SETEMBRO/OUTUBRO DE 2024 • NÚMERO 191• ANO XXI• TIRAGEM 3.000 EXEMPLARES
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SETEMBRO/OUTUBRO DE 2024 • NÚMERO 191• ANO XXI• TIRAGEM 3.000 EXEMPLARES
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A baiana Lily dá a verdadeira receita do baião de dois. Pág 8
Associados da Colônia Z-4 Marcia da Silva Alves, Kleber Ferreira Branco, a presidente Maria Aparecida Nobre e o zootecnista Eduardo Sanches mostram o resultado do plantio em aquaponia que é parte do curso Nossa Isca. Pág 4
Seu Enéas Xavier, que ocupou a presidência da Colônia de Pescadores de Bertioga (2002-2010), faleceu em 29 de setembro. Pág 3
Tatiana Neves do Projeto Albatroz devolve à natureza uma pardela-preta. Pág 7
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Caranguejo-guaiamum ( Cardisoma ganhumi) 1/10/2024 a 31/03/2025
Caranguejo-uçá ( Ucides cordatus ) 1/10/2024 a 30/11/2024 (machos e fêmeas), 1/12/2024 a 31/12/2024 (somente fêmeas)
Garoupa verdadeira (Epinephelus marginatus) 1/11/2024 a 28/02/2025
Lagosta vermelha (Panulirus argus), lagosta verde ( Panulirus laevicauda ) e lagosta pintada (Panulirus echinatus) de 1/11/2024 a 30/04/2025
Mexilhão – 01/09/2024 a 31/12/2024
Ostra (todas espécies) 18/12/2024 a 18/02/2025
Pargo (Lutjanus purpureus)15/12/24 a 30/4/2025
Defeso da piracema-1/11/2024 a 28/02/2025-período de defeso continental em duas bacias hidrográficas que abrangem o estado de São Paulo – a do rio Paraná e a do Atlântico Sudeste (rios Paraíba do Sul e Ribeira de Iguape).
Sardinha-verdadeira (Sardinella brasiliensis)- 1/10/2024 a 28/02/2025
Badejo-amarelo (Mycteroperca interstitialis), sirigado (Mycteroperca bonaci), garoupa-de-são-tomé (Epinephelus morio), caranha (Lutjanus cyanopterus)- 1/08/24 a 30/09/24
Temporada de pesca
Tainha ( Mugil liza )- S/SE- 01/06 a 31/07 (cerco) ; 15/05 a 31/07 (emalhe costeiro de superfície e com anilhas) ; 01/05 a 31/07 (pesca desembarcada ou não motorizada)
Áreas de exclusão
A menos de 1 MN (emalhe motorizado)S/SE - permanente
A menos de 1,5 MN (arrasto) – SP- >10 AB- permanente
Moratórias
Tubarão-raposa (Alopias superciliosus)tempo indeterminado
Tubarão galha-branca ( Carcharinus longimanus)-tempo indeterminado
Raia manta (família Mobulidae) - tempo indeterminado
Marlim-azul ou agulhão-negro (Makaira nigricans)- tempo indeterminado
Marlim-branco ou agulhão-branco (Tetrapturus albidus) – tempo indeterminado
EXPEDIENTE
www.jornalmartimpescador.com.br
Cinco dos oito locais contemplados já estão recebendo os equipamentos
A maior obra de enfrentamento às enchentes da história de São Vicente não para e a instalação das comportas já chega a cinco locais da cidade, de um total de oito regiões. Até o momento já foram instaladas comportas na Avenida Mal. Castelo Branco; no Pompeba; e já estão finalizadas as obras civis na Avenida Sambaiatuba; no Dique das Caixetas e no Beira Jóquei. No sistema de drenagem as comportas são dispositivos hidráulicos que servem para bloquear o fluxo de água. Quando a maré está mais baixa elas ficam abertas, possibilitando que os canais despejem as águas pluviais no estuário e quando a maré começa a subir, as comportas se
fecham, impedindo que a água entre nos canais, deixando-os mais vazios para o escoamento em caso de chuvas. “Nós já estamos em implantação, já temos comportas instaladas. São cinco locais que já estão com obras e que já têm a estrutura de concreto executada. Estamos fazendo, agora, a instalação das comportas. As demais já têm previsão de execução agora em setembro, até o final do ano teremos todas elas instaladas”, afirma o Subsecretário de Infraestrutura de São Vicente, Paulo Fiamenghi.
Sobre as obras:
O maior projeto de combate às enchentes da história de São Vicente é composto
pela obra do canal da Eduardo Souto, a reurbanização de vias e instalação de comportas em oito regiões tradicionalmente afetadas pelas chuvas e alta da maré (Avenida Castelo Branco, Pompeba, Dique das Caixetas, bairro Sambaiatuba, Av. Sambaiatuba, Caminho da Divisa e Jóquei Clube).
O investimento é fruto de articulação entre Prefeitura e Governo do Estado, que destinou R$45 milhões para drenagem, sendo R$25 milhões para o revestimento do canal da Eduardo Souto e implantação das comportas.
Fonte: Seicom
Dia Mundial da Raiva (28/09) desperta necessidade de conscientização
Formas de contaminação, cuidados a serem adotados e métodos de combate à raiva. Esses foram alguns dos temas abordados no treinamento para atendimentos à doença, realizado pela Prefeitura de São Vicente, por meio da Secretaria da Saúde (Sesau), para enfermeiros responsáveis técnicos (RT) das unidades de saúde de urgência e emergência e da Unidade Básica de Saúde (UBS) Central, realizado dia 25/09, no auditório da Sesp. O encontro foi ministrado pelo Dr. Carlos Alberto Fonzar Lopes (médico responsável pelo Atendimento Antirrábico Humano da UBS Central), a médica veterinária Dra. Giselle Ferreira Azevedo Pinto (RT da Unidade de Vigilância de Zoonoses) e pela médica veterinária Dra. Carolina Cruz Murta de Castro (técnica responsável pelas notificações de raiva da vigilância epide-
Órgão Oficial da Federação de Pescadores do Estado de São Paulo
Av. Dino Bueno, 114 Santos - SP
CEP: 11030-350 Fone: (013) 3261-2992
miológica), que apresentaram as formas de contágio da raiva para os seres humanos, que acontecem por meio da saliva de animais infectados, principalmente por mordeduras, arranhaduras ou lambeduras. Foram demonstrados os sintomas ocasionados pela doença, como náuseas, discreto aumento de temperatura, dor de cabeça, além de delírios, espasmos musculares involuntários e paralisia em casos mais graves. Os métodos de prevenção, que também foram discutidos, são: vacinação antirrábica em animais, iluminação adequada do ambiente para afugentar morcegos; evitar potes de água para beija-flor; solicitar poda adequada de árvores utilizadas pelos morcegos como abrigo e fonte de alimentação; Cuidado com as fezes de morcegos, que podem, eventualmente transmitir raiva e outras doenças.
O imunizante também é indicado para os seres humanos, podendo ser aplicado antes e depois da exposição ao vírus. A vacinação pré-exposição é indicada para pessoas com risco de exposição permanente ao vírus, como médicos veterinários e biólogos. A vacinação pós-exposição é indicada após uma mordedura, arranhadura ou lambedura de um animal que não esteja vacinado. Os palestrantes destacaram a importância da notificação de casos de raiva, pois sua utilização efetiva permite a realização do diagnóstico da doença, além de indicar os riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo, assim, para a identificação da situação epidemiológica da região.
Fonte:Seicom-SV
Jornalista responsável: Christina Amorim MTb: 10.678/SP christinamorim@gmail.com
Fotos e ilustração: Christina Amorim; Diagramação: cassiobureau.com.br
Projeto gráfico: Isabela Carrari - icarrari@gmail.com - Impressão: Diário do Litoral: Fone.: (013) 3307-2601Os artigos e reportagens assinados não refletem necessariamente a opinião do jornal ou da colônia
Para responder estas e outras questões, foi realizada uma pesquisa pelo graduando em Ciências Biológicas Victor Abade Ramos, bolsista de Iniciação Científica do CNPq-Conselho Nacional de Pesquisa. Os resultados estão presentes no trabalho “Similaridade dos recursos pesqueiros nos rios Grande, Paraná e Paranapanema, pertencentes à bacia do Alto Paraná”. Ramos contou com a orientação da pesquisadora científica Paula Gênova do Instituto de Pesca-APTA/SAA- SP e com a coorientação de Maria Letizia Petesse, pós-doutora da Fundepag. Segundo Paula Gênova a motivação dessa pesquisa foi mostrar ao público em geral e aos gestores de recursos pesqueiros a importância da pesca profissional artesanal continental paulista. O estudo teve por objetivo analisar a transformação da composição dos recursos pesqueiros ao longo de três décadas (1990, 2000 e 2010) nos rios Paraná, Grande e Paranapanema, pertencentes à bacia hidrográfica do Alto Paraná. Os dados das décadas 1990 e 2000 utilizados no estudo de Ramos foram obtidos pelo monitoramento da pesca continental no período de 1994-2009 realizados por VERMULM Junior e colaboradores – pesquisadores do IP/SAA-SP (Centro de Pesquisas e Desenvol-
vimento de Recursos Hídricos e Pesqueiros – CPDRHP) e, para a década de 2010, foram utilizados dados de monitoramento da pesca disponíveis em Relatórios Técnicos de empresas hidroelétricas (período de 2010-2018).
A análise das ocorrências dos recursos pesqueiros nas décadas de 1990-2000 e 2010 mostra que as três sub-bacias têm recursos pesqueiros diferenciados de acordo com as características de cada uma. O estudo mostra também que ao longo do tempo ocorreu uma transformação na composição dos recursos desembarcados com perda de peixes de grande porte com hábitos migratórios e, consequentemente, aumento daquelas sedentárias e não-nativas.
De acordo com Paula, os recursos pesqueiros alvos da pesca possuem reprodução e crescimento controlados pelo ambiente. Assim sua capacidade de renovação pode ser comprometida no caso de alteração ou impactos no ambiente aquático e pela exploração excessiva. Paula explica que, no caso da pesca continental paulista, ocorreu uma grande transformação dos recursos pesqueiros e, principalmente, a diminuição das espécies migradoras devida à construção de barragens, à poluição e à introdução de espécies invasoras. Isto determinou uma
mudança nas espécies alvo de valor comercial com implicações diretas nas estratégias de pesca, assim como na cultura, no consumo e na economia das comunidades envolvidas, incluindo também perda da biodiversidade nativa.
A partir da última década os peixes mais pescados são espécies sedentárias tais como a corvina de água doce, o porquinho (não nativas), a traíra, as piranhas, entre outras, além do curimba e piaus (espécies nativas). As artes de pesca mais utilizadas são as redes de emalhar (método de espera), com diferentes tamanhos de malhas, linha de mão, espinhel, entre outras.
As espécies mais importantes que se encontram na última Lista de Espécies Ameaçadas para o estado de SP são: o jaú, a piracanjuba, o pacu-prata, e pintado sendo todas espécies migradoras. Com relação ao pintado há variações na sua produtividade por região desta bacia, assim, embora constando na Lista de ameaçada, a espécie foi incluída no Plano de Recuperação do MMA-ICMBIO-IBAMA e assim liberada para a pesca até o início de 2025 quando haverá mais informações de pesquisas a seu respeito. Paula salienta que é preciso retomar os programas de monitoramento pesqueiro continental (rios e reservatórios) de
forma sistemática no estado de SP, de forma urgente. Também é necessário unir esforços com diferentes órgãos de pesquisa e ensino para realização de estudos de dinâmica populacional de peixes continentais. Para realizar este objetivos será imprescindível contar efetivamente com a Secretaria
de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e com o Ministério de Pesca e Aquicultura para disponibilizar verbas para a pesquisa pesqueira continental. Sem estudos, levantamentos e diagnósticos não se obtém dados para avaliação responsável das pescarias.
Seu Enéas, que nos deixou dia 29 de setembro de 2024, levou consigo suas histórias de vida que se misturam às dos povos caiçaras na Baixada Santista. Nascido em 5 de dezembro de 1938 iria completar 86 anos no final deste ano. Seu Enéas, que era filho do pescador Alfredo Xavier, foi presidente da Colônia Z-24 de Bertioga de 2002 a 2010. Casado com dona Olinda deixou os filhos Eneida, Enio, Edson além de netos e bisnetos. Gostava muito de contar
histórias de pescador e enfatizar sua origem portuguesa e indígena. Os relatos sobre a presença no mangue do pássaro martim-pescador em suas incursões de pesca me inspiraram a batizar o jornal com o mesmo nome. O próprio nascimento do jornal partiu de um pedido de Enéas. Achava importante criar um informativo que trouxesse os acontecimentos das comunidades pesqueiras, para uma troca de experiências. Assim nasceu o jornal Martim-Pescador em 2003.
Com tantas mudanças ocorridas no mundo neste espaço de 20 anos, vemos ainda muitas comunidades respeitar hábitos dos antigos. Para mim essa foi a maior mensagem que Seu Enéas deixou em todas suas entrevistas: o respeito à natureza e o verdadeiro exemplo dos antigos nas maneiras sustentáveis de plantar, pescar e viver.
Christina Amorim-editora do jornal Martim-Pescador
Os quatro maiores operadores portuários do Porto de Santos, DP World, BTP, Ecoporto e Santos Brasil, uniram-se para celebrar o Dia Mundial da Limpeza de Rios e Praias (World Cleanup Day), em uma ação realizada no último dia 14 de setembro, na Praia de Paranapuã, em São Vicente.
A parceria entre as empresas, que já está em sua sexta edição, contou com o apoio do Instituto Gremar, que atua em atividades de educação ambiental, além do atendimento a emergências ambientais com fauna.
O World Cleanup Day é um movimento internacional que envolve milhões de voluntários em mais de 190 países, realizado anualmente em setembro. O objetivo é sensibilizar a população sobre o descarte irregular de resíduos. A ação contou com a participação de 100 voluntários na Praia de Paranapuã, localizada no Parque Estadual Xixová-Japuí, uma área de preservação que também sofre os impactos da poluição.
Divididos em grupos, os participantes percorreram a faixa de areia, área de restinga e costão rochoso, recolhendo bitucas de cigarro, tampinhas de garrafas, lacres de latinhas, garrafas pet e microplásticos, entre outros resíduos que afetam a biodiversidade marinha.
A ação resultou na coleta de mais de 750kg de resíduos e quase seis mil itens, segundo dados do Instituto Gremar. Além da coleta, os voluntários realizaram a separação dos materiais em categorias (orgânicos, recicláveis e não-recicláveis), triagem, contabilização e pesagem de todos os itens.
A iniciativa está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, em especial ao objetivo 14, que busca promover a conservação e o uso sustentável dos oceanos, mares e recursos marinhos.
“Pescadores interessados em vender camarão-branco, Litopenaeus schmitti, como isca viva para a pesca esportiva participaram do Projeto Isca Viva, uma atividade que traz renda a muitos pescadores artesanais”. A afirmação é de Eduardo Sanches, zootecnista e doutor em Aquicultura, do Instituto de Pesca, coordenador do projeto. Além de Sanches ministram aulas no curso o biólogo marinho Oscar José Sallé Barreto com mestrado em Ciências Biológicas e o zootecnista Marcelo Barbosa Henriques, com doutorado em Ciências Biológicas. A doutoranda Bruna Larissa Maganhe também integra a equipe do projeto. Sanches acrescenta que a isca viva é muito usada na pesca do robalo, peixe de alto valor comercial. O Projeto Nossa Isca, é realizado pela VLI através de financiamento do BNDES, em parceria com a consultoria técnica do Instituto de Pesca/APTA/Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, e conta com o apoio da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag).
“Na primeira edição do projeto treinamos 90 pescadores, nesta edição treinamos mais 40 pescadores”, afirma Sanches. Participam profissionais de três colônias de pescadores, a Z-3 em Vicente de Carvalho, a Z-4 em São Vicente e a capatazia da Z-1 na Vila dos Pescadores em Cubatão O projeto tem sete etapas. Na atual etapa é feito o acompanhamento das unidades instaladas e capacitação de novos interessados. Na próxima etapa será feito o levantamento do impacto das inovações do projeto e a fase final de avaliação e apresentação dos resultados.
Segundo Sanches os pescadores e seus núcleos familiares estão absorvendo muito bem as inovações e inclusive propondo mais alterações visando a evolução dos sistemas de manutenção dos camarões e produção de hortaliças hidropônicas. A primeira edição do projeto Nossa Isca foi interrompida pela pandemia e mais tarde foi retomada com aulas dias 19/20/26/27 de março. Nesse espaço de tempo foi possível desenvolver inovações tais como a implementação do uso de escovas filtrantes que melhoram a qualidade da água nos tanques de camarões. Segundo Sanches a partir de abril e maio deste ano foram disponibilizados dois tanques de manutenção de camarões com sistema de filtragem de água e duas unidades de aquaponia para cada Colônia participante. Segundo Sanches, o projeto se encontra na etapa de acompanhamento das unidades instaladas e capacitação de novos interessados. Ainda temos a etapa de levantamento do impacto das inovações do projeto e a fase final de avaliação e apresentação dos resultados. A expectativa de continuidade dos sistemas por parte dos pescadores é muito grande. O projeto terá acompanhamento técnico até junho de 2025.
A bióloga Daniela Bená pode dizer que experimentou várias áreas em seu campo de estudo, através de aulas, pesquisas e também ilustrações científicas. Sempre interessada e curiosa pela ciência e pela arte gosta de assumir constantes desafios. “Para as causas ambientais, como taxonomista, descobri e descrevi espécies novas, ameaçadas de extinção”, explica Daniela. “Hoje trabalho para a Universidade de São Paulo, tanto na produção de ilustrações científicas, como professora de desenho técnico no núcleo de ilustração científica do instituto de Biociências e no Museu de Zoologia da USP”, acrescenta. Morou em diversas partes do Brasil como Goiás, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e São Paulo. Mas ao trabalhar com o resgate de fauna na Amazonia, em contato com uma enorme variedade de espécies, se apaixonou
pelo trabalho de captar imagens de animais e plantas através de ilustrações em aquarela ou óleo. Como pesquisadora reportou no Brasil a principal praga de apiário da Europa, publicando o estudo, que serviu de base para o rastreamento da doença. Na educação ambiental, Daniela sensibiliza as futuras gerações por meio de oficinas e workshops. Na consul-
toria ambiental, produz estudos de monitoramento, que visam tornar estradas e rodovias mais seguras, ao possibilitar a prevenção de acidentes e colisões entre fauna e veículos. Para o futuro planeja se aprimorar mais, ao colaborar na formação de novos profissionais na área do meio ambiente, aptos a ajudar as pessoas a usufruir de mais qualidade de vida. A bióloga Daniela Bená fala sobre seu trabalho unindo arte e ciência.
Uma festa ligando o melhor da cultura, pesquisa e gastronomia pesqueira aconteceu dias 31/8 e 1/9 em São Paulo no prédio do Instituto de Pesca, no espaço do Instituto Biológico na Vila Mariana. O evento foi criado em 2023 pelo Instituto de Pesca (IP-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e teve como idealizador o diretor do NIT Núcleo de Inovação Tecnológica do IP, Marcelo Ricardo. O evento veio em apoio à 21ª Campanha Nacional Semana do Pescado, que têm também como missão incentivar a sociedade a consumir mais produtos à base de pescado. Para a diretora geral do Instituto de Pesca, Cristiane Rodrigues Pinheiro Neiva, o evento “buscou sensibilizar os participantes para a riqueza da diversidade da proteína do
pescado, com a apresentação e exaltação gastronômica de diferentes espécies de peixe, camarão, moluscos, répteis, anfíbios e algas, entendidos como pescados”. Os produtos incluíram peixes oriundos da pesca no mar, no rio e também da piscicultura. Linguiça de pirarucu, espetinho de salmão, coxinha de tilápia, caviar caiçara e a estrela da primeira edição, a banda de tambaqui assada, foram algumas das delícias oferecidas na Festa. Além disso, a coorganizadora do evento, Associação de Moradores da Vila Mariana, trouxe para a Festa uma feira vibrante, com mais de cem expositores que venderam produtos alimentícios e bebidas autorais, artesanato, muitos feitos com matéria-prima como escamas de peixes e couro de tilápia.
do @defumado caiçara esteve presente com seu caviar de peixe nacional
Em Guarujá, moradores se unem para manter as tradições caiçaras
Para Katia e Joel Elias Bargas Santos, conhecer o passado é uma forma de construir um futuro melhor. Caiçaras, tem suas raízes em antepassados indígenas de São Sebastião e Ilhabela. Joel, biólogo e caiçara, é neto de indígenas que habitam o bairro do Perequê há muitas gerações. Seu avô, Benedito Tomé dos Santos, dá nome a uma das ruas da região em sua homenagem, e várias outras ruas também trazem os nomes de ascendentes da família, destacando sua forte presença histórica no local. As terras, onde a família vivia, trabalhava e cultivava, e que pertenciam a eles antes das invasões, ainda abrigam Joel, sua família e outros parentes, como irmãos, tios, sobrinhos e primos. Essas terras eram não apenas o local de moradia, mas também o espaço onde seus antepassados desenvolviam suas atividades de subsistência e preservavam suas tradições. Toda a família faz parte dos povos tradicionais caiçaras, e, por isso, se esforçam para que as tradições e os conhecimentos que são passados de avós para netos e de pais para filhos não desapareçam e se percam. Eles têm o objetivo de manter vivas suas raízes culturais e ambientais. O filho mais velho, Jordan, engenheiro físico pela USP – Universidade de São Paulo, desenvolve projetos que promovem o reconhecimento dos povos tradicionais e sua relação com o meio ambiente. Fruto do trabalho de pesquisa e coautoria no artigo “O Caiçara e sua trajetória em Guarujá” no XVII Simpósio Internacional de Ciências Integradas da UNAERP. Jordan também é diretor e produtor executivo da série “O Caiçara”, composta por 5 episódios, além de ser coautor em dois livros: “Os Homens da Ilha”, lançado em março de 2021, que conta a história das origens dos povos da Ilha de Santo Amaro (Guarujá), e “Dom Domênico - O Grande Benfeitor de Guarujá”, lançado em março de 2023. A família também criou o projeto da BET
- Bacia de Evapotranspiração, que trata de forma natural os efluentes de esgoto. A construção foi realizada pelo pai, Joel, juntamente com seus filhos Jordan, Sabrina (engenheira química pela Poli-USP), Guilherme (engenharia elétrica pela Poli-USP), e com a colaboração Sara e Isaac . O projeto foi desenvolvido para a Associação dos Caiçaras, com apoio financeiro da Fundação Casa Socioambiental. “Utilizamos o tratamento convencional de fossa séptica de geração em geração, enquanto esse modelo de bacia de evapotranspiração (BET) foi implementado há mais de um ano”, explica Katia. Um protótipo foi construído no bairro do Perequê, em Guarujá, no quintal da família, e comprovou sua eficácia no tratamento de esgoto da casa. Viver com sustentabilidade é um dos principais projetos da família Santos, o que levou à criação da Associação dos Povos Tradicionais Caiçaras (APTC). Katia explica que a entidade nasceu da urgência e paixão por preservar as ricas heranças culturais e ambientais das comunidades caiçaras. “O impulso para
sua criação surgiu diante de um cenário de rápida transformação local, com a escassez de pesca para as famílias, a perda de território de cultivo através das ocupações e invasões de suas terras, e as dificuldades enfrentadas pelas famílias”, explica. A Associação conta com a participação de moradores de Guarujá, da área continental de Santos e de Bertioga. Sempre movida por um compromisso incansável de garantir um futuro sustentável para as comunidades caiçaras, lutando pela 1 preservação cultural, pela sustentabilidade e pelo bem-estar dessas populações em meio às mudanças desafiadoras que enfrentam. “O nosso anseio de pesquisas é por encontrar outras comunidades caiçaras para podemos levar informações e apoio, explica Katia. Em junho, a Associação esteve presente em exposição no Sesc, onde pôde expor artesanatos produzidos por seus associados, permitindo ao público conhecer uma das facetas do trabalho da associação, que é um exemplo de ação comunitária em prol da manutenção da cultura caiçara.
Resgate e Preservação Cultural: Registra e documenta tradições, produzindo livros e documentários, além de festivais e eventos para celebrar a cultura Caiçara.
Educação e Conscientização: Desenvolve programas educacionais para disseminar o conhecimento sobre a história, tradições e sustentabilidade das comunidades Caiçaras, buscando conscientizar sobre sua importância regional e nacional.
Empoderamento Econômico: Estimula o desenvolvimento econômico dessas comunidades através da comercialização de artesanato, alimentos típicos e artefatos, promovendo a economia local e preservando os modos de vida tradicional
Desde o tempo de nossos avós, já víamos que havia uma preocupação em deixar o feijão de molho para amolecer o grão. Porém hoje, vamos mostrar a real importância de se deixar não apenas o feijão de molho, mas outros grãos que também devem receber o mesmo tratamento, como: o grão de bico, a lentilha e a ervilha. A finalidade de se colocar os grãos de molho é para proporcionar a retirada dos antinutrientes. Antinutrientes são compostos que interferem na absorção dos nutrientes. Os principais nutrientes do feijão são: proteínas, carboidratos, gorduras, fibras, vitaminas e minerais (cálcio, magnésio, manganês, fósforo, sódio, potássio, cobre, zinco e selênio). O ácido fítico é o antinutriente encontrado nos grãos, e é também conhecido como fator antinutricional, por ter a propriedade de se ligar facilmente ao cálcio, ferro e magnésio bloqueando a absorção. Portanto, quando colocamos os grãos na água proporcionamos: eliminação de resíduos, cozimento mais rápido, maior digestibilidade, melhora na absorção dos elementos nutricionais e diminuição dos antinutrientes. Quando colocamos os grãos de molho, tem início o processo de fermentação, que neutraliza o antinutriente. Esse período deve ser de 8 a 12 horas. Recomenda-se a cada medida de grãos, colocar duas de água. Pode-se ainda adicionar vinagre ou gotas de limão, que auxiliam na remoção do ácido fítico e evitando assim a formação de gases. Para obter melhor resultado, o molho deve ser realizado na geladeira, principalmente nos dias quentes, e as trocas de água devem ser de 4 em 4 horas. A água do molho não deve ser usada para cozinhar. E a primeira água do cozimento deve ser eliminada porque os grãos liberam uma espuma branca rica em antinutrientes. Pode-se concluir que o feijão é um alimento saudável e se o consumidor aproveitar essas dicas terá uma fonte rica de alimentação, que contribuirá para a sua saúde e bem-estar.
Médico veterinário
Augusto Pérez Montano
Atendimento humanizado planeja inserir mais pessoas com deficiência no mercado de trabalho
A Prefeitura de São Vicente instalou em agosto um Polo de Empregabilidade Inclusiva (PEI) na Cidade. A unidade está funcionando na sede da Secretaria de Emprego, Trabalho e Renda (Setre), localizada no 8º andar do Centro de Administração Municipal I (CAM I), na Rua José Bonifácio, 404, Centro. O PEI é um programa do Governo do Estado de São Paulo com intenções de promover a inclusão, disponibilizando vagas de emprego para pessoas com deficiência e mantendo acompanhamento. PCDs podem manifestar interesse em uma vaga ou tomar ciência dela ao em visita à unidade, cujo atendimento dispõe de todo suporte necessário da equipe para realizar os processos burocráticos. Os atendimentos acontecerão às quartas-feiras, mediante agendamento prévio. Os telefones para contato e demais informações são (13) 3569-2336 e (13) 99140-9528. Este é o terceiro polo instalado na Baixada Santista. Bertioga e Praia Grande também são contempladas pelo programa. A Setre ficará responsável pela gestão em São Vicente.
Fonte: Seicom-São Vicente
Pardela-preta vinda de território
Ave foi apelidada de Rebeca, em homenagem à ginasta brasileira que brilhou nos Jogos Olímpicos de Paris No final de julho, os técnicos do Projeto de Monitoramento de Praias das Bacias de Campos e Espírito Santo (PMP-BC/ ES), feito pelo Instituto Albatroz, encontraram na Praia Grande, em Arraial do Cabo (RJ), uma pardela-preta (Procellaria aequinoctialis), com uma anilha metálica de identificação do Muséum National d’Histoire Naturelle (Centre de Recherches sur la Biologie des Populations d’Oiseaux), na França. A ave foi encaminhada ao Centro de Reabilitação e Despetrolização de Fauna Marinha do Instituto Albatroz, para avaliação e tratamento, e devolvida ao oceano em 30 de agosto, com a presença especial da coordenadora geral do Projeto Albatroz, Tatiana Neves, e da secretária executiva do Acordo para a Conservação de Albatrozes e Petréis (ACAP), Christine Bogle. Também na Região dos Lagos, o Instituto Albatroz executa o Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental e que conta com um Centro de Visitação e Educação Ambiental Marinha em Cabo Frio.
A pardela-preta fez um longo trajeto, cruzando o Atlântico para chegar ao Brasil. Através dos registros de sua anilha foi possível saber que a ave foi anilhada ainda jovem, em abril deste ano, na ilha Haute, pertencente ao arquipélago de Kerguelen, nas Terras Austrais e Antárticas Francesas (69°56’02”E/43°23’09”S). Isso demonstra a capacidade dessas aves de percorrer longas distâncias.
Mais informações: www.projetoalbatroz.org.br
Angélica Souza é reconhecida por seu trabalho na preservação da tradição caiçara ao receber uma Moção de Aplauso e Reconhecimento da Câmara Municipal de São Sebastião, cidade onde nasceu e vive. Sua contribuição está presente ao preservar a tradição caiçara da salga do peixe, promovendo a sustentabilidade, valorizando a economia local e fortalecendo a identidade cultural por meio de ações socioculturais e educativas. Muito de seu conhecimento está presente no livro Peixe de Varal-receitas que o sal conservou, publicado em 2022. Angélica mostra seus conhecimentos em oficinas de culinária promovidas em eventos que valorizam a cultura caiçara. Há quatro anos criou a empresa Peixe de Varal onde comercializa o peixe salgado e seco, arte que chegou a ela através das gerações ligadas à pesca e preparo dos peixes. Saiba mais em: Facebook.com/peixedevaral Instagram: @peixedevaral/Fone:(12) 99706.2578
Tendo em vista os recentes casos registrados de Mpox e Febre Oropouche pelo Brasil, a Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica (Coviep) de São Vicente organizou um treinamento para os profissionais da saúde do Município (redes pública e privada) dia 6/9 , no auditório da Secretaria da Saúde (Sesau). O objetivo é preparar os profissionais para atendimentos dessa natureza, incluindo orientação ao paciente e explicações a respeito dos processos de notificação de casos, importantes para o controle da Cidade. No País, já são 945 casos de Mpox confirmados e outros 265 em investigação. No Município, há somente um caso suspeito. A Febre Oropouche, por sua vez, já é conhecida no país há quase 70 anos. Apesar disso, os primeiros casos de óbitos pela doença aconteceram pela primeira vez neste ano, no Estado da Bahia, o que gerou alerta por parte das autoridades. Em São Vicente, não há nenhum caso suspeito, mas a Vigilância reforça os cuidados e as medidas de prevenção necessárias, principalmente por se tratar de uma enfermidade com sintomas muito próximos aos da dengue e chikungunya.
A Febre Oropouche é uma doença causada por vírus, transmitida por meio de insetos contaminados - no caso, pelo mosquito-pólvora (maruim). O mosquito é mais comum em áreas úmidas com matéria orgânica. Para se prevenir, é importante remover os substratos, manter terrenos limpos, utilizar telas de malha fina, mosquiteiros e óleo corporal (o repelente não funciona para esse tipo de mosquito).
Também conhecida como varíola dos macacos, a Mpox é uma zoonose causada pelo mpox vírus (MPXV). A contaminação pode ocorrer de pessoa para pessoa, objetos contaminados ou através de animais silvestres infectados. A primeira grande onda de infecção aconteceu em 2022, com mais de 10 mil casos confirmados no país.
Os sintomas incluem erupções na pele, febre e dores pelo corpo. A melhor forma de prevenção é evitar o contato com pessoas com suspeita da doença.
Fonte: Seicom-SV
Excelente tem sido sempre as reportagens que a brilhante jornalista Christina Amorim vem publicando no importante jornal MARTIM PESCADOR de modo a bem informar a todos. Parabéns pela Procissão de São Pedro pela magnífica reportagem, pelo Plantando Idéias do Projeto Jenipapeiro, pela coluna DP World e pelo médico Augusto Pérez Montano na importância da reutilização do óleo de cozinha e na conscientização da sociedade.
Prof. Cláudio Magalhães (ONG Amigos de Santos) Santos, 22/08/24
Este ano a Festa do Bom Jesus de Ilha Diana foi celebrada em dois fins de semana, 10/11 e 17/18 de agosto. No evento, aberto ao público, foi celebrada missa na capela, reunindo moradores e visitantes. A festa contou com exposição de artesanato, música e delícias da tradicional culinária caiçara. Além da tainha assada na brasa, foram servidas porções de camarão e diferentes tipos de salgados, doces, porções e bebidas variadas.
Ilha Diana, localizada na Área Continental de Santos, com cerca de 250 habitantes, guarda a tradição da
pesca artesanal na Baixada Santista. O local é uma boa opção de passeio o ano inteiro. Além da bela paisagem, oferece comida típica caiçara nos diversos bares da ilha. Para chegar ao local, é preciso pegar uma barca atrás da Alfândega de Santos, junto à Praça da República (Centro). A viagem leva 30 minutos, numa barca com capacidade para 45 pessoas, que faz uma única parada na Base Aérea de Santos. O preço da passagem é de R$0,50 (preço único para percurso de ida e volta). Saiba mais sobre horários da barca em: cetsantos. com.br.
É preciso uma baiana de talento para fazer o verdadeiro Baião de Dois, igual ao que se come em Salvador. A Lily, famosa por seu acarajé, nos dá sua receita de família. Vale a pena experimentar. Nascida na cidade de Cipó, na Bahia, ficou famosa por vender o acarajé na divisa de Santos-São Vicente. Lily também prepara comida típica baiana para eventos. Contato: (13)997975560. Com o inverno, o frio e a chuva, guardou temporariamente sua barraquinha de acarajé, mas todos estão ansiosos por sua volta. Volta, Lili estamos com saudade desse sabor tão especial de sua comida!
Ingredientes:
500 g de feijão fradinho/150g de queijo coalho picados(pode ser espetinhos)/1 xícara (chá) de arroz/200g de bacon picado em cubinhos/ 300g de linguiça calabresa (tirar a pele) cortada em cubinhos/150g de carne seca/100 g de costelinha de porco/1 cebola inteira e 1 cabeça de alho picadinhos/2 tomates e 1 pimentão vermelho picados/ salsinha picada/pimenta dedo de moça (sem semente) cortada em rodelas (opcional)
Preparo:
Deixar feijão fradinho de molho na água por 2 horas. Escorrer e ferver por 15 minutos em panela comum. Coar e reservar. Tirar excesso de gordura do bacon e da costelinha. Deixar a carne seca e a costelinha de porco de molho na água misturada a 1 xícara (chá) de açúcar por 2 horas. Retirar da água, colocar num recipiente e jogar água fervente para tirar excesso de gordura. Deixar 10 minutos e escorrer. Desfiar a carne seca e cortar a costelinha em pedaços grandes, deixando os ossos. Cortar a linguiça calabresa em rodelas. Refogar numa panela grande o bacon até dourar. Acrescentar a linguiça, a costelinha de porco e a carne seca desfiada. Deixar dourar bem. Acrescentar a cebola e o alho picados. Mexer bem. Acrescentar o tomate e o pimentão picados. Colocar o feijão cozido e o arroz com um pouco de água e deixar no fogo até o arroz cozinhar. Acrescentar salsinha. Colocar o queijo coalho picado e tampar até derreter. Colocar numa travessa e enfeitar com pimenta dedo-de-moça. Bom apetite!