Revista Rio Cooperativo n° 1

Page 1


rio cooperativo

3


4

rio cooperativo


Ano I, nº1 - Outubro de 2005

Nesta edição Saúde

Capa As palestras, a feira e as mesas de negócios. Tudo que aconteceu no Rio CoopShow 2005.

20

10

Habitação Como o Programa de Crédito Solidário pode elevar as cooperativas de habitação.

Educação

14

E ainda 16 A força da união - A luta da Febracoop em defesa das cooperativas de trabalho. 17 P arceria de sucesso - A Coopmilênio fala sobre seus serviços na área médica. postar no aagg r one gócio br asileir 19 Vale a pena aapostar onegócio brasileir asileiroo - A força do setor que é considerado a locomotiva da economia brasileira, responsável por um em cada R$ 3 gerados no país. 22 P ela valorização do profissional - A Uniodonto Leste Fluminense comemora 10 anos de luta pela classe do profissional de odontologia. 30 U m panorama das cooperativas filiadas à Fenacred - As singulares filiadas à Federação Nacional das Cooperativas de Crédito Urbano mostram seu desenvolvimento. epois da tempestade, a bo34 INFORME ESPECIAL - DDepois nança - A Cocedae volta a crescer após um período de muitas dificuldades.

rio cooperativo

A Cooperar Saúde abre as portas de seu Centro Médico.

24

Educar mostra o crescimento e sucesso cooperativista.

Seções 6 EDITORIAL - Cláudio Montenegro TIV O - Entrevista com Afonso de Souza 7 PAPO COOPERA COOPERATIV TIVO Filho, assessor especial da Chave Real, que fala sobre as cooperativas habitacionais. 8 CIRCULANDO - Um giro pelas principais notícias cooperativistas do Rio de Janeiro e do Brasil. 18 MÃOS À OBRA - Marcos Rogério Curi. 25 DATA VÊNIA - Adriana Amaral dos Santos. 26 NA PONT PONTAA DO LÁPIS - José Ribamar do Amaral Cypriano. 27 PÉ NNAA ESTRAD ESTRADAA - Nélio Botelho. 28 DIRETO AO PONTO - Maria de Fátima Moraes Rodrigues TIVIST 29 AGEND GENDAA COOPERA COOPERATIVIST TIVISTAA - Os eventos do mundo cooperativo. 36 OPINIÃO - Paulo Rober to Braga, assessor jurídico da Unicred do Brasil. AR - um momento de descontração cooperativista. 38 SALA DE EST ESTAR

5


Editorial

Cláudio Montenegro

Bem-vindos ao novo ponto de encontro das cooperativas O cooperativismo do Rio de Janeiro co- cooperativismo), Adriana Amaral (assessora meçou a viver uma nova fase em termos jurídica de cooperativismo), José Ribamar do de divulgação e comunicação. O primeiro Amaral Cypriano (contador de entidades copasso foi dado com a realização do Rio operativas e de classe), Nélio Botelho (reCoopShow 2005, em julho deste ano, que presentante do ramo transporte na OCB), reuniu representantes de todos os segmen- Paulo Braga (assessor jurídico da Unicred

Expediente Rio Cooperativo é uma publicação bimestral da Montenegro Comunicação Corporativa Rua da Conceição, 105, sala 1909, Centro CEP: 20051-011 - Rio de Janeiro - RJ Telefones: (21) 2233-5547 / 2233-0712 E-mail: montenegrocc@montenegrocc.com.br Site: www.montenegrocc.com.br Editor executivo e jornalista responsável: Cláudio Montenegro (MTb 19.027) claudiomontenegro@montenegrocc.com.br Redação Dardano Piranda (dardano@montenegrocc.com.br) Kenia Vida (keniavida@montenegrocc.com.br) Projeto gráfico e produção Fábio Louzada Colaboraram nesta edição: Adriana Amaral, José Ribamar do Amaral Cypriano, Marcos Cúri, Maria de Fátima Moraes Rodrigues, Nélio Botelho e Paulo Braga. Publicidade/Contatos Tel.: (21) 2233-5547 - 2233-0712 E-mail: riocooperativo@montenegrocc.com.br

Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores, não correspondendo necessariamente à opinião dos editores. Distribuição Lideranças cooperativistas, dirigentes, gerentes e funcionários de cooperativas de todos os segmentos (agropecuário, consumo, crédito, educacional, especial, habitacional, infra-estrutura, mineral, produção, saúde, trabalho, transporte e turismo), empresários, administradores, auditores, contadores, profissionais de recursos humanos, associações, sindicatos, federações e entidades de classe de forma geral, órgãos e instituições governamentais, universidades, fornecedores de produtos e serviços para cooperativas, e demais formadores de opinião. 6

tos cooperativos na sede da Firjan para do Brasil), dentre outros participantes volundebater os mais di-

tários, estarão comen-

versos assuntos liga-

tando, a cada bimestre,

dos ao tema.

O cooperativismo

Este trabalho ga-

assuntos de interesse direto das cooperativas

nha continuidade

fluminense

e trazendo ao conhe-

agora nas páginas

finalmente passa a

cimento do público as grandes questões que

desta revista que está em suas mãos.

ter o merecido

cercam o coopera-

Com o lançamento

espaço num veículo

tivismo não só do Rio,

de Rio Cooperati-

de comunicação

vo, o cooperativismo

mas de todo o Brasil. E muitos outros

fluminense finalmen-

exclusivamente

colaboradores irão, a

te passa a ter o me-

voltado para o setor.

cada edição, se jun-

recido espaço num

tar ao time que se de-

veículo de comuni-

dica a elaborar este

cação exclusiva-

trabalho único, sem

mente voltado para o setor.

partidarismos ou dependência editorial a

Abrangendo todos os ramos coopera- qualquer grupo ou instituição. tivistas em atuação no Rio de Janeiro, a

Mais uma vez, a Montenegro Comu-

publicação será distribuída gratuitamen- nicação Corporativa tem a grata satisfate para todas as cooperativas do estado, ção de capitanear um empreendimento além das organizações estaduais, órgãos que visa, antes de tudo, a levar as inforgovernamentais e demais instituições que mações pertinentes ao sistema coopetenham ligação com o cooperativismo.

rativo a todos que dele participam ou têm

Rio Cooperativo já nasce forte, com a a curiosidade em conhecer um movimento participação de colaboradores que são pro- que cresce ano após ano no País. Porfundos conhecedores do assunto. Fátima que este é o nosso papel: comunicar. Rodrigues (consultora especializada em

Saudações cooperativistas a todos! rio cooperativo


Papo Cooperativo

Afonso de Souza Filho, assessor especial da Chave Real

O fim do pesadelo do aluguel Criada em 1996, inspirada em um sistema cooperativista alemão, a Chave Real Cooperativa Habitacional passou, no último mês, de 4 mil associados, com mais de R$ 10 milhões em investimento de imóveis liberados. O assessor especial Afonso de Souza Filho concedeu este bate-papo onde falou do atual momento das cooperativas de habitação do Rio de Janeiro e do sucesso da Chave Real.

O único caminho para acabarmos com o déficit habitacional é através das cooperativas.

Rio Cooperativo - Como o senhor vê a atual situação das cooperativas de habitação? Afonso de Souza Filho - O cooperativismo de habitação esteve muito bem até meados de 1986 e 1988. Com o fim do programa BNH, houve um descrédito muito grande. Em 1992, houve um boom de cooperativas, mas, como muitas pessoas não acreditavam, este é o maior passivo que herdamos. Hoje temos cerca de 10 cooperativas atuantes no Rio de Janeiro, mas sem nenhum financiamento. Já tentamos a Caixa Econômica e nada. Estivemos recentemente em Brasília para falar com o Governo Federal, que prometeu algumas medidas que nunca aconteceram. Continuamos sendo autofinanciados. Estamos lutando contra tudo e contra todos. Acredito que o único caminho para acabarmos com o déficit habitacional é através das cooperativas. RC - Como funciona o sistema da Chave Real? Souza - Quem paga aluguel, paga o apartamento com juros de 100%, com o agravante de que não fica com o imóvel ao final. Estamos aqui para acabar com isso. O associado escolhe o tipo de apartamento que deseja, o número de quartos e o local, e, através de uma tabela de

rio cooperativo

mercado, ele entra num plano que pode ser pago em até 180 meses. O associado paga uma taxa de 1% e passa a pagar cotas. Quando é contemplado, escolhe o apartamento que quer, desde que esteja legal, e nós liberamos o dinheiro. RC - E quanto tempo demora para ser contemplado? Souza - São duas formas. A primeira, por mérito, é um ranking que contempla os associados com o maior número de pontos. Quanto maior o número de parcelas pagas, maior a pontuação dele. A outra é um sorteio em que todos os cooperados que estejam em dia participam. Então compramos o imóvel que o cooperado escolhe dentro daquele valor. Os sorteios, abertos a todos os sócios, são realizados sempre na segunda semana de cada mês, na sede do Sindicato dos Metroviários, no Centro. RC - Que documentos ele necessita? Souza - Apenas a identidade e o CPF. Não queremos saber se o cooperado está com nome no SPC ou Serasa, nem quanto ele ganha por mês. Um camelô, por exemplo, pode comprar um apartamento pela Chave Real. RC - E quais são as garantias contra a inadimplência? Souza - Não temos inadimplência, até porque o imóvel fica alienado até que o associado acabe de pagar. A lei da alienação fiduciária nos permite que tomemos o imóvel caso este não seja pago. A nossa garantia é o próprio imóvel. RC - Como é possível entrar em contato com a Chave Real para adquirir um imóvel? Souza - Basta ligar para (21) 2224-3709 e 2224-3799 e marcar o atendimento. 7


Circulando

As notícias que circulam no mundo cooperativista

CCPL voltará à ativa no Rio

Cooperativa lança cachaça A CooperativaAgroindustrial dos Produtores de Cachaça Artesanal do Sudoeste (Coachaça), apresentou oficialmente a Cacha-

O Governo do Estado do

ça Sudoeste Série Prata, em evento realizado em Curitiba (PR).

Rio de Janeiro destinou fun-

A cooperativa é composta por 35 produtores de 22 municí-

do especial para reativar a

pios, sendo 20 da região Sudoeste e 2 da Oeste. A estimativa

Cooperativa Central de Pro-

de produção é de 600 mil litros/ano/safra.

dutores de Leite (CCPL), em São Gonçalo. O fundo contará com recursos de créditos tributários do setor leiteiro. A fábrica desativada tem capacidade para processar 500 mil litros de leite por dia. Criada em 1946, a CCPL foi pioneira na fabricação de leite longa vida e iogurte. O leite em caixinha será o primeiro a ser retomado. Posteriormente, devem voltar às prateleiras dos mercados o iogurte Yoplat e o leite em saquinho.

Sinecop já homologa O Sindicato dos Empregados em Cooperativas do Estado do Rio de Janeiro – Sinecop já faz homologações de funcionários de cooperativas. Os agendamentos devem ser feitos pelo telefone (21) 2613-2571, com Cleusa. As homologações são feitas todas as quartas-feiras, a partir das 10h, na sede do sindicato em Niterói/RJ, no auditório da Amaral Contabilidade, que fica na avenida Amaral Peixoto, 334, sala 901, Centro. O Sinecop tem como presidente Hélio Quintanilha, da Uniodonto Leste Fluminense.

8

Carta de Brasília O ramo cooperativo de infra-estrutura divulgou, em encontro na sede da OCB, a “Carta de Brasília”, que solicita ações políticas para garantir de forma justa os procedimentos da Aneel, na outorga de permissões ou autorizações às cooperativas que prestam serviços de energia aos cooperados brasileiros.

Alho sem cheiro O médico cardiologista, Edison de Cezar Philippi, desenvolveu um interessante e novo sistema de desodorização física do alho. O sistema visa acabar com o mau hálito dos apreciadores da raiz e evita o cheiro nas mãos de quem os manuseia. O invento, batizado como Alho Free, será comercializado em parceria com a Cooperalho, cooperativa de curitibanos, que já fechou com a rede Carrefour para venda do produto em São Paulo e está em negociações com a rede Pão de Açúcar.

rio cooperativo


Circulando

Projeto de lei adiado As cooperativas paulistas terão que esperar mais um pouco para ver o sonho da lei cooperativista aprovado. A votação do projeto de lei 269/2005, que seria realizada no início de setembro, foi adiada e ainda não tem data definida para voltar à Assembléia Legislativa. Na ocasião, mais de 200 cooperativas estiveram presentes no Plenário Juscelino Kubitscheck para, frustradas, ouvirem que foi criado um impasse por líderes de partidos de oposição, que apresentaram duas emendas, o projeto não pôde ser votado e retorna às comissões de Constituição e Justiça e Administração Pública, conforme determina o Regimento Interno da Assembléia.

Cooperativa despejada A Coopamare (Cooperativa de Catadores Autônomos de Papel, Aparas e Materiais Reaproveitáveis) de São Paulo, foi notificada que terá que deixar o viaduto Paulo Sexto, em Pinheiros. A subprefeitura concedeu prazo de 30 dias para que os 56 catadores deixem o local. A cooperativa ocupa o viaduto desde 1989 e beneficia uma média de 130 toneladas de material para reciclagem por mês.

rio cooperativo

Unimed-Rio organiza evento para a Terceira Idade Com o tema Terceira Idade, Voluntariado e Cidadania, a Unimed-Rio realizará, no dia 4 de outubro, a sétima edição do Encontro da Terceira Idade. Das 13h às 18h, com dinâmicas e palestras, a cooperativa pretende contribuir na orientação para uma vida mais produtiva e saudável do idoso e mostrar o exercício do trabalho voluntário como fonte de satisfação pessoal. O evento é gratuito e aberto à comunidade de idosos e pessoas interessadas. O dançarino Carlinhos de Jesus encerra o evento com baile e apresentação de dança. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo telefone (21) 3139-7422. Os participantes devem levar um livro infantil novo ou usado em bom estado. Todos os exemplares arrecadados serão direcionados para as crianças assistidas pelas Associações Renascer e Repartir.

9


Cooperativas fluminenses se encontram no maior evento do setor no Rio de Janeiro No ano em que o país comemora o Ano Internacional do Microcrédito, a cidade do Rio de Janeiro recebeu representantes dos mais diversos ramos do cooperativismo durante o Rio CoopShow 2005, entre os dias 25 e 28 de julho, na sede da Firjan. Durante o evento, ocorreram o 1º Fórum Regional de Cooperativismo do Estado do Rio de Janeiro, a 1ª Feira Regional de Cooperativas e Fornecedores de Produtos e Serviços para Cooperativas do Estado do Rio de Janeiro e a 1ª Mesa de Negócios Cooperativistas do Estado do Rio de Janeiro. Na solenidade de abertura, participaram os secretários estaduais de Trabalho, Marco Antônio Lucidi, e de Agricultura, Christino Áureo, que apresentaram as ações do Governo do Estado para fomentar o cooperativismo fluminense. Também compuseram a mesa o presidente da Federação Nacional das Cooperativas de Crédito Urbano (Fenacred), Valdinar Gomes da Fonseca, o representante do Sindicato das Cooperativas de Crédito do Estado do Rio de Janeiro (Sindcoopcred), Wagner Guerra da Fonseca, a presidente da Federação de Cooperativas Habitacionais do Estado do Rio de Janeiro (Fecooherj), Iracy Caldas, o presidente da Federação das Cooperativas de Trabalho do Estado do Rio de Janeiro (Febracoop), Antônio Procópio, o coordenador regional de negócios dos Correios, Ricardo Mota e o diretor da Montenegro Comunicação Corporativa e idealizador do evento, Cláudio Montenegro. O secretário de Trabalho, Marco Lucidi, afirmou que “o

Platéia presente à abertura do evento 10

A partir da esquerda: Iracy Caldas (Fecooherj), Ricardo Motta (ECT), Wagner Valdinar Gomes (Fenacred), W agner Guerra (Sindcoopcred), Christino Áureo (Seaapi-RJ), Cláudio Montenegro (Montenegro Comunicação Corporativa) e Marco Antônio Lucidi (Setrab-RJ)

cooperativismo é um instrumento alternativo de emprego e as cooperativas fomentam o espírito empreendedor”. Já o secretário de Agricultura, exemplificou as ações do Governo Estadual na luta pelas cooperativas de leite, com casos da recuperação da Parmalat e da CCPL: “Não poderíamos deixar este evento passar em branco. Estamos aqui para reforçar nosso compromisso com as cooperativas do nosso estado”, enfatizou Christino Áureo. A presidente da Fecooherj elogiou o evento e desejou vida longa ao Rio CoopShow: “O Rio de Janeiro está carente de eventos na área de cooperativismo. Esperamos que este seja o primeiro de uma série.” Já o representante do crédito junto à Federação no Sindicato das Cooperativas de Crédito do Estado do Rio de Janeiro (Sindcoopcred), Wagner Guerra da Fonseca, explicou a importância do evento: “É uma oportunidade única para o cooperativismo fluminense. O Rio CoopShow é o pontapé inicial de uma série de eventos para cooperativas do nosso estado. O Rio de Janeiro precisava de um evento como este”. rio cooperativo


Capa

Microcrédito abre ciclo de palestras

creto”, mediados pela presidente da Fecooherj, Iracy Caldas, e pelo assessor especial da Cooperativa Habitacional Chave Real, Afonso de Souza Filho. Jacomo falou um pouco da história da Coopersefe, as principais construções concluídas e os futuros projetos da instituição. Já Callado, mostrou as necessidades habitacionais do Brasil e as soluções para o déficit habitacional. Outra importante apresentação foi do assessor especial do Ministério das Cidades, César Ramos, que apresentou o Programa de Crédito Solidário do Governo Federal para Cooperativas Habitacionais, destinado a famílias organizadas em cooperativas ou associações habitacionais, com verba do Fundo de Desenvolvimento Social (ver página 14). Após as apresentações das cooperativas habitacionais, a gerente de marketing da Ética Imobiliária, Daniele Messias, apresentou as técnicas de marketing e propaganda usadas que resultaram no sucesso da empresa.

O Microcrédito e as cooperativas de habitação foram os temas principais do primeiro dia do 1º Fórum Regional de Cooperativismo do Estado do Rio de Janeiro, que aconteceu durante o Rio Valdí Dantas e o microcrédito CoopShow 2005. A palestra de abertura ficou a cargo do assessor especial do Ministério do Trabalho e Emprego e coordenador de Ações do Ano Internacional do Microcrédito, Valdí Araújo, que falou sobre o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado (PNMPO). Dantas apresentou os esforços do Ministério do Trabalho para promover um maior crescimento do microcrédito e explicou como funciona o PNMPO. No painel “O papel do Sebrae no desenvolvimento cooperativista brasileiro”, o gerente da Unidade de Acesso a Serviços Financeiros do Sebrae Nacional, Carlos Alberto Santos, a analista Taniara Castro e o Durante os três dias do Rio CoopShow assessor Júlio Resche mostraram as ações da enti2005, cooperativas e empresas participaram da dade para motivar o cooperativismo no estado. 1ª Feira Regional de Cooperativas e ForneceSantos falou sobre a importância do microcrédito e dores de Produtos e Serviços para Cooperatido cooperativismo para o crescimento dos micro e pevas do Estado do Rio de Janeiro. quenos empresários, enquanto Taniara mostrou que o A feira teve como objetivo apresentar às coSebrae está presente no cooperativismo de oito regiões operativas empresas e produtos que possam do estado do Rio de Janeiro, alcançando um total de 61 agregar serviços que tenham o perfil para tomunicípios. O trabalho que vem sendo feito visa a amdos os ramos, como planos de saúde, treinapliar este número para 92 municípios. mentos, cursos de línguas, sistemas de inforCrédito para habitação mática e outras cooperativas. Entre os participantes, a certeza de que as Coube aos presidentes da Cooperativa Habitacional cooperativas estão em um nicho de marcado dos Servidores Federais (Coopersefe), José Afonso ainda pouco explorado, mas com potencial para Jacomo do Couto, de Brasília, e da Confederação Bratrazer lucro às empresas. sileira das Cooperativas Habitacionais (Confhab), de Entre empresas e cooperativas participanNatal (RN), Jaime Callado Pereira dos Santos, debates estiveram presentes Sebrae, Correios, Teleter o tema “Cooperativas habitacionais, um sonho conlistas, CNA, DN4, Febracoop, Fenacred, Unipsico Rio, Sindcoopcred, CoopCorreios, Infocrerj, Easy System, Vargas D´Ávila Consultoria, Comprove, Cooperação, Rogério Margutti Treinamento Empresarial, MPM Corretora de Seguros, Giffe e Physical.

Produtos e serviços para cooperativas

Os representantes do Sebrae: Carlos Alberto Santos, Taniara Castro e Júlio Resche

rio cooperativo

11


Capa

A força do crédito Na palestra “Mercado de crédito: uma visão analítica”, o diretor de Produtos Pessoa Jurídica da Serasa, Laércio de Oliveira Pinto, mostrou os mecanismos da empresa Sistema Unicred: Jayr Paula Gonçalves, para gerenciar crédito. Denise Damian e Mário Stuckert Em seguida, foi a vez do sistema Unicred mostrar sua força, com a apresentação do diretor presidente da Unicred do Brasil, Jayr Paula Gomes Gonçalves, e da diretora presidente da Unicred Rio e da Unicred Central RJ, Denise Damian. Gonçalves fez uma comparação do sistema Unicred com os outros sistemas de crédito do Brasil. Já Denise Damian, mostrou como é a estrutura da Unicred Central Rio e os números alcançados em 2004. O painel “Um panorama jurídico nas sociedades cooperativas” teve a participação dos expositores Paulo Braga, assessor jurídico da Unicred do Brasil, Ênio Meinen, vice-presidente do Sicredi, Vanessa Cardone, coordenadora da área de direito co-

Momento de fechar negócios Em paralelo ao Fórum e à Feira, as Mesas de Negócios deram ao público a oportunidade de conhecer produtos e serviços para cooperativas e realizar negócios, fomentando um dos princípios básicos do Mesa da Serasa cooperativismo, a intercooperação. As salas localizadas ao lado do plenário do Fórum foram bastante disputadas para assistir a exposições de soluções para cobrança, informatização, comércio exterior, suportes técnicos, entre outros temas. Destaque para as apresentações da Serasa e suas soluções para cooperativas de crédito, do Exporta Fácil (ECT), da Fenacred, do escritório Benício Advogados Associados e da corretora de seguros Cooperação com seu produto “Capitalização Inteligente”. Mesa do Exporta Fácil

12

operativo do escritório Benício Advogados Associados, e foi mediado pelo assessor jurídico da Fenacred, Benoni Kraul. O painel abordou as questões administração de cooperativas; PIS/Cofins; Código de Defesa do Consumidor e as implicações do cooperativismo de trabalho. O debate foi bastante elucidativo, em que os expositores puderam esclarecer as muitas dúvidas dos cooperativistas presentes.

Banco Central e as cooperativas de crédito A palestra mais esperada pelas cooperativas de crédito foi apresentada pelo consultor do Departamento de Organização do Sistema Financeiro do Banco Central do Brasil (DEORF), Abelardo Duarte Sobrinho, com mediação do representante do Sindcoopcred, Wagner Guerra, e Abelardo Sobrinho (Bacen) do gerente administrativo da Fenacred, Paulo Muniz. Com o tema “Banco Central e cooperativas de crédito desafios e oportunidades para o sistema”, Abelardo Sobrinho traçou as normas do Bacen para regulamentação das CECMs e os critérios para criação de singulares. Fechando o ciclo de temas ligados ao crédito, o painel “Concessão e Gerenciamento de Crédito - Administrando Riscos”, com o presidente da Associação Brasileira das Sociedades de Crédito ao Microempreendedor (ABSCM), Euds Pereira Furtado, e o gerente de Operações da Planet Finance, Christiano Toupitzen, mediado pelo presidente do (Sindcoopcred), Jorge Meneses, mostrou as saídas para evitar inadimplência para quem concede crédito.

Saúde e agropecuária As cooperativas de saúde também tiveram espaço para debater seus problemas no Rio CoopShow 2005. O painel “Cooperativas de saúde - um diagnóstico para o futuro” teve a participação da diretora financeira do Centro Médico Cooperar Saúde, Ana Paula Cunha Nunes da Rocha, da diretora financeira da Uniodonto Leste Fluminense, Liana França Araújo Cerqueira e da diretora financeira da Unipsico Rio, Vera Lúcia Rego, que mostraram a atuação de suas cooperativas, seus resultados e a situação do ramo saúde.

Presença feminina na saúde: Ana Paula Cunha Vera (esq.), Liana França e V era Lúcia Rego rio cooperativo


Tudo pelo social

Painel agropecuário: mais divulgação

Já no painel agropecuário, o chefe-geral da Embrapa Solos, Celso Manzatto, o chefe de Desenvolvimento Rural da Delegacia do Ministério da Agricultura–RJ, Celso Merola, o representante da Federação de Agricultura do Estado do Rio de Janeiro (Faerj), Ricardo Bastos, e o subsecretário adjunto do Desenvolvimento do Interior, Sílvio José Elia Galvão, deram uma visão do segmento no estado e constataram que é necessário uma divulgação maior do trabalho agropecuário fluminense. O representante nacional do ramo transporte junto à OCB, Nélio Botelho, falou sobre a situação do setor e convidou a todos para o seminário do ramo que ocorrerá em Brasília, em outubro.

rio cooperativo

O ramo trabalho foi colocado em questão na palestra ministrada pelo diretor executivo da Federação de Cooperativas de Trabalho do Estado do Rio de Janeiro (Febracoop), Marcos Rogério Curi, que apresentou as propostas da Federação e as dificuldades que o segmento passa atualmente, devido às ações do Ministério Público, que impedem as cooperativas de participar de licitações para órgãos públicos. O caso de sucesso da cooperativa educacional Educar, de Angra dos Reis, foi apresentado pelo presidente da instituição, Paulo Roberto Ribeiro, dando uma verdadeira lição de como o cooperativismo pode mudar o rumo da vida das pessoas. A última palestra, “Cooperativismo social: o associado sempre em primeiro lugar”, foi apresentada pelos diretores da cooperativa de crédito dos servidores dos Correios (CoopCorreios), Alfredo Brito e Carlos Zaranza, que mostraram o trabalho social promovido em prol de seus associados, que vai desde a distribuição de material escolar, promoção de campanhas de higiene bucal, entre outras, até a aquisição de uma ambulância para os cooperados. Quem esteve presente saiu com a certeza de que o Rio CoopShow 2005 foi apenas o começo e muitos outros encontros estão por vir. É aguardar e conferir.

De cima para baixo: rrepresentantes epresentantes do crédito ((11) e habitação ((22) ; Brito e Zaranza, da CoopCorreios (3); Laércio Pinto (Serasa) e a múmia (4)

13


Habitacional

Sonho mais próximo da realidade Governo Federal lança Programa de Crédito Solidário para cooperativas habitacionais

Incentivar a criação de cooperativas habitacionais e fazer com que o sonho da casa própria se torne concreto. Este é o objetivo do Programa de Crédito Solidário lançado pelo Governo Federal e apresentado no 1º Fórum Regional de Cooperativismo do Estado do Rio de Janeiro, durante o Rio CoopShow 2005. Na oportunidade, o assessor especial do Ministério das Cidades, César Ramos, discutiu não só o programa, mas também a síntese do déficit habitacional, o planejamento do setor, os objetivos e os componentes da Política Nacional de Habitação, as formas de acesso à moradia, infra-estrutura urbana, entre outros temas ligados ao assunto.

Panorama atual A desativação do modelo BNH, em 1986, desestruturou a oferta de moradias que era apoiada, de um lado, por uma instância nacional, e, de outro, por agentes promotores, companhias estaduais e municipais. Com isso, uma política nacional de habitação deixou de existir e foi realizada uma síntese de diagnóstico do problema habitacional. Segundo o Governo Federal, o déficit do país é de 7,2 milhões de moradias, sendo que 5,5 milhões são urbanas e o restante, rurais; a maior parte da necessidade de novas moradias concentra-se no Sudeste (39,5%) e Nordeste (32,4%). O número de domicílios urbanos vagos ainda é crescente (em nove anos, houve um aumento de 58%), tornando mais expressivo o número de imóveis vazios nos centros urbanos, principalmente nas regiões metropolitanas, que atingem porcentagens superiores às demais. A progressiva transferência da responsabilidade para os estados e municípios, inaugurada com a Constituição de 1988, tornou a habitação uma atribuição concorrente dos três níveis de governo: municípios e estados também tomaram para si a tarefa de enfrentar o problema habitacional, porém, na prática, as ações são desarticuladas entre as três instâncias governamentais. 14

Desafios O novo programa está lastreado nos recursos do Fundo de Desenvolvimento Social (FDS), que está inativo desde 1996. Os recursos do ano passado giram em torno de R$ 542 milhões, sendo seu público-alvo famílias com renda até três salários mínimos. O atendimento se dá sob a forma associativa, mediante intervenção de cooperativas e associações nas modalidades de construção, aquisição e melhoria de habitação, priorizando os projetos em parceria com os governos locais e, por fim, o valor de financiamento: até R$10.000,00, admitindo-se até R$ 20.000,00 em RMs, em até 240 meses, com juros de 0%. O recebimento foi de, aproximadamente, três mil propostas, que representaram uma demanda de financiamento da ordem de R$ 3,5 bilhões para atendimento a 350 mil famílias; foram selecionadas 812 propostas, beneficiando em torno de 45 mil famílias com a aplicação de R$ 450 milhões na produção de unidades habitacionais e, por fim, foram realizados 12 seminários técnicos regionais de capacitação para as cooperativas e associações em conjunto com a Caixa Econômica Federal. “Os maiores desafios do Programa são a capacitação das entidades para a elaboração dos projetos, implantação e gestão do empreendimento”, aponta César Ramos, “além de garantir a participação das famílias beneficiárias em todas as etapas do projeto; a montagem de alternativas para solucionar as restrições cadastrais dos beneficiários; a habilitação de norio cooperativo


implementar instrumentos de reforma urbana; gestão vos agentes financeiros em alternativa à Caixa Ecodemocrática com participação dos diferentes segmennômica Federal; definição de alternativas à Garantos da sociedade possibilitando controle social e tia de Alienação Fiduciária sem prévio registro imotransparência nas decisões e procedimentos; e biliário individual; alternativas para inserção de terarticulação das ações de habitação à polítirenos/imóveis não regularizados juridicamente no ca urbana de modo integrado com as deprograma e a implementação de um processo mais políticas sociais e ambientais. de gestão eficiente”. Dentre os objetivos gerais do PNH, Já para o segmento cooperativista, os César Ramos destacou a universadesafios são o reconhecimento e/ou aulização do acesso à moradia digna, torização do Conselho Monetário Naciopromoção da urbanização, regularizanal para as cooperativas de créditos seção e inserção urbana de assentarem agentes financeiros do Sistema Fimentos precários e o fortalecimento nanceiro Habitacional (SFH); viabilido papel do Estado. “Com isso, torzação de empréstimos a longo prazo, junto César Ramos: prioridade nacional na-se a questão habitacional uma priaos agentes financeiros, para cooperativas habioridade nacional, democratiza-se o acesso à terra tacionais e a garantia coletiva da terra. urbanizada e ao mercado secundário de imóveis, ampliaMoradia digna se a produtividade, melhora-se a qualidade na produção O representante do Governo destacou como princípios para habitacional e, por último, incentiva-se a geração de ema Política Nacional de Habitação o direito à moradia, enquan- pregos e renda”, enfatizou o assessor. to um direito humano, individual e coletivo; moradia digna como A integração urbana de assentamentos precários, a prodireito e vetor de inclusão social garantindo padrão mínimo de dução da habitação e a integração da política habitacional à habitabilidade, infra-estrutura e saneamento ambiental, mobi- política de desenvolvimento urbano são os componentes nelidade e transporte coletivo, equipamentos e serviços urbanos cessários para que a política nacional de habitação ganhe e sociais; função social da propriedade urbana buscando fôlego, deixe de ser uma utopia e vire realidade.

rio cooperativo

15


Trabalho

A força da união

Procópio: “Cooperativas remuneram melhor o trabalhador”

A Federação das Cooperativas de Trabalho do Estado do Rio de Janeiro surgiu a partir da Associação Brasileira de Cooperativas de Trabalho (Abracoop), que reunia as dez maiores cooperativas de trabalho do estado, que lutavam contra o termo de ajuste de conduta do Ministério Público. Segundo o presidente da Febracoop, Antônio Carlos Procópio, o termo impede que os órgãos públicos contratem cooperativas de trabalho, e a luta maior é contra a pressão das empresas que terceirizam serviços para órgãos públicos, limitando a área de atuação das cooperativas. “É difícil competir, temos lutado através de ações, ganhamos uma, perdemos outra. Mas há um lobby político muito grande das empresas. Os órgãos públicos eram os maiores contratadores de cooperativas. Atualmente o maior rombo das finanças públicas é das contratações terceirizadas”, expõe Procópio. Atuando há um ano, a Febracoop vem conquistando uma média mensal de três cooperativas afiliadas, já tendo alcançado, até agosto, o número de 49 associadas.

Melhor remuneração Para a Febracoop, existe muito preconceito em se contratar cooperativas de crédito e o Rio de Janeiro está alguns passos atrás quando o assunto é cooperativismo. “Não existe no estado uma educação cooperativista. Faltam cursos de direito cooperativista, só agora vem surgindo alguma coisa de MBA voltado para cooperativa”, explica a vice-presidente Orliane Ferreira Rangel, que acredita no crescimento do sistema nos próximos anos. “Nos países desenvolvidos, as cooperativas são mais valorizadas e respeitadas, compreende-se a necessidade do trabalho cooperativado. Mas o Brasil ainda é preconceituoso quando se trata de trabalho sem carteira”, conclui. Procópio acredita que o preconceito com as cooperativas de 16

trabalho vem de antigas raízes da nação: “Viemos de um regime escravocrata e o povo ainda está compelido a isso. O brasileiro ainRevista Coopera Trabalho, da não se acostumou a ter sua da Febracoop renda de acordo com o seu suor. Ele pode fazer seu salário, trabalhar o quanto quiser. Pode ter dois, três, quatro empregos, se houver tempo disponível para ele. O trabalhador cooperado não fica preso a uma empresa, não tem vínculos. Mas o brasileiro ainda vive sobre o regime de trabalhar sendo mandado. É mais fácil. Infelizmente este é nosso padrão”, comenta Procópio, alertando que a realidade dos cooperados é diferente do que se fala por aí. “Muitos não sabem ou não acreditam, mas as cooperativas dão uma melhor remuneração ao trabalhador.”

Patinho feio Para os que pensam que o trabalho cooperado explora, por não dar ao cooperado os direitos vigentes na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), Orliane explica que a Constituição e a própria CLT prevêem o cooperativismo, mas em leis ultrapassadas, o que coloca o termo de ajuste de conduta como inconstitucional: “Para melhorar o cooperativismo do Brasil é necessário que as leis sejam atualizadas e cumpridas. Precisamos de pessoas que realmente defendam o cooperativismo e lutem por nossos interesses É o que vem tentando a Frente Parlamentar Cooperativista junto à Câmara e ao Senado e pelo que a Febracoop vem lutando. Até lançamos uma revista, Coopera Trabalho, que está sendo distribuída aos políticos com o intuito de sensibilizar o Judiciário”, enfatiza a vice-presidente. Apesar de tudo, as conquistas vêm sendo alcançadas. A Organização Internacional do Trabalho já entrou com uma ação contra o Brasil por causa do termo de ajuste de contas. Os próximos passos da Febracoop visam ao fomento do cooperativismo: “Havia uma promessa de fomento que o governo não levou à frente e continua tratando o segmento de trabalho como o patinho feio dos 13 ramos do cooperativismo. É fácil para o governo defender cooperativas de artesanato, de doceiras. Já uma cooperativa de pessoas mais articuladas politicamente não é interessante defender”, conOrliane: leis cumpridas e educação cooperativista clui Procópio. rio cooperativo


Trabalho

Parceria de sucesso Criada em 2002 como uma cooperativa de trabalho de profissionais na área de planos de saúde, a Coopmilênio engloba um mundo de serviços hospitalares, tendo entre seus sócios, médicos, vendedores de planos de saúde, administradores de hospitais, que totalizam 450 cooperados. A Coopmilênio nasceu depois que um grupo de corretores, com a meta de ampliar o alcance do mercado, uniu-se com idéias que trouxeram crescimento e lucro a todos os cooperados. “Quando buscávamos de forma individual, a fatia do mercado ficava muito pequena e desorganizada. Quando resolvemos nos reunir em forma de cooperativa de trabalho, tivemos as melhores idéias e opções para trazer a melhor fatia do mercado para cada um de nós”, informa a presidente Rita de Cássia. Para crescer de forma segura, a Coopmilênio buscou parceiros que lhe dessem suporte. E uma dessas parcerias deu origem à Federação das Cooperativas de Trabalho do Estado do Rio de Janeiro (Febracoop), na qual a Coopmilênio vê uma representação forte, que busca o melhor para suas filiadas na luta pelo cooperativismo de trabalho. “É muito valioso ter parceiros com quem podemos aprofundar nossos laços de relacionamento e que difundem a filo-

rio cooperativo

A presidente Rita entre as assistentes Camille e Bárbara

sofia e o espírito cooperativistas”, explica Rita. A Febracoop trouxe novas parcerias para a cooperativa, como os hospitais Alberto Torres, Tavares de Macedo e Reviva, que deram novo impulso para os cooperados.

Ramos de atuação A Coopmilênio tem como principais áreas de atuação: controle e combate a endemias, capacitação profissional de cooperados, apoio técnico em hospitais, clínicas, postos médicos, casas de saúde e repouso, administração, conservação e limpeza hospitalares, enfermagem, fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, medicina, odontologia, farmacologia, biologia, análises químicas e laboratoriais, venda de planos de saúde, consultoria a cooperados e assessoria de contatos empresariais.

17


Mãos à obra Marcos Curi

Uma solução para a informalidade

Por mais que as cooperativas de trabalho possuam todos os requisitos de uma cooperativa legítima, ainda assim será perseguida. Porque essa briga não é jurídica, mas sim política.

18

O cooperativismo de trabalho é um fenômeno social moderno, que surgiu da necessidade da sociedade em retirar uma grande parcela de trabalhadores do desemprego, da linha da miséria e pobreza, exclusão social e informalidade. A sociedade, o sistema organizado, precisa entender que cada vez mais as relações de trabalho necessitam de uma maior flexibilização. Caso contrário, todo esse discurso demagogo em favor do trabalhador não será suficiente para conter o desemprego e a informalidade no Brasil. No início da década de 90, houve um contrafluxo, devido à falta de reconhecimento das cooperativas pelo Ministério Público do Trabalho, que fechou as portas de diversas entidades sob a alegação de que todas cooperativas de trabalho eram fraudulentas. O Ministério Público se baseia na CLT para chegar a esta conclusão. Sabemos que a CLT foi criada em 1943 para dirimir conflitos trabalhistas de uma outra realidade, de uma outra época. Os cooperativados não podem ser regidos por uma lei que surgiu antes desta modalidade associativa de trabalho. O trabalhador cooperativado está inserido na condição de trabalhador autônomo, e não de empregado. O cooperado, como qualquer autônomo, contribui para a previdência social e, portanto, arroga dos benefícios inerentes a esta contribuição, como, por exemplo, auxílio-doen-

ça, auxílio-natalidade, aposentadoria. Vejamos também o pequeno empreendedor, o dono do bar da esquina, do seu comércio, da mercearia. Todos trabalham pelo menos 10 ou 12 horas por dia, na maioria das vezes não tiram uma hora de almoço, férias nem pensar. Quem será que paga o 13º salário deles? Será que alguém se preocupou com esses trabalhadores ou preparou uma ação civil pública? Entendemos que, por mais que as cooperativas de trabalho possuam todos os requisitos de uma cooperativa legítima, com rateio de sobras líquidas, conselho fiscal atuante e participação de todos os sócios, ainda assim será perseguida. Porque essa briga não é jurídica, mas sim política. A maior prova disso foi a assinatura de um termo de ajuste de conduta entre a Advocacia Geral da União e o Ministério Público do Trabalho em Brasília, proibindo as cooperativas de trabalho de participarem de licitações públicas. Realmente, estamos diante de um modelo inovador, porém polêmico, de relação de trabalho, que precisa ser amplamente debatido, entendido e aproveitado pela sociedade e o sistema organizado como uma “ferramenta do bem”, que veio através da necessidade social e que precisa ser respeitado. Marcos Curi é diretor executivo da Febracoop

rio cooperativo


Agropecuário

Vale a pena apostar no agronegócio brasileiro Se existe um setor que se encontra em franco crescimento no país, é o Agronegócio. Responsável por um terço do PIB nacional, 42% das exportações totais, 37% dos empregos brasileiros e 36% das exportações brasileiras, o agronegócio é considerado hoje o principal setor e locomotiva da economia brasileira por responder por um em cada R$ 3,00 gerados no país. Além de ser uma atividade próspera, segura e rentável, o agronegócio brasileiro vem se tornando mais eficiente a cada dia e também muito competitivo por diversos motivos, entre eles o clima favorável que o país oferece. Outros fatores que contribuem para esse crescimento são as chuvas regulares, a energia solar e a abundância de água doce. O Brasil possui cerca de 388 milhões de hectares de terras agricultáveis férteis e de alta produtividade, dos quais 90 milhões ainda nem foram explorados. Esses fatores fazem do país um lugar de vocação natural para a agropecuária e todos os negócios relacionados à suas cadeias produtivas. Nos últimos anos, o agronegócio brasileiro se destacou como poucos no cenário internacional, como comprovam os números: em 1993, as exportações do setor eram de US$ 15,94 bilhões, com um superávit de US$ 11,7 bilhões. Em dez anos, o país dobrou o faturamento com as vendas externas de produtos agropecuários e teve um crescimento superior a 100% no saldo comercial. Esses resultados levaram a Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (Unctad) a prever que o país será o maior produtor mundial de alimentos na próxima década. Entre 1998 e 2003, a taxa de crescimento do PIB agropecuário foi de 4,67% ao ano. Em 2004, as vendas externas de produtos agropecuários renderam ao Brasil US$ 36 bilhões, com superávit de US$ 25,8 bilhões. Em relação à produção e exportação de produtos agrícolas, o Brasil é um dos líderes mundiais e também o primeiro produtor e exportador de café, açúcar, álcool e sucos de frutas. Além disso, lidera o ranking das vendas externas de soja, carne bovina, carne de frango, tabaco, couro e calçados de

rio cooperativo

couro. As projeções indicam que o país também será, em pouco tempo, o principal pólo mundial de produção de algodão e biocombustíveis, feitos a partir de cana-de-açúcar e óleos vegetais. Milho, arroz, frutas frescas, cacau, castanhas, nozes, além de suínos e pescados, são destaques no agronegócio brasileiro, que emprega atualmente 17,7 milhões de trabalhadores somente no campo.

Cooperativas agrícolas: a realidade que vem dos campos No Brasil existem mais de 1.500 cooperativas agropecuárias. Esse número vem caindo, levando-se em conta que, em 2002, eram 1.624. Por outro lado, o número de cooperados vem aumentando. Em 2001, o número era mais de 822 mil e hoje ultrapassa os 940 mil. O setor de agronegócio e da agricultura familiar fluminense está baseado na Lei Estadual 4.177, assinada em 29/9/2003, pela Secretaria de Estado de Agricultura, Abastecimento, Pesca e Desenvolvimento do Interior do Rio de Janeiro. A Lei se baseia em alguns artigos que resguardam o setor, como a redução de 100% na base de cálculo de ICMS na saída do produto da agroindústria artesanal mais crédito tributário de 7% para adquirente, redução para 1/3 a base de cálculo do ICMS para produtos agrícolas semi-processados e o ICMS devido por industrial de abate ou de processamento será calculado deduzindo o valor correspondente a 95% do imposto relativo às saídas internas. As causas do crescimento do setor estão intimamente ligadas à tecnologia para agricultura tropical, securitização, preços de commodities, juros préfixados no crédito rural, câmbio e claro, a competência do produtor.

19


Saúde numa boa

A diretora financeira Ana Paula Cunha (de preto) e parte da equipe da Cooperar Saúde

Durante o painel “Cooperativas de Saúde – Um diagnóstico para o Futuro”, apresentado no Rio Coopshow 2005, a apresentação da médica endocrinologista Ana Paula Cunha chamou à atenção por tratar de um assunto tão importante e que, por uma triste ironia do destino, está doente: a saúde do brasileiro. Ana Paula, que é diretora financeira da Cooperar Saúde, cooperativa fundada há 11 anos, mostrou aos participantes daquele evento o plano de trabalho da instituição, as experiências no ramo de saúde e a menina dos olhos da Cooperativa, o Centro Médico Cooperar Saúde. Ana Paula apresentou com muita propriedade o histórico da cooperativa e diagnosticou também as deficiências do setor.

Atendimento de qualidade A Cooperar Saúde é uma cooperativa formada e administrada por profissionais de saúde que têm como lema a primazia do atendimento de qualidade e possui três centros médicos no Rio de Janeiro - Copacabana, Centro e Bangu - 10.000 cooperados, sendo 4.000 atendendo no centro cidade, que foi o projeto piloto. Desde sua fundação a Cooperar firmou-se no mercado como uma cooperativa séria, conquistando uma vasta carteira de clientes, tanto do setor público quanto no setor privado. O Centro Médico Cooperar Saúde foi inaugurado há três 20

anos num espaço com amplas instalações, profissionais do mais alto gabarito, atendimento diferenciado e o comprometimento de assistir a todos os pacientes da mesma forma. A unidade Centro atende de segunda à sexta-feira, de 7h às 16h, nas seguintes especialidades: angiologia, cardiologia, clínica médica, dermatologia, medicina do trabalho, endocrinologia, ginecologia, gastroenterologia, mastologia, pediatria, pneumologia, neurologia, cirurgia geral, oftalmologia, otorrinolaringologia, reumatologia, urologia e psiquiatria. O Centro Médico oferece também exames de endoscopia, ecocardiograma, mamografia, ultra-sonografia e raios-X, além dos serviços de fonoaudiologia, psicologia, nutrição e ainda realiza exames laboratoriais de análises clínicas e citopatologia. Qualquer consulta no Centro Médico tem o valor de R$ 27.

Programa Numa Boa Pensando em mudar a cara da saúde e também das próprias cooperativas de saúde, o centro médico Cooperar Saúde criou o programa de fidelidade “Numa Boa”, que nada mais é que um estímulo para os pacientes particulares trazerem familiares e amigos para uma consulta no Centro. Os pacientes ganham um cartão de fidelidade e, a cada três novos pacientes que levarem, têm direito a uma consulta grátis e os novos clienrio cooperativo


Saúde tes ganham um desconto de 20% na consulta. “Acaba virando uma pirâmide, que vai crescendo progressivamente”, aponta Ana Paula. A iniciativa estimula não só o paciente a se tornar um cliente cativo, mas também os médicos, que, por serem os donos da cooperativa, desejam o sucesso da mesma. Com isso, mais de 450 clientes já foram cadastrados ao programa e estão aproveitando suas vantagens e facilidades.

Convênios com cooperativas A mudança estratégica da Cooperar surtiu efeito e já vem motivando o interesse das cooperativas que não possuem plano de saúde e desejam oferecer um serviço de qualidade para seus cooperados. Por não ter inscrição na ANS, a Cooperar ainda não pode criar um plano de saúde próprio, mas pode oferecer descontos nas consultas de procedimentos, inclusive na parte odontológica. Além das cooperativas, a Cooperar tem como objetivo conquistar também associações, sindicatos e entidades de classe. O Centro Médico conta ainda com um hospital próprio, o Previcor, em Ipanema, que realiza procedimentos cirúrgicos com internação, cirurgias geral, de cabeça e pescoço, entre outras. E pensando também na onda da medicina estética, o Previcor oferece leasing de cirurgia plástica, facilitando o pagamento para quem sonha com uma cirurgia estética.

Meta é alcançar 30 centros O plano estratégico da Cooperar Saúde tem como meta alcançar a marca de 30 centros médicos espalhados no Rio de Janeiro, de forma a suportar a demanda dos 10 mil cooperados, consolidando-se no nicho “clínica particular popular”. “É algo que está solto no mercado, pois ou a pessoa tem um plano de saúde e dispõe de clínicas altamente duvidosas ou muito caras, ou fica nas mãos do atendimento precário da saúde pública”, analisa a médica.

A unidade Centro conta, entre outra especialidades, com sala odontológica rio cooperativo

Atendimento no Centro Médico Cooperar Saúde

Incentivos No centro médico, a diretoria da cooperativa resolveu o problema de pessoal com alguns incentivos, como bonificação por alcance de metas. Um exemplo pode ser visto na recepção, onde os funcionários trabalham como se fossem vendedores in loco. “Isso estimula não só o trabalho, mas a vontade de trabalhar e melhorar no atendimento”, ressalta Ana Paula. A Cooperar Saúde realiza também parcerias com instituições como Sesi e Firjan, fornecendo os profissionais e alocando mão-de-obra. A diretora financeira destaca ainda que a cooperativa está respaldada junto ao Tribunal do Trabalho e do Ministério Público como uma das únicas cooperativas de saúde do Brasil legitimadas, devidamente filiadas e registradas nos órgãos reguladores do cooperativismo no estado. A Cooperar Saúde oferece suporte total ao quadro social, através de seus Conselhos Especializados, assegurando direitos e deveres aos cooperados.

Centro Médico Cooperar Saúde Conselho de Administração Presidência - Paulo Augusto Kahale Raimundo Diretoria Administrativa - Marcos Curi Diretoria Financeira - Ana Paula Cunha Nunes da Rocha Endereços: Unidade Centro - Avenida Presidente Vargas, 446 / 2º andar. Tel.: 2516-0437/0904/0903 FAX: 2283-2174 Unidade Copacabana - Av. Nsa. Sra. de Copacabana, 928, 1.201 Tel.: 2545-5768 e 2545-0648 Unidade Bangu - Rua Francisco Real, 1.950, subsolo 105 e 107 Tel.: 2402-9321 e 3464-0575 Clínica Ipanema - Rua Caning, 15 - Tel.: 2523-0014 21


Saúde

Pela valorização do profissional Completando dez anos, com o projeto de trabalhar a promoção da saúde odontológica, a Uniodonto Leste Fluminense vem crescendo e lutando pela valorização do profissional de odontologia. Criada por um grupo de dentistas da Uniodonto Rio de Janeiro, a singular Leste Fluminense, que começou com 28 profissionais, tem hoje, em sua área de atuação, sete municípios - Niterói, São Gonçalo, Maricá, Saquarema, Rio Bonito, Itaboraí e Tanguá -, com 110 dentistas cooperados atendendo a 30 mil clientes e um cadastro de mais de 500 currículos. São números que colocam a Leste Fluminense como a maior Uniodonto do estado do Rio de Janeiro. “Os dentistas de Niterói eram prestadores de serviços da Unimed. Resolveram criar sua própria cooperativa, já que a Unimed, como cooperativa médica, não poderia filiar dentistas. Então criou-se a Uniodonto Leste Fluminense”, conta o presidente Luiz Antonio de Almeida e Silva.

sam por um processo de aprovação, e vai até os benefícios dados pela cooperativa, como plano de invalidez temporária, plano dental, plano de saúde (em parceria com a Unimed) e auxílio funerário. A Uniodonto Leste Fluminense oferece uma valorização ao profissional diferenciada: “Não cobramos taxa de administração, que é uma prática normal de todo o sistema. Administramos nossa cooperativa sem onerar o cooperado. Fomos até criticados por isso, mas hoje percebemos que é uma prática vantajosa, que satisfaz o cooperado e não diminui a tabela”, diz Luiz Antonio.

Mudança de pensamento

Não foram só os números da ULF que mudaram nos últimos dez anos. O pensamento cooperativista também evoluiu. Vários dentistas criticavam a cooperativa na época de sua criação, principalmente pela cobrança da cota-parte, mas hoje a Uniodonto já é procurada de forma diferente, com os profissionais entendendo os princípios e ideais da cooperativa: “Não é pagar para entrar. É União contra a exploração um princípio do cooperativismo. Você entra com uma cota e tem A Uniodonto surgiu a partir das dificuldades do mercado direito às vantagens da cooperativa, passando a ser sócio da odontológico para os profissionais. Atualmente, só no municí- empresa. Se houver lucratividade, será dividida entre todos. Como pio de Niterói, cerca de 300 profissionais são colocados no você vai fazer parte do rateio se não contribuir com nada? Hoje os mercado anualmente pelas três faculdades de odontologia da colegas já entendem melhor isso, até pelo crescimento das cidade (UFF, Universo e Pestalozzi), para um número reduzi- Uniodontos em todo o Brasil”, explica o presidente. do de pacientes. A cooperativa viu então uma forma de lutar Outra mudança que ainda é necessária refere-se à mentacontra a exploração das empresas através da união de dentis- lidade do usuário. Segundo a diretora financeira da ULF, Liana tas. “Essas empresas contratam um profissional e colocam França, a cultura odontológica está muito parada, continua uma tabela baixa de procedimentos. E, com o mercado difícil, sendo feito apenas o trabalho de tratamento e não o de prevenvocê não consegue atrair a clientela. Com isso, as empresas ção: “A assistência odontológica faz parte da promoção de aproveitam e exploram o dentista”, acusa o presidente. saúde que defendemos. Como a pressão arterial, a cárie é Os números mostram o crescimento da cooperativa em seus uma doença crônica que precisa de métodos preventivos para dez anos de vida, mas o colimitar o dano. Isso envolve meço não foi tão fácil: “Uma emuma mudança de pensamenpresa mercantilista tem um to e de cultura. Nossos clidono, que banca a estrutura. entes já perceberam essa diNa cooperativa, os donos são ferença, mas os de outras os próprios dentistas. Para cooperadoras ainda não sameçar a funcionar, dividem-se bem”, informa Liana. cotas, paga-se secretária, aluO futuro da Uniodonto guel, tudo. E não é só o pagaLeste Fluminense está mento, tem o trabalho, que nem focado na valorização da todos têm a vontade e o ideal classe odontológica, para para tal”, aponta Luiz Antônio. continuar dando um melhor E a valorização do profissioatendimento. Esta é a meta nal começa na escolha do clienda cooperativa, segundo te, em sua maioria de empresas Luiz Antonio (à esquerda), Liana França (terno branco) e equipe da seus diretores, para os próUniodonto Leste Fluminense: valorizando o profissional de odontologia” que, segundo o presidente, pasximos 10, 20, 30 anos.

22

rio cooperativo


rio cooperativo

23


Educação

Uma lição que devemos aprender Em 22 de dezembro de 1999, surgia no Colégio São José, a primeira cooperativa educacional de Angra dos Reis, a Educar. Foi com garra, força de vontade e a idéia fixa de não deixar o sonho de milhares de alunos se perder que um grupo de ex-professores e pais de alunos do colégio São José decidiu montar uma cooperativa e dar continuidade ao trabalho exercido ao longo de tantos anos.

Origem O fechamento do colégio São José se deu com o declínio da renda da população da cidade, logo após o fechamento do Estaleiro Verolme e a escassez da mão-de-obra especializada, já que metade da população, que estava em Angra a trabalho, teve que voltar para suas cidades de origem. A notícia do fechamento da escola abalou a todos, professores, pais e alunos. Como não se podia fazer nada Os diretores em para evitar, a solução veio de uma professora que, após assistir a uma palestra do Sebrae, deu a sugestão aos seus colegas de montarem uma cooperativa para dar continuidade ao trabalho iniciado no colégio, que chegou a ter mais de 400 alunos, com turmas do maternal ao vestibular. Surgiu então a Cooperativa Educacional Educar, que funciona hoje no bairro Parque das Palmeiras e conta com 39 cooperados (apenas professores) e 280 alunos. Além da Educar, já existem mais duas cooperativas educacionais em Angra dos Reis, a Ceduc– Capacitar (Escola Marilac), que oferece ensino do maternal ao vestibular, e a Cooperativa Educacional São Bento (Cesbe), do maternal à 8ª série. Das três, a que tem o maior número de alunos e cooperados e a mais antiga é a Educar. A Educar trabalha em parceria com o Sistema Anglo de Ensino, que oferece todo o material didático. “A Educar não depende de nenhum sindicato, os professores ganham por hora/aula e possuem cotas de participação, o que faz com que todos ganhem com alguma sobra que, por ventura, apareça ao fim de cada mês”, destaca o presidente da Cooperativa, Paulo Roberto Ribeiro da Costa. Já os funPaulo Ribeiro, presidente da Educar cionários da escola, como 24

serventes, entre outros, trabalham com carteira assinada. A diretoria da Cooperativa estuda, para um futuro próximo, a implementação do curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia, em parceria com a Universidade Castelo Branco.

Compromisso com o futuro A Educar tem acompanhado as mudanças, tentando estabelecer um método de ensino moderno mas sem se esquecer de sua essência. Segundo o professor Paulo, as crianças, principalmente, não estão mais aceitando o modelo tradicional de ensino. Por isso, a escola resolveu adotar novas fórmulas para prender a atenção dos alunos, com aulas mais dinâmicas e palestras com orientadores de São Paulo. “Depois que adotamos o novo méfrente à cooperativa Educar todo, o índice de aproveitamento cresceu e a aceitação foi imediata. Os alunos estão muito satisfeitos com a escola e os pais, mais ainda. Para nós, isso é muito gratificante”, garante o professor. Para Paulo Roberto, o que falta na maioria das cooperativas, principalmente as de educação, são o diálogo e a união da classe para que a mesma seja mais respeitada e possa pleitear junto seus direitos ao Governo. “O maior problema que vemos é a questão do rateio, a legislação e as unidades de trabalho. Sem a união das cooperativas educacionais, não temos como cobrar nenhuma atitude, pois as mesmas não se conhecem e nem sabem qual o trabalho que cada uma vem desenvolvendo. Só depois que isso acontecer é que seremos grande vencedores”, adverte o presidente da Educar. O compromisso com o futuro é um dos lemas básicos da Educar, que tem como princípios participação ativa, objetividade, otimismo, disciplina, honestidade e ética acima de tudo. O professor Paulo Roberto, que apresentou para o público cooperativista presente ao Rio CoopShow 2005 o trabalho desenvolvido pela Educar, finaliza com uma mensagem de otimismo, do líder Martin Luter King: “Talvez não tenhamos conseguido fazer o melhor, mas lutamos para que o meProfessora e alunos em plena atividade lhor fosse feito.” rio cooperativo


Data Vênia

Adriana Amaral dos Santos

Cooperativas de trabalho: a perseguição continua...

Para que as cooperativas cumpram com aquilo que consta em seus princípios universais, é preciso que a educação cooperativista seja fomentada e não excluída.

rio cooperativo

As cooperativas de trabalho continuam a ser perseguidas pelo Ministério Público do Trabalho. Em audiências preliminares, seus representantes buscam incessante e indiscriminadamente provas que possam ser objeto de assinatura dos Termos de Ajuste de Conduta. Há um pré-conceito em face da Instituição Cooperativa, rotulando-as como fraudulentas. É até interessante, neste momento de grandes revelações políticas, tratar as cooperativas como fraudulentas. Parece que há uma inversão de valores. Chamar as cooperativas de trabalho de fraudulentas em um País em que, segundo dados estatísticos do IPEA, a taxa de desemprego no Brasil cresceu 56,2%, nos últimos 10 anos, enquanto que na América Latina cresceu 15,9% e agora está em 8%. Já o IBGE diz que “o desemprego bateu recorde em abril, atingindo 13,1% da população economicamente ativa nas seis principais regiões metropolitanas do país”. “Eram 2,812 milhões de pessoas sem trabalho; 220 mil a mais do que em abril de 2003”. “Para o IBGE, mais pessoas estão buscando trabalho, e as vagas criadas são insuficientes.” (Fonte: Folha de São Paulo). Por que fraudulenta? Porque oferece ao mercado opções de pessoas saírem da informalidade, tornando-se verdadeiros cidadãos que recolhem para os cofres públicos INSS, PIS, IRRF. Será que o Ministério Público do Trabalho objetiva que os cooperativados continuem sem as frentes de trabalho conquistadas pelas cooperativas? Será que sua capacidade de organização assusta? É lógico que falar em flexibilização das leis trabalhistas em um país em que o trabalhador não tem voz para negociar é um verdadeiro retrocesso ao laissez faire, laissez passer, pois, com o fortalecimento da massa

laboriosa por intermédio de suas cooperativas, representando o ideal de um grupo, poderão obter até mais vantagens do que aquelas que constam na lei. A simples formalização com carteiras assinadas não representa a alternativa social e econômica necessária. Caso contrário, a Justiça do Trabalho não estaria sobrecarregada de processos daqueles que possuem vínculo empregatício e formalização em carteira. Vivemos a realidade de uma crise. “Crise” é aquele momento em que o que existe não é mais adequado à realidade, mas ainda não se tem o modelo daquilo que deve ser. Desta forma, o Ministério Público do Trabalho não pode ser apenas um algoz em relação às cooperativas de trabalho, fechando as portas para o diálogo. O diálogo (dia = através; logo = palavra) representa chegar a uma conclusão através da palavra. Não é a instalação de um pré-conceito em face das cooperativas de trabalho que vai resolver o problema. A verdade é que o mercado de trabalho não absorve todos aqueles que dele necessitam para sua subsistência. Ao revés, poderá tornar pior a situação social e econômica do nosso país, conforme consta nas estatísticas ora apresentadas por órgãos de seriedade incontestável. Mas, para que as cooperativas cumpram com aquilo que consta em seus princípios universais, desde sua gênese, é preciso que a educação cooperativista seja fomentada e não excluída. Assim, poder-se-á almejar o respeito às condições bio/psico/sociais do trabalhador, sem que para isso exista a exploração do homem pelo homem, ou seja, do empresário pelo empregado. Adriana Amaral dos Santos é autora é advogada especializada em Direito Cooperativo. * Data vênia é uma expressão latina que significa “com licença”. 25


Na ponta do lápis

José Ribamar do Amaral Cypriano

Uma luz no fim do túnel para a contabilidade cooperativista

Sem a ajuda da contabilidade, será muito difícil para a cooperativa se planejar e controlar suas atividades econômicas e financeiras.

26

A contabilidade possui duas finalidades básicas para as quais utilizamos suas informações: controle e planejamento. Tais finalidades a cooperativa deverá promover dentro de suas estruturas de modo que a contabilidade, através de um plano de contas adequado e estruturado, realize seus registros contábeis de forma eficiente, e sempre acompanhado por um profissional qualificado, e que esteja, de preferência, inserido no contexto cooperativista para que o contador possa, então, compreender melhor as mutações patrimoniais inerentes ao sistema cooperativista. Infelizmente ainda não possuímos muitos profissionais experientes na contabilidade cooperativista e outra verdade é que nem mesmo na mais alta administração das cooperativas encontramos a valorização que a contabilidade merece. Outro fator importante, quando uma cooperativa se preocupa em manter sua contabilidade em ordem e atualizada, é lhe fornecer condições básicas para desenvolver seu trabalho. Neste ponto, a informática, nos dias de hoje, é de vital importância para a contabilidade, pois inúmeros retrabalhos são evitados quando um planejamento informáticacontabilidade é efetuado com sucesso.

Não importando a que ramo pertence a cooperativa, ela necessitará se planejar e controlar suas atividades econômicas e financeiras, e, sem a ajuda da contabilidade, tal situação será muito difícil. Hoje já existem duas normas de contabilidade que regulamentam as ações dos contadores no Brasil. O Conselho Federal de Contabilidade já publicou as Normas Brasileiras de Contabilidade Técnica (NBC T) 10.8 e 10.21, e suas respectivas Instruções Técnicas. A 10.8 se aplica a todos os ramos do cooperativismo, exceto operadoras de planos de saúde, e a 10.21 para estas últimas. Essas normas foram um grande avanço para toda a classe contábil, pois, se de um lado estamos esperando desde a Constituição de 1988 que nossos legisladores dêem o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo, a fim de se evitarem os inúmeros questionamentos judiciais que temos nos dias de hoje sobre tributação em cooperativas, a publicação das Normas de Contabilidade surgiram como uma luz no fim do túnel para que, pelo menos no mundo contábil, alguma definição fosse alcançada. José Ribamar do Amaral Cypriano é contador especializado em cooperativas e entidades classistas.

rio cooperativo


Pé na estrada

Nélio Botelho

Cooperativismo, irmandade aberta Companheiro transportador, minha mensagem é de otimismo, a todos que militam no cooperativismo de transporte - cargas e passageiros. Ao reconhecer o ramo Transporte, no ano passado, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) abriu espaço espetacular para o real fortalecimento e, principalmente, a organização de todos aqueles que já atuam no mercado, além de propiciar a criação de novos grupos, de maneira a iniciar uma trajetória de garantia de sobrevivência e de firme futuro a todos que operam na informalidade. Claro que tudo ainda está por conquistar, porém é nossa meta, na qualidade de representante nacional do ramo, ganhar tempo, arregaçar as mangas e partir para a conscientização, por todos que escolheram o transporte como sua atividade, de que o futuro do próprio país está direcionado para um cooperativismo firmemente voltado para as parcerias. Urge a necessidade de todos entenderem que somos uma verdadeira irmandade, aberta a quem dela quiser participar. Sozinho não se vai a lugar algum. Nos próximos dias 25 e 26 de outubro, estaremos realizando no auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputa-

rio cooperativo

dos, em Brasília, o 1º Seminário Nacional das Cooperativas de Transporte de Cargas e Passageiros, onde debateremos as principais questões que envolvem o nosso ramo, através de palestras e diálogos proferidos pelas maiores autoridades do setor, onde prevalecerá a objetividade, de maneira a não permitir tratar-se de mais um “simples evento”, mas sim um marco no início das ações necessárias e transformação do ramo, em um dos mais fortes e poderosos, dentre todos do sistema OCB. É indubitável que temos estrutura para isso. Basta estabelecermos a disposição e a união de todos, munidos de verdadeiro espírito cooperativista e, as dificuldades de hoje, com certeza, se transformarão no sucesso de amanhã. Espero fazer desta mensagem o instrumento necessário que fará com que nos encontremos no Seminário, conscientizados das novas responsabilidades. O futuro depende de nós, e agora. Recebam o meu abraço e, até 25 de outubro. Nélio Botelho é representante nacional do ramo Transporte junto à OCB

27


Direto ao ponto

Maria de Fátima Moraes Rodrigues

Cooperativismo de crédito para micro e pequenos empresários

A responsabilidade é muito grande quando o produto ofertado são os recursos financeiros dos sócios, para os próprios sócios, exigindo, portanto, regras de proteção para a boa gestão.

28

A partir da edição da Resolução do Conselho Monetário Nacional / Bacen, de nº 3.106, de 25/ 6/2003, autorizando a formação de cooperativas de crédito de micro e pequenos empresários e microempreendedores responsáveis por negócios de natureza industrial, comercial ou de prestação de serviços, incluídas as atividades da área rural, esse público passou a ser beneficiado por um instrumento que valoriza o desenvolvimento econômico e financeiro, seus projetos sociais e econômicos, a geração de recursos para as atividades produtivas, fortalecendo, também, suas próprias regiões, evitando a evasão dos recursos gerados pelos empresários aportados e administrados pela cooperativa. Esse modelo de cooperativa de crédito, a curto prazo, possibilitará um desenvolvimento do sistema em nosso País, como uma alternativa econômica viável e democrática, desde que trabalhado com os instrumentos que lhe permitam oferecer aos associados o acesso ao crédito desburocratizado, porém responsável, e os demais produtos e serviços financeiros próprios de uma instituição financeira. A constituição desse modelo de cooperativa, conjugando os diversos segmentos de mercado, traz o fortalecimento através das próprias diferenças e uma redistribuição dos recursos financeiros de forma mais justa e humanizada, saindo das exigências excessivas, e por vezes impossíveis de serem cumpridas pelo empresariado, no que tange à forma de atuação do mercado financeiro, com seus critérios de reciprocidade e taxas de juros inaceitáveis. Consideramos que, apesar das inúmeras exigências apresentadas na Resolução, o que o Banco Central procura evitar são os entusiasmos desordenados ou projeções empíricas, resultando em casos de insucesso, o que não mais cabe na história do cooperativismo de crédito no País. Com esses cuidados, dificilmente a efetiva viabilização dessas cooperativas de cré-

dito será comprometida, já que os planos de negócios são projetados para 36 meses, tornando visível a capacidade ou não do projeto dar certo. A responsabilidade é muito grande quando o produto ofertado são os recursos financeiros dos sócios, para os próprios sócios, exigindo, portanto, regras de proteção para a boa gestão. O que distingue esses projetos em relação aos modelos passados e o que fará essas cooperativas avançarem e se desenvolverem de forma continuada, com estruturas sólidas, e que chegarão para ficar e tornar-se-ão um patrimônio que será legado às novas gerações empresariais, são as pessoas, associadas, que comporão essas instituições, já que tivemos a intensa preocupação em repassar os valores do cooperativismo, suas responsabilidades legais e sociais, o respeito às regras estabelecidas pelo órgão normatizador, a importância da organização do quadro social da cooperativa de crédito, com sócios conscientes e participativos, referendo do 5º princípio cooperativo, que é a educação, formação e informação, com a sua liberdade organizada e o zelo de dirigentes e associados, para que não se altere, perdendo o foco de atuação. O resultado desse trabalho está expresso em quatro projetos de constituição de cooperativas de crédito para micro e pequenos empresários e microempreendedores, que são o Sicoob Flumicred, com sede em Barra Mansa, Sicoob Supercred (Campos), Coopcred Três Rios (Três Rios) e Sicoob Crednews (Nova Iguaçu), que envolvem 25 municípios como área de atuação. O trabalho de fomento continua, com novas demandas sendo atendidas e o Sebrae e a sua consultora acreditam que essas novas cooperativas, no futuro, contribuirão para o fortalecimento do cooperativismo de crédito no Estado.

Maria de Fátima Moraes Rodrigues é consultora especializada em Cooperativismo rio cooperativo


Agenda Cooperativista Fenacoop Feira Internacional das Cooperativas, Fornecedores e Serviços Data: 5 a 7 de outubro Local: Centro de Exposições Imigrantes Endereço: Rodovia dos Imigrantes, km 1,5 Informações: www.fenacoop.com.br

19º Seminário de Cooperativismo de Crédito Data: 13 a 16 de outubro Local: Royal Palm Plaza Resort Hotel - Campinas (SP) Informações: Cecresp - (11) 3327-1926 Plano de Capacitação para Dirigentes de Cooperativas – Formacoop Data: 17 e 18 de outubro Local: Hotel Classic Rua da Bahia, 2727 - Santo Antônio Belo Horizonte (MG) Informações: Sescoop/MG - (31) 3284-5866, 3284-5869, 3284-5885 ou 3284-5881. VI Convenção Nacional Unicred - “Unicred 2005 – Capacitação e eficiência” Data: 28 a 30 de outubro de 2005 Local: Hotel Bourbon Cataratas Resort & Convention Center, em Foz do Iguaçu (PR) Informações: Unicred do Brasil - www.unicred.com.br

Fórum Técnico Agronômico Data: 7 de outubro Local: Maringá (PR) Informações: Ocepar - (41) 352-2276

rio cooperativo

IV Seminário de Tendências do Cooperativismo Data: 15 a 18 de novembro de 2005 Local:Florianópolis (SC) Informações: OCB - (61) 325-5500

29


Crédito

Um panorama das cooperativas de crédito filiadas à Fenacred Com apenas quatro anos de vida, a Federação Nacional das Cooperativas de Crédito Urbano (Fenacred) conquistou em 2004 sua sede própria e vem buscando novas parcerias para suas filiadas e novos caminhos para o cooperativismo de crédito fluminense. Em um momento complicado do cenário político do Brasil e do segmento de crédito no estado do Rio de Janeiro, as singulares da Fenacred mostram que existe vida apesar da crise.

Esta visão, que pode ser compartilhada nas notas a seguir, foi apresentada durante o Rio CoopShow 2005, em julho na Firjan, pelos diretores da Federação, em especial por seu presidente, Valdinar Gomes da Fonseca, e o gerente administrativo, Paulo Muniz. A Fenacred participou do evento com um estande em parceria com o Sindicato das Cooperativas de Crédito do Estado do Rio de Janeiro (Sindcoopcred), onde apresentou o trabalho oferecido às suas filiadas.

Universicred: nova e ambiciosa Com menos de um ano de vida, a cooperativa de crédito da Universidade Salgado de Oliveira (Universo) tem planos ambiciosos. Espera, já em setembro, ter todos os 5.200 funcionários do sistema como cooperados. Para os que duvidam da concretização do objetivo, um detalhe não pode passar desapercebido: “Em apenas três meses, conquistamos 1.200 cooperados. Estamos fazendo um trabalho de incentivo, com o parcelamento da cota de adesão em até 10 vezes”, explica o vice-presidente, Sergio Figueiredo de Oliveira. Atualmente a cooperativa trabalha com três modalidades de empréstimos; crédito pessoal, material escolar e des-

Coopfabrimar espera crescer mais de 50%

Sergio Figueiredo

pesas médicas. Todas as modalidades com parcelamento em até 12 vezes. Além disso, em setembro, a Cooperativa inaugurou seu Posto de Atendimento ao Cooperado do campus Niterói. Futuramente, a Universicred pretende oferecer aos seus cooperados plano de saúde, previdência privada, seguros, turismo e promoções, entre outros benefícios.

Cooperativa informatizada A Cooperativa dos vinculados à singular. Empregados dos LaboSão 1.250 associados, ratórios B. Braun vem que têm à disposição sese informatizando para guro de vida, auxílio funemelhor atender seus ral e empréstimos em até associados. O primeiro 24 meses de até duas O presidente Mendes (esq.) e equipe passo foi a implantação vezes o salário base. do sistema Fácil, que permitirá à cooO motivo para se trabalhar com apeperativa maior eficiência e agilidade para nas um tipo de crédito é simples: “Não atender os cooperados. podemos fazer muita distinção para que O relacionamento da cooperativa com o cooperado não se sinta discriminaos funcionários do B. Braun é expressivo. do”, explica o presidente José Ricardo Apenas 5% dos empregados não estão Vargas Mendes. 30

O gerente da Fenacred Paulo Muniz, Valdinar o presidente V aldinar Gomes e o secretário de Trabalho Marco Antônio Lucidi, durante o Rio CoopShow

Criada em 1974, a CECM dos Funcionários da Fabrimar tem hoje 95% dos funcionários da empresa como cooperados, passando de 800 associados. O presidente Antônio Delfin espera que este número cresça mais de 50% após a aprovação do novo estatuto, adequado 100% às novas normas do Banco Central, permitindo a inclusão de dependentes dos cooperados e de empregados de empresas prestadoras de serviços terceirizados. A cooperativa oferece aos sócios, além de empréstimos, auxílio funeral, kits escolares, óculos, medicamentos, assistência jurídica, odontológica e cesta básica. Os juros para empréstimo são de 1,5% mais o rendimento da poupança. “Procuramos sempre ser a melhor cooperativa. Não temos inadimplência, não deixamos de atender a nenhum empréstimo. E todo empréstimo é liberado na mesma hora”, orgulha-se o presidente.

Antônio Delfin rio cooperativo


rio cooperativo

31


Profissionalismo Este é o caminho que o vice-presidente da OCB-RJ e presidente da CECM dos funcionários da Ampla (Credicerj), Wagner Guerra da Fonseca, acredita que as cooperativas de crédito do Rio de Janeiro devem seguir face à crise surgida com o fim da Central das Cooperativas de Crédito do Estado do Rio de Janeiro (Sicoob Central-RJ). “Precisamos de pessoas sérias atuando pelo crescimento do cooperativismo no Rio. Pelo país afora, vemos muito seriedade. Aqui ainda estamos engatinhando”, afirma Guerra. Apesar das dificuldades do cooperativismo de crédito no Rio, Guerra afirma que os cooperados da Credicerj podem

ficar tranqüilos. A cooperativa pode ser arranhada, mas não sofrerá prejuízos pois está consolidada financeiramente: Wagner Guerra “ Te m o s dinheiro aplicado e estamos financeiramente bem. Infelizmente, outras cooperativas correm riscos sérios de fechar as portas. Mesmo assim acredito que o cooperativismo vai evoluir com este episódio”, pondera.

Crescimento acelerado Com 1.970 associados e pouco mais de dois anos de existência, a CECM dos Funcionários do Grupo Jal (CoopJal) tem se destacado pelo crescimento e aceitação que vem tendo junto à empresa e aos cooperados.

Sérgio Lucas

E se depender do presidente Sérgio Lucas, o crescimento será bem maior, pois a meta é ultrapassar a casa dos 2.500 membros: “Sempre caminhamos com os pés no chão. Agora podemos pensar em expandir e dar novas vantagens para nossos cooperados. Estamos estudando para este ano um plano dentário e uma sede social”, conta Sérgio. A CoopJal atua com quatro modalidades de empréstimos: em até 6 vezes, (2,5%); de 7 a 12 vezes (3%); de 13 a 18 vezes (3,5%) e de 19 a 24 meses (4%).

Gincanas e prêmios na Coopeaton Com 36 anos, a Coopeaton está sempre buscando novas vantagens para seus cooperados. A mais recente promoção é a gincana de novos associados, onde os cooperados que trouxerem o maior número de associados (com o compromisso de se manter na cooperativa por um ano) até o dia 16 de dezembro, ganharão um prêmio de R$ 300,00: “É uma maneira que encontramos de conquistar o cooperado. Vem dando um resultado muito bom. Esperamos aumentar, até o fim do ano, em 100 associados o nosso quadro”, explica o presidente Amarino Braz da Silva, que está no seu terceiro mandato. 32

Amarino Braz e a gerente Rosana

Além da chance de ganhar um salário extra no final do ano, o associado ganha dois convites de cinema para cada indicado que se tornar cooperado. A cooperativa realiza, constantemente, reuniões festivas com os cooperados, excursões, feira de artesanato, palestras e sorteios mensais, tudo para alegrar e atrair mais funcionários da Eaton e Eletromar. rio cooperativo


BB apresenta convênio para cooperativas de crédito O assessor da Superintendência Regional do Banco do Brasil, Alberto Stassen (foto ao lado), reuniu-se com as filiadas da Fenacred, para apresentar um convênio que possibilitará abertura de conta para cooperativas de crédito, com condições melhores que as praticadas no mercado. O encontro aconteceu no auditório do Sindicato dos Auditores Fiscais da Previdência Social, promovido pela Fenacred em parceria com a CECM dos Auditores Fiscais da Previdência Social do Rio de Janeiro (Coafprev). A conta convênio terá alíquota zero de CPMF e poderá ser aberta para os cooperados, com direito a cartão de débito e crédito (Visa ou Mastercard) e cheque especial. Os talões de cheques serão personalizados com a logomarca da cooperativa, que se encarregará de determinar o limite do cooperado. As cooperativas também terão direito a linhas de crédito, com juros menores e mais atraentes. Os interessados podem solicitar mais informações junto à Fenacred pelo telefone 2518-0798.

rio cooperativo

CoopPuc comemora 30 anos

A Cooperativa de Crédito dos Funcionários da Puc (CoopPuc) comemorou seus 30 anos de existência numa festa na churrascaria Rincão Gaúcho, com direito a música e diversão a noite toda para os cooperados que compareceram ao evento, realizado em 15 de julho. A CoopPuc tem como presidente Jorge Meneses (ao centro na foto ao lado, com sua diretoria).

33


Informe Especial

Depois da tempestade, a bonança Somente após um ano e meio de turbulências, a CECM dos Empregados em Empresas de Água, Esgoto e Saneamento do Estado do Rio de Janeiro (Cocedae) pode voltar a respirar tranqüilamente, sem pressões externas. A constatação é do diretor presidente da entidade, Valdinar Gomes da Fonseca, que faz um balanço das dificuldades que a Cooperativa enfrentou no período. “A Cocedae ficou sem receber uma receita significativa oriunda de seus associados aposentados e isso afetou seriamente nossa saúde financeira”, atesta o presidente. “Tivemos que eliminar todos os gastos desnecessários, paramos nossas obras na sede campestre, suspendemos nosso informativo e até mesmo tivemos que reduzir o quadro de funcionários”, completa. Entretanto, apesar de toda dificuldade, a cooperativa conseguiu honrar com todos seus compromissos, sem prejuízo a qualquer credor ou cooperado. E os resultados do balanço do

Concessionárias aderem à Cocedae Mais um motivo de comemoração para a Cocedae. Os funcionários das empresas terceirizadas Águas de Niterói, Águas de Juturnaíba e CAC vêm aderindo em massa à Cooperativa e utilizando os produtos e serviços por ela oferecidos, como as linhas de crédito e suas diversas modalidades. O presidente Valdinar Gomes agradece a colaboração das diretorias das concessionárias, que têm possibilitado a participação de seus funcionários na Cooperativa, sem esquecer da inestimável contribuição do Sindicato dos Empregados em Água, Esgoto e Saneamento de Niterói, que vem difundindo a Cocedae junto àquelas instituições. A Cooperativa deseja, em breve, levar seus serviços para outras concessionárias atuantes no segmento e fortalecer ainda mais a instituição, bem como seus cooperados.

34

primeiro semestre apontam que a medida emergencial foi correta, pois a Cocedae já apresenta sobras líquidas no montante de Valdinar Gomes, presidente da Cocedae R$ 100 mil. “É o que nos motiva a seguir em frente: saber que, mesmo em tempos difíceis, conseguimos ser criativos o bastante para superar as dificuldades e manter nossa Cooperativa novamente em ritmo de crescimento”, afirma Valdinar, que aproveita o momento para agradecer a colaboração dos delegados da Cocedae e a compreensão de todo o quadro social. “Sem dúvida, foram fundamentais para que a Cooperativa se mantivesse em situação privilegiada nesse período conturbado. Agora podemos respirar aliviados e comemorar”, arremata o presidente.

Cooperativa completa 16 anos A Cocedae fez aniversário em agosto, quando completou 16 anos de atividades. Um período de grandes conquistas para a instituição, que trouxe segurança e bem-estar sócio-econômico para seus associados. A Diretoria da Cooperativa aproveita a ocasião para parabenizar a todo o quadro social pela data e agradecer o apoio A diretora administrativa Solange Moreira, recebido em todos Valdinar o presidente V aldinar Gomes e o diretor financeiro Júlio César da Silva os momentos.

rio cooperativo


Assembléia aprova alteração do Estatuto Social A Cocedae realizou Assembléia Geral Extraordinária com seus delegados para referendar as alterações de seu Estatuto Social, visando à adequação às novas normas do Banco Central do Brasil. Entre as mudanças acertadas, ficou definida que, a partir de agora, 50% da taxa de administração será incorporada ao capital do associado, o que vai possibilitar um aumento bastante significativo do valor de cada cooperado.

Na AGE, ficou acertado ainda um convênio da Cooperativa junto ao Grêmio dos Aposentados da Cedae, que possibilitará a utilização da sede campestre da Cooperativa. Valdinar lembrou ainda aos delegados que, em dezembro, será convocada assembléia para eleição dos novos delegados que irão representar a Cocedae em suas unidades de trabalho a partir do próximo ano. Mais informações junto à sede da Cooperativa pelo telefone (21) 2178-1998.

Os delegados se reuniram na sede da Cooperativa e referendaram as alterações do Estatuto Social

Assessoria jurídica para cooperados A Cocedae está acertando com o escritório MCP Advogados Associados um convênio de assessoria jurídica para seus cooperados. O convênio possibilitará consultas sem limite junto aos 17 advogados da MCP, com representação processual nas áreas cível, trabalhista e Direito do Consumidor. Na área penal, os cooperados poderão ser representados com valores previamente pactuados. O atendimento será feito na empresa, que fica na rua México, 119, grupo 1.001, Centro. O telefone para contato é (21) 2532-3073.

rio cooperativo

35


Opinião

Paulo Roberto Cardoso Braga

Questões cooperativistas em pauta

Participando do Rio CoopShow 2005, a convite da Montenegro Comunicação Corporativa, tivemos a oportunidade de apresentar um panorama jurídico e legislativo acerca do cooperativismo nacional. Iniciamos a exposição abordando dois relevantes artigos constitucionais, quais sejam: 146 em seu inciso III, letra C e 192 da Constituição Federal de 1988, que abordam, respectivamente, o tratamento tributário adequado ao ato cooperativo e dar condições que as cooperativas de crédito possam atuar na plenitude. Ambas as diretrizes constitucionais citadas devem ser regulamentadas pelo Congresso Nacional através da edição de Lei Complementar e são de suma importância para que o cooperativismo brasileiro conquiste de vez o seu lugar no rol dos mais importantes movimentos sociais, movimento que distribui a riqueza, gera empregos e divisas para a nação, regula as atividades econômicas. O artigo 164, §3º, da nossa Constituição Federal não permite que a União, os Estados e os Municípios movimentem recursos através das cooperativas de crédito. Uma mudança neste artigo beneficiaria não só as cooperativas como a população brasileira. Sem contar o fomento que as economias local e nacional teriam; já que muitos municípios não possuem sequer uma agência de banco e, com a legalidade das cooperativas poderem atender aos entes estatais, teríamos um avanço social imenso, um desenvolvimento; muitas vezes nem imagi36

nado tempos atrás por nós mesmos, cooperativistas. Não podemos nos esquecer também da necessária exclusão das cooperativas de crédito do § 1º do artigo 22 da Lei nº 8.212/91, visando deslocar o adicional de 2,5% sobre a folha de pagamento (hoje devido ao INSS) para o Sescoop Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (equiparação aos demais ramos cooperativos). A destinação dos recursos para o Sescoop será de grande valia, já que fortalecerá o sistema cooperativista, através da profissionalização dos gestores das sociedades cooperativas, preparando-os para os desafios da competitividade e da globalização. De forma alguma, podemos esquecer tudo que já foi conquistado pelo cooperativismo, não só de crédito como os demais ramos existentes, dentre os quais destacamos o reconhecimento da isenção da CSLL sobre o resultado do ato cooperativo, não incidência das contribuições para o Pis e a Cofins pelos ramos crédito e produção etc. Devemos lembrar que nossa luta é árdua mas que estamos no caminho certo, já alcançamos o reconhecimento de nossa importância não só para nosso setor como para atingir o desenvolvimento sustentável de nosso país. Paulo Roberto Cardoso Braga é advogado especialista em direito cooperativo e empresarial e assessor jurídico da Unicred do Brasil rio cooperativo


AnĂşncio: Ediouro

rio cooperativo

37


Sala de Estar

Entre umas e outras

Pequenas Partilhas, uma boa pedida da Aurora A Cooperativa Vinícola Aurora lança a linha Pequenas Partilhas, uma nova família de vinhos selecionados e elaborados dentro dos mais rigorosos critérios de excelência. São quatro varietais tintos da safra 2002, em lotes reduzidos: Tannat, Carmenére, Cabernet Sauvignon e Cabernet Franc, que traduzem o talento especial de alguns de seus 1.300 produtores para a produção de cada uma dessas cepas. A nova linha de vinhos é resultado do trabalho de seleção de cachos ainda nos vinhedos dos produtores da Aurora de comprovada e experimentada excelência no cultivo de cada uma dessas varietais. Os vinhos se encontram em processo de estabilização nas garrafas há mais de um ano. A linha Pequenas Partilhas está à venda diretamente na Aurora ou em poucas lojas especializadas. No Rio, os pedidos podem ser feitos na Expand Store Centro (Tel.: 21-2532-7332).

Na estante

Fonte: Vinícola Aurora (www.vinicolaaurora.com.br)

Navegar é preciso

Um exemplo a ser seguido “A Cidade morria devagar - O romance de uma cooperativa” conta a história da Cooperativa de Crédito Agrícola de São Roque de Minas O autor, André Carvalho, escreveu o livro com o presidente e fundador da cooperativa, João Leite. O livro narra a história de uma cidade que passou de mais de 10 mil habitantes, em 1950, a pouco mais de 6 mil habitantes, na década de 90, e conseguiu se recuperar graças à força do cooperativismo. Localizada na nascente do Rio São Francisco, a 320km de Belo Horizonte (MG), São Roque conquistou um dos maiores crescimentos de PIB do Brasil após o surgimento da cooperativa. Um livro que reacende no leitor a chama e a crença cooperativista e mostra porque o movimento é considerado a melhor saída para o país. A cidade morria devagar - André Carvalho e João Leite Ed. Armazém de Idéias - 304 páginas

38

Conheça o ABC do vinho: Acetificado - Vinho com sinais característicos de acetificação, representada por um teor alto de ácido acético. Ácido - vinho contendo elevada acidez, composta pelos ácidos orgânicos da uva. Adstringente - Vinho que proporciona uma sensação táctil das mucosas da boca devido ao excesso de tanino. Adulterado - Vinho apresentando características de adulteração por adição de substâncias estranhas ou por tratamento ilícito. Agressivo - Vinho com característica gustativa excessivamente pronunciada. Alterado - Vinho que sofreu modificações (naturais e artificiais) que alteram suas qualidades, normais.

Bem-vindo ao Webcoop A Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg) reformulou recentemente seu site. Rebatizado como Webcoop Webcoop, o canal tornouse um ótimo portal de notícias, não só da entidade mineira, como também das outras Oces. O Webcoop prima pela facilidade de navegação e pela simplicidade e clareza, além de ter um visual mais leve do que o antigo site. Outro importante ponto positivo é a atualização diária das notícias. O antecessor tinha as matérias atualizadas esporadicamente, sem compromisso com o cooperado. Além de notícias, o Webcoop traz ainda destaque dos próximos eventos da entidade e enquetes de avaliação do novo site. Vale a pena conferir. http://www.ocemg.org.br W ebcoop (Ocemg) - http://www .ocemg.org.br

rio cooperativo


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.