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JORGE CONDE

FESTIVAL

"IPC TEM DE PENSAR TRANSVERSALMENTE"

COIMBRA VIRA CAPITAL DO CINEMA PORTUGUÊS

VIDAS

DOSSIER

BARBEIRO SONHA CORTAR CABELO A CAVACO SILVA

10

MOTIVOS DE ORGULHO DA REGIÃO CENTRO

TERCEIRA IDADE

A vida depois dos

Fomos à procura de quem esquece a idade e dá o exemplo às novas gerações. Uns viajam, outros estudam. Mas há quem trate da horta e tenha vigor para "dar e vender". Para eles a idade não é um limite...

passear e estudar

1,50€

REVISTA SEMANAL

3 NOVEMBRO 2011

Nº 40

ginásio e dar aulas

65 anos

REVISTA OFICIAL


TODOS

SABES O TÊM EM QUE

?

COMUM

A Morte de Carlos Gardel - América - Cisne - Estrada de Palha - O Barão - Quinze Pontos na Alma Sangue do meu Sangue - Sonho de Verão - Viagem a Portugal - Alvorada Vermelha Arte Xávega — O Chamamento do Mar - Badoca Safari Park - Chamo-me António da Cunha Telles Cruzeiro Seixas — O Vício Da Liberdade - Das 9 às 5 - Éden - Em Trânsito — José Pedro Croft José e Pilar - Kolá San jon é Festa de Kau Berdi - Meio Metro de Pedra - Nocturnos Uma na Bravo Outra na Ditadura - A Casa ao Lado - A Cova - A Primeira Ceia - A Viagem Árvores no Jardim - Banana Motherfucker - Cada Mulher é um Filme de Amor - Casa com Piscina Daimon - Dia de Visita - Dois Irmãos - Feliz Aniversário - Femina Series - Fotograma 23 - Maybe... Miss Mishima Never Meant to Be - Noiserv {Sessão Dupla} - O Amor Acontece O Amor é a Solução para a falta de Argumento - O Inferno - O teu Sapato O Voo da Papoila -Praxis - Purgatório - Shoot Me - Should the Wife Confess? - Temperar a Gosto Afonso Henriques, o Primeiro Rei - Amigo do Peito - Arte República — 10 para cem Bats in the Belfry - Brincarolas - Bruxas Chocolatando - Dodu, o Rapaz de Cartão Drawing (myself) by numbers - Ginjas - Independência de Espírito - Leid Fatal e o Cotão Memória de Cão Mulher - Sombra - O Belo Adormecido - O Circo O Homem da Cabeça de Papelão O Sapateiro - Os Milionários

C

M

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CM

MY

CERIMÓNICA DE ABERTURA QUARTA 9 DE NOVEMBRO 2011

CY

CMY

K

± LUGARES LIMITATADOS ±

A JIGSAW

MUSICAM O FILME DE EDUARDO GEADA

SOFIA E A EDUCAÇÃO

SEXUAL

HÁ 18 ANOS A TORNAR COIMBRA CAPITAL DO CINEMA PORTUGUÊS ± sessões competitivas ± cinema mundial ± ensaios visuais ± caminhos juniores ±

BILHETES PONTUAIS

4 3 PÚBLICO GERAL

ESTUDANTE SÓCIOS CEC SÉNIORES

BILHETES GERAIS

20 15 PÚBLICO GERAL

ESTUDANTE SÓCIOS CEC SÉNIORES

± retrospectiva ± after-parties ± cinemalogia ± sessões competitivas ± ± SESSÕES PARALELAS ENTRADA GRATUÍTA ±

C244

MOSTEIRO DE SANTA CLARA-A-VELHA TEATRO ACADÉMICO GIL VICENTE MINI-AUDITÓRIO SALGADO ZENHA

CENTRO CULTURAL D. DINIS alto-patrocínio

O Presidente da Républica

parceiros media

apoios SSEMBLEIA DA

EP ÚBLICA

R E I TO R I A

SERVIÇOS DE ACÇÃO SOCIAL

divulgação

organização

WWW.CAMINHOS.INFO


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7/11/11

11:13 AM


editorial

SOARES REBELO Diretor

Águias de capoeira?

Há muitas coisas positivas na trajetória democrática do país, mas chegámos a um ponto em que a política se tornou altamente redutora e restritiva

AS MISÉRIAS nacionais andam para aí em execrável exposição pública. Os nossos meios de comunicação social fazem diariamente manchetes com tudo quanto de mais negativo ocorre no país. Buscam-se com avidez as situações mais penosas; e, não raro, quando não se encontram, inventam-se. As carpideiras do costume insistem no choro, multiplicam-se os síndromes fatalistas, culpabiliza-se permanentemente o Estado por todas as nossas desgraças. Já nem o próprio Presidente da República consegue abster-se da lamúria. OS PORTUGUESES cansaram-se do que está bem? Agora, tudo está mal? Portugal é muito mais do que a imagem negativa que dele, hoje, se faz – e transmite. Viver com uma porção reduzida da realidade é renunciar à autoestima. O momento não é, realmente, auspicioso, mas sempre soubemos vencer as dificuldades. Somos inclusivamente autores de alguns dos feitos mais gloriosos da humanidade. Com frequência, fizemos o mundo andar - e muito antes de outros bem mais poderosos. QUE NOS FALTA , então? Desde logo, restituir credibilidade à política, reforçá-la com gente exemplar, em que tenhamos confiança, até, que admiremos. Ainda, descobrir ideias elevadas, não redutoras ou destrutivas; também, definir um sistema mais fiável para a administração pública. Os políticos têm de saber honrar a confiança e a consideração do eleitorado. O parlamento e os partidos, tal como funcionam, não favorecem o aparecimento de líderes de estatura reconhecida. É preciso eliminar os habilidosos, acabar com todos quantos se adaptam, para manter o poder, às mudanças políticas e sociais. HÁ MUITAS coisas positivas na trajetória democrática do país, mas chegámos a um ponto em que a política se tornou altamente redu-

Grupo Propriedade/ Editora: MEDINFORMA, LDA; NIPC: 509711537; Capital Social: 50.000€; Rua Combatentes da Grande Guerra, 109; 3045-469 - Taveiro - Coimbra; email: geral@cnoticias.net Tel.: 239981303; Fax.: 239981304; Tlm.: 916987300 Gerência: António Gomes Abrantes; Maria Eugénia C. Figueiredo Abrantes; Inês Micaela Figueiredo Abrantes Capital Social da Entidade Proprietária: Beirastexto, SA – 87%; Outros – 13%

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4

CNotícias DIRETOR: Soares Rebelo

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tora e restritiva. Não há mais espaço paras as consabidas táticas de manipulação caciqueira. Os efeitos da gravíssima crise económica que enfrentamos estão a ferir perigosamente a sociedade portuguesa. Ainda não tilintam esporas, ainda não marcham na rua botas cardadas, mas o extremismo está latente e poderá muito bem tomar-nos conta do caminho. É PRECISO acabar com a prédica da sacralização do cumprimento pessoal do êxito profissional e da satisfação individual da vida privada. Mais: o Parlamento não pode ser um hóbi de algumas horas por semana. A oposição tem de abandonar a velha estratégia da cicuta e encontrar, muito rapidamente, a sua própria narrativa. Terá de inovar, criar uma linguagem diferente da do passado, impor uma agenda de novas ideias, abrir portas e janelas para por elas entrarem as preocupações dos portugueses, que nem sempre se reduzem àquelas que mais preocupam o poder executivo. É degradante reclamar retidão vaticana quando não se exorcizam hediondos pecados próprios. Não se pode exigir ao próximo um passado inatacável quando se têm telhados de vidro. Não basta polemizar, não colhe, simplesmente, reivindicar. PASSOS COELHO enraizou no PSD um novo estilo. Alterou não só a geografia humana do partido como a própria praxis de liderança. Em política não basta, ainda assim, ganhar o poder. Importa que a voz de quem lidera tenha, no tecido social, credibilidade e repercussão. O credo democrático contemporâneo mitifica as liberdades, sacraliza os direitos humanos, exalta a responsabilidade solidária. Ignorar, pior ainda, falsificar estes princípios seria recuperar a retórica do pensamento único. Mas, atenção: não raro as próprias águias despedaçam as asas nas grades duma simples capoeira…

TÉCNICOS DE VENDAS: Fernando Gomes (fernando.gomes@ cnoticias.net), José Alberto ( jose.alberto@ cnoticias.net)

PUBLICIDADE E ASSINATURAS CNotícias Rua Combatentes da Grande Guerra, 109; 3045-469 Taveiro - Coimbra Tel.: 239 981 303 - Fax: 239 981 304 Tlm: 916 987 300 Email: publicidade@cnoticias.net assinaturas@cnoticias.net DIRETOR MARKETING: Bruno Vale (bruno.vale@cnoticias.net) DIRETOR DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO: Rolando Rocha (rolando.rocha@cnoticias.net)

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3 NOVEMBRO 2011

PROJETO GRÁFICO: Pedro Góis / Góis Design e Bruno Vale IMPRESSÃO: LISGRÁFICA Impressão e Artes Gráficas SA Queluz de Baixo (Oeiras) DISTRIBUIÇÃO: VASP – MLP, MediaLogistics Park Quinta do Granjal – Venda Seca Tiragem Média: 10.000 ex. Registo na ERC com o n.º 126017, de 12/01/2011. Depósito Legal n.º 322204/2011. Periodicidade: Semanal, à quinta-feira INTERDITA A REPRODUÇÃO DE TODOS OS CONTEÚDOS EDITORIAIS, FOTOGRÁFICOS, ILUSTRAÇÕES PARA QUALQUER MEIO OU FIM, MESMO COMERCIAIS.

Telm.: 916 355 014


índice

CAPA

AO MICROSCÓPIO

6 Pastelaria e gestão hoteleira da EHT em destaque Alunos vão participar em concurso europeu 11 Governo anuncia regresso do comboio à Lousã Barbosa de Melo revela dúvidas em relação à medida 20 Vidas Manuel Cabarrão corta cabelos há 80 anos

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A 3.ª idade quer-se ativa No Dia Mundial da Terceira Idade, a 28 de outubro, a partiu à descoberta de alguns idosos que se mantêm com vigor e vontade de trabalhar e aprender. Seja a trabalhar uma horta ou a aprender História da Arte, passar dos 65 não é sinónimo de estar parado em casa.

SOCIEDADE 34 Caminhos do Cinema Português Festival começa no próximo dia 9

ginásio e dar aulas

CÉREBROS

passear e estudar

38 4.ª Edição do Arrisca C promete 135 mil euros em prémios Concurso de ideias e planos de negócio vai decorrer a nível nacional

DINHEIRO 46 Projeto Start-Up lança segundo edição do Desafio Centro Estudantes universitários podem participar na competição 48 Sabores de Outono aquecem Lousã Festival gastronómico apresenta mel e castanha ao público TOPO DE GAMA 58 Ford Ranger histórica Foi a primeira pickup a obter cinco estrelas da Euro NCAP

VIVER 62 69

Social Bispo Manuel Clemente esteve na Quinta das Lágrimas Figura Carlos Mendes relembra momentos da sua carreira

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CULTURA

Cultura, desporto, saúde, gastronomia, turismo, inovação, património, empresas, o Centro de Portugal é uma zona do país atrativa para todos. Não foi fácil, mas a apresenta uma (resumida) lista de dez razões que tornam o Centro único.

72 Daniel Oliveira apresenta livro Publicação revela intimidade de figuras públicas

ENTREVISTA

LATADA

24

"Muita procura e pouca vagas" Jorge Conde, presidente da Escola Superior de Tecnologia e Saúde (ESTeS), fala do bom momento da ESTeS, revelando que estão a ser preparadas duas propostas para novos cursos.

Dez razões para viver no Centro

OPINIÃO

Kaiser Chiefs foram os reis da receção ao caloiro Mais um ano, mais uma Festa das Latas e Imposição de Insígnias para animar os novos estudantes de Coimbra. O concerto dos britânicos Kaiser Chiefs encheu a Praça da Canção com 25 mil pessoas.

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8 Artur Seguro Pereira

10 Magalhães Cardoso

74 Luís de Matos

Renovação do contrato de trabalho

Espaços verdes e a Coimbra do Futuro

Ilhas Falsas

MAIS 44 SUCESSO Ana Morgado e Lara Costa são apaixonadas pelo mundo árabe 68 VIDA NOVA Conheça o estilo "Mestre do Tempo" 70 RESTAURANTE Dom Duarte Dois aposta na cozinha tradicional portuguesa

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turismo

ao microscópio

CONFERÊNCIA ANUAL EUROPEIA

Virtudes e desafios do sonho holandês de José e Cátia VÃO REPRESENTAR PORTUGAL NAS CATEGORIAS DE PASTELARIA E GESTÃO HOTELEIRA. SÃO ALUNOS DA EHT COIMBRA. E ESTÃO CONFIANTES

MÁRIO NICOLAU

PORTUGAL tem tradição na matéria e a Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra (EHTC) já deu nas vistas na conferência anual da Associação Europeia de Escolas de Hotelaria e Turismo, garantindo, em 2010, a medalha de ouro no concurso de restaurante. Este ano, na 24.ª edição, em Haia, na Holanda, de 7 a 12 deste mês, a EHTC estará presente através de Cátia Aguiar e José Lima, os "craques" nacionais em gestão hoteleira e pastelaria, respetivamente. A delegação portuguesa conta, ainda, com outros seis alunos de outras tantas escolas. Para José Lima, a participação no concurso internacional é um "momento muito especial, pois a vitória na competição nacional não foi fácil". Representar Portugal, acrescenta, "é um sonho realizado". Cátia Aguiar concorda com a análise do colega e destaca "a importância" da etapa cumprida em território nacional, em que "foi necessário vencer colegas de enorme qualidade". A etapa decisiva, na Holanda, "é gratificante e muito importante para nós, quer agora, quer futuramente". A FORMAÇÃO dos futuros profissionais de

hotelaria e turismo, garantem os dois alunos da EHTC, é de qualidade, que resulta "exatamente da competitividade que marca o dia-a-dia de cada uma das escolas". A concorrência, explica Cátia Aguiar, "é saudável", e não

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causará problemas de maior quando chegar a altura de cada aluno conquistar um lugar no mercado de trabalho, pois a maioria terá de procurar uma oportunidade... no estrangeiro. José Lima conta com a "experiência europeia", em Haia, para reforçar o currículo e "mistura" a "oportunidade com a responsabilidade". Se não vencer, o aluno da EHTC confessa que ficará "triste", mas, acima de tudo, está preocupado com o desempenho

O encontro de escolas de hotelaria reúne centenas de alunos da maioria dos países europeus. As provas são realizadas por equipas e o sorteio é aleatório pessoal. "Quero provar a mim próprio que tenho capacidade e principalmente quais os meus limites", conta. A questão psicológica e o trabalho em equipa (José Lima vai competir em conjunto com mais dois colegas de outros tantos países) são fundamentais na separação das águas, ou seja, na definição dos vencedores. A CONTAGEM decrescente antes da partida para a Holanda revelou-se um "desafio" para Cátia Aguiar e José Lima: os colegas "sopram-

3 NOVEMBRO 2011


O que é a AEHT?

A escola de Coimbra está entre as melhores da Europa

-lhes" o desejo de vitória e os treinos, com o apoio de todos os professores, marcam boa parte do tempo. "Os colegas falam no prémio todos os dias", afirma Cátia Aguiar. José Lima alerta para "a dificuldade" da missão, pois alemães, franceses e companhia são adversários de respeito neste setor de atividade. A formação de excelência - no caso de Lima com o chef Ricardo Santos à cabeça - transmite aos dois alunos a confiança necessária para um desempenho que desejam "memorável". O futuro, como diz o povo, a Deus pertence, mas Cátia Aguiar e José

Lima partilham "a paixão" pela profissão que escolheram. Confessam alguma pena por, "provavelmente", não existir em Coimbra, quando chegar a hora de trabalhar "a sério", a oportunidade que tanto desejam, mas estão preparados para "dar o salto". José Lima, que antes da EHTC frequentou um curso de design industrial, quer instalar-se em Londres, enquanto Cátia Aguiar espera, um dia, chegar a diretora de hotel. Para já, na Holanda, ele "gostava de ganhar uma medalha" e ela quer regressar a casa com um sorriso nos lábios. Boa sorte...

Alunos têm muito a ganhar com as experiências internacionais ANA PAULA PAIS , diretora da EHTC e vice-presidente - há seis anos - da Associação Europeia de Escolas de Hotelaria e Turismo (AEHT), explica que, além dos europeus, países como os EUA, Índia, México, Colômbia ou até alguns PALOP são parceiros da AEHT. Com sede no Luxemburgo, a associação realiza anualmente uma conferência que serve para pensar em várias temáticas ao nível da atividade das escolas e, também, para a realização dos

A ASSOCIAÇÃO Europeia de Escolas de Hotelaria e Turismo (AEHT) tem mais de 400 membros e é um excelente veículo para a troca de experiências e conhecimentos entre formadores e formandos. Anualmente a AEHT, através de um dos seus associados, organiza um encontro de escolas de hotelaria no âmbito do qual se realizam diversas competições nas áreas de bar, serviço de restaurante, cozinha, pastelaria, recepção, turismo, gestão e serviço de vinhos.

ANA PAULA PAIS, diretora da Escola de Hotelaria e Turismo de Coimbra, salienta a importância da troca de experiências

concursos europeus em oito áreas. Os 800 participantes são um dos aliciantes, já que os alunos conhecem jovens de outros países e, acima e tudo, sublinha Ana Paula Pais, "ficam com uma rede de contactos que poderá gerar emprego". Cátia Aguiar e José Lima dispõem de uma excelente oportunidade e a qualidade da formação é um argumento decisivo. "A vitória é a cereja no topo do bolo, mas participar já é muito importante", conclui.

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ao microscópio

sete sóis, sete luas

REGIÃO CENTRO

Bodyboard na Figueira da Foz

direito

direto

A FIGUEIRA da Foz será o palco da segunda etapa do Circuito Nacional de Bodyboard Open. O Figueira Bodyboard Pro 2011 realiza-se este fim de semana (de 4 a 6 de novembro). Praias como Buarcos, Molhe Norte, Cabedelo, Cova, Costa de Lavos ou Leirosa são os palcos possíveis para receber a prova, que marca o regresso da Figueira da Foz ao mapa da modalidade. A organização está a cargo da Associação Portuguesa Bodyboard e da Associação Bodyboard Foz Mondego

ARTUR SEGURO PEREIRA Advogado

Renovação do contrato de trabalho a termo certo OS CONTRATOS de trabalho a ter-

mo certo destinam-se a permitir colmatar necessidades de trabalho transitórias cuja duração é determinável, mantendo-se apenas durante o período efetivamente contratado. Poderá acontecer, contudo, que as condições que justificaram a admissão do trabalhador a termo se mantenham para além da data prevista para a cessação do respetivo contrato. Por esse motivo, caso o empregador não declare, com a antecedência legalmente prevista, a intenção de fazer cessar o contrato na data do seu término, este renova-se, de forma automática, por um igual período de tempo. Essa renovação faz com que a relação laboral se mantenha exatamente nas mesmas condições em que o contrato vigorava anteriormente, designadamente quanto à retribuição e ao horário de trabalho, considerando-se como um único contrato. Contudo, o contrato de trabalho a termo certo só se poderá renovar, no máximo, por três vezes, não podendo exceder os três anos de duração total – desde a contratação até ao final da última renovação. Caso esses limites sejam ultrapassados, o contrato valerá como contrato por tempo indeterminado, não caducando findo o período de tempo contratado.

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Muita gente mas pouco dinheiro no verão da região Centro

Mesmos turistas menos receitas A OCUPAÇÃO hoteleira na região Centro no verão foi idêntica à do ano

transato, mas a crise sentiu-se nos preços, que fizeram diminuir as receitas em 10 por cento. Sousa Martins, secretário geral da Associação dos Industriais de Hotelaria e Restauração do Centro admite que a ocupação poderia mesmo ter sido melhor do que em 2010 se o mês de agosto tivesse apresentado melhores condições climatéricas. "A região ainda vive muito do turismo de sol e praia, e isso não se verificou", salienta. Segundo o responsável, a crise do setor constata-se desde o ano 2000, com o decréscimo das receitas, tendo sido exceção o ano de 2007. "Tem havido mais turistas, mas têm aumentado à custa dos preços mais baixos", frisa, realçando que têm sido "os empresários a suportar isso".

Estádio de Leiria sem interessados O MUNICÍPIO de Leiria não re-

cebeu qualquer proposta para a compra do estádio, mas não desiste da ideia de vender a infraestrutura. "Apesar deste desfecho, a maioria acredita que as manifestações de interesse se mantêm e que se venham a concretizar no futuro, pelo que equaciona marcar uma nova hasta pública em data a anunciar oportunamente", anunciou a autarquia, em comunicado. A câmara pedia 63 milhões de euros por três das quatro frações do estádio

MEALHADA

Mata do Buçaco salva relíquias UM ADERNAL da Mata Nacional do Buçaco, com "centenas de anos", e único na Europa, vai ser reabilitado no âmbito de um projeto a desenvolver nos próximos cinco anos, e orçado em três milhões de euros. A conservação desta relíquia europeia, um habitat onde domina o aderno, um arbusto característico das zonas mediterrânicas, insere-se também numa estratégia de erradicação das espécies exóticas da mata, revela o diretor técnico do projeto, Luís Jordão.

Mata do Buçaco quer erradicar espécies exóticas

3 NOVEMBRO 2011

Guarda despolui rio Noéme A AUTARQUIA da Guarda vai abrir um concurso para construção de uma estação elevatória de águas residuais, que permitirá despoluir o rio Noéme. A obra, já aprovada em reunião do executivo, está orçada em cerca de 148 mil euros. "Finalmente poderemos estar cientes de que o Noéme deixa de estar poluído, porque é um curso de água importante para o sistema hidrográfico do concelho", congratula-se o presidente da Câmara da Guarda, Joaquim Valente.


COIMBRA

Empresas em falência devem 25 milhões de euros a 1.500 pessoas

PROCESSO

de insolvência da cerâmica Estaco envolve 410 operários e 6,5 milhões de euros em créditos

MAIS DE 1.500 trabalhadores de empresas que encerraram nos últimos anos no distrito de Coimbra continuam sem receber 25,3 milhões de euros em créditos. A denúncia foi feita pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Cerâmica, Cimentos, Construção, Madeiras, Mármores e Similares da Região Centro, que entregou nas instalações da Autoridade para as Condições do Trabalho em Coimbra uma carta dirigida ao Ministério da

Justiça. O sindicato contabilizou 1.528 pessoas despedidas de 20 empresas do setor em processo de falência, que, no total, têm a receber 25,3 milhões de euros. O sindicato exige agora que o Fundo de Garantia Salarial assuma o pagamento total dos créditos aos trabalhadores mas, em vez de ser através da Segurança Social, passe a ser pago pelo Ministério da Justiça e que este passe também a ser "o único credor dos trabalhadores".

EMPRESAS

A EDP DISTRIBUIÇÃO levou a efei-

to, em Coimbra, uma reunião cujo objetivo central se focalizou na discussão e partilha das melhores práticas em matéria de higiene e segurança no trabalho. O lema deste encontro foi "no caminho para os zero acidentes", o que, de acordo com a empresa é, só por si, "bem revelador da importância e empenho depositados pela EDP Distribuição nesta área e do esforço e investimento que tem vindo a efetuar, no sentido de contrariar todo o tipo de

procedimentos que possam contribuir para o agravar dos, para todos preocupantes, números da sinistralidade laboral". Ainda de acordo com a empresa, este encontro, cuja sessão de abertura esteve a cargo de João Torres, presidente do seu Conselho de Administração, contou, entre os perto de 300 participantes, com a presença de grande número de quadros da EDP Distribuição e de gestores e técnicos das empresas prestadoras de serviços à EDP na área da eletricidade.

C233

EDP Distribuição a caminho dos zero acidentes


ao microscópio

consultório de

urbanismo

MAGALHÃES CARDOSO * Os espaços verdes são uma das tendências do urbanismo do século XXI? Coimbra procurará seguir esta tendência? A PERGUNTA é interessante. Vou transmitir-lhe a minha opinião, que pode não corresponder exatamente às decisões que o município vier a tomar. Em Coimbra, não faltam espaços verdes: o Choupal, Vale de Canas, o Botânico, a Sereia, o Penedo da Saudade e os Parques do Mondego, entre outros de menos expressão. Mais do que procurar expandir estes espaços ou desenvolver novos espaços, importa garantir que cada um dos existentes asseg ur a conveniente, em cada momento, as funções para que foi criado.

Os cidadãos devem perceber que manter espaços verdes implica avultadas despesas. A área verde a cargo da Câmara Municipal de Coimbra passou de cerca de 15 hectares, em 2005, para quase 65 hectares. Assim sendo, parece-me mais prudente defender acerrimamente a manutenção em boas

sete sóis, sete luas

LEIRIA condições dos espaços existentes do que pugnar por novas criações. Esta posição não prejudica, naturalmente, os espaços verdes de proximidade, justificados nas maiores urbanizações, mas preferencialmente geridos pelos próprios moradores associados e pelas juntas de freguesia, garantindo assim uma maior eficácia. No seu entender, como será a Coimbra do futuro? ACREDITO , antes de mais, que Coimbra tem futuro. E tem futuro porque tem passado e presente. Acredito que a centralidade de Coimbra será reconhecida no contexto nacional e regional, o que lhe trará uma dimensão metropolitana alternativa ao efeito tenaz exercido pelas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. Acredito que a Universidade de Coimbra e as empresas incubadas e desenvolvidas em Coimbr a permitir ão a afirmação deste espaço como um espaço de conhecimento, de abertura ao Mundo. Acredito que voltaremos a ter aqui sedeados serviços e atividades económicas que contribuirão para uma região das Beiras mais forte e mais dinâmica. Acredito que, em conjunto com a sua envolvente próxima (Baixo Mondego, Figueira da Foz, Fátima e uma região com cultur a , p ais a gem , g a s tro nomia, aventura, inovação), Coimbra se afirmará como um destino turístico e económico que ajudará o País a libertar-se das amarras que o tolhem. Acredito numa cidade inteligente, bem equipada, acessível a todos, em que apeteça ainda mais viver, e viver com gosto.

* Magalhães Cardoso é o diretor Municipal da Administração do Território na Câmara Municipal de Coimbra. Envie as suas questões para redacao@cnoticias.net, que serão respondidas neste espaço

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Marginalidade no centro histórico O PRESIDENTE da Câmara de Leiria promete uma atitude "firme" na regulação da atividade noturna do centro histórico da cidade, de forma a travar "focos de marginalidade" e a desertificação daquela zona. Raul Castro considera que "não é possível aceitar casos de agressões a pessoas que se limitam a chamar a atenção daqueles que estão a incomodar" e, por isso, há que "ir até às últimas consequências". O autarca admite ser essencial o investimento privado para requalificar o centro histórico, mas frisa que cabe à autarquia disciplinar os horários de funcionamento dos estabelecimento noturnos e às forças de segurança assegurar "menos problemas" naquela zona.

Noite será alvo de maior regulação

boa notícia

má notícia

O GOVERNO está a preparar um conjunto de ações que discriminem positivamente o setor dos transportes nas autoestradas que antes se chamavam sem custos para o utilizador.

A TAXA de desemprego em Portugal subiu para os 12,5 por cento em setembro, situando-se como a quarta maior na União Europeia. Pior que Portugal estão a Espanha e a Eslováquia.

números da semana

31 40 7

mil queixas de violência doméstica deverão registar-se este ano em Portugal milhões de emprego faltarão no mundo dentro de dois anos, estima a Organização Internacional do Trabalho

mil milhões de habitantes é a população do planeta. A bebé sete mil milhões nasceu segunda-feira nas Filipinas.

3 NOVEMBRO 2011


Óbidos investe 1,4 milhões para transformar edifícios degradados em espaços criativos METRO MONDEGO

COIMBRA

Comboios de regresso à Linha da Lousã

Polícia Municipal controla ruído nas noites da cidade

O MINISTRO da Economia, Álva-

ro Santos Pereira, anunciou na semana passada que o Governo "irá repor a linha que liga Coimbra à Lousã", porque "a mobilidade das pessoas é essencial", e porque o Metro Mondego, como estava "dimensionado, é perfeitamente inexequível e não será feito nesses moldes". No entanto, o presidente da Câmara de Coimbra não acredita que o processo "esteja fechado". Lembrando que já se gastaram "140 milhões de euros" sem resultado, João Paulo Barbosa de Melo afirma que, desta forma, serão "gastos cerca de 200 milhões de euros" para se ter o que se tinha "antes de tudo começar". O autarca salienta ainda que "não vale a pena abrir" o ramal ferroviário da Lousã nos "moldes antigos", pois dará prejuízo e "terá de ser fechado, como está a acontecer com outras linhas". Para Jaime Ramos, porta-voz do Movimento Cívico de Coimbra,

BEIRA INTERIOR

Barbosa de Melo não acredita que o processo esteja fechado

Miranda do Corvo, Lousã e Góis, o essencial é "a existência de um sistema de transporte público de passageiros, sobre carris, de preferência elétrico, entre Serpins e a Estação Velha", em Coimbra. "Se for essa a intenção do Governo, ficamos satisfeitos", assegura, alertando, no entanto, para que

as declarações do ministro Álvaro Santos Pereira não correspondam a "uma promessa para ser feita daqui a dez anos", mas para "ser feita já". No futuro, "quando se registar crescimento económico no País, o Governo deve reequacionar a hipótese de abrir novas linhas em Coimbra", defende Jaime Ramos.

foto legenda

A CÂMARA de Coimbra vai reforçar a fiscalização dos horários de funcionamento dos bares, e adotar medidas pedagógicas na tentativa de ultrapassar as queixas de barulho noturno acentuadas nos últimos meses. "A preservação do equilíbrio é fundamental. Não pode ser uma cidade que fecha às dez horas, nem que até às seis da manhã ning uém dor me ", a f ir ma o presidente da autarquia. Para João Paulo Barbosa de Melo, Coimbra tem de manter "a característica dupla, de cidade de gente jovem, com vida noturna, e de gente que trabalha todos os dias". Na sua perspetiva, é preciso "mais intervenção, que as forças apareçam, e que de forma pedagógica resolvam os problemas". Nesse sentido, está a ser estudado o alargamento do horário de funcionamento da Polícia Municipal para além das 02H00, o que permitirá que os agentes se ocupem de medições de ruído e da sensibilização para quem faz barulho na via pública.

ENSINO

Praga da mosca arruína produção de azeitona

Estudantes do Mediterrâneo criam associação

A PRAGA da mosca da azeitona pode arruinar um quinto da produção de azeite da Beira Interior, alerta João Pereira, presidente da Associação de Produtores de Azeite da Beira Interior. O mês de agosto foi mais fresco que o habitual e faltou calor para matar a mosca que "deixou muita azeitona picada", lamenta. A associação receia que a praga faça baixar a produção das habituais seis mil toneladas para um pouco abaixo das cinco mil.

ESTUDANTES do ensino superior de 12 países mediterrânicos decidiram, em Coimbra, constituir uma associação que os represente internacionalmente e defenda os seus interesses específicos. Tudo começou com um grupo informal no seio da ESU (European Students' Union) e com a constatação de que havia problemas específicos dos estudantes dos países da bacia do Mediterrâneo, que a própria crise internacional veio tornar mais evidentes.

Depois de um início de outono em que as temperaturas se mantiveram acima dos 30º, o frio chegou em força e a Serra da Estrela já registou os primeiros nevões do ano. Como é habitual, a neve levou ao corte de algumas estradas, mas, para os mais novos, foi apenas mais um motivo de brincadeira.

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ao microscópio

visita de

médico

sete sóis, sete luas

GUARDA

COIMBRA

Padres alertam idosos para burlas

Maior recetividade e interesse face aos imigrantes

A GNR da Guarda vai pedir a co-

DORA ALMEIDA SANTOS Psicóloga clínica

A dor de se sentir só...

GNR pede aos padres para abordarem assunto na missa

ra a GNR "passar a informação, independentemente de também fazer contactos com as pessoas", alertando-as para os cuidados de segurança que devem ter no dia-a-dia, considera. Por isso, foi pedida a colaboração ao bispo da Guarda para que, nas homilias ou nos locais onde julgar conveniente, solicite aos padres que abordem "esta problemática" e alertem a população.

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NA SOCIEDADE atual, a dinâmica e estrutura familiar, laboral e o contexto citadino favorecem o desenvolvimento de um menor número de relações e contactos superficiais. É cada vez maior o número de pessoas que vivem sozinhas, sem família ou sem companheiro/a e frequentemente surge no seu discurso o sentimento de solidão, vazio e isolamento. A solidão não é um sinónimo de estar desacompanhado e pode ser sentida mesmo na presença de outros. Reflete a discrepância sentida entre a rede de relações sociais desejada e realizada, e ocorre quando essa rede de relações é deficiente em algum aspeto importante, quer quantitativa quer qualitativamente. Certamente que todos nós, em algum momento das nossas vidas, sentimos o vazio da solidão. No entanto, quando esse sentimento acompanha grande parte da nossa vida é como se a solidão procurasse mais solidão, como se estivesse preso/a em determinados arquivos emocionais e não soubesse estabelecer vínculos com os outros. A dor de cada um é muito grande. A inadequação, a baixa autoestima, o desespero são nuvens negras que impedem de seguir em frente, de querer mais, de desejar, de sonhar, de viver! Os seres humanos não nasceram para viverem sós.

laboração dos padres da Diocese no combate às burlas, por considerar que os sacerdotes são "um veículo privilegiado" na passagem de informação às populações. O tenente-coronel Cunha Rasteiro, chefe de investigação criminal do Comando Territorial da GNR da Guarda, adianta, no âmbito do programa "Apoio 65 Idosos em Segurança", a guarda está a promover, até 15 de novembro, "várias ações de sensibilização de idosos sobre a forma de evitar as burlas", tendo também recorrido à Igreja. O recurso aos sacerdotes é justificado por no distrito terem sido registadas, só este ano, 48 burlas, 10 delas envolvendo pessoas de idade. "Como no distrito da Guarda as pessoas vivem dispersas e têm o hábito de frequentar as igrejas", foi pedida colaboração à Diocese "para que a mensagem chegue ao maior número de pessoas possível", explica. A colaboração dos sacerdotes "é a melhor forma" pa-

O MUNICÍPIO de Coimbra vai realizar ações de comunicação para "despertar na população residente uma maior recetividade e interesse" face aos imigrantes, no âmbito do "Projecto Sparda", em que participam outras seis cidades estrangeiras. Partindo da ideia de que a cultura e vivência diárias das comunidades de imigrantes "não é muito conhecida pelos habitantes da cidades anfitriãs", irão realizar-se ações de comunicação que culminam com o Dia da Diversidade Cultural, do Diálogo e do Desenvolvimento, a 22 de dezembro. Um documentário e um concurso de fotografia sobre as vivências diárias dos imigrantes são algumas das iniciativas previstas no âmbito da aceitação da diversidade cultural e da inclusão. Segundo as conclusões de um inquérito realizado à população da cidade portuguesa, em maio passado, pelo Conselho da Europa, das sete cidades envolvidas, Coimbra é "a terceira cidade com maior aceitação dos estrangeiros".

mais caro

3 NOVEMBRO 2011


C59


via do leitor

ao microscópio

cartas ENVIE A SUA OPINIÃO CARTA: Rua 25 de Abril, n.º 7 Taveiro 3406 - 962 Coimbra EMAIL: redacao@cnoticias.net

As cartas deverão ser datilografadas com morada e número de telefone. A reserva-se o direito de selecionar as partes que considera mais importantes. Os originais não solicitados não serão devolvidos.

Notícia: mais de metade dos restos mortais estão ao abandono nos cemitérios. Comentário: até os mortos, senhores!

Os cortes nas análises Ficámos a saber, no fim de semana, que cerca de uma centena de milhar de doentes portugueses poderão ficar sem possbilidade de fazer análises. Ao que se sabe, os laboratórios privados, insatisfeitos com os preços pagos pelo Estado, já estão a recusar utentes do Serviço Nacional de Saúde. Ora, muitos desses doentes, que precisam de acompanhamento regular, poderão ficar em risco de vida. É realmente necessário poupar, mas os cortes nunca podem pôr em causa a vida das pessoas. Haja bom senso! JOSÉ BASTOS, Viseu

Coimbra parada no tempo Para quem nunca viveu fora de Coimbra ou veio de um meio mais pequeno, deve tê-la como uma referência sobre o que uma cidade deve ser. No entanto, há uma razão especial para Coimbra estar parada no tempo há várias décadas. O facto de depender quase em exclusivo de uma vida académica e de um hospital, não explica na totalidade esta tacanhez que impregna as veias de grande parte dos habitantes. Coimbra vive como metrópole sem meios

ofertas de entretenimento, restauração e cultura. Cuja universidade deixe de utilizar os critérios de hereditariedade e compadrio na atribuição de posições, que rivalize a nível nacional com as de Lisboa e do Porto e não seja olhada como uma escola de festa - algo que dentro da universidade se varre para debaixo do tapete, para manter o estado de negação sobre a imagem que o país tem sobre esta. É importante não esquecer a iniciativa privada. Coimbra precisa de negócios! É necessário que haja espírito crítico suficiente para fazer Coimbra arrancar com força, quebrando com a herança de criar entraves e de inexistência de criatividade, mas mantendo fortes os aspetos que tornam Coimbra única. C. DUQUE, Coimbra

CARLOS RIAS, Pombal

O comércio na Baixa de Coimbra

para se sustentar. Nos últimos 30 anos fecharam-se muitas empresas que davam algum dinamismo económico à cidade. Basta ir em direção à Pedrulha para ver os vários monumentos fúnebres a uma cidade que nada produz. Fala-se em cultura, mas a variedade de espetáculos em cartaz é nula e a oferta de exposições, visitas guiadas, galerias e filmes em cartaz é ofensiva para aquilo que havia há uns anos atrás. A verdade é que a nível cultural Coimbra regrediu imenso. Em relação aos restaurantes e espaços de divertimentos noturnos, Coimbra é uma verdadeira "nódoa na toalha"… Um pequeno monopólio controla a abertura de estabelecimentos e os outros são largados aos caprichos de uma pseudo-elite informal de nomes ilustres. Quero uma Coimbra que aposta no futuro e não se limita a copiar o que se faz em Lisboa. Que seja internacional em termos de

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A Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra não se tem poupado a esforços para dinamizar comercialmente aquela zona da cidade. Tem-se preocupado, inclusivamente, em manter os comerciantes informados acerca das constantes alterações à lei, particularmente no que respeita ao pagamento especial por conta, agravamento da taxa intermédia do IVA na restauração e a ampliação da taxa de IRC. À reunião com os responsáveis da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas, realizada a semana passada, na Junta de Freguesia de S. Bartolomeu, precisamente com esses objetivos, não compareceu, praticamente, ninguém. Conclusão: o desinteresse da luta pela sobrevivência generalizou-se entre os utentes de lojas naquela área. Já ninguém acredita no futuro? DUARTE LEMOS, Coimbra

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inquérito Duarte Lima deve ser julgado em Portugal? Participe com a sua opinião em www.cnoticias.net

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LOUSÃ

COIMBRA

COIMBRA

Gastronomia, mel e castanha à mesa

Sarau abre noites do Parque da Latada

Kaiser Chiefs enchem Praça da Canção

3 NOVEMBRO 2011


cartas

ica

texto elaborado pelo gabinete de ficção da revista

Senhor Presidente da Repúbl

idade cronismo dalmático e a ininteligibil acio bstr era hip o s, ira frie as o, O lumbag res, tudo isso me alei, mais as complicações familia mática para que entretanto resv a, o irre veórdia. Já não sou, de forma algum gmático sorriso. atirou para acolhimento na Miseric di, também eu, o ciclo roxo do eni per : vre Lou no lá da, con Gio a o sa a qualidade rente Santana. Estou com estoque de máscaras, pôr em cau u me o o tad esgo ter de sar ape Ninguém poderá, ainda assim, tempos de poder, ideias sadias curei sempre transmitir, nos meus Pro o. ític pol o sad pas u me do eitar a metodologia de alucinogénea as apostilhas recomendadas, resp rar hon s, nte vige s tuto esta os r licam as vozes e patrióticas, cumpri to, nestes tempos em que se multip tan por , edir imp erá pod me m r – pasmecrítica construtiva. Ningué quatro folhas passaram a esconde de os trev es ant eleg os que em era dizendo as mesmas coisas, nesta do que a lei, de lhe transmitir, o crime continua mais brilhante que em e s tido par s elho esp e tos -se! - gatos pre Portugal. tuitamente, a visão que tenho de senhor Presidente, e, desta vez, gra realistas sincréticos, entraram século XII. Então, os portugueses, no o com s mo esta je, Ho . bou aca O sonho e séculos passados, o pesadelo tela exagerava nos impostos. Nov Cas que por a, nci ndê epe ind s, cauterizados pelos em guerra pela a carestia, atomizados pelos atavio com ice, déf o com , ika tro a com s jacobinos, teleguiacontinua. Andamos, s pela paranóia, justificados pelo ado alis par , stas ocla icon s pelo rófilos. Só contumazes, idiotizados atas, financiados por noitibós nec ocr ont ger por s ido ger a, cim por dos pelos maçons. Somos, ainda tico, destruir a disosmia da ugar a crise do cerebralismo caó trif cen o: inh cam um to, tex con te económicas, fragmentar nos resta, nes e efémeras, exumar as endemias ent nam eter es érid efem as r ina dismenorreia, elim as furiosas forças da frenopatia. , não tenho dúvidas, é o mais cor atendendo a este diagnóstico, que , nte side Pre hor sen tipo to, logó tan um por de Proponho-lhe, as tendo em vista a criação ra de um concurso público de idei sobreviver, de um reto da situação do país, a abertu ministros invisíveis precisa, para de ivo cut exe Um o. ern Gov o e os portugueses que identifique visualment va que não deixaria certamente iati inic a um ia Ser er. pod do e sed selo que, no mínimo, localize a de fazer participar os ociosos criatividade. Seria até uma forma tica uís altr sua à vite con este a indiferentes da. as para uma governação oblitera numa captação de ideias gratuit semelhança com do, tornar público que qualquer retu Sob os. dad cui uns alg ar Seria indispensável, é claro, tom como é óbvio, a outras épocas ência e que o concurso respeitava, cid coin ra me era rtos mo ou s a nos vampirizar. Nós temos políticos vivo a de vasto arsenal de perfídias par onh disp m que aí por Há o. ári a suicida. Sobe-se num país imagin huma para insistirmos na escalad nen ão raz há o Nã os. fals os juíz , lágrimas verdadeiras, eles nha está lá. porque, senhor Presidente, a monta Afetuosos cumprimentos,

oa, 3 de novembro de 2011 Santa Casa da Misericórdia de Lisb

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exsictações

ao microscópio

se eu mandasse

frases desfeitas

A Madeira não era um Jardim

O Governo tudo tem feito para provocar um voto contra do PS.

RECONHECIA às ONGD e IPSS o serviço de utilidade pública, complementar à acção social do Estado, em detrimento do conceito de caridadezinha e entretenimento de aposentados, frustrados e mal amados.

António José Seguro já está em rigor mortis antes de morrer?

ELIMINAVA as regalias dos políticos pois são arautos de ideias e servem princípios e causas e abolia os vencimentos obscenos de administradores redistribuindo pelos que produzem e criam riqueza.

DEIXEM-SE DE IDEIAS. OU NOS COLOCAMOS EM PÉ AS IDEIAS NÃO DÃO PÃO DE GUERRA E VAMOS À LUTA A NINGUÉM E AINDA NOS A SÉRIO OU ESTE GOVERNO TRAMAMOS. VAI DESTRUIR O PAÍS.

ACONSELHAVA o jet-set nacional a perder presunção do estatuto, pensar sem banalidades e boçalidades, cursar língua portuguesa e seguir Angelina Jolie na sua acção humanitária.

JOSÉ JUNQUEIRO, deputado pelo círculo de Viseu

FRANCISCO QUEIRÓS, vereador da câmara de Coimbra

MÁRIO NOGUEIRA, secretário-geral da FENPROF

Há realmente ideias que têm mais profetas que seguidores…

Aguenta mais um pouco, camarada! Deixa que a escuridão chegue ao princípio do túnel.

JOSÉ ELÍSIO, presidente da Junta de Freguesia de Lavos

Os autarcas são uns totós nacionais que ainda pagam para trabalhar. O senhor não é totó, é um verdadeiro e egrégio meretíssimo. Longa vida, longa vida!

ESTE É UM ORÇAMENTO DE MÍNIMOS SEM IMAGINAÇÃO. JOÃO SALGUEIRO, ex-ministro das Finanças Não sabia que orçamentar é uma forma de fazer economia… custe o que custar?

PUNIA os condutores pelas manobras perigosas, sobranceria e descontrolo, com a obrigatoriedade de aulas de educação cívica em conjunto com as crianças. PREMIAVA a juventude pela alegria, conhecimento e espírito solidário, ausência de pirosice e morangos com açúcar. CONSIDERAVA a saúde, um bem e um dos direitos humanos elementares, próprio das sociedades civilizadas, não mercantilistas nem economicistas. A MADEIRA não era um Jardim!

O ESTADO ESTÁ VICIADO NA AUSTERIDADE.

PRECISAMOS DE MENOS ESTADO.

BAGÃO FÉLIX, ex-ministro da Segurança Social

PAULO JÚLIO, secretário de Estado da Administração Local

O Natal já se aproxima. Que horror!

"Está claro"?, perguntou o choco, depois de ter largado a tinta…

Hernâni Caniço, Médico, docente e presidente de Saúde em Português

FONTES: FACEBOOK, AS BEIRAS, DIÁRIO DE COIMBRA E LUSA. SELEÇÃO DE FRASES E COMENTÁRIOS: REDAÇÃO C

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Há 3 milhões de perfis portugueses no Facebook

elevador do mercado

figura da semana

Jaime Soares O autarca de Poiares foi eleito presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses

O COMANDANTE dos Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Poiares e presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Coimbra assumiu, este sábado, a presidência da Liga dos Bombeiros Portugueses.

BARBOSA DE MELO quer a

Polícia Municipal mais tempo nas ruas de Coimbra. O combate ao ruído e à insegurança ficará reforçado.

JAIME SOARES sucede a Duarte Caldeira, que ocupou o cargo durante 12 anos. Venceu, no congresso realizado na Régua, com 375 votos, contra Joaquim Rebelo Marinho, que alcançou 298 votos. OS DESAFIOS prioritários do também presidente da Câmara de Poiares passam pela "problemática do transporte de doentes, o financiamento das associações e a sua sustentabilidade". LUÍS ROCHA viu renovado o DEFENDE AINDA mais verbas para financiar as

corporações. "Não podemos continuar a estender a mão à caridade ou melhor, pagar para fazer socorro", frisou.

estatuto PME Líder à Coimpack. Fundada há 21 anos, a empresa de Coimbra continua a primar pela solidez.

debate

O futuro da Europa passa pelo federalismo?

Se a comunidade não for capaz de tomar posições fortes, poderá ter de passar por aí. Será uma forma de colocar sobre cada país algum peso da responsabilidade e não serem os mais fortes a determinar o futuro da Europa.

JOSÉ MANUEL SILVA pede

o encerramento do curso de medicina em Aveiro. Diz que é um despesismo e que reduz a qualidade. Mas continuamos a importar médicos...

JOSÉ MANUEL PUREZA Professor na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra

a descer a subir

Não creio que o federalismo seja a resposta para a crise que se vive na Europa. Essa crise só vai ser resolvida com políticas de emprego, por exemplo, e não com engenharias institucionais. Por isso, a Europa não necessita de federalismo.

TONY CARREIRA , natural de Pampilhosa da Serra, está a apoiar os autarcas na promoção da região do Pinhal. Artista não esquece as raízes.

LUÍS FILIPE SANTOS Engenheiro mecânico e empresário

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ao microscópio

Arbitrava a cair de bêbedo

acredite se quiser

Tem escroto com 44 quilos

blema, raro, é uma obstrução linfática no escroto, que faz com que a parte do aparelho acumule líquido.

QUEM COSTUMA ir ao futebol,

já ouviu chamar de tudo aos árbitros. Mas bêbedo será, certamente, um dos insultos mais habituais. Mas foi isso mesmo que os dirigentes do Jestrabi Lhota, dos distritais da República Checa, chamaram ao árbitro Tomas Frida quando se aperceberam que este teria bebido uns copos a mais. Os sinais eram mais que evidentes: o juiz apresentou-se em campo com a camisa suja, caiu sem razão aparente e expulsou três jogadores do clube visitante sem que nada o justificasse. Mais: o seu hálito "parecia uma destilaria" e nem sequer se coibiu de festejar os golos do adversário, relata um dirigente do Jestrabi. O clube local chamou a polícia, que efetuou exames e constatou a bebedeira do árbitro: acusou 1,94 gramas de álcool por litro de sangue. O jogo entre o Jestrabi Lhota e o Tynec-nad-Labem será repetido e Tomas Frida corre o risco de ser suspenso por um ano.

Loiras "falsas" fazem mais sexo que as naturais UM ESTUDO realizado pela Uni-

O AMERICANO Wesley Warren

Jr. sofre de uma deformação que está a complicar a sua mobilidade e a saúde: possui um escroto anormalmente grande, com um peso de 44 quilos. Residente em Las Vegas, o homem, de 47 anos, resolveu pedir ajuda: de acordo com o jornal "The Sun", precisa desesperadamente de 720 mil euros para se submeter a uma operação que lhe permitirá melhorar a qualidade de vida. "Não é fácil sair, [o problema] obriga-me a ficar em casa a maior parte do tempo". A causa do seu pro-

versidade de Nottingham Trent concluiu que loiras "falsas" (as que pintaram o cabelo) são muito mais confiantes, expressivas e desenvoltas que as naturais. Os investigadores observaram que as loiras "falsas" dançam e cantam sempre mais que as outras mulheres e, portanto, acabam por chamar mais à atenção, por demonstrarem mais segurança. E também ficam na linha da frente quando se fala em tomar iniciativa. Segundo a investigação, elas 'partem para o ataque' com maior frequência e, no sexo, lideram novamente: a loiras "falsas" fazem mais sexo do que as restantes.

Snooki não sabe quem é

J. K. Rowling

NICOLE "SNOOKI" POLIZZI ficou famosa por participar no reality show norte-americano "Jersey Shore". Entretanto, escreveu um livro, que se tornou num best-seller no New York Times. Apesar disso, continua a dar mostras de pouco conhecimento. A mais recente foi revelar que não sabe quem é J. K. Rowling, autora dos livros da saga Harry Potter.

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Corre maratona aos cem anos A IDADE não é limite para na-

da e, de vez em quando, há pessoas que teimam em provar isso mesmo. Fauja Singh, atleta de origem indiana, correu – e concluiu – recentemente os 42 quilómetros da maratona de Toronto. O homem entrou para a história, passando a ser o mais velho de todos os tempos a concluir a mítica prova. Em Toronto, cortou a meta quando os organizadores estavam a desmantelar o cenário. Mas o mais importante foi que voltou a provar o lema da marca que o patrocina: "nada é impossível!"


lente de contacto GASTRONOMIA REAL

A CAÇA AO BILHETE

Santarém, terra de toiros e campinos, continua Em Coimbra, duas vezes por ano (pelo menos), nobre, fidalga, aristocrática. O Festival de Gastroabre a época da caça… ao bilhete. De todo o lado, nomia mantém-lhe também a imagem fradesca, surgem pessoas, do mais rico ao mais pobre, à bem visível nas ementas que, neste período do procura do tão ansiado ingresso. Mas não pode ano, lá são servidas. No almoço da Turismo do ser um qualquer. Tem de dar, também, acesso à Centro, o presidente Pedro Machado decidiu zona reservada, para junto dos chamados "VIP". sentar os convidados E, até por uma simples da imprensa coimbrã senha de cerveja, se numa mesa a condizer – volta a falar com pesA inspiração ou seja, tendo ao lado a soas com quem não é como o azeite Princesa da Lezíria, em se falava há séculos. É frente, o Conde do Amepreciso ter Lata... Chegaram ao real e a Rainha da Solum. cinto "cansados", Não f altou a bênção ma s acabar am da igreja. São Teotónio RAMOS PARA por dar um conquis ser omnipresente, "FOGUEIRA" certo que "até mas só teve olhos para DO METRO correu bem". a princesa: nunca viu Deixaram bem O Metro Mondego que tinha a rainha ao claro, aos órestá a causar diverlado… gãos de comugências, tempos nicação social da atrás, impensáTABÚ cidade que os quiveis. Há quem, JORNALÍSTICO seram ouvir, que a dido lado de lá, gressão chegara ao fim e que, Que cumplicidades poapoie o Governo, agora, o mais urgente era desderão existir entre os na sua decisão cansar e, sobretudo, encontrar diários que se publicam d e e s q u e ce r o inspiração para novos trabalhos. Não em Coimbra? Em prinanterior projeto de sabiam era bem onde. Partiram então cípio, dirá quem sabe, mobilidade ferroviem aventura pela Praça da Canção, absolutamente nenhuária entre Coimbra, que nem um D. Quixote, e acabaram mas. Pois é! Um destes Lousã e Miranda do por beber a tão desejada inspiração ali dias, o estado-maior de Cor vo, repondo-se, mesmo, entre os estudantes. Parece que a inspiração é como o azeite, vem um deles almoçava, canem contrapartida, os sempre ao de cima. didamente, com um alto comboios na linha. Há quadro do outro. Aliquem, do lado de cá, nhamento estratégico considere tal decisão à vista? Contratação de transferência emblemá"idiota". Realmente, para quê gastar mais 200 mitica? Os jornalistas são assim: também gostam lhões de euros para ter o que se tinha antes? Não de reais míscaros – e ruidosos tabús… faltam "ramos" para a fogueira…

espelho meu

praça de

táxis O que pensa da Festa das Latas de Coimbra?

RUI MATOS

Não me incomoda nada. Para nós, taxistas, até é vantajoso, porque existe mais movimento. A Latada é uma forma de os estudantes se divertirem, e é bom que aproveitem, antes de começarem a trabalhar a sério.

ABEL BICA

Acho que a Festa das Latas tem mais coisas boas que más. Faz a cidade mexer-se, o que é muito importante para todos. Só é pena que os estudantes, às vezes, exagerem um pouco no álcool. Tirando isso, acho bem que haja a festa.


ao microscópio

vidas

CASTELO BRANCO

Faz barbas e corta cabelos há 80 anos MANUEL CABARRÃO É, AOS 93 ANOS, MUITO PROVAVELMENTE, O BARBEIRO MAIS ANTIGO DO PAÍS, EM ATIVIDADE. "É A TRABALHAR", ARGUMENTA, "QUE NOS REALIZAMOS, EM TODOS OS ASPETOS"

JOSÉ MANUEL ALVES

NA SUA BARBEARIA, locali-

zada na Praça Rei D. José, em Castelo Branco, Manuel Cabarrão continua a atender os seus clientes, entre os quais, figuras ilustres da cidade albicastrense. "Sou barbeiro há mais de 80 anos", diz, a sorrir, o "jovem" profissional, ao acabar de fazer mais uma barba e cabelo. "Está tudo pronto, o meu amigo encontra-se como novo. Nas minhas mãos, as pessoas ficam sempre bem servidas", concluiu, para logo a seguir meter a mão ao bolso e retirar o maço de tabaco. "Ora aqui vai mais um cigarrito, para manter a forma e abrir o apetite para o dia de trabalho", justifica, agora para a . Em Castelo Branco, praticamente toda a gente conhece o "senhor Cabarrão", pessoa séria e honesta, com trato fino e bastante sociável. "Graças à minha boa educação, respeito todas as pessoas, sejam ricas ou pobres, pois todo o ser humano merece ser bem tratado", sublinha.

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A arte, aprendeu-a aos 10 anos, com os mestres Manuel Pires Correia, Antero Correia e José Pires Correia. "Foi o meu querido pai que me levou junto destes profissionais, para aprender a arte", recorda. "Nesse tempo

havia muito respeito, não havia faltas de educação, longe dos tempos que hoje vivemos, para mágoa minha, que nesta idade

Há indivíduos que chegam aqui, cortam o cabelo e dizem que vão buscar a carteira ao carro. Nunca mais os vejo

assisto a coisas que apenas degradam a própria sociedade", confessa. Todos os clientes que entram na barbearia, encontram no seu proprietário, um profissional dedicado e sempre pronto a atendê-los com todo o respeito. Mário Cabarrão reconhece ainfa haver, no entanto, pessoas que estão longe de retribuir o seu gesto. "Há indivíduos que chegam aqui, cortam o cabelo e dizem que vão buscar a carteira ao carro. Nunca mais os vejo. Entendo esta atitude como uma brincadeira de mau gosto, uma falta de consideração pelo meu trabalho. Tenho de começar a desconfiar de certa gente, pormenor que sinceramente não pretendia, mas também não estou para ser roubado", sublinha. Para este barbeiro albicastrense, o trabalho é o "sumo da vida". Frisa: "é a trabalhar que nos realizamos em todos os aspetos". Atualmente com 93 anos, Ma-


FOTOS PEDRO RAMOS

"Quero cortar o cabelo ao Presidente" O "MESTRE" albicastrense,

que ao longo dos anos ensinou a arte a muitos aprendizes, manifesta o desejo de um dia poder cortar o cabelo ao Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva. "Considero-me amigo do senhor professor, inclusive já o cumprimentei quatro vezes, e quando venceu as eleições enviei-lhe uma carta a felicitá-lo. Ele respondeu-me a agradecer, porque é um grande homem. Mas queria aproveitar esta entrevista à revista para lhe pedir que quando vier a Castelo Branco, faça o favor de entrar na minha barbearia, para lhe cortar o cabelo, pois é um sonho que gostaria de ver realizado, antes de partir deste mundo", conclui.

C245

nuel Cabarrão continua a trabalhar, porque "a reforma vai toda para os medicamentos". No Estado Novo quis começar a descontar para a Segurança Social da época, mas não deixaram. "Então, não me deram hipótese para fazer os meus descontos. Posteriormente, com Marcelo Caetano à frente do Governo, isso foi possível, razão pelo qual a minha reforma seja magra", lamenta. As barbearias continuam a ser, segundo Manuel Cabarrão, um espaço de convívio, onde se pode conversar de tudo e mais alguma coisa. "Antes da revolução do 25 de Abril, a boquinha tinha de estar fechada, tudo em silêncio para não haver problemas. Nessa altura, nem sequer podíamos trabalhar as horas que queríamos, mas eu tinha duas filhas e pretendia dar-lhes uma vida condigna. Mas posso dizer que cheguei a ter perseguições".


sociedade

ipc

opinião

CINEP dá início a ciclo de conferências internacionais O CENTRO de Inovação e

RUI ANTUNES Presidente do IPC

Reorganização A MAIOR parte das intervenções pú-

blicas em defesa da reorganização da rede de ensino superior partem do pressuposto de que há instituições e cursos a mais e, por consequência, que a reorganização deverá incidir apenas na sua redução. Não me parece a melhor abordagem ao tema. Veja-se o caso do excesso de cursos. De acordo com dados publicados na Imprensa, este ano houve 68.305 candidatos ao concurso geral de acesso ao ensino superior. Em 2010 esse número foi de 59.878, ou seja, em 2011 houve mais 8.427 candidatos. A estes há a acrescentar os milhares de estudantes que chegam ao ensino superior por outras formas de acesso. Hoje, terminada a 3.ª fase do concurso geral de acesso, verifica-se que foram colocados pouco mais de 53 mil estudantes, o que indicia que muitos estudantes não conseguiram, apesar desse tão propalado excesso de instituições e cursos, colocação num curso superior. Sabemos também que ficaram por preencher 7.884 vagas, que correspondem a cerca de 14 por cento do total de vagas. É importante ter em conta, no entanto, que é impossível ter um sistema que garanta que os estudantes entram em cursos que escolheram em primeira ou segunda opção sem que haja um conjunto de vagas que não são preenchidas. A satisfação plena da procura implica sempre que haja mais oferta do que procura. Penso que visto em função destes números a questão do excesso de cursos , embora não deva ser ignorada, é bastante relativizada. Talvez o excesso de cursos deva ser pensado como excesso de denominações, o que é bem diferente.

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Estudo da Pedagogia no Ensino Superior do Politécnico de Coimbra (CINEP/IPC) dá início, no próximo dia 9, na sala Alice Gouveia da Escola Superior de Educação de Coimbra, ao ciclo de conferências internacionais sobre Pedagogia no Ensino Superior. Para oradora desta primeira conferência, subordinada ao tema "Constructing a Community of Practice around the Scholarship of Teaching and Learning: The Role of Centers for Teaching Excellence", foi convidada Wendy Leeds-Hurwitz, Professora Emérita da prestigiada Universidade de Wisconsin-Parkside. Na conferência serão tratados três tópicos atuais, relevantes e ainda pouco conhecidos pelos docentes portugueses: "Comunidades e prática"; "SOTL (Scholarship of teaching and learning), um movimento pela promoção da qualidade no ensino superior centrado na inquirição

WENDY LEEDS-HURWITZ é a primeira oradora do ciclo de conferências sobre Pedagogia no Ensino Superior

dos estudantes)"; e "Centros de excelência no ensino". Wendy Leeds-Hurwitz é atualmente diretora do Center for Intercultural Dialogue (CID), sediado em Washington, um projecto de grande dimensão desenvolvido pelo Council of Communication Associations. Durante a estadia da conferencista internacional em Portugal serão estudadas formas de coope-

Docente do ISCAC premiada CIDÁLIA Maria da Mota Lopes, docente do Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra, recebeu, no passado dia 21 de outubro, o "Prémio Prof. Doutor António de Sousa Franco" atribuído pela OTOC.

ESTeSC com bandeira verde A ESCOLA Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra recebeu, pelo terceiro ano consecutivo, a bandeira verde do Programa Eco-Escolas. Esta distinção da ABAE é o reconhecimento enquanto instituição "amiga do ambiente".

ração entre o CINEP/IPC e o CID que sirvam os interesses mútuos e sejam relevantes para o desenvolvimento prof issional dos docentes do Instituto Politécnico de Coimbra. A entrada na conferência é livre, no entanto, aos interessados é solicitada uma pré-inscrição, a qual poderá ser efectuada para o endereço electrónico cinep@ipc.pt.

bioRefina-Ter presente na ExpoEnergia 2011 O projeto no qual o IPC participa através da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital, é apresentado na Expo Energia 2011 (8 a 11 deste mês), no Centro de Congressos da Universidade Católica, em Lisboa. É o maior projeto nacional na área dos biocombustíveis de segunda geração, de caráter multidisciplinar, com vista à adaptação de tecnologias para converter os resíduos de exploração florestal e agrícola da região em biocombustíveis e outros bioprodutos.

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sociedade

entrevista

JORGE CONDE

Poucas vagas e muita procura O PRESIDENTE DA ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA DA SAÚDE DE COIMBRA, JORGE CONDE, ESPERA QUE O GOVERNO CUMPRA O QUE PROMETEU E, EM 2012, REPENSE A REDE DE ENSINO SUPERIOR TEXTO E FOTOS MÁRIO NICOLAU

A

Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra é uma das pioneiras neste setor do ensino. A história começou a escrever-se em 1980 e, neste momento, a ESTeSC já ultrapassou a barreira dos 2000 diplomados. Que tipo de resposta é que a ESTeSC teve de definir para acompanhar o aumento da procura? Neste momento temos oito licenciaturas (Análises Clínicas e Saúde Pública, Audiologia, Cardiopneumologia, Dietética e Nutrição, Farmácia, Fisioterapia, Radiologia e Saúde Ambiental) e estamos a preparar duas propostas para outras tantas novas licenciaturas em parceria com a Esco-

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la de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital: uma licenciatura em Gestão de Marketing e Saúde e uma licenciatura em Engenharia de Segurança no Trabalho. No caso das nossas oito licenciaturas, uma delas cumpre o terceiro ano de existência (Dietética e Nutrição) e as outras sete são já uma referência a nível nacional. Há quatro anos apostámos no mercado das pós-graduações e temos uma ativa (pós-graduação de Gestão de Unidades de Saúde), visto que todas as outras foram transformadas em mestrados. Nesta altura temos uma oferta de nove mestrados e propusemos este ano mais dois, pois, devido à crise económica, o mercado dos mestrados tornou-se volátil, o que nos obrigou a aumentar a oferta para diversificar o público. Nem todos vão con-

tinuar a abrir todos os anos, já que não há mercado para que isso aconteça. Na oferta formativa considero, por isso, que estamos bem. Mas o número de candidatos é muito superior e as vagas não chegam para todas as solicitações... É verdade. Temos um número enorme de candidatos e preenchemos todas as vagas na primeira fase, mas se tivéssemos o dobro das vagas preencheríamos tudo na primeira fase, o que é elucidativo. Não podemos ter mais vagas e mais cursos só num registo de parcerias e de horários pós-laborais, porque o número de cursos e o número de vagas estão estancados pelo ministério e não existe no Instituto Poli-

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técnico de Coimbra (IPC) uma política de redistribuição em função da procura. O IPC funciona muito numa linha de cada escola por si, pelo que a componente coletiva é menor que a componente individual. Como isto acontece, há escolas que têm muito pouca procura e continuam a ter muitas vagas e outras que têm poucas vagas e continuam a ter muita procura. Nós estamos exatamente no lado das poucas vagas e muita procura. Está a criticar ou a constatar? É uma constatação e não deixa de ser uma crítica. Tenho feito um esforço muito grande com a atual presidência do IPC para se pensar mais no todo, de uma forma mais integrada. Aliás, a parceria com a Escola

de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital não é despropositada, pois estamos a aliar uma escola que tem muita procura a uma escola que tem muito pouca procura na expetativa de cativar alunos. Esta parceria é favorável e quero deixar claro que não estamos a fazer nenhum mecenato à Escola de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital; estamos a trabalhar em campos que interessam às duas escolas e, ao mesmo tempo, estamos a dar resposta à procura. Agora, é para mim também claro que o IPC tem de pensar um bocadinho transversalmente, no fundo tem de ser mais instituto e menos escolas. Mas pensar "escola" não é uma vantagem para a Escola Superior de Tecno-

logia da Saúde de Coimbra, tendo em conta o público alvo? Tem um problema: não podemos crescer ao ritmo que gostaríamos. Pensar "escola" exclusivamente para a ESTeSC também é bom, pois temos um nicho de mercado muito próprio e felizmente garantido. Enquanto houver alunos há financiamento, enquanto houver financiamento há emprego, enquanto houver emprego há escola. As saídas profissionais estão, também, num plano positivo? Temos cursos com quase pleno emprego e, diria até, que só não está a trabalhar quem não quer, quem não gosta do emprego, pois ele existe. Nos cursos de Saúde Ambiental e de Farmácia existe quase pleno empre-

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sociedade

go e não temos praticamente problemas de empregabilidade. Nos outros cursos, e praticamente ao final de um ano, 60 a 70 por cento das pessoas estão empregadas. Temos a noção que muitas pessoas não estão empregradas porque não querem sair do local onde vivem e recusam ofertas em áreas que consideram marginais da profissão. Os estudantes da área da saúde, por exemplo, têm como horizonte um hospital, o que hoje é muito difícil de obter.

entrevista

com o seu percurso pessoal, o que é, sublinho, fundamental para a escola, que tem de cumprir determinados rácios a este nível. Mas, mesmo assim, existem resultados a este nível? Neste momento, um docente da escola está a realizar um projeto no concelho de Coimbra ligado à poluição atmosférica e à saúde das crianças do primeiro ciclo. Por outro lado, temos um projeto que está a ser realizado nas instituições de saúde da região,

para toda a gente. Depois, temos outros projetos que apesar de não estarem ligados ao concelho, à região ou ao Plano Nacional de Saúde resultam de parcerias, por exemplo, com a Faculdade de Desporto ou com a Faculdade de Ciências e Tecnologia na área dos dispositivos médicos. Está preparado para adaptar o funcionamento da escola à realidade do país? Para lá dos problemas económicos que afetam todas as áreas do país, no que diz

A internacionalização é uma aposta? Estamos a fazer um esforço muito grande nesta área. Temos trabalhado muito na Europa, um pouco à conta do programa Erasmus. Agora, estamos a tentar sair da Europa e já temos dois alunos de Saúde Ambiental numa universidade brasileira, em S. Paulo. Moçambique e Angola são os próximos alvos. Por outro lado, através do ensino à distância, temos 32 alunos espanhóis na licenciatura de radiologia. A maioria são profissionais da área, mas como o curso, em Espanha, não integra o ensino superior, decidiram-se licenciar em Portugal. A ESTeSC é uma referência no ensino, mas mantém, também, intensa atividade na investigação. Quais são as razões desta aposta? Só é possível crescer do ponto de vista qualitativo quer em termos de ensino, quer em termos pedagógicos se estivermos atualizados. A investigação é claramente o melhor caminho para isso, ou seja, se há áreas absolutamente teóricas e imutáveis no tempo e que permitem a um indivíduo que leia manter-se atualizado, em saúde isso não é possível. As coisas evoluem a um ritmo que quem não estiver dentro do mercado e não investigar dificilmente consegue manter-se atualizado. Temos feito um esforço nesse sentido, mas infelizmente este esforço está ainda longe do padrão desejado. O financiamento é o principal problema? É verdade. Não temos financiamento que permita fazer grandes investigações. Mas nenhum politécnico tem e o financiamento é muito difícil e começa a sê-lo também no ensino universitário. Temos, também, alguma dificuldade de mão-de-obra para investigação, já que a ESTeSC tem um corpo docente muito jovem. Neste momento 70 por cento dos professores estão em doutoramento, pelo que as pessoas estão muito preocupadas com a investigação própria e

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Temos feito algum trabalho na área da investigação, mas estamos longe dos padrões que gostaríamos de ter

também no âmbito da investigação de um docente, na área de redução de dose em radiologia, de modo a que quando fazemos um exame radiológico possamos ser impregnados de um a dose menor, o que é bom

respeito ao ensino superior e concretamente ao Politécnico de Coimbra, desde 2009, quer o anterior Governo, quer o atual não financiaram as instituições com base no número de alunos. O IPC enfrenta um problema complicado, já que cresceu 1700 alunos e estes não estão a ser financiados. Por exemplo, no nosso caso, não é possível equipar os laboratórios. Isto é preocupante, visto que a diminuição da capacidade de resposta dentro da escola aumenta a dependência dos hospitais da região, que começam a estar a sobrecarregados com os próprios contratos programa. Espero que o Governo cumpra o que prometeu e que, em 2012, repense a rede de ensino superior.

3 NOVEMBRO 2011


revista

1.º PASSEIO TT

PELOS TRILHOS

DA REGIÃO CENTRO

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A REVISTA C CONVIDA TODOS OS AMANTES DO TODO O TERRENO PARA UM PASSEIO PELAS BELAS PAISAGENS DA REGIÃO CENTRO. DIA 26 DE NOVEMBRO JUNTE-SE À CARAVANA DA REVISTA C E VENHA PASSAR UM DIA DIFERENTE AO VOLANTE DO SEU TT!

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08H00 - CONCENTRAÇÃO DOS PARTICIPANTES NO LOCAL DE SAÍDAE VERIFICAÇÕES 13H00 CHEGADA A GÓIS 18H00 - CHEGADA A COIMBRA 20H30 - JANTAR PELA NOITE CONVÍVIO NO THEATRIX

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80 € POR VIATURA COM 2 OCUPANTES 40 € POR ACOMPANHANTE INCLUI SEGURO DE PASSEIO, ROAD BOOK, ALMOÇO, JANTAR

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LOGÍSTICA

APOIO C231

ORGANIZAÇÃO revista


sociedade

reportagem

EXEMPLOS DE EXCELÊNCIA

Dez razões para viver com orgulho na região Centro Cultura, desporto, saúde, gastronomia, turismo, inovação, património, empresas... Em todas as áreas, a região tem pessoas, locais e instituições de excelência. A dá-lhe a conhecer alguns desses exemplos e prova que vale a pena viver no Centro do país Texto: Vasco Garcia

1. INCUBADORA

INCUBADORA do Instituto Pedro Nunes foi considerada a melhor do mundo

DO INSTITUTO PEDRO NUNES É O BERÇO da inovação. Aqui nasceram

inúmeras empresas de base tecnológica, hoje reconhecidas internacionalmente. Não é à toa que a Incubadora do Instituto Pedro Nunes (IPN) foi considerada, em 2010, a melhor do mundo no concurso "Best Science Based Incubator". No final de 1995, quando começou a funcionar, tinha capacidade para 15 empresas e funcionava no primeiro edifício do IPN. Em 2000 atingiu a capacidade máxima. Foi assim que nasceu o terceiro edifício – que pode albergar até 40 empresas. No início de 2011, eram 35 as empresas incubadas. Os números ajudam a explicar o sucesso da Incubadora do IPN: a taxa de sobrevivências das empresas é superior a 90 por cento, o volume de negócio dessas mesmas empresas foi, em 2009, superior a 70 milhões de euros e, desde o início da sua atividade, foram criados 1.500 postos de trabalho diretos, muito qualificados.

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2. CRITICAL

SOFTWARE UM DOS CASOS de maior sucesso saído da Incubadora do IPN é, sem dúvida, a Critical Software. Criada em 1998, a empresa

está vocacionada para o desenvolvimento de sistemas informáticos críticos, que não podem falhar. Não admira, por isso, que um dos primeiros clientes da Critical tenha sido a NASA. É que, no espaço, nada pode falhar. Mas são vários os setores e as zonas do globo em que a tecnologia da Critical está presente. Do setor aeroespacial à defesa e segurança do território, passando pela indústria, telecomunicações, energia ou setor financeiro, os clientes dependem da Critical Software para desenvolver soluções que não podem

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MOSTEIRO de Santa Clara-a-Velha foi brilhantemente recuperado às águas do Mondego

3. MOSTEIRO

DE SANTA CARGALEIRO CLARA-A-VELHA SE A REGIÃO é um exemplo em termos

falhar. Além da sede em Coimbra, a empresa tem escritórios em Lisboa e Porto e subsidiárias em Southampton, San Jose, Bucareste, Maputo e São Paulo. Além da Critical, há muitos outros exemplos de inovação, como a ISA, que oferece e comercializa em todo o mundo produtos, aplicações e soluções de telemetria e telegestão; ou a Crioestaminal, pioneira e líder em Portugal no isolamento e criopreservação de células estaminais do sangue do cordão umbilical e sedeada em Cantanhede, no Biocant Park, o primeiro parque de biotecnologia no país.

4. MUSEU

de inovação, também o é no que respeita ao seu rico património e à forma como o preser va, o recupera e o projeta para o futuro. Prova maior disso é o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra. Foi fundado e refundado e esteve submerso mais de três séculos pelas águas do rio Mondego, que quase o arruinaram. A vida do mosteiro não conheceu misericórdia ao longo dos tempos mas a sua história mudou. Após 14 anos de trabalhos, o monumento reabriu ao público em abril de 2009, sendo finalmente devolvido à cidade de Coimbra. Desde então, já mais de cem mil pessoas passaram pelo espaço. O brilhante trabalho de recuperação do mosteiro valeu-lhe, também, vários prémios a nível internacional.

MAIS DO QUE uma homenagem ao pintor e ceramista português e do que um excelente instrumento de promoção de Castelo Branco, o Museu Cargaleiro – cujo novo edifício abriu portas a 10 de junho de 2011 – é uma das faces mais visíveis da regeneração urbana de que a cidade foi alvo e que alterou, por completo, o centro histórico albicastrense. Primeiro o Polis, depois o REGENERAR proporcionaram uma revolução urbanística que devolveu a "alma" à cidade. A intervenção abrangeu o centro cívico, toda a encosta do castelo e centro histórico, assim como o Jardim do Paço e o Parque da Cidade. Foram recuperadas ruas, criados espaços verdes, constituídas novas praças, ordenado o estacionamento. Isto no âmbito do Polis. Outro programa, o REGENER AR, ainda no terreno, e que prevê, entre outros aspetos, a dinamização de uma incubadora de empresas de animação turística ou a criação do Museu do Brinquedo, irá completar a "cirurgia" de Castelo Branco.

A NASA foi (e é) uma das primeiras clientes da Critical Software

O MUSEU CARGALEIRO foi inaugurado em junho de 2011

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sociedade

LEITÃO DA BAIRRADA é uma das sete maravilhas da gastronomia portuguesa

5. LEITÃO DA

BAIRRADA SE O PATRIMÓNIO edificado é excecional,

que dizer do património gastronómico? As opções são inúmeras, mas o verdadeiro ex-líbris é o Leitão da Bairrada, considerado recentemente uma das 7 Maravilhas da Gastronomia Portuguesa. São confecionados aproximadamente três mil leitões por dia e o leitão assado é servido em dezenas de restaurantes e preparado por centenas de assadores nas suas casas, levando à Bairrada milhares de apreciadores durante todo o ano. É temperado com unto, sal, alhos e pimenta. É no forno bairradino aquecido com lenha – vides ou eucalipto – que o leitão vai depois a assar lentamente, cerca de duas horas, "espetado" numa vara. A sua qualidade deve-se à escolha das raças, como a Bísara (raça original e preferencial) e os vários cruzamentos de raças atualmente existentes.

reportagem

Deve ser cortado em pequenos pedaços, sem que sejam sobrepostos, servido em travessas com a pele sempre virada para cima, e acompanhado por pequenas batatas cozidas com a pele, laranja e salada. Para terminar a refeição, nada melhor que um Licor Beirão, produzido, há décadas, pela família Redondo, na Lousã.

6. SERRA

7. PRAIAS

DA FIGUEIRA DA FOZ A PRAIA da Figueira da Foz é a mais extensa do país

DA ESTRELA O PONTO MAIS ALTO de Portugal conti-

nental também se encontra na região Centro. A Serra da Estrela tem, com a ajuda das duas torres edificadas no seu topo, dois mil metros de altitude. É o único destino possível para os amantes dos desportos de inverno em Portugal, uma vez que é lá que existe a única estância de esqui do país. Mas a Serra da Estrela é muito mais que neve. É o ponto de encontro da fauna, da f lora e da geologia, numa comunhão perfeita com a natureza. Lagoas de água límpida, pedras descomunais e plantas curativas únicas marcam a paisagem. O ar puro que se respira refresca a alma e trata da saúde. E não esquecer, claro está, o Queijo Serra da Estrela, também uma das 7 Maravilhas da Gastronomia. Este queijo curado, com pasta semimole, amanteigada de cor branca ou amarelada, celebra quadras festivas, momentos familiares e é motivo para sentar os amigos. Tem vindo a ganhar num passado recente várias medalhas de ouro em concursos internacionais.

SE EM VEZ DE MONTANHA preferir praia, as opções também são inúmeras. De Leiria a Aveiro, a costa é rica em locais paradisíacos, que convidam a um mergulho. A Praia da Figueira da Foz é a mais conhecida, sobretudo pelo seu extenso areal, que obriga os veraneantes a percorrerem longos passadiços de madeira, até encontrarem um mar igualmente a perder de vista. Mas, para além de poder fazer longas caminhadas até à beira de água, os turistas podem exercitar o corpo ao caminhar também na marginal, seja a pé, seja de bicicleta. Se preferir um banho de lua, pode sempre usufruir dos bares de praia, com simpáticas e refrescantes esplanadas. Além das praias que se encontram na cidade, há ainda muitas outras à escolha no concelho, como Quiaios, Cova-Gala, Costa de Lavos ou Cabedelo, uma das preferidas pelos surfistas.

8. DAVID

FONSECA NA ÁREA DA CULTURA também haveria muito por onde escolher. Um dos nomes

A SERRA DA ESTRELA é o ponto mais alto de Portugal continental 30


maiores é, sem dúvida, David Fonseca. Natural de Leiria, o músico é uma das mais carismáticas vozes da música portuguesa. "Nasceu" nos Silence 4, mas rapidamente enveredou por uma carreira a solo. Em 2003, lança o seu primeiro disco, "Sing Me Something New". O sucesso foi imediato: o primeiro single, "Someone That Cannot Love", atingiu o número um do airplay nacional; o segundo tema extraído do álbum, "The 80's", foi escolhido como tema de campanha da Vodafone. Seguiu-se "Our hearts will beat as one", em 2005, "Dreams in color", em 2007, e "Between Waves", em 2009. De ano para ano, de trabalho para trabalho, David Fonseca tem vindo a ganhar cada vez mais admiração por parte do público português (e não só), sendo um dos nomes mais consensuais no panorama musical nacional. Para se ter uma ideia da sua popularidade, foi o nome mais pedido pelos estudantes de Coimbra para participar na Queima das Fitas 2011.

Portugal, para jogar no Algés e Dafundo, e veio dar uma enorme visibilidade à modalidade. O primeiro jogo que fez na equipa lisboeta foi, também, o primeiro encontro de basquetebol feminino a ser transmitido na televisão.

10. MANUEL

ANTUNES

TICHA PENICHEIRO

9. TICHA

tem o recorde de assistências da WNBA

PENICHEIRO NO DESPORTO, a Associação Académica de

Coimbra (AAC) é o nome maior da região. Além do futebol, onde a Briosa milita na Liga há 10 anos, e onde ganhou a primeira Taça de Portugal da história, as várias secções desportivas da AAC competem com os melhores em quase todas as modalidades. Mas há outros embaixadores do Centro, que levam a região a todo o mundo. É o ca-

so de Ticha Penicheiro. A basquetebolista, natural da Figueira da Foz, fez história nos Estados Unidos. Em 1998, juntou-se aos Sacramento Monarchs e, até 2006, foi selecionada por quatro vezes para o WNBA All-Star. É a jogadora da WNBA que fez mais assistências em toda a história da Liga, liderando também nas assistências por jogo. Detém ainda o recorde de maior número de roubos de bola num jogo, com 10. Em 2005, ajudou as Sacramento Monarchs a conquistar o seu primeiro título de campeãs da WNBA de sempre. Ticha regressou este ano a

COIMBRA É, também, a capital da Saúde. Os Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) e o Centro Hospitalar de Coimbra (com destaque para o novo Pediátrico) são referências a nível nacional. Muitos são os seus profissionais que, diariamente, fazem a diferença entre a vida e a morte. Há nomes que se destacam, como o de Manuel Antunes, responsável pelo Centro de Cirurgia Cardiotorácica dos HUC, serviço que tem dirigido com uma eficiência evidente. Um ano depois de começarem a fazer transplantes cardíacos, os HUC já faziam dois terços dos transplantes em Portugal, apesar de outros três hospitais (S. João, no Porto, e de Santa Cruz e Santa Marta, em Lisboa) também realizarem estas intervenções. O segredo está, também, nas mãos. "Pedi a todos os meus colaboradores que me avisem se as minhas mãos alguma vez começarem a tremer. Há sempre um tremor mínimo, que aumenta, naturalmente com a idade, mas importa evitar riscos", confessou-nos na edição número um da revista.

MANUEL ANTUNES é o responsável pelo Centro de Cirurgia Cardiotorácica dos HUC

DAVID FONSECA é um dos nomes mais consensuais da música portuguesa


opinião

MIRA LAGOA SOBRAL

Sinais dos tempos CAMÕES, em soneto célebre e eterno, consagrou a "mudança" como o fator dinâmico mais relevante da vida, seja de pessoas seja de comunidades. A mudança é um fator de dupla utilidade: se por um lado tende a, na maioria das suas concretizações, garantir a continuidade do progresso, da melhoria e o alcançar de patamares de mais e melhor desenvolvimento, por outro lado é a vacina mais eficaz contra os perigos da rotina, da fadiga e da estagnação que logo que a mudança se deixe de fazer sentir de pronto aparecem. A MUDANÇA é, porém, encarada de formas e graus muito diferenciados. Se as comunidades estão sempre ansiosas por mudança, e muitos dos seus elementos assim se assumem em coerente concordância e convergência, muitas das vezes as comunidades aspiram e suspiram por mudanças, mas os seus elementos, quando isolados, tendem a ser dissonantes. As mudanças que se registaram no país no decurso das duas últimas décadas afastaram-se da sua vocação natural. E o progresso foi o inverso. Se em condições de normalidade a mudança rumo ao progresso mais que espontânea é consentida,

RECLAME-SE A MUDANÇA! EXIJA-SE A MUDANÇA! em condições de anormalidade, como a anormalidade de longa duração em que vivemos, a mudança é desejada, ansiada, reclamada. Daí que hoje lateje, na maioria de nós, uma ânsia enorme de mudança. Atestada no mais recente ato eleitoral, esta ânsia de mudança continua a latejar, mas é hoje uma mudança amordaçada. Todos a querem. Ninguém a quer. DE HÁ MUITOS ANOS a esta parte que Keynes domina a lógica comportamental espontânea de todos nós. Mesmo de quem não sabe que existiu, e que tendo existido pensava o que pensava, o que o tornou num grande guru, também ele de longa duração. Keynes significava que o importante é o curto prazo, já que a médio e longo prazos estaremos todos mortos. Isto é verdade para cada um dos indivíduos. Mas é mentira para as comunidades. A longo prazo, e consequentemente por maioria de razão também a curto e médio prazos, as comunidades continuarão a existir. Com novos elementos - é verdade - que são a natural regeneração eterna das comunidades.

PORTUGAL precisa de mudar. Por isso, há muita dificuldade em se conviver, compreender e aceitar a resistência à mudança dos eleitos autárquicos. Agentes instrumentais temporários num sistema que há muito vem confessando, ruidosamente, que se encontra esgotado e incompetente para garantir o mero sonho de rumo ao desenvolvimento, os eleitos autárquicos são hoje fonte de bloqueio do país, porque obstaculizam as mudanças no sistema. Teimam no inteimável. Como é que um sistema organizativo e funcional com a "jovem idade" de 177 anos pode já responder? Que defendem os actuais eleitos? A eternização do já caduco? Um prolongamento do prazo de validade de um sistema que há muito ultrapassou a própria data mais tarde? POR ISSO se vê os autarcas das freguesias a manter a confusão entre freguesias e órgãos autárquicos. Não metam as freguesias onde não devem ser metidas. Elas continuarão como garante da identidade das comunidades locais. Agora o sistema da sua gestão pode e deve ser outro. Mais moderno, mais tecnológico, mas produtivo (não é de muita mais produtividade que todos precisámos?), mais ágil, mais convivial, mais confortável. E logo, por um lado de custos menores e proveitos maiores, a gerar resultados em crescendo. Por isso se vê os eleitos municipais em "inteligente" silêncio a ver se a "luta das freguesias" lhes resolve o problema. Que, neste entretanto, a divagação em torno das Comunidades Intermunicipais diafaniza e deslocaliza a atenção dos Conselho de Município e das Assembleia de Município para outras realidades de menor relevo. E, no fim, talvez, quem sabe, vai-se mudar … deixando tudo na mesma. SE PRETENDEM um futuro melhor não obstruam. Se fosse na alta competição futebolística, haveria uma "geral de amarelos" que, em regime de acumulação, mutar-se-iam para encarnados.Que os eleitos locais não obstruam. Até porque deveriam ser os últimos a pronunciar-se. Quando o fazem, fazem-no em causa própria. E a imparcialidade garantida … é, sempre, a que se sabe. OS PORTUGUESES é que devem debater e decidir. Os eleitos devem cumprir o mandato. Caso discordem - o que é legítimo - que se auto excluam. É bem mais inteligente e proveitoso que auto incluir-se autistamente e "em contra permanente". Porquê temer o desemprego político-eleitoral, se o que devemos todos construir, eleitos e eleitores, é o país que todos desejamos, o país mudado. Ou a mudança desejada, não é a mudança desejada? A modernização do país exige uma postura mental tipo sindicato: reclame-se a mudança! Exija-se a mudança!

| Mira Lagoa Sobral assina todas as semanas este espaço de opinião |

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sociedade

cinema

OS CAMINHOS DO BOM CINEMA NACIONAL O ÚNICO FESTIVAL DO PAÍS EXCLUSIVAMENTE DEDICADO AO CINEMA PORTUGUÊS TRAZ A COIMBRA CERCA DE 70 FILMES. A GRANDE MAIORIA DAS CURTAS, LONGAS-METRAGENS, DOCUMENTÁRIOS E ANIMAÇÕES NUNCA FOI PROJETADA NA CIDADE

BRUNO VICENTE

A XVIII EDIÇÃO dos "Caminhos do Cinema

Português", um festival organizado pelo Centro de Estudos Cinematográficos da Associação Académica de Coimbra (CEC/ AAC), constitui uma oportunidade única para os conimbricenses – e não só – assistirem a uma série de filmes que nunca foram exibidos na cidade. O certame, o único do país dedicado exclusivamente ao cinema português, apresenta, entre 9 e 17 de novembro, cerca de 70 filmes carregados de intensidade e emoção, crítica social e humor. Diversidade é algo que não falta entre as curtas-metragens, longas-metragens, documentários e animações. Já viu "A Morte de Carlos Gardel", com realização e argumento de Solveig Nordlund? Neste drama/ficção, os papéis principais vão para Rui Morisson e Teresa Gafeira. O filme, com argumento adaptado da obra homónima de António Lobo Antunes, segue a história de Nuno, um jovem toxicodependente em coma, a morrer num hospital. Outra opção interessante chama-se "América", um filme de João Nuno Pinto com fotografia de Carlos Lopes, que nos mostra Victor (um burlão sem grande talento) e Liza (uma atraente jovem russa), dois carismáticos moradores de um precário e caótico bairro nos arredores de Lisboa. "Cisne", de Teresa Villaverde, já foi exibido em Coimbra mas, se ainda não viu o filme,

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não deve perder a oportunidade. Miguel Nunes é o ator principal e Beatriz Batarda assume o papel feminino mais relevante. Em destaque estará o documentário "José e Pilar", candidato português aos Óscares 2012. "A Viagem do Elefante", o livro em que o prémio Nobel da literatura narra as aventuras e desventuras de um paquiderme transportado desde a corte de D. João III à do austríaco Arquiduque Maximiliano, é o

ENSAIOS VISUAIS EM GRANDE DESTAQUE A PROGRAMAÇÃO dos "Caminhos do Cinema Português" inclui a secção "Ensaios Visuais", que reúne mais de 30 trabalhos. Para ver no Centro Cultural D. Dinis, às 17H30 de 10, 11, 14, 15 e 16 de novembro. O festival apresenta, de resto, um programa bastante diversificado e original. Além de after parties há também, por exemplo, mais de uma dezena de workshops para participar e aprender mais sobre a sétima arte.

ponto de partida para "José e Pilar", filme de Miguel Gonçalves Mendes que retrata a relação entre José Saramago e Pilar del Río. Já a curta-metragem de Bruno Moraes Cabral, "Praxis", promete incendiar Coimbra. A praxe universitária não é consensual na "cidade dos estudantes" e este trabalho, em jeito de documentário, ao "explorar os jogos de poder e diversas formas de humilhação da praxe" vai, com certeza, dividir a plateia. Quem também não vai ficar de fora do certame é o realizador João Canijo, que nos traz o drama "Sangue do Meu Sangue". O filme – com Rafael Morais, Marcello Urgeghe, Nuno Lopes, Rita Blanco, Anabela Moreira e Cleia Moreira nos principais papéis – explora o tema do amor incondicional: o amor de uma mãe pela sua filha, o amor de uma tia pelo seu sobrinho, e de como elas estão dispostas a sacrificar tudo para os salvar. Entre tantos pontos de interesse deixamos mais duas sugestões: "O Barão" (de Edgar Pêra) e "Femina Series", de Paulo Furtado. DEZ MIL ESPETADORES. O presidente do CEC, Tiago Santos, recordou que "o conceito do festival é, no fundo, uma perspetiva anual do cinema português". "A nossa expectativa é tentar manter os mesmos espetadores do ano passado, cerca de dez mil", acrescentou. Segundo a responsável pela programação, Margarida Mateus, é bem possível que a meta seja atingida, uma vez que "os filmes apresentam diversidade e qualidade".

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"A Morte de Carlos Gardel", de Solveig Nordlung

"América", de João Nuno Pinto

O PÚBLICO vai ter acesso a um leque extremamente abrangente de filmes. Cada um é único, tal como o realizador que lhe dá vida. Mas uma coisa é certa: nunca vai faltar intensidade e emoção no Teatro Académico de Gil Vicente. "Cisne", de Teresa Villaverde

"Praxis", de Bruno Cabral

"José e Pilar", de Miguel Gonçalves Mendes

"Sangue do meu Sangue", de João Canijo 35


sociedade

"Festival é uma mais-valia para Coimbra"

PEDRO MENDES DE ABREU, antigo

sócio-gerente do Cine-Teatro Avenida e profundo conhecedor do cinema em Coimbra, afirmou à que "o festival Caminhos do Cinema Português é uma mais-valia para a cidade", uma vez que "passa muito cinema que ainda não foi visto" nas salas locais. "É uma forma única de ver cinema português e, felizmente, há muitos jovens interessados nos filmes", acrescenta. No entanto, o especialista defende que, em relação ao cinema, "Coimbra já teve uma magia muito maior". O ponto de viragem foi a substituição de salas emblemáticas da cidade pelos novos espaços cinematográficos das grandes superfícies comerciais. O Sousa Bastos (Alta coimbrã), o Cinema Tivoli (junto à Estação Nova), o Teatro Avenida, o Cine-Estudio Girasolum ou o cinema do Colégio S. Teotónio fazem parte do passado, mas continuam vivos na memória dos amantes da sétima arte. "Perdeu-se o encanto, o convívio. No Avenida, os intervalos dos filmes eram importantíssimos. As pessoas iam para o átrio discutir os filmes e discutia-se também política, ou outra coisa qualquer. Agora é diferente", conclui Pedro Mendes de Abreu.

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cinema

OS "CAMINHOS do Cinema Português"

têm, ano após ano, construído um cartaz cada vez mais eclético, que pretende abarcar gente de todas as idades. Os "Caminhos Juniores" estão marcados para 10, 11, 14, 15 e 16 de novembro, sempre às 10H00, no Teatro Académico de Gil Vicente (TAGV). "Já temos aproximadamente 4.000 crianças inscritas, o que significa que vai haver lotação esgotada todos os dias", explica Tiago Santos, presidente do Centro de Estudos Cinematográficos da Associação Académica de Coimbra. "A verdade é que, com esta iniciativa, acabamos por fazer um papel de educador e incentivamos o gosto pelo cinema nos mais novos", acrescenta o responsável. "Afonso Henriques, O Primeiro Rei" (de Pedro Lino), "Chocolatando" (Lorenzo Degl’Innocenti e Vítor Estudante), "Brincarolas" (Graça Gomes) e "O Relógio do Tomás" (Cláudio Sá) são exemplos de trabalhos que integram esta categoria. A comunidade sénior também não vai ficar de fora do festival. É que os responsáveis colocaram em marcha os "Caminhos Seniores", um projeto preocupado com a inclusão social. "No fim-de-semana de 12 e 13 de novembro vamos convidar pessoas de lares de Coimbra, para que se desloquem ao festival e possam ver cinema sem qualquer custo", revelou Tiago Santos.

Milhares de crianças e seniores a ver cinema

TIAGO SANTOS diz que a sala do TAGV vai ter lotação esgotada todos os dias

PRÉMIO REVISTA C É NOVIDADE NO CERTAME A ATRIBUIÇÃO do "Prémio Revista C" é uma das principais inovações da XVIII edição dos Caminhos do Cinema Português. O júri, composto por quatro figuras públicas e um elemento da revista, vai nomear um filme, de um conjunto de dez obras que a organização vai propor para análise, entre cinco curtas e cinco longas-metragens. O objetivo principal do prémio é "distinguir ideias originais, inovadoras, de linguagem contemporânea e democrática, homenageando o cinema enquanto exercício de diálogo consciente". Recorde-se que a é a revista regional oficial do evento.

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Lista final de filmes LONGAS-METRAGENS

CURTAS-METRAGENS

ANIMAÇÕES

A Morte de Carlos Gardel | Solveig Nordlung América | João Nuno Pinto Cisne | Teresa Villaverde Estrada de Palha | Rodrigo Areias O Barão | Edgar Pêra Quinze Pontos na Alma | Vicente Alves do Ó Sangue do meu Sangue | João Canijo Sonho de Verão | Paulo César Fajardo Viagem a Portugal | Sérgio Tréfaut

A Casa ao Lado | Maria João Ferreira A Cova | Luís Alves A Primeira Ceia | Luís Monge e Sofia Pimentão A Viagem | Simão Cayatte Árvores no Jardim | João Paulo Oliveira Banana Motherfucker | Fernando Alle e Pedro Florêncio Cada Mulher é um Filme de Amor | Henrique Bento Casa com Piscina | Vasco Monteiro e Pedro Mendonça Daimon | Alexandre Cebrian Valente Dia de Visita | Luís Vieira Campos Dois Irmãos | Ana Eliseu Feliz Aniversário | Jorge Cramez Femina Series | Paulo Furtado Fotograma 23 | Victor Santos Magiae Naturalis | Tiago Cravidão Maybe... | Pedro Resende Miss Mishima | Pedro Rocha Never Meant to Be | Miguel Garcia Costa Noiserv {Sessão Dupla} | Paulo Dias O Amor Acontece | João Manso O Amor é a Solução para a falta de Argumento | Jorge Quintela O Inferno | Carlos Conceição O teu Sapato | João Seiça O Voo da Papoila | Nuno Portugal Praxis | Bruno Cabral Purgatório | João Filipe Silva Shoot Me | André Badalo Should the Wife Confess? | Bernardo Camisão Temperar a Gosto | Susana Neves

Afonso Henriques, o Primeiro Rei | Pedro Lino Amigo do Peito | (Cord) Tânia Duarte e Ícaro ArteRepública – 10 para cem | (Cord) Fernando Galrito Bats in the Belfry | João Paulo César Alves Brincarolas | Graça Gomes Bruxas | Francisco Lança Chocolatando | (Cord) Lorenzo Degl’Innocenti e Vítor Estudante Dodu, o Rapaz de Cartão | José Miguel Ribeiro Drawing (myself) by numbers | Patrícia Guerreiro Ginjas | Zepe e Humberto Santana Independência de Espírito | Marta Monteiro Leid Fatal e o Cotão | Ana Rita Correia Memória de Cão | João Morais Ribeiro Mulher Sombra | Joana Imaginário O Belo Adormecido | (Cord) Sandra Santos O Circo | Colectivo de Crianças O Homem da Cabeça de Papelão | Luís da Matta Almeida e Pedro Lino O Sapateiro | David Doutel e Vasco Sá Os Milionários | Mário Gajo de Carvalho

DOCUMENTÁRIOS Alvorada Vermelha | João Rui Guerra da Mata e João Pedro Rodrigues Arte Xávega - O Chamamento do Mar | Paulo César Fajardo Badoca Safari Park | José Farinha Chamo-me António da Cunha Telles | Álvaro Romão Cruzeiro Seixas - O Vício Da Liberdade | Ricardo Espírito Santo Das 9 às 5 | Rita Alcaire e Rodrigo Lacerda Éden | Daniel Blaufuks Em Trânsito – José Pedro Croft | Solveig Nordlung José e Pilar | Miguel Gonçalves Mendes Kolá San jon é Festa de Kau Berdi | Rui Simões Meio Metro de Pedra | Eduardo Morais Nocturnos | Aya Koretzky e Rodrigo Barros Uma na Bravo Outra na Ditadura | André Valentim Almeida

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Jorge Figueira e Tânia Covas fazem parte da Divisão de Inovação e Transferências do Saber da Universidade de Coimbra (DITS UC), que está a criar o primeiro Ecossistema de Inovação de Portugal

cérebros

inovação

INOV C capta cérebros para a região Centro ARRISCA C 2011, CONCURSO DE IDEIAS E PLANOS DE NEGÓCIO, VAI DECORRER PELA PRIMEIRA VEZ A NÍVEL NACIONAL E OFERECER 135 MIL EUROS EM PRÉMIOS. PRAZO PARA ENTREGAR CANDIDATURAS JÁ FECHOU

MARTA VARANDAS

A REGIÃO CENTRO é reconhecida no país pelas infraestruturas de qualidade que tem. Esses equipamentos de excelência prestam apoio estimulando a transição da investigação que se faz para a criação de riqueza do tecido económico e de postos de trabalho. Contudo, apesar do Centro ter "as peças do puzzle para dar apoio às pessoas que desejam concretizar os seus sonhos, há poucas entidades que olhem para a imagem global desse puzzle", explica Jorge Figueira, da Divisão de Inovação e Transferências do Saber da Universidade de Coimbra (DITS - UC), a primeira a ser criada dentro de uma universidade portuguesa. O projeto INOV C nasceu para juntar as peças do puzzle e desenhar uma estratégia conjunta, "para remarmos juntos na mesma direção", continua. O QUE É O INOV C? O projeto pretende criar

sinergias para alinhar uma estratégia comum que norteie todos os interessados numa única direção e "permita um melhor desempenho para a região", refere Jorge Figueira. Para o concretizar está a ser criado um Ecossiste-

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ARRISCA C CONSOLIDADO QUATRO ANOS DEPOIS EMBORA tenha começado de forma tímida, em 2008, o concurso Arrisca C, na altura Arrisca Coimbra, atravessa pela primeira vez este ano as fronteiras da cidade para o resto do país. Outra novidade é que, além do concurso ter a vertente da ideia de negócio, esta edição contempla também a tipologia de planos de negócio. Em 2008 participaram 12 projetos, em 2009 foram 45 e em 2010 participaram 53 projetos. Também o valor dos prémios aumentou exponencialmente: em 2008 o valor foi de 5 mil euros, em 2009 passou a 13 mil euros e em 2010 foram oferecidos 38.500 euros. Este ano o valor chega aos 135 mil euros.

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ciência & tecnologia Semana da Ciência da UA já está online JÁ ESTÁ online a página da maior Semana Aberta da Ciência e Tecnologia (SACT) promovida no país (www.ua.pt/semanaberta). De 21 a 25 de novembro, a Universidade de Aveiro (UA) acolhe a 12.ª edição da SACT e transforma-se num laboratório científico, onde todos são convidados a observar, experimentar e intervir. O programa integra mais de 75 atividades desdobradas em cerca de 163 sessões. As inscrições são gratuitas e estão abertas até 16 de novembro.

Waydip é uma das 50 mais inovadoras

ma de Inovação, o primeiro do país. ARRISCA C. O concurso de ideias e planos de negócio Arrisca C surge como "uma das peças do puzzle, que procura criar estímulos ao empreendedorismo numa fase inicial do pipeline de inovação. Entendemos que era necessário criar um estímulo adicional, através de um concurso que desafiasse as pessoas a lançarem as suas ideias de projetos empreendedores", revela Jorge Figueira, que em poucas palavras diz que o Arrisca C vai materializar o que é feito através do INOV C. "Criámos o concurso Arrisca C em 2008, através de um desafio lançado pela AAC. Por se restringir ao perímetro de Coimbra, chamava-se Arrisca Coimbra". Entre 2008 e 2010 o concurso foi-se consolidando, embora só dizendo respeito a Coimbra. Este ano ganha nova dimensão e massa crítica e com o INOV C surge oportunidade de "também nós arriscarmos e subirmos a fasquia tornando o concurso nacional", explica Jorge Figueira. 4.ª EDIÇÃO PROMETE. Quem concorrer pode fazê-lo na tipologia de ideias de ne-

gócio ou na de planos de negócio, se já o tiverem formalizado e estruturado. Tânia Covas, também da DITS - UC, avança que o prémio atribuído aos vencedores do concurso planos de negócio tem "a condição de desenvolverem o seu negócio na região". "É um desafio também para nós, aliciar as pessoas de outras regiões do país a virem trabalhar connosco", remata. "Temos muito boas práticas na região e entendemos que conseguimos ser competitivos a nível nacional. Com este desafio pretendemos captar cérebros para o Centro", sublinha Jorge Figueira, que lembra que a cinco dias da entrega das candidaturas "temos o triplo de participantes em relação ao que tínhamos nesta altura em 2010".

A EMPRESA Waydip, criada na Universidade da Beira Interior (UBI), foi selecionada como uma das 50 novas firmas mais inovadoras do mundo, num concurso da Kauffman Foundation. Foi fundada há um ano por dois alunos, Filipe Casimiro e Francisco Duarte, que inventaram o Wayenergy, um sistema de pavimento que produz energia elétrica de cada vez que alguém ou alguma viatura passa sobre ele.

Interesse sexual masculino estudado ANA CARVALHEIRA, investiga-

PROJETOS VENCEDORES. "Há já muitos

premiados e alguns casos de sucesso interessantes", assegura Tânia Covas, que exemplifica com a "Treat U", empresa para o tratamento de cancro da mama, projeto ganhador em 2009; a Inovmapping, premiada em 2009; a SIPTA, que gere a informação dos ROC e ganhou em 2010; ou a Power Concept (fontes para LED's).

dora do Instituto de Psicologia Aplicada, lidera uma investigação com as Universidades de Zagreb e de Tromso para estudar o interesse sexual masculino em Portugal, na Croácia e na Noruega. O estudo "vai permitir intervir melhor em problemas e evitar o surgimento de outras disfunções sexuais", diz.

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festa das latas

Expensive Soul

A ADESÃO DOS ESTUDANTES À FESTA DAS LATAS E IMPOSIÇÃO DE INSÍGNIAS 2011 SUPEROU AS EXPETATIVAS DA DIREÇÃO GERAL DA ASSOCIAÇÃO ACADÉMICA DE COIMBRA, QUE TEVE ATÉ DE FAZER BILHETES EXTRA NA NOITE DE SÁBADO

LATADA AQUECEU AS NOITES DE COIMBRA FOTOS: PEDRO RAMOS

sociedade

VASCO GARCIA

Serenata do Caloiro

Os Azeitonas

COMEÇOU FRIA e chuvosa a Festa das Latas

e Imposição de Insígnias 2011. Debaixo de chuva, milhares de estudantes assistiram à Serenata do Caloiro, este ano na Sé Nova. No dia seguinte, foi o Comboio do Caloiro, vindo do Porto com alguns milhares de alunos, que deu vida à quase deserta Praça da Canção. Mas, com a chegada do fim de semana, os ânimos e as noites foram aquecendo. Na sexta-feira, os Expensive Soul deram uma amostra da loucura que viria a ser o sábado, com os Kaiser Chiefs. Mais de 25 mil pessoas encheram por completo o recinto e obrigaram mesmo a organização a imprimir bilhetes extra. Os britânicos não defraudaram as expetativas e levaram ao rubro caloioros e doutores. Por esta altura, o cansaço já começava a apoderar-se dos estudantes, que tiraram o domingo para descansar. É que havia ainda muito para (vi)ver e era necessário recuperar forças. Depois, a malta pensou com o Gabriel, na segunda-feira (noite de Halloween), e dançou com o Quim, na terça (feriado e dia de cortejo). A Latada terminou em grande, com a "mãe do rock português", José Cid. Agora, é tempo de voltar às aulas e ao estudo. Para o ano há mais...


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REVISTA OFICIAL


sociedade

festa das latas Tiguana Bibles

CORTEJO

POUCAS LATAS MUITA SÁTIRA

Gabriel O Pensador

APESAR DE SER FERIADO, o dia não era, para muitos, de festa. Talvez por isso, haveria menos gente do que o esperado a assistir ao Cortejo da Festa das Latas e Imposição de Insígnias 2011. Nada que refreasse os ânimos dos caloiros, que se mostraram à cidade com a tradicional criatividade e boa disposição. Em tempos de crise, não faltaram críticas ao (pouco) investimento do Governo no Ensino Superior. A Direção Geral da Associação Académica de Coimbra (DG-AAC) deu o mote, com uma faixa em que recordava os "864 milhões de cortes na Educação". Os caloiros, com a ajuda dos padrinhos, entraram na festa. "Sou agarrado ao Ensino Superior mas não tenho dinheiro para suportar o vício", lia-se num cartaz. A crise, que deixou "loucas" as caloiras de Psicologia, calha a todos. Até o Pai Natal, sem subsídio, ameaçava suicidar-se. A Troika "levou as calças" a alguns alunos e algo mais a outros. "Não me venhas ao cu. A Troika já veio", pedia um. Faltaram latas (são cada vez menos) e nabos (o mercado estava fechado) mas cumpriu-se a tradição.

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Uma selecção de petiscos com ingredientes de primeira qualidade para degustar a qualquer hora!

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•PRAÇA DA REPÚBLICA, N.º 38 •ESTÁDIO CIDADE DE COIMBRA


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dinheiro

sucesso

"COM trabalho intenso e muito esforço", as Ana Morgado e Lara Costa apaixonaram-se pelo mundo árabe numa viagem a Marraquexe e decidiram abrir uma loja com produtos adaptados ao gosto europeu

duas amigas colocaram a ideia em prática, mas não esquecem o apoio que receberam dos amigos e da família. A adaptação ao gosto europeu é notória, pelo que a decoração e a lista de produtos disponíveis estão de acordo com os clientes que visitam a loja. Mesmo assim, devido ao aumento da procura, Ana Morgado e Lara Costa já alargaram o naipe de produtos nomeadamente em matéria de trajes tradicionais. O chinelo tradicional (babouche) é um dos artigos mais procurados. Além do traje, a Babouche Rouge proporciona o contacto com a maquilhagem árabe e a tatuagem temporária. A gastronomia e o traje adequado à Dança do Ventre vão entrar no rol a curto prazo.

As carteiras em pele, os artigos em seda natural e "na lã especial" são muito procurados na loja Babouche Rouge

Mundo árabe mesmo à mão

T

udo começou numa viagem de Natal: Ana Morgado e Lara Costa escolheram um "local mágico", Marraquexe, e ficaram fascinadas pelo mundo árabe. O emaranhado de ruelas dos souks, onde tudo se vende, ficou-lhes na memória. As especiarias, os chás, os tecidos, tapetes e peles, além do calçado e a bijuteria converteram-se numa paixão. A loja 21, no Centro Comercial Primavera, em Coimbra, tem de tudo um pouco. Mas vamos por partes. Primeiro, a ideia: "com tanta coisa bonita pensámos abrir uma loja em Coimbra, de modo a proporcionarmos ao público o contacto com as cores e os tecidos". A ideia "ficou" e pouco tempo depois, em maio, a loja entrou ao serviço. Ana Morgado, licenciada em Design, assumiu a decoração da loja, enquanto Lara Costa, licenciada em línguas e com experiência na organização de eventos, tratou da "envolvente" do projeto, que não se esgota na loja.

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Fornecedores apoiam as viagens regulares a Marraquexe ANA Morgado e Lara Costa têm fornecedores próprios e vão regularmente a Marraquexe "espreitar" as novidades. "Eles conhecem-nos, sabem que temos uma loja e dão-nos sugestões. Ajudam em tudo", contam. Há sempre muita coisa nova para ver" e o artesanato domina a oferta. A escolha dos produtos é importante, mas Ana Morgado e Lara Costa preocupam-se também (e muito) com a qualidade. No caso de o produto pretendido não existir na altura em que se visita a loja, no Centro Comercial Primavera, o problema é resolvido em tempo útil através de uma simples encomenda. "Fazemos o pedido e o cliente tem assegurada a qualidade", conclui.

MÁRIO NICOLAU

BABOUCHE ROUGE ESPECIARIAS, óleo de Argan e chá são outros dos produtos comercializados. Quando chegar o frio, Ana Morgado e Lara Costa vão oferecer, ao sábado, além de chá de menta "uma explicação sobre os benefícios, como se faz e como se serve, pois tem uma técnica". A coméstica é outra das apostas das duas amigas, que contam com "a qualidade dos produtos 100 por cento naturais" para cativar o mercado. O óleo de Argan é um exemplo, pois resulta da mistura da amêndoa com a folha de uma planta que só existe em Marrocos. "Tem muitas aplicações: óleo para massagem, anti-rugas, batom de cieiro, sabão e perfume", explica Lara Costa. Porém, além da comercialização dos produtos, as duas amigas "estão empenhadas na divulgação da cultura árabe", pelo que têm em agenda um evento "que incluirá um pouco de tudo". A presença de um cozinheiro árabe é uma das possibilidades e, para mais tarde, afirma Ana Morgado, está pensado um workshop de escrita árabe. Para já, a opinião de quem visita a loja é "muito positiva" e quer em Coimbra, quer na região existem "muitas apaixonadas (e apaixonados) pela cultura árabe". As carteiras em pele, os artigos em seda natural e "numa lã especial" são alvo de grande procura numa loja em que é possível concretizar colchas ou cortinados com um toque das mil e uma noites. |MN

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obra feita

RIBEIRA DE FRADES freguesia de Coimbra, com área 6,0 km2 e população 2.064 hab. (INE 2001)

VIVER NO CAMPO A TRÊS MINUTOS DA CIDADE

Fixar a juventude é tarefa urgente om uma mão-cheia de infraestruturas e serviços, além de intensa atividade nos setores desportivo e cultural, a Freguesia de Ribeira de Frades é uma referência na qualidade de vida. Jorge Veloso, presidente da junta de freguesia, começa por destacar a existência do jardim-de-infância e da EB1 "com excelentes condições". A associação de pais e o Centro Paroquial recolhem elogios do autarca pela ação desenvolvida. Os resultados estão à vista: a freguesia tem cerca de 2000 habitantes e, na EB1, cerca de 100 crianças, mais 25 no jardim-de-infância e cerca de 80 no Centro Paroquial. A modernização dos serviços da junta de freguesia foi outra das preocupações de Jorge Veloso, que recorda o alargamento do horário de funcionamento e o posto dos CTT - uma mais valia para os idosos. "Evitam as deslocações a Taveiro, recebem as reformas e pagam as contas", explica. ALÉM da sede da junta de freguesia, Jorge Veloso salienta a construção do centro de dia, "gerido pela IPSS, mas que contou com o grande contributo" do executivo da junta de freguesia, e do pavilhão desportivo, que está ao serviço da juventude e, através de protocolo, dos alunos das escolas. Porém, é o abastecimento de água e o saneamento que "enchem as medidas" ao autarca, pois a freguesia "tem há 15 anos duas coisas que não estão garantidas a 100 por cento nalguns pontos do concelho de Coimbra". No rol do que está feito, Jorge Veloso inclui a biblioteca e o refeitório da escola com capacidade para 50 crianças.

campo sintético, em Santa Eufémia; Campo de Jogos da Escola EB1 e sede da junta

O AUTARCA defende a altera-

ção do PDM "com urgência", de modo "a que os jovens possam construir na freguesia", já que a melhoria das condições de vida e das acessibilidades inflacionaram o preço dos terrenos. Jorge Veloso gostaria, ainda, de concretizar o projeto previsto para a área sob o viaduto da A1 e que além de estacionamento, inclui área desportiva. A construção de uma capela mortuária é outro dos desejos. O projeto está dependente da mudança de instalações da creche e do jardim de infância do Centro Paroquial. | MN

MÁRIO NICOLAU

C

PARQUE INFANTIL e

JORGE VELOSO quer concretizar o projeto sob o viaduto da A1

2000 Demografia Número de habitantes da freguesia da Ribeira de Frades

195

Alunos Número de crianças da EB1, jardim-de-infância e centro paroquial

344,11 Densidade populacional

Número de habitantes por quilómetro quadrado

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dinheiro

notícias

ANIVERSÁRIO

FNAC Kids é espaço de partilha para as famílias ORGANIZA-SE em quatro áreas: Bebés, Descobertas, Leitura e Diversão e, em cada uma delas, existem vendedores FNAC Kids especializados que tornam a visita a este espaço numa oportunidade de partilha para as famílias. Os produtos são apresentados num espaço pensado ao pormenor, mais amplo, com móveis adaptados às crianças e uma decoração colorida que cria um ambiente convidativo, confortável e diferenciador. Na FNAC Kids são organizados, semanalmente, Fórum Miúdos, atividades que permitem à s crianças aprender, divertindo-se. Qualidade e inovação são os critérios de seleção do variado leque de produtos infantis oferecido e que têm, em comum, a vocação de acompanhar as crianças, dos 0 aos 10 anos, de forma lúdica, nas primeiras aprendizagens. No site http://clubekids.fnac.pt estão disponíveis várias sugestões de atividades em família, guias de aconselhamento, passatempos e, também, a apresentação do cartão Clube FNAC Kids.

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Matobra assinala 45 anos de atividade NUMA FASE EM QUE O TECIDO EMPRESARIAL DA REGIÃO TEM SOFRIDO O IMPACTO DA RECESSÃO, A MATOBRA TEM MANTIDO A VITALIDADE, PELA APOSTA EM NOVAS SOLUÇÕES DE APROXIMAÇÃO AO MERCADO. "A MATOBRA É UM EXEMPLO DE LONGEVIDADE", AFIRMA JOSÉ CARLOS MARTINS

O gabinete de projetos IN9espaço é constituído por uma equipa com formação em arquitetura, design de interiores e decoração A MATOBRA assinalou a 31 de outubro, o 45.º aniversário. "Quarenta e cinco anos de experiência garantem-nos a confiança dos nossos clientes, mas a melhor forma de respeitar essa herança, é manter uma dinâmica de melhoria contínua e adaptação à procura e à evolução do setor", afirma José Carlos Martins, presidente do conselho de administração da Matobra. A empresa apostou num novo posicionamento de mercado a criação de ambientes de vida - desenvolvendo esforços para ultrapassar o conceito da mera venda de produtos e oferecer aos clientes uma solução integrada e harmoniosa para os diversos ambientes da sua casa. Para apoiar este objetivo, foi

lançado o gabinete de projetos - IN9espaço, constituído por uma equipa com formação em arquitetura, design de interiores e decoração. Entre as iniciativas mais recentes destaca-se, ainda, o "menu banho", uma espécie de serviço buffet que facilita a escolha de uma casa de banho: basta selecionar o ambiente de banho que melhor se adapta ao desejo do cliente, entre um conjunto de oito propostas pensadas para soluções integrais de renovação/construção de uma casa de banho. Cada opção inclui a totalidade de materiais e equipamentos para completar a obra e tem associado um preço final que varia a partir dos 500 euros, correspondendo a diferentes

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gamas de escolha. Para garantir que os seus serviços estão ao alcance de todas as bolsas, no último ano, a Matobra lançou uma nova modalidade de pagamento que permite compras a seis ou 10 meses sem juros, nem despesas adicionais ou prestação de entrada. Recorde-se que a Matobra é membro fundador da Emacor, a mais importante central de compras nacional no setor de materiais de construção, o que lhe permite ganhar dimensão junto dos fornecedores e, desta forma, garantir preços mais competitivos junto dos seus clientes. A empresa tem também uma ligação à indústria do revestimento cerâmico, sendo acionista da Cliper, fábrica sedeada na Figueira da Foz.


marketeer

Desafio Centro procura alunos empreendedores

"Não suporto a indiferença" Qual foi o seu primeiro emprego? Ainda enquanto estudante, trabalhei para uma empresa de sondagens. Como gastou o primeiro ordenado? Uma par te foi investido num festival de verão e outra parte investido em desparasitantes que doei a uma associação que protege animais em risco.

CADA equipa deve ser constituída, no mínimo, por um jogador e, no máximo, por cinco jogadores. Procura-se o aluno ou a equipa mais empreendedora. O objetivo da segunda edição do Desafio Centro é gerir de forma virtual um hotel familiar, tomando diferentes decisões estratégicas, como por exemplo, expansão da atividade para o mercado internacional, gestão de re-

conversa de

quiosque

cursos humanos, capacidade de alojamento, qualidade do serviço e, simultaneamente, implementar estratégias sustentáveis de forma a alcançar ações bem cotadas no mercado. As inscrições são efetuadas diretamente no sítio do projeto: www.desafiocentro.com. A primeira edição do Desafio Centro contou com a participação de 184 equipas de alunos do ensino superior.

Tabacaria Central Rua Ferreira Borges, n.º 15 Coimbra - Tel. 239 827 491

Um sonho… Que um dia todos os animais abandonados tenham um lar onde sejam amados e respeitados. O que não suporta? A indiferença. Um vício que não equaciona deixar… Pelo menos uma vez por mês, vou ver uma peça de teatro, dança ou um concerto. E que marca não dispensa? To d a s a s m a r c a s q u e

apoiam os eventos nos quais eu estou envolvida. Por outro lado, prefiro produtos biológicos e que não tenham sido testados em animais. Que música lhe dá vontade de cantar em voz alta? Não resisto a cantar todo o repertório dos Xutos & Pontapés. Com quem não jantava? Prefiro pensar com quem jantava. Aproveito para jantar com os amigos com quem estou menos vezes. Último livro lido, CD ouvido, filme visto? "Flint, o cão que mudou a minha vida", de Stanley Coren, e "Protocolo Autárquico" de Lídio Lopes; "Manhã" de Luís Figueiredo Trio; "Terra da abundância", de Wim Wenders. Lema de vida? "Só se vive uma vez. Mas se for da melhor maneira, uma vez basta".

Jorge Santos trabalha na Tabacaria Central há 30 anos

Fica numa das ruas históricas de Coimbra e é uma das tabacarias mais antigas da cidade. A Central tem "mais de 100 anos" e está aberta todos os dias, das 08H00 às 19H00. Os produtos são os habituais: jornais, revistas, tabaco, pastilhas elásticas... Jorge Santos

trabalha na Central "há 30 anos". Lembra que já houve tempos melhores: "as pessoas compram cada vez menos...". E até os turistas estão mais comedidos. A crise é igual em todo o lado, mas "lá fora sabem poupar melhor que nós", justifica o funcionário.

Teresa Arsénio, assessora de comunicação do Theatrix

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O

no m

especial VIVER

gastronomia

A 22.ª EDIÇÃO da Feira do Mel e da Castanha de Lousã reúne tasquinhas, show cooking, animação, provas e concursos de mel, encontro de confrarias e montaria mista. Atrai anualmente milhares de visitantes e dá a provar o Mel DOP Serra da Lousã e a Castanha. Os workshops de gastronomia e produtos endógenos marcam o programa de 2011, que inclui, ainda, a concentração de confrarias báquicas e gastronómicas e o magusto oferecido pela Câmara Municipal da Lousã, no dia 13. A montaria mista (veado e javali) está marcada para dia 12 e começa às 08H00. Entretanto, o Festival Gastronómico Sabores de Outono já está a

Há muito por onde escolher e pontos comuns em muitas das sugestões, ou seja, mel, castanha e Licor Beirão decorrer. Termina a 13 deste mês e tem muito para saborear. Ficam algumas sugestões. Na Churrasqueira Borges, por exemplo, além da sopa de castanha, recomenda-se o pernil assado no forno com castanhas e mel. Na Churrasqueira Sabores da Copa, a festa à mesa faz-se com pato no forno com

INICIATIVA

Sabores de Outono são marca definitiva do concelho da Lousã O FESTIVAL GASTRONÓMICO SABORES DE OUTONO DECORRE ATÉ AO PRÓXIMO DIA 13. A FEIRA DO MEL E DA CASTANHA AJUDA À FESTA DE 11 A 13.

puré de castanha e mel ou lombinhos de porco grelhados com molho de mel. Já no Mélia Palácio da Lousã - Restaurante A Viscondessa - o creme de castanha e nabiça e o folhado de javali com castanha e salada de agrião com vinagrete de framboesa e mel são excelentes opções. O restaurante da Pousada de Juventude inclui na ementa perna de porco assada com castanhas e uma fritada de castanhas que não deixa o paladar indiferente. O Restaurante/Churrasqueira São Paulo junta ao rol das propostas bacalhau com migas e cas-

LOUSÃMEL COOPERATIVA AGRÍCOLA DE APICULTORES DA LOUSÃ E CONCELHOS LIMÍTROFES, CRL

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Gestora de denominação de origem protegida do Mel e da Serra da Lousã

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ZONA INDUSTRIAL DOS MATINHOS - LOUSÃ TELF./FAX: 239 995 249 EMAIL: lousamel@oninet.pt

tanhas e a fritada de lombo com castanha. No Restaurante Adega da Vila, em Vilarinho, os rojões de porco na frigideira com castanhas ou o bacalhau dourado com castanhas e legumes despertam os

sentidos. No Restaurante Astro 2, o lombo assado com castanha, alecrim e mel e a carne de alguidar com castanha e migas são de comer e chorar por mais, enquanto que no Restaurante Casa Velha,

SIGNIFICADO DA MENÇÃO DOP DO MEL SERRA DA LOUSÃ A DENOMINAÇÃO DE ORIGEM PROTEGIDA (DOP)

é o nome de um produto cuja produção, transformação e elaboração ocorrem numa área geográfica delimitada com um saber fazer reconhecido e verificado. Incentivar a produção agrícola diversificada e proteger os nomes do produtos contra imitações e utilizações indevidas são alguns dos objetivos da Denominação de Origem Protegida que funciona, ainda, como uma ajuda aos consumidores, fornecendo-lhes informações relativas às características específicas dos produtos.


além do cabrito assado na fornalha com castanhas, há para comer uma deliciosa morcela da Beira com migas serranas e castanhas. O Restaurante Chefe Lopes leva à mesa frango com mel, batatinhas e castanhas e bife no churrasco com puré de castanha. O Restaurante Meta dos Leitões/Casa de Sarmento está presente no festival com bacalhau no forno com broa amarela, mel e puré de castanha, e veado assado com castanha e mel. Já no Restaurante O Burgo, o coelho com molho à bruxa e a galinha com tortulhos e castanha prometem causar sensação, enquanto que o Restaurante Pérola coloca à disposição dos clientes peitinho de frango com mel e castanhas. O Restaurante Típico O Gato aposta num bacalhau com pinhões e passas em camada de broa com

"Feira benéfica para marca e produtores" ANA PAULA SANÇANA, Técnica da LousãMel

A Feira do Mel e da Castanha, além do contacto com o público, é benéfica para os produtores devido à publicidade que é feita em torno do produto e que ajuda a promover a própria DOP Mel da Serra da Lousã. Queremos entrar no mercado pela via da qualidade e não da quantidade. O Mel DOP é a nossa prioridade. Estamos um pouco em contraciclo e não temos quebra nas vendas. Aliás, temos vindo a aumentar as vendas .

"Tasquinhas são mais-valia para o evento" FERNANDO CARVALHO, Presidente da CM Lousã

Integramos as tasquinhas na Feira do Mel e da Castanha, pelo que o certame ganha na dimensão gastronómica. Aliás, a nossa expetativa para a edição deste ano é maior no que respeita ao número de visitantes devido exatamente à introdução das tasquinhas. Temos feito algum esforço junto dos operadores turísticos para promover a Lousã, mas sabemos que os concelhos do interior têm difculdade em fixar os turistas mais do que um dia.

nabiças e na truta salteada com pinhões aromatizada ao manjericão. Propositadamente guardamos para o fim o capítulo dedicado às sobremesas. Há muito por onde escolher e pontos comuns em muitas das sugestões, ou seja, mel, castanha e Licor Beirão. O Licor de Portugal joga em casa e sublinha o sabor da edição 2011 do Festival Gastronómico Sabores de Outono. Por estes dias, além de saborear os produtos endógenos, o visitante tem ainda oportunidade de assistir à 2.ª edição do Louzan Classic Enduro, dia 12, no aeródromo, com organização do Montanha Clube, e, dia 13, pode participar na Caminhada de S. Martinho promovida pela Câmara Municipal da Lousã. As inscrições devem ser efetuadas, até dia 10, no setor de Desporto e Tempos Livres.

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OS WORKSHOPS de gastronomia e produtos endógenos marcam o programa de 2011

"Gastronomia é aposta estratégica " LUÍS ANTUNES, Vice-presidente da CM Lousã

Os agentes demonstram grande interesse na participação na Feira do Mel e da Castanha e muitos apicultores certificam o mel que produzem, também, para participarem no certame. Aliás, a questão da certificação integra uma estratégia concertada com a própria LousãMel, de modo a potenciar o valor da denominação de origem protegida do Mel da Serra da Lousã. A importância da feira no escoamento do mel é traduzido no número de inscrições que ultrapassou o número de 2010. 49


Europa cá dentro

dinheiro

NÚMEROS

HOSPITAL PEDIÁTRICO DE COIMBRA

163 camas 107 enfermarias 6 salas no bloco operatório 18 salas de diagnóstico e terapêutica 145 gabinetes médicos 43 gabinetes de enfermagem 600 lug. de estacionamento

Crianças mais protegidas

"UMA MUDANÇA da noite para o dia", garante Duarte Rodrigues, ao comparar o antigo com o novo Hospital Pediátrico de Coimbra (HPC). Natural de Bragança, conheceu bem "os cantos à casa" do velho edifício, onde, durante dez anos, levou o filho, com distrofia muscular. O Duarte tem hoje 17 anos e os pais continuam a deslocar-se a Coimbra, por encontrarem nos serviços do HPC os "melhores cuidados para a doença do menino". Ainda mais agora, diz o pai, já que, explica, "nestas novas instalações podemos passar todo o tempo do lado dele, sentados ou relaxados". Maria Teresa Rego, mãe do Rui, de 13 anos, que sofre de crises de epilepsia constantes, também enaltece o novo HPC. "Somos de Alcácer do Sal, mas é aqui que encontro o melhor

para o meu filho. Depois de passarmos alguns anos no velho edifício, agora tudo mudou. Há espaço, os equipamentos são sofisticados e até o pessoal parece que presta melhor serviço por dispor de condições tão boas. Todos ficaram a ganhar com esta excelente infraestrutura", garante. "O HPC é hoje um hospital de referência nacional para patologias complexas de diversas áreas médicas e cirúrgicas na faixa etária dos zero aos 18 anos”, confirma Carlos Mendonça, diretor clínico do Centro Hospitalar de Coimbra, EPE. O HPC , primeira infraestrutu-

ra do género construída de raiz em Portugal, recebe, além de doentes dos distritos de Aveiro, Castelo Branco, Coimbra, Guarda, Leiria e Viseu, também

do resto do País e dos PALOP, estando por isso dotado de um heliporto. O investimento rondou os 92 milhões de euros, 24 milhões dos quais em equipamentos, comparticipados em 80 por cento pelo Programa Mais Centro, valor que corresponde a 19,2 milhões de euros. Nas va lências disponíveis, destaca-se a Pedopsiquiatria e o novo equipamento e instalações para serviços de Medicina

Fundos comunitários O Programa Mais Centro permitiu a aquisição de equipamentos e tecnologia de ponta

92 M€ INVESTIMENTO TOTAL

24 M€ EQUIPAMENTOS

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Física e de Reabilitação e também Imagiologia. Existe uma enfermaria de oncologia pediátrica, vocacionada para a região Centro e um Centro de Procriação Medicamente Assistida. O bloco operatório tem seis salas e a unidade de cuidados intensivos, preparada para receber 20 doentes, destaca-se pelo moderno equipamento. SEGUNDO Carlos Mendonça,

a renovação tecnológica dos equipamentos, agora de última geração, garantida pelos fundos comunitários, permitiu que o Pediátrico de Coimbra tivesse passado a oferecer aos seus utentes "muitas outras técnicas de acordo com os melhores e mais evoluídos padrões de prática médica, nomeadamente na especialidade de Medicina Física e Reabilitação". |MV


especial

terceira idade

DIA MUNDIAL

ATIVIDADE NA 3.ª IDADE COMBATE O TÉDIO PASSAR DOS 65 ANOS NÃO SIGNIFICA FICAR SOZINHO E PARADO. QUANDO EXISTE VONTADE ENCONTRAM-SE SEMPRE FORMAS DE FUGIR DO ABORRECIMENTO E DA SOLIDÃO MARCO ROQUE

OS PAIS DE José Antunes Cosme, 89 anos, eram naturais da região de Arganil, no entanto "o senhor Cosme" nasceu em Lisboa. Pelas suas contas "fui feito em Arganil, mas nasci em Lisboa". Depois de passar pela metalurgia, serviço militar e empresas de construção, estabeleceu-se como desenhador projetista e fez carreira. É sócio fundador de um lar, em Alverca, onde pensava "ir viver a velhice com a minha mulher". Contudo, o falecimento da esposa fez com que regressasse às raízes. Há cinco anos, "fui a casa dele perto de Lisboa", conta Dias Coimbra, provedor da Santa da Misericórdia de Arganil, acrescentando que "pediu-nos auxílio e eu proporcionei-lhe um quarto, tipo ateliê". Isto

JOSÉ COSME continua a pintar aos 89 anos

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terceira idade

especial

porque José Cosme é um artista, que faz tudo de "retratos, caricaturas, paisagens, miniaturas de barcos, moinhos, bem como pinturas a óleo, pastel e lápis". ASSIM, HOJE , "Zé Cosme" tem um quarto que é um ateliê - "quase uma galeria de arte", acrescenta Dias Coimbra – no Lar da Santa Casa da Misericórdia de Arganil. Toda a vida desenhou e não foi a idade que o parou. "Está a passar o resto da sua vida nesta instituição mas colabora com várias publicações, sempre com aguarelas lindíssimas", refere Dias Coimbra. Quem o conhece garante que "continua com espírito jovem. Mantém a mão firme e espírito lúcido". Isto apesar das visitas não abundarem, pois "só tem sobrinhos". Não é caso único na instituição. "Há muitos casos destes, mas até há pessoas com filhos em que eles pouco aparecem", revela Dias Coimbra.

JOSÉ DIAS COIMBRA, aos 77 anos mantém vários cargos de destaque

"Costumo dizer que, para nós, quando chega a época natalícia, só há Natal se não estiver cá ninguém, se estiverem com a família", sublinha o provedor. Felizmente, este Natal Cosme já tem lugar onde cear. "Vai passar a noite com familiares na terra dos pais", conta Dias Coimbra, destacando que "felizmente os casos de pessoas que ficam no Lar da Santa Casa da Misericórdia de Arganil estão a diminuir".

DAVID FERREIRA MARQUES mantém uma horta na Casa dos Pobres

CASOS COMO o de José Cosme em que a

terceira idade chega, mas não faz parar a atividade são cada vez mais comuns e Dias Coimbra também é um exemplo disso mesmo. Aos 77, anos mantém um conjunto de responsabilidades que fariam muitos jovens pensar duas vezes. Para além de provedor da Santa Casa da Misericórdia de Arganil, é também o secretário regional da União das Misericórdias Portuguesas e secretário geral da AIRC – Associação de Informática da Região Centro. "Sempre ajudei os outros, não fiz outra coisa na vida desde pequenino. Sempre me preocupei com os outros, faço isto sem sacrifício nenhum", destaca o provedor, indicando que "o meu sentimento e formação diz-me que tenho de amparar o próximo". Até porque, sublinha, "parar é morrer". E quem também não pára é o "senhor David". A ENCONTROU David Ferreira Marques,

65 anos, nas traseiras da Casa dos Pobres, em Coimbra, de enxada na mão. O "senhor David", como todos o tratam, não se assusta com o sol de um outono que teima em não encher o céu de nuvens. "Estou a preparar a terra para semear umas favas", conta, sorridente. Por trás dele, vê-se um outro trabalho mais adiantado: um couval onde as couves já estão a ficar prontas para levar para a cozinha. Andar a trabalhar na horta "é melhor do que estar em casa sem fazer nada, porque isto também não chateia", refere o senhor David. E não se duvide que a horta não é sua. "Ninguém me manda andar aqui", sublinha, acrescentando risonho "que temos de fazer pela vida". "Se uma pessoa pára é mau, assim vai andando e esticando a musculatura", diz. A VIDA DE David Marques teve, como to-

das, os seus altos e baixos. "Cresci na agricultura, depois fui para as obras, trabalhei na distribuição de cerveja e acabei por trabalhar na jardinagem durante dez anos", conta. Motivos de saúde obrigaram-no a

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abandonar a jardinagem, mas o bichinho de se manter ativo nunca desapareceu. Será que continuar a fazer estes trabalhos físicos acrescenta anos à vida de uma pessoa? "Deus queira que sim, temos de fazer por isso", responde o senhor David. MAXIMINO MORAIS , vogal da direção da Casa dos Pobres, refere que o senhor David "é um exemplo para os outros". "Às vezes até ralho com ele para ele não se cansar muito, mas ele trabalha na mesma", adianta o responsável. Na verdade, "até já convenceu alguns a ajudá-lo, mas também se cansam depressa", graceja.

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HERMÍNIA DA COSTA , também utente da

Casa dos Pobres, já não pode fazer trabalhos físicos. "Tenho 80 anos e os meus joelhos já não deixam", revela. No entanto, mantém-se ativa com a renda que faz "sempre que tem um bocadinho, quando a cabeça deixa". Para além disso, não abandonou a sua grande paixão: as rosas. "Na semana passada obrigou-nos a ir a casa dela buscar roseiras", indica Maximino Martins. "Não as trouxemos todas, claro, mas já temos algumas cá", refere Hermínia da Costa.

"Estava sozinha em casa, já estou viúva há 25 anos", lembra, contando que "estive sempre bem, mas comecei a sentir-me mal, tremia muito" Hermínia da Costa

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A OCTOGENÁRIA CONHECE bem as dificuldades de viver sozinha na sua idade. "Estava sozinha em casa, já estou viúva há 25 anos", lembra, contando que "estive sempre bem, mas comecei a sentir-me mal, tremia muito". Para além disso, "tinha um fogão a gás para preparar a comida mas, para poupar, usava lenha e tinha medo de cair para a fogueira, de me queimar". Era "aborrecido estar sozinha", resume. Agora, na companhia dos outros utentes, o fantasma da solidão não ataca. Faltavam as roseiras. "Olhe quando pudermos, volto lá e trago mais umas quantas", remata.

Um lar para os mais desfavorecidos A CASA dos Pobres, fundada em 1935, é uma instituição que fornece apoio à população carenciada "disponibilizando o seu lar a pessoas idosas de ambos os sexos, socialmente desprovidas de meios de subsistência ou com desajustamento familiar, sem qualquer rendimento ou pensões diminutas". As instalações atuais foram inauguradas este ano.


especial

terceira idade

Estamos sempre a tempo de aprender

TÃO IMPORTANTE QUANTO MANTER A ATIVIDADE FÍSICA, IMPORTA CONTINUAR A TER DESAFIOS INTELECTUAIS A vontade de aprender nunca abandonou Apolino Teixeira APOLINO TEIXEIRA , 80 anos, nunca gos-

tou de estar parado. Conciliou a profissão de bancário com o comando de várias equipas de basquete da Académica. "Parar é morrer, sempre tive uma vida muito ativa, por isso, parar seria como ficar amputado", resume Apolino Teixeira. Portanto, a reforma não veio alterar nada. "Faço cinco quilómetros a pé todos os dias, vou a tudo que é basquete e, claro, vou às aulas", conta à . As aulas em causa são as da Universidade dos Tempos Livres (UTL), um projeto da Associação Nacional de Apoio ao Idoso. "Para além da minha profissão de bancário, sempre desejei ser professor de Educação Física ou História por isso, quando atingi a reforma, decidi dedicar o tempo ao estudo da História", revela Apolino Teixeira. O antigo treinador faz parte da turma de História da Arte da UTL, "um grupo maravilhoso com uma amizade alicerçada num são convívio que vai para além das aulas" e que apresenta um currículo de atividades que

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Manter a atividade física em "alta rotação" PARA GARANTIR um "envelhecimento com qualidade", o Ministério da Saúde (MS) aconselha as atividades físicas e o exercício. O mais simples de todos é o ato de caminhar. Sempre com calçado adequado, "ande ao seu ritmo, 30 a 40 minutos por dia, mantendo o corpo e a cabeça direitos", lê-se no site do MS. Para além disso, nadar, andar de bicicleta ou até mesmo dançar são uma boa forma de manter a atividade física. Acima de tudo, sublinha-se, "escolha a atividade da sua preferência e, se possível, pratique-a todos os dias".

fará corar muitos jovens. "Já percorremos as principais cidades de Espanha, Itália, já estivemos em Paris, Londres, Tunísia, Turquia", entre outros, destaca. Ao todo, já foram feitas 43 viagens, ilustradas nos diferentes trabalhos que Apolino guarda em casa. "Não foram viagens de turismo, chegamos a ir a três museus por dia", sublinha. O que faz uma pessoa idosa manter este desejo de conhecimento? "Para mim, é o desejo de manter uma atividade intelectual, ter contacto com outras pessoas, fazer algo de que sempre se gostou mas para as quais não havia tempo disponível", responde. MANUEL LAPA , 75 anos, aproveitou os cursos da UTL para "manter atividade no espírito e a mente a funcionar". Isto porque "o adormecer da mente empurra-nos para o tédio, o que é um passo para a depressão". Geólogo de profissão, Manuel Lapa destaca que "eu era das ciências, por isso inscrevi-me em História da Arte e Literatura, disci-

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Continuar a ler, escrever e querer saber mais APESAR DE ser a "idade da sabe-

doria", quando se passa dos 65 continua a haver muito a aprender. Estudos demonstram que atividades como ler ou escrever ajudam a manter o cérebro vigoroso, combatendo problemas de memória e doenças neurológicas. Para além disso, participar em clubes de leitura ou aulas para a faixa etária mais alta permite sair de casa, conhecer pessoas e atacar a solidão. Manter os hábitos de socialização torna uma pessoa mais feliz, com menor propensão à depressão, e ajuda a manter a confiança nas capacidades de cada um. Portanto, aconselha-se exercício para o corpo, a mente e… o coração. Manuel Lapa, antigo geólogo, está a estudar História de Arte e Literatura

plinas em que tenho menos preparação mas que me interessam bastante". O gosto por aprender impera. "Os melhores momentos são quando estamos a aprender alguma coisa. As aulas são agradáveis, estamos sempre à vontade", destaca.

"Estar parado é envelhecer. E as pessoas não querem envelhecer, não se querem deixar cair no torpor, na indiferença" TAL COMO OS JOVENS numa universida-

de, a UTL também serve para fazer amigos. "Aproveitamos o convívio de pessoas que até nem conhecíamos, brincamos, discutimos", refere Manuel Lapa, lembrando que "a socialização é fundamental, senão o indivíduo começa a isolar-se, a ficar sozinho. E, assim rodeia-se de amigos". O "ficar em casa", garante, "é entrar no tédio". Será que os alunos ainda fazem algumas "marotices" nas aulas, como na juventude? "Já não, embora ainda se façam muitas brincadeiras", ri o antigo geólogo. Acima de

tudo, "discutem-se coisas fora do âmbito da aula, o nosso tempo não está contado". Em suma, "estamos ali para conviver e aproveitar o tempo para algo que seja útil. Estamos satisfeitos por aprender alguma coisa". NEM A COORDENADORA RESISTE. Para Helena Carneiro, coordenadora da UTL, as pessoas aderem à universidade tanto "pelo convívio, para quebrar solidão", mas também porque "querem adquirir conhecimentos de outras áreas que não a sua". Os alunos, que têm idades entre os 60 e os 90 e muitos, "são pessoas que tiveram muita atividade antes da reforma e não querem deixar de ser assim", refere Helena Carneiro. A coordenadora tem por hábito dizer que "estar parado é envelhecer. E as pessoas não querem envelhecer, não se querem deixar cair no torpor, na indiferença". E a UTL oferece cursos para todos os gostos. "História da Arte, História da Música, Hidroginástica, Inglês, Conversas sobre Filosofia, Religião e Religiões, Museologia, Restauração e Conservação, História de Portugal, Dançaterapia, Pintura e Informática, Literatura Portuguesa, creio que temos uma oferta bastante eclética", sublinha.

TÃO ECLÉTICA QUE Helena Carneiro, 65

anos, não resistiu a juntar-se aos alunos. "Eu própria sou aluna. Frequento Restauro e fizemos uma boa exposição na Casa da Cultura, também estudo História da Música", refere a coordenadora, confidenciando que "quase todos os membros da direção são também alunos". "Eu era professora de Inglês e Francês e sempre gostei de música, fui para História da Música para saber mais", completa a

"Já percorremos as principais cidades de Espanha, Itália, já estivemos em Paris, Londres, Tunísia, Turquia"

responsável. Apolino Teixeira defende este espírito de querer sempre saber. "Mal de quem tem uma vida ativa e pensa que vai parar a seguir à reforma. Depois passam o tempo a massacrar-se, a estarem desejosos de querer fazer algo em vez de estarem parados", sublinha.

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especial

terceira idade

MARTA VARANDAS

MAURÍCIO VIEIRA de Brito, a 4 de março

de 1959, deu corpo e vida à Fundação Mário da Cunha Brito, em homenagem à memória do pai. O edifício, ainda hoje, mantém a imponência de outrora, em pleno centro da freguesia de São Pedro de Alva, concelho de Penacova. Foi concebido como hospital e assim inaugurou. "Havia bloco operatório, uma pequena maternidade, cantina escolar e até uma sala para formação das mulheres, como era típico antigamente", recorda Ernesto Coelho, presidente do Conselho de Administração por delegação. Criada a Fundação Mário da Cunha Brito, que adquiriu o estatuto de Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), passados 52 anos veio culminar com a lacuna que existia na região. A área de abrangência da Fundação - Alto do concelho de Penacova, bem como todo o concelho -, caracteriza-se pela sua interioridade e por um acentuado envelhecimento populacional e por fortes características de emigração sazonal, "logo, um grande número de idosos dependentes e isolados com ausência ou insuficiência de suporte familiar ou de vizinhança", esclarece Ernesto Coelho. A esta conjuntura associa-se também a insuficiência de equipamentos de apoio a idosos. Perante esta realidade, a Fundação tem vindo a apostar em valências como forma de colmatar as necessidades dos idosos e suas famílias. MAIS DE 100 UTENTES. A Fundação Mário da Cunha Brito tem neste momento 135 utentes, que se dividem em quatro valências - Lar, Centro de Dia, Apoio Domiciliário e Creche - estando algumas sem vagas e com lista de espera. De visita às instalações, a foi recebida pela

simpatia de Ernesto Coelho, no hall da entrada, preservado como há meio século atrás. É ali que está o consultório médico e o gabinete de enfermagem, que todos os dias tem um enfermeiro ao dispor dos utentes. Subimos as escadas e passamos à primeira sala de convívio, onde antes das obras esteve a cozinha. Mais à frente nova sala de convívio, cheia de idosos. Sentados em confortáveis cadeiras, preparam-se para fazer exercícios de ginástica com recurso a bastões. É Margarida Dias, animadora social, que com música de fundo e um sorriso dá as ordens. Explica que todos os dias os idosos fazem estes exercícios, durante uma hora, "para estimular o desenvolvimento motor". E depois do exercício chega a hora do lanche,

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MARGARIDA DIAS é a animadora social responsável pelos exercícios de ginástica

Fundação Mário da Cunha Brito faz sorrir todos os dias IPSS DE SÃO PEDRO DE ALVA OFERECE CONFORTO E TRATAMENTO FAMILIAR A MAIS DE 100 IDOSOS E A 15 BEBÉS QUE ESTÃO NA VALÊNCIA DE CRECHE servido em louça personalizada da Fundação, numa sala ampla e cheia de luz, que aliás é uma característica de todo o edifício. Maria Alice Costa, utente de Lar, com 85 anos, está agora sentada a tomar o seu leite com café. Gosta de fazer "a ginástica" porque "ajuda a teimar com os músculos" e a sentir-se melhor e mais ativa. Ernesto Coelho mostra-nos agora os quartos, soalheiros e cheios de conforto, com casa de banho privativa. Recorda que as obras de ampliação e remodelação da Fundação, em setembro de 1999, "vieram trazer nova comodidade", onde se inclui um elevador que tem espaço para uma maca.

FISIOTERAPIA. A Fundação tem ainda uma

Clínica de Fisioterapia e Medicina de Reabilitação, com dois terapeutas três vezes por semana, "evitando deslocações para outras unidades fora de São Pedro de Alva", explica Ernesto Coelho, que considera a "afetividade e o tratamento familiar as principais características da Fundação", sendo Ana Paula Martins, diretora técnica, "uma das responsáveis por esse trabalho". CRECHE NOVA. A Creche, "muito familiar e aconchegante", é a valência mais recente. A "próxima aspiração é a Unidade de Cuidados Continuados", remata Ernesto Coelho.

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AS BOAS CONDIÇÕES da Fundação Mário da Cunha Brito saltam à vista de quem a visita. A luminosidade do edifício destaca-se, assim como os serviços, como é exemplo a Clínica de Fisioterapia

Idosos e crianças em harmonia

Presidente por delegação

A FUNDAÇÃO Mário da Cunha Brito, que

completou 50 anos em 2009, tem quatro valências. Mas não é uma instituição exclusiva para idosos: tem uma creche. • O Lar tem 60 utentes inscritos e a lista de espera já vai longa. Conforto e privacidade são lema desta valência da Fundação. Casa de banho privativa, telefone com linha para o exterior, Internet, televisão, som e climatização ambiente. • No Centro de Dia estão 20 idosos. Fazer participar os utentes nas diversas atividades lúdicas, criativas e culturais propostas pelos técnicos e pelos próprios idosos é um dos objetivos. • O Apoio Domiciliário, implementado em 1994, conta com 40 idosos. O serviço é realizado 365 dias por ano, com visitas até quatro vezes ao dia, ao domicílio do idoso. • Já a creche tem neste momento 15 bebés. Surgiu há dois anos, nas antigas instalações do ATL da Fundação.

ERNESTO COELHO é o presidente do Conselho de Administração da Fundação Mário da Cunha Brito por delegação, visto que João Mário Vieira de Brito, o presidente, vive em Lisboa. Os estatutos preveem que o delegado exerça as funções de presidente. Ernesto Coelho é vice-presidente da Câmara de Penacova e tem os pelouros da Educação e da Ação Social. Ainda é familiar dos Brito e conta com a ajuda da mulher, Maria Teresa Coelho, na IPSS.

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dinheiro

topo de gama

Ferrari California com 490 cv

Mazda Takeri à vista em Tóquio

A ESTREIA mundial do ‘concept’ Takeri antecipa a próxima geração das berlinas familiares da Mazda. No Salão de Tóquio surgirá, também, o novo CX-5, SUV/ crossover equipado com a totalidade dos conteúdos da tecnologia Skyactiv1.

Ford Ranger exemplar Smart e-bike inicia produção A SMART, na qualidade de marca pioneira na mobilidade elétrica, está a expandir o seu portfólio de produtos. A smart e-bike resulta da cooperação com o fabricante de e-bikes Grace, sediado em Berlim. A produção começa no primeiro semestre de 2012.

Citroën estimula criatividade

PRIMEIRA PICKUP A CONSEGUIR 5 ESTRELAS EURO NCAP A RANGER obteve 89 por cento para a segurança no geral – o melhor resultado já obtido por uma pickup e um dos mais altos registados pela Euro NCAP para qualquer tipo de veículo. Além disso, alcançou a mais alta classificação do que qualquer outro veículo testado pela Euro NCAP para proteção dos peões (81 por cento). Segundo Stephen Odell, presidente e CEO da Ford Europa, "a segurança do veículo é um valor fundamental na Ford Motor Company e os resultados destes testes independentes confirmam que não só a Ranger é o veículo com maior pontuação na sua classe, como é um dos veículos com maior pontuação de sempre entre todos os avaliados até hoje pela Euro NCAP". A nova Ford Ranger, acrescenta, "provou que pode fornecer uma excelente proteção para os seus ocupantes, de todas as idades, assim como para os peões". FUNDADA em 1997 e apoiada por diversos governos, pelo indústria automóvel, organiza-

ções de consumidores e seguradoras, a Euro NCAP é a maior e mais respeitada autoridade independente de testes de colisão na Europa. Os seus avaliadores descrevem os resultados da Ranger como notáveis, com pontuações impressionantes em todas as áreas. Michiel van Ratingen, secretário geral da Euro NCAP considera que "devido à tão boa proteção a peões, a Ford Ranger está, sem sombra de dúvida, a elevar a fasquia de segurança na categoria das pickup". A NOVA Ranger recorre, também, a segurança ativa e tecnologias inovadoras de assistência ao condutor para o ajudar a evitar acidentes. Um dos sistemas incluídos no equipamento de série é o Programa Eletrónico de Estabilidade (ESP) que utiliza sensores avançados para monitorar constantemente o comportamento do veículo e auxiliar na estabilidade e controlo. O ESP inclui lógica fora-de-estrada, reconhecendo quando é conduzida em pisos irregulares.

A PRIMEIRA edição foi um suces-

so, com mais de 55 países representados e mais de 700 projetos de personalização do Citroën DS3. A segunda edição dos "Citroën Créative Awards" já foi lançada e promete competição acesa no capítulo da inovação.

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MERCADO

ALFA ROMEO 159 SW tem uma campanha, específica para empresas. O motor 2.0 JTDM, com 136 cv, e o pack Distinctiv valem 29.900 euros.

OPEL AMPERA tem preço confirmado. A Opel já tem 23 encomendas e o preço estimado do novo elétrico para o mercado nacional é 42. 900 euros.

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Thema e Voyager são apostas da Lancia para este mês em Portugal

PAULO NETO Diretor Geral CJR MOTORS, SA

FORAM estas as primeiras palavras em coreano que registei no início da minha colaboração com a Hyundai. A Coreia do Sul viveu uma profunda crise financeira em 1998 e sobreviveu. Regressou às elevadas taxas de crescimento do PIB e saldou antecipadamente as suas dívidas com o FMI. O país, há 40 anos, não fabricava automóveis; hoje é o 5.º maior construtor mundial. A Hyundai não pára de crescer e de se reeinventar. Com o novo lema "New thinking, New possibilities" , aborda o presente e o futuro do mercado com pragmatismo, mas procurando antecipar as novas tendências e gostos dos clientes. Lançou seis novos modelos em 18 meses, com as mais modernas tecnologias , design e soluções inovadoras, além de qualidade de construção notável. Todos com garantia de cinco anos e demais serviços associados sem limite de quilómetros. O Veloster, um coupé original de portas assimétricas, e o I40, uma station wagon com espaço,confor to, tecnologia e estética fantástica, são exemplos. A concorrência que se cuide. E a propósito: "páli!, páli" só quer dizer simplesmente "depressa! Depressa!".

MÁRIO NICOLAU

"Páli! Páli" é lema coreano

Novo Yaris é mais... GT TOYOTA AUMENTA ARGUMENTOS PARA AGITAR SEGMENTO B O TESTE algarvio, a convite da Caetano Auto (Centro)-Coimbra, permitiu tirar a limpo as qualidades do novo Toyota Yaris. A viatura cedida iniciou a marcha, em Coimbra, com 29 quilómetros e regressou com perto de mil. A motorização 1.33 VVTi de 99cv, a gasolina, combina na perfeição com a caixa de seis velocidades. Não é excessivamente guloso e, com este conjunto, o novo Yaris torna-se num pequeno "GT" cheio de sangue na guelra. A versão Sport ajuda à festa com, entre outros, volante em pele de excelente qualidade e bancos exemplares no conforto e apoio. A posição de condução respeita os objetivos da marca - ca-

tivar os casais jovens, por exemplo. Mais ágil, o novo Yaris possui direção mais direta e, devido ao novo acerto da suspensão, proporciona condução mais dinâmica. O conforto não é penalizado e o espaço a bordo é também digno de nota: a bagageira cresceu 12 litros, mas o aumento do espaço para as pernas e ombros não passou despercebido. A qualidade de acabamentos e materiais recebe nota positiva, assim o look, que reflete a nova linguagem estilística da Toyota. O tablier é mais atrativo, arrojado e merecia outra suavidade ao toque, o que, com o tempo, talvez se ajuste. O Yaris merece. |MN

Toyota Touch é mais-valia

Três motores e muito prazer

Equipamento com três níveis

TEM écran tátil a cores de seis

A TERCEIR A geração Yaris

polegadas, bluetooth, entrada auxiliar USB, câmara de marcha-atrás e computador de bordo. Pode incluir sistema de navegação passando a Toyota Touch and Go.

mantém inclui o 1.0 de 69cv e 1.33 VVTi de 99cv, a gasolina, e o 1.4 D-4D de 90cv. O salto tecnológico é claro e o prazer de condução aumentou. Tudo para atacar a liderança.

ACTIVE , Comfort e Sport. O primeiro inclui ABS, controlo de estabilidade e tração, sete airbags (incluindo o de joelhos para o condutor), entre outros. A campanha de lançamento é aliciante.

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SOCIAL

GASTRONOMIA

CENTRO SERVIU SABORES NO FESTIVAL DE SANTARÉM O Festival Nacional de Gastronomia, que todos os anos atrai milhares de visitantes à cidade de Santarém, está a celebrar a sua 31.ª edição, sob o signo "O País à sua Mesa". A região Centro fez-se representar com dignidade nas ementas da Casa do Campino: sopa e bacalhau, com a "marca" Cortiço (Viseu) e leitão do Porquinho (Coimbra). Pedro Machado, presidente da Entidade Regional do Turismo do Centro de Portugal, homenageou os homens e mulheres que há três décadas divulgam de forma determinante a gastronomia portuguesa nas suas vertentes patrimoniais, culturais e económicas.

João Romão, Serafim Campos Silva, Pedro Machado e Rosa do Céu (em cima); Ana Paula Sousa e Soares Rebelo (ao centro); Pedro Machado, Luís Antunes e Luís Vilar, Manuela Fonseca, Gonçalo Gomes e Magda Santos (em baixo).

"ESTE PAÍS TEM PRODUTOS QUE SÃO MARCANTES E NOS PERMITEM CONTINUAR A SONHAR" ROSA DO CÉU, PRESIDENTE DA TURISMO DE LISBOA E VALE DO TEJO


HERDADE DO PESO ABRIU VINHOS DE PORTUGAL 2011 O Casino Figueira foi o local escolhido para a divulgação dos Vinhos de Portugal 2011, a decorrer até 13 de novembro. A edição deste ano abriu com a Herdade do Peso, que apresentou alguns dos seus melhores produtos, recentemente premiados tanto a nível nacional como internacional, com destaque para o Herdade do Peso Reserva 2007. A marca apresentou ainda a nova imagem dos seus vinhos. Sara Baptista, enóloga, reconheceu que "a marca já precisava de uma renovação".

Domingos Silva

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FOTOS: PEDRO RAMOS

Sara Baptista e Fernando Maia

Equipa da SOGRAPE – Herdade do Peso e Nuno Domingues


social

D. MANUEL CLEMENTE E "A IGREJA CATÓLICA EM PORTUGAL"

FOTOS: PEDRO RAMOS

A Quinta das Lágrimas prossegue com o ciclo de conferências "Quintas na Quinta". A última, que teve lugar no passado dia 28 de outubro, teve como tema "A Igreja Católica em Portugal". D. Manuel Clemente, bispo do Porto, convidado de honra , afirmou, à margem da cerimónia, que esta iniciativa da Fundação Inês de Castro "reflete um tema com relevância cultural no nosso país". A igreja católica é hoje, em Portugal, em seu entender, "um corpo animado, muito presente e que tem enormes desafios pela frente, quer por via da sociedade quer por via da cultura". Referiu ainda que a Igreja Católica está numa fase de procura das "melhores maneiras de estar presente na sociedade".

João Paulo Barbosa de Melo, Manuel Porto, Manuel Clemente (em cima); João Serpa Oliva,Teresa Serpa Oliva, Fernando Regateiro e Olga Regateiro, Maria José Azevedo Santos, Luísa Saraiva, Rui Alarcão, Arménia Coimbra, Eliana Gersão (no centro); Maria Alice Lavrador, Luís Lavrador, Teresa Costa 62 Neves, Rocha Gonçalves, Barbosa de Melo e António Arnaut (em baixo).


CARLOS CARRANCA APRESENTOU EM GÓIS A OBRA "COM O CACHIMBO DO MEU PAI"

Carlos Carranca, Rui Vasquez, José Carvalho, Lurdes Castanheira, José Henrique Dias e José Rodrigues

C

arlos Carranca apresentou, na passada sexta-feira, 28 de outubro, em Góis, a sua última obra de poesia, intitulada "Com o Cachimbo de Meu Pai", cabendo a apresentação do livro a José Henrique Dias e a Eduardo Aroso. No âmbito desta iniciativa cultural promovida pelo município de Góis foi também inaugurada a exposição de escultura "Sinais", de Rui Vasquez. A mostra está patente ao público até 30 de novembro.

A NOITE ENCERROU COM UMA SERENATA PELO GRUPO RAÍZES DE COIMBRA

ENCONTRO MENSAL BMW ACP ZONA NORTE PERCORREU ZONAS CULTURAIS DE COIMBRA

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encontro mensal BMW ACP Zona Norte destinou-se , desta vez, a todos os simpatizantes da marca BMW em Coimbra. O encontro começou nas instalações da Bomcar, com a realização de test drives BMW/MINI. Os apaixonados pela marca BMW visitaram zonas culturais da cidade, incluindo o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha. Segundo Nuno Figueiredo, promotor do evento, o encontro centrou-se numa f ilosof ia de um clube que aprecia carros pré-clássicos, clássicos, "carros normais do dia-a-dia" e programas culturais.

ENCONTRO BMW APOSTA NA DIFERENÇA

Artur Côrte - Real, Nuno Figueiredo e António Mota


social

CARAS CONHECIDAS NO ESTÁDIO A zona VIP do Estádio Cidade de Coimbra continua a ser frequentada por algumas das figuras mais conhecidas da cidade. O recente Académica-Sporting de Braga não foi exceção. O zero-zero foi o melhor resultado que ambas as equipas conseguiram neste encontro da nona jornada da Liga Portuguesa de Futebol, mas a "luta" nem assim deixou de ser entusiasmante. Tanto no relvado como nas bancadas, nunca faltou "frisson".

FOTOS SÍLVIA DIOGO

Paula Cruz e António Rodrigues

José Eduardo Simões e José Reis

José Carlos Alexandrino, Horácio Antunes e Dias Coimbra

Rui Fonseca e Maria José Vicente

Rui Fonseca e António Preto Fernando José Oliveira, Salvador Arnaut e André Oliveira

Francisco Duarte, Macedo dos Santos e Valídio Rodrigues


COLEÇÃO MIGUEL VIEIRA JÚNIOR APRESENTADA NO PORTUGAL FASHION

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iguel Vieira apresentou, no Portugal Fashion, a sua primeira incursão no universo infantil, com o lançamento oficial mundial da sua coleção Miguel Vieira Júnior. Destinada a crianças entre os 4 e os 12 anos, a MV Júnior transporta a elegância e sofisticação que caraterizam a assinatura Miguel Vieira para o mundo infantil, demonstrando que o estilo não se mede em altura.

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FOTOS M.CRESPO

MIGUEL VIEIRA OUTONO INVERNO PORTUGAL FASHION

moda


“Uma Noite na Ópera” O mais prestigiado evento social do ano está prestes a começar. Assim que o sol se põe e a luz começa a desaparecer, lustres ornamentados são acesos e outro ambiente começa a formar-se… A tensão acumula-se, até que as portas se abrem para a grande estreia. Sobre o palco apenas se encontra um piano negro. É uma noite na ópera. Para a multidão que assiste, elegantemente vestida, este serão é muito mais que diversão, é sobre identidade e desempenho. O que os distingue dos demais é que, em vez de aprender este estilo de vida, eles têm-no vivido e ele corre nas suas veias.


viver

vida nova POR CARLOS GAGO ILÍDIO DESIGN, EMBAIXADOR L'OREAL

PRODUÇÃO GLOBAL: CABELEIREIRO ILIDIO DESIGN BY CARLOS GAGO FOTOGRAFIA: PEDRO RAMOS | MAQUILHAGEM: KÁTIA ROUPAS E ADEREÇOS: B&A RICARDO COLAÇO - HELENA COLAÇO

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Já revelámos o look Guardiã da Luz...

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COLORAÇÕES 3 NOVAS MUITO MÍSTICAS ...e o look Guerreira Lendária

GUARDIÃ DA LUZ: cabelo liso e curto, tons castanho escuro com reflexos vermelhos e violeta MESTRE DO TEMPO: Base Média, caracóis, tons castanhos, reflexos quentes GUERREIRA LENDÁRIA: Base clara, liso e longo, tons louros e reflexos dourados e acobreados

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figura

Carlos Mendes

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arlos Mendes foi fundador do famoso conjunto Sheiks, grupo que abandonou em 1967 para iniciar uma carreira a solo. Venceu alguns Festivais da Canção e hoje é dos cantores mais conhecidos da música ligeira portuguesa.

Depois de 50 anos de carreira, continua a ter projetos em mente? Sim, tenho muitos projetos. Tenho a gravação de um disco e espetáculos a solo. Faço concertos sozinho para 300/400 pessoas. Trabalho quase todos os fins-de-semana. Tenho também um projeto com o meu filho mais novo que está na área do jazz. Recorde-nos a experiência que teve nos Skeiks... Eu posso considerar que fui aquele que trouxe o Paulo de Carvalho para o mundo da música. Eu já tinha um grupo duo com o Jorge Barreto. O Paulo apareceu e nós convidamo-lo porque ele cantava muito bem. Mais tarde, acabei por sair do conjunto e entrou o Fernando Tordo. O que acha da música portuguesa atualmente?Como em todas as gerações, há pessoas muito boas e pessoas muito más. Como os produtores mais velhos já têm um olhar muito "datado", é preciso apostar nas pessoas mais novas. Há pessoas muito boas nas áreas da pop, do jazz, e até destes estilos juntos. Cantores há poucos. O que há é uma grande quantidade de músicos fabulosos. A canção portuguesa é muito associada ao Fado. Concorda? O fado é um estilo. Para mim até é uma maneira de se cantar. Há muito mais. A canção portuguesa tem um potencial enorme e tem também muitas vertentes. Estes miúdos novos têm uma abertura para o mundo que é extraordiária. Penso que é essa abertura que o português tem de ter.

"Tive a felicidade de ter ao meu lado pessoas muito boas.Sou muito eclético. Sou um homem das artes!"

Como caracteriza a sua carreira? Sente-se realizado? Foi uma carreira muito feliz. Tive a felicidade de ter ao meu lado pessoas muito boas. Sou muito eclético. Sou um homem das artes. Tenho esta variedade porque adoro as artes. Dentro da música componho e dou aulas de canto. Há uma série de coisas que gosto muito de fazer.

O LADO "B" Carlos Mendes não tabalhou apenas na área da composição. Trabalhou também na área do canto lírico. Fez novelas e já representou no teatro. Sempre disposto a novos desafios, sente-se realizado por ser um grande exemplo na música portuguesa.

TEXTO E FOTOGRAFIA: SÍLVIA DIOGO

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restaurante

INSTALADO na rua de Moçambique, em

D. Duarte Dois LOCALIZAÇÃO: Distrito: Coimbra Morada: Rua de Moçambique, 34 Santo António dos Olivais Localidade: Coimbra. Código Postal: 3030-063 Contatos: 914856104 / 239 701 461

INFORMAÇÕES: Dia de Encerramento : Segunda-feira Estacionamento: Via pública Pagamento: Todos Reserva: Aconselhável Área fumadores: Esplanada

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Coimbra, o D.Duarte Dois aposta na qualidade dos sabores da cozinha tradicional portuguesa e da cozinha regional e estrangeira. A qualidade e a variedade nos diferentes pratos que tem para oferecer são dois dos argumentos do restaurante, que, além do ambiente tranquilo que proporciona aos clientes, é também sinónimo de conforto. O D.Duarte Dois é destinado a todos os que gostam de comer um bom prato com amigos e colegas. É também o local ideal para almoçar ou jantar em família. Os gerentes Pedro Ventura e Rui Ventura preparam uma ementa de acordo com o gosto do cliente. A cozinha tradicional portuguesa é o grande destaque nos menus: polvo grelhado à lagareiro, filetes de polvo com arroz de grelos, cabrito assado no forno, açorda e arroz de línguas de bacalhau são algumas das referências. Neste capítulo existe ainda um irresistível cozido à portuguesa. Uma grande variedade de marisco enriquece as várias opções da lista: arroz de marisco é também um prato de eleição. As sobremas também não ficam atrás. São

confecionadas pelo restaurante, com um sabor caseiro. Tentam sempre satisfazer o paladar do cliente e são feitas da forma mais tradicional possível: o crepe do chefe, a tarte de natas com chocolate, a torta de laranja, as mousses de chocolate e ananás, o leite creme e o quente e frio são algumas das deliciosas "maravilhas" que constam

INSTALADO NA RUA DE MOÇAMBIQUE, EM COIMBRA, O D.DUARTE DOIS LEVA À MESA O MELHOR DA COZINHA TRADICIONAL PORTUGUESA, REGIONAL E ESTRANGEIRA

no menu Nos vinhos saiba que tem muito por onde escolher: tradicionais néctars de todas as regiões do país estão à sua disposição. Por esta altura, já deve estar com vontade de conhecer este restaurante. A solução está em visitar o D. Duarte Dois que está à sua espera, bem perto de si...

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POR BRUNO VICENTE bruno.vicente@cnoticias.net

CULTURA

agenda da semana qui.3 Rouge ao vivo - Teatro Aveirense - 22H00

sex.4 Concerto de Paulo Álvares (recital piano solo) - Teatro Mun. Guarda - 21H30

sáb.5

Livro revela a intimidade de 20 figuras públicas

As 3 Marias ao vivo - CAE/Figueira da Foz - 21H30

dom.6 Tim Holehouse ao vivo - Fnac Coimbra - 17H00

seg.7 Exibição do filme "Ni a Vendre ni a Louer", de Pascal Rabaté - TAGV/Coimbra - 21H00

ter.8 Exibição do filme "Impardonnables", de André Téchiné - TAGV/Coimbra - 21H00

qua.9 Apresentação de "As Extraordinárias Aventuras de Dog Mendonça e PizzaBoy II", de Filipe Melo e Juan Cavia - Fnac Coimbra - 21H30

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Daniel Oliveira esteve esta terça-feira em Coimbra, onde apresentou a obra que vendeu mais de 15 mil exemplares em apenas um mês OS CONIMBRICENSES tiveram a oportunidade de conversar, na passada terça-feira, com o apresentador Daniel Oliveira, que esteve na "cidade dos estudantes", na Bertrand do Dolce Vita, para apresentar e divulgar o livro "Alta Definição – O que dizem os teus olhos". O autor está satisfeito com o impacto da obra que, em apenas um mês, vendeu mais de 15 mil exemplares. O sucesso editorial da Guerra & Paz, na coleção do Clube do Livro SIC, já vai na terceira edição e não tem largado os tops de vendas nacionais. Baseado no programa "Alta Definição", que celebrou recentemente dois anos de vida, a publicação tem seduzido os portugueses porque lhes dá algo raro, ao revelar a intimidade de 20 figuras públicas. "É um livro feito de pessoas, de material humano, em bruto ou delapidado,

que tem a mais íntima das emoções", justifica o autor. O LEITOR TEM ACESSO, du-

rante mais de 200 páginas, às revelações de um grupo eclético de entrevistados: Marco Horácio, Daniela Ruah, António Feio, Clara de Sousa, Simone de Oliveira, Carlos Cruz, Nicolau Breyner, Oceana Basílio, Vítor de Sousa, Manuela Moura Guedes, Paulo Bento, Rita Guerra, João Ricardo, Susana Vieira, Eunice Muñoz, Quim Barreiros, Júlia Pinheiro, Joaquim de Almeida, Bárbara Guimarães e Artur Agostinho. A cultura, a comunicação, o desporto e a política são exemplos de alguns temas gerais abordados, mas o livro é muito mais que isso. A obra acaba por ter o mesmo efeito que o programa televisivo, onde "cada convidado toca de forma diferente cada

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espetador, independentemente da sua condição social, dos seus credos ou dos seus medos", explica Daniel Oliveira. O APRESENTADOR reco-

nhece que o livro teria mais dif icu ldade em ating ir o sucesso se o magazine "Alta Definição" não fosse, ele próprio, um líder de audiências. "Sentir que um programa de televisão, na era em que vivemos, tem a capacidade de fidelizar as pessoas de forma emocional e que tem tido a capacidade de estreitar caminhos entre realidades tão distantes, entre os convidados e os espetadores, é um valor e uma responsabilidade que não são tangíveis", defende Daniel Oliveira. "E ganha mais valor quando se sente que um projeto começou realmente do zero", conclui.


Valter Hugo Mãe Cine-Teatro Avenida/Castelo Branco. 3 de novembro. 18H00 O recente lançamento do livro "O Filho de Mil Homens" é apenas o ponto de partida da conversa com o escritor.

"À Procura de Ricardo III" TAGV/Coimbra. 9 de novembro. 21H30. 5€ a 7,5€ Um homem aleijado e só, Ricardo, revisita os seus amores, traições à procura da punição final ou de um ato de contrição.

Mão Morta: digressão "Pelux in Motion" Centro Cultural de Ílhavo. 4 de novembro. 22H30. 12€

Concertos Pedagógicos da OCC Pavilhão Centro de Portugal/Coimbra. 9, 16, 23 e 30 de novembro; 7 e 14 de dezembro. 10H30 A Orquestra Clássica do Centro (OCC) inicia, a 9 de novembro, um ciclo de concertos pedagógicos, com o tema "Histórias de Água e Música". Com direção artística do maestro Virgílio Caseiro, vai ser criado um diálogo pedagógico entre a música, os músicos, os instrumentos e o público. As escolas podem inscrever os seus alunos para os espetáculos, que têm entrada gratuita. As inscrições devem ser feitas até quatro dias antes de cada evento, através do e-mail occ@orquestraclassicadocentro. org ou dos contactos 239 824 050, 919 458 994 e 916 994 160.

Remendos e Côdeas Tabacaria da OMT/Coimbra. 3 de novembro. 22H00 Sofia Gameiro, Hugo Natal da Luz, Alexandre Barros, Paulo Yoshida e Filipe Balão revisitam a principal música de intervenção portuguesa.

O grupo de Luxúria Canibal, Miguel Pedro, António Rafael, Sapo, Vasco Vaz e Joana Longobardi está novamente na estrada, desta vez com a digressão "Pelux in Motion". O espetáculo, novo e cru, desprovido de efeitos, aposta num alinhamento bem trabalhado que vai recuperar temas já guardados para os cruzar com outros mais recentes. Os Mão Morta continuam bem vivos, mesmo depois de 27 anos de carreira. Os espetadores do Centro Cultural de Ílhavo vão ter a oportunidade de o confirmar.

Tashi Lhunpo

João Pedro Pais

Teatro Municipal da Guarda. 11 de novembro. 21H30. 7,50€

Teatro José Lúcio da Silva/ Leiria. 5 de novembro. 21H30. 15€

O mundo sagrado do Tibete é carregado de cantos budistas e mantras, de sons de campainhas, trompetes e tambores. Os monges do Mosteiro de Tashi Lhunpo apresentam música e dança tradicionais do Tibete e exibem "Mandalas", complexos diagramas desenhados com pó de mármore em cores vivas.

O músico vai presentear o público com um formato acústico e mais intimista. "Ninguém (é de ninguém)", "Lembra-te de mim", "Mentira", "Nada de Nada" são exemplos de temas que integram o alinhamento do espetáculo, que dará destaque natural ao último disco de originais, "A Palma e a Mão".

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ideias dos outros

Ilhas falsas LUÍS DE MATOS

NO DUBAI TALVEZ O CÉU SEJA O LIMITE, O MAR NÃO É COM CERTEZA…

NUMA AUDAZ tentativa de redesenhar o planeta, o governo do Dubai iniciou em 2003 a construção de um novo mundo, ou pelo menos parte dele. Chama-se "The World" e é uma coleção de ilhas artificiais, num arranjo que simula os cinco continentes, situada na costa do Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. No total são 300 pequenas ilhas privadas divididas em diversas categorias, seja pelo preço ou pelas funções a que se destinam. A ÁREA das ilhas que compõem este arquipélago artificial, separadas entre si por uma distância média de 100 metros, varia entre 14.000 e 42.000 metros quadrados. Na sua construção foram utilizados 321 milhões de metros cúbicos de areia e 31 milhões de toneladas de pedra. No total foi criada, do zero absoluto, uma distância de costa superior a 230 quilómetros. MAS A AUDÁCIA dos dirigentes do Dubai não se fica por

aqui. Depois de sonharem e terem feito acontecer o "The World", está já planeado e projetado o "The Universe". Trata-se igualmente de um arquipélago artificial, desta vez gigantesco, que inclui o "The World", e que, visto do céu, tem uma forma semelhante à da via láctea e do sistema solar em todo o seu esplendor. Anuncia-se que esteja concluído entre 2023 e 2028.

facto de comermos entre 10 e 20 mil ovos ao longo das nossas vidas ou o facto de permanentemente tentarmos enganar a natureza? O "THE WORLD" pode até ser um destino único, um paraíso feito realidade. Mas quantas vezes será necessário que a natureza nos relembre que não devemos fazer batota? Há muitos anos li um artigo em que o seu autor comparava a nossa existência no planeta à de uma tripulação que ainda não havia encontrado o livro de instruções para a nave especial que estava a conduzir. Mais vezes do que aquelas que quereria me recordo de tal metáfora. Dói perceber que se os recursos globais do planeta fossem distribuídos por todos os que por cá andamos, este mundo seria certamente um mundo melhor. MAS ATENÇÃO, ainda em relação ao "The World", já algumas vozes se levantam dizendo que as jubilantes ilhas estão a afundar-se...

QUANDO ESTÁ na moda falar-se da pegada humana no planeta, eis senão quando o impensável se torna realidade. Quando diariamente nos chamam a atenção para o facto de que quando comemos um ovo não estamos apenas a comer um ovo e que deveríamos ter em conta que também somos responsáveis por todos os recursos naturais que foram usados para que o ovo cozinhado chegasse até nós, perguntamo-nos o que deveria ser dito na extravagante circunstância do Dubai. O que será mais importante? O

| Luís de Matos, mágico, assina semanalmente este espaço de partilha e opinião | Com a ajuda de um leitor de QR Code (a imagem pontilhada impressa nesta página) utilize o seu telemóvel ou webcam para descobrir o caminho apontado por Luís de Matos

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CA

PARECE QUE FOI ONTEM MAS JÁ PASSARAM 100 ANOS. Foi em 1911 que tudo começou. Ao longo dos últimos 100 Anos caminhámos ao lado de muitos projectos e ambições. Apoiámos famílias, empresas e instituições de solidariedade social. Contribuímos para o desenvolvimento económico-social das comunidades locais. De aldeias a vilas, de vilas a cidades e de geração em geração. Hoje somos um Grupo Financeiro com uma oferta global de produtos e serviços em que os portugueses confiam. 700 Balcões, mais de 400 mil Associados e mais de 1 milhão de Clientes. Juntos somos cada vez mais, e juntos celebramos 100 Anos de Crédito Agrícola.

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Centenário


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