NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2023 • Número 186 • Ano XX • Tiragem 3.000 exemplares
Canoa Caiçara
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www. jornalmartimpescador.com.br
ANOS
Em busca de uma verdadeira canoa caiçara para exposições culturais, Jefferson Maraschi resgata uma preciosa e antiga peça feita por mestre Paulinho em Cananeia. Pág. 4 e 5
O chef Danillo Nascimento do Nasc prepara prato com carapau, um peixe não convencional. Pág. 8
Sandra mostra o peixe grelhado, carro-chefe do receptivo de Turismo de Base Comunitária de Caruara, na área continental de Santos. Pág. 8
Professor Amorim (esquerda) e Jules Soto (fundador do Museu Univali-SC) visitam a sala de Mamíferos Marinhos. Pág. 5
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A médica veterinária Agar Perez fala sobre cultivo de pescado Impactos de doenças na produção de peixes foi o tema apresentado pela veterinária Agar Perez dia 23 de novembro, na última reunião online de 2023 do projeto Café Científico do Pescado. A especialista é aposentada do Instituto de Pesca/Secretaria de Agricultura e Abastecimento do ESP, com mestrado em Ciências na Universidade A bióloga Julia Domingues, a veterinária Agar de São Paulo/USP e dou- Perez e o pesquisador científico Alberto Amorim torado em Patologia Expede piscicultura cresce 10% ao ano, mas rimental na Universidade tem que crescer muito ainda. Em 2022 a Federal Fluminense/UFF-RJ Agar explica que o primeiro passo atividade rendeu 9 bilhões de reais, o que básico para os aquicultores é consultar corresponde a 860.355 t representando com atenção o Programa Nacional de uma cadeia de empregos diretos e indireSanidade de Animais Aquáticos de Cul- tos de 3 milhões de pessoas. Para que um tivo – “Aquicultura com Sanidade”, ins- aquicultor tenha efetividade na atividade tituído pela Instrução Normativa MAPA de forma sustentável deve exercer boas (Ministério de Agricultura, Pecuária e práticas de produção, cuidar do bem-estar Abastecimento) de 04/2015. O programa animal e da preservação do meio ambiente possibilita a padronização do cadastro para a produção ser mais lucrativa. Na sanitário de estabelecimento aquícolas opinião da especialista, atualmente a ativie determina procedimentos de atendi- dade não apresenta crescimento uniforme mento às suspeitas de foco de doenças, e a sanidade deixa a desejar. A veterinária planos de contingência, além de orientar explica que o produtor pode engordar peia adoção de boas práticas de produção e xes para o abate a partir de formas jovens, o que garante mais segurança. Agar frisa biosseguridade. “A aquicultura teve início na década a importância da quarentena para animais de 70 no Brasil, mas entre 80-90 que se importados para evitar entrada de doenças consolidou”, explica. A bovinocultura e exóticas. Como a contaminação atinge a a suinocultura já alcançaram o ápice da água, facilmente pode sair de controle e curva, enquanto isso a produção brasileira contaminar outras propriedades de cultivo
de peixes. Uma das dificuldades apontadas pela especialista é a escassez de laboratórios credenciados para diagnosticar doenças. Para evitar doenças, medidas sanitárias devem sempre ser efetuadas nos animais, nos tanques, viveiros, águas de transporte, equipamentos e veículos. Agar citou ainda diferentes doenças que podem atingir os cultivos, através de bactérias, vírus e parasitas. Um exemplo de doença grave atingiu a salmonicultura do Chile no período de 2007-2010, causada por vírus da anemia infecciosa do salmão responsável por grande mortalidade. No Brasil a criação de camarões cinza (Litopenaeus vannamei) no nordeste também sofreu duro golpe na década de 90 com a doença chamada mancha branca causada por um vírus, responsável por grandes perdas de animais causando um dano econômico e social. Apesar de estar sob controle, hoje a criação está sendo feita com número limitado de indivíduos, para evitar o estresse que propicia o aparecimento do vírus. Outro fator importante para o sucesso do empreendimento é contar com a responsabilidade técnica de profissionais como médicos veterinários ou zootecnistas como responsáveis técnicos com conhecimento em sanidade, gestão eficiente para propiciar produtos saudáveis.
Café científico do pescado, um jeito bom para discutir ciência Há 15 anos a médica veterinária e professora da Universidade Federal Fluminense/UFF Eliana de Fátima Marques de Mesquita descobriu uma maneira descontraída de falar sobre o estudo de pescado. Tudo começou com reuniões presenciais no laboratório do pescado e sanidade de aquáticos da UFF para discutir projetos com colegas e alunos. Com a pandemia os encontros começaram a ser feitos online, e assim permanecem até hoje, além do presencial. Isso dá possibilidade de reunir palestrantes e interessados de vários locais do Brasil. Além de projetos feitos na UFF, Eliana convida especialistas em diversas áreas para transmitir seus conhecimentos. É lógico que o título café científico é levado a sério e ao final da apresentação cada grupo reunido em seu local de origem, toma um cafezinho acompanhado de bolo, e o presencial também. Eliana é graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Fluminense/UFF, mestre em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro/ UFRJ, doutora em Ciências Biológicas pela USP, pós-doutora em Zoologia Aplicada pela Rutgers, The State University of New Jersey/USA, com aperfeiçoamento em cultivo de peixes pela Asian Pacific Regional and Training Center na China. Atua principalmente em radiação ionizante Eliana Mesqueita da em pescado, moluscos de Universidade Federal importância comercial, Fluminense. tecnologia e higiene do pescado, sanidade e histopatologia de animais aquáticos.
PAT oferece 93 vagas de emprego em São Vicente
O Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT) de São Vicente oferece 93 oportunidades de emprego em diferentes segmentos profissionais. O atendimento é sempre de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, de forma presencial nas unidades Área Insular (Avenida Presidente Wilson, 1.126 – Itararé) unidade Área Continental (Avenida Ulisses Guimarães, 1330 – Jardim Rio Branco). É necessário que o candidato leve RG, CPF, carteira de trabalho e comprovante de residência. Para quem quer mais agilidade, é possível acessar as vagas disponíveis pelo aplicativo Sine Fácil (em celulares com sistema Android) ou por meio de cadastro pelo Portal do Ministério do Trabalho – Emprega Brasil, por meio do link https:// empregabrasil.mte.gov.br/ EXPEDIENTE www.jornalmartimpescador.com.br
Confira: 30 vagas - Pedreiro Requisitos: Ensino Fundamental Completo; experiência em carteira; residir em São Vicente, Santos, Praia Grande ou Cubatão 30 vagas - Pedreiro (Material Refratário) Requisitos: Ensino Fundamental Completo; experiência em carteira; residir em São Vicente, Santos, Praia Grande ou Cubatão 10 vagas - Cozinheiro Geral Requisitos: Ensino Médio Completo; experiência em carteira; residir em São Vicente 01 vaga - Cozinheiro Geral
Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo Presidente Tsuneo Okida
Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP CEP: 11030-350 Fone: (013) 3261-2992
Requisitos: Ensino Médio Completo; experiência em carteira; residir em São Vicente, Santos ou Praia Grande. 10 vagas - Subchefe de Cozinha Requisitos: Ensino Fundamental Incompleto; experiência em carteira; residir em São Vicente 03 vagas - Operador de máquinas e equipamentos rodoferroviários Requisitos: Ensino Fundamental Completo; experiência em carteira; residir em São Vicente, Santos, Praia Grande ou Cubatão 01 vaga - Técnico em Segurança do Trabalho Requisitos: Ensino Técnico Completo; não
precisa de experiência em carteira; residir em São Vicente, Santos, Praia Grande ou Cubatão 05 vagas- Técnico Mecânico em Ar Condicionado Requisitos: Ensino médio completo; experiência em carteira; residir em São Vicente, Santos, Praia Grande ou Cubatão 02 vagas- Teleoperador Ativo (Telemarketing) Requisitos: Ensino Fundamental Completo; experiência em carteira; residir em São Vicente ou Santos 01 vaga- Atendente de Lanchonete Requisitos: Ensino médio completo; experiência em carteira; residir em São Vicente.
Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP christinamorim@gmail.com Fotos e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobureau.com.br Projeto gráfico: Isabela Carrari - icarrari@gmail.com - Impressão: Diário do Litoral: Fone.: (013) 3307-2601 Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia
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O jogo da vida
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Simulando pertencer a uma cooperativa, alunos descobrem a colaboração como valor
A professora Acielle e o prof. Ricardo com as crianças
Testando o jogo com as crianças
Reunião dos professores
O mundo está em constante mutação e os conceitos de emprego hoje são voláteis. “Com o conceito de emprego cada vez mais individualista, a economia solidária surge como um estímulo à cooperação”, explica Alcielle Santos. A professora, formada em Administração de Empresas, Direito, Pedagogia, é mestre e doutora em Educação pela Pontifícia Universidade
Cooperados da Cipó Educação e Livres Coop
Católica-PUC, além de fundadora e presidente da Cooperativa de Professores Cipó Educação, que trabalha em parceria com a Secretaria de Educação de Santos. “A Cipó e a Cooperativa Livres desenvolveram um jogo de economia solidária onde podem participar de quatro a cinco crianças”, explica Alcielle. O professor de História Ricardo Silva Ratto Jr. ajudou a desenvolver
a parte prática do jogo, apropriado para crianças acima de 10 anos que podem usar um tabuleiro, e para crianças acima de 12 anos podem jogar com cartões. A ideia é que os participantes desenvolvam suas habilidades de trabalhar em associações, cooperativas, se organizando para empreender solidariamente. O jogo será implementado em cinco escolas da Prefeitura
Inauguração do PRRM em Bertioga e Guarujá Dia 22/11 foi inaugurado o primeiro Ponto de Recebimento de Resíduos Sólidos Retirados do Mar- PRRM, em Bertioga. Em seguida, dia 24/11, foi inaugurado mais um na Praia do Perequê em Guarujá. O Programa Mar sem Lixo é uma iniciativa da Fundação
Florestal com prefeituras do Estado de São Paulo. Seu objetivo é remunerar os pescadores artesanais de arrasto de camarão pelos serviços prestados de forma voluntária para retirar resíduos do fundo do mar enquanto exercem suas atividades de pesca.
Presentes à inauguração do Mar sem Lixo em Perequê: Secretário do Meio Ambiente Ricardo Souza, gestora da APA da Serra do Guararu Edna, moradora e empresária do Perequê Rose da Silva, diretor da Associação de Moradores e Amigos da Cachoeira Sidnei Bibiano e esposa Valéria, presidente da Associação Vila Nova Perequê Miguel de Arruda.
O evento contou com presença de representantes de governo do estado, autoridades da Prefeitura Municipal de Bertioga, pescadores, pesquisadores, parceiros e comunidade. Na ocasião foram entregues aos novos pescadores cadastrados cartões de alimentação por onde receberão remuneração equivalente a quantidade de resíduo em quilos que entregarem. O ponto de recebimento de resíduos do mar já está em operação e vem recebendo grandes quantidades de resíduos. Em Bertioga o funcionamento do PRRM é de segunda, quarta e sexta das 14h às 17h e a agente operacional responsável é Mariana de Almeida. Cadastro de novos pescadores continua aberto e poderá ser realizado diretamente no PRRM localizado ao lado do Mercado de Peixe. Com a inauguração de mais postos totalizam atualmente seis distribuídos no litoral de São Paulo. Saiba mais: Instagram: marsemlixo_sp
de Santos. O projeto criado com verbas obtidas pela vereadora Debora Camilo, já está indo às escolas municipais. O trabalho inclui formação de professores e sessões em cinco escolas municipais indicadas pela SEDUC- Secretaria da Educação do Estado de São Paulo. O projeto prossegue em 2024 com a previsão de entrega de 10 caixas de jogos a cada escola participante.
Novos postos do PRRM Os novos Pontos de Recebimento de Resíduos do Mar (PRRM) do Programa Mar sem Lixo foram inaugurados nos dias 17, 22 e 24 nos municípios de São Sebastião, Bertioga e Guarujá, respectivamente. Uma iniciativa da Fundação Florestal em parceria com as prefeituras municipais, o programa busca remunerar pescadores artesanais de arrasto de camarão pela retirada voluntária de resíduos marinhos durante suas atividades de pesca. Os PRRMs já estão operando e recebendo grandes volumes de resíduos, enquanto o cadastro de novos pescadores permanece aberto nos respectivos pontos. Verifique os locais: PRRM UBATUBA - Ilha do Pescador, ao lado do Mercado de Peixe, em Ubatuba, São Paulo. PRRM SÃO SEBASTIÃO
- Rua Martins do Val, Praia de São Francisco, São Sebastião/SP. PRRM ITANHAÉM - Centro de Pesquisas e Educação Ambiental de Itanhaém: Rua Dom Sebastião Leme, 198, bairro Ivoty, Itanhaém/SP. De segunda, quinta e sexta. Das 14h às 18h. PRRM BERTIOGA - Av. Vicente de Carvalho, ao lado do Mercado do Peixe - Centro, Bertioga/SP. De segunda, quarta à sexta. Das 14h às 17h. PRRM GUARUJÁ - Praia do Perequê, ao lado da colônia de pesca, Guarujá/SP. De segunda, quinta e sexta. Das 14h às 18h. PRRM CANANÉIA - Pier em frente à sede da APA Marinha do Litoral Sul. Rua Wladimir Besnard s/n Morro S. João, Cananeia/SP. De terça à sexta. Das 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 15h30.
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COLUNA DP WORLD MOVIMENTA O MÊS DE NOVEMBRO COM EVENTOS ESPORTIVOS E CULTURAIS EM SANTOS
Investimentos em esporte e cultura fazem parte da história da DP World no Brasil. Desde 2015, a empresa já investiu mais de R$ 5 milhões em iniciativas sociais, atletas e competições esportivas na região através dos Programas Municipais de Incentivo Fiscal de Santos. No mês de novembro, a companhia proporcionou um fim de semana ativo aos moradores de Santos e região, com três competições esportivas e um festival cultural. No dia 11 de novembro, mais de 400 participantes marcaram presença na corrida noturna Santos By Night, incluindo integrantes da DP World. Realizada na praia, o circuito da corrida incluiu 5km de corrida e 2,5km de caminhada. Todos os inscritos puderam doar dois litros de leite ou dois quilos de alimentos não perecíveis, que posterior-
mente foram entregues para entidades assistenciais. No dia seguinte, 12, aproximadamente 300 participantes subiram os mais de 400 degraus do Monte Serrat, celebrando a 10ª Edição da Corrida Vertical. Com uma altura de 150 metros acima do nível do mar, a subida equivale a um prédio de 46 andares. Ao cruzar a linha de chegada, os competidores foram contemplados com uma bela vista da cidade, em um dos pontos turísticos mais tradicionais de Santos. A competição também foi em prol da solidariedade, com doações de alimentos para entidades sociais. Além dos eventos esportivos, o mês de novembro contou com a segunda edição do Cará Festival, que aconteceu no último dia 18, na Casa da Frontaria Azulejada, no Centro Histórico de
Santos. Com entrada gratuita, o festival integrou exposições, arte, música e gastronomia regional, com performances de bandas, oficinas de gastronomia e painéis de debate. O evento também serviu como espaço dedicado a impulsionar a economia local através da venda de produtos de empreendedores da região.
STATUS OBRAS DE AMPLIAÇÃO DO TERMINAL
As obras de expansão do armazém de celulose na DP World continuam com bom ritmo e já atingiram 70% de sua cobertura, considerando a instalação de ventiladores de exaustão e o fechamento de alvenaria. No mês de novembro, foi construída uma
horta no canteiro de obras de ampliação, ao lado da área de vivência, que propiciou uma grande interação entre integrantes do projeto com as atividades de plantio. A iniciativa, dentro do ambiente de trabalho, contribui para o aumento da conscienti-
zação e do engajamento dos funcionários quanto às questões relacionadas ao meio ambiente. Esta obra é licenciada pelo IBAMA – Licença de Instalação nº 1232/2018 1º retificação.
OUVIDORIA DP WORLD SANTOS 0800 779-1000 ouvidoria.ssz@dpworld.com www.dpworld.com/santos
Mestre Paul
Pesca, mú
Museu de Oceano
Na cidade de Balneári
A exposição do Museu de Oceanografia Univali (MOVI) abre com o tema do surgimento da vida, apresentando fósseis de cada era geológica do nosso planeta e finaliza com a parte histórica da caça à baleia e sua exploração comercial, atividade que foi muito praticada em Santa Catarina. São no total sete alas: Surgimento da vida e a história da relação do homem com o mar, Invertebrados marinhos, Peixes cartilaginosos, Peixes ósseos, Répteis marinhos, Aves Marinhas e Mamíferos marinhos. Difícil dizer qual a peça mais impressionante deste Museu fundado em 1987, com exposição inaugurada em 2015, e que hoje está entre os quatro principais acervos de história natural do Brasil. Na temática oceanográfica é o maior das Américas e terceiro maior do mundo. Seu acervo possui mais de 200 mil peças e a exposição apresenta mais de 1.500 delas, mostrando a biodiversidade marinha brasileira. Durante a visita, as surpresas são muitas. A entrada é marcada pela presença do esqueleto de um Lestodonte (Lestodon armatus), uma preguiça gigante extinta no final do Pleistoceno (período que se estendeu de 2,588 milhões a 11,7 mil anos). O fóssil foi encontrado através de redes de arrasto de camarão na plataforma continental na costa entre Passo de Torres e Araranguá (Santa Catarina). Fósseis deste animal são facilmente localizados na costa, pois naquele período as terras eram emersas com campos frios, semelhantes a tundras onde mastodontes semelhantes a elefantes e tigres de sabre eram abundantes. Por trás deste cuidadoso trabalho de história natural, está a criatividade de Jules Marcelo Rosa Soto, um geógrafo bra-
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ulinho de Cananeia e suas artes
, música, carpintaria compõem a vida de um caiçara da gema
Jefferson e mestre Paulinho, duas gerações que apreciam a cultura caiçara
“Fiz meu rancho na beira do rio”, diz a canção. Mas este rancho no sítio do Cardoso é especial pois está há mais de cinco gerações na família de Paulo de Jesus Pereira Nascimento, 72 anos. Pescador, músico, herdou a arte de confecção de canoas e de rabecas de seus antepassados. Divide seu tempo em pescar, construir peças em madeira e cantar no conjunto “Violas de Ouro” o fandango tão querido dos caiçaras. Casado com dona Evalina, natural de Cananeia, tem um casal filhos, Milton e Nelma, e um neto de 10 anos. Os filhos não se dedicam à atividade da pesca e carpintaria e seguiram em outras profissões. A construção de canoas ficou difícil devido à falta de matéria-prima, hoje só podem ser aproveitadas aquelas que caem naturalmente. Hoje Paulinho usa para pescar barco de alumínio de 5 metros. A ligação do mestre Paulinho e sua família com a natureza e as árvores é muito grande. Há 60 anos atrás, o pai de mestre Paulinho trouxe uma semente de guapuruvu vermelho da Ilha do Cardoso e plantou próximo a seu rancho. A planta cresceu e se transformou numa bela árvore, que um dia foi derrubada pelos ventos e tempestade. Com o intuito de aproveitar a madeira dessa árvore tão especial, Paulinho obteve orientação e autorização de um engenheiro da Prefeitura para utilizá-la. Assim o tronco caído foi transformado em três canoas, que ainda enfrentaram muito mar bravo em pescarias. Uma delas vai agora, muda de mãos, e vai cumprir outra função de divulgação da arte caiçara. O mestre Jefferson Bilaski, 45 anos, adquiriu a canoa e após uma pequena reforma irá exibí-la em feiras culturais e gastronômicas, junto com seu famoso peixe defumado. Assim é o ciclo da vida, dando novas funções a conservando a beleza das coisas da terra de geração a geração. E viva a cultura caiçara!
anografia Univali: uma viagem no tempo
neário Piçarras (SC), um museu conta histórias do oceano e de seus habitantes sileiro de 53 anos com experiência na área de museologia, história naval, paleontologia e biologia marinha. Ele é o mentor, fundador, coordenador e curador geral do Museu. Um colecionador inverterado, confessa que obteve sua primeira peça aos cinco anos de idade: um lambari Astyanax que morreu num arroio que se rompeu e desaguou no mar. Conservado em álcool está em perfeitas condições e até hoje e é considerado o início desta coleção que hoje chega a 200 mil peças. Elas chegam de diversas partes do Brasil, doadas por cientistas, professores e leigos. O MOVI tem como objetivo desenvolver coleções de referência que representem o maior número de espécies marinhas, possibilitando pesquisas taxonômicas e biogeográficas, buscando representar o conjunto da biodiversidade da costa brasileira. Também objetiva divulgar e expor as características do nosso patrimônio biológico marinho para a educação e para a diversão do público, promovendo a Fundação Universidade do Vale do Itajaí. Possui uma equipe multidisciplinar de 12 pessoas trabalhando. O complexo conta com uma recém-inaugurada sala de toque onde alunos podem conhecer alguns animais pelo toque e receber palestras educacionais. O MOVI está localizado na cidade de Balneário Piçarras, litoral centro-norte catarinense, às margens da BR-101 com fácil acesso e ampla área de estacionamento. Saiba mais: Facebook.com/museuoceanograficounivali/ Instagram: @museuoceanografico Grupos e escolas podem agendar visitas pelo e-mail educacao.movi@univali.br.
um tubarão mako, Isurus oxyrinchus.
Quimera, peixe cartilaginoso habitante de profundezas.
Fóssil de um Lestodonte (Lestodon armatus), uma preguiça gigante já extinta.
Um lambari Astyanax foi a primeira peça coletada para o acervo do MOVI
Sala de aula didática onde os alunos visitantes podem tocar alguns animais.
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Jacaré-de-papo-amarelo: Defesos CAROLINE N. PARREIRA CPEA (2020)-2
o habitante quase invisível do mangue
O jacaré é um mestre na camuflagem
CAROLINE N. PARREIRA CPEA (2018)
O jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) vive de forma muito (Panthera onca), esses dois grandes predadores de topo fornecem ameaça discreta. Com o corpo submerso e parte da cabeça para fora da lâmina um ao outro e o jacaré-de-papo-amarelo pode levar a pior nos embates d’água, fica muitas vezes próximo à vegetação flutuante, sem quase e virar presa da onça. Os aspectos da biologia e ocorrência deste réptil estão presentes no ser notado. Seu comportamento é cauteloso, procurando obter maior camuflagem e proteção contra os predadores. É a única espécie de trabalho científico “Distribuição e Abundância do jacaré-de-papo-amarecrocodiliano que ocorre na região costeira do estado de São Paulo, e na lo Caiman latirostris (Daudin, 1802) no estuário de Santos”. A pesquisa Baixada Santista. É uma espécie frequentemente registrada nos estudos foi realizada pelas biólogas Caroline Nunes Parreira e Daniela Cambeses realizados no âmbito da consultoria ambiental e às vezes vira notícia Pareschi e pela Química Mariana Beraldo Masutti do CPEA - Consultoria, nos canais de comunicação por aparecerem em áreas urbanas, nas vias Planejamento e Estudos Ambientais em Santos-SP. Esse réptil alcança em média 2 metros de comprimento e ocupa vários hábitats ao longo públicas, geralmente em épocas de fortes chuvas. Sua reprodução ocorre no período chuvoso do ano, quando as fêmeas da sua distribuição, como lagos, calhas de rios, manguezais, pântanos constroem ninhos com material orgânico vegetal e solo nas margens e em corpos hídricos em ambientes urbanizados. Espécie de interesse dos corpos de água. A ninhada varia de 18 a 50 ovos e a incubação econômico vem sofrendo impactos devido à perda de hábitat e caça ilegal. dos ovos varia de 65 a 90 dias, quando a fêmea permanece próxima ao Embora não esteja ameaçado de extinção em nível federal e mundial ninho, vigiando, até seus filhotes nascerem. Nesse período costumam (MMA, 2023; IUCN, 2020), encontra-se com o status “Em Perigo de ser mais agressivos. Após o nascimento, a fêmea toma conta dos filho- Extinção” (EN) na lista estadual do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. tes até primeiro ano de vida, inclusive carregando-os dentro da boca O trabalho estudou a presença do jacaré-de-papo-amarelo no estuário de com força suficiente para segurar, porém sem machucá-los. Os filhotes Santos, em trechos do rio Mogi e rio Cubatão, detectando 16 indivíduos alimentam-se de insetos, pererecas, caramujos e outros pequenos animais. na 1ª Campanha e 11 indivíduos na segunda Campanha, no rio Quilombo, onde foram registrados dois À medida que vão crescenindivíduos na 1ª Campanha do vão procurando animais e cinco na 2ª Campanha e no maiores como caramujos, Jacaré-do-papo-amarelo no rio Mogi Canal de Navegação e Largo peixes, anfíbios, répteis, aves do Caneú, onde não foi regise mamíferos. Os ovos dos trado nenhum indivíduo no jacarés-de-papo-amarelo poperíodo das amostragens. Na dem ser predados pelo lagarto Lagoa do Saboó foi relatado teiú, e ainda pequenos, podem um encontro casual que não ser presas de garças, lontras, entrou na amostragem. peixes e outros predadores. Esta pesquisa evidencia No entanto, quando crescem, a relevância do estuário de poucos animais representarão Santos para o Caiman latirosperigo. No sudeste do Brasil, o tris, e a importância de novos principal predador é o homem. estudos sobre a abundância Em regiões habitadas pelo e estrutura da população da jacaré-de-papo-amarelo, onde espécie neste local. também ocorre a onça-pintada
Caranguejo-uçá (Ucides cordatus)- 01/10 a 30/11 (machos e fêmeas) 01 a 31/12 (somente fêmeas) Caranguejo-guaiamum (Cardisoma ganhumi)-01/10 a 31/03 Garoupa verdadeira (Epinephelus marginatus)- 1/11/23 a 28/02/24 Lagosta-vermelha (Panulirus argus)/lagosta-verde(P.laevicauda)/lagosta-pintada (P. echinatus)- 1/11/23 a 30/04/24 Mexilhão (Perna perna)- 01/Set a 31/Dez Sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis)- 1/10/2023 a 28/02/2024 D e f e s o d a p i r a c e m a - 1 / 11 / 2 0 2 3 a 28/02/2024-período de defeso continental em duas bacias hidrográficas que abrangem o estado de São Paulo – a do rio Paraná e a do Atlântico Sudeste (rios Paraíba do Sul e Ribeira de Iguape). Temporada de pesca Tainha (Mugil liza)- S/SE- 01/06 a 31/07 (cerco) ; 15/05 a 31/07 (emalhe costeiro de superfície e com anilhas) ; 01/05 a 31/07 (pesca desembarcada ou não motorizada) Áreas de exclusão A menos de 1 MN (emalhe motorizado)- S/ SE - permanente A menos de 1,5 MN (arrasto) – SP- >10 AB- permanente Moratórias Cherne-poveiro (Polyprion americanus) 06/10/2015 a 6/10/2023 (Portaria Interministerial no 14) Mero (Epinephelus itajara) 06/10/2015 a 06/10/2023 (Portaria Interministerial no 13) Tubarão-raposa (Alopias superciliosus)tempo indeterminado Tubarão galha-branca (Carcharinus longimanus)-tempo indeterminado Raia manta (família Mobulidae) - tempo indeterminado Marlim-azul ou agulhão-negro (Makaira nigricans)- tempo indeterminado Marlim-branco ou agulhão-branco (Tetrapturus albidus) – tempo indeterminado Defesos Bagre, rosado (Genidens genidens, Genidens barbus, Cathorops agassizi) 1/01 2021 a 31/03/2021 Caranguejo-guaiamum (Cardisoma ganhumi) 1/10/20 a 31/03/21 Garoupa verdadeira (Epinephelus marginatus) 1/11/2020 a 28/02/2021 Ostra (todas espécies) 18/12/2020 a 18/02/2021 D e f e s o d a p i r a c e m a - 1 / 11 / 2 0 2 0 a 28/02/2021-período de defeso continental em duas bacias hidrográficas que abrangem o estado de São Paulo – a do rio Paraná e a do Atlântico Sudeste (rios Paraíba do Sul e Ribeira de Iguape). lagostas vermelha (Panulirus argus) e verde (Panulirus laevicauda) 1/12 a 31/05/2021 pargo (Lutjanus purpureus)15/12 a 30/4 Sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis)- 1/10/2020 a 28/02/2021
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Coral de Cubatão se apresenta em Minas O Coral da Escola Técnica de Música e Dança Ivanildo Rebouças da Silva de Cubatão se apresentou no Encontro de Corais em Itajubá-MG de 17 a 19 de novembro. O grupo regido por Felipe Gomes já se apresentou em Poços de Calda, Marília, São Paulo, Campos do Jordão, Marília e Laranjal Paulista. Seu repertório variado inclui Amavolovolo, vibrante canção africana e Berimbau que homenageia a riqueza musical brasileira.
Bom Prato Móvel chega ao Jóquei Clube e oferece 300 refeições por dia no bairro Veículo com refeições de apenas R$1 ficará estacionado na Praça Maria de Lourdes, na esquina com a Rua Gabriel Passos, de segunda a sexta, das 11h às 14h Desde 4/12 o Bom Prato, programa do Governo do Estado, estará disponível de forma móvel no Bairro Jóquei Clube. O veículo ficará estacionado na Praça Maria de Lourdes, na esquina com a Rua Gabriel Passos. A unidade móvel funcionará de
segunda a sexta-feira, das 11h até às 14 horas, ou, até o término das 300 refeições diárias. Pela quantia simbólica de R$1, a população pode tirar proveito do cardápio, que oferece refeições balanceadas, que seguem critérios saudáveis de alimentação.
Trinta das 300 refeições serão oferecidas gratuitamente para crianças de até 6 anos, desde que seja apresentado documento comprovando a idade. Fonte: Secretaria de Imprensa e Comunicação Social-SEICOM-SV
Comprando peixe fresco em feiras livres e mercados
Por ser o pescado um alimento altamente perecível é necessário a exigência de cuidados sanitários no momento de compra para levar para casa produto de boa qualidade. Este cuidado higiênico sanitário deveria vir prioritariamente das autoridades competentes, neste caso representado pela Vigilância Sanitária (VS) que deve zelar pela saúde pública. Existe uma crença não verdadeira que o pescado das feiras livres e mercados são os mais frescos e isto induz o consumidor a dar preferência a esses locais. Com a finalidade de orientar o consumidor na aquisição de pescado (peixes, camarões, mexilhões, ostras e polvos) detalharemos alguns itens que devem ser observados para que não adquira alimento deteriorado, uma
vez que os feirantes e os mercados, de modo geral não atendem a legislação que regulamenta a exposição do pescado nas bancas de comercialização e ainda, há a associação de uma fiscalização pouco atuante. Esta situação interfere diretamente na saúde consumidor, uma vez que este descaso das autoridades funciona como um elevado potencial de risco da cadeia do pescado. Para a manutenção da qualidade do pescado todos os fatores envolvidos devem ser considerados, principalmente o conhecimento sobre boas práticas de manipulação de alimentos. Assim, é bom esclarecer que o risco de contaminação do pescado nas barracas por serem totalmente expostas, aumenta em função
da falta de refrigeração, presença de insetos, manipulação indevida dos funcionários e dos clientes, favorecendo o surgimento de doenças no consumidor. A presença do gelo é fundamental, porém a sua eficiência chega a ser nula, uma vez que deparamos com o pescado totalmente desprovido de gelo ou então com uma pequena cobertura que não impede a deterioração. Para garantia da saúde o consumidor tem que adquirir peixes que estejam totalmente cobertos por gelo, que não estejam estufados, com a pele úmida, lisa e brilhante, os olhos não podem estar opacos e afundados no globo ocular, as guelras limpas, bem vermelhas e brilhantes. Quando se tratar de filé a carne deve estar firme e sem mucosidade.
Augusto Pérez Montano – médico veterinário
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NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2023
Danillo do Nasc: cozinha brasileira criativa Por trás de um bem montado prato de filé de carapau em crosta com purê de mandioquinha e escarola existe um chef que persegue a criatividade. Danillo Nascimento, do Nasc, diz que pensa e sonha em gastronomia 24 horas do dia. “Muitas vezes não sei o que vou fazer amanhã para o prato do dia”, confessa. Conforme as ideias vão surgindo ele vai criando e se divertindo. “Muita oxigenação, assim é gostoso trabalhar”, explica. Nascimento mistura a simplicidade com a rica diversidade que se encontra em nosso Brasil. “Estou sempre valorizando nossa região, pesquisando
peixes não convencionais”, acrescenta. “É difícil ver por aí carapau, bagre, sororoca”, explica. Nascimento gosta também de explorar carnes de segunda, preparadas com muito carinho. Isso sem contar a cozinha afetiva expressas nas receitas de “feijão de mãe”, “bolinho de carne igual da minha avó”, entre outras. A ideia é abrasileirar, simplificar e ser diferente. Tudo isso tem base na experiência de chef hoteleiro por 16 anos, que o fez conhecer uma cozinha a fundo, aprendendo a colocar coisas brasileiras e coisas clássicas mundiais. “Gosto de cozinhar de forma que a arquitetura do
O chef Danillo Nascimento do Nasc prepara prato com carapau, um peixe não convencional.
prato seja especial, mas por trás disso é a simplicidade. Simplicidade bem apresentada num formato especial”, conclui. Rua Conselheiro Ribas 473-Emb a r é - S a n t o s . Te l : ( 1 3 ) 3 2 2 7 5 2 3 9 / WhatsApp:(13) 988254578
Sandra e a simplicidade da cozinha caiçara A sugestão de uma refeição caiçara explica a essência das pessoas nascidas em nosso litoral. Lembra o peixe trazido na rede e os ingredientes plantados na roça. Sandra Assumpção nasceu em Santa Cruz dos Navegantes, e seu pai Tarcílio, além de pescador, se orgulhava em ser o primeiro marisqueiro do local. No mar, havia abundância de sardinhas, paratis, corvinas e na roça plantavam mandioca, feijão, e frutas que iam desde a goiaba até a jaca. Desta variedade, Sandra criou uma refeição que privilegia os frutos do mar e da terra caiçara. Sandra pertence ao grupo de Turismo de Base Comunitária-TBC Caruara (na área continental de Santos) que reúne moradores especializados na gastronomia e no artesanato caiçara. Eles coordenam um receptivo para turistas que se interessam pela cultura dessa comunidade. Peixe espalmado Abrir o peixe e retirar as vísceras pelas costas. Temperar com um pouquinho de azeite, limão e sal. Acrescentar umas folhinhas de coentrão (coentro caiçara de folhas largas). Passar numa chapa ou frigideira besuntada com óleo. Deixar cozinhar bem de um lado, e depois virar do outro. Servir acompanhado de farofa de banana.
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Farofa de banana Fritar uma cebola bem picada e deixar dourar. Acrescentar uma banana cortada em rodelas finas. Pode ser nanica, prata ou da terra. Acrescenta a farinha de mandioca e mexer um pouco, sem desmanchar a banana. Saalgar. Acrescentar cheiro-verde picadinho. Bolinho de taioba É importante conhecer bem a taioba. Ela forma ao redor da
folha uma tirinha visível que os caiçaras chamam de renda. Se for difícil de encontrar é possível fazer com folhas de couve. Dar uma leve aferventada na folha. Tira da água e escorre numa peneira. Refoga com azeite e alho. Preparar a massa e enrolar em bolinhas. Salgar. Colocar um pouquinho de farinha de trigo para dar liga e fritar em óleo fervente. Doce de mamão Descascar um mamão Formosa ou papaya que esteja mais para verde que para maduro. Tirar todas as sementes. Cortar em filetinhos e deixar de molho na água. Trocar a água de pouco em pouco. Deixar de um dia para o outro na água. Tem que sair o amargo. Deixar escorrer a água. Queimar o açúcar na panela, juntar cravo e canela. Acrescentar os filetinhos de mamão e misturar um pouco com o açúcar queimado. Salada quilombola É feita com o coração da bananeira. Deve ser fervida muitas vezes na água. A receita é muito difícil de fazer e somente pessoas de comunidades caiçaras e quilombolas conseguem preparar com precisão. Por isso nosso conselho é ligar para a Sandra e combinar um passeio a Caruara, na área continental de Santos. Lá o turista é recebido pela equipe do TBC-Turismo de Base Comunitária do local. Além de fazer um delicioso passeio pelo bairro poderá provar todas essas delícias preparadas pelo grupo do TBC: o peixe espalmado que é o carro-chefe do almoço, o bolinho de taioba, a farofa de banana, o doce de mamão, e a famosa salada quilombolaSaiba mais: Turismo de Base Comunitária-TBC Caruara (13)99751.7484 (Sandra)