Boletim salesiano 68

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MOร AMBIQUE - Ano XVII - Nยบ 68 - Jul/Ago/Set/2017

BS: revista criada por Dom Bosco completa 140 anos

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Expediente Boletim Salesiano Moçambique Propriedade da Visitadoria Maria Auxiliadora Depósito legal: 01530/INLD/98 ANO XVII nº 68

SUMÁRIO Nos 140 anos do Boletim Salesiano, parabéns para todos nós! .............................................................3

Diretora Elvira Freitas – MTb 2939 csvisitadoriamoz@gmail.com

Celebremos a vida! ...........................................4/5

Equipa de Redação Elvira Freitas Jaqueline O. Calderón Langa Ir. Ofélia Ramos Macuaia, FHIC Pe. Rogélio Arenal, SDB Pe. Benedito João Simone, SDB S. Augusto Rodrigues de Sousa, SDB

Moçambique se prepara para acolher o 10º sucessor de Dom Bosco ......................................................8

Fotos dessa edição Elvira Freitas, S. Augusto Rodrigues de Sousa, SDB, Jaqueline O. Calderón Langa, Pe. Rogélio Arenal, SDB e Zebedeu Félix Navurula

Igreja Paroquial de Castelnuovo ...........................6/7

Visita do Reitor-mor a Moçambique inspira artista em criação de logotipo .........................................9 O Noviciado como tempo de estar com o Senhor! .......................................................................10/11 Salesianas festejam 60º aniversário de vida consagrada de Ir. Orsolina .............................12/13

Revisão Pe. Francisco Gonçalves Lourenço

Criado por Bom Bosco para ser voz e espelho da congregação ..................................................14/15

Agências de notícias InfoANS Rádio Vaticano

Missão Católica de Moçambique ..................16/17

Projecto gráfico e maquetação Begildo José Redacção Rua 5.011, nº 189 – Bairro Luís Cabral Maputo - Moçambique +258-21404074 +258-821716573 +258-849283597 www.boletimsalesiano.org.mz Errata: Na edição 67, o texto das páginas 6 e 7 foi o mesmo publicado na edição 66, no espaço "Aqui Nasceu o Carisma". O Boletim Salesiano reserva-se o direito de condensar/editar as matérias enviadas como colaboração. Os artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da revista, sendo de total responsabilidade de seus autores.

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Senhor, que queres de mim? Que queres que eu faça? .......................................................................18/19 Constituir família: um projecto de vida ...........20/21 ISDB, após 10 anos de vida, já consolida sua sustentabilidade .............................................22/23 MJS de Moçambique afina instrumentos e dá o tom para o Sínodo de 2018 ..................................24/25 Repórter Salesiano .......................................26/27 Província Salesiana de Portugal está sob a direcção de Pe. José Anibal ...............................................28 450 anos de nascimento de São Francisco de Sales ............................................................................29 Daniel Massaca, um catequista que leva Deus aos jovens .................................................................30


Editorial

Nos 140 anos do Boletim Salesiano, parabéns para todos nós!

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oi no mês de Agosto de 1877, faz agora 140 anos, que a revista editada por Dom Bosco, ‘O Bibliófilo Católico’, começava a ser editada com o nome de Boletim Salesiano. Assim começa o primeiro número: «Nas nossas Regras, ó Beneméritos Cooperadores, está indicada a existência de um Boletim mensal que se publicaria para vos informar das coisas realizadas ou das que temos de fazer para conseguir o objectivo que nos temos proposto. Com esta publicação do Boletim Salesiano, cumprimos o desejo comum para que cada um possa realizar a sua tarefa numa unidade de espírito e dirigir os nossos trabalhos a um só objectivo: A glória de Deus e o bem da Sociedade Civil». Quando Dom Bosco escreveu o livrinho sobre a difusão dos bons livros no ano de 1885, exprimiu o seu pensamento sobre uma realidade que já levava vários anos experimentando através das suas obras: ‘formar um sistema ordenado que, em vasta escala, abraça todas as classes que formam a sociedade humana’, isto é, através das suas obras, dos seus escritos e, sobretudo, através dos grupos criados por ele (Salesianos, Filhas de Maria Auxiliadora, Salesianos Cooperadores, Associação de Maria Auxiliadora) pretendia abranger o máximo número possível de pessoas para fazer o maior bem aos jovens pobres e para a maior glória de Deus. O Boletim Salesiano criado por Dom Bosco foi, e continua a ser, uma maneira concreta de realizar esse sonho: está presente em 131 nações do mundo, através de 60 edições diversas e é escrito em 30 línguas diversas. Entre nós, existe o Boletim Salesiano editado em Moçambique. Já tem uma idade de 17 anos, tendo publicado, com este exemplar actual, 68 números da revista. Para a Família Salesiana de Moçambique é o nosso elemento de comunhão com toda a Igreja, com o Sucessor de Dom Bosco e os outros grupos. É também um instrumento de comunicação da vivência do carisma para os nossos jovens, para os benfeitores, para instituições sociais e eclesiais.

É, igualmente, um meio de formação nas diversas dimensões educativas e evangelizadoras da vida salesiana e dos jovens. O Boletim Salesiano de Moçambique é nosso! De cada membro da Família Salesiana! Somos nós que o devemos difundir entre os familiares, os vizinhos, os amigos, os lugares onde vivemos e trabalhamos. A missão é a mesma desde o início: A glória de Deus e o bem da Sociedade Civil. Queridos leitores do Boletim Salesiano de Moçambique: tenhamos vivo o espírito Salesiano, sendo leitores, colaboradores, benfeitores e difusores desta revista tão querida pelo próprio Dom Bosco e à qual deu uma máxima importância para difundir o seu coração apostólico em favor dos jovens pobres. Parabéns a todos! Pe. Rogélio Arenal, SDB, Director da RDB e, de 2008 a 2014, do Boletim Salesiano de Moçambique

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O Sucessor de Dom Bosco

Celebremos a vida! Por Pe. Ángel Fernández Artime

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ada novo início é uma página em branco. Há uma quantidade ilimitada de possibilidades que se apresentam no horizonte quotidiano da vida. É este o dom inestimável a que chamamos tempo. Em boa parte do mundo, o mês de Setembro marca o início das atividades sociais e muitas famílias organizam a sua vida quotidiana a partir deste momento. Noutras partes, o ritmo da vida mantém-se o habitual porque é o dia de Ano Novo que determina a mudança de funções e de atividades. Em ambos os casos, porém, faz-se a experiência narrada por uma antiga história.

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O mestre afirmava ter um livro que continha tudo o que era possível conhecer sobre Deus. Nunca ninguém tinha visto tal livro até que um visitante estudioso, à força de insistentes pedidos, o subtraiu ao mestre. Levou-o para casa e abriu-o cheio de ansiedade… Todas as páginas do livro estavam em branco. «Mas o livro não diz nada», protestou o estudioso. «Já sei», respondeu o mestre satisfeito, «mas olha quantas coisas sugere!». Cada novo início é uma página em branco. Uma quantidade ilimitada de possibilidades que se apresentam no horizonte quotidiano da vida.


De modo muito natural, pensa-se que há um amanhecer todos os dias, que a saúde será boa, que haverá muitas boas oportunidades, que se poderá fazer isto e aquilo… Mas nem sempre assim acontece ou pelo menos não acontece para todos. Cada dia é um grão de areia que escorre na clépsidra da vida. E uma vez que cai, cai para sempre. Mas naquele grão, que é hoje, estão contidas imensas oportunidades, relações, encontros, sucessos. É este o dom inestimável a que chamamos tempo. Um provérbio árabe diz: «Cada manhã volto a minha face para o vento e semeio. Não é difícil semear, mas exige-se coragem para avançar contra o vento». Há poucos dias, no decorrer de uma conversa, um leigo octogenário confidenciou-me ter vivido apaixonadamente, ter espremido os seus dias como se espreme um limão ou um cacho de uvas, para extrair o seu precioso sumo. E era um homem com excelente formação intelectual, académica e religiosa. Não falava de viver de qualquer maneira, a avançar e a recuar, continuamente insatisfeito em busca não se sabe de quê. Referia-se ao apaixonante exercício de ser senhor da sua própria vida, este inestimável presente vertiginoso e inexorável, surpreendente e fascinante que é o dom supremo do Senhor da Vida. Uma regra de ouro: passaremos pelo mundo uma só vez. Portanto, todo o bem que pudermos fazer ou a gentileza que pudermos mostrar a qualquer ser humano, façamo-lo de imediato. Não deixemos para mais tarde, nem o descuremos, pois não passaremos duas vezes pelo mundo. Sobre o tema tempo quero oferecer-te uma reflexão curiosa. Há um Banco que todas as manhãs credita na tua conta a soma de oitenta e seis mil e quatrocentos euros. Todas as noites cancela qualquer verba do teu saldo que não tenha sido utilizada durante o dia. Cada um de nós tem uma conta neste Banco. O seu nome? Tempo. Todas as manhãs este Banco te credita oitenta e seis mil e quatrocentos segundos. Todas as noites este Banco cancela e dá como perdida qualquer quantidade deste crédito que não tenhas investido. Este Banco não conserva saldos nem permite transferências. Todos os dias te abre uma nova conta. Todas as noites elimina o saldo do dia. Se não utilizas o saldo diário, a perda é tua. Não se pode

fazer marcha atrás. Não há créditos sobre o depósito de amanhã. Deves viver no presente com o depósito de hoje. Investe deste modo para obter o melhor na saúde, felicidade e sucesso: o relógio continua a sua marcha. Tu procuras obter o máximo de cada dia. Para compreender o valor de um ano, pergunta a um estudante que perdeu um ano de estudos. Para compreender o valor de um mês, pergunta a uma mãe que deu à luz prematuramente. Para compreender o valor de uma semana, pergunta ao editor de um semanário. Para compreender o valor de uma hora, pergunta a dois apaixonados que aguardam encontrar-se. Para compreender o valor de um minuto, pergunta a alguém que acaba de perder o comboio. Para compreender o valor de um segundo, pergunta a alguém que acaba de evitar um acidente. Para compreender o valor de um milésimo de segundo, pergunta a um atleta que ganhou a medalha de prata nas Olimpíadas. Valorizemos portanto cada momento que vivemos, e demos-lhe ainda mais valor se pudermos partilhá-lo com pessoas especiais, tão especiais que merecem o nosso tempo. Não esqueçamos: o tempo não espera por ninguém. Mas a consideração ainda mais importante é que, como crentes, sabemos que o tempo é só um modo de medir aquele dom que é a vida. Um presente maravilhoso que recebemos gratuitamente do coração do nosso Deus para ser partilhado com o próximo. Na convivência podemos encontrar a verdadeira felicidade. Amigo leitor, não deixes passar a vida de qualquer maneira. A vida é bela. Celebra-a. Assume a responsabilidade de escolher e definir a tua vida. Recorda sempre que cada um de nós é um milagre. Procura sempre levar alegria onde há desespero. Mantém a tua fé, a tua dignidade e a tua integridade. E sê feliz.

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M E N S A G E M D O R E I T O R M O R


Aqui nasceu o carisma

Igreja Paroquial de Castelnuovo Por Pe. Rogélio Arenal, SDB as palavras de Dom Bosco e as imagens correspondentes. Lembramos que João Bosco vivia no lugar de I Becchi, a 5 quilómetros da aldeia e paróquia de Castelnuovo. No número anterior vimos a Igreja de Murialdo que servia de lugar de oração para este lugar de I Becchi e outros bairros da zona. Mas, para receber os sacramentos pela primeira vez (Batismo, Primeira Confissão e Comunhão), tinham de acudir à igreja Paroquial.

Nave principal da Igreja Paroquial de Castelnuovo d'Asti

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ontinuando a nossa peregrinação pelos lugares históricos ‘bosquianos’ que se destacaram por serem lugares do crescimento humano, cristão e salesiano na pessoa de Dom Bosco, a nossa paragem será na Igreja Paroquial de Castelnuovo Dom Bosco (na época de João Bosco a aldeia chamava-se: Catelnuovo d’Asti). As memórias de Dom Bosco vão-nos acompanhar nesta peregrinação histórica e visual com

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Nascimento e baptismo de João Bosco A Igreja paroquial estava dedicada à Assunção de Nossa Senhora. Dom Bosco escreve nas Memórias que: “Nasci no dia da Assunção de Nossa Senhora ao céu do ano de 1815, em Murialdo, lugar de Castelnuovo d’Asti’. Entre o mundo camponês cristão, até há pouco tempo, qualquer acontecimento importante em Agosto era ligado à festa da Assunção: nasceu por Nossa Senhora… A presença de Maria está já presente no nascimento e baptismo de João Bosco. Nos registos paroquiais e civis, segundo os documentos existentes, o dia do seu nascimento foi 16 de Agosto. Foi baptizado no dia seguinte, 17 de Agosto, na Igreja Paroquial. Quando se entra na Igreja, no lado direito encontra-se a pia baptismal actual e ao lado esquerdo, na parede, encontra-se colocada o resto da pia baptismal em que foi baptizado Dom Bosco, Domingos Sávio, São José Cafasso, o Beato José Allamano, o cardeal Cagliero. Pia baptismal de santos!


Medalhão no tecto da Igreja Paroquial de Castelnuovo d'Asti, dedicada à Assunção de Nossa Senhora

Primeira confissão e primeira comunhão Lemos nas Memórias o testemunho de Dom Bosco sobre Mamã Margarida e estes dois grandes acontecimentos na sua meninice: ‘O seu maior cuidado foi instruir os seus filhos na religião… Recordo que ela própria me preparou para a primeira confissão e me acompanhou à igreja; confessou-se antes de mim, recomendou-me ao confessor e depois ajudou-me a fazer a ação de graças. Continuou a prestar tal assistência até que me julgou capaz de me confessar dignamente sozinho’. E sobre a Primeira Comunhão escreve: ‘Tinha eu onze anos de idade quando fui admitido à primeira comunhão… (Mamã Margarida) Naquela manhã não me deixou falar com ninguém, acompanhou-me à sagrada mesa e fez comigo a preparação e ação de graças… Naquele dia não quis que me ocupasse de qualquer trabalho material, mas que o empregasse todo a ler e a rezar… A fotografia que nos apresenta a nave central da Igreja paroquial mostra-nos o altar grande onde João Bosco recebeu a Primeira Comunhão. As palavras de Margarida a João nesse dia foram proféticas: ‘Meu

querido filho, este foi para ti um grande dia. Estou convencida de que Deus tomou verdadeiramente posse do teu coração’. Primeira missa do novo sacerdote João Bosco Na mesma foto da nave central da igreja, vemos no lado direito, apoiado numa coluna o chamado púlpito onde se costumavam realizar as homilias. Foi neste que o padre Bosco tantas vezes pregou a Palavra aos seus concidadãos, e foi nesta igreja que celebrou a sua Primeira Eucaristia como sacerdote, no meio dos seus conhecidos. Foi uma grande festa para os vizinhos e amigos do conhecido João. Trazemos à memória as palavras de Dom Bosco: ‘Na quinta-feira (ano 1841), solenidade do Corpus Domini, consolei os meus conterrâneos, cantei missa e fiz a procissão daquela solenidade. O pá r oc o quis c onvida r pa r a o a lmoç o o s me us f a milia r e s, o c le r o e a s a utor ida de s da terra. Todos tomaram parte naquela alegria, dado que eu era muito estimado pelos meus conterrâneos e todos se alegravam com tudo o que pudesse redundar em bem para mim’.

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Visita do Reitor-mor

Moçambique se prepara para acolher o 10º sucessor de Dom Bosco Por Augusto Rodrigues de Sousa, SDB

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Família Salesiana em Moçambique prepara-se para acolher o 10º Sucessor de Dom Bosco, Pe. Ángel Fernández Artime, que estará no país entre os dias 23 e 25 de Novembro de 2017. A visita ocorre no contexto da celebração dos 110 anos da chegada dos primeiros Salesianos à Ilha de Moçambique em 1907 e tem como intenção animar a Família Salesiana no conhecimento, na vivência e na inculturação do Carisma Salesiano em Moçambique, para que cada vez mais se expresse “à nossa maneira”. Nesse período, o Pe. Ángel, acompanhado do seu secretário – Pe. Horácio Lopez Antonino Zingale –, irá visitar as comunidades salesianas do país, encontrando-se com os irmãos, com os diversos ramos da Família Salesiana e com os jovens. Cada grupo da Família Salesiana é convidado a preparar-se para essa visita especial, que ajuda a conhecer e promover a Espiritualidade Salesiana.

Quem é o Reitor-mor Na Congregação Salesiana, o superior geral é chamado de Reitor-mor. “Ele é o sucessor de Dom Bosco, pai e centro de unidade da Família Salesiana” (Constituições dos Salesianos, artigo 126). O Pe. Ángel Fernández Artime é o 10º Sucessor de Dom Bosco. É o terceiro sucessor de Dom Bosco que Moçambique recebe. Pe. Ángel Fernández Artime nasceu a 21 de Agosto de 1960, em Gozón-Luanco, nas Astúrias, Espanha. Fez a primeira Profissão Religiosa Salesiana no dia 3 de Setembro de 1978 e a Profissão Perpétua em 17 de Junho de 1984, em Santiago de Compostela (Espanha), sendo ordenado Sacerdote

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a 4 de Julho de 1987, em Leão. É originário da Inspetoria de Leão, graduado em Teologia Pastoral e licenciado em Filosofia e Pedagogia. Foi sucessivamente Delegado da Pastoral Juvenil, Director de escola em Ourense, membro do Conselho Inspetorial, Vigário Inspetorial e, de 2000 a 2006, Inspetor (ou Provincial) Salesiano. Depois de participar da Comissão técnica que preparou o Capítulo Geral 26 (de 2008), foi, em 2009, nomeado Superior da Inspetoria da Argentina Sul (ARS), com sede em Buenos Aires. Nesse encargo pôde também conhecer e colaborar pessoalmente com o então Arcebispo de Buenos Aires, Cardeal Jorge Mario Bergoglio, hoje Papa Francisco. No dia 23 de Dezembro de 2013 foi nomeado Superior da nova Inspetoria da ‘Espanha Mediterrânea’, dedicada a Maria Auxiliadora. Mas, antes de tomar posse nesse novo encargo, foi, no dia 25 de Março de 2014, eleito pelo Capítulo Geral 27 novo Reitor-mor da Congregação Salesiana, tornando-se o X Sucessor de Dom Bosco.


Palavras de Sabedoria

Visita do Reitor-mor a Moçambique inspira artista em criação de logotipo

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Família Salesiana de Moçambique se prepara para receber o Reitor-mor Salesiano, Pe. Ángel Fernández Artime, X sucessor de Dom Bosco, no país. A visita realiza-se no contexto dos 110 anos da de Presença Salesiana em Moçambique e acontecerá em Novembro deste ano. É motivo de festa e muitas ações estão a acontecer para receber Pe. Ángel Artime, entre as quais uma marca que fique gravada para sempre na memória dos moçambicanos, como o logotipo nesta página representado, pensado e executado pelo Tirocinante Augusto Rodrigues de Sousa, SDB. A seguir, a explicação que Augusto dá sobre sua criação: A frase “Dom Bosco entre nós”, já utilizada em visitas do Reitor-mor a outros países, faz referência tanto à figura carismática do sucessor de Dom Bosco na animação e governo da Família Salesiana, como à figura de cada Salesiano e membro da Família Salesiana, chamados a ser Dom Bosco vivo hoje para os jovens de hoje. Dizer “Dom Bosco entre

nós” é uma exclamação de alegria pela visita do Reitor-mor, mas também de reconhecimento pelos muitos Dons Boscos que cotidianamente estão ao serviço da juventude moçambicana. O rosto do Reitor-mor com Dom Bosco marca a presença do Carisma Salesiano em Moçambique. O sucessor de Dom Bosco é o centro da unidade e garantia da nossa fidelidade ao carisma, mas nesses dois rostos podemos vislumbrar o rosto e o olhar sorridente de Salesiano, Salesiana e membros da Família Salesiana, o rosto do carisma presente. A bandeira estilizada representa o ambiente moçambicano, pátio onde Dom Bosco continua a irradiar (alo vermelho) o seu amor aos jovens e ao povo. O modo como se dispõe nos faz pensar numa bandeira em movimento, animada pelo vento. Assim também nosso desejo de que a presença salesiana e a visita de Pe. Ángel tragam consigo o sopro do Espírito que ajuda a dar movimento e alegria aos jovens.

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Olhar Panorâmico

O Noviciado como tempo de estar com o Senhor! Por Augusto Rodrigues de Sousa, SDB

“E ficaram com ele aquele dia” (Jo 1, 39)

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caminhada vocacional de um jovem salesiano se realiza num processo de discernimento realizado por etapas. Há uma bela comparação dessas etapas com a proposta bíblica do Evangelho de João (1, 35-39) na qual João Batista aponta quem é Jesus (encontros vocacionais), os dois discípulos se aproximam de Jesus (Aspirantado), perguntam sobre ele, o questionam com o “Mestre, onde moras?” (Pré-noviciado) e, finalmente, “foram e viram onde ele morava e ficaram com ele aquele dia”. Esse tempo de simplesmente ficar a sós com o Senhor antes de começar o discipulado, os estudos, a missão, é uma boa comparação bíblica para o tempo do Noviciado, um tempo de permanecer com o Senhor. De facto “o Noviciado é o início da experiência religiosa como seguimento de Cristo” na qual o jovem noviço “aprende a viver a vida consagrada e apostólica salesiana, comprova a sua maturidade

Afonso, ANG

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António Navio MOZ

para a vocação, orienta sua vida para a doação de si mesmo e se prepara para entregar-se completamente a Deus” (Princípios e normas da Formação dos Salesianos de Dom Bosco, n.357) com uma ênfase especial na formação para a vida espiritual. Os noviços são acompanhados por um sacerdote salesiano que serve como guia espiritual desse processo formativo e por uma equipa formadora que orienta as actividades e a vida da comunidade. O Noviciado Salesiano de Namaacha, dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, acolhe noviços de Moçambique e Angola. Neste ano de 2017 acolhe 16 noviços, dos quais 13 são de Angola e três são moçambicanos. Acompanhados por uma equipa formadora composta por quatro salesianos, sob a coordenação do Padre Adolfo Sarmento, director da comunidade e mestre dos noviços. Para favorecer a troca de experiências e a formação em comum, os noviciados de outras congregações religiosas se reúnem no chamado Internoviciado, uma experiência de belas vivências de colaboração.

António Mário ANG

António Massango ANG


António Laurindo ANG

Alves ANG

Barroso ANG

Carneto MOZ

Celestino ANG

Cipriano ANG

Evaristo MOZ

Garcia ANG

Manuel ANG

Mariano ANG

Sabino ANG

Sérgio ANG

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FMA

Salesianas festejam 60º de vida consagrada de Por Elvira Freitas

Corte do bolo na festa de aniversário de profissão religiosa da Ir. Orsolina

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greja lotada de fiéis, alguns familiares vindos de Turim – Itália – e muitas Filhas de Maria Auxiliadora (FMA), sua Congregação, celebraram com Ir. Orsolina Tachis seus 60 anos de vida consagrada. A missa aconteceu na capela da Comunidade Imaculada Conceição, pertencente à Paróquia São Francisco de Assis do Infulene, no dia 06 de Agosto. A renovação dos votos foi feita à Provincial das Salesianas, Ir. Zvonka Mikec, diante do presidente da celebração, Dom Edgar Peña

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Parra, Núncio Apostólico em Moçambique. E foi a própria Ir. Orsolina a relembrar sua caminhada vocacional, ela que nasceu em Turim, no dia 21 de Dezembro de 1937. O Senhor que me chamou e encontrou em mim um “sim” tímido mas decidido e confiante, continuou a me chamar cada dia, e eu percorrendo o caminho da Palavra de Deus, sublinhei e gravei a passagem: “Deixa a tua terra e a casa de teu pai e vai para o lugar que eu te indicar…” E o Senhor me enviou, me acompanhou, e com a presença de Maria sempre a me guiar a nova terra de missão foi o Brasil. Em 1959, nas terras quentes e abertas do centro do Brasil, encontrei muitas irmãs, minhas queridas irmãs da Inspetoria Madre Mazzarello de Belo Horizonte [MG], abracei muitas crianças, adolescentes, jovens, vocações e famílias. Os adolescentes da favela, debaixo da mangueira, na hora da Catequese, me ensinavam a falar português. Obrigada a todos, pequenos e grandes, obrigada querida Inspetoria que me acolheu e junto crescemos. Em 1981 o Instituto assumiu o Projeto África e aí novo dinamismo missionário aqueceu o coração das irmãs. Mais um chamado, vindo do Senhor, através da Superiora Geral e esta vez a meta foi Moçambique. Em 1986 aqui cheguei! Era tempo


aniversário Ir. Orsolina de guerra, éramos poucas mas com muita união, trabalho, fé, esperança e de terço na mão, conseguimos a paz! Jovens vocacionadas estavam presentes entre nós, a esperança do futuro das FMA, em Moçambique. O Senhor me colocou na formação das Noviças e lá se foram dez anos, dando-me e apontando Ele a cada uma. E muita alegria ia crescendo cada dia, nas nossas comunidades. Da formação, passei entre crianças, adolescentes e jovens de Chiúre e Pemba, nas paróquias, escolinhas e escolas. Os anos foram passando muito rápidos e por vontade de Deus encontro-me a louvar e agradecer o Senhor por esta longa, bela e fel i z c a m i n h a d a com o Filha de Maria Auxiliadora, aqui, na Paróquia São Francisco de Assis do Infulene. Jovens, valeu e vale a pena entregar a vida a Deus para ajudar, alegrar, servir e salvar. Pais, a vocação nasce nas famílias. Vamos ser famílias geradoras de vocações. Rezo e ofereço por vocês, queridos adolescentes e jovens, para que saibam ouvir a voz do Senhor que vos chama. Aqui deixo o meu obrigado a Deus e a cada um de vocês. Maria Auxiliadora, nossa Mãe, Mestra e Guia, abençõe a todos.

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Boletim Salesiano: 140 anos

Criado por Bom Bosco para ser voz e espelho da congregação Por Pe. Bruno Ferrero

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om Bosco, se vivesse nos dias actuais, seria citado por muitos como exemplo de empreendedorismo, pelo conjunto de sua obra, em especial, pela proposta e qualidade das escolas Salesianas, mas, principalmente pelo Boletim Salesiano. Por quê? Sobretudo pelo alcance que a revista atingiu no século 21, tendo em vista a motivação com que ela foi criada. Dom Bosco era um comunicador nato. Veja que a primeira edição do BS o próprio Dom Bosco preparou, sozinho, em Agosto de 1877. E mesmo quando a deixou sob a responsabilidade de outros, pessoalmente acompanhava o conteúdo e configuração. Hoje, no aniversário de 140 anos, o BS mantém uma vitalidade surpreendente. É editado em mais de 30 línguas, em mais de 100 países. O mérito é todo do seu inventor, que teve uma visão deslumbrante e aguda do futuro.

todos possam dar o seu trabalho com unidade de espírito e dirigir por unanimidade nossas preocupações a um único ponto: A glória de Deus, o bem da sociedade civil". Dom Bosco queria que seus amigos ainda sentissem a família, ainda sentissem o ar da casa, pois eles estavam longe. BENEFICIÁRIOS

Dom Bosco não excluiu ninguém. É por isso que o BS é dirigido a todos os amigos de Dom Bosco, e aqueles que não o conhecem podem vir a se tornar amigos. Pode-se pensar em uma série de círculos concêntricos que se espalham a partir do próximo e distante, com os meios mais eficazes de divulgação: "boca a boca" do Onde Dom Bosco quer pensa os salesianos e deixa iniciativas e subsídios. “Enviar BS para tantas pessoas quanto possível e, sempre há esperança para aumentar a aderência, acrescenta o SIMPLICIDADE diploma do Cooperador Salesiano. O BS enviado gratuitamente, penetra tanto em casas ricas como Dom Bosco nunca parava. Uma regra seguida nas dos pobres. Os ricos devem enviar ofertas subspor ele para sobreviver nos meios de comunicação tanciais que lhes permita enviar o BS também era: "Deixar de lado os clássicos, falando na para os pobres e para fazer uma tiragem decente”. língua que você pode, ou em língua italiana, mas popularmente, popularmente, popularmente." E a MISSÃO partir dessa regra veio jornais e livros "para colocar nas mãos da população". Os "sinais" intitulado Em 17 de Setembro de 1885, ao Conselho da "Lembre-se para os católicos." O "booklet" com Congregação, Dom Bosco falou do Boletim o título "Conselhos para os católicos." Até as Salesiano como um meio poderoso para os meus "Leituras Católicas" nascidas em 1853 que visam propósitos. No terceiro Capítulo Geral da Congreproduzir "livros para o povo", em "palavras gação, realizado em 1883, Dom Bosco já havia simples populares". afirmado: "Para nós, não importa receber centenas de libras, mas alcançar a glória de Deus. Por esta razão, CONEXÃO se os Governos não se colocarem abaixo do padrão, o Boletim Salesiano se tornará um poder, não para si, A primeira edição "oficial" do Boletim Salesiano mas para as pessoas que irão recebê-lo". Dom abre com uma carta de Dom Bosco: "Para os Viganò, aos directores do Boletim: "O BS é o jornal Cooperadores Salesianos. Em nossos regulamentos, de um carisma, não mera crónica de fatos superfiou meritórias, é prescrito um boletim mensal, para ciais; Ele informa, comunica, faz sentir a vitalidade dar-lhe informações de coisas feitas ou a serem do movimento salesiano, a partir da consideração feitas, a fim de alcançar o objectivo que propuse- dos problemas da realidade, para trabalhar com mos. Realiza-se agora o desejo comum, para que inteligência para uma nova evangelização".

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• São João Bosco (1877) • João Bonetti (1877 - 1883) • Battista Lemoyne (1883 - 1896) • Abbondio Anzini (1896 - 1904) • Amedei Angelo (1904 - 1926) • João Cassano (1926 - 1927) • Domingos Garnieri (1927 - 1932) • Guido Favini (1932 - 1950) • Aspreno Gentilucci (1950 - 1951) • Pietro Zerbino (1951 - 1972) • Teresio Bosco (1972 - 1975) • Enzo Bianco (1975 - 1983) • Giuseppe Costa (1983 - 1991) • Umberto De Vanna (1991 - 1997) • Giancarlo Manieri (1997 - 2010) • Bruno Ferrero (2011 - ...)

De acordo com as constituições salesianas, "O Boletim Salesiano, fundado por Dom Bosco, difunde o conhecimento do espírito e da acção salesiana, especialmente a missionária e educativa. Ele está interessado nos problemas da juventude, incentiva a colaboração e tenta promover as vocações. É também uma ferramenta de treinamento e um elo entre os diferentes grupos da Família Salesiana. É preparado de acordo com as diretrizes do Reitor-mor e seu Conselho em várias edições e línguas". Texto escrito por Pe. Bruno Ferrero, actual director do Boletim Salesiano de Roma, e publicado no Portal Salesiano.

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Especial

Missão Católica de Moçambique Por Elvira Freitas

A viagem que

jovens Salesianos

vão recordar para o resto de suas vidas!

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enhores leitores, apertem o cinto pois vamos embarcar numa viagem inédita na história do Movimento Juvenil Salesiano de Moçambique. O destino é Mangundze, no districto de Mandlakazi, província de Gaza, a 300 quilómetros para além de Maputo. Vão na viagem 20 jovens da Paróquia São José de Lhanguene acompanhados de duas irmãs Salesianas – Verdiana Armando Samissone

Reunião de despedida da Missão Católica em Mangundze

No domingo, às 6h: acordar e fazer a higiene pessoal, depois participação na Missa. Após a Missa, o primeiro almoço compartilhado entre todos os presentes. Só então começa a definição das atividades a serem desenvolvidas ao longo da semana. O tema central dos trabalhos foi escolhido pelos jovens das comunidades que seriam atendidas pelos missionários: Educação e suas implicações – pontos positivos e negativos e seus desafios. A partir daí houve muita recreação – e como isso

Jovens se reúnem pela manhã para planear actividades

é fácil para jovens, em qualquer parte do mundo! Ainda sobrou tempo para visitar famílias em redor da paróquia. Ao longo da semana, os cerca de 200 jovens, alunos de escolas de Mandlakazi – das 44 atendidas pelo Pe. Arias – em grupos, debateram exaustivamente e com responsabilidade de adultos seus anseios, queixas e sugestões para que a Educação em Moçambique seja de qualidade e acessível a todos, do norte ao sul do país. “No primeiro dia nos reunimos com eles para levantarmos toda a problemática a ser trabalhada. Eles elegeram

e Apoline Uwimanitegetse – e um seminarista Salesiano, Zebedeu Félix Navurula. Lá eles encontrarão outro grupo de jovens vindos da Argentina e que desenvolvem o Projecto Cidadania, um dos ramos da Fundación Pontifícia Scholas Occurrentes – criada pelo Papa Francisco. O embarque em Maputo ocorreu no dia 29 de Julho, sábado, pelas 9h e a chegada à Paróquia São Benedito, em Mangundze, foi às 14h. Neste primeiro dia o programa constou das apresentações: ao Pároco, Pe. João Gabriel Arias, missionário argentino diocesano, aos missionários argentinos e aos jovens nativos e organização nos alojamentos do Centro de Acolhimento Paroquial. Animadora com o seu grupo de trabalho

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Refeições são preparadas e compartilhadas entre todos

a Eucação e todos os seus intervenientes, a começar pelo aluno, a família, os professores, as ONGs que colaboram com a Educação, o próprio Governo, para ver como cada um se identifica com a problemática que eles mesmos levantaram”, explicou Zebedeu Félix.

Pe. Marco acompanhou parte dos trabalhos da manhã e falou de sua alegria por ver tantos jovens envolvidos em actividades pastorais, os destinatários da missão e os missionários. Encorajou-os a prosseguirem com a missão. “Que seja a primeira de muitas mais e que ela sirva de motivação para outros jovens. Que Deus os abençoe e Dom Bosco, nosso pai espiritual, os inspire sempre”. A viagem, caro leitor, terminou no dia 06 de Agosto e nela os jovens missionários trouxeram a bagagem repleta de experiências, projetos para futuras missões e muitos sonhos. Ah, como eles sonharam. Trouxeram até um presente para aqueles que não puderam participar dessa primeira viagem: um vídeo que resume um pouco do que fizeram e muito da alegria que viveram nestes breves, mas frutuosos dias. Confira em www.boletimsalesiano.org.mz.

Momento recreativo entre os participantes da missão

Pela tarde os missionários se dedicaram ao aspecto da evangelização dos jovens, como formação de acólitos, de catequistas, leitores. Enquanto uns cuidavam destas formações, outros se dedicaram às atividades caritativas como visita aos doentes, além das atividades de Oratório, como convém às missões Salesianas. Tudo feito a pé, num percurso de sete quilómetros entre uma comunidade e outra. No segundo dia da missão, o Provincial Salesiano em Moçambique, Pe. Marco Biaggi, passou toda a manhã junto com os jovens. Ele foi acompanhado dos padres Luiz Gonzaga Piccoli, responsável do Pré-noviciado e integrante da Comissão Inspetorial de Formação, e José Francisco López, Vigário da Missão Salesiana de Matundo.

Pe. Marco visita Mangundze e passa a manhã junto com os jovens

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Vocações

Senhor, que queres Que queres

Por Ir Ofélia Ramos Macuaia, FHIC

P

az e bem, caro leitor! No dia 29 de Julho fui a Magude, Paróquia de São Jerónimo, para partilhar com os jovens vocacionados e os animadores das vocações o tema de Discernimento Vocacional. Éramos uma equipa de seis membros enviados pela Arquidiocese de Maputo: dois seminaristas teólogos, três irmãs e uma leiga. O discernimento vocacional é um tema muito importante e fundamental, não só para aqueles que querem doar a sua vida pelo reino dos céus, mas também para aqueles que querem abraçar a vida matrimonial. Discernimento significa, apreciar, separar, escolher. O discernimento vocacional é um processo de conhecimento. Neste processo permite-se avaliar se além do interesse e da inclinação para aquela determinada vocação, a pessoa possui também condições e as virtudes exigidas para

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vivê-las na sua entrega definitiva a Deus. É neste contexto que todo o ser humano é vocacionado! Chamado para a vida, para apreciar as maravilhas que Deus realizou e que ainda hoje continua a realizar na vida de todos os seres humanos. Verdadeiramente, o homem é chamado a colaborar com Deus na sua missão salvífica. Sendo assim, Deus convida o homem a escolher aquilo que é bom para ele mesmo, útil e necessário para colocar-se ao serviço dos outros. Esta escolha deve ser feita colocando Deus em primeiro lugar, e com a finalidade de deixar-se conduzir por Ele! Só Deus é Amor! Assim dizia São João! Ninguém pode dar um amor verdadeiro, senão Deus! Aquele que nos amou primeiro! Caro leitor, espero que também possas fazer um discernimento na tua vida! Não corras! Primeiro é


de mim? que eu faça?

necessário esperar que Deus te mostre o caminho a seguir, caminho verdadeiro e seguro! Cito aqui uma pequena história: Um belo dia, um jovem ouviu que na Igreja Católica existem homens e mulheres que não se casam e que se chamam padres. O jovem ficou curioso e quis saber o que é que isso significava! Os amigos convidaram-no para ir com eles à igreja num domingo. E assim aconteceu! Viu o padre a celebrar, vestido de branco, bem asseado e as irmãs bem apresentadas, cantando com ar de festa. O jovem virou-se para os seus colegas e disse: sim, isto é lindo! Quem me dera também ser como aquele senhor que é Padre! Mas tenho receio do meu pai, que é muçulmano! Num belo dia, depois das aulas, foi a casa do Padre para uma simples conversa; e nessa conversa convidou o Padre para

que fosse à casa dos pais. E assim aconteceu! O jovem conquistou a amizade do Padre, mas o pai do jovem sempre implicava com o jovem. Entretanto, a irmã dele também depois de algum tempo entrou na casa das irmãs. Isso fez com que o pai ficasse muito enfurecido! A casa dos pais transformou-se num inferno! O jovem mudou de casa e passou a viver em casa da irmã mais velha, com o objectivo de continuar o seu discernimento vocacional. Entretanto, depois de quatro anos, as irmãs foram à casa dos pais, levando consigo o convite para a profissão da filha deles. Os pais aceitaram o convite, pensando que era algo sem valor e assim fizeram-se presente à festa. Quando chegaram foram bem acolhidos pelas irmãs e introduzidos na capela onde iria decorrer a cerimónia. Enfim, tudo começou! O pai do jovem ficou muito emocionado! Ao fim de tudo pediram para usar da palavra! O pai do jovem não conseguiu dizer algo, porque a emoção era demais! E quando chegou a casa chamou o seu filho e disse: - Filho, ainda tens aquele desejo de ir ao seminário? O filho respondeu: - Sim, pai, tenho! O pai continuou: - O que é preciso para alguém entrar lá? O filho respondeu: - Vou perguntar ao Padre o que é preciso, depois direi! O Pai disse ao filho: - Meu filho, eu não percebia nada! Mas agora estou ciente de que a tua irmã escolheu algo bom! Até vieram nos buscar aqui em casa! Meu filho! Força! Eu vou-te apoiar em tudo o que precisares! Por fim, o pai do jovem converteu-se para a Igreja Católica, onde foi baptizado, crismado e, por fim, Deus o chamou para a sua morada! Querido jovem, para iniciar o caminho da vocação, não esperes ter a certeza absoluta de que Deus te chama! Basta teres a certeza moral. A decisão é um passo na fé, um acto de confiança em Deus! Mas, do que não podes duvidar é daquilo que tu queres! Ao dar este passo tu poderás dizer: quero dar a minha vida a Deus no serviço dos irmãos! Quero entrar nesta congregação religiosa e quero ser sacerdote!

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Família que educa

Paternidade e maternidade

Constituir família: um Por Pe. Benedito Joãso Simone, SDB

Na verdade, pode-se fazer um belo caminho com as paixões, o que significa orientá-las cada vez mais num projecto de autodoação e plena realização própria que enriquece as relações interpessoais... Isto não implica renunciar a momentos de intenso prazer, mas assumi-los de certo modo entrelaçados com outros momentos de dedicação generosa, espera paciente, inevitável fadiga, esforço por um ideal”. Amoris Laetitia, nº 148. Os dicionários definem responsabilidade como “a obrigação de responder pelas acções próprias, pela dos outros ou pelas coisas confiadas”. Responsabilidade, infelizmente, não é um valor humano popular nos dias de hoje. Aliás, todos os valores humanos e espirituais estão a ser atingidos por uma enorme e profunda crise. Não há coração que não se abale e não há mente capaz de desvendar, na totalidade, a razão de todos os problemas que vivemos. As tradições, que serviam de apoio para nossos comportamentos, actualmente vêm diminuindo com grande rapidez. Como a pessoa que está prestes a se afogar e se agarra a qualquer coisa que lhe aparece à vista, assim somos nós quando arrastados e enganados pelas propostas duma “linda sociedade descartável”. No mundo de hoje, gostamos de estar envolvidos, mas não queremos nos comprometer. Daí nós abortamos, abandonamos, deitamos no lixo, divorciamos... E, infelizmente, rapidamente nos “psicoadaptamos” a estas tristes realidades. Alguém dizia que há apenas duas coisas na vida que nós temos que fazer: “morrer e fazer escolhas”. A certeza da morte é indiscutível, mesmo se às vezes nos deixamos levar por uma espécie de “ilusão de indulto”, vivendo como se não fôssemos morrer nunca. Mas, quanto à necessidade de fazer escolhas, nem sempre levamos isto a sério. No entanto, é a nossa capacidade de fazer escolhas que indicará o nível de maturidade alcançada. O jovem e a jovem que estão a preparar o seu futuro é importante perceber que a paternidade e

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responsáveis

projecto de vida a maternidade não estão a ser adiadas para outro momento porque elas não dependem apenas das condições biológicas (capacidade para ser genitor ou genitora). Infelizmente, ao invés de nos formarmos, arranjar um emprego e casar, somos obrigados a casar, arranjar qualquer emprego enquanto nos formamos em condições muito difíceis. Aqui também nos “psicoadaptamos”, como se este fosse um caminho normal de vida. E isto acontece porque não temos um projecto de vida. Vivemos sem horizontes. Então, qual é a importância dum projecto de vida? Como elaborar um projecto de vida? Vamos responder a estas duas perguntas de forma muito breve. Por que ter um projecto de vida? Porque o projecto de vida é um sinal de maturidade humana; ele nos ajuda a organizar as nossas próprias escolhas. As etapas de construção de um projecto de vida: a) Descrever aonde se quer chegar: Qual é o meu ideal (meta, sonho). É importante fazer uma análise a partir do lugar e situação onde me encontro. b) Descrever onde e como se encontra: Em que ponto me encontro actualmente? É a consciência da realidade que sou e na qual me encontro; o meu hoje concreto. c) Descrever o que se deve fazer: Quais passos são necessários para realizar o ideal sonhado? É a determinação de linhas de acção bem concretas a serem dadas para se sair do lugar em que se encontra e caminhar em direcção ao que se deseja. É necessário ser perseverante no cumprimento destas linhas de acção e ter momentos de avalição; estar sempre motivado. Então, não se começa com a chegada de um filho, mas sim, elaborando um projecto de vida. Por isso é impensável querer prescindir dele. O projecto de vida é um instrumento que possibilita a realização dos nossos sonhos. Ser pai ou mãe é uma grande responsabilidade, por isso não se deve começar por um “acidente”. Talvez ninguém tenha estado perfeitamente preparado para sê-lo, mas a verdade é que não se deve improvisar.

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ISDB

ISDB, após 10 anos de vida, já consolida sua sustentabilidade Por Jaqueline O. Calderón Langa

Alunos participam do projecto desenvolvido por voluntários estrangeiros em Moçambique, no mês de Julho

A

Sociedade Salesiana começou a trabalhar na formação profissional em Moçambique ainda no século passado. A sua determinação em desempenhar a promoção dos jovens moçambicanos tem ganhado cada vez mais notoriedade na sociedade actual. É nesse contexto que o Instituto Superior Dom Bosco (ISDB) se firma como uma instituição salesiana orientada para a educação profissional, que tem como missão o serviço à comunidade, sobretudo aos jovens mais desfavorecidos, através do ensino de graduação, de investigação e projecto social para desenvolver competências educativas, profissionais, éticas e morais. No desenvolvimento de suas actividades e na convivência entre todos os membros da comunidade educativa, o ISDB introduziu em seu Plano

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Estratégico 2017-2021 linhas orientadoras que pretendem consolidar institucionalmente sua sustentabilidade, frente aos desafios educacionais e sociais de Moçambique. Dentre estas estratégias são apontadas a melhoria dos sistemas de organização, optimização à gestão dos recursos humanos, assim como garantir a sua autossustentabilidade. Após a Conferência Rio mais 20, realizada em Junho de 2012 no Rio de Janeiro, Brasil, foram aprovados por todos os povos, nações e governos participantes os objectivos, metas e indicadores do desenvolvimento sustentável para serem enfrentados por todos os países até 2030. Entretanto, tendo em conta que a sociedade moçambicana ainda está em vias de desenvolvimento, alguns objectivos precisam ser observados com maior atenção. Dentre eles destacam-se alcançar igualdade de género, o


empoderamento de todas as mulheres e raparigas e também assegurar educação inclusiva e equitativa de qualidade capaz de promover oportunidades de aprendizagem para todos ao longo da vida. O ISDB busca se preparar para atender às exigências traçadas, por meio de participação em conferências e seminários, como o Workshop sobre Desenvolvimento Sustentável, realizado no Quénia, no qual foi representado pela Professora Danila Osmani Bijal, mestre em direcção e consultoria turística com especialização em Turismo Sustentável pela Universidade Atlantico de Madrid. Ela descreveu sobre a importância da sustentabilidade para o Instituto, destacou que “os intervenientes que regem a sustentabilidade estão directamente relacionados com o desempenho e qualidade de uma instituição. Por se tratar de uma instituição de ensino superior precisa ter muita atenção nas suas

estratégias, com vista a um desenvolvimento sustentável e duradouro”. Passados dez anos de sua criação, o Instituto tem motivado constantemente seus colaboradores a participarem e desenvolverem os objectivos estratégicos propostos, mesmo em períodos de mudança de liderança, já que a mudança está no nosso dia a dia. Com mais intensidade o ISDB é chamado a atender às necessidades da comunidade na qual está inserido. Principalmente quanto aos jovens desfavorecidos, que ainda encontram factores limitadores em sua formação educacional. Buscar a sua sustentabilidade em relação à oferta formativa requer muita análise e engloba diferentes intervenientes económicos, sociais e culturais, que podem estar ligados à planificação, sem perder o foco do projecto educativo de Dom Bosco.

Sustentabilidade é meta do Instituto e anseio dos alunos nos diversos cursos da instituição educacional

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Espaço Jovem "O fórum juvenil, para mim, é um momento de aprendizagem. Aprendi muita coisa, não sabia quantas vezes Salomão foi chamado, mas graças a esta oportunidade fiquei sabendo. Os que não estiveram aqui perderam muito; meu recado para eles é que não percam novamente a oportunidade de se aproximar dos que participaram, de modo a obterem mais experiências.” Argélia Banze, membro da comunidade Maria Auxiliadora da Namaacha

"O fórum é um espaço de partilha de experiências; é um momento bem-vindo e por isso espero que ele aconteça mais vezes; afinal de contas está a ser bom estar aqui. É gratificante saber que os nossos superiores se importam connosco, razão pela qual o tema escolhido – também o do encontro dos Bispos em 2018 – poderá trazer-nos recomendações de boa convivência na sociedade.” Rute Nhancale, da PJ da Paróquia São José de Lhanguene

MJS de Moçambique afina instrumentos o Sínodo dos Bispos de 2018 Por Ilunde Maute

No enceramento do Fórum do MJS, jovens posam para foto de recordação

O

Movimento Juvenil Salesiano (MJS) está a fazer direitinho o dever de casa passado pelo Papa Francisco, em preparação ao Sínodo dos Bispos que acontecerá em 2018 e cujo tema será justamente sobre eles: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Francisco pede que os jovens comecem a se preparar fazendo encontros, debates e estudos. Foi com o intuito de apresentar propostas de acção que o MJS de Moçambique realizou nos dias 22 e 23 de Julho, na Missão

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Salesiana da Moamba, seu primeiro fórum do ano, com o tema: "Os jovens, a fé e o discernimento vocacional – a caminho do Sínodo 2018 com a Igreja". O evento contou com a participação de cerca de 130 pessoas, dentre as quais animadores, catequistas, Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) e Salesianos de Dom Bosco (SDB), das comunidades da Matola, São José de Lhanguene, Bom Pastor, do Jardim, do noviciado dos SDB e das FMA, além da Comunidade Beata Anuarite.


"Penso que participar do fórum é uma óptima oportunidade para partilharmos experiências. É de louvar a iniciativa do Papa de realizar um encontro de Bispos voltado para os jovens. Penso igualmente que o que foi dito aqui, de certa forma, chegará aos ouvidos dele. Apelo a todas as pessoas que não puderam cá estar que se aproximem dos irmãos que estiveram, para conhecer nossas experiências.” Ricardino Canda, membro da comunidade Nossa Senhora de Fátima da Namaacha

e dá o tom para

Uma das formações do fórum, divididas por idade

Ação de graças na celebração eucarística de enceramento do fórum

dinâmicas sociais e culturais do mundo em que os jovens crescem e tomam suas decisões exigem uma leitura profunda de fé. "É necessário ter figuras de referência como Domingos Sávio, São João Bosco, etc, para servir de modelo de vida para os jovens", disse. Na parte da tarde houve mais duas palestras, dirigidas por Nelson Manganhe e Pe. Francisco Pescador. Na intervenção de Nelson Manganhe o destaque foi a fé como base para o resultado de um bom discernimento. Já na do Pe. Francisco Pescador foi como os jovens devem preparar-se para o Sínodo da Juventude de 2018. O segundo dia do fórum iniciouse com a celebração eucarística, presidida pelo Provincial Salesiano no país, Pe. Marco Biaggi, e concelebrada pelo Pe. Francisco Pescador, às 7h. Após a missa, houve a apresentação do tema "Os jovens, a fé e o discernimento vocacional", pelo professor André Máximo. De acordo com ele, o casamento, a vida consagrada e sacerdotal fazem parte das vocações e da consistência familiar. Ele acrescentou que é preciso que cada jovem identifique-se com uma das vocações acima citadas. “Factores como relativismo, superficialidade, precariedade e individualismo são impedimentos ao crescimento da fé e empecilho ao discernimento vocacional entre os jovens”, concluiu.

Durante dois dias, os pátios e o auditório da Escola Profissional da Moamba foram palco de palestras, actividades culturais, jogos e muita animação. No primeiro dia do fórum – realizado no contexto da Estreia de 2017, que tem por lema: "Cada casa é uma escola de vida e de amor" – as actividades começaram pelas 8h50 com as boas-vindas dadas pelo Pe. Francisco Pescador, Delegado da PJ em Moçambique. Posteriormente foram feitas as formações. A primeira delas esteve sob a coordenação de Cesária Huo, responsável pelo grupo de jovens na Paróquia Nossa Senhora das Vitórias. Ela destacou que os jovens devem empenhar-se no Evangelho, pois são pessoas com muita força e garra para anunciar as maravilhas do Senhor. Cesária Huo incentivou os jovens a que não só pensassem em si mesmo, mas também no seu próximo. "Só assim estarão numa caminhada simultânea com os outros, rumo ao Sínodo de 2018, que contará com quatro fases, nomeadamente: consulta ao povo, realização do sínodo, divulgação do documento pós-sinodal e a prática das recomendações". A segunda intervenção foi de Rute Nhancale, também sobre o mesmo tema. De acordo com ela, as Adolescentes e jovens da Moamba em momento cultural

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Repórter Salesiano

Festa de Dom Bosco reúne e anima comunidade paroquial de Moatize

Entre os catequistas estava o Aires José Januário Borges, um jovem de 19 anos, que decidiu repartir com crianças e outros jovens como ele os conhecimentos que têm acerca de Jesus e do Evangelho. “Temos de dar a nossa contribuição para a formação religiosa das crianças e dos jovens. É como diz o próprio Evangelho: 'de graça recebemos e de graça devemos dar'”, disse o catequista Aires, numa referência ao Evangelho de Mateus 10, 8.

Nas comunidades do Zobwè, a missa é motivo de festa, já que só acontecem seis vezes por ano

Igreja São João Baptista fica lotada na celebração por Dom Bosco

A Paróquia São João Baptista, em Moatize, na província de Tete, no dia 13 de Agosto, ficou completamente cheia para a celebração eucarística das 8 horas, Festa da Assunção de Nossa Senhora, e comemoração dos 202 anos do nascimento de Dom Bosco. A missa foi presidida pelo Vigário paroquial, Pe. António Ernesto Francisco, e concelebrada pelo Pe. José Francisco López e pelo Diácono Ségio Daniel Saide. “Estamos hoje também a celebrar a grande festa de São João Bosco, um dos santos que acreditou no projecto de Deus. E aceitou dar a sua vida para a educação da juventude, educação que vai continuando em todos os educadores que dão todas as suas energias para educar os jovens, principalmente os desfavorecidos", disse o celebrante na homilia. Após a missa seguiram-se as actividades culturais e recreativas, tendo o Diácono Sérgio falado sobre a mensagem que o Reitor-mor, Pe. Ángel Fernández Artime, escreveu aos jovens no início deste ano. A sua palestra foi animada por músicas, tocadas e cantadas pelo Ir. Coadjutor Mouzinho Domingos. Na véspera da Festa de Dom Bosco, o pátio da igreja e os espaços interiores já estavam repletos de crianças e jovens para a Catequese.

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Com muita dificuldade de acesso, tanto em relação às estradas como pelas distâncias, as comunidades Candjia, dedicada a São Daniel, e Book, dedicada à Santa Mônica – duas das 35 ligadas

Candjia tem 1ª Eucaristia em missa presidida por Pe. Benedito

à Paróquia da Imaculada Conceição, em Zobwè, na província de Tete – tiveram um sábado de festa, no dia 19 de Agosto, com a presença de um sacerdote para a missa. Isso porque só dá para visitar todas elas, no máximo, seis vezes por ano. As duas comunidades acolheram com muita música e dança o Pe. Benedito João Simone, SDB. A aventura da visita aconteceu já à saída. Para se chegar às comunidades é preciso cruzar o posto alfandegário entre Moçambique e Malawi. Isso não foi problema, porque um dos integrantes da pequena comitiva do Pe. Benedito – uma missionária brasileira e animadores de comunidades – tem o visto


permanente para cruzar o posto. Difícil foi completar os quase 40 quilômetros de estrada de terra batida e esburacada antes de chegar às capelas, com a intensa neblina que cobria quase todo o percurso e o frio intenso que fazia: mais ou menos 12 graus. Quando o sacerdote chegou à primeira delas, os fiéis – aproximandamente 40 – aguardavam-no à entrada com palmas e os cânticos de boas vindas em chichewa, língua falada desde a vila de Zobwè. O frio não os lhes tirou o ânimo. Na segunda comunidade, surpresa maior: além dos fiéis em número elevado – quase 60 –, 14 adolescentes aguardavam anciosos a chegada do padre. Todos preparados para as confissões e para receber a Primeira Comunhão. Nada descreve a emoção deste momento. No final da missa, ainda ofereceram o almoço aos visitantes.

Ao apresentar-se aos jovens, ela dirigiu-lhes uma palavra de ânimo no sentido de pertença ao Movimento e à Espiritualidade Juvenil Salesiana. “Todos vós deveis ser muito agradecidos a Deus pelo chamamento que ele vos fez de pertencer ao movimento e à Espiritualidade Salesiana, essa espiritualidade que nasceu da experiência de Dom Bosco e Madre Mazzarello e que hoje se estende em todo o mundo, trazendo essa alegria que vós expressais à vida de muitos jovens”, disse Ir. Runita Galve.

Conselheiro do Reitor-mor faz visita de animação a Moçambique

Em visita de animação a Moçambique, entre os dias 13 e 18 de Agosto, o Pe. Américo Chaquisse, Conselheiro do Reitor-mor para a Região África-Madagascar, visitou várias casas Conselheira geral Salesiana para salesianas, entre as quais a da Matola, onde a PJ anima jovens moçambicanos se reuniu com os Aspirantes e Pre-noviços, ouviu e respondeu a perguntas deles, sobre aspectos Ir. Runita Galve Borja, Conselheira geral para a vocacionais e da formação. Pe. Américo esteve Pastoral Juvenil das Filhas de Maria Auxiliadora também no Noviciado Sagrado Coração de (FMA), fez uma breve visita de animação à Inspectoria São João Bosco (Salesianas de Moçambique), no mês de Agosto. Entre as diversas atividades quea religiosa teve no país, a de maior

Apresentação da comunidade do Noviciado da Namaacha

Jesus, na Namaacha, onde repetiu-se a mesma conversa com os Noviços. No último dia da visita, dia 18, o Conselheiro do Reitor-mor esteve por breves momentos na reunião dos Directores das escolas salesianas no país – SDB e FMA. Em suas considerações na abertura do Ir. Runita se perde em meio à animação de jovens no Infulene encontro, ele destacou a necessidade de se redestaque foi o encontro com jovens das diversas casas forçar a identidade pastoral e evangelizadora da salesianas dos SDB e das FMA, onde o Movimento Congregação em Moçambique e saber associá-la Juvenil Salesiano está presente. O encontro ocor- com as necessidades educativas do país e com a reu no Centro Dom Bosco, no bairro Infulene. legislação educacional vigente.

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Notícias Internacionais

Província Salesiana de Portugal está sob a direcção de Pe. José Anibal

Posse do Pe. Simon Asira na Inspetoria de África Este

Ex Delegado da PJ, Pe. Aníbal é actual Provicial de Portugal

Pe. José Anibal Milhais Pinto Mendonça comanda a Provícia Salesiana de Portugal desde o dia 22 de Julho. A cerimónia de tomada de posse foi presidida pelo Pe. Stefano Martoglio, Conselheiro Regional da Congregação Salesiana para a Região Mediterrânea, na Casa Dom Bosco de Lisboa, sede provincial. Natural de Murça, em Vila Real, o Pe. José Aníbal nasceu no dia 10 de Julho de 1967 e fez a profissão religiosa nos Salesianos em 1985; frequentou o curso de Teologia na Universidade Católica Portuguesa e terminou a formação académica superior em Turim, Itália, ordenando-se sacerdote no Porto, no dia 10 de Julho de 1994. O Pe. José Aníbal passou por diferentes casas dos Salesianos, nomeadamente Porto, Manique, Poiares e Lisboa, tendo sido coordenador de pastoral, formador, pároco, responsável do centro juvenil, professor e director pedagógico. Após ter sido director do Colégio Salesiano de Poiares, onde entrou como aluno, nos últimos anos foi Delegado Provincial para a Pastoral Juvenil, Conselheiro Provincial e, no último ano, Director da escola dos Salesianos de Manique.

Artime, o Pe. Américo Chaquisse, Conselheiro para a Região África-Madagascar, presidiu no dia 05 de Agosto, no Santuário de Maria Auxiliadora de Nairóbi – Upper Hill – a Eucaristia durante a qual o Pe. Simon Asira tomou posse como novo Superior da Inspetoria Salesiana da África Este. “Assistimos hoje à passagem da guia desta Inspetoria dos Salesianos missionários aos Salesianos locais. É um sinal de maturidade e de crescimento”, disse o Pe. Chaquisse na ocasião.

Pe. Fábio Attard faz visita de animação ao Vietnã De 17 a 30 de Agosto, o Pe. Fábio Attard, Conselheiro para a PJ, está em Visita de animação à Inspetoria do Vietname. Durante esses dias, o Pe. Attard conduziu exercícios espirituais para o Conselho Inspetorial e Diretores de Comunidades, e coordenou alguns laboratórios/oficinas para aprofundar o Quadro de Referência da Pastoral Juvenil Salesiana (PJ).

Quénia dá posse ao Pe. Simon Asira como novo Inspetor da África Este Representando o Reitor-mor Pe. Ángel Fernández

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Pe. Fábio Attard em visita de animação ao Vietname


450 anos de nascimento de São Francisco de Sales

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m seu nome e em sua espiritualidade sob as portas das casas, ou afixava às paredes e inspirou-se Dom Bosco ao fundar a muros públicos, merecendo, por esta original Congregação dos Salesianos – oficialmente atividade publicitária, o título de Patrono de “todos aqueles católicos que, ‘Sociedade de São Francisco de Sales, com a publicação de jornais ou cuja atenção se dirigiu sobretudo de outros escritos, ilustram, ao cultivo e educação das jovens promovem ou defendem a gerações, com uma dedicação Doutrina cristã” (Pio XI, toda particular ao cuidado Encíclica ‘Rerum Omnium’, dos filhos das classes mais de 26 de janeiro de 1923). humildes e pobres, preferindo Bispo de Genebra, foi além disso o método do um dos grandes mestres diálogo e da doçura, num de espiritualidade dos ambiente entretecido de últimos séculos, seguindo alegria, de docilidade e de a máxima: “Se eu errar, autoestima. Nascido na Sabóia, quero fazê-lo antes por no Castelo de Sales, junto a muita bondade que por deThorens, no dia 21 de agosto masiado rigor”. Inscrito no de 1567, Francisco concluiu em Album dos Bem-Aventurados Lião, França, os seus dias, consuem 1661, Dom Francisco de Sales mido por seus trabalhos apostólicos, foi canonizado em 1665 e proclamado no dia 28 de dezembro de 1622. Sacerdote zeloso, incansável trabalhador na Doutor da Igreja em 1887 por Sua Santidade o vinha de Deus, perante os escassos frutos obtidos Papa Leão XIII. desde o púlpito, devotou-se à publicação de folhas volantes, que ele mesmo fazia deslizar por Publicado em InfoANS no dia 22-08-2017

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Testemunho de vida

Daniel Massaca, um catequista que leva Deus aos jovens Por Elvira Freitas

Um dia, um menino, quase adolescente, me perguntou: - Como é que se reza? Na igreja vejo pessoas ajoelhadas a mexerem os lábios. Estão a dizer o quê? Em poucas palavras, conversei com aquele menino, mas depois pensei que aquela dúvida não era só dele mas de muitos outros meninos. Rezar é falar com Deus. É falar com os Anjos e com os Santos que estão mais próximos de Deus”. Esse é o relato de Daniel Mendes Massaca, Salesiano Cooperador e, mais que isso, um evangelizador. Daniel Massaca é um professor reformado que pega sua mota e percorre as mais de 50 comunidades que pertencem ao distrito de Chiúre, na província de Cabo Delgado. Onde tem crianças, adolescentes e jovens disponíveis para conhecer Jesus e sua Palavra, lá está Daniel Massaca. Com eles, o catequista fala de Deus, faz um pouco de recreação, além de dançar e cantar. Depois leva-os para participar da Eucaristia. Na véspera ele chega e prepara os encontros e ensaia as músicas. Essa rotina prossegue todo o segundo domingo do mês, independentemente se o tempo está bom ou não. O evangelizador se tornou um catequista a partir daquele questionamento da criança. Hoje, Daniel

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Massaca continua a responder a tantas outras crianças e jovens: “Rezar não é decorar textos de grandes compêndios de orações, mas dizer aquilo que alguém sente no coração, para o bem da sua vida, da sua família, dos seus amigos, enfim, para o bem da sociedade. Simples frases como: ‘Senhor, perdoai-me pelas minhas fraquezas’ ‘Senhor, muito obrigado pelo que me dais’, são formas de oração”. Em suas conversas com os jovens o catequista sempre se vale de um exemplo: o do coqueiro, que tem cerca de 30 metros de altura e produz um fruto, o coco, com a casca muito dura, capaz de resistir ao impacto da queda sem se partir, ainda que caia sobre pedras, porque Deus assim o pensou antes mesmo de criá-lo. Em conversa com a equipa do Boletim Salesiano, o evangelizador manda um recado aos jovens: “Amiguinhos, quando virdes alguém a inclinar um pouco a cabeça lá na igreja está a dizer: ‘meu Senhor e meu Deus’. Ide, experimentai inclinar a cabeça e a dizer também: ‘Senhor, ajudai-me a crescer forte na minha fé, ajudai-me a ser um bom cristão e a ser um honesto cidadão’”.


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VISITADORIA MARIA AUXILIADORA SALESIANOS MOÇAMBIQUE


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