História da Umbanda - Nível 1 - Douglas Vieira

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CEDEM TRABALHO DE ELEVAÇÃO DE GRAU I

DOUGLAS DA COSTA VIEIRA

HISTÓRIA DA UMBANDA

SÃO PAULO/SP 2020


DOUGLAS DA COSTA VIEIRA

HISTÓRIA DA UMBANDA

Este é um trabalho de elevação de grau referente a confirmação do GRAU I e tem como finalidade aprofundar os estudos dentro dos diferentes temas tratados dentro do CEDEM e desta forma, evoluir e aprimorar diferentes pontos de vista em relação a assuntos tratados e estudados. Orientador: Miriam Monaco

SÃO PAULO/SP 2020

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Dedico esse trabalho a Exu que está sempre na frente, a Ogum que guia meu caminho, aos guias espirituais que estão presente em minha vida, a Diretoria do CEDEM sempre a disposição de ajudar-me na evolução espiritual.

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO

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CONSIDERAÇÕES INICIAIS

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OBJETIVO E JUSTIFICATIVA

5

DESENVOLVIMENTO

5

O QUE É UMBANDA

5

ANUNCIAÇÃO DA UMBANDA

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UMBANDA, GENUINAMENTE BRASILEIRA

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OS GUIAS ANUNCIADORES DA DOUTRINA DE UMBANDA

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CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS

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PAI ANTÔNIO

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ORIXÁ MALLET

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AS PRIMEIRAS TENDAS DE UMBANDA

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HINO DA UMBANDA

13

CONCLUSÃO

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1.

INTRODUÇÃO Trazer a história da Umbanda e seu início é por parte um conceito universal

dentre todas as casas e todas vertentes de Umbanda hoje praticadas, abordar esse tema é de importância para que os praticantes dessa religião tenham por assimilação sua história, sua doutrina, seu início, sua missão e assim, trazer os ignorantes, aos preconceituosos, fatos e não histórias a fim de empobrecer, mal falar e distorcer a verdade seguida.

1.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Este projeto tratará sobre a história da Umbanda em seu início datado do ano de 1908 do século XX até a década de 1940 quando realizou-se o primeiro congresso de Umbanda.

1.2. OBJETIVO E JUSTIFICATIVA Este documento tem por objetivo principal mostrar a anunciação da umbanda no plano material e parte da sua doutrina passada pelos espíritos, assim como sua evolução até os dias de hoje. Bem como trazer conhecimento e embasamento para os novos médiuns a entender como a religião surgiu e entender como proceder na sua caminhada.

2.

DESENVOLVIMENTO

2.1. O QUE É UMBANDA Até os dias de hoje estudiosos da religião tentam entender o que significa Umbanda esse estudo vão de definições africanas, egípcias, esotéricas, cristalinas mais pouco se atentam que a sua definição já foi dada em sua anunciação: “Quer, quer, todo mundo quer Umbanda, mas ninguém sabe o que é Umbanda!” Ponto Cantado de Pai Antônio, Zélio de Moraes no Primeiro Congresso de Umbanda no Rio de Janeiro em 1941.

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“A umbanda é a manifestação do espírito para prática de caridade”, essa frase foi dita pelo Sr. Caboclo das Sete Encruzilhadas em 15 de novembro de 1908 quando anunciou a boa nova da Religião de Umbanda.

2.2. ANUNCIAÇÃO DA UMBANDA A Umbanda é a manifestação do espírito pela prática da caridade, assim foram as palavras do Caboclo das Sete Encruzilhadas em sua anunciação no dia 15 de novembro de 1908, ali o “Chefe” deu o nome e o significado, mais dentre essas palavras, qual foi o real conceito baseado em fatos para sua anunciação? "religião nascida no Rio de Janeiro, entre o fim do séc. XIX e início do séc. XX, que originalmente congeminava elementos espíritas e bantos, estes já plasmados sobre elementos jejeiorubas, e hoje apresenta-se segmentada em variados cultos caracterizados indigenistas,

por

influências

catolicistas,

muito

esotéricas,

diversas cabalísticas

(p.ex., etc.)".

(DICIONÁRIO GOOGLE)

Os fatos acontecidos foram passados pelo próprio Zélio e não possuem registros de ocorrência histórica, atualmente existem áudios disponíveis dentro do web site “www.tensp.org” em que narra o momento de sua chegada na Federação Espírita de Niterói local em que foi levado o jovem Zélio Fernandino de Moraes após sua família vivenciar mais um de seus “ataques” que anteriormente não fora solucionado nem pela medicina, nem pela religião católica que tinha como sacerdote um membro da família Moraes. Esses “ataques” como foram chamados, faziam o jovem Zélio parecer um velho dizendo coisas incompreensíveis, ora parecendo um felino e por isso, amigos na família aconselharam a levá-lo até a Federação Espírita que auxiliavam as pessoas por meio do espiritismo difundido por Allan Kardec para maior entendimento de seu “problema”. Zélio Fernandino de Moraes, um rapaz de 17 que se preparava para ingressar na Marinha, em 1908 começou a ter aquilo que a família, residente em Neves, no Rio de Janeiro, considerava ataques. Os supostos ataques colocavam o rapaz na postura de um velho, que parecia ter vivido em outra época e dizia coisas incompreensíveis para os familiares; noutros momentos, Zélio parecia uma espécie de felino que

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demonstrava conhecer bem a natureza. Após minucioso exame, o médico da família aconselhou que ele fosse atendido por um padre, uma vez que considerava o rapaz possuído. Um familiar achou melhor levá-lo a um centro espírita, o que realmente aconteceu no dia 15 de novembro Zélio foi convidado a tomar assento à mesa da sessão da Federação Espírita de Niterói, presidida à época por José de Souza (BARBOSA JR, 2016, p. 19).

Ao iniciar os trabalhos o jovem foi convidado a sentar-se na mesa presidida pelo senhor José de Souza e no mesmo instante, tomado por uma força, foi até o jardim e colocou uma rosa no centro da mesa de trabalho burlando a regra que não permitia itens sob o objeto e a saída do local, após o ocorrido, começaram a manifestar espíritos de negros e índios e no mesmo momento sendo expulsos pela mesa diretora por acharem essas entidades não evoluídas o suficiente, foi ali que o índio em posse do corpo de Zélio Fernandino de Moraes, fundou a nova religião chamada Umbanda, que iniciaria seus trabalhos na casa de seu aparelho no dia seguinte, 16 de novembro de 1908 às 20:00 (vinte horas). Tomado por força alheia à sua vontade e infringindo o regulamento que proibia qualquer membro de ausentar-se da mesa, Zélio levantou-se e declarou: “Aqui está faltando uma flor”. Deixou a sala, foi até o jardim e voltou com uma flor, que colocou no centro da mesa, o que provocou alvoroço. Na sequência dos trabalhos, manifestaram-se nos médiuns espíritos apresentando-se como negros escravos e índios. O diretor dos trabalhos, então, alertou os espíritos sobre seu atraso espiritual, como se pensava comumente à época, e convidou-os a se retirarem. Novamente uma força tomou Zélio e advertiu: "Porque repelem a presença desses espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens? Será por causa de suas origens sociais e da cor?”. Durante o debate que se seguiu, procurou-se doutrinar o

espírito,

que

demonstrava

argumentação

segura

e

sobriedade. Um médium vidente, então, lhe perguntou: “Por que o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram, quando encarnados, são claramente atrasados? Por quê fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura

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de luz? E qual o seu nome, irmão?”. Ao que o interpelado respondeu: “Se querem um nome, que seja este: sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque para mim não haverá caminhos fechados. O que você vê em mim, são restos de uma existência anterior. Fui padre e o meu nome era Gabriel Malagrida. Acusado de bruxaria, fui sacrificado na fogueira da Inquisição em Lisboa, no ano de 1761. Mas em minha última existência física, Deus concedeu-me o privilégio de nascer como caboclo brasileiro”. A respeito da missão que trazia da Espiritualidade, anunciou: “Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã estarei na casa de meu aparelho, às 20 horas, para dar início a um culto em que estes irmãos poderão dar suas mensagens e, assim, cumprir missão que o Plano Espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados” (BARBOSA JR, 2016, p. 19-20).

Ainda céticos e preconceituosos, os membros indagaram a entidade presente, questionando-o se alguém participaria deste novo culto, e o caboclo respondeu de forma precisa e catedrática o que aconteceria daquele período para frente: Com ironia, o médium vidente perguntou-lhe: “Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto?”. O Caboclo das Sete Encruzilhadas lhe respondeu: “Cada colina de Niterói atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei”. E concluiu:

“Deus, em sua infinita bondade, estabeleceu na

morte o grande nivelador universal, rico ou pobre, poderoso ou humilde, todos se tornam iguais na morte, mas vocês, homens preconceituosos, não contentes em estabelecer diferenças entre os vivos, procuram levar essas mesmas diferenças até mesmo além da barreira da morte. Por que não podem nos visitar esses humildes trabalhadores do espaço, se apesar de não haverem sido pessoas socialmente importantes

na

Terra,

também

trazem

importantes

mensagens do além?”. No dia seguinte, 16 de novembro, na casa da família de Zélio, à rua Floriano Peixoto, 30, perto das 20 horas, estavam parentes mais próximos, amigos, vizinhos, membros da Federação Espírita e, fora da casa, uma multidão. Às 20 h manifestou-se o Caboclo das Sete

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Encruzilhadas e declarou o início do novo culto, no qual os espíritos de velhos escravos, que não encontravam campo de atuação em outros cultos africanistas, bem como de indígenas nativos do Brasil trabalham em prol dos irmãos encarnados, independentemente de cor, raça, condição social e credo. No novo culto, encarnados e desencarnados atuariam motivados por princípios evangélicos e pela prática da caridade (BARBOSA JR, 2016, p. 20-21).

E na casa de seu “aparelho” (termo utilizado pelos espíritos quando se referem ao médium cedente do corpo para trabalhos mediúnicos), passou as diretrizes da nova religião chamada Umbanda, com sua definição: “A manifestação do espírito pela prática da caridade”, seguindo os ensinamentos por meio do Evangelho de Cristo. “Tenda Nossa Senhora da Piedade”, pois da mesma forma que Maria amparou nos braços o filho querido, também serão amparados

os

que

se

socorrerem

na

Umbanda.

A

denominação de “Tenda” foi justificada assim pelo Caboclo: Igreja, Templo, Loja, dão um aspecto de superioridade, enquanto Tenda ou Cabana faz lembrar uma casa humilde. Ao final dos trabalhos, o Caboclo das Sete Encruzilhadas pronunciou a seguinte frase: “Levarei daqui uma semente e vou plantá-la nas Neves, onde ela se transformará em árvore frondosa”.(http://ceueo.org/website/2018/04/25/inicio-dareligiao-de-umbanda-advento-do-caboclo-das-7encruzilhadas/)

2.3. UMBANDA, GENUINAMENTE BRASILEIRA A Umbanda “nasceu” em solo brasileiro, solo esse de pluralidade cultural e religiosa e por isso, trouxe em sua doutrina a miscelânea de religiões formando assim um culto único, como o povo brasileiro. Esta religião com o passar da doutrina, foi identificado itens das demais religiões cultuadas em solo brasileiro, abaixo será demonstrado de simples traços de outras religiões e sua aplicação dentro da doutrina passada pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas. Estes negros escravos, trazidos da África eram adeptos do Candomblé, de diversas nações diferentes, e a Umbanda,

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ainda sem um código específico e singular, administra seus templos individualmente através das orientações de seus guias patronos, ou seja, quem determina certos fundamentos em uma casa de umbanda é o guia espiritual chefe desta casa, daí a forte influência dos rituais de nação trazidos por nossos

queridos

Pretos

Velhos.

http://www.girasdeumbanda.com.br/materia/210/aumbanda.html

Com a manifestação dos Pretos Velhos em sua maioria escravizados em solo brasileiro e a permissão do astral para trabalhar na Umbanda, trouxeram a ancestralidade e culto aos Orixás e posteriormente em outras tendas, o uso de atabaques e a definição da Sete Linhas de Umbanda (Oxalá, Ogum, Oxóssi, Xangô, Iansã, Iemanjá e Ibeji). Outra prova desta forte influência e que também explica a entrada da cultura Europeia através da romana religião Católica, é o sincretismo dos Orixás (que vieram da África) com os santos católicos. Isso acontece simplesmente porque nossos antepassados negros, enquanto escravos, não podiam adorar Orixás e, portanto, adoravam santos católicos para não contrariar seus senhores, mas, na verdade, quando um negro rezava para São Gerônimo por exemplo, estava em seu

íntimo

louvando

a

Xangô.

http://www.girasdeumbanda.com.br/materia/210/aumbanda.html

Trazendo também a religião Católica, de fundação europeia, dentro do culto, adotou-se o altar católico com imagens de santos sendo sincretizado com os orixás da religião africana. • Oxalá: Jesus Cristo • Ogum: São Jorge • Oxóssi: São Sebastião • Xangô: São Gerônimo 10


• Iansã: Santa Bárbara • Iemanjá: Nossa Senhora dos Navegantes • Ibeji: Cosme e Damião

2.4. OS GUIAS ANUNCIADORES DA DOUTRINA DE UMBANDA Zélio Fernandino de Moraes, em sua trajetória espiritual como “aparelho” (termo comumente usada pelas entidades que incorporam em seres vivos encarnados) dos anunciadores da Umbanda no plano terreno, trabalho com três entidades: Caboclo das Sete Encruzilhadas, Pai Antônio e Orixá Mallet. Muito se diz sobre os dois primeiros que na anunciação da umbanda foram os grandes mentores deste rito, já o Orixá Mallet pouco se tem informações devido a sua presença ser restrita a somente rituais fechados para quebra de demanda, muitos relatos dizem que ele é uma qualidade de Caboclo de Ogum como informado acima, atuante em ritos de quebra de demanda. a)

CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS Carinhosamente chamado de “chefe” pelos membros da T.E.N.S.P tenda

fundada pelo mesmo espírito aqui falado, trouxe sua história quando questionado pela mesa diretora da Federação Espírita de Niterói quando médiuns de vidência lá presentes identificaram restos de vestes clericais, disse-lhes que em encarnações passadas foi Gabriel de Malagrida e em sua última encarnação, Deus lhe concedeu a oportunidade de vir como um índio em solo brasileiro. O espírito do Caboclo das Sete Encruzilhadas teria tido um papel preponderante na História da Umbanda, após tentar se manifestar num centro espírita de Neves, então parte de Niterói, mas atualmente um bairro de São Gonçalo. Uma vez que os membros do centro kardecista não aceitavam a manifestação de um espírito que declarava ser de um índio em sua encarnação anterior, o caboclo teria se retirado e através de Zélio, fundado uma nova casa espírita, a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, considerada o primeiro centro de Umbanda. Em 1939, o caboclo determinou que se fundasse a Federação Espírita de Umbanda, posteriormente

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denominada como União Espiritista de Umbanda do Brasil, visando atuar como núcleo central doutrinário e congregar os templos umbandistas. A entidade trabalhou até meados da década de 1970, quando Zélio faleceu, aos oitenta e quatro anos de idade. O Caboclo das Sete Encruzilhadas, ao contrário do que é comum em outras entidades, não deu nome a uma falange espiritual, de modo que nunca houve, na Umbanda, outro espírito se apresentando sob este nome. Também nunca mais teria incorporado em nenhum outro médium, jamais tendo-se notícias de outra manifestação sua após a morte de Zélio Fernandino de Morais. Segundo Zilméia de Moraes (filha de Zélio) após o seu falecimento, a entidade passaria a estar incumbida apenas de zelar pela religião. https://pt.wikipedia.org/wiki/Caboclo_das_Sete_Encrizulhadas

O chefe por ser um índio nativo brasileiro trouxe aos trabalhos de Umbanda a influência do xamanismo indígena, o amor a natureza e a manipulação das ervas, não somente isso, mais a possibilidade como porta-voz a permissão dos espíritos de pretos, índios e demais que queiram fazer o bem e ensinar para os encarnados a fé, o amor e a caridade. b)

PAI ANTÔNIO O espírito denominado Pai Antônio manifestou-se na figura de um preto

escravo vindo da África trazendo o culto aos Orixás para o rito de Umbanda, entidade de muita humildade e sabedoria trazendo em suas palavras e atitudes do tempo de senzala e o mais importante, trouxe para o rito de Umbanda o uso de elementos materiais como o cachimbo e o fio de contas (guia) carinhosamente chamado na T.E.N.S.P até hoje de “guia de Pai Antônio”. c)

ORIXÁ MALLET Em muitos textos da literatura umbandista, diz-se que o Orixá Mallet, vem de

origem malaia e que trabalhava na linha do Orixá Ogum para quebra de demandas, foi o último espírito a se manifestar em Zélio trazendo ao rito conhecimento de magias, pontos riscados, oferendas e trabalhos mais densos com quebra de demanda, feitiços e magia negra. 12


2.5. AS PRIMEIRAS TENDAS DE UMBANDA Após 10 anos de trabalhos na primeira tenda, o Sr. Caboclo das Sete Encruzilhadas ordenou a criação de mais 7 tendas que segundo a própria instrução do espírito seriam os núcleos centrais onde se propagava a Umbanda a todos os cantos do Brasil. Criei a tenda de Oxalá, de Ogum, de Xangô, de Santa Bárbara, enfim criei as 7 tendas. Depois delas funcionarem, depois de tirar os médiuns desta tenda (T.E.N.S.P) para que eles pudessem trabalhar em outras tendas... formadas essas tendas, vamos criar a Federação de Umbanda no Brasil” Trecho de fala do Caboclo das Sete Encruzilhadas por ocasião

do

aniversário

de

63

anos

da

Umbanda,

disponibilizado no site da T.E.N.S.P.

Essas tendas criadas foram denominadas da seguinte forma: ● Tenda Nossa Senhora da Guia | Direção José Meirelles e posteriormente Durval Vaz de Souza ● Tenda Nossa Senhora da Conceição | Direção de Gabriela Dionysio Soares ● Tenda Nossa Senhora Santa Bárbara | Direção de João Aguiar Salgado ● Tenda São Pedro | Direção José Meirelles ● Tenda de Oxalá | Direção de Paulo Lavois ● Tenda São Jorge | Direção de João Severino Ramos ● Tenda São Jerônimo | Direção de José Álvares Pessoa

Dando início assim à eclosão do que se tornaria essa religião durante todo o século XX e XXI, o Sr. Caboclo das Sete Encruzilhadas quis fazer valer sua célebre frase na Federação Espírita de Niterói que “colocaria um porta voz em cada colina do Rio de Janeiro para anunciar a boa nova da Umbanda” e foi assim que o fez 13


promovendo em todas as tendas, terreiros, casas, centros os princípios básicos da doutrina que é Fé, Amor e Caridade.

2.6. HINO DA UMBANDA O Hino da Umbanda, hoje cantado em todos os terreiros praticantes da religião, foi criado na década de 1960 por dois senhores, José Manoel Alves (letrista) e Dalmo Trindade Reis (música) e apresentado no ano de 1961 no segundo congresso de Umbanda. A grande curiosidade desta composição é que José Manoel Alves era cego e foi até o Caboclo das Sete Encruzilhadas procurando a cura e foi informado que seu problema era cármico não sendo possível a solução e mesmo com a resposta ficou apaixonado pela religião apresentando assim a sua composição ao “chefe” e que o próprio nomeou como Hino da Umbanda. Segue letra: Refletiu a Luz Divina Com todo seu esplendor É no reino de Oxalá Onde há paz e amor Luz que refletiu na terra Luz que refletiu no mar Luz que veio de Aruanda Para nós iluminar

A Umbanda é paz e amor Um mundo cheio de Luz É força que nos dá vida E a grandeza nos conduz

Avante, filhos de fé 14


Como a nossa lei não há Levando ao mundo inteiro A bandeira de Oxalá

Levando ao mundo inteiro A bandeira de Oxalá

3.

CONCLUSÃO Tratar a grandeza do que é a anunciação da Umbanda e seus primeiros anos

não é um tema fácil de entender e muito menos de explicar pois a Umbanda desde seu início veio nos mostrar o quão simples e ao mesmo tempo complexa ela é. Praticar a Fé, o Amor e a Caridade para nossa evolução em suma esse são os três fundamentos básicos que nos conectam a Deus são a chave para nossa evolução mas nós seres humanos falhos não conseguimos na maioria das vezes e devemos a vida toda lutar a favor disso para alcançar a Deus em sua base. A Umbanda veio falar a todos que precisam! Aos puros de coração que procuram uma mãe acalentadora nas piores horas de nossa vida. Veio combater com amor todo o preconceito que os humanos criaram para dividir os “evoluídos” para os “não-evoluídos”, o Caboclo das Sete Encruzilhadas veio mostrar aos “entendidos” da religião que eles não sabem o mínimo de Deus e com uma frase pode confrontá-los diretamente: “Deus na sua infinita bondade trouxe a morte como o grande nivelador universal”, mostrou que a força do índio nascido nessa terra, trás sabiamente seu aprendizado ancestral, mostrou que o preto trazido para essa terra tem seu papel fundamental na construção de conceitos e estruturas que temos hoje. A Umbanda veio juntar todas as religiões em uma só, ela veio lutar com todas as forças para que a humanidade cumpra seu papel evolutivo em busca de Deus. A Umbanda foi anunciada em 15 de novembro de 1908, mas ela já existia muito antes disso. Quando precisamente? Ninguém sabe explicar, nem seus mais estudiosos podem, e nem é isso que os espíritos querem que nós saibamos. A sua criação trouxe repouso aos necessitados, trouxe alegria aos tristes, trouxe mais energia ao mundo que está se apagando e nós praticantes dessa religião devemos 15


por unanimidade levar a bandeira em todos os lugares, vivenciar a Umbanda no respirar, fazer valer nosso voto que repetimos todas as vezes em que cantamos nosso hino. Falar da história é saber de onde começamos e ter um pouco de acalento e norte para nossas ações. Falar do seu início é muito raso, mas é por princípio fundamental sabermos por onde “tudo” começou. Axé.

4.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBOSA JÚNIOR, Ademir. Teologia de Umbanda e suas dimensões. São Paulo: Anúbis, 2016. www.tensp.org http://ceueo.org/website/2018/04/25/inicio-da-religiao-de-umbanda-advento-docaboclo-das-7-encruzilhadas/ https://pt.wikipedia.org/wiki/Caboclo_das_Sete_Encrizulhadas http://www.girasdeumbanda.com.br/materia/210/a-umbanda.html

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