Boletim de Conjuntura Econômica e Social
REGIÃO IMEDIATA ILHÉUS-ITABUNA caces.uesc.br
APRESENTAÇÃO
EMPRESAS
No terceiro trimestre de 2018, na Região Intermediária Ilhéus-Itabuna, a movimentação de abertura e fechamento de empresas foi negativa, com uma redução de 12 estabelecimentos. Itabuna e Porto Seguro foram os municípios com maiores propensões à criação de novos estabelecimentos (236), que equivale a 35,9% do total das empresas criadas na região. O movimento de fechamento de estabelecimentos foi maior nos municípios de Ilhéus e Itabuna (233). Tal movimento equivale a 34,9% das empresas com atividade encerradas na região intermediária. (página 2)
CONSUMO DE ENERGIA
Dos setores econômicos dos municípios da Região Imediata Ilhéus-Itabuna, o comércio e serviços foram aqueles que mais demandaram energia elétrica. Em contrapartida, nos dois maiores municípios da região o maior consumo foi o da indústria. No 3º trimestre de 2018, em Ilhéus, ocorreu um aumento na demanda por energia elétrica de 4,5% e, em Itabuna, também ocorreu aumento de 0,5%. (página 3)
COMÉRCIO EXTERIOR
Na comparação entre o terceiro e o segundo trimestres de 2018, os municípios de Ilhéus e Itabuna apresentaram elevação na exportação. Em relação à importação, esta recrudesceu nas duas cidades, o que favoreceu à redução do déficit comercial, sobretudo em Itabuna, passando para um superávit de aproximadamente US$ 6,94 milhões. Esse cenário proporcionou um saldo comercial positivo na região para o ano de 2018. No que se refere à composição da pauta exportadora, Ilhéus e Itabuna continuam com suas vendas externas concentradas nos produtos da rubrica “Cacau e suas preparações”, com mais de 98%. Para a pauta importadora, houve concentração na mesma rubrica e em produtos industrializados. (página 6)
FINANÇAS PÚBLICAS
A Região Intermediária Ilhéus-Itabuna continua tendo um bom desempenho econômico se tomamos como proxy a arrecadação do ICMS que cresceu 15,94%, na comparação do 3º trimestre de 2018 em relação a similar período de 2017, em termos nominais. Essa Região cresceu 6,98% na comparação entre o 2º e 3º trimestres de 2018. As Receitas Totais dos municípios da Região aumentaram 10% no mesmo período. Portanto, a nossa região vem apresentando melhor recuperação econômica do que a soma de todos os municípios da Bahia. De outro lado, a Receita de Transferência Corrente teve aumento em duas sub-regiões (Eunápolis-Porto Seguro e Camacan) e queda nas outras duas (Ilhéus-Itabuna e Teixeira de Freitas) e continua sendo a principal fonte de recursos dos municípios das regiões aqui descritas. O comportamento das Despesas também foi positivo na região, tendo aumentado 14% no 4º bimestre de 2018, em relação ao igual período em 2017. Cabe advertir que a situação fiscal dos municípios maiores continua sendo precária, por conta das dívidas contraídas e do alto comprometimento da folha de pagamento no total de Despesas. (página 8)
1. Programa Bolsa Família.
2. Benefício de prestação continuada para idosos e deficientes.
3. Renda mensal vitalícia.
ISSN 2447-9519 | Número 14 – Jul./Ago./Set. de 2018
EMPREGO E RENDA
A Região Intermediária Ilhéus-Itabuna (51 municípios) foi a única que apresentou saldo negativo no emprego no conjunto das regiões intermediárias do estado da Bahia (10). Quanto ao fluxo de renda por faixa salarial mensal, esta região também foi a única que teve saldo negativo. A Região Imediata Ilhéus-Itabuna teve, no 3º trimestre, um maior fluxo de renda nas faixas entre 0.5 e 2 SM. Itabuna teve um considerável saldo negativo no emprego no 3º trimestre de 3018. Os municípios de Ilhéus e Itabuna, em conjunto, tiveram, por sua vez, também retração no fluxo de renda no 3º trimestre fomentado pelo fluxo negativo de Itabuna, fortemente nas faixas entre 0.5 e 2 SM. Os dados apresentados, portanto, apontam para uma retração do emprego e da renda nas faixas salariais mais baixas da Região Imediata Ilhéus-Itabuna e nos municípios de Ilhéus e Itabuna, sendo mais forte neste último, tanto no 3º trimestre e como no acumulado do ano. (página 10)
PROGRAMAS DE TRANSFERÊNCIA DE RENDA E ASSISTÊNCIA SOCIAL
No terceiro trimestre de 2018, cerca de 2.305.138 pessoas foram beneficiadas pelos Programas de Assistência Social e de Transferência de Renda. Em relação ao segundo trimestre do ano, houve um aumento no número de famílias beneficiadas pelo Programa Bolsa Família e uma redução no número de beneficiários dos demais programas. Na cidade de Itabuna, o número de famílias beneficiadas pelo Programa Bolsa Família foi cerca de 16.470, enquanto em Ilhéus foram 17.386, aproximadamente 916 famílias a mais que a cidade de Itabuna. (página 17)
EDUCAÇÃO
Na educação houve melhora nos repasses do FUNDEB, para a maior parte dos 51 municípios agrupados por regiões. Percebe-se uma volatilidade na composição dos recursos, ao observar a série histórica de 2018. Contudo, os municípios, em sua maioria, ainda efetuam um volume maior de despesas, no Ensino Fundamental, por força do mandato constitucional, em detrimento da Educação Infantil. Mesmo havendo variações entre os percentuais dos indicadores que compõem esta análise, os valores absolutos mantêm-se superiores aos anteriores, sejam esses em relação ao período imediatamente anterior (2º bimestre de 2018) ou sejam em relação ao mesmo período do ano anterior (3º bimestre de 2017). (página 18)
MOVIMENTAÇÃO DE PASSAGEIROS NO AEROPORTO JORGE AMADO, ILHÉUS
O movimento de passageiros no aeroporto Jorge Amado, em Ilhéus, neste 3º trimestre de 2018 apresentou um pequeno aumento em relação ao último trimestre. Mas, sensivelmente bem menor que no mesmo trimestre de 2017. Os embarques foram maiores que os desembarques, nos três trimestres apresentados na tabela, assim como no total de 2018 (os três trimestres do ano). Tanto nos três trimestres como no total do ano de 2018 (até o 3º trimestre), mais pessoas têm saído (embarques) de Ilhéus do que têm entrado (desembarques). (página 19)
Departamento de Economia – DCEC – Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC – Ilhéus /BA
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O Projeto de Extensão Centro de Análise de Conjuntura Econômica e Social (CACES), vinculado ao Departamento de Economia da Universidade Estadual de Santa Cruz, lança o 14º Boletim de Conjuntura Econômica e Social Regional, referente ao 3º trimestre (jul-ago-set) de 2018.
EMPRESAS
Marcelo Inácio Ferreira Ferraz
No terceiro trimestre de 2018, 657 empresas foram constituídas na Região Intermediária Ilhéus-Itabuna. A região imediata com maior número de novas empresas foi Ilhéus-Itabuna (272), seguido de Eunápolis-Porto Seguro (210), Teixeira de Freitas (148) e Camacan (27). Das empresas constituídas na região, a maior parcela pertence ao ramo dos serviços (359), seguido do comércio varejista (359), indústria (24) e comércio atacadista (21). A Região Imediata de Camacan foi a única em que o setor de comércio varejista superou o segmento de serviços (Tabela 1).
Na região, os municípios com maior número de novas empresas foram respectivamente Itabuna (126), Porto Seguro (110), Eunápolis (67), Ilhéus (62) e Teixeira de Freitas (59). Juntos, esses municípios representam 63,5% do total de novos empreendimentos criados no terceiro trimestre.
Considerando as empresas que encerraram suas atividades, na Região Intermediária Ilhéus-Itabuna (303), pode-se verificar a maior ocorrência na Região Imediata Ilhéus-Itabuna (95), seguido de Região Imediata Eunápolis-Porto Seguro (171), Região Imediata Teixeira de Freitas (145) e Região Imediata Camacan (49). Os municípios com maior número de encerramento de empresas foram respectivamente Itabuna (128), Ilhéus (105), Porto Seguro (90), Teixeira de Freitas (72) e Eunápolis (50). Juntos, esses municípios representam 66,6% do total de empreendimentos encerrados no terceiro trimestre. Das empresas encerradas na Região Intermediária, a maioria pertencia ao ramo de comércio varejista (360), seguido do setor de serviços (277), comércio atacadista (30) e indústria (91).
O saldo geral entre abertura e fechamento de empresas, na região, foi negativo, acarretando, com isso, uma redução de 12 unidades empresariais. O segmento do comércio varejista apresentou saldo negativo em todas as regiões. Esse aspecto fora o que mais contribuiu para a redução no número de empreendimentos. As regiões imediatas de Ilhéus-Itabuna (-31) e Camacan (-22) apresentaram saldos negativos. Já o saldo positivo foi observado para as regiões de Teixeira de Freitas e Eunápolis-Porto Seguro. Os municípios da região com maiores saldos negativos foram: Ilhéus (-43), Teixeira de Freitas (-13) e Camacan (-12). Os municípios com maiores saldos positivos foram: Porto Seguro (20), Eunápolis (17) e Mucurí (11).
Em Ilhéus, nos meses de julho, agosto e setembro de 2018, o saldo entre abertura e fechamento foi negativo, tendo no mês de agosto a maior redução (-18). No trimestre, esse saldo totalizou uma diminuição de 43 unidades empresariais. Em Itabuna, o saldo foi negativo nos meses de julho (-2) e agosto (-9) e positivo no mês de setembro (9), acarretando uma redução de 2 unidades empresariais.
Considerando as empresas que encerraram suas atividades, no terceiro trimestre de 2018, pode-se considerar que o maior número, em Ilhéus, foi registrado no Centro da cidade (25), no bairro da Conquista (14) e nos bairros do Malhado (9), do Pontal (8) e do Nelson Costa (7). Em relação às empresas constituídas, essas se concentraram no Centro da cidade (15), seguido dos bairros da Conquista (7), Nelson Costa (5) e São Francisco (5). Em Itabuna, o maior número de estabelecimentos constituídos concentrou-se no Centro (39), nos bairros São Caetano (15), Jardim Vitória (8), Nossa Senhora de Fátima (7) e Jaçanã (6). As maiores concentrações de empresas encerradas foram registradas no Centro (37), nos bairros São Caetano (14), Nossa Senhora de Fátima (11) e Santo Antônio (8).
Tabela 1 – Atividade principal das empresas constituídas e extintas em Ilhéus, Itabuna e nos demais municípios da Região Imediata Ilhéus-Itabuna, no 30 trimestre de 2018.
Constituídas
Ilhéus 2 32 27 1 62 Itabuna 3 60 53 10 126 R. Imediata Camacan 0 11 15 1 27 R. Imediata Eunápolis-Porto Seguro 8 126 70 6 210 R. Imediata Ilhéus-Itabuna 9 131 119 13 272 R. Imediata Teixeira de Freitas 7 91 49 1 148 R. Intermediária Ilhéus-Itabuna 24 359 253 21 657
Ilhéus 2 50 53 0 106 Itabuna 8 48 72 0 128
Extintas
R. Imediata Camacan 3 10 36 0 49 R. Imediata Eunápolis-Porto Seguro 5 78 88 0 171 R. Imediata Ilhéus-Itabuna 10 129 164 0 303
R. Imediata Teixeira de Freitas 12 60 72 1 145 R. Intermediária Ilhéus -Itabuna 30 277 360 1 668
Ilhéus 0 -18 -26 1 -43 Itabuna -5 12 -19 10 -2
R. Imediata Camacan -3 1 -21 1 -22
Saldo
R. Imediata Eunápolis-Porto Seguro 3 48 -18 6 39 R. Imediata Ilhéus-Itabuna -1 2 -45 13 -31
R. Imediata Teixeira de Freitas -5 31 -23 0 3
R. Intermediária Ilhéus-Itabuna -6 82 -107 20 -12
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da JUCEB, outubro de 2018.
Boletim
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de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br)
Indústria Serviços Comércio varejista Comércio atacadista Total
Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br)
A análise da série histórica do movimento de abertura e fechamento de empresas da Região Intermediária IlhéusItabuna revela no ano de 2018 resultados bem inferiores aos observados no ano de 2017, tendo o pior resultado no terceiro trimestre com saldo negativo de 12 empresas. Desagregando a Região Intermediária em suas Regiões Imediatas observa-se que para as Regiões Imediatas Ilhéus-Itabuna e Camacan acumulam no ano sados negativos com redução de 101 e 51 empreendimentos respectivamente. Por outro lado, as Regiões Imediatas de Eunápolis-Porto Seguro e Teixeira de
Freitas também apresentaram resultados inferiores aos de 2017 (Tabela 2).
A série histórica dos dois maiores municípios da região revela comportamentos distintos. Ilhéus acumula saldo negativo desde o terceiro trimestre de 2017, sendo respectivamente -8, -30, -78, -36 e -43. Já Itabuna, o saldo somente não foi positivo no terceiro trimestre de 2018 (31, 11, 3, 15, 36 e -2). Os resultados de forma geral revelam que dinâmica empresarial na região Intermediária Ilhéus-Itabuna, até o terceiro trimestre de 2018, assume patamares inferiores ao observado no ano de 2017.
Tabela 2 – Empresas constituídas e extintas, trimestralmente, na Região Intermediária Ilhéus-Itabuna e suas Regiões Imediatas e também em Ilhéus e Itabuna, para os anos de 2017 e 2018.
2017 2018
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T
Ilhéus
Itabuna
Região Imediata Camacan
Região Imediata Eunápolis-Porto Seguro
Região Imediata Ilhéus-Itabuna
Região Imediata Teixeira de Freitas
Região Intermediária Ilhéus-Itabuna
Constituídas 57 64 68 51 63 59 62 Extintas 46 59 76 81 141 95 106 Saldo 11 5 -8 -30 -78 -36 -43
Constituídas 118 106 126 97 106 130 126 Extintas 87 94 123 82 101 94 128 Saldo 31 11 3 15 5 36 -2
Constituídas 52 37 41 29 28 20 27 Extintas 29 17 33 39 36 41 49 Saldo 23 20 8 -10 -8 -21 -22
Constituídas 221 217 231 167 185 186 207 Extintas 114 145 136 118 140 139 160 Saldo 107 72 95 49 45 47 47
Constituídas 518 517 556 259 255 280 275 Extintas 206 216 282 229 316 264 315 Saldo 312 301 274 30 -61 16 -40
Constituídas 161 148 165 163 157 134 148 Extintas 102 123 128 115 123 126 145 Saldo 59 25 37 48 34 8 3
Constituídas 952 919 993 618 625 620 657 Extintas 451 501 579 501 615 570 669 Saldo 501 418 414 117 10 50 -12
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da JUCEB, outubro de 2018.
CONSUMO DE ENERGIA
Marcelo Inácio Ferreira Ferraz
A demanda por energia das atividades econômicas dos municípios da Região Imediata Ilhéus-Itabuna, no primeiro trimestre de 2018, é apresentada na Tabela 3. O setor de comércio e serviços (50,3%) respondeu pela maior demanda, seguidos da indústria (29,6%) e da agricultura (20,1%). Nos dois maiores municípios da região, a maior demanda do setor industrial foi observada em Ilhéus (57,7%) e em Itabuna (50,05%). Os setores de comércio e de serviços predominaram nos demais municípios da região.
A demanda de energia das atividades produtivas dos municípios de Ilhéus e Itabuna, no primeiro trimestre de 2018, quando comparado com igual período do ano anterior revela um consumo maior. Em Ilhéus, o aumento foi de 4.2% e em Itabuna 0,5%. Em Ilhéus, após retração nos dois primeiros trimestres do ano, todos os setores apresentaram crescimento com 6% para o comércio e serviços, 5,9% para a agricultura e 2,9% para a agricultura. Em Itabuna, também, foram registrados aumentos de demanda nos setores do comércio e de
serviços (4,8%) e agrícola (18,4%), diferentemente de Ilhéus que teve uma redução no setor industrial de 3,8% (Tabela 4). O aumento do consumo de eletricidade, apresentada pela indústria de Ilhéus, foi motivada pela ampliação da demanda de cinco segmentos industriais (equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, máquinas, aparelhos e materiais elétricos, produção de borracha e material plástico e produtos alimentícios). Ressalta-se, no entanto, a importância da indústria alimentícia que, embora tenha apresentado um aumento de 3%, em termos de variação percentual no consumo industrial, esse setor resultou em uma elevação de demanda de mais de 524 mil KWh (82,1% do total do aumento do setor industrial). Isso porque esse segmento representa cerca de 90% de toda a eletricidade consumida pela indústria do município. Os segmentos que apresentaram maiores aumentos de demandas de eletricidade, em Ilhéus, foram os de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (16,5%). Esses segmentos se destacaram como a terceira atividade industrial que mais demandaram energia elétrica no terceiro trimestre de 2018 (Tabela 5).
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Tabela 3 – Evolução do Consumo de Energia em KWh, em Ilhéus, em Itabuna e na Região Imediata Ilhéus-Itabuna, no 30 trimestre de 2018.
Julho Agosto Setembro 3º Trimestre Kwh % Kwh % Kwh % Kwh %
Ilhéus
Itabuna
Região Imediata
Comércio e Serviços 4.412.946 36,9 4.482.804 37,2 4.640.927 40,2 13.536.677 38,1 Industrial 7.048.846 58,9 7.081.331 58,7 6.401.635 55,5 20.531.813 57,7 Agricultura 496.175 4,1 498.769 4,1 496.215 4,3 1.491.159 4,2
Total 11.957.967 12.062.904 1.153.8777 35.559.649
Comércio e Serviços 5.589.319 45,3 5.951.112 46,5 5.995.162 50,5 17.535.593 47,4 Industrial 6.488.299 52,6 6.606.202 51,6 5.612.344 47,3 18.706.845 50,5 Agricultura 264.325 2,1 249.746 2,0 255.829 2,2 769.900 2,1 Total 12.341.942 12.807.060 11.863.335 37.012.337
Comércio e Serviços 29.289.253 50,9 30.582.078 49,6 30.667.207 50,4 90.538.538 50,3 Industrial 18.081.587 31,4 18.484.370 30,0 16.763.838 27,5 53.329.796 29,6 Agricultura 10.196.462 17,7 12.535.823 20,3 13.435.384 22,1 36.167.670 20,1 Total 57.567.302 61.602.272 60.866.429 180.036.003
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da COELBA, outubro de 2018.
Nota: Para os municípios de Ilhéus e Itabuna foram somados além da energia elétrica fornecida pela Coelba o consumo disponibilizado de outras fontes.
Tabela 4 – Evolução do Consumo de Energia, KWh, nos municípios de Ilhéus e Itabuna, no 3º trimestre – 2017 e 2018. Ilhéus Itabuna 3º Trim. 2017 3º Trim. 2018 Variação % 2018/2017 3º Trim. 2017 3º Trim. 2018 Variação % 2018/2017
Indústria 19957867 20531813 2,9 19447000 18706845 -3,8 Comércio e Serviços 12771894 13536677 6,0 16733479 17535593 4,8 Agricultura 1408084 1491159 5,9 650964 769900,1 18,3 Total 34137845 35559649 4,2 36831443 37012337 0,5 Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da COELBA, julho de 2018.
Tabela 5 – Participação e variação percentual do consumo de energia e participação de cada atividade industrial, na demanda de energia elétrica, em Ilhéus no 30 trimestre 2017 e 2018.
3º Trim. 2017 3º Trim. 2018 Variação KWh % KWh % 2018/2017
Equip. Informática, Prod. Eletrônicos e Ópticos 439.073 2,2 511.368 2,5 16,5 Fab. Prod. de Mineração Não-Metálicos 119.747 0,6 132.379 0,6 10,5 Máq. Aparelhos e Materiais Elétricos 99.789 0,5 104.268 0,5 4,5 Prod. de Borracha e de Material Plástico 977.935 4,9 1.002.591 4,9 2,5 Produtos Alimentícios 17.722.586 88,8 18.247.148 88,9 3,0 Tratamento de Resíduo; Recuperação de Materiais 399.157 2,0 339.976 1,7 -14,8 Outros 199.579 1,0 194.082 0,9 -2,8 19.957.867 100,0 20.531.813 100,0 2,9 Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da COELBA, outubro de 2018.
A retração da demanda por energia no setor industrial de Ilhéus foi observada apenas nos segmentos de tratamento de resíduo, recuperação de materiais (-14,8) e em outros segmentos (-2,8%). Esses setores somados acumularam uma redução de cerca de 65 mil KWh. Porém, representam apenas 2,6% da demanda do setor industrial. Esse índice não foi suficiente para reverter a elevação no consumo do setor industrial, o qual totalizou 574 mil KWh (2,9%), em relação ao terceiro trimestre de 2017 (Tabela 5).
No segmento industrial de maior demanda por energia em Ilhéus (Produtos Alimentícios), o aumento na demanda (3%) é justificado, principalmente, pela elevação de 3,5% na atividade industrial de fabricação de derivados do cacau. Essa ampliação de demanda representa um acréscimo de 586.951
kWh na demanda de eletricidade do segmento. As demais atividades produtivas do segmento alimentício registraram redução de 57.199 KWh (-6,6%) no consumo, totalizando, no trimestre, uma ampliação de 529.752 KWh (3%) no segmento, em relação ao terceiro trimestre de 2017 (Tabela 6).
De acordo com a Tabela 7, os segmentos industriais de Itabuna que mais demandaram energia elétrica, no terceiro trimestre de 2018, foram os de produtos alimentícios (59,3%) e os produtos de confecção de artigos do vestuário e de acessórios (31,6%). Esses segmentos, quando comparados com o mesmo trimestre do ano de 2017, revelam uma retração de 43% para o segmento de confecções e uma elevação na demanda por energia de 55,5%, das indústrias de produtos alimentícios.
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Tabela 6 – Participação do segmento alimentício de Ilhéus no consumo de energia elétrica, em Ilhéus, no 3o trimestre 2017 e 3o trimestre 2018.
3º Trim. 2017
3º Trim. 2018 Variação KWh % KWh % 2018/2017
Fabricação de produtos derivados do cacau e de chocolates 16.848.758 95,1 17.435.710 95,6 3,5 Outros 868.638 4,9 811.438 4,4 -6,6 Total 17.717.396 18.247.148 3,0
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da COELBA, outubro de 2018.
Tabela 7 – Participação e variação percentual do consumo de energia e participação de cada atividade industrial na demanda de energia elétrica, em Itabuna, no 3o trimestre 2017 e 3o trimestre 2018.
3º Trim. 2017
3º Trim. 2018 Variação KWh % KWh % 2018/2017
Artefato de Couro, Artigos de Viagem e Calçados 1.127.926 5,8 965.510 5,2 -14,4 Confecção de Artigos do Vestuário e Acessórios 10.365.251 53,3 5.903.367 31,6 -43,0
Extração de Minerais Não-Metálicos 194.470 1 169.603 0,9 -12,8 Produtos Alimentícios 7.137.049 36,7 11.097.269 59,3 55,5
Produtos derivados do Petróleo e Biomassas 213.917 1,1 214.610 1,1 0,3 Outros 408.387 2,1 356.487 1,9 -12,7 Total 19.447.000 100 18.706.845 100,0 -3,8
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da COELBA, julho de 2018.
Vale ressaltar que o terceiro segmento que mais demandou energia elétrica, em Itabuna, foi o ramo de artefatos de couro e artigos de viagem e calçados, apresentado uma participação de 5,2% do total demandado pela indústria. Esse segmento retraiu em 14,4% o consumo de eletricidade, em relação ao terceiro trimestre de 2017.
Dessa forma, a redução de 3,8% do consumo de energia elétrica, registrada pelo setor industrial de Itabuna, foi impulsionada, principalmente, pela retração da demanda elétrica das atividades industriais “confecção de artigos do vestuário e acessórios”, bem como “artefatos de couro e artigos de viagem e calçados”.
No segmento industrial de confecção de artigos do vestuário e acessórios, no município de Itabuna, observa-se que a indústria de fabricação de meias reduziu o consumo de energia elétrica em 4.464.262 KWh. Como essa indústria foi responsável por aproximadamente 99,7% de todo consumo de energia da referida atividade industrial, constata-se que a
redução de 43,07% foi explicada pela retração da demanda da indústria de fabricação de meias (Tabela 8).
Em relação à indústria de alimentos, verifica-se que o segmento de fabricação de produtos de cacau foi o maior demandante de energia elétrica, apresentando um aumento de 85,8%, correspondendo a um acréscimo em torno de 3.7 milhões de kWh, no 3º trimestre de 2018, no comparativo com o 3º trimestre de 2017. O segmento de fabricação de laticínios, segundo maior demandante de eletricidade da indústria de produtos alimentícios, também, no mesmo período, registrou elevação no consumo de energia elétrica de 10,9% (Tabela 9).
Com essas informações no campo da energia, procurou-se apresentar, através de tabelas e suas respectivas leituras, demandas no consumo de energia elétrica pertinentes às atividades econômicas dos municípios da Região mediata IlhéusItabuna. Tais informações podem demonstrar que os setores econômicos do comércio e dos serviços, atinentes à referida região, foram aqueles que mais demandaram energia elétrica.
Tabela 8 – Participação do segmento de confecção de artigos, de vestuário e de acessórios, no consumo de energia elétrica, em Itabuna, no 3o trimestre 2017 e 3o trimestre 2018.
3o Trim. 2017
3o Trim. 2018 Variação KWh % KWh % 2018/2017
10.351.379 99,83 5.887.117 99,7 -43,13 Outros 18.122 0,17 16.250 0,3 -10,3
Fábrica de meias
Total 10.369.501 100,0 5.903.367 100,0 -43,07
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da COELBA, outubro de 2018.
Tabela 9 – Participação do segmento alimentício no consumo de energia elétrica, em Itabuna, no 3o trimestre 2017 e 3o trimestre 2018.
3º Trim. 2017
3º Trim. 2018 Variação KWh % KWh % 2018/2017
Fabricação de produtos derivados do cacau e de chocolates 4.320.067 60,5 8.026.690 72,3 85,8
Fabricação de laticínios 2.192.222 30,7 2.432.000 21,9 10,9 Outros 628.620 8,8 638.578 5,8 1,6
Total 7.140.909 100,0 11.097.269 100,0 55,4
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da COELBA, outubro de 2018.
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COMÉRCIO EXTERIOR
Marcelo dos Santos Silva
Nesta seção, é realizada a análise dos dados do desempenho externo dos maiores municípios do sul da Bahia, no contexto espacial da região imediata de Ilhéus e Itabuna. Outras unidades territoriais não são citadas e analisadas, devido à escassez de dados completos, como os municípios de Itajuípe e Coaraci.
Na comparação entre o terceiro e segundo trimestres de 2018, observa-se, para Ilhéus, um crescimento tímido no valor exportado, enquanto que a importação do município se arrefeceu em, aproximadamente, 21,9%. Isso confirma a previsão realizada no boletim anterior, de que se verificaria uma recuperação em direção ao alcance de um superávit no saldo comercial da região.
Essa previsão se adapta aos números do comércio exterior itabunense: houve crescimento de 140,2% no volume monetário exportado e, com relação à importação, essa se reduziu em, aproximadamente, 65,4%. O resultado da evolução do setor externo dos municípios encontra-se na Tabela 10.
Para o próximo trimestre, entretanto, espera-se a manutenção do cenário externo desse trimestre ou déficit comercial
para a região, devido ao movimento importador atrelado aos eventos de fim de ano e encerramento das negociações do ano de 2018.
Com o resultado positivo de recuperação da balança comercial itabunense (elevação da exportação e queda na importação), o saldo comercial externo municipal passou de um déficit de, aproximadamente, US$ 8,03 milhões, no segundo trimestre, para um superávit de US$ 6,94 milhões no terceiro trimestre de 2018. Isso representou um ganho no saldo comercial de Itabuna da ordem de 186,43%.
Com relação ao saldo da balança comercial ilheense, apesar da redução percentual do déficit comercial em 67,07%, esse movimento não foi suficiente para reverter o quadro de déficit total no volume monetário transacionado, o qual ficou negativo em US$ 7,94 milhões no terceiro trimestre.
Esse fato se deve ao crescimento ínfimo da exportação ilheense no trimestre atual, o qual foi de 1,47% tornando-se, desse modo, insuficiente para alterar o quadro da balança comercial em direção a um superávit monetário nas contas externas do município.
O resumo do saldo comercial para ambos os municípios encontra-se reunido na Tabela 11.
O Gráfico 1 reúne a evolução das contas externas de Ilhéus e Itabuna do primeiro ao terceiro trimestres de 2018.
Tabela 10 – Evolução do comércio exterior para Ilhéus e Itabuna, no terceiro e segundo trimestres de 2018, em US$ FOB.
Município Exportação total Variação (%) Importação total Variação(%) 3º Trim. 2º Trim. 3º Trim. 2º Trim.
Ilhéus 47.418.592 46.733.845 1,47 55.358.915 70.848.614 -21,86
Itabuna 11.351.048 4.725.697 140,20 4.412.082 12.753.660 -65,41
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados do Comex Stat.
Tabela 11 – Saldo da balança comercial para Ilhéus e Itabuna, no terceiro e segundo trimestres de 2018, em US$ FOB.
Município Saldo comercial Variação (%) 3º Trim. 2º Trim.
Ilhéus (7.940.323) (24.114.769) 67,07 Itabuna 6.938.966 (8.027.963) 186,43
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados do Comex Stat.
Gráfico 1 – Exportação, importação e saldo comercial para os municípios de Ilhéus e Itabuna, janeiro a setembro de 2018, em US$ FOB.
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados do Comex Stat.
Boletim
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de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br)
Pode-se observar, por meio dos indicativos do Gráfico 1, a queda acentuada do esforço importador da região, se comparados o primeiro semestre do ano com o terceiro trimestre: enquanto que no primeiro semestre, no mês de março, houve demanda dos municípios de, aproximadamente, US$ 50 milhões em bens importados, no terceiro trimestre, a importação não chegou a US$ 30 milhões no mês de julho, caindo ainda mais nos dois meses seguintes.
Assim, especificamente no terceiro trimestre de 2018, verificou-se superávit de ambos os municípios nos meses de agosto e setembro, alterando o panorama dos sete meses anteriores, nos quais não houve superávit comercial na região.
Na Tabela 12 encontram-se os dados municipais desagregados referentes à exportação e importação por capítulo de produtos, conforme sistema harmonizado de classificação.
O peso da exportação regional ainda recai sobre os produtos reunidos na rubrica “Cacau e suas preparações”, representando 99,63% e 98,37% de todo volume monetário exportado pelos municípios de Ilhéus e Itabuna. Isso reforça o argumento de que a exportação das duas unidades espaciais é bastante concentrada em apenas uma commodity. Essa dependência não é recomendada para uma região que deseja desenvolver seu comércio externo com sustentabilidade e dinamismo. Ademais, conforme mencionado em outros boletins, a pauta exportadora regional é reduzida, reunindo apenas seis rubricas.
A importação da região, por outro lado, é diversificada, se comparada à exportação: a pauta importadora possui 27 rubricas neste terceiro trimestre. Isso não inviabiliza o comércio exterior da região, mas mostra dependência de produtos que: ou não são fabricados nos municípios da região imediata ou são fabricados e não possuem qualidade adequada à comercialização interna.
Em Ilhéus, a maior demanda no período foi a de “Máquinas, aparelhos e materiais elétricos (e partes), aparelhos de gravação ou reprodução de som, imagens e som em televisão (partes e acessórios)”, com compra da ordem de US$ 28,24 milhões, aproximadamente. Em segundo lugar consta a importação da rubrica “Cacau e suas preparações”, com US$ 21,2 milhões e, em terceiro, “Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos (e suas partes)”, com US$ 2,84 milhões.
Para Itabuna, as maiores compras do município estão nas rubricas: “Cacau e suas preparações”, com aquisição no valor de US$ 4,08 milhões; “Leite e laticínios, ovos de aves, mel natural, e produtos comestíveis de origem animal”, com demanda externa de US$ 165,35 mil; e “Plástico e suas obras” com US$ 101,09 mil, aproximadamente.
À guisa de complementação, a pauta importadora ilheense é mais diversificada do que a itabunense. Isso se deve, entre outros fatores, ao acesso dos importadores ao serviço portuário. Realidade essa inexistente no território itabunense.
Tabela 12 – Exportação e importação em US$ FOB, por classe de produto selecionado, de acordo com o Sistema Harmonizado (SH), a dois dígitos, para Ilhéus e Itabuna, no terceiro trimestre de 2018
Classe Ilhéus
Itabuna Rubrica
Exportação Importação Exportação Importação Cacau e suas preparações 47.241.384 21.195.873 11.166.278 4.075.828 Sementes e frutos oleaginosos, sementes e frutos diversos, plantas, etc. - - -Leite e laticínios, ovos de aves, mel natural, e produtos comestíveis de origem animal - - - 165.350 Máq., aparelhos e mat. elétricos (e partes), aparelhos de gravação ou reprodução de som, imagens e som em televisão (partes e acessórios) 122.688 28.239.873 - 390
Filamentos sintéticos ou artificiais - - -Reatores nucleares, caldeiras, máq., aparelhos e instrumentos mecânicos (e suas partes) 15.710 2.838.454 - 3.364
Plásticos e suas obras - 127.757 - 101.089
Vestuário e seus acessórios (malha) - 262.757 165.000Vestuário e seus acessórios (exceto malha) - - 19.770 -
Borracha e suas obras - 1.692.736 -Instrumentos e aparelhos de ótica, fotografia, medida, controle e médicos - 99.530 - 9.500
Produtos químicos orgânicos - 70.000 -Tecidos impregnados, revestidos, recobertos ou estratificados, artigos de matérias têxteis - - -Obras de ferro fundido, ferro ou aço - 165.083 - 18.374
Brinquedos, jogos e artigos para divertimento ou esporte - 23.079 - 32.688 Papel e cartão, obras de celulose, papel ou cartão - 119.948 -Material para entrançar e outros produtos de origem vegetal 38.810 31.319 - -
Vidro e suas obras - 57.533 -Fonte: Elaboração própria, a partir de dados do Comex Stat. Nota: Total de capítulos SH2 para os municípios: exportação – 6; importação – 27. O Sistema Harmonizado (SH) é um sistema internacional para classificação padronizada de mercadorias exportadas ou importadas.
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FINANÇAS PÚBLICAS
Sócrates Jacobo Moquete Guzmán
Apresenta-se o desempenho de cinco indicadores de finanças públicas da região, com ênfase em Ilhéus e Itabuna: arrecadação do 3º trimestre do ICMS 2018 em comparação com similar período de 2017 e arrecadações do 4º bimestre de 2018 em comparação com igual período de 2017 das Receitas Totais, Tributarias, de Transferências e Despesas totais liquidadas. No caso do ICMS, também é apresentada a comparação entre o terceiro trimestre de 2018 e segundo trimestre de 2018. Todos os valores são nominais.
1- QUADRO GERAL DO DESEMPENHO DA ARRECADAÇÃO DO ICMS E DAS RECEITAS
1.1 – Comportamento do ICMS
A receita gerada pelo recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) na Região Intermediária Ilhéus-Itabuna, teve um aumento de 15,94% no terceiro trimestre de 2018 em relação a igual período de 2017 (Tabela 13). A Região Imediata Ilhéus-Itabuna teve um aumento bem menor (8,01%). No mesmo período, o Estado da Bahia, composto por 417 municípios, teve uma queda de -3,86%. Já, na comparação do 3º trimestre de 2018 e 2º trimestre do mesmo ano o ICMS apresentou um aumento de 6,98% na Região Intermediária Ilhéus-Itabuna. Contribuíram com esse resultado os desempenhos positivos das regiões imediatas Teixeira de Freitas (27,17%) e Eunápolis-Porto Seguro (9,68%) compensando as quedas das regiões imediatas Ilhéus-Itabuna (-5,31%) e Camacan (-9,84%). Em contraste com o crescimento
das regiões que acompanhamos neste boletim a arrecadação da Bahia no mesmo período de comparação foi negativa em -2,36%. Considerando apenas os dois maiores municípios da região, Ilhéus teve um aumento de 18,44% na comparação do 3º trimestre de 2018 e igual período de 2017. No mesmo período Itabuna teve queda de -0,34%. Comparando o 3º trimestre de 2018 com o 2º trimestre do mesmo ano, Ilhéus teve uma queda de -7,88%; já Itabuna experimentou queda de -0,49%. Ilhéus apresentou a maior participação (20,11%) em arrecadação total de ICMS da Região Intermediária; Itabuna ficou em segundo lugar, com 18,89%. Juntos, ambos municípios representaram 39,0% do total arrecado do ICMS na Região Intermediária de Ilhéus-Itabuna, formada por 51 municípios e 93,82% da Região Imediata, formada por 22 municípios, concentrando, portanto, a maior parte da atividade econômica, tendo como proxy a arrecadação de ICMS. Os dados da penúltima coluna da Tabela 13 comprovam que, ao compararmos o 3º trimestre de 2018 com o 3º trimestre de 2017 houve uma melhora em todas as regiões na arrecadação do ICMS; já na comparação do 3º trimestre 2018 com o 2º trimestre 2018 a arrecadação piorou no conjunto de municípios da Bahia, tendo havido crescimento de 6,98% na região Intermediária formada pelos 51 municípios.
No Gráfico 2 pode ser melhor visualizado o resultado da arrecadação do ICMS no período 3º trimestre de 2018 comparado com igual período de 2017 e 3º trimestre de 2018 comparado com o 2º trimestre do mesmo ano. Pode ser constatado que a comparação dos últimos 12 meses mostra um crescimento na arrecadação de quase todas as quatro sub-regiões (Imediatas) e região Intermediária que as inclui. Já, durante o ano de 2018 houve uma queda em duas regiões enquanto nas outras duas (Teixeira de Freitas e Eunápolis-Porto Seguro) o resultado foi positivo tendo isso contribuído para sustentar o crescimento na arrecadação da região Intermediária que as inclui a todas.
Tabela 13 – arrecadação ICMS – Bahia e Regiões Intermediária e Imediata Ilhéus-Itabuna, 2017-2018 (valores reais) Território
Bahia 5.297.778.664,13 5.216.375.745,34 5.093.384.328,45 -3,86 -2,36 Ilhéus 34.106.609,62 43.852.887,09 40.397.351,05 -0,34 -0,49 Itabuna 38.061.188,17 38.121.936,39 37.933.434,54 18,44 -7,88
Região Intermediária Ilhéus-Itabuna 173.234.022,82 187.747.587,75 200.855.254,49 15,94 6,98
Região Imediata Camacan 2.145.292,36 2.951.151,04 2.660.693,3 24,02 -9,84
Região Imediata Eunápolis-Porto Seguro 41.684.589,5 46.707.864,19 51.227.729,92 22,89 9,68
Região Imediata Ilhéus-Itabuna 77.301.941,72 88.177.246,55 83.493.768,19 8.01 -5,31
Região Imediata Teixeira de Freitas 52.102.199,24 49.911.325,97 63.473.063,08 21,82 27,17
Fonte: Elaboração própria, com base em dados da SEFAZ-Ba.
Gráfico 2 – Arrecadação do ICM por regiões, 3º trimestre 2018-2017 (c/a); 3º trimestre 2018-2º trimestre 2018 (c/b)
(%)
Boletim
Econômica
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de Conjuntura
e Social – CACES (caces.uesc.br)
3º trimestre 2017 (a) 2º trimestre 2018 (b) 3º Trimestre 2018 (c) c/a Variação (%) c/b Variação
1.2 – COMPORTAMENTO
2- DESEMPENHO DAS DESPESAS NA MICRORREGIÃO ILHÉUS-ITABUNA
A execução das Despesas Totais na Região Intermediária Ilhéus-Itabuna, Tabela 15 teve um aumento de 14,00%, quando comparados o 4º bimestre de 2018 com igual período
de 2017. Estão incluídas nessas Despesas os Gastos Correntes (de Pessoal e encargos sociais, pagamento de juros e encargos da dívida e Outras Despesas correntes) e os Gastos de Capital (Investimentos e Amortização da Dívida). Com exceção da Região Imediata Ilhéus-Itabuna que é a de maior peso da Região Intermediária, todas as regiões Imediatas tiveram
9 Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br)
Receitas Totais (*) Receitas Tributárias
Receitas
2017 (R$) 2018 (R$) Var. (%) 2017 (R$) 2018 (R$) Var. (%) 2017 (R$) 2018
Var.
Realizadas
de Transferências Correntes
(R$)
(%)
aumento de Despesas no 4º bimestre de 2018 em relação ao igual período de 2017. Embora não apresentado na Tabela 15, cabe destacar que a participação das Despesas com Pessoal do município de Ilhéus aumentou de 19,32% em 2017 para
28,32% no 4º bimestre de 2018 tendo como parâmetro o total de Despesas. Já os Investimentos, no mesmo município e período, tiveram um aumento de 0,33% para 1,48%. Para Itabuna não foram disponibilizados os dados.
Tabela 15 – Comparação do desempenho das Despesas Totais da Região Intermediária Ilhéus-Itabuna e das suas regiões Imediatas - Posição no 4º bimestre de 2018 em comparação com 4º bimestre de 2017 NOME Despesas Totais Liquidadas 2017 (R$) 2018 (R$) Variação (%)
Ilhéus 354.233.509,36 244.141.281,90 31,0
Itabuna 444.912.529,66 300.953.370.07 32,0
RI Camacan 152.942.321,50 175.836.568,69 15,0
RI Eunápolis-Porto Seguro 542.939.253,57 590.890.171,45 9.0
RI Ilhéus-Itabuna 1.187.321.513,22 980.828.196,48 -17,0
RI Teixeira de Freitas 201.649.204,44 235.745.791,38 17,0
R. Int. Ilhéus-Itabuna 2.568.357.598,33 2.496.269.336,52 14,0
Fonte: Elaboração dos autores com base nos RREO dos municípios.
EMPREGO E RENDA
Sérgio Ricardo Ribeiro Lima
Regiões Intermediárias do Estado da Bahia
A tabela 16 compõe as 10 regiões Intermediárias do Estado da Bahia, a partir da nova divisão do IBGE, em 2017. Pelo total do saldo do 3º trimestre – em relação ao 2º trimestre e ao 3º trimestre de 2017 -, observa-se uma significativa melhoria do emprego nesse trimestre. As regiões de Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista apresentaram os melhores resultados. Ilhéus-Itabuna, Irecê e Guanambi, na ordem, foram as regiões com os resultados mais desfavoráveis. Aliás, a região Ilhéus-Itabuna vem apresentando uma situação desanimadora, em termos de emprego, desde o alvorecer da crise. Tal situação evidentemente que envolve, também, questões locais.
Logo abaixo, o gráfico 4 apresenta o comportamento do emprego, no 3º trimestre de 2018, nas Regiões Intermediárias do Estado da Bahia, que deixa mais explícita a retração de
empregos na Região Intermediária Ilhéus-Itabuna, comparativamente às demais.
Analisando agora as Regiões Intermediárias sob a ótica da renda, na tabela 17 (também em função do saldo de movimentações do emprego), para o 3º trimestre, repetidamente, as faixas com maiores saldos positivos e negativos concentram-se nos estratos entre 0.5 e 2 SM (Salário Mínimo). Ou seja, as circunstâncias adversas da economia e, em particular, as crises econômicas afetam significativamente aqueles trabalhadores cujas rendas estão nas faixas mais baixas. A Região Intermediária Ilhéus-Itabuna, novamente, apresenta o pior resultado da renda entre as regiões intermediárias no trimestre atual; a região apresentou uma perda de massa salarial (entre 0.5 e 2 SM) de R$2.170 no trimestre. Os melhores resultados, para as mesmas faixas de renda, foram apresentados, na ordem, por Salvador, Juazeiro, Feira de Santana e Barreiras. Esses resultados demonstram – para os saldos positivos e negativos – que o Estado da Bahia tem concentrado ganhos e perdas salariais nas faixas mais baixas de renda, o que traz um impacto socialmente negativo para os estratos sociais de baixa renda.
Tabela 16 – Saldo de movimentações do emprego nas Regiões Intermediárias do Estado da Bahia. Regiões 3° Trim 2018 2° Trim 2018 3° Trim 2017
Barreiras 1.556 1.476 -162
Feira de Santana 1.816 508 1.193
Guanambi 163 438 538
Ilhéus-Itabuna -406 4.204 -1.924 Irecê 122 -185 597
Juazeiro 3.450 3.481 4.575
Paulo Afonso 307 -296 192
Salvador 8.942 -4.860 1.352
Santo Antônio de Jesus 297 914 -1.014
Vitória da Conquista 1.127 468 275
Total 17.374 6.148 5.622 Fonte: elaboração do autor, a partir dos dados do CAGED, novembro de 2018.
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Gráfico 4 – Comportamento do emprego (saldo das admissões menos desligamentos) nas Regiões Intermediárias da Bahia, 3º trimestre de 2018
Fonte: elaboração do autor, a partir dos dados do CAGED, novembro de 2018.
Tabela 17 – Comportamento da renda (faixa salarial mensal) por saldo de movimentação (admitidos, desligados e saldo) nas Regiões Intermediárias do Estado da Bahia, 3º trimestre de 2018.
Faixa Sal. Mensal < 0.50 0.51 a 1 1 a 1.5 1.5 a 2 3 a 4 2 a 3 4 a 5 5 a 7 7 a 10 10 a 15 15 a 20 20 > Total
Barreiras 60 561 700 295 -19 -45 0 6 -7 7 0 1 1.559
Feira de Santana 41 975 997 -28 -9 -160 -23 -3 -8 -5 -3 -2 1.816 Ilhéus-Itabuna 134 -2.119 -18 -33 -45 -74 4 -15 3 -8 -2 -9 -2.753
Irecê 15 213 -90 -19 14 -19 3 8 -5 0 1 1 122
Juazeiro 29 500 2.935 45 -5 -42 9 -9 -9 -2 -3 0 3.450 P. Afonso 9 79 185 3 -4 37 -1 3 0 x x x 307 Salvador 268 2.730 3.839 773 114 1.202 19 -33 -132 -144 -61 -54 8.942 Sto. A. de Jesus -11 487 -79 -56 -19 -5 -10 -5 -9 -2 0 0 297
V. da Conquista 66 1.450 -415 -2 6 -86 -8 1 8 1 0 4 1.127
Regiões Imediatas da Região Intermediária IlhéusItabuna
Analisaremos agora o comportamento das Regiões Imediatas da Região Intermediária Ilhéus-Itabuna na Tabela 18. Começando por Ilhéus-Itabuna, na última linha, observa-se que o resultado total do saldo foi melhor no 3º trimestre de 2017, com sucessivos saldos negativos, muito próximos, no 2º e 3º trimestres deste ano. Nos trimestres apresentados, o pior resultado foi para Itabuna, com todos os saldos negativos nos respectivos trimestres. Para o 3º trimestre de 2018, o melhor resultado foi para Ilhéus, seguido de Buerarema. Porém, o município de Itabuna apresentou o maior volume de admissões no emprego, assim como o maior número de demissões. Os dados até agora mostrados apontam que a Região Imediata Ilhéus-Itabuna tem piorado sua situação econômica em termos de emprego.
A região de Camacan, na Tabela 19, composta por 8 municípios, apresentou um resultado mais favorável neste trimestre, em relação aos demais trimestres, embora com valores irrisórios. Os municípios de maior destaque nesta região são, por ordem, Camacan, Una e canavieiras. São municípios que se destacam tanto pelas admissões, como pelos desligamentos. O município de Camacan foi responsável pelo maior saldo de emprego no trimestre.
A Região Imediata Teixeira de Freitas, na tabela 20, composta por 13 municípios, apresentou uma quadro do emprego muito desfavorável quando comparado ao 2º trimestre. A região saiu de um saldo positivo de emprego, no 2º trimestre, de 2.311, para um saldo negativo de 440 empregos no 3º trimestre. O município de maior destaque positivo neste trimestre foi Mucuri, devido à indústria de papel e celulose, e o maior saldo negativo foi no município de Prado. Já para o 2º trimestre, os destaques foram de vários municípios, destacando-se por ordem, Medeiros Neto, Caravelas, Lajedão e Mucuri. O 3º trimestre de 2017 também foi desfavorável em termos de emprego para a região, com maior destaque positivo para Mucuri.
Por último, a Região Imediata Eunápolis-Porto Seguro, na tabela 21, composta por 7 municípios,teve, também, um forte saldo negativo no 3º trimestre, repetindo o comportamento do 3º trimestre de 2017. O 2º trimestre de 2018, ao contrário, apresentou saldo positivo de 1.844 empregos. Porto Seguro, devido à cadeia produtiva da atividade turística, foi, praticamente, o único resultado favorável do trimestre, embora com um número irrisório. A maior perda de emprego foi o importante centro comercial da região, na cidade de Eunápolis, situação que repetiu o comportamento do 3º trimestre de 2017. Assim como nas demais regiões, o 2º trimestre de 2018 foi bem mais favorável para o emprego.
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Tabela 18 – Saldo de movimentação do emprego (admissões menos desligamentos) na Região Imediata Ilhéus-Itabuna.
Região Imediata Ilhéus-Itabuna
3º trim 2018
2º trim 2018 3º trim 2017
Adm Desl Saldo Adm Desl Saldo Adm Desl Saldo
Almadina 4 -2 2 0 -2 -2 1 -4 -3
Aurelino Leal 36 -16 20 18 -29 -11 11 -23 -12
Barro Preto 4 -14 -10 4 -5 -1 2 -9 -7
Buerarema 72 -31 41 28 -43 -15 48 -29 19 Coaraci 42 -36 6 32 -31 1 47 -25 22
Firmino Alves 9 -5 4 4 -11 -7 108 -10 98
Floresta Azul 10 -14 -4 17 -12 5 6 -8 -2
Ibicaraí 46 -36 10 23 -28 -5 29 -28 1
Ibicui 8 -25 -17 18 -28 -10 55 -23 32
Ibirapitanga 21 -22 -1 12 -28 -16 12 -8 4
Ilhéus 1.487 -1.406 81 1351 -1416 -65 1.614 -1.425 189
Itabuna 1.947 -2.392 -445 2073 -2288 -215 2.254 -2.482 -228
Itacaré 191 -198 -7 143 -202 -59 113 -117 -4
Itaju do Colonia 13 -8 5 8 -12 -4 8 -9 -1
Itajuípe 80 -166 -86 53 -65 -12 79 -105 -26
Itapé 23 -17 6 43 -74 -31 22 -19 3
Itapitanga 2 -8 -6 11 -6 5 4 -9 -5
Maraú 66 -58 8 79 -87 -8 46 -39 7
Santa Cruz da Vitória 15 -8 7 8 -5 3 5 -14 -9 São José da Vitória 1 -5 -4 10 -5 5 6 -3 3
Ubaitaba 57 -49 8 59 -59 0 54 -66 -12
Uruçuca 72 -96 -24 78 -75 3 90 -61 29
Total 4.206 -4.612 -406 4072 -4511 -439 4.614 -4.516 98 Tabela
Mascote 12 -17 -5 16 -31 -15 20 -17 3
Pau Brasil 18 -13 5 19 -7 12 14 -4 10 Santa Luzia 22 -17 5 34 -29 5 21 -19 2 Uma 85 -115 -30 53 -74 -21 63 -55 8 Total 365 -325 40 340 -339 1 296 -275 21
12
Saldo
movimentação
emprego (admissões menos desligamentos) na Região Imediata Camacan Região Imediata Camacan 3º trim 2018 2º trim 2018 3º trim 2017 Adm Desl Saldo Adm Desl Saldo Adm Desl Saldo
-39
19 –
de
do
Arataca 24 -15 9 45
6 14 -44 -30 Camacan 117 -70 47 105 -88 17 63 -71 -8 Canavieiras 61 -58 3 59 -63 -4 84 -49 35 Jussari 26 -20 6 9 -8 1 17 -16 1
Tabela 20 – Saldo de movimentação do emprego (admissões menos desligamentos) na Região Imediata Teixeira de Freitas.
Região Imediata Teixeira de Freitas
3º trim 2018 2º trim 2018 3º trim 2017 Adm Desl Saldo Adm Desl Saldo Adm Desl Saldo
Alcobaça 97 -100 -3 96 -95 1 470 -579 -109
Caravelas 216 -298 -82 659 -342 317 155 -338 -183 Ibirapuã 133 -81 52 335 -57 278 79 -149 -70
Itamaraju 651 -816 -165 1.967 -2.100 -133 773 -648 125
Itanhém 33 -27 6 32 -43 -11 32 -39 -7 Jucuruçu 15 -14 1 16 -8 8 17 -9 8
Lajedão 39 -56 -17 340 -52 288 33 -41 -8
Medeiros Neto 119 -147 -28 984 -160 824 132 -126 6
Mucuri 831 -600 231 1.182 -920 262 861 -545 316
Nova Viçosa 448 -446 2 470 -509 -39 332 -624 -292
Prado 205 -464 -259 725 -530 195 209 -412 -203
Teixeira de Freitas 1.994 -2.059 -65 2.286 -2.080 206 1.434 -1.341 93
Vereda 49 -162 -113 128 -13 115 18 -11 7
Total 4.830 -5.270 -440 9.220 -6.909 2.311 4.545 -4.862 -317
Fonte: elaboração do autor, a partir dos dados do CAGED, novembro de 2018.
Tabela 21 – Saldo de movimentação do emprego (admissões menos desligamentos) na Região Imediata Eunápolis-Porto Seguro.
Região Imediata Eunápolis-Porto Seguro
3º trim 2018 2º trim 2018 3º trim 2017 Adm Desl Saldo Adm Desl Saldo Adm Desl Saldo
Belmonte 99 -125 -26 134 -86 48 81 -118 -37 Eunápolis 1.971 -3.505 -1.534 3.468 -1.977 1.491 1.673 -3.098 -1.425 Guaratinga 94 -365 -271 312 -110 202 88 -330 -242
Itabela 259 -471 -212 708 -430 278 197 -468 -271 Itagimirim 27 -87 -60 136 -69 67 44 -117 -73 Itapebi 36 -19 17 17 -15 2 21 -8 13 Porto Seguro 2.702 -2.528 174 2.684 -2.928 -244 2.708 -2.693 15 Total 5.188 -7.100 -1.912 7.459 -5.615 1.844 4.812 -6.832 -2.020
Observando agora o comportamento do fluxo da renda nas quatro regiões imediatas, na tabela 22, constata-se que a maior perda do fluxo de renda total (saldo entre admitidos e desligados), entre as regiões, ocorreu em Eunápolis-Porto Seguro, seguida de Ilhéus-Itabuna. Camacan e Teixeira de Freitas apresentaram saldo positivo, com volume maior de salários nessa última. Em Eunápolis-Porto Seguro, as faixas de renda onde houve mais admissões, assim como desligamentos, foi entre 1 e 1.5 SM. Porém, o maior saldo negativo foi na faixa entre 0.5 e 1 SM. Já para Ilhéus-Itabuna, o maior fluxo de renda – tanto de admissões como de desligamentos –ocorreu, também, na faixa entre 1 e 1.5 SM, assim como o maior saldo negativo. Ainda para essa região, as admissões nas faixas entre 0.5 e 1.5SM representaram 78,4% das contratações, enquanto o percentual de desligamentos, nesta faixa,
foi de 77,5%. Já para Camacan houve fluxo mais expressivo entre 0.5 e 1 SM. Em Teixeira de Freitas, as maiores admissões e desligamentos ocorreram na faixa entre 0.5 e 1 SM, seguida da faixa entre 1 e 1.5 SM. Essas duas faixas representaram em saldo, juntas, neste trimestre, 90% de todo o fluxo de renda dessa região.
O gráfico 5 ilustra bem o maior fluxo de renda (positivo) na Região Imediata de Teixeira de Freitas (linha roxa), enquanto as Regiões Imediatas Ilhéus-Itabuna (linha vermelha) e Eunápolis-Porto Seguro (linha azul) mostram a queda no fluxo de renda nas faixas salariais de mais baixa renda, ou seja, aqueles que recebem entre 0.5 e 2 SM.
Comparando agora, na tabela 23, o comportamento da faixa salarial mensal entre os três trimestres, para a Região Imediata Ilhéus-Itabuna, observa-se, na última linha,
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Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br)
comportamento quase igual e negativo no 3º e 2º trimestre de 2018. Novamente, o maior número de contratações e desligamentos, nos três trimestres, ocorreu nas faixas entre 0.5 e 1.5 SM. Os três trimestres demonstram que as maiores perdas
ocorreram na faixa entre 1 e 1.5 SM. Nos dois últimos trimestres, as perdas entre as faixas 0.5 e 1.5 SM representaram 78% de todas as movimentações dos desligamentos, o que é um número significativo.
Tabela 22 – Faixa salarial mensal pelo saldo de movimentação do emprego (admissões, desligamentos e saldos) nas Regiões Imediatas da Região Intermediária Ilhéus-Itabuna.
3º trimestre de 2018
Faixa Sal Mensal
Eunápolis-Porto Seguro Ilhéus-Itabuna
Camacan
Teixeira de Freitas Adm Desl Saldo Adm Desl Saldo Adm Desl Saldo Adm Desl Saldo
Até 0.50 98 -40 58 225 -185 40 2 -1 1 278 -278 0
0.51 a 1.0 1.127 -2.568 -1.441 1.250 -1.344 -94 236 -212 24 4.201 -3.066 1.135
1.01 a 1.5 3.087 -3.070 17 2.005 -2.193 -188 91 -82 9 3.115 -2.175 940
1.51 a 2.0 563 -560 3 422 -503 -81 25 -16 9 836 -699 137
2.01 a 3.0 158 -201 -43 146 -189 -43 4 -9 -5 374 -302 72
3.01 a 4.0 40 -59 -19 45 -69 -24 4 -1 3 78 -52 26
4.01 a 5.0 37 -35 2 30 -32 -2 1 -3 -2 31 -32 -1
5.01 a 7.0 15 -13 2 5 -21 -16 1 0 1 18 -18 0
7.01 a 10.0 8 -5 3 12 -11 1 X X X 4 -5 -1
10.01 a 15.0 3 -5 -2 1 -4 -3 X X X 3 -4 -1
15.01 a 20.0 1 -1 0 0 -1 -1 X X X X X X Mais de 20.0 1 -4 -3 11 -13 -2 X X X 0 -2 -2
Total 5.188 -7.100 -1.912 4.152 -4.565 -413 364 -324 40 8.938 -6.633 2.305
Gráfico 5 – Comportamento do fluxo de renda por faixa salarial mensal segundo o saldo de movimentações do emprego nas Regiões Imediatas da Região Intermediária Ilhéus-Itabuna, 3º trimestre de 2018 Fonte: elaboração do autor, a partir dos dados do CAGED, novembro de 2018.
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Tabela 23 – Comportamento da renda (faixa salarial mensal) por saldo de movimentação (admitidos, desligados e saldo) da Região Imediata Ilhéus-Itabuna.
Faixa Sal Mensal
3o trim 2018
2o trim 2018 3o trim 2017
Adm Desl Saldo Adm Desl Saldo Adm Desl Saldo
Até 0.50 225 -185 40 153 -122 31 140 -110 30
0.51 a 1.0 1.250 -1.344 -94 1.474 -1.155 319 1.824 -1.166 658
1.01 a 1.5 2.005 -2.193 -188 1.793 -2.358 -565 1.924 -2.123 -199
1.51 a 2.0 422 -503 -81 420 -513 -93 479 -741 -262
2.01 a 3.0 146 -189 -43 115 -209 -94 153 -219 -66
3.01 a 4.0 45 -69 -24 31 -58 -27 35 -51 -16
4.01 a 5.0 30 -32 -2 22 -29 -7 18 -19 -1
5.01 a 7.0 5 -21 -16 16 -20 -4 11 -17 -6
7.01 a 10.0 12 -11 1 2 -12 -10 5 -15 -10
10.01 a 15.0 1 -4 -3 4 -4 0 2 -8 -6 15.01 a 20.0 0 -1 -1 X X X 0 -7 -7
Mais de 20.0 11 -13 -2 2 -3 -1 1 -10 -9
Total 4.152 -4.565 -413 4.032 -4.483 -451 4.592 -4.486 106 Fonte: elaboração do autor, a partir dos dados do CAGED, novembro de 2018.
Ilhéus e Itabuna
O comportamento do emprego entre os grandes setores dos dois maiores municípios da Região Imediata IlhéusItabuna, no 3º trimestre de 2018, na tabela 24, aponta saldo negativo em Itabuna e positivo em Ilhéus, com saldo conjunto (Ilhéus e Itabuna) negativo (-149), com maior perda no setor de serviços, em Itabuna. Ilhéus teve melhor resultado no emprego no 3º trimestre (saldo positivo) quando comparado ao 2º trimestre (saldo negativo). Itabuna, em situação pior, teve saldo negativo nos dois trimestres, sendo maior no 3º trimestre. Na comparação dos dois trimestres em relação aos dois municípios (saldo total), o 2º trimestre apresentou maior desocupação. Com relação ao mesmo período de 2017, Ilhéus
apresentou um saldo bem mais favorável, enquanto Itabuna novamente apresentou saldo negativo; porém, o saldo total para os dois municípios, nos três períodos, foi de saldo negativo, sendo maior no 2º trimestre de 2018. No acumulado do ano, o município de Itabuna já perdeu 1.106 empregos e o município de Ilhéus apenas -167.
O gráfico 6 mostra, neste trimestre, a situação mais favorável ao emprego por grandes setores no município de Ilhéus, enquanto Itabuna vivenciou uma forte queda, fortalecendo o saldo negativo total do emprego. No comportamento geral dos dados (saldo total), a situação do emprego nos dois municípios apontam para um cenário de persistência da crise.
24 – Saldo de movimentações no emprego por grandes setores da atividade econômica, em Ilhéus e Itabuna
15
Grandes Setores da economia 3o trim 2018 2o trim 2018 3o trim 2017 Ilhéus Itabuna Total Ilhéus Itabuna Total Ilhéus Itabuna Total Indústria de transformação 10 94 104 31 -71 -40 69 -131 -62 Construção Civil -28 -52 -80 -19 30 11 36 -354 -318 Comércio 0 -2 -2 0 -116 -116 5 27 32 Serviços 144 -274 -130 -79 -39 -118 92 169 261 Agropecuária -27 -14 -41 2 -19 -17 0 9 9 Total 99 -248 -149 -65 -215 -280 202 -280 -78 Fonte:
Tabela
elaboração do autor, a partir dos dados do CAGED, novembro de 2018.
A tabela 25 mostra o comportamento salarial para os dois municípios, no 3º trimestre deste ano. As maiores perdas, para os dois municípios e na soma dos dois, foram na faixa entre 1 e 1.5 SM. No cômputo geral, para o trimestre, Itabuna perdeu emprego, enquanto Ilhéus, apesar de ínfimo, apresentou saldo positivo. As maiores admissões e desligamentos, para Ilhéus e Itabuna, ocorreram na faixa de renda entre 1 e 1.5 SM e, em seguida, nas faixas entre 0.5 e 1 SM, com saldo total negativo para os dois municípios nas duas faixas de renda. Isso significa que, tanto Ilhéus quanto Itabuna, tem piorado sua situação em termos de renda, principalmente, nas faixas mais baixas, o que representa um desalento
social para esses estratos da população, cuja capacidade de inserção no mercado de trabalho é muito volátil, ficando ao “sabor” das conjunturas.
O gráfico 7 ilustra claramente a retração do fluxo de renda fortemente em Itabuna, o que forçou para baixo o comportamento do fluxo total dos dois municípios. Itabuna teve uma forte retração da renda nas faixas salariais entre 0.5 e 2 SM, ou seja, a classe trabalhadora assalariada de renda mais baixa é que, em geral, sofre os impactos da crise econômica, pois, geralmente, se trata de trabalhadores não qualificados. Portanto, é um estrato da classe assalariada que convive constantemente com a instabilidade e a alta rotatividade do emprego. Tabela 25 – Comportamento da renda (faixa salarial mensal) por saldo de movimentação (admitidos, desligados e saldo) nos municípios de Ilhéus e Itabuna, 3º trimestre de 2018
Município
0.51 a 1.0
839 -957 -118 1.01 a 1.5
1.757 -1.870 -113 1.51 a 2.0 155 -176 -21 225 -296 -71 380 -472 -92 2.01 a 3.0 46 -60 -14 76 -102 -26 122 -162 -40 3.01 a 4.0 18 -28 -10 26 -38 -12 44 -66 -22 4.01 a 5.0 9 -12 -3 14 -15 -1 23 -27 -4 5.01 a 7.0 2 -7 -5 3 -12 -9 5 -19 -14 7.01 a 10.0 8 -3 5 4 -6 -2 12 -9 3 10.01 a 15.0 0 -1 -1 1 -2 -1 1 -3 -2 15.01 a 20.0 0 0 0 0 -1 -1 0 -1 -1 Mais de 20.0 11 -1 10 0 -12 -12 11 -13 -2 Total 1.466 -1.382 84 1.917 -2.369 -452 3.383 -3.751 -368
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Gráfico 6 – Comparativo do saldo do emprego por grandes setores da atividade econômica dos municípios de Ilhéus e Itabuna Fonte: elaboração do autor, a partir dos dados do CAGED, novembro de 2018.
Faixa Sal Mensal Ilhéus Itabuna Total Admitidos Desligados Saldo Admitidos Desligados Saldo Admitidos Desligados Saldo
-40
143
Até 0.50 46
6
-112 31 189 -152 37
332 -317 15 507 -640 -133
839 -737 102 918 -1.133 -215
Gráfico 7 – Comportamento do fluxo de renda por faixa salarial mensal segundo o saldo de movimentações do emprego nos municípios de Ilhéus e Itabuna, 3º trimestre de 2018
Fonte: elaboração do autor, a partir dos dados do CAGED, novembro de 2018.
Como conclusão geral, a Região Intermediária IlhéusItabuna vem apresentando uma participação irrisória na geração de emprego e renda no contexto das demais regiões. Tanto no emprego como na renda, a Região Intermediária e a Região Imediata Ilhéus-Itabuna não têm conseguido sair do impasse do desemprego e dos baixos salários. Isso compromete a capacidade e as oportunidades dos dois municípios de entrarem na rota do crescimento econômico e, muito menos, do desenvolvimento econômico. Pois, como nos ensinou Celso Furtado, os requisitos fundamentais para o desenvolvimento são: acumulação de capital (investimento), progresso técnico (produção e produto), crescimento do emprego e da massa salarial, esta sendo acompanhada, por sua vez, de ganhos salariais. Nada disso, há tempo, vem ocorrendo nesses dois principais municípios.
PROGRAMAS DE TRANSFERÊNCIA DE RENDA E ASSISTÊNCIA SOCIAL (PBF1, BPC2,RMV3)
Geovânia Silva de Sousa
De acordo com os dados, disponibilizados pelo Ministério de Desenvolvimento Social (MDS) no terceiro trimestre de 2018, o Estado da Bahia beneficiou, em média, 1.850.257 famílias com o Programa Bolsa Família, sendo repassado um montante de R$ 1.030.552.836,00. Em comparação com o trimestre anterior houve um aumento no número de famílias beneficiadas. A Região Intermediária, composta por 51 municípios, recebeu 9,95%, do montante repassado pelo Estado, o equivalente a R$ 102.636.615,00 beneficiando, em média, 193.623 famílias. A Região Imediata Ilhéus-Itabuna, por sua vez, composta por 22 municípios, abarcou cerca de 4% do montante distribuído, o que corresponde a R$ 41.263.880,00, sendo esse repasse feito para 80.465 famílias. O número de famílias beneficiadas, pelo programa, na cidade de Itabuna, foi cerca de 16.470 famílias, enquanto em Ilhéus, o repasse contemplou 17.386 famílias. Esse índice indica, aproximadamente, 916 famílias a mais que a cidade de Itabuna. O
1 Programa Bolsa Família.
2 Benefício de prestação continuada para idosos e deficientes.
3 Renda mensal vitalícia.
percentual recebido pelas cidades para a transferência é de 0,70 e 0,75%, respectivamente, do montante recebido pelo Estado (Tabela 26).
Tabela 26 – Famílias Beneficiárias e valor transferido do Programa Bolsa Família para o terceiro trimestre de 2018
Programa Bolsa Família
No. de Famílias Beneficiárias
Valor Total Repassado (em mil reais) Valor %
Bahia 1.850.257 1.030.552.836,00 Região Intermed. Ilhéus-Itabuna 193.623 102.636.615,00 9,95 Região Imediata Ilhéus-Itabuna 80.465 41.263.880,00 4 Itabuna 16.470 7.262.459,00 0,70 Ilhéus 17.386 7.821.515,00 0,75 Fonte: MDS, 2018
No tocante ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), foram distribuídos no estado da Bahia 447.866 benefícios. Do montante repassado (R$ 1.279.571.951,75), 19,68% beneficiou, em média, 88.169 pessoas residentes nos municípios que compõem a Região Intermediária. Na Região Imediata 38.424 pessoas estiveram aptas ao recebimento do benefício, sendo necessários 8,60% do montante (R$ 109.789.419,35) para a realização do pagamento. Na cidade de Itabuna, 11.809 pessoas receberam o benefício cujo montante para cobertura foi de R$ 33.735.010,00. E, em Ilhéus, o montante foi de R$ 24.588.411,55, beneficiando 8.608 pessoas, idosas e com deficiência física, em situação de vulnerabilidade social (Tabela 27).
Por sua vez, o repasse da Renda Mensal Vitalícia (RMV), no estado da Bahia, foi de R$ 20.023.365,00, sendo este montante, em média, distribuído para 7015 pessoas. Cerca de 7,94% desse montante fora transferido para a Região Intermediária, beneficiando, em média, 773 famílias, enquanto a Região Imediata abarcou 3,01% do valor total, sendo distribuídos, portanto, para 434 pessoas.
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Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br)
Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br)
Em relação ao segundo trimestre, houve uma redução no número de beneficiários: em todo o estado da Bahia, a redução foi de 251 famílias, sendo que 24 dessas residiam na Região Intermediária e 11 famílias na Região Imediata Ilhéus – Itabuna Na cidade de Itabuna o repasse foi equivalente a 2,33% do valor total repassado pelo Estado atingindo, desse modo, 165 famílias. Em Ilhéus, esse montante foi de 1,46%, beneficiando 102 famílias. Conforme explicitado em boletins anteriores este é um benefício já extinto. Logo, o valor total repassado apresentará sempre uma tendência de redução, haja vista que não haverá entrada de novos beneficiários.
Tabela 27 – Beneficiários e valor repassado do Benefício de Prestação Continuada para o terceiro trimestre de 2018 BPC
No. Beneficiários Valor Total Repassado Valor %
Bahia 447.866 1.279.571.951,75
Região Intermediária 88.169 251.938.324,00 19,68
Região Imediata 38.424 109.789.419,35 8,60
Itabuna 11.809 33.735.010,00 2,63
Ilhéus 8.608 24.588.411,55 1,92
Fonte: MDS, 2018
Tabela 28 – Beneficiários e valor transferido da Renda Mensal Vitalícia para o terceiro trimestre de 2018
Renda Mensal Vitalícia No. Beneficiários Valor Total Repassado Valor %
Bahia 7015 20.023.365,00
Região Intermediária 773 1.590.024,00 7,94
Região Imediata 434 602.910 3,01
Itabuna 165 467.924 2,33
Ilhéus 102 292.878 1,46
Fonte: MDS,2018
EDUCAÇÃO
Adriano Alves de Rezende
As receitas totais destinadas ao ensino tiveram uma elevação positiva em todas as quatro regiões imediatas estudadas. A Região Imediata Ilhéus-Itabuna foi a que apresentou maior variação positiva nos aportes. Isso quando compara-se o terceiro bimestre de 2018 com o mesmo período do ano anterior, 15,57%. Contudo, ao observar estes valores, em relação ao segundo bimestre de 2018, o destaque fica para a região de Teixeira de Freitas que elevou em 1.738,78% o volume da dotação para Ensino. Em segundo lugar vem a região Imediata Ilhéus-Itabuna (492,26%), seguida da região de Camacan (358,07%) e Eunápolis-Porto Seguro (314,82%).
Por sua vez, os valores do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), para o terceiro bimestre de 2018, se elevaram em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Na região imediata Ilhéus-Itabuna, comparando-se o terceiro bimestre de 2018 com o mesmo período de 2017, houve uma elevação de 33,30%. O mesmo fenômeno
foi observado às outras três regiões imediatas, destacando-se a variação de recursos entre o 2º e o 3º bimestre, para a região de Eunápolis-Porto Seguro, que apresentou um incremento nas receitas do FUNDEB na ordem de 1432,58%, sendo seguida pelas regiões de Camacan (952,79%), Teixeira de Freitas (709,39%) e de Ilhéus-Itabuna (430,64%).
Quanto à dependência do FUNDEB, por parte destas regiões, para manter as atividades de Ensino, as regiões de Camacan e Eunápolis-Porto Seguro demonstram que a parcela deste recurso, em relação ao total das receitas destinadas a Ensino, vem crescendo bimestre após bimestre. As demais regiões apresentaram, no segundo bimestre de 2018, uma redução da dependência destes recursos, em relação ao primeiro bimestre do mesmo ano. Mas, essas mesmas regiões elevaram suas participações no bimestre seguinte. Excluindo a Região Imediata Ilhéus-Itabuna que tem uma razão FUNDEB e as receitas totais de Ensino na ordem de 38,39%, as demais regiões orbitam em 50%, reforçando a ideia de dependência destes recursos para a manutenção da educação básica.
Quanto aos gastos relacionados ao ensino infantil, no 3º bimestre, todas as regiões elevaram seu percentual, em relação ao mesmo período de 2017. Contudo, se comparada com o segundo bimestre de 2018, apenas a região de EunápolisPorto Seguro teve crescimento nos dois bimestres. As demais regiões apresentaram uma redução média de 50%, se comparadas ao segundo do terceiro bimestre de 2018.
Já o investimento feito pelas regiões no ensino fundamental, as regiões de Camacan e Ilhéus-Itabuna apresentaram crescimento no primeiro bimestre de 2018, se comparadas ao mesmo período de 2017. Mas, visualizou-se uma queda significativa se comparadas aos percentuais observados no segundo bimestre de 2018. A região de Teixeira de Freitas permaneceu praticamente estável, no comparativo entre o 3º bimestre de 2017 e 2018. Todavia, na comparação com o 2º bimestre de 2018, a redução aproxima-se de 50%, saindo de 101,09% da receita total destinada ao ensino fundamental, no 2º bimestre para 57,53% e no 3º bimestre de 2018.
De forma geral, percebe-se que neste último bimestre ocorreu uma acomodação mais uniforme dos recursos. Em boa parte, percebe-se novamente a elevação da dependência dos repasses do FUNDEB para a manutenção da educação municipal. Essa oscilação, muito provavelmente, decorre do fluxo de repasses do FUNDEB que não coincide com a ocorrência das despesas para a educação infantil e fundamental.
Desempenho de Ilhéus e Itabuna
Como era de se esperar, Ilhéus e Itabuna tiveram uma elevação no total de recursos destinado ao Ensino no terceiro bimestre de 2018, se comparado ao mesmo período de 2017. O percentual dos recursos destinados ao Ensino, decorrente do FUNDEB, representaram 26,38% e 30,14% para Itabuna e Ilhéus, respectivamente. Para o terceiro bimestre de 2018, Itabuna apresentou praticamente o mesmo valor, 26,31%. Já Ilhéus teve uma pequena queda, 29,78. Entretanto, deve-se ressaltar que, em valores absolutos, houve aumento de recursos, seja do FUNDEB, seja em relação ao total de receitas para o Ensino.
Os dois municípios investiram mais na educação infantil, no comparativo entre o terceiro bimestre de 2017 e 2018. Itabuna, particularmente, elevou em 7,43 vezes o volume de recursos se comparado ao mesmo período do ano anterior. Por outro lado, o ensino fundamental perdeu recursos se comparados os mesmos períodos. Mas, mesmo assim, esses dois municípios ainda apresentam-se como referências na educação básica na região sul.
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Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br)
Tabela 29 – Variações das Receitas e Despesas com Ensino nas Regiões Imediatas de Camacan, Ilhéus-Itabuna, Teixeira de Freitas e Eunápolis-Porto Seguro (2º e 3º Bim. de 2017 e 2018)
Variáveis de Análise Período
Variação % FUNDEB
Variação % das Receitas
Totais em Ensino
Razão FUNDEB/ Receitas Totais em Ensino
Variação % da Razão FUNDEB/ Receita Total destinada ao Ensino
%
% Despesa Ensino Fundamental sobre as Receitas Totais em Ensino
% Outras Despesas de Ensino sobre as Receitas Totais em Ensino
Regiões Imediatas Camacan Ilhéus-Itabuna Teixeira de Freitas Eunápolis-Porto Seguro
3º Bimestre 2017/2018 5,63% 33,30% 13,52% 10,08%
2º e 3º bimestre 2018 952,79% 430,64% 709,39% 1432,58%
3º Bimestre 2017/2018 6,23% 15,57% 13,77% 7,86%
2º e 3º bimestre 2018 358,07% 492,26% 1738,78% 314,82%
1º bim. 2017 48,54% 43,96% 91,10% 48,01%
1º bim. 2018 22,01% 42,84% 115,03% 13,79%
2º bim. 2017 38,97% 31,45% 38,86% 42,09%
2º bim. 2018 39,68% 31,19% 36,78% 35,55%
3º bim. 2017 50,87% 33,28% 50,74% 49,91%
3º bim. 2018 50,94% 38,39% 50,63% 50,94%
3º Bimestre 2017/2018 -0,56% 15,34% -0,22% 2,07%
2º e 3º bimestre 2018 -98,98% -705,45% -100,84% -102,90%
1º bim. 2017 1,36% 1,03% 0,52% 3,83%
1º bim. 2018 11,85% 5,12% 15,15% 3,61%
2º bim. 2017 4,36% 3,23% 1,45% 6,55%
2º bim. 2018 15,29% 4,12% 1,67% 2,90%
3º bim. 2017 5,20% 1,81% 0,39% 6,39%
3º bim. 2018 7,47% 2,49% 1,04% 4,21%
1º bim. 2017 17,97% 23,08% 56,00% 35,33%
1º bim. 2018 64,07% 54,11% 140,18% 25,12%
2º bim. 2017 45,79% 45,79% 66,85% 51,75%
2º bim. 2018 81,50% 82,00% 101,09% 27,62%
3º bim. 2017 46,63% 32,07% 58,28% 50,09%
3º bim. 2018 59,05% 41,56% 57,36% 28,39%
1º bim. 2017 2,89% 12,84% 0,07% 4,96%
1º bim. 2018 0,08% 0,54% 0,01% 2,43%
2º bim. 2017 10,97% 36,17% 0,24% 5,60%
2º bim. 2018 0,00% 2,27% 0,25% 2,74%
3º bim. 2017 0,25% 10,14% 0,12% 5,84%
3º bim. 2018 0,00% 2,06% 0,21% 8,22%
Fonte: Elaborado com base nos dados dos Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária dos 51 municípios que compõem as 4 Regiões Imediatas nos três primeiros bimestres de 2017 e de 2018.
MOVIMENTO DE PASSAGEIROS NO AEROPORTO DE ILHÉUS
Sérgio Ricardo Ribeiro Lima
O movimento de passageiros no aeroporto Jorge Amado, em Ilhéus, neste 3º trimestre de 2018, conforme tabela 30, apresentou um pequeno aumento em relação ao último trimestre. Mas, sensivelmente bem menor que no mesmo trimestre de 2017. No trimestre de 2018, a maior movimentação ocorreu no mês de julho, o que se explica devido ao período de
intervalo das aulas nas instituições públicas e privadas. Porém, no total, os embarques foram maiores que os desembarques, nos três trimestres apresentados na tabela, assim como no total de 2018 (os três trimestres do ano). A movimentação total (embarques + desembarques) foi bem maior no 3º trimestre de 2017, quando comparado ao mesmo período de 2018, com uma diferença superior de 21.400 passageiros.
Outro dado importante que vale registrar é que tanto nos três trimestres, como no total do ano de 2018 (até o 3º trimestre), mais passageiros têm saído (embarques) de Ilhéus do que têm entrado (desembarques).
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Despesa Ensino Infantil sobre as Receitas Totais em Ensino
Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br)
Tabela 30 – Movimentação de passageiros no aeroporto de Ilhéus no 3º trimestre e no ano de 2018.
3o trim 2018 2o trim 2018 3o trim 2017 2018
Mês Jul Ago Set total abr maio jun total jul ago set total total
Embarque 25.480 19.871 18.652 64.003 22.410 20.301 20.670 63.381 29.970 22.803 22.443 75.216 227.653
Desembarque 25.387 18.226 18.542 62.155 18.350 19.380 21.814 59.544 29.535 20.658 22.149 72.342 213.159
Total 50.867 38.097 37.194 126.158 40.760 39.681 42.484 122.925 59.505 43.461 44.592 147.558 235.611
Fonte: Elaboração do autor, a partir dos dados da INFRAERO, novembro, 2018.
Gráfico 8– Comportamento dos embarques e desembarques no aeroporto de Ilhéus, no 3º trimestre e no acumulado do ano (2018)
Quanto ao movimento de cargas no porto de Ilhéus, tabela 31, o 3º trimestre foi bem superior ao mesmo período de 2017 e em relação ao 2º trimestre, quando não houve exportação do granel sólido (excepcionalmente a soja). As importações, nesse trimestre,
ficaram abaixo dos dois trimestres considerados na tabela. Esse resultado apresentou um saldo positivo para a balança comercial, com o aumento da exportação de grãos e a diminuição das importações, comparativamente com o 2º trimestre.
Tabela 31 – Movimentação de cargas no Porto de Ilhéus 3o trim 2018 2o trim 2018 3o trim 2017
Itens export. import. total export. import. total export. import. total Carga geral 0 7.094 7.094 0 12.192 12.192 0 39.191 39.191 Granel sólido 102.590 0 102.590 0 0 0 35.630 0 35.630 Total 102.590 7.094 109.684 0 12.192 12.192 35.630 39.191 74.821
Fonte: Elaboração do autor, a partir dos dados da CODEBA/BAHIA, novembro, 2018.
Equipe de trabalho
P.Dr. Sérgio Ricardo Ribeiro Lima (Coordenador) - DCEC
Msc. Adriano Alves de Rezende – DCEC
Dr. Flávio Lourenço Peixoto Lima – DLA – Revisão Linguística e da Redação
Dra. Geovânia Silva de Sousa – DCEC
Dr. Marcelo Inácio Ferreira Ferraz – DCET
Msc. Marcelo dos Santos Silva – DCEC
Dr. Sócrates Jacobo Moquete Guzmán – DCEC
Discentes Voluntários e Bolsistas
Amarildo Costa Lima – Economia
Bárbara Gabriele Rodrigues – Economia
Cleide Santos Sousa – Economia
Kaio Rhuan Mendes Sena – Economia
Leide Costa Pereira – Economia
Entidades Apoiadoras
COELBA (Companhia de Eletricidade da Bahia)
Sr. Marcelo Vasconcelos Machado – Itabuna
Sra. Rejane Azevedo Deiró da Silva – Salvador
Sr. Rafael Cézar Sardeiro – Salvador
JUCEB (Junta Comercial do Estado da Bahia)
Sr. Antônio Carlos Marcial Tramm - Presidente
Sr. João Carlos de Oliveira – Vice Presidente
Sra. Juliana da Silva Heeger
UESC/Gráfica
Luiz Farias
Centro de Análise de Conjuntura Econômica e Social (CACES)
Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) Departamento de Economia (DCEC) Rodovia Jorge Amado, km 16 – Salobrinho - Ilhéus/BA caces.uesc.br (73) 3680-5215
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Diagramação
Bae | Tikinet
Natalia