Revista Rio Cooperativo n°4

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Ano I - nº 4 - Julho de 2006

Nesta edição Social

Capa Tudo sobre o maior evento cooperativista do Estado do Rio de Janeiro.

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Papo Cooperativo Entrevista com a presidente da Unicred do Brasil, Denise Damian.

A CoopCorreios mostra por que seu lema é “o associado em primeiro lugar”.

Turismo

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Cooper Global e sua proposta de ser uma genuína cooperativa de turismo.

E ainda 16 Cultura - A história da Cooperativa de Artistas Autônomos.

28 Crédito - Infocrerj, o banco da informática.

18 Capacitação - UCAM lança sua Pós-graduação em cooperativismo.

30 Trabalho - A Unimev Rio fala de seu trabalho junto à classe veterinária.

19 Educação - KKE - A cooperativa dos esperantistas.

32 Saúde - Os planos da Coopangio para melhorar a saúde da população.

22 Agropecuária - A volta por cima da CCPL.

36 Informe Especial- O portal cooperativista da Easy System.

Seções 5

AGENDA COOPERATIVISTA - Os eventos do mundo cooperativo.

26 DATA VÊNIA - Adriana Amaral dos Santos.

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EDITORIAL - Cláudio Montenegro.

27 CHECK-UP - Rafael Palatnic.

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SOCIAIS - A posse da nova diretoria da Unicred do Brasil.

29 LINHAS DO CRÉDITO - Wagner Guerra.

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CIRCULANDO - Um giro pelas principais notícias cooperativistas do Rio de Janeiro e do Brasil.

30 MÃOS À OBRA - Paulo Henrique Marinho.

17 CANAL ABERTO - Marcelo Espíndola. 23 DIRETO AO PONTO - Maria de Fátima Moraes Rodrigues. 24 EDUCAÇÃO - Maria Solange Barbalho Moreira.

31 DIAGNÓSTICO - Liana França. 33 INTERIORES - Fernanda Almeida. 35 PASSAPORTE - Mauro Friedrich. 38 SALA DE ESTAR - Um momento de descontração no seu dia-a-dia.

ATUALIZE SEU CADASTRO! Envie os dados de sua cooperativa para receber a revista Rio Cooperativo. Nosso e-mail é riocooperativo@montenegrocc.com.br. 4

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Agenda Cooperativista Rio CoopShow 2006

Data: 26 a 28 de julho Local: Firjan - Rio de Janeiro (RJ) Informações: (21) 2233-5547/2233-0712 www.montenegrocc.com.br/riocoopshow 3º Congresso Brasileiro de Plantas Oleaginosas, Óleos, Gorduras e Biodiesel Data: 26 a 28 de julho Local: Varginha (MG) Informações: www.ufla.br/eventos/oleo

Congresso de Agrobussines Data: 1º e 2 de agosto Local: São Paulo (SP) Informações: (11) 5181-2905 ou cba@wenter.com.br

III Encontro de Responsabilidade Social para cooperativas Data: 17 de agosto Local: Senac Consolação - São Paulo (SP) Informações: (11) 5576-5951

I Encontro Estadual dos Profissionais de Informática de Cooperativas Data: 3 de agosto Local: Belo Horizonte (MG) Informações: (31) 3284 - 5888

20º Seminário de Cooperativismo de Crédito

Curso de Gestão para Dirigentes e Executivos - GESCOOP Avançado Data: 3 e 4 de agosto Local: Hotel Bristol Century Plaza – Vitória (ES) Informações: (27) 2125-3200 Coopsportes 2006 – 1ª Etapa Data: 4 a 6 de agosto Local: Sesc Venda Nova – Belo Horizonte (MG) Informações: Ocemg - (31) 3284-5888

Data: 17 a 20 de agosto Local: Caldas Novas (GO) Informações: www.sicoobcentralcecresp.org.br Encontro de Jovens Cooperativistas de Santa Catarina Data: 6 e 7 de outubro Local: CTG Fronteira da Querência Concórdia (SC) Informações: (48) 3224-8833

Congresso de Agrobussines Data: 1º e 2 de agosto Local: São Paulo (SP) Informações: (11) 5181-2905 ou cba@wenter.com.br

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Ciclo de Estudos na Área de Contabilidade de Cooperativas Data: 10 e 11 de agosto Local: Vitória (ES) Informações: (27) 2125-3200

Enerbio - Feira de Agroenergia Data: 13 a 15 de novembro Local: Transamérica Expo Center São Paulo (SP) Informações: (11) 4154-2366 www.enerbio.com.br info@enerbio.com.br

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Editorial

Cláudio Montenegro

Construir a paz por intermédio das cooperativas Reproduzimos no texto abaixo a Mensagem da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) em comemoração ao 84° Dia Internacional das Cooperativas e ao 12° Dia InterCláudio Montenegro, editor executivo nacional das Cooperativas da ONU. Sem dúvida, o mês de julho possibilita colocarmos em prática aquilo que teorizamos o Expediente ano inteiro: a cooperação. Que os verdadeiros cooperativistas Rio Cooperativo é uma publicação bimestral da Montenegro Comunicação Corporativa Rua da Conceição, 105, sala 1.909, Centro As cooperativas baseiam-se no conjunto de CEP: 20051-011 - Rio de Janeiro - RJ valores e princípios concebidos para fomenTelefones: (21) 2233-5547 / 2233-0712 tar a paz. Os valores como a solidariedade, a demoE-mail: montenegrocc@montenegrocc.com.br cracia e a igualdade têm ajudado milhões de pessoas Site: www.montenegrocc.com.br de todo o mundo a promoverem a harmonia social

Editor executivo e jornalista responsável Cláudio Montenegro (MTb 19.027) (claudiomontenegro@montenegrocc.com.br) Redação Dardano Piranda (dardano@montenegrocc.com.br) Projeto gráfico e programação visual Fábio Louzada (fabiolouzada@montenegrocc.com.br) Colaboraram nesta edição: Adriana Amaral, Fernanda Almeida, Liana França, Marcelo Espíndola, Maria de Fátima Moraes Rodrigues, Maria Solange Barbalho Moreira, Mauro Friedrich, Paulo Henrique Marinho, Rafael Palatnic e Wagner Guerra. Contatos Tel.: (21) 2233-5547 / 2233-0712 E-mail: riocooperativo@montenegrocc.com.br Distribuição Lideranças cooperativistas, dirigentes, gerentes, cooperados e funcionários de cooperativas de todos os segmentos (agropecuário, consumo, crédito, educacional, especial, habitacional, infra-estrutura, mineral, produção, saúde, trabalho, transpor te e turismo), empresários, administradores, assessores jurídicos, auditores, contadores, profissionais de recursos humanos, associações, sindicatos, federações e entidades de classe de forma geral, órgãos e instituições governamentais, universidades, clínicas e hospitais, fornecedores de produtos e serviços para cooperativas e demais formadores de opinião.

Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores, não correspondendo necessariamente à opinião dos editores. Capa desta edição:

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Acer vo Rio Cooperativo

por meio de um futuro econômico mais seguro. As cooperativas desempenham a sua função, contribuindo para resolver os problemas que resultam em conflitos. Esses conflitos têm origem na necessidade de se alcançar a estabilidade econômica mediante um emprego garantido e moradia a custo razoável, o acesso ao crédito ou aos produtos de consumo, ao seguro e aos mercados ou à satisfação de uma série de necessidades. As cooperativas garantem às pessoas verdadeiras alternativas às falhas dos mercados ou dos governos, com as quais ajudam a oferecer estruturas que fomentam e favorecem a participação das pessoas. As cooperativas abrem um caminho de inclusão, não de exclusão, e oferecem às pessoas um instrumento de auto-ajuda, contribuindo, assim, para eliminar muitas condições que podem acabar em conflito dentro das comunidades e entre elas. As cooperativas oferecem, também, uma alternativa real para a solução de conflitos e contribuem, consideravelmente, para reconstruir as comunidades, após as guerras e combates civis, ao criar condições que diminuam a possibilidade do surgimento desses conflitos. Podem instituir a base real para uma paz sustentável e ampla, em longo prazo, assentada em estruturas democráticas. Por exemplo, os movimentos cooperativos da Palestina e Israel estão colaborando, atualmente,numa gama de projetos de comercialização, cujo objetivo é ajudar os cooperados palestinos a melhorarem seu nível de vida e, desse modo, estabelecer vínculos entre as pessoas. Os movimentos cooperativos habitacionais estão

mantenham este espírito de fraternidade e comunhão durante todos os dias do ano, celebrando o cooperativismo como instrumento de inclusão social e solução dos problemas que afligem os povos. Com certeza, um tema muito interessante para se pensar, ainda mais num ano eleitoral. Boa leitura e saudações cooperativistas a todos!

prestando assistência a projetos na Bósnia e na Sérvia, para ajudar a reconstruir comunidades mediante a constituição de cooperativas habitacionais e com o diálogo entre os povos. Vários movimentos também têm se esforçado muito para dar sua contribuição às iniciativas de reconstrução, em longo prazo, dos danos causados pelo tsunami na Indonésia, Índia e Sri Lanka, mesmo em algumas zonas onde persistem conflitos. A Aliança Cooperativa Internacional (ACI) é a expressão organizada dessa solidariedade mundial e tem uma história de mais de 110 anos, ao longo dos quais tem posto em prática esses valores cooperativos e promovido ativamente a paz. A Aliança tem procurado incluir tradições políticas, econômicas e sociais diversas, atuando como uma ponte para conseguir maior compreensão e apoio entre seus membros e estimulando as cooperativas a colaborar entre si, para consagrar o modelo cooperativo em todo o mundo. A Aliança trabalha ativamente com uma série de organismos internacionais, incluindo as Nações Unidas, e com seus próprios membros, a fim de promover o desenvolvimento cooperativo, especialmente nas regiões onde surgem conflitos. A Aliança acredita que promover o desenvolvimento econômico sustentável e impelir o progresso econômico e social das pessoas mediante o modelo de empresa cooperativa contribuirá para a paz e segurança internacionais. A Aliança Cooperativa Internacional convida os associados de cooperativas de todo o mundo a celebrarem em julho as conquistas que conseguiram no passado e por todas que estão para se realizar, a fim de criar um mundo mais seguro para todos. O Dia Internacional das Cooperativas é comemorado sempre no primeiro sábado de julho.

“As cooperativas abrem um caminho de inclusão, não de exclusão, e oferecem às pessoas um instrumento de auto-ajuda.”

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Sociais

Nova diretoria da Unicred do Brasil toma posse em SP O dia 28 de junho marcou uma importante data para o cooperativismo brasileiro e 1 em especial para o sistema Unicred. Naquela ocasião, tomou posse a nova diretoria da Unicred do Brasil, em cerimônia ocorrida em São Paulo. A entidade é agora presidida pela médica Denise Damian, que, em seu discurso de posse, ressaltou o trabalho de seus antecessores que abriram o caminho para a consolidação do sistema Unicred em território nacional: “Temos agora a missão de dar continuidade ao belo trabalho iniciado por nossos companheiros, com a certeza de que ainda há muito o que caminharmos”, destacou Denise. Entre os convidados da solenidade, participaram o chefe do Departamento de Organização do Sistema Financeiro (Deorf) do Banco Central, Luiz Edson Feltrim, o presidente 2 do Bansicredi, Ademar Schardong, o presidente da Cecresp e da Confebrás, Manoel Messias, o presidente da Unimed do Brasil, Celso Barros, o presidente do Sinacred, Edemir Deberaldini, o presidente da Fenacred, Valdinar Gomes da Fonseca, entre outros importantes nomes do cooperativismo nacional. Rio Cooperativo se fez presente com o editor executivo e jornalista Cláudio Montenegro. Além de presidente das Unicreds Brasil e Rio de Janeiro, Denise Damian também acumula a função de vice coordenadora do Conselho Especializado de Crédito (Ceco). Nas fotos ao lado, um pouco do clima da solenidade.

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Circulando

As notícias que circulam no mundo cooperativista

Vencedores do Prêmio Cooperativa do Ano

Saíram os ganhadores do Prêmio Cooperativa do Ano 2006, promovido pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) e pela revista Globo Rural. Em sua terceira edição, o Prêmio teve como novidade este ano a inclusão dos prêmios para os ramos Consumo, Crédito, Infra-estrutura, saúde e transporte. Confira os vencedores: Unimed Extremo Oeste Catarinense

Cooperativa assume produção de empresa falida A Cooperativa de Trabalho de Profissionais na Fabricação de Fios e Linhas para Costura (Cooperlinhas) formada por 58 cooperados, alugou as instalações da GSP, fabricante dos produtos Gutterman, onde trabalhavam. Aproveitando o conhecimento na operação de máquinas, os cooperados deram cara nova aos produtos, conquistaram novos clientes e estão conseguindo fazer retiradas mensais equivalentes aos antigos rendimentos. A cooperativa faz planos para ampliar a produção e também garantir trabalho, como cooperados, para outros 80 ex-funcionários que aguardam o negócio decolar.

(Saúde); Central Sicredi RS (Crédito); Cooperativa Central Mineira de Laticínios Cemil (Transporte); Cooperativa de Produção e Abas-

Curso superior de cooperativismo

tecimento do Vale do Itajaí R11; Cooper (Consumo); Cooperativa de Eletrificação e Desenvolvimento Rural Vale do Araçá Ceraçá

A Ocesc, em parceria com a Universidade do Sul de Santa

(Infra-estrutura); Cooperativa Agroindustrial Lar (Agropecuário,

Catarina e o SESCOOP/SC realizaram no dia 2 de julho o vestibular

subcategoria Gestão Profissional, Qualidade e Produtividade e

para o curso de graduação tecnológica de Gestão de Cooperativa.

Inovação Tecnológica); C.Vale Cooperativa Agroindustrial (Agro-

O curso, destinado a funcionários e associados de coope-

pecuário, subcategoria Educação Cooperativista e Intercoo-

rativas regulares com o sistema cooperativista catarinense,

peração); Cooperativa Agropecuária Ltda. de Uberlândia Calu

será desenvolvido em duas etapas de quatro semestres cada.

(Agropecuário, subcategoria Responsabilidade Social); Coope-

Na primeira, o aluno receberá a diplomação em tecnólogo em

rativa Agropecuária União Ltda. Coagru (Agropecuário, subca-

Cooperativismo; na segunda, terá a graduação de bacharel

tegoria Meio Ambiente); e Cooperativa Central Agropecuária Su-

em Administração.

doeste Ltda. Frimesa (Agropecuário, subcategoria Marketing).

Ocergs e Ocesp têm novos presidentes

Aurora sai da laranja e reforça lácteos A Coopercentral Aurora,

As unidades estaduais da OCB

de Chapecó (SC), anun-

em São Paulo e no Rio Grande do

ciou que deixará de pro-

Sul estão com novas direções.

duzir, em 2007, o suco da

No Ocergs-Sescoop/RS (Sindi-

marca Delis. A desativação

cato e Organização e das Coopera-

da indústria de suco de la-

tivas do Estado do Rio Grande do

ranja da cooperativa dará

Sul) o novo presidente é Vergílio

início ao processo de fabri-

Frederico Perius, advogado, consultor e professor de pós-graduação em várias universidades. Já a Ocesp tem como principal dirigente Edivaldo Del Grande (foto), presidente da Cooperativa dos Cafeicultores da Média Sorocabana de Cândido Mota (Coopermota). Del Grande ocupava o cargo de diretor do ramo Agropecuário da Ocesp. É administrador de Empresas pela Faculdade de Administração de São Paulo e com MBA em Cooperativismo pela FEA-RP/USP. 8

cação de lácteos, processando, até o fim de 2007, 900 mil litros de leite por dia para a produção de queijos, leite em pó e soro em pó. O objetivo da cooperativa é dobrar essa produção até 2012. A substituição deve-se ao negócio com laranja ter deixado de ser rentável, gerando no último ano apenas 1% do faturamento da Aurora. Entretanto, os citricultores não ficarão desamparados porque cooperativas filiadas à Coopercentral se comprometem a negociar a laranja para terceiros. rio cooperativo


Circulando Fegoto volta a integrar Sistema Unimed do Brasil

Fetrabalho tem nova diretoria O Sindicato das Cooperativas

A Federação das

de Trabalho do Estado do Rio de

Unimeds dos Estados

Janeiro (Fetrabalho) elegeu em ju-

de Goiás e Tocantins

nho sua nova diretoria. O novo pre-

(Fegoto) e as federa-

sidente da entidade é Mário Filho,

ções das Unimeds do

que também preside a Procoop.

Mato Grosso do Sul e

Completam a diretoria: Os-

Distrito Federal e Re-

car José de Oliveira Filho

gião Metropolitana fo-

(Cootramerj), como vice-presi-

ram reintegradas ao Sistema Unimed do Brasil (Confederação

dente; Djalma da Conceição

Nacional das Cooperativas Médicas).

Rosa (Coopergia), diretor secre-

A região Centro-Oeste e o Tocantins contam com quatro fede-

tário; Oswaldo de Souza (AIT) é o novo diretor tesoureiro; Elson

rações e 32 singulares abarcando cerca de oito mil médicos

Costa (COOPM) é o diretor de projetos; Sebastião Carlos dos

cooperados e mais de um milhão de clientes.

Santos (Coopergramacho) como diretor de desenvolvimento sustentável e Roberto Carlos Lima Costa (Próativa) como dire-

Tribunal determina jornada de seis horas A 4ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) manteve a decisão de segunda instância no processo TST-RR-331/2002093-09-00.5, que equipara empregados de cooperativas de cré-

tor social e de marketing.

Festa no Olaria celebra Dia Internacional do Cooperativismo

dito e bancários para efeito do artigo 224 da CLT, estabelecendo Futebol, churrasco, música, e muita animação marca-

jornada de seis horas. O Tribunal baseou sua decisão no artigo 18 da Lei n° 4.595/64, que dispõe sobre a política e as instituições monetárias, bancárias e crediticias, e subordina as cooperativas de crédito a suas diretrizes; na Lei 6.024/ 74, que dispõe sobre a intervenção e a liquidação de instituições financeiras, estabelece que essas instituições e as cooperativas de crédito estão sujeitas à intervenção ou à liquidação extrajudicial, pelo Banco Central do Brasil.

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ram as comemorações do 84º Dia Internacional do Cooperativismo, da Aliança Cooperativa Internacional (ACI) e 12º Dia Internacional das Cooperativas da Organização das Nações Unidas (ONU), promovida pela Federação e Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Rio de Janeiro - OCB/RJ, que aconteceu no último dia 1º/07, no Olaria Atlético Clube. Este ano, conscientização foi a palavra de ordem na comemoração. O presidente da entidade, Francisco de Assis Souza França, falou sobre a necessidade de fomentar o cooperativismo no estado, ressaltando os benefícios que o movimento vem trazendo àqueles que buscam uma alternativa de inclusão social, através do crescimento, do fortalecimento econômico e da busca pela paz.

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Circulando Cooperforte apresenta balanço Para demonstrar o seu desempenho financeiro e social, a Cooperforte realizou um ciclo de apresentações institucionais percorrendo cidades em todo o Brasil. O presidente da entidade, José Valdir Ribeiro, fez pessoalmente as apresentações, levando transparência para os associados, entidades representativas e formadores de opinião. No Rio, o encontro aconteceu no Pestana Rio Atlântica Hotel, em Copacabana, culminando com a apresentação da Orques-

Sistema OCB cria quarta federação Com a criação da Federação e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Fecoopar), o Sistema OCB passa a contar com quatro federações. A nova federação é constituída por desmembramento de ramos da Ocepar, a nova federação congrega nove entidades sindicais: Ocepar, Sincoopar Transporte, Sincoopar Sudeste, Sincoopar Norte, Sincoopar Noroeste, Sincoopar Oeste, Sincoopar Saúde, Sincoopar Centro-Sul e Sincoopar Crédito.

tra de Cordas da Grota (foto), mantida pelo Instituto Cooperforte.

Sebrae cria cooperativa de apicultores no Piauí O Sebrae realizou em Teresina (PI) uma reunião entre apicultores da microrregião do Vale do Gurguéia para a organização de uma cooperativa dos produtores de mel. Após a fundação da cooperativa, os apicultores passarão por uma série de treinamentos e qualificações técnicas em gestão empresarial.

Cooperativismo capixaba de casa nova Instituto reúne assistentes sociais em Brasília O Instituto Cooperforte realizou em julho o I Encontro de Assistentes Sociais do Programa Passaporte do Futuro, no Hotel Kubstchek Plaza, em Brasília (DF). O encontro proporcionou a integração entre as assistentes sociais, o conhecimento dos projetos em andamento, possibilitou a realização de análise crítica do programa e levantamento de sugestões para aprimoramento do Passaporte do Futuro.

O Sistema OCB/ES-Sescoop/ES inaugurou sua nova Casa do Cooperativismo, que recebeu o nome de “Luis Carlos de Oliveira”, em homenagem ao ex-superintendente do Sistema. A casa visa congregar, com mais facilidade de acesso e melhores condições, todos os cooperativistas do Espírito Santo.

Mais Cooperforte O Superior Tribunal de Justiça, a 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região decidiu que a Cooperforte é isenta do pagamento do PIS, exceto sobre a folha de salários, anulando a cobrança feita pela Secretaria da Receita Federal sobre a receita bruta da cooperativa. Segundo o entendimento do TRF, os atos cooperativos não geram receita nem faturamento para a sociedade cooperativa, portanto o resultado financeiro não está sujeito à incidência do PIS.

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Chegou a hora! O momento mais esperado do ano para o cooperativismo fluminense está começando. Pela segunda vez, o Rio de Janeiro terá um evento cooperativista que contempla todos os ramos, o Rio CoopShow 2006, que volta à sede da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), no centro do Rio, de 26 a 28 de julho. O evento, sucesso no ano passado, vem com a missão de superar sua primeira edição. Para que isso aconteça, a empresa organizadora, Montenegro Comunicação Corporativa, não mediu esforços para trazer para o estado do Rio de Janeiro nomes de ponta do cooperativismo brasileiro.

Superando as expectativas O Rio CoopShow nasceu em 2005 com o intuito de ser um marco para o cooperativismo fluminense, que carecia de um debate mais amplo e intercooperado sobre os diversos assuntos que envolviam os 13 ramos. O encontro das cooperativas contava com três espaços paralelos, a “Feira de Cooperativas e Fornecedores de Produtos e Serviços”, a “Mesa de Negócios Cooperativistas do Estado do Rio de Janeiro” e o “Fórum Regional de Cooperativismo do Estado do Rio de Janeiro”. A participação de grandes nomes do cooperativismo nacional engrandeceu o Rio CoopShow 2005, tornando o evento um marco e deixando um gostinho de “quero mais”, criando a expectativa pela segunda edição. Com apoiadores do porte da OCB/RJ Sescoop/RJ, Cooperforte, Fenacred, Unimed Teresópolis, Unicred Rio, Coocedae, Easy System, Office Total, Mega Express, os escritórios Amaral, Bittencourt e Benício Advogados Associados, o Rio CoopShow 2006 promete marcar a história e superar não apenas a primeira edição do evento, como toda a expectativa criada.

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Oportunidades de negócios Até o fechamento desta edição da revista Rio Cooperativo, a 2ª Feira de Cooperativas e Fornecedores de Produtos e Serviços já tinha certa a participação de importantes nomes do meio empresarial e do cooperativismo, como a CCPL, que retornou às atividades em março deste ano, o Sebrae-RJ, que faz um importante trabalho na criação de cooperativas de micro e pequenos empresários, e a Cooperativa Regional Agropecuária de Macuco, que recentemente inaugurou sua fábrica de queijos, ampliando seu quadro de produtos lácteos. As três empresas prometem apresentar novidades aos que passarem pelos estandes. A participação da Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Rio de Janeiro (OCB/RJ) é outro destaque. A entidade vem trazendo o resultado do trabalho de criação de cooperativas em todo o estado, dando a oportunidade a muitos profissionais que se encontravam na informalidade. A Unimed Seguros trará para a Feira toda sua linha de produtos e serviços exclusivos para o mercado cooperativista, bem como as cooperativas CCCoop, Coopcarmo, Coopgestão, Coopmusau, Datacoop, Dominium Coop, Service Coop, entre outras instituições, estarão presentes ao evento, mostrando todo seu trabalho. Iniciativas empresariais como o portal Cidade Turismo, o Clube de Permutas Pró-rede e o Clube do Empreendedor, a Easy System e seus sistemas para cooperativas de trabalho e a distribuidora de documentos Mega Express são algumas das novidades que os visitantes poderão acompanhar na Feira.

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Capa

Intercooperação em pauta O grande destaque do Rio CoopShow 2006, sem sombra de dúvida, é o 2º Fórum Regional de Cooperativismo do Estado do Rio de Janeiro, um palco em que a intercooperação é a palavra de ordem, com apresentação de palestras e painéis em quase todos os ramos cooperativistas. O primeiro dia de palestras será aberto pela maior cooperativa de crédito do país, a Cooperforte, que contará seus 22 anos de sucesso, o que fez com que a cooperativa conquistasse mais de 80 mil cooperados entre os funcionários do Banco do Brasil, Banco Central, Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia, Banco do Nordeste do Brasil e BNDES. A cooperativa também apresentará o Instituto Cooperforte, que conta com nove projetos em Brasília (DF), Salvador (BA), São Leopoldo (RS), São Paulo (SP), Itapevi (SP), Belém (PA), Niterói (RJ) e Florianópolis (SC). Na seqüência, o Sebrae-RJ vai apresentar o trabalho de fomento de cooperativas de crédito de micro e pequenos empresários, da criação ao apoio dado. Fechando o primeiro dia, o diretor comercial e de marketing da Central de Cooperativas dos Produtores de Leite, Paulo Renato Marques, e representantes de cooperativas produtoras falarão sobre o renascimento deste gigante do setor de leite. O segundo dia do Fórum abrirá com um check-up do ramo saúde, em que será discutido o atual momento no ramo e qual o panorama para 2007. O painel contará com a presença de representantes de cooperativas do ramo. Na seqüência, representantes de cooperativas de táxis, vans e transporte de cargas irão debater as conquistas e desafios do ramo.

Panorama jurídico O painel “Um panorama jurídico nas sociedades cooperativas” é um dos momento mais esperados do Fórum de Cooperativismo do Rio CoopShow 2006, pela amplitude de temas, que trarão as discussões sobre as cooperativas de traba12

Mesas de Negócios atraem cooperativistas Todos os expositores do Rio CoopShow 2006 também participarão da 2ª Mesa de Negócios Cooperativistas do Estado do Rio de Janeiro, que será uma ótima oportunidade para apresentação dos produtos e serviços oferecidos pelas empresas ou cooperativas em horários e salas reservadas previamente. Em 2005 a mesa foi um importante espaço para os participantes que puderam fechar grandes negócios e impulsionar produtos e serviços. Uma das vantagens para quem expõe sua empresa na mesa de negócios é que, as-

lho frente ao PL 7009, a tributação e o ato cooperativo, a controvérsia na relação de consumo nas cooperativas de crédito e o Ministério Público e as cooperativas de trabalho. Com um respeitável time de craques do direito cooperativo como Adriana Amaral, Eduardo Pastore, Francisco Ramos, Ronaldo Gáudio e Vanessa Cardone. Fechando o dia, as mulheres serão reverenciadas na palestra “A mulher cooperativista no terceiro milênio”, proferida pela coordenadora do Departamento Nacional de Cooperativismo, Vera Lúcia Daller.

Cidadania é destaque No terceiro dia, o presidente do Sindicato dos Empregados de Cooperativas do Estado do Rio de Janeiro (Sinecope), Hélio Quintanilha, e o gerente jurídico do Sindicato Nacional das Cooperativas de Crédito (Sinacred), José Augusto de Carvalho, vão exemplificar e explicar a importância do sindicalismo para as cooperativas. O presidente da Confederação Brasileira das Cooperativas de Crédito (Confebrás), Manoel Messias, apresentará a história de mais de quatro décadas desta instituição que tem mais de 700 cooperativas de crédito associadas e agrega mais de 1,3 milhão de associados. O sétimo princípio do cooperativismo, preocupação da cooperativa com a sociedade, será tema do painel “Cidadania, o verdadeiro caminho da cooperação”, que

As mesas de negócios são destaque no Rio CoopShow 2006 sim como a Feira, a entrada é franca, levando ao público geral a oportunidade de conhecer os expositores.

contará com a presença da CoopCorreios, Dominium Coop, Uniodonto Leste Fluminense e do Instituto Canhotinha de Ouro, representado por seu presidente de honra, o tricampeão Gerson Nunes. E fechando o Fórum, representantes do Banco Central, órgão que regulamenta o cooperativismo de crédito, abordarão os novos rumos do segmento no Brasil e, em especial, no Rio de Janeiro. Uma ótima oportunidade para que as cooperativas deste ramo entendam o que precisam fazer para enfrentar e cruzar os novos caminhos que serão traçados a partir de agora.

Mais uma iniciativa O leitor que acompanha Rio Cooperativo desde sua primeira edição deve lembrar que a revista nasceu graças ao Rio CoopShow 2005. Foi a partir daquele evento que nasceu a idéia de uma revista que agregasse todos os ramos do cooperativismo e apresentasse os bons exemplos das cooperativas do Rio de Janeiro. Em breve outra porta se abrirá, pois será lançado no Rio CoopShow 2006 mais um espaço para que as cooperativas sejam notícia: o Portal Cooperativismo Digital (leia mais na seção Sala de Estar). A equipe de Rio Cooperativo deseja todo o sucesso ao maior evento cooperativista do Rio de Janeiro. Bem-vindo Rio CoopShow 2006 e até o Rio CoopShow 2007. rio cooperativo


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Papo Cooperativo

Denise Damian, presidente da Unicred do Brasil

Integração e união, a bandeira do sistema Unicred Em entrevista exclusiva, a nova presidente da Unicred do Brasil, a médica Denise Damian, fala como será seu trabalho à frente da principal entidade do sistema Unicred e também como vice-coordenadora do Conselho Especializado de Crédito da OCB (Ceco).

Rio Cooperativo - Apesar do atual momento do cooperativismo de crédito no Rio de Janeiro, a Unicred Rio sempre esteve em situação privilegiada no setor, devido ao trabalho eficaz de seus dirigentes. Novamente o nome da Unicred Rio está em evidência por ter sua presidente sendo eleita para o cargo mais alto no sistema Unicred e como vice-coordenadora do Conselho Especializado de Crédito da OCB (Ceco). A que a senhora atribui esse destaque? Denise Damian - Não exatamente por nada que tenha feito que me diferenciasse, apenas meus companheiros do Conselho da Unicred do Brasil se reuniram e decidiram que eu seria, neste momento, a pessoa mais apropriada para ocupar o cargo de presidente da entidade, algo que me deixou comovida e orgulhosa. Acredito que o que pode ter sido um diferencial é o fato de estar aqui no Rio de Janeiro, onde o cooperativismo de crédito tem sofrido constantes desgastes. Nos quatro anos em que estive à frente da Unicred Central RJ, conseguimos uma integração em que não se pensa no sistema Unicred no estado sem pensar no grupo. Foi assim que conseguimos superar as adversidades do segmento no estado e talvez por isso os companheiros tenham sugerido o nome da Unicred Rio para o cargo máximo do sistema. Dessa forma, pretendemos também na Unicred do Brasil uma maior integração e participação das centrais na discussão dos assuntos, mantendo um relacionamento maior com os demais sistemas de crédito do país. Se conseguirmos isso ao longo dos próximos quatro anos, considerarei que terá sido uma administração bem-sucedida. 14

Rio Cooperativo - E já que a integração e a união são sua bandeira , que conselhos a senhora poderia dar para as singulares de crédito do Rio fora do sistema Unicred? Denise Damian - Não me sentiria confortável que minha irmã viesse até a minha casa para dizer o que tenho que fazer. Assim também não me sinto confortável de opinar no que meus irmãos devem fazer. O modelo que deu certo para nós pode não necessariamente dar certo para outros. Porém acho importante que as pessoas visem sempre o melhor para as instituições. Que entendam que, na hora em que estamos administrando uma instituição, estamos servindo a ela. Rio Cooperativo - Mas e quanto a essa integração que a senhora falou no âmbito nacional? Ela vale também para o estado? Denise Damian - Não se pode pensar em cooperativismo sem união. Você só pode se unir a quem quer se unir a você. Porém nunca tivemos problemas de integração aqui no estado. Quando pensamos em fazer cooperativismo de crédito médico no Rio de Janeiro, procuramos primeiro a Cecrerj e fui muito bem recebida. Eu sequer era alguma coisa. Tinha apenas uma idéia para construir e um consultório para ganhar dinheiro. Hoje, no Rio, só temos como central a Unicred. Não vejo um movimento mais próximo hoje porque temos interesses muito diferentes. Fora do sistema Unicred, temos cooperativas muito voltadas ao atendimento de funcionários que, digase de passagem, trabalham muito bem e não precisam dos mesmos instrumentos que nós que trabalhamos com profissionais autônomos. rio cooperativo


Rio Cooperativo - E sua entrada no Ceco? é mais difícil do que saber perder. É um momento que me Denise Damian - Comecei a pensar em cooperativa de orgulha muito, porque não houve disputa e sim uma aclamacrédito em 1990 e passei a participar de tudo. Uma das primei- ção. E saber que o Sicredi e o Sicoob estão me apoiando me ras entidades de que participei foi a Ancoop (Associação Naci- conforta muito. Eu me sentiria assustada se estivesse sozional das Cooperativas de Crédito), uma associação criada para nha, mas não é o que acontece. As pessoas estão vibrando representar o cooperativismo de crédito no país. A Ancoop per- com esse momento, tanto quanto eu, ou talvez mais. deu essa função com o tempo porque pensamos que o Ceco Rio Cooperativo - Qual a prioripoderia desempenhar esse papel. dade imediata da Unicred Brasil Quando eu me vi fazendo parte do na sua gestão? Ceco, senti muito orgulho. Denise Damian - A Unicred do “Não se pode pensar No Ceco são quatro membros na Brasil teve várias etapas onde foi coordenação: o coordenador, o viceem cooperativismo muito bem-sucedida. A primeira etacoordenador, o primeiro e o segundo pa foi criar, depois padronizar e secretários. Quem ocupa esses carsem união.” normatizar, depois mudar o espaço gos são os representantes dos sisfísico. Depois veio o momento temas Sicredi, Sicoob e de criar auditoria do sistema e Unicred, além da Confebrás, mudar sua marca. Agora a fazendo um rodízio entre si Unicred já está estruturada, a cada dois anos. Foi uma então é o momento de integrar. conquista natural, porque neste momento, cabia à Unicred a vice-coordenadoria e, na próxima gestão, a coordenadoria. É uma função inerente à presidência da Unicred Brasil. Como presidente da Central do Rio, já tinha direito a uma cadeira no Ceco, mas para chegar à coordenação era preciso ter destaque nacional. Da noite para o dia, deparei-me com situações novas que nunca pensei na vida e responsabilidades muito desafiadoras.

Rio Cooperativo - Acumulando todas essas duas funções vai ser complicado para estar presente aqui no Rio. Como vai ser para administrar a Unicred Rio?

Denise Damian - Em uma administração centralizada, tudo depende de você. Se você faz uma administração descentralizada, como as instituições moDenise Damian entre seus companheiros dernas estão atuando, as decisões de diretoria na Unicred do Brasil: estratégicas dependem do presidenDouglas Alberto de Arruda Gomes te. Para as outras coisas, você tem (diretor administrativo, à esquerda) os demais diretores e os gerentes e Wilson Ribeiro de Moares Filho Rio Cooperativo - E qual o maipara administrar. A presença do pre(diretor financeiro) or desafio? Ceco ou Unicred sidente é para dar a visão estratégiBrasil? ca, fazer a política de relacionamenDenise Damian - O maior desafio neste momento é ter to e dar a estabilidade da empresa. Para isso você pode esequilíbrio, bom senso e humildade para poder exercer cargos tar em qualquer lugar. A minha idéia é dar um expediente de tamanha importância. Naturalmente, quando se exerce moderno, com tele-conferência, e-mail, skyper. Conversei um poder maior é um ambiente em que você passa a ser muito com meus diretores sobre a minha ida para a Unicred vista como uma alta personalidade e deve pensar que, inde- do Brasil atrapalhar o dia-a-dia da nossa singular e todos pendente, da função que ocupe, você é um ser humano e chegaram à conclusão de que era mais importante a minha está ocupando o cargo pela pessoa que é. Portanto, aquela presença na Confederação do que na Unicred Rio. E a forma função não pode ser mais importante que você. É preciso ter que encontramos para permitir minha ida foi o uso da humildade e dignidade na hora da vitória e na hora da derrota. tecnologia. Temos uma equipe de profissionais muito boa que É a história do saber ganhar e saber perder, e o saber ganhar certamente me dará todo o respaldo neste momento. rio cooperativo

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Cultura

Casa dos artistas

Cultura e cooperação: os cooperados da Casa mostram seu potencial, em momentos diversos, na revitalização do Mercado do Peixe

Um sonho destruído pelas chamas. Assim parecia para quem visse a casa que a Cooperativa Baiomi e o Teatro de Anônimos dividiam em 1999. Mas o acaso não quis que o fogo destruísse o lugar e os sonhos daqueles artistas. O incêndio juntou vários grupos que já se apresentava junto com o Teatro de Anônimos e serviu como força para que os artistas realizassem várias ações cooperativas com o intuito de reerguer o que o fogo havia destruído. Assim, os objetivos foram sendo alcançados e a união, que estava dando tão certo, se estendeu para que todos ali presentes fizessem algo pelo bem de todos. Essa é a história da Cooperativa de Artistas Autônomos (Casa), uma história que ilustra bem o que o coletivo pode fazer. “Resolvemos adotar o cooperativismo porque, além do ideológico, o assunto atendia juridicamente ao conjunto dos grupos e artistas”, explica a diretora administrativa da Casa e presidente do Teatro de Anônimo, Flávia Berton, que diz que a força política também cresce com a criação de uma cooperativa. Após o encontro e a confirmação da união dos grupos, foram realizados seminários, encontros com especialistas e foi constituída a cooperativa. 16

Além de Flávia, a diretoria da cooperativa é formada por Ricardo Cotrin (presidente), Júlio Adrião (gerente financeiro) e Sérgio Machado (gerente de comunicação). As decisões da Casa são tomadas através de uma organização de regime interno, com reuniões entre os conselhos (fiscal, ética, patrimonial e comunicação). Mercado do Peixe revitalizado Atualmente a Casa é responsável pela revitalização do Mercado do Peixe, na Praça 15, através de um circuito cultural, que conta com apoio da Unesco. A área, próxima ao Viaduto da Perimetral, tem um espaço cultural com nove ou 10 espaços, que vai da Rua do Mercado até o Museu Histórico Nacional. “Estamos revitalizando toda aquela área, mostrando que a cultura e o cooperativismo atuam juntos”, explica Flávia. O Circuito Cultural Mercado do Peixe funciona desde o carnaval, com gastronomia, teatro, palestras, jogos da Copa, entre outros acontecimentos de cada um dos grupos da cooperativa. Em julho e agosto, acontece a 2ª Mostra de Festa Junina, com danças típicas. A cooperativa tem planos de, em breve, lançar um mapa do circuito cultural. rio cooperativo


Canal Aberto

Marcelo Espíndola Marcelo Espíndola é coordenador de Marketing da Unicred Rio.

Imagem não é tudo, mas é muita coisa Em dias de mercado cada vez mais competitivo, consideramos importante dedicar este artigo a um ponto vital para qualquer empresa, seja ela cooperativa ou não. O estabelecimento da imagem de uma cooperativa passa inevitavelmente pela comunicação. Como a empresa é percebida? A cooperativa pode ser muito boa, eficiente e com bons produtos. Mas quem tem essa visão? Quem pensa isso? Quem sabe disso? Nesse contexto, destacamos quatro aspectos fundamentais para a comunicação da uma cooperativa: – Comunicação intercooperativa e com o mercado – O reconhecimento de uma empresa no mercado ocorre também pelo relacionamento que se tem com outras empresas, com os órgãos governamentais e com o mercado de forma em geral. Não estamos tratando aqui dos clientes diretos, os compradores dos nossos serviços. Referimo-nos, no entanto, àqueles que exercem algum tipo de influência no nosso mercado. É importante informar sobre o que está sendo feito. Com quais órgãos do governo temos relacionamento? Com quais empresas temos contato? Quem são nossos fornecedores? Quais as cooperativas que podem participar conosco de um grande projeto? – Comunicação com a equipe interna – Os colaboradores de uma cooperativa são influenciadores em potencial na forma-

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“A comunicação pode ser a chave do sucesso de sua cooperativa.” ção da imagem. Os funcionários são os responsáveis diretos pela hora da verdade (momento mágico em que a cooperativa interage com seu cliente e tem a oportunidade de demonstrar toda sua eficiência). Um colaborador desmotivado ou que não conheça profundamente sua empregadora e seus produtos, não conseguirá transmitir ao cliente a segurança que ele espera. Ao lançar um produto, uma campanha de marketing ou uma simples correspondência para seus usuários, é fundamental que seus colaboradores estejam cientes e, sempre que possível, participem desses projetos. – Comunicação com o quadro social – Os associados são a razão da existência de uma cooperativa. Os dirigentes os representam. São seus procuradores. Por este motivo lógico é que se deve cuidar para que a comunicação seja clara e definida com os sócios da empresa. Entender cooperativismo é entender a cooperação, a busca pelo objetivo comum e isto é possível somente quando se tem conhecimento do caminho que está sendo trilhado. É imperativo que os associados tenham conhecimento e participem dos rumos da empresa. A história nos mostra que a apatia do quadro social é a causa da maior parte dos insucessos de uma cooperativa. Para haver participação dos sócios, um bom começo é a informação. Manter os associados constantemente informados sobre o que está sendo feito e o que se pretende fazer é um dos caminhos mais sen-

satos para o estímulo da participação do quadro social nos rumos da cooperativa. – Comunicação com os clientes - Em alguns ramos, este grupo se confunde com o quadro social, pois são representados pela mesma pessoa. No entanto, ele é cliente quando efetua negócios com a cooperativa, e sócio quando participa e interfere em sua administração e estratégia. Encontrar milhares de artigos que tratam de comunicação com os clientes é algo simples em sites de busca na internet, revistas e jornais. Neste artigo, mencionamos então, apenas um item: fazer o cliente saber que sabemos fazer. Este é um grande desafio. A qualidade nos produtos e serviços precisa ser coerente com a comunicação, mas não nos aprofundaremos agora sobre isto. Aqui, no entanto, ressaltamos que pouco adianta possuir certificados de qualidade, produtos inovadores, serviços de ponta e a melhor equipe técnica do mercado, se o cliente não percebe isso. Percebemos que em inúmeras cooperativas existem formas das mais criativas de se fazer negócios, produtos que atendem plenamente ao anseio do cliente, mas eles não ficam sabendo. Pense e invista nisso! Invista na comunicação com o mercado, com o governo, com o cliente, com seus associados e colaboradores. A comunicação pode ser a chave do sucesso de sua cooperativa.

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Capacitação

Ucam inicia pós-graduação em Cooperativismo em outubro

Ao lado, a tradicional fachada o prédio da Cândido Mendes; acima, os coordenadores do curso, Ronaldo Gáudio (esq.) e Francisco Ramos

Terá início em outubro o curso de Pós-Graduação em Cooperativismo Pleno da Universidade Cândido Mendes (UCAM), que tem apoio da Montenegro Comunicação, revista Rio Cooperativo, Easy System e Cenacope. O curso tem o objetivo de contribuir para a profissionalização do cooperativismo e fomentar sua abordagem acadêmica, em quaisquer de seus ramos, um fato que se revela cada vez mais imprescindível nos dias atuais. As aulas serão ministradas por profissionais envolvidos com o sistema cooperativista, além de representantes do poder público - juízes, procuradores, fiscais,

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entre outros -, cuja opinião afeta diretamente o cooperativismo nacional. A coordenação do curso está a cargo dos advogados Francisco Ramos e Ronaldo Gáudio, com ampla atuação no cooperativismo. Entre os profissionais envolvidos estão nomes como Amílcar Barca Teixeira Junior, Francisco Augusto Ramos, Guilherme Gomes Krueger, José Eduardo Pastore, José Ribamar do Amaral, Maria de Fátima Moraes Rodrigues, entre outros. Dentre os temas abordados estão várias questões atuais e de relevância prática nos ramos crédito, trabalho, saúde, transporte, infra-estrutura, entre outros, tanto para advogados, contadores,

quanto para administradores e conselheiros fiscais. O curso contará ainda com séries de seminários e debates. O curso tem duração de um ano, com aulas sempre as segundas e quartas, das 18h30 às 21h40. O investimento é de 13 parcelas de R$ 498,00 (10% de desconto à vista e para ex-alunos da UCAM). O processo de seleção será realizado através de analise de currículo. As inscrições podem ser feitas pelo site www.ucam.br/cpdg, na secretaria da universidade ou pelo endereço eletrônico cpgd@candidomendes.edu.br ou . Mais informações pelos telefones (21) 25097349 e 2531-2000, ramais 216 e 217.

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Educação

La kooperativa linguo* * O idioma cooperativista O esperanto foi criado em 1878 pelo polonês Lázaro Luiz Zamenhof, que idealizava um idioma, através do qual as pessoas de sua cidade, Bialistoque, que fora dominada pelos russos e que tinha em seu solo lituanos, judeus e alemães, pudessem se comunicar entre si. O movimento esperantista cresceu e em 1954, após o fim da II Guerra, a Unesco reconheceu a língua, mas só a recomendou aos estados-membros, como língua universal em 1987. Após este tempo, o esperanto sempre foi visto com desconfiança e descrença e, para alguns, nunca deu certo. Mas o crescimento do esperantismo é maior do que muitos pensam, possuindo, inclusive, no Rio de Janeiro, uma cooperativa com mais de 1.600 membros que a falam, a Cooperativa Cultural dos Esperantistas (KKE). Seus idealizadores, membros da Associação Esperantista do Rio de Janeiro, a criaram em 1951, por visualizarem no

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cooperativismo ideais semelhantes, unindo-os numa só entidade que divulgasse e ensinasse o esperanto para o mundo. O presidente da cooperativa, Givanildo Ramos Costa, explica que o esperanto não pode ser visto como uma língua que não deu certo: “Todo e qualquer ideal, quando sério, sempre demora a acontecer. Até porque existe algo básico, que é a absorção e compreensão do homem. Toda comunicação vem de milênios. As línguas mais novas têm para mais de 500 anos”, explica. Ramos explica que é difícil precisar o número de pessoas que falam esperanto no mundo hoje: “É difícil precisar o número de esperantistas, porque é uma língua que não tem uma pátria. O português você pode determinar quem fala no mundo, Brasil, Portugal, Angola... Quem fala esperanto?”, questiona. Apesar de ser uma língua sem pátria, Ramos explica que o esperanto, se ensinado corretamente, não tem como ter palavras faladas diferentes em países dis-

Givanildo Ramos Costa: língua universal tintos, por ser uma língua basicamente fonética: “O máximo que pode acontecer é o sotaque ser diferente”, acrescenta. Além de cursos grátis, a cooperativa promove venda de livros e atividades culturais, como ciclo literário em esperanto e festa em homenagem ao aniversariante, com músicas e declamações. Entre as músicas em esperanto estão adaptações de canções de roda, como Atirei o Pau no Gato e O Cravo Brigou com a Rosa, além de vários livros adaptados para esperanto, como Menino Maluquinho. O próximo passo da cooperativa é o crescimento de seu quadro de sócios, que congrega atualmente 50 cooperados. Mesmo com todas as dificuldades, a KKE vai sobrevivendo com o principal de sua força: “Somos evidentemente idealistas”, conclui Ramos.

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O associado sempre em primeiro lugar Uma cooperativa que tem como principal preocupação o bem-estar social e econômico de seus cooperados. Assim é a Cooperativa de Crédito dos Funcionários dos Correios e Telégrafos (CoopCorreios), que há 36 anos vem se dedicando a melhorar a condição de vida de seu quadro social não só no aspecto financeiro, mas principalmente quanto à qualidade de vida de seus mais de 8.000 cooperados alocados no Rio e Espírito Santo. “Sempre demos destaque às necessidades de nossos cooperados na busca de novos convênios ou na criação de linhas de crédito diferenciadas que permitissem a melhoria de sua condição de vida”, aponta o diretor presidente da CoopCorreios, Cosme Rattes. 20

Mais conforto Recentemente a cooperativa passou por uma reforma completa de sua sede, no edifício central dos Correios, na Cidade Nova (RJ). Além de mais conforto com a reforma da sede, os cooperados também ganharam este ano novos convênios, que certamente serão muito úteis. Sem perder o foco na saúde de seus cooperados, uma das principais marcas da CoopCorreios, a cooperativa recebeu material ortopédico para cessão ao associados em caso de necessidade. São muletas, cadeiras de rodas, andadores, entre outros, mediante a apresentação de laudo médico e com o compromisso de devolução após o período de utilização dos aparelhos.

“Nossas campanhas sociais têm sido exemplos para as demais instituições cooperativistas, chamando atenção até mesmo de outras entidades fora do sistema cooperativo”, exalta Rattes. A cooperativa está com crédito especial e convênio para auto-escola, através de uma parceria com uma empresa próxima ao prédio dos Correios. Outra reforma que acontecerá em breve será a reformulação do site da cooperativa, que ganhará um visual mais moderno, com ampla funcionalidade, permitindo que o cooperado acompanhe sua situação junto à entidade, verificando seu saldo, parcelas restantes, simulação de empréstimos, entre outras utilidades. rio cooperativo


Social Respeito à cidadania A CoopCorreios estará presente no Rio CoopShow 2006, no painel “Cidadania, o verdadeiro caminho da cooperação”. Na ocasião, o diretor administrativo Alfredo Brito mostrará o trabalho social desenvolvido pela instituição. Dentre os vários benefícios alcançados nesses 36 anos de existência da CoopCorreios, destacam-se a aquisição de uma kombi, chamada de cooperativa itinerante, que tem o objetivo de ser um aos associados em situações de necessidade e emergência, e uma ambulância para benefício dos funcionários da Diretoria Regional do Rio de Janeiro. “A certeza de que, com estas ações, estamos propiciando o desenvolvimento de todos, é muito gratificante”, explica Brito.

Os diretores da CoopCor reios: Júlio Veiga, Pedro Rocha, Car los Zaranza e Alfredo Brito

Além disso, mensalmente a cooperativa sorteia 10 cestas básicas entre os associados que aniversariam no mês: “Este sorteio é um projeto inovador que contribui muito com o orçamento familiar”, cita Brito.

A menina dos olhos da cooperativa Sem dúvida alguma, a sede campestre da CoopCorreios no município de Guapimirim é a menina dos olhos da cooperativa. Adquirida em 2001 com o objetivo de se tornar um local onde os sócios pudessem desfrutar de momentos de lazer em família e entre os amigos de trabalho, a sede tem hoje um grande complexo com parque aquático, berçário, campo de futebol, salão de jogos, TV, galpão pra festas, churrasqueiras, segurança, salva-vidas, equipe de primeiros-socorros e muito verde por todos os lados: ”Trata-se de um local privilegiado pela natureza, escolhido a dedo, para agradar a toda a família ecetista, que comparece em peso desde que o espaço foi inaugurado”, explica o vice-presidente da CoopCorreios, Carlos Zaranza. Para freqüentar o local, os sócios precisam apenas agendar na sede da cooperativa: “Quem ainda não conhece, está convidado a visitar e nos dar a honra de recebê-lo. Quem já foi com certeza quer voltar”, ressalta Zaranza. A CoopCorreios também oferece sua sede campestre para cooperativas e empresas que quiserem alugar o espaço para eventos. Os interessados podem entrar em contato com a singular pelo telefone (21) 2293-9377.

Parque aquático, salão de jogos e o lago são algumas das atrações do sítio CoopCorreios. rio cooperativo

“Nossas campanhas sociais têm sido exemplos para as demais instituições cooperativistas.” Cosme Rattes, presidente da CoopCorreios

A equipe que atende aos cooperados da CoopCorreios 21


Agropecuária

A volta por cima da CCPL

Em meio ao momento nostálgico do retorno da Cooperativa Central dos Produtores de Leite (CCPL) ao mercado, em março, a novidade e a modernidade deram o tom do novo visual da empresa. A nova “cara” dos produtos CCPL foi escolhida através de pesquisa junto aos consumidores, que escolheram o clima de fazenda para ilustrar as embalagens. Além da nova roupagem, outra inovação foi o lançamento do pack de seis litros de leite longa vida (UHT), ao invés do antigo pacote de 12 litros. A criação visa facilitar a vida das consumidoras, aliviando o peso na hora das compras.

A preparação do leite na fábrica e o novo layout das embalagens 22

A volta da CCPL, aliás, movimentou o mercado das cooperativas de leite no estado do Rio de Janeiro, que passam a receber pelo litro de leite R$ 0,51, mais bonificação do teor de gordura acima de 3%. A média paga pelas empresas gira em R$ 0,31. A Central precisará de 120 mil litros de leite diários para produção: “As cooperativas precisam entender que a CCPL não será uma concorrente e sim uma parceira. As nossas concorrentes serão as empresas”, afirmou o subsecretário de agricultura, Alberto Mofati na reinauguração da cooperativa.

Referência nacional A preocupação maior a partir de agora é que não haja quebra do compromisso firmado entre a CCPL e as cooperativas produtoras: “Temos todas as condições necessárias para que a empresa volte a ser referência nacional na indústria leiteira, mas para isso é fundamental que tenhamos a garantia do leite”, explicou o presidente do conselho de administração, Paulo Renato Marques, responsável pela direção comercial e marketing da empresa. Marques também atuou na intervenção da Parmalat, através da ação pública imposta pelo Governo do Estado. Além de Marques, completam o conselho administrativo da CCPL Flávio Tavares Fernades e Hamilton dos Santos Menezes. Tavares é o atual presidente da

Associação de Criadores do Estado do Rio de Janeiro (Acerj) e acumula as funções de diretor operacional e responsável técnico. Já Menezes é o responsável financeiro e administrativo da CCPL, tendo atuado em grandes empresas do sistema financeiro, implantando programas específicos de inspetoria interna. Mas o principal idealizador da volta da CCPL foi o ex-secretário de agricultura do estado, Christino Áureo, que afirmou na reinauguração da fábrica que um país como o Brasil não pode se dar ao luxo de ter uma empresa como a CCPL fechada. “Todos os grandes estados têm uma cooperativa central de leite e era de lá que vinham os produtos para abastecer o Rio de Janeiro, que é o segundo mercado consumidor de leite. Não podíamos nos conformar com essa situação”, explicou o secretário. Com a reativação da unidade, foram gerados 3.500 empregos diretos e indiretos.

A governadora Rosinha Matheus e o então secretário de agricultura Christino Aúreo durante a reinauguração da fábrica da CCPL rio cooperativo


Direto ao Ponto

Maria de Fátima Moraes Rodrigues

Cooperativismo, instrumento de promoção social

“O crédito cooperativo é um instrumento usado com a finalidade de incrementar a qualidade de vida dos associados.” Maria de Fátima é consultora especializada em Cooperativismo.

As cooperativas de crédito integram o Sistema Financeiro Nacional, conforme disposto na Constituição Federal, e mesmo desde antes de sua edição, ainda que sem um reconhecimento formal. A partir de 1988, o Banco Central começou a abrir novas possibilidades ao cooperativismo de crédito, admitindo seu crescimento e profissionalização. Estas entidades souberam aproveitar a chance e conquistar mais espaços, lastreadas no aumento de sua capacitação técnica, que permitiu a formação de dois bancos cooperativos no país. Esse é o lado visível de um movimento que reúne mais de 70 milhões de pessoas no Brasil. O que o mercado financeiro desconhece é o trabalho social que essas instituições desenvolvem, a começar pelas próprias operações financeiras. Cooperativas são entidades de ajuda mútua, que não visam lucro – ainda

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que devam ser rentáveis. Não há investidores cobrando resultados, mas associados com um objetivo comum. Isto diferencia a natureza de suas operações financeiras. O crédito cooperativo é um instrumento de promoção social, usado com finalidade de incrementar a qualidade de vida dos associados. Por isso, a concessão de empréstimos regulares é muito criteriosa no que diz respeito à capacidade de endividamento do associado. Num passado recente, as cooperativas urbanas só trabalhavam com empréstimos por finalidade, ou seja, com comprovação de um fim específico, comunicado pelo associado ao solicitar o empréstimo. Ainda hoje, algumas cooperativas mantêm linhas de crédito específicas para aquisição de remédios, material escolar, eletrodomésticos, equipamentos de informática, entre outros

artigos, seguindo a mesma filosofia de investir na qualidade de vida do associado. Estes exemplos ilustram uma postura das entidades em buscar sempre novas oportunidades para seus cooperados. Longe de ser uma atitude assistencialista, a promoção pessoal e social de associados e dependentes procura torna-los cada vez mais preparados para conquistar e consolidar seu próprio espaço. Mesmo o crédito sem finalidade específica tem sido um agente de promoção social. Estatísticas demonstram que mais da metade desse tipo de empréstimo é utilizada para resgatar dívidas do associado junto a agiotas, bancos e cartões de crédito. Como trabalham com taxas baixas e prazos de amortização adequados à realidade dos associados, as cooperativas são responsáveis pelo resgate da tranqüilidade de inúmeras famílias.

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Educação

Maria Solange Barbalho Moreira

Educação cooperativista: educação ou princípio?

Os dois! No Cooperativismo, a educação é princípio. O Cooperativismo é baseado na Lei Federal 5764/71, na qual o 5º Princípio, na íntegra - “Educação, formação e informação” tem duas vertentes: - a 1ª refere-se à qualificação gerencial e técnica e à constante reciclagem do associado; - a 2ª refere-se à difusão dos valores cooperativistas, como democracia, responsabilidade, solidariedade e equidade. Diferentemente do Poder Público, o Cooperativismo tem o poder de transformar seus associados. Com base na legislação, as cooperativas podem constituir fundos, sendo o mais conhecido o FATES - Fundo de Assistência Técnica Educacional e Social, ao qual podem ser destinados 5% (cinco por cento) das sobras líquidas, bastando a boa vontade dos dirigentes das cooperativas e da comunidade cooperativista. Apesar da prática deste Fundo, sofremos com o preconceito e a discriminação por parte de segmentos da sociedade, que desconhecem a doutrina filosófica e a legislação cooperativista.

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“O cooperativismo vem se desenvolvendo e atingindo grandes proporções, exceto no Brasil, onde sofre não apenas de descaso, mas muitas vezes de perseguição.”

Vivemos hoje um grande movimento, em prol da inclusão social, educação e trabalho, uma vez que só a educação qualifica. Mas necessita possibilitar a oportunidade para que este formando possa vir a ter uma vida digna. É o trabalho que dignifica o homem. Não creio que uma bolsa-escola resolva o problema da educação. Ameniza, mas não dá a visibilidade que se espera, rotula esta família com “SOU POBRE. Tenho até carteirinha!”. Muitos podem pensar: “Mas, isso é um artigo político!”. O Cooperativismo pode ser uma fonte excelente de reflexão e formação política, não partidária, mas com uma visão equilibrada do que a sociedade pretende, ou seja, caminhar em direção ao sucesso, dividindo para somar. O Cooperativismo é avesso à filantropia; ao contrário do que se pensa, cria mecanismos humanísticos como a transformação do homem, inserindo-o na sociedade, educando-o, formando-o e informando-o. Hoje o mercado de trabalho globalizado é excludente. O Cooperativismo, não. Recebemos este indivíduo sem diretrizes profissionais e, em pouco

tempo, ele torna-se independente financeiramente, não necessitando mais das ações sociais. Não sou contra as ações de ajuda humanitárias. Mas, só isso não resolve. Não que o Cooperativismo seja a única solução para tudo. Mas tenho a convicção do seu valor. Existem Doutores e Mestres em Cooperativismo, com referências, livros publicados, enfim toda uma metodologia acadêmica, mas restrita a uma minoria. Gostaríamos que este conhecimento chegasse ao ensino fundamental e médio, contemplando aqueles que serão o futuro do nosso país. Devemos praticar este princípio por reconhecermos a sua vital importância para viabilizar um expressivo movimento em prol da educação cooperativista, garantindo a continuidade segura do Cooperativismo como avaliador do processo da construção da cidadania, da sociedade em questão e tornando-se um indicador positivo na área da Educação.

Maria Solange Barbalho Moreira é professora universitária e diretora administrativa da Join Consult Cooperativa de Consultores.

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Data Vênia

Adriana Amaral dos Santos

Errare humanum est

As cooperativas no Brasil são compostas por 13 ramos: agropecuário, consumo, crédito, educação, especial, habitação, infra-estrutura, mineral, produção, saúde, trabalho, transporte e turismo. Estima-se, segundo a Aliança Cooperativa Internacional, que mais de 800 milhões de pessoas participem de cooperativas no mundo (www.ica.coop). Com mais de 150 anos de existência, o cooperativismo nasceu com a função de promover a tão propalada “justiça social”. Na França, buscou-se minimizar as diferenças decorrentes da Revolução Industrial, onde as relações de trabalho se revelavam devastadoras, surgindo as “cooperativas operárias de produção”. Na Alemanha, surgiu como forma de permitir o acesso de artesãos e camponeses ao crédito, evitando a usura. Na Inglaterra, considerada o berço do cooperativismo com seus princípios básicos, aperfeiçoados com o passar dos tempos, surgiram as cooperativas de produção, em contraste com os grandes industriais da época. Independente da forma, do regime de governo, da religião, o cooperativismo vem se desenvolvendo e atingindo grandes proporções, exceto no Brasil, onde sofre não apenas de descaso, mas muitas vezes de perseguição. O presidente Lula, em campanha à candidatura que o elegeu, participou de um debate no Instituto Ethos. Vale a pena

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“O cooperativismo vem se desenvolvendo e atingindo grandes proporções, exceto no Brasil, onde sofre não apenas de descaso, mas muitas vezes de perseguição.” destacar o seguinte trecho: “Segundo Lula, uma das propostas é mudar a legislação trabalhista, para que uma cooperativa não tenha a necessidade de cumprir as mesmas obrigações sociais que uma multinacional: ‘- Me chamou a atenção o fato de que na região do ABC já temos 12 cooperativas, algumas delas inclusive exportando. Fomos visitar uma cooperativa agrícola em Maringá, no Paraná, com quase 6 mil cooperados, e que conseguem emprestar dinheiro a 3,5% ao mês. E por que a gente não facilita a legislação para fomentar a criação de cooperativas de crédito por grupos de agricultores, grupos de comerciantes?’, questionou o candidato da coligação PT/PCdo B/PL/PMN/PCB na ocasião. “Achamos que o sistema financeiro brasileiro deveria existir para contribuir com as empresas para que pudessem produzir, para que as pessoas pudessem progredir, mas não é esta a finalidade.” (www.ethos.gov.br/_uniethos/ documents/lula.doc). “No Brasil, são mais de 5,6 milhões de associados em mais de 5 mil cooperativas, gerando mais de 167 mil empregos e a verdade é que o setor vem sofrendo momentos de verdadeiras agruras” (www.brasilcooperativo.coop.br/ocb). No ramo trabalho, nada de positivo. Ao contrário, o Ministério Público do Trabalho promove uma “caça às bruxas” em força-tarefa no Judiciário, alegando que

tais cooperativas são fraudulentas, inclusive por estarem em mais de um estado. Para ele, somente as cooperativas de fundo de quintal, compostas de costureiras, catadores de papel etc., têm valor. No ramo agropecuário, os cooperados declaram viver um dos piores momentos, refletindo no agronegócio, podendo atingir uma queda de R$ 13 bilhões no PIB, caso não sejam socorridos pelo governo federal. Em 2005, registraram uma perda de R$ 17 bilhões (www.brasilcooperativo.coop.br/ocb). O ramo crédito sofreu grande abalo com a permissão de crédito consignado para as demais instituições financeiras, no qual uma enxurrada de aposentados e funcionários públicos pôde recorrer a créditos com juros baixos. A Resolução 3346, do Conselho Monetário Nacional, surgiu como uma forma de minimizar tais danos, com a injeção discreta de valores para o setor. Mas ainda está longe do apoio prometido. No ramo habitação, então, ficamos sem palavras. Enfim, fica a pergunta: nova candidatura, velhas promessas? E uma antiga reflexão: errare humanum est, confiteri errorem prudentis , ou seja, errar é humano e admitir o erro é prudente. Adriana Amaral dos Santos é advogada especializada em Direito Cooperativo e sócia da Amaral, Bittencourt & Advogados Associados.

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Check-up

Rafael Palatnic Rafael Palatinic é diretor presidente da Unimed Teresópolis.

Cooperativismo de saúde

Estamos vivendo e vivenciando um momento sócio-político-econômico conturbado no nosso País, pois, ao mesmo tempo em que a inflação está controlada, como mostram os índices governamentais, o nível de pessoas empregadas aumentando, aumento da produção de muitos itens etc, na prática continuamos a ouvir, “tá difícil”, “tá ruim”. Levando para a área de saúde, os hospitais e clínicas reclamam dos valores que recebem, as operadoras de saúde reclamam do que gastam, os usuários reclamam do que pagam principalmente quanto ao retorno em serviços recebidos, quando estes são prestados. A Agência Nacional de Saúde controla os reajustes das ope-

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“Uma cooperativa forte depende da força dos seus cooperados.”

radoras, porém os custos dos insumos que compõem a “saúde”, tais como medicamentos, materiais, órteses e próteses, novas tecnologias etc., fazem com que a saúde tenha uma inflação diferenciada e própria e isto não está sendo levado em conta. As operadoras querem e precisam continuar tendo seus lucros, e para isso tomam atitudes para manter esta situação, tais como diminuir o honorário médico, glosa técnica, serviços de má qualidade etc. e nós não podemos fazer nada. Podemos sim e devemos. Temos que lembrar que a saída para isso é o cooperativismo, pois é onde o cooperado, independente da área em que atua é quem dirige e participa ativamente das decisões, retirando do mercado, a figu-

ra do intermediário, que lucra com o nosso trabalho só para gerenciar, e isto, nós podemos e sabemos fazer. Portanto, pense bem, antes de assinar contrato com operadoras de planos de saúde. Participe da sua cooperativa, incentive sua cooperativa, pois só assim receberemos uma remuneração mais justa e caso a cooperativa obtenha sobras no exercício, estas serão direcionadas pela vontade e interesse dos cooperados e não irão para o bolso dos donos de empresas mercantilistas. Pense bem; já passou da hora; vamos nos unir não só no pensamento como também nas ações; uma cooperativa forte, depende da força dos seus cooperados. Você é responsável pelo que acontece. Participe ativamente, cobre resultados.

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Crédito

O banco da informática Uma cooperativa voltada para profissionais de informática deve contar sempre com tecnologia de ponta para atender a seus associados. Com a CECM dos Profissionais de Informática do Rio de Janeiro (Infocrerj) não poderia ser diferente. Criada em 2000, com o objetivo de atender financeiramente tanto a empresas quanto a pessoas físicas de qualquer segmento de informática, a Infocrerj vem se modernizando a cada ano para atender à crescente demanda, que hoje chega a 960 cooperados, entre pessoas físicas e jurídicas. Para ser um cooperado da Infocrerj, o profissional da área de informática deve realizar um depósito inicial de R$ 100, em caso de pessoa física, e de R$ 1.000 para as pessoas jurídicas. O presidente Celso Augusto Arantes Pereira explica que a busca por tecnologia visa aos princípios fundamentais da cooperativa. “Os valores da Infocrerj são baseados em três pilares fundamentais: o cooperado, a doutrina cooperativista e os recursos humanos”, ressalta Arantes.

Home bank Segundo o presidente, a participação de cada cooperado é de grande importância para seu desenvovimento. Para ele, o

Sede própria

Celso Arantes: soluções de crédito para os profissionais de informática

capital pode alavancar a cooperativa, norteando o volume de suas operações de crédito e permitindo novos produtos e serviços para os associados. As pessoas jurídicas que são cooperadas da Infocrerj, por exemplo, têm a possibilidade de realizar o pagamento de seus funcionários através da cooperativa. Hoje, o principal canal de relacionamento entre a cooperativa e seus cooperados é o serviço de home bank, que responde por mais de 90% das operações de mais de 60% do quadro social. Nesse tempo de vida, a Infocrerj conquistou parcerias como o Seprorj, Fenainfo, Riosoft e Assespro.

Em agosto de 2007, a Infocrerj finalmente terá sua sede própria, que teve um investimento de R$ 900 mil. Com 176 m², a sala no Le Monde Office, um empreendimento na Barra da Tijuca, próximo ao Barra Shopping, promete uma excelente infra-estrutura, com sistema de segurança e tecnologia de ponta, com todo conforto para seu associado. “A aquisição da sede própria marca uma virada na história da infocrerj, dando um lastro significativo em seu patrimônio”, comemora Arantes. Patrimônio este que ultrapassa os R$ 2,4 milhões, além de uma carteira de empréstimos de R$ 4 milhões e R$ 5,8 milhões em depósitos (à vista e a prazo). Mesmo com as dificuldades do ano passado, como a autoliquidação do Sicoob Central RJ, a Infocrerj não sofreu maiores danos: “Continuamos a operar normalmente, graças ao apoio do Bancoob, que nos autorizou a realização de operações de forma direta”, explica Arantes. Uma das vantagens que dão liquidez à cooperativa é o Fundo Garantidor do Sicoob Brasil, que garante à Infocrerj um depósito de até R$ 20 mil para cada cooperado na cooperativa.

Fachada do condomínio Le Monde, empreendimento que abrigará a sede própria da Infocrer j a par tir do próximo ano 28

rio cooperativo


Linhas do Crédito

Wagner Guerra

Não podemos perder as esperanças Passou a euforia da copa, que foi frustrante para nosso povo, e agora chegam as eleições. Com isso encerraremos o ano de 2006. Um ano marcado por um cenário de corrupções e frustrações para um povo que vive sempre cheio de esperanças. Vale lembrar que no ano de 2002, antes da eleições, num seminário na cidade de Santos, promovido pela Central das Cooperativas de Crédito de São Paulo, o então candidato a presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, entusiasmou-se com os ideais cooperativistas e disse que via nas cooperativas de crédito uma saída para baratear os juros em nosso país, prometendo ajudálas a desenvolver-se. Passados quatro anos, chegamos à triste conclusão de que, embora houvesse boa vontade do presidente, este atrapalhou mais do que ajudou. Houve alguns avanços, como, por exemplo, a autorização para criação das cooperativas de livre adesões, dos micros e pe-

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“A criação do crédito consignado, premiando as financeiras, deixou as cooperativas de crédito numa situação muito difícil.” Wagner Guerra é presidente da CECM dos Empregados da Ampla e vice-presidente da OCB/RJ.

quenos empresários, um assunto que, antes do Lula, era até difícil de se falar. Não podemos deixar de enaltecer a boa vontade de nosso presidente, porém, a criação do crédito consignado, premiando as financeiras, deixou as cooperativas de crédito numa situação muito difícil. Não somos contra o crédito, embora o referido empréstimo tenha levado a população mais idosa ao desespero e, como se tem noticiado nos jornais, até a morte. O que queremos é igualdade de condições. Queremos ter acesso aos recursos do BNDES, para capitalizar as Cooperativas. O decreto foi assinado pelo Sr. Presidente, com direito a festa e, até hoje, os recursos nos é negado. Precisamos ter acesso aos recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Queremos ter liberdade para abrir as cooperativas para a comunidade. Com estas conquistas, que ainda não obtivemos do governo, es-

taremos dando um passo para o crescimento do sistema, pois no momento o atual governo atrapalhou mais do que ajudou-nos. Mas para isso tudo precisamos de uma bancada de deputados oriunda do cooperativismo, e infelizmente ainda não temos essa conscientização. Acreditamos que hoje o então presidente nem saiba mais o que é cooperativa de crédito e suas reais necessidades para se desenvolverem, o que é lamentável. As cooperativas de crédito ainda aguardam o cumprimento das promessas feitas pelo então operário, candidato a presidente da república de nosso país. Por oportuno, nunca os bancos lucraram tanto às custas de um povo sofrido, desamparado e desprotegido, mas esperançoso de que o amanhã será melhor do que hoje. Queira Deus que este povo jamais perca suas esperanças e que possa realmente fazer de seu voto as mudanças que este país anseia.

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Trabalho

Por um lugar melhor para os veterinários No início da década de 90, com o objetivo de reduzir custos, na compra em conjunto de insumos para a clínica veterinária, um grupo resolveu fundar a Cooperativa de Médicos Veterinários do Estado do Rio de Janeiro (Comverj). Curiosamente, a idéia de cooperativas de médicos veterinários, também estava brotando em outras federações. No Rio Grande do Sul, estava sendo fundada a Unimev (Sociedade Cooperativa de Serviços Veterinários). Pouco a pouco, as singulares foram se encontrando e formando a Cooperativa dos Médicos Veterinários (Unimev), presente hoje em 10 estados: Santana do Livramento e Pelotas (RS), Campinas (SP), Florianópolis (SC), Campo Grande (MS), Salvador (BA), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Goiânia (GO), Rio de Janeiro (RJ) e São Luís (MA).

Processo evolutivo Mas o projeto no Rio de Janeiro não começou da forma ideal, segundo o presidente da Unimev Rio, Márcio Machado Carneiro: “A cooperativa começou da forma mais errada possível, quem resolveu tudo foi o dono da clínica. Com as reuniões, a cooperativa evoluiu para se tornar uma entidade para

Mãos à Obra

Reorganizar o mercado

Márcio Carneiro: mercado para os veterinários

veterinários e não para o dono da clínica”. O objetivo inicial da cooperativa se mostrou maior, com outras questões a serem resolvidas: “Do final da década de 80 para cá houve um boom de veterinários e o mercado não se organizou. Promover mecanismos de informação. A clínica não suporta pagar a produção de um profissional, que recebe em média R$15 a R$20 por consulta. Para se ter uma idéia, você não encontra um pediatra a menos de R$80. Existem outras demandas para se atender, em veterinária, além da clínica. A indústria alimentícia de rações, por exemplo, é questão veterinária”, explica Carneiro.

Paulo Henrique Marinho

As cooperativas de trabalho no limiar da fronteira Recentemente fomos surpreendidos com o Projeto de Lei 7009/2006, que dispõe sobre a organização e funcionamento das Cooperativas de Trabalho. Defendemos que deva haver uma lei específica, que regulamente as Cooperativas de Trabalho, pois é de fato necessário. Mas não como foi proposto nesse projeto de Lei, pois ele tem caráter intervencionista e foge a proposta democrática do Cooperativismo. Aliás o Governo do Partido dos Trabalhadores tem mesmo esse perfil. Pois interveio nas universidades, com relação a questão das cotas, tentou intervir na imprensa quando quis estabelecer uma “regulamentação” para o setor, com o intuito de colocar uma mordaça nos meios de comunicação. Quis até intervir no Poder Judiciário , alegando 30

Outro objetivo é trazer o empregador para próximo da cooperativa, buscando a inserção dos profissionais no mercado organizado. “Falamos bem melhor para fora da categoria, do que para dentro. Temos atuado com um trabalho que vai do campo à mesa, da certificação bovina ao varejo”, informa o presidente. “Nosso discurso é o que pode ser feito pelo profissional, para que ele se insira dentro de um novo modelo, junto com os donos de clínicas. É preciso reorganizar o mercado”, finaliza Carneiro. Entre os benefícios que os 88 cooperados usufruem hoje está a oportunidade de ingressar no sistema de telefonia celular e nos planos de saúde Unimed e Coop Previsaúde. A Unimev Rio continua buscando convênios com empresas para melhorar a vida do cooperado, como o convênio que permitirá o desenvolvimento de planos de seguridade pessoal ou em grupo, bem como o planejamento de Previdência Privada. Além disso, a cooperativa criou um plano de saúde animal, o PSAV, que também já funciona em Goiás, Rio Grande do Sul e São Paulo.

“Uma lei para esse segmento tem que ser amplamente discutida com o Sistema Cooperativista.” Paulo Henrique dos Santos Marinho é diretor de Economia e Finanças da Dominium Coop.

que lá havia uma “Caixa Preta”, que a sociedade não tomava conhecimento. O projeto de Lei apresenta diversas falhas. Por exemplo estabelecer que as cooperativas sejam constituídas com cinco integrantes. Nesse caso, não vai haver pessoas suficientes para compor a Diretoria e o Conselho Fiscal. Estabelecer que as cooperativas realizem assembléias a cada três meses no máximo. Ora, nem mesmo o Banco Central exige que os Bancos prestem contas com essa periodicidade. Isso ocorre a cada seis meses. Outro ponto que destacamos é com relação à distribuição das sobras líquidas do exercício. O projeto prevê que a Assembléia decidirá sobre o destino a ser dado às sobras. Isso está contrário ao que prevê o Novo Código Civil, pois o mesmo tirou esse poder da

Assembléia. Ou seja, se houver sobras ou perdas, tem que ser rateado entre os cooperados. Poderíamos enumerar vários outros pontos, mas não vamos nos alongar tanto. Sabemos que as cooperativas de trabalho precisam ser cuidadas, o que, aliás, a OCB Nacional tem se preocupado muito com isso. Mas uma lei para esse segmento tem que ser amplamente discutida com o Sistema Cooperativista e as cooperativas que estão inseridas nele. Não pode ser uma ação unilateral, sob pena de destruir todo esse segmento. E aí serão milhares de pessoas que ficarão sem trabalho e renda e o Governo não vai conseguir resolver todo esse problema sozinho, pois não tem recursos e nem condições técnicas para isso. rio cooperativo


Diagnóstico

Liana França

Negociação x imagem

A primeira impressão é a que fica, dizem. Pois é. Tudo indica que esta é a mais pura verdade. Estudos demonstram que em dez segundos uma pessoa é capaz de tirar todas as impressões sobre você, baseada em sua aparência pessoal, sem você emitir uma só palavra. Portanto, é de fundamental importância conhecer muito bem todos os códigos visuais que podem facilitar o contato interpessoal. No ambiente corporativo, este conhecimento transforma-se em uma arma estratégica que pode facilitar fechamentos de novos contratos. A roupa certa para cada situação, então, passa a ser uma ferramenta de negociação. A casualidade é importante para facilitar o acesso às pessoas e o trabalho em equipe. O terno aumenta a barreira entre as pessoas, mas existem ocasiões empresariais, mais formais, em que ainda é fundamental utilizá-lo como forma de aumentar a credibilidade do interlocutor, aumentando as chances de sucesso no fechamento de novos negócios. O negociador precisa criar espaço para a confiança e o visual é o primeiro passo para imprimir o tom da conversa logo no início e gerar confiança instantânea. Mas é preciso que o caimento da roupa reflita a atitude que é esperada naquele momento. Para os homens, o terno de três ou quatro botões e de cor escura é clássico, ideal para estes casos. Deve estar na proporção correta: ao mesmo tempo confortável e visualmente adequado. O comprimento perfeito da bainha da calça é aquele em que esta toca levemente o peito do sapato na frente e atrás rio cooperativo

“É de fundamental importância conhecer muito bem todos os códigos visuais que podem facilitar o contato interpessoal.”

termina logo acima do calcanhar. O punho do paletó deve mostrar pouco mais de um centímetro do punho da camisa e o comprimento do paletó deve estar na metade do caminho entre o colarinho e o chão. Uma dica que normalmente dá certo: o homem tem que conseguir segurar com a mão a bainha do paletó, com o braço esticado. A gravata pode ser vermelha ou verde (estas cores prendem a atenção do espectador, facilitando a comunicação). A camisa lisa e branca é básica e fica sempre chique. Deixe para usar aquela camisa laranja que você tanto gosta em um evento social. As mulheres podem usar um tailleur ou um costume. Também devem estar bem cortados e na proporção correta. Além disso, precisam prestar atenção a outros detalhes como: tipo físico, estilo, cabelos, maquiagem e acessórios. O cabelo, a maquiagem e os acessórios devem ser discretos. Nada de cabelo tipo selvagem e batom vermelho, mesmo que o seu estilo seja sexy. Descubra o seu tipo físico: ampulheta, triângulo invertido, triângulo, retângulo ou oval. Para isso, é preciso olhar para você, com olhos de ver, em um espelho grande, de preferência sem roupa ou com uma malha bem apertada. É alta ou baixa? Está fora do peso ou magra demais? Faça as pazes com o espelho. Ele reflete o seu percurso ao longo da sua vida. Esteja feliz por estar viva, desfrutando do sabor da sua existência!!!!! Conhecendo as suas insatisfações (e não imperfeições) em relação ao seu corpo, você poderá usar a roupa de forma a disfarçá-las e deixar em evidência aquilo que você gosta. O objetivo é

sempre ter uma silhueta equilibrada. As baixas devem usar a saia um pouco acima dos joelhos. As altas podem jogar a vontade com os comprimentos, mas em um ambiente formal, o ideal é uma saia na altura dos joelhos ou um pouco acima destes. A mulher do tipo físico de ampulheta deve valorizar a cintura fina com o blazer acinturado. A mulher do tipo físico de triângulo invertido deve usar um blazer sem ombreira e a calça pode ser um pouco mais volumosa (com pregas, por exemplo) para disfarçar a falta de quadril. A mulher do tipo físico de triângulo tem muito quadril e ombros estreitos, podendo usar blazer com ombreiras, mas a calça deve ser bem “sequinha”. A mulher do tipo físico de retângulo precisa criar cintura, podendo usar calças com pregas e pences no blazer. A mulher do tipo físico oval precisa criar uma linha vertical para alongar a silhueta, podendo utilizar um costume risca-de-giz. Mas lembre-se: seja qual for o seu tipo físico, o costume ou tailleur escolhido deve ter bom corte. É um investimento que vai durar anos e você estará sempre bem vestida em qualquer situação formal. Seguindo essas dicas, os primeiros dez segundos da conversa já estarão ganhos. Com certeza, ouvirão com mais vontade aquilo que você quer dizer a respeito do seu negócio. Vá em frente. Agora depende da sua habilidade com as palavras. Bons negócios! Qualquer dúvida, entre em contato: lianafranca@uol.com.br Liana França é diretora financeira da Uniodonto Leste-Fluminense. 31


Saúde

Em busca da saúde ao alcance de todos

O angiologista Márcio Meirelles (direita), presidente da Coopangio, e o diretor administrativo, Francisco Gonçalves Mar tins

A Coopangio-RJ (Cooperativa de Angiologistas e Cirurgiões Vasculares do Rio de Janeiro) nasceu em novembro de 1994, por membros da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), com o objetivo de congregar especialistas buscando uma unidade quanto às ações a se tomar em relação às empresas de planos de saúde. Uma das ações tomadas pela cooperativa foi o desligamento de convênios para a criação de um plano de saúde da própria sociedade. Para tanto, é imprescindível que o médico seja filiado à SBACV para poder se associar à Coopangio. Hoje a cooperativa conta com 240 associados, o que corresponde a 52% dos membros da SBACV.

Divulgação Visando a melhorar a saúde da população, a Coopangio está se apresentando de forma mais agressiva ao mercado, mostrando que o trabalho do médico angiologista não se restringe apenas às doenças vasculares. “Nossa atuação vai desde a estética, na cura para varizes, até trabalhos preventivos contra problemas cardíacos”, explica o presidente da entidade, Márcio Meirelles. 32

O site da SBACV é um dos veículos mais importantes para a divulgação da cooperativa. Lá se encontram mais de 3.000 dúvidas de pessoas que acessam o site em busca de informação. O trabalho preventivo, por sinal, é uma das maiores batalhas da Coopangio. Várias palestras são dadas pela cooperativa, em conjunto com a SBACV, com o intuito de mostrar a importância de se procurar um angiologista ou cirurgião vascular: “Nosso trabalho vai desde executivos, que têm problemas de microvarizes, até classes mais carentes, com problemas de úlcera varicólica, que são feridas com as pessoas convivem até o fim da vida”, informa Meirelles. As palestras podem ser solicitadas pelas empresas através do telefone da cooperativa: (21) 2533-7905. A cooperativa acabou de assinar

convênio com a Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Rio de Janeiro (OCB/RJ), oferecendo aos filiados desta, descontos nos atendimentos (a sessão de microvarizes, por exemplo, tem o custo de R$32).

Úlcera merece atenção especial Por se tratar de uma doença normal em classes carentes, a úlcera varicólica é uma das maiores preocupações da Coopangio. Tanto que o médico Márcio Meirelles que pretende pôr um projeto em prática, em breve. “É uma doença que não chega a ser fatal, mas causa incapacidade. Temos planos de fazer um trabalho específico em cima dessa doença, uma simples prevenção que pode ser feita dentro de casa”, aponta o médico. Segundo o presidente da Coopangio, um centro de tratamento precisaria de apenas três elementos: um ambulatório, um laboratório vascular e um centro de pesquisa e informação. “Não sai caro patrocinar o projeto. Só precisamos de empresas que estejam dispostas a investir em saúde. Até porque é muito mais barato investir em prevenção, como serviço social, do que em tratamento para um empregado no futuro”, adverte Meirelles. rio cooperativo


Interiores

Fernanda Almeida

Design de interiores, que efeito isso tem na minha vida???

Noutro dia entrei numa loja de roupas e fiquei hipnotizada por um vestido rosa claro, tinha um bordadinho com linha de mesma cor, bem discreto, mas me pareceu tão encantador!...Sei lá...Não resisti e experimentei. Senti-me tão bem, mais bonita, mais magra... Comprei o vestido! O engraçado é que usei a tal roupa outras vezes e já não tinha mais o mesmo encantamento, nem o tom de rosa parecia o mesmo! Mas a loja... Ah! A loja era ótima! Parecia cenário de novela do Manoel Carlos, e eu, a personagem principal, com direito a trilha sonora e tudo, tocando suavemente ao fundo. Tinha uma iluminação agradável, um visual moderno, o espaço não era muito grande, mas dava pra ver todos os produtos facilmente, eles não pareciam entulhados, sabe? Tudo parecia estar no seu lugar, até uma saia que estava fora do cabide jogada sobre um balcão, parecia estrategicamente colocada. Depois da compra, fui ver como tinha ficado a reforma de um museu aqui do Rio que tem um acervo maravilhoso de arte brasileira, mas antes da reforma era tãããão escuuuuro, os corredores pareciam tãããão compridos, todos os espaços eram muito parecidos e não havia uma simples cadeira pra se tomar fôlego, nem bar pra se tomar um suco. Nossa, eu saía de lá sempre e-xaus-ta. Sem contar que: “... no meio do caminho havia um degrau, havia um degrau no meio do caminho...” Nem preciso dizer que nossos amigos cadeirantes tinham enormes dificuldades de acesso rio cooperativo

“Queres mudar tua vida? Então comece por uma mudança no espaço onde você vive ou trabalha, o resto será conseqüência.”

pela profusão de desníveis que encontravam no piso. Mas desta vez fiquei feliz da vida! As mudanças foram competentes e profundas, não foram apenas decorativas, superficiais. Os desníveis do piso foram eliminados ou se transformaram em rampas, e para quem não podia usar as escadas, instalaram elevadores. E uma novidade: agora todas as obras têm placas com seus títulos escritos em língua portuguesa, inglesa, francesa e no sistema braile. Foram criados climas diferentes para cada tema exposto, com uso de cores e iluminação específica, a gente agora caminha que nem sente. Em frente às obras que pedem mais tempo para contemplação, um conforto a mais: poltronas. Na parte central, uma parede foi derrubada e surgiu um lindo jardim com cyber-café. Antes de ir embora, assisti a emocionante cena de um deficiente visual acompanhado por um funcionário do museu, descobrindo uma escultura, enquanto percorria os dedos por sua superfície. Confesso que me senti melhor como ser humano percebendo que meu semelhante teve acesso aos mesmos benefícios e prazeres que a arte me oferecia naquele momento. Quando estava saindo, meu celular tocou, era a minha amiga Ellen, falando sobre o emprego novo, ela é publicitária e falava sobre a maravilha que estava sendo trabalhar na nova empresa. Está produzindo como nunca e não se sente tão cansada, pelo contrário, quando toca o despertador pra acordar, pula da cama feliz e sai toda animada. E continuou

dizendo: “Parece que as coisas aqui fluem, trabalhamos num antigo galpão de fábrica, todo o material que preciso está à mão, até as pessoas com as quais tenho que me relacionar diretamente estão próximas de minha mesa, temos contato visual e verbal sem atrapalhar os demais. Não tropeço mais em cadeiras, gaveteiros e lixeiras o tempo todo, deixei até de ser conhecida como a desastrada do escritório. O tom de amarelo da parede principal dá uma energia toda especial ao lugar, o pique da gente não cai e o bom humor reina. Pra relaxar ou pra organizar as idéias ainda tem o cantinho azul, verdadeiro oásis no deserto, num canto do grande salão aberto que é a área de produção tem um sofá bem aconchegante, café quentinho, água gelada e música tipo lounge. Que mais eu quero da vida??”. Que mais nós queremos da vida, senão vivê-la com qualidade? E um bom projeto de design de interiores promove qualidade de vida! É disso que trata um designer de interiores, de adaptar os espaços às necessidades e às preferências individuais e coletivas. Um bom projeto provoca frisson ou resgata a paz, capta nossa atenção ou nos faz desligar do mundo. Tudo pode ser bom, só depende do lugar e da intenção... Queres mudar tua vida? Então comece por uma mudança no espaço onde você vive ou trabalha, o resto será conseqüência. Até a próxima! Fernanda Almeida é designer de interiores. 33


Turismo

Nas trilhas do turismo cooperativo

Com sede no Rio de Janeiro, mas espalhada pelo mundo. Assim é a Cooper Global, que atua desde outubro e é uma das mais recentes cooperativas do estado. O nascimento da cooperativa aconteceu após contatos entre guias que trabalharam juntos em operadoras e, com o objetivo de expandir os rumos, resolveram se unir em torno do mesmo ideal. Um desses cooperados foi o diretor administrativo Mauro Friedrich: “A presidente Ana Cláudia Lemos me convidou para fazer parte do time. Embora tenha tido uma experiência não muito boa com cooperativas, aceitei o convite e hoje vejo que foi a melhor escolha que fiz”, explica o diretor. Por conta do ofício - viajar-, a principal dificuldade da cooperativa é reunir seus cooperados. Segundo Friedrich, nem nas as-

sembléias pode-se contar com a presença completa da diretoria: “Trabalhamos no sistema de escala, pois temos sócios em Buenos Aires e outros pontos da América Latina. Nossa presidente, por exemplo, está trabalhando hoje em outro país”, aponta.

Crescimento à vista O diretor acredita que o crescimento da cooperativa será breve: “A procura por guias é sempre grande, embora um bom profissional não seja fácil de encontrar. Nossos cooperados têm média de idade de 40 anos. Precisamos de mais pessoas jovens” explica. Para Friedrich, chegará um momento em que a cooperativa terá que expandir sua área de atuação, trabalhando também como operadora: “É um plano para o futuro, pois hoje isso poderia nos criar problemas com nossas parceiras”, informa, acrescentando a necessidade da cooperativa ter que arrumar trabalho durante o ano inteiro: “É difícil conseguir sócios que sejam receptivos e emissivos. Do contrário, só haverá emprego para metade do ano”.

Novos rumos O diretor Mauro Friedrich (direita) e equipe da Cooper Global 34

Friedrich acredita que o Rio de Janeiro não está preparado para receber um even-

to como os Jogos Panamericanos, que acontecerão em 2007: “O pensamento básico é que, para fazer turismo, não se pode oferecer ao turista o que não se pode dar ao cidadão, e o Rio está muito acima em algumas coisas e muito abaixo em outras. O esgoto da Barra é um exemplo disso. O Rio vai precisar de gente para trabalhar, mas não temos nem legislação para driver guide, qualquer um pode pegar um carro e fazer transporte, sem curso para guia e sem segurança”, explica o diretor. Apesar dos problemas, Friedrich acha que o Pan será uma boa oportunidade para o turismo, e para mudar o pensamento dos governantes: “O Brasil precisa pensar o turismo em bloco. O turista tem que sair de sua casa, chegar na cidade, receber sua mala sem extravio, ter um bom transporte, se divertir e voltar bem para casa. Se algo nesse processo se perde, acabou a viagem”. Friedrich acredita que existe um potencial não explorado e que a Cooper Global pode aproveitar a brecha e abocanhar este mercado deixado de lado: “Por exemplo, já imaginou montarmos um roteiro cooperativo conhecendo Rochdale e os locais importantes para a história das cooperativas?”, sugere o diretor. rio cooperativo


Passaporte

Mauro Friedrich

A invisibilidade das cooperativas de turismo A completa ausência de cooperativas de turismo é uma realidade constatável no mercado brasileiro. No estado do Rio de Janeiro, as que existem “legalmente” são sempre cooperativas de transportes turísticos, e nada mais. No entanto, o que impede o surgimento de novas cooperativas no setor de turismo é também fruto do desconhecimento de muitos sobre o tema, até mesmo do Ministério do Turismo, que simplesmente não admite cadastrar empresas cooperativas em outros ramos de atuação no segmento de turismo, que não seja o de transporte. Nos textos legais, que regulamentam os critérios de cadastro de agências de turismo, operadores de turismo etc., não há uma só linha ou frase que impeça que este registro seja concedido pelo Ministério do Turismo às cooperativas que o solicitem e tenham condições técnicas de atender às exigências legais. Quaisquer outros tipos

rio cooperativo

“Cooperativa de turismo, no Rio de Janeiro, só se for de transporte turístico.” Mauro Friedrich, diretor administrativo da Cooperglobal.

de empresas (sob outras formas de gestão administrativa) podem fazê-lo e serão cadastradas se atendidas as exigências técnicas. Cooperativa de turismo, no Rio de Janeiro, só se for de transporte turístico. Por quê? Ninguém sabe explicar, nem no Ministério do Turismo, nem na Turisrio. No caso específico da Cooperglobal, cooperativa formada por guias de turismo profissionais (devidamente registrados no Ministério), estamos em busca deste cadastramento, que em tese é obrigatório para qualquer empresa que atue no ramo de turismo no Brasil, sendo inclusive requisito para concessão do alvará municipal na cidade do Rio. Apesar de consultado sobre o assunto, o Ministério do Turismo, através de seu representante no estado, a Turisrio, ainda não se manifestou – preferiu o silêncio como resposta. Interessante notar que, de todas as pro-

fissões existentes no mercado de turismo do Brasil, a única que tem reconhecimento legal e exige credenciamento específico no Ministério do Turismo é a de guia de turismo. Mas se estes mesmos guias organizam-se numa empresa cooperativa de turismo, buscando alternativas para ampliação de negócios e mercado de trabalho, aí o Ministério do Turismo não tem parâmetros para cadastrá-la e nem explica o porquê de não fazê-lo. Ou só aceita fazê-lo se enquadradas exclusivamente na categoria de cooperativas de transportes turísticos. Talvez esteja aí uma das respostas sobre a “inexistência legal” de cooperativas de turismo no estado do Rio de Janeiro e no Brasil. Elas existem sim, no mundo real, mas por questões inexplicáveis da burocracia brasileira, vão continuar “invisíveis” para o Ministério do Turismo ou “travestidas” numa só categoria oficialmente aceita.

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Informe Especial

Um portal de informações cooperativistas Esta era a missão da equipe da Easy System Informática quando iniciou as atividades de reformulação de seu site na internet. Pelo jeito conseguiram. Visitando o site da empresa na internet (http://www.easysystem.com.br ou http://www.easycoop.com.br ) podemos encontrar uma grande diversidade de informações sobre do cooperativismo nacional. Atualizado diariamente, o site apresenta notícias que veicularam ou serão veiculadas na mídia, galeria de fotos de eventos cooperativistas, artigos de advogados e especialistas em cooperativismo, agenda de eventos cooperativistas, revista eletrônica, modelos de documentos oficiais utilizados por cooperativas e fórum de debates. Na seção de notícias é possível encontrar um acervo de informações sobre cooperativismo, casos de sucesso de cooperativas, legislação e tudo o que ocorre no mundo do cooperativismo. As

A diretora comercial da Easy System, Sandra Pugno, recebendo visitantes em seu estande no Rio CoopShow 2005. 36

Página inicial do por tal da Easy System: utilidade pública para as cooperativas e informações atualizadas diariamente são o grande diferencial do veículo.

notícias são capturadas pela equipe e cadastradas imediatamente no site, o que garante um dinamismo muito grande para o portal, pois a qualquer momento é possível encontrar algo novo em seu conteúdo. Algumas vezes a notícia é publicada até mesmo antes de sair em outros veículos de comunicação. Isto graças ao empenho da equipe que procurou se especializar na captura de notícias especificamente voltadas ao interesse de cooperativistas. Outro ponto forte do portal é a galeria de artigos, contendo opiniões política e jurídica. Nele, advogados especialistas em cooperativismo e dirigentes de cooperativas apresentam seus pareceres a respeito de temas de interesse da comunidade cooperativista e cenário político nacional. A grande variedade de temas e colaboradores é o principal destaque desta seção. Para aqueles que estão iniciando no cooperativismo, ou procuram reciclar seus conhecimentos, existe a seção de modelos de documentos, uma das mais visitadas no portal. Ali estão disponíveis uma grande variedade de modelos oficiais, homologados pela OCB, de Atas, Estatutos, Manual do Cooperado, Código de Ética, Comunicados, Declarações, entre outros. O material, que normalmente é cobrado por muitos

advogados, está disponível no portal totalmente grátis. Como não poderia faltar, a tietagem também está presente no portal. Sendo a Easy System Informática uma empresa atuante no cenário político cooperativista, esta está sempre presente nos principais eventos que envolvem as celebridades nacionais do cooperativismo. O portal dispõe então de uma área dedicada a promover os eventos que se realizarão e outra para apresentar a cobertura fotográfica dos eventos realizados. Na galeria de fotos do portal, estão disponíveis as fotos dos principais eventos dos últimos anos. O fórum de debates, inaugurado recentemente no portal, espera unir os cooperativistas de todo o país em torno das decisões políticas e legislativas do cooperativismo e outros temas de interesse comum que venham a surgir ou serem propostos pelos participantes. Venha conferir, participe do fórum, visite os eventos, mantenha-se informado. A Easy System Informática estará presente no Rio CoopShow 2006 e fará a cobertura fotográfica do evento para divulgação na galeria de fotos do portal. Não deixe de comparecer, seja também uma celebridade do cooperativismo nacional. rio cooperativo


rio cooperativo

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Sala de Estar

Entre umas e outras

Herbáceo e fino A variedade Chardonnay é uma das mais finas cepas do mundo. Originária da França, das regiões de Borgonha e de Champagne, produz os mais finos vinhos e champanhas. No Brasil, sua aclimatação transcorreu muito bem, é cultivada em locais mais protegidos, rendendo boa produção, de excelente qualidade. O vinho Aurora Chardonnay é brilhante, límpido e apresenta um agradável frescor, levemente herbáceo, característica que não desaparece, mesmo com algum envelhecimento na garrafa. Tem um aroma personalíssimo e marcante. Ideal para acompanhamento de frutos do mar, massas, queijos leves, peixes, aves e outras carnes brancas.

ABC do vinho Fresco: Vinho com acidez levemente perceptível, porém agradável. Leve: Indicativo de vinho com pouca cor, pouco álcool, escasso corpo, mas de constituição harmônica e, portanto, agradável. Límpido: Vinho sem nenhuma partícula em suspensão, com ausência total de turvação, perfeitamente transparente. Madeirizado: Vinho com cor escura, cheiro de erva seca, sabor duro, curto, amargoso, lembrando nozes. Requisito de qualidade nos vinhos licorosos de metabolismo oxidativo (Jerez, Porto, Madeira). Neutro: Vinho sem características especiais, mas com boa estrutura e moderada acidez. Oxidado: Indicativo de vinho que sofreu oxidação, apresenta-se alterado na cor (mais escura que o normal), privado do frescor, assemelhando-se ao vinho madeirizado. Palha: Cor amarelo palha, que lembra palha. “Perlage”: Vocábulo francês, indicativo do desprendimento nos vinhos espumantes das bolhas de anidrido carbônico após o desaparecimento da espuma. Persistente: Expressão utilizada para indicar a persistência, durante segundos ou minutos, das sensações gosto-olfativas depois que o vinho é expulso da boca na prova de degustação. Picante: Indicativo de vinho de mesa que revela possuir anidrido carbônico em quantidade excessiva, a ponto de transformá-lo em levemente frisante. Pronunciado: Vinho em que as características gustativas e olfativas são muito marcantes e salientes. Fonte: Vinícola Aurora (www.vinicolaaurora.com.br)

Navegar é preciso

Na Estante

Uma obra de arte sobre cooperativas

Cooperativismo por completo

Um livro de relatos sobre os primeiros passos dados pela Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP), um projeto da Coordenação dos Programas de Pós-graduação de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que já ajudou a criar e consolidar mais de 20 cooperativas em comunidades de

Mais de um ano após o lançamento do boletim Coceno –

baixa renda no Rio de Janeiro. Assim pode ser definido Ossos

Cooperativismo de Crédito em Notícia, a Montenegro Comuni-

do Ofício - Cooperativas Populares em Cena Aberta.

cação estará lançando, durante o Rio CoopShow 2006, o por-

O livro, já em sua segunda edição, é considerado referência

tal Cooperativismo Digital, que, além do Coceno, abrigará a

para projetos e teses, não só sobre cooperativas, como sociais,

versão on-line da revista Rio Cooperativo e de dois novos veí-

por mostrar a necessidade de um projeto que leva trabalho a

culos: o Agroinforme, com notícias de interesse às cooperati-

um povo que precisa.

vas de agricultura e produção, e o Ceno – Cooperativas em

Além de histórias factuais que mostram a importância das

Notícia, com notícias dos demais ramos.

cooperativas para a população de baixa renda do Brasil, o livro

Os sites gratuitos serão atualizados diariamente, para que

traz um belo apanhado de fotos que emocionam e poderiam figu-

os leitores não percam nenhum acontecimento, levando a todos

rar em qualquer exposição fotográfica espalhadas pelos centros

as informações indispensáveis do mundo cooperativo.

culturais. A diagramação às vezes peca, prejudicando o assunto das belas fotografias preto e brancas. Vale a pena, não só pelo tema, mas pela obra de arte. Ossos do Ofício – Cooperativas Populares em Cena Aberta. Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares – 144 páginas.

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Além das notícias sobra cada ramo, o portal contém indicadores para cada um dos 13 ramos, clipping diário com informações colhidas nos principais jornais e agências de notícias, podendo ser acessado a qualquer hora. O endereço do portal é www.cooperativismodigital.com.br. rio cooperativo




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