Turismo de Base Comunitária organiza visitas à Ilha Diana, um recanto de paz a apenas 20 minutos do centro de Santos. Págs. 4 e 5
Milho e seus derivados na culinária da Nicarágua
Uma viagem pela Ponte
Juazeiro Petrolina mostra a riqueza da cultura às margens do rio São Francisco. Pág. 8
Vida Caiçara
PROJETO NOSSA ISCA
... Yudi Takahashi Martinez colhem hortaliças produzidas em aquaponia, técnica que une aquacultura à hidroponia. Pág. 3 Óleo sobre tela do artista plástico Márlus Daniél
Márcia Tereza Alves e ...
GCM Ambiental resgata animais silvestres
Um saruê, Didelphis aurita, foi resgatado pela Guarda Civil Municipal Ambiental de São Vicente dia 6 de fevereiro, atendendo ao chamado de um munícipe. Após a análise do estado do animal, ele foi solto em uma área de mata no Parque Estadual Xixová-Japuí, que possui 901 hectares e abriga fragmentos de Mata Atlântica do litoral paulista, incluindo biomas como matas de encostas, restingas, costões rochosos e praias arenosas. No mesmo dia também foi socorrido um ratão-do-banhado (Myo-
castor coypus), que também foi encaminhado ao Parque Xixová-Japui. Ao final do dia foram resgatados um filhote de saruê e três jabutis, que foram encaminhados ao CEPTAS (Centro de Pesquisa e Triagem de Animais Selvagens) para realização dos devidos cuidados.
Orientações - Caso um munícipe encontre um animal silvestre em situação de vulnerabilidade ou abandono, deve acionar a GCM Ambiental pelo telefone 153.
Transformando vidas: Cursos de São Vicente capacitam milhares de alunos
Iniciativas gratuitas estimulam empreendedorismo e desenvolvimento econômico nas áreas Insular e Continental
Fortalecer a economia e mudar vidas. É esse o trabalho que a Prefeitura Municipal de São Vicente, através do Fundo Social de Solidariedade (FSS) e da Secretaria de Emprego, Trabalho e Renda (Setre), tem exercido nos últimos quatro anos, fornecendo de maneira gratuita cursos profissionalizantes que transformam histórias e desenvolvem a Cidade. Ao todo, mais de 10 mil vicentinos foram contemplados em diversas áreas e níveis de carreira ao longo dos últimos quatro anos, tanto na região Insular quanto na Área Continental, adquirindo, dessa forma, novas competências para abertura de empreendimentos e conquista de espaço no mercado de trabalho.
No Fundo Social, mais de 1.400 pessoas participaram dos cursos de corte e costura, modelagem, artesanato, pintura em tecido, crochê, culinária artesanal, maquiagem, design
EXPEDIENTE
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de sobrancelha, extensão de cílios e manicure e pedicure, saindo com conhecimento e capacidade de gerar uma nova fonte de renda. “Nossos cursos geram boas expectativas para a Cidade, reduzindo o desemprego e estimulando a economia com o surgimento de novos empreendedores “, reforça a coordenadora de Cursos do FSS, Micarla Cunha. Com foco na empregabilidade e investimento na cultura empreendedora, a Setre tem realizado uma série de iniciativas, como cursos de qualificação em parcerias com o Sebrae, Senai, Senac e Escola Profissionalizante, além de parcerias com o Governo do Estado, como o Programa Qualifica SP. Quem tiver interesse em gerar uma nova fonte de renda, especializar-se para o mercado ou, até mesmo, desenvolver um novo hobby, pode conferir as informações sobre as capacitações promovidas pela Administração Municipal,
Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo
'OAB Por Elas' oferece rede de proteção a mulheres vítimas de violência em São Vicente
Projeto oferece orientação jurídica especializada e apoio para mulheres que buscam romper o ciclo de violência.
divulgadas frequentemente nas mídias sociais da Prefeitura (site, Instagram e Facebook), ou comparecer a um dos endereços para mais informações:
Cursos FSS
Local: Sede do Fundo (Rua Benedito Calixto, 205 - Boa Vista);
Área Continental: Ulisses Guimarães, 181 - Jardim Rio Branco
Funcionamento: Segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.
Cursos Setre
Locais: Complexo Administrativo Municipal (Rua José Bonifácio, 404, Centro, 8º andar - Sala 84); Facilita SV (Avenida Ulisses Guimarães, 1.330 - Rio Branco); Centro de Capacitação Profissional (Avenida Ulisses Guimarães, 181Rio Branco);
Funcionamento: Segunda a sexta-feira, das 9h às 17h.
Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP CEP: 11030-350
Fone: (013) 3261-2992
São Vicente oferece um serviço de atendimento gratuito para mulheres, denominado “OAB Por Elas”, um projeto coordenado pela OAB São Vicente que proporciona orientação jurídica gratuita para mulheres vítimas de violência. O objetivo é garantir que as vítimas compreendam seus direitos e as alternativas legais disponíveis para sua proteção, além de realizar encaminhamentos aos órgãos competentes para cada situação específica. Esse serviço visa ajudar as mulheres a romperem o ciclo de violência e acessar o sistema de justiça de forma mais segura, mantendo-as sempre informadas.
O programa foi implementado em 2022 e é promovido pela advogada especialista em direitos das mulheres vítimas de violência, Ana Carolina Oliveira, com o intuito de preencher a lacuna de acesso à informação e suporte jurídico especializado para mulheres nessas situações. A advo-
gada destaca a importância desse acesso na vida de muitas mulheres. “Este projeto tem um impacto imensurável na vida de inúmeras mulheres vicentinas, que, muitas vezes pela primeira vez, buscam suporte para entender seus direitos, os passos a serem seguidos e, acima de tudo, encontrar apoio diante da violência que sofreram. Sabemos, inclusive, por meio de dados recentes do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que mais de 21 milhões de brasileiras foram vítimas de algum tipo de violência no ano passado. Esse número evidencia a gravidade do problema, que está presente na realidade de tantas mulheres”, explica a coordenadora do projeto. As mulheres interessadas em receber orientação podem comparecer diretamente à OAB São Vicente, de segunda a quinta-feira, das 9h às 12h. Endereço: Rua José Gonçalves Paim 145-Bitaru-São Vicente.
Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP christinamorim@gmail.com Fotos e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobureau.com.br
Projeto gráfico: Isabela Carrari - icarrari@gmail.com - Impressão: Diário do Litoral: Fone.: (013) 3307-2601Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia
Saruê resgatado pela GCM Ambiental
Projeto Nossa Isca traz tecnologia a comunidades de pesca da Baixada Santista
A manutenção do camarão em cativeiro é uma prática usada para manter a isca viva. Mas como manter o crustáceo em boas condições para a pesca? Pescadores interessados em aprender a técnica participaram do Projeto Nossa Isca, uma atividade que traz renda ao pescador artesanal para vender camarão-branco, Litopenaeus schmitti , como isca viva para a pesca esportiva, especialmente a que busca os valiosos robalos. Segundo o coordenador do projeto, Eduardo Sanches, zootecnista e doutor em Aquicultura, do Instituto de Pesca, os pescadores e seus núcleos familiares estão absorvendo bem as inovações e também sugerindo alterações positivas descobertas na prática do dia a dia. A partir de abril e maio de 2024 foram disponibilizados para cada colônia participante, dois tanques de manutenção de camarões com sistema de filtragem de água e duas unidades de aquaponia, que é um sistema de produção de alimentos que combina a aquacultura e a hidroponia. Outra novidade foi a inclusão de lambaris em alguns tanques dos participantes.
“Pescadores interessados em vender camarão-branco, Litopenaeus schmitti, como isca viva para a pesca esportiva participaram do Projeto Isca Viva, uma atividade que traz renda a muitos pescadores artesanais”. A afirmação é de Eduardo Sanches, zootecnista e doutor em Aquicultura, do Instituto de Pesca, coordenador do projeto. Além de Sanches ministram aulas no curso o biólogo marinho Oscar José Sallé Barreto com mestrado em Ciências Biológicas e o zootecnista Marcelo Barbosa Henriques, com doutorado em Ciências Biológicas. A doutoranda Bruna Larissa Maganhe também integra a equipe do projeto. Além da criação de camarões o sistema tem inovado O Projeto Nossa Isca, é realizado pela VLI através de financiamento do BNDES, em parceria com a consultoria técnica do Instituto de Pesca/APTA/Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, e conta com o apoio da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag). A primeira edição do projeto foi interrompida
Camarão-branco, Litopenaeus schmitti
pela pandemia e mais tarde foi retomada com aulas em março. Nesse espaço de tempo foi possível desenvolver inovações tais como a implementação do uso de escovas filtrantes que melhoram a qualidade da água, mudança nas tampas dos tanques permitindo abertura parcial, adoção do lambari da Mata Atlântica e implementação bem sucedida de diferentes hortaliças, como coentro e espinafre, além da alface. O projeto aconteceu em sete etapas, culminando com a apresentação de resultados. Ao final da última etapa Santina Barros, da capatazia da Z-1 na Vila dos Pescadores (Cubatão), a presidente da Colônia Z-1 em San-
tos Doraide Lima, e representantes da Colônia Z-4 em São Vicente, a presidente Maria Aparecida Nobre, a diretora-tesoureira Luciana Cirila, e os associados Marcia Thereza Alves, André Luis Martinez, a esposa Vanessa e o filho Yudi Takahashi Martinez, receberam uma placa comemorativa como homenagem à dedicação e persistência durante o desenvolvimento do projeto. A cerimônia de entrega das placas foi realizada na Colônia Z-1 em Santos. Yudi, de 16 anos, foi a revelação de um jovem talento, que desempenhou com muito talento a tarefa da alimentação dos peixes, e da manutenção dos tanques de água. Crescimento
farto de hortaliças e manutenção em cativeiro de camarões e lambaris da Mata Atlântica com sucesso foram motivo de comemoração ao final da última etapa do processo. Para comemorar esse sucesso, os participantes se reuniram dia 19 de março na sede da Colônia Z-1 em Santos. Ali foram distribuídas placas comemorativas que atestam que o participante opera com louvor as unidades de aquaponia e de manutenção de camarões marinhos para isca viva, contribuindo para a multiplicação do conhecimento destas tecnologias para as comunidades de pesca da Baixada Santista. Após o resultado positivo do Projeto
Nossa Isca, participantes recebem placa comemorativa certificando que o participante opera com louvor o manejo da aquaponia contribuindo na multiplicação do conhecimento desta tecnologia para as comunidades de pescadores artesanais da Baixada Santista. As placas foram elaboradas pela VLI, apoiadora do projeto, uma iniciativa para deixar um registro da participação dos pescadores e dos líderes no Projeto Nossa Isca. Laís Navarro Barbosa, supervisora de responsabilidade social e relacionamento com a comunidade e Daniella Leite, analista de responsabilidade social, ambas da VLI, fizeram a entrega das placas no evento.
O biólogo Oscar Barreto (centro) e os zootecnistas
Eduardo Sanches e Marcelo Henriques
Luciana Cirila e Sanches
Laís Barbosa, Doraide Lima, Sanches e Daniella Leite
André Martinez, a esposa Vanessa e o filho Yudi
Aquaponia na Vila dos Pescadores em Cubatão
Bruna, Santina, Sanches, Enzo e Patrícia do Instituto Elos
Sanches e Maria Aparecida Nobre, presidente da Z-4
COLUNA
DP World Brasil
é destaque no Fórum de Programas de Fauna do Ibama
Alinhada com sua estratégia global de sustentabilidade, que inclui a preservação dos oceanos e o desenvolvimento das comunidades onde opera, a DP World investe continuamente em programas de monitoramento dos riscos de suas atividades, com foco na preservação ambiental. Dentre as iniciativas, destaca-se o Programa de Monitoramento da Fauna Aquática, que inclui atividades focadas nas comunidades bentônicas, que é o conjunto de organismos que vivem no fundo de rios, lagos e oceanos, e que também estão fixados em pilares submersos que sustentam o cais do terminal da companhia, na margem esquerda no Porto de Santos (SP).
Este Programa, iniciado em 2013 e realizado pela empresa até os dias de hoje, tem como ênfase a análise da sucessão ecológica e a preservação da biodiversidade marinha. Inclusive, foi um dos 13 selecionados para apresentação no II Fórum de Programas de Fauna do Licenciamento Ambiental Federal (LAF), promovido pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Realizado entre os dias 2 e 4 de abril, no auditório principal da sede do Instituto, em Brasília, o evento teve como objetivo divulgar os avanços ambientais alcançados por meio de medidas de mitigação e compensação de impactos em projetos licenciados no âmbito federal. No âmbito do processo de licenciamento ambiental do terminal, desde o início das obras de implantação, em 2006, já foram investidos cerca de R$ 12 milhões em mais de 30 projetos voltados à fauna e flora da região. Monitoramento da comunidade bentônica associada às estruturas portuárias O monitoramento da comunidade bentônica tem como objetivo avaliar os efeitos da implantação e operação do terminal portuário da DP World, com foco na colonização das estruturas rígidas submersas e na criação de novos habitats. Previsto no licenciamento do empreendimento, o programa vem alcançando
No último dia 13 de março, a Ilha Diana recebeu um importante encontro para apresentação dos resultados do Diagnóstico Socioambiental Participativo, que reuniu moradores do local, representantes da DP World e do IBAMA no Centro Comunitário. Os resultados foram concluídos após reuniões com diálogos construtivos e debates, realizadas entre os meses de janeiro e fevereiro, com adesão positiva de 87% das famílias. A ação faz parte da reestruturação do Programa de Educação Ambiental (PEA) da DP World, que
resultados positivos, preservando o crescimento de organismos marinhos, que se fixaram nas estruturas do píer e da fauna associada, formando um novo habitat na região. Desde o início da operação do terminal, em 2013, já foram realizadas 49 campanhas de monitoramento até dezembro de 2024. “Ao longo de 11 anos de monitoramento contínuo, foram realizadas 98 horas de mergulho. Nesse período, identificamos 38 espécies de organismos marinhos. Esses dados mostram a diversidade e a vitalidade da vida marinha que se desenvolveu nas estruturas do terminal”, explica Cacio Amado, gerente de Segurança e Meio Ambiente da DP World no Brasil.
O estudo mostrou que a luz e a profundidade da água influenciam diretamente quais organismos marinhos se fixam no fundo do mar. Como o monitoramento foi feito ao longo de vários anos, foi possível acompanhar a evolução natural das espécies e o surgimento de novos grupos com o tempo. A maior diver-
sidade foi observada nos meses mais quentes, como verão e primavera, o que indica a influência das estações do ano. O programa também identificou espécies invasoras e outros animais que vivem junto à fauna local, revelando a complexidade do ambiente marinho estudado. Esses resultados reforçam a visão da DP World de que o desenvolvimento logístico deve caminhar lado a lado com o respeito à biodiversidade e à ciência, contribuindo ativamente para a conservação marinha na região. O trabalho será consolidado com uma certificação do Ibama, que atestará a conformidade com o licenciamento ambiental e o alcance de resultados positivos. “Nosso programa não apenas assegura a integridade ecológica do ambiente marinho local, mas também oferece uma importante contribuição para as práticas de monitoramento e mitigação de impactos em grandes empreendimentos portuários ao redor do mundo”, afirma Cacio Amado, gerente de Segurança e Meio Ambiente da DP World no Brasil.
é parte da Licença de Operação emitida pelo IBAMA 1152/2013. Entre os temas abordados na apresentação, destacaram-se atualizações e dados sobre os residentes da Ilha e suas percepções sobre
geração de emprego e renda, relação com a pesca, questões ambientais, tradições e eventos culturais locais. Além disso, foram discutidos os trabalhos já feitos através do PEA, bem como potencialidades e desafios apontados pelos moradores durante os diálogos.
Este diagnóstico marca um passo importante no fortalecimento do PEA da Ilha Diana, com a participação ativa da comunidade, visando um desenvolvimento mais sustentável e alinhado às necessidades locais.
Conheça caiçara
Longe da agitação da cidade, Ilha Diana conserva a beleza de uma comunidade de pescadores dentro do estuário de Santos. Sua história remonta à década de 40 quando os primeiros habitantes começaram chegar ao local. Situada na Área Continental de Santos, hoje abriga cerca de 200 habitantes. O mais fascinante é que em viagem de barco em apenas meia hora o visitante sai do Centro de Santos e chega ao local. Para conhecer a ilha e navegar de barco pelo estuário, existem passeios organizados pelos próprios moradores. Esse é o Turismo de Base Comunitária que inclui passeio de barco pelo estuário apreciando as belezas da natureza e um cardápio especial no almoço que oferece pratos da culinária caiçara. Mais informações para saber preços e horário podem ser obtidos com alguns dos moradores que coordenam as visitas:
Patrícia: (13)99741-8690
Elisa: (13)97408-3130
Zaira: (13)98148-1414
Sonia:(13)99211-7387
Sara:(13)97401-0251
Grazi:(13)99676-7220
Flavia:(13)99115-1538
Tati:(13)99138-3400
Jessika Bueno:(13)99187.3701
Vinicius (13)99190-6508
Em grãos, ou como farinha, o milho é um dos principais ingredientes na culinária da Nicarágua
O milho teve muita relevância na Mitologia Azteca, Tolteca, Maya, Nahoa, Quiché, Inca e Guarani. Os cultos que ofereciam às divindades sempre foram baseados em alimentos preparados à base de milho. Na República da Nicarágua, país na América Central com cerca de 6 milhões de habitantes, ele constitui a base da alimentação. Utiliza-se não apenas o grão do cereal, como também seu amido e farinha. O milho é um alimento precioso
Augusto e Agar Perez dão a receita do mais típico prato da Nicarágua
costumes da tradicional vida
num passeio em Ilha Diana
É possível avistar o guará-vermelho durante o passeio
A deliciosa culinária caiçara está presente
o alimento do Novo Mundo
e constitui sem dúvida uma das contribuições mais valiosas do continente americano à civilização mundial. O milho amarelo é rico em vitamina A, ferro e apresenta mais ácido ascórbico que os cítricos. Apresenta ainda carboidratos, fibras e vitaminas do complexo B Além de ser ingerido natural pode dar origem a outros produtos como xaropes, açúcar refinado, amido, azeite, dextrina, ácido cítrico e vinagre. Muito apreciado na Nicarágua, seu consumo diário é de 300g, que supre 57% de calorias e 40% de proteínas necessárias, mostrando a importância deste consumo.
Fonte: Nicaragua: Maiz y folklore-Humberto Tapia Barquero
Os médicos veterinários Augusto Perez Montano, natural da Nicarágua e colaborador do jornal Martim-Pescador com a Coluna sobre Higiene de alimentos, e sua esposa Agar Perez, brasileira, Membro da Academia Paulista de Medicina Veterinária, apreciam a culinária nicaraguense e dão a receita mais tradicional do país: Índio Viejo. O guizado pode ser preparado com frango ou carne bovina e contém elementos típicos da culinária indígena local. A sobremesa que acompanha é um doce de banana, também típico do país.
Receita de Índio Viejo (Índio Velho)
Ingredientes: 1 peito de frango desossado/1cebola, 1 pimentão vermelho, 3 tomates e 4 dentes de alho picados/um punhado de salsinha e coentro picados/folhas de hortelã para enfeitar (opcional), manteiga/2 xícaras (chá) de farinha de milho diluídas em 2 xícaras (chá) de água/suco de 1 laranja coado/2 colheres (café) de colorau/sal e pimenta moída a gosto. Cozinhar o peito frango em 3 xícaras (chá) de água com sal até que fique macio (cerca de 15 minutos na panela de pressão). Reservar a água da fervura e deixar esfriar. Desfiar o frango cozido e dourar na manteiga. Reservar. Colocar a água da fervura no liquidificador juntando 2 xícaras de farinha de milho diluídas previamente em 2 xícaras (chá) de água, acrescentando cebola, alho, tomate, coentro e salsinha picados. Bater a mistura no liquidificador até ficar homogênea. Acrescentar suco de laranja. Em seguida levar ao fogo, mexendo sempre até que esta mistura fique espessa, na consistência de um pirão. Ao final, acrescentar a esta pasta a pimenta (opcional), o colorau e o frango desfiado já dourado. Retificar o sal, se necessário. Colocar numa travessa e enfeitar com folhas de salsinha, coentro ou hortelã. O prato deve ser servido acompanhado de arroz, salada de alface e banana madura cortada em fatias e grelhada na frigideira.
Doce de banana
10 bananas nanicas maduras/1 ½ xícara (chá) de leite/canela em pó a gosto. Cortar as bananas em tiras horizontais e espalhar sobre uma forma refratária em três camadas. Entremear com açúcar, canela e leite. Ao final levar ao forno em temperatura média por 40 minutos. Estará pronto quando o leite evaporar e a banana dourar.
A Capela do Bom Jesus de Ilha Diana, onde é comemorado o dia do padroeiro em 6 de agosto
Sidnei e o quintal caiçara
Sidnei Bibiano Silva dos Santos é morador do Sítio Cachoeira, no Rabo do Dragão em Guarujá, desde seu nascimento em 1971. Carrega em seu dia a dia o orgulho de ser caiçara. Sua família há muitas gerações vive no Sítio Cachoeira, bairro de Guarujá. É filho de Leopoldino Bibiano Santos, falecido em 2001, e dona Lázara, e casado com Valéria, com quem teve duas filhas. Um verdadeiro caiçara, com descendência indígena, africana e italiana. O maior orgulho de Sidnei é manter seu quintal caiçara, algo precioso onde busca os ingredientes para preparos culinários e para a medicina caseira. Como as folhas do gervão, que servem para fazer chá para expectorar catarro no peito. Ali ainda planta arnica, orapronobis, caninha do brechó, guaco e boldo, cada planta com sua função. “Pois as plantas e ervas que curam estão na natureza e eu agradeço a Deus todos os dias por nos dar esse conhecimento”, reconhece. “Minha mãe dona Lázara que também é neta de índio com negro e meu pai que era filho de índia com italiano me passaram essa sabedoria que eu estou passando para minhas filhas”, conclui. Longe dos ultraprocessados que invadem as prateleiras dos supermercados, procura sempre alimentos frescos de sua horta, sem o uso de agrotóxicos. Sidnei mostra o cacho de bananas que seu irmão Luciano plantou e afirma: “Aqui tem preservação da natureza”.
A sustentabilidade no aproveitamento do óleo de cozinha usado
O óleo de cozinha usado não deve ser reaproveitado, pois pode trazer problemas gástricos, cardiovasculares e hepáticos para a saúde. Todavia não pode em hipótese alguma ser descartado em pias, ralos, solo porque se trata de um produto altamente poluidor, responsável por poluição terrestre e aquática. Porém, esse produto aparentemente sem função pode ser destinado para elaboração de outros produtos sustentáveis, assim, é importante seu armazenamento em garrafas de plástico resistente, tipo pet, hermeticamente fechadas para evitar derramamento e
contaminação. Os novos produtos derivados do óleo queimado são: sabão e detergente, fertilizante, vidro e biodiesel. O óleo queimado passa por filtração para eliminar impurezas e secagem antes de entrar no processamento e elaboração dos novos produtos. A produção de sabão e detergente é relativamente barata o que torna acessível à população. a partir do sabão, acrescentando água, obtém-se o detergente. Outro aproveitamento integral desse resíduo é na produção de fertilizantes de uso intenso na agricultura, que tem a finalidade de nutrir o solo.
Esse resíduo de óleo de fritura depois de sofrer transformação serve para aglutinar os elementos, como a sílica, carbonatos e outros que compõem o vidro para dar mais resistência ao material. Por fim, este resíduo é importante também na elaboração do biodiesel, após passar por diversas etapas de tratamento, representa um menor gasto de combustíveis fósseis e ainda representa uma fonte de energia sustentável. O óleo de cozinha usado quando descartado de forma racional exibe seu potencial para a produção de novos produtos sustentáveis.
Descarte corretamente
seu lixo
-Embale os vidros (inteiros ou quebrados) em folhas de jornal -Lâminas de barbear devem ser descartadas em recipientes com tampa resistente à perfuração
-Agulhas, seringas, espetinhos de churrasco, bem como outros materiais perfurantes, devem ser descartados dentro de garrafas PET
-Lâmpadas fluorescentes também devem ser embrulhadas em jornal ou acondicionadas em caixas de papelão
-Seu animal pode atacar os coletores. Por isso, não pendure os sacos de lixo na grade do portão. Muitas vezes a sacola fica presa, dificultando a ação do coletor -Não descarte resíduos tóxicos ou perigosos no lixo doméstico.
Médico veterinário Augusto Pérez Montano
Sidnei e o super cacho de bananas do seu quintal caiçara
São Vicente abre mais de 60 vagas para cursos gratuitos de gastronomia e atendimento
Inscrições podem ser feitas a partir de 14/04; oportunidades de formação são para bartender, ajudante de cozinha e garçom
A Prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria de Emprego, Trabalho e Renda (Setre), abre, a partir desta segunda-feira, dia14/04, 63 vagas para três cursos gratuitos nas áreas de gastronomia e atendimento: Bartender, Ajudante de Cozinha e Chef de Rang (Garçom). As formações, realizadas em parceria com o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sinhores), oferecem, ao todo, 63 vagas e serão ministradas em maio, em dois locais diferentes da Cidade. A iniciativa visa ampliar a qualificação profissional e impulsionar a geração de emprego e renda em São Vicente. Para participar, os interessados devem comparecer ao Complexo Administrativo Municipal (CAM I), localizado na Rua José Bonifácio, 404 – 8º andar, Sala 84, entre segunda e sexta-feira, das 9h às 16h – e apresentar cópias do RG, CPF e comprovante de residência. É necessário ter idade mínima de 18 anos. No local, será preenchido um formulário que servirá como critério de seleção dos participantes. As capacitações combinam teoria e prática, com emissão de certificado ao final. Confira os detalhes:
Curso de Bartender
• Local: Fundo Social de Solidariedade
(Rua Benedito Calixto, 205 – Centro)
• Período: Segundas e quartas-feiras, entre 5 e 26 de maio
• Horário: Das 13h30 às 17h
• Vagas: 20
• Carga horária: 21 horas
Curso de Ajudante de Cozinha
• Local: Igreja Presbiteriana de São Vicente (Av. Capitão-Mor Aguiar, 612 – Centro)
• Período: Segundas-feiras, entre 5 de maio e 2 de junho
• Horário: Das 18h às 22h
• Vagas: 18
• Carga horária: 20 horas
Curso de Chef de Rang (Garçom)
• Local: Igreja Presbiteriana de São Vicente (Av. Capitão-Mor Aguiar, 612 – Centro)
• Período: Terças e quintas-feiras, entre 6 e 22 de maio
• Horário: Das 18h30 às 22h
• Vagas: 25
• Carga horária: 21 horas
Mais informações podem ser obtidas com a Coordenadoria de Cursos da SETRE, pelo WhatsApp: (13) 99786-0317.
Nutrição Escolar: Celebrando o Dia da Saúde e Nutrição com Sabores que Desenvolvem Vidas
Data é comemorada internacionalmente no dia 31 de março.
Arroz, feijão, frango, carne, peixes e salada. Este nutritivo e diversificado cardápio é o que mais de 43 mil alunos vicentinos têm acesso diariamente nas 147 unidades da rede municipal. Na infância, a nutrição vai além da saúde física; é uma necessidade fundamental para o desenvolvimento cognitivo, motor e mental da criança. Com um cardápio semanalmente planejado para atender às necessidades nutricionais dos alunos e com menos de 10% de alimentos ultraprocessados na dieta, São Vicente se torna referência na Baixada, mantendo-se comprometida com os valores do Dia da Saúde e Nutrição, comemorado dia 31/03. A data busca conscientizar sobre a importância de adquirir o hábito de uma alimentação saudável e adequada para todas as idades. Erika Pimentel, nutricionista técnica responsável pelo acompanhamento e planejamento do cardápio, destaca a importância de oferecer uma refeição variada e nutritiva para os estudantes do Município. “Nós priorizamos os alimentos in natura, então oferecemos arroz e macarrão, que possuem todo o carboidrato necessário para formar energia: feijão, frutas, legumes e verduras, que fornecem as vitaminas e os minerais; e, através dos cinco tipos de proteína (carne, ovo, peixe, frango e carne suína), ela faz a construção não só da imunidade, mas também da massa muscular, permitindo que a criança cresça realmente saudável.”
“Maria do Socorro Santos, artista da terra e da alimentação, escritora, mãe, avó e socióloga, é uma autora pernambucana com sangue indígena que a pulsa e orienta o olhar. Terapeuta estudiosa da psicanálise e atenta às delicadezas e às forças da natureza, conecta o invisível ao sutil, aos processos vitais.” Alessandra Simões Paiva, jornalista, artista, professora e crítica de arte
Livro “A noite dos tempos”. Poesia brasileira. Editora Mireveja à venda na Livraria Realejo, 2, Gonzaga-Santos, SP
De Juazeiro a Petrolina: uma viagem no coração do nordeste
Centro de Cultura
João Gilberto, em homenagem ao cantor e compositor
Óleo sobre
tela do artista
plástico
Márlus Daniél
Catedral
Santuário Nossa
Senhora das Grotas em Juazeiro
A imagem do sertanejo
Visitar Petrolina, em Pernambuco e Juazeiro na Bahia é mergulhar na cultura que brota às margens do rio São Francisco. Segundo Sandra Amando, técnica em Meio Ambiente, guia turística e monitora ambiental, as duas cidades são ligadas pela ponte Presidente Dutra, com 800 km de extensão, com a Ilha do Fogo ao centro do rio. Juazeiro, no sertão da Bahia, está às margens do Velho Chico, e é um importante centro de fruticultura irrigada do nordeste. Sandra explica que o lugar de turismo abriga o lendário vaporzinho Saldanha Marinho, primeira embarcação a navegar pelas águas do famoso rio, a partir de 1871. Ali operou por mais de 60 anos, fazendo a rota entre
Ama de leite monumento com 4m de altura e....
Pirapora, em Minas Gerais, e Juazeiro. Além de ser um importante meio de transporte de pessoas e mercadorias para a região, se tornou um ponto de encontro, onde as pessoas se reuniam para acompanhar a chegada e a partida do vaporzinho. A embarcação é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e é considerada um patrimônio cultural da Bahia. O turismo local também vive de passeios de caiaques e barcos. O monumento do Nego D’Água foi instalado no rio São Francisco em 2003, tem mais de 12 metros de altura, feito de cimento e ferro, uma obra do escultor local Ledo Ivo Gomes de Oliveira. Do mesmo autor é a Ama de Leite, na orla de Juazeiro.
.... o monumento
Nego D'Água de 12m de altura ambos às margens do rio São Francisco
Dois lugares contam muito sobre a arte na região. A Casa do Artesão, que reúne em um único espaço diferentes peças que retratam a cultura regional. E também o Memorial Casa da Bossa Nova, em Juazeiro, terra natal do músico João Gilberto, pai da Bossa Nova. Os artesãos locais também montam seus próprios ateliês, como Marlus Daniel, que produz quadros, bolsas, camisas e roupas. Para completar os principais pontos turísticos da cidade, é importante conhecer a Catedral Santuário Nossa Senhora das Grotas foi fundada em 1840, na Praça da Bandeira, localizada no coração de Juazeiro, é um dos principais pontos de encontro da cidade,
Dona Helena completa um século de energia e resistência
Ao lado de seus entes queridos, dona Helena Monteiro da Costa comemorou seus 100 anos de idade no dia 5 de março. Segundo a antropóloga Lilia Moritz Schwarcz, especialista em estudos da diáspora africana, dona Helena é considerada uma das últimas descendentes direta de um africano escravizado no Brasil. Nascida em Santos, sempre muito ativa, teve uma vida de muito trabalho. A energia, herdou de seu pai Anísio José da Costa, falecido aos 110 anos em 1940, que ganhou fama como símbolo de força e resistência. Chegado de Angola para fazer exercer trabalho escravo, após anos de vida dura numa fazenda em Pindamonhangaba, conseguiu fugir e se refugiar no Quilombo do Jabaquara em Santos. Livre, passou seus últimos anos de vida trabalhando como estivador no Porto de Santos. Herdando a energia do pai, aos 14 anos já era cozinheira de forno e fogão, tendo trabalhado por 50 anos com uma única família. No terreno de sua casa, na rua Liberdade no bairro do Embaré, no passado criavam cabras, porcos, galinhas e ainda plantavam arroz, feijão, milho, verduras, coentro, café. Ela confessa que ainda jovem, gostava muito de socar o café no pilão. Embora não tenha se casado, mora rodeada de parentes, 14 pessoas entre sobrinhos e sobrinhos-netos. Apesar das limitações da idade, gosta de estar sempre em movimento. Ela sente saudades das longas caminhadas que fazia até a praça Palmares. “Caminhada, agora só dentro de casa”, diz a sobrinha Ana Nascimento de Paula.
Ponte que liga a cidade de Juazeiro a Petrolina
O lendário vapor Saldanha Marinho.
Dona Helena com a sobrinhaneta
Carla e a sobrinha Ana
Orla nova de Juazeiro Ilha do Fogo, entre Juazeiro e Petrolina