Boletim salesiano 70

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MOร AMBIQUE - Ano XVIII - Nยบ 70 - Jan/Fev/Mar/2018

Olhar e enxergar a integralidade da vida dos jovens! 1


Expediente Boletim Salesiano Moçambique Propriedade da Visitadoria Maria Auxiliadora Depósito legal: 01530/INLD/98 ANO XVIII, nº 70 Directora Elvira Freitas – MTb 2939 csvisitadoriamoz@gmail.com Equipa de Redação Elvira Freitas Jaqueline O. Calderón Langa Pe. Narciso Ferreira, SDB Pe. Rogélio Arenal, SDB Pe. Benedito João Simone, SDB Revisão Pe. Francisco Gonçalves Lourenço, SDB Agências de notícias InfoANS Rádio Vaticano Ecclesia Projecto gráfico e maquetação Begildo José Redação Rua 5.011, nº 189 – Bairro Luís Cabral Maputo - Moçambique +258-21404074 +258-821716573 +258-849283597 www.boletimsalesiano.org.mz

SUMÁRIO

Editorial Cultivar o BS como a ‘arte das boas notícias!’....

O Sucessor de Dom Bosco O milagre continua!.................

Aqui nasceu o carisma A história salesiana revelada pelos ...............................................................................................

Estreia do Reitor-mor Cultivemos a arte de Escutar e Aco

FMA Salesianas acolhem votos religiosos de Atália Singo

Visita Extraordinária Pe. Filiberto González faz balanço bique .....................................................................................

Visita Extraordinária ‘É importante viver uma comunica nidade, diz Pe. Filiberto González .....................................

Mapa Vocacional Com a eucaristia, Noviciado da Namaac ...............................................................................................

Formação A Escuta e o Acolhimento ...................................

Vocações/Notícias Catorze jovens professam primeiros v ...............................................................................................

Família que Educa Escola e família em Moçambique, u ...............................................................................................

ISDB A arte de acompanhar o aluno..................................

O Boletim Salesiano reserva-se o direito de condensar/editar as matérias enviadas como colaboração. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de total responsabilidade de seus autores.

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Ação Missionária Missionários brasileiros redescobrem bique.....................................................................................


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......................................................4/5

s ‘Caminhos de Dom Bosco’............ ......................................................6/7

ompanhar! ...................................8/9

o.................................................10/11

o positivo de encontros em Moçam..................................................12/13

ação de qualidade dentro da comu..................................................14/15

cha inicia actividades de 2018.......... ..................................................16/17

..................................................18/19

votos religiosos em Moçambique ..... ..................................................20/21

unidas em prol dos jovens ............... ..................................................22/23

..................................................24/25

valores de Dom Bosco em Moçam.................................................26/27

Editorial

Cultivar o BS como a ‘arte das boas notícias!’

A

o fim, chegamos a edição número 70 do Boletim Salesiano. Um número emblemático (lembram o 70 vezes sete?). Por vários motivos, é também uma edição emblemática. Podemos citar como destaque: é a primeira edição do ano, quando compartilhamos a Estreia (ou presente) do Reitor-mor para a Família Salesiana. Recebemos a Visita Extraordinária do Conselheiro Geral para a Comunicação Social, Pe. Filiberto González. Ele chegou a Moçambique no final de Janeiro e percorreu todas as presenças salesianas no país. Isso bastaria para fazer desta uma edição especial, mas tem mais: em suas páginas estão registadas as acções do grupo missionário brasileiro – nove pessoas, sendo sete leigos e dois padres – que esteve em Moçambique, entre os dias 18 de Dezembro e 14 de Janeiro, para formar a AMA – Acção Missionária Apostólica – movimento de jovens que compõem o MJS e já se espalha pela província de Maputo, atingindo até outras igrejas não católicas. E como todo ano começa com festa, com bons propósitos e metas a serem seguidas, vamos também receber com festa a nossa revista moçambicana, que em Agosto completa 20 anos; vamos ler e acompanhar atentamente cada artigo, cada notícia. Esta 70ª edição está rica em conteúdo e em arte. Em sua Estreia, o Reitor-mor, Pe. Ángel Fernández Artime, nos pede: “Cultivemos a arte de Escutar e de Acompanhar. Por que não cultivarmos também a arte de ler e partilhar o nosso Boletim Salesiano Moçambique? O Reitor-mor também diz em seu artigo (páginas 4 e 5): “É insuportável ver com que indiferença escutamos cifras aterradoras que nos falam da morte de milhões de famintos no mundo, e com que passividade contemplamos a violência silenciosa, mas eficaz e constante, de estruturas injustas que fazem os mais fracos afundarem na marginalização”. E prossegue: “E eu pensava: por que um gesto tão profundamente humano e repleto de sentimentos verdadeiros a favor dos outros como o daquela viúva não pode ser uma notícia? A sua mensagem silenciosa e discreta é uma verdadeira e grande ‘boa notícia’. Pois, cultivemos o Boletim Salesiano Moçambique como uma fonte de formação para nossos grupos; uma fonte de boas notícias para nossos leitores. Sempre com a inspiração de Dom Bosco e o olhar terno de Maria Elvira Freitas Editora do BS Moçambique

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O Sucessor de Dom Bosco

O milagre continua!

Por Pe. Ángel Fernández Artime

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ma carta na minha mesa de trabalho, uma intensas e belíssimas Jornadas de Espiritualidade caligrafia grande e clara e uma oferta que da Família Salesiana em Valdocco (Turim) em que participaram 367 pessoas pertencentes a 22 dos 31 era uma magnífica e tocante surpresa. grupos oficiais, como ramos, desta grande árvore O Evangelho está vivo. Sempre. Assim pode que é a Família Salesiana de Dom Bosco. acontecer-nos viver no nosso quotidiano uma Na minha mesa de trabalho, encontrei um página evangélica. Pessoalmente muitas vezes vivi uma das páginas mais encantadoras do sobrescrito com uma carta. Vinha de uma pequena Evangelho, aquela em que Jesus elogia a mísera cidade francesa. Espero que, respeitando o devido oferta (insignificante aos olhos humanos) da anonimato, a remetente da carta goste que eu fale pobre viúva que lança no tesouro do Templo dela, porque tudo aquilo que é belo e bom deve ser conhecido. tudo aquilo que tinha para viver. Quem me escrevia era uma senhora com muita Aos olhos de Deus era uma oferta total. A última vez, aconteceu-me no regresso das idade, 92 anos, emigrante italiana, esposa e mãe de

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morte de milhões de famintos no mundo, e com que passividade contemplamos a violência O que distinguia esta carta das centenas de outras silenciosa, mas eficaz e constante, de estruturas semelhantes que chegam diariamente? Tinha-a injustas que fazem afundar os débeis na tornado especial a remetente com a sua caligrafia marginalização. grande e clara, “toda do seu punho”. A carta era E pensava: por que é que um gesto tão profundaacompanhada de uma oferta para os mais pobres em qualquer lugar das Missões Salesianas no mundo. mente humano e repleto de sentimentos verdadeiros a favor dos outros como o daquela viúva não pode Nada de excecional também nisto, dado que há ser uma notícia? A sua mensagem silenciosa e discreta muitas pessoas que enviam os seus humildes é uma verdadeira e grande “boa notícia”. donativos para os mais pobres e, com isto, se O escritor Alessandro d’Avenia narra a história consegue fazer muito bem. de um menino que, na escola, tinha desenhado um Aquilo que tornava especial o gesto da senhora céu estrelado. Indicando o desenho, a professora era o que oferecia. Tratava-se de algo verdadeiramente perguntou-lhe, com um grande sorriso: «De que seu e de fortíssimo valor sentimental. Oferecia as são feitas as estrtelas?». alianças de casamento, a sua e a do seu falecido «De luz», respondeu o menino seguro, sem marido, juntante com a caixa de prata que tinha servido para lhe levar a Santíssima Eucaristia a compreender o que estava a dizer. «E por que?», perguntou a professora, levada pelo casa durante a doença. entusiasmo. Confesso que fiquei muito comovido. Reli a A mãe fixava o filho, que olhava para ela em carta várias vezes e contemplei as duas alianças, humilde e precioso sinal do amor de duas pessoas. busca de uma resposta a uma coisa que ninguém sabe. «Por que, André?», perguntou a mãe com doçura. Prometi que seria eu mesmo a levar pessoalmente «Porque a Terra está cheia de escuridão». aquela oferta, transformada em dinheiro, a uma das Se este mundo está cheio de gente que “vive na nossas missões mais pobres. Servirá para as ajudas escuridão”, a viúva francesa acendeu uma luz. E mais básicas às famílias mais pobres e para a educação estou certo que também vós, como eu, vos sentis de uma menina a fim de lhe dar um futuro mais felizes com isso. digno e feliz. Creio que, como mulher, a senhora ficaria feliz por saber que os símbolos do seu amor Um augúrio de Timor Leste se transformaram na possibilidade de um futuro Estou a escrever de Timor Leste, no meio de mais sereno para uma menina necessitada. pessoas muito simples, que vivem de modo Estou convencido que também a alimentação modesto, mas são amáveis e generosas, dotadas de que for adquirida com este donativo terá um valor uma grande fé, embora provadas pelo sofrimento e muito especial. pelo sacrifício. família, que recentemente enviuvou.

Finalmente uma “boa notícia”

Celebramos há pouco a Festa de Dom Bosco. Daqui a pouco, em Fatumaca, celebrarei com Estamos todos desconcertados com a crónica milhares de pessoas um encontro e uma Eucaristia diária desta nossa sociedade global. É inquiecom os membros da Associação Devotos de Maria tante ver com que facilidade nos habituamos Auxiliadora. à morte. A morte da natureza, destruída pela E vejo como o carisma salesiano continua a lançar poluição industrial; a morte nas estradas; a morte pela violência; a morte daqueles que raízes nesta nação boa, religiosa e acolhedora. Também este é o nosso mundo. Também estas são não chegam a nascer; a morte das almas. notícias. É insuportável ver com que indiferença A todos vós, o meu augúrio de toda a graça e bênção. escutamos cifras aterradoras que nos falam da

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Aqui nasceu o carisma

A história salesiana revelada pe

A jornada pelos ‘Caminhos de Dom Bosco’ começa a partir da Basílica de Auxiliadora, em Turim, e retorna ao mesmo local, num percurso de anel

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Da redacção

ocê já ouviu falar no Caminho de Santiago de Compostela, ou seja a peregrinação de fiéis e turistas ao Santuário de Santiago, na Espanha, com saídas a partir da França, de Portugal ou da própria Espanha? De certeza, já. E nos Caminhos de Dom Bosco? Os caminhos que levam ao Colle Don Bosco, onde tudo começou? Não? Que tal, então, empreender nesta edição do Boletim Salesiano uma das aventuras mais emocionantes para qualquer membro da Família Salesiana? A proposta não é recente. A experiência já foi publicada em outros BS mundo afora. Porém, nunca é demais conhecer o berço da salesianidade. Vamos lá!

começou, o Colle Don Bosco, e o berço do carisma salesiano, Valdocco e a sua Basílica de Maria Auxiliadora – esta a possibilidade oferecida pelo ‘Cammino di Don Bosco’ (Caminho de Dom Bosco) a todos os peregrinos e visitantes. Para favorecer sua descoberta e uso, foi apresentado, nos dias passados, em Turim [mais precisamente em Março de 2017], o novo “Guia aos Caminhos de Dom Bosco, para excursionistas”, editado por ‘Blu Edizioni’, aos cuidados de Claudio Baldi e Ute Ludwig.

Todos sabem que Dom Bosco gostava de caminhar e organizar excursões e passeios com seus meninos e rapazes: caminhadas que tinham valor Entrar em contato com o espírito dos Lugares pedagógico e criavam comunidade. Ele mesmo, Salesianos, unindo num só percurso de grande fas- quer por necessidade, quer por paixão, percorrera, cínio naturalístico e cultural, o lugar em que tudo desde pequeno, as várias estradas que interligavam

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elos ‘Caminhos de Dom Bosco’ os lugares da sua formação: Castelnuovo, Moncucco, Junto com o Guia do Caminho de Dom Bosco, o Centro de Produção Multimídia, da Cidade MetroChieri, Turim… politana de Turim, produziu 40 videoguias sobre Hoje essa importante herança cultural e histórica Caminhos de Tintas e Sabores, da região de Chieri é cuidada e valorizada através do Projeto “Camie da Colina Turinense, já publicadas em YouTube. nhos de tintas e sabores”, nascido em 2006, por iniO Caminho de Dom Bosco, a partir do Santuário ciativa da Província de Turim e de outras realidade de Maria Auxiliadora (Casa Mãe de Turim Valdocco, administrativas locais, visando promover o territósímbolo dos Salesianos onde está sepultado São rio colinoso da zona sul de Turim e arredores. João Bosco) leva ao Colle Dom Bosco (CastelnuoNessa ótica foi desenvolvido também o Guia aos vo Dom Bosco, AT). A rota atravessa o centro hisCaminhos de Dom Bosco: com um pequeno mapa tórico da cidade (Rondò della forca, Piazza della (escala 1:25.000), descreve três percursos – alto, Repubblica, Catedral de San Giovanni, Piazza médio, baixo – num total de 165 km de estrada, Castello, Piazza Vittorio Veneto) até o Gran Madre que se prestam a uma grande variedade de usos, di Dio, ao longo do rio Po nas encostas das colinas desde o passeio de um dia aos trekkings de mais de Turim. dias, com pernoite em ambientes locais (e que A rota presta-se a uma grande variedade de usos: podem prever a volta a Turim com um percurso de uma caminhada de um dia a trekking por vários de... anel). dias que podem providenciar o retorno a Turim Para cada tipo de percurso, descrevem-se os iticom uma rota de anel. Não apresenta dificuldades nerários e possui uma ficha técnica – com informaparticulares: é indicado com sinais verde-branco ções sobre o lugar de partida e chegada, distância, no sentido horário de Turim, é particularmente desnível, dificuldades, disponibilidade de água no adequado para excursões e caminhadas em contato percurso, pontos de restauração, locais de pernoite com a natureza. – e fichas sobre peculiaridades: ambientais, históMais informações: www.camminodonbosco.it ricas, artísticas, arquitetônicas, dos lugares tocados Com pesquisa no InfoANS pelo caminhante.

Mapa indicativo dos 165 km de percurso compreendido nos ‘Caminhos de Dom Bosco’, a partir do início, em Turim

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Estreia do Reitor-mor

Cultivemos a arte de Escutar

Pe. José Ángel Rajoy

É

este o lema que o sucessor de Dom Bosco nos dá como presente para este ano 2018, segundo as próprias palavras do Reitor-mor: “a finalidade da Estreia é ajudar para ter o mesmo coração e o mesmo olhar sobre as multíplices iniciativas em todas as nossas obras e a missão que cada um é chamado a realizar segundo a vocação carismática especifica dos grupos da Família Salesiana”. Não quer ser um documento a mais, é um estímulo para viver com maior convicção, alegria e intensidade a nossa missão salesiana de ser educadores-evange-

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lizadores dos jovens mais pobres e necessitados. O Sínodo dos Bispos, convocado pelo Papa Francisco para o mês de Outubro deste ano, com o tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional” é o acontecimento eclesial que motiva o tema desta Estreia. A Estreia nos situa no caminhar da Igreja. Este sínodo, particularmente, nos desafia, provoca, entusiasma porque no coração dele estão os nossos principais e queridos destinatários: os jovens. Como disse o Pe. Ángel Artime: “A estreia que lhes apresento neste ano é proposta como ajuda


e Acompanhar! para podermos chegar como Família Salesiana, em todas as nossas presenças no mundo, ao objectivo declarado pelo Documento preparatório do Sínodo.”

não só com o ouvido, mas também com o coração, pois estamos frente a uma pessoa que precisa, num primeiro momento, de ser compreendida.

Isto exige tempo, disponibilidade, capacidade de eliminar pré-conceitos, misericórdia. Tudo isto, como disse o Reitor-mor, porque existem muitos “….jovens bons, abertos à vida, desejosos A estreia anima-nos a pôr em de formar-se, de aprender, jovens em busca.” Uma prática três comportamentos que preciosa oportunidade para nós, Família Salesiana por sua vez são atitudes, formas de em Moçambique, de relembrar a valiosa prática ser e estar, modos de encarar dia a dia. da assistência salesiana, tão típica do nosso Sistema Preventivo. Estar presente no meio deles para Cultivar (a arte…) é o primeiro poder escutá-los e dessa maneira contribuir para o pedido do sucessor de Dom Bosco, seu crescimento. Um encontro que nasce da nossa que, lembrando o trabalho árduo da vocação salesiana e que se traduz em bondade, “machambeira” ou “machambeiro” para simpatia, disponibilidade para a escuta atenta. tornar fértil a terra, evoca figurativamente o empenho de aperfeiçoar, desenvolver, Acompanhar é o resultado natural de quem, dedicar-se, interessar-se. Um convite que depois de ter ouvido, não deseja que a pessoa sempre deve estar presente nas nossas vidas fique sozinha no seu caminhar da vida. O encontro de educadores dos jovens, mas que, neste ano, transforma-se em acompanhamento, “em diálogo se torna empenho particular. permanente entre companheiros para acolher a vida e acompanhando a vida”. Neste acompanhar Cultivar, requer alguns conhecimentos, mas estamos conscientes de que somos mediadores do sobretudo requer muitas atitudes, de maneira Autor da Vida. Um acompanhar que, como nos particular o sacrifício do trabalho árduo e diário, ensina Dom Bosco, olha para a integralidade da a dedicação, a paciência na espera oportuna do vida do jovem e que encontra nos grupos (no tempo para semear e recolher, a consciência associativismo) uma modalidade muito própria das adversidades que nem sempre dependem do dentro da nossa espiritualidade salesiana. próprio cultivador. Uma chamada de atenção a estar sempre atentos, melhorar, isto é, a uma Gostaria de terminar convidando a todos a ler formação permanente na procura de ser fiéis à pessoalmente e/ou em grupo o comentário que missão confiada. o próprio Reitor-mor faz desta Estreia. A sua leitura nos anime a “convencermo-nos que, Escutar, o segundo verbo utilizado na Estreia, mais importante do que aquilo que fazeexige fazer-se presente na vida da outra pessoa, ser mos é o que somos e quem somos; mais próximo, estar atento, não ficar indiferente. “Semimportante do que as coisas e actividades pre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi que oferecemos aos adolescentes e anunciado curso de “escutatória”. Todo o mundo jovens, e às suas famílias, é a nossa quer aprender a falar… Ninguém quer aprender a presença, a nossa escuta e a nossa ouvir” (Rubem Alves: pedagogo, poeta brasileiro). disponibilidade ao diálogo.” Somos convidados a ir contra a corrente. Escutar

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FMA

Salesianas acolhem votos reli

Atália José Singo é a primeira vocação religiosa da Comunidade de Germantine das Salesianas

Por Garcia Joaquim, SDB

“Quem perde a sua vida por mim há-de encontrá-la”

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om este lema, Atália José Singo fez a religiosas de outras congregações. Destacou-se a sua primeira profissão religiosa como família de origem da Ir. Atália, que testemunhou a Filha de Maria Auxiliadora (FMA). A entrega a Deus da sua filha e a sua alegria por tal celebração foi realizada no dia 24 de Janeiro, entrega, de modo especial a mãe, Carlota. na Capela da Comunidade Maria Auxiliadora, em Namaacha, sob a presidência de Pe. Marco Biaggi, Provincial dos Salesianos em Moçambique. Entre as várias pessoas que testemunharam o acto de consagração estavam a Ir. Vilma Talone, Ecónoma Geral das Salesianas e representante da Madre Geral, Ir. Yvonne Reungout, Ir. Zvonka Mikec, Provincial das FMA em Moçambique, Ir. Paula Langa, Mestra de Noviças, várias FMA e

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igiosos de Atália Singo Também neste dia, quatro irmãs renovaram as suas profissões por mais um ano e as irmãs Maria Amélia Guindo e Albertina Chichava celebraram os 25 de vida consagrada. Para as FMA foi um grande dia de festa. Em Angola, também fez a sua primeira profissão a Marcelina Domingos, que fez o seu noviciado juntamente com a neo-professa. “Quem perde a sua vida por mim há-de encontrá-la”. É com este versículo que começo esta mensagem. O escolhi como forma de oferecer a Deus o que tenho de melhor, que é a vida que Ele me deu. É por Ele que deixei tantos sonhos que tinha, muitas oportunidades de formar-me e fazer minha vida como o mundo hoje oferece. Mas deixei-me atrair pelo olhar de Jesus, a sua voz, o seu modo de viver, de alguns discípulos seus, e parti ainda na tenra idade”, iniciou a neo-professa Ir. Atália, sua mensagem de agradecimento, que contemplou ainda a família biológica, as Salesianas, em especial Ir. Paula Langa, sua formadora, e os sacerdotes ali presentes. Ir. Atália José Singo nasceu na Namaacha e é filha da Comunidade Cristo Rei de Germantine (Namaacha), onde foi baptizada. Seu primeiro contato com as FMA foi no Lar Laura Vicuña e depois no Colégio Maria Auxiliadora (ambos na Namaacha), onde ela estudou e começou a sentir o chamamento de Jesus e a atração pelo carisma salesiano.

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Visita Extraordinária

Pe. Filiberto González faz balanço po Da redacção

Nesta casa, que representa o governo dos Salesianos de Dom Bosco em Moçambique, vós fazeis o trabalho mais importante e digno: cuidar das pessoas que aqui vivem, de sua alimentação e limpeza. Por isso, gostaria de vos agradecer por isso”. Foram as palavras que o Pe. Filiberto Ganzález, Conselheiro Geral para a Comunicação Social, dirigiu aos funcionários da Casa Dom Bosco, sede da Visitadoria Maria Auxiliadora, no dia 2 de Fevereiro, quando reuniu-se com eles para uma conversa informal, parte da Visita Extraordinária que fez a Moçambique, de 28 de Janeiro a 13 de Março. A Casa dom Bosco foi uma das nove presenças salesianas que o Conselheiro Geral visitou neste período em que esteve em Moçambique. Em todas elas – desde Tete até Namaacha – Pe, Filiberto levou uma palavra de apoio, de entusiasmo, conversou com todos, ouviu histórias, esteve com os mais velhos, com os jovens, no meio das crianças. Ao fim, ele não deixou ninguém sem sua

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ositivo de encontros em Moçambique presença e sua palavra de estímulo. O Conselheiro Geral reservou ainda um tempo em sua agenda de trabalhos para estar com as Filhas de Maria Auxiliadora – um dos ramos femininos da extensa Família Salesiana –, para visitar o Núncio Apostólico de Moçambique, Dom Edgar Peña Parra, e o Administrador Apostólico de Tete, Pe. Sandro Faedi. “Depois de um mês e meio de Visita Extraordinária ao país, farei um relatório e nele direi que encontrei pessoas boas aqui e que elas estão a fazer um bonito e dedicado trabalho. Porque vejo que todos desempenham seu trabalho com gosto e da melhor forma possível. Isso nos deixa contentes. Nos, SDB, fazemos nosso serviço de evangelização e educação dos jovens, para que eles tenham um futuro melhor socialmente, economicamente e culturalmente. Com o vosso trabalho colaborais também nesse processo”, relatou Pe. Filiberto, ao final do encontro com os funcionários da Casa Dom Bosco.

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Visita Extraordinária

‘É importante viver uma co dentro da comunidade, d Por Elvira Freitas

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Conselheiro Geral para a Comunicação Social, Pe. Filiberto González, esteve em Moçambique durante um mês e meio (chegou em 28-01 e partiu dia 14-03); viu um pouco de tudo, conversou atentamente com as pessoas, observou com muita atenção a vida moçambicana e, ao fim, resumiu um pouco sua experiência na entrevista que deu ao Boletim Salesiano, sobretudo no que tange a comunicação social. Boletim Salesiano: Após um mês e meio em Moçambique e tendo visitado as nove presenças salesianas no país, como o senhor vê a missão, principalmente no que se refere a comunicação social

Um último ponto: ao centro sempre tem que estar Jesus Cristo e seu Evangelho; nós somos trabalhadores sociais, somos homens de Deus que respondem a uma vocação e a uma missão e temos que mostrar Deus a todas as pessoas. BS: A Mensagem do Papa Francisco para o 52º Dia Mundial das Comunicações Sociais tem como foco principal das fake news. Como o senhor avalia essa mensagem?

Pe. Filiberto González: Penso a comunicação salesiana sempre como uma parte da missão, e dentro do contexto de Moçambique, um contexto social e económico pobre, temos que nos dar conta de que a missão salesiana e a comunicação não podem ser iguais às de outros lugares. Porém, é necessário seguir os mesmos critérios da Igreja e da Congregação. Aqui em Moçambique vejo em primeiro lugar os irmãos muito dedicados à missão salesiana. Mas, considero que há pontos na comunicação que necessitam ser reforçados. O primeiro deles é quanto à qualidade com que se comunica com os demais membros da comunidade. Nós comunicamos o que somos, não apenas o que sabemos. Assim era com Jesus Cristo; assim também era com Dom Bosco. Nossa missão é de pessoas em comunidade e em comunhão. Por isso é importante viver uma comunicação de qualidade dentro da comunidade. Uma segunda questão: vejo que Moçambique é uma terra de missão. Mas o Evangelho não entrou em todas as raízes da cultura. Considero também que nossa comunicação nas paróquias, nas escolas e nos centros de trabalho profissional tem que ser sempre mais pastoral, evangélica e educativa. A comunicação não é automática, aprende-se. Então, meu apelo aos meus irmãos salesianos é para que aprendam a se comunicar dentro da comunidade salesiana consagrada, e aprendam a comunicar o Evangelho através das paróquias, nos campos de missão, nas escolas e nos centros de trabalho profissional.

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Noviciado Salesiano na Namaacha, comunidade comunicativa, participativa e ond

FG: O foco da mensagem do Papa não são as notícias falsas, é a verdade, a verdade como centro de uma vida de convivência em paz com nosso mundo. O Papa usa o Evangelho de João: ‘A verdade vos libertará’ e por esse motivo ele disse que as notícias falsas nos fazem mal, não nos fazem livres, nem nos permitem entrar no que ele chama de ‘a cultura do encontro, da convivência pacífica. É claro que ao centro está o convite para sermos homens autênticos e livres, amando, buscando e falando a verdade. A preocupação do Papa é que


omunicação de qualidade diz Pe. Filiberto González muita gente vive de falsidade e ums caracteristica FG: Sim, já reflecti e pensei sobre isso e volto a da falsidade é criar rumor, meias verdades, enga- primeira pergunta. A vida do salesiano não é fazer nar os outros, aparentando que é certo o que se diz. coisas de comunicação, não é aparecer nas redes sociais, não é usar as novas tecnologias. A vida do Há uma grande diferença entre uma certeza e salesiano, como Dom Bosco, como Jesus, é ser uma verdade. A certeza pode ser de momento e de comunicador. Aí está o centro. Dom Bosco usou as contexto histórico. A verdade transcende os contecnologias comunicativas de seu tempo, como a textos, os momentos, o tempo. Isso é o que o imprensa, o editorial, a carta, o teatro, a música, as Papa diz. Também é importante dar-se conta de que relações sociais com todo tipo de pessoas, porque muitas vezes, quando a pessoa é falsa, apresenta de era o que estava ao seu alcance. Ele tinha conteúdo em sua mente, em seu coração e em suas decisões. “E esse conteúdo era para a glória de Deus e a salvação das almas”, Dom Rua [Miguel Rua] disse no artigo 21 das Constituições. E era isso, somente isso, Dom Bosco não tinha outra coisa em sua mente, em seu coração que não a glória de Deus e a salvação das almas. O salesiano comunicador, para poder educar e evangelizar, tem de ser autêntico em sua vocação. Um salesiano que mente e não é autêntico em sua vocação, que busca a simpatia de outros, não é bom comunicador. Ele tem que buscar o que buscava Dom Bosco: levar os jovens a um encontro com Jesus Cristo. Jesus é o centro da comunicação.

Muita gente fala muito e comunica pouco. Muita gente quer enviar muitas fotografias, mas comunica pouco. Só estão fazendo fofoca, rumor nas redes sociais. Temos que ser claros: autenticidade de vida salesiana, autenticidade de relações humanas, Gostaria de acrescentar também que o Boletim Salesiano para Dom Bosco era mais do que um de a partilha se faz comunhão meio de comunicação. Era um lugar, um espaço tal modo uma realidade que chega a parecer com de encontro, onde as boas notícias se encontravam a verdade. A mentira é o que mais se parece com para ajudar a uma grande causa, que era o bem da a verdade, mas não é a verdade. Por que somos juventude. Para que todos os jovens, de todas classes enganados? Porque se parece muito com a verdade sociais fossem bons cristãos e honestos cidadãos. o que estão nos dizendo. Dom Bosco tinha em mente algo muito claro: BS: Em tempos de grandes avanços das social criar um grande movimento que comunicasse as networks (redes sociais), o senhor consegue imaginar coisas de Deus, através da Igreja e da Congregação Dom Bosco, hoje, usando o Facebook, Insta- Salesiana. Por isso, o BS não vai sair de moda; gram, Twitter e outras mídias para evangelizar pode mudar de plataforma, mas nunca passará e comunicar-se com os jovens? moda como espaço de encontro.

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Mapa Vocacional

Com a eucaristia, Noviciado da Nam res. Participaram da celebração, além da comunidade formadora, o Coordenador do Pré-noviciado, Pe. Luiz Gonzaga Piccoli, os seis Pré-noviços e o assistiente, Michel Dutra, além das Irmãs Franciscanas Marianas Missionárias, que foram da Moamba à Namaacha especialmente para a celebração.

Noviciado

Da redacção

À missa seguiu-se o almoço de confraternização, e porque em toda obra Salesiana o pátio tem lugar de destaque, os jovens Noviços e Pré-noviços se uniram para os jogos re-

P

assava das 11 horas da segunda-feira, dia 26 de Fevereiro, quando começou a cerimónia de abertura oficial do Noviciado Sagrado Coração de Jesus, na Namaacha, de 2018. Em seguida, houve a celebração eucarística presidida pelo Pe. Marco Biaggi, Provincial Salesiano em Moçambique. Noviciado

creativos, antes de darem-se por encerradas as actividades de abertura do Noviciado. Pré-noviciado na Moamba Antes, no dia 06 de Fevereiro, às 18h, na comunidade salesiana da Moamba, ocorreu a celebração de abertura do Pré-noviciado da Visita-

Noviciado

Ele acolheu os 14 Noviços que vieram de Angola e um moçambicano, conforme o rito de acolhida, entregando-os ao Director e Mestre do Noviciado, Pe. Adolfo Sarmento. Os Noviços, por sua vez, assumiram o compromisso de seguir fielmente as Regras e a Constituição Salesiana, obedecendo às orientações que lhes forem dadas pelos formado-

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Noviciado


maacha inicia actividades de 2018 comunidades, e de familiares e amigos dos Pré-noviços. A celebração foi marcada com diferentes elementos da cultura Moçambicana, das diferentes províncias de origem dos pré-noviços. Iniciou debaixo de uma árvore, com uma fogueira, e o Pe. Luiz Piccoli, coordenador do Pré-noviciado, conduzindo um animado diálogo de apresentação dos candidatos e suas histórias vocacionais a todos os Pré-noviciado ali presentes. Após este momento, com um canto de agradecimento, todos se dirigiram à doria Salesiana Maria Auxiliadora, de Moçambique. Seis jovens deram mais um passo no chamado capela, onde ocorreu a oração das Vésperas, o acode Deus em suas vidas. Além dos salesianos da lhimento dos Pré-noviços feito pelo Pe. Filiberto e própria comunidade, a celebração também contou a Boa-noite do Pe. Marco Biaggi. com a presença do Pe. Filiberto González, ConAspirantado na Matola Foi aberto oficialmente no dia 1 de Fevereiro, na Matola, durante a celebração eucarística, na qual tomou posse como Director o Pe. Rafael Estêvão, presidida pelo Pe. Marco Biaggi. Participaram na celebração o Pe. António Ernesto Francisco, Ecónomo da comunidade e os 12 Aspirantes (nove do primeiro ano e três do segundo). No início da celebração, o Pe. Biaggi recordou que o Aspirantado é uma fase muito bonita e abençoada, pois trata-se da esperança nas vocações. “A

Pré-noviciado

selheiro Geral para a Comunicação Social da Congregação Salesiana, do Provincial, Pe. Marco Biaggi, das irmãs Franciscanas Marianas Missionárias (que também residem em Moamba), de salesianos de outras

Aspirantado

Visitadoria começa por aqui, podemos dizer, com vocês. Depois prossegue no Pré-noviciado. Portanto, esta é uma comunidade que tem o carinho da nossa Visitadoria, o carinho de Deus e de Nossa Senhora”. Pré-noviciado

Colaborou Michel Dutra

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Formação

A Escuta e o Acolhimento Por Pe. Narciso Ferreira, SDB

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encontro do Senhor com a Samaritana (Jo 4) manifesta como o Espírito de Deus pode agir no coração de cada homem e de cada mulher: aquele coração humano que, devido à fragilidade e ao pecado, se sente, não poucas vezes, confuso e dividido, atraído por solicitações e propostas diferentes e, muitas vezes, opostas. Diante da realidade humana, o acolhimento pessoal e a escuta, surgem como meios validíssimos da tradição espiritual cristã, dando-nos instrumentos e recursos que lhes permitam reconhecer a presença do Senhor, os seus questionamentos e a sua chamada. O acolhimento pode ser definitivo como uma forma de diálogo permanente entre companheiros para acolher a Vida, acompanhando a vida. Um diálogo que tem como finalidade última favorecer a relação entre a pessoa e o Senhor, ajudando-a a superar obstáculos eventuais. Assim como Jesus fez no encontro com as pessoas do seu tempo.

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Como escreve o Reitor-mor dos Salesianos, Pe. Ángel Fernández Artime na Estreia de 2018, é precisa a escuta que é Acolhimento e Encontro pessoal. A Escuta é sempre uma arte. “Precisamos exercitar-nos na arte de escutar, que é mais do que ouvir. Escutar, na comunicação com o outro, é a capacidade do coração que torna possível a proximidade, sem a qual não existe um verdadeiro encontro espiritual”. Para escutar é preciso acolher. Acolher é receber por inteiro uma pessoa, como fez Jesus com a Samaritana. Se alguém se aproxima, vamos acolher como Jesus acolheu a Samaritana, como Dom Bosco acolhia os meninos. Se alguém não se aproxima, vamos construir a arte de nos aproximar-nos, como Jesus fazia com os pecadores e Dom Bosco fazia com os jovens distraídos diante do objetivo do Oratório de Valdocco, que era a salvação das almas. “Dai-me almas e ficai com o resto”.


Vamos, então, favorecer a abertura, prestar atenção ao outro que fala, acompanhar com verdadeiro interesse o que fala, colocar o próprio mundo de lado para aproximar-se o mais possível de quem fala, escutar que é arte que exige atenção, que transcende a dimensão psicológica e adquire dimensão espiritual.

adultos, ainda jovens e crianças na fé, devemos ter a arte do acolhimento, da escuta, do diálogo. Assim os corações se abrem. Você chega aonde quer o projeto de Deus, a salvação, e o interlocutor recebe aquela água viva do alívio, do perdão, da aceitação, e ambos caminham juntos no caminho que leva ao Amor.

Quem se aproxima ou quem você encontra pode trazer uma mala carregada de medos, inseguranças; caixas cheias de desilusões, decepções e oportunidades perdidas, baús empoeirados que escondem traços de um tempo que jamais retornará. São pessoas a caminho da procura do caminho certo. Estão sedentos da água viva que mata a sede, refaz as forças e dá ânimo para continuar a sua caminhada pela vida.

São Francisco de Sales e Dom Bosco na sua escola eram assim. Tinham um objetivo: a conversão, a salvação. Mas não tinham pressa. Estavam atentos, acompanhavam, e cedo ou tarde chegava a hora de Deus e todos se encontram felizes nos céus.

Escutar, dialogar, acolher sem reservas. Assim a gente capta benevolência, a amizade verdadeira e todos chegam a um fim feliz de salvação eterna ou de realização plenamente satisfatório no campo Pacientemente ouvir, guardar silêncio, ficar atento profissional, familiar, comunitário e religioso. ao que o interlocutor fala, não reagir, não descuiDo encontro, do diálogo, do acolhimento, da dar da atenção, ter presente a necessidade de todos escuta deve surgir depois o compromisso. No seu se sentirem escutados, dar à pessoa oportunidade livro a Filoteia, São Francisco de Sales percorre de comunicar tudo o que tem dentro de si, fazer com resolução, empenho, confiança e ardor o caperguntas oportunas evitando criar desconfiança minho da vida devota, apresentando-lhe a doutrina ou conflito, tudo aceitar com serenidade, participar, eclesial, as virtudes necessárias, as ciladas do não travar com conselhos, fazer com que possam inimigo e os benefícios do silêncio, da reflexão. ser “reconhecidos os sentimentos”. Coisa bonita na vida de Dom Bosco foi quando ele Que seja um encontro que estimule a pessoa a disse que com o Pe. Calosso ele aprendeu a fazer a ir adiante, agora livre daquele peso com que se meditação. Precisamos de chegar a isso com nossos aproximou: medos, inseguranças, desilusões, interlocutores. Que eles tenham um pequeno plano oportunidades perdidas. de vida espiritual. Que sejam comprometidos com E Jesus disse à Samaritana: Se conhecesses o a comunidade eclesial, com o seu ambiente escolar dom de Deus e quem é aquele que te diz: “Dá-me ou profissional. de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva”. A Assim cresce a pessoa, cresce a comunidade, mulher disse: “Senhor, não tens sequer um balde, e cresce a Igreja. Então... o poço é fundo; de onde tens essa água viva? Jesus “Bendito o homem que confia no Senhor, cuja não tinha balde porque ele era a fonte da água viva, esperança é o Senhor; é como a árvore plantada do dom do Espírito Santo. junto às águas, que estende as raízes em busca de Jesus continuou: “Todo o que beber desta água, humidade, por isso não teme a chegada do calor: sua terá sede de novo; mas quem beber da água que folhagem mantém-se verde, não sofre míngua em eu lhe der, nunca mais terá sede”. A mulher disse tempo de seca e nunca deixa de dar frutos” (Jr 17,7-8). então a Jesus: “Senhor, dá-me dessa água, para que eu não tenha mais sede” (Jo 4, 10-15). Depois de longo diálogo, de escuta e acolhimento da Samaritana, como ela era, ela agora estava disposta a receber a “água viva”, o dom do Espírito Santo, o dom da alegria, da verdadeira vida. Assim, nós catequistas e educadores da fé dos nossos jovens e das nossas crianças, dos nossos

Pe. Narciso Ferreira é Secretário da Inspetoria Salesiana de Nossa Senhora Auxiliadora (SP/BR) e Delegado Inspetorial da ADMA.

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Vocações/Notícias

Catorze jovens professam prim Moçambique

Os 14 Noviços que fizeram a primeira profissão religiosa salesiana, com seus formadores, outros padres da Congregação e Pe. Filiberto

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Da redacção

primeira festa litúrgica de São João Bosco este ano, teve um significado especial para os Salesianos em Moçambique: a primeira profissão na Congregação de 14 Noviços, sendo três do país e onze de Angola. O ato decorreu pelas 8h30 do dia 31 de Janeiro, durante a celebração da Eucaristia, presidida pelo Conselheiro Geral para a Comunicação Social, Pe. Filiberto González, no Santuário de Nossa Senhora de Fátima, na Namaacha. Participaram na celebração o Provincial, Pe. Marco Biaggi, o Mestre dos Noviços, Pe. Adolfo Sarmento, e o Reitor do Santuário, Pe. Agostinho Raul, Missionário de Mariannhill.

escolhas; a Alegria por estarem nas mãos de Deus; a Consagração, ou os conselhos evangélicos para os votos; a Vida Comunitária que abraçarão; e, por último, a Missão à qual estão destinados. Isso, de acordo com o Pe. Filiberto, equivale à função dos cinco dedos das mãos, comparou. Depois da homilia, cada Noviço, tendo por lema: “Eu vos escolhi para dardes fruto”, proferiu a fórmula da profissão e individualmente fez os seus

Na homilia, o Pe. Filiberto chamou a atenção dos Noviços para os cinco propósitos que devem guiá-los de agora em diante: o Amor nas suas Diante do Conselheiro Geral Salesiano, Noviço professa compromisso religioso na Congregação

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meiros votos religiosos em

Noviços recebem os cumprimentos dos sacerdotes concelebrantes da Missa do dia 31 de Janeiro, Festa de Dom Bosco

votos – obediência, pobreza e castidade. Depois que os Neo-professos assinaram a folha do compromisso, juntamente com duas testemunhas, foi a vez dos cinco Salesianos temporários também renovarem os seus votos.

tes na celebração e preparados, durante todo o ano, na formação dos Neo-professos. Para além disso, recordou a mensagem do Reitor-mor aos jovens para este ano, na qual deixava duas ideias. A primeira é: cultivar e avivar a experiência vibrante que é a oração No fim da missa foi servido o almoço no Noviciado como diálogo com Deus. A segunda, confiar em Salesiano do Sagrado Coração de Jesus, no qual o Pe. Maria, a Mãe do Senhor, Mãe Auxiliadora, pois ela Biaggi realçou os sinais do amor de Deus presen- haveria de acompanhá-los ao longo da formação.

Jovens cantam e dançam em Acção de Graças na Eucaristia celebrada no Santuário de Nossa Senhora de Fátima, na Namaacha

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Família que Educa

Escola e família em Moçambique, uni

Instituto Superior Dom Bosco promove melhorias em suas instalações e aumenta capacidade de atendimento dos docentes e alunos

Por Pe. Benedito Simone, SDB

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Escola em Moçambique está a passar por algumas tentativas de melhoramento. Isto é assim em todos os quadrantes do mundo, mas no nosso caso é ainda para garantir os padrões mínimos de qualidade exigida ao nível internacional. Se quisermos ter uma percepção mais ampla disto, basta olhar para as reformas que se têm feito ao nível dos modelos de ensino e aprendizagem, na formação de professores, na organização dos ministérios que tutelam as instituições de ensino e aprendizagem, etc. À pergunta sobre a eficácia ou ineficácia dessas reformas, há que ter o cuidado de não se basear nas convicções pessoais ou dum certo grupo de interesse e ‘anunciar sentenças’, sem se ter feito uma análise minuciosa dos factos ou um estudo profundo, baseado em critérios sólidos e honestos.

coisas que saltam à vista, pois sabemos que um modelo de ensino, ainda o mais perfeito que se possa conceber, se não mune a pessoa com os instrumentos necessários para responder aos desafios locais e globais, é ineficaz; e uma escola que mantém um olhar impávido face à degradação dos valores culturais e universais também é ineficaz. Para o educador brasileiro Paulo Freire, mentor da educação para a consciência, o objectivo da escola é ensinar o aluno a ler o mundo para poder transformá-lo. Para realizar este objectivo, é evidente que a escola deve estar cada vez mais inserida no contexto social, mas sem perder a sua missão de formar o homem para o mundo. Ela deve fazer, em colaboração com a comunidade onde ela está inserida, uma interpretação correcta dos problemas para dar-lhes soluções eficazes.

Como sempre, quando os problemas aparecem estão naturalmente na dianteira, mas é necessário dar-lhes respostas certas enquanto é tempo e ter a coragem de meter o dedo na ferida, para não os arrastar. É de louvar e valorizar o esforço da Escola em Moçambique em estar mais próxima da comunidade e da família em prol da educação dos jovens, adolescentes e crianças. Dentro desta iniciativa, um Porém, mesmo fora daquela discordância de elemento com maior relevância e aquele que escolhi opiniões, num campo um pouco especulativo, há como dado ilustrador é a criação do Conselho de Escola. Quando geralmente, no nosso meio, se aborda esta matéria, encontramos duas posições extremas e antagónicas: uma que faz uma apreciação positiva e baseada em análises estatísticas e outra de apreciação negativa e baseada naquilo que é perceptível no terreno, quando se olha para o dia-a-dia das escolas e para os ‘finalistas’.

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idas em prol dos jovens É num contexto de abertura da escola às comunidades locais que nasce o Conselho de Escola (Diploma Ministerial nº 54/2003, de 28 de maio) e, segundo o Manual de Apoio ao Conselho de Escola Primária (2015), o Conselho de Escola é o órgão máximo de consulta, de monitoria e fiscalização do estabelecimento de ensino. Fazem parte deste Conselho o director da escola, os representantes dos professores, os representantes dos alunos, os representantes do pessoal técnico administrativo, os representantes dos pais e/ou encarregados de educação e os representantes da comunidade. Este Conselho tem obrigações ou tarefas específicas na área da gestão e administração escolar e na área da gestão pedagógica.

administração escolar e na área da gestão pedagógica? Tem respondido às expectativas pelas quais foi criado? O lema do Reitor-mor para o ano 2018 é: “Cultivemos a arte de escutar e acompanhar”. Como a escola, através das suas iniciativas de abertura às comunidades locais e às famílias moçambicanas, ainda precisa intensificar a escuta e o acompanhamento? Escutar e acompanhar as famílias que, apoiadas nas tradições, ainda perpetuam a pobreza e tiram a dignidade da criança através dos casamentos prematuros; escutar e acompanhar as famílias que não mandam à escola os seus filhos por motivos ligados à tradição e à religião ou para aumentar, ainda que insignificativamente, a renda familiar; escutar e acompanhar as famílias que,

Parceria com o Governo e instituições estrangeiras amplia oferta de qualificação curricular do ISDB

Mas seria interessante fazer um estudo sério, ao nível de todo o país, para perceber como tem sido o funcionamento deste Conselho e qual tem sido a sua real relevância para o funcionamento da escola. Para além dos problemas que ele tem procurado resolver – e geralmente estes ficam reduzidos ao comportamento dos alunos e professores –, quais são as situações nas quais tem intervido e ajudado a prevenir o mal? Tem desempenhado um papel proactivo? Tem impacto na área da gestão e

pelo seu modo de convivência, fazem com que os filhos (alunos) olhem com muita estranheza para os valores que a escola procura conservar e transmitir; escutar e acompanhar as famílias que estão em zonas onde ainda não há escolas; enfim, escutar e acompanhar as famílias pobres que não têm recursos para custear a formação escolar dos seus filhos. Já temos grandes iniciativas e já começamos a dar alguns passos, mas para chegarmos longe há que dar-lhes alma!

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ISDB

A arte de acompanhar Por Itelvina Andrade

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aluno vai à instituição de ensino porque precisa de algo que só lá poderá encontrar. Este aluno ou aluna tem suas expectativas, medos, inseguranças, sonhos e também certezas. Ao chegar à sala de aulas é confrontado com uma realidade por vezes igual ou diferente da sonhada ou pensada. E aí é que inicia todo o processo relacionado com o acompanhamento dele. Por isso se questiona: como deve ser conduzido este processo? No Instituto Superior Dom Bosco (ISDB), não existe uma fórmula única de acompanhamento dos alunos, existem várias, se tivermos em conta que nos referimos ao acompanhamento do aluno que deve ser encarado e tratado como ser humano; porque tem características, necessidades e potencialidades únicas.

Candidatos a uma vaga no ISDB são atendidos prontamente e de forma individualizada, bem ao estilo proposto

Se, como professores, percebermos que o aluno é único na sua forma de ser e de aprender, significa que estamos com meio caminho percorrido rumo ao seu acompanhamento, o que significa também que não existirá espaço para comparar e julgar a forma de ser e de aprender de um determinado aluno, tendo como base outro aluno, e é por isso que devemos sempre considerar formas diferentes de acompanhar cada aluno, porque o que funciona para o aluno A, pode não funcionar para o B, C, D, … Z.

do a uma grande parte do contacto dos alunos com os professores e dos alunos entre si. Assim, devemos considerar como um dos pontos de partida do acompanhamento, este espaço da sala de aulas.

A atenção por parte do professor neste espaço deve ser redobrada para permitir que se identifiquem os diferentes pontos de partida para o acompanhamento do aluno. Em todas as instituições educativas, tanto primárias, como secundárias e do ensino superior, o acompanhamento do aluno deve ser iniciado no primeiro contacto entre professor e No ISDB, quando trabalhamos numa sala de alunos e deve ser contínuo, prestando atenção semaulas com quarenta e cinco alunos pode significar pre à forma como o aluno se expressa verbalmente, que deveremos preparar-nos para trabalhar com por exemplo. Porque pode fazê-lo com facilidade, quarenta e cinco formas de acompanhamento. pode fazê-lo com dificuldade ou mesmo pode não Deste modo, o espaço da sala de aulas é reserva- fazê-lo. Aqui já teremos uma pista por onde seguir.

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o aluno

professores, por forma a dar resposta, sob pena do aluno perceber que talvez as suas necessidades não estejam a ser tomadas em conta. Este facto poderá conduzir o aluno a perder a motivação em participar nas aulas, a diminuir o seu empenho, o engajamento e muitas outras situações preocupantes que podem comprometer a aprendizagem de um aluno, que poderia ser acarinhada e seguido um percurso de sucesso.

Acompanhar o aluno passa necessariamente por dar respostas às suas perguntas, inquietações, ajudá-lo a encontrar o caminho que procura, motivá-lo a estar e a gostar de participar no processo de ensino-aprendizagem, incentivá-lo o por Dom Bosco, no que se refere à juventude carente a correr em busca do que acredita, O aluno pode ter dificuldades de expressar-se ajudá-lo a acreditar nele próprio e no seu verbalmente, mas nem por isso deixa de comuni- enorme potencial, porque todos os alunos têm car-se com os demais. Porque o seu olhar pode ser o seu potencial. também uma forma de comunicar que devemos Por isso, acompanhar o aluno significa também levar em consideração, porque, por meio deste, descobrir o seu potencial e ajudá-lo a percorrer o aluno pode estar a transmitir várias mensagens, o percurso da aprendizagem com determinação como por exemplo: ‫״‬eu não entendi; não vejo nee motivação. cessidade de aprender sobre isso; não me sinto Para acompanhar o aluno nunca devemos deibem; ainda não entendi o que se explicou; gostava xar de prestar atenção a todas as mensagens que de falar, mas tenho receio; professor, eu preciso da sua ajuda; eu também quero falar; escutem o que este passa, por mais simples que seja. Por vezes quero dizer”… entre diversas outras mensagens um simples sorriso, pode ser uma excelente forma que podem muitas vezes ser transmitidas sem que de acompanhar o aluno! uma única palavra seja dita. Itelvina Andrade é Coordenadora do DepartaPartindo das mensagens transmitidas pelo alu- mento Pedagógico do ISDB e professora na área no, há atitudes a serem tomadas por parte dos de Psicopedagogia

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Ação Missionária Apostólica “Nesses quase 30 dias aqui, pude deixar um pouco da minha vivência salesiana, meu amor à juventude e às crianças. Deixei também meu carinho, afeto e dedicação”. Pe. Rafael Galvão Barbosa – Piracicaba/SP/Brasil

“Aprendi que a felicidade está em um pedaço de pão que é partilhado nas casas que visitamos e o quanto a palavra de Deus devolve o ânimo e o desejo de ser feliz”. Rosebel Francisco – Piracicaba/SP/ Brasil

“Trouxe comigo a luz da Esperança e Perseverança desse povo Moçambicano vivo e feliz, que não tem medo de lutar”. Marcos Roberto da Cruz – Piracicaba/SP/ Brasil

“Levo a fé desse povo, que é incrível e impressionante. Sempre muito solícito e disposto a aprender. Obrigado por Tudo!”. Leonardo Godoy – Piracicaba/SP/ Brasil

“Só tenho a agradecer pelo chamado de Deus por estar presente nesta Missão, por fazer parte do grupo AMA, por cada momento de aprendizado e ensinamento”. Laura Vitti Cruz – Piracicaba/SP/ Brasil

Missionários brasileiros redescobrem

Giceli, Cristian, Leonardo, Rosebel, Laura, Robert, Marcos, Pe. Rafael e Pe. Aramis, missionários brasileiros participantes da AMA no país

Por Giceli Marcelino

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dimensão missionária é um aspecto forte no carisma salesiano. Dom Bosco acreditava nos frutos que poderiam ser colhidos por intermédio da Missão. Por isso, não hesitou quando enviou seus primeiros missionários à Argentina, no ano de 1875. Motivados por esta convicção e liderados pelo Pe. Rafael Galvão, sdb, um grupo de brasileiros disse sim ao chamamento de Deus e, no dia 17 de Dezembro de 2017, embarcou para Moçambique, permanecendo em solo africano até 14 de Janeiro de 2018.

Iniciando as atividades: Escola de Líderes

uma onda crescente que acontecia a cada encontro nas oficinas. Para melhor participação, os jovens foram divididos em dois subgrupos. Dentre os temas estavam: Recreação I e II; Contos de Histórias I e II; Liderança I e II; Projeto de Vida I e II; Juventudes I e II; Semana Missionária I e II; Catequese; Dinâmicas e AJS/MJS. Com orações, celebrações, formações, convívios e partilha, em menos de uma semana, parecia que todos já conviviam há meses.

Um retiro em Namaacha

Os jovens moçambicanos precisavam retornar Com grande alegria, foram recebidos pelos às famílias para o Natal, por isso, os missionários jovens na Matola. E no dia 19 deram início à foram levados à Namaacha. A recepção no noviciado, Escola de Líderes. A troca de experiência era conhecer os salesianos daquela casa, sentir a

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“Levo a Esperança de um povo que acredita na Providência de Deus, um povo crente e muito acolhedor. Pessoas que lutam diariamente para construir o seu futuro”.

“Encontrei Deus na fé do povo que planta e espera pela chuva que Ele providenciará; nos jovens, meninos e meninas que cuidavam de seus irmãos mais novos, enfim, em todos que conheci”.

Cristian Borges da Robert Soares do NasSilva – São Paulo/ cimento – Americana/ SP/Brasil SP/Brasil

“Volto com a certeza: Deus verdadeiramente está em tudo e em todos, desde que queiramos estar com Ele. Nós o encontramos nos jovens e convivemos Pe. Aramis Biaggi – com Ele em Goba”. Americana/SP/Brasil Giceli Marcelino – São Paulo/SP/Brasil “Volto mais enriquecido do amor de Deus pela minha vida, missão sacerdotal e fortalecido no meu lema que é: ‘O Senhor colocou-nos no mundo para os outros’”.

m valores de Dom Bosco em Moçambique

Dia de trabalho com a população das comunidades atendidas

harmonia entre eles, fez com que todos redescobrissem a beleza de viver o projeto de Deus que, unido ao convívio com as irmãs, na simplicidade, e por ela (a simplicidade) fazendo coisas grandiosas, tal qual fazia Mazzarello, deu aos brasileiros um ardor ainda maior. E para encerrar os dias natalinos, um encontro que mais parecia um retiro, no mosteiro das Clarissas.

E Deus se revela No dia 3 de Janeiro parte do grupo se despediu: apenas alguns moçambicanos seguiriam para Goba. E por volta das 16h estavam em Goba. Quem entrava nas casas era o próprio Deus, e Ele continuava convicto nos passos dos missionários,

enquanto continuavam a caminhada. O protagonismo juvenil era explícito. Isso fez com que outros jovens de Goba se juntassem ao grupo, acompanhando nas visitas, oratórios, missas. Alguns deles chegavam à oração da manhã e permaneciam com o grupo até depois da partilha feita à noite.Os dias eram longos, mas o cansaço era leve. Goba foi uma grande Escola de Valores. Enfim, muitos frutos serão colhidos em Moçambique. No Brasil, não será diferente. Aos Salesianos, aos moçambicanos e a todos aqueles que se comprometeram com essa Expedição Missionária, Kanimambo (Obrigado)!

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‘Cultivemos a arte de Escutar e de Acompanhar’

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Boletim Salesiano Moçambique www.boletimsalesiano.org.mz


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