Mensageiro Celeste • Fevereiro 2004

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ANO II • N.º 9 • FEV 2004

Boletim Informativo do Centro Cultural Akenathon da ORDEM FRATERNAL CRUZEIRO DO SUL - “CEU”

EDITORIAL

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espiritualismo oriental pre-coniza bondade, união e paz para que o indivíduo possa expressar sua divindade com plenitude. Essas três palavras fazem sentido somente quando se procura viver a serenidade do espírito, acei-tando e superando todos os desafios impostos pela samsara, tal como fez o grande Iluminado Siddharta Gautama. A paz é um direito de todos. O místico-espiritualista é um defensor da paz em qualquer circunstância, seja ele um político, um religioso, um terapeuta, um profissional liberal ou trabalhador comum. Importa conhecer e viver Deus, ou seja, praticar a retidão na palavra, no pensamento e na ação. Nessa edição convidamos você a uma reflexão sobre esse remédio tão valioso para o espírito: a paz. Roguemos para que nossa boa vontade altruísta envolva o nosso planeta, e que juntemos nossos es-forços no sentido de trazer luz, conforto, esperança e encorajamento a todos os homens.

O poder criador da palavra “No início era o verbo”, diz a Bíblia, e o verbo ainda hoje cria o universo humano. Todos os dias é possível reinventar a vida. É sempre aqui e agora que se cria o destino futuro, palavras ditas para si mesmo e para os outros. O poder da palavra é enorme. Ela salva e condena, ilumina e traz escuridão, adoece e cura. O pensamento correto leva à palavra e à ação corretas, e disso surge esperança e felicidade. Pág.2

A via da tranqüilidade

Budismo como prática de harmonização com o universo através do aperfeiçoamento espiritual e da solidariedade entre os seres. Pode ser praticado por qualquer pessoa em qualquer cultura, independente de raça, sexo ou idade. Pág.2

OM SHANTI Kabir da Pérsia Sumo Sacerdote da “CEU”

Concedei-me, Senhor...

Confira na íntegra a tão famosa Oração da Serenidade utilizada em templos e instituições diversas. Pág.4 DIÁLOGOS ETERNOS

Tolstoi é um dos grandes escritores da história da humanidade. Descubra um pouco mais sobre esse profeta excomungado por sua igreja e perseguido por suas idéias sobre não-violência. Pág.3


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CONTINUAÇÃO DE CAPA

O poder da palavra

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uso da palavra define o ser humano. Raramente, num instante de meditação, é possível ficar livre do pensamento. Uma das características centrais do homem é falar quase o tempo todo, inclusive mentalmente. Mesmo quando nada é dito para os outros, a pessoa está dizendo coisas para si própria. Quando não escuta alguém, ouve a voz interior das es-peranças e anseios que habitam o universo pessoal. Assim, falar é muito mais do que emitir um mero som ou uma seqüência lógica de pensamentos. Cada palavra proferida ou pensada invoca a energia de uma cor, de um som e de um número. As palavras

que cada um diz ficam gravadas no inconsciente e se mis-turam ao destino. Esta é uma lei inevitável. Por isso a vida é, de fato, o resultado de cada pensamento. O Dhammapada, uma das escrituras do budismo, ensina: “Tudo o que somos hoje é resultado do que temos pensado. O que pensamos hoje é o que seremos amanhã: nossa vida é uma criação da nossa mente. Se um homem fala ou age com uma mente impura, o sofrimento o acompanha. Se um homem fala ou age com a mente pura, a felicidade o acompanha como sua sombra inseparável”. Mas a palavra também é resul-

tado prático da experiência. Jesus Cristo ensina: “A boca fala daquilo que o coração está cheio.” O poder magnético da palavra é o começo de todas as manifestações no mundo oculto. Ao proferir um nome, a pessoa está de-finindo um ser, mas também entre-gando-o à emissão do verbo, à influência de uma ou mais potências ocultas. Os pensamentos positivos criam emoções construtivas e o resultado disso é boa saúde, que por sua vez, produz sentimentos e pensamentos construti-vos, e assim se forma um círculo mag-nético de realimentação positiva. Na tradição milenar do hin-

duísmo, um trecho dos Upanixades é usado há muitos séculos como mantra e oração. “Que a minha palavra esteja em unidade com a minha mente. E que a minha mente esteja em unidade com a minha palavra. Ó, tu, ser todo iluminado, afasta o véu da ignorância da minha frente, para que eu possa distinguir a tua luz. Quero buscar, noite e dia, inces-santemente, a correta compreensão do teu ensinamento. Que eu possa falar a verdade divina. Que a verdade me proteja. Que ela seja meu mestre”, diz o Aitareya Upanixade.

Terapia breve

ENTREVISTA Rui Parente

Uma publicação do Centro Cultural Akenathon da Ordem Fraternal Cruzeiro do Sul – “CEU’. Jornalista responsável: Rafaela Gomes – JP 23991 RJ Projeto Gráfico: Francisco Carlos de Paula Tiragem: 2000 exemplares Impresso na Gráfica Irmãos Passos. Distribuição gratuita Se quiser receber o Mensageiro Celeste regularmente em casa, avise-nos. A sua assinatura vai nos ajudar na impressão e distribuição do jornal. Ordem Fraternal Cruzeiro do Sul – “CEU” Rua Washington Luiz, 128 – Centro – Rio de Janeiro - RJ - CEP: 20230-021. Tel.: (21) 2505-9127 Fax: (21) 2505-9130 E-mail: ceu_namaste@yahoo.com.br

A “CEU” é uma instituição místicoespiritualista, sem fins lucrativos, voltada para a ajuda ao próximo e fundamentada em religiões orientais. Suas atividades são realizadas por voluntários e mantidas por doações espontâneas.

A doutrina do caminho do meio

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udismo, esse foi o tema da palestra que aconteceu na “CEU” no dia 17 de janeiro. O palestrante Rui Parente, da Sociedade Budista do Brasil, apontou entre outras coisas os fundamentos desta filosofia oriental e a im-portância da me-ditação para o autoconhecimento. Mensageiro Celeste: O que é budismo? Podemos considerá-lo uma religião? Ru i Pa r e n t e : Não, budismo não é uma religião mas sim uma filosofia de vida. Não tem um princípio específico. É uma postura, uma vivência que engloba todo o ensinamento. Uma palavra-chave que sintetiza sua essência é a correta compreensão das coisas e dos seres. MC: Qual a importância da meditação para o budista? RP: A meditação é a mente voltada para um único ponto a fim de evitar a dispersão. Temos várias técnicas que podem ser usadas em diferentes estágios e momentos. Mas a da respira-ção é uma muito usada, inclusive na linha

espiritualista, como aqui na “CEU”. A proposta dessa técnica de meditação é observar o ar entrando e saindo, fazendo com que todo o corpo fique relaxado, tranqüilizando a mente. MC: Para você, qual o papel da palavra? RP: Palavra e pensamento estão sempre unidos. O pensamento leva à palavra correta. Praticando isso a pessoa está cres-cendo e desenvol-vendo a auto-consciência. A pa-lavra pode construir mas também destruir. Segundo um ditado, a palavra é de prata e o silêncio de ouro. É necessário ter uma postura inteligente e sábia da vida. Precisamos ser mais tolerantes e compreensivos com os outros. Saber que cada um está em um estágio de desenvolvi-mento. Nessas horas vale pedir a Deus sabedoria para mudarmos apenas as coisas que possam ser mudadas. MC: Que recado você deixa para os leitores? RP: Que as pessoas exercitem a plena atenção e cultivem o amor.

Espaço dos leitores “Conheci o jornal e me interessei bastante pelo seu conteúdo. Já freqüentei muitos centros e hoje me dedico a estudar as obras kardecistas que me ajudaram muito nos reveses da vida”, Mirtes Ziértes Machado, por carta.

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Carta: Rua Washington Luiz, 128, Centro, Rio de Janeiro. Cep: 20230-021 (escreva no envelope: PARA A REDAÇÃO DO MENSAGEIRO CELESTE). E-mail : mensageiroceleste@yahoo.com.br

Sociedade Budista do Brasil Estrada Dom Joaquim Mamede, 45 - Santa Teresa. Tel.: (21) 2526-1411.

Sentar-se num divã e passar anos num processo de psicanálise tem se tornado um prazer difícil. Nem todo mundo desfruta de tempo, dinheiro e disposição para sessões semanais de análise a perder de vista. Por isso, uma modalidade de terapia que privilegia a rapidez no encontro de soluções ganha cada vez mais adeptos. É a psicoterapia breve, técnica na qual se determina o número de sessões a serem feitas e o problema a ser discutido. Se a questão é acabar com a angústia do desemprego, por exemplo, o trabalho terapêutico é dirigido para isso. Nos consultórios, a procura por esse tipo de terapia é cada vez maior. “A psicoterapia breve é orientada para objetivos claramente delimitados e mudanças legítimas nas vidas das pessoas e não somente para auto conhecimento e apoio”, revela o psicólogo Jarbas Mello, coordenador do trabalho voluntário de psicologia na “CEU”. Segundo ele, a técnica enfatiza a realidade objetiva e tem como meta ajudar o indivíduo na busca de soluções para os seus problemas, dentro do tempo mais breve possível. A técnica da psicoterapia breve, porém, não é nova. Na década de 20, discípulos de Freud já desenhavam terapias menos longas do que as criadas pelo pai da psicanálise. O método ganhou força na Segunda Guerra, nos Estados Unidos, quando havia muita gente precisando de atendimento e poucos terapeutas. Para que o tratamento fosse abreviado, novos procedimentos foram criados. Um deles foi determinar o foco na discussão do motivo que desencadeou a crise. E hoje se estabelece a terapia breve como um trabalho a ser feito em no máximo um ano. Porém, há características do paciente que indicam maiores chances de sucesso na terapia. Primeiro é preciso querer mudar, por exemplo. Até porque é um engano imaginar que a terapia breve é limitada a tratar os sintomas da crise. Na verdade, ela vai ajudar na raiz do problema e não é apenas uma questão de mudança comportamental. Jarbas Mello – CRP-05-7212 Pós-graduado em Psicologia Clínica e Psicoterapia Breve Integrada Av. N.S. de Copacabana 794/1004 Tel. 2549-7626 e 9274-9424 E-mail: jarbasmello@ig.com.br


DIÁLOGOS ETERNOS

MENSAGEIRO DO M S

Leon Tolstoi (1828-1910)

Sérgio Vieira de Melo

Tolstoi: Guerra e Paz na Alma Humana * Extraído da Revista Planeta, edição 370

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onsiderado até hoje um dos g randes escritores da história da humanidade, Tolstoi, o autor de Ana Kare-nina e Guerra e Paz, não foi apenas um romancista de su-cesso. Foi um profeta. Sua vida começou como um conde, mas perto dos 50 anos de idade Tolstoi mergulhou em uma crise pessoal irreversível – e renovou completamente seus valores. A partir dali sua atitude mudou de modo tão radical que passou a ser considerado um anarquista cristão. Profeta da justiça social, ele foi excomungado por sua igreja e per-seguido por suas idéias sobre não-violência. Em certos casos, o processo de despertar espiritual ocorre em meio a uma grave crise pessoal. A iluminação, para alguns, é um renascimento em cujo parto não falta dor. Todo um estilo de vida e uma visão de mundo são destruídos, para que a consciência se expanda e uma visão inteiramente nova possa nascer. Qual foi sua experiência nesse sentido? Aconteceu que, homem sadio e feliz, senti que não podia mais viver. Uma força invencível me levava a me desembaraçar de qualquer modo da vida. Isso acontecia num momento em que, em todos os sentidos, eu possuía o que é considerado felicidade completa. Além disso, não era louco nem doente mental; ao contrário, gozava de uma força moral e física que raramente encontrei entre meus camaradas. Foi nesse estado que cheguei ao ponto de não poder mais viver. Minha vida parou. Eu podia respirar, comer, beber, dormir, mas isto já não era vida, pois não sentia desejos cuja satisfação me parecesse razoável. Quando me acontecia desejar qualquer coisa, sabia de antemão que nada resultaria da realização, ou não, desse desejo. Como foi que a crise se transformou em oportunidade – e ocorreu o renascimento interior? Eu estava disposto a aceitar agora qualquer religião, com a condição de que ela não exigisse de mim a mentira que é a negação direta da razão. Pus-me a estudar o budismo e o islamis-

mo, e sobretudo o cristianismo, tanto pelos seus livros quanto pelos homens que me cercavam. Naturalmente me dirigi antes de tudo aos homens crentes da minha convivência. Pergunteilhes como eles acreditavam, e em que viam o sentido da vida. Nenhum raciocínio podia me convencer da veracidade da sua fé. Comecei então a me aproximar dos crentes pobres, simples, ignorantes, peregrinos, monges e camponeses. A religião dessas pessoas era tão cristã quanto a dos pretensos crentes do nosso mundo [das classes abastadas]. Pus-me então a estudar a vida e a crença desses homens, da classe menos favorecida. Quanto mais os observava, mais me convencia de que eles possuíam a verdadeira fé, que ela lhes era necessária e que somente ela lhes dava o sentido e a possibilidade de viver. Todos infinitamente diferentes pelos seus costumes, inteligência, instrução, posições; todos conheciam o sentido da vida e da morte, trabalhavam tran-qüilamente, toleravam as privações e os sofrimentos, viviam e morriam, vendo em tudo isso a felicidade e não a futilidade. A questão da prática de vida concreta de cada indivíduo é decisiva. As concepções intelectuais que temos dependem, subconscientemente, do tipo de vida que nós levamos. Só tendo uma vida correta podemos alcançar uma compreensão correta das coisas, não é mesmo? Minha vida – de prazer e de luxo – era estúpida e má. Compreendi essa verdade logo que encontrei no Evangelho: “Os homens preferiram as trevas à luz, porque seus atos eram maus”. Aquele que comete más ações foge da luz e não marcha para ela, para que seus atos não sejam de-nunciados. Compreendi que para perceber o sentido da vida é preciso que ela não seja insensata e má: assim, a razão poderá descobri-lo. Reconheci a verdade. Daí em diante, tudo se tornou claro. O que, exatamente, ficou claro? Conhecer Deus e viver é a mesma coisa. Deus é a vida. Devemos viver procurando Deus, pois não há vida sem Deus. E mais do que nunca tudo se aclarou para mim e em volta de mim. Depois, essa luz nunca mais me abandonou.

Um cidadão do mundo

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érgio Vieira de Melo, maçom, era uma rara combinação de intelectual e homem de ação. Depois de dedicar 33 anos de sua vida a ações de ajuda humanitária das Nações Unidas em todo o mundo, acabou se tornando um dos homens mais conhecidos e reverenciados do planeta, ao morrer defendendo os direitos humanos da população civil iraquiana. Em agosto do ano passado, o alto comissário da ONU para Direitos Humanos foi morto num ataque terrorista à sede da entidade em Bagdá. Vieira de Melo tinha 55 anos e teve sua carreira ligada à ONU. Fluente em vários idiomas, mantinha sua desconcertante espontaneidade tanto em contatos com chefes de Estado quanto no atendimento às vítimas dos conflitos arma-dos, às quais procurava levar socorro e esperança. Sérgio desempenhou um papel central na elaboração do relatório sobre a situação humanitária, revelando a um só tempo sua sensibilidade com relação às carências dos desvalidos e sua vocação para a identificação dos consensos possíveis. São traços que marcaram toda a sua brilhante carreira como funcionário da ONU e incansável defensor do multilate-

ralismo. As inúmeras mani-festações de consternação e pesar pela sua morte precoce, provenientes dos mais diversos quadrantes, representam um tributo a um artesão da paz que, em suas múlti-plas e árduas missões pelo mundo, soube honrar a confiança nele depositada pela comunidade internacional. Seu exemplo inspirará sucessivas gerações de brasileiros que desejam contribuir para o aperfeiçoamento da convivência entre os povos e as nações. Ao decretar luto oficial e agraciá-lo postumamente com a Ordem Nacional do Mérito, o presidente da República inscreve o nome de Sérgio Vieira de Melo no panteão de heróis que honraram o nome do Brasil. Em seus últimos minutos de vida, ainda preso em escombros do prédio, ele fez um pedido a um soldado que tentou resgatá-lo: que seu trabalho para ajudar a população iraquiana não fosse interrompido.

Direitos Humanos

A globalização da paz

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iséria, fome, guerra, explora-ção do homem pelo homem são problemas que já foram globalizados e as conseqüências estão em todos os jornais. Agora, chegou o tempo de globalizar a solidariedade, a justiça e a ética. Esse é um processo histórico que deve começar dentro de cada ser humano. Pensar globalmente e agir localmente faz parte da evolução espiritual de cada um e traz de volta a verdadeira essência dos direitos humanos. De onde a paz deverá surgir, a não ser do esforço sincero, organizado e sistemático de cada integrante da humanidade? Só aí o ser humano compreende que a realidade última de si mesmo não se restringe à matéria, descobre que a dimensão transcendente dá significado à existência e passa a buscar um propósito para a sua vida. Falar em direitos humanos é pensar na unidade, com sua poderosa luz capaz de iluminar a terra inteira. É preciso incluir o outro sempre, lembrar que ninguém é melhor do que ninguém, e que todos fazem parte da mesma realidade. E o espiritualista deve ter isso sempre em mente para preservar e trazer essa verdade para o mundo. “Se buscamos Deus, busca-mos essa hierarquia invisível que governa o mundo - os Mestres. Temos que caminhar internamente com esses Seres, olhando para os

nossos semelhantes com benevolência e tendo cuidado com nossas palavras”, ensina Kabir da Pérsia, Sumo Sacerdote da “CEU”. O mundo chegou a um estado em que necessita de uma nova concepção da relação entre Deus e os homens. A realidade última, que criou e sustenta o universo, permanecerá para sempre além do alcance da mente humana. Mas a relação consciente da humani-dade com ela tem se desenvolvido através dos Fundadores das grandes religiões, como Krishna, Moisés, Zoroastro, Buda, Jesus e Maomé. A resposta humana a esses seres especiais tem sido o desenvolvimento progressivo de suas capacidades espirituais, intelectuais e morais, que se encaminham agora para um estágio de completa maturidade. As mudanças previstas não serão alcançadas facilmente. Hábitos e atitudes arraigados durante milênios não serão abandonados esponta-neamente, nem simplesmente em resposta à educação e à ação legis-lativa. Sofrimentos marcarão a trans-formação inevitavelmente necessária para fundir os diversos povos da terra em um só povo. Porém, por maior que seja o tumulto, o período no qual a humanidade está ingressando abrirá a cada indivíduo oportunidades para participar na tarefa de escrever o futuro do planeta.

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GRANDES MÍSTICOS

Reinhold Niebuhr

Em busca da serenidade

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m dos mais des-tacados teólogos protestantes do século XX Reinhold Niebuhr, conhecido por ser envolvente nas questões públicas e por seu pensamento sobre a ética. Dizia que ape-sar do homem estar caído, ele é responsável pelos seus atos e por isso é um ser livre. Ao longo de sua jornada na Terra, ele costumava se referir a Cristo como a chave do mistério da existência humana e o símbolo do amor eterno. Niebuhr via a verdade apresentada na bíblia, mas não a encarava como elemento metafísico. Na política, reconhecia as irracionalidades do homem, mas buscava meios de dar racionalidade e direção a ele. Por suas idéias, muitas pessoas o conhecem como o escritor da Oração da Serenidade. Porém, a verdadeira identidade do autor ninguém pode determinar ao certo. Uns dizem que as idéias foram tiradas de textos de Aristóteles, outros afirmam que Santo Agostinho é o verdadeiro autor. Independente de quem escreveu, a ora-ção é proferida em vários cantos do mundo, em diversas línguas e por pes-soas de diferentes religiões. Na “CEU”, por exemplo, ela está presente na abertura de todos os trabalhos da Casa. Quer se encare esta oração como

uma verdadeira pre-ce ou apenas como expressão de um forte desejo, a Ora-ção da Serenidade oferece uma fór-mula simples para uma vida emocio-nal saudável. Para muitos a pa-lavra serenidade re-mete a um objetivo impossível de ser alcançado, significa resignação, apatia ou tentar suportar o que for, heroica-mente. Porém, com o tempo é possível perceber que serenidade não representa nada disso, mas sim o sentido de sim-ples aceitação, uma maneira realista e lúcida de ver o mundo, acompanhada de paz e força interior. A serenidade funciona como um giroscópio – uma roda livre para girar em qualquer direção, mas sem parar em nenhuma – que ajuda a pessoa a manter o equilíbrio apesar da turbulência. Sabendo reconhecer os ensinamentos nas palavras certas é possível extrair sabedoria e discernimento para ultrapassar os momentos difíceis. Na “CEU”, como na maioria dos locais onde esta oração é proferida, apenas uma parte é usada. Para você, leitor do Mensageiro Celeste, colocamos na íntegra a Oração da Serenidade.

ORAÇÃO DA SERENIDADE “Concedei-me, Senhor, a serenidade necessária para aceitar como são as coisas que não posso modificar; coragem para modificar aquelas que posso; e sabedoria para distinguir uma das outras; vivendo um dia de cada vez; desfrutando um momento de cada vez; aceitando que as dificuldades constituem o caminho à paz; aceitando, como Ele aceitou, este mundo tal como é, e não como Ele queria que fosse; confiando que Ele acertará tudo contanto que eu me entregue à Sua vontade; para que eu seja razoavelmente feliz nesta vida e supremamente feliz com Ele eternamente na próxima”.

Ciclo de Palestras Programação de fevereiro/2004

Palestrante: Sória Lima dos Santos (Sociedade Teosófica do Brasil)

FEV

11/02 - 19h COMENTANDO A SIMBOLOGIA DO CORPO HUMANO 14/02 - 16h BUDISMO, PSICOLOGIA DO AUTOCONHECIMENTO Palestrante: Rui Parente(Sociedade Budista do Brasil)

19/02 - 19h O SIGNIFICADO DO SELO DE SALOMÃO

Palestrante: Shantti da Índia (Instrutora do Curso de Sensíveis da “CEU”)

boa dica boa dica boa dica LIVRO QS. A inteligência espiritual. Record, Rio de Janeiro. Danah Zohar e Ian Marshall 2000. O livro é fruto das reflexões de uma física quântica que revisita a espiritualidade, tão necessária e incompreendida nos dias atuais. A autora mostra que existe no cérebro humano o «Ponto Deus» que constitui a base biológica para o fenômeno surgido na evolução, da consciência e da experiência de Deus.

SITE www.dharmanet.com.br Esse site é ideal para quem deseja conhecer um pouco mais sobre o Budismo. Ele possui glossários, livraria virtual, bibliografia, entre outros links interessantes. Vale a pena dar uma conferida.

FILME Narradores de Javé. De Eliane Caffé. Com José Dumont, Nelson Xavier, Matheus Nachtergaele, Dirce Migliaccio, Rui Resende, Nelson Dantas. O filme conta a história de Javé, povoado perdido no sertão baiano e marcado para desaparecer do mapa, coberto pelas águas de uma represa. A fim de evitar este destino, os moradores colocam por escrito a memória dos feitos notáveis dos fundadores da cidade. Em cartaz nos cinemas.

MÚSICA Amistad – Luz da Ásia Celebrando a amizade entre os povos, este álbum apresenta sonoridades indianas, árabes e orientais em uma combinação singular de ritmos e melodias. O CD também está à venda no site da Azul Music. Sessões da “CEU” Recesso de Carnaval: 21 a 25/02

Sessão de Tratamentos e Consultas (SPV) (recomendamos chegar com 1h de antecedência) Manhã: domingo, às 9h. Tarde: sexta, às 14h. Noite: terça, quarta, quinta e sábado, às 20h. Sessões Especiais - Corrente Cósmica: Última 4ª feira do mês, às 18h. - Mentalismo: 4ª feira, às 18h. - Culto à Família: 1º sábado do mês, às 15h. - Culto à Ancestralidade: 3º sábado do mês, às 15h. - Culto à Prosperidade: último sábado do mês, às 16h. - PHATAE(Mesa Branca): todo sábado, às 17h. - Culto ao Espírito: 1º domingo do mês, às 18h. - Culto Zodiacal: 3º domingo do mês, às 18h. Sessões de Meditação (Chamas) Diariamente, às 19h. Chegar 30 min antes. - Azul (poder e força): domingo. - Amarela (fé e espiritualidade): segunda. - Rosa (amor fraternal): terça. - Branca (harmonia e equilíbrio): quarta. - Verde (saúde): quinta. - Vermelho Rubi (paz e devoção): sexta. - Violeta (transmutação): sábado.

GRÁFICA IRMÃOS PASSOS LTDA. Rua da Lapa, 102 - Centro - Rio de Janeiro - RJ Tel.: (21)2224-7938 - Fax: (21)2242-9131 e-mail: impressoragraf@ig.com.br

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