quase exponencial, levando, em muitos casos, à extinção de muitas espécies de aves, mamíferos e répteis, principalmente em ilhas. Esta capacidade de adaptação do gato doméstico tornou-se num dos mais graves problemas de conservação, e de difícil solução", completa o investigador. ASSIM, a presença do Felis catus não é tão

inofensiva quanto as pessoas possam pensar. "Para além do possível impacto sobre outras espécies, através da predação, o gato doméstico pode 'híbridar' com o gato bravo, dando origem a descendentes férteis, contribuindo para a deterioração do património genético das populações de gato

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bravo", refere Joaquim Ferreira, acrescentando que "o gato pode funcionar como veículo na transmissão de doenças a outras espécies, principalmente às duas espécies de felinos da nossa fauna – o gato bravo e o lince ibérico". Questões como "será que o sucesso do gato doméstico é idêntico em todos os ambientes naturais? Se não é, quais os fatores que regulam o tamanho e a expansão das suas populações em meios naturais?" são determinantes para compreender o impacto dos gatos nos meios naturais. O ESTUDO desta problemática deu origem ao artigo "Fatores associados à presença humana regulam as populações de gatos domésticos em áreas naturais", publicado na revista online PLoS ONE e escrito em parceria com investigadores do Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e do Consejo Superior de Investigaciones Científicas, de Espanha. "A maioria dos estudos sobre esta temática foram realizados em ilhas e no continente australiano. São praticamente inexistentes os trabalhos em áreas naturais continentais", sublinha Joaquim Ferreira. Assim, é o primeiro "com o objetivo de analisar os fatores que poderão condicionar a distribuição, abundância e comportamento espacial da espécie". Durante dois anos, foram realizados inquéritos em 128 herdades, na Zona Especial de

Conservação de Moura Barrancos. Foram também capturados mamíferos carnívoros e as movimentações alguns gatos foram controladas através de rádio seguimento. "A disponibilidade de recursos (alimentares, e abrigos), as características da paisagem (grau de presença humana) e presença de carnívoros de médio porte" foram identificados como os fatores que condicionam a distribuição dos gatos em áreas naturais. Os resultados são animadores para os ecossistemas. "A presença e a abundância de gatos domésticos em áreas naturais é favorecida pela presença humana e pelos recursos disponibilizados pelo homem", revela o investigador, sendo que "os movimentos do gato doméstico são condicionados pela presença de carnívoros e pela existência de habitats naturais bem preservados". EM SUMA , a presença de gatos domésticos

relaciona-se com a presença de populações humanas, bem como os recursos disponibilizados por elas. Verificou-se também que, nas suas deslocações, os gatos optavam por "evitar grandes áreas de mato, locais de ocorrência de outros carnívoros, em particular a raposa". Será que a independência dos gatos acaba por não ser tão grande quanto se pensa? "Em ambientes naturais bem preservados e com populações de carnívoros saudáveis, sim", conclui o investigador.

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ciência & tecnologia Governo cria Conselho Nacional de Ciência

O CONSELHO de Ministros aprovou, na semana passada, a criação do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CNCT). Este orgão vai ser uma "entidade consultiva do Governo para as políticas nacionais para a ciência e tecnologia". O CNCT vai ser presidido pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.

Academia Russa premia cientista da UC A ACADEMIA de Ciências Russa atribuiu, na semana passada, a Medalha Professor Nicolai M. Emanuel a Victor Lobo, Catedrático do Departamento de Química da Universidade de Coimbra (UC). O cientista colabora com a academia desde a década de 80, "quando a então Academia de Ciências da União Soviética me contactou para resolver um problema de difusão de polímeros", lembra. Victor Lobo sublinhou que "é uma honra receber tão importante distinção".

GATOS SEMPRE PRÓXIMOS DE QUINTAS A PLOS ONE é uma revista online de ciência, de acesso livre, onde os artigos são revistos por pares dos autores

TODOS OS 130 gatos identificados no estudo viviam nas imediações de quintas ainda em uso. O número de gatos por quinta parece estar relacionado com a quantidade de comida disponibilizada e a presença de pessoas, fator sempre determinante para a existência de uma população de gatos.

XVII Feira dos Minerais em Coimbra NOS PRÓXIMOS dias 25, 26 e 27 de novembro, o Departamento de Ciências da Terra da UC recebe a a XVII Feira Internacional de Minerais, Gemas e Fósseis de Coimbra. Vão estar "expostos minerais de colecção, pedras preciosas, fósseis, material didático e objetos manufacturados de ourivesaria e de artesanato naturalístico".

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desporto

ACADÉMICA e FC Porto já se defrontaram esta época, para Liga. Mais uma vez, a vitória sorriu aos azuis e brancos (0-3)

AAC-FCP

Contra a história A ACADÉMICA NUNCA GANHOU AO FC PORTO NA TAÇA DE PORTUGAL. O MOMENTO PARECE SER O IDEAL PARA ROMPER COM O PASSADO.

EM BUSCA DA PRIMEIRA VITÓRIA VASCO GARCIA

PARECE ESTRANHO falar de crise numa

equipa que ocupa o topo da tabela classificativa da Liga, mas a verdade é que o FC Porto já passou por momentos bem melhores no seu passado recente. Os maus resultados (nos últimos dois jogos, os "dragões" perderam 2-1 com o Apoel Nicósia, em partida da Liga dos Campeões, e empataram 0-0 com o Olhanense, para a Liga) e, acima de tudo, as fracas exibições – mesmo quando a equipa goleou – têm levado a um coro de críticas dirigidas ao treinador Vítor Pereira e fazem pairar sobre o Estádio do Dragão a nuvem cinzenta da crise. Perante este cenário, parece ser este o momento ideal para a Académica defrontar o FC Porto e romper com um passado que não lhe é, de todo, favorável. Há 40 anos que a Briosa não ganha aos azuis e brancos. Como a recordou aquando do jogo para a Liga (que o FC Porto ganhou por 0-3), foi em 1971 que Manuel António e companhia "gelaram"

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as Antas e garantiram o último triunfo (2-3) para os estudantes em jogos com os "dragões". Desde então, somam-se mais de 50 jogos sem conhecer o sabor da vitória. A Taça de Portugal não é, obviamente, exceção. Académica e FC Porto defrontaram-se três vezes nesta competição, sempre com desfecho favorável para os nortenhos. Em 1955/56 ganharam por 2-1, em 82/83 golearam por 9-1 (ambas no Porto) e, em 88/89 venceram por 0-1 em Coimbra. A jogar em casa, contra um FC Porto em crise, a Briosa tem, assim, uma boa oportunidade para "matar o borrego".

Os resultados e, acima de tudo, as exibições menos conseguidas, fazem pairar sobre o Dragão a nuvem da crise. Uma oportunidade que a Briosa deve aproveitar 17 NOVEMBRO 2011

Não é favorável o histórico da Académica contra o FC Porto em jogos da Taça de Portugal. Estudantes e "dragões" defrontaram-se três vezes nesta competição, sempre com a vitória a sorrir aos azuis e brancos. 1988/89: Académica 0-1 FC Porto 1892/83: FC Porto 9-1 Académica 1955/56: FC Porto 2-1 Académica


Como é que a equipa está a encarar este novo encontro com o FC Porto? É um jogo de Taça, a eliminar. Vamos jogar com um concorrente forte, um dos principais candidatos à conquista do troféu. Sabemos que o FC Porto não está a passar por um bom momento, mas é sempre o FC Porto e, como candidato a qualquer prova em que entre, é sempre um adversário de respeito. Nós vamos fazer o nosso trabalho, jogar com motivação – também ela extra, porque jogamos com o FC Porto – e fazer todos os possíveis para conseguirmos a vitória.

"Queremos é ganhar"

No jogo anterior, a Académica perdeu 0-3. O que terá de mudar para que o resultado seja diferente? São jogos completamente diferentes, que são encarados de forma distinta. Mas vamos basear-nos também no jogo passado, tentando resolver certas situações em que estivemos menos bem e que permitiram que o FC Porto tivesse feito três golos. Vamos tentar estar mais concentrados e aproveitar os erros do FC Porto. Porque todas as equipas, por muito fortes que sejam, têm os seus pontos fracos. Sendo um jogo da Taça, é possível que o FC Porto jogue sem alguns habituais titulares. Isso pode beneficiar a Académica? Penso que isso não será uma condicionante, porque os jogadores que não jogam normalmente e lutam por um lugar na equipa, quando entram, tentam dar o melhor e estar mais concentrados que, por vezes, aqueles que estão habituados a jogar de início regularmente. Esta é a altura ideal para defrontar o FC Porto, dado o mau momento do clube? Pela lógica, quando as equipas apresentam resultados menos bons, as pessoas costumam dizer que é sempre bom apanhar esses resultados. Por vezes acontece o contrário, porque toda a gente espera que essa equipa que está menos bem dê a volta por cima no próximo jogo. Esperamos que não seja connosco! Há 40 anos que a Académica não ganha ao FC Porto e, para a Taça, nunca ganhou. Será desta? Espero que sim. Mas eu não ligo muito à história. Penso que nós e que comandamos o nosso destino e, se tivermos de ganhar, ganharemos com toda a vontade. Sendo difícil ou fácil, queremos é ganhar. No ano passado, chegaram às meias-finais. Este ano é possível igualar ou melhorar essa prestação? Neste momento, o nosso grande objetivo é o

O MÉDIO Hugo Morais, camisola 7

da Académica, não liga à história e espera que o FC Porto não volte às boas exibições frente à Briosa

campeonato, mas temos as taças para fazer e, sem dúvida, é sempre prestigiante para um jogador e um clube atingir uma final da Taça. Todas as equipas querem atingir essa meta e nós vamos fazer por isso. Entramos sempre para tentar eliminar o adversário até chegar à grande final, para depois discutirmos o título. O fator casa pode ser importante? É sempre importante, mas isso é psicológico. Se sentirmos, como tem vindo a acontecer, que os adeptos nos apoiam, é uma situação positiva que nos pode ajudar, mas não é decisivo ou importantíssimo para podermos eliminar uma equipa. A Académica começou a época muito bem mas tem vindo a perder gás. A que se deve essa quebra e como poderá voltar a equipa das primeiras jornadas? Já o ano passado aconteceu a mesma coisa.

Começámos bem e depois as coisas foram correndo menos bem. Neste momento, também estamos a atravessar uma fase menos boa. Mas todas as equipas passam por elas e nós estamos a levar isso com seriedade, claro, mas não com preocupação, porque são situações por que todos nós passamos. Desde que jogo futebol, em todas as equipas por onde passei – e até mesmo as grandes – passam por esses momentos. Esperamos rapidamente ultrapassá-lo e voltarmos às vitórias e às boas exibições, como habituámos as pessoas. A nível pessoal, as coisas estão a correr como esperava? Sim. Não fui opção no início da época, neste momento estou a jogar, mas em todas as profissões há momentos bons e momentos menos bons. No geral, estou bastante contente em estar aqui e não vejo razões para estar insatisfeito.

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dinheiro

sucesso

MÁRIO NICOLAU

ALÉM da aposta na qualidade dos produtos

que coloca à disposição do consumidor, a empresa concluiu, em 2010, o processo de renovação da marca. Nuno Gomes, presidente da FEB Cafés SA, salienta a valorização da marca "FEB", da cultura e da história, agregando a designação "BICA". E a aposta revelou-se positiva: quando comparado com o exercício de 2010, o crescimento, tanto no volume de negócios, como no café torrado é, em 2011, superior a 20 por cento. SE RECUARMOS a 2008, ano da entrada do Grupo Lusovini no capital da FEB Cafés SA, o crescimento é superior a 100 por cento. José Campos, vice-presidente da Lusovini SGPS e, por inerência, administrador da FEB Cafés SA, destaca os resultados obtidos num setor em que as principais dificuldades de penetração residem nos investimentos – no nosso país, "a especificidade" do negócio do café obriga à colocação de muito equipamento (máquinas, moinhos, toldos esplanadas e chávenas, por exemplo). A qualidade, no passado como no presente, é, segundo Maria Luísa Carvalho, administradora da FEB Cafés SA, um factor fundamental no sucesso e crescimento da marca Febica.

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FOTOS : MÁRIO NICOLAU

F

undada em 1944, a FEB Cafés SA fixou-se em Coimbra. Completa hoje 67 anos. Apesar da conjutura económica adversa, a empresa assumiu um projeto de expansão e, em 2009, apresentou ao mercado o Febicap, café em cápsula, tornando-se a terceira empresa a produzir café em cápsulas no nosso país. As instalações em Coimbra mantém-se como "coração da empresa" e é nelas que é fabricado o blend adaptado ao típico gosto português. Segundo Maria Luísa Carvalho, administradora da FEB Cafés SA, o consumidor não sente a diferença quando saboreia o café em casa ou no local de trabalho, por exemplo.

67.º ANIVERSÁRIO

FEB Cafés SA cresce no país e no estrangeiro MODERNIZAÇÃO, CONQUISTA DE QUOTA DE MERCADO E INTERNACIONALIZAÇÃO SÃO AS LINHAS ORIENTADORAS DA ESTRATÉGIA DA EMPRESA

A INTERNACIONALIZAÇÃO é um processo

também marcado pelo sucesso. Esta componente, afirma Nuno Gomes, presidente da FEB Cafés SA, representa atualmente mais de 30 por cento do volume de negócios. "Temos vindo a trabalhar o setor do café e temos vindo a crescer, mesmo tendo em conta que, no negócio do café, é necessário gastar muito dinheiro para faturar

alguma coisa. A vertente da internacionalização da Lusovini, que tem levado o café para os países em que está instalada, tem apoiado a exportação da FEB, que tem está a desenvolver este setor", explica. O PROJETO da nova fábrica, em Eiras, está em marcha. Nuno Gomes, presidente da FEB Cafés SA, confirma a compra do terre-

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EM 2012 a FEB Cafés SA pretende iniciar a exportação para o Brasil. A exportação representa mais de 30 por cento do volume de negócios

no e a conclusão do projeto de arquitetura num processo em que os projetos de especialidade "estão em fase de orçamentação" porque em terrenos dedicados à indústria é obrigatório entregar "o projeto como um todo". José Campos, administrador da FEB Cafés SA, lembra que "o mundo mudou nos últimos e que, apesar das dificuldades, a empresa mantém o projeto da nova unidade em andamento. Maria Luísa Carvalho, administradora da FEB Cafés SA, garante que o projeto "não está parado e que andará tanto mais depressa quanto maior for o nosso crescimento". Os resultados obtidos (crescimento no volume de negócios superior a 20 por cento) resultam do esforço e da dedicação de todos os colaboradores. Há 38 anos na empresa, a empresária afirma que que a FEB Cafés "conseguiu crescer sob várias lideranças ao longo da sua existência e, também, em períodos de maiores dificuldades, pelo que o atual não é uma exceção". A entrada da Lusovini no capital da empresa é um passo em frente na estrutura da empresa. "É assim que as

Em 2010, a empresa efetuou o "restyling" da marca, valorizando a marca "FEB", a cultura e a história, e agregando a designação "BICA"

FEBICAP diferenciador Em 2009 a FEB Cafés SA lançou o projeto Febicap com um conceito inovador, tornando-se a terceira empresa a produzir, encher e embalar cápsulas em Portugal. O projeto é, também, diferenciador ao replicar na cápsula o reconhecido café do canal horeca.

organizações se devem comportar. A entrada de empresários jovens e dinâmicos é uma mais-valia. Já estive nesta posição e foi o meu marido, Jaime Carvalho, que me passou o testemunho", lembra. A equipa "muito jovem e com outras formas de gestão" acrescentou ao projeto "um novo dinamismo" num tempo que se revela muito difícil. O crescimento registado pela empresa nos últimos anos, assegura a administradora da FEB Cafés SA, "não é obra de um qualquer clique, pois resulta de muito trabalho de equipa e de muita responsabilidade da empresa que participa no capital, a Lusovini, que acreditou no projeto". Satisfeita e orgulhosa com o crescimento "neste virar de página", a empresária não esquece a vertente social e sublinha o aumento de 50 por cento do quadro de pessoal. Para o próximo ano, a meta está traçada: "queremos manter, em 2012, este crescimento contínuo, pois penso que é a melhor forma de assinalarmos 67 anos de existência", conclui.

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dinheiro

notícias

VOLUNTARIADO

Alojamentos vazios aumentaram

GIRO 2011 cativou empresas de Coimbra e da Guarda A INICIATIVA de voluntaria-

O PESO dos alojamentos va-

zios e das residências secundárias no parque habitacional aumentou significativamente, segundo dados provisórios dos Censos 2011. Os alojamentos familiares incluem 68,2 por cento de residências habituais, 19,3 por cento de residências secundárias e 12,5 por cento de alojamentos vagos.

Cimpor sobe no resultado líquido O RESULTADO líquido da Cim-

por subiu 6,1 por cento nos primeiros nove meses deste ano, de 170 milhões para 181 milhões de euros, revelou a empresa. Porém, considerando apenas o terceiro trimestre, a queda de lucros foi de 32,3 por cento, para 48,6 milhões de euros.

Parques eólicos e biodiversidade A BIO3 e a Universidade de Aveiro tem em curso o projeto de ID&T Wind & Biodiversity, iniciado em fevereiro, e que visa desenvolver tecnologias que permitam conceber estratégias para compatibilizar a instalação dos parques eólicos com a biodiversidade.

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do empresarial em Portugal, GIRO 2011, contou com a presença de cerca de 55 voluntários de empresas associadas do GRACE – Grupo de Reflexão e Apoio à Cidadania Empresarial. Durante um dia, os colaboradores das empresas participantes trocaram o seu local de trabalho por uma causa solidária. Em Coimbra, os 40 voluntários que dedicaram o dia à associação juvenil Soltar os Sentidos pintaram paredes, reciclaram mobiliário e limparam espaços interiores e exteriores, tornando-os mais limpos, coloridos e acolhedores para os 50 jovens, entre os 10 e os 21 anos, que são auxiliados pela instituição. Já as Aldeias SOS da Guarda receberam cerca de 15 voluntários que criaram uma horta para a instituição, pintaram integralmente os espaços interiores de uma das casas da aldeia e remodelaram a casa de ferramentas. Conceição Zagalo, presidente do GRACE, ficou orgulhosa com o desempenho das empresas associadas: "É contagiante o empenho dos

voluntários que, na Guarda e em Coimbra, se dedicaram inteiramente a duas associações juvenis. É muito importante que as crianças e os jovens que vão ser o futuro do nosso país sintam que a responsabilidade social nas empresas é uma realidade que marca, definitivamente, a diferença na construção de um mundo melhor”. Par ticiparam nestas ações voluntários das empresas Danone e Jones Lang La Salle, na cidade da Guarda, e Grupo CH, Auchan, Makro e Servilusa, na cidade de Coimbra.

COLABORADORES de várias empresas em ação

IMPRIMA AS SUAS FOTOS PREFERIDAS

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na decoração dos ambientes, possibilitando um nível de personalização até agora impensável. À facilidade de manutenção e durabilidade do porcelânico, Emotile associa uma impressão de alta resolução e em toda a superfície, obtendo-se um grande realismo do desenho. Impacto natural da imagem e a excelente qualidade do produto são outras mais-valias.

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Europa cá dentro

ECOPISTA DO DÃO

Pedalar e caminhar através da natureza

O

s "Limpa Metais", trupe de ciclistas de Santa Catarina da Serra (Leiria), deslocam-se todos os fins-de-semana até Santa Comba Dão, para percorrerem a ecopista que liga aquela cidade a Viseu, através da antiga linha ferroviária da Beira Alta, encerrada há mais de duas décadas. "Isto é uma moca. Vamos a Viseu num instante, onde almoçamos, antes do regresso. O percurso é um dos mais deslumbrantes que temos visto nas nossas andanças pelo país", garante Marco Jorge, um dos membros do "pelotão". Centenas de pessoas passeiam todos os dias ao longo dos cerca de 50 quilómetros da Ecopista do Dão, inaugurada, há meio ano, entre Viseu, Tondela e Santa Comba Dão e gerida pela Comunidade Intermunicipal de

Dão Lafões. O programa Mais Centro garantiu, através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, cerca de 80 por cento do investimento, cabendo o restante, em partes iguais, às autarquias. Nas três cidades e até em muitas outras localidades vizinhas do itinerário constituíram-se entretanto grupos de caminhantes que cumprem regularmente e em dobro (ida e volta) pequenos troços, em média, até cinco quilómetros. Carlos Alberto Oliveira, diretor da Escola Secundária de Viriato, em Viseu, é, desde há longos

meses, um dos utentes que, habitualmente, logo pela manhã, lá vão pedalar nas suas bicicletas. "Desde que faço estes 10 ou 20 quilómetros diários, sinto-me muito melhor fisicamente. Não custa nada e ainda por cima o trajeto é lindíssimo", argumenta. Para Maria Travassos, caminhante de Tondela, as razões são outras. Por conselho médico, caminha todos os dias – "quando o tempo permite, quer dizer, sem muita chuva", diz – cerca de cinco quilómetros. "Faço-o com um grupo de amigas. Entretemo-nos muito e nem damos pelo

Fundos comunitários O programa Mais Centro permitiu a construção da Ecopista da Linha do Dão (troço entre a estação de Figueiró, Viseu, e Santa Comba Dão).

5,29 M€ INVESTIMENTO TOTAL

4,23 M€ CONTRIBUIÇÃO FEDER

tempo passar. Vamos ao fim do dia e aproveitamos as zonas que têm luz", revela. Ao longo do percurso, os desportistas e praticantes de atividades de lazer físico já se vão conhecendo uns aos outros. "Mas aparece sempre gente nova e de muitos locais do país", garante Carlos Silva. "Jovem" reformado de Viseu, percorre, também ele, diariamente, os primeiros oito quilómetros da pista sintética, de cor vermelha, entre Viseu e Mosteirinho. A criação desta rota de passeio não motorizado, de lazer, desporto e contacto com a natureza, apoiada pelo programa Mais Centro, envolveu não só a construção da ciclovia e da via pedonal, mas igualmente a requalificação de pontes, estações e apeadeiros e a valorização dos sistemas naturais existentes.|JL

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topo de gama

Seat já tem híbrido elétrico

Elétricos Renault chegam em 2012

A MARCA possui uma gama completa de veículos elétricos e prepara o lançamento no mercado de dois dos quatro modelos previstos. A comercialização do familiar Fluence e do ligeiro de mercadorias Kangoo deverá arrancar já no início do próximo ano.

Merece o "i" grande Kingkan lança Iveco na China O NOVO veículo nascido da joint

venture da Iveco na China é seguro e assegura conforto, potência e alta capacidade de carga. O Kingkan é a mais recente proposta no setor de veículos pesados e inclui nos atributos força, durabilidade e estilo.

Novo Ford Focus à escala mundial

HYUNDAI I40 WAGON SURPREENDE PELA QUALIDADE ASSUME a condição de topo de gama da Hyundai

e promete dar que fazer à concorrência no segmento (D) devido à imagem possante e dinâmica. O resultado do trabalho no centro de pesquisa e desenvolvimento europeu em Russelsheim, Alemanha, revela um automóvel, sedutor, com identidade, muito ao gosto europeu. Os interiores, onde o espaço merece destaque, honram o que de melhor existe no segmento em capítulos fundamentais como os materiais utilizados ou o equipamento de série. Os bancos e volante aquecidos ou o detetor de nevoeiro são exemplos das mais-valias da Hyundai i40 wagon. Mas as surpresas não ficam por aqui: o sensor que liga a ventilação logo que o para-brisas fica embaciado, é muito útil. A viatura cedida pela CJR Motors, concessionário Hyundai em Coimbra (tel: 239 841 181), surpreendeu o autor destas linhas. A unidade diesel 1.7 com 136 cv combina de forma exemplar com caixa de (6) velocidades, suspensão e sistema de travagem, e os consumos, mesmo em ritmo acelerado, são contidos. A po-

sição de condução é exemplar e o enquadramento com o volante é perfeito contribuindo para o elevado nível de conforto. A Hyundai coloca a fasquia bem alta no que toca aos objetivos da i40 que terá de "bater o pé" a Ford Mondeo, VW Passat, Citroën C5, Renault Laguna ou Opel Insígnia. OS CINCO anos de garantia e as versões Blue

Drive [com sistema "Start & Stop", pneus de baixa resistência e sistema activo do fecho da grelha dianteira] completam a nova proposta da Hyundai. O i40 wagon mede 4,77 metros de comprimento por 1,81 m de largura e 1,47 m de altura. As versões Classic, Comfort, Style e Premium incluem teto panorâmico, travão de estacionamento elétrico, Bluetooth, abertura automática da bagageira, assistência ao estacionamento, assistência à manutenção na faixa de rodagem, nove airbags, controlo de estabilidade, entre outros. A versão mais acessível do 1.7 CRDi de 115cv – 1.7 CRDi Blue Classic –, custa 26.990 euros. | MN

FOIdesenhado com o mais recente

conjunto de dados em 3D referentes ao corpo humano para garantir que atende a todas as tipologias da população a nível global. Segundo a Ford, o design permite que 97,5 por cento da população mundial se sinta confortável ao volante.

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HYUNDAI I40 WAGON surpreende pelo espaço, conforto e comportamento em estrada. O objetivo (agradar ao consumidor europeu) foi alcançado

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Suzuki Swift ganha versão híbrida

O SWIFT EV Hybrid pode cobrir distân-

cias de 20 a 30 quilómetros só com recurso à energia da bateria. E pode alargar essa autonomia através de um gerador que a recarrega. Utiliza uma pequena bateria que é mais rápida a recarregar, pesa menos e custa menos.

Jaguar XKR-S com estreia marcada

Novo Astra GTC DESIGN É PONTO DE PARTIDA PARA A EMOÇÃO AS FORMAS esculpidas do novo Opel Astra

GTC, de onde resultam linhas aerodinâmicas e proporções marcantes, tornam este coupé na mais avançada expressão da linguagem de design da Opel. Dinamicamente, há que destacar desde logo que todas as versões do Astra GTC possuem uma configuração especial da suspensão dianteira com HiPerStrut – conjunto mola/amortecedor de elevada performance – combinada de forma ideal com o eficaz eixo traseiro composto, com articulação de Watt, patenteado pela Opel. Esta conjugação assegura uma estabilidade ímpar e ainda maior precisão no comportamento dinâmico. De forma a aumentar o prazer de condução e a segurança, o Astra possui um vasto leque de sistemas de ajuda à condução como a câmara dianteira de segunda geração Opel Eye com funcionalidades melhoradas e ampliadas, bem como o novo sistema de quarta geração do sistema AFL+ de faróis direccionais bi-xénon (Advanced Forward Lighting). À saída da fábrica, a gama Astra GTC é formada por quatro opções de motorização – três a gasolina e uma unidade turbodiesel – numa gama de potências entre 120 e 180 cv. As novas versões com motores 1.7 CDTI de 110 cv e 130 cv, equi-

pados com tecnologia Start/Stop, ficarão disponíveis no início de 2012, destacando-se pela elevada eficiência. A versão de alta performance OPC será igualmente lançada em 2012. A motorização turbodiesel 2.0 CDTI, equipada com injeção common-rail de alta pressão, filtro de partículas e caixa manual de seis velocidades, disponibiliza agora 165 cv. É capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 8,9 segundos, graças ao binário de 380 Nm com função Overboost , e de atingir 210 km/h de velocidade máxima.

A JAGUAR Land Rover apresentou o Jaguar XKR-S Convertible no Salão Automóvel de Los Angeles. Segundo a imprensa especializada, o soft-top deverá seguir o percurso da versão coupé, pelo que a chegada às concessões deverá ocorrer no próximo ano. Competirá com o Aston Martin DB9 Volante, Audi R8 Spyder, Maserati GranCabrio e o Porsche 911 Turbo Cabriolet. A marca britânica deu, também, a conhecer no certame a futura tendência de design dos Defender.

MCoutinho Centro promove Ypsilon

ficha O stra GTC 2.0 CDTI consome apenas 4.8 l/100 km e emite 127 g/km de CO2. O depósito de combustível de 56 litros confere-lhe autonomia até 1100 km. CONCESSIONÁRIO AUTO-INDUSTRIAL (COIMBRA) Av. Fernão de Magalhães, 333 3000-176 Coimbra Tel: 239 003 050

OS ANIMADORES do programa "Café da Manhã" da RFM, Zé Coimbra, Carla Rocha e Joana Gama participaram na iniciativa da MCoutinho no Dolce Vita Coimbra. O Lancia Ypsilon foi alvo de test-drive e a iniciativa incluiu o sorteio de um IPAD.

Chevrolet Corvette já está à venda 53


dinheiro

obra feita

SANTO ANTÓNIO DOS OLIVAIS freguesia de Coimbra com 19,27 km2 e 39.516 habitantes

A SALA da Criança, o Centro de Estudos de Santo António, a oficina e o ginásio, na sede da Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais FRANCISCO ANDRADE aposta no apoio social

157.º ANIVERSÁRIO É ASSINALADO NO DOMINGO

abrigo dos POC, para "conforto e segurança dos alunos". O trabalho na maior freguesia da região Centro e uma das maiores do país "nunca acaba". Obras, ação social, cultura e coletividades, espaços verdes e higiene, educação, cemitério e iluminação e toponímia são pelouros de enorme exigência numa altura em que "os problemas sociais aumentam diariamente". Mesmo assim, Francisco Andrade não desiste de "tentar fazer". O relacionamento com a Câmara de Coimbra é positivo e, quer a junta, quer a câmara, "aprendem

Ação muito além das competências F

rancisco Andrade não enjeita responsabilidades e afirma que a ação do executivo vai muito além das competências legais. Confessa que não consegue dizer "não" a quem o procura para resolver problemas – da alimentação à conta da água, da luz ou da farmácia. A evolução dos serviços é por si só, uma vitória do autarca: passou de dois para 18 funcionários pagou e mobilou boa parte do novo edifício, informatizou os serviços. A oficina que funciona na garagem do edifício da junta de freguesia é um exemplo de rentabilidade: "conserta tudo o que é necessário", diz. Gostava de ter mais competências para

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fazer mais. A LIMPEZA é uma das preocupações diárias de Francisco Andrade, que "dá muito valor à qualidade de vida, que começa à porta de cada um". O apoio às escolas básicas é concretizado nos porteiros e auxiliares, ao

9 Setor

da saúde Unidades referência na área da saúde localizadas na freguesia

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Setor comercial Número de centros comerciais localizados na freguesia

23

Apoio social Número de equipamentos sociais de várias entidades existentes na freguesia

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todos os dias". O apoio à terceira idade é exemplar, entre outras, na atividade física e movimenta perto de 500 pessoas. O coro da freguesia, o Carnaval ou as Marchas Populares são outras das atividades emblemáticas. No próximo domingo, a partir das 15H30, no Conservatório de Música de Coimbra, o debate/espetáculo com intérpretes do Fado de Coimbra dos anos 40, 50 e 60 que assinala o 157.º aniversário da freguesia é a cereja no topo do bolo. Luiz Goes, Fernando Rolim, Camacho Vieira, Napoleão Amorim, Durval Moreirinha, Rui Pato, António Andias, Octávio Sérgio, Jorge Tuna, entre outros, vão demonstrar in loco que o Fado de Coimbra está vivo. O espetáculo mistura a conversa com a execução de temas que fazem parte da nossa memória coletiva. | MN


CAMINHOS DO CINEMA PORTUGUÊS

SOCIAL

O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha recebeu a cerimónia de abertura

António Abrantes, Celeste Amaro e Eugénia Abrantes

FOTOS: PEDRO RAMOS

Maria José Azevedo Santos, Vitor Ferreira e João Paulo Barbosa de Melo

Gangadhar Panday, Luís Pereira, Luís Miguel Rocha e Manuela Lima

Adelaide Chichorro e João Gabriel Silva

Coimbra foi palco do festival "Caminhos do Cinema Português", que começou dia 9 de novembro com a projeção musicada do filme "Sofia e Educação Sexual". Durante nove dias, estiveram cerca de 70 filmes em competição. O evento foi promovido pelo Centro de Estudos Cinematográficos da Associação Académica de Coimbra, em parceria com a Associação de Artes Cinematográficas de Coimbra. Hoje, dia 17 de novembro, terá lugar a entrega de prémios. Ainda no âmbito da organização, vai ter lugar, entre 19 de novembro de 2011 e 1 de abril de 2012, um curso prático sobre cinema, onde serão ensinadas todas as etapas para a realização de um filme.

Margarida Mateus, Tiago Santos e Jorge Gouveia Monteiro

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Carlos Cidade e Ana Rosa

Ana Pires e António Pedro Pita

Eduardo Melo e Bruno Vale

Vitor Ferreira e Artur Côrte-Real


social

FEIRA DO MEL E CASTANHA MOSTROU NOVIDADES NA LOUSÃ Quem visitou a vila da Lousã, entre 11 e 13 de novembro, teve oportunidade de celebrar o S. Martinho saboreando excelentes castanhas e, ainda, mel, nozes e avelãs, entre vários outros produtos endógenos do concelho. Às nove dezenas de expositores que participaram na XXII Feira do Mel e da Castanha, que decorreu no Parque Municipal de Exposições, juntaram-se escolas e instituições. Estiveram em destaque as tasquinhas montadas por coletividades locais. António Carvalho e Ana Paula Sançana

António Marçal, Ricardo Fernandes e Ana Araújo

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FOTOS: MÁRIO NICOLAU

Luís Antunes, Miguel Ventura, Deolinda Ferreira e José Brito Dias

Ivo Portela e Hélder Martins

José Francisco Rolo e Lurdes Castanheira

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José Brito Dias e Filipe Soares

Fernando Lopes , Agostinho Gomes e João Marques


Jorge Líbano Monteiro, António Henriques e Fernando Gomes

CLUBE DE EMPRESÁRIOS DE COIMBRA APRESENTOU PROJETO "AconteSER"

Moisés Rocha, Neves da Costa, Jorge Gameiro, Teresa Lago e Ana Grade

C76

FOTOS: PEDRO RAMOS

O

Clube de Empresários de Coimbra divulgou, no passado dia 9, na sua sede, o projeto "AconteSER – Liderar com Responsabilidade". A finalidade é melhorar a competitividade das empresas nacionais e dotá-las de instrumentos de gestão responsável. O projeto é apoiado pela Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI) e Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA), numa iniciativa conjunta de combate à crise. A apresentação esteve a cargo de Jorge Monteiro, da ACEGE.

Armanda Cristino e Carolina Leite

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social

GÓIS TIMES & SECRETS ENTREGOU PRÉMIOS Cândida Góis entregou relógio Sector a João Figueiredo

Teresa Sofia recebeu relógio Gant

FOTOS: DIREITOS RESERVADOS

João Figueiredo, Teresa Sofia e Carina Cadima conquistaram os prémios do passatempo organizado pela loja Góis Times & Secrets. João Figueiredo obteve o maior número de votos e recebeu das mãos de Cândida Góis um relógio desportivo da marca Sector. Teresa Sofia foi contemplada por Carlos Góis com um relógio Gant e um conjunto de quatro braceletes de cores distintas, enquanto a Carina Cadima foi entregue um colar em aço, com banho de ouro, da Just Cavalli Jewels. O passatempo propunha que as pessoas fotografassem os "presentes" e colocassem as fotografias no facebook com uma frase referente aos produtos em questão.

Carlos Góis entregou colar Just Cavali a Carina Cadima

FIGURAS DE COIMBRA ILUSTRADAS EM CARICATURAS

FOTOS: MÁRIO NICOLAU

Zaug e Ana Luisa Jesus

O restaurante Nacional, de Coimbra, tem patente ao público, até 3 de dezembro, a exposição "Cartoons", de Zaug, no âmbito das suas iniciativas de índole cultural "Arte à Mesa". A mostra reúne os trabalhos publicados por Zaug, semanalmente, no "Campeão das Províncias". Segundo o autor, "o objetivo é retratar as figuras da cidade dentro da atualidade".

José Rui, Zaug e José Nuno

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António Pedro Pita ilustrado em caricatura

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Arménia Coimbra e Luci Bandeira


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1:20 PM

GRANDES NOITES NO NB CLUBE COIMBRA O NB Club Coimbra continua a proporcionar noites fantásticas. Na passada quinta-feira, dia 10 de novembro, muitas pessoas saíram de casa para se divertirem na festa "As noites Académicas", com FabioR & Xaninho. No dia seguinte, 11 de novembro, foi a vez de Filipe Sanches estar na cabine de som da festa "O Filme da Tua Vida". No sábado, 12 de novembro, a animação foi conduzida pelo Dj Chus, mas o divertimento não ficou por aí. Todos tiveram oportunidade de celebrar na área Vip Lounge 0 4.º aniversário da loja Miyuki.

HÁ 18 ANOS A TORNAR COIMBRA CAPITAL DO CINEMA PORTUGUÊS

CERIMÓNIA DE

ENCERRAMENTO MELHOR DOCUMENTÁRIO

MELHOR ACTOR; - MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO; - MELHOR ACTRIZ; - MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA; - MELHOR DIRECÇÃO ARTÍSTICA; - MELHOR FOTOGRAFIA; - MELHOR GUARDA ROUPA; - MELHOR REALIZADOR; MELHOR CARACTERIZAÇÃO; - MELHOR MONTAGEM; - MELHOR SOM; - MELHOR ARGUMENTO ORIGINAL; - MELHOR ARGUMENTO ADAPTADO; - MELHOR MÚSICA ORIGINAL

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FOTOS: M. CRESPO

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social

A Quinta do Mourão foi palco do jantar de encerramento do VII Congresso dos Advogados Portugueses, que decorreu entre os dias 10 e 13 de novembro, na Figueira da Foz. Marinho Pinto, bastonário da Ordem, afirmou, à margem da cerimónia, que os trabalhos decorreram muito bem. "Discutiram-se grandes questões da advocacia", frisou. O Congresso, que teve lugar no Grande Auditório do Centro de Artes e Espetáculos (CAE), debateu temas como "A Advocacia na Reforma da Justiça", "A Judicatura e o Ministério Público na Reforma da Justiça" e "O Pedido de Justiça e o Procedimento Judiciário". Incluiu ainda uma sessão plenária intermédia, em que foi analisada "A Advocacia no Contexto Europeu".

FOTOS: SÍLVIA DIOGO

ADVOGADOS ENCERRARAM VII CONGRESSO NA QUINTA DO MOURÃO

Marinho Pinto e Isabel Tavares (em cima); Vasco Marques Correia, Rogério Alves, Luís Silva, Jorge Neto Valente, Manuel Inglês Pinto, Domingos Quadé e António Samara (ao centro); Isabel Bento, Clementina Paiva, Cristina Barradas, Marilyn Tomás, Neuza Gouveia, Rita Branco, João Leandro, José Leiria e Cristina Salgado (em baixo).

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MAGUSTO NO HOTEL D.LUÍS Em plena época de S. Martinho, o Best Western Hotel D. Luís optou por uma programação especial para todos os fins-de-semana de novembro. Nos passados dias 5 e 12, tiveram lugar magustos de eleição. "S. Martinho está ligado ao vinho velho, ao vinho novo e à água pé. Hoje, gastronomicamente, faz-se tudo com a castanha, que antigamente substituía a batata", argumenta Pedro Machado, diretor da unidade hoteleira. Os eventos privilegiaram, realmente, em tudo, a castanha - até nos canapés, nas azeitonas e no pudim.

FOTOS: SÍLVIA DIOGO

Pedro Machado de volta dos preparativos

ORQUESTRA CLÁSSICA DO CENTRO COMEMOROU 10 ANOS DE EXISTÊNCIA

FOTOS: ORQUESTRA CLÁSSICA DO CENTRO

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Orquestra Clássica do Centro (OCC) comemorou no passado dia 11 de novembro, 10 anos de atividade ininterrupta, com um jantar no Pavilhão de Portugal, em Coimbra. Para além da realização de concertos, a OCC desenvolve várias outras iniciativas, para garantir uma ligação cada vez mais íntima e próxima da sociedade, visando a continuação e afirmação do projeto. Fomentar a cultura musical, dimensionar a vertente pedagógica e apreciar música erudita continuarão a ser os objetivos da OCC.

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social

BANDA RED COMEMOROU ANIVERSÁRIO NO THEATRIX

Atuais e antigos membros da Banda RED

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o passado dia 12 de novembro, sábado, o Theatrix esteve em clima de festa com o concerto de aniversário da Banda RED. Muitos foram os convidados que participaram no evento que marcou os cinco anos de sucesso do grupo, formado em finais de 2006. Com uma grande interação com o público, a Banda Red tem feito furor em todos os eventos por onde passa. Composta por três músicos ( guitarra/voz, baixo/voz e bateria/voz), aposta na qualidade musical, no humor e na boa disposição. O evento contou com a atuação da Banda Red que, ao longo do espétaculo multimédia, foi revisitando os cinco anos do grupo. Os antigos membros da banda também marcaram presença.

O corte do bolo foi um dos momentos altos do espetáculo, que contou com inúmeros momentos de boa disposição

Arn Car

AMIGOS ENCHERAM A DISCOTECA PARA CELEBRAR OS CINCO ANOS DA BANDA


CARLOS JORGE MONTEIRO MOSTROU "CHAPÉUS DE PALHA NA QUEIMA" O Atrium Solum foi o local escolhido para acolher a exposição de fotografia de Carlos Jorge Monteiro (Cajó) intitulada “Chapéus de Palha na Queima". O evento reuniu figuras ilustres de Coimbra e contou com o apoio do Licor Beirão e da pastelaria Vasco da Gama. São 40 fotografias que apresentam momentos singulares da mais distinta festa académica, realizada em maio deste ano. A exposição está patente até ao dia 6 de dezembro.

Família de Carlos Jorge Monteiro e António Abrantes

FOTOS: PEDRO RAMOS

Carlos Jorge Monteiro e João Paulo Barbosa de Melo

Arnaldo Baptista, José Redondo, Carlos Jorge Monteiro e Manuel Machado

António Vilhena e Carlos Jorge Monteiro

João Carlos Gaspar e Maria João Castelo Branco

Paula Rocha, Sílvia Diogo, Maria Inês, Maria Elisa Vilão e Graça Aleixo

MUITAS PERSONALIDADES DE COIMBRA E AMIGOS VISITARAM A EXPOSIÇÃO NO ATRIUM SOLUM

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viver

viajar

Istambul, Istambul QUEM É MAIS COSMOPOLITA DO QUE TU? SOFIA MACEDO

SÃO 14 MILHÕES de pessoas! Entre a Europa e a Ásia, Istambul é uma cidade para se perder! Perder os sentidos, perder os preconceitos, perder-se pelas ruas e perder-se em sorrisos com a hospitalidade turca. Até 1923, era capital do Império Romano do Oriente e residência oficial do sultão. Viva como um no Palácio Topkapi. É certo que não pode usar as torneiras de ouro do harém, nem travar duelos com espadas cravejadas com rubis, nem descansar nos tronos de ouro e veludo, repletos de pedras preciosas; mas pode sempre admirá-las, apreciar a bela vista do mar da Mármara ou descansar debaixo da cúpula dourada onde o sultão tomava o pequeno-almoço. Ainda em Sultanahmet (a "zona do sultão"), não pode deixar de entrar na famosa Haghia Sophia (mesquita ou igreja? Pergunte aos turcos e a discussão está lançada), assim como na imponente Mesquita Azul. Vamos gastar dinheiro? Perca-se no Grande Bazaar e nas suas imensas avenidas, ruas e ruelas de lojas e bancas! Não esquecer: quanto mais regatear, mais poupa, logo, mais compra. Um pé de dança? A escolha é vasta! Desde as tradicionais danças orientais, aos rodopiantes "dervixes", à música popular ou à eletrónica, em Taksim, encontra de tudo. Nesta zona estão as mais modernas lojas, restaurantes e ainda (mais) ruas e ruelas, onde as portas estão

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sempre abertas e os diversos bares prontos a serem descobertos. Se acabar num bar gay, não se espante – bem dissemos para esquecer os preconceitos! Antes de ir para o hotel, nem que sejam 06H00, aconselhamos: mexilhões! Vendem-se por todos os cantos e os preços há-os para todos os bolsos – já sabe: regatear, regatear, regatear! De passagem obrigatória é a "Ponte do Peixe", repleta de pescadores, que ali passam horas, embalados pelos sons das mesquitas que se ouvem por toda a cidade. Enquanto o peixe não pica, os olhos têm muito por onde viajar: Sulthanamet está bem à vista, ali perto está a esbelta Torre de Galata, assim como o legendário Corno de Ouro. O Museu de Arte Moderna e o palácio também estão próximos. E são tantos os minaretes para contar, que uma tarde não chega! Para onde vamos a seguir?

EM GREGO,

Istambul significa "a cidade"

ficha COMO IR? A TAP tem voos diretos para Istambul, mas pode sempre optar por fazer escala. O aeroporto principal é o Istambul Ataturk, bem comunicado com a linha de metro. Há ainda low cost como a Easyjet, que voam para o Sabiah Gokçen, através de Londres, podendo ir para o centro de autocarro. ONDE FICAR? A opção é vasta e para todos os gostos, havendo uma vasta oferta inclusive de hostels e a bom preço. A área metropolitana de Istambul é imensa, mas os locais de referência estão próximos, por isso, pense onde quer ficar: na zona mais turística (Sulthanamet) ou na zona mais cosmopolita e noturna (Taksim), tendo ainda várias opões junto ao mar. No lado asiático, também há várias opções e a bons preços. O QUE COMER? Kebab! Kebab! Kebab! E muito chá turco. Recomenda-se vivamente o Balik Ekmek. Mais não é do que peixe (por vezes pescado minutos antes), com pão e limão. E sem espinhas! Uma especialidade que encontra em qualquer um dos restaurantes, perto da famosa "Ponte do Peixe". RECOMENDAÇÕES Não se esqueça do passaporte! Até 30 dias não necessita de visto. Faça uma viagem de barco ao pôr-do-sol!

17 NOVEMBRO 2011


revista

1.º PASSEIO TT

PELOS TRILHOS

DA REGIÃO CENTRO

FOTO: M.CRESPO

A REVISTA C CONVIDA TODOS OS AMANTES DO TODO O TERRENO PARA UM PASSEIO PELAS BELAS PAISAGENS DA REGIÃO CENTRO. DIA 26 DE NOVEMBRO JUNTE-SE À CARAVANA DA REVISTA C E VENHA PASSAR UM DIA DIFERENTE AO VOLANTE DO SEU TT!

PROGRAMA MADRINHA

08H00 - CONCENTRAÇÃO DOS PARTICIPANTES NO LOCAL DE SAÍDAE VERIFICAÇÕES 13H00 CHEGADA A GÓIS 18H00 - CHEGADA A COIMBRA 20H30 - JANTAR PELA NOITE CONVÍVIO NO THEATRIX

PREÇOS

80 € POR VIATURA COM 2 OCUPANTES 40 € POR ACOMPANHANTE INCLUI SEGURO DE PASSEIO, ROAD BOOK, ALMOÇO, JANTAR PREÇO EXTRA 20 € APENAS JANTAR + THEATRIX

MAYA FICHA DE INSCRIÇÃO (DADOS DO CONDUTOR)

NOME MORADA CÓD. POSTAL

TELEMÓVEL

EMAIL

DATA DE NASCIMENTO:

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RECORTE E ENVIE PARA REVISTAC RUA COMBATENTES DA GRANDE GUERRA, 109 – 3045-469 – TAVEIRO – COIMBRA, POR FAX PARA O N.º 239 981 304, OU PREENCHA A FICHA ON-LINE EM www.cnoticias.net

INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES - passeiott@cnoticias.net | TELM: 916 355 014

PATROCÍNIO

LOGÍSTICA

APOIO C231

ORGANIZAÇÃO

revista


viver

moda

Preto e Branco A ELEGÂNCIA ETERNA Foi há várias décadas atrás que Coco Chanel ditou um rumo à Moda mundial: o preto e branco entranhou-se no guarda-roupa de todas as mulheres como sinónimo de sofisticação, sensualidade e elegância. Quando estas duas simples cores se juntam, o su-

cesso é garantido, podendo ser usadas num look casual para o dia-a-dia, no trabalho ou até numa saída à noite. Afinal, por mais que a moda se reinvente, os tons podem ser combinados entre si, usados por exemplo também em looks monocromáticos.

Modelo: Cátia; Produção (Roupa e acessórios): Black at White 17 NOVEMBRO 2011 Fotografia: M. Crespo; Maquilhagem: Makeit Up; Cabelos: Natália Lopes Cabeleireiros


CRIATIVO DA LACOSTE

Felipe Oliveira Baptista apresenta linhas fluídas para esta estação

No guarda-roupa

O objetivo do criador Felipe Oliveira Baptista (responsável pela direção criativa da Lacoste) para este outono-inverno 2011/12 foi trazer às passerelles referências que não tivessem absolutamente nenhuma ligação entre si. A obra americana "The Road" de Cormac McCarthy's, e a imagem da britânica Nancy Cunard foram alguns destes elementos de inspiração citados pelo estilista. O mix de peças rígidas, com peças soltas e desconstruídas foi um dos pontos importantes da coleção desfilada.

FOTOS: M. CRESPO

Peças intemporais: o preto ou branco estão sempre na moda! Tenha sempre no seu guarda-roupa modelos fáceis de conjugar e vá atualizando com peças de tendência. Nos acessórios pode usar dourados e metálicos.

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vida nova

viver

POR CARLOS GAGO ILÍDIO DESIGN, EMBAIXADOR L'OREAL

PRODUÇÃO GLOBAL: CABELEIREIRO ILIDIO DESIGN BY CARLOS GAGO FOTOGRAFIA: PEDRO RAMOS | MAQUILHAGEM: KÁTIA ROUPAS E ADEREÇOS: B&A RICARDO COLAÇO - HELENA COLAÇO

a nt e s

Se deseja mudar o seu visual, envie um e-mail, com o seu nome, idade e foto para vidanova@cnoticias.net

HAIRST YLIST Diana Ribeiro COLOR AÇÃO Diarichesse 4.20 RESULTADO FINAL Cabelo sedoso e com mais text ura

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Após Após cuidado cuidado de de manicure manicure aplica-se aplica-se uma uma máscara máscara hidratante hidratante de de mãos mãos com com oo auxílio auxílio de de um um pincel pincel

Mãos Bonitas EXQUISE BEAUTÉ PARIS Porque também se comunica com as mãos e hoje as unhas das mãos também são um acessório de moda. Pode-se optar por cores neutras ou ousadas com técnicas bastante criativas de aplicação de verniz. A aplicação de um hidratante diário ajuda que as unhas sejam mais resistentes. Conselhos das profissionais de manicures e pedicures Susana e Carina

A gama de tons de verniz deve refletir o seu estilo e personalidade

"Adorei a experiência l!" e o resultado fina ANA LUÍSA , 20 AN

Aplique uma massagem suave nas mãos para absorver bem o hidratante

OS


figura

Fernando Tordo

F

ernando Tordo nasceu em Lisboa e começou a cantar com apenas 16 anos no Sheiks. Participou no Festival RTP da Canção de 1969 onde interpretou o tema "Cantiga". Mais tarde lançou muitos álbuns e compilações. Depois do "Só Nós 3", tem projetos para o futuro? O "Só Nós 3" aparece sempre no meio de projetos. É uma maneira de desanuviar um pouco e de nos reencontrarmos. É principalmente um convívio. Continuo a ter os meus planos individuais assim como eles. Começaram todos juntos no Sheiks e continuam hoje a trabalhar juntos ... O Carlos Mendes e o Paulo de Carvalho é que estão na origem dos Sheiks. Eu entrei mais tarde. De qualquer maneira são vidas de meio século. A vida e a natureza quiseram que estivéssemos muito tempo juntos. É, sem dúvida, uma maneira de estar de pessoas que já viveram muito e que vão aprendendo cada vez mais todos os dias.

Na sua opinião como está a música portuguesa atualmente? A música feita pelos portugueses é muito variada. Há um germinar de qualquer coisa na formação de muitas pessoas jovens. Isso é muito importante. Há milhares de jovens que estão a fazer a sua entrada no plano ténico. Só tenho receio que a estrutura do país não acompanhe bem isso. O que simboliza o "Só Nós 3"? Simboliza uma parte muito importante da minha vida. Significa algo feito há 23 anos. No "Só Nós 3" tentámos colocar uma parte substancial de três vidas em simultâneo. São três vidas diferentes mas quando juntas organizam as suas músicas. Como carateriza a sua carreira? Caraterizo a minha carreira como um belo exercício. É uma grande vivência e uma grande alegria. É um exercício muito bonito e, às vezes,é gratificante. É muito bom quando as pessoas se deslocam para estar connosco e para nos ouvirem cantar.

O LADO "B" Fernando Tordo não é apenas um amante da música. Gosta também de pintar. A partir de 1970 surgiu como compositor, tornando-se figura destacada no panorama musical nacional. Entre os seus temas mais conhecidos figuram "Cavalo à solta", "Adeus Tristeza", "Invenção do Amor", "Estrela da Tarde" e a "Tourada".

Caraterizo a minha carreira como um belo exercício. É uma grande vivência e uma grande alegria!

TEXTO E FOTOGRAFIA: SÍLVIA DIOGO

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restaurante

INSTALADO na Rua Infanta D. Maria, em Coimbra, o Fusion Bar distingue-se pela qualidade do serviço que presta aos seus clientes. O bom gosto e a inovação constituem argumentos que fazem do restaurante uma boa opção. O atendimento personalizado e a simplicidade na decoração são outras razões para visitar este espaço, que promete ser de eleição . O Fusion Bar foi concebido para todos os públicos e para os apreciadores de francesinhas. É o local ideal para sair com os amigos e assistir a um jogo de futebol, via tv, mas também para famílias que queiram usufruir de uma boa refeição. Está igualmente disponível para a confeção de jantares de grupo e até mesmo aniversários. Segundo um dos sócios, Jorge Pais, o Fusion preocupa-se em agradar a todos os clientes, apostando numa ementa de acordo com o conceito do restaurante. Os petiscos, entre os quais se destacam as sandes e uns apetitosos grelhados, acompanhados com sangria, são referências no menu. Ótima cerveja também está sempre presente. Quem escolher o Fusion Bar pode ainda usufruir de uma esplanada simpática numa

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Fusion Bar

zona habitacional da cidade de Coimbra, junto ao Pavilhão da A AC/OAF. O nome comercial é Fusion Bar, mas desiga-se também como grupo Cerveja e Companhia. Os proprietários pretendem que este espaço seja a base de muitos outros projetos, que pretendem implementar em Coimbra .

LOCALIZAÇÃO: Morada: Rua Infanta D. Maria, 23, Pavilhão AAC/OAF Localidade: Coimbra Código Postal: 3030-330 Contatos: 913 294 166/239 051 954

OS PETISCOS, EM QUE SE DESTACAM AS SANDES E UNS APETITOSOS GRELHADOS, ACOMPANHADOS COM SANGRIA, SÃO REFERÊNCIAS NO MENU. ÓTIMA CERVEJA TAMBÉM ESTÁ SEMPRE PRESENTE

INFORMAÇÕES: Dia de encerramento: Nenhum Estacionamento: Sim Pagamento: Todos Reserva: Aconselhável Área fumadores: Esplanada

O Fusion Bar está aberto todos os dias da semana, de segunda a sexta das 09H00 às 03H00 e sábado e domingo das 10H0 às 02H00. Tem à disposição petiscos e grelhados. Ofertas diárias são as grandes apostas neste momento. Sendo já uma referência em Coimbra, os gestores optaram por uma decoração "a preto e branco", numa homenagem ao clube de Coimbra – Académica.

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à mesa

vinhos

receita do chef

Magret de Tamboril COM LARANJA, PERA E MOLHO CARAMELIZADO INGREDIENTES

RAQUEL CARVALHO Enóloga A CARTA DE VINHOS, por favor! Aqui

surge a nossa angústia. Mas… Angústia porquê? Se estivermos no Minho, à cabeça da lista, em número apreciável, surgem os Verdes, Alvarinhos, Loureiros, e por aí adiante. Se andarmos pelo Alentejo confrontamo-nos com um sem número de Quintas, Herdades, Vinhas, Condes e Duques, todos produzidos e engarrafados na região. O mesmo se passaria no Douro, no Ribatejo, na Península de Setúbal ou no Dão. Ainda que, apesar da crise, tenhamos escolhido um restaurante "dos caros", com uma Carta rica e que tenha uma plêiade de vinhos das nossas melhores regiões demarcadas, a nossa Bairrada é sempre o parente pobre entre os pares. Na Bairrada, para nossa maior angústia, privilegiam-se, também, os vinhos de outras regiões, troca-se o Espumante pelos espumosos, etc… Nós, que nascemos nesta região e abraçámos uma profissão que nos leva a ser um dos elementos que, modestamente, mas com paixão, contribuímos para a nobre existência dos seus vinhos, temos, necessariamente, de sentir angústia. Algo tem de ser feito em prol da defesa da região a que chamamos de Bairrada.

rol de coisas antigas 2008 Cor vermelha intensa com alguma profundidade. Pleno de vigor na boca, final prolongado. Acidez fina e equilibrada desempenhando o seu papel de boa companhia para pratos tradicionais portugueses. PREÇO: 10 €

800g de tamboril 200g de laranja 10cl de azeite 3g de sal 400g de pera 100g de espargos verdes Mel

MODO DE PREPARAÇÃO Corta-se o tamboril em medalhões e grelham-se com uma pitada de sal. Coze-se a pera em vapor. Faz-se uma redução com sumo de laranja, mel e um fio de azeite. Cozem-se os espargos. Aproveita-se a casca da laranja para fazer um lacinho para decorar.

Pêras Bêbedas COM VINHO DO PORTO INGREDIENTES 4 peras 400 ml de vinho do Porto 2 colheres de sopa de açúcar (de preferência amarelo) 2 colheres de chá de mel 2 paus de canela Sumo de meio limão Folhas de hortelã

MODO DE PREPARAÇÃO Descascar as peras, deixando a parte superior com o pauzinho e regar com o sumo do limão. Misturar o vinho do Porto com o açúcar e o mel. Adicionar os paus de canela e as peras já sem a casca. Deixar cozinhar em lume brando (cerca de 20 minutos) até as peras estarem cozidas (mas não demasiado). Retirar as peras com uma espumadeira para um recipiente e apurar o molho mais um pouco deixando ao lume mais alguns minutos. Servir frio, acompanhando com a calda. Para efeitos decorativos, pode usar-se o pau de canela e a hortelã.

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POR BRUNO VICENTE bruno.vicente@cnoticias.net

CULTURA

agenda da semana qui.17

Coimbra dança ao som do samba e do forró

Cordas da Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música ao vivo - Auditório do Conservatório de Música de Coimbra - 21H30

O grupo brasileiro Sambajah tem animado – e de que maneira – as noites do Centro Cultural D. Dinis, que tem registado casa cheia

sex.18

AS NOITES de sexta-feira são sempre de festa, no Centro Cultural D. Dinis, em Coimbra. Michel Fernandes, Raquel Siqueira, Murilo Brito e Raul Magno, estudantes brasileiros da Universidade de Coimbra e do Instituto Politécnico de Coimbra, formam os Sambajah, um grupo que parece ter energia ilimitada. O samba, o forró e outras musicalidades tradicionais do Brasil contagiam, com facilidade, as dezenas de pessoas que enchem a sala principal do espaço cultural. "Tocamos cerca de duas horas, às vezes mais, e as pessoas dançam o tempo inteiro! Quando acabamos, pedem-nos para tocar mais, porque querem continuar a dançar", afirma Raquel Siqueira.

M-PeX ao vivo - Fnac Coimbra - 22H00

sáb.19 "Alfanui o Eco dos Montes", marionetas pelo MACAPI - Teatro Miguel Franco/ Leiria - 16H00

dom.20 "A Melhor Despedida de Solteira", de Paul Feig - Cine-Teatro Monte Real - 15H30

seg.21 Espetáculo da Phartuna – Tuna da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra - Centro Cultural D. Dinis/ Coimbra - 21H30

O grupo, que foi formado há dois anos, tem sofrido algumas alterações estruturais. Os elementos tocavam com os Forrocatú, uma banda de forró que também animou o Centro Cultural D. Dinis, mas foi com o aparecimento dos Sambajah que começaram a chegar mais curiosos a este espaço da Universidade de Coimbra. "Antigamente não vinha tanta gente, porque era só forró. Quando começámos com o samba e com outra música, os portugueses e pessoas de outros países começaram a vir mais", explica Murilo Brito, frisando que os brasileiros são uma presença constante. Aos poucos e poucos, o grupo vai sendo mais solicitado,

ter.22 Grupo de Dança "Tramp´s" Projecto Trampolim - Centro Cultural D. Dinis/ Coimbra - 21H30

qua.23 Projeção do filme "Luz de Inverno", de Ingmar Bergman - Fnac Coimbra - 21H30

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ganhando maior dimensão e protagonismo, refere Raul Magno. "Felizmente, temos tocado em vários lugares do país, não só em Coimbra", adianta. NOS MESES de novembro e

dezembro ninguém vai ter frio no Centro Cultural D. Dinis. É que os Sambajah vão continuar a atuar pelo menos até ao fim do ano, sempre às sextas-feiras. Se ficou curioso e ainda não conhece a energia destes brasileiros, a recomenda que apareça pelo espaço cultural por volta das 23H00, altura em que as coisas começam a aquecer. Entretanto pode espreitar o Facebook do grupo, procurando por "Sambajah Portugal".


nota da

semana

Luísa Rocha Casino Figueira. 18 de novembro. 23H00. A fadista apresenta o seu álbum de estreia, "Uma Noite de Amor", em que interpreta temas de Paulo de Carvalho, Mário Raínho, António Lobo Antunes e Lopes Victor.

FLORINDO BELO MARQUES Presidente do Núcleo de Arquitetos de Coimbra

Arquitetura num mês O DIA MUNDIAL da Arquitetu-

ra comemora-se na primeira segunda-feira de outubro. Este ano a celebração decorreu entre outubro e novembro. Saliento dois pontos altos que nos remetem para um espaço simbiótico entre o real e o onírico. Uma exposição fotográfica que pode ser vista até ao fim do mês em Santa Clara-a-Velha e que é suportada no olhar do arquiteto Manuel Magalhães, que nos remete para uma viagem "a Oriente" feita de espaços onde a luz se esconde na sombra procurada pela lente do fotógrafo. O outro momento foi a conferência-concerto realizada no Casino da Figueira da Foz, onde a historiadora Rita Marnoto leu, o arquiteto Nuno Grande viu e o músico José Valente deu a ouvir as "Cidades Invisíveis", de Ítalo Calvino. Invocou-se o livro, de 1972, um diálogo fantástico entre o veneziano Marco Polo e o imperador dos tártaros Kublai Khan, a quem são descritas 55 cidades imaginárias sempre com nomes de mulheres: Árgia, Zaíra, Tamara, Fedora…. A cidade ultrapassou o conceito geográfico e transfigurou-se numa fonte inesgotável de cenários reconhecidos, detalhados e aglutinadores das nossas experiências e sentimentos – uma provocação para os sentidos.

Mazgani Cine-Teatro Avenida/Castelo Branco. 18 de novembro. 21H30. 5€ O artista continua a apresentar pelo país o seu segundo disco de originais, "Song of Distance".

Mário Laginha CAE/Figueira da Foz. 18 de novembro. 21H30. 5€ Com o trabalho "Mongrel", Mário Laginha cria um espaço de improvisação, para aproximar a música de Chopin ao seu universo musical.

"Cálculo" Museu da Ciência da Universidade de Coimbra. Até 3 de dezembro. 21H30. 6€ a 10€ A Marionet apresenta, de quarta-feira a sábado, a peça "Cálculo", de Carl Djerassi, que coloca em confronto Newton e Leibniz.

Aurea Cine-Teatro de Estarreja. 19 novembro. 22H00. 8€ a 12€ Saboreie soul, pop e blues com a cantora que, pé ante pé, chegou ao topo dos discos mais vendidos em Portugal. Num ano de grandes feitos para a artista – e depois de uma digressão de verão que percorreu o país – Aurea aposta agora num inverno mais intimista, através de um novo formato de concerto com apenas cinco músicos.

"Horror" TAGV/Coimbra. 24 de novembro. 21H30. 5€ a 7,5€ Esta coprodução do Colectivo 84 / Penetrarte, com conceção, direção e espaço cénico de John Romão, tem um ponto de partida surpreendente. Quatro jovens perdidos no bosque interrogam a capacidade que temos de paralisar a criação de utopias urgentes e de nos tirar o sono, ao revelar-nos em excesso, em nome da ideologia do progresso e do lucro, os mistérios da fé e do corpo. Em cena, corpos vibrantes de uma energia alucinante, corpos trágicos e festivos, oferecem uma incursão pela impossibilidade de nos tornarmos ingénuos perante um cenário político e económico decadente. Edificamos a legitimidade de uma utopia da ingenuidade, não a dos sonsos, mas a dos que procuram regressar a um estado animal. Ou viver simplesmente uma longa amnésia.

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ideias dos outros

Facebook LUÍS DE MATOS

A INVENÇÃO DE QUE NÃO PODEMOS PRIVAR-NOS MAS PRECISAMOS ENTENDER…

IMAGINEMOS o novo café da moda que abre na cidade... Os grupos de amigos criam novos hábitos e passam a encontrar-se nesse novo espaço, conhecem novos amigos, partilham experiências e vivem novas. Mostram as suas fotografias, comentam um artigo de jornal, discutem ideias e perseguem novas causas. Imaginemos a mesma realidade mas à escala global. Imaginemos que, em vez de mostrar as nossas fotografias, distribuíamos cópias a todos os presentes e àqueles que até ao final dos nossos dias por lá passarão. Imaginemos que tudo aquilo que dizemos em ambiente de mesa de café ficará para todo o sempre eternizado de forma escrita e absolutamente indelével. Imaginemos que o "dono do café" tem tudo gravado, sabe tudo sobre os nossos gostos e debilidades, sonhos e frustrações, e, sem que sequer tenha que nos dar conhecimento, pode vender essa informação a quem quer que esteja interessado, quaisquer que sejam as suas intenções. Imaginemos que nesse dito "café da moda" todos trazíamos escrito na testa o nosso endereço, de casa e do trabalho, telefone e email, permitindo a qualquer outro cliente do bar saber rigorosamente onde encontrar-nos a qualquer hora. Não é necessário continuar a imaginar o que já existe, chama-se Facebook.

portunar e vigorosamente questionar o gigante americano a propósito da privacidade dos seus dados. Max não sabia o que esperar quando contactou a empresa de Mark Zuckerberg pedindo que lhe fosse fornecido o registo de todos os seus dados pessoais, contudo, receber 1.222 páginas de informação estava certamente para lá daquilo que poderia, sequer, imaginar. As páginas incluíam fotos, comentários e mensagens há muito por ele apagadas. Nada se apaga do Facebook, apenas se esconde de nós próprios. Max Schrems decidiu agir sob a convicção de que tal funcionamento infringe as leis da União Europeia. Depois de nada conseguir no seu país, Schrems levou a questão ao "Data Proteccion Commisioner", com sede na Irlanda, onde o Facebook tem a sua sede europeia. A luta continua e todos podem participar, basta visitar o site http:// europe-v-facebook.org/. MAS, EM MATÉRIA de excentricidades, o Facebook tem-nos oferecido belas pérolas… A americana de trinta anos que incendiou a casa da amiga por esta a ter eliminado da sua lista de amigos… O suspeito ilibado por ter colocado um post à hora exata do assalto que afirmava não ter cometido… ou a esposa que soube que o seu marido se ia divorciar quando leu o que este escrevera no seu mural!

NA VERDADE, o Facebook é aquilo que cada um quiser para si. Sou admirador e utilizador da rede social e agradeço o facto de me permitir estar mais ligado ao mundo e a todos aqueles a quem o meu trabalho interessa. Como em tudo, existem limites que se ultrapassam e bom senso que nem sempre é mantido. Exatamente como no tal "café da moda" mas numa escala nunca antes observada. O Facebook, empresa privada, reuniu, por doação voluntária, a maior base de dados do mundo. O AUSTRÍACO Max Schrems, estudante de Direito com 24 anos de idade, pode ser apenas um dos 800 milhões de utilizadores da rede social Facebook, mas isso não o impediu de im-

| Luís de Matos, mágico, assina semanalmente este espaço de partilha e opinião | Com a ajuda de um leitor de QR Code (a imagem pontilhada impressa nesta página) utilize o seu telemóvel ou webcam para descobrir o caminho apontado por Luís de Matos

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