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Vinícius Ferreira
Havana entre Mar y Tierra

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As imagens em preto e branco de Havana entre Mar y Tierra dão conta de apresentar um recorte do cotidiano vivo de Havana, capital cubana. As imagens de Vinícius conceito para o desenvolvimento deste trabalho?
Ferreira buscam construir esse cotidiano, através da fotografia de rua, sem buscar por estereótipos visuais, tão comuns em Cuba.
Entre Mar y Tierra apresenta um recorte da vida e da cultura de Havana. Como foi sua passagem por cuba? Como surgiu o
Fui para Cuba para estudar documentário na Escuela Internacional de Cine y Televisón de San Antonio de los Baños em janeiro de 2012. E após isso fiquei mais um mês, pude conhecer melhor a forma de vida dos Cubanos em Havana.Neste período fotografando pela cidade e realmente me expondo a eles para que eles se expusessem para mim.Então saí dos meios turístico, comprei uma bicicleta e percorria pontos diferentes da cidade todos os dias. Isso me levou a conhecer outro tipo de cubano, não via mais pessoas querendo tirar vantagem em cima de turistas, mas sim pessoas que estavam dispostas a falar sobre sua condição de vida e conjuntura política da Ilha. E diante disso, percebi pessoas que vivem de forma simples e feliz, e que não viam problema algum em serem fotografadas. E a câmera para mim é um objeto de reflexão do que vejo, principalmente quando edito o material. Isso me leva a fotografar o cotidiano dos lugares que visito. E neste caso vi uma dicotomia muito presente, que é tomar decisões como ficar ou sair do país.
Cuba, em especial Havana, é um dos lugares mais coloridos do mundo. Porque você decidiu produzir essas fotografias em PB?
Primeiro de tudo, fotografo em preto e branco pelo contraste. E esta foi uma pergunta que me fiz quando cheguei, começo agora a fotografar em cor ou sigo minha linha do PB? “Sigo minha linha” foi minha resposta. Pois Cuba é um lugar de contrastes sociais e econômicos e senti que a escala de cinza seria sim a melhor opção para desenvolver o trabalho. E a luz de Cuba, mesmo no inverno, é fantástica para fotografar.



Há um forte fator lúdico neste trabalho. Como foi o processo de aproximação desses espaços? Como foi o encontro desses locais e dessas brincadeiras?
Ainda falando sobre sua relação com os cubanos, como foi a abordagem dos retratados? Você chegou a estabelecer uma relação mais profunda com algum deles?
Parte desta resposta esta na primeira questão. O cubano utiliza e muito os espaços públicos. E a dificuldade é escolher o melhor ponto para fotografar.
E acredito que a curiosidade por aparatos tecnológico, facilitou e bastante o ato de fotografar. Embora seja um país comunista, a futilidade capitalista é muito presente.
Em muitos casos sim. Nas fotografias a beira mar, fiquei um dia todo com os jovens saltando ao mar. Foram muito receptivos, gostavam de ver as fotos no visor após serem fotografados, adquiri uma confiança ótima deles. O mesmo se passou nas fotos da feira de rua. É incrível a abertura que eles te dão após comprar algo deles e conversar alguns minutos.


Havana é um lugar muito fotografado e muito comum em nosso imaginário. Como foi buscar seu estilo fotográfico para esse registro?
Recentemente comprei o livro Magnum Contatos, que para o editor Kristen Lubben, é o epitáfio da folha de contato da época filmica. O momento de ver o que se fotografou, ver erros, imagens que o acaso te proporciona, fotografias que você construiu.
E por mais que eu utilize a fotografia digital. Possuo esta atitude de alguma forma, pois seleciono as melhores e imprimo. E assim começo a perceber o que realmente me chama a atenção no lugar. Pois no ato de fotografar estou tão dentro da situação que muitas vezes não filtro o que se deve ou não fotografar e é por isso que para mim a fotografia é reflexão da realidade e das pessoas.
