Concurso Dia da Liberdade 2023

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A Junta de Freguesia de Azeitão (São Lourenço e São Simão) lançou um concurso público com o nome “Dia da Liberdade” (2022-2024), em que desafiou os artistas plásticos nacionais a criar uma obra de arte pública que será uma peça escultórica que evoque a memória da Revolução do 25 de Abril, também conhecida como Revolução dos Cravos, Revolução de Abril ou ainda Dia da Liberdade. A obra a apresentar, necessariamente de carácter simbólico, deve evocar este acontecimento histórico, mas também deve ser contemporânea, contextualizando o presente e ao mesmo tempo enviando um olhar para o futuro, numa perspetiva solidária, inclusiva e integradora da sociedade atual.

Após uma reunião do júri, composto por Graciete Vasco, educadora e representante da população designada pela Assembleia de Freguesia de Azeitão, Sónia Paulo, Presidente da Junta de Freguesia de Azeitão como representante da Junta de Freguesia de Azeitão e Luísa Perienes, professora da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa como artista plástico convidada da área a concurso, em que foram avaliadas as candidaturas apresentadas e foram selecionados sete artistas que vão apresentar as Maquetas dos seus projetos nesta exposição, dentre as quais será selecionada a obra vencedora do Concurso “Dia da Liberdade”, que será produzida e instalada no Azeitão Parque Bacalhôa II em abril de 2024.

João Castro Silva

João Duarte

Jorge Pé-Curto

José Victor (Zévi)

Pedro Botelho

Pedro Miranda da Silva

Ricardo Crista

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João Castro Silva

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“DEVIR”, 2023 Madeira, 54,5x37x18 cm Escala: 1/10

Memória Descritiva “DEVIR”

O movimento pelo qual as coisas passam de um estado a outro é permanente e capaz de criar, transformar e modificar tudo o que existe.

Cansados de guerra e de morte, os militares que fizeram a revolução do 25 de Abril substituíram as balas por flores e como armas utilizaram as palavras. Parte realidade, parte ficção, esta é a imagem que fica da "Revolução dos Cravos".

Foi através do poema e da voz de José Afonso que se deu início à revolução e foi com um megafone que o Capitão Salgueiro Maia se conseguiu fazer ouvir para lá das grossas paredes da fachada do quartel do Carmo onde se refugiou o Presidente do Conselho de Ministros de então.

Não sabemos qual poderia ter sido o desfecho daquele dia se não se tivesse optado pela fala, não sabemos o que aconteceria se não se tivesse conseguido fazer chegar a palavra "rendição" ao Dr. Marcelo Caetano. Não sabemos se teria de ser dada voz às armas, não sabemos se as balas iriam substituir as palavras e, sem transformação, a guerra e a morte continuava.

Hoje e no futuro é fundamental não esquecer o poder do movimento permanente e da mudança constante das coisas. Não esquecer, também, que as palavras são mais importantes do que as armas e que o diálogo é a condição necessária, mesmo que por vezes não suficiente, para a elaboração dos conflitos. Hoje e sempre é essencial que a palavra chegue cada vez mais longe e a mais pessoas.

Se Rodchenko no seu icónico cartaz de 1925 bradava por livros, numa exortação ao conhecimento, a escultura que propomos grita DEVIR como apelo ao desejo e à transformação e como necessidade da passagem da potência ao ato, que é o legado que as pessoas que fizeram o 25 de Abril de 1974 nos deixaram.

A escultura DEVIR é uma síntese ampliada do megafone utilizado pelo Capitão Sagueiro Maia no dia 25 de Abril de 1974, no Largo do Carmo. Será uma escultura branca realizada em fibra de vidro e resina de poliéster com estrutura metálica interior. Terá as dimensões aproximadas de 150 cm de altura, 200 cm de largura e 230 cm de comprimento. O megafone ficará assente diretamente sobre o chão.

A palavra DEVIR será moldada, letra a letra em cimento armado. Cada letra terá, aproximadamente, 40 cm de altura por 8 cm de espessura e 40 cm de profundidade. As letras serão enterradas 35 cm no chão deixando uma altura de 5 cm acima do solo.

A escultura será fixa no local através de estacarias de aço e/ou sapatas de betão e o prazo de execução respeitará o que está definido no Artigo 5° do Regulamento do Concurso "Dia da Liberdade".

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Nasceu em 1966 em Lisboa, Portugal. É docente do curso de Escultura na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa desde 1996. Atualmente é Professor Auxiliar Agregado. Expõe desde 1991 e está representado em coleções particulares e institucionais nacionais e internacionais.

1992 • Licenciatura em Escultura, Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. 1994 • Frequência do Curso "Bronze Casting" no Royal College of Art - Londres. 2001 • Mestre em História da Arte, Universidade Lusíada de Lisboa. 2010 • Doutor em Escultura, Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. 1991/92 •Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. Exposições Individuais {seleção)

1996 •"Tentações" Galeria Míron Trema, Lisboa. 1997 •"Tentações" Museu Municipal Dr. Santos Rocha, Figueira da Foz. • "Tentações" Galeria de Desenho, Museu Municipal de Estremoz. • "Tentações" Casa da Companhia, Fundação da Juventude, Porto. • ''Tentações" Casa Municipal da Cultura, Coimbra. 1999 •"Encenações sobre a Morte", Galeria Trema, Lisboa. 2000 •"Abandono", Galeria Trema, Lisboa. 2002 • "Relações", Museu Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro, Brasil. • "Relações", Instituto de Arquitetos do Brasil, Rio de Janeiro, Brasil. • "Homens brancos k ñ andam", Galeria Trema, Lisboa. 2003 •"Relações", O Galpão das Artes Recicladas, Rio de Janeiro, Brasil. 2004 •"Relações", MUMA- Museu Metropolitano de Arte de Curitiba, Brasil. •"Relações", MASC - Museu de Arte de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil.• "Passo, Espaço, Afastamento, Passo Espaço compreendido entre esse Afastamento", Galeria Trema, Lisboa. 2006 •"Relações 06", Galeria Trema, Lisboa. • "Eu Sei Tudo", Galeria do TMG, Guarda. 2007 •"Eu Sei Tudo", Galeria dos Escudeiros, Beja. 2008 • "Eu Sei Tudo", Galeria Municipal de Torres Vedras. • "Eu Sei Tudo", Galeria Trema, Lisboa. 2011 •"Deriva", Galeria de Arte do Convento do Espírito Santo, Loulé. 2012 •

"História Trágica I", Galeria Trema, Lisboa. 2015 •"CICATRIZ", Galeria Trema, Lisboa. • "Draperies",curadoria de Sofia Marçal. Sala do Veado - Museu Nacional de História Natural e da Ciência - Lisboa. 2016 • "Draperies",Cine-Teatro Gardunha, Fundão. • "Ossos", (curadoria de Ilídio Salteiro) MML, Museu Militar de Lisboa. 2017 •"SITítulo", Galeria Trema, Lisboa. 2018 • "Draperies",Museu de Lanifícios da UBI, Covilhã. • "HowMuchdoesa BulletCost?lttakes250,000bulletstokillaninsurgenf'.PAN - Encontro e Festival Transfronteiriço de Poesia, Património e Arte de Vanguarda em Meio Rural. Vilarelhos, Alfândega da Fé e Morille, Salamanca, Espanha. • "HowMuchdoesa Bul/etCost?lttakes250,000bulletstokillaninsurgenf',Espaço Pontes, Fundão. 2019 • "Vanitas", Galeria Trema, Lisboa. 2021 • "How Much does a Bullet Cost? lt takes 250,000 bullets to kill an insurgent", espaço Torre, Celorico da Beira.

Esculturas em locais públicos

• Rotunda da Areia - Quinta da Marinha, Cascais, Aço • Área de Serviço Repsol - Auto-Estrada do Oeste, sentido Norte/ Sul, Aço • Rotunda viária no Bairro da Vila Morena, Torres Vedras, Aço • Parque do Alto de Sta. António, Abrantes, Aço • Montauban, França, Cipreste • Montjean-sur-Loire, França, Faia • Igreja de S. José Carpinteiro, Catujal, Loures, Criptoméria Japónica • Centro Cultural Eng. Adolfo Roque, Barro, Águeda, Aço Corten • "Dr. Horácio Louro", praça da Liberdade, Costa da Caparica, Cimento • "Kolosso" Centro de Educação Ambiental, Torres Vedras, Aço • S. Pedro, praça de S. Pedro, Torres Vedras, Bronze.

Prémios e distinções

1990 • Menção Honrosa no concurso para elaboração do símbolo da FaculdadedeMotricidadeHumana,Cruz Quebrada/ Dafundo. 1992 • Menção Honrosa no VIISalãodePrimaveraCasinodoEstoril- Escultura. 1993 • 1 º

Prémio no Concurso Os Jovensea Arte- Escultura, Câmara Municipal da Amadora. • Menção Honrosa no Concurso ArteParaAlémdoEspaçoUrbano- Escultura, Alverca. 1998 • 2° Prémio do IISimpósioInternacionaldeEscultura em FerrodeAbrantes.1999 • Menção Honrosa do PrémioFundaçãoCalousteGulbenkianno IlIConcursodeJovens nasArtes/ FranciscoWandscheider- Escultura, Culturgest, Lisboa. 2005 • Prémio DoutorGustavoCordeiroRamosEscultura, Academia Nacional de Belas-Artes, Lisboa. 2021 • Prémio UsineUtopik- CentredeCréation Contemporainena SCULTOIV,FeriaInternacionaldeEsculturaContemporánea,Logrofío, Espanha.

Simpósios internacionais

1996 • IlI Simpósio Internacional de Escultura em Ferro da Amadora. 1998 • lI Simpósio Internacional de Escultura em Ferro de Abrantes. 2005 • Symposium Internacional de Sculpture, Montauban, França. 2006 • 1º Symposium de Sculptures Monumentales, Montjean-sur-Loire, França. • 1° Simpósio Internacional de Escultura de Ar Livre de Odemira. 2007 • "Land Art Lavandeira", Oliveira do Douro/ Gaia. 201 O • "Land Art Cascais", Parque Natural Sintra Cascais, Quinta do Pisão.

Portefólio: http://joaocastrosilva-escultura.blogspot.com ; http://joaocastrosilva-escultura.blogspot.com

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João Duarte

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“Cravos da Liberdade”, Cartão, madeira e outros, 32,5x26x30 cm Escala: 1/15

Memória descritiva “Cravos da Liberdade”

Refere-se a presente memória a um motivo escultórico a erigir no espaço verde do Parque Bacalhoa II, em Azeitão promovido pela Junta de Freguesia de Azeitão (São Lourenço e São Simão).

O projeto que apresento propõe uma solução escultórica cujo interesse fundamental reside na atualidade formal da sua resolução plástica. Numa interpretação livre comandada sobretudo por uma intenção eminentemente plástica, considerei como referente um cravo.

Elemento que assinala os 50 Anos do 25 de Abril em Azeitão, onde muitas eram as leivas onde as sementes da liberdade prediziam já aquela redentora manhã de Abril.

Assim, é justo dizer-se que este motivo escultórico que passa a enriquecer Azeitão, tanto nos fala da Liberdade, enquanto ideal que acalentava o sonho e a vivência das populações laboriosas de Azeitão, durante o longo e pesado período do fascismo, como festeja o florir rubro dos cravos que simbolizam a vitória do movimento conduzido pelos Capitães de Abril. Festeja também o espírito insubmisso de homens e mulheres que entendem a liberdade como algo mais para além da possibilidade de exprimirem, pela voz ou pelo voto, a sua vontade ou os seus anseios.

Pretendo com este motivo escultórico que o conceito de Liberdade atinja os limites profundos da dignidade, da plenitude, onde livre é todo o ser humano que vive respeitado e respeitando, parte de um todo social harmonioso, sem espoliadores nem espoliados, participando ativamente na construção de um futuro de paz e segurança, sem excluídos, sem iniquidades, sem injustiça.

Cravos da Liberdade, Liberdade conquistada e Liberdade plenamente assumida, eis o sentido do motivo escultórico que criei.

Será constituído por duas chapas em aço cortén de 10 mm de espessura, com quatro metros de altura. No meio dessas duas chapas ira ser colocada uma chapa de aço cortén de 10 mm de espessura que vai estruturar toda a escultura com a respetiva base.

No cimo das duas colunas encontram-se cinco rosetas de cada lado simbolizando cravos. Essas chapas de aço cortén são de 8 mm de espessura. A construção da base, pressupõe a necessária movimentação de terra, e zona em betão ciclópico que será relvada à superfície.

Igualmente se reserva para fase ulterior o estudo da iluminação específica que deverá conciliar-se com a já prevista para toda a zona de implantação.

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Escultor João Duarte / Currículo

Nasce a 29 de novembro de 1952 em Lisboa.

Licenciatura em Artes Plásticas - Escultura, no ano de 1978.

Professor Associado c/ Agregação, Aposentado da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.

Académico Efetivo da Academia Nacional de Belas Artes.

Membro Efetivo da Federação Internacional de Medalhística (FIDEM) desde 1990.

Membro Fundador do Centro de Investigação e de Estudos Volte Face-Medalha Contemporânea.

Membro Fundador do Grupo Anverso Reverso - Medalha Contemporânea.

Membro Fundador da Associação de Artistas Plásticos do Concelho de Vila Franca de Xira.

Em 2001 recebe a Medalha de Mérito Cultural da Câmara Municipal do Seixal.

Participou em inúmeros júris de premiação e de seleção.

Em 2009 recebe o Prémio de Aquisição de Escultura da Academia Nacional de Belas Artes.

Galardoado em 2010 com a medalha dos 70 Anos da FIDEM, pela contribuição excecional para o incremento e divulgação da medalhística contemporânea a nível mundial e pelos serviços prestados à FIDEM.

Em 2011 é galardoado com a "J. Sanford Award for Distinguished Achivievement in the Art of the Medal" pela American Numismatic Society. New York. U.S.A.

Realizou várias exposições individuais e coletivas de Escultura, Medalhística e Numismática a nível nacional e internacional

Executou duzentas e uma medalhas e dezasseis moedas comemorativas.

Executou cinquenta e três Monumentos Públicos em Portugal

Representado

Galeria de Desenho do Museu Municipal de Estremoz.

Museu Municipal do Escultor Martins Correia - Golegã.

Museu Municipal Armindo Teixeira Lopes - Mirandela.

Museu Municipal de Loures.

Museu Municipal do Crato.

Coleção de Arte da Academia Nacional de Belas Artes.

Coleção de Arte do Casino Estoril.

Coleção de Arte da Caixa Geral de Depósitos.

Coleção de Arte da Central de Cervejas EP.

Coleção de Arte da Câmara Municipal de Alpiarça.

Coleção de Arte da Câmara Municipal da Amadora.

Coleção de Arte da Câmara Municipal do Seixal.

Coleção de Arte da Câmara Municipal de Grândola.

Coleção de Arte da Câmara Municipal de Almada - Casa da Cerca.

Coleção de Arte da Câmara Municipal do Sabugal.

Coleção de Arte da Câmara Municipal de Sintra.

Coleção de Arte da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira.

Coleção de Arte da Fundação "AURTEN BAI" -Zornotzako Barnetegua, Bilbao, Espanha.

Coleção de Arte do Ayuntamiento de Amorebieta, Bilbao, Espanha.

Coleção de Arte do Museu RIJKS MUSEUM HET KONINKUJK PENNINGKABINET em leiden - Holanda.

Coleção de Arte da Casa Havaneza - Centro Comercial Colombo.

Coleção de Arte da Secil S.A.

Coleção de Arte do Museu de Vila Nova de Cerveira.

Coleção de Arte do Museu Sousa Martins em Alhandra.

Casa-Museu Silvestre Raposo.

Centro Internacional de Medalha Contemporânea do Seixal.

Department of Coins and Medals Collection of British Museum, Londres.

Departamento de Numismática da Universidade de Princeton.

Representado na Coleção da Alfa Arte Ediciones.

Representado na Coleção de Medalhas do Musée d' Art et d'Histoire (Arthis) em Neuchâtel, Suíça.

Representado na Coleção da Câmara Municipal de Oeiras.

Representado no Medallic Sculpture Studio at the Nacional Academy of Art Sofia.

Representado na Union of Bulgarian Artist Veliko Turnovo.

Representado no Múzeum Mincí a Medaili Kremnica (NBS -MMM) na Eslováquia.

Representado na American Numismatic Society, New York, U.S.A.

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Jorge Pé-Curto

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"Caiu a Tirania"

Memória descritiva "Caiu a Tirania"

Evocar a data de 25 de Abril de 197 4 é antes de mais lembrar os tempos de opressão que nos foram impostos durante 48 anos e simultaneamente assinalar o momento libertador dessa data. É desta simbiose que surge a solução aqui proposta.

Através de uma linguagem figurativa, simbólica e poética procurou-se uma solução que permitisse contornar estereótipos, mas que simultaneamente fosse integradora do cravo como símbolo incontornável e identificador.

O movimento remete-nos para o momento preciso da ação que desencadeia a mudança.

O corpo mutilado, representando todos aqueles que corajosamente enfrentaram a tirania, apesar da feroz repressão que ceifou liberdades, sonhos e vidas, transporta uma figura de criança que anuncia o começo de uma nova era na vida social através do surgimento de um homem novo no qual então se acredita convictamente.

A gaivota é lançada ao vento para espalhar a mensagem, o fim da aventura marítima e do império colonial, o fim da guerra, a liberdade!

Especificação Técnica

O projeto aponta claramente para o bronze fundido como técnica ideal para a sua concretização, no entanto o condicionalismo de ordem financeira põe completamente de parte esta hipótese. A alternativa proposta é a resina (poliéster ou acrílica), possivelmente com um topcoat com carga de bronze e posterior camada reforçada com fibra de vidro. Um estudo mais aprofundado será feito em caso de uma possível participação na 2ª fase do concurso.

O trabalho será de qualquer forma estruturado com aço inox e ancorado numa base de betão. O aspecto final resulta da oxidação da camada metálica (patine) exatamente como se de bronze se tratasse.

A escala proposta de acordo com a análise do seu espaço envolvente é de 400 cm de altura na sua cota máxima além da base (25cm / 300cm / 120cm)

Para a construção da obra prevê-se um prazo de três meses após a adjudicação. A escultura será executada no atelier e a base e respectiva sapata no local.

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Jorge Pé-Curto -Arte Pública

Jorge Pé-Curto nasceu em 1955, em Moura. Vive em Almada desde 1965.

Começou a frequentar. desde os dez anos de idade, o Centro Artístico Infantil, no Castelo de S.Jorge, de que era mentor o pintor Hermano Baptista. Mais tarde cursou escultura na Escola António Arroio como bolseiro da Fundação Gulbenkian. Em 1981, juntamente com outros artistas, fundou em Almada, a IMARGEM, projecto que, entretanto, viria a abandonar. Foi professor do ensino oficial durante 17anos.

Como artista plástico Jorge Pé-Curto desenvolveu actividade na cerâmica. pintura, cartaz e gravura, mas seria na escultura, nomeadamente na pedra, que viria a centrar o seu trabalho. Colectivamente, Jorge Pé-Curto participou desde 1972 em diversas exposições em galerias, instituições várias, espaços comerciais e mostras escultóricas ao ar livre. Desde 1984 expõe individualmente. Da sua autoria são diversos monumentos, situados em várias regiões do país.

Exposições Individuais:

1984, Pintura e Escultura, Galeria Codilivro, Lisboa;

1989, Galeria Escada, Lisboa

1990, Galeria Ara, Lisboa

1992, Galeria de Lagos, Lagos

1993, Galeria de S. Bento, Lisboa

1995, Galeria Neupergama, Torres Novas

1996, Galeria Vértice, Lisboa

1998, Galeria S. Francisco, Lisboa

2000, Galeria Arte&Mar, Sesimbra

2000, Galeria Artela, Lisboa

2001, Galeria Municipal, Barreiro

2002, Galeria Galveias. Lisboa

2005, Galeria Galveias, Lisboa

2009, Galeria S. Francisco, Lisboa

2011, Perve Galeria, Lisboa

2011, Galeria de Arte do Casino Estoril

2012.Auditório Municipal, Olhão

2012, Galeria S. Francisco, Lisboa

2015, Galeria de Arte do Casino Estoril

2015, Galeria S. Francisco, Lisboa

2016, Sindicato dos Professores da Grande Lisboa.

Arte Pública: Em colaboração com Francisco Bronze, Evocação de Fernão Mendes Pinto, Almada, 1984; Monumento ao Pescador. Costa da Caparica, 1985; Mural em Baixo-relevo, Casa Mortuária de Alhos Vedras, 1986; Monumento ao Bombeiro, Sines, 1992; Viagem, Almada, 1994; Intervenções escultóricas em áreas de serviço ele autoestradas Um Olhar Sobre o Rio. Seixal, 2000; Touro Cindido e Conquistador, Montemor-o-Novo, 2000; Margem EsquerdaMonumento ao Operário, Baixa da Banheira, 2001; Primeiro as Crianças, Cacilhas, 2001; Em colaboração com outros escultores, Intervenção no Caminho Rural da Fonte Velha, Belver. 2004; Intervenção escultórica na ABORO, Associação de Regantes, Ferreira do Alentejo, 2004; Cabeça de Soldado Romano, 3° Simpósio de Escultura em Pedra de Alfândega da Fé, 2004; Figura Cindida com Ave, Simpósio de Escultura em Pedra da Faculdade de Ciências Técnicas - UNL, Monte de Caparica, 2006; Lobisomem Uivando ao Luar, Simpósio de Escultura de Penafiel, 2007; Monumento ao 25 de Abril. Parque Luso, Seixal, 2007 I Monumento ao Fundador, Parque Luso, Seixal, 2007; Construção D1namica, Simpósio de Escultura. Braga, 2008; Aqui que o Rio é nosso Amigo, Simpósio de Escultura. Amora. 2008; Monumento à Água, Corroios, Seixal, 2009; Monumento ao Homem do Mar, Feijó, Almada, 2010; Escultura em betão arquitetónico no Cemitério da Paz, Setúbal, 2015; Monumento a Mariana Torres, Setúbal, 2016 I Escultura de homenagem ao actor Manuel "Bola", Setúbal, 2017; O Poeta Fernando Pessoa. Simpósio de Escultura em Pedra, Grândola, 2019; Memórias do Olival. Moura, 2019; O Homem do Antropoceno, S1mpós10 de Escultura em Ardósia de Valongo, 2021.

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José Victor (Zévi)

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“Flor de Abril”, 2023. Cartolina, papel, plástico K-line, madeira, colas, tintas e vernizes acrílicos, 30x19,5x19,5 cm. Escala: 1/10

Apresentação: “Flor de Abril”

"Flor de Abril" é o título escolhido para a esta escultura em homenagem à revolução de Abril de 1974, em Portugal.

A figura e o contexto

A escultura representa uma flor estilizada, simbolizando o cravo de Abril, sendo este um dos símbolos mais representativos do acontecimento tão acarinhado pelos portugueses. Nas "pétalas" da flor estará um relógio a funcionar, onde o tempo real pode ser visto por quem passa, tornando-se também numa escultura prática, ou de utilidade pública. Este pormenor também tem o intuito de sublinhar o curso do tempo, relembrando o passado, a vivência do presente, e acalentando o futuro.

A obra, é construída com materiais reaproveitados, sendo esta a matéria-prima normalmente utilizada pelo autor, que há mais de trinta anos cria peças escultóricas segundo uma linha baseada na reutilização, de acordo com as práticas Upcycling, em que são estudadas e implementadas soluções alternativas para a reutilização de materiais e objetos em fim de vida, ou já postos de parte pela sociedade.

A "mecanização das sociedades" também está presente na peça, na medida em que o ritmo do mundo desde há muito depende das máquinas que criamos para nos ajudar todos os dias. Esta obra, executada com fragmentos de automóveis, e sendo uma obra composta por objetos que qualquer pessoa reconhece, deixa também a mensagem de que mesmo com objetos simples e alternativos é possível criar obras de arte interessantes e contemporâneas.

Revolução - Mudança - Renovação

Num contexto simbólico, a revolução de Abril pode ser vista aqui como um reinício na vida dos portugueses, o ponto de partida para uma espécie de "reciclagem" do pensamento, do país e da sociedade, uma mudança significativa para uma nova realidade. Recomeçar e evoluir com a aprendizagem do passado e olhos num futuro mais promissor, criativo, inovador e democrático.

Para além da simbologia associada à data que se homenageia, a peça também pretende reforçar os alertas que se têm feito ouvir, chamando a atenção para a necessidade de, nas sociedades cada vez mais consumistas, reverter esta situação, sendo para tal necessária e urgente a mudança de atitudes e de comportamentos, tendo em vista mais equilíbrio e coerência ecológica.

O Upcycllng

A prática Upcycling na arte, surgiu na Rússia nos anos 30 do século passado, e tem sido um movimento em crescendo, onde artistas e criativos geram obra sem danificar o planeta, ao mesmo tempo que dão novo sentido a desperdícios das mais variadas origens, sem grandes consumos de energia ou de outros recursos naturais. Por outro lado, esta prática desencadeia novas possibilidades de leitura e interpretação dos objetos utilizados, num contexto de "interpretação da forma", treinando o pensamento para leituras alternativas de tudo o que nos rodeia.

Dados técnicos e materiais

A escultura é constituída por peças de automóveis e outros materiais (metal, vidro, plástico), e tem as medidas aproximadas: Altura - 400 cm, Largura - 200 cm, Comprimento - 200 cm

A peça dispõe de um sistema eléctrico autónomo, com baterias recarregáveis através de painel solar, e possui um automatismo que permite acender a iluminação do relógio quando anoitece e desligá-la com a luz do dia.

Nota importante: à semelhança de outros trabalhos do autor, neste projecto poderão ser efectuados pequenos ajustes no decorrer da construção, tendo em conta que, devido aos elementos utilizados, podem sempre surgir pormenores interessantes que serão incluídos na composição, sem, no entanto, alterar a sua essencialidade. Também poderá haver a possibilidade da peça girar sobre si mesma, variando a sua posição conforme a direção do vento (apenas o topo da escultura não incluindo a base.

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Zévi / Currículo

José VictordeSousaCarvalho,(nome artístico Zévi)nasceu em Lisboa, em 1961. Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio, nos anos da revolução de Abril, no Curso Geral de Artes Gráficas e Imagem. Ao mesmo tempo, exerceu actividades profissionais paralelas, realizando banda desenhada e cinema de animação.

Em 1980 instalou-se na publicidade onde aprendeu e desenvolveu artes e técnicas, especializando-se em aerografia, cenografia, maquetas, ilustração, efeitos especiais para cinema entre outras áreas.

Em 1987, trabalhou na" Art on Tiles" em Londres, praticando técnicas de pintura em azulejo. Na mesma cidade, relacionou-se com designers de moda, dando origem a uma série de trabalhos de pintura sobre o tema que expôs mais tarde em Portugal, também com a participação de vários estilistas.

Em 1991 criou a série "Mecanismos':em que a escultura adquire um papel fundamental no seguimento do seu percurso plástico e artístico, agora ligado ao estudo da (Reciclagem e Reformulação da Forma) através do reaproveitamento de objectos já utilizados ou em fim de vida, (conceito Upcycling).

A "ColecçãoLuziTempo"em 1992, onde o tempo pode dar luz e a luz iluminar o tempo. O projecto "Metamorfose" em 1995 em que cada veículo tem o seu próprio universo num panorama alternativo, onde a ficção se mistura com a realidade e a "escultura viva" interage directamente com o individuo.

Em 1998 na mesma linha de raciocínio surgem os "Makinómens",um estudo e desenvolvimento plástico do impacto industrial, mecânico e tecnológico na sociedade consumista contemporânea. Também em 1998 cria e concebe o Pontual café/estúdio,um espaço híbrido que se vem a tornar um lugar de divulgação de acções artísticas multidisciplinares de expressão plástica, sendo igualmente atelier de trabalho, sala de shá e café bar, aberto ao público.

As artes aplicadas na decoração de interiores, foram regulares no seu percurso, insistindo também aqui na reformulação e reutilização de materiais, em novos conceitos de instalação na criação de ambientes decorativos.

Em 2003 criou a etiqueta - SÓVÊ&nãomeXe artesplásticasaplicadas,ondeinseretodaa sua área detrabalho.

Em 2005, deu origem ao projecto "OFICINA ReCRIATIVA", onde são realizadas actividades de desenvolvimento criativo, prático e ambiental e outros planos educativos e artistices através do conceito ReCICLAGEM

ReCONSTRUTIVA de sua autoria. Neste projecto nasce o Eco-brinquedo Contemporâneo em kit para montar e a criação da marca REbrinca, que representou o conceito.

Nos últimos anos tem dedicado grande parte do seu tempo à criação e desenvolvimento de obras para coleccionadores. Tem obras em Portugal, Brasil, Reino Unido, Estados Unidos da América.

Em finais de 2016 fundou o C.V.A. um projecto associativo para a divulgação e promoção das artes com sede em Vila Nogueira de Azeitão.

Principais exposições individuais

ELEMENTOS - Lisboa e Espinho, 1985

PADRÕES - ( F.l.L.) INTERMODA, Lisboa, 1987

MODOS E MODAS - Espaço Mr. Wonderfull, Lisboa, 1988

TENDt:NCIAS - Galeria da Moda, Lisboa, 1988

FIGURAS - Museu Nacional do Traje, Lisboa e Museu Nacional Académico de Coimbra, 1988

GENTES - Bar Incógnito, Lisboa, 1989

MECANISMOS - Bar Incógnito, Lisboa, 1992

Colecção LUZITEMPO- espaço Targus, Lisboa, 1994

PROJECTO MOTAMORFOSE-(Exponor) MOTOCHOW, 1995

PROJECTO MOTAMORFOSE -(F.l.L.) MOTOCHOW, Lisboa, 1996

IMAGEM• FIGURA• PERSPECTIVA- Pontual caféstúdio,Seixal, 1999

TEMPO GUARDADO • Colecção LUZITEMPO - Pontual caféstúdio,Seixal, 2000

TEMPO NO ESCURO • Colecção LUZITEMPO - galeria Ler Devagar, Lisboa, 2000

MOT AMORFOSES - galeria Ler Devagar, Lisboa, 2000

DEZ MULHERES • DEZ ESTUDOS DE PINTURA - espaço Persona, Cascais, 2004

TEMPO SOUBRE TUDO • Colecção LUZITEMPO - Pontual caféstúdio,Seixal, 2004 / 2005

ECOBRINQUEDO CONTEMPORÂNEO - projecto REbrinca, C. Cultural de Cascais, Fundação D. Luís 1, Cascais - 2007

UNIK-ArtOnWheels - Ler Devagar, LX Factory, Lisboa - 2012

ZÉVILÂNDIA (retrospectiva) - Galeria Via ldea, Azeitão 2015

EXPRESSÃO DA PAIXÃO - Museu da Luz, Luz 2021

Prémios e menções

3º Prémio- SOCTIP JOVENS PINTORES Lisboa 1990, 2º Prémio- BYKESHOW, Faro 1997, Menção Honrosa EMPRESA

VIRTUAL, Galeria Casino Estoril 1997, Prémio de distinção - decoração de interior 2003

https://zevi.pt/ ; https://www.facebook.com/oficinarecriativa

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Pedro Botelho

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“Revolução dos Cravos”, 2023 Mármore, 31x19x24 cm

Memória Descritiva “Revolução dos Cravos”

a) A peça faz-se representar por dois cravos aplicados em chapa de mármore "ruivina azul", proveniente do Alentejo.

Ambos os cravos, serão executados em alto relevo, e recortados na parte superior, dando assim o maior destaque possível ao símbolo da Revolução.

A peça, que representa dois cravos, ficará aplicada à chapa de pedra e executada em almofada alto relevo. Ambos os cravos serão feitos em pedra "verde viana", para o pé, e "lioz rosa", para a flor, propriamente dita.

b) A chapa principal, de mármore "ruivina azul", onde serão aplicados os cravos, terá também, na frente, a inscrição "25 de Abril de 1974", gravada em baixo relevo.

Na parte de trás da chapa, poderá ser também gravado, em baixo relevo, um poema alusivo à Revolução, ou outra inscrição que a Junta de Freguesia possa sugerir.

c) As pedras naturais, que foram selecionadas para a execução desta obra, Ruivina Azul (mármore do Alentejo), para a chapa principal, Verde Viana e Lioz Rosa, para a execução dos cravos, garantem uma enorme resistência e durabilidade à escultura.

Ambas as pedras também foram escolhidas pelas suas cores, que se aproximam muito do verde e do vermelho dos cravos a representar.

d) O método construtivo assenta em ter os cravos salientes, aplicados à chapa de mármore, em almofada (alto relevo). A chapa e ambos os cravos, serão depois fixados a uma base de betão, por vários varões roscados, dando assim a resistência necessária à peça.

e) Estimo que o prazo de execução da peça seja de seis semanas. Deverá ser aqui ressalvado que a execução da base de sustentação em betão armado, no local, não poderá ser feita em dias de chuva.

f) As dimensões previstas para a chapa principal são de A200 x L180 x E4cm (chapa ruivina) e para os Cravos serão de A260 x L80 x E4cm.

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Pedro Botelho/ Currículo

Pedro Botelho nasceu em Angola, a 22 de novembro de 1970, onde viveu até aos dois anos de idade.

Atualmente reside na Quinta do Anjo, no concelho de Palmela.

Revelando desde muito cedo o gosto pela arte de esculpir a pedra, herdou do avô paterno o dom de pegar no escopro e na maceta e fazer sair, de uma pedra disforme, a obra que idealizou.

Em 1994 realizou a sua primeira exposição no Cinema São João, em Palmela e, desde então, já expôs várias vezes em Palmela, por ocasião das Festas das Vindimas, nas Festas de Todos os Santos, em Quinta do Anjo, nos Hotéis Alfa e Penta, em Lisboa, na Galeria Inquisição, em Setúbal, e na Galeria Santiago, em Palmela.

Em 1998 foi inaugurado, no Largo D. Maria, em Palmela, um monumento com a sua assinatura, que pretende homenagear os trabalhadores agrícolas da região.

Nesse mesmo ano participou num concurso de obras escultóricas para áreas de serviço, tendo as suas propostas sido selecionadas para integrar a área de serviço de Palmela, em ambos os sentidos (Sul/Norte e Norte/Sul). As obras tiveram como tema a agricultura e a pastorícia, práticas ainda existentes e muito comuns entre as gentes desta região. O escultor utilizou, para cada obra, três chapas de granito preto e três de moleano e trabalhou-as com a técnica do médio relevo. A obra nº 1 simboliza o pastor com o seu rebanho de ovelhas esculpidos no moleano, que se encontram com frequência em algumas freguesias do concelho de Palmela.Por trás, no granito preto pode observar-se a silhueta dos moinhos da Serra do Louro, que na realidade ainda existem, e alguns mantêm-se em funcionamento. Na obra nº 2 está esculpida, no moleano, a carreta de bois que em tempo se utilizou para o transporte de produtos agrícolas e, no granito, pretende-se representar a Vila de Palmela, vista ao longe, com o seu Castelo no alto. Esta silhueta é muito semelhante à que se observa em alguns pontos da autoestrada, quando se viaja no sentido Norte-Sul.

No ano de 2014 concluiu mais uma grande obra pública, situada numa rotunda no centro da aldeia de Casebres, em Alcácer do Sal. A obra, também em moleano, retrata uma mondina na apanha do arroz, e a vida rural do concelho de Alcácer do Sal.

Em dezembro de 2015 o escultor ofereceu ao Papa Francisco, durante a audiência geral na Cidade do Vaticano, uma escultura da sua autoria, evocativa do Jubileu da Misericórdia, em nome da sua Paróquia.

Recentemente foi-lhe adjudicada mais uma grande obra pública, que será colocada na rotunda que serve de entrada à vila de Palmela, vindo de Azeitão para Palmela. A obra será alusiva à Ordem de Santiago que se radicou em Palmela desde o séc. XII, e entre os finais do séc. XV e 1834, onde manteve aí a sua sede.

Sítios da internet para consulta das obras do artista: https://www.instagram.com/atelier pedrobotelho/ https://www.facebook.com/profile.php?id=100042750261802

Exposições (seleção)

Marina de Lagos, Lagos, 1986; Hotel Penta, Lisboa, 1998; Festa das Vindimas de Palmela, 1998; Cine Teatro São João, Palmela, 2011; Elos Criativos, Biblioteca Municipal, Palmela, 2012; FATACIL, Lagoa, 2013; Galeria Pintor Samora Barros, Albufeira, 2013; Casa da Cultura, Setúbal, 2013; Casa Museu José Maria da Fonseca, Azeitão, 2013; "Rituais de arte" Museu Michel Giacometti, Setúbal, 2013; Art Gallerie Kunsthaus-berlin-marbella, Marbella, Spain, 2014 Auditório Municipal de Olhão, Olhão, 2014; Casa Agrícola Horácio Simões, Quinta do Anjo, 2014; Casa da Cultura, Comporta, 2014; Museu Sebastião da Gama, Azeitão, 2014; Galeria Via Ideia, Azeitão, 2015; Pestana Tróia EcoResort & Residences, Tróia, 2015; Casino de Tróia, Tróia, 2015; Adega do Piloto, Quinta do Piloto, Palmela, 2016 Pousada do Castelo de Palmela, 2016; Marina de Tróia, Tróia, 2016/17; 4artes e Ofícios no Espaço Fortuna, Quinta do Anjo, de 2012 a 2019: Forte de Santa Maria da Arrábida, Setúbal, 2018; 4artes e Ofícios na Igreja de Santiago, Castelo de Palmela, 2020 a 2022

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Pedro Miranda da Silva

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“Revolução de 25 de Abril”, Chapa acrílica, 22,5x20x20 cm

Memória Descritiva

“Revolução de 25 de Abril”

Conceito

Pretendo representar a Revolução de 25 de abril aqui simbolizada em dois níveis:

Num primeiro nível, em grande escala:

• o Vde vitória, um gesto que nasce de modo espontâneo no próprio dia da revolução e irá permanecer nas diversas manifestações no pós 25 de abril;

• o Voode uma ave, que remete para as canções de intervenção como a canção de Ermelinda Duarte "Somos livres", também conhecida por "A gaivota voava, voava", símbolo da liberdade de expressão conquistada no dia da revolução;

• Cor vermelha, evocativa do cravo vermelho.

Num segundo nível:

• O cravo recortado numa "asa", elemento simbólico popular que ficou associado ao 25 de abril de 74;

• As palavras de ordem recortadas na outra "asa" tais como: Liberdade, Paz, Resistência e Dignidade, que nos remetem de novo para a música de intervenção e, em simultâneo, para os valores que são o projeto que a revolução nos trouxe e a missão a cumprir. As palavras habitação, trabalho, saúde, futuro e educação surgem invertidas, isto é, só podem ser lidas corretamente do lado oposto. Pretendo com este efeito, realçar a diversidade de pontos de vista e o respeito pelo pensamento plural que são fundamentos da democracia.

Enquanto peça de linhas abertas, a forma pode ser associada à ideia de uma abertura ao futuro e à consciência de que a Revolução de Abril é um projeto ainda a fazer, um processo que perdura e ao qual nos cumpre dar continuidade.

Especificações técnicas

Dimensões aproximadas - Altura: 3300 Largura: 2100 Profundidade: 1000

Materiais utilizados: chapa de ferro com tratamento de metalização e pintura; Base de fixação em betão.

Método construtivo: Recorte da chapa com técnica de precisão computorizada a partir de desenho vetorial a fornecer;

Modo de execução: Dobragem/modelagem conforme maqueta; produção de módulo de suporte em betão.

Prazo de execução: 3 meses.

Implementação da obra: Será colocada no local definido no regulamento do concurso, com orientação Norte/Sul, conforme imagens anexas.

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Pedro Miranda da Silva / Currículo

Nasceu na Baixa da Banheira em 1955. Licenciado em Artes Plásticas em Escultura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa. Foi monitor do Curso de iniciação à Pintura no Centro de Cultura do Juventude do Barreiro entre 1985 e 1993. Efetuou um estágio sobre fundição em bronze, Porto, 1986. Sócio Fundador da Artesfera -Associação de Artes Plásticas do Barreiro tendo participado em vários da associação desde 1992. Foi presidente da associação de 2003 a 2006, da Associação. É professor aposentado.

Intervenções:

- Maqueta Comemorativa dos Jogos Juvenis do Barreiro, 1989.

- Conceção e execução de Medalha "Salão Internacional de Fotografia do Barreiro", 1989.

- Busto de Manuel Cabanas, Museu da República, Lisboa, 1993.

- Conceção e execução de "Troféu Luís de Carvalho - Torneio de veteranos, Barreiro", Agosto2000

Esculturas Públicas:

- Homenagem ao esperantista Lázaro Zamenhof, Barreiro, 1987, C.M. Barreiro.

- Homenagem ao Salineiro, Lavradio, 1997, J.F. Lavradio.

- Homenagem ao marítimo, "Vento à barra", abril 2001, CM Moita

- Evocação da casta de vinho "Bastardinho", J. F. Barreiro e Lavradio, setembro, 2019

Prémios:

Menções honrosas:

- Concurso de projeto de escultura pública para Caldas da Rainha, ESBAL,1988.

- Concursos Públicos de medalhística: - "100 anos do Jornal de Notícias", 1987.

- "Centenário do Nascimento de A. Souza-Cardoso",1987.

- "Totobola - trigésimo aniversário", 1991.

Exposições:

Tem participado regularmente em exposições coletivas desde 1985, no Barreiro, Lisboa, Alhandra, Amadora, Viana do Castelo, Setúbal, Seixal e no estrangeiro em Mojmírove, Eslováquia (1999).

Exposições individuais (seleção): Tentationes, 2017, AMAC, Barreiro e Solar dos Zagallos, Almada 2018

Coleções Públicas: Município do Barreiro; Castelo Mojmírovce- Eslováquia e Museu Manuel Cabanas. link para sítio da internet: https://miransilva.wixsite.com/pedromiranda

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Ricardo Crista

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“libertas”, Ferro e cimento, 56x40x34 cm

Memória Descritiva "libertas"

A peça "libertas" projetada para o concurso Arte Publica, para comemorar os 50 anos do 25 de Abril é idealizada formalmente sob o intuito de se apresentar com a aparência de um origami substituindo o papel por aço corten. A representação metafórica do origami alega a liberdade característica de uma criança que reflete a pureza sem entraves de uma democracia, neste caso, sem impedimentos e dificuldades, de forma espontânea e autêntica. O deslumbramento da independência que um simples cravo capaz de nascer por livre-arbítrio em qualquer prado pode neste sentido ser passível numa possível nação. O trabalho desenvolvido e apresentado pelo artista Crista considera o material aço corten uma imagem/ escultura duradoura e soberana no que se refere à concretização de uma ideia concebida e estipulada que pretende permanecer e perpetuar no seu tempo. Esta reflexão nasce da ideia de esta data ser um propósito de o povo "libertas" se unir como a inocência de sermos quem somos sem vivermos na intenção submissa de poderemos ser sem vontade.

(texto: Teresa Melo)

Material e dimensões aproximadas:

Aço Corten de 12mm e 3mm

Cravo 1: 250cm X 180cm X 80cm (A;L;P)

Cravo 2: 330cm X 180cm X 80cm (A;L;P)

Área de implantação total: 300cm x 200cm

Ambas as peças se juntam para boa estabilidade e segurança

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Ricardo Crista / Currículo

Ricardo Crista nasceu em Lisboa, 1978, e reside em Setúbal. Licenciado (2005) em Pintura pela Escola Universitária Artística de Coimbra e Mestre (2008) em Artes Visuais pela Universidade de Évora. Codiretor da Oficina de Criação e Educação Artística (Atelier; 2PONTOS).

Desde a sua formação expõe regularmente em diversas galerias e Museus Nacionais e Internacionais, em 2015 cria o projeto arte urbana que consiste em esculturas de intervenção de arte urbana abordando a técnica de mosaico, aliando a tradicional azulejaria portuguesa à contemporaneidade, e o recorte em aço corten com o intuito de preservar tradições e manter vivas as memórias de figuras da história local.

Ricardo Crista já se encontra representado com diversas peças artísticas em municípios de Norte a Sul do País nomeadamente: Penafiel; Covilhã; São Miguel de Paredes; Beire; Sines; Viseu; Casegas; Ponte de Sor; Ervideira; Galveias; Casal de Cambra; Bombarral (Jardim Buddha Éden); Lagoa; Alcoutim; Faro; Azeitão (Wine shop / Quinta da Bacalhôa); Tramaga; Alcácer; Grândola; Fornos de Algodres; Alcochete; Sernancelhe; Cachopo; Oliveira de Azeméis; Paredes de Coura, Pampilhosa da Serra; Coruche; Constância; Ossela; Sintra; Lousada; Sernancelhe; Lisboa e Setúbal.

URBAN ART: www.urbanpoliarte.com

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Exposição Maquetas do Concurso “Dia da Liberdade” (2022-2024)

Organização:

Junta de Freguesia de Azeitão

Câmara Municipal de Setúbal

Local:

Biblioteca Municipal de Azeitão - Vila Nogueira de Azeitão

Data:

13 de maio a 1 de junho 2023

Imagem capa:

Câmara Municipal de Setúbal

Coordenação e Montagem:

Francisco Palma

Madalena Correia

Secretariado e receção:

Fátima Marques

Lúcia Almeida

Pedro de Sousa

Sandra Costa

Biblioteca Municipal de Azeitão - Rua de Lisboa, n.º 11 Vila Nogueira de Azeitão 2925-558 Azeitão Tel.: 212 188 398 biblioteca.azeitao@mun-setubal pt

Horário: De segunda a sexta-feira, das 09h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30; Sábados, das 14h00 às 18h00

Este catálogo está disponível em: https://issuu.com/azartes

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Concurso Dia da Liberdade 2023 by azartes - Issuu