BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA E SOCIAL
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Atividade econômica não apresenta recuperação na região Intermediária Ilhéus-Itabuna
A pesar da redução acentuada do número de casos causados pelo vírus COVID-19 e do avanço da vacinação no Brasil e na Bahia, a arrecadação do ICMS, proxy para o nível da atividade econômica, não se recuperou na região Intermediária Ilhéus-Itabuna, nem na Bahia. Isso, tendo como base a comparação do 3º bi 2021 com igual período de 2020, nem comparada com o 1º bi de 2021. Mesmo com a recuperação da arrecadação na comparação entre o 3º bi de 2021 com o 2º bi do mesmo ano, a base de comparação (2º bi 2021) é fraca.
GERAÇÃO DE EMPREGOS EM ILHÉUS-ITABUNA TEVE DESTAQUE ENTRE REGIÕES INTERMEDIÁRIAS DA BAHIA
A Região Intermediária Ilhéus-Itabuna (51 municípios) apresentou o melhor resultado no saldo do emprego dentre as 10 regiões intermediárias do estado da Bahia. Foram 3.580 novos empregos no 3º trimestre de 2021 comparado ao 3º trimestre de 2020, e 2.614 novos empregos neste trimestre em relação ao 2º trimestre de 2021. Ilhéus e Itabuna participaram com 913 empregos no conjunto dos 51 municípios, representando 14,7% do saldo total dos empregos da região. O setor com maior destaque em Ilhéus e Itabuna foi “serviço”, com 203 empregos em Ilhéus e 491 em Itabuna.
ABERTURA DE EMPRESAS IMPEDIU APROFUNDAMENTO DA CRISE
No terceiro trimestre de 2021, foram abertas 1116 empresas, o que representa um aumento de 24,4% em relação a igual período do ano passado. No mesmo período foram fechadas 739 empresas, aumento de 12% se comparados com o terceiro trimestre de 2020. Os resultados revelam um saldo positivo em todas as regiões imediatas totalizando 377 empresas abertas.
ISSN 2525-5134
APRESENTAÇÃO
O Projeto de Extensão Centro de Análise de Conjuntura Econômica e Social (CACES), vinculado ao DCEC da UESC, lança o 26º Boletim de Conjuntura Econômica e Social da Região Intermediária Ilhéus-Itabuna e dos municípios de Ilhéus e Itabuna, referente ao 3° trimestre de 2021. Na exposição dos dados, faremos uma análise comparativa do 3º trimestre de 2021 com o 3º trimestre de 2020.
As análises das seções desse boletim por cada membro da equipe trazem como pano de fundo o impacto da pandemia do COVID-19 sobre as atividades econômicas, mercado de trabalho, programas sociais, educação e movimentação de passageiros e cargas
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/BA
N. 26
Jul./Ago./Set. de 2021 Departamento de Economia
DCEC – Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC – Ilhéus
1 Nesta
• Empresas........................... 02 • Comércio Exterior 04 • Finanças públicas .............. 07 • Mercado de trabalho 09 • Educação 11 • Programas Sociais ..............14 • Consumo de Energia 16 • Consumo de água ..............18 • Movimentação de passageiros e cargas 19
edição
Evolução das empresas na Região Intermediária Ilhéus-Itabuna—3o trimestre 2021
Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br)
EMPRESAS
Marcelo Inácio Ferreira Ferraz
No terceiro trimestre de 2021, 1116 empresas foram constituídas na Região Intermediária Ilhéus-Itabuna. A região imediata com maior número de novas empresas foi IlhéusItabuna (431) seguida de Eunápolis-Porto Seguro (387), Teixeira de Freitas (255) e Camacan (43). Porto Seguro foi o município que mais atraiu novos empreendimentos com a
abertura de 247 empresas, seguido de Itabuna (195), Teixeira de Freitas (115), Ilhéus (97) e Eunápolis (92). Juntos, esses municípios representam 66,3% do total de empreendimentos constituídos no segundo trimestre. Das empresas constituídas na Região Intermediária, a maioria pertencia ao ramo de serviços (638), seguido do comércio varejista (368), Indústria (64) e comércio atacadista (46). O segmento de serviços, como nos trimestres anteriores, foi o que mais gerou novos empreendimentos. (Tabela 1).
Tabela 1 – Atividade principal das empresas constituídas na Região Intermediária Ilhéus-Itabuna e em suas Regiões Imediatas, no 30 trimestre de 2021.
Comércio Atacadista Comércio Varejista Indústria Serviços Total
Ilhéus 2 30 3 62 97 Itabuna 11 70 12 102 195
Constituídas
R. Imediata Camacan 3 19 1 20 43
R. Imediata Eunápolis-Porto Seguro 9 115 26 237 387
R. Imediata Teixeira de Freitas 18 151 22 240 431
R. Imediata Ilhéus-Itabuna 16 83 15 141 255
R. Intermediária Ilhéus-Itabuna 46 368 64 638 1116
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da JUCEB, outubro de 2021.
Quanto ao encerramento de empresas, no terceiro trimestre, 739 negócios forma extintos. O maior número de encerramentos ocorreu na Região Imediata IlhéusItabuna com 312 empresas fechando suas portas, seguido das Regiões Imediatas de Eunápolis-Porto Seguro (199), Teixeira de Freitas (191) e Camacan (37). Itabuna foi o município com maior número de encerramentos de negócios
com fechamento de 131 empresas, seguido de Porto Seguro (105), Ilhéus (84), Teixeira de Freitas (82) e Eunápolis (68). Juntos, esses municípios representam 63,6% do total de empreendimentos encerrados no segundo trimestre. Das empresas encerradas na Região Intermediária, a maioria pertencia ao ramo do comércio varejista (310) e de serviços (361). (Tabela 2)
Tabela 2 – Atividade principal das empresas extintas na Região Intermediária Ilhéus-Itabuna e em suas Regiões Imediatas, no 30 trimestre de 2021.
Comércio Atacadista Comércio Varejista Indústria Serviços Total
Extintas
Ilhéus 1 31 5 47 84 Itabuna 3 51 7 70 131 R. Imediata Camacan 2 25 1 9 37 R. Imediata Eunápolis-Porto Seguro 2 70 15 112 199 R. Imediata Teixeira de Freitas 7 131 16 158 312 R. Imediata Ilhéus-Itabuna 8 84 17 82 191 R. Intermediária Ilhéus -Itabuna 19 310 49 361 739
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da JUCEB, outubro de 2021.
O saldo entre abertura e fechamento de empresas, na Região Intermediária Ilhéus-Itabuna, foi positivo em todas as regiões imediatas e em 62,7% dos municípios com um aumento geral de 377 unidades empresariais. A Região Imediata Eunápolis-Porto Seguro apresentou o maior saldo positivo (188), sendo positivo em 75% dos municípios.
A Região Imediata Teixeira de Freitas o saldo foi de 119, com resultados positivos em 75% dos municípios, na Região Imediatas Ilhéus-Itabuna o saldo foi de 64 estabelecimentos, sendo positivo em 59,1% dos municípios, na Região Imediata Camacan o saldo foi de 6 e positivo em 50% dos municípios. (Tabela 3)
Tabela 3 – Saldo de constituição e extinção de empresas, segundo atividade principal na Região Intermediária Ilhéus-Itabuna e em suas Regiões Imediatas, no 30 trimestre de 2021.
Comércio Atacadista Comércio Varejista
Saldo
Indústria Serviços Total
Ilhéus 1 -1 -2 15 13
Itabuna 8 19 5 32 64
R. Imediata Camacan 1 -6 0 11 6
R. Imediata Eunápolis-Porto Seguro 7 45 11 125 188
R. Imediata Teixeira de Freitas 11 20 6 82 119
R. Imediata Ilhéus-Itabuna 8 -1 -2 59 64
R. Intermediária Ilhéus-Itabuna 27 58 15 277 377
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da JUCEB, outubro de 2021.
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Desagregando as empresas da Região Intermediária por segmentos observa-se saldo positivo em todos em todos os setores. Os maiores saldos positivos, com ampliação de estabelecimentos ocorreram no segmento de serviços (277) seguidos do comércio varejista (58), do comércio atacadista (27) e da indústria (15).
Nos dois maiores municípios da região o saldo entre abertura e fechamento, no terceiro trimestre, apresentaram resultados com intensidade distintas. Em Ilhéus, o saldo totalizou uma
ampliação de apenas 13 unidades empresariais, com resultado negativos para indústria e no comércio varejista. Já em Itabuna o saldo do trimestre foi positivo com 64 novas unidades, com resultados positivos em todos os segmentos.
No terceiro trimestre de 2021 o saldo mensal entre abertura e fechamento de empresas foi sempre positivo, tendo no mês de agosto o melhor resultado do ano com a abertura de 389 estabelecimentos empresariais e um saldo positivo de 262 novos empreendimentos, conforme Figura 1.
Figura 1 – Fluxo mensal do movimento de abertura e fechamento de empresas na Região Intermediária Ilhéus-Itabuna, no período de janeiro a outubro de 2021.
Abertura Fechamento Saldo Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da JUCEB, outubro de 2021.
A análise da série histórica trimestral do movimento de abertura e fechamento de empresas da Região Intermediária Ilhéus-Itabuna revela tendência crescente do saldo positivo desde o terceiro trimestre de 2021. Nos meses de julho a setembro o saldo positivo foi de 377 estabelecimentos, valor superior ao primeiro trimestre de 2021 e ao observado em todos os trimestres do ano anterior. No terceiro trimestre de 2021o saldo foi positivo em todas as regiões imediatas. A Região Imediata Camacan que após acumular saldos
negativos nulo nos últimos seis trimestres obteve um saldo de positivo de 6 estabelecimentos empresariais. Já o número de constituição de novas empresas passou de 858 no trimestre de trimestre de 2020 para 1116 no mesmo trimestre de 2021, ou seja, um aumento de 24,4%. Esse aumento no número de abertura de unidades empresariais foi observado em todos as regiões imediatas. Movimento semelhante também ocorreu nos dois maiores municípios, com um aumento de 36,6% em Ilhéus e 30,8% em Itabuna. (Tabela 4)
Tabela 4 – Empresas constituídas e extintas, trimestralmente, na Região Intermediária Ilhéus-Itabuna e suas Regiões Imediatas, para os anos de 2020 e 2021. 2020 2021 1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T
Ilhéus
Itabuna
Região Imediata Camacan
Região Imediata Eunápolis-Porto Seguro
Região Imediata Ilhéus-Itabuna
Região Imediata Teixeira de Freitas
Região Intermediária Ilhéus-Itabuna
Constituída 58 24 84 71 68 89 97 Extinta 101 39 98 88 78 87 84 Saldo -43 -15 -14 -17 -10 2 13
Constituída 120 52 165 149 151 178 195 Extinta 106 41 104 113 131 123 131 Saldo 14 11 61 36 20 55 64
Constituída 16 21 34 41 34 41 43 Extinta 25 22 52 41 34 41 37 Saldo -9 -1 -18 0 0 0 6
Constituída 225 131 302 351 297 298 387 Extinta 188 134 191 208 176 180 199 Saldo 37 -3 111 143 121 118 188
Constituída 225 112 332 335 336 380 431 Extinta 280 116 287 285 289 283 312 Saldo -55 -4 45 50 47 97 119
Constituída 133 119 190 170 240 206 255 Extinta 176 138 175 126 160 121 191 Saldo -43 -19 15 44 80 97 64
Constituída 599 383 858 897 907 925 1116 Extinta 669 410 705 660 659 625 739 Saldo -70 -27 153 237 248 300 377
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da JUCEB, outubro de 2021.
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272 323 312 300 343 282 373 389
213 214 232 201 216 208 237 262 240 59 109 80 99 127 74 136 127 114 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 JAN FEV
SET
354
MAR ABR MAI JUN JUL AGO
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O Quando 1 apresenta um resumo do movimento de abertura e fechamento de empresas nas Regiões Imediatas comparando o terceiro trimestres de 2021 com igual período do ano anterior. Nota-se saldo positivo em todas regiões imediatas com aumento acentuado no movimento de abertura de novos empreendimentos quando comparado aos trimestres anteriores. Os segmentos que apresentaram maior número aberturas foram os ligados aos setores da construção civil e ao da alimentação (restaurantes e minimercados, mercearias e armazéns).
Como nos trimestres anteriores na região perpetuou-se a predominância das atividades do setor terciário da economia, relativas ao comércio e prestação de serviços. Somente as atividades relativas à prestação de serviços representaram 57,2% das empresas abertas no terceiro trimestre de 2021. Nesse sentido, os resultados positivos do setor terciário, veem colaborando para a retomada das atividades econômicas no cenário de redução dos números de casos de Covid-19. Contudo a efetivação desse movimento de retomada da atividade econômica na região vai depender do ritmo de imunização total da população.
Quadro 1 – Síntese do movimento de constituição e extinção de empresas nas Regiões Imediatas da Região Intermediária Ilhéus-Itabuna no terceiro trimestre de 2021.
Regiões Imediatas Camacan
Regiões Imediatas Eunápolis-Porto Seguro Regiões Imediatas Ilhéus-Itabuna
Regiões Imediatas Teixeira de Freitas
Evolução doSaldo
Abertura de empresas no 3o trimestre de 2020 e 2021
Fechamento empresas no 3o trimestre de 2020 e 2021
Mês com maiores ocorrências no 2o trimestre de 2021
Maiores ocorrências de extinções por segmento no 2o trimestre de 2021
Saldo positivo após seis trimestres
Passa de 34 para 43. Aumento de 26,5%
Passa de 52 para 37. Redução de 28,8%
Fechamento: setembro (16) Abertura: agosto (19)
Positivo desde o terceiro trimestre de 2020
Passa de 302 para 387. Aumento de 28,1%
Passa de 191 para 199. Aumento de 4,2%
Fechamento: setembro (80) Abertura: agosto (138)
Comércio varejistas: 16 artigos de vestuário e acessórios 8 minimercados; 7 mercearias e armazéns.
Serviços: 2 Pulverização e controle de pragas.
Comércio varejistas: 9 minimercados, mercearias e armazéns; 17 de artigos de vestuário e acessórios;
Serviços: 12 restaurantes e similares; 7 hotéis.
Positivo desde o terceiro trimestre de 2020
Passa de 332 para 431. Aumento de 29,8%
Passa de 287 para 312. Aumento de 8,7%
Fechamento: agosto (121) Abertura: julho (153)
Comércio varejistas: 21 de artigos de vestuário e acessórios; 15 minimercados mercearias e armazéns. Serviços: 10 restaurantes similares; 6 lanchonetes, 6 atividades de condicionamento físico; 6 locações de automóveis. Indústria: 6 construções de edifícios
Maiores ocorrências de aberturas por segmento no 2o trimestre de 2021
Comércio varejistas: 6 materiais de construção. Serviços: 4 atividades odontológicas.
Comércio varejistas: 17 de materiais de construção, pintura; 13 minimercados e armazéns.
Serviços: 29 restaurantes e similares; 13 hotéis.
Indústria: 11 construção de edifícios
Comércio varejistas: 19 minimercados e armazéns; 16 artigos de vestuário e acessórios; 14 de materiais de construção. Serviços: 13 restaurantes e similares; 8 de engenharia; 8 incorporações de empreendimento imobiliário.
Positivo desde o terceiro trimestre de 2020
Passa de 190 para 255. Aumento de 34,2%
Passa de 175 para 191. Aumento de 9,1%
Fechamento: julho (69) Abertura: agosto (92
Comércio varejistas: 19 minimercados mercearias e armazéns; 11 de artigos de vestuário e acessórios;
Serviços: 4 reparação e manutenção de veículos.
Comércio varejistas: 8 comércios varejista de combustíveis para veículos; 8 minimercados mercearias e armazéns.
Serviços: 11 transporte rodoviário de cargas; 8 atividades médica ambulatorial.
Indústria: 5 construções de edifícios
Municípios com saldo positivo 50% 75% 59,1% 69,2%
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da JUCEB, outubro de 2021.
COMÉRCIO EXTERIOR
Marcelo dos Santos da Silva
O setor externo de Ilhéus e Itabuna apresentou comportamento distinto para cada um dos municípios neste terceiro trimestre de 2021.
Ilhéus apresentou crescimento em ambas as contas da balança comercial, notadamente a importação. Enquanto a exportação cresceu 31,84%, passando de US$ 35,34 mi no terceiro trimestre de 2020 para aproximadamente US$ 46,59 mi
no terceiro trimestre de 2021, a importação, no mesmo período, cresceu 74,08%, alcançando um patamar de US$ 82,71 mi no terceiro trimestre do ano em curso.
Itabuna, por sua vez, contou com movimentos diferentes na exportação e importação. Enquanto aquela cresceu 13,22% no período, a importação itabunense apresentou um decréscimo de aproximadamente 55,72%, saindo de US$ 3,83 mi no terceiro trimestre de 2020 para cerca de US$ 1,70 mi no período homônimo de 2021.
Essas informações se encontram na Tabela 5.
Tabela 5– Comparação do comércio exterior para Ilhéus e Itabuna, terceiro trimestre de 2021 e terceiro trimestre de 2020, em US$ FOB
Município
Exportação total Variação (%)
Importação total Variação (%) 2021 2020 2021 2020
Ilhéus 46.594.291 35.341.224 31,84 82.711.980 47.513.226 74,08 Itabuna 13.278.278 11.728.207 13,22 1.697.681 3.834.006 -55,72
Fonte: Elaboração própria a partir de dados do Comex Stat.
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Assim, a corrente de comércio (somatório da exportação e da importação) para Ilhéus foi de US$ 129.306.271 mi e 82.854.450 no terceiro trimestre de 2021 e de 2020, respectivamente, alta de 56,06%.
A corrente de comércio para Itabuna, no mesmo período de referência, alcançou US$ 14.975.959 mi e US$ 15.562.213 mi, respectivamente, o que permite concluir que houve uma redução de 3,77% na comparação intertrimestral.
Desse modo, verifica-se que o comércio exterior ilheense continua mais representativo do que o itabunense, apesar do crescimento da exportação deste último. No caso do município ilheense, contar com o porto como modal de comércio representa uma vantagem e diferença do ponto de vista da dinâmica do setor externo da região imediata Ilhéus-Itabuna.
Os movimentos das contas externas municipais determinam o comportamento do saldo comercial regional. Antes de contemplar o gráfico das contas regionais para os nove primeiros meses de 2021, o a Tabela 6 traz a comparação intertrimestral do saldo comercial regional.
Tabela 6 – Comparação do saldo comercial para Ilhéus e Itabuna, terceiro trimestre de 2021 e terceiro trimestre de 2020, em US$ FOB
Município Saldo comercial Variação (%) 2021 2020
Ilhéus (36.117.689) (12.172.002) 196,73 Itabuna 11.580.597 7.942.201 45,81
Fonte: Elaboração própria a partir de dados do Comex Stat.
O saldo comercial regional encontra-se em déficit na comparação intertrimestral, mas com uma diferença importante.
Ilhéus aumentou seu déficit comercial, o maior da região, em 196,73% na comparação intertrimestral. Itabuna, no entanto, apresentou superávit em ambos os trimestres, com crescimento de 45,81% na comparação entre os trimestres dos anos de 2020 e 2021.
Portanto, a diferença é a seguinte: neste ponto do tempo, os municípios destoaram em termos de saldo comercial depois de algum tempo apresentando déficits conjuntos. Contudo, como o saldo comercial ilheense domina o saldo comercial regional, este é deficitário.
Assim, o crescimento do déficit comercial regional está ligado ao aquecimento da importação ilheense no terceiro trimestre de 2021 na comparação com o mesmo período de 2020.
A Figura 2 reúne as informações acerca da evolução das contas externas agregadas para Ilhéus e Itabuna nos nove primeiros meses de 2021.
Figura 2 – Exportação, importação e saldo comercial para os municípios de Ilhéus e Itabuna, nove primeiros meses de 2021, em US$ FOB.
Conforme se observou anteriormente ao longo do primeiro semestre deste ano, há um predomínio de um saldo regional negativo em 2021, com a importação superando a exportação em todos os meses do ano, exceto para janeiro e maio, quando foram verificados superávits bastante pequenos em comparação aos déficits dos outros sete meses.
Assim, a obtenção de déficits regionais seguidos contrasta com a balança comercial baiana e brasileira, as quais vêm apresentando superávits sucessivos neste ano de 2021.
Para que essa situação possa ser compreendida, os dados desagregados das pautas exportadora e importadora, que auxiliam na melhor compreensão do movimento na economia regional, estão reunidos na Tabela 7 no período de julho a setembro de 2021.
Neste terceiro trimestre de 2021, o destaque da exportação ilheense mais uma vez ficou com “Cacau e suas preparações”, com patamar de US$ 45,63 mi ou 97,94% do total exportado pelo município. O próximo capítulo ou rubrica com maior exportação foi “Máquinas, aparelhos e materiais elétricos (e partes), aparelhos de gravação ou reprodução de som, imagens e som em televisão (partes e acessórios)”, com US$ 773,4 mil.
No tocante à importação, “Cacau e suas preparações” ocupou o segundo lugar em importância monetária, com 33,5% da importação ilheense total. O destaque principal ficou com “Máquinas, aparelhos e materiais elétricos (e partes), aparelhos de gravação ou reprodução de som, imagens e som em televisão (partes e acessórios)”, com importação total no trimestre de aproximadamente US$ 37 mi ou 44,73% da importação ilheense total. Em seguida há os capítulos “Reatores nucleares, caldeiras, máq., aparelhos e instrumentos mecânicos (e suas partes)”, com US$ 14,31 mi e “Borracha e suas obras”, com US$ 2,2 mi importados.
Como vem ocorrendo há vários trimestres e em boletins passados, tanto a exportação quanto a importação itabunense estão alicerçadas na rubrica “Cacau e suas preparações”. Essa rubrica representa 99,57% e 83,33% da exportação e importação itabunenses, respectivamente. Assim, apesar de possuir algumas fábricas em seu território, o comércio exterior de Itabuna continua dependente de produtos primários ligados ao cacau e seus derivados.
Em relação aos países que mais compraram ou demandaram produtos ilheenses, os cinco representativos em termos de volume monetário foram: Argentina (US$ 19,82 mi), Estados Unidos (US$ 13,08 mi), Chile (US$ 8,37 mi), Países Baixos (US$ 1,46 mi) e Bolívia (878,6 mil). Todos esses valores referem-se à rubrica “Cacau e suas preparações”.
Os países que mais venderam ou exportaram para o município de Ilhéus foram: China (US$ 25,26 mi), Gana (US$ 16,99 mi), Costa do Marfim (US$ 7,96 mi), Taiwan (US$ 6,96 mi) e Alemanha (US$ 5,71 mi). A importação ilheense oriunda de Gana e Costa do Marfim foi composta por produtos do capítulo “Cacau e suas preparações”, enquanto aquela proveniente da China e Taiwan estava relacionada a “Máquinas, aparelhos e materiais elétricos (e partes), aparelhos de gravação ou reprodução de som, imagens e som em televisão (partes e acessórios)”. A importação de produtos alemães estava relacionada à rubrica “Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos (e suas partes)”.
Os principais destinos da exportação para o município de Itabuna foram: Argentina (US$ 4,97 mi), Estados Unidos (US$ 3,59 mi), Chile (US$ 3,20 mi), Canadá (US$ 1,39 mi) e Uruguai (US$ 48,96 mil). Toda a exportação para esses países se concentrou em artigos pertencentes à rubrica “Cacau e suas preparações”.
Exportação Importação Saldo
Fonte: Elaboração própria a partir de dados do Comex Stat.
Na importação, a economia itabunense possuiu como principais parceiros comerciais: Indonésia (US$ 1,21 mi), Camarões (US$ 208,28 mil), Vietnã (US$ 68,2 mil), Taiwan (US$ 47,17 mil) e Japão (US$ 35,74 mil).
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Tabela 7 – Exportação e importação em US$ FOB, por classe de produto selecionado, de acordo com o Sistema Harmonizado (SH), a dois dígitos, para Ilhéus e Itabuna no terceiro trimestre de 2021
Classe
Ilhéus Itabuna Rubrica Exportação Importação Exportação Importação
Cacau e suas preparações 45.633.535 27.712.805 13.220.731 1.414.777
Leite e laticínios; ovos de aves; mel natural; produtos de origem animal 1.290 - -Produtos químicos inorgânicos; compostos inorgânicos ou orgânicos de metais preciosos, de elementos radioativos, entre outros - 46.091 - 5.849
Produtos químicos orgânicos - 2.606 -Frutas; cascas de frutos cítricos e de melões - - -Máq., aparelhos e mat. elétricos (e partes), aparelhos de gravação ou reprodução de som, imagens e som em televisão (partes e acessórios) 773.400 36.995.434 - 992
Reatores nucleares, caldeiras, máq., aparelhos e instrumentos mecânicos (e suas partes) 146.277 14.305.816 - 124.824
Matérias para entrançar e outros produtos de origem vegetal, não especificados em outros capítulos 39.014 26.358 -Plástico e suas obras - 384.684 - 40.354 Vestuário e seus acessórios (malha) - 462.555 49.196Vestuário e seus acessórios (exceto malha) - - 8.351Borracha e suas obras - 2.202.735 - 69.016 Instrumentos e aparelhos de ótica, fotografia, medida, controle e médicos 1.017 128.211 - 3.426 Filamentos sintéticos ou artificiais - - 1.770 Produtos farmacêuticos - - -Produtos diversos das indústrias químicas - 3.639 - 2.751 Extratos tanantes e tintoriais; taninos e seus derivados; pigmentos e outros corantes; tintas e vernizes; mástiques; tintas de escrever - - -Obras de ferro fundido, ferro ou aço - 112.197 - 355 Ferro fundido, ferro e aço - - - 304 Vidro e suas obras - 91.972 -Alumínio e suas obras - 60.365 - 507 Cobre e suas obras - 2.682 -Madeira, carvão vegetal e obras de madeira - 9.519 -Fibras sintéticas ou artificiais; descontínuas - - - 36.023 Obras de couro; artigos de correeiro ou de seleiro; artigos de viagem, bolsas e artefatos semelhantes - 254 -Brinquedos, jogos e artigos para divertimento ou esporte - - - 30.529 Obras diversas de metais comuns - 32.028 -Ferramentas, artefatos de cutelaria e talheres, e suas partes - 4.763 - 3.038 Obras de pedra, gesso, cimento, amianto, mica ou similares - - - 177 Papel e cartão e obras de celulose 1.048 46.528 - 774 Obras diversas de metais comuns - - 850 Cobre e suas obras - -Tecidos impregnados, revestidos, recobertos ou estratificados; artigos para usos técnicos de matérias têxteis - 12.411 - 23.402 Tecidos especiais; tecidos tufados; rendas; tapeçarias; passamanarias; bordados - 601 -Móveis; mobiliário médico-cirúrgico, colchões, almofadas e semelhantes; aparelhos de iluminação; anúncios, cartazes ou tabuletas e placas indicadoras luminosas, e artigos semelhantes - - -Outros artefatos têxteis; sortidos; artefatos de matérias têxteis, calçados, chapéus; trapos - 8.118 -Livros, jornais, gravuras e outros produtos das indústrias gráficas - 34.463 -Pastas, feltros e tecidos falsos; fios especiais; cordéis; cordas e cabos - 24.791 -Combustíveis e óleos minerais e produtos de sua destilação; matérias betuminosas; ceras minerais - - -Veículos e material para vias férreas ou semelhantes; aparelhos mecânicos de sinalização para vias de comunicação - - - -
Fonte: Elaboração própria a partir de dados do Comex Stat.
Nota: Total de capítulos SH2 para os municípios: exportação – 9; importação – 28.
O Sistema Harmonizado (SH) é um sistema internacional para classificação padronizada de mercadorias exportadas ou importadas.
Os dois primeiros países forneceram produtos do capítulo “Cacau e suas preparações”. O Vietnã forneceu artigos de “Borracha e suas obras”. Já Taiwan exportou “Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos (e suas partes)” para o município. Por fim, o Japão vendeu artigos relacionados à rubrica “Plásticos e suas obras” para Itabuna.
Neste trimestre, o número de capítulos da exportação regional atingiu nove rubricas, enquanto o número da importação alcançou 28. Como a região é altamente diversificada em termos de importação, esse é um dos motivos pelos quais a balança comercial regional encontra-se deficitária na maioria dos meses de 2021.
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Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br)
FINANÇAS PÚBLICAS
Sócrates Jacobo Moquete Guzmán
Apresenta-se a seguir os dados referentes às receitas e despesas dos municípios de nossa região. No caso do ICMS que é um imposto estadual cuja arrecadação é feita nos municípios, mas que é de competência do governo do Estado, mostramos o seu desempenho trimestral. No caso dos impostos e despesas municipais são apresentados por bimestre que é como são disponibilizados pelas diferentes prefeituras.
1- QUADRO GERAL DO DESEMPENHO DA
ARRECADAÇÃO DO ICMS E DAS RECEITAS PROPRIAS
E DE TRANSFERENCIAS
1.1 - COMPORTAMENTO DO ICMS
Os dados da Tabela 8 referem-se à arrecadação do ICMS para o Estado da Bahia e as regiões que esse boletim acompanha. Cabe destacar que a arrecadação do ICMS é considerada um termômetro para medir a atividade econômica. Além do mais ele é a principal fonte de financiamento dos Estados. A Tabela 8 refere-se aos dados do 3º trimestre de 2020 em comparação com igual período de 2021 assim como se mostra a evolução dessa arrecadação em 2021, em termos reais.
Comparando à arrecadação do ICMS do Estado da Bahia com a da região Intermediária Ilhéus-Itabuna, em relação ao 3º trimestre de 2020 e 2021, verifica-se que a nossa região teve uma queda maior (-5,31%), o que indica que, mesmo com a redução do impacto negativo da pandemia do COVID-19 no Brasil a nossa região não se recuperou economicamente e pelo contrário piorou. O Estado da Bahia também teve queda na arrecadação (-1,90%). No mesmo período, as regiões Imediatas de Teixeira de Freitas (-12,03%) e de Camacan (-9,41%) tiveram os piores desempenhos de arrecadação do ICMS. A única região Imediata que aumentou a sua arrecadação nesse período foi a de Eunápolis-Porto Seguro (3,68%). Itabuna teve uma queda de -11,48% e Ilhéus conseguiu um leve aumento de 0,51%. Já na comparação do 3º trimestre de 2021 com o 1º trimestre do mesmo ano o resultado foi mais negativo ainda na comparação entre o Estado da Bahia (-1,89%) e a região Intermediária (-10,44%). Exceto a região Imediata de Teixeira de Freitas com elevado aumento de 19,51% houve uma queda generalizada na arrecadação do ICMS nesse período, indicando que a economia da Bahia e da região Intermediária não tem conseguido superar a crise, tendo como base para essa afirmação, como observamos acima, no ICMS como aproximação da dinâmica econômica. Finalmente, na comparação entre o 2º e 3º trimestre de 2021, tanto a Bahia como a região Intermediária Ilhéus-Itabuna conseguiram elevado aumento na arrecadação embora a base de comparação que é o 2º trimestre de 2021 foi de baixo desempenho. Tabela 8 – Arrecadação do ICMS por Estado, municípios e regiões Imediatas da Região Intermediária Ilhéus-Itabuna, (valores constantes, R$1,00) Unidade territorial
2020
2021
(1°)
(2°)
Bahia 8.080.442.006,20 8.079.025.676,12 7.367.541.161,74 7.926.633.332,60 -1,90 -1,89 7,59 Ilhéus 47.587.119,90 57.738.345,19 59.701.657,39 47.831.219,30 0,51 -17,16 -19,88 Itabuna 56.478.095,92 56.779.032,46 45.395.819,54 50.263.048,08 -11,00 -11,48 10,72 Região Imediata de Camacan 4.669.896,62 4.392.340,58 3.531.543,45 4.230.613,55 -9,41 -3,68 19,80 Região Imediata de Eunápolis-Porto Seguro 69.105.701,48 78.089.237,15 58.562.818,13 71.645.874,60 3,68 -8,25 22,34
Região Imediata de Ilhéus-Itabuna 112.596.299,8 122.812.202,8 110.570.642,3 107.472.882,8 -4,55 -12,49 -2,80
Região Imediata Teixeira de Freitas 102.243.109,46 75.256.278,12 78.590.883,67 89.941.494,70 -12,03 19,51 14,44
Região Intermediaria Ilhéus-Itabuna 288.615.007,40 280.550.058,60 251.255.887,55 273.290.865,64 -5,31 -10,44 8,77
Fonte: Elaboração própria, com base em dados da SEFAZ-BA; disponível em: https://www.sefaz.ba.gov.br. Deflator IGP-DI, setembro 2021.
A Tabela 9, permite constatar a elevada participação, na arrecadação do ICMS, dos municípios de Ilhéus e Itabuna que chegam a ser maiores do que a da região Imediata de Camacan composta por oito oito (8) municípios. Além do mais pode ser visto que a região Imediata de Teixeira de Freitas está se aproximando aos níveis de arrecadação do ICMS da região Imediata Ilhéus-Itabuna, embora no 3º trimestre de 2021 perdeu participação no total arrecadado da região Intermediária Ilhéus-Itabuna.
Ao verificar como essa participação evoluiu nos últimos três anos, a Tabela 10 mostra que os municípios de Ilhéus e Itabuna aumentaram a sua participação na arrecadação do ICMS antes da pandemia, porém em 2020 viram reduzir levemente a mesma, sendo que Itabuna reduziu mais do que Ilhéus. A região Imediata Ilhéus-Itabuna acompanhou essa redução de 50,51% em 2019 para 46,15% em 2020, por tratar-se ambos municípios os de maior peso nessa região. A região Imediata de Teixeira de Freitas ganhou maior participação na arrecadação do ICMS em 2020 (30,57%) sendo, junto com a região Imediata de Camacan as que cresceram em participação.
Tabela 9 – Participação das regiões imediatas e dos municípios de Ilhéus e Itabuna no total arrecadado do ICMS, na região Intermediária Ilhéus-Itabuna, 3º trimestre 2020 e 2021
Municípios e Regiões
3º trimestre 2020 (%) 3º trimestre 2021 (%)
Ilhéus
Itabuna
16,49 17,50
19,57 18,39
Região Imediata de Camacan 1,62 1,55
Região Imediata de Eunápolis-Porto Seguro 23,94 26,22
Região Imediata de Ilhéus-Itabuna 39,01 39,33
Região Imediata Teixeira de Freitas 35,43 32,91
Região Intermediaria de Ilhéus-Itabuna 100 100
Fonte: Tabela 8
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TRIMESTRE
TRIMESTRES
VARIAÇÃO PERCENTUAL Julho-Setembro (3°) (A) Janeiro-Março
(B) Abril-Junho
(C) Julho-Setembro (3°) (D) D/A D/B D/C
Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br)
Tabela 10 – Participação das regiões imediatas e dos municípios de Ilhéus e Itabuna no total arrecadado do ICMS, na região Intermediária Ilhéus-Itabuna, 2018-2020
Municípios e Regiões
2018 2019 2020
Ilhéus 20,53 23,87 22,54
Itabuna 20,23 24,14 20,70
Região Imediata de Camacan 1,39 1,34 1,63
Região Imediata de Eunápolis-Porto Seguro 25,18 21,78 21,65
Região Imediata de Ilhéus-Itabuna 44,19 50,51 46,15
Região Imediata Teixeira de Freitas 29,24 26,38 30,57
Região Intermediaria de Ilhéus-Itabuna 100,00 100,00 100,00
Fonte: Boletim CACES, número 23 (Tabela 7, p. 8) e para 2018 banco de dados do CACES.
1.2 - COMPORTAMENTO DAS RECEITAS TOTAIS DOS MUNICÍPIOS AGRUPADOS NA REGIÃO INTERMEDIARIA DE ILHÉUS-ITABUNA
A Tabela 11 apresenta o comportamento das receitas totais municipais agrupadas pelas regiões Imediatas da região Intermediária Ilhéus-Itabuna. São a soma dos recursos gerados principalmente pelos impostos, como IPTU, ISS, ITBI, pelas Taxas e principalmente pelas Transferências Correntes correspondentes aos repasses constitucionais do governo federal (entre eles a Cota-Parte do FPM e FUNDEB) e estadual (entre eles a Cota-Parte do ICMS e do IPVA). Na primeira comparação, do 4o bimestre de 2021 com igual período de 2020, penúltima coluna (C/A) verifica-se que houve uma queda generalizada das receitas totais, mesmo tendo avançado a retomada das atividades econômicas e sociais em todo o país em 2021. Na comparação entre o 4º bi 2021 com o 3º bi de 2021 todas as regiões Imediatas assim como os municípios de Ilhéus e Itabuna aumentaram as suas arrecadações em termos reais, lideradas pelas regiões Imediatas de Teixeira de Freitas (25,33%) e de Camacan (21,02%).
Tabela 11 – Comportamento das Receitas de Totais das regiões e municípios selecionados na Região Intermediária de IlhéusItabuna (valores constantes, R$1,00)
Receitas Totais
Variações percentuais
4º bi 2020 (A) 3o bi 2021 (B) 4º bi 2021 (C) C/A C/B Ilhéus 135.056.062,50 83.574.789,73 95.128.142,53 -29,56 13,82 Itabuna 169.927.685,72 91.150.903,05 111.551.027,23 -34,35 22,38
Municípios e regiões
RI Camacan 132.044.453,85 63.468.215,84 76.810.979,11 -41,83 21,02
RI Eunápolis-Porto Seguro 265.100.537,93 202.723.861,28 242.267.348,75 -8,61 19,51
RI Ilhéus-Itabuna 585.832.713,98 325.340.248,70 382.466.232,98 -34,71 17,56
RI Teixeira de Freitas 426.381.147,35 223.159.746,63 279.676.263,61 -34,41 25,33
R. Int. Ilhéus-Itabuna 1.409.358.853,11 814.692.072,44 981.220.824,44 -30,38 20,44
Fonte: Elaboração própria com base nos RREO dos municípios. Deflator IGP-DI, setembro de 2021.
1.3 - COMPORTAMENTO DAS RECEITAS TRIBUTARIAS E DAS TRANSFERENCIAS CORRENTES DOS MUNICÍPIOS AGRUPADOS NA REGIÃO INTERMEDIARIA DE ILHÉUS-ITABUNA
A Tabela 12 referente à arrecadação das receitas tributárias realizadas permite verificar que em relação às receitas totais (Tabela Y) as Tributárias representam uma percentagem muito inferior do que as de Transferências Correntes apresentadas na Tabela Z. Isso é uma característica presente na maioria dos municípios da Bahia assim como no restante de todo o
Brasil. Na comparação entre o 4º bimestre de 2021 com igual período de 2020, penúltima coluna da Tabela 12 verifica-se que a região Intermediária Ilhéus-Itabuna teve crescimento de 6,37% em termos reais, mesmo com a queda de -12,81% da região Imediata de Teixeira de Freitas e do município de Ilhéus (-10,39%) que é de grande peso econômico na Região Intermediária. Já na comparação do período 4º bimestre 2021 com o 3º bimestre do mesmo ano, última coluna da Tabela 12, houve uma boa recuperação da arrecadação do município de Ilhéus (14,90%) sendo que a região Intermediária IlhéusItabuna também teve um leve aumento (2,70%).
Tabela 12 – Receitas Tributárias Realizadas na região Intermediária Ilhéus-Itabuna e municípios selecionados (valores reais R$1,00) Municípios
Ilhéus 20.198.911,85 15.752.768,25 18.099.393,09 -10,39 14,90
Itabuna 11.698.765,89 13.106.631,97 13.286.080,03 13,57 1,37
RI Camacan 3.034.931,21 4.378.383,17 4.893.886,78 61,25 11,77
RI Eunápolis-Porto Seguro 33.047.670,63 41.254.003,06 40.941.659,59 23,89 -0,76
RI Ilhéus-Itabuna 40.647.119,71 38.917.415,07 41.627.073,49 2,41 6.96
RI Teixeira de Freitas 30.496.196,64 26.505.860,57 26.588.292,90 -12,81 0,31
R. Int. Ilhéus-Itabuna 107.225.918,18 109.210.335,18 114.050.912,77 6,37 2,70
Fonte: Elaboração própria com base nos RREO dos municípios. Deflator IGP-DI, setembro de 2021.
8
regiões 4º bi 2020 (A) 3o bi 2021 (B) 4º bi 2021 (C) Var C/A Var C/B
e
Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br)
A Tabela 13 permite verificar o comportamento das Receitas de Transferências Correntes dos municípios agrupados por regiões imediatas da região Intermediária IlhéusItabuna. Trata-se da maior receita de todos os municípios. Nesse sentido, comparando o 4º bimestre de 2021 com igual período de 2020 aconteceu uma forte queda generalizada nessas receitas em toda a região indicando que os impostos e
outros recursos com base nos quais são calculados os repasses dos governos federal e estadual da Bahia tiveram um desempenho muito ruim no 4º bimestre de 2021. Já em relação à comparação do 4º bimestre de 2021 com o 3º bimestre do mesmo ano houve uma excelente recuperação em toda a região Intermediária, embora a base de comparação (3º bi 2021) foi de um desempenho muito fraco.
Tabela 13 – Receitas de Transferências Correntes da região Intermediária Ilhéus-Itabuna e municípios selecionados (valores reais R$1,00)
Ilhéus 81.415.832,34 64.194.235,83 72.526.531,71 -10,92 12,98
Itabuna 114.310.316,48 74.492.512,35 94.077.099,26 -17,70 26,29
RI Camacan 96.728.645,01 56.924.030,15 70.882.911,37 -26,72 24,52
RI Eunápolis-Porto Seguro 229.323.838,88 138.533.923,22 192.657.922,99 -15,99 39,07
RI Ilhéus-Itabuna 397.092.438,45 247.596.937,90 326.941.860,95 -17,67 32,05
RI Teixeira de Freitas 288.438.431,97 190.912.426,81 223.243.072,05 -22,60 16,93
R. Int. Ilhéus-Itabuna 1.011.583.354,31 633.967.318,08 813.725.767,35 -19,56 28,35
Fonte: Elaboração própria com base nos RREO dos municípios. Deflator IGP-DI, setembro de 2021.
2- DESEMPENHO DAS DESPESAS NA REGIÃO INTERMEDIÁRIA DE ILHÉUS E ITABUNA
A Tabela 14 mostra o desempenho das Despesas Totais Liquidadas para os municípios agrupados na Região Intermediária de Ilhéus-Itabuna. Na comparação do terceiro bimestre de 2021 com igual período de 2020 as Despesas totais liquidadas tinham sofrido uma queda de -13,31% (ver boletim 25). Essa queda na região Intermediária IlhéusItabuna se aprofundou na comparação do 4º bimestre de 2021 com igual período de 2020, em termos reais, de
acordo ao que mostra a última linha da penúltima coluna da Tabela 14. Novamente todas as regiões Imediatas tiveram quedas nas Despesas assim como os municípios de Ilhéus e Itabuna. Na comparação entre o 4º bimestre de 2021 e o 3º bimestre do mesmo ano houve queda das Despesas na região Intermediária Ilhéus-Itabuna (-3,49%) causada pelas quedas das regiões Imediatas de Teixeira de Freitas (-14,47%) e de Eunápolis-Porto Seguro (-0,22%). No mesmo período de comparação, Itabuna apresentou um grande aumento das Despesas (28,88%) enquanto Ilhéus manteve estabilidade com apenas 0,84% de crescimento.
Tabela 14 – Comportamento Despesas Totais Liquidadas na Região Intermediaria de Ilhéus-Itabuna (R$1,00; valores constantes)
Municípios e Regiões
4o bi 2020 3o bi 2021 4o bi 2021 Variação c/a Variação c/b Ilhéus 93.302.163,41 69.838.271,97 70.425.243,04 -24,52 0,84 Itabuna 119.663.663,77 79.115.537,96 101.961.272,25 -14,79 28,88
Região Imediata Camacan 72.539.732,94 58.015.984,02 64.817.936,74 -10,64 11,72
Região Imediata Eunápolis-Porto Seguro 220.716.083,24 189.904.556,46 189.481.961,82 -14,15 -0,22
Região Imediata Ilhéus-Itabuna 380.118.381,37 309.255.268,72 312.483.175,36 -17,79 1,04
Região Imediata Teixeira de Freitas 276.691.142,86 264.369.910,03 226.128.432,20 -18,27 -14,47
R. Intermediária Ilhéus-Itabuna 950.065.340,41 821.545.719,23 792.911.506,12 -16,54 -3,49
Fonte: Elaboração própria com base nos RREO dos municípios. Deflator IGP-DI, setembro 2021.
MERCADO DE TRABALHO
Sérgio Ricardo Ribeiro Lima
A análise dos dados do mercado de trabalho situa-se em dois momentos diferentes sob ação de um mesmo fenômeno biológico: o ano de 2020, quando surgiu e se espalhou a pandemia em todo o mundo, causando danos de vários tipos e, principalmente, mortes. O ano de 2021, também sob forte efeito da pandemia e particularmente novas variantes, provocou nas pessoas uma maior prevenção e ao mesmo tempo uma certa capacidade de adaptação ao vírus, com a maior abertura das atividades comerciais e pelo início da vacinação. Neste 3º trimestre de 2021 as informações sobre casos confirmados e óbitos para o Brasil e, especificamente, para a Região Intermediária Ilhéus-Itabuna, apontam uma queda
significativa, sem sinais por enquanto, de um novo surto. Nesse novo cenário, a comparação do 3º trimestre de 2021 com o 3º trimestre de 2020 apresenta situações favoráveis. No mesmo período do ano passado houve um relaxamento das ações restritivas, o que repercutiu favoravelmente sobre a economia. Neste trimestre, devido à vacinação e ao controle dos casos e menor incidência do vírus, o cenário também parece ser favorável, conforme veremos a seguir.
Observa-se, na Tabela 15, em termos relativos, maior crescimento porcentual no saldo do emprego na RI Guanambi, que auferiu um saldo negativo (-651) no 3º trimestre de 2020 para um saldo positivo neste trimestre, de 829 empregos.
Em seguida, foi a vez da RI Ilhéus-Itabuna, com um saldo positivo significativo de 1.656 empregos para 5.236 empregos entre os dois trimestres, com aumento porcentual de 316%.
9
4º bi 2020 (A) 3o bi 2021 (B)
4º bi 2021 (C) Var C/A Var C/B
Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br)
Os melhores saldos depois destas regiões foram os da RI Vitória da Conquista (72,9%) e RI Santo Antônio de Jesus (56,9%). A Regiões Intermediárias com maiores perdas foram, em primeiro lugar, Irecê, com alto porcentual negativo, seguida de Salvador, também com saldo negativo de 5,1%. No conjunto de todas as regiões, o 3º trimestre deste ano acumulou um saldo positivo de 32,7%, ou, 9.851 empregos em relação ao 3º trimestre de 2020.
Tabela 15 – Saldo do emprego (admissões menos desligamentos) nas Regiões Intermediárias do estado da Bahia, 3º trimestre 2020-2021
Região Intermediária 3º trimestre 2020 3º trimestre 2021
Barreiras 2.258 2.774
Feira de Santana 5.059 5.555
Guanambi -651 829 Ilhéus-Itabuna 1.656 5.236
Irecê 1.163 196
Juazeiro 4.118 5.644
Paulo Afonso 388 1.112
Salvador 11.529 10.951
Santo Antônio de Jesus 1.617 2.538 Vitória da Conquista 2.950 5.103
Total 30.087 39.938
Fonte: elaboração própria a partir dos dados do Novo CAGED/MTE, outubro de 2021
no emprego, com melhor resultado na comparação com o 3º trimestre de 2020, com 3.538 novos empregos e, em relação ao 2º trimestre de 2021, 2.614 novos empregos. Para os dois períodos comparativos, foi a região que apresentou os melhores resultados, que há tempos vinha apresentando déficits, mesmo antes da pandemia.
Tabela 16 – Saldo do emprego (admissões menos desligamentos) nas Regiões Intermediárias do estado da Bahia, 3º trimestre e 2º trimestre de 2021
Região Intermediária 2º trimestre 2021 3º trimestre 2021
Barreiras 2.610 2.774
Feira de Santana 4.106 5.555 Guanambi 1.061 829 Ilhéus-Itabuna 2.622 5.236 Irecê 560 196
Juazeiro 4.244 5.644
Paulo Afonso -87 1.112
Salvador 5.497 10.951
Santo Antônio de Jesus 2.779 2.538 Vitória da Conquista 3.429 5.103
Total 26.821 39.938
Fonte: elaboração própria a partir dos dados do Novo CAGED/MTE, outubro de 2021.
Na comparação do 3º trimestre com o 2º trimestre de 2021, o maior crescimento no saldo do emprego foram as regiões intermediárias Ilhéus-Itabuna, Salvador e Paulo Afonso, conforme Tabela 16, com saldos absolutos maiores nesta última. Seguindo estas, por ordem decrescente, tivemos as regiões Vitória da Conquista, Feira de Santana e Juazeiro. Os piores resultados foram nas Regiões Irecê e Santo Antônio de Jesus, com saldos negativos.
Para estes dois períodos, nas Tabelas 15 e 16, a Região Intermediária Ilhéus-Itabuna teve uma significativa recuperação
Para as quatro regiões imediatas da Região Intermediária Ilhéus-Itabuna, os resultados do saldo do emprego no 3º trimestre de 2021 foi muito favorável para Ilhéus-Itabuna e EunápolisPorto Seguro. Em comparação com o mesmo período de 2020, os resultados também foram mais satisfatórios. Teixeira de Freitas e Camacan apresentaram melhores resultados no 3º trimestre de 2020, sendo mais expressivo no primeiro e com um pequeno aumento em Camacan. Todas as regiões apresentaram saldos positivos nos dois períodos, sendo mais expressivo, na comparação entre os trimestres, conforme assinalamos, nas regiões de Ilhéus-Itabuna e Eunápolis-Porto Seguro. Tabela 17 – Saldo do emprego (admissões menos desligamentos) nas Regiões Imediatas da Região Intermediária Ilhéus-Itabuna do estado da Bahia, 3º trimestre 2020-2021 Regiões Imediatas
Para os municípios de Ilhéus e Itabuna, o 3º trimestre deste ano apresentou uma pequena melhora em Ilhéus e com saldo positivo significativo em Itabuna, conforme Tabela 18. Porém, os dois municípios apresentaram saldo positivo neste trimestre em relação ao anterior de 913 novos empregos (saldo da última linha), a maioria em Itabuna.
O setor que melhor respondeu neste trimestre e no 3º trimestre de 2020 no saldo de emprego foi serviço e comércio nos dois municípios, com melhor resultado em Itabuna para comércio e em Ilhéus para serviço (Tabela 19). Os menores saldos neste trimestre, nos dois municípios, foram em construção civil, sendo pior em Ilhéus, e agropecuária, em Itabuna. Em síntese, os dois municípios apresentaram saldo positivo
bem superior neste trimestre (+1,373) em comparação ao 3º trimestre de 2020 (+460), alavancado por Itabuna, conforme mostramos na Tabela 18.
Tabela 18 – Saldo do emprego (admissões menos desligamentos) nos municípios de Ilhéus e Itabuna, 3º trimestre 2020-2021 Municípios 3º Trimestre 2020 3º Trimestre 2021 Ilhéus 341 443 Itabuna 119 930
Total 460 1.373
Fonte: elaboração própria a partir dos dados do Novo CAGED/MTE, outubro de 2021.
10
3º
3º
Admitidos Desligados Saldo Admitidos Desligados Saldo
Trimestre 2020
Trimestre 2021
Camacan 614 217 397 657 267 390 Eunápolis - Porto Seguro 4.340 4.011 329 7.483 5.085 2.398 Ilhéus - Itabuna 3.818 3.315 503 7.651 5.130 2.521 Teixeira de Freitas 4.213 3.593 620 4.300 3.969 331 Fonte: elaboração própria a partir dos dados do Novo CAGED/MTE, outubro de 2021
Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br)
Tabela 19 – Saldo do emprego (admissões menos desligamentos) por grandes setores da economia em Ilhéus e Itabuna, 2º trimestre 2020-2021
Período
3º trimestre 2020 3º trimestre 2021
Setores da Economia Ilhéus (1) Itabuna (2) Total (1+2) Ilhéus (3) Itabuna (4) Total (3+4)
Indústria de Transformação 136 -215 -79 107 153 260
Construção Civil 17 151 168 43 65 108
Comércio 45 155 200 85 225 310
Serviços 155 73 228 203 491 694 Agropecuária -12 -45 -57 5 -4 1 Total 341 119 460 443 930 1.373
Fonte: elaboração própria a partir dos dados do Novo CAGED/MTE, outubro de 2021
O saldo de emprego por grau de instrução é uma nova informação que trouxemos neste boletim, buscando recuperar estes dados importantes da educação. A Tabela 20 mostra o predomínio do saldo de emprego no “nível médio completo”, com admissões e desligamentos superiores em Itabuna. Após este nível, segue o “nível médio incompleto” com maior saldo. Na segunda posição é o “nível superior”, sendo maior no incompleto, seguido do completo, porém
com números absolutos bem inferiores ao nível médio. Estes dados estão a mostrar continuamente que, apesar do avanço no ensino superior na região, o mesmo não tem sido acompanhado pelo nível de emprego. E mesmo assim, no nível superior, os níveis médios salariais são muito próximos aos níveis salariais do ensino médio completo. Infelizmente, o governo não tem lançado mais os dados do nível renda na plataforma oficial (Novo CAGED).
Tabela 20 – Saldo do emprego (admissões menos desligamentos) por grau de instrução em Ilhéus e Itabuna, 3º trimestre de 2021
Emprego Admissões
Desligamentos Saldo
Grau de instrução Ilhéus Itabuna Ilhéus Itabuna Ilhéus Itabuna
Analfabeto 5 10 8 4 -3 6
Fundamental Incompleto 137 109 143 99 -6 10
Fundamental Completo 132 114 95 96 37 18 Médio Incompleto 174 221 131 125 43 96 Médio Completo 1.363 2.161 1.036 1.440 327 721
Superior Incompleto 98 190 55 137 43 53
Superior Completo 185 265 183 239 2 26
Total 2.094 3.070 1.651 2.140 443 930
Fonte: elaboração própria a partir dos dados do Novo CAGED/MTE, outubro de 2021
ANÁLISE EDUCAÇÃO
Adriano Alves de Rezende
Nesse relatório trazemos indicadores que sintetizam os relatórios da movimentação de recursos públicos contida nos Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária (RREO’s) do quarto bimestre de 2021, dos 51 municípios que compõem as quatro regiões imediatas (Camacan, Ilhéus-Itabuna, Teixeira de Freitas e Eunápolis-Porto Seguro) e que trataremos ao longo deste informe como terceira observação de 2021. Iniciaremos como o indicador que mensura a variação percentual das receitas recebidas do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB) pelos municípios. Esse indicador apresentou queda em duas das quatro regiões imediatas no comparativo entre a terceira observação de 2020 com a de 2021. As regiões de Camacan e Ilhéus-Itabuna apresentaram uma redução de 65,57% e 9,93% respectivamente sendo que Camacan teve a maior redução entre as quatro regiões. Se considerarmos o observado o segundo relatório de 2021 percebe-se que além da região de Eunápolis-Porto Seguro que já apresentava um índice positivo tem-se a região de Teixeira de Freitas. Teixeira de Freitas aumentou a
participação do FUNDEB em 24,10% no comparativo com o terceiro relatório de 2020. Já Eunápolis-Porto Seguro tiveram um incremento de 10,04% no mesmo período.
Nos boletins anteriores de 2021 criou-se a expectativa de que os valores aportados pelo Novo FUNDEB já fossem perceptíveis, todavia isso ainda não ocorreu efetivamente. Um fato interessante que pode gerar um entrave ao repasse dos recursos do Novo FUBEB foi trazido à tona no dia 01 de novembro pela Folha de São Paulo1. Dentro da Emenda Constitucional que reformulou o FUNDEB consta a obrigatoriedade de que os valores devem ser repassados aos estados e municípios apenas pelos bancos da União (Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil). Isso por sua vez tem ocasionado entravem com os governos estaduais e municipais pois, muitos venderam suas folhas de pagamento a bancos privados. Essa prática é comum entre estes governos até mesmo como forma alavancarem suas receitas. No entanto, suspeita-se que isso esteja dificultado os repasses da União e é algo que deve ser tratado com seriedade e extrema urgência já que os valores do FUNDEB em 80% dos municípios brasileiros tendem a ser consumir integralmente o valor do fundo para pagamento de sua folha de pagamento na Educação, segundo informação da Folha de São Paulo. Isso pode responder porque ainda não se percebe os valores no Novo FUNDEB na Rede Pública Municipal de Ensino.
1 Vide Folha de São Paulo. Disponível em: < https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2021/11/regra-do-fundeb-vira-entrave-de-r-125-bi-para-governos-quevenderam-folha-salarial.shtml>.
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Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br)
O índice que mede a variação percentual das Receitas Totais de Ensino 2 das quais o FUNDEB também faz parte teve índices crescentes nas regiões de Ilhéus-Itabuna (19,27%), Teixeira de Freitas (16,68%) e Eunápolis-Porto Seguro (27,95%) no comparativo entre os terceiros períodos de 2020 e 2021. Já a Região Imediata de Camacan foi a única que apresentou redução nas Receitas Totais de Ensino no mesmo período. Esse resultado negativo da região de Camacan é reflexo direto da grande queda observada nos recursos do FUNDEB (queda de 65,57%).
O indicador que mede a participação do FUNDEB nas Receitas Totais de Ensino na terceira observação de 2021 mostra que todas as regiões também tiveram participação positiva dos valores do FUNDEB na composição das Receitas Totais destinadas a Ensino (Camacan com 25,09%; Ilhéus-Itabuna 30,05%; Teixeira de Freitas com 45,87% e Eunápolis-Porto Seguro com 43,84%). Nota-se que a região de Camacan teve o menor valor dentre as regiões observadas refletindo o efeito da redução do FUNDEB sobre as Receitas Totais de Ensino.
Ao observarmos o indicador que mede a variação desse indicador entre as terceiras observações de 2020 e 2021 tem-se que Camacan, novamente, foi a região que apresentou mais perdas entre os anos (60,16%). AS demais regiões, com exceção de Teixeira de Freitas que teve um aumento de 3,36% apresentaram quedas, mas menos acentuadas Ilhéus-Itabuna (redução de 24,76%) e Eunápolis-Porto Seguro (redução de 14%). Isso reforça os efeitos da redução do FUNDEB e de sua relevância na composição das receitas municipais, principalmente, nos da região de Camacan como se pode observar.
O índice que mede a participação das Receitas Totais de Ensino destinadas ao Ensino Infantil, de maneira distinta, demonstra que a região de Camacan foi quem mais destinou recurso e esse segmento da Educação Básica, 2,23%, mesmo tendo diminuído a seus recursos advindos do FUNDEB. Por outro lado, as demais regiões que apresentaram situação mais favorável que Camacan tiveram índices menores (Ilhéus-Itabuna 0,12%; Teixeira de Freitas, 0,82%; EunápolisPorto Seguro 1,68%). Isso leva a crer que houve por parte dos municípios, principalmente os da região de Camacan uma recomposição dos valores perdidos do FUNDEB com recursos próprios para cumprir suas obrigações com o sistema educacional municipal.
A parcela das Receitas Totais de Ensino destinadas ao Ensino Fundamental foi positiva em todas as regiões. Percebe-se que houve maior aporte de recursos no Ensino Fundamental em relação ao Ensino Infantil, o que é um fenômeno perfeitamente observável se analisada a série histórica deste indicador. Destaca-se que todos são inferiores aos vistos na terceira observação de 2020, mas próximos aos apresentados na segunda observação de 2021. Apenas a região de Camacan (7,61%) teve valores bem inferiores quando comparada com as duas observações citadas, 60,81% na terceira observação de 2020 e 41,07% na segunda observação de 2021 (relatório anterior), refletindo novamente a queda dos valores do FUNDEB.
Já a parcela das Receitas Totais em Ensino destinada a Outras Despesas de Ensino, com exceção da região de IlhéusItabuna com um índice positivo de 0,86%, as demais não apresentaram qualquer movimentação de recursos nessa rubrica.
Quadro 2 – Variações das Receitas e das Despesas relativas ao FUNDEB e ao total de Receita em Ensino nas Regiões Imediatas da Bahia, anos de 2017 a 2021 (3ª observações).
Regiões Imediatas Camacan Ilhéus-Itabuna Teixeira de Freitas Eunápolís-Porto Seguro Variação % FUNDEB
Variáveis de Análise Período
3ª Observação 2020/2021 -65,57% -9,93% 24,10% 10,04% Variação % da Receitas Totais em Ensino
Razão FUNDEB/ Receitas Totais em Ensino
3ª Observação 2020/2021 -13,58% 19,72% 16,68% 27,95%
3ª Observação 2017 50,87% 33,28% 50,74% 49,91%
3ª Observação 2018 50,97% 37,27% 46,21% 47,38%
3ª Observação 2019 90,01% 38,95% 41,45% 47,89%
3ª Observação 2020 62,97% 39,94% 43,13% 50,97%
3ª Observação 2021 25,09% 30,05% 45,87% 43,84% Variação % da Razão FUNDEB/ Receita Total destinada a Ensino
3ª Observação 2017 5,20% 1,81% 0,39% 6,39%
3ª Observação 2018 6,79% 2,31% 1,50% 4,21%
3ª Observação 2019 9,44% 1,76% 4,25% 2,72%
3ª Observação 2020/2021 -60,16% -24,76% 6,36% -14,00% % Despesa Ensino Infantil sobre a Receitas Totais em Ensino
3ª Observação 2020 9,45% 5,18% 4,45% 3,41%
3ª Observação 2021 2,23% 0,12% 0,82% 1,68%
3ª Observação 2017 46,63% 32,07% 58,28% 50,09% 3ª Observação 2018 53,67% 41,92% 72,59% 28,39% 3ª Observação 2019 59,56% 43,50% 48,95% 52,37% 3ª Observação 2020 60,81% 45,80% 49,39% 40,57% 3ª Observação 2021 7,61% 19,68% 24,00% 29,43%
3ª Observação 2017 0,25% 10,14% 0,12% 5,84% 3ª Observação 2018 0,00% 2,17% 0,00% 8,22% 3ª Observação 2019 0,00% 1,90% 0,04% 0,55% 3ª Observação 2020 0,00% 2,07% 0,02% 2,50% 3ª Observação 2021 0,00% 0,86% 0,00% 0,00%
Fonte: Elaboração própria com base nos dados dos Relatórios Resumidos de Execução Orçamentária (RREOs) dos 51 municípios que compõem as 4 Regiões imediatas ao longo de seus períodos de observação de 2017 a 2021.
OBS: Este relatório compreende a análise dos dados contidos no 4º RREO (4º bimestre) de 2021 dos 51 municípios observados e refere-se aos valores acumulados expressos para o ano de 2020. Alguns valores podem não corresponder aos apresentados nos relatórios anteriores. Isso se deve a ajustes posteriores feitos e lançados nos RREOs atuais.
2 Compõem as Receitas Totais Destinadas ao Ensino as Receitas Resultantes de Impostos com dotação vinculada ao Ensino conforme caput do art. 212 da Constituição Federal de 1988, as Receitas Adicionais para o Financiamento do Ensino e as Receitas do FUNDEB).
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sobre as Receitas Totais
% Despesa Ensino Fundamental
em Ensino
% Outras Despesas de Ensino sobre a Receitas Totais em Ensino
Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br)
Desempenho dos municípios de Ilhéus e Itabuna
Na terceira observação de 2021 as Receitas Recebidas do FUNDEB apresentaram em ambos os municípios valores positivos. Todavia o município de Itabuna teve o menor aporte de valores, com um crescimento de 15,07% no comparativo entre os anos de 2020 e 2021. Ilhéus por sua vez, teve um incremento de 45,86% no mesmo período.
A participação percentual das receitas recebidas do FUNDEB em comparação ao Total de Receitas em Ensino no município de Itabuna caiu de 21.26% na terceira observação de 2020 para 20,49% na terceira observação de 2021. Isso representa uma queda de 3,65% no comparativo entre as observações. Entretanto, pode haver um viés dado que não foi informado no RREO do município o valor de sua contrapartida ao FUNDEB e, por conseguinte, diminuindo as Receitas Totais de Ensino. Já Ilhéus demonstrou um pequeno crescimento percentual de 1,88% de sua participação nas Receitas Totais em Ensino, no mesmo período. Contudo, em valores absolutos isso representa um aporte superior a R$ 17,3 milhões, quantia substancial para o erário público municipal.
Em ambos os municípios percebeu-se um aumento das Receitas Totais em Ensino no comparativo entre as mesmas observações de 2020 e 2021. Itabuna apresentou um incremento de 19,43% e Ilhéus 43,17%. Novamente, ressalta-se que pelo fato de Itabuna não ter informado sua contrapartida ao FUNDEB impactou no montante das Receitas Totais de Ensino, mitigando o crescimento de seu índice no período em questão. No entanto, não se tem informações sobre o
que levou a ausência deste dado. Se não foi feito o aporte no período efetivamente, ou se apenas não foi lançado no RREO do 4º bimestre de 2021. De toda forma, como os dados dos RREO’s são acumulativos esse ajuste, caso necessário, tende a ser feito em suas próximas edições e posteriormente incorporadas os indicadores aqui apresentados.
A mesma ausência de informação relatada no parágrafo anterior em Itabuna é observada para o terceiro relatório nos valores pertinentes Despesas Típicas de Educação Infantil, Ensino Profissional e Outras Despesas. O único valor informado no RREO foram as despesas com Ensino Fundamental que representaram 22,02% das Receitas Totais em Ensino, mas no comparativo com o mesmo período de 2020 apresentam uma queda de 28,9%.
Ilhéus, no entanto, teve aumentos nos valores destinados tanto a Educação Infantil (295,38%) quanto ao Ensino Fundamental (3,85%) no comparativo entre as terceiras observações de 2020 e 2021. Os aportes realizados no Ensino Fundamental e Outras Despesas, por outro lado tiveram percentuais negativos de 100% e 0,37%, respectivamente.
Os efeitos da Pandemia, do aumento da Vacinação nos municípios e do Novo FUNDEB, quando observados sob a perspectiva de região imediata diluem os valores entre todos os municípios e a percepção dos efeitos destas variáveis sobre a educação torna-se menos evidente do que se observada pontualmente. Mas, afirmações a respeito só poderão ser realizadas se os indicadores se permaneçam favoráveis e os recursos do FUNDEB se mantiverem em uma trajetória crescente.
FUNDEB
Manutenção e Desenvolvimento do Ensino
Educ. Infantil 2019/2020 -100,00 Var % Ensino Fundamental 2020/2021 -28,90 Var % Ensino Profissional 2020/2021 0% Var % Outras Despesas 2020/2021 0% Ilhéus 2020 37.773.362,95 15.930.229,77 134.296.492,89 36.484,95 54.489.225,28 17.531,20 5.965.641,41 2021 55.096.711,64 17.526.814,37 192.272.291,03 144.253,00 56.585.642,12 - 5.943.667,05 Variação 19/20 45,86% 10,02% 43,17% Var % Part. Rec. Ensino 2020 28,13% % Participação Rec. Ensino Participação % sobre Receita 2020 0,03% 40,57% 0,01% 4,44% 1,88% 2021 28,66% 2021 0,08% 29,43% 0,00% 3,09% Var % Educ. Infantil 2020/2021 295,38 Var % Ensino Fundamental 2020/2021 3,85 Var % Ensino Profissional 2020/2021 -100,00 Var % Outras Despesas 2020/2021 -0,37 * Valores deflacionados com base no IPCA acumulado 2020/2021 para o período análisado.
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Receitas Recebidas do FUNDEB Receitas destinadas ao FUNDEB Receitas Ensino (Valores Absolutos) Educação Infantil Despesas Típicas do MDE Ensino Fundamental Ensino profissional Outras despesas Até o período Até o período Até o período Até o período Até o período Até o período Até o período Itabuna 2020 37.066.570,62 25.436.972,95 174.330.901,84 3.293.277,13 64.487.163,21
Var % Part. Rec.
%
Var %
-2021 42.652.298,48 - 208.204.331,70 - 45.849.147,97 -Variação 19/20 15,07% -100,00% 19,43%
Ensino 2020 21,26%
Participação Rec. Ensino Participação % sobre Receita 2020 1,89% 36,99% 0,00%-3,65% 2021 20,49% 2021 0,00% 22,02% 0,00% 0,00%
PROGRAMAS SOCIAIS DE TRANSFERÊNCIA DE RENDA
Sérgio Ricardo Ribeiro Lima
O surgimento dos programas sociais de transferência de renda veio no embalo das políticas neoliberais, particularmente no Brasil, na década de 1990, no Governo de FHC. Ainda no 2º governo dele surgia a primeira iniciativa nesse sentido. Entre os principais programas sociais no governo FHC, o que destacamos aqui é o Programa de Garantia de Renda Mínima, instituído pela Lei 9.533/1997. O governo Lula ampliou o horizonte desta política através de dois grandes programas: o Programa Fome Zero e Programa Bolsa Família (PBF), com maior destaque para este último, iniciado em 2003 e vigente até a atualidade.
O cenário da crise econômica mundial em 2007-2008 exigiu um maior fortalecimento de políticas de proteção social, especialmente o PBF, para atenuar o impacto social da crise. Em 2020, a pandemia também causou impacto desastroso no quadro de pobreza e extrema pobreza de grande contingente da população brasileira. O BPC (Benefício de Prestação Continuada) , que também trataremos aqui, é um programa mais antigo, surgido ainda no Governo Itamar Franco, em 1993, e com impacto social significativo sobre pessoas com deficiência e idosos. Os dados do PBF e do BPC mostram seu cunho social importante para esta parcela da sociedade brasileira marginalizada, particularmente para a Região Nordeste e, em particular, no estado da Bahia.
A Tabela 21 apresenta uma discrepância significativa no valor total dos repasses entre os dois trimestres. Houve uma forte diminuição no volume dos repasses no 3º trimestre de 2020 quando comparado ao 3º trimestre de 2021, em plena pandemia. Porém, o número de famílias beneficiárias pouco se alterou. Nas consultas que fizemos, não foram encontradas informações sobre a diminuição do valor dos repasses do programa. Portanto, é uma informação que até este momento não temos explicação.
A Região Nordeste vem sempre absorvendo quase metade dos recursos do programa e do total de famílias beneficiadas, com pequenas diferenças entre os dois trimestres. Os intensivos programas de industrialização não conseguiram transformar (ou se conseguiu, foi muito pouco expressivo) o problema da pobreza e da desigualdade social no Nordeste, independente das flutuações da conjuntura econômica. Como também, esses mesmos programas de industrialização deixaram a estrutura fundiária da região praticamente intocada, um dos principais raízes do atraso econômico e das mazelas sociais da região, conforme nos mostrou Celso Furtado.
O estado da Bahia (até então a principal economia da região) no 3º trimestre de 2021, representou 26% das famílias beneficiadas com o programa no total dos 9 estados. Ou seja, apenas a Bahia representou mais de ¼ das famílias em situação de Pobreza na região Nordeste. Quanto aos repasses dos recursos, no 3º trimestre deste ano, a Bahia absorveu 24,8% do total repassado para a região. Em comparação ao mesmo período de 2020, os porcentuais praticamente mantiveram-se.
A Região Intermediária Ilhéus-Itabuna – composta por 51 municípios – participou com 10,6% do total das famílias dentre as 10 regiões intermediárias do estado e com 8,3% do total dos repasses. A Região Imediata Ilhéus-Itabuna, formada por 22 municípios, entre eles, Ilhéus e Itabuna, teve uma participação na Região Intermediária de 42,7% no total das famílias (aumento de 1% em relação ao 3º trimestre de 2020, ou seja, aumento de 1.426 famílias) e 38,1% no total dos repasses no 3º trimestre de 2021, menor que o valor total dos repasses no mesmo período de 2020 (39,5%).
Os municípios de Ilhéus e Itabuna, juntos, representaram 19,1% do total das famílias contempladas na Região Intermediária Ilhéus-Itabuna e 10,7% do total dos repasses de todos os municípios da RI Ilhéus-Itabuna, no total de 52. Enquanto Ilhéus superou Itabuna no número de famílias beneficiadas, Itabuna superou Ilhéus no volume total dos repasses. Conjuntamente, foram 38.150 famílias beneficiadas nos dois municípios para um total de repasses de R$ 3.996.669 (três milhões, seiscentos e sessenta e nove mil e seiscentos e sessenta e nove reais).
Tabela 21 – Número de famílias beneficiadas e valores repassados do Programa Bolsa Família no 3º trimestre de 2021/2020 Trimestres 3o trimestre 2021 3o trimestre 2020 Divisão Regional Famíl Benef 3 % Famíl Valor Repas % Repas Famíl Benef % Famíl Valor Repas % Repas Brasil 14.668.510 X 3.745.120.587 X 14.280.256 X 578.859.912 X Nordeste 7.196.858 49,1 1.801.720.463 48,1 7.095.351 49,6 232.962.135 40,2 Bahia 1.869.662 26,0 447.554.155 24,8 1.839.973 25,9 55.498.856 23,8 Região Intermediária 199.533 10,6 37.312.394 8,3 195.520 10,4 6.197.885 11,1 Região Imediata 85.249 42,7 14.266.930 38,1 83.823 41,7 2.447.178 39,5 Ilhéus 19.556 9,8 1.756.473 4,7 19.713 10,1 488.311 7,8 Itabuna 18.594 9,3 2.237.196 6,0 17.266 8,8 422.972 6,8 Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do Ministério da Cidadania, novembro de 2021.
O Benefício de Prestação Continuada movimenta um volume de recursos para um público de beneficiários bem menor que o número de famílias do PBF. Foram 4,7 milhões de brasileiros beneficiários, entre PCD e idosos, que movimentaram 15,5 bilhões de reais no 3º trimestre de 2021, no Brasil (Tabela 22), maior que no 3º trimestre de 2020. A Região Nordeste respondeu, para o mesmo período, por 36% do total dos beneficiários (PCD e idosos) e dos recursos do BPC no Brasil, o que representa um peso significativo para o Nordeste no conjunto das 5 regiões. O estado da Bahia, por sua vez,
3 Os dados das famílias beneficiadas é uma éuma média do trimestre.
dentre os nove estados da região, respondeu por 26,8% dos beneficiários e dos recursos do Programa. A Bahia, portanto, respondeu por mais de ¼ dos beneficiários e dos recursos do BPC no total dos 9 estados da Bahia no trimestre, o que representa um peso significativo de pessoas com deficiência e idosos no estado.
A Região Intermediária Ilhéus-Itabuna (51 municípios) representou, no 3º trimestre de 2021, 18,9% do total dos beneficiários e dos recursos no conjunto de todas as regiões. Em recursos, foram transferidos R$ 284,5 milhões de reais
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para PCD e idosos. A Região Imediata (22 municípios) participou com 43,4% dos beneficiários e dos recursos.
Os municípios de Ilhéus e Itabuna tiveram, juntos, 20 mil beneficiários e o repasse de recursos de R$ 66,1 milhões de reais no 3º trimestre deste ano. Em relação ao 3º trimestre de 2020, houve uma pequena diminuição dos beneficiários e aumento dos recursos, de 63 milhões no 3º trimestre de 2020 para 66
milhões no 3º trimestre de 2021. Os dois municípios tiveram uma participação porcentual – beneficiários e repasses de recursos –na egião Intermediária de 23,2% dos beneficiários e dos repasses. Considerando que a região tem 51 municípios, os dois municípios responderam por quase ¼ do total dos recursos dos 51 municípios. Os mesmos municípios que concentram a maior riqueza da região, também concentram a maior pobreza.
Tabela 22 – Número de beneficiários do Benefício de Prestação Continuada (PCD e idosos) e valores repassados – 3º trimestre 2021/2020
BPC - 3o trim 2021
Divisão Regional
Beneficiários 4 Repasses
PDC Idosos Total
PDC Idosos Total
Brasil 2.569.513 2.131.882 4.701.395 8.486.694.773,33 7.042.449.306,13 15.529.144.079,46
Nordeste 1.044.843 649.390 1.694.233 3.450.188.799,08 2.144.749.505,30 5.594.938.304,38
Bahia 250.006 205.435 455.441 825.613.305,47 678.473.424,40 1.504.086.729,87
R. Int. Ilhéus-Itabuna 36.231 49.916 86.147 119.652.507,47 164.841.600,42 284.494.107,89
R. Imed. Ilhéus-Itabuna 16.267 21.121 37.388 53.728.404,86 69.749.900,00 123.478.304,86
Ilhéus 3.976 4.331 8.307 13.131.800,00 14.300.000,00 27.431.800,00
Itabuna 5.109 6.615 11.724 16.879.504,86 21.849.300,00 38.728.804,86
Brasil 2.569.761 2.086.952 4.656.713 8.066.656.026,06 6.557.326.104,06 14.623.982.130,12 Nordeste 1.040.618 645.481 1.686.099 3.265.537.823,63 2.027.731.319,33 5.293.269.142,96
Bahia 249.437 204.070 453.508 782.760.308,92 641.156.800,83 1.423.917.109,75
R. Int. Ilhéus-Itabuna 36.671 50.276 86.947 115.089.029,74 157.989.417,90 273.078.447,64
R. Imed. Ilhéus-Itabuna 16.595 21.336 37.931 52.093.277,24 67.034.676,50 119.127.953,74
Ilhéus 4.059 4.355 8.413 12.743.777,25 13.687.414,25 26.431.191,50 Itabuna 5.245 6.598 11.844 16.467.126,27 20.734.899,25 37.202.025,52
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do Ministério da Cidadania, novembro de 2021.
Os dois programas – PBF e BPC – transferiram para a Região Intermediária, no 3º trimestre de 2021, R$ 321.806.501 milhões de reais.
Os municípios de Ilhéus e Itabuna, juntos, tiveram repasses dos dois programas de R$ 70.154.273 no 3º trimestre deste
ano. Ilhéus recebeu dos dois programas, R$ 29,1 milhões e Itabuna, R$ 40,9 milhões de reais. Os dois municípios juntos absorveram 21,8% do total de recursos da Região Intermediária Ilhéus-Itabuna, composta por 51 municípios, o que representa uma porcentagem muito significativa.
em situação de pobreza
Divisão Regional
3o trim 2020
Ilhéus 19.219 50.582 2.786 7.274 Itabuna 16.111 40.629 3.584 9.317
Divisão Regional
julho e agosto 2021 5
Ilhéus 19.439 50.816 2.970 6.997 Itabuna 18.341 44.265 3.663 9.124
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados do Ministério da Cidadania, novembro de 2021.
4 Os dados dos beneficiários (PCD e Idosos) é uma média do trimestre.
5 Até o fechamento deste boletim, os dados do mês de setembro de 2021 não estavam disponíveis na plataforma oficial.
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- 3o trim 2020
Regional PCD Idosos Total PCD Idosos Total
BPC
Beneficiários Repasses Divisão
Tabela 23 – Número de famílias e de pessoas em situação de pobreza e extrema pobreza nos municípios de Ilhéus e Itabuna, 3º trimestre de 2021 e julho/agosto de 2021 Famílias em situação de extrema pobreza Pessoas em situação de extrema pobreza Famílias em situação de pobreza Pessoas
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A população estimada para Ilhéus (157.639 habitantes) e Itabuna (214.123 mil habitantes) em 2021 é de 371.762 mil habitantes, que representa 22,8% da população da Região Intermediária Ilhéus-Itabuna. Desse total, 111.202 pessoas (29,9% da população estimada para 2021 dos dois municípios) estão em situação de pobreza e extrema pobreza6 em Ilhéus e Itabuna, sendo em Ilhéus, 57.813 pessoas e em Itabuna, 53.389 (Tabela 23). (IBGE cidades, novembro de 2021)
Por outro lado, Ilhéus tinha em 2019 apenas 20,9% da população ocupada na PEA (População Economicamente Ativa) e Itabuna, 21,8%. A renda nominal mensal per capita até ½ salário mínimo representa, em Ilhéus, 40,4 do total dos rendimentos e, em Itabuna, 39% do total dos rendimentos. Enquanto isso, o PIB per capita de Ilhéus é R$25.829,06 e o de Itabuna, R$19.184,77. Trocando em miúdos, os dois municípios apresentam um alto índice de concentração da renda.
CONSUMO DE ENERGIA
Marcelo Inácio Ferreira Ferraz
A evolução da demanda por energia elétrica dos segmentos produtivos da Região Intermediária Ilhéus-Itabuna, no período de janeiro de 2020 a setembro de 2021 é apresentada na Figura 3. Após forte período de queda de consumo no ano passado, principalmente no segundo trimestre, em 2021 os resultados sinalizam uma pequena melhora. Os segmentos industriais e agrícola assumiram certa estabilidade. Já o comércio e serviços, setor mais afetado pelas medidas de confinamento, apresenta resultados ligeiramente superior ao observado no terceiro trimestre de 2020, contudo bem inferior ao período anterior a pandemia.
Figura 3 – Evolução mensal do consumo de energia elétrica na Região Intermediária Ilhéus-Itabuna no período de janeiro de 2020 a setembro de 2021 0 5000000 10000000 15000000 20000000 25000000 30000000 35000000 40000000 45000000 50000000 J a n e i r o F e v e r e i r o M a r ç o A b r i l M a i o J u n h o J u l h o A g o s t o S e t e m b r o O u t u b r o N o v e m b r o D e z e m b r o J a n e i r o F e v e r e i r o M a r ç o A b r i l M a i o J u n h o J u l h o A g o s t o S e t e m b r o 2020 2021
Comêrcio Indústria Agricultura
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da COELBA, outubro de 2021. Nota: Dados do mercado cativo e do mercado livre.
Considerando os dados do terceiro trimestre de 2021, observa-se na Região Intermediária Ilhéus-Itabuna um aumento na demanda por energia elétrica de 23,4% frente ao mesmo período do ano passado, totalizando elevação na demanda de 38,3 milhões de KWh. Todos os segmentos elevaram sua demanda por energia, o maior aumento ocorreu na agricultura com 38,1% seguido da indústria com 18,5% e do comércio com 15,3%. Apesar desse aumento, a demanda do setor produtivo na região ainda é menor que a observada em igual período anterior a pandemia (terceiro trimestre de 2019.
Já a análise desagregada por região imediata revela aumento no consumo de energia em todas as regiões. O maior aumento ocorreu na Região Imediata Camacan (54,1%) seguido da Eunápolis-Porto Seguro (40,3%), Ilhéus-Itabuna (20%) e para a Teixeira de Freitas (13,8%).
O segmento de comércio e serviços respondeu pela maior demanda da Região Intermediária (45,6%), (Tabela 24). Nas Regiões Imediatas de Camacan (59,6%), Eunápolis-Porto
Seguro (62,3%), Ilhéus-Itabuna (46,6%) o segmento do comércio predominou. Já o segmento do setor agrícola predominou na Região Imediatas Teixeira de Freitas (56,6%).
Setenta e seis porcentos dos municípios da Região Intermediária apresentaram aumento da demanda das atividades produtivas. As maiores altas ocorreram nos municípios de Aurelino Leal (105,7%), Ibirapoã (100,9%), Mascote (93,3%), Maraú (78,7%) e Itacaré (56,1%). Por outro lado, as maiores retrações ocorreram nos municípios de Jussari (-24,7%), Mucuri (-20,9%), São José da Vitória (-10,6%), Itanhém (-9,8%) e Itabuna (-9,5%). A demanda de energia das atividades produtivas dos dois maiores municípios da Região Intermediária Ilhéus- Itabuna, no terceiro trimestre de 2021, revela redução na demanda por energia quando comparado com igual período do ano anterior. Em Ilhéus a redução foi de 7,6% com maior retração no segmento industrial (16,3%). Em Itabuna a redução foi de 9,5% também com maior recuo no segmento industrial (30,1%) (Tabela 25).
6 O Bolsa Família, criado em 2003, é um programa social que visa atenuar os efeitos da pobreza e da desigualdade social no Brasil. Segundo o Ministério da Cidadania (https://www.gov.br/cidadania/pt-br/acoes-e-programas/bolsa-familia), caracteriza em situação de extrema pobreza a pessoa que tem renda mensal até R$ 89,00 e em situação de pobreza, a pessoa com renda entre R$ 89,01 e R$ 178,00, “desde que tenham crianças ou adolescentes de 0 a 17 anos.” (idem).
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Tabela 24 – Evolução do Consumo de Energia em KWh, nas Regiões Imediatas da Região Intermediária Ilhéus-Itabuna, no 3º trimestre de 2021.
2020 2021 Variação 3º Trim. 2020/ 3º Trim. 2021 % 3º Trim. 3º Trim. Kwh % Kwh %
R. Imediata Camacan
R. Imediata Eunápolis Porto Seguro
Região Imediata Ilhéus Itabuna
Região Imediata Teixeira de Freitas
Região Intermediária Ilhéus-Itabuna
Comércio e Serviços 3,862,107 67.3 5,269,650 59.6 36.4 Industrial 381,677 6.6 382,452 4.3 0.2 Agricultura 2,713,725 47.3 3,193,209 36.1 17.7 Total 5,740,940 8,845,311 54.1
Comércio e Serviços 21,013,240 60.9 30,183,978 62.3 43.6 Industrial 5,045,408 14.6 5,244,488 10.8 3.9 Agricultura 8,459,858 24.5 13,013,164 26.9 53.8 Total 34,518,505 48,441,630 40.3
Comércio e Serviços 38,499,715 55.7 38,627,523 46.6 0.3 Industrial 30,031,522 43.4 38,180,368 46.0 27.1 Agricultura 6,150,626 8.9 6,171,964 7.4 0.3 Total 69,174,033 82,979,855 20.0
Comércio e Serviços 16,654,189 30.5 18,156,261 29.2 9.0 Industrial 8,951,735 16.4 8,807,460 14.2 -1.6 Agricultura 24,366,721 44.6 35,180,686 56.6 44.4 Total 54,611,195 62,144,407 13.8
Comércio e Serviços 80,029,251 48.8 92,237,411 45.6 15.3 Industrial 44,410,342 27.1 52,614,767 26.0 18.5 Agricultura 41,690,930 25.4 57,559,023 28.4 38.1 Total 164,044,674 202,411,201 23.4
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da COELBA, outubro de 2021. Nota: Dados do mercado cativo e do mercado livre
Tabela 25 – Evolução do Consumo de Energia, KWh, nos municípios de Ilhéus e Itabuna, no 3º trimestre – 2020 e 2021. 2020 2021 Variação 3º Trim. 2021/ 3º Trim.2020 % 3º Trim. 2º Trim. 3º Trim. Kwh Kwh %
Ilhéus
Itabuna
Comércio e Serviços 12.313.914 15.490.450 14.443.912 40.40 17.3 Industrial 23.825.015 20.324.978 19.937.367 55.77 -16.3 Agricultura 1.371.797 1.433.582 1.367.536 3.83 -0.3 Total 38.708.608 37.249.010 35.748.815 -7.6
Comércio e Serviços 13.354.450 18.772.068 16.449.869 51.06 23.2 Industrial 21.538.046 15.399.494 15.064.656 46.76 -30.1 Agricultura 718.954 812.618 699.302 2.17 -2.7 Total 35.611.450 34.984.181 32.213.827 -9.5
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da COELBA, outubro de 2021. Nota: Dados do mercado cativo e do mercado livre
A retração do consumo de eletricidade, apresentada pela indústria de Ilhéus (-16,3%), foi motivada pela redução da demanda dos segmentos da indústria de equipamento de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-5,9%), a de fabricação de produtos de mineração não metálicos (-25,4%), produção de borracha e
material plástico (-6.6%) e a alimentícia (-17,9%). A retração da indústria de produtos alimentícios, setor com maior redução absoluta, representou uma diminuição da demanda de energia de mais de 3,8788 milhões KWh. As demais atividades registraram aumento da demanda de apenas de 126 mil de KWh). (Tabela 26)
Tabela 26 – Participação e variação percentual do consumo de energia de cada atividade industrial, na demanda de energia elétrica, em Ilhéus no 30 trimestre 2020 e 2021.
3º Trim. 2020
3º Trim. 2021
Variação KWh % KWh % 2021/2020
Equip. Informática, Prod. Eletrônicos e Ópticos 516.690 2.2 486.417 2.4 -5.9
Fab. Prod. de Mineração Não-Metálicos 198.612 0.8 148.256 0.7 -25.4
Máq. Aparelhos e Materiais Elétricos 126.022 0.5 156.829 0.8 24.4
Prod. de Borracha e de Material Plástico 1.377.144 5.8 1.286.409 6.5 -6.6
Produtos Alimentícios 21.408.221 89.9 17.565.846 88.4 -17.9 Outros 198.326 0.8 293.609 1.5 48,0
TOTAL 23.825.015 100.0 19.862.052 100.0 -16.3
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da COELBA, outubro de 2021.
Nota: Dados do mercado cativo e do mercado livre
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Em Itabuna os segmentos industriais que mais demandaram energia elétrica, no terceiro trimestre de 2021, foram os de artigos do vestuário e de acessórios (52,4%) e o de produtos alimentícios (36,2%). Esses segmentos quando comparados com igual período do ano anterior revelam resultados distintos, um aumento
de 6,6% para as indústrias de confecção de artigos do vestuário e de acessórios e retração de 57,8% para o segmento de produtos alimentícios. As indústrias de produtos derivados do petróleo e biomassas também apresentaram retração. Os demais segmentos acumulam acumularam ampliação de demanda. (Tabela 27).
Tabela 27 – Participação e variação percentual do consumo de energia de cada atividade industrial na demanda de energia elétrica, em Itabuna, no 3o trimestre 2020 e 3o trimestre 2021.
3º Trim. 2020
3º Trim. 2021 Variação KWh % KWh % 2021/2020
Artefato de Couro, Artigos de Viagem e Calçados 576.531 2.7 993.350 6.6 6.6
Confecção de Artigos do Vestuário e Acessórios 7.355.577 34.2 7.894.143 52.4 7.3 Extração de Minerais Não-Metálicos 230.486 1.1 269731 1.8 17.0
Produtos Alimentícios 12.939.720 60.1 5.457.908 36.2 -57.8
Produtos derivados do Petróleo e Biomassas 194.724 0.9 186.680 1.2 -4.1
Outros 241.008 1.1 262.844 1.7 9.1
Total 21.538.046 100.0 15.064.656 100.0 -30.1
Fonte: Elaboração própria, a partir de dados da COELBA, outubro de 2021.
Nota: Dados do mercado cativo e do mercado livre
De forma geral, a análise do consumo de energia na Região Intermediária Ilhéus-Itabuna no terceiro trimestre de 2021, revela sinais de recuperação com dois trimestres consecutivos com saldo positivo após quatro trimestres de retração. Contudo, os resultados ainda são bem inferiores ao observado no período anterior a pandemia, indicando que as atividades econômicas demandantes de energia elétricas ainda não retomaram suas atividades na plenitude.
CONSUMO DE ÁGUA
Os 46 municípios que integram a Região Intermediária Ilhéus-Itabuna atendidos pela Empresa Baiana de Água e Saneamento (Embasa7) tem seu consumo estratificado e agregado de água apresentado na Tabela 28. Na mesma tabela são apresentadas as informações pertinentes a Região Imediata
Ilhéus-Itabuna e para o município Ilhéus tendo como base, o terceiro trimestre de 2021.
Os dados da Região Intermediária apontam que o consumo doméstico de água teve uma queda de 0,13% no terceiro trimestre de 2021 quando comparado ao trimestre anterior. Contudo, essa queda não permite afirmar que houve mudança relevante no comportamento das famílias nos últimos três meses.
O consumo do estrato industrial no terceiro trimestre foi de 0,32% do total da Região Intermediária. Este valor encontra-se 41,21% acima do observado no trimestre anterior (0,23%). Isso sugere uma retomada gradual da atividade industrial na região. Já o estrato comercial percebeu-se um incremento de 0,56% entre os dois trimestres. Ao observar os dados mensais percebe-se que o consumo comercial apresenta uma trajetória de crescimento desde abril de 2021 demonstrando uma gradativa recuperação do setor nos últimos seis meses. Deve-se lembrar que estes valores mesmo demonstrando uma trajetória de crescimento ainda não atingiram os percentuais vistos nos três primeiros meses de 2021.
Região Intermediária
Doméstico 10.004.652 94,49% 9.544.350 94,37% -0,13% Industrial 24.344 0,23% 32.837 0,32% 41,21% Comercial 558.523 5,28% 536.535 5,31% 0,56% Total 10.587.519 100% 10.113.722 100%
Região Imediata
Ilhéus
Doméstico 3.137.311 93,39% 3.073.942 93,44% 0,06% Industrial 21.610 0,64% 30.437 0,93% 43,84% Comercial 200.498 5,97% 185.226 5,63% -5,66% Total 3.359.419 100% 3.289.605 100%
Doméstico 1.569.375 92,32% 1.497.545 91,33% -1,08% Industrial 21.029 1,24% 29.803 1,82% 46,92% Comercial 109.513 6,44% 112.448 6,86% 6,44% Total 1.699.917 100% 1.639.796 100%
Fonte: Elaboração do autor a partir dos dados da Embasa, 2021.
7 OBS.: As análises apresentadas referem-se apenas aos municípios abastecidos pela Empresa Baiana de Água e Saneamento (Embasa). Assim, a demanda dos municípios Barro Preto, Ibicaraí, Itajuípe, Itabuna, e Jussari não foram inseridas nestas análises por serem atendidas pela Empresa Municipal de Águas e Saneamento (Emasa).
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Adriano Alves de Rezende
– Comparativo
2021 Demandantes
Tabela 28
do consumo de água em m³ na Região Intermediária Ilhéus-Itabuna, Região Imediata Ilhéus-Itabuna e em Ilhéus-BA, entre o segundo e terceiro trimestre de
Estratos 2º Trimestre 2021 3º Trimestre 2021 Variação % m³ % m³ %
Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br)
Na Região Imediata Ilhéus-Itabuna observou-se que o consumo de água, em valores absolutos (litros), no estrato doméstico em relação ao total consumido pela região teve pouca alteração o que representou 0,06% de incremento entre períodos. Já o consumo por parte do estrato industrial teve um crescimento de 43,84% no mesmo período. Os valores consumidos pelo estrato comercial em relação ao total da região imediata apresentam uma redução de 5,66%. O consumo comercial na região imediata demonstra o mesmo inverso ao visto para a região intermediária.
O município de Ilhéus, tal como observados nas Regiões Intermediária também apresentou queda no consumo doméstico. Mas, em Ilhéus a redução no consumo foi maior, 1,08% entre os dois trimestres de 2021. Por outro lado, o estrato industrial
teve um incremento 46,92% indicando uma leve tendência de crescimento do setor industrial entre os períodos. Quando os valores mensais são analisados, mesmo que no trimestre a média seja superior a observada no trimestre anterior percebe-se que eles apresentam grandes variações e que o mês de setembro voltou a ter uma queda na participação do consumo de água municipal. Destaca-se a redução média de 3,4% no consumo total de água entre os três recortes geográficos.
Quando se compara o consumo de água entre os terceiros trimestres dos anos de 2020 e 2021 (Tabela 29) deve-se considerar possíveis efeitos decorrentes de sazonalidade, mesmo dentro deste período de restrições a circulação e agravamento da crise econômica enfrentada em todo o país, os quais devem ser ponderados dentro da análise.
Tabela 29 – Comparativo do consumo de água em m³ na Região Intermediária Ilhéus-Itabuna, Região Imediata Ilhéus-Itabuna e em Ilhéus-BA, entre os terceiros trimestres de 2020 e 2021
Demandantes Estratos
Região Intermediária
Região Imediata
Ilhéus
3º Trimestre 2020
3º Trimestre 2021
Variação % m³ % m³ %
Doméstico 9.239.120 94,66% 9.544.350 94,37% -0,30%
Industrial 31.786 0,33% 32.837 0,32% -0,30% Comercial 489.731 5,02% 536.535 5,31% 5,73%
Total 9.760.637 100,00% 10.113.722 100,00%
Doméstico 2.954.888 93,74% 3.073.942 93,44% -0,31%
Industrial 29.569 0,94% 30.437 0,93% -1,36% Comercial 167.828 5,32% 185.226 5,63% 5,76%
Total 3.152.285 100,00% 3.289.605 100,00%
Doméstico 1.479.129 92,38% 1.497.545 91,33% -1,14% Industrial 29.569 1,85% 29.803 1,82% -1,58% Comercial 92.515 5,78% 112.448 6,86% 18,69% Total 1.601.213 100,00% 1.639.796 100,00%
Fonte: Elaboração do autor a partir dos dados da Embasa, 2021.
Diante desse contexto, o comportamento dos estratos doméstico e industrial apresentam queda em todos os recortes geográficos no comparativo entre os mesmos trimestres de 2020 e 2021. Isso se deve, em grande parte, a forte restrição imposta pela pandemia no final de 2020.
Contudo, ao olhar com mais atenção as variações apresentadas pelo município de Ilhéus, observa-se que estes efeitos ocorreram da mesma maneira, mas em magnitude superior (Tabela 29). Isso reforça a representatividade de Ilhéus no contexto regional pois, dada sua estrutura econômica produtiva tende a potencializar todos os efeitos observados também vistos nas Regiões Intermediária e Imediata, sejam eles bons ou não ao contexto socioeconômico. Reforça também a força do comércio no município que, através do consumo de água, indica uma forte retomada das atividades do comércio local.
Percebe-se que com o avanço da vacinação nos municípios e a flexibilização das restrições, as atividades econômicas têm sido retomadas. Isso se reflete através redução do consumo de água doméstico e do aumento do consumo no estrato comercial que representa em uma significativa parcela da atividade econômica não apenas local, mas nacional.
Tal como mencionado no relatório anterior, as medidas utilizadas para mitigar a contaminação pela Covid-19 associada a elevação da cobertura vacinal tendem a proporcionar o regresso a uma situação próxima a vista antes da pandemia.
MOVIMENTAÇÃO DE PASSAGEIROS E CARGAS
Sérgio Ricardo Ribeiro Lima
MOVIMENTAÇÃO DE PASSAGEIROS
A movimentação de passageiros no aeroporto de Ilhéus é um importante indicador para o setor turístico local e do entorno do município, seja embarques para negócios ou passeios, assim como os números de desembarques que implicam na movimentação de pessoas no município, no seu entorno e que se deslocam para outros municípios com forte presença turística.
Neste trimestre estaremos a confrontar dois períodos bem diferentes: o 3º trimestre de 2020, quando houve relaxamento das iniciativas de controle da pandemia (fechamento de atividades comerciais e turísticas e flexibilidade do isolamento social) e o 3º trimestre de 2021, momento atual no qual houve avanço significativo na vacinação e arrefecimento dos casos confirmados e óbitos em todo território nacional e, em particular, nos municípios de Ilhéus e Itabuna.
Iniciando a análise dos dados com a comparação entre o 2º e o 3º trimestre de 2021, o total de movimentações (embarques + desembarques) neste 3º trimestre de 2021 foi um pouco acima do dobro das movimentações no 2º trimestre (última linha da Tabela 30). Neste trimestre, os embarques superaram os desembarques (mais pessoas saíram
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Boletim de Conjuntura Econômica e Social – CACES (caces.uesc.br)
que entraram) em 210; já no 2º trimestre, os desembarques foram maiores em 1.480. Dois aspectwos explicam tal comportamento. O 2º trimestre (abril-maio-junho) é a estação de inverno e período de aulas, enquanto o 3º trimestre (julho-agosto-setembro) é a estação de outono, portanto,
no Nordeste, com clima mais quente, e período de recesso escolar. Em adendo, ainda no 3º trimestre tivemos avanço no processo de vacinação. Enfim, em relação aos outros trimestres de anos anteriores, esse comportamento tem se mantido, com exceção de 2020, auge da pandemia.
Tabela 30 – Movimentação de passageiros no Aeroporto Jorge Amado, 2º trimestre e 3º trimestre de 2021/2021 2º trimestre 2021 3º trimestre 2021
Abr Mai Jun Total Jul Ago Set Total
Embarque 10.445 12.548 16.492 39.485 31.770 24.540 25.305 81.615 Desembarque 9.932 12.903 18.130 40.965 32.448 23.319 25.638 81.405
Total 20.377 25.451 34.622 80.450 64.218 47.859 50.943 163.020
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da SOCICAM, novembro de 2021
Na comparação do 3º trimestre de 2021 com o mesmo trimestre de 2020, observa-se na Tabela 31 uma movimentação 4 vezes maior em 2021 (163.020 movimentações entre embarques e desembarques frente a 39.505 movimentações no 3º trimestre de 2020). Apesar do relaxamento de algumas restrições ainda no 3º trimestre de 2020, a ansiedade e o temor frente ao vírus deixaram as pessoas muito cautelosas,
assim como os vôos neste período teve apenas uma abertura em âmbito nacional, mas com as restrições mantidas a nível internacional. Isso repercutiu negativamente na forte queda do saldo de movimentações no período, quando comparado ao 3º trimestre deste ano. O maior destaque mensal de movimentações no 3º trimestre foi o mês de julho (como é esperado), período do recesso escolar.
Tabela 31 – Movimentação de passageiros no Aeroporto Jorge Amado, em Ilhéus, 3º trimestre de 2021/2020
3º trimestre 2021 3º trimestre 2020 Jul Ago Set Total Jul Ago Set Total Var. 2020/2021
Embarque 31.770 24.540 25.305 81.615 3.476 7.470 9.899 20.845 292% Desembarque 32.448 23.319 25.638 81.405 2.909 5.841 9.910 18.660 336%
Total 64.218 47.859 50.943 163.020 6.385 13.311 19.809 39.505 313%
Fonte: Elaboração própria a partir dos dados da SOCICAM, novembro de 2021
MOVIMENTAÇÃO DE CARGAS
Em relação à movimentação de cargas no Porto de Ilhéus, o 2º trimestre de 2021 apresentou uma maior movimentação em relação ao 3º trimestre de 2021 (13.849 toneladas). Em relação ao 3º trimestre de 2020, houve também uma queda no saldo
das exportações neste ano no montante de 20.452 toneladas. Os dados para os três períodos foram mais favoráveis ao ano de 2020, apesar da pandemia. Esse saldo favorável deveu-se fato de não ter havido importações no 3º trimestre de 2020. Em suma, os três períodos apresentaram saldo positivo na balança.
Tabela 32 – Movimentação de cargas no Porto de Ilhéus, 3º trimestre de 2021/2020 (em toneladas)
partir
da
agosto de
Equipe de trabalho
Dr. Sérgio Ricardo Ribeiro Lima (Coordenador) - DCEC
Msc. Adriano Alves de Rezende – DCHEL/UESB
Dr. Marcelo Inácio Ferreira Ferraz – DCET
Msc. Marcelo dos Santos Silva – DCEC
Dr. Sócrates Jacobo Moquete Guzmán – DCEC
Discentes Voluntários e Bolsistas
André Miranda Silva - Economia
Bruna Yasminie Gomes de Souza - Economia
Igor Leonardo Teixeira dos Santos Júnior - Economia
José Vítor Coelho de Jesus - Economia
Wellington Carvalho dos Santos - Economia
Entidades Apoiadoras
COELBA (Companhia de Eletricidade da Bahia)
JUCEB (Junta Comercial do Estado da Bahia)
SOCICAM Aeroportos (Ilhéus)
PROEX (Pró-Reitoria de Extensão)
EMBASA (Empresa Baiana de Águas e Saneamento S/A)
20
export. import. Total
Total
Períodos 2º trimestre 2021 3º trimestre 2021 3º trimestre 2020 Produtos
Export. Import.
Export. Import. Total Carga Geral 0 26.260 -26.260 0 6.858 -6.858 26.731 0 26.731 Granel Sólido 155.517 0 155.517 122.266 0 122.266 109.129 0 109.129 Total 155.517 26.260 129.257 122.266 6.858 115.408 135.860 0 135.860 Fonte: Elaboração própria a
dos dados
CODEBA-BA,
2021 Centro de Análise de Conjuntura Econômica e Social (CACES) Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) Departamento de Economia (DCEC) Rodovia Jorge Amado, km 16 – Salobrinho - Ilhéus/BA caces.uesc.br (73) 3680-5215
Diagramação Gustavo Nunes | Tikinet