Oráculos - Nível 2 - Victória Aro Donadio

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CENTRO DE ESTUDOS E DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO TRABALHO DE ELEVAÇÃO DE GRAU II

VICTÓRIA ARO DONADIO

ORÁCULOS

SÃO PAULO/SP 2021


VICTÓRIA ARO DONADIO

ORÁCULOS

Este trabalho de elevação de grau refere-se à confirmação do GRAU II e tem como finalidade aprofundar os estudos dentro dos diferentes temas tratados dentro do CEDEM e desta forma, evoluir e aprimorar diferentes pontos de vista em relação a assuntos tratados e estudados. Orientador: Douglas Vieira

SÃO PAULO/SP 2021


Dedico este trabalho primeiramente a Exu, aos meus guias que nunca me abandonam, dedico também este trabalho a minha família que me inseriu desde muito nova ao oráculo que vem me abrindo a mente a diversos conhecimentos.


SUMÁRIO INTRODUÇÃO

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DESENVOLVIMENTO 5 O MUNDO DAS IDEIAS E O MUNDO SENSÍVEL DE PLATÃO 5 O MITO DA CAVERNA 6 APLICANDO A TEORIA DE PLATÃO AO ORACULISTA. 8 INCONSCIENTE COLETIVO SEGUNDO A TEORIA JUNGUIANA 8 O QUE É INCONSCIENTE PESSOAL 9 O QUE É INCONSCIENTE COLETIVO 9 CONCEITOS JUNGUIANOS PARA O ORÁCULO 10 A IMPORTÂNCIA E O PAPEL DO ORACULISTA NA INTERPRETAÇÃO DO ORÁCULO 11 CONCLUSÃO

12

BIBLIOGRAFIA

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1.

INTRODUÇÃO Para a resolução desse trabalho foi utilizado a psicologia analítica, através da

teoria Junguiana de Inconsciente Coletivo e a Teoria de Platão sobre o mundo sensível e o mundo das ideias. Foi feito uma análise em conjunto com a teoria Junguiana e aplicado isso ao tema proposto para estudo ORÁCULO da mesma forma foi realizado com a Teoria de Platão. Então entendemos que a base do trabalho será a psicologia e a Filosofia, mas o que isso tem de ligação com o tema Oráculo? Para um oraculista uma parte importante e muitas vezes não percebida é a inconsciência coletiva que te liga ao consulente e conecta a pessoa ao oráculo. A linha de pensamento seguida neste trabalho abordado já no primeiro nível tráz mais sobre a rotina de um oraculista e o que envolve um oráculo do que um oráculo em questão, introduzindo a psicologia, a Filosofia, a rotina de um oraculista e dando início aos oráculos de cartas, visando aprofundar no módulo 3 um oráculo em questão que será o Tarot de Marselha.

2.

2.1.

DESENVOLVIMENTO

O MUNDO DAS IDEIAS E O MUNDO SENSÍVEL DE PLATÃO Platão acreditava que por detrás do nosso mundo, chamado mundo dos sentidos, existe uma realidade abstrata, chamada de mundo das ideias (ou formas), onde tudo é perfeito e eterno. Nós só podemos chegar a este mundo, onde se encontra o verdadeiro conhecimento, por meio da razão. Além disso defendia que o ser humano é composto por duas partes: A alma e o corpo. A alma pertence ao mundo das ideias onde tudo é imaterial permanente e perfeito já o corpo pertence ao mundo sensível onde tudo é material, impermanente e imperfeito (onde habitamos) aqui tudo que nos aparece é uma imitação do mundo sensível. Nessa teoria então para Platão as imagens tiradas de objetos nos afastam ainda mais do nosso conhecimento pois seriam elas cópias das cópias. Então vivemos em um mundo cópia? Baseado na teoria de Platão tudo o que criamos seria uma cópia imperfeita, e essa teoria traz ainda o exemplo das cadeiras,


que no mundo das ideias existe uma cadeira perfeita e única e que como nós só conseguimos acessar partes do mundo das ideias nós criamos diversas formas de cadeira porém que todas cumprem com o papel do que de fato é a ideia de uma cadeira.

Na imagem acima consta sobre o MUNDO INSENSÍVEL E O MUNDO SENSÍVEL, nesse ponto entendemos que é o um mundo onde podemos tocar e o outro que não podemos, o que vivemos é o mundo do toque. O PLANO METAFÍSICO seria o plano que transcende ao Físico, o metafísico seria onde vivem as ideias, o conhecimento verdadeiro, enquanto no Plano físico teríamos acesso a partes desse conhecimento. Seria então possível colocar a ideia de que seria o mundo material com o espiritual?

2.1.1. O MITO DA CAVERNA Foi utilizado para exemplificar o que seria o mundo das ideias com o mundo sensível, o mito da caverna. O que o Mito da Caverna diz? No texto, Sócrates fala para Glauco imagina a existência de uma caverna onde prisioneiros vivessem desde a infância. Com as mãos amarradas em uma parede, eles podem avistar somente as sombras que são projetadas na parede situada à frente.


As sombras são ocasionadas por uma fogueira, em cima de um tapume, situada na parte traseira da parede em que os homens estão presos. Homens passam ante a fogueira, fazem gestos e passam objetos, formando sombras que, de maneira distorcida, são todo o conhecimento que os prisioneiros tinham do mundo. Aquela parede da caverna, aquelas sobras e os ecos dos sons que as pessoas de cima produziam era o mundo restrito dos prisioneiros. Repentinamente, um dos prisioneiros foi liberto. Andando pela caverna, ele percebe que havia pessoas e uma fogueira projetando as sombras que ele julgava ser a totalidade do mundo. Ao encontrar a saída da caverna, ele tem um susto ao deparar-se com o mundo exterior. A luz solar ofusca a sua visão e ele sente-se desamparado, desconfortável, deslocado. Aos poucos, sua visão acostuma-se com a luz e ele começa a perceber a infinidade do mundo e da natureza que existe fora da caverna. Ele percebe que aquelas sombras, que ele julgava ser a realidade, na verdade são cópias imperfeitas de uma pequena parcela da realidade. O prisioneiro liberto poderia fazer duas coisas: retornar para a caverna e libertar os seus companheiros ou viver a sua liberdade. Uma possível consequência da primeira possibilidade seria os ataques que sofreria de seus companheiros, que o julgariam como louco, mas poderia ser uma atitude necessária, por ser a coisa mais justa a se fazer. Platão está dispondo, hierarquicamente, os graus de conhecimento com essa metáfora e falando que existe um modo de conhecer, de saber, que é o mais


adequado para se pensar em um governante capaz de fazer política com sabedoria e justiça.

2.1.2. APLICANDO A TEORIA DE PLATÃO AO ORACULISTA. Baseado nessa teoria de Platão vamos colocar em nossa vivência como oraculistas. Entendemos que existe um mundo sensível que seria uma cópia imperfeita do mundo insensível do qual tudo que temos como ideia são frações que alcançamos do mundo perfeito então aplicando isso a um oráculo seria como se já soubesse as respostas pois tivemos acesso a elas de forma fracionada, portanto já teríamos nos conectado ao consulente e portanto já teríamos compartilhado da experiência do oráculo. O mito da caverna seria uma forma simplificada de nos explicar as experiências do mundo das ideias e o mundo sensível. O que vivemos no mundo sensível é na realidade uma sombra do mundo das ideias.

2.2.

INCONSCIENTE COLETIVO SEGUNDO A TEORIA JUNGUIANA Nascido em 26 de julho de 1875, Carl Jung foi o psiquiatra suíço responsável por fundar a psicologia analítica, que explora a importância da psique individual e sua busca pela totalidade. Jung ajudou a popularizar termos comuns da psicologia, como “arquétipo”, o significado de “ego” e a existência de um “inconsciente coletivo”. Seu trabalho influenciou vários campos além da psicologia, como a antropologia, filosofia e teologia. A teoria Junguiana de Inconsciente Coletivo consiste em uma transmissão de experiências e conhecimentos latentes através de ancestrais em nossa mais profunda psique. Nós não dominamos tudo o que pensamos, o nosso eu não é capaz de fugir de alguns sentimentos ou pensamento que surgem de repente. Sendo assim, podemos dizer que o inconsciente é algo nosso que não temos conhecimento. Na Psicologia Junguiana há a distinção de inconscientes, podendo ser ele pessoal ou coletivo.


2.2.1. O QUE É INCONSCIENTE PESSOAL O Inconsciente Pessoal é a área em que estão nossas memórias esquecidas e nossos pensamentos reprimidos. Esse inconsciente foi estudado por Freud. Ele pode se manifestar em nossos sonhos ou até mesmo como sintomas psíquicos e físicos.

2.2.2. O QUE É INCONSCIENTE COLETIVO Esse inconsciente ao contrário do pessoal, não se trata só do que vivenciamos, e sim de tudo que a humanidade teve como experiência. E foi nesse estudo que ele começou a ter divergências com Freud, mas essa também foi sua maior contribuição na psicologia. Essa teoria aponta que nós nascemos também com uma herança psicológica além da biológica. Ele compara a estrutura do corpo, dos órgãos e suas funções que se evoluem conforme os anos com a humanidade, com a existência também de uma evolução da mente, que traz traços de toda a história, afirmando que não seria possível um organismo todo se modificar e a mente nascer vazia. Assim, nosso corpo e mente são depósitos de histórias do passado. Os arquétipos Junguianos são canais de organização de todo o material psicológico que herdamos ao decorrer dos anos. Um dos pontos interessantes dos arquétipos, são as imagens primordiais. Elas são na maioria das vezes de conteúdo mitológico e abordam assuntos de culturas tão longínquas que temos certeza de nunca termos escutado, mas de alguma forma ela existe em sua mente e surgem de repente, geralmente em sonhos. Jung reparou esse ponto em suas viagens experimentais pelo mundo, onde viu que as pessoas tinham sonhos com características de mitos e religiões que eles não conheciam, mas ao lembrar deles, eles poderiam os descrever detalhadamente, mesmo sem o conhecimento do que aquilo se tratava. Ou seja, algo lhe foi passado inconscientemente de décadas passadas e estava armazenado em sua mente, seu inconsciente. Um exemplo do inconsciente coletivo é o que se entende por pai que faz parte do arquétipo da persona. O peso dessa palavra vai muito além do que o que se vivencia com o pai, progenitor. Esse arquétipo paterno é a imagem de todos os tipos de pais que nutrem sua mente, ele pode ter relação com a religião por exemplo,


como Deus, ou o Sol e nem sempre estará ligado a algo bom, pode ser um pai severo, punidor, coisas que não fizeram parte da sua própria vivência mas você consegue atribuir a essa única palavra. Esse material que você possui no inconsciente coletivo, ele não pode ser destruído, mesmo que a imagem passe a fazer parte de seu consciente, ele estará lá entrelaçado nessa área para continuar fazendo parte da cadeia evolutiva.

2.2.3. CONCEITOS JUNGUIANOS PARA O ORÁCULO Por que o Tarot consegue retratar, com exatidão, a situação que vivemos? Como ele consegue indicar os caminhos mais propensos para uma decisão sábia? A explicação é simples, e está longe de qualquer mágica. As respostas apontadas pelas cartas vêm de um mecanismo igualmente fascinante: a sua própria mente. Uma forma de entender o funcionamento da psique é aquela criada pelo psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, que revolucionou a psicanálise ao desenvolver a Psicologia Analítica.Jung acreditava que todas as experiências que vivemos ficam registradas em nossa psique. A maior parte delas vai se acomodando em alguma parte do inconsciente pessoal, sob a forma de aglomerados de imagens e afetos – o


que ele chamou de complexos. Eles se traduzem numa linguagem alegórica e influenciam diretamente nossos comportamentos, emoções e escolhas. No entanto, a psique não se limita a isso. Podemos acessar um conteúdo bem maior e mais rico: o inconsciente coletivo, o resultado de todas as experiências da humanidade. É como se todos respirassem essa mesma atmosfera de conhecimento, agregado na forma de instintos e arquétipos. O conteúdo que vem daí se traduz em símbolos e influencia diretamente nosso inconsciente pessoal. As cartas do tarot representam, a partir de imagens e conceitos, alguns desses símbolos. Durante uma consulta, algumas cartas são retiradas, ao acaso, para ilustrar uma pergunta que é feita. Apesar de a consciência não ter o conhecimento sobre o conteúdo que elas apresentam, são escolhidas aquelas imagens que melhor traduzem a questão. Isso se dá pela conexão entre o inconsciente coletivo e o inconsciente pessoal: gera-se aí uma coincidência significativa, capaz de propiciar uma nova compreensão para a situação. Jung chamou esse fenômeno de sincronicidade. Ela seria uma tradução da nossa sabedoria inata, o princípio regulador da psique denominado Self.

2.3.

A

IMPORTÂNCIA

E

O

PAPEL

DO

ORACULISTA

NA

INTERPRETAÇÃO DO ORÁCULO O oraculista tem o papel de traduzir as respostas ao seu consulente, porém esse não é o único papel já que um oraculista deve manter o consulente concentrado na pergunta, calmo e ao mesmo tempo instruí-lo para que as respostas sejam diretas no ponto que se tem dúvida. Muitas vezes a pessoa está nervosa e não consegue formular as perguntas da maneira que gostaria e acaba saindo com uma sensação de insatisfação e com ainda mais dúvidas ao invés de luz no caminho. Então o oraculista deve ser humanizado, deve entender a questão trazida, traduzir a resposta e aplicar na dúvida, instruir o consulente, acalmá-lo e ao mesmo tempo se proteger energeticamente, afinal de contas o papel de um oraculista acaba na interpretação das respostas e caso o consulente precise de um atendimento espiritual podemos auxiliá-lo na busca por ajuda, porém jamais trazer os problemas para si.


Cada oraculista é um ser individual e da mesma maneira suas necessidades, formas de jogo, meditações e rezas serão individualmente abordadas.

3.

CONCLUSÃO Compreendemos neste módulo que tanto na visão filosófica quanto da visão

psicológica existem teorias para nos mostrar como nossa mente trabalha e como os seres humanos se conectam de formas diferentes. Aplicando essas teorias na nossa religião e arriscando trazer as duas explicações em um único conceito é possível entender que nossas mentes estão conectadas, todos nós estamos conectados seja por herança de nossos antepassados ou por um mundo por assim dizer espiritual do qual somos reflexos. O que se sabe é que existem formas de se conectar a um grupo de pessoas específicas, e que aplicando a nossa vivência poderia ser chamada de egrégora, que não será abordado nesse tema.


4.

BIBLIOGRAFIA ●

http://www.acervofilosofico.com.br/platao-e-o-mundo-das-ideias

https://www.telavita.com.br/blog/psicologia-junguiana/

http://selfterapias.com.br/jung-tarot-conceitos-fundamentais/

https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2017/02/6-reflexoes-para-entender-opensamento-de-carl-jung.html#:~:text=Nascido%20em%2026%20de%20julho,e %20sua%20busca%20pela%20totalidade.&text=Seu%20trabalho%20influenciou %20v%C3%A1rios%20campos,a%20antropologia%2C%20filosofia%20e%20teologia


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