C.E.D.E.M TRABALHO DE ADMISSÃO E GRAU - NÍVEL 1 - BÁSICO
THAIS MEIRA
EGRÉGORAS NA UMBANDA
SÃO PAULO/SP 2021
THAIS MEIRA GOMES
EGRÉGORAS NA UMBANDA
Este é um trabalho de elevação de grau no Centro de Estudos Mediúnicos – CEDEM, que busca o aprimoramento e evolução em relação a Umbanda almejando que através desses conceitos sejam abertos novos horizontes em rumo a elevação espiritual.
SÃO PAULO/SP 2021
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“ O homem sábio obedece a lei natural reconhecendo-se como uma peça na grande ordem e propósito do universo” – Zeno de Citium (333 a.C. – 264 a.C)
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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................4 1.1. OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS .....................................................5 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. HISTÓRIA DA UMBANDA.................................................................6 2.2 FUNDAMENTOS DA UMBANDA.......................................................8 2.3. O UNIVERSO SEGUNDO A UMBANDA........................................12 2.3.1 ORUM E AYÊ................................................................................14 3. CAMPOS DE FORÇA........................................................................15 3.1 ONDAS MENTO EMOCIONAIS.......................................................16 3.2 EGRÉGORAS OU CAMPOS ESTRUTURAIS E SUAS MANIFESTAÇÕES.................................................................................16 4.CONCLUSÃO.....................................................................................21 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E LINKS...................................24
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1. INTRODUÇÃO
Este trabalho de pesquisa busca de uma forma humilde e respeitosa abordar de forma introdutória a função da Egrégora na Umbanda, seu conceito, formação e introdução.
A Umbanda por seu conceito histórico de formação nunca possuiu uma teologia aplicada a todos os terreiros, sendo o seu aprendizado empírico dentro das diretrizes individuais de cada dirigente tanto físico quanto espirituais.
Assim, esse trabalho será direcionado dentro da Umbanda Tradicional e seus fundamentos aplicados dentro do CEDEM – Centro de Estudos Mediúnicos, sendo de forma introdutória abordados nesse primeiro modulo os fundamentos e históricos da umbanda e a criação deste campo vibracional.
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1.1. OBJETIVOS E JUSTIFICATIVA
Para adentrarmos na constituição e formação das Egrégoras na Umbanda, se faz necessário a análise da criação da religião e seus antecedentes históricos , ademais o conceito de criação do Universo e a sua divisão segundo a crença Yorubá para a compreensão dos campos vibracionais.
Como trata-se de um trabalho de nível básico, traz-se conceitos e justificativas elucidativas , demonstrando os campos vibracionais e a criação das Egrégoras com a consequente aplicação na Umbanda dentro dos terreiros no dia a dia.
Tal trabalho visa de maneira prática exemplificar a formação de tais campos vibracionais (egrégoras) , sua criação, manutenção e dissolução.
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2. DESENVOLVIMENTO
2.1. HISTÓRIA DA UMBANDA
Contrariando a crença popular, a Umbanda é uma religião nascida e criada no Brasil, contendo em suas essências elementos de diversas religiões das quais podemos citar como exemplo o Candomblé, Catolicismo e Espiritismo.
No dia 15 de novembro de 1908 um jovem chamado Zélio Fernandino de Morais,
que
encontrava-se
anteriormente
apresentando
manifestações
comportamentais diferenciadas, foi convidado a sentar-se à mesa na sessão na Federação Espírita de Niterói, que era presidida na época por José de Souza.
Nesse momento incorporou um espírito que o encaminhou até o jardim, sendo que era proibido deixar a mesa quando iniciada a sessão, em seguida Zélio incorporou espíritos que se apresentaram como índios, negros e escravos, o presidente da sessão Jose de Souza convidou esses espíritos a se retirarem informando que se tratavam de “espíritos atrasados”, nesse momento Zélio foi tomado por uma “força superior” que assim indagou: “Por que repelem a presença desses espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens? Será por causa de suas origens sociais e da cor?”
Ao ser indagado por um médium ele respondeu:
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“Se querem um nome, que seja este: sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque para mim não haverá caminhos fechados. O que você vê em mim são restos de uma existência anterior. Fui padre e o meu nome era Gabriel Malagrida. Acusado de bruxaria, fui sacrificado na fogueira da Inquisição em Lisboa, no ano de 1761. Mas em minha última existência física, Deus concedeu-me o privilégio de nascer como Caboclo brasileiro.”
A respeito de sua missão, assim anunciou: “Se julgam atrasados esses espíritos dos negros e dos índios, devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho para dar início a um culto em que esses negros e esses índios poderão dar a sua mensagem e assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem o meu nome, que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminho fechado para mim.” 1
No dia seguinte se reuniram na residência de Zelio Fernandino de Morais, buscando comprovar a veracidade das revelações ocorridas no dia anterior, onde novamente incorporou o Caboclo das Sete Encruzilhadas que declarou “que os velhos espíritos de negros escravos e índios de nossa terra poderiam trabalhar em auxílio do seus irmãos encarnados, não importando a cor, raça ou posição social. Assim, neste dia fundou o primeiro terreiro de umbanda chamado de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade”.2 1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Umbanda; 2 https://pt.wikipedia.org/wiki/Umbanda;
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Dado inicio assim a Umbanda como religião consolidada, e não mais manifestações esparsas como outrora acontecia, dando inicio assim a LINHA BRANCA DE UMBANDA ou UMBANDA TRADICIONAL, sendo que todas as manifestações umbandistas que vieram posteriormente guardam vínculos com a mesma.
Ainda nesse sentido manifesta-se Leal de Souza dirigente da Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição, uma das sete filiais de casas fundadas pelo Caboclo das 7 Encruzilhadas, relatou ao Jornal da Umbanda “coubera ao Caboclo das Sete Encruzilhadas a incumbência de organizar a “Linha Branca de Umbanda” seguindo as determinações dos “Guias Superiores”, que regem o planeta”. 3
Ou seja à partir desse momento deu-se inicio a Umbanda, que passou a trabalhar com espíritos de índios, negros e escravos, dentre outros considerados até aquele momento ultrapassados, todavia, essências para evolução espiritual do ser humano e escolhidos pelo plano superior.
2.2 FUNDAMENTOS DA UMBANDA
Para adentrarmos nos fundamentos da Umbanda, iniciamos com o pensamento de que a Umbanda é de todos, mas nem todos são da Umbanda, diante desse entendimento, temos o descrito pelo Padrinho Juruá em seu livro
3 JURUÁ, Padrinho, 2019, pag. 113; 8
Coletânea Umbanda – A manifestação do Espírito para a Caridade que assim descreve: “ A Umbanda é uma corrente para todos, mas nem todos se dedicam a ela como deveriam. O verdadeiro umbandista, sente, vive, respira, se alimenta espiritualmente nela. Não com fanatismo, mas sim com dedicação aflorada no fundo da alma. “ 4 Ou seja, podemos considerar a Umbanda não como uma religião mas como um “modelo de vida” com fundamentos empregados na vida dia a dia do umbandista, e não somente nos terreiros.
Leal de Souza, um dos dirigentes da Tenda Espirita Nossa Senhora da Conceição, em seu livro “ O ESPIRITISMO, A MAGIA E AS SETE LINHAS DA UMBANDA – 1932”, escreveu: “O objetivo da Linha Branca de Umbanda é a pratica da caridade, libertando de obsessões , curando as moléstias de origem ou ligação espiritual, desmanchando os trabalhos de magia negra e preparando um ambiente favorável a operosidade de seus adeptos (...)”. 5
A caridade é o principal fundamento da Umbanda, segundo o dicionário da língua portuguesa a caridade é : a disposição para ajudar o próximo; tendência natural para auxiliar alguém que está em uma situação desfavorável, benevolência, piedade; 6 Ainda nesse sentido, temos que : “através das incorporações mediúnicas, entidades espirituais muito mais evoluídas do que nos encarnados, vem prestar uma espécie
4 JURUÁ, Padrinho, 2019, pag. 02; 5 JURUÁ, Padrinho, 2019, pag. 113; 6 https://www.dicio.com.br/caridade/ 9
de socorro as pessoas que recorrem aos diversos centros de umbanda espalhados pelo Pais.”7 Podemos considerar a caridade como “fazer o bem sem ver a quem”, sem cobrança de valores ou julgamentos aqueles que se apresentam necessitados aos templos umbandistas.
Há de se considerar como fundamentos e princípios norteadores da Umbanda também : a humildade, a fraternidade, o amor ao próximo e a busca pelo desenvolvimento espiritual e pessoal.
Ademais, são fundamentos teológicos da Umbanda:
“Acredita-se em um
Deus único, supremo e fundador de todas as coisas; Todas as leis são baseadas naquelas que Jesus Cristo deixou como ensinamento na terra, portanto estuda se o evangelho e os mandamentos, também as orações;
Os orixás são manifestações de Deus nas coisas e na natureza e comandam a sete linhas de vibrações, ou seja, Deus está presente em tudo; Acredita se em vida após a morte, onde o espírito desencarnado poderá progredir sua evolução, e até ajudar os que precisam em vida; Há possibilidade de comunicação com os espíritos através da mediunidade; A mediunidade é um presente especial que Deus confia para um humano comunicar-se com outros mundos e vibrações através do seu corpo;
Existe uma lei de causa e efeito, tudo o que se deseja, se tem de volta; A caridade é a lei suprema, através de atendimentos os guias espirituais ajudam as 7 http:www.guiasdaumbanda.com.br/materia/210/a-umbanda.html 10
pessoas que socorrem a Umbanda; A única força que cura e possibilita milagre é a fé de cada indivíduo; Não existem seres voltados para o mal, mas sim os que estão tendo uma oportunidade de aprendizagem e evolução espiritual; Não existe sorte, ou coincidência, tudo ocorre por uma razão, para um aprendizado e experiência; O universo é composto de energias, e um equilíbrio entre negativo e positivo, assim também é composta a Umbanda, sendo o positivo as forças acolhedoras, e o negativo as forças guardiãs e protetoras;8
Nesse sentido temos que: “ Na Umbanda não tem lugar para vaidade e ostentação. Ela prega a pureza do pensamento e atitudes, alicerçados em um profundo senso de humildade e simplicidade. Todos são recebidos de braços abertos, não importando raça, credo religioso, situação financeira: a Umbanda ensina a todos os seus seguidores fieis, adotar a Doutrina do Tríplice Caminho, ou seja mente sã, corpo são, atitudes sadias.
Esta doutrina tem sido adotada hoje em dia por diversas religiões, mesmo aquelas mais conservadoras, pois espelha a atitude de Cristo em sua passagem pela nossa terra.”9
A prática constante da caridade ao próximo, buscando a evolução espiritual e pessoal do ser humano, através de fundamentos rígidos e guiados por espíritos mais evoluídos do que nos encarnados dentre os demais princípios demonstrados são os norteadores da Umbanda e a caracteriza tão singular dentre os indivíduos. 8 https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao-fisica/umbandafundamentos-e-teologia/50474 9 VIRGEM, Fundamentos básicos da Umbanda, 2008, pag.05 11
2.3. O UNIVERSO SEGUNDO A UMBANDA
Há de se entender que o ser humano sempre buscou a explicação do universo, quem somos e para onde vamos ? tratam-se de perguntas que desde os primórdios da humanidade vem se buscando respostas.
Tais perguntas essenciais, encontraram aos longos dos milênios diversas explicações de diversos filósofos, em nosso estudo visando delimitar sua abrangência dentro do estudo umbandista vamos destacar alguns filósofos gregos que foram grandes estudiosos e formadores de opiniões até os presentes dias.
Nesse sentido destacamos Pitágoras que viveu entre 580 a 500 a.C que acreditava que “os planetas estavam associados a esferas cristalinas, uma para cada planeta, as quais produziam a "Música das Esferas”. Estas esferas estavam centradas na Terra, e ela mesma estava em movimento”. 10
Ainda nessa seara Aristóteles, a Terra assim como todos os corpos que nela habitam eram formados por quatro elementos essenciais sendo estes: terra, água, fogo e ar, cada um desses elementos coabitando e procurando o seu lugar no universo, ademais, afirmava que o “Universo não surgiu em um ponto, mas sim que ele tinha existido inalterado, por toda eternidade”. 11
10 LOPES, Manoel . Umbanda – Os 7 Reinos Sagrados – 1992, Pag. 11. 11 LOPES, Manoel . Umbanda – Os 7 Reinos Sagrados- 1992, Pag. 15 12
Zeno de Citium que , nasceu na ilha de Chipre e divergem quanto ao seu nascimento e morte de 333 a.C à 264 a.C ou 334 a.C à 262 a.C,deu inicio ao estoicismo que propõem que devemos viver de acordo com a lei racional da natureza e aconselha a indiferença em relação a tudo externo ao ser “ O homem sábio obedece a lei natural reconhecendo-se como uma peça na grande ordem e propósito do universo”.12
Embasados nessa necessidade de explicação a Umbanda acredita no universo como sendo eterno e infinito, ademais de análise filosófica anterior temos diversos o respaldo necessário para tais afirmações.
Como eterno, podemos utilizar a definição de Manoel Lopes em Os 7 Reinos Sagrados como sendo: “Em termos espaciais ele é infinito, isto significa, que se pudéssemos nos deslocar para qualquer direção: para cima, para baixo, para frente, para trás, para esquerda para a direita; iremos sempre caminhar e nunca encontramos um limite, não estamos falando do planeta Terra e sim do Universo.” 13
Ou seja, não haveria um fim pro universo, ainda que estudiosos se apliquem em delimitar o mesmo, jamais poderíamos dimensionar.
12 LOPES, Manoel . Umbanda – Os 7 Reinos Sagrados- 1992, Pag. 15. 13 LOPES, Manoel . Umbanda – Os 7 Reinos Sagrados- 1992, Pag. 17.
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Sobre a eternidade do Universo citamos o descrito por Fernando Rivas Neto “O objetivo da Umbanda é resgatar para o Homem sua cidadania espiritual, sua consciência eternal, perdida nas brumas do egoísmo da vaidade e do orgulho” 14 Ou seja, o universo permanecerá contínuo e permanente durante eras na sua eternidade, sendo as dimensões espaciais e temporais interligadas.
2.3.1 ORUM E AYÊ
Afirmamos que o universo possui duas formações distintas : o universo material e o universo espiritual possuindo cada qual suas particularidades posteriormente abordadas.
Sendo que os africanos os chamavam de ORUM E AYÊ.
O universo material, ou seja AYÊ, é “ o universo que conhecemos melhor, é onde vivemos a experiência do nosso dia a dia, como somos espíritos presos a matéria, é a realidade da nossa consciência”.15
O universo espiritual, ou seja ORUM, é “nesse universo que vive o espírito, nesse universo seus elementos não possuem formas físicas definidas, como no universo material, também essas manifestações não se encontram presas ao tempo”.16
14 NETO, Fernando Rivas – Umbanda- A Proto- Síntese Cósmica- 1989, Pag. 14. 15 LOPES, Manoel . Umbanda – Os 7 Reinos Sagrados,1992, Pag. 18. 16 LOPES, Manoel . Umbanda – Os 7 Reinos Sagrados, 1992, Pag. 19.
14
É no Orun que se encontra Ododumaré ou Olorum o ser supremo que regula todas as existências e responsável pela criação de tudo. Conforme elucidado anteriormente, o universo material e universo espiritual se manifestam constantemente e interagem entre si, possuindo reflexo um no outro.
3. CAMPOS DE FORÇA
Conforme abordado anteriormente é Umbanda possui embasamento teórico e fundamental nos estudos filosóficos aos longos das eras e desenvolvimento da humanidade, o termo campo de força é emprestado da o estudo da física moderna.
Ainda nesse sentido podemos afirmar que : “ o campo de força, (...) é uma estrutura geométrica formada pelo indivíduo e/ou indivíduos que conseguem controlar, de forma consciente, a sua força mental e a direcionam para a construção dessa estrutura. O campo de força serve de defesa, contenção e também de anteparo energético.” 17 Estas manifestações se dão majoritariamente no universo espiritual , conhecido como atraímos o que pensamos e tendo grande força no universo material.
Nos aprofundaremos nos campos de força na Umbanda no Nível II, abordando suas manifestações dentro dos terreiros e suas maneiras de evocação.
17 https://circulo.site/campo-de-forca-o-que-sao-por-onde-andam-como-cria-los/
15
3.1 ONDAS MENTO EMOCIONAIS
As alterações no pensamento sejam positivas ou negativas gera o fenômeno chamado ondas mentais-emocionais, essa onda produz alterações nos campos de força.
Essas ondas mento – espirituais existem somente no universo espiritual ou seja no ORUN.
A mente humana possui o poder criador de pensamentos e emoções, sendo um campo fértil de emissão de ondas, e criar no Orun (universo espiritual) mudanças e variações.
Embora alguns autores afirmam que somente os espíritos podem causar tais manifestações, através de estudos afastamos categoricamente estas alegações visto que tais pensamentos e variações emocionais do seres encarnados produzem estas manifestações de ondas mentais-emocionais não sendo possível visualizá-las a olho nu , todavia, os seres mais evoluídos podem senti-las através das vibrações, e causam grandes interferências no universo espiritual (ORUN).
3.2 EGRÉGORAS OU CAMPOS ESTRUTURAIS E SUAS MANIFESTAÇÕES
Ao adentrarmos no estudo das egrégoras, vislumbramos que diversos autores as qualificam como campos estruturais, ou seja, seus qualificantes e suas
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composições são os mesmos, onde após diversos estudos os estruturamos como sendo a mesma questão teórica.
As egrégoras podem ser definidas de acordo com o conceito de Paulo Fernandes sendo: “ (...) uma egrégora é uma união de pensamentos individuais com o mesmo objetivo direcionados para um mesmo espaço que ele o psiquismo coletivo e conseguem a partir daí atuar nessa egrégora(...)”. 18
Esses campos estruturais gerados e mantidos por um ou mais espíritos são as egrégoras.
Ainda nesse sentido, segundo os ensinamentos de Manoel Lopes : “O campo estrutural é mantido por uma intensa onda mento-emocional, dirigida para aquela finalidade, através da vontade do espírito.” 19
Assim conforme elucidado anteriormente as ondas mento-emocionais ou seja essas pensamentos individuais dos seres encarnados em conjunto com a vontade dos seres desencarnados mais evoluídos, voltados a uma mesma finalidade em um único ambiente gera e mantém a egrégora.
Para trazermos a clareza sobre o tema, vamos demonstrar o que acontece em um terreiro de umbanda assim quando o dirigente grita “olha a corrente” ou
18 https://youtube.be/IVBhmiqRtQQ. 19 LOPES, Manoel . Umbanda – Os 7 Reinos Sagrados- 2007, Pag. 25.
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“concentração” é visando manter a intensidade e o direcionamento do fluxo de ondas mento-emocionais que compõem a egrégora. Ainda nesse exemplo do terreiro de umbanda temos o conceito estrutural definido por Manuel Lopes que : “Egrégora provém do grego egrégoroi e designa a força gerada pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, quando se reúnem com qualquer finalidade. A egrégora acumula a energia em várias frequências. Assim, quanto mais poderoso for o indivíduo, mais força estará emprestando a egrégora para que incorpore às dos demais”. 20
Conforme demonstramos as egrégoras são campos invisíveis já que somente podemos senti-los e não vê-los, criados pelo pensamento dos indivíduos direcionados a uma única finalidade, direcionados e mantidos para um único fim possibilitando assim as manifestações espirituais.
Esses
campos
são
criados
e
mantidos
por
seres
encarnados
e
desencarnados dentro da umbanda, sejam eles caboclos, exus, pretos-velhos e diversas entidades que se manifestam em um terreiro.
Sendo que manifestações ocorrem em todos as religiões vez que são a personificação dos pensamentos do indivíduos, assim podemos exemplificar nos terreiros de umbanda, quando da abertura da casa ou da gira, temos as definições de Manoel Lopes como a formação da egrégora: “Este campo estrutural (egrégora), transformou aquela construção num lugar “sagrado”, e todos aqueles que participam 20 https://climazzentotal.blogpost.com/2011/09/o-pode-das-egregoras-na-umabnda.html? m=1
18
daquele Terreiro, alimentam o campo estrutural com suas ondas mento-emocionais, e desta forma sentem a influência do campo estrutural, mantendo o respeito, a educação, a compostura, o equilíbrio que o lugar inspira.
O campo estrutural transfere para aquelas pessoas que estão em sua área de atuação as mesmas características das ondas mento-emocionais que estão mantendo a egrégora.”21 Ainda há de se conceber que as energias recebidas pela egrégora são muito maiores do que a transmitidas por nós, por isso em uma egrégora bem formada e mantida não existe a sensação de cansaço ou “perda de força” pois está em perfeito equilíbrio entre o universo espiritual e o físico.
Os campos estruturais podem ser : alimentados, alterados, neutralizados ou destruídos.
Ainda defendemos a ideia que caso não seja alimentada, a egrégora poderá ser destruída ou se dissipar, por isso a necessidade de mantê-las constantemente alimentadas em um bem comum.
“Uma egrégora formada por vibrações de amor, alegria, união e força devolverá aos seus participantes estas mesmas vibrações. Já uma egrégora alimentada de ódio, inveja, tristeza, vaidade, orgulho irá devolver aos seus
21 LOPES, Manoel . Umbanda – Os 7 Reinos Sagrados- 2007, Pag. 27. (citação nossa). 19
participantes este mesmo tipo de vibrações”
22
Ou seja, recebemos de volta aquilo
que transmitimos ao universo espiritual.
Sendo assim os demais pontos controvertidos das egrégoras serão abordados nos módulos posteriores, sendo este uma introdução.
22 https://climazzentotal.blogpost.com/2011/09/o-pode-das-egregoras-na-umabnda.html? m=1
20
4. CONCLUSÃO
Com esse trabalho de pesquisa, como uma filha nova e iniciática na religião, busquei elucidar e trazer a introdução e fundamentos iniciais sobre as egrégoras e campos vibracionais.
Ao decorrer do trabalho quis iniciar com o histórico de nascimento da umbanda, quando o médium Zélio Fernandino de Morais em 15/11/1908, ao incorporar o Caboclo Sete Encruzilhadas deu início a umbanda, sob os fundamentos de que a umbanda é manifestação do espírito a caridade, com humildade e amor, sempre buscando auxiliar ao próximo e assim alcançar a sua evolução espiritual, embora seja de conhecimento geral, tal fundamentação histórica ganha grande relevância atualmente, pois, os fundamentos da religião são se despir de qualquer vaidade e se colocar a ajudar o próximo, sem visar qualquer interesse a si mesmo, fato esse que vem sendo esquecido dentro da religião.
Ainda sobre os fundamentos da casa, busquei a divisão do universo, sendo conhecidos como Orun e Aye, respectivamente considerados o universo espiritual e material, ou seja o universo que contempla os espíritos em sua maioria, onde não há a matéria e o universo material, onde residem os espíritos encarnados em sua grande maioria.
Após a explicação da divisão do universo, passei a expor como um influencia no outro e causa interferência, tal demonstração se mostrou relevante a fim de
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elucidar o funcionamento de uma egrégora, vez que para entender algo eu preciso conhecer o seu funcionamento e a sua formação e assim busquei aqui demonstrar.
Nesse sentido, nossos pensamentos e vibrações psíquicas, produzem reflexos tanto no âmbito espiritual como no material, se transformando e refletindo como coisas positivas ou negativas que irão nos rondar, influenciar ou se manifestar.
Assim sendo, conforme a evolução dos estudos, nunca restou tão claro a frase popular “atraímos o que pensamos”, pois são nossos pensamentos e nossas palavras de maiores ou menores intensidade que irão determinar como será nossa vida, pois irá criar um campo vibracional que nos cercará.
E então, entrei no assunto principal do trabalho as Egrégoras, sendo essas a junção de pensamentos e sentimentos de pessoas e seres tanto desencarnados como encarnados com um única finalidade, que vibram na mesma frequência e é alimentada pelas pessoas que dela fazem parte.
É a soma das forças espirituais criada a partir da soma das energias coletivas mentais e espirituais, a egrégora, embora seja formada por seres encarnados (nós) e desencarnados, somente existe no Orun (universo espiritual) , deixando claro a interligação entre o mundo espiritual e material.
Uma egrégora faz a junção entre todos os seres que a compõem, sendo o conjunto de energias e pensamentos dos indivíduos e a união deles, assim se um
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dos lados está em baixa vibração, ou sofrendo irá afetar a todos pois fazem parte da mesma egrégora, em maior ou menor intensidade porém haverá reflexo em todos. Por isso o tão importante ensinado “Orai e Vigiai” em todo momento, pois da nossa vibração depende a manutenção e intensidade da egrégora.
Assim como uma egrégora pode ser formada por pensamentos e emoções dos seres encarnados e desencarnados de forma positiva a exemplo de um terreiro de umbanda que é a junção de pessoas encarnadas e espíritos que trabalham na mesma vibração, buscando a prática da caridade e evolução espiritual dos que integram o mesmo.
Também podem ser formadas através de pensamentos negativos e baixa frequência vibracional da qual atrai seres desencarnados que formaram e manterão a egrégora na mesma intensidade a qual foi criada.
Toda egrégora deverá ser alimentada para se manter constante, essa alimentação será através dos pensamentos, orações e sentimentos dos seres que a compõem, sendo que caso não haja a manutenção da mesma ela poderá se desfazer.
Nesse sentido uma egrégora em um terreiro de umbanda será formada, pelos médiuns, pais e mães de santo, ogãs, ekedjis no âmbito do universo material, e no âmbito espiritual todas as entidades que dela fazem parte como pretos velhos, caboclos, exus, baianos, boiadeiros, marinheiros, ciganos e demais entidades que fazem parte da egrégora da casa.
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. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E LINKS https://pt.wikipedia.org/wiki/Umbanda. JURUA , Padrinho. Coletânea Umbanda – A manifestação do espirito para a caridade – O que é Umbanda II. Edição 2019. São Caetano do Sul. Fundação Biblioteca Nacional. https://www.dicio.com.br/caridade/. http:www.guiasdaumbanda.com.br/materia/210/a-umbanda.html. LOPES, Manoel . Umbanda – Os 7 Reinos Sagrados- Edição 2007. Editora ícone. NETO, Fernando Rivas – Umbanda- A Proto- Síntese Cósmica- Edição1989, Editora Pensamento. https://circulo.site/campo-de-forca-o-que-sao-por-onde-andam-como-cria-los/ https://youtube.be/IVBhmiqRtQQ. https://climazzentotal.blogpost.com/2011/09/o-pode-das-egregoras-naumabnda.html?m=1. https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao-fisica/umbandafundamentos-e-teologia/50474. VIRGEM, Templo Senhor Mata . Fundamentos básicos da Umbanda, Edição 2008, disponível
no
sitio
https://google.com.brl?sa+t&source=web&rct=j&url=https://instituocaminhosoriente.c om/Livros?apostila%2520Curso%2520-. SANTOS, Juliana Elbein dos . Os Nagô e a morte: padé, ásésé e o culto égún na Bahia, 2012, Editora Vozes.
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