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Escola de Jovens Rurais incentiva o protagonismo juvenil no campo
Estudantes da Escola de Jovens Rurais (EJR) localizada em Santa Cruz do Sul vêm inspirando a região com propostas de Agroecologia. Entre elas, destacam-se a construção de apiários, cisternas, biodigestores, hortas ecológicas, criação de galinhas caipiras, pomares, e estratégias para a defesa das sementes crioulas. No total, são 60 jovens vindos dos municípios de Cruzeiro do Sul, Encruzilhada do Sul, Dom Feliciano, Arroio do Meio, Taquari, Gramado Xavier, Candelária, Boqueirão do Leão, Passo do Sobrado e Santa Cruz do Sul.
Com mais de 30 anos de atuação, a EJR é um dos projetos mais bonitos da Ação Social Diocesana de Santa Cruz do Sul (ASDISC). Como uma jovem definiu, “a EJR é como um anjo que chega de mansinho e fala no ouvido: olha, o caminho é por aqui”. Nenhum projeto tem perspectivas de futuro e nenhuma sociedade avança se não colocar nos seus planos a juventude. Foi por observar a falta de iniciativas de apoio à juventude do meio rural que na década de 1990 um grupo de lideranças pensou e organizou esta escola. Era o período do êxodo rural, marcado pela saída massiva de agricultores da roça para as cidades. Em 1992 iniciou a primeira turma. Até 2000, a formação acontecia em três etapas, de 30 a 45 dias, em regime de internato no Centro Diocesano de Pastoral no Mundo do Trabalho (CDPMT), localizado na Casa Jesus Maria José, em Rio Pardo. A partir de 2001, assumiu o modelo itinerante de ida às bases, com foco nos eixos Agroecológico, Político e Pastoral. O objetivo é aprofundar os estudos na teoria e na prática em etapas de Tempo Integração, com todos os jovens juntos, e Tempo Comunidade, com jovens inscritos por região. da Terra, e jovens que concluíram os estudos. “No início, era uma turma de rapazes e outra de moças. Achamos que isso não era certo, pois se queremos construir um mundo melhor é com homens e mulheres juntos, sem medo de estudar e conviver.
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“Cultivo uma horta ecológica que está dando bons resultados. Produzo verduras pra família, vendo para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).”
Márcio Heming Agricultor de Gramado Xavier-RS (participou da 1ª turma da EJR em 1992)
O então Bispo Diocesano, Dom Aloísio Sinésio Bohn (in memoriam), um dos incentivadores e fundadores da EJR, nos momentos difíceis dizia: “Vocês estão proibidos de desanimar”. Com esta motivação, e o apoio, nos anos posteriores também de Dom Canísio Klaus e do atual Bispo Diocesano Dom Aloísio Alberto Dilli, já passaram pela escola 1.251 jovens.
A EJR é coordenada por uma equipe de lideranças locais, da Pastoral
Em 1996, organizamos um grupo misto e Roseli dos Santos, de Cruzeiro do Sul, foi uma das primeiras a participar”, destacou Oldi Helena Jantsch, que faz parte da coordenação. Desde então, as turmas se mantiveram mistas.
A pandemia da Covid-19 impôs como desafio o uso das tecnologias, especialmente digitais, e trouxe a bandeira de luta pela democratização do acesso à Internet também na EJR. Ao longo de 2022 as turmas se tornaram semipresenciais.