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Maló de Abreu quer Académica melhor que o Braga

dossiê legislativas

CONHEÇA OS objetivos de Be, cds e cdu

BRUX O de coimbra cura De duas em duas semanas, a tranquila Estrada de Coselhas fica cheia de pessoas. Às dezenas, vêm à procura de apenas uma coisa: a cura para problemas físicos. É lá que o "Dr. Paulo" aplica os seus tratamentos e passa receitas.

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REVISTA SEMANAL

26 MAIO 2011 • Nº 17

tudo com chás

em casa de...

ambiente

Vidas

União na família de aníbal duarte de almeida

energia do futuro está no vento

Quando mondego "engolia" margem esquerda


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S LENTE E C X E S EITE A TEMOS APROV E U Q NHAS R! CAMPA ERECE F O E H PARA L


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VIDAS

Um dia com

Energia

Empresário de Sucesso

Abrilina Mesquita

Avelino Dantas

Aníbal Traça de Almeida

Francisco Delille

5 Editorial 10 Sete sóis, sete luas 14 Ex(Sic)tações 15 Acredite se quiser 16 Retrato falado 18 Confidencial 24 Via do leitor 25 Cartas 42 Empresário de sucesso 49 Casino 50 Em casa de... 53 Viajar 54 À mesa 56 Topo de gama 59 Antes e depois 60 Moda 62 Social 70 Cultura

Mário Nicolau (mario.nicolau@cnoticias.net) Redação:

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Colunistas 23 Jorge Bento 31 Mira Lagoa Sobral 74 Luís de Matos

AO MICROSCÓPIO

6 Legislativas: quem fica de fora? Entrevistas aos cabeças de lista do BE, CDS e CDU no círculo eleitoral de Coimbra 20 Um dia com o comandante Avelino Dantas C foi ver como atuam os Sapadores de Coimbra 22 Que é feito de si? Inês Santos canta a bordo de paquetes de luxo

pág. 22

Inês Abrantes e Jorge Caninhas Relações Públicas- Diretora:

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Sociedade

26 Curandeiro com clientela garantida Bruxo "Dr. Paulo" faz concorrência aos médicos 34 Futuro energético está no vento Portugal 100% renovável até 2050

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Cérebros

38 ISA inova na eficiência energética Empresa ajuda a diminuir consumo em 25%

pág. 38

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42 Empresário de sucesso Clínica Delille persegue a excelência

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DESPORTO

46 Maló de Abreu quer Académica "melhor que o Braga" Entrevista ao candidato à presidência do clube

pág. 46

VIVER

50 Em casa de Aníbal Duarte de Almeida "União, compreensão e amor no seio da família" 72 Quando o Mondego "engolia" a margem esquerda Histórias da vida de Abrilina Mesquita pág. 50

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editorial

Campanha triste SOARES REBELO Diretor

Assiste-se, país fora, a uma fuga generalizada ao exercício legítimo e sensato da cidadania ativa

os portugueses estão a ser submetidos a um processo execrável de brutalidade ideológica. Embora mal tenha começado a campanha eleitoral para as legislativas antecipadas de 5 de junho, decisivas para o futuro de todos nós, já tudo vale, tudo serve, tudo conta na corrida ao Poder. Saberão os partidos distinguir o possível do impossível? Saberão que jamais poderá distribuir-se riqueza sem primeiro a criar? Saberão medir distâncias entre a proposta séria e aquela que mais não visa senão manipular o eleitorado? a situação é crítica. Portugal está a definhar e a empobrecer, talvez mesmo, a arruinar-se. Os custos do empréstimo disponibilizado pela troika serão elevadíssimos, há quem diga, até, que incomportáveis, o que leva a desconfiança a expandir-se por todos os estratos sociais. Não admira, portanto, que os portugueses se sintam desorientados com a manifesta falta de capacidade política de quem se apresenta para lhes administrar o futuro. o desassossego é inequívoco. Paira mesmo no ar a sensação de que já não controlamos, por cá, os acontecimentos. A economia patina, a violência alastra, a floresta arde. Vivemos, não há dúvida, tempos confusos. É certo que alguma comunicação social busca com avidez apenas aquilo que espelhe situações penosas, mas quando, até por isso, urgiriam projetos mobilizadores e lideranças reforçadas, adensa-se a falta de credibilidade na política – e nos políticos. Quem tem mais dúvidas de que seja qual for o partido legitimado nas urnas para formar Governo continuará, como todos os seus antecessores, a legislar, tão-só, para seu uso e costume?

os últimos tempos roubaram-nos alguma auto-estima, inclusivamente, responsabilidade individual. Assiste-se a um alheamento cada vez mais profundo dos nossos eleitos relativamente aos problemas reais, efetivos, com que o país se confronta. Ouvir alguns chega a dar a sensação de que, afinal, não somos daqui, antes de uma outra qualquer galáxia. Privilegia-se o confronto, evita-se o debate sobre aquilo que, no fundo, queremos ser. Portugal carece de debates claros, honestos, empenhados, sobre os problemas que mais preocupam os cidadãos – entre eles, a instabilidade laboral, o desemprego, o direito a uma reforma condigna. Atravessamos uma fase de mudança, ou seja, nessa tal "segunda modernidade" que passou a obrigar a sociedade, segundo Ulrich Beck, a encontrar resposta -e com urgência, para cinco novos grandes desafios básicos: globalização, individualização, revolução dos géneros, subemprego e perigos globais. Não admira, pois, que nos sintamos vulneráveis. Cumpre-nos, ainda assim, como povo, transformar o risco em princípio estimulante da nossa criatividade e imaginação, exorcizando fantasmas, sacudindo torpores, agitando, cá de fora, as próprias bancadas parlamentares. A democracia exige confronto de propostas e alternância de protagonistas, mas os programas eleitorais em confronto não consubstanciam a mínima inovação, os candidatos continuam a ser, praticamente, os mesmos. Assiste-se, país fora, a uma fuga generalizada ao exercício legítimo e sensato da cidadania ativa. Triste campanha!

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ao microscópio

head

ao microscópio

atual

Quem fica de fora? a C antecipa as eleições legislativas. hoje publicamos entrevistas com os cabeças de lista de BE, CDS e cdu. para a semana, é a vez de ps e psd TEXTOs Vasco Garcia FOTOs PEDRO RAMOS

Dos 10 parlamentares eleitos em Coimbra em 2009, só metade tem hipóteses de continuar na Assembleia da República: Ana Jorge (PS); Pedro Saraiva e Nuno Encarnação (PSD); José Manuel Pureza (BE); e Serpa Oliva (CDS-PP)

Pouco mais de ano e meio depois, os portugueses são novamente chamados às urnas. De setembro de 2009 para cá, muita coisa mudou. Desde logo, o agravar da crise, que levou à queda do governo e precipitou novo ato eleitoral. A mesma crise que levou Portugal a ter de recorrer à ajuda externa. A mesma ajuda externa que irá condicionar, de forma indelével, o trabalho do próximo executivo, seja ele qual for. Em Coimbra, também houve mudanças. Entre elas, um pormenor que terá uma enorme influência nas próximas eleições: o distrito elege, agora, nove deputados, menos um do que nas últimas legislativas. A questão preocupa, principalmente, os partidos mais afastados do arco do poder. CDS-PP e BE, que elegeram um deputado em 2009, têm a tarefa mais dificultada. Mantêm, contudo, os mesmos candidatos e a mesma esperança. A CDU sonha com a eleição de Manuel Rocha, que também continua como

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cabeça de lista. Aliás, o PSD é o único partido com assento parlamentar a alterar o primeiro nome na lista de candidatos a deputados. José Manuel Canavarro surge no lugar ocupado em 2009 por Paulo Mota Pinto. O PS volta a apostar na ministra da Saúde, Ana Jorge. Em 2009, PS e PSD elegeram quatro deputados e BE e CDS-PP um. Agora, são vários os cenários possíveis. Um que há que ter em conta é o de José Manuel Pureza (BE) não ser eleito e tudo o resto ficar igual. Assim, seriam eleitos Ana Jorge, Mário Ruivo, João Portugal e Teresa Sousa Fernandes (PS); José Manuel Canavarro, Pedro Saraiva, Nilza Sena e Nuno Encarnação (PS); e Serpa Oliva (CDS). Outra das possibilidades é a de se verificar uma bipolarização PS /PSD. Cenário que abriria as portas da Assembleia da República a Rui Duarte (PS) ou Maurício Marques (PSD). Mas podem acontecer outras "surpresas", como a eleição de Manuel Rocha pela CDU ou a

de Paulo Almeida, número dois do CDS. Nesse caso, seria Teresa Sousa Fernandes (PS) ou Nuno Encarnação (PSD) a ficar de fora. Há que lembrar ainda que, tanto no PS como no PSD, há nomes que poderão vir a integrar um futuro governo, o que deixaria caminho livro para aqueles que estão em posições mais modestas nas listas chegarem ao Parlamento. Outro fator importante e que pode ter alguma influência no resultado final é o elevado número de partidos que se apresenta a este ato eleitoral. São 14 as forças políticas que disputam os nove lugares em Coimbra: Partido Nacional Renovador; Partido Popular Monárquico; PCTP/MRPP; Partido Trabalhista Português; Portugal Pró-Vida; Movimento Partido da Terra; Movimento Esperança Portugal; e Partido pelos Animais e pela Natureza (além dos cinco já referenciados). Como se vê, não falta por onde escolher. O importante agora é exercer o dever de cidadania e, no dia 5 de junho, ir às urnas votar.

26MaiO 2011


José Manuel Pureza

Coimbra perdeu sempre com PS e PSD PS e PSD devem pedir desculpa pelo metro Fusão hospitalar pode diminuir humanidade e qualidade Economia refém do caráter regressivo do governo BE disponível para governo de esquerda

José manuel pureza, professor universitário de 52 anos, é o primeiro candidato do BE em Coimbra.Acredita na reeleição e destaca a importância da voz do BE no parlamento Como foi a experiência como deputado e como líder da bancada parlamentar? Foi muito exigente, uma responsabilidade enorme, para a qual não estava preparado. Apesar das tarefas muito intensas que a liderança parlamentar impõe, fiz sempre questão de me assumir em primeiro lugar como deputado pelo círculo de Coimbra, o que me permitiu dar voz àquilo que se passa no distrito. Isso foi fascinante, embora quase sempre pelas piores razões, já que quase sempre se tratava de denunciar situações de perda de qualidade e de atentado a direitos essenciais. Por isso foi, também, uma enorme responsabilidade. Essa visibilidade poderá ajudá-lo a ser reeleito? As pessoas vão decidir em função

dos seus próprios critérios. Eu não dou nada por garantido nem nada por perdido. O BE está nesta campanha a disputar cada voto como se fosse a primeira vez. As pessoas poderão agora avaliar se foi ou não importante haver um deputado do BE eleito por Coimbra. Está preocupado com as sondagens? As sondagens mostraram-nos, até há pouco tempo, a necessidade de redobrarmos o nosso trabalho. Foi o que fizemos. A realidade é que as últimas sondagens mostram um sentido de subida do BE. Qual será a vantagem para a população do distrito de ter um deputado do BE? A principal vantagem decorre da liberdade desta voz relativamente aos interesses do bloco central. Durante muitos anos, Coimbra ficou condenada a ser representada exclusivamente pelo PS e pelo PSD. Isso significou que Coimbra perdeu sempre, em todos os dossiês. Ao contrário, neste úl-

timo ano e meio, a existência de uma voz do BE permitiu trazer à Assembleia da República um conjunto de temas de uma maneira muito aberta.

te para as famílias. Naturalmente que vamos a estas eleições como uma outra prioridade, que é óbvia para todos: a questão do Metro Mondego.

Quais são as grandes prioridades e as grandes preocupações do BE para o distrito? São as mesmas que temos para todo o território nacional. A minha primeira prioridade para Coimbra é ter um país culto, desenvolvido e justo. A nossa prioridade mais específica para Coimbra é termos um distrito que não seja precário de nenhum ponto de vista nem no trabalho, nem na mobilidade, nem na cultura, nem no ensino, nem na saúde. Vamo-nos bater pelo reforço dos serviços públicos para que isso possa acontecer. Acima de tudo está, também, o emprego. Nós temos a noção que Coimbra é um distrito onde o desemprego tem valores dramáticos. A destruição de emprego que se tem verificado de há uns anos a esta parte no setor industrial, designadamente na zona norte e interior do distrito, é um drama angustian-

Qual é a posição do BE? É a pior humilhação a que a população do distrito foi sujeita nos últimos anos. Por isso mesmo, fazemos questão de dizer duas coisas: em primeiro lugar, este projeto tem de ser cumprido, porque é uma questão de elementar justiça e elementar decência e de necessidade absoluta para o distrito; em segundo lugar, os partidos que têm estado no poder – o PS, o PSD e também o CDS – devem coibir-se de dizer alguma coisa que não seja pedir desculpa às populações. Esta coisa de voltar a ter no calendário uma data para finalmente termos metro é a prova de que não aprendemos nada com a realidade. Porque já disseram tantas vezes isso e tantas vezes o tiveram de desmentir que eu acho que, em homenagem a uma população que está humilhada e está ferida, se deviam coibir de o fazer.

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ao microscópio

atual

Serpa Oliva

O CDS tem de subir, necessariamente O PSD é o parceiro preferencial do CDS Um governo de salvação nacional, com pessoas do PS, seria o melhor dos caminhos Conclusão do metro é fundamental Coimbra foi esquecida pelo governo

joão serpa oliva, médico de 61 anos é o cabeça de lista do CDS-PP em Coimbra. Acredita que continuará no Parlamento e sonha com a eleição de um segundo deputado Como foi a experiência como deputado? Caraterizou-se por duas coisas fundamentais. A primeira foi a ausência total de saber o que ia encontrar. Simultaneamente, tive a sensação de que é mais difícil ser deputado do que dizem. Mas acho que a experiência foi positiva. Que resultado espera nas próximas eleições? Quando fiz a apresentação da candidatura, disse que gostaria de eleger dois deputados. Eu entrei em nono lugar nas últimas eleições e, mesmo com menos um deputado, entraria na mesma. Mas estou convencido que, se a mensagem passou, nós temos, fatalmente, de subir. Mas não posso dizer, à partida, que estou garantido.

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Teme o "voto útil" no PSD? Tenho a sensação que as sondagens são "fabricadas" para obrigar a que a direita democrática não vá atingir os resultados desejados, porque haverá fugas para o "voto útil" no PSD. Mas entendo que voto útil até deveria ser para o CDS. A previsível subida do CDS deve-se ao trabalho do Serpa Oliva como deputado, ao trabalho do partido ou, também, ao trabalho de autarcas como Luís Providência? Acho que se deve a um conjunto de gente. Não tanto a mim, que trabalhei o que me foi possível, mas à direção do partido, ao líder Paulo Portas e ao trabalho em conjunto dos deputados do CDS. Quem votou PS está desiludido, quem votou PSD tem algum receio da inexperiência de Passos Coelho e quem votou CDS não está arrependido. Só temos tendência a subir. Qual a importância para o distrito de ter um deputado

do CDS no Parlamento? É uma voz que não tem nenhuma ligação a nenhum lóbi. É essa voz independente de quem quer estar junto dos mais desfavorecidos mas, simultaneamente, junto daquilo que são os valores que defende intransigentemente: a família, a saúde, a educação e a justiça. Quem é o grande adversário do CDS? O PS, o PSD, a abstenção? Eu diria que é o desencanto. As pessoas estão desencantadas com os políticos. Sob o ponto de vista político puro, eu não distingo adversários, mas distingo a hipótese de, mais tarde, virmos a estar coligados. E o nosso parceiro preferencial será sempre o PSD. Quem são os responsáveis por esse desencanto? Chegarmos a este estado de coisas deve-se a um conjunto de muito desperdício e muita falta de caminho, de objetivos. As coisas foram feitas ao sabor da corrente. O responsável tem de ser julgado,

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do ponto de vista político. Não estaríamos na situação em que estamos se tivesse havido alguma ponderação. Eu não englobo aqui o PS todo, mas acho que José Sócrates tem uma conceção que a nós nos parece uma aberração. Eu, no lugar dele, já me tinha demitido há 300 anos! Espero que ele, se perder as eleições, tenha o bom senso de se demitir e, a partir daí, se consiga formar um governo de salvação nacional, indo buscar gente ao PS – porque há muito boa gente no PS. É daqueles que acha que o Governo e o primeiro-ministro não gostam de Coimbra? Tenho a certeza! Essa é mais uma razão para que haja outros partidos para defender Coimbra e o distrito. Coimbra foi completamente esquecida, ultrapassada. A quantidade de serviços que nos tiraram e continuam a tirar deixa-nos perplexos. Mas nós temos de ter a cidadania necessária para, juntamente com os deputados, dar um novo rumo ao governo, a Portugal e ao distrito.


Manuel Rocha

Temos um potencial enorme que não é aproveitado Ramal da Lousã deve servir para transporte de pessoas e mercadorias Fusão dos hospitais não pretende mais do que reduzir custos As acessibilidades não são prioridade A agricultura tem de ser pegada de novo Manuel pires rocha, professor de 48 anos é o número um da lista da CDU em Coimbra. Admite que se não for eleito, será um mau resultado. Nas últimas eleições não conseguiu ser eleito. Acredita que é desta? Aquilo que nós fazemos é trabalhar para isso, fazer com que as pessoas percebam a nossa mensagem. O trabalho da Rita Rato pode ser importante na escolha dos eleitores? Sem dúvida, embora nós tenhamos a noção que a Rita Rato teve de se dividir por várias tarefas. Mas espero que as pessoas tenham visto o trabalho da Rita Rato, fazendo perguntas, propostas e não se ficando pela crítica simples. Acompanhámos a par e passo todas as grandes questões que foram colocadas no nosso distrito. Qual será a vantagem, para a população do distrito, de ter

um deputado da CDU? Um deputado da CDU seria a forma de termos, a vários níveis, uma representação forte da nossa população no parlamento. Os deputados da CDU, normalmente, trabalham em prol das populações. Fazem ações altamente meritórias, que valem pelo volume e qualidade da atuação. Não há ninguém a dizer que o PCP está encostado, à ronha, e que não faz nada. A valorização do parlamento também passa pelo reforço da votação na CDU. Quais as grandes prioridades e preocupações da CDU no distrito de Coimbra? Nós temos um grande potencial produtivo enorme que não é minimamente aproveitado. As nossas preocupações prendem-se muito com essa questão. Prendem-se também com a situação dos desempregados, com o abaixamento que se prevê nos benefícios sociais, que possam acarretar para o nosso povo grandes sacrifícios. Há vários setores que têm sido penalizados: centros de saúde que

foram fechados, a reorganização da educação, que não tem sido feita com juízo, a história do ramal da Lousã, que é tristíssima… O PCP sempre tem uma posição em relação ao metro diferente da maior parte dos partidos. Os acontecimentos têm dado razão ao PCP? A posição sempre tivemos é a mesma que vamos ter daqui para a frente: o ramal da Lousã é importante sob o ponto de vista de transporte de pessoas. Mas pensamos também que devia ser valorizado o transporte de mercadorias. Num metro de superfície, não há mercadorias que valham. Aquilo que deveria ser feito era a eletrificação da linha. E continuamos a dizer o mesmo: os carris que saíram da linha devem voltar a ser colocados. É daqueles que considera que o Governo não gosta de Coimbra? Coimbra é um grande problema. Coimbra andou em desvarios durante muitos anos, que lhe

retiraram até algum encanto e que não apostaram nesta cidade como uma cidade voltada para o turismo e para a cultura. Tivemos políticas de ensino superior que fizeram da Universidade uma entre muitas outras, num país pequeno que devia projetar bem os seus centros de investigação e de ensino. Há culpas próprias, de quem governa a cidade, e há culpas próprias de quem governou o país. Mas a CDU aí não foi tida nem achada. E o povo, se está descontente, deve experimentar outras escolhas. O povo português tem a ganhar se mudar o seu sentido de voto. Que mensagem gostaria de deixar aos eleitores? Eu gostava de deixar uma mensagem direta: agora CDU. Até aqui, a vida nos últimos anos tem sido sempre a descer. E o que nos apontam são mais sacrifícios para o povo português. Uma vida só de sacrifícios não é suportável por ninguém. Nós tempos propostas para que esses sacrifícios sejam torneados.

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ao microscópio

direito

direto

sete sóis, sete luas head

elevador do mercado

Melro gera polémica no setor da caça

Luís Lavrador, chef de renome e docente na EHTC, foi, em 2009/2010, o melhor aluno do mestrado em História da Alimentação, na UC.

artur seguro pereira Advogado

O contrato verbal Virgílio Correia levou o Museu Monográfico de Conímbriga a dar-ser a conhecer em Coimbra. Assim se conquistam novos públicos.

Um trabalhador que não tenha

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Caça ao melro estava proibida há mais de 20 anos

A possibilidade de caça ao melro, depois de mais de 20 anos de proibição, é uma das medidas contestadas, bem como o uso de munições de chumbo junto a zonas húmidas e a caça a espécies migradoras. A SPEA contesta ainda a fixação do calendário venatório para três épocas de caça consecutivas, argumentado que as espécies cinegéticas estão sujeitas a fatores ambientais, que podem variar de ano para ano. As associações de caçadores estão de acordo com as novas medidas.

Leiria cobre Mercado de Sant'Ana

Castelo Branco tira prisão do convento

A Câmara Municipal de Leiria vai colocar uma cobertura no Mercado de Sant’Ana, para combater a sazonalidade da animação cultural do concelho, criando uma praça que consiga, juntamente com as lojas já existentes ou a instalar, ser âncora de atração cultural da cidade. O investimento ronda os 500 mil euros.

está em discussão pública, até até 5 de junho, a construção da nova cadeia masculina de Castelo Branco, com capacidade para 335 reclusos e em que serão investidos 25 milhões de euros. O processo permitirá à câmara adquirir o Convento de Santo António, onde o estabelecimento está instalado.

Manuel Baptista abriu, há um ano, o Still Is, nas instalações da antiga sede da Académica. O sucesso do empresário tem sido inequívoco.

a subir

a Sociedade Portuguesa de Estudo das Aves (SPEA) vai avançar com uma queixa à Comissão Europeia contra "ilegalidades" do calendário de caça, mas o secretário de Estado das Florestas assegura que nenhuma diretiva está a ser violada. Em causa está a portaria que passa a regulamentar o exercício da caça e define o calendário venatório, que a associação diz conter "o maior chorrilho de disparates e más práticas de gestão da caça jamais visto em Portugal em tempos recentes".

a descer

assinado o seu contrato de trabalho tem os mesmo direitos e obrigações que aqueles que o assinaram? É comum confundir-se o conceito de contrato de trabalho com o documento que contém as cláusulas que o regulam e as assinaturas do trabalhador e do empregador, dizendo-se frequentemente que o trabalhador não tem contrato de trabalho quando não assinou esse documento. Tal ideia é, no entanto, incorrecta. De facto, o contrato de trabalho, quando configurado na sua forma típica de contrato por tempo indeterminado (ou ‘sem prazo’), não está, em geral, sujeito à forma escrita, podendo ser um contrato de trabalho por mero ajuste verbal. Assim sendo, mesmo sem a assinatura de um documento designado contrato de trabalho, estaremos perante um contrato de trabalho desde que se verifiquem, na realidade, as suas notas essenciais, presumindo-se a sua existência quando, por exemplo, o trabalhador tenha um horário de trabalho certo, um salário regular, ou trabalhe sob orientação directa do empregador. Nestes casos, o trabalhador tem exatamente os mesmo direitos que os demais trabalhadores por tempo indeterminado que assinaram contratos de trabalho, designadamente no que respeita a retribuição, férias ou despedimentos, e, bem assim, as mesmas obrigações, sendo o conteúdo do seu contrato definido pela lei geral.

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ana jorge não foi feliz na sua pré-campanha em Coimbra. As contradições sobre o Metro Mondego foram, no mínimo, comprometedoras.


M]ARIO NICOLAU

Taveiro fantástica

integrado nas XXVII Jornadas Culturais, o concerto da Filarmónica União Taveirense, na Quinta do Marquês, surpreendeu a assistência que preencheu o recinto. "Fica na memória do povo", disse um dos espetadores, quando preparava o regresso a casa ao fim de mais de uma hora de concerto. A declamação de Luís de Melo, presidente da direção do Loucomotiva Grupo de Teatro de Taveiro -, a sensualidade de Ana Braz, estudante de canto lírico, e a execução primorosa de Sílvio Rajado, no acordeão, confir-

maram a validade da aposta. Sob direção musical do maestro João Paulo Fernandes, a Filarmónica União Taveirense demonstrou modernidade e mestria. As boas vontades foram fundamentais no êxito da iniciativa: elementos da junta de freguesia e da direção da filarmónica eliminaram o mato, transformando o local numa digna "sala" de espetáculos; o som e a luz da Musiconcertos completaram "o milagre". O portal cnoticias. net transmitiu o concerto através da web e Taveiro ligou-se ao mundo. Memorável.

marta varandas

fotolegenda

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Termina hoje a 11.ª edição da FENGE - Feira de Engenharia de Coimbra, certame organizado pela Associação de Estudantes do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra. Durou quatro dias e mostrou a ligação da escola ao mercado de trabalho.

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sete sóis, sete luas

ao microscópio

visita de

médico

DESFILE NA BAIXA

Coimbra de xaile aos ombros o xaile foi, em tempos idos,

Ser criativo

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boa notícia

Ribau Esteves defende extinção de munícipios

O autarca social-democrata Ribau Esteves defende a extinção de cerca de metade dos municípios do país, entre os quais aquele a que preside, Ílhavo, que acredita dever fundir-se com os dois concelhos vizinhos, Aveiro e Vagos, que, no conjunto, ganhariam uma escala populacional da ordem dos 150 mil eleitores e 200 mil habitantes."A maior parte dos nossos municípios não tem sustentabilidade no futuro próximo", argumenta o autarca.

Cerca de centena e meia de postos de trabalho vão ser criados no concelho de Tondela, em 16 projetos empresariais em que serão investidos 34 milhões de euros.

má notícia

diana gaspar duarte Psicóloga clínica

ser criativo é ter a capacidade de gerir a mudança, de conseguir produzir algo novo, original e útil. É ser capaz de criar e testar entusiasticamente novas hipóteses para resolver um problema e de as reformular se assim for necessário. Os estudos dizem que, as experiências criativas geram bem-estar emocional, e que contribuem para a qualidade de vida e bem-estar. Também nos dizem que os mais criativos apresentam, ao longo da vida, menos sintomas depressivos e mais autoconfiança, por acreditarem que têm capacidades para resolver os problemas do dia-a-dia. Thomas Edison defende que "a criatividade é 1 por cento de inspiração e 99 por cento de transpiração". Isto significa que se o potencial para se ser criativo é elevado, cabe a cada educador habilitar para a criatividade. Ensine a criança a ser flexível, a gerir e adaptar-se à mudança, a lidar com o imprevisto e a acreditar que possui as competências necessárias para resolver os desafios diários com motivação e entusiasmo. As crianças criativas possuem maior abertura à novidade e ao conhecimento, maior motivação, proatividade, autoestima, autodeterminação e autoconfiança. E se criatividade (creâtus) significa fazer, produzir ou crescer, ensine a sua criança a ser e crescer criativamente.

-se acompanhar de um xaile. O evento contará ainda com a atuação de vários grupos folclóricos e etnográficos do concelho, a convite do município, o que dará, com certeza, um cunho muito valioso e colorido ao desfile, pela diversidade de exemplares que se espera venham a ser apresentados pelas suas proprietárias. Registe-se que os xailes de caxemira fabricados na Índia foram introduzidos na Europa, através de Inglaterra, na segunda metade do século XVIII. Mas só foram conhecidos em Portugal por volta de 1840, apesar do seu aparecimento como cobertura da mulher, em 1817. Nos inícios do século XX, o xaile era um lenço grande, quadrado, pintado, que as mulheres traziam pelos ombros, fabricado com lã de camelo oriundo da Índia Oriental. Posteriormente, aparecem os que vêm da Ásia, de lã fina, seda ou algodão.

uma peça de luxo associada à indumentária da mulher de Coimbra, que o usava sobre os ombros ou traçado sob o braço direito. Alguns deles, remontando de meados do século XIX ao começo do século XX, ainda bem conservados e guardados, vão poder ser vistos, esta noite, a partir das 21H00, na Baixa da cidade. O desfile, entre o Largo da Portagem e a Praça 8 de Maio, assinalará o arranque oficial das Comemorações dos 900 Anos de Coimbra (1111-2011). A população está convidada pela câmaras a associar-se à iniciativa, envergando um qualquer xaile, que possa estar ou não guardado num baú de relíquias de família e sem que, para isso, seja necessário recorrer a algum outro tipo de traje específico. Pretende-se, pois, que os cidadãos façam desta, também, a sua festa, pura e simplesmente, fazendo-

O presidente do Sindicato da Construção de Portugal denunciou que "um novo tipo de escravatura" atinge portugueses ligados à construção civil em França e na Alemanha.

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ex(sic)tações

ao microscópio

toma lá dá cá É um verdadeiro descalabro a atuação de José Sócrates. O seu governo tardou em pedir ajuda internacional (...) e não teve força, nem capacidade, para obter um acordo que não penalizasse os portugueses em duas frentes simultâneas: na austeridade e nas taxas de juro.

O que poderão esperar os portugueses de um líder partidário frágil (Passos Coelho), com um programa eleitoral que veicula medidas que porão em causa a coesão social e com um partido (PSD) que se mostrou incapaz de atrair as suas personalidades mais relevantes?

Norberto Pires

André Oliveira

frases desfeitas Concordo inteiramente com o presidente da Federação de Coimbra do PS, e passo a citar, "os deputados devem ser avaliados pela ligação ao distrito". Está dito e está escrito mas, já agora, de onde é a cabeça de lista do PS?

Nós, os autarcas, temos de tratar o dinheiro público com muito respeito.

Portugal vai ter eleições decisivas. Desta vez é a sério. Ninguém pode ficar em casa.

João Orvalho, vereador da câmara de Coimbra

José Sócrates, secretário-geral do PS

Já diziam os gregos: quem sentir inclinação para ironizar com alguém, deve assegurar-se, primeiro, que esse alguém é ele próprio.

Também os adeptos do Sporting se convenceram que sabiam por que não ficavam em casa. E começaram a ficar…

Paulo Júlio, presidente da câmara de Penela E, já agora, como aparece o anterior cabeça de lista do PSD/Coimbra, Paulo Mota Pinto, candidato por Lisboa?

Este Governo rapou o fundo do tacho. Passos Coelho, presidente do PSD

O meu legado, ou o meu registo no PS, se se quiser assim dizer, é um legado de resultados eleitorais ganhadores, de seriedade, de transparência, de respeito. Victor Baptista, ex-deputado do PS Pena é quando perde, caro Victor.

Vou percebendo que há muitas coisas que é possível fazer com pouco ou mesmo sem dinheiro. João Gabriel Silva, reitor da Universidade de Coimbra Cuidado, professor. Ter cabeça não é vantagem nenhuma. Os alfinetes também têm…

Engraçado, já não há nada para rapar, mas todos se querem meter na caldeirada.

As condições materiais e objetivas que levaram à degradação da ex-URSS e à emergência de Gorbachev não se podem de forma alguma ler como intervenção divina. Carlos Amaral Dias, diretor do Instituto Superior Miguel Torga Álvaro Cunhal , se fosse vivo, dir-lhe-ia: obviamente que não, senhor doutor, obviamente que não...

ou não, só há mes“ Goste-se mo dois candidatos a PM, Sócrates e Passos Coelho. Tudo o resto é do domínio da ficção científica. Marques Mendes

Nilza Sena

Horácio antunes

Fontes: Facebook, As Beiras, Diário de Coimbra e Lusa. Seleção de frases e comentários: Redação C

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26MAIO 2011

Resposta certa: Marques Mendes

quem foi que disse?


acredite se quiser

Chuva castanha assusta em França

Já acordou de manhã e pen-

sou que estava um tempo de "caca"? Foi exatamente isso que passou – literalmente pela cabeça dos habitantes de Saint-Pandelon, uma pequena aldeia francesa. O motivo foi, nada mais, nada menos, uma estranha chuva de excrementos que af ligiu os 750 habitantes, durante um dia e uma noite. Jean-Pierre Boiselle, o presidente da junta, revelou que, de início, os habitantes até gracejaram com o acontecimento, mas, pela noite, estavam aterrorizados. Na rua, o ar ficou irrespirável. Depois de alguns testes, as autoridades descobriram que as fezes são de origem animal, ao que tudo indica de aves migratórias.

O hipermercado Jumbo apresenta pela segunda vez consecutiva o preço mais baixo para os produtos escolhidos pela C. O valor do cabaz não difere muito de loja para loja: apenas 33 cêntimos separam o mais caro do mais barato.

Ingleses capturam animal perigoso

Da china chega um fenómeno da medicina. Um bebé prematuro, nascido no Hospital Infantil Hubei, em Hunan, tem o sangue… cor-de-rosa. O jornal China Daily indica que a menina foi diagnosticada com hiperlipidemia, ou seja, excesso de substâncias gordurosas no sangue. O curioso é que esta doença atinge apenas adultos, não havendo casos registados em recém-nascidos. Mas será essa doença que provocou a alteração na cor do sangue. O relatório médico indica que o bebé, de apenas 40 dias de idade, estava em condições saudáveis ao nascer e só duas semanas depois é que apresentou alguns desconfortos.

Em Coimbra, um jovem decidiu assaltar um escritório de advocacia. Depois de recolher 75 mil euros de bens, o cansaço atacou. O soninho foi mais forte e o rapaz de 23 anos deixou-se dormir. Foi apanhado no dia seguinte, ao meio dia, pelo proprietário. Ainda não se sabe quanto tempo dormiu...

Os tigres são os maiores felinos do mundo, predadores ferozes, capazes de atacar humanos, se estiverem famintos. Por isso, quando as autoridades de Southampton receberam a indicação de que tinham avistado um tigre branco num campo de golfe, não estiveram com meias medidas. Foi lançada de imediato uma gigantesca ação policial, da qual até fez parte um helicóptero. Chegados ao local, tempo de enfrentar o animal. Só que o tigre… era um brinquedo de criança, um peluche.

Preços/Kg/L

Amor manso Devem existir poucos maridos tão compreensivos quanto o norte-americano Christopher Colleps. A mulher de Colleps, professora, foi presa por alegadamente ter mantido relações sexuais com cinco estudantes maiores de idade, entre abril e maio deste ano. Apesar da mão cheia de traições, Christopher veio a público revelar que, "embora seja alvo de muitas brincadeiras", vai ficar ao lado da mulher durante todo o processo judicial. "Ela é uma pessoa amável e leal", destacou o marido, revelando que Brittni "é uma mãe amorosa".

mais caro

:)

Jumbo apresenta de novo cabaz mais barato

Criminoso dorminhoco

:(

bolsa da praça

Depois do sangue azul, o rosa

mais barato

Compal Néctar Pêssego(1l) 1,19 €

1,19 €

1,16 €

1,19 €

Água Luso (1,5l)

0,46 €

0,46 €

0,46 €

0,49€

Coca-cola (2l)

1,39 €

1,25 €

1,25 €

1,25 €

Leite Mimosa M/G (1l)

0,59 €

0,59 €

0,54 €

0,59 €

Água c. gás Pedras Salgadas(6X25l) 2,29 €

2,29 €

2,19 €

2,29 €

Banana Importada(1kg)

0,99 €

0,99 €

0,98 €

0,99 €

TOTAL

6,91€ 6,77€ 6,58€ 6,80€

Preços em 22.05.11

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ao microscópio

praça de táxis O que faria se fosse presidente da Académica?

antónio dias

Apostava nos portugueses par a construir uma equipa que fosse capaz de se aguentar sem dificuldade na primeira divisão e discutir os primeiros lugares. Brasileiros é que não, que já há demasiados no futebol.

VASCO FREITAS

Fazia uma mescla de jogadores da equipa júnior e de jog adores s eni o re s . T in h a cuidado com os contratos e cláusulas dos jogadores, para não permitir que saíssem a custo zero. Vejam, por exemplo, o caso do Zé Castro…

PAULO CRESPO

Apostav a sem pre nos jovens portugueses da formação. E, ao mesmo tempo, tentav a recuper ar aquela velha mística da Académica, com jogadores que fossem estudantes universitários, como antes se via muito.

retrato falado

figura da semana

Manuel veríssimo O hospital rovisco pais, na Tocha, continua a modernizar-se com equipamentos de excelência. a inauguração, na semana passada, da nova Unidade de Cuidados Continuados vai permitir a recuperação, nas melhores condições, de doentes pós-AVC e de pacientes em convalescença de cirurgias ao aparelho locomotor. O Administrador da unidade, Manuel Veríssimo, continua a consolidá-la não só como referência na região Centro, mas também a nível nacional, pois passou a estar habilitada a receber doentes provenientes de qualquer ponto do território nacional.

menções honrosas

Pedro Pita

Domingos Silva

o diretor regional de Cul-

o casino Figueira deixou de ser apenas jogo. Os últimos tempos têm sido marcados por diversas iniciativas de ordem cutural e científica. Sábado passado decorreu lá, por exemplo, a entrega de "óscares" a 19 investigadores portugueses, no âmbito da IV Gala da Ciência.

tura do Centro insiste na implantação de mecanismos que garantam melhor articulação entre os museus da região. Objetivo: organizar a oferta, de modo a demonstrar que a qualidade museológica nacional não se confina a Lisboa e ao Porto.

debate A tónica deverá ser posta em termos de eficiência, eficácia e qualidade de desempenho. Quase todos os países têm ministérios de cultura, sendo a sua ação crucial na definição de políticas de fundo, com evidentes benefícios sociais, educativos, culturais. Mudar por mudar não basta, é necessário mudar por dentro…

Se a política cultural, em Portugal, é inconsistente q.b., sem o Ministério da Cultura e sem que haja uma alternativa clara que compense essa ausência de enquadramento institucional público, não creio que seja uma estratégia de desenvolvimento adequada para o país neste momento.

Ministério da Cultura deve ser extinto como pretende Francisco José Viegas? Sérgio Gorjão Diretor do Museu Grão Vasco

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álvaro garrido Consultor do Museu Marítimo de Ílhavo

26MAio 2011


se eu mandasse

saudades de

coimbra

"Senti Coimbra de forma especial" MÁRIO WILSON Antigo jogador e treinador da Académica

Como veio parar à Académica, em 1951, saindo do Sporting campeão nacional? Nessa altura, o que mais interessav a – mais do que o mundo futebolístico – era a minha formação. E como um dos meus irmãos estudava em Coimbra, assim que tive opor tunidade fui para Coimbra. Na época, as transferências eram muito difíceis, mas eu aproveitei uma exceção que permitia as transferências, desde que fosse para ir estudar. Estudou o quê? Com e ce i p or e s tud a r num curso de Geológicas. Depois mudei para as Letras, para um curso com várias cadeiras de Letras e Ciências. Como jogador, que recordações tem da Aca-

démica? Tenho recordações maravilhosas. Os melhores anos da Académica foram comigo. A Académica era uma equipa que tinha a tendência para subir e descer e, na minha altura – como jogador e treinador – ficámos em segundo e em quarto lugar. Senti Coimbra de uma maneira muito especial. Eu tenho dois amores. O segundo amor é a Académica. O primeiro é o Benfica. Viveu cá, também, a sua primeira experiência como treinador? Sim. Eu tinha um espírito académico muito forte. Por isso é que fiquei como o "velho capitão". A Académica aproveitou esse meu espírito. Primeiro fui adjunto do mestre Cândido de Oliveira e depois treinador principal. Costuma vir a Coimbra? Sabe que eu já tenho 18 anos invertidos. Já não dá para ir permanentemente a Coimbra… O que recorda da cidade? Os campos de futebol e de basquetebol e a Universidade de Coimbra, com que me identifiquei plenamente. Como vê hoje a Académica? A Académica não deixa de ser Académica. Eternamente Académica.

"Fazia lei para a economia social"

Dias Coimbra, provedor da Misericórdia de Arganil aproveitando a vasta experiência das misericórdias, IPSS, mutualidades, cooperativas, é urgente aprovar uma lei para a economia social, dando continuidade às orientações da Comunidade Europeia para a promoção da economia social como fator dinamizador do desenvolvimento sustentável. É necessário dinamizar e estimular o espírito de voluntariado, de causas e, ao mesmo, de promoção do associativismo, aproveitando as organizações da sociedade civil, cujo contributo é por demais conhecido na área social e de que depende o funcionamento da maioria das instituições do nosso país. A dependência energética do país deve ser reduzida, de modo a estimular a economia,

www.cnoticias.net

aumentando assim a competitividade das empresas portuguesas que integram os vários setores de atividade. Esta medida é, aliás, um fator fundamental para a recuperação do nosso tecido empresarial, já que o atual contexto de mercado, fortemente globalizado e cada vez mais competitivo, não proporciona grande margem de manobra.

É necessário promover o espírito de voluntariado e o associativismo

+lida

Baile de Gala da Queima: Glamour e sete pecados em noite memorável

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confidencial

ao microscópio

Em defesa dos não oprimidos Na política é um feroz defensor dos direitos dos trabalhadores. Mao Tse Tung é o seu guia. Luta ferozmente contra políticas de direita, que só defendem os interesses do patronato. Problema: uma pessoa tem de pagar contas. Por isso, na sua atividade profissional aceita os clientes que aparecem. E enriquece a advogar as causas daqueles que estão mais longe no espetro.

Marketing direto

lente... de contato

Quem vai aos mercados sabe quem encontra. Sabe também o que quer e como o obter. Os portugueses ficam doentes com estas politiquices. Por isso, há que atacar o problema pela raiz. Se estão doentes, há que lhes dar o medicamento. Podem ser que ganhem juízo e saltem na caravana do senhor doutor.

Os portugueses são leais. Sabemos que a única cor que vale defender é o vermelho da bandeira. Mesmo quando o habitual cai, defendemos outro. E o azul (mais monárquico) é que se lixa.

As eleições são invulgares, bem como os métodos usados: andam de porta em porta, caçando votos incautos. Será que chega? APROVADO

Rui Fonseca

O judo da Académica conseguiu um sucesso histórico. Em Torres Nov as, a Académica conquistou duas Taças de Portugal, no setor ma sculino e feminino. Bom prémio para abrilhantar os 50 anos do judo na instituição. Nota 16

REPROVADO

Cerveja do choupal Este é mais trotskista, embora se veja obrigado a partilhar refeições com a direita feroz. Passeia muito por corredores europeus, mas parece que se esqueceu da doçura que é o seu país natal. Em (pré)campanha conimbricense, provou a cerveja da praxe. Mais do que uma vez. Tornou-se membro da "esquerda cambaleante". E não há novidades do debate que se seguiu.

bacalhau de rabo fino A crise não está fácil, todos sabemos. Mas não temos a certeza que os políticos saibam. Apresenta-se prova em contrário: há quem, em campanha, poupe cada tostão. Imagine que uma reles posta volta para trás, para vir dividida em duas. Políticos que sabem poupar são uma raridade. Ou então tinham a barriga cheia de pastéis.

espelho meu

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26MAIO 2011

Ulisses Morais

Depois de José Guilherme, er a complicado fazer pior. Ulisses Morais cumpriu serviços mínimos, mas nunca deslumbrou ao comando dos estudantes. 10 pontos em 10 jogos é pouco. Ainda alguém se lembra como começou a época? Nota 6


CA

PARECE QUE FOI ONTEM MAS JÁ PASSARAM 100 ANOS. Foi em 1911 que tudo começou. Ao longo dos últimos 100 Anos caminhámos ao lado de muitos projectos e ambições. Apoiámos famílias, empresas e instituições de solidariedade social. Contribuímos para o desenvolvimento económico-social das comunidades locais. De aldeias a vilas, de vilas a cidades e de geração em geração. Hoje somos um Grupo Financeiro com uma oferta global de produtos e serviços em que os portugueses confiam. 700 Balcões, mais de 400 mil Associados e mais de 1 milhão de Clientes. Juntos somos cada vez mais, e juntos celebramos 100 Anos de Crédito Agrícola.

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C78

Centenário


ao microscópio

09H15 Visita ao quartel

um dia com

09H30 Com o chefe da companhia

11H30 Na cozinha do quartel

AVELINO CARVALHO Dantas Comandante dos Bombeiros Sapadores de Coimbra

Liderar os BOMBEIROS Sapadores é um desafio aliciante, que lhe rouba parte do seu tempo. consegue, ainda assim, praticar golfe, a sua paixão texTO e FOTOS sílvia diogo a companhia dos Bombeiros Sapadores de

10H00 Leitura dos despachos do dia e planeamento de atividades

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Coimbra foi chamada, ao longo do ano passado, a intervir 6.839 vezes. Nestas circunstâncias foram percorridos 118.185 quilómetros, mas é a rotina normal de quem socorre as populações, em caso de incêndios, inundações, desabamentos, em geral, todos os acidentes. Para o tenente-coronel Avelino Carvalho Dantas, liderar uma tarefa deste tipo não é novidade. "Já sou comandante desde que saí da Academia. Fui comandante de batalhão, comandante de companhia. Comandar os bombeiros é um desafio diferente, porque há também uma missão diferente, porque as pessoas desta companhia também são muito diferentes das pessoas com quem lidava na vida militar", sublinha Avelino Carvalho Dantas. São 09H00, quando o comandante dos Sapadores de Coimbra chega ao seu posto de trabalho. No gabinete, lê o correio e os despachos do dia. Para além da diferente organização da companhia, admite que há uma hierarquia muito distinta. "Na vida militar, temos um apoio maior, porque há uma hierarquia que nos protege. Esta companhia é isolada. A única posição hierárquica que temos é o vereador para a proteção civil. No entanto, não deixa de ser um desafio comandar estes homens e mulheres. São pessoas

26mAIO 2011


14H30 Na central dos bombeiros

15H30 Almoço com a companhia

16H30 Combate ao fogo numa habitação

muito profissionais, sabem muito bem aquilo que fazem e como fazem. Para além disso, há uma motivação especial. É fazer algo em prol dos outros. Salvar vidas, proteger bens. E isso dá uma motivação acrescida", argumenta Avelino Dantas. Comandar bombeiros é mais difícil do que comandar mlitares? "Comandar aqui é mais difícil do que comandar na vida militar, mas por outro lado é mais aliciante", garante. Por volta das 10H00, mostra-nos as instalações do quartel e explica a função dos vários carros dos bombeiros. Existem mais de 100 homens e 33 viaturas e três barcos. A manhã permanece calma, sem serviços e o comandante aproveita para percorrer o quartel, a confirmar se tudo corre dentro da normalidade. Para Avelino Carvalho Dantas, o que motiva alguém a ser bombeiro é a profissão em si. "É encarar isto como uma missão. Mas penso que a estabilidade e o vencimento são outras motivações. Apesar do vencimento não ser muito elevado, é superior ao ordenado médio. Têm ainda subsídio de turno e algumas horas extraordinárias. Considerando o nível académico que têm, parece-me um vencimento razoável", explica à C. A maioria das pessoas mais velhas que trabalha no quartel não tem o 12.º ano. "Mas acho que a grande motivação para ser bombeiro é ter vontade de ajudar os outros", sublinha. Por volta das 14H3O, a sirene do quartel toca e vários bombeiros que se vestem à pressa e entram no carro em direção à Quinta da Cidreira, em Coimbra. O comandante acompanha a missão, mantendo-se atento ao controlo do incêndio que decorre numa habitação familiar. Em meia hora, o fogo é extinto e a companhia regressa ao quartel do Vale das Flores. Carvalho Dantas vive em Espinho, junto à praia. Lê muito e gosta de jogar golfe. "Ultima-

mente, não tenho jogado muito. Faço corridas e uns passeios junto à praia", revela. Considera-se uma pessoa liberal. "No entanto, todos temos máscaras. Só somos verdadeiramente puros quando somos crianças. Penso que quando crescemos e passamos determinadas idades, começamos a usar algumas másca-

ras para nos defendermos de certas coisas e para lidar com determinadas pessoas. Claro que quando sou tenente-coronel não sou a mesma pessoa. Quando estou em casa com os meus filhos, com a minha família, com os meus amigos sou outra pessoa. Mas isso é perfeitamente normal, até porque as responsabilidades que temos no serviço fazem-nos tomar atitudes e decisões com as quais nem estamos muito de acordo segundo a nossa maneira de ser e de pensar", confessa. "Mas há decisões que têm de ser tomadas porque é o melhor para a instituição, para a organização e para o cumprimento da nossa missão, que é a prevenção e a percepção de socorro às populações. Nesse sentido, muitas vezes temos de tomar decisões e optar por formas diferentes de estar em determinada situação", acrescenta. Segundo o tenente-coronel, para se ser bom bombeiro é preciso estar disponível. É preciso muita coragem porque há situações complicadas de encarar. Inicialmente, ter uma boa preparação física e saber trabalhar em grupo é fundamental. Uma pessoa que queira ser bombeiro tem de saber trabalhar em conjunto. É uma das caraterísticas essenciais. "Ninguém aqui consegue trabalhar sozinho. No mínimo, trabalha-se num grupo de dois. Nunca se entra sozinho numa habitação, nem num incêndio florestal", recorda. Os últimos bombeiros a entrar no quartel já têm cerca de oito anos de serviço. "Já tiveram situações complicadas que agora os faz reagir de uma forma mais calma e natural. Quando se chega a um incêndio urbano ou florestal, claro que as pessoas estão sempre nervosas, expetantes e querem fazer as coisas rapidamente. Mas eles também sabem que muitas vezes a rapidez leva a cometer erros. Hoje já são muito mais ponderados em todas as situações".

Na vida militar temos um apoio maior, porque há uma hierarquia que nos protege à lupa Nome

Avelino Carvalho Dantas Data de nascimento

18 de Abril de 1964

terra natal

Barcelos

residência

Espinho

autor preferido

José Saramago Hóbi

Golfe

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o que é feito de si?

ao microscópio

1995

1998

2003

2006

2008

2010

Vence o "Chuva de Estrelas" imitando Sinead O’Connor

Ganha o Festival RTP da Canção

Participa na revista "O Estádio da Nação"

Cantora residente no Portugal no Coração

Cantora residente no programa Chamar a Música

Integra o elenco de Fado História de um Povo

olha para a vitória no programa "chuva de estrelas" e no festival rtp da canção sem nostalgia. Inês santos prefere a alegria do tempo em que aprendeu "muitas coisas boas" Texto Mário Nicolau Quando recorda o coro dos Pequenos Cantores de Coimbra e a vitória no Chuva de Estrelas sente alguma nostalgia? Sinto uma alegria imensa pelo meu percurso, por ter tido a sorte de, em relação ao coro, pela mão do maestro José Firmino, aprender tanta música de qualidade desde cedo, o que me ajudou muito. O Chuva de Estrelas foi um episódio da minha vida muito feliz e muito especial, fui muito bem sucedida. Foi um momento decisivo por me ter proporcionado a possibilidade de viver profissionalmente daquilo que mais gosto de fazer na vida.

não edito há 11. Há os programas de televisão, os musicais em teatro, os concertos, a ópera, em que participei no Canadá. Agora, estou a trabalhar em navios de cruzeiro e a viajar pelo mundo. Há também a publicidade, as dobragens, enfim muitas possibilidades.

O Festival da Canção foi importante na evolução da sua carreira? O festival é o sonho de quase todos nós, cantores. Representar Portugal e ficar em 12.º lugar foram dois objetivos cumpridos e senti-me orgulhosa por tudo isso.

Fado-História de um Povo demonstra mais uma "opção" na galeria vocal de Inês Santos? É a evolução natural das coisas.Há uns anos não cantava fado porque achava que não sabia.Depois de ser convidada para protagonizar uma fadista na Ópera Inês, em Toronto, comecei a acreditar que, se calhar, até sabia cantar fado e a partir daí comecei a aprender. Muitos dos meus colegas fadistas já olham para mim como uma possível fadista. Vou continuar a aprender porque adoro fado e gostava de fazer qualquer coisa a sério nesta área.

"Segredo dos Deuses" e "Leva-me" terão consequências a curto prazo? Neste momento não é minha prioridade fazer um disco. Acontecerá quando achar que tenho algo de novo para dizer, algo que possa fazer a diferença. Não sou defensora de que para se ser cantor, é preciso editar discos. Aliás eu sou prova disso.Trabalhohá 17 anos nesta área e

Já arrumou Sinead O'Connor no baú de recordações? A Sinead está muito bem arrumada, num lugar privilegiado do meu baú que não tem chave e que qualquer um pode abrir e consultar sempre que quiser. Eu não quero fazê-lo, mas o público também não me deixa esquecer esse momento.

Qual é o local de Coimbra de maior significado para si? Talvez a Sé Velha. O conservatório era ali e, aos 11 anos, subia o Quebra Costas com o violoncelo, que era muito maior que eu. Foram bons tempos. Tenho de falar na minha professora de canto, Maria José Nogueira. Foi muito importante para mim. Ensinou-me a cantar e respeitou a minha personalidade enquanto cantora e isso foi mesmo muito importante para mim. O mundo do espetáculo é um "mundo cão"? Não.Todos os mundos têm vantagens e desvantagens; gente boa e gente má; frustrações e compensações; alegrias e tristezas. Se fizermos as coisas com verdade, se nos respeitarmos e aos outros, e se nunca nos esquecermos de quem somos, tudo correrá bem. Énecessário lutar, ter confiança, querer fazer sempre o melhor, querer aprender e, acima de tudo, amar o que fazemos. Futuro? Não faço planos.Tenho-me saído muito bem com esta filosofia. Por agora, ando a viajar pelo mundo em navios de cruzeiro e a cantar para pessoas de muitas nacionalidades diferentes, o que é ótimo.

Estou a trabalhar em navios de cruzeiro e a viajar pelo mundo

Inês Santos 22


opinião

Gerar economias de escala no Baixo Mondego Jorge Bento

A concorrência é à escala global. É nesse tabuleiro que uma região deve pensar…

a comunidade de Municípios do Baixo Mondego é uma Associação de Municípios que une Cantanhede, Coimbra, Condeixa, Figueira da Foz, Mealhada, Mira, Montemor, Mortágua, Penacova e Soure e que contratualizou um pacote financeiro de fundos comunitários de suporte a um Plano Territorial de Desenvolvimento – Baixo Mondego 2021. s e fi c á ss em os por aqui, pouco par tido tiraríamos desta experiência. Acabado “o dinheiro”, comunitário ou nacional, cada um se retiraria para o isolamento dos seus territórios, teríamos dado mais um pequeno salto em cada município, mas poucas dinâmicas de desenvolvimento, de escala regional, sobreviveriam. Por isso, o desafio destes passa por definir um programa que aproveite este esforço de associação, esta vontade de vencer os históricos individualismos das nossas pequenas e frágeis soberanias. o pl ano Baixo Mondego 2021 foi pensado em 2007/2008, numa altura em que a crise económica e financeira nem hipótese difusa era, na dimensão que se veio a revelar. Agora impõe-se manter os objetivos traçados, mas desenhar um novo percurso, com novas abordagens de política que potenciem a capacidade de resposta aos problemas emergentes no território. mas há que reconhecer uma evidência – vivemos um período, que será longo, de fortes restrições orçamentais e de grande exigência na qualidade da gestão dos dinheiros públicos.

por isso temos de “ter os pés bem assentes na terra” e procurar rapidamente as áreas de trabalho autárquico em que seja possível gerar economias de escala. há um largo espaço de inter venção para projetos em que os custos fixos podem ser otimizados com uma leve estrutura regional, em alternativa a estruturas locais com custos elevados para a dimensão municipal. Devemos começar por aí. contudo importa não esgotar a Comunidade numa réplica de práticas municipais em escala territorial alargada. Não devemos querer ser como que um Município um pouco maior e nele reproduzir o mesmo modelo organizacional. somos hoje chamados, crescentemente, a refletir e sobretudo a agir em áreas como atratividade e competitividade territorial, captação/fixação de recursos humanos qualificados, empreendedorismo ou políticas sociais activas. Políticas nestas áreas exigem estruturas flexíveis, em rede, não burocráticas. e a nossa acção insere-se num contexto de agressiva concorrência. não, não estou a falar de outras regiões vizinhas, de outras cidades-médias ou de guerras de “alecrim e manjerona”. A concorrência é à escala global. É nesse tabuleiro que uma região deve pensar mesmo quando atua localmente. Pode parecer estultícia mas é aí que se ganha o Futuro.

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ao microscópio

via do leitor

cartas Envie a sua opinião Carta: Rua 25 de Abril, n.º 7 Taveiro 3406 - 962 Coimbra Email : redacao@cnoticias.net As cartas deverão ser datilografadas com morada e número de telefone. A C reserva-se o direito de selecionar as partes que considera mais importantes. Os originais não solicitados não serão devolvidos

As eleições e o Metro Mondego Na reunião do Movimento Cívico foi decidido solicitar a todos os militantes e dirigentes dos partidos políticos para que pressionem os líderes nacionais no sentido de eles incluírem no programa da campanha eleitoral uma visita às obras do Ramal da Lousã/Metro Mondego. Foi salientado que é fundamental que os líderes dos partidos com representação parlamentar venham contactar com a realidade e pronunciarem-se sobre a necessidade de se garantir que entre Serpins e Estação Velha/ Coimbra exista um sistema de transporte público de passageiros, em ferrovia, sobre carris. É absurdo que o Governo continue a pensar desperdiçar milhões de euros em indemnizações aos empreiteiros em vez de colocar as catenárias (eletrificação) e os carris como estava adjudicado. Só a irresponsabilidade destes governantes justifica que prefiram atirar fora 8 milhões de euros em vez de fazer obra fundamental ás pessoas. Passos Coelho já tem programado para 31, terça, às 15H00 uma visita as obras junto a Estação de Miranda. Convidamos todas as pessoas interessados no Ramal/Metro a comparecer e a manifestar a nossa vontade de vermos o Governo, seja ele qual for, a executar a ligação em ferrovia entre Serpins e a Estação Velha. Sempre que soubermos da vinda de outro líder pediremos também as pessoas idêntico comportamento.

inquérito Rendas antigas devem ser liberalizadas? Participe com a sua opinião em www.cnoticias.net

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Nestas eleições temos de obrigar as pessoas a assumir responsabilidades futuras.Se os líderes dos principais partidos fugirem a esta responsabilidade e não vierem visitar as obras, em Miranda ou Lousã, iremos ao seu encontro em Coimbra para, de forma ordeira, os obrigar a enfrentar a nossa justa reivindicação. Podem ficar com a certeza que não os deixaremos em paz. Pedimos a todos que apoiem o Movimento nesta exigência, para que os líderes se assumam neste processo, pondo fim a esta irresponsabilidade. Jaime Ramos, Miranda do Corvo

Só leio que vamos ter menos meios no combate ao fogo. Ninguém se preocupa que arda tudo?

José silva, Arganil

Requiem a Inês de Castro

"Coimbra: Direção Geral das Artes diz "não" ao projeto Requiem a Inês de Castro". Só sinto uma tristeza inexplicável... Um projecto tão ansiado para esta cidade ser rejeitado! Mais uma vez a Orquestra Clássica do Centro e todos os que com ela e para ela trabalham vê, desta maneira, o "não reconhecimento" do seu trabalho! É mesmo uma injustiça! E GRANDE, parece-me. Isabel Piedade, Coimbra

A revista C e os SMTUC Na nossa edição n.º 15, de 12 de maio, reprovámos, com base em notícias divulgadas pela comunicação social, a atuação da administração dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra, atribuindo-lhe 7 valores, por ter sido necessário esperar oito anos e uma auditoria da câmara municipal para descobrir a eventual existência de um "esquema" para desviar receitas das vendas de bilhetes. A Administração dos SMTUC inseriu no seu sítio da Internet, no dia 9 de maio, quando a nossa edição já se encontrava encerrada, o seguinte comunicado, que, tendo em vista a indispensável reposição da verdade, publicamos na íntegra: Na sequência das notícias veiculadas pela comunicação social no passado fim-de-semana de 7 e 8 de Maio e atendendo ao teor especulativo das mesmas, dado que não correspondem na sua maioria à verdade, os SMTUC esclarecem que de acordo com as conclusões formuladas em processo interno de inquérito, instaurado após detecção pela Divisão de Serviços Financeiros de algumas irregularidades, nenhum dos factos nele apurados está relacionado com a campanha de venda de Bilhetes Especiais realizada aquando dos concertos das bandas Rolling Stones e U2 em Coimbra, nos anos de 2003 e 2010, respectivamente, nem sequer os montantes que vieram a público são verdadeiros. Aliás, conforme desmentido que consta da notícia publicada na edição de 9 de maio de 2011 do jornal "Diário As Beiras". Assim, os SMTUC informam que considerada a matéria apurada, foi, por despacho do Exm.º Senhor Presidente do Conselho de Administração de 18/03/2011, determinado, entre outras medidas, proceder a uma auditoria ao Setor de Venda de Títulos (SVT), que ainda se encontra a decorrer, e, nos termos da lei, foi o respectivo relatório remetido à Diretoria de Coimbra da Polícia Judiciária.

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cartas

texto elaborado pelo gabinete de ficção da revista

Caríssimo Portas tive, nestes carta da semana passada, mas Desculpa só agora responder à tua grande de es, blemas, um deles, como sab últimos dias, de resolver vár ios pro preendiTV. Espero que tenhas visto – e com tugal. porte: "estilhaçar " o Sócrates, na ndices, sem muletas, governar Por apê sem a, par ado par pre o sm tes, mas não passam de do, de uma vez, que estou me assunto. Há por aí uns maledicen ao eto dir pre sem vou les; bai de ominais, retesam os Nunca fui contra o occipital, empinam os abd o ebr cér o m me pri com : tas nis meros contorcio etas! a boca e fecham os olhos. Uns pat trapézios e os costureiros, abrem a fazer graça ainda não da tua missiva. Sei que começaste r teo o e ent dam fun pro e u-m meras cicratizes. Não Incomodo me afiançam, ainda conser vas inú que ao s, ma , ola esc a a par o ado com tinhas entrad teu ombro. Fica sabendo: estou cas ao r osta enc me de o estã sug tua a, a gostei, desde logo, da tores, já estive casado com a Europ elei aos e, ent nem sole , elei rev s a Áfr ica, como ainda há dia os no coração. Gostei, ainda à Ásia. Não tenho, como tu, cálcul rei isti res se sei não , me aiatr de pilecas. Avança! DirAmérica a tua cavalaria, o meu esquadrão com , car ata s ere pod de a eaç menos, da am -te-ei: olá, que bom ver-te!.. rma sem dor e contra o Pois garanto-te: sou a favor da refo al. tor elei ha pan cam na ple em te faça massagens, que Estamos coleira. E tu, que me pedes? Que sem cão o , udo ret sob o, end Def ro dicionáparto agrário. sapatos… Não, amigo, procura out os e rax eng te que ho, ban dê te alha está te apare as unhas, que fazer-me a barba. Tem tino - a nav zer pra nso ime ia dar te que e rio de afetos. Disseram-m o, se estalaste o ver niz? Um que te pinte as unhas - mas com res que que da, ain e, -m am red Seg cavaquismo. Embora comigo. ira, essa figura incontornável do gue No do s tica nêu me her s tese inclusivamente, que conselho: lê as m sabe, ainda assim, tudo de ti – qui Joa o a, ític pol da ia, me e retirado, há década a! tens "tiques socráticos". Ora tom feiras do Norte, com a tuas folclór icas arr uadas pelas das a num te, ras ont enc te que s a agradecer-lhe Li nos jor nai ela, chorão como só tu sabes ser, a ste aça abr te que m ata Rel . tempo. Agominha tia enfermeira era aguda, ela diagnosticou-a a cite ndi ape A a. anç cri s era ndo ter-te salvo da morte, qua os teus cálculos de rins. Fica com eu te recomende remédios para que res que s, ano tos tan os sad roubar-me a tia; não me ra, pas a fór mula das fór mulas. Podes sse tive que nem ia, far o ais jam uma certeza: levarás a prima. Saudações social-democratas Rua de S. Caetano à Lapa, 26 de

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sociedade

reportagem

medicina alternativa

"Magia" de curandeiro trata das maleitas da cidade De duas em duas semanas, a tranquila Estrada de Coselhas fica cheia de pessoas. Às dezenas, vêm à procura de apenas uma coisa: a cura para problemas físicos. É lá que o "Dr. Paulo" aplica os seus tratamentos e passa receitas Texto Marco roque e marta varandas fotos mário nicolau A "ervanária São João" dá nome ao espaço onde o "Dr. Paulo"- como todos conhecem o curandeiro – "vê e cuida as pessoas". As "consultas" dividem-se entre a Areosa, em Rio Tinto, e Coimbra, na Estrada de Coselhas. Foi aí que a reportagem da C passou um dia até ser "consultada" pelo "homem que faz milagres". Por trabalhar nestes dois locais distintos, o "bruxo" está uma semana em cada lado, sendo possível marcar consulta ou tratamentos apenas de 15 em 15 dias. E para quem vai a primeira vez, só consegue ser atendido à quinta-feira.

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Em Coimbra, foi na Rua Padre António Vieira que começou, como recorda uma mulher, a rondar os 50 anos, de Leiria e que sempre que fala no "Dr. Paulo" esbugalha os olhos, grandes e azuis. Na verdade, não fala. Sussurra. Diz que "ele sabe o que aqui estamos a dizer". Desconfiada, olha para os lados e continua: "é preciso ter fé. Ele é um homem fantástico. Venho cá há quatro anos e só tenho pena de não o ter conhecido antes". Não se alonga muito mais. Nem diz o motivo que a faz estar ali, há horas, à espera de uma consulta. Sem querer, solta

que desta vez está a marcar vez para o filho, que também já conheceu "os poderes que aquele homem tem". Empolgada, conta-nos ainda que há gente que vem de Lisboa, do Algarve e até de Espanha. Muitos são seguidores das terapias "há 30 anos", porque "foi o pai que começou. O Dr. Paulo seguiu-lhe as pisadas", explica. "Faz coisas maravilhosas, apesar de já me ter garantido que não faz milagres. Mas eu acredito que faz. Porque as pessoas recuperam a olhos vistos. Sei de uma mulher que tinha de ser operada e já não foi

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É quinta-feira, dia de primeiras consultas. Não há hora prevista para o atendimento da primeira vez, porque os tratamentos têm prioridade

porque ele a curou". São 18H00. A sala da ervanária propriamente dita está cheia de gente, de todos os estratos sociais, que não pára de chegar desde manhã. Uma mulher, cá fora, retira da mala Louis Vuitton uma sandes de pão de cereais para enganar a fome. A Estrada de Coselhas está cheia de carros, estacionados de um lado e do outro. Há homens que tentam não perder a paciência, enquanto algum familiar procura saber se está quase na sua vez. É preciso ter nervos de aço e calma para não desesperar. Porque "vale a pena", dizem-nos. Há pessoas, já habituadas à espera, que trazem uma cadeira ou banco de praia, porque não há lugar para sentar. Só no chão. O beiral da montra da ervanária e do consultório estão ocupados por gente. Lá dentro respira-se mal e só há lugar em pé. Bancos livres, só no espaço do outro lado da ervanária, onde está uma nova sala de espera. Mas aí é só para os que vão sendo chamados, de 10 em 10, e se preparam para entrar num dos dois gabinetes onde o curandeiro dá a consulta. Ao balcão da ervanária chega uma mulher, com mais de 60 anos, a mancar. Entrega um papel onde está a receita prescrita pelo "bruxo". São pedidos à idosa 122 euros.

Ainda assim, promete não desistir. "Porque preciso dele. Já fiz muitas diretas por ele e volto a fazer hoje se for caso disso. Preciso que ele me atenda", desabafa Com algum custo, retira da carteira duas notas de 50 euros e pergunta se chega. Acenam que não. Volta a procurar e retira mais uma nota de 50 euros. Perto do balcão está outra mulher, com dificuldade em encontrar uma posição confortável. O ar condicionado está ligado mas fica rapidamente saturado, com tanta gente a respirar. Parece estar sedada. Mal se aguenta em pé. Ainda assim, promete não desistir. "Porque preciso dele. Já fiz muitas diretas por ele e volto a fazer hoje se for caso disso. Preciso

que ele me atenda", desabafa. Mas sempre que fala no curandeiro sorri e toca no peito com as duas mãos juntas: "Ele é muito bom. Não tenho palavras para descrever. Já cá andei há 10 anos, parei, mas agora tive de voltar, porque ele é tudo para mim". Perto das 21H00,a funcionária que faz as marcações e avia as receitas avisa-nos que "falta muito pouco". A repórter é chamada para aguardar já na outra sala. Na frente tem dois gabinetes onde entram pacientes, à vez, para ambos, porque no interior há uma porta comum, ou seja, o curandeiro está com uma pessoa numa sala, faz o diagnóstico ou tratamento e passa para a sala seguinte. As consultas são curtas. Não mais que cinco minutos. No interior da sala, toda em madeira, aguardamos. O ar condicionado está ligado. O "bruxo" surge pela porta comum. É alto, forte e moreno. Vem acompanhado por outro homem, mais novo, que nunca sai da sala. Pergunta qual o motivo para estar ali. A repórter queixa-se de stress e de uma contractura muscular. Já fez fisioterapia e acupunctura "mas nada". O "bruxo" interrompe e pergunta: "Confias em homens? Podes confiar em mim?". À resposta afirmativa levanta-se até às costas da cadei-

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sociedade

ra onde a jornalista está sentada e pede para assentar bem os pés no chão. Num movimento rápido e preciso manipula o pescoço para a esquerda. A repórter sente e ouve a coluna estalar. Seguem-se as costas e depois o mesmo movimento no pescoço, desta vez para a direita. Tudo estala. Sente uma espécie de cruzar de mãos do "bruxo" sobre as costas e sente calor no corpo e bem-estar. Apesar do aspecto robusto, é preocupado. Pergunta como se sente e se está tudo bem, no seu sotaque do norte. É direto e olha profundamente. A repórter pergunta se tem necessidade de tomar algum chá. Sugere dois, mas "apenas se quiseres tomar". Pede para voltar para mais três tratamentos, "três dias seguidos". Ao ser questionado pelo preço do tratamento apenas diz: "Nada. Só quero que fiques boa para nunca mais te ver aqui". Nunca sorri. Mas há alguma coisa nele que cativa, que inspira confiança. E nem cinco minutos passaram, já está a abrir a porta comum para saltar para o outro gabinete. De volta à er vanária, a repórter aproxima-se do balcão, onde pode fazer a marcação e saber quanto custaria a receita, neste caso opcional. São 66 euros por duas embalagens de chá. Passa das 22H30 e continuam pessoas à espera da sua vez.

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reportagem

O "bruxo" e o jornalista

Pode-se ficar à espera durante horas, até às 22H00, meia-noite, uma ou duas da manhã A C tentou contactar o "Dr. Paulo" durante algumas semanas, sempre com um resultado negativo. Depois de tentar marcar uma entrevista, outra tentativa sem sucesso, foi-nos indicado que estaríamos "à vontade para vir a uma consulta, como qualquer outra pessoa". Tanto que o nome do jornalista foi de imediato reconhecido à entrada. É na sequência desse convite que nasceu esta reportagem, bem como a experiência que abaixo se relata. E o repórter não resistiu a lançar perguntas que foram para além da consulta normal. Depois das horas de espera relatadas, tempo de ser atendido. Das duas pessoas que entram à frente do jornalista, uma senhora idosa é a primeira a sair. Esteve lá dentro apenas alguns minutos. Sai de receita na mão e dirige-se para a ervanária. A outra sala também fica vazia pouco depois, o repórter é convidado a entrar. E fica sozinho. Da sala do lado, ouve-se a voz forte do "curandeiro". A sala está decorada de forma simples, não se vê nada que apele ao misticismo. Ou à "bruxaria". Apenas três cadeiras e uma secretária de madeira fazem companhia a um candeeiro de canto. Entrando de rompante na sala, o "Dr. Paulo"

mostra de imediato ser uma pessoa direta. Trata o jornalista por tu, e ataca de imediato com um "o que tens?". Por uma questão de lealdade, é avançado um problema que existe na realidade. "Às vezes, tenho alguma dificuldade em respirar, quando acordo de manhã", revela-se. "Mas tens os pulmões limpos", responde de imediato. "Se calhar é da garganta…", indica-se. "Não. Também está limpa. Fumas?", replica. A análise é rápida e feroz. E o jornalista limita-se a estar sentado na cadeira, do outro lado da mesa. "Não, não fumo". "Então pronto, não tens nada. Para teres esse género de problema ou fumas muito, ou tens asma ou estás deprimido. Mas és novo demais para isso", indica. "Se calhar é do trabalho…", avança o repórter. "O que fazes?", pergunta o "bruxo". "Sou jornalista", responde-se. "Está tudo explicado", graceja. Quebrado o gelo, explicamos que temos tentado marcar uma entrevista com ele, sem sucesso. "Eu não dou entrevistas", informa. "Mas estou aqui a falar contigo, não estou? Se não quisesse não estava", completa. Com esta aprovação tácita, tempo de arriscar algumas perguntas. Conhecido como "doutor", qual é o termo pelo qual prefere ser tratado? "Chamam-me muita coisa. Doutor, curan-

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deiro… Mas gosto mesmo é que me chamem bruxo, adequa-se mais", responde. Mas será que os tratamentos são mesmo bruxaria? "Faço todo o tipo de tratamento que a pessoa precise, desde medicina chinesa a homeopatia", conta. O importante é a cura. Mais perto do reino do desconhecido está o método de análise, a simples observação. "Há todo um conjunto de métodos para analisar as pessoas, mas eu sou mais direto", avançando logo para o diagnóstico. O "bruxo" enumera alguns, mas uma vez que a entrevista foi feita sem gravador nem recurso a notas, os termos técnicos perderam-se. O repórter pede uma análise e descobre que tem um problema entre a "V-4 e a V-5, que lhe pode prender a perna direita, má circulação nas pernas e um fígado que produziu enzimas a mais".

C117

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Entre os tratamentos e os chás

Apesar do seu jeito brusco, o "Dr. Paulo" tem uma personalidade carismática, que torna difícil não simpatizar com ele. Mas isso não impede que ele saiba exatamente o que quer e o que diz. Já de pé, lembra o jorna-

lista: "não é por te ter dado esta 'abébia' que gosto de ti". Felizmente, isso também não significa necessariamente o contrário. E o "Dr. Paulo" despede-se como se apresentou, com um forte aperto de mão.

As consultas e os tratamentos aplicados pelo "Dr. Paulo" são gratuitos. A única coisa que se paga são os produtos adquiridos na ervanária, por indicação do "curandeiro". Lá, em prateleiras que chegam quase ao teto, estão os "medicamentos". Grande par te das caixas visíveis do outro lado do balcão são chás. Pau d'Arco 100%, cobre, cobre-zinco, fósforo, magnésio, potássio, alcachofra, valeriana, aloé vera concentrado, ginkgo biloba, equinácea ou óleo de fígado de tubarão são alguns exemplos.


sociedade

ambiente

Catástrofre na Baixa de Coimbra Pedro Ramos

a margem direita do Mondego, na Baixa da cidade, está a ficar seriamente descaraterizada. Um terço dos plátanos existentes na zona do parque Manuel Braga já foi eliminado devido a doença, mas a situação continua a agravar-se. Das 83 árvores ainda ali existentes, após 42 já terem sido abatidas, 59 estão doentes, três aparentemente saudáveis e 21 saudáveis, revelou ao provedor do Ambiente e da Qualidade de Vida Urbana da Câmara Municipal. "É uma catástrofe para a cidade", garante Massano Cardoso, acrescentando que os plátanos têm sido afetados por uma patologia "altamente contagiosa". Em relatório enviado à câmara, a provedoria explica que as árvores estão a ser dizimadas por uma tripla infeção, que atinge os canais radiculares, bloqueando a circulação da seiva.

Marinha Grande promove design As empresas de design industrial da Marinha Grande vão organizar um encontro internacional em Outubro, para mostrar as potencialidades das unidades fabris do concelho, que têm entre os seus clientes das mais reputadas marcas a nível mundial. Caixas de relógios Swatch, eletrodomésticos, autocarros e até barcos ali "nascem" dia-a-dia.

Debate inovador no Meliá da Lousã

O Parque Dr. Manuel Braga já perdeu um terço dos plátanos

Segundo o relatório, a "principal alteração" da situação dos plátanos do parque Manuel Braga e da Avenida Emídio Navarro "advém do agravamento da patologia em 32 indivíduos", que “resulta em 42 árvores

afetadas em 100 por cento”. Massano Cardoso entende que a autarquia deverá avançar com a replantação de árvores novas na zona, que constitua "uma reflorestação máxima em força e em beleza".

Termas perdem aquistas em São Pedr0 do Sul

A activar - Associação de Cooperação da Lousã organiza, a 3 de junho, o seminário Associar+, no Hotel Meliá Palácio da Lousã. O associativismo e o papel das associações na comunidade onde estão inseridas serão tema de debate, com o objetivo de descobrir soluções inovadoras para o desenvolvimento local. Sob o slogan "Cooperação gera Evolução", o seminário pretende juntar representantes de associações de todo o país para discutir a importância da cooperação no desenvolvimento local.

o decréscimo , " bastante

substancial", do número de aquistas nas termas está a preocupar os hoteleiros de São Pedro do Sul, onde a frequência, da ordem dos 25 mil utentes por ano, baixou, em 2010, para apenas 17 mil. A estância, preparada para receber cerca de 40 mil aquistas, após as obras de requalificação feitas nos últimos anos quer nos balneários, quer nos espaços exteriores, continua a ocupar o primeiro lugar do ranking nacional, mas nos hotéis, nalguns meses deste ano, o número de estadias baixou cerca de 50 por cento. Muitas pessoas, em vez de fazerem 15 dias de

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Pedro e Inês voltam a Coimbra o "Auto da fonte dos amores",

tratamentos, fazem apenas uma semana. Os hoteleiros apresentaram uma candidatura a fundos comu nitá r ios, através da Associação de Desenvolvi-

mento do Dão, Lafões e Alto Paiva (ADDLAP), que tem como objetivo inverter a perda de aquistas, na sequência de um estudo desenvolvido pela Universidade de Aveiro.

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ópera criada "com grande liberdade" sobre o amor de Pedro e Inês, pelo compositor Carlos Clara Gomes e com coprodução da Universidade de Aveiro, vai ser apresentado em 1 de junho, na Quinta das Lágrimas, em Coimbra - um dos "palcos da tragédia" que permitiu esta "trágica ópera". No trabalho, composto por um CD com 24 faixas, participam, entre outros, Sérgio Godinho, João Afonso, Manuel Freire, Uxia Senlle, Carlos Fragateiro e Segue-me à Capela.


opinião

Mira Lagoa Sobral

Sinais dos tempos faltam dez dias para o exame nacional que Novas Oportunidades abriram e abrem.

A campanha eleitoral vai mostrando que não se discute o País, não se discutem projectos. Atacam-se pessoas

falta saber se é para "consagrar" o passado e certificá-lo, o que equivale a dizer que "não há como mexer para ficar tudo na mesma", o que vai suscitar muitas perguntas, designadamente a mais simples, tipo "então ainda não foi bastante para se ver que se estava a perder, e continua-se? …" , ou se é, de fato, uma Nova Oportunidade que o País se concede para, finalmente, "mudar de vida". Por vontade própria. Com similar vontade própria à que o levou a optar pelo caminho que conduziu aonde todos se encontram. já que a mudança de vida vai mesmo acontecer, agora em regime "quarentena-dieta" que durante muitos anos, insistentemente, se pediu aos credores nos aplicassem. Mas a justa e adequada compatibilização de "dieta forçada" com, simultânea e espontânea, atividade de "exercício voluntário" catalisador das melhoras tão necessárias, justifica-se, porque reduz a penosidade da "dieta forçada" e tende a antecipar o alcance das melhoras ansiadas. À partida há um resultado garantido: a abstenção é enorme, e tende a crescer. conclusão brilhante dirão alguns. Claro que sim: pois se os cadernos eleitorais se encontram errados ( com cerca de 10 milhões de habitantes há quase cerca de 10 milhões de votantes ), todos votam. Não há população com idade inferior a 18 anos. Por isso as escolas começam a fechar. Em Portugal, toda a gente pode votar. Esta realidade real ninguém contesta. A causa da coisa não se conhece, nem se resolve. Convive-se pacificamente e aceita-se o disparate. Porque já há um culpado aceite por todos: é a abstenção. Tudo o mais está certo. Incluindo os Cadernos Eleitorais. Os portugueses é que se afastam do que interessa. E não discute mais …

a dez dias da necessária mudança, há boas razões para que 05 de junho de 2011 seja mesmo o começo da mudança:

• que é mesmo necessária. De certeza que já todos sabem, por experiência própria que, afinal, pior é mesmo sempre possível. Tanto é, que sempre se chega lá. De pior em pior, assim se vai andando. • porque a campanha eleitoral vai mostrando que não se discute o País, não se discute o seu futuro, não se discutem projectos. Atacam-se pessoas. E comete-se o que na publicidade comercial é proibido e punido: dizer mal da concorrência e fazer publicidade comparada realçando críveis virtudes próprias e mais que evidentes defeitos alheios num arco de 360 graus. • de atitude de toda a comunicação social, centrada apenas em Lisboa e Porto ( ou nos importantes de Lisboa e Porto quando vagueiam pela província a comprar o que lhes falta - em Lisboa circulam entre o Tejo e a Rotunda do Marquês e no Porto entre a Liberdade e o Almeida Garrett - aqui tem uma extensão ao Dragão). Que notícias boas só as há em Lisboa e Porto. No resto do país nada se faz de bom. De quando em vez para preencher uns furitos de espaço ou tempo, a título de curiosidade artesanal, dão-se nota de algumas curiosidades. Do demais do país vão relatando excertos do diário da asneira. E mesmo assim não todos, por insuficiência de espaço. Esta assimetria da geografia da actividade humana é curiosa e complexa… • de atitude diária de todos que façam sentir aos vários poderes a indignação de que todos estamos possuídos. Os poderes públicos (políticos, comunicacionais, financeiros) infantilizam o País. BASTA!

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sociedade

região

Novos rumos para a Serra da Estrela

vai ser

notícia

o parque Natural da Serra da Estrela, criado em 1976 e abrangendo o concelho de Manteigas e parte dos municípios de Celorico da Beira, Covilhã, Gouveia, Guarda e Seia, vai passar a ser promovido como "destino de excelência". O objetivo, reclamado por autarcas e ambientalistas, é rentabilizar as potencialidades turísticas da região em favor das populações residentes, salvaguardando os valores naturais e paisagísticos da área, com 88 mil hectares. Para atingir tal propósito, está em curso, no âmbito do QREN, a iniciativa PROVERE , envolvendo vários parceiros e áreas classificadas do centro do país.

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aveiro - A Assembleia Municipal

de Aveiro aprovou o reconhecimento de interesse público da expansão da fábrica da Portucel em Cacia, que representará um investimento na ordem dos 300 milhões de euros. Com esta decisão, a Portucel pode avançar com o pedido de desafetação de 65 mil metros quadrados de terreno classificados como Reserva Agrícola Nacional, na zona adjacente às atuais instalações.

Parque Natural vai ser promovido como "destino de excelência"

Distrito de Viseu melhor iluminado

Benção das Pastas vai ter ecrãs LEDs

a edp distribuição investiu,

a SÉ VELHA recebe, no próximo

em 2010, mais de 22 milhões de euros no distrito de Viseu. O montante contemplou as redes de alta, média e baixa tensão, postos de transformação, iluminação pública e manutenção das redes. Foram executados 117.716 metros de rede de média tensão, 211 novos postos de transformação, 281.840 metros de rede de baixa tensão e iluminação pública, 4.180 chegadas e

instaladas 4.729 novas luminárias. Na manutenção da iluminação pública, foram efetuadas 5.610 rondas à rede, reparados 12.628 focos e instalados 481 relógios astronómicos.

fim de semana, 28 e 29 de maio, a Benção das Pastas. No sábado, a cerimónia é direcionada para os estudantes do Instituto Politécnico de Coimbra e institutos privados. No domingo, é a vez dos estudantes da Universidade de Coimbra. Familiares e amigos podem acompanhar o último evento tradicional da Queima através de ecrãs de LEDs e som exterior.

Coimbra regressa à época medieval

Tibaldinho defende bordados

Museu do Pão contra sal a mais

A FEIRA Medieval deste ano acontece a 11 de junho, no Largo da Sé Velha. Mas a 20.ª reconstituição vai durar três dias, de 9 a 12 de junho, uma vez que está a ser preparado um programa complementar, que inclui acampamentos militares, mercados e espetáculos de animação.

vinte mulheres de várias fregue-

o museu Nacional do Pão,

sias de Mangualde e Viseu estão a frequentar, até ao final da semana, um curso que pretende manter viva a tradição dos bordados de Tibaldinho. A iniciativa destina-se a artesãos ativos ou outros profissionais com interesse de competências específicas nesta área e desempregados.

com sede em Seia, decidiu instituir o Prémio Pão São 2011, no valor de 10.000 euros, para a padaria que colocar menos sal no pão. A iniciativa conta com o apoio da Administração Regional de Saúde do Centro e da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

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mortágua - O trânsito no IP3

vai manter-se cortado durante cinco meses entre a ponte do Cunhedo, em obras, e o cruzamento de Mortágua, no sentido Coimbra – Viseu. Como percurso alternativo, no sentido Coimbra – Viseuseu, aconselha-se a utilização da estrada 532, paralela ao rio Mondego, na margem esquerda, até à barragem da Aguieira. No sentido Viseu – Coimbra, a circulação sobre a ponte está limitada a uma largura de via de três metros e à velocidade máxima de 30 km/hora.

castelo branco - Amato Lusitano, o homem cujo nome mais vezes serviu para batizar instituições e locais de Castelo Branco, é revelado até final do mês numa exposição inédita no centro da cidade."O Corpo do Coração" está patente até domingo, no Cine Teatro Avenida, no âmbito das comemorações dos 500 anos do nascimento do médico e cientista local, cujas obras o tornaram conhecido em todo o mundo.


C131


sociedade

energia

Uma questão de sustentabilidade

Portugal renovável cem por cento até 2050 Domingo é o dia mundial da energia e a C antecipa o futuro, com o apoio de um dos maiores especialistas do setor - o professor aníbal traça de almeida, da Faculdade de Ciências e tecnologia de Coimbra. Texto soares rebelo fotos pedro ramos Portugal poderá tornar-se, até 2050, cem

por cento renovável. Temos, garantem os especialistas, recursos para isso. Poderá falar-se, então, de uma revolução energética no nosso país? "A revolução pressupõe mudanças muito rápidas, muito bruscas, o que se passa por cá é, antes, uma evolução, que irá prolongar-se por algumas décadas", sublinha o professor Traça de Almeida, do Departamento de Energia Elétrica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra. Após a construção, na vigência do Estado

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Novo, de várias grandes barragens, Portugal deixou de investir, durante longos anos, nas energias alternativas. Tudo mudou. O aumento consecutivo do preço do petróleo e a certeza de que já não durará muito, a par do aquecimento global e das alterações climáticas, aconselharam a adoção de novas estratégias, tendo em vista, por um lado, a despoluição da economia e, por outro, o decréscimo das importações. Atualmente, as renováveis já representam cerca de metade da podução nacional de energia elétrica. "É bom, relativamente ao resto da Europa",

reconhece Traça de Almeida. Qual a mais relevante? "É ainda a hidroelétrica, seguindo-se a eólica e, mais distanciadamente, a biomassa e a solar", explica o professor. As energias renováveis, como energias limpas, revestem-se da maior importância para a preservação do ambiente, mas suscitam problemas de sustentabilidade económica. Atualmente, custam ao Estado, em subsídios, cerca de mil milhões de euros por ano. Ou seja - cerca de 200 euros, em média, por família. "É um imposto encapotado, de que ninguém fala", denuncia Traça de Almeida,

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que aposta, sobretudo, no vento. "É inesgotável e a sua exploração energética, tanto nas cumeadas das serras como na orla marítima, tem um custo moderado", argumenta. Não reconhece a mesma "bondade" à energia solar. "Embora possa explorar-se em praticamente todo o país, fica muito mais cara", sublinha Traça de Almeida. "É a mesma coisa", prossegue, "que dizermos a um indivíduo pobre que se alimente de proteínas de lagosta, quando há proteínas muito mais baratas. É um disparate". AMARELEJA: PROJETO RUINOSO Dá como exemplo as centrais solares instaladas no Alentejo, designadamente a de Amareleja, no concelho de Moura, considerada a maior do mundo. "Terá, no fim de ciclo", antevê, "um custo de 500 milhões de euros negativos para a sociedade portuguesa". Porquê? "Porque", explica, "os painéis foram comprados à China e pagamos por essa energia seis vezes mais do que nos custa a energia convencional. Não foi acautelada uma das vertentes essenciais em investimentos deste tipo, a da competitividade económica e criação de emprego; daí, tratar-se de um projeto ruinoso, que não cria riqueza para o país". O especialista lembra, a propósito, que a Santec, a empresa chinesa que forneceu os painéis para Amareleja, também ganhou um concurso semelhante nos Estados Unidos, mas foi obrigada a construir lá uma fábrica, que funciona com três turnos por dia. "Os americanos não são parvos. Veja-se a diferença de estratégia", frisa o professor da FCTUC. Traça de Almeida contrapõe os termos em que foi lançado, em 2004, pelo ministro Álvaro Barreto, o concurso das eólicas. "Houve competição no preço e a obrigatoriedade de produzir os aerogeradores no nosso país ajudou a criar riqueza e emprego", recorda. Mix equilibrado O professor do Departamento de Energia Elétrica da Universidade de Coimbra considera que Portugal tem claramente todas as condições e meios tecnológicos para fazer a descarbonização da economia e criar riqueza no país, pondo termo ao envio de milhares de milhões de eursos para os árabes, na compra de petróleo, ou para a Argélia e a Nigéria, na importação de gás natural. Considera, ainda, que a mobilidade elétrica também faz todo o sentido. "Vamos ter", explica, "excedentes de produção renovável durante a noite, impõe-se, por

isso, que tenhamos um número crescente de automóveis a recarregar, substituindo os combustíveis importados". O futuro está, no entanto, para Traça de Almeida, sobretudo, na eficiência energética, por ser mais barato poupar um quilowatt/hora do que produzir um quilowatt/ hora. "Através de um estudo", revela, "a que procedemos no seio da União Europeia, concluímos ser possível reduzir o consumo de eletricidade para metade sem baixar os níveis de conforto". Entende ser necessário, para tanto, garantir "um mix equilibrado, como uma dieta, das energias eólica, hídrica, solar e biomassa". Outra estratégia fundamental em termos de sustentabilidade energética ambiental consiste, segundo o especialista da UC, na descarbonização da economia. "A nossa economia está a funcionar com base em combustíveis fósseis, carvão, petróleo e gás natural, precisamos, ao longo do século XXI, de transferir consumos de energias fósseis para as renováveis". Será ainda imprescindível proceder à captura e sequestro do carbono. "É possível", garante Traça de Almeida. "A natureza, de resto, faz isso através das plantas, que capturam o carbono da atmosfera e o fixam. As energias fósseis que utilizamos são, aliás, biomassa que foi armazenada ao longo de centenas de milhões de anos".

O vento é um recurso inesgotável e a sua exploração energética tem um custo moderado

flash

uma boa notícia A capacidade de produção hídrica em Portugal, a mais rentável, ainda não está esgotada. O Rio Douro, que é, segundo o professor Traça de Almeida, "uma autêntica cascata", constituindo, neste contexto, o maior recurso nacional, já não comportará mais barragens, mas os seus afluentes oferecem um potencial enorme de exploração energética. O Mondego, além da Aguieira, poderá comportar também mais uns dois ou três aproveitamentos. Esta barragem foi concebida para funcionar, aliás, de duas maneiras: o rio pode seguir o seu curso normal durante o dia, mas, durante a noite, em vez desse percurso, a água pode ser devolvida à albufeira, a partir da barragem da Raiva, implantada a jusante. A maior parte dos empreendimentos ultimamente concretizados segue, de resto, o mesmo princípio: aumentar a capacidade de potência em vez da capacidade energética, para ajustar a oferta à procura.

uma má notícia Há quem acredite na viabilidade de projetos offshore na costa portuguesa, através da implantação de torres eólicas sobre bases flutuantes, mas o professor Traça de Almeida considera o recurso às ondas um processo, à partida, "muito complicado". Aponta duas grandes razões. Primeira: o facto da água do mar ser um dos meios mais corrosivos que existem. Segunda: a força destrutiva das ondas. Explica: "se os ventos, os tornados e os ciclones já têm um poder destrutivo imenso, imagine-se o que pode advir da água, que tem 700 vezes a densidade do ar". O professor da FCTUC recorda, por exemplo, que, anos atrás, o molhe de Sines, "apesar da sua robustez, foi completamente destruído pelas ondas". Reconhece que "a energia está lá", mas frisa que "os custos de produção seriam enormes". A dificuldadeé saber como preservar as máquinas, os componentes elétricos e eletrónicos.

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energia

Emissões de Gases de Efeito de Estufa

1

Intensificação da eficiência energética e da cogeração

Cenário de Ausência de Medidas Aumento das energias renováveis

2

Fixação de CO2

3 1900

2050

Baixar as emissões de gases com efeito de estufa depende da eficiência energética, do aumento das renováveis e da fixação de carbono.

2100

Estratégias globais para o Desenvolvimento Sustentável Fonte ISR-Universidade de Coimbra

100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%

Há uma relação muito forte entre as energias hídrica e eólica. A solar exige dias em que não haja nem chuva nem vento. solar

hidríca

eólica

1.º trimestre

2.º trimestre

3.º trimestre

Variação da Energia Eólica, Hídrica e Solar ao Longo do ano Fonte ISR-Universidade de Coimbra

50

TWh

40 30

Saldo Import Hidráulica Fuelóleo Gás Natural

20

Carvão PRE Eólica PRE outros Consumo

10 0

A contribuição das energias renováveis para o consumo tem vindo a aumentar, atingindo em 2010 cerca de 50%

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Consumo e Produção Anual de Electricidade Fonte REN

tome nota portugal ocupa o sexto lugar no ranking europeu e o non0 no mundial de potência instalada de energia eólica, com 3.535 megawatts. Prevê-se que até 2020, se atinjam os 8.500 megawatts. Na energia solar, a meta é multiplicar por 10, em 10 anos, a produção atual - ou seja, passá-la de 150 megawatts para 1.500 megawatts. Nas hídricas, o novo "Plano Nacional de

Barragens" foi concebido para aumentar para o dobro a capacidade atual (cerca de 500 megawatts).

C89

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Espera-se que, até 2020, 750 mil dos veículos em circulação no nosso país sejam híbridos ou elétricos. Do lado do consumo, o objetivo é assegurar, também até 2020, a cobertura de 80 por cento dos consumidores nacionais pela rede inteligente de distribuição de eletricidade. As Lâmpas incandescentes têm os dias

contados: a sua comercialização, a prazo, vai acabar. As lâmpadas Edison foram, há 120 anos, uma grande invenção - até se costuma recorrer a elas para simbolizar uma ideia luminosa. Só que apenas convertem em luz 5% da eletricidade que consomem.


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assinaturas@cnoticias.net


inovação

cérebros

ISA pode ajudar a diminuir consumo energético em 25% Empresa de Coimbra começou por medir qualidade do ar e já chegou à área da saúde. Pelo meio, criou um dispositivo que permite um controlo apertado dos consumos elétricos, a nível doméstico e industrial Texto marco roque foto Pedro Ramos o MUNDO DA telemetria pode não ser dos mais mediáticos, mas é lá que a Intelligent Sensing Anywhere (ISA) criou um nicho de mercado. "Somos especialistas em recolher dados dispersos geograficamente, que são depois absorvidos num ponto central, sendo trabalhados a partir daí. O objetivo é dar ao cliente informação com valor acrescentado", sublinha Nuno Martins, product manager da empresa. Valor acrescentado que passa por "extrair conclusões, padrões e dar recomendações aos clientes, de modo a otimizarem a sua logística", completa. Já com 20 anos de história, a ISA começou por monitorizar parâmetros ambientais, como a qualidade do ar, tendo depois avançado para a telemetria de tanques de GPL (gás). Foi aí que deram o primeiro grande salto. Criaram uma solução de medida da leitura dos tanques, conseguindo fornecer

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Monitorizamos consumos de eletricidade, água, gás e depois agregamos tudo no mesmo sítio

às empresas a medida exata do depósito. "Numa primeira fase poupámos na logística dos camiões de transporte, passando a saber o volume de cada tanque, sem ser necessário estar lá" , conta Nuno Martins. Oprojeto levou a acordos com grandes petrolíferas, como a BP e a Repsol. "Ainda hoje somos exclusivos da BP", refere Nuno Martins. Em seguida, entraram no mercado energético. "Monitorizamos consumos de eletricidade, água e gás, depois agregamos tudo no mesmo sítio", revela o product manager, referindo o sistema iMeter (ver caixa). "A lógica é a mesma de sempre, queremos otimizar consumos e identificar desperdícios de energia", sublinha. Originalmente, a aposta foi nas "soluções industriais, empresa a empresa, com a otimização de edifícios e de instalações técnicas". A evolução e o sucesso do sistema abriram portas à instalação em

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"hotéis, edifícios públicos e bancos". Há cerca de dois anos, deu-se o passo inevitável, "a monitorização de energia para o cliente doméstico". O iMeter é "algo que o cliente pode comprar, instalar e analisar os consumos de casa, com a ajuda dos inputs do software", refere Nuno Martins. O iMeter integra-se também nas redes elétricas inteligentes, as smart grids. "O que temos visto é que as redes inteligentes têm grandes problemas na interação com o utilizador, estão pensadas para os fornecedores de energia que têm interesse em saber como é que a energia chega a casa dos utilizadores", refere. O iMeter permite tornar esta relação bidirecional, fornecendo a informação a utilizadores e produtores. Nuno Martins revela que "temos realizado atividades para tentar tornar Portugal um país pioneiro na eficiência energética". A poupança energética doméstica pode ir até 25%, embora a média esteja nos 15% . "Pode parecer pouco, mas acaba por ser muito, particularmente com o aumento dos impostos sobre a eletricidade", destaca. Os funcionários da ISA levam a questão energética a peito. "É a nossa crença. A eficiência energética é mais do que o nosso trabalho, é uma motivação que temos de responsabilidade social", revela Ana Catarina Meleiro, manager de marketing e comunicação. "Internamente temos essa cultura, somos pessoas genuinamente preocupadas com a eficiência energética, é um caminho interessante, a vários níveis", completa. Para além da visão de futuro, a ISA sempre se pautou por um grande sucesso interna-

Já chegámos a exportar 80% do volume de negócios, mas agora vendemos também bastante em Portugal. A questão é que o mercado português acaba por ser pequeno para o nosso potencial cional. "Já chegámos a exportar 80% do volume de negócios, mas agora vendemos também bastante em Portugal. A questão é que o mercado português acaba por ser pequeno para o nosso potencial", refere a manager. Hoje França e Espanha são quem mais contribui para as exportações. Mas é a energia de outros países que está no futuro da ISA. "Atualmente estamos a apostar muito noutros continentes: Brasil, EUA e países de África", refere Ana Catarina Meleiro, garantindo "uma grande aposta nos países emergentes". Mas a ISA não parou na energia. "Também já estamos no setor da saúde: monitorizamos sinais vitais", conclui Nuno Martins.

Empresa vai lançar nova versão do iMeter antes do final do ano O iMeter foi desenvolvido totalmente pela ISA, tendo sido testado nalguns lares "pilotos". Tem cerca de 1000 utilizadores registados no portal destinado a controlar os dados, o Enerbook. Composto por um sensor e um dispositivo que coloca a informação na Internet, é essencial para o controlo de consumos, mas também, aliado às smart grids, para atenuar os picos de tensão que provocam inúmeros prejuízos. Pouco publicitado e sem venda em loja, o sucesso do iMeter ultrapassou as expetativas. A nova versão, disponível antes do final do ano, vai estar acessível a qualquer pessoa, via Internet. "Será um produto comercial, com uma dimensão superior ao que fizemos até agora", sublinha Ana Catarina Meleiro.

ciência & tecnologia Portugueses contra energia nuclear Um estudo da Associação Por-

tuguesa de Energia revelou que cerca de 70% dos consumidores particulares de energia estão contra a construção de uma central nuclear em Portugal. Em causa estão os possíveis riscos ao nível da saúde pública e segurança que a central poderia provocar. Os inquiridos que se mostraram a favor do empreendimento apontaram como principal vantagem a produção de energia mais barata.

Portugal é o sexto na potência eólica

De acordo com dados divulgados pela Associação Europeia de Energia Eólica, Portugal esta no sexto lugar do ranking europeu ao nível da potência instalada de energia eólica. Com 3.535 megawatts (MW), Portugal ocupa também o nono lugar no ranking mundial, com 2,2% do total. Em primeiro lugar surgem os Estados Unidos da América, com 35,159 MW.

Energia solar para dar volta ao mundo A aeronave "Solar Impulse",

movida a energia solar, concretizou, este mês, o seu primeiro voo internacional. O avião fez uma viagem de 13 horas, entre Payerne (Suíça) e Bruxelas (Bélgica). O criador da aeronave, Bertrand Piccard, pretende encorajar a adoção de políticas energéticas mais ambiciosas. Segue-se a tentativa de volta ao mundo, em cinco etapas, em 2013 ou 2014. 39


marketeer

Viver de forma plena e positiva

dinheiro

Qual foi o seu primeiro emprego? Voluntária na Expo98, no atendimento aos visitantes. Como gastou o primeiro ordenado? Já não me lembro, mas foi com toda a certeza bem gasto. Um sonho… Tenho muitos! Espero concretizar alguns. O que não suporta? A falta de carácter e a crueldade com os mais frágeis, em particular os animais. Um vício que não equaciona deixar... As coisas boas da vida. E que marca não dispensa? As marcas não me definem. Que música lhe dá vontade de cantar em voz alta? Muitas, desde que esteja feliz e em boa companhia. Com quem não jantava? Prefiro pensar nos inúmeros jantares que ainda vou ter com os meus amigos de sempre. Último livro lido, cd ouvido, filme visto? “O Paraíso na Outra Esquina”, de Mario Vargas Llosa; Amor Electro, “Cai o Carmo e a Trindade”; “O Leitor” (reposição na TV).

Helga sardinha assessora de imprensa do Governo Civil de Coimbra.

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conversa de

quiosque

Quiosque Magazine Avenida Fernão de Magalhães, n.º 583

A vida de Maria Ângelo Santos Cardoso sempre foi ligada à área do comércio. Em 2008, e depois de uma experiência menos bem sucedida, decidiu arriscar e abrir o seu próprio negócio. Procurou por toda a cidade a melhor localização e optou por abrir o quiosque

"Magazine", na Avenida Fernão de Magalhães. "Estou muito satisfeita", conta à C, frisando que o facto de ser um local de passagem, com muitos serviços, ajuda ao negócio. Vende jornais, revistas, artigos de papelaria e cosméticos, mas é o tabaco que tem maior procura.

Lema de vida? Acredito que devemos viver de forma plena, verdadeira e positiva, influenciando aqueles com quem nos cruzamos ao longo do caminho.

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C103


dinheiro

empresário de sucesso

MÁRIO NICOLAU

Clínica Delille persegue a excelência

Começou com dois gabinetes e a prática de medicina dentária "essencialmente" generalista, mas, neste momento, está na linha da frente. "Delille" é uma marca de confiança na área da medicina dentária. consolidar o trabalho em equipa é um dos objetivos textos mário nicolau EM ATIVIDADE desde 1993, a Clínica Delille atingiu este ano a maioridade. Francisco Delille, o diretor clínico, tem planos para o futuro. "O maior desafio profissional é consolidar o trabalho em equipa que temos fomentado porque considero que para se exercer uma boa prática clínica é imprescindível ter uma equipa multidisciplinar, tornando-nos capazes de resolver casos cada vez mais complexos num mais curto espaço de tempo". Dedicado exclusivamente à área da Implantologia e Reabilitação Oral, Francisco Delille, optou por seguir uma estratégia em que cada médico dentista atua única e exclusivamente na sua área de especiali-

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a empresa Clínica Delille Av. Calouste Gulbenkian n.º43 R/C 3000-092 Coimbra Telefone 239 488 010 Tlm 966 012 560 - 919 416 547

dade, desvinculando-se assim da prática generalista da medicina dentária. Devido às exigências, o diretor clínico inscreve no reforço da qualidade do serviço as áreas da Implantologia e Reabilitação Oral, Periodontologia, Endodontia, Dentisteria, Ortodontia, Pediatria e Higiene Oral e, ao mesmo tempo, num capítulo que considera fundamental: a formação de outros médicos dentistas. "Manter e melhorar a equipa de especialistas" está assim nos planos de Francisco Delille que sublinha o investimento em tecnologia realizado ao longo dos 18 anos de atividade. "Muito recentemente instalamos um equipamento de radiologia 3D que

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permite realizar radiografia dos maxilares a três dimensões, o que é essencial na definição do plano para os tratamentos de implantes com maior precisão e segurança. É o mesmo que realizar uma TAC, mas radiação muito mais baixa. "Na prática, continuamos a inovar", assegura o diretor clínico. Por outro lado, as desvitalizações são realizadas ao microscópio, numa única sessão, "o que permite obter, também nesta área, resultados de qualidade diferenciadora". "Neste momento, temos tudo o que uma clínica dentária de topo precisa de ter para ir de encontro às necessidades cada vez mais exigentes dos nossos pacientes. Ou seja, temos à disposição toda a tecnologia de uma clínica dentária de excelência e profissionais com formação especializada", afirma Francisco Delille. O diretor clínico confessa que o objetivo desde o primeiro dia de atividade "é tentar estar entre os melhores", pelo que nada foi deixado ao acaso. A certificação de qualidade decorreu nos últimos dois anos e "é mais um ponto a favor", assumindo-se como uma mais-valia para os pacientes. Segundo Catarina Simões, assistente da direção, "os pacientes sabem que escolheram uma clínica segura e que cumpre todas as normas quer a nível nacional, quer a nível europeu". Com o aumento dos canais de informação, os pacientes revelam maior capacidade de avaliação do trabalho executado pelos técnicos e isso possibilita a melhoria contínua. "Além da tecnologia e da aposta na formação do nosso corpo clínico e dos nossos assistentes, entendemos a certificação como um processo fundamental na afirmação da clínica enquanto prestadora de serviços na área da saúde oral", explica Catarina Simões.

Além de sete gabinetes dentários, a Clínica Delille está equipada com tecnologia de ponta: imagiologia digital com 3D, sistema Cad-Cam Cerec, microscópio. Na prática, tudo o que uma clínica dentária de excelência precisa de ter.

Clínica Delille integra projeto "Dentista do Bem" O projeto foi lançado no Brasil há cerca de 20 anos e regista enorme sucesso. "Um dentista brasileiro entregou a cada colega uma criança para acompanhamento até aos 18 anos. Na altura, conseguiu a adesão quase total e os cerca de 15 mil médicos dentistas aceitaram o desafio. A organização cresceu e, agora, está presente em vários países, incluindo Portugal", conta Francisco Delille. No caso da Clínica Delille, o apoio médico é disponibilizado a oito crianças da região, tendo em conta os 14 médicos dentistas que integram o quadro de profissionais. Através desta iniciativa, afirma Francisco Delille, a clínica dá o exemplo na responsabilidade social, utilizando a tecnologia e os meios humanos que possui para ajudar quem precisa.

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notícias

Lusovini no Brasil Rui Costa e Sousa, Sérgio Costa e Sousa e

Paulo Amaral, constituíram com a Lusovini, representada por Casimiro Gomes, uma empresa para distribuição de vinhos, azeites e cafés no Brasil, a Brasvini. Criar uma cadeia de distribuição que abranja todos os estados do Brasil e todos os canais de distribuição é o principal objetivo da nova empresa. O azeite, cuja produção e qualidade aumentou exponencialmente nos últimos anos em Portugal, integra o naipe de produtos a comercializar. O café, associado ao projeto FEB-Cafés/Febica, que conta com mais de 65 anos de experiência, é outra das grandes apostas, tendo em conta o know-how desta empresa nas várias áreas, desde o café em grão, até ao café em cápsula. Como é apanágio dos empresários agora unidos pela Brasvini, o projeto foi pensado a médio/longo prazo, procurando privilegiar o serviço diferenciado e diferentes opções de oferta à rede de clientes. Rui Costa e Sousa Casimiro Gomes assinalaram a assinatura da constituição da Brasvini, com um brinde de vinho português, na APAS em São Paulo – Brasil.

IAPMEI

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Profiforma na elite

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A PROFIFORMA integra o grupo restrito de entidades certificadas que constituem a Academia de PME do IAPMEI. Este grupo restrito de entidades (menos de duas dezenas) realiza análise, apoio e intervenção no tecido empresarial, assumindo a Profiforma o papel de parceira do IAPMEI no apoio às micro e pequenas empresas no âmbito da gestão de clientes e do marketing nacional e internacional. Ao fim de três décadas de partilha e transferência de know-how com empresas e empresários, a Profiforma inicia em julho o projeto "Academia PME - Profiforma", que será desenvolvido na região Centro, e posiciona-se como uma ferramenta ao dispor de empresas/empresários que pretendam desenvolver competências de gestão e em áreas complementares, projetar mudanças efectivas nas suas empresas, procurar soluções e resolver problemas.

Rui Costa e Sousa e Casimiro Gomes

Nova edição da newsletter do Grupo Catarino Lado a lado com a arquitetura, restauro e reabilitação, recuperar a floresta é obrigação de todos, especialistas em hotelaria e o Prémio Gold Mercury são os temas em destaque no terceiro número da "Go", newsletter do Grupo Catarino. No editorial, Vítor Catarino e Jorge Catarino, CEO e Chairman do grupo, indicam a máxima latina labor omnia vincit (o trabalho tudo vence) como meio de escapar ao "turbilhão" económico que afeta a sociedade portuguesa.

(Brinc)Arte Com famílias a 11 de junho O objetivo é promover as relações pais-filhos - 10H00 às 12H00 na Era de Aquário, na Rua Augusto Gonçalves, n.º 93, loja 3, em Coimbra.

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desporto

Maló de abreu diz que "a Académica está na linha de água a todos os níveis" e defende um projeto que leve o clube a lutar pela europa, procurando, ao mesmo tempo, devolver a mística à instituição textos Vasco Garcia fotos Pedro Ramos

Maló de abreu

"A nossa ambição é estar acima do sp. braga" Porque decidiu voltar a candidatar-se? Porque um conjunto alargado de sócios tem falado comigo sobre as preocupações que têm relativamente à Académica. Eu concordo com eles: falta Académica ao Organismo Autónomo de Futebol (OAF) e falta mística e ambição à Académica. Considero, também, que está esgotado o projeto desta direção. Esta direção não conseguirá reunir mais apoios que são fundamentais para a Académica dar o salto. O que está mal, em concreto? Por um lado, o projeto está esgotado. Por outro, a Académica tem-se mantido na Liga, mas sem ambição, porque não tem equipa para disputar lugares europeus. Quem está neste momento na Académica promete, todos os anos, um lugar europeu e não creio que vá lá. Pode ir ocasionalmente, através da Taça de Portugal, mas temos de ir pelo campeonato. O que é que o projeto "Mais Académica" defende, então, para a Académica? Defende uma Académica com raízes e com a ambição de disputar todos os anos os primeiros lugares, com uma boa equipa de futebol, que encha estádios. Uma instituição com mais sócios, que mobilize a cidade e que consiga unir à sua volta as várias instituições. Como será possível levar a equipa à Europa nos próximos anos? Tendo um projeto com semelhanças com o de outros clubes. Dou o exemplo do Sp. Braga, que demorou algum tempo mas é um projeto sustentado, que cresceu ao longo do tempo. Já houve tempo para se fazer isso na Académica e não resultou. Julgo que conseguiremos dar

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esses passos. A nossa ambição não é ser como o Sp. Braga, é estar acima do Sp. Braga. Tem já alguns apoios, a nível financeiro? Tenho a certeza que consigo falar com as pessoas, com as empresas, com as instituições; sentá-los à mesma mesa e uni-los à volta da Académica. E sei que do outro lado isso não é possível.

Em relação ao treinador, disse não anunciar nomes, mas já tem um perfil? Tenho um perfil. Já tivemos bons e maus resultados com treinadores inexperientes, que vieram para a Académica começar a carreira. Este não é o momento de correr riscos, é o momento de ir com passos seguros. Portanto, tem de ser um treinador experimentado, ambicioso e que queira estar algum tempo na Académica, para dar estabilidade ao projeto desportivo e financeiro. E para o plantel? É preciso reforçá-lo, segurar o que há a segurar, e trazer gente que passou pela Académica e que está disponível para regressar. Jogadores que deem balneário e sejam capitães da Académica. Não vou adiantar nomes mas sei onde estão. Como vê o facto de apenas pouco mais de 3.300 sócios poderem votar? Com uma profunda mágoa. Quando uma instituição como a Académica tem apenas 3.300 sócios em condições de votar está na linha de água em termos desportivos, em termos de participação dos associados e a todos os níveis. É triste que assim seja. O que mudou de há seis anos para cá para conseguir, agora, ganhar as eleições? Mudou tudo para pior. A situação está muito degradada e não vejo possibilidade de dar o salto. Porque é que não avançou há três anos? Porque não estavam reunidas todas as condições e porque não tinha uma vontade firme de avançar.

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Campos Coroa na AG O médico e antigo presidente da direção da Briosa é o candidato do projeto "Mais Académica" à presidência da Assembleia Geral da instituição. Maló de Abreu destaca o percurso trilhado por Coroa desde 1974 e os anos que dedicou ao clube como médico e como dirigente. "A Académica tem memória e tem de ter memória", frisa Maló.

Paulo Almeida e Manuel de Oliveira nas listas Maló de Abreu aposta no advogado e líder distrital do CDS-PP para a presidência do Conselho Fiscal e em Manuel de Oliveira, administrador delegado dos SMTUC e presidente da concelhia de Coimbra do PSD para presidir ao Conselho Académico.

Victor Baptista na direção Na direção, o médico será acompanhado pelos vice-presidentes Francisco Andrade, Victor Baptista, Pedro Ferrão, Joel Vasconcelos, João Belo e Ferreira da Silva e pelos suplentes Fernando Avidago, Carlos Gonçalves e Nuno Oliveira.

na próxima edição entrevista a

José Eduardo Simões

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desporto

crónica

Força, Naval! soares rebelo A Naval, fundada, a 1 de maio de 1893, por um grupo de operários figueirenses, conseguiu, em 2005, ou seja, 112 anos depois, o maior feito da sua história: ascender à I Liga do futebol português. A cidade manteve-se, ainda assim, friamente afastada do clube. Poucos souberam aproveitar, por lá, o novo estatuto. Zona turística, ignorou as novas potencialidades que se abriam à promoção que faltava. Indústria e comércio alhearam-se, com uma ou outra exceção, da ajuda que lhes era, no mínimo, pressuposta. O próprio público continuou longe do estádio, não se envolvendo no entusiasmo exigível. Resultado: após seis temporadas consecutivas entre os emblemas mais prestigiados do nosso futebol, não logrou, desta vez, ultrapassar a acrimónia da sua própria comunidade. Alguns estarão a rir. Deveriam, era chorar. A 4 de julho de 1997, a coletividade ficou sem sede. O violento incêndio que lhe reduziu a cinzas o edifício da Rua da República não lhe poupou, sequer, os preciosos testemunhos

do seu historial desportivo. "Obra sonhada do povo, erguida do povo, mantida pelo povo", como a cantaria o poeta Carlos Sombrio, não se rendeu ao infortúnio. Sob a liderança do empresário Aprígio Santos, continuou "a descobrir o caminho e a arredar as pedras". O sucesso, impensável para muitos, incluindo os dirigentes autárquicos, acabaria mesmo por consumar-se, ultrapassando indiferenças, más vontades, figas, maus-olhados…

O regresso à Liga de Honra volta a "pregar" a Naval à cruz dessa comprometedora linha que, futebolisticamente, separa o céu do inferno. É natural, portanto, que, sobre o futuro, as dúvidas se adensem, as preocupações se avolumem. A coletividade tem sabido, no entanto, vencer, afoita e ousada, os adamastores com que ciclicamente tem sido forçada a confrontar-se. O momento não é naturalmente de júbilo, mas não pode beliscar a credibilidade navalista. A pausa – esperamos sinceramente que esta despromoção seja realmente apenas isso – deverá servir, inclusivamente, para uma reflexão séria e empenhada quanto ao posicionamento do clube no atual quadro competitivo, tendo em vista definir-lhe o modelo organizacional mais adequado ao projeto desportivo e à sustentabilidade financeira. É altura, em suma, de reinventar o futuro. Força, Naval! PUB

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agenda Casino Figueira sex.27.21H00

Festival da Canção A iniciativa da Escola EB 2.º e 3.º Ciclos Dr. João de Barros está marcada para o Salão Caffé. Oportunidade para ouvir novos talentos.

Ministro elogia Gala da Ciência A persistência do Casino da Figueira da Foz

e do jornal Ciência Hoje [promotores da Gala da Ciência] foi enaltecida pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, durante a quarta edição do evento. "São quatro anos. Quando fizerem 40, certamente a Ciência terá o estatuto que todos desejamos, fará certamente parte da cultura portuguesa", disse Mariano Gago. O membro do Governo recebeu o prémio especial "25 anos", recordando os dois anos de presidência da Junta Nacional de Investigação

Fãs convivem com Tony Carreira iniciativa está marcada para o próximo domingo O ENCONTRO está marcado para o próximo domingo e promete reunir no Casino Figueira mais de 1.500 pessoas de vários pontos do país. O encontro anual dos fãs de Tony Carreira está a gerar enorme expectativa na Figueira da Foz. Tony Carreira, que em 2010, recorde-se, participou numa edição do "125 minutos com...", tertúlia moderada pela jornalista Fátima Campos Ferreira, regressa ao Casino Figueira num dia especial para os fãs do cantor. O evento foi preparado ao pormenor.

Científica e Tecnológica, assumida por Mariano Gago em 1986. Homenageado com o prémio Carreira, Arsélio Pato Carvalho, o primeiro português a licenciar-se em Bioquímica e investigador da Universidade de Coimbra nos domínios da Fisiologia Celular e Neurobiologia, destacou igualmente a iniciativa do Ciência Hoje. O administrador do Casino Figueira, Domingos Silva, lembrou que ao longo de quatro galas passaram pela Figueira da Foz cerca de 50 dos "melhores portugueses".

sex.27.23H30

Música ao vivo Ana Sofia Gonçalves anima, a partir das 23H30, o Álea Restaurante Concerto Bar do Casino da Figueira.

Galeria Casino

Exposição "República e propaganda" é o tema da exposição do Museu da Presidência da República, patente até 5 de setembro.

ter.31.22H30

Fado Azul

Apresentação do cd de Helena Sarmento. No Salão Caffé, com entrada livre.

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Aníbal Duarte de Almeida

União, compreensão e amor estão no s VIVER em casa de...

Sempre gostei de ter uma vida onde me faltasse o tempo, porque acho que assim se combate a solidão

É em S. Martinho do Bispo que Aníbal Duarte de Almeida tem as melhores recordações e a sua maior vitória – a nova Casa dos Pobres de Coimbra. A equipa da C encontrou-se com ele no seu porto de abrigo texto márcia de oliveira fotos pedro ramos É no espaço agradável exterior da casa,

onde prolifera o verde do jardim e das hortaliças, que Aníbal Duarte de Almeida nos espera, acompanhado pela filha Conceição Almeida. Tem dois netos, com 15 e 19 anos, mas não estão presentes. "Cada um tem a sua vida e eles têm muitas atividades", sublinha. Com 84 anos, filho de pessoas humildes como faz questão de realçar, Aníbal Duarte de Almeida recorda bem o seu percurso. "Os meus pais é que foram os heróis, na altura, porque me puseram a estudar na antiga

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Escola Brotero, no Curso Complementar de Comércio. Sonhei sempre…", disse, sem terminar a frase. Referia-se ao seu sonho de se licenciar em Direito para ser professor ou magistrado, sonho esse que acabou por não se concretizar porque a vida assim não o permitiu. Assim como o tempo, que sempre foi escasso. Só por isso é que não se sente realizado na totalidade. Foi mediador de seguros e perito em peritagens de contabilidade, profissão que já abraça há mais de 60 anos e que ainda hoje faz quando algum tribunal o nomeia.

Diz que não tem segredo para a vitalidade e mente sã que mantém. "Gosto muito de comer de tudo e como muitas vezes em restaurantes. No entanto, se por exemplo houver feijoada, até posso estar muito tentado a comer, mas opto por carapau grelhado", frisa. De manhã, ao pequeno-almoço, toma um copo de sumo de um limão com três ou quatro laranjas, umas pílulas de alho e duas maçãs. "A maior parte das vezes, à noite, como uma sopa e uma maçã. Outras vezes, quando já ando saturado da dieta noturna, como umas salsichas grelhadas e um copi-

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no seio da família

nho de vinho. Não abuso muito", rematou. Conceição Almeida e o pai partilham o mesmo espaço exterior, que aloja as duas casas separadas. Está, por isso, bastante ligada ao pai. "É uma pessoa bem-disposta, muito ativa e prestável. Acho que o segredo é uma energia que vem de dentro, o sentimento de poder ser útil e isso funciona como um motor", ressalva. E relembra: "Quando os meus filhos eram mais pequenos, o avô brincava muito com eles. Uma vez foi dormir a sesta e quando acordou andavam as galinhas todas soltas, porque o mais velho decidiu ir brincar aos cowboys e abriu-lhes a porta. Andava com uma espada de madeira atrás delas". Solidário com o próximo Não sabe bem de onde surgiu a dedicação à solidariedade. O facto do pai ter ficado aca-

mado e ter tratado dele, pode ter dado origem à sua vocação para cuidar dos que mais necessitam. "Entretanto também fiquei viúvo. A minha mulher era professora no ensino primário e morreu há 23 anos atrás. A minha filha tinha a sua vida e os meus netos também. Por isso, sempre gostei de ter uma vida onde me faltasse o tempo, porque acho que assim se combate a solidão", afirma o presidente da Casa dos Pobres de Coimbra. Dedicou-se à instituição de solidariedade com maior realce desde 1986. "Comecei por pensar na situação miserável em que aquelas pessoas viviam no Pátio da Inquisição (duas camaratas onde chovia lá dentro). Foi então que comecei a fazer um movimento, para tentar despertar a sociedade para alcançarmos uma situação condigna para aquela gente. Tomei medidas e realizei ini-

ciativas para conseguir angariar dinheiro", destaca o homem que nunca baixou os braços para ver o seu objetivo concluído. "Só fiquei contente quando vi que estava seguro, que tinha o dinheiro capaz para enfrentar os custos de novas instalações, aqui em S. Martinho do Bispo, que por ironia do destino foi a terra em que nasci e onde resido. Gastámos um milhão e 600 mil euros, mas não devemos nada a ninguém. E esta vitória é a minha coroa de glória", afirma visivelmente satisfeito. Jornalismo e jardinagem são as suas paixões O tempo que tem dedica à Casa dos Pobres. É o responsável pela contabilidade e finanças de quatro empresas. Mas a sua paixão é o jornalismo e, por isso, todas as sema-

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viver

em casa de...

Fiquei contente pelo facto da distinção me ter sido concedida por dedicar algo de mim aos outros que mais precisam

nas fecha-se no seu escritório e faz crónicas para o Diário de Coimbra e para o Campeão das Províncias. Nas horas vagas (quando as há) dedica-se ao quintal enorme que tem em frente à sua casa, onde planta os mais diversos vegetais: alfaces, hortos, couves. "Ainda ontem comemos carapaus fritos com migas e feijão-frade com hortaliças aqui do quintal", destaca orgulhoso. Não se considera "biqueiro", aliás gosta muito da comida portuguesa como o cozido à portuguesa, o bacalhau. "É exigível que no dia que as apanho, coma batatas das que eu apanhei com casca. Gosto muito de inaugurar a produção", destaca bem-humorado. Normalmente a família só se consegue juntar ao fim de semana, principalmente durante o almoço de domingo. "O meu pai ainda tem uma vida ativa e nós também, por isso os mo-

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mentos mais longos que temos juntos, são mesmo passados ao fim de semana", realça Conceição Almeida.

Já foi alvo de várias homenagens, mas a que mais o marcou foi a 22 de abril de 2005, quando foi distinguido, na presença

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de mais de 600 pessoas, entre elas a família, no auditório da reitoria da Universidade. "Sou uma pessoa anónima, simples e por isso marcou-me. E fiquei contente sobretudo pelo facto dessa distinção me ter sido concedida por dedicar algo de mim aos outros que mais precisam", afirma. Como gostava de ser recordado? "Nunca pensei nisso. Gostava de saber se o que pratiquei na vida poderá servir de exemplo a outras pessoas. Não sei se tenho esse mérito, mas gostaria que outros se preocupassem como me tenho preocupado, com o meu semelhante. Agora da maneira como isso vai ficar imortalizado não sei", exprime. Depois de tantos anos ligado à Casa dos Pobres, Aníbal Duarte de Almeida já a considera parte integrante da família. "E família é isso mesmo, é haver uma união, uma compreensão e amor entre todos", conclui.


viver

viajar

ficha

Bilbao

Bilbao País Basco - Espanha

BILBAO cosmopolita

COMO IR De carro. A viagem faz-se bem e é económica. o que visitar O museu Guggenheim, claro, mas também a zona da ria, a catedral ou a zona do porto. LIFESTYLE Os bilbaínos cultivam o prazer de frequentar cafés e bares antes de sofisticados jantares. Copie! A LÍNGUA Embora todos falem espanhol, algumas placas de sinalização estão escritas em língua basca (em basco euskara ou euskera). Estude um pouco.

no extremo norte de espanha, conhecido como país basco, nas margens do rio nérvion, fervilha um orgulho ancestral. Bilbao é daquelas cidades em que qualquer coisa de muito interessante está sempre a acontecer texto e fotos Manuel lemos atravessa-se o país vizinho sempre com o norte como destino. Passados os montes cantábricos, quando a rudeza da planície espanhola dá lugar a verdejantes montanhas quase alpinas, sabemos que chegámos ao País Basco. Por todo o lado, as placas de boas vindas parecem querer afirmar uma outra coisa... avisar o viajante que, não se deixando Espanha, entrou num território especial. Estamos no extremo nordeste de Espanha, no litoral, onde o oceano Atlântico aconchega a Baía de Biscaia. O mar e o rio, esses dois factores imprescindíveis no desenvolvimento do território bilbaíno. Estava-se em meados dos anos 80, com a cidade mergulhada numa gravíssima crise industrial. As autoridades bascas delinearam um plano para revitalizar Bilbao e todo o País Basco. Com uma inesperada atitude resolveram negociar com a fundação Guggenheim, assumindo a responsabilidade de erguer um iconográfico edifício. O resto da história já se

Em cima, o lado mais conhecido do Museu Guggenheim, com a sua "fonte de fogo" do artista plástico Yves Klein. Ao lado, uma das muitas obras de arte que rodeiam o museu

sabe: ganhou o projeto de Frank Gehry e Bilbao visita-se, hoje em dia, sobretudo para ver bem de perto esse inquietante aglomerado de placas de titânio ou, por outras palavras, um dos mais excitantes edifícios da história contemporânea, o Museu Guggenheim de Bilbao. A aposta parece ganha: o País Basco atrai, anualmente, mais de 2 milhões de turistas, gerando um volume de receitas que permite às autoridades bilbaínas um continuado reforço da estratégia económica pela cultura. Bilbao é assim "Espanha mais que Espanha": orgulhosa (e isso sente-se nas suas gentes e nos seus feitos) e vanguardista (mas sem ser pretensiosa). PARA LÁ DO AÇO, marisco e bombas! Mas há mais Bilbao para além do Museu. Conduza até à zona balnear de Getxo e prove delicioso marisco ou perca-se nas "copas" até altas horas nas antigas ruas do Casco Viejo. Não deixe de visitar Guernica. A localidade, imortalizada pelo incrível génio de Picasso, fica a apenas 20 quilómetros ...

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à mesa

viver

Workshop em Penela

António alexandre, chef

a desafio das Letras promove no próximo domingo, dia 29, entre as 15H00 e as 19H00, nas instalações da Escola Tecnológica e Profissional de Sicó, em Penela, mais um workshop de inovação gastronómica dirigido a profissionais do setor, tendo como referência os produtos tradicionais do território do Xisto-Sabores do Xisto. Com a presença do chef António Alexandre, responsável pela cozinha do Hotel Marriott, e do paisagista Henrique Pereira dos Santos, autor do livro “O Gosto de Sicó”, recentemente apresentado na ExpoSicó, a

iniciativa permitirá abordar as relações entre gastronomia e paisagem. A inovação gastronómica, como forma de diferenciação e valorização dos serviços oferecidos pela restauração e hotelaria, através do contacto com novas abordagens no uso dos produtos característicos da região, são objetivos. O programa da iniciativa inclui, logo pela manhã, a primeira edição do experience.Nature cooking, um programa que, de forma menos intensiva, visa idênticos objetivos, mas é dirigido ao público em geral.

receitas

Cabrito assado no forno ingredientes 1 cabrito com 4 kg 4 colheres de sopa de banha de porco 6 dentes de alho 1 colher de sopa de colorau 0,5 litro de vinho branco água q.b sal q.b pimenta branca q.b 2 kg batatinhas pequenas 2 colheres de sopa de azeite 1 kg de brócolos

modo de preparação Barrar o cabrito com um molho que se preparou previamente com a banha de porco, alhos, colorau, sal, pimenta e o vinho branco. Deixar neste tempero de um dia para o outro. Colocar o cabrito num tabuleiro e levar a assar no forno bem quente. A meio da operação vá adicionando um pouco de água (caso seja necessário). Retifique os temperos e deixe o cabrito ficar tostado. Num tacho com água e sal coza as batatinhas com pele. Pele as batatinhas e aloure numa frigideira com um pouco de azeite e alho. Coza os brócolos em água temperada com sal, escorra e reserve. Num prato de barro, disponha o cabrito, as batatinhas e os brócolos e sirva bem quente, tudo regado com o molho do assado.

Escarpiadas ingredientes M assa de pão, limão, mel, açúcar amarelo, azeite para untar. Para fazer a massa do pão, basta usar a receita de pão básico (500g de farinha para pão caseiro da Nacional e 320ml de água morna).

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modo de preparação Estende-se um pouco de massa de pão sobre uma mesa e espalma-se. De seguida polvilha-se com limão e mel e um pouco de açúcar amarelo (na receita original usava-se apenas o mel, que era muito mais barato e abundante que o açúcar). Embrulham-se e colocam-se num tabuleiro untado com azeite e vão ao forno do pão (lenha). Quando louras, tiram-se e guarda-se o molho para as regar.

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vinhos

última fase da prova organoléptica

O gosto (sabor)

Arminda Ferreira, Enóloga é o sentido mais importante da análise sensorial. É um sentido que

envolve afetividade. "Ter bom gosto" – significa não só analisar bem os alimentos, mas também ser capaz de eleger, de acordo com as normas socialmente reconhecidas e valorizadas. É a última fase da prova organoléptica de um vinho sendo também o sentido mais difícil de apurar. As nossas sensações gustativas são fortemente influenciadas pela temperatura (temperaturas baixas potencia sensações ácidas) e composição da saliva (exerce poder tampão). Os sabores elementares no vinho são complexos e exigem treino. Doce é o único sabor que é agradável por si só, sendo, no entanto, enjoativo, quando muito intenso. Os compostos que conferem este gosto transmitem também sensações de suavidade e untuosidade.O sabor ácido do vinho é proveniente dos ácidos orgânicos que o constituem, frescura e elegância são duas importantes sensações transmitidas. As substâncias que induzem o sabor salgado fazem salivar. Apesar de não ser muito perceptível e de se encontrarem em concentrações baixas, existem sais no vinho. O amargo, quando não está combinado com um dos outros sabores, transmite uma sensação desagradável. É um sentido que não se basta a si mesmo: neste caso a sensação é mais complexa uma vez que o sabor é a soma do odor e sabor.

sugestão

As castas Alicante Bouschet - Aragonez - Trincadeira Preta estão presentes neste tinto com estágio de 12 meses em barricas de carvalho francês. As uvas deste vinho foram selecionadas com grande critério na vinha e na adega. Posteriormente sofreram um arrefecimento brusco para que a maceração pré-fermentativa fosse possível. Este vinho é resultado de um excelente trabalho vitícola e enológico.

Preço: 11,50€

C128

Quinta da Terrugem 2006


head topo de gama

viver

Kia Picanto

Confiança justifica-se...

a segunda geração do Picanto surge com uma versão bi-fuel (gasolina e GPL), que chega só em setembro, mas que promete dar que fazer à concorrência. O depósito de GPL foi instalado sob o piso da viatura e o de gasolina serve apenas reserva (10 litros de capacidade). As variantes com motores 1.0 e 1.2 a gasolina estão já disponíveis no nosso país. A gama divide-se em três níveis de equipamento: LX, EX e TX. A versão-base, mais barata (LX), conta com ABS, seis airbags, computador de bordo, coluna de direcção ajustável em altura, jantes de 13'' e spoiler traseiro. A versão EX (por mais 1700 euros) acrescenta alarme, chave retrátil com comando, ar condicionado manual, ligação auxiliar e iPod, quatro vidros elétricos, jantes de 14'' e piscas em LED integrados nos retrovisores. A

quinta a fundo O BMW Série 1 M Coupé chega em junho e promete viagens plenas de emoção. São 340 cv por 72.700 euros A McLaren prepara um superdesportivo para 2014 com produção limitada a apenas 500 unidades. O preço do novo bólide oscilará entre 400 e 450 mil euros

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versão TX (mais 900 euros que a EX) beneficia ainda de faróis de nevoeiro, bluetooth, sensor de luz, jantes de liga leve de 15'', faróis diurnos em LED e volante e punho de caixa em pele. O motor 1.2 está disponível apenas com nível TX Sport que inclui bancos em tecido/pele, pedais em alumínio, painel de instrumentos desportivo e consola central com acabamento metálico. Quanto a preços (já com despesas de transporte), no motor 1.0 os valores começam nos 9946 euros(LX), subindo para os 11 746 (EX) e 12 646 euros (TX). As versões bi-fuel do mesmo motor custam 11.496 euros (LX), 13.146 (EX) e 14.046 (TX). Já a versão 1.2 TX Sport vai para casa por 13.546 euros. A garantia de sete anos ou 150 mil quilómetros é outro dos argumentos do novo Picanto que

no ensaio realizado durante três dias passou com distinção em todos os capítulos. A Kia tem motivos para estar confiante, pois o Picanto é uma agradável surpresa. MN

Primeiro CZero mora em Coimbra O primeiro proprietário a nível nacional a utilizar o novo Citroën CZero mora em Coimbra. Rafael Marques comprou um automóvel que garante zero litros de gasolina, zero emissões de CO2 e... zero ruídos. Segundo o proprietário, o Citroën 100 por cento elétrico é muito confortável e agradável de utilizar, estando a despertar enorme curiosidade junto dos amigos e familiares do ex-oficial das Forças Armadas.

Amadeu Miranda e José Raúl Pereira entregaram o CZero a Rafael Marques, que elogiou as qualidades do veículo 100% elétrico

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motorização em setembro chega ao mercado o 1.0 Bi-fuel, com o mesmo bloco Kappa, mas com 82 cv, 95 g/km de CO2 e consumo 5,9 l/100 km. A Kia conta com ele para reforçar os resultados positivos na tabela de vendas.

Escola de Condução Inês de Castro completou 12 anos a direção da Escola de Condu-

Concessionário MCoutinho Centro Av. Fernão de Magalhães 254 - 3000-172 Coimbra Telef 23 982 0645 Fax 23 943 3505

ção Inês de Castro, no Bairro de Santa Apolónia, em Coimbra, assinalou, na terça-feira, o 12.º aniversário. A festa reuniu atuais e antigos alunos, fornecedores e muitos amigos. Na ocasião foram apresentadas as equipas que, com o apoio da Escola de Condução Inês de Castro, têm presença assegurada na edição deste ano do Portugal de

Lés-a-Lés, passeio motard que reúne milhares participantes. Os Nissan Juke, comercializados pela Ferreira Morais & Morais, distribuidor oficial Nissan, com a nova identidade da escola, foram dados a conhecer aos convidados e causaram sensação, já que contribuem para a melhoria quer das condições de aprendizagem dos candidatos, quer das condições de trabalho dos instrutores.

mercado A gama divide-se em dois motores a gasolina: 1.0 com 998 cc, 69 cv, 99 g/km de Co2 e 4,2 l/100 km e 1.2 com 1248 cc, 85 cv, 109 g/km de Co2 e 4,5 l/100 km

Nova A6 em Outubro

Sistema da Mazda melhora eficácia

a carrinha do novo A6 deverá

Novo Mégane Coupé Cabriolet

chegar a Portugal em Outubro. A capacidade da bagageira oscila entre os 565 litros e os 1680 litros.A gama de motorizações inclui o 2.0 TDI de 177 cv, o 3.0 TDI de 204 cv e o 3.0 TDI quattro de 245 cv. Também existem opções a gasolina, como é o caso do 2.8 FSI de 204 cv e 3.0 TFSI com 300 cv.

Porsche Panamera SHybrid já chegou

a proposta da marca francesa para andar de cabelos ao vento

oferece agora estofos em couro e financiamento Renault cashback com 1.500 euros de apoio à entrada para particulares. A cintura do habitáculo e montantes de pára-brisas cromados, teto e retrovisores em acabamento preto brilhante cativam no primeiro olhar. Com a "atitude de Coupé, essência de Cabriolet", proporciona conforto digno de uma berlina e as recentes soluções tecnológicas. Na Litocar poderá obter toda a informação sobre o modelo.

O Porsche Panamera S Hybrid já está disponível no nosso país. É proposto por 117.419 euros. O motor-compressor de três litros V6 debita 333 cv, assistido por um motor elétrico de 47 cv, assegura seis segundos dos 0 aos 100 km/h e 270 km/h de velocidade máxima. A autonomia no modo elétrico é de aproximadamente dois quilómetros a uma velocidade de até 85 km/h, dependendo da condução.

o sistema SKYACTIV da Mazda permite melhorar substancialmente a eficácia do motor, usando as novas transmissões mais leves, o revolucionário sistema stop-start, e também melhorando a aerodinâmica.

Opel mostra novo Zafira Tourer O sistema Flex7 foi aperfeiçoado. A terceira fila de bancos continua a poder ser rebatida até ao nível do piso do compartimento de carga e a segunda fila foi redesenhada. O motor 2.0 CDTi, em três níveis de potência, é trunfo no lançamento.

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viver

notícias

Iveco e Rossi continuam juntos O Stralis, veículo da gama pesada

de estrada da Iveco, vai transportar a motorhome de Valentino Rossi por todos os circuitos europeus do Campeonato do Mundo de MotoGP. Marco Monacelli, diretor de comunicação e publicidade da Iveco, entregou o veículo a Valentino Rossi.

Suzuki enaltece sabores da cozinha portuguesa

Início positivo O audi team novadriver quer manter em jarama o estado de graça. João Figueiredo e césar campaniço lideram nos gts

a suzuki é patrocinadora do "Prove Portugal", programa gastronómico da RTP1 que promove a excelência da cozinha portuguesa. O acordo agora estabelecido entre a produtora Mandala e a Cimpomóvel Veículos Ligeiros SA, representante nacional da marca japonesa, prevê a cedência de viaturas – nomeadamente o Novo Suzuki Swift - que, naturalmente, serão utilizadas não só nas deslocações, como também nas filmagens. Ana Guerreiro, responsável de Vendas e Marketing da Cimpomóvel Veículos Ligeiros SA, considera o apoio ao programa "um excelente meio de promoção dos nossos modelos, numa temática que tem sabor especial para os portugueses".

ALD desmistifica veículo elétrico A ald Automotive, empresa especializada em aluguer operacional e gestão de frotas do Grupo Société Générale, disponibiliza um carro elétrico Nissan Leaf aos clientes para test-drive, no sentido de desmistificar todas as questões ligadas a este tipo de veículos.

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a segundA prova do Campeonato Espanhol de GTs está marcada para o próximo fim-de-semana no Circuito de Jarama. João Figueiredo, piloto da Automóveis do Mondego, e César Campaniço querem manter a lideraça, após os excelentes resultados na primeira prova, em Valência, onde alcançaram um 2.º e um 4.º lugares à geral (correspondentes a duas vitórias na sua categoria). O Audi Team NovaDriver, com o R8 LMS pilotado pela dupla dupla portugesa, terá duplo objectivo: vencer a categoria GTS e intrometer-se na luta com os SuperGT. Na antevisão da segunda prova do campeonato,

o piloto conimbricense confessa que "a expectativa de um bom resultado é muita". Segundo João Figueredo, a equipa está "confiante" e com "força" para conseguir mais um bom resultado. "Depois do que fizemos em Valência, apesar de termos mais concorrência, queremos ganhar a nossa classe e se possível imiscuirmo-nos na luta com os GT2", explica. Apesar do traçado do Circuito de Jarama "não ser muito favorável" ao Audi Team NovaDriver, João Figueiredo e César Campaniço prometem dar tudo por tudo para garantirem um lugar no pódio. A concorrência está atenta e promete complicar a vida à dupla portuguesa. O fim-de-semana promete...

CAM venceu Rampa da Falperra As EQUIPAs da MCoutinho/Ibertal, com João Baptista e Paulo Machado, garantiram o 5.º lugar na prova do Ford Transit Trophy, inserida no programa da 32.ª Rampa Internacional da Falperra, prova do Campeonato da Europa de Montanha, que teve como grande vencedora a equipa da CAM. A curta vantagem que separou José Pedro Leite/António Rodrigues dos segundos classificados (Stock Car) explica o elevadíssimo grau de competitividade do troféu. A Beta/Eni (António Costa/ Valter Cardoso) completaram o pódio. João Diogo Lopes/Filipe Martins levaram a Ford Transit da Auto Rabal a um meritório 4.º lugar.

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viver

LEITORA Carla Ribeiro

v ida NOVA

PROFISSÃO Estudante IDADE 19

A Carla Ribeiro apresentou-se com um cabelo bonito mas um pouco áspero e com diferentes comprimentos. Preparou-se a intervenção na leitora escolhendo um tom e técnica de coloração que respeita a cor natural do seu cabelo mas que realça e uniformiza os brilhos e pontos de luz. O corte, da colecção H3 de Carlos Gago, uniformizou o comprimento dos cabelos, beneficiando o rosto da candidata. O styling garante volume e ritmo ao penteado que é agora, mais sofisticado.

antes

Produção global: CABELEIRO ILIDIO DESIGN by Carlos Gago C. COMERCIAL GIRASSOLUM Fotografia: Pedro Ramos Roupas e adereços: B&A Ricardo Colaço Loja 121, 1º piso Helena Colaço Loja 117, 1º piso C. COMERCIAL GIRASSOLUM

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depois HAIRSTYLIST Zita

Se deseja mudar o seu visual, envie um e-mail, com o seu nome, idade e foto para

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TÉCNICA de COLORAÇÃO Pontos de luz em sol com Platinium sem Amoníaco a 20 vol. CORTE Colecção H3: Carlos Gago STYLE Tecniarte: Volume arquitect Constructor spray 59


viver

moda

ecofashion

tiaras e cortes helénicos marcam a estação

Artigos: B&A - Ricardo Colaço Centro Comercial Gira Solum 1.º Andar

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Modelo: Nicole Produção: Black at White

Cabelos: Natália Lopes Cabeleireiro Maquilhagem: Makeit Up Fotografia: M. Crespo

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decoração

LasKasas Interiores no "Último a sair" Num projeto único e com um formato completamente inovador, o "Último a Sair" está a ser o "grande programa de entretenimento do momento". O burburinho causado nas redes sociais tem chamado a atenção de muitos telespetadores. O espaço onde a "ação" decorre tem contribuído enormemente para o sucesso deste formato de programa e o "Último a Sair" não é exceção.

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A casa está inteiramente mobilada pela Laskasas Interiores – quartos, sala de estar, sala de jantar e "confessionário" – tudo foi pensado ao pormenor para garantir o máximo conforto dos participantes e captar a atenção dos telespetadores. Ambiente colorido, cheio de boas energias, pensado para todos os aspetos do dia-a-dia. Esta é a casa mais desejada do país.

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Paulo Futre apresenta livro paulo futre esteve na Fnac do Fórum Coimbra para apresentar a sua biografia «El Português», em conjunto com o autor do livro Luis Aguilar. Deu autógrafos e tirou fotografias com muitos dos seus fãs.

Guedes da Silva, João Gouveia, Rui Pereira, José Conde Rodrigues e João Gomes

Rui Pereira inaugura carreira de tiro em Soure

esteve presente no concelho de Soure, perto da localidade de Alencarce de Cima, para presidir à inauguração da carreira de tiro que tem como finalidade servir para o treino das forças de segurança. Foram entregues novas armas de fogo e equipamentos de defesa pessoal a elementos da PSP e GNR.

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o ministro da Administração Interna , Rui Pereira,

José Conde Rodrigues, Rui Pereira, Guedes da Silva, General Mota e João Gomes 63

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viver

A unidade pertence à Domus Vitae - Fundação Beatriz Santos

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Óscar Gaspar inaugura Unidade de Cuidados Continuados Lorsenior O SECRETÁRIO DE Estado da

1 Paulo Santos, Beatriz Santos, Bea Santos e Filipe Santos 2 Carlos Cidade, Paulo Santos, Óscar Gaspar e Henrique Fernandes 3 José Varandas, Leitão Couto e Pedro Coimbra 4 Célia Torres, Alberto Lourenço, Marina Almeida, Belina Rodrigues e Catarina Borges 5 Rui Duarte, Pedro Coimbra, Mário Rui Ferreira e José Varandas

Saúde, Óscar Gaspar, esteve presente na inauguração da Unidade de Cuidados Continuados Lorsenior, em Lordemão. A unidade, já em funcionamento, tem capacidade de resposta para cuidados de média e longa duração. Para inaugurar este novo espaço estiveram presentes o governador civil de Coimbra, Henrique Fernandes, o presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Barbosa de Melo e o diretor do estabelecimento, Paulo Santos. A nova infraestrutura é caraterizada pela sua proximidade com os cidadãos, localizando-se no centro urbano. Tem bons recursos humanos, bons profissionais na área da medicina, enfermagem, serviços hoteleiros e nutricionistas que projetam condições de alimentação.

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6 Mário Rui Ferreira, João Paulo Barbosa de Melo, Óscar Gaspar, Paulo Santos e Henrique Fernandes 7Lídia Costa e Bea Santos 8 Paulo Santos, Óscar Gaspar e Henrique Fernandes 9 Beatriz Santos e Paula Eusébio 10 Leitão Couto, David Carvalhal e Beatriz Santos 11 Luis Areia e Artur Silva 12 Óscar Gaspar e José Reis

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Fundação do Buçaco comemora aniversário A FUNDAÇÃO DO BUÇACO comemorou, no Convento de Santa Cruz do Buçaco, o seu segundo aniversário. Nesta cerimónia foram firmados protocolos de cooperação com o IFAP/ Autoridade Florestal Nacional e com a Fundação Luso/Sociedade das Águas do Luso. Esteve presente o secretário de Estado das Florestas, Rui

Barreiro, o governador civil de Aveiro, José Mota, o presidente da Câmara Municipal da Mealhada, Carlos Alberto da Costa Cabral, o presidente da Fundação da Mata do Buçaco, António Jorge Franco, o presidente da Autoridade Florestal Nacional, Amândio Torres e o administrador da Fundação Luso, Nuno Pinto de Magalhães. 5 4 1 Nuno Pinto Magalhães, Amândio Torres, Rui Barreiro, António Jorge Franco, Carlos Cabral e Fernando Mendonça 2 Nuno Pinto Magalhães e António Jorge Franco 3 Amândio Torres, Fernando Alves e António Jorge Franco 4 Fernando Mendonça e João Pega 5 Pedro Machado e Jorge Sampaio

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6 Raúl Aguiar, António Martins e Luís Lavrador 7 Armando França e Luís Braga da Cruz 8 João Pega, Filomena Pinheiro e Manuel Coleta 9 Rui Barreiro, Luís Braga da Cruz e Miguel Galante 10 Pedro Rebelo, Luísa Ramos e Teresa Anderson 11 Noémia Calado, João Frias e Salomé Sério 12 Júlio Penetra e Humberto Oliveira 13 Júlio Penetra e Carlos Rodrigues

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viver

Ivete Sangalo arrasa em Coimbra A cantora lançou poeira na Praça da Canção de Coimbra. Muitos foram os espetadores que dançaram e saltaram ao som da música brasileira do furacão da Baía. "Poeira", " Levada Louca", "Eva" e " Se eu não te amasse tanto assim" foram as músicas que levaram o recinto ao rubro.

NB Club recheado de emoção O NB club de Coimbra continua animado. Quinta-feira foi noite de The fun is coming home, com entrada sem consumo mínimo. Na sexta-feira, o conceito foi um pouco diferente: The very best of sound music, com a participação do dj. Filipe Sanches. No sábado, ninguém perdeu o som do dj. Xaninho, numa noite recheada de glamour e nightrhymes.


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Os Golpes Fnac Coimbra. 27 de maio. 22H00

CULTURA

O grupo apresenta o álbum "G". O tema "Vá Lá Senhora", com a participação de Rui Pregal da Cunha, revelou-se um sucesso.

agenda da semana qui.26 Márcia Santos + Norberto Lobo ao vivo (Ciclo Roque Beat Nova Música Portuguesa) - TAGV/Coimbra - 21H30

sex.27

DEUS - Uma peça

Quarteto de António José Moreira ao vivo - Fnac Coimbra - 17H00

Ao explorar a diversidade cultural e linguística, a coreógrafa Andrea Sitter revisita os maiores nomes da dança clássica e contemporânea.

A peça, com encenação de Ricardo Vaz Trindade, é um exercício de comédia sobre o absurdo do universo de Woody Allen.

Caravan Cabaret Cine-Teatro Avenida/ Castelo Branco. 26 maio. 21H30. 5€ Produção Baal 17/Al-Masrah apresenta personagens insólitas como bailarinas expulsas dos music-halls de Paris e cómicos espancados nos night clubs de Nova Iorque.

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dom.29

Teatro Viriato/Viseu. 28 maio. 21H30. 5€ a 10€

Teatro Miguel Franco/Leiria. 27 de maio. 21H30. 5€

"A Menina do Mar" (conto de Sophia de Mello Breyner Andresen, musicado por Bernardo Sassetti) - Teatro José Lúcio da Silva/ Leiria - 11H00

XIV Festival Internacional de Tunas da Figueira da Foz - CAE/Figueira da Foz - 21H30

La Cinquiéme Position

O Soldadinho de Chumbo Teatro Municipal da Guarda. 28 de maio. 16H00. 5€ Joachim Torbahn mostra um espetáculo de teatro e pintura inspirado em Hans Christian Andersen.

Cinderela TAGV/Coimbra. 1 junho. 9H30,10H45, 15H00 e 21H30 O Dia da Criança é celebrado conjugando a magia de Cinderela e a beleza da patinagem. Espetáculo pleno de cor, luz e movimento. Organização: Palco Partilhado.

seg.30 "Rapsódia" ao vivo - Centro Cultural D. Dinis/ Coimbra - 21H30

ter.31 "Os Lusíadas" (poesia), ditos por António Fonseca - Oficina Municipal do Teatro/ Coimbra - 22H00

qua.01

Luís Represas Cine-Teatro Messias/ Mealhada. 28 maio. 21H30 O prestigiado cantor e compositor de música moderna portuguesa apresenta o espetáculo "Pessoas Felizes". Luís Represas promete revisitar músicas que marcaram gerações, como por exemplo "Feiticeira", "Perdidamente", "125 Azul" e "Timor".

Banda musical "Pear Tree" - Centro Cultural D. Dinis/ Coimbra - 21H30

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Amor Electro confirmados no festival Delta Tejo, em Lisboa, a 1 de julho

confidências

Jazz ao Centro

"Gosto de jazz e de música clássica"

Coimbra. Até 4 de junho. A nona edição do "Jazz ao Centro – Encontros Internacionais de Jazz de Coimbra" contempla concertos, cinema, exposições e ações didáticas, dando vida a locais culturais chave da cidade, como o Centro Cultural D. Dinis, o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, o Salão Brazil, o Conservatório de Música de Coimbra e o Teatro Académico de Gil Vicente. Programação completa em www.jazzaocentro.pt/2011.

Que livro está a ler? A biografia de Nelson Rolihlahla Mandela. Uma corajosa trajetória política em luta pela liberdade… Vai regularmente ao cinema? Quase todas as semanas. Isto porque o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em parceria com a Fila K Cineclube de Coimbra, apresenta às terças-feiras uma sessão gratuita do chamado cinema alternativo. Recordo Herner Herzog…a rever! E ao teatro? Como amante do teatro, vou menos vezes de que gostaria.

Hora do Conto Dolce Vita/Coimbra. 28 maio. 11H00. Maiores de 6 anos. Entrada livre Um projeto pedagógico d´O Teatrão que dá que pensar. E se as histórias fossem de outra maneira? E se acontecessem hoje? A partir da leitura de contos tradicionais portugueses que durante séculos foram transmitidos oralmente vamos imaginar e reinventar histórias. Nesta atividade, as crianças passarão a conhecer histórias de outrora e poderão experimentá-las agora, a partir de jogos onde criarão as suas personagens.

Que preferências musicais tem? Alguma música portuguesa, muito jazz, clássica… E o que prefere nas artes plásticas? Contemporânea… Paula Rego, Vieira da Silva, Mário Cesariny, entre outros. Participa nas redes sociais? Vejam o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha no Facebook. Todos os dias com novas ideias.

"Fábulas", por Almada Negreiros Museu Grão Vasco/Viseu. Até 28 de Agosto A exposição reúne 54 desenhos originais de Almada Negreiros, quase todos de 1936. Os desenhos foram feitos logo após o regresso do artista a Portugal (tinha estado em Espanha) e representam uma fase em que Almada Negreiros estava muito empenhado nas artes gráficas e no mundo da literatura.

Artur Côrte-Real Coordenador da equipa de projeto do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha

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viver

vidas

Quando a margem esquerda era engolida pelo rio

Abrilina Mesquita recorda o tempo em que Santa Clara-a-Velha era percorrida de barco e as pessoas lutavam contra as águas do mondego para sobreviverem texto e FOTOS bruno vicente

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AOS 68 ANOS, Abrilina Mesquita é como uma máquina do tempo, capaz de fazer uma viagem de meio século até à margem esquerda do Mondego, outrora agrícola e industrial, hoje residencial e turística. Para quem conhece Santa Clara-a-Velha há poucos anos, é difícil imaginar a luta travada pelos populares contra as águas do Mondego. Quando o rio subia, as pessoas percorriam todo o território em pequenas embarcações. O Mosteiro, submerso, protagonizava cenas à Júlio Verne. Os mergulhadores testavam o equipamento mais moderno, ao explorar o património perdido para as águas escuras. "Vivo em Santa Clara há 58 anos. Os meus pais vieram da freguesia de Almalaguês para trabalhar aqui, numa quinta muito grande. Tínhamos animais e cultivávamos. Toda esta zona, do Mosteiro às novas piscinas, era terrenos agrícolas que davam pão a muita gente", conta Abrilina Mesquita. Há poucas décadas era vulgar as pessoas colocarem a vida em risco, para salvarem os animais e o cultivo. "Quando o rio enchia, inundava tudo. Saíamos pela janela do primeiro andar e íamos de barco para o trabalho. Os do rés-do-chão eram acolhidos pelos vizinhos que moravam nos andares superiores", recorda Abrilina. "Eu é que controlava o bar-

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co. Em jovem era atrevida e não media o perigo. Ia a todo o lado de barco, à padaria, onde fosse preciso", acrescenta, sorrindo depois. CADÁVERES NO RIO Os bombeiros de Coimbra que estiveram em atividade durante a segunda metade do século XX garantem que morreram várias pessoas nas águas traiçoeiras do Mondego, na zona da margem esquerda. Os relatos de

Quando o rio enchia, inundava tudo. Saíamos pela janela do primeiro andar e iamos de barco para o trabalho. Os do rés-do-chão eram acolhidos pelos vizinhos

"corpos a boiar" não são ficção. "A vida não era fácil" mas, ainda assim, os habitantes de Santa Clara aprenderam, de geração em geração, a admirar o rio. "As cheias faziam bem às terras, tornavam-nas férteis. Dizia o meu pai que ano de cheias era ano de fartura", recorda Abrilina. A mulher recorda também a indústria que estava instalada em Santa Clara. "Não imagina a quantidade de fábricas que havia por aqui: de panos, sabão, cerâmica, camisolas… Eu não tinha despertador para acordar de manhã. As pessoas que iam para as fábricas a pé é que me acordavam sempre, com o barulho da conversa", explica. Além do trabalho no campo, Abrilina foi costureira e vigilante na Escola D. Duarte. Agora, já não se vê laranjeiras nem campos de milho em Santa Clara e já não se ouve o barulho dos animais e das pessoas a irem para as fábricas. Mas a margem esquerda soube reinventar-se e é, atualmente, um centro turístico e habitacional. "Está completamente diferente, mas continua a ser um sítio mágico", diz Abrilina Mesquita. E é por isso que, aos 68 anos, toma todos os dias o pequeno-almoço no café do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, agora já liberto das águas. "Olhar para estes terrenos dá-me vida", conclui.

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Trabalhar no campo aos 10 anos Abrilina Mesquita começou a trabalhar nos campos da margem esquerda ainda em criança. "Nessa altura, ao pé do rio, era tudo terrenos agrícolas. Aos 10 anos já andava atrás dos bois, para ajudar os meus pais. A vida era realmente dura", recorda a mulher de 68 anos.

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ideias headdos outros

Sensacionalismo teológico luís de matos

Juízo final adiado sem pré-aviso

Um surpreendente número de cidadãos dos Estados Unidos da América, estimado entre vinte e quarenta milhões de pessoas, acreditavam que o juízo final teria lugar no passado dia 21 de maio. Uma campanha nacional de proporções sem precedentes, e absolutamente viral, fez ecoar a previsão apocalíptica de Harold Camping. A mensagem era clara: Jesus Cristo chega a 21 de Maio e levará com ele todos aqueles que nele acreditam. Harold Camping, com 79 anos de idade, é um respeitado teólogo estadunidense, profundo conhecedor dos textos sagrados e católico confesso de grande notoriedade social. Há muitos anos previu e anunciou, baseando-se na bíblia, que o fim do mundo aconteceria em setembro de 1994. Perante o fracasso e insensatez quase insultuosa dos seus cálculos, seria de esperar que se tivesse deixado dessas coisas. Não. Há sensivelmente dois anos, o Sr. Cam-

ping anunciou uma nova data para o dia em que Deus revelado desceria à terra. Seria a 21 de maio de 2011, às seis horas da tarde. Um tremor de terra global seria seguido pela literal subida aos céus de todos os católicos. Cinco meses depois, a 21 de outubro, Deus destruiria por completo não só o planeta mas todo o Universo. Milhões de fundamentalistas religiosos multiplicaram a mensagem e contagiaram uma nação. Campanhas de rua por todos os estados, das grandes capitais ao pequenos lugares, estações de rádio e de televisão, imprensa escrita, blogs e redes sociais, deixaram os Estados Unidos em alvoroço.

brou que todos temos animais de estimação e que muitos ficariam sem dono quando os seus amos partissem para o céu. Foi aí que nasceu a empresa "Eternal Earth-Bound Pets". A empresa montou centros de acolhimento em 26 estados dos EUA. Empregados e voluntários garantem ser ateus e por isso continuariam cá depois do dia 21 de maio. Afirmam ter os meios, a capacidade e o desejo de garantir e assistir a vida natural dos animais de estimação. Tudo isto por apenas 135 dólares. No seu sítio da internet pedem desculpa por infelizmente não estarem equipados para acomodar todas as espécies e, por isso, devem limitar os seus serviços a cães, gatos, pássaros, coelhos e pequenos mamíferos de jaula. O que sim é garantido pela empresa é a paz de espírito para os donos que se preparavam para partir. Nada disto é novo. Desde meados do século XIX que os mais variados predicadores, isoladamente ou no âmbito de grandes comunidades religiosas, vêm anunciando com assinalável convicção a data e hora para o fim do mundo. Todas falharam "graças a Deus". Há, contudo, uma previsão que ainda está por confirmar. Sir Isaac Newton, baseando-se em cálculos realizados a partir da interpretação das escrituras do Antigo Testamento, concluiu que o Apocalipse não poderia acontecer antes de 2060.

Nada aconteceu. Ou melhor, coisas fantásticas aconteceram. Para bem se prepararem para o grande dia, muitos crentes venderam os seus carros e casas , dando o dinheiro a familiares não religiosos para que estes pudessem sobreviver até outubro. Mas houve também espaço ao empreendedorismo. Alguém se lem-

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