Especial: GESTÃO DE PESSOAS

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INOVAÇÃO INNOVATION

O MOLDE N122 | 07.2019

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UMA SOLUÇÃO HÍBRIDA INTEGRADA DE ELEVADO NÍVEL CRIPTOGRÁFICO PARA AUTENTICAÇÃO DE PRODUTOS Daniel P. Silva*, Ruben J. G. Silva*, Gonçalo N. S. Mateus**, Artur J. S. Mateus*, Pedro J. S. Carreira*, Cyril dos Santos*

* CDRsp (Centro para o Desenvolvimento Rápido e Sustentado de Produto) – Instituto Politécnico de Leiria; ** Plastimago – Transformadora de Plásticos

Resumo Devido à crescente contrafação de produtos nos mais variados setores de atividade, surge a necessidade de incorporar nesses mesmos, sistemas de identificação que permitam determinar a sua autenticidade e suportar as investidas de falsificação pela replicação indevida das tecnologias atuais. O presente projeto pretende apresentar uma nova abordagem que assenta na incorporação de um dispositivo híbrido patenteado, com propriedades óticas que lhe conferem um grau de criptografia elevado, em peças obtidas por moldação por injeção (embalagens e peças estruturais ou funcionais) com o intuito de obter uma solução integrada inviolável, mas eficaz e de análise intuitiva.

oticamente variável por difração (DOVID) surgiram ​​ para provar a autenticidade de vários produtos [4], [5]. Alguns dos recursos de segurança utilizados atualmente recorrem à holografia como uma solução de anti-contrafação evidente [6]. No entanto, apesar de sua complexidade relativa, não é irreproduzível e os falsificadores estão continuamente a desenvolver técnicas que, nalgum momento, superam a capacidade dos sistemas genuínos disponíveis no mercado. Tipicamente, as tecnologias de criptografia encontram-se divididas em 2 grupos: overt e covert.

Os principais objetivos do projeto consistem na produção dos dispositivos em forma de label/etiqueta, na adaptação da técnica de in-mould labelling a este tipo de aplicação e, claro, na validação da solução final, inferindo sobre a qualidade da peça final como um todo e da integridade das labels embutidas com os exigentes parâmetros de processamento.

As primeiras correspondem àquelas que são legíveis para o consumidor, permitindo a este, a confirmação da autenticidade do produto, sem recorrer a utensílios ou meios técnicos avançados. São disso exemplos, as micro-gravuras, os hologramas e as marcas d’água, em rótulos, notas e cartões bancários. Todavia, se, por um lado, existe esta capacidade de auto-verificação, por outro, estas tecnologias são relativamente vulneráveis, uma vez que replicá-las ilicitamente é bastante simples.

Diferentes configurações das labels, adaptando matérias-primas e substratos, garantem a conservação das propriedades das mesmas durante a produção das peças e, apesar dos desafios associados às condições reológicas, a fixação por eletrostática mantém-se um ótimo método de posicionamento dos dispositivos no molde e possibilita futuras aplicações recorrendo aos sistemas automatizados habituais.

As tecnologias covert, contrariamente às anteriores, dizem respeito às soluções invisíveis a olho nu, que necessitam de equipamento especial para a sua análise, como é o caso das impressões de segurança com tintas UV, os taggants químicos e até microimpressões. Estas são bastante difíceis de replicar, mas não são orientadas para o utilizador final que é também um filtro na circulação de produtos contrafeitos no mercado.

No geral, esta é uma nova forma de salvaguarda da confiança nas marcas, fabricantes e cadeias de fornecimento, bem como um método de proteção face a esquemas ilícitos que ameaçam permanentemente o bem-estar dos consumidores. 1. Introdução A problemática da contrafação não é um assunto recente. No entanto nas últimas duas décadas, o crescimento do comércio global e das vendas através da internet resultou num aumento significativo de produtos falsificados [1]. Inclusivamente, estimavase que estes correspondiam a uma porção de 5 a 7% do comércio mundial em 2006, totalizando um valor de 600 mil milhões de dólares [2]. Particularmente, no ramo farmacêutico, por exemplo, a contrafação representa mais de dez por cento do mercado global e, em vários casos, os medicamentos falsificados não têm o princípio ativo que deveriam, de acordo com a Organização Mundial de Saúde [3]. Assim, com o passar dos anos, estratégias como a aplicação de marcadores químicos (taggants) ou dispositivos de imagem

F1 – Exemplos de tecnologias overt e covert (Imagem adaptada das figuras 7.11 e 7.15 de [7])

No geral, é idealmente necessário que a cópia dos sistemas de verificação de autenticidade seja impossível. Contudo esses mesmos dispositivos devem ser de fácil perceção com uma forma de revelação intuitiva e consensual para o utilizador final.


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