Sou fotógrafo: Minha obra é IMAGEM ÓPTICA do real, transcrita pela CÂMERA e contida na IMAGEM FINAL; essa Imagem Final é testemunha de minha IDENTIDADE DE AUTOR: testemunha, aparente, fragmento da realidade, CRIATURA DE MINHA VISÃO, agora LIBERTADA segundo sua ordem para viver sua VIDA PRÓPRIA. (Coppola, 1992) Essa declaração de princípios, registrada por Horacio Coppola em 1939, responde de perto ao primeiro eixo deste livro. O realismo reivindicado por ele não se confunde com um mero registro do real, pois fica evidente que a operação fotográfica repousa num processo de seleção, ou seja, na interpretação das circunstâncias exteriores, captadas primeiro pelos olhos e, posteriormente, pelo aparelho: De MINHA JANELA – vendo com ânsia e maravilha – OLHO para o real iluminado: ENCONTRO – a partir de um ponto de vista dado – uma IMAGEM, por assim dizer, de MEU PRÓPRIO MUNDO. Quando, entre os INFINITOS pontos de vista possíveis a partir de minha janela, ESCOLHO ESTE – para mim o MAIS ESSENCIAL E REVELADOR DO REAL PRESENTE – minha imagem É UM IMAGEMA. Agora, com a CÂMERA FOTOGRÁFICA, ME 9