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Jorge Pé-Curto

Memória descritiva "Caiu a Tirania"
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Evocar a data de 25 de Abril de 197 4 é antes de mais lembrar os tempos de opressão que nos foram impostos durante 48 anos e simultaneamente assinalar o momento libertador dessa data. É desta simbiose que surge a solução aqui proposta.
Através de uma linguagem figurativa, simbólica e poética procurou-se uma solução que permitisse contornar estereótipos, mas que simultaneamente fosse integradora do cravo como símbolo incontornável e identificador.
O movimento remete-nos para o momento preciso da ação que desencadeia a mudança.
O corpo mutilado, representando todos aqueles que corajosamente enfrentaram a tirania, apesar da feroz repressão que ceifou liberdades, sonhos e vidas, transporta uma figura de criança que anuncia o começo de uma nova era na vida social através do surgimento de um homem novo no qual então se acredita convictamente.
A gaivota é lançada ao vento para espalhar a mensagem, o fim da aventura marítima e do império colonial, o fim da guerra, a liberdade!
Especificação Técnica
O projeto aponta claramente para o bronze fundido como técnica ideal para a sua concretização, no entanto o condicionalismo de ordem financeira põe completamente de parte esta hipótese. A alternativa proposta é a resina (poliéster ou acrílica), possivelmente com um topcoat com carga de bronze e posterior camada reforçada com fibra de vidro. Um estudo mais aprofundado será feito em caso de uma possível participação na 2ª fase do concurso.
O trabalho será de qualquer forma estruturado com aço inox e ancorado numa base de betão. O aspecto final resulta da oxidação da camada metálica (patine) exatamente como se de bronze se tratasse.
A escala proposta de acordo com a análise do seu espaço envolvente é de 400 cm de altura na sua cota máxima além da base (25cm / 300cm / 120cm)
Para a construção da obra prevê-se um prazo de três meses após a adjudicação. A escultura será executada no atelier e a base e respectiva sapata no local.
Jorge Pé-Curto -Arte Pública
Jorge Pé-Curto nasceu em 1955, em Moura. Vive em Almada desde 1965.
Começou a frequentar. desde os dez anos de idade, o Centro Artístico Infantil, no Castelo de S.Jorge, de que era mentor o pintor Hermano Baptista. Mais tarde cursou escultura na Escola António Arroio como bolseiro da Fundação Gulbenkian. Em 1981, juntamente com outros artistas, fundou em Almada, a IMARGEM, projecto que, entretanto, viria a abandonar. Foi professor do ensino oficial durante 17anos.
Como artista plástico Jorge Pé-Curto desenvolveu actividade na cerâmica. pintura, cartaz e gravura, mas seria na escultura, nomeadamente na pedra, que viria a centrar o seu trabalho. Colectivamente, Jorge Pé-Curto participou desde 1972 em diversas exposições em galerias, instituições várias, espaços comerciais e mostras escultóricas ao ar livre. Desde 1984 expõe individualmente. Da sua autoria são diversos monumentos, situados em várias regiões do país.
Exposições Individuais:
1984, Pintura e Escultura, Galeria Codilivro, Lisboa;
1989, Galeria Escada, Lisboa
1990, Galeria Ara, Lisboa
1992, Galeria de Lagos, Lagos
1993, Galeria de S. Bento, Lisboa
1995, Galeria Neupergama, Torres Novas
1996, Galeria Vértice, Lisboa
1998, Galeria S. Francisco, Lisboa
2000, Galeria Arte&Mar, Sesimbra
2000, Galeria Artela, Lisboa
2001, Galeria Municipal, Barreiro
2002, Galeria Galveias. Lisboa
2005, Galeria Galveias, Lisboa
2009, Galeria S. Francisco, Lisboa
2011, Perve Galeria, Lisboa
2011, Galeria de Arte do Casino Estoril
2012.Auditório Municipal, Olhão
2012, Galeria S. Francisco, Lisboa
2015, Galeria de Arte do Casino Estoril
2015, Galeria S. Francisco, Lisboa
2016, Sindicato dos Professores da Grande Lisboa.
Arte Pública: Em colaboração com Francisco Bronze, Evocação de Fernão Mendes Pinto, Almada, 1984; Monumento ao Pescador. Costa da Caparica, 1985; Mural em Baixo-relevo, Casa Mortuária de Alhos Vedras, 1986; Monumento ao Bombeiro, Sines, 1992; Viagem, Almada, 1994; Intervenções escultóricas em áreas de serviço ele autoestradas Um Olhar Sobre o Rio. Seixal, 2000; Touro Cindido e Conquistador, Montemor-o-Novo, 2000; Margem EsquerdaMonumento ao Operário, Baixa da Banheira, 2001; Primeiro as Crianças, Cacilhas, 2001; Em colaboração com outros escultores, Intervenção no Caminho Rural da Fonte Velha, Belver. 2004; Intervenção escultórica na ABORO, Associação de Regantes, Ferreira do Alentejo, 2004; Cabeça de Soldado Romano, 3° Simpósio de Escultura em Pedra de Alfândega da Fé, 2004; Figura Cindida com Ave, Simpósio de Escultura em Pedra da Faculdade de Ciências Técnicas - UNL, Monte de Caparica, 2006; Lobisomem Uivando ao Luar, Simpósio de Escultura de Penafiel, 2007; Monumento ao 25 de Abril. Parque Luso, Seixal, 2007 I Monumento ao Fundador, Parque Luso, Seixal, 2007; Construção D1namica, Simpósio de Escultura. Braga, 2008; Aqui que o Rio é nosso Amigo, Simpósio de Escultura. Amora. 2008; Monumento à Água, Corroios, Seixal, 2009; Monumento ao Homem do Mar, Feijó, Almada, 2010; Escultura em betão arquitetónico no Cemitério da Paz, Setúbal, 2015; Monumento a Mariana Torres, Setúbal, 2016 I Escultura de homenagem ao actor Manuel "Bola", Setúbal, 2017; O Poeta Fernando Pessoa. Simpósio de Escultura em Pedra, Grândola, 2019; Memórias do Olival. Moura, 2019; O Homem do Antropoceno, S1mpós10 de Escultura em Ardósia de Valongo, 2021.
José Victor (Zévi)



Apresentação: “Flor de Abril”
"Flor de Abril" é o título escolhido para a esta escultura em homenagem à revolução de Abril de 1974, em Portugal.
A figura e o contexto
A escultura representa uma flor estilizada, simbolizando o cravo de Abril, sendo este um dos símbolos mais representativos do acontecimento tão acarinhado pelos portugueses. Nas "pétalas" da flor estará um relógio a funcionar, onde o tempo real pode ser visto por quem passa, tornando-se também numa escultura prática, ou de utilidade pública. Este pormenor também tem o intuito de sublinhar o curso do tempo, relembrando o passado, a vivência do presente, e acalentando o futuro.
A obra, é construída com materiais reaproveitados, sendo esta a matéria-prima normalmente utilizada pelo autor, que há mais de trinta anos cria peças escultóricas segundo uma linha baseada na reutilização, de acordo com as práticas Upcycling, em que são estudadas e implementadas soluções alternativas para a reutilização de materiais e objetos em fim de vida, ou já postos de parte pela sociedade.
A "mecanização das sociedades" também está presente na peça, na medida em que o ritmo do mundo desde há muito depende das máquinas que criamos para nos ajudar todos os dias. Esta obra, executada com fragmentos de automóveis, e sendo uma obra composta por objetos que qualquer pessoa reconhece, deixa também a mensagem de que mesmo com objetos simples e alternativos é possível criar obras de arte interessantes e contemporâneas.
Revolução - Mudança - Renovação
Num contexto simbólico, a revolução de Abril pode ser vista aqui como um reinício na vida dos portugueses, o ponto de partida para uma espécie de "reciclagem" do pensamento, do país e da sociedade, uma mudança significativa para uma nova realidade. Recomeçar e evoluir com a aprendizagem do passado e olhos num futuro mais promissor, criativo, inovador e democrático.
Para além da simbologia associada à data que se homenageia, a peça também pretende reforçar os alertas que se têm feito ouvir, chamando a atenção para a necessidade de, nas sociedades cada vez mais consumistas, reverter esta situação, sendo para tal necessária e urgente a mudança de atitudes e de comportamentos, tendo em vista mais equilíbrio e coerência ecológica.
O Upcycllng
A prática Upcycling na arte, surgiu na Rússia nos anos 30 do século passado, e tem sido um movimento em crescendo, onde artistas e criativos geram obra sem danificar o planeta, ao mesmo tempo que dão novo sentido a desperdícios das mais variadas origens, sem grandes consumos de energia ou de outros recursos naturais. Por outro lado, esta prática desencadeia novas possibilidades de leitura e interpretação dos objetos utilizados, num contexto de "interpretação da forma", treinando o pensamento para leituras alternativas de tudo o que nos rodeia.
Dados técnicos e materiais
A escultura é constituída por peças de automóveis e outros materiais (metal, vidro, plástico), e tem as medidas aproximadas: Altura - 400 cm, Largura - 200 cm, Comprimento - 200 cm
A peça dispõe de um sistema eléctrico autónomo, com baterias recarregáveis através de painel solar, e possui um automatismo que permite acender a iluminação do relógio quando anoitece e desligá-la com a luz do dia.
Nota importante: à semelhança de outros trabalhos do autor, neste projecto poderão ser efectuados pequenos ajustes no decorrer da construção, tendo em conta que, devido aos elementos utilizados, podem sempre surgir pormenores interessantes que serão incluídos na composição, sem, no entanto, alterar a sua essencialidade. Também poderá haver a possibilidade da peça girar sobre si mesma, variando a sua posição conforme a direção do vento (apenas o topo da escultura não incluindo a base.
José Victor (Zévi), Janeiro de 2023
Zévi / Currículo
José VictordeSousaCarvalho,(nome artístico Zévi)nasceu em Lisboa, em 1961. Frequentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio, nos anos da revolução de Abril, no Curso Geral de Artes Gráficas e Imagem. Ao mesmo tempo, exerceu actividades profissionais paralelas, realizando banda desenhada e cinema de animação.
Em 1980 instalou-se na publicidade onde aprendeu e desenvolveu artes e técnicas, especializando-se em aerografia, cenografia, maquetas, ilustração, efeitos especiais para cinema entre outras áreas.
Em 1987, trabalhou na" Art on Tiles" em Londres, praticando técnicas de pintura em azulejo. Na mesma cidade, relacionou-se com designers de moda, dando origem a uma série de trabalhos de pintura sobre o tema que expôs mais tarde em Portugal, também com a participação de vários estilistas.
Em 1991 criou a série "Mecanismos':em que a escultura adquire um papel fundamental no seguimento do seu percurso plástico e artístico, agora ligado ao estudo da (Reciclagem e Reformulação da Forma) através do reaproveitamento de objectos já utilizados ou em fim de vida, (conceito Upcycling).
A "ColecçãoLuziTempo"em 1992, onde o tempo pode dar luz e a luz iluminar o tempo. O projecto "Metamorfose" em 1995 em que cada veículo tem o seu próprio universo num panorama alternativo, onde a ficção se mistura com a realidade e a "escultura viva" interage directamente com o individuo.
Em 1998 na mesma linha de raciocínio surgem os "Makinómens",um estudo e desenvolvimento plástico do impacto industrial, mecânico e tecnológico na sociedade consumista contemporânea. Também em 1998 cria e concebe o Pontual café/estúdio,um espaço híbrido que se vem a tornar um lugar de divulgação de acções artísticas multidisciplinares de expressão plástica, sendo igualmente atelier de trabalho, sala de shá e café bar, aberto ao público.
As artes aplicadas na decoração de interiores, foram regulares no seu percurso, insistindo também aqui na reformulação e reutilização de materiais, em novos conceitos de instalação na criação de ambientes decorativos.
Em 2003 criou a etiqueta - SÓVÊ&nãomeXe artesplásticasaplicadas,ondeinseretodaa sua área detrabalho.
Em 2005, deu origem ao projecto "OFICINA ReCRIATIVA", onde são realizadas actividades de desenvolvimento criativo, prático e ambiental e outros planos educativos e artistices através do conceito ReCICLAGEM
ReCONSTRUTIVA de sua autoria. Neste projecto nasce o Eco-brinquedo Contemporâneo em kit para montar e a criação da marca REbrinca, que representou o conceito.
Nos últimos anos tem dedicado grande parte do seu tempo à criação e desenvolvimento de obras para coleccionadores. Tem obras em Portugal, Brasil, Reino Unido, Estados Unidos da América.
Em finais de 2016 fundou o C.V.A. um projecto associativo para a divulgação e promoção das artes com sede em Vila Nogueira de Azeitão.
Principais exposições individuais
ELEMENTOS - Lisboa e Espinho, 1985
PADRÕES - ( F.l.L.) INTERMODA, Lisboa, 1987
MODOS E MODAS - Espaço Mr. Wonderfull, Lisboa, 1988
TENDt:NCIAS - Galeria da Moda, Lisboa, 1988
FIGURAS - Museu Nacional do Traje, Lisboa e Museu Nacional Académico de Coimbra, 1988
GENTES - Bar Incógnito, Lisboa, 1989
MECANISMOS - Bar Incógnito, Lisboa, 1992
Colecção LUZITEMPO- espaço Targus, Lisboa, 1994
PROJECTO MOTAMORFOSE-(Exponor) MOTOCHOW, 1995
PROJECTO MOTAMORFOSE -(F.l.L.) MOTOCHOW, Lisboa, 1996
IMAGEM• FIGURA• PERSPECTIVA- Pontual caféstúdio,Seixal, 1999
TEMPO GUARDADO • Colecção LUZITEMPO - Pontual caféstúdio,Seixal, 2000
TEMPO NO ESCURO • Colecção LUZITEMPO - galeria Ler Devagar, Lisboa, 2000
MOT AMORFOSES - galeria Ler Devagar, Lisboa, 2000
DEZ MULHERES • DEZ ESTUDOS DE PINTURA - espaço Persona, Cascais, 2004
TEMPO SOUBRE TUDO • Colecção LUZITEMPO - Pontual caféstúdio,Seixal, 2004 / 2005
ECOBRINQUEDO CONTEMPORÂNEO - projecto REbrinca, C. Cultural de Cascais, Fundação D. Luís 1, Cascais - 2007
UNIK-ArtOnWheels - Ler Devagar, LX Factory, Lisboa - 2012
ZÉVILÂNDIA (retrospectiva) - Galeria Via ldea, Azeitão 2015
EXPRESSÃO DA PAIXÃO - Museu da Luz, Luz 2021
Prémios e menções
3º Prémio- SOCTIP JOVENS PINTORES Lisboa 1990, 2º Prémio- BYKESHOW, Faro 1997, Menção Honrosa EMPRESA
VIRTUAL, Galeria Casino Estoril 1997, Prémio de distinção - decoração de interior 2003 https://zevi.pt/ ; https://www.facebook.com/oficinarecriativa