CAPA
2ª CAPA Unicred Rio
2
Sumário
4 Editorial 8 Entrevista Carlos de La Rocque, presidente da Jucerja
10 Governo incentiva produtores de leite ICMS zero
12 Crédito Lula sanciona regulamentação das cooperativas de crédito
25 Opinião Cooperativas de crédito são beneficiadas com a crise
26 Seminário Evento demonstra a força feminina no cooperativismo
em números 30 Cooperativismo Setor cresce em 2008 de cooperativas 32 Consórcio Uma solução viável para o transporte complementar
16 Opinião O perigo de opinar sem vivência 18 Capa Nova gestão da OCB/RJ completa primeiro ano de mandato
22 Seminário Especialistas apontam caminhos para as cooperativas em plena crise mundial
Rio Cooperativo é uma publicação da Montenegro Comunicação & Eventos. Contatos e Publicidade: (21) 2215-9463 - 2533-6009 E-mail: montenegrocc@montenegrocc.com.br Site: www.montenegrocc.com.br Editor executivo e jornalista responsável: Cláudio Montenegro (MTb 19.027) Redator-chefe: Leonardo Poyart (MTb 24.393) Produção visual: Graci Antunes Secretaria administrativa: Marcia Fraga e Débora Araújo Colaboraram nesta edição: Abdul Nasser, Adriana Amaral, Débora Araújo, Myrian Lund, Paulo Roberto Rezende, Ronaldo Gaudio e Solange Barbalho. Fotos: Leonardo Poyart, Graci Antunes, Arquivos OCB e OCB/RJ.
Seções
5 Circulando 15 Causa e efeito 29 Data Vênia 34 DCP Distribuição: Lideranças cooperativistas, dirigentes, gerentes, cooperados e funcionários de cooperativas de todos os segmentos (agropecuário, consumo, crédito, educacional, especial, habitacional, infraestrutura, mineral, produção, saúde, trabalho, transporte e turismo), empresários, administradores e gestores, assessores jurídicos, auditores, contadores, profissionais de recursos humanos, associações, sindicatos, federações e entidades de classe de forma geral, orgãos e instituições governamentais, universidades, clínicas e hospitais, fornecedores de produtos e serviços para cooperativas e demais formadores de opinião. Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores, não correspondendo necessariamente à opinião dos editores. Capa desta edição: Ilha Fiscal/Acervo Sxc
Conselho Editorial: Jorge Meneses (Sindcoopcred), Rodolfo Tavares (Faerj-Senar-Rio) e Wagner Guerra (OCB/RJ-Sescoop/RJ)
Edição nº 9 - Maio de 2009 3
Editorial
Cláudio Montenegro Editor Executivo
Ensinamentos de Bernardinho para o cooperativismo
H
á algumas semanas, participei de uma palestra mi-
oportunistas - surgem de forma a dificultar a caminhada,
nistrada pelo técnico da seleção masculina de vôlei,
por si só árdua, em direção ao êxito, ao reconhecimento
o nosso campeão olímpico Bernardinho. Suas palestras
e ao respeito que o cooperativismo do Rio merece.
sempre mesclam seu sucesso dentro das quadras com
Uma das principais ferramentas que o treinador campeão
o dia a dia nas empresas. E, em sua apresentação, uma
valoriza para suas conquistas nas quadras é o planejamento.
frase em especial chamou-me a atenção: “A vontade de se
Para ele, “o planejamento deve visar a metas factíveis. Am-
preparar bem deve ser maior que a vontade de vencer.”
biciosas, mas realizáveis. Se não for assim, as frustrações
E que analogia podemos fazer com o universo cooperativo? Acredito que todas. Primeiramente, em âmbito institucional, com relação ao pensamento acima, é perceptível o trabalho que os
virão inevitavelmente.” E complementa: “Meta: onde queremos chegar? Planejamento: como vamos chegar?” Bernardinho lembra ainda que “o planejamento é a ponte que liga nossos sonhos às nossas conquistas”.
novos gestores do Sistema OCB/RJ-Sescoop/RJ vêm re-
Sem dúvida, não há como alcançar o sucesso sem pla-
alizando à frente da Casa do Cooperativismo Fluminense,
nejarmos e nos prepararmos apropriadamente para as
não medindo esforços para resgatar a importância do
etapas com que nos depararemos adiante. E, nesse pro-
estado do Rio de Janeiro no cenário nacional.
cesso, a equipe de colaboradores torna-se peça funda-
A vontade de capacitar as cooperativas para os no-
mental para qualquer conquista, cabendo aos verdadeiros
vos tempos, em que um mercado de trabalho cada vez
líderes dar a essa equipe as condições necessárias para
mais competitivo e excludente vem se apresentando e em
seguir na frente de batalha. (“A confiança é a base de
meio a uma crise econômica mundial que vem derrubando
qualquer relação. E é sobre esse pilar que devemos cons-
instituições tradicionais de seus pedestais, é quase uma
truir o relacionamento com nossos colaboradores.”)
obsessão dos dirigentes, que têm real compreensão do papel que lhes foi outorgado há pouco mais de um ano.
Para nosso campeão, “a disposição de uma equipe e o entendimento e a colaboração entre os jogadores na quadra
Independente dos resultados já alcançados, devemos lou-
podem ser mais decisivos que o brilho individual”. No que ele
var as iniciativas e a pré-disposição da instituição que legiti-
complementa: “Não importa o tamanho do seu talento se
mamente representa o cooperativismo fluminense, buscando
você é incapaz de fazer parte de um grupo de uma comuni-
de forma incansável o melhor para seu quadro de cooperati-
dade, e se dá mais importância ao ‘eu’ do que ao ‘nós’.”
vas filiadas e honrando o slogan “Uma OCB para Todos”. Outro ensinamento de Bernardinho nos faz refletir: “A missão do líder e sua contribuição de buscar o má-
Muitos são os ensinamentos que podemos extrair da experiência pessoal de Bernardinho, sendo perfeitamente aplicáveis ao nosso dia a dia.
ximo de cada um muitas vezes contrariam interesses,
Para encerrar, fica aqui mais um deles para refletirmos
mas ele deve seguir suas convicções sem buscar popu-
com atenção: “O bom profissional é aquele que nunca acha
laridade, e sim o melhor para sua equipe.”
que o que conquistou é o bastante, que sempre quer algo
E assim tem sido nesta nova fase do cooperativismo
mais, que está disposto a sacrifícios individuais em nome de
no estado do Rio de Janeiro. Muitas vezes interesses
um objetivo coletivo. E o bom líder é aquele que consegue in-
contrários ao progresso do movimento no estado têm
cutir esse questionamento em seus colaboradores.”
sido contrariados, e as críticas - por vezes infundadas e 4
Boa leitura e saudações cooperativistas!
Circulando
Cooperativismo fluminense é homenageado pelo Sistema Senar-Rio e Faerj O cooperativismo do estado do Rio de Janeiro foi
O presidente do Sistema OCB-RJ-Sescoop/RJ, Wag-
homenageado com o prêmio “Parceiros em Destaque”,
ner Guerra, recebeu o prêmio “Parceiros em Destaque”,
oferecido pelo Senar-RJ, em comemoração aos 15 anos
do Senar-Rio, como uma homenagem à parceria entre
da instituição, e pela Federação de Agricultura do Esta-
as instituições e pelos projetos apresentados. Guerra
do do Rio de Ja-
recebeu a homenagem das mãos do presidente da Faerj
neiro (Faerj).
e Senar-Rio, Rodolfo Tavares.
Guerra e Tavares: parceria
O prêmio foi
“O sinônimo de cooperação é trabalhar em comum.
concedido a par-
Desta forma, homenageamos o amigo Wagner Guerra
ceiros
da
e todo o cooperativismo do Estado do Rio de Janeiro”,
dade,
além
entide
afirmou Tavares.
premiar
alguns
O texto da homenagem dizia: “Nada melhor para re-
projetos
apre-
novar um caminho muitas vezes percorrido que o en-
sentados no biê-
tusiasmo e a esperança de uma nova parceria. Novas
nio 2006-2007,
parcerias, novos projetos.”
em
categorias
diversas.
A homenagem foi realizada em abril, no Ferradura Resort, em Búzios (RJ).
JogoRápido
Cooperativismo para inglês ver Grande parte da população inglesa
país. “É o ramo que mais cresce, atin-
tem algum interesse no cooperativismo e
gindo os melhores resultados e ganhan-
vem ganhando especial interesse de pes-
do força com o passar dos anos”, diz.
quisadores nos últimos 10 anos. Esta é
Assim como no Brasil, diz Sommerfeld,
a opinião de Paul Sommerfeld, membro da
existem membros que focam o cooperati-
TB Alert, uma organização não-governa-
vismo no parlamento inglês, o que, segundo
mental internacional que trabalha para o
ele, é bom para o setor. “Até a oposição faz
controle e a erradicação da tuberculose.
discursos de que gostaria de ver um movi-
Sommerfeld esteve no Rio para
mento cooperativista conservacionista.”
uma convenção de saúde e participou
Sommerfeld faz parte de uma coope-
do evento em comemoração ao Dia In-
rativa de consumo e também é candida-
ternacional da Mulher, em março, orga-
to para ocupar uma vaga no equivalente
nizado pelo Sescoop/RJ.
ao Sescoop local.
Paul Sommerfield Sommerfeld destaca que, na Ingla-
Ao chegar aqui, teve a surpresa de
Para ele, o cooperativismo é um negócio
terra, há uma boa estrutura de escolas
ver o grande interesse da população pelo
como outro qualquer, mas possui diferenças
para ensinar aos jovens as raízes do coo-
setor, principalmente por pessoas de bai-
em sua essência. “Você faz alguma coisa ou
perativismo, a fim de desenvolver peque-
xa renda. Na Inglaterra, a situação é dife-
provê algo para alguém comprar. Mas o negó-
nos empreendedores”, diz Sommerfeld.
rente. ”O cooperativismo está chegando
cio, no modelo cooperativo, é diferente, pois
O inglês conclui lembrando que o co-
em áreas nunca antes imaginadas, como
existe o engajamento dos funcionários – que
operativismo não vai resolver todos os
cuidados em saúde, com crianças e até
também são os donos da cooperativa – em
problemas econômicos mundiais, mas
em times de futebol”, afirma o inglês.
atingir lucros melhores. Quanto mais de-
irá encorajar novas atividades, especial-
mocrática é a organização, melhor é a dis-
mente para pessoas de baixa renda, seja
tribuição de lucros para todos”, afirma.
plantando, produzindo ou vendendo.
Segundo ele, o cooperativismo de consumo é o grande destaque naquele
5
Delegação chinesa em visita à OCB/RJ
Circulando
Unimed LF promove atualização científica
A delegação chinesa foi recebida pela superintendente Maria de Fatima Rodrigues e pelo secretário de finanças Gilberto Motta
O Sistema OCB/RJ-Sescoop/RJ recebeu, em abril, a visita de uma delegação chinesa, que veio conhecer in loco o Os encontros acontecem no auditório da AMF
sistema cooperativista brasileiro. O chefe da comitiva, Li Chengyu, veio acompanhado
A Unimed Leste Fluminense, através de seu Núcleo de Desenvolvimento Humano (NDH), e a Associação Médica Fluminense (AMF) promovem, semanalmente, o encontro “Manhãs de Sábado”. O evento consiste na atualização científica, com foco em medicina baseada em evidências e disseminação de conhecimento entre os médicos cooperados. Especialistas proferem palestras e promovem debate sobre um tema específico em cada encontro. Os en-
por membros da Federação Nacional das Cooperativas de Abastecimento e Comercialização da China (ACFSMC), por presidentes e diretores de cooperativas de províncias chinesas. Li Chengyu é presidente da ACFSMC, foi governador da província de Henan e tem status de ministro de estado chinês. Os membros da comitiva foram recebidos pelo secretário de finanças da OCB/RJ, Gilberto de Araújo Motta, pela superintendente do Sescoop/RJ, Maria de Fatima Moraes Rodrigues, e pelos técnicos da casa.
contros baseiam-se nos quatro pilares do NDH – coope-
Segundo o dirigente chinês, a relação entre Brasil e
rativismo, conhecimento, troca e ação – e acontecem no
China é importante para expandir as atividades das coope-
auditório da AMF, localizada na avenida Roberto Silveira,
rativas, e o modelo econômico atual pode viver em conjun-
123, Icaraí, Niterói (RJ) a partir das 8h30.
to com o sistema cooperativista. “Uma das ideologias do cooperativismo, que é a distribuição de sobras para todos os cooperados, começa a ser usada em algumas empresas internacionais”, disse Li.
Crédito de R$ 10 bilhões para agroindústrias e cooperativas O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou em abril a destinação de R$ 10 bilhões que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) repassará para financiamento de capital de giro para agroindústrias, indústrias de máquinas e cooperativas agropecuárias. Segundo decisão do CMN, as taxas de juros serão de 11,25% ao ano. O prazo para contratação desta linha vai até 31 de dezembro de 2009, com prazo de reembolso de 24 meses. 6
STF julga liminar e conclui pela constitucionalidade do Sescoop
Curtas Carlos Alberto Picorelli é o novo presi-
O Supremo Tribunal Federal (STF) julgou o pedido cautelar na Ação
dente da Cooperativa
Direta de Inconstitucionalidade (Adin) nº 1.924, que apontava como in-
Agropecuária de Rio
constitucional a MP 1.715/1998, que criou o Serviço Nacional de Apren-
Bonito (CoopRB), ten-
dizagem do Cooperativismo (Sescoop). O presidente do Sescoop, Márcio
do assumido o cargo
Lopes de Freitas, comemorou o resultado do julgamento, proclamado
na AGO da entidade
em seis votos favoráveis ao indeferimento da liminar frente a cinco ou-
em abril deste ano. Picorelli também o repre-
tros que concluíram pelo deferimento parcial (4) e total (1).
sentante estadual do ramo Agropecuário.
O voto de desempate, que resultou no indeferimento da liminar, foi do
O BNDES intensificou seu apoio para 11
ministro Celso de Mello. Por meio desse voto, restou indeferida a medida
cooperativas de catadores de materiais re-
liminar que culmina com o reconhecimento preliminar da legalidade da MP
cicláveis em 2009 com R$ 7,4 milhões. Os
1.715. Esse resultado dá mais segurança jurídico-institucional à entidade
recursos são provenientes do Fundo Social e
considerada o braço educacional do Sistema Cooperativista Brasileiro. Ago-
destinados à inclusão social dos trabalhadores
ra, o STF vai proceder à análise do mérito da Adin.
da cadeia produtiva da reciclagem no Brasil.
“Este foi um dia histórico para o cooperativismo brasileiro”, desta-
As exportações das cooperativas brasi-
cou o presidente da instituição. Foram dez anos desde que a Adin foi im-
leiras tiveram melhor desempenho no primei-
petrada junto ao STF, que terminou o julgamento favorável ao Sescoop. A
ro trimestre de 2009, comparando-se aos
Adin do Sescoop começou no dia 2 de dezembro de 1998, mesmo ano de
totais exportados pelo Brasil em 2008. O
constituição da entidade do Sistema S focada no cooperativismo.
montante chegou a US$ 668,4 milhões este
Segundo Freitas, a decisão do STF foi um passo importante, uma vez
ano, contra US$ 761,7 milhões em 2008.
que hoje as cooperativas detêm uma entidade do Sistema S especifica-
Segundo a Gerência de Mercados da OCB,
mente voltada para atendê-las. “Antes do Sescoop, não havia programas próprios para o setor, que hoje dispõe de capacitação e formação profissional, monitoramento e desenvolvimento das cooperativas e promoção social dos cooperados, familiares e trabalhadores”, enfatizou.
responsável pelo estudo, os reflexos da crise internacional foram observados pelo setor, com queda de 12,25% nos valores exportados, em relação ao mesmo período de 2008, porém com menor retração que os resultados das vendas externas do país, que
Abertas as inscrições para o Prêmio Cooperativa do Ano 2009
tiveram diminuição de 19,52%. O cooperativismo mundial está de luto. Morreu na manhã de 6 de maio o presidente da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), Ivano Barberini. Barberini completaria 70 anos em 18 de maio e morreu em sua casa, em Módena, Itália. Formado em economia, dedicou toda sua vida ao cooperativismo a partir de uma coo-
Estão abertas, até 30 de junho, as inscrições para a edição 2009 do Prêmio Cooperativa do Ano. Esta premiação, uma iniciativa do Sistema OCB, é considerada pelo setor a mais importante do Sistema Cooperativista Brasileiro. Nesta edição a premiação foi ampliada com dois novos ramos: Trabalho e Educacional. O Prêmio Cooperativa do Ano é uma oportunidade para as cooperativas dos ramos Agropecuário, Consumo, Crédito, Educacional, Infraestrutura, Saúde, Trabalho e Transporte mostrarem seus projetos inovadores e serem reconhecidas no mercado. Formulário de inscrição e regulamento estão disponíveis no portal www.brasilcooperativo.coop.br.
perativa de consumo, em Módena, nos anos 60. Participou do processo que unificou 3,3 mil cooperativas e fechou 7 mil negócios. Barberini substituiu Roberto Rodrigues na presidência da ACI, em 2001. Retornando da Colômbia, nesse ano, visitou cooperativas de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, e acreditava que o Brasil era uma grande oportunidade para o cooperativismo.
7
Entrevista
Jucerja e cooperativismo de mãos dadas
U
m convênio inédito no Estado foi assinado entre a
protocolado e encaminhado para homologação na Junta
OCB/RJ e a Junta Comercial do Estado do Rio de
Comercial. O pedido entrará no sistema na manhã do dia
Janeiro (Jucerja). Pelo acordo, a OCB/RJ passa a atuar
seguinte, e o retorno de cada caso será de acordo com
como um posto avançado da Jucerja - para as coopera-
os prazos legais, que variam entre três dias (para pro-
tivas que forem se registrar na Junta ou que quiserem
cessos) e cinco dias úteis (para certidões).
informações sobre processos antigos -, sendo o primeiro de uma instituição de classe no estado.
Carlos De La Rocque formou-se em Contabilidade nos anos 70 e está na direção da Jucerja desde janeiro de
O presidente da Jucerja, Carlos de La Rocque, em
2007. Foi presidente do Conselho Regional de Contabilida-
entrevista à Rio Cooperativo, frisou que sua meta na
de por quatro anos (hoje ocupa a vice-presidência) e possui
Junta é acabar, ou reduzir ao máximo, com o papel, digi-
um escritório de contabilidade e uma consultoria fiscal.
talizando todos os processos da casa. Além disso, unir e se aproximar de entidades, por meio de acordos que melhorem o atendimento para todos os interessados. Na sede da OCB/RJ, no centro do Rio, será possível pro-
Rio Cooperativo - Como o senhor vê a parceria entre Jucerja e OCB/RJ e que benefícios ela deverá trazer para as entidades envolvidas? Essa parceria traz benefícios para as cooperativas, para a
tocolar processos de constituição de cooperativas, altera-
OCB/RJ e para a Junta, ou seja, todos os envolvidos ganham.
ções de estatuto e pedidos de certidões de documentos já
A OCB/RJ está se tornando um posto avançado da Jucerja,
arquivados. O serviço não terá custo para as cooperativas,
no qual irá receber os processos e nos encaminhar após um
sendo repassados apenas os custos relativos à Jucerja.
saneamento e verificação de toda a documentação, para en-
A OCB/RJ analisará toda a documentação e verificará se está tudo em ordem. Em caso positivo, o pedido será 8
tão ser analisada por nós. Esse convênio foi desenvolvido para agilizar o processo e reduzir o número de exigências.
RC - Como foi a orientação para os técnicos da OCB/RJ?
expressiva do empresariado e dos profissionais envolvidos
Os técnicos da OCB/RJ foram treinados na Jucerja para
na elaboração e apresentação dos atos. Esperamos mini-
realizarem um exame preliminar dos documentos. Três
mizar ao máximo a quantidade de exigências, mas, para que
técnicos receberam as instruções da Junta a respeito do
isso ocorra, é necessário um empenho conjunto de todos.
que precisa constar nos processos. Eles terão a capacidade de, no posto avançado na OCB/RJ, sanear as dúvidas e
RC - Que orientação o senhor dá para que as empresas
agilizar o processo, beneficiando as cooperativas.
encaminhem seus registros de forma mais adequada? Estamos com ações internas para que todos os envolvidos
RC - Como o senhor avalia a nomeação de vogais pelo governa-
nos processos administrativos tenham mais cuidado e aten-
dor Sérgio Cabral, representan-
ção no trabalho. É preciso uma
do a OCB/RJ dentro da Junta?
revisão detalhada do profissio-
Ela vem ao encontro da im-
nal habilitado, antes de proto-
portância que estamos dando
colar os atos na Jucerja, a fim
às cooperativas e por ser um
de reduzir os retrabalhos.
valioso segmento da economia estadual e nacional. Com cer-
RC - Quais são as outras
teza este é um setor muito
ações da Jucerja para se
importante da sociedade e que
aproximar da população? Inauguramos delegacias para
está em amplo crescimento.
facilitar e agilizar o atendimenRC - Qual é o panorama atual
to nos municípios de Três Rios,
das cooperativas dentro da
Petrópolis e Nova Iguaçu, dis-
Junta Comercial? Há núme-
pondo dos mesmos serviços
ros consolidados do setor? Os números são divulgados
“Esta parceria, inédita no estado, traz
realizados pela Jucerja. Melhoramos nosso site, facilitan-
mensalmente no site da Junta
benefícios para as cooperativas, para
(www.jucerja.rj.gov.br). Até feve-
a OCB/RJ e para a Jucerja, ou seja,
meta é acabar, ou reduzir ao
reiro, 21 novos registros foram
todos os envolvidos ganham.”
máximo, com a papelada. Que-
solicitados. Em 2008, o total
Carlos de La Rocque, presidente da Jucerja
remos agilizar e informatizar a
do a leitura e o acesso. Nossa
Junta. Acredito que as coisas
chegou a 104. Já em relação à extinção de cooperativas, foram dois este ano e 20 em 2008.
precisam andar mais rápidas, assim como acontece no setor
Pedidos de alteração foram 69, em 2009, e 862 em 2008.
privado. Existe uma burocracia inerente à área pública e pre-
Foram realizados, em 2009, dois pedidos de abertura de fi-
cisamos agilizar os processos em benefício da população.
liais; em 2008, 20 pedidos, além da extinção de seis filiais. RC - Há reclamações quanto aos custos dos procedimentos? RC - Quais são as principais exigências encontradas nos processos das empresas? O número de exigências nos processos é muito grande: 67%. E para reduzir essa quantidade, a saída está em au-
Sempre existem, mas não aumentamos os custos dos processos há mais de cinco anos. O que arrecadamos é revertido para a própria população, com a informatização e melhoria no atendimento.
mentar o número de postos avançados, ministrar aulas junto aos conselhos, principalmente de contabilidade, por ser
RC - Em relação à renovação dos técnicos e funcionários
esse o foco dos profissionais envolvidos. Um levantamento
da Jucerja, o que está sendo realizado?
feito em 2008 demonstrou que, dos cerca de 50 mil atos de
Estamos trazendo gente nova para a casa. Existiam
registros em exigência na Jucerja, 477 foram devidos à fal-
poucos julgadores e estamos chamando aos poucos aqueles
ta de assinatura dos sócios e 173 na correção do valor do
que passaram no concurso público. Isso é fundamental para
capital autorizado, entre outros. Os números demonstram
renovar e melhorar o atendimento, trazendo sangue novo
o desconhecimento das normas de registro por uma parcela
para o mercado, além da agilidade inerente dos jovens. 9
Governo estadual incentiva produtores de leite Com a redução do ICMS, setor prevê aumento da produção e de empregos
A
pecuária de leite fluminense ga-
da Agricultura, Pecuária e Pesca do
Agricultura, Christino Áureo, o gover-
nha novo fôlego com a redução de
Estado do Rio de Janeiro (Faerj), Ro-
no está abrindo mão do imposto para
alíquotas e benefícios concedidos pelo
dolfo Tavares, a legislação atende aos
que as indústrias e cooperativas pos-
Governo do Estado do Rio de Janeiro.
anseios do segmento para propor-
sam investir em sua produção, mo-
As alíquotas foram reduzidas de
cionar competitividade, em relação
dernizar seus parques industriais e
aos produtos de outros estados.
contratar mais. “Elas terão mais di-
19%, no caso dos produtos lácteos em geral, e 7%, no caso do leite fluido,
“Tínhamos uma grande perda de
nheiro para comprar caminhões, equi-
para zero. Além disso, parte do ICMS
negócios, provocada por uma legisla-
pamentos de ordenha e o que mais
devido pelas cooperativas poderá ser
ção ultrapassada, em comparação a
representar melhoria tecnológica no
transformada em investimento.
outros estados que fornecem para o
campo. Vamos promover a retomada
Os decretos Leis 41.765/09 e
Rio. Essa mudança nos permite vislum-
desse segmento, em um momento
41.766/09, assinados no final de
brar uma nova página na história da pe-
em que a crise mundial ameaça seto-
março pelo governador Sérgio Cabral,
cuária de leite no estado. As coopera-
favorecem a produção interna do es-
tivas vão poder investir na melhoria de
tado, uma medida que vai dar fôlego
suas estruturas, além de atrair novas
ao setor e gerar novos empregos.
indústrias lácteas”, pontuou Tavares.
Para o presidente da Federação
Segundo o secretário estadual de
res mais frágeis”, afirmou. Produção em dobro O Rio de Janeiro consome anualmente, 2,3 bilhões de litros de leite e
ICMS zero trará novos investimentos e multiplicará mão-de-obra no estado, dizem especialistas
10
tem cerca de 70% do seu abastecimento proveniente de outros
Gerenciamento de Propriedades Leiteiras
estados. Porém, a produção do Rio é de 500 milhões de litros/ ano. O mercado lácteo movimenta R$ 3,5 bilhões por ano em todo o estado, gerando emprego para cerca de 100 mil pessoas, entre 22 mil produtores e demais envolvidos na produção, industrialização e distribuição dos produtos. O subsecretário de Agricultura, Alberto Mofati, lembra que
Através do Programa, as propriedades recebem acompanhamento técnico
toda a indústria láctea no Rio de Janeiro teve o ICMS zerado para
O Programa de Gerenciamento de Pro-
sistidas. Cada produtor segue um planejamen-
venda de produtos dentro no es-
priedades Leiteiras, desenvolvido desde mar-
to elaborado pelo técnico do programa, sendo
ço de 2004 em pequenas propriedades rurais
estabelecido um prazo de cumprimento para
do Estado do Rio de Janeiro, está em um novo
cada meta estipulada, de acordo com a reali-
patamar e processo de desenvolvimento.
dade financeira de cada produtor.
tado. “Mantém-se, no entanto, a possibilidade de gerar crédito para quem compra. Quando uma cooperativa industrializa o leite e entrega no varejo local, oferta crédito para o comprador e, por isso, o supermercado tem interesse em comprar nela”, afirma Mofati. A previsão é de que, em quatro anos, a produção atual de 500
O objetivo é confirmar a viabilidade econômi-
O conteúdo do Programa tem como base
ca da atividade leiteira com focos estratégicos
o Sistema de Produção de Leite a Pasto e o
em transferência de tecnologia, gerenciamen-
uso de controles gerenciais para a tomada
to e gestão, capacitação de técnicos e produ-
de decisões por parte do produtor.
tores com sistemas de produção, planilha de
São realizados procedimentos como:
custos, criação de um modelo de produção e
exames de tuberculose e brucelose, esco-
implementação do cooperativismo.
lha da área a ser trabalhada, levantamento
Segundo o assessor técnico do Senar-RJ e
topográfico, análise de solo, controles zoo-
coordenador do programa de Propriedades Lei-
técnicos, financeiros, climáticos e animal,
teiras, Maurício Salles, o projeto Balde Cheio,
implantação do manejo intensivo de pasta-
da Embrapa, está presente em 12 estados da
gem irrigada, uso da cana-de-açúcar duran-
federação e a intenção é de que 100 proprieda-
te o período seco, balanceamento da dieta,
des participem do projeto até o final de 2009.
quadro dinâmico de controle reprodutivo,
de empresas de porte para in-
“Vale lembrar que o treinamento dos técnicos é
inseminação artificial, entre outros.
gressarem no estado. Mas, como
feito nas propriedades leiteiras, atuando na prá-
milhões de litros/ano dobre. ”Parcerias já estão sendo construídas e negócios acontecendo. A Secretaria recebeu pelo menos 15 consultas nas últimas semanas
existem muitos pontos de vendas,
tica diária, o que melhora o processo”, frisou.
as redes de distribuição menores
O Programa de Gerenciamento de Pro-
continuarão a receber os produ-
priedades Leiteiras é uma parceira entre
tos de cooperativas e pequenos
Faerj, Sebrae, Senar-Rio, Embrapa Pecuária
produtores”, ressalta Mofati.
Sudeste, Sociedade Nacional de Agricultura e
A secretaria estadual de Agri-
Secretaria de Agricultura do Estado do Rio de
cultura vai ampliar, via Banco do
Janeiro e, a partir deste ano, também passou
Brasil, o acesso ao crédito rural,
a contar com a OCB/RJ e o Sescoop/RJ.
por meio do programa Rio Leite. O investimento deverá ser 23% maior no primeiro semestre de 2009, em comparação ao mesmo período do ano passado.
Atuação técnica
Também são utilizados materiais didáticos como o guia prático de produção de leite, manuais de dieta econômica, de manejo do rebanho, de gestão e qualidade, além de apresentação de filmes sobre suplementação volumosa de cana-de-açúcar com uréia para o período seco e sobre o sistema intensivo de leite a pasto. A partir de maio, o pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste, Artur Chinelato, e sua equipe farão uma avaliação dos traba-
Cada técnico atende a uma média de 10
lhos dos técnicos nas propriedades aten-
propriedades, sendo uma como Unidade De-
didas pelo Programa nas Regiões Norte e
monstrativa e as demais como Unidades As-
Noroeste do Estado do Rio.
11
Senador Odacir Zonta (ao microfone): “A classe política precisa apoiar o cooperativismo”
Agora é lei! Presidente Lula sanciona a regulamentação das cooperativas de crédito
A
s cooperativas de crédito ganha-
poupança, além de oferecer assistência
5.764/71, e pela regulação especí-
ram mais espaço para ampliar
financeira aos associados e prestar ser-
fica do Sistema Financeiro Nacional
suas ações junto aos cooperados.
viços em favor da vocação societária.
(SFN), desde que sejam respeitadas
Receberam, no conjunto de novas me-
Os recursos de caixa poderão ser apli-
as disposições da lei complemen-
didas, benefícios e aberturas em prol
cados em títulos e valores mobiliários
tar”, afirmou o dirigente.
do setor. O presidente Luiz Inácio Lula
e em outras opções de investimentos
da Silva sancionou, no dia 17 de abril,
oferecidas pelo mercado de capitais.
A representante nacional do ramo Crédito e coordenadora do Ceco, De-
a Lei Complementar 130/09. As coo-
As cooperativas centrais poderão
nise Damian, avaliou algumas con-
perativas de crédito passam a contar,
ter abrangência nacional e organizarão
quistas recentes do setor. “Flexibili-
a partir de agora, com uma legislação
os serviços econômicos e assistenciais
zação do Plano de Segurança para as
específica que estabelece normas pa-
de interesse das cooperativas afiliadas.
cooperativas de crédito, liberação de
ra o seu funcionamento, regulamen-
Já os bancos cooperativos têm como
mais R$ 300 milhões para o Procap-
tando, assim, o Sistema Nacional de
objetivo proporcionar o acesso das co-
cred, alteração do limite para decla-
Crédito Cooperativo (SNCC).
operativas de crédito ao mercado.
ração de quotas no Imposto de Renda
O texto tem por objetivo garantir a segurança jurídica necessária ao desenvolvimento do setor e, assim, facilitar o acesso ao crédito a pequenos produtores rurais, comerciantes e industriais e à população de baixa renda.
Conquista conjunta Essa conquista é fruto de trabalho em conjunto do Conselho Especializado do Ramo Crédito (Ceco/OCB), confede-
(de R$ 1.000,00 para R$ 5.000,00), entre outras”, disse Denise. A coordenadora do Ceco também destaca outras conquistas impor-
rações, centrais, parlamentares, fede-
tantes para o ramo: os 2,5% em
rações e instituições ligadas ao setor.
recursos que passaram a ser reco-
Aprovada pelo Senado no dia 24
O presidente da Organização das
lhidos pelas cooperativas de crédi-
de março, a regulamentação deter-
Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio
to sobre a folha de pagamento dos
mina que o sistema será integrado
Lopes de Freitas, disse que a impor-
seus empregados para serem apli-
por cooperativas singulares de cré-
tância de uma regulamentação especí-
cados por meio do Serviço Nacional
dito, cooperativas centrais de cré-
fica do sistema de crédito cooperativo
de Aprendizagem do Cooperativismo
dito, confederações de cooperativas
é garantir a segurança jurídica neces-
(Sescoop) e o plano de segurança
de crédito e bancos cooperativos.
sária ao desenvolvimento do setor.
dessas sociedades.
As singulares, que só poderão reali-
“Com a nova regulamentação, as
Para que a regulamentação saísse
zar operações de crédito com associa-
cooperativas de crédito continuarão
do papel, mais de duas décadas se pas-
dos, deverão estimular a formação de
a ser regidas pela lei cooperativista
saram (o SNCC está previsto no artigo
12
Paulo Araújo/OCB Nacional
192 da Constituição Federal de 1988).
Setor tem mais de 4 milhões de cooperados
De acordo com o presidente do Sindicato das Cooperativas de Crédito do
De acordo com dados do Banco Central de de-
Estado do Rio de Janeiro, Jorge Me-
zembro de 2008, o conjunto das cooperativas
neses, as mudanças serão benéficas
de crédito apresenta ativos de R$ 44,5 bilhões;
para todos, cooperativas e cooperados:
patrimônio líquido de R$ 9,4 bilhões; depósitos
“Estávamos de mãos atadas. Agora,
totais de R$ 18,9 bilhões; e operações de crédi-
alguns projetos que estavam engaveta-
to de R$ 21,8 bilhões. São 1.453 cooperativas,
dos poderão ser desenvolvidos”, disse.
gerando mais de 50 mil empregos diretos, com
O gerente da Federação Nacional das
4,2 milhões de associados.
Cooperativas de Crédito Urbano, Paulo Muniz, destaca o artigo nono da Lei, que diz que a passa a ser aceita a compensação de perdas de um exercício com sobras dos exercícios seguintes, desde que esteja ajustada aos limites patrimoniais exigidos. “Isso será um benefício para todos”, comenta Muniz. Evento comemora conquistas
zações estaduais junto com cinco
tado federal Odacir Zonta, ressal-
senadores e 16 deputados federais,
tou também a importância das coo-
integrantes da Frencoop, e repre-
perativas na socialização do crédito
sentantes do Banco Central.
à população brasileira. E enfatizou a
Em seu agradecimento aos pre-
iniciativa da Frencoop de estimular
sentes, o presidente da OCB res-
a criação de frentes parlamenta-
saltou que as vitórias em 2008
res do cooperativismo nas câmaras
foram muitas. “Em especial, a re-
municipais e nas assembléias dos
Para comemorar as conquistas
gulamentação das cooperativas de
estados, de modo a ampliar a par-
legislativas do ramo Crédito, a OCB
crédito no Brasil, graças ao esfor-
ticipação do cooperativismo na via
Nacional realizou, em abril, em Brasí-
ço e ao empenho da base coopera-
política dessas casas legislativas.
lia, jantar para cerca de 200 líderes,
tivista”, disse.
dirigentes de cooperativas e organi-
“A classe política precisa apoiar o
O presidente da Frencoop, depu-
cooperativismo”, decretou Zonta.
Principais mudanças da regulamentação do setor •
Acesso a recursos oficiais para o financiamento das atividades
•
de seus associados;
•
associados e a não associados;
exercícios seguintes, o saldo
Concessão de créditos e garan-
remanescente das perdas verificadas no exercício findo;
tias a integrantes de órgãos es-
•
As cooperativas centrais de
Prestação de outros serviços de
tatutários, assim como a pesso-
natureza financeira e afins para
as físicas ou jurídicas que com
crédito e suas confederações
eles mantenham relações;
podem adotar, quanto ao poder
Quadro social composto de pes-
de voto das filiadas, critério de
soas físicas e jurídicas, defini-
proporcionalidade em relação ao
do em Assembleia Geral,
número de associados indire-
•
com
previsão
tamente representados na As-
no
estatuto social;
sembleia Geral, conforme regras
•
estabelecidas no estatuto;
A
Assem-
bleia Geral po-
•
A Assembleia Geral Ordinária
derá
deliberar
das cooperativas de crédito se
pela
compensa-
realizará anualmente, nos qua-
ção,
por
tro primeiros meses do exercí-
meio
de sobras dos
cio social. 13
Paulo Araújo/OCB Nacional
Representante nacional fala sobre conquista do ramo Crédito Em depoimento à revista Rio Cooperativo, a representante nacional do ramo Crédito, presidente da Unicred Brasil e coordenadora do Conselho Especializado de Crédito da OCB (Ceco), Denise Damian, avaliou as mudanças promovidas pela regulamentação do setor.
Denise Damian no jantar comemorativo da OCB em Brasília
RC - O que representa a Lei sancio-
conselho fiscal de 1 para até 3 anos.
oportunidades de negócios gerados
nada pela Presidência da República?
As cooperativas investiam na capa-
pela nova Lei e adequar seus proces-
A Lei Complementar 130, sancio-
citação de seus conselheiros fiscais,
sos. A LC130 existe especificamen-
nada pelo Presidente Lula no dia 17 de
mas o curto tempo de mandato não
te para as cooperativas de crédito.
abril representa um marco para o coo-
permitia que fizessem o acompanha-
Diversos pontos de dúvidas para al-
perativismo brasileiro. As cooperativas
mento efetivo de seu trabalho em
gumas cooperativas foram sanados
de crédito atuavam sob a ei 5.764/71,
médio e longo prazos. Outra alte-
e elas precisam estar atentar para
que dispõe sobre o cooperativismo em
ração benéfica é a possibilidade de
verificarem se seus processos estão
geral. A LC 130 torna o ramo crédito
prestação de serviços a não asso-
condizentes com a nova lei.
como primeiro do cooperativismo que
ciados, com exceção da captação de
possui lei própria. Esta conquista, en-
recursos e empréstimos.
tão, abre portas para que sejam aprovadas leis que fortaleçam as coopera-
RC - Que dificuldades as cooperativas
As cooperativas deverão realizar alguma mudança legal por conta disso?
poderão enfrentar a partir de agora?
A aprovação da Lei Complementar
Não acredito que existirão difi-
não muda a rotina das cooperativas
RC - Quais os benefícios imediatos
culdades para as cooperativas, mas
de imediato. Para usufruir da maior
da mudança?
um período de adaptação. A partir
parte das novas regras, as coopera-
Existem diversos benefícios, res-
de agora, as cooperativas neces-
tivas precisarão apenas realizar AGE
saltamos a ampliação do mandato do
sitam analisar detalhadamente as
para alteração de seus estatutos.
tivas de todos os segmentos.
14
Causa&Efeito Abdul Nasser é especialista em Direito Tributário e em Gestão de Cooperativas. Ronaldo Gaudio é especialista em Direito Processual Civil e MBA em Business Law. Ambos são sócios da Gaudio & Nasser Advogados Associados e assessores jurídicos do Sistema OCB/RJ-Sescoop/RJ.
Crimes contra a ordem financeira e tributária A falta de emissão de nota fiscal
servar elementos técnicos afetos à
dos serviços das cooperativas do
tipologia da conduta descrita pela lei.
mercado de saúde suplementar tem
Recomenda-se,
sido aventada pela fiscalização tribu-
da emissão de notas fiscais, que as
tária como possível hipótese do ilícito
cooperativas evidenciem a emissão de
penal previsto na Lei 8.137/90. Ain-
fatura. Tal prevenção terá relevante
da no âmbito da auditoria fiscal, as
repercussão para eventual discussão
cooperativas têm sido turbadas pela
da matéria, em especial quanto à ine-
ameaça de envio de informações ao
xistência de modalidade culposa e a
Ministério Público, para investigação
exigência de resultado para o tipo pe-
e instauração de inquérito para apu-
nal em questão, além de vários outros
ração da existência do ilícito.
elementos que tornam incorreta a
independentemente
A questão merece ex-
conclusão pelo cometimento do ilícito.
trema cautela, princi-
Salienta-se que a autoridade pú-
palmente em razão de
blica somente poderá enviar repre-
tal conclusão, na maio-
sentação ao Ministério Público quan-
ria dos casos, não ob-
do exaurida a esfera administrativa.
A dogmática da atividade-fim Os recentes precedentes judiciais
lação de trabalho.
Apresentação da DIMOB e multa por atraso As
sociedades
cooperativas
do
ramo Habitacional devem ficar atentas à obrigatoriedade de apresentação da DIMOB – Declaração de Informações Sobre Atividades Imobiliárias, prevista na IN/SRF n.º 694/06, que terá por objetivo a prestação de informações sobre toda e qualquer atividade imobiliária exercida pela cooperativa no âmbito de sua atividade econômica. A SRF já se manifestou sobre a obrigatoriedade das cooperativas apresentarem esta declaração, através da Solução de Consulta n° 02/07: ”A obrigação da entrega da Dimob, de que trata o art. 1o, inciso IV, da IN RFB nº 694, (...), abrange as Cooperativas Habitacionais de Autoconstrução, Autogestão ou Gestão Assistida. A prática do ato cooperativo de entrega do imóvel ao cooperado enseja a
e a solução de investigações em face
Nessa linha, o próprio MPT vem re-
de cooperativas de trabalho ratificam
conhecendo, através de Termos de Ajus-
que ainda é bastante mitigável a Sú-
tamento de Conduta, soluções eficientes
Vale lembrar que essa declaração é
mula 331 do TST, pois inúmeras são
e lícitas para a terceirização, especial-
anual e deve ser apresentada no mês
as hipóteses de serviços contratáveis
mente quando as cooperativas tenham
de fevereiro de cada ano, sob pena de
em atividade-fim, sem a inserção no
retificado seus modelos de negócios para
multa de R$ 5.000,00 por declaração
quadro efetivo dos tomadores, sem a
obterem efetiva prestação especializada
não entregue, multiplicada pelo núme-
subordinação e com otimização da re-
de serviços.
ro de meses em atraso.
prestação da informação prevista no art. 2º da IN RFB nº 694, de 2006.
Retenção de IR sobre as sobras, uma questão polêmica Segundo a Solução de Divergência n°
namento que será adotado por todos os audi-
o posicionamento, é pruden-
2/08 da SRF, sujeitam-se à tributação na
tores fiscais da Receita Federal, podendo ainda
te o ajuizamento de ação
fonte como antecipação do imposto devido
ser adotado em relação a outros ramos, como
tributária com depo-
na Declaração de Ajuste Anual as sobras
transporte, saúde, educacional, produção etc.
sito em juízo. Caso
apuradas por cooperativas de trabalho e co-
Até o resultado da Solução de Divergên-
locadas à disposição dos cooperados, inclusi-
cia, o entendimento sobre o assunto não era
contrário, a cooperativa estará sujeita
ve por meio da capitalização.
unânime dentro da própria Receita, sendo
a lançamento de ofício
Esta decisão possui caráter vinculante
ainda extremamente questionável na esfera
com os respectivos gra-
para a Administração Fiscal, sendo o posicio-
judicial. Para aqueles que não concordam com
vames legais.
15
Opinião
Solange Barbalho é diretora administrativa da Join Consult - Cooperativa de Trabalho, professora universitária e Consultora em RH e Cooperativismo.
O perigo de opinar sem vivência “O futuro tem muitos nomes, para os fracos é o inatingível, para os valentes a oportunidade.” Vitor Hugo.
A
s cooperativas são empresas
Diante de dados excelentes, fica a
balhos, participar de licitações. No
de sucesso ou empresas filan-
pergunta: por que não somos re-
momento, parece distante a possi-
trópicas? Vocês acreditam em co-
conhecidos como empresários que
bilidade de igualdade, visto que algu-
operativas? Cooperativa é um bom
contribuem com uma parcela socio-
mas empresas púbicas assinaram o
negócio para os dirigentes que ga-
econômica no Brasil?
Termo de Ajustamento de Conduta
nham fortunas!
Mas não quero apenas formular
(TAC), onde se comprometem a não contratar cooperativas.
Tal sentimento expressado no dia
perguntas e sim dar algumas res-
a dia não reflete a verdade, e sim o
postas. Posso afirmar que somos
Diversos segmentos de classe
desconhecimento sobre o coope-
um sucesso, não praticamos filan-
opinam sobre cooperativismo e co-
rativismo, e também o preconceito
tropia e sim o sétimo princípio: Res-
operativa, o que me causa estra-
em torno do assunto. Os dados re-
ponsabilidade Social. E nas cidades
nheza, porque qualquer laudo sobre
centes de um painel no seminário A
onde são constituídas cooperativas
área especifica só terá validade se
Crise Contemporânea como Oportu-
existem dados que comprovam me-
o profissional for versado na disci-
nidade para o Cooperativismo, pro-
lhora no Índice de Desenvolvimento
plina em questão. Vamos imaginar
movido pelo Sescoop/RJ me moti-
Humano (IDH). Ouvimos pela mídia
o inverso, cooperativistas opinando
varam a escrever este artigo como
que somos empresas fraudulentas,
sobre outras áreas que não fossem
reflexão do valor socioeconômico das
ficamos com o sentimento de que
cooperativismo. Seria um escânda-
cooperativas, principalmente no Rio
não somos empresas, e sim algo
lo. Não generalizo, mas são poucos
de Janeiro. O palestrante era o ge-
inominável!
perguntamos,
os segmentos que nos vêem com
rente de Mercado da OCB Nacional,
parece coisa de concorrentes, bri-
credibilidade. Imaginem a parcela de
Evandro Ninaut, que na sua exposi-
ga de mercado, engana-se. Essa
cidadãos que estão fora do mercado
ção traduziu em números a impor-
classificação vem de uma institui-
de trabalho por falta de adequação
tância das cooperativas no Produto
ção judicial como o Ministério Pú-
profissional e são acolhidos em coo-
Interno Bruto (PIB), estimado em
blico (MP), que nos classifica assim
perativas nos mais diversos ramos,
6,5%, um faturamento considerável,
e tem a chancela de quarto poder.
que transformam esses cidadãos,
com a concentração de 41% das co-
Assusta-me, porque em todos os
retirando-os do estado de miséria
operativas na região Sudeste.
segmentos existem maus profissio-
para o estado de cidadania.
O ramo Trabalho liderava os grá-
Então,
nais, mas não justifica generalizar.
Diante da crise atual de desem-
ficos de crescimento juntamente
Diante do incômodo, desejamos
prego, as cooperativas são opções
com a grande promessa atual, as
ter direitos, como já temos deve-
viáveis, gerando esperança para to-
cooperativas de crédito, que mo-
res, e acatamos. Queremos ter di-
dos, uma vez que cooperativas não
vimentam um volume de R$ 15,9
reito às oportunidades de trabalho
precisam da iniciativa privada para
bilhões em operações de crédito.
autônomo, e não fragmentos de tra-
serem constituídas.
16
Para se destacar em um mercado cada vez mais acirrado e competitivo, é necessário utilizar as ferramentas mais adequadas para trabalhar a imagem de sua empresa. Aliar criatividade e bom gosto, sensibilidade e praticidade, dinamismo e qualidade. Este é o compromisso da Montenegro Comunicação & Eventos, uma agência que analisa as necessidades de cada cliente e propõe soluções eficazes de comunicação, gerando resultados positivos.
Com um atendimento personalizado e em sintonia com os objetivos de sua empresa, a Montenegro é formada por profissionais com vasta experiência em comunicação empresarial.
O trabalho gerenciado pela Montenegro é dinâmico. São parcerias com cada cliente, colaborador e fornecedor; são laços construídos com profissionalismo, a fim de garantir a segurança necessária para desenvolver uma política de comunicação corporativa de sucesso.
17
Capa
s a o b
Um ano de mudanças E
m um ano de adaptações e mu-
bastante concorridos e elogiados por
leite em pequenas propriedades, atra-
danças internas, a casa do coope-
sua qualidade e organização.
vés do Programa de Gerenciamento
rativismo fluminense já começou a co-
Ancorada no slogan “Uma OCB
de Propriedades Leiteiras. O Sescoop/
lher os frutos que foram plantados pela
para Todos”, a OCB/RJ trabalhou para
RJ também foi uma das instituições
nova gestão da entidade, que assumiu
suas filiadas e, como resultado da
que fomentou e multiplicou as infor-
os trabalhos em abril do ano passado.
aproximação promovida pela gestão
mações para os produtores rurais. E
Com um balanço anual conside-
Wagner Guerra (ver entrevista ao lado),
a mais recente vitória, desta vez junto
rado positivo pelo atual presiden-
novas cooperativas vêm ingressando e
ao Governo do Estado, foi a redução
te, Wagner Guerra, a OCB/RJ vem
reforçando o Sistema e sua represen-
das alíquotas de ICMS para zero so-
equacionando problemas financeiros
tatividade no cenário nacional.
bre a venda dos produtos lácteos e do leite fluido. Com isso, as cooperativas
passados e resgatando cooperativas que estavam fora do Sistema.
Conquistas políticas
poderão investir em tecnologia e me-
Neste processo de renovação, o
Com as mesmas perspectivas
trabalho desenvolvido pelos técnicos
de trabalho e baseando-se nas di-
do Sescoop/RJ tem sido de funda-
retrizes da OCB Nacional, o estado
aconteceu em Barra Mansa, primeiro
mental importância. Encontros, pa-
do Rio de Janeiro ganhou visibilidade
município a aprovar uma lei de incen-
lestras, cursos, seminários e outras
em Brasília, passando a ser solici-
tivo ao cooperativismo, com inclusão
ações no que se refere à capacitação
tado para participar de eventos e
do tema no currículo escolar.
cooperativista e à adequação de pro-
encontros nacionais. Além disso, a
Além de abrir suas portas para
cedimentos normativos e cadastrais
OCB/RJ também tornou-se uma re-
receber os cooperados, a OCB/RJ
também foram o foco de aprimora-
ferência nos últimos meses, moti-
está indo até as cooperativas. Sua
mento da atual gestão.
vando profissionais de todos os se-
diretoria vem cumprindo um exten-
tores da instituição a participarem
so cronograma de visitas, passan-
de palestras em todo o estado.
do por vários municípios do interior
De cursos de tributação nas áreas financeira e administrativa, passando por
lhorias em suas estruturas. Outra
importante
conquista
palestras motivacionais para enfrentar
Algumas conquistas políticas pauta-
do estado, e se aproximando ainda
um momento de mudança de paradigma
ram este primeiro ano da nova OCB/RJ.
mais de cooperativas em localida-
no cenário econômico-financeiro mundial,
Com a Junta Comercial do Estado (Ju-
des remotas, que não possuem fa-
a instituição desenvolveu ações para o
cerja) foi desenvolvido um acordo para
cilidade para irem até a sede, no
crescimento das cooperativas.
tornar a instituição um posto avança-
centro do Rio.
A série de seminários “INSS para
do da Junta (ver entrevista na página
O Rio de Janeiro merece respeito
Cooperativas” foi um sucesso por
8), além da nomeação de um vogal da
por ter um cooperativismo forte e co-
onde passou, prometendo repetir a
OCB/RJ naquela instituição.
eso. Graças a uma atuação pautada
dose em 2009. Encontros do ramo
Com a Federação da Agricultura,
pela ética pela oportunidade dada às
Trabalho, seminários atualizados so-
Pecuária e Pesca do Estado do Rio de
cooperativas, hoje existe uma aten-
bre a crise financeira mundial e even-
Janeiro (Faerj), foi acertado um con-
ção maior de todos os órgãos na-
tos direcionados, como a homenagem
vênio para difundir nas cooperativas
cionais, cooperativistas ou não, pelo
ao Dia Internacional da Mulher, foram
o processo de produção intensiva do
Sistema OCB-RJ – Sescoop/RJ.
18
Uma instituição respeitada RC - Que leitura o senhor faz des-
ceria com a Faerj, na qual estamos
se primeiro ano de mandato?
ajudando a melhorar a cadeia leitei-
O balanço anual da nova admi-
ra do nosso estado.
nistração do Sistema OCB/RJ-Ses-
Promovemos dois encontros com
coop/RJ é muito positivo, apesar de
as cooperativas do ramo Trabalho e
ter sido um ano difícil, em que tive-
que foram um sucesso de público,
mos que fazer várias mudanças. E
assim como o encontro com o trans-
mudanças sempre geram rejeições,
porte alternativo.
pois a estrutura se modifica, assim
Um dos trabalhos da atual gestão
como a linha de conduta e compor-
que teve projeção em nível nacional foi
tamentos internos.
a criação do Catálogo de Treinamen-
Encontramos a casa com al-
to & Desenvolvimento 2009. Em uma
guns problemas sérios, que tive-
ação inédita no Rio de Janeiro, ele foi
mos que equacionar. Com o apoio
criado após reivindicações das bases.
de todos os diretores e funcioná-
Cada ramo indicou o que é de interes-
rios, conseguimos solucionar e co-
se e reunimos tudo neste catálogo.
locar a instituição em ordem.
Outro fato que marca a nossa ges-
Wagner Guerra, presidente do Sistema OCB/RJ-Sescoop/RJ
mostra que a instituição pertence às cooperativas, não importando seu tamanho. Todas que contribuem são donas e podem usar os serviços que disponibilizamos. A casa está aberta para as cooperativas. Hoje, cooperativas que estavam fora estão voltando para o Sistema e isto
Relembro o dia da nossa posse,
tão é a indicação de um vogal da OCB/
uma noite chuvosa e com mais de
RJ na Junta Comercial do Rio de Ja-
500 pessoas presentes, foi um si-
neiro (Jucerja) e, também, a perspec-
RC - Politicamente, como está a
nal de que o Rio de Janeiro queria
tiva de criação de um posto avançado
movimentação da diretoria?
mudança. E as pessoas estão ven-
da Jucerja na OCB/RJ para melhoria
do as mudanças acontecerem.
no atendimento às cooperativas.
RC - Como o Rio de Janeiro está
RC - Em relação aos eventos pro-
OCB está acreditando em nosso
hoje no mercado nacional?
movidos pela instituição, o que o se-
trabalho. Mas ainda precisamos
nhor pode pontuar?
criar uma Frente Parlamentar de
é muito importante.
Nossos pedidos junto a Brasília estão recebendo um apoio muito grande. Isso mostra que a
O Rio de Janeiro é hoje reconhecido nacionalmente como um
Nos dois últimos eventos, a pre-
Apoio ao Cooperativismo Municipal
estado atuante. Isso aconteceu
sença foi muito grande até o final e a
e Estadual, o que está nos planos
devido ao trabalho que desenvolve-
demanda ultrapassou nossas expecta-
para o segundo semestre.
mos junto às cooperativas. Essa
tivas, pois o público não queria ir em-
gestão fortaleceu e transformou
bora, queria continuar nos eventos.
a OCB/RJ em uma instituição respeitada em nível nacional. RC - Quais foram as principais conquistas da nova gestão? Conseguimos aprovar dois MBAs importantes para o cooperativismo
A qualidade também melhorou muito e temos lideranças nacionais participando como palestrantes em nossos eventos, o que não acontecia anteriormente, mostrando a melhora no conteúdo e qualidade dos eventos.
RC - Quais os próximos passos? Precisamos
aproximar
mais
os segmentos. Vamos promover encontros em todo o estado para podermos sentir mais de perto nossas bases. Nossa perspectiva é agregar mais cooperativas na OCB/RJ e fazer com que elas
com recursos do Fundecoop e que
RC - O que o slogan Uma OCB para
se sintam cada vez mais donas da
devem iniciar ainda esse ano.
Todos representa?
casa. Esperamos que elas retor-
Podemos citar também a par-
O slogan ‘Uma OCB Para Todos’
nem em maior número.
19
Capa
Um Sescoop para todos RC - Como está hoje a estrutura
gando os atos e conquistas que ocor-
interna do Sescoop/RJ?
rem diariamente em nossa Unidade
Aprimoramos nossa retaguarda,
Nacional (UN) e na manutenção de in-
a estrutura interna da casa, con-
formações diversas. Também promo-
siderada área-meio. As áreas-fim,
vemos um alto investimento na equipe
Autogestão e Treinamento, estão
técnica, tornando-a mais bem prepa-
em aperfeiçoamento contínuo, um
rada, seguindo um planejamento que
trabalho que foi iniciado com o Setor
existe na instituição e o cumprimento
de Treinamento e Capacitação, atra-
das três principais ações do Sescoop:
por isso, projetamos a expansão da
vés da contratação de um profissio-
formação profissional cooperativista,
sede e a criação de outros núcleos
nal especializado na área educativa,
monitoramento e promoção social. No
para beneficiar as cooperativas.
trazendo a expertise necessária,
momento em que uma gestão se propõe
apresentando resultados importan-
a ouvir, consegue saber as expectativas
tes, como o Catálogo T&D 2009 -
de seu quadro social e planejar as ações
Sescoop/RJ, gerado após ouvidas as
em busca da excelência no atendimento
bases e estabelecidas as necessida-
e do seu aperfeiçoamento.
RC - Como está a receptividade da UN com a Unidade Rio? O Sescoop/RJ e a OCB/RJ estão plenamente alinhados com as diretrizes da Unidade Nacional (UN), tanto
des educacionais e de treinamento.
Hoje, as cooperativas encontram o
O setor de Autogestão está sen-
exercício da democracia na casa. Encon-
do reestruturado, deixando visíveis
tram técnicos, diretores e presidente
as mudanças no atendimento às de-
prontos para ouvi-las em suas necessi-
mandas. As permanentes visitas de
dades. Uma das conquistas dessa ges-
cooperativas, em busca de informa-
tão é o ingresso de novas cooperativas
ção para o apoio e a segurança na
no Sistema, bem como aquelas que se
RC - Como foram planejados os cur-
gestão, orientações jurídicas e téc-
afastaram e estão retornando.
sos para 2009 e de que maneira as
nicas, informes técnicos, sistema de monitoramento para as cooperativas com registro provisório, através de um trabalho coordenado e amplo, na pesquisa e no acompanhamento, dando às visitas um procedimento efetivamente técnico. Em breve,
RC - Como vêm sendo trabalhados os recursos humanos da instituição? É uma valorização real. A direção está empenhada na capacitação de nossos colaboradores. Não negamos os treinamentos solicitados e a direto-
nos projetos, como nos treinamentos, na capacitação e no cumprimento das normas. Estamos colocando em prática todos os projetos e ações indicados pela UN.
cooperativas podem participar? Não podemos atuar sem um planejamento. Este planejamento ocorreu no ano passado, possibilitando que o setor trabalhasse de maneira direcionada às necessidades apresentadas. Desenvolvemos o Catálo-
também trabalharemos com consul-
ria também recomenda alguns cursos.
torias especializadas para assuntos
Qualquer equipe fica motivada quando
mais específicos. Esse é um olhar
a direção investe e estamos investindo
é composto de informação técnica
atento desta gestão às necessi-
porque acreditamos em nossa equipe.
especializada, sendo amplamente
to 2009, algo inédito no estado, que
distribuído. Esse é um trabalho pla-
cedimentos e a tecnificação que o
m o s
nejado que veio para ficar. Vale res-
mercado exige.
preocu-
saltar que estamos caminhando em
pados
um processo de crescimento e, em
O setor de Comunicação também está sendo expan-
Também
go de Treinamento & Desenvolvimen-
esta-
dades da base, agilidade nos pro-
20
Maria de Fatima Moraes Rodrigues, superintendente do Sescoop/RJ
com
o
dido. Procuramos ampliar a
conforto
base de informação, divul-
de todos e,
breve, teremos uma nova sistemática no setor de Treinamento. Estamos dando efetivamente
retorno às contribuições das co-
do projetos aos NACs, que encaminham
operativas, mas elas precisam
ao Sescoop/RJ. Tivemos sucesso total
estar devidamente registradas na
na região Sul Fluminense com a apro-
OCB/RJ, recolherem 2,5% sobre a
vação da lei cooperativista municipal,
folha de empregados ao Sescoop/RJ
para implantar o ensino cooperativista
e cumprirem com seus compro-
na rede escolar. Com os NACs, visu-
missos financeiros junto à institui-
alizamos com mais clareza as neces-
ção para poderem participar dos
sidades das regiões e a resposta que
cursos e demais eventos.
estamos recebendo chega a ser difícil
RC - Como está a aprovação dos MBAs do Crédito e da Saúde? Essa foi outra grande vitória desta gestão. O início dos MBAs está previsto para a primeira semana de julho de 2009. Estamos na fase final de organização, revisando as matérias, com processos de seleção de professores e estruturando os espa-
até de mensurar, porque eles possuem
A Uniodonto Rio foi uma das cooperativas visitadas em 2008
um papel fundamental de estar todos os dias junto às cooperativas de sua
rio, que é a capacidade de treinar
região e levar a OCB/RJ e o Sescoop/RJ
permanentemente. É uma gestão
às cooperativas do interior.
democrática, onde todos podem se
Além disso, estamos estruturan-
pronunciar: quem está satisfeito e
do os NACs não somente com um
quem quer sugerir ou recomendar al-
melhor espaço físico, mas com uma
guma demanda. Ouvimos todos com
estrutura de logística e aumento do
a mesma atenção e seriedade.
quadro de colaboradores em determi-
Os conselhos, tanto da OCB/RJ
nadas regiões. O NAC Serrana está
no projeto e vamos lançar os MBAs
quanto do Sescoop/RJ, possuem um
em funcionamento, ainda sem espa-
em Gestão de Cooperativa de Crédito
único ideal: tornar viável a realização
ço fisico definido, mas o trabalho vem
e em Gestão de Cooperativas de Saú-
do que foi planejado no período e que
sendo realizado e está congregando
de Suplementar, ambos com chance-
será implantado gradativamente.
as cooperativas de sua área de atua-
las da Fundação Getúlio Vargas. Es-
ção. O NAC Lagos, com sede em Ita-
tes projetos são fundamentais para
boraí, está em processo de criação e,
atender a uma camada que precisa
a partir do segundo semestre deste
complementar seu processo de es-
ano, estaremos analisando algumas
pecialização. Estamos atuando em
demandas e implantando no início do
projetos macros e chegando até a
próximo exercício os NACs Norte e
base, na formulação de cursos, aten-
Noroeste. Dessa forma, estamos am-
dendo a todos os níveis necessários
pliando ainda mais os braços de ação
para formação de cooperativas e coo-
do Sistema com nossas bases.
ços de treinamento. A UN acreditou
perativistas. O custo dos MBAs será irrisório em comparação ao benefício que as cooperativas terão. Os recursos para desenvolver esse projeto foram disponibilizados pela UN por meio do Fundo Solidário de Desenvolvimen-
Esta gestão planejou uma série de ações que tornará o Sistema visível no estado do Rio de Janeiro, junto às autoridades, às expectativas da UN e às nossas co-irmãs. Estamos trabalhando para realizar tudo que foi proposto no início da gestão. Todos têm dado sua parcela de contribuição: presidente, conselheiros, coordenações, colaborado-
RC - Em resumo, qual é o principal
res, terceirizados e, principalmente, a
compromisso da atual gestão?
base cooperativista. Assim, estamos
Essa gestão tem o compromisso
atendendo não apenas ao compro-
de fazer uma OCB para todos e um
misso de Uma OCB para Todos, mas
Sescoop para tudo o que é necessá-
também de um Sescoop para Todos.
to Cooperativo (Fundecoop). RC - E como estão os NACs (Núcleos de Apoio ao Cooperativismo)? As cooperativas estão apresentando suas demandas de treinamento, capacitação, orientação e sugerinTécnicos da Autogestão entregam registros provisórios para a Coomabaf (esq.) e Bom-credi
21
Seminário
Crise? Que crise?
Especialistas apontam caminhos para as cooperativas em plena crise mundial
C
rise ou oportunidade? Para o coo-
caminham juntos”, disse Guerra.
já estão dentro do PL e não têm ideia de que, com esses novos pontos, podem
perativismo, o momento é de re-
O representante estadual do ramo
novação de ânimos e possibilidades de
Trabalho e um dos idealizadores do se-
novos negócios. Para os que não acre-
minário, Ricardo Magalhães, chamou
O advogado comentou também que
ditam, basta lembrar que o movimen-
a atenção para o trabalho coordenado
as empresas mais fracas foram embo-
to surgiu mediante a uma grave crise
e cooperado. “A solidariedade entre as
ra e as cooperativas que chegaram até
econômica no século XIX.
cooperativas deve permanecer. É impor-
aqui herdarão um bom espaço de mer-
tante que haja uma ação conjunta entre
cado. Pastore apontou um caminho: “A
as instituições”, disse Magalhães.
lei muda a realidade e a realidade se
O seminário “A Crise Contemporânea como Oportunidade para
ajusta à lei. Precisamos desenvolver
o Cooperativismo”, promovido pelo Sescoop/RJ, reuniu mais de 100 di-
atingir novos mercados”, disse.
Leis em tramitação
um trabalho junto ao Poder Judiciário
rigentes cooperativistas em abril, no
Abrindo a série de palestras, os
e aos ministros do TST, porque temos
hotel Windsor Flórida, que puderam
advogados Eduardo Pastore e Ro-
cooperativas que são exemplos de su-
debater o tema e apontar novos ca-
naldo Gaudio falaram sobre “O pa-
cesso para as demais”, avaliou.
minhos para as cooperativas.
norama das leis cooperativistas”.
O assessor jurídico do Sescoop/RJ,
O presidente do Sistema OCB/RJ-
Pastore apontou alguns resultados
Ronaldo Gaudio, por sua vez, deu uma
Sescoop/RJ, Wagner Guerra, abriu o
dos trabalhos desenvolvidos pela Comis-
visão panorâmica de oportunidades. “Na
encontro, desejando que os dirigen-
são Parlamentar do Cooperativismo em
nova lei, as alterações trarão impactos
tes saíssem dali com fôlego renovado.
Brasília. “Estamos dando um grande pas-
positivos para as cooperativas. A lei
“Existem chances de crescimento em
so no que se refere à segurança jurídica
está tentando solucionar problemas de
situações como essas. É hora de novas
com o Projeto de Lei 131, que define as
ordem prática, que dificultam o desen-
ideias e projetos. E com o cooperati-
diretrizes do ramo Trabalho. Propomos
volvimento de um negócio. Igualar esses
vismo, crescimento e desenvolvimento
ajustes na lei, mas muitas cooperativas
pontos é o nosso desafio”, disse.
22
O representante nacional do ramo
fortalecer os laços do cooperativismo.
Trabalho na OCB, Geraldo Magela, falou
“Quando no DNA de uma instituição
sobre “Certificação das cooperativas de
existe o empreendedorismo, esse DNA
trabalho para atuação no mercado”.
tem o espírito cooperativista e, assim,
Magela lembrou que a motivação
a cooperativa vai crescer”, pontuou.
para o surgimento do cooperativismo foi
“Oportunidades em momentos de
a indignidade pelo trabalho injusto. “Hoje,
crise” foi o tema apresentado pelo con-
quando se fala em regulamentação, pro-
sultor do Sebrae-RJ Orlando Thomé.
põe-se o aprimoramento do funcionamen-
Para ele, o brasileiro é criativo, mas a
to. Além disso, é vital multiplicar postos
inovação é a criatividade que gera re-
de trabalho e reduzir custos”, disse.
sultado. “Algumas premissas são im-
Sobre o Programa Nacional de Con-
portantes, como ter ousadia para ten-
formidade Cooperativa (PNC/Trabalho),
tar e arriscar. E ter criatividade para
que cria um padrão de qualidade para as
fazer diferente e evoluir”, frisou.
cooperativas do ramo e preserva a inte-
Thomé ressaltou também a impor-
gridade do modelo, Magela disse que o
tância de as cooperativas fazerem ne-
programa visa à formação de entidades
gócios entre si. “O foco tem que ser na
realmente comprometidas com os valo-
solução e não nos problemas. A estra-
res cooperativistas. Porém, ressaltou,
tégia deve ser criar novos mercados e
somente a aprovação do PL no Senado
explorar novos caminhos”, disse.
não basta. “As cooperativas precisam se
A professora de finanças da Funda-
reorganizar administrativamente para se
ção Getúlio Vargas, Myrian Lund, trouxe
adequarem às novas leis”, disse.
o tema “A economia mundial e o momen-
Magela falou também que as dificul-
to atual brasileiro”. Para ela, esta não é
dades da crise são para todos, mas as
uma crise, é um momento de reorgani-
possibilidades são para aqueles que vis-
zação do sistema econômico.
lumbram novos caminhos. “A ambiência
“Estamos no momento de plane-
institucional e jurídica é importante, pois
jamento para o futuro. Precisamos
vai contribuir para a construção de co-
pensar onde podemos ser diferentes,
operativas com solidez. Oportunidades
começar a identificar onde criar e se
econômicas decorrem das mutações
destacar, pois o cooperativismo está
dos ambientes de negócios”, finalizou.
em franco crescimento”, avaliou.
Oportunidades à vista
Case de sucesso
O gerente de mercados da OCB,
O coordenador geral do Banco de
Evandro Ninaut, ministrou palestra
Palmas, João Joaquim de Melo Neto, en-
sobre as “Novas oportunidades de
cerrou o seminário apresentando o caso
negócios para as cooperativas”. Para
de sucesso da instituição, com sede no
ele, o cooperativismo tem tido uma
bairro Palmas, em Fortaleza (CE).
visão de oportunidade nesta crise,
Sua apresentação (ver box na página
buscando meios para contornar as
seguinte) emocionou o público e demons-
dificuldades e, ao mesmo tempo, se
trou que, sob qualquer circunstância,
revelando como uma alternativa.
existe a possibilidade de se reverter o
Ninaut ressaltou também que, se o
quadro dramático atual e criar novas
crescimento do crédito incomodar, vai
oportunidades de atuação do coopera-
chegar um momento em que haverá de
tivismo. Foi o fecho com chave de ouro
ser feita alguma ação para multiplicar e
que se poderia esperar.
Palestrantes e cooperativistas unânimes: “É preciso união para superar a crise.” 23
Seminário
Banco Palmas, um exemplo a ser seguido
N
o interior do sertão cearense,
melhoraram sua qualidade de vida com
nasceu um grande exemplo de co-
a moeda. Alguns montaram o próprio
ragem, persistência e vontade de mu-
negócio. Aumentou o retorno financei-
dar o quadro de pobreza absoluta para
ro. O comércio cresceu em 30% suas
financiar a melhoria na qualidade de
vendas. E teve um excelente impacto
vida de uma comunidade inteira, e que
na criação de 1.800 postos de traba-
ganhou atenção do Governo Federal.
lhos”, lembrou João.
O coordenador geral do Banco
A mudança no Conjunto Habita-
Palmas, João Joaquim de Melo Neto,
cional Palmeira, uma comunidade
conta que pretendia estimular a produ-
carente de Fortaleza, foi tão gran-
ção local. Para isso, criou uma moeda,
de que a região se desenvolveu junto
a palma (que corresponde a um real),
com a nova moeda.
João Joaquim de Melo Neto
bancos comunitários em todo o país.
para que todos pudessem consumir
Para João Neto, não existe bairro
“Estamos até em comunidades indí-
produtos do bairro e fazer com que o
ou município pobre. “Se você compra
genas e quilombolas. Nossa tarefa
dinheiro circulasse na comunidade.
produtos do local, nas empresas da-
é chegar onde o sistema financeiro
Com o início das atividades em ja-
quela região, todo o município pode
não chega”, frisou.
neiro de 1998, o Banco Palmas aten-
crescer financeiramente. No bairro
O criador do Banco Palmas de-
de hoje a cerca de 540 clientes. No
Palmas, 32 mil moradores foram be-
monstrou que, sob qualquer cir-
ano passado, a Universidade Federal
neficiados com essa moeda, que hoje
cunstância, existe a possibilidade de
do Ceará desenvolveu uma pesquisa
é reconhecida pelo Banco Central”,
reverter o quadro dramático atual e
sobre a moeda local. “O resultado
disse o coordenador.
criar novas oportunidades de atua-
mostrou que 90% dos entrevistados
Com o Banco Palmas, já são 40
Palmas para um sonho • Banco
Comunitário é um serviço financeiro, solidário, em rede, de
natureza associativa e comunitária. Voltado para reorganização das economias locais, na perspectiva da geração de trabalho e renda.
• Não existe bairro, região ou município pobres economicamente. • Existem territórios que de tanto perderem sua poupança interna se empobrecem. Por mais pobre que seja o território, ele é portador de desenvolvimento econômico.
• No bairro Palmas (Fortaleza-CE), 32 mil moradores foram beneficiados com a moeda local.
• 30% de aumento nas vendas do comércio local. • No total, existem 40 bancos comunitários em todo o país. • Prêmios recebidos pela criação da moeda: FINEP 2008, na
cate-
goria Inovação em Tecnologia Social; Objetivos do Milênio (do Governo Federal); Tecnologia Social, da Fundação Banco do Brasil. À direita, imagens de melhorias na comunidade. No alto, como eram as casas nos anos 80; no meio, a reforma promovida com a chegada do Banco Palmas; embaixo, a agência do banco; no detalhe à esquerda, a moeda palma. 24
ção do cooperativismo.
Opinião Myrian Lund é economista e professora de Finanças da Fundação Getúlio Vargas.
Cooperativas de crédito são beneficiadas com a crise
A
s cooperativas de cré-
do financeiro, alguns bancos
dito são Instituições
podem ficar em dificuldades
Financeiras
que
para fechar o caixa, tendo
aceitam
de recorrer ao governo.
depósito a vista tal qual um Banco Comercial. En-
Por sua vez, as coopera-
tretanto, enquanto a crise
tivas de crédito não depen-
tem afetado a liquidez dos
dem do mercado interban-
bancos, as Cooperativas de
cário, pois os recursos são
Crédito vão muito bem, obri-
originários, única e exclusivamente, da cota capital e
gado.
das aplicações dos coope-
Qual a diferença? Os Bancos, cotidianamente, trocam dinheiro no mercado finan-
rados. Cabe às cooperativas, por meio de sua central, aplicar
ceiro, ou seja, os bancos que recebem volume de investi-
o montante disponível (o que não foi emprestado para coope-
mentos de clientes superior às solicitações de empréstimos
rados) em títulos públicos e ou privados de primeira linha.
doam recursos para aqueles que emprestaram mais. São operações interbancárias de curtíssimo prazo (por um dia). Quando este ciclo falha, isto é, quando falta dinheiro no merca-
Crise para uns, oportunidade para outros! É o momento de as cooperativas de crédito aproveitarem esta chance para expandir suas atividades!
25
Evento demonstra a força
O desfile da Coosturart emocionou o público presente
“Mulheres que cooperam e se destacam” foi o tema do encontro em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, promovido pelo Sistema OCB/RJ-Sescoop/RJ
O
dia 24 de março ficará marca-
Os mais de 100 participantes
do no coração das mulheres
acompanharam toda programação do
Soares, Rosana Consuelo Assumpção e Maria Perpétua Alves Barreto.
participaram
dia, que fechou em grande estilo com
A superintendente do Sescoop/RJ
da série de palestras, sorteios e
a apresentação da Orquestra de Cor-
afirmou que as participantes saíram
um dia inteiro repleto de ações co-
das da Grota, uma iniciativa que tem o
fortalecidas do encontro. “Esse
operativistas. Em comemoração ao
apoio assistencial da Cooperforte, e o
dia é uma prova de que o coopera-
Dia Internacional da Mulher, a OCB/
desfile de moda da Coosturart.
tivismo é viável e as mulheres são
cooperativistas
que
RJ e o Sescoop/RJ, promoveram, no
A mesa de abertura do evento foi
competentes em realizar o que se
Guanabara Palace Hotel, no centro
composta pelo presidente do Siste-
propõem e irem até o final”, frisou
do Rio, evento para as mulheres co-
ma, Wagner Guerra, pela superin-
Maria de Fatima.
operativistas com palestras de per-
tendente do Sescoop/RJ, Maria de
Guerra parabenizou todas as mu-
sonalidades femininas que vêm se
Fatima Moraes Rodrigues, e pelas
lheres e as cooperativas que apoia-
destacando no setor.
conselheiras Gilcéa Lourenço, Floraci
ram o evento. Ele destacou o papel da
26
A partir da esquerda: apresentações de Denise Damian, Marlene Dias, Rosa Maria, Marisa Gáudio, Tecris de Souza, Ruth Coutinho,
feminina no cooperativismo mulher na sociedade e no cooperati-
ter atento aos sintomas que levam
está relacionada com o zelo, organi-
vismo. “Existem várias cooperativas
aos distúrbios mentais.
zação, proteção, paciência, carinho e
que estão muito bem estruturadas e
“Numa visão mais ampla, cien-
possuem mulheres na presidência, o
te da sua responsabilidade social,
que revela que a participação feminina
a Unipsico Rio procura mais que o
é fundamental para o crescimento da
bem-estar imediato do seu cliente,
sociedade”, finalizou.
trabalhando solidariamente para a
Saúde financeira, física e mental Ao longo de 10 painéis, foram discutidos temas diversos, desde economia e finanças, comunicação no cooperativismo, política, direitos da mulher, até saúde e responsabilidade social. O primeiro painel foi apresentado pela presidente da Unicred Brasil e representante nacional do ramo Crédito, Denise Damian, que falou sobre seu papel à frente do Conselho Espe-
promoção do bem-estar do indivíduo numa comunidade saudável e economicamente viável. A dor é inevitável. Sofrer além do necessário é uma escolha”, apontou. O papel do cuidador de idosos na sociedade moderna foi o tema do painel apresentado pela presidente da Coopidade, Rosa Maria dos Santos, que enfocou desde a regulamentação
dedicação”, revelou a dirigente. Comunicação é o caminho As ações da OAB Mulher foram destacadas pela presidente da Subseção Teresópolis do órgão, Marisa Chaves Gáudio. “Precisamos combater discriminações, apurar denúncias, promover palestras e eventos para as mulheres. Apesar de todo o caminho que a mulher percorreu na história, em busca de seus objetivos, a renda feminina ainda é menor que a masculina”, destacou Marisa, frisando que
da profissão nos anos 90 e a atuação
a busca de direitos iguais é um dos
do cuidador no trato diário com o pa-
papéis da OAB Mulher.
ciente. Destaque para a presença de
Para falar sobre a importância da
cializado de Crédito da OCB (Ceco),
D. Daura Drummond, 96 anos, clien-
comunicação no cooperativismo, a
bem como as conquistas já alcança-
te da Coopidade, que aprovou com
gerente de comunicação do Sescoop
das, como, por exemplo, a regulamen-
louvor o trabalho da cooperativa.
Nacional, Tecris de Souza, apresentou
tação das cooperativas de crédito.
Rosa Maria faou sobre o rápido
o modelo praticado pela instituição,
“O cooperativismo de crédito bra-
crescimento da população idosa bra-
os canais utilizados e as possibilida-
sileiro é muito importante para a eco-
sileira. “A faixa etária que mais cres-
des para as entidades cooperativas.
nomia do país. Para se ter uma ideia,
ce é a partir de 60 anos. Segundo a
“Através da comunicação pode-
são 1.453 cooperativas com 4,2 mi-
Organização Mundial da Saúde, até
mos fortalecer o cooperativismo,
lhões de associados e 4.182 pontos
2015, o grupo de idosos no Brasil
promovendo sua identidade e sua
de atendimento, gerando 50.787 em-
aumentará em 15 vezes, enquanto a
reputação frente aos diferentes pú-
pregos diretos”, afirma Denise.
população total, em 5 vezes”, disse.
blicos. O cooperativismo precisa ser
A presidente da Unipsico Rio,
Ainda segundo Rosa, as mulheres
uma marca confiável. Com uma co-
Marlene Dias, falou sobre saúde
são consideradas excelentes cuidado-
municação dinâmica e abrangente,
mental e a importância de se man-
ras. “A associação da figura feminina
precisamos fazer com que seja um
mesa de abertura do seminário (Maria de Fatima Moraes Rodrigues com o microfone), Lygia Bastos, Ana Paula Pêgo, Claudia Siqueira e Myrian Lund.
27
Costura com cooperação Máquinas de costura, linhas e agu-
saído da “linha de exclusão” desde
Business e Moda Fashion, além de par-
lhas trabalham sem parar desde 2002,
que ingressou na cooperativa. Claudia
ticipar de desfiles no Fashion Rio.
quando o sonho de Cláudia Pereira de
ministrava aulas de artesanato em
Em abril a Coosturart recebeu o
Siqueira tornou-se realidade, unindo
abrigos e escolas mas não tinha um
Certificado de Registro Provisório da
os primeiros retalhos de um setor
trabalho formal. “Vivia sem horizonte.
OCB/RJ, realizando, assim, mais um
com pouco estímulo na Zona Oeste
Hoje tenho perspectiva de crescimen-
passo para ingressar no Sistema.
e fundando a Cooperativa de Costura
to profissional”, disse a artesã. Sua
Artesanal de Santa Cruz (Coosturart).
capacidade de liderança e praticidade a
Hoje, das mãos de experientes borda-
aproximaram da área administrativa.
deiras, o trabalho ganhou uma dimen-
A Coosturart desenvolve peças de
são maior e o ateliê está a todo vapor,
vestuário artesanais, brindes corporati-
confeccionando coleções completas e
vos, entre outros produtos, preocupando-
participando de desfiles nacionais e in-
se em incentivar a cultura da reciclagem
ternacionais de moda.
e, principalmente, da criatividade, além de
Nascida em Santa Cruz e mãe
trazer para a comunidade a filosofia coo-
de dois filhos, a presidente da Coos-
perativista. Já marcou presença em even-
turart, Claudia Siqueira, afirma ter
tos como a Babilônia Feira Hype, Fashion
referencial no Brasil e no mundo. A
abrange a eficiência, competência, di-
comunicação estimula a intercoope-
namismo, clareza de propósitos e pre-
ração e amplia a participação socioe-
sença de bom humor”, disse Myrian.
Claudia Siqueira e o registro provisório da OCB/RJ
Emoção em desfile Por fim, a diretora presidente da Cooperativa de Costureiras de Santa
Por sua vez, a gerente regional
Cruz (Coosturart), Claudia Pereira de
A vice-prefeita de Barra Mansa,
do Rio de Janeiro da Cooperativa de
Siqueira, contou a história da insti-
Ruth Coutinho, contou um pouco de
Crédito dos Bancos Federais (Coo-
tuição, um exemplo cooperativista de
sua trajetória pessoal e mostrou a for-
perforte), Lygia Bastos, falou sobre
sucesso e que hoje está em destaque
ça feminina no cenário político atual.
cooperativismo e responsabilidade
no mundo fashion internacional.
conômica das cooperativas”, frisou.
“Estar à frente de um município, após uma série de dificuldades, já é
social, dois temas bastante presentes na história da cooperativa.
“Estar aqui é como coroar nossa trajetória. Preparamos a cooperativa
uma conquista para todas nós, mulhe-
“Temos a vontade de realizar, por-
para as futuras gerações. Esse não é
res. A confiança no trabalho sério e a
que nós queremos sempre o melhor.
o tempo só da Coosturart, é o tempo
superação dos problemas foi marcan-
Nós, mulheres, somos mais solidá-
do cooperativismo fluminense. Nossa
te na minha carreira”, lembrou Ruth.
rias e transparentes”, disse Lygia.
preocupação é definir qual o modelo do
A evolução do Sistema Uniodonto Economia e responsabilidade social A área econômica também foi representada pela economista e pro-
no Estado do Rio de Janeiro foi apresentada pela assessora especial da Uniodonto Rio, Ana Paula Pêgo.
cooperativismo vamos deixar para as próximas gerações”, disse Claudia. Ao término do evento, a apresentação da Orquestra de Cordas da Grota,
fessora da Fundação Getúlio Var-
“Crescemos de cinco mil vidas para
formada por jovens de comunidades ca-
gas, Myriam Lund, que falou sobre
90 mil em 10 anos. Isso no mercado é
rentes, assistida pelo Instituto Cooper-
a mulher e as oportunidades e ten-
um crescimento forte”, disse Ana Paula.
forte, emocionou o público presente.
dências no mercado financeiro.
A Uniodonto Rio levou para o even-
Para finalizar em grande estilo, a
“Tratando-se de estilos de ad-
to um miniconsultório dentário, onde os
Coosturart lançou sua coleção outo-
ministração, os homens são mais
participantes conheceram as novidades
no-inverno 2009 em um desfile com
calculistas, agressivos, procurando
em tratamentos dentários da empre-
meninas de comunidades carentes,
sempre vencer. Já a cultura feminina
sa, como o diagnóstico por imagem.
que emocionou o público presente.
28
DataVênia
Adriana Amaral dos Santos é advogada especializada em cooperativismo e sócia da Amaral Santos e Advogados Associados.
Serão auspícios de mudanças?
D
epois de tanto ouvir falar em crise, rendo minhas
guindo um de seus princípios básicos, que é o da auto-
homenagens ao dito popular “depois da tempestade,
gestão, possibilitando uma resposta positiva ao cenário
sempre vem a bonança”. Estaríamos vivendo um momen-
conjuntural da crise econômica e social que ora se apre-
to em que “os bons ventos sopram” para o cooperativis-
senta. E é justamente a “criatividade” que deve eclodir
mo? O tão fatídico discurso de que o cooperativismo de
do mundo cooperativista, como mais uma modalidade de
trabalho no Brasil é, na verdade, uma falácia, uma fraude,
amadurecimento social, onde os cidadãos cooperativis-
parece que começa a ter que mudar seu rumo.
tas possam arregaçar as mangas e definir as bases de
Em março, o ministro Ives Gandra Martins, em dis-
sua estruturação.
curso de posse da nova Diretoria do Tribunal Superior do
Mas devemos ficar atentos, pois a nova Diretoria do
Trabalho (TST), não só admitiu a flexibilização trabalhista,
TST, por sua vez, ao falar em flexibilização das leis tra-
como afirmou que “a manutenção da rigidez das normas
balhistas durante a crise, admite a redução de salário e
trabalhistas parece ser a receita certa para o agrava-
de jornada de trabalho, além de um estudo que permita
mento da crise, a decomposição das relações produti-
a redução de encargos sociais, favorecendo a discussão
vas e a ampliação do desemprego”.* Previu, ainda, que
com os sindicatos, deixando claro que não serão “perdi-
“encontrar o ponto de equilíbrio na fixação da autonomia
das” as “conquistas” dos trabalhadores.
negocial coletiva de patrões e empregados é o grande desafio, ao qual o TST deve dar uma resposta criativa”. Neste discurso, dois itens destaco aqui: “autonomia negocial” e “criatividade”.
A grande negociação coletiva é para que se permita a tal redução de horas e de salário. Isso sim é uma falácia. Empregados sendo tratados como marionetes nas mãos de uma minoria sob o manto da “legalidade”. Para bom
Insisto que o cooperativismo, em especial o de traba-
entendedor, pingo é letra. Precisamos ficar atentos.
lho, precisa de uma autorregulamentação urgentíssima,
As cooperativas que representam a real autonomia
aproveitando que ainda não tenha sido aprovada uma lei
negocial e a liberdade de definir seus próprios caminhos
de modo satisfatório. A mobilização em âmbito federal
precisam aproveitar os bons ventos e partir para a au-
poderá ter o condão de dar-lhe uma “nova cara”, se-
torregulamentação.
*Fonte: http://ext02.tst.jus.br/pls/no01/no_noticias.Exibe_Noticia?p_cod_noticia=8994&p_cod_area_noticia=ASCS
29
Cooperativismo brasileiro em números
Fonte: OCB Em dia, jan-mar/2009
Sistema OCB tem 7,8 milhões de associados Mesmo com a crise financeira internacional, 2008 foi um ano positivo para o cooperativismo. Cresceram o quadro social e o faturamento das cooperativas do Sistema OCB. O número de associados chegou a 7,8 milhões em 2008, enquanto em 2007 eram 7,6 milhões. O setor fechou 2008 com 7.682 cooperativas frente às 7.672, no ano anterior. O faturamento das cooperativas, por sua vez, alcançou cerca de R$ 84,9 bilhões em 2008, o que corresponde a um crescimento próximo de 17,6% sobre os R$ 72 bilhões registrados em 2007.
30
Ramo de Atividade
Cooperativas
Associados
Empregados
Agropecuário Consumo Crédito Educacional Especial Habitacional Infraestrutura Mineral Produção Saúde Trabalho Transporte Turismo e Lazer Totais
1.611 138 1.113 327 15 340 148 53 215 894 1.746 1.060 22 7.682
968.767 2.316.036 3.215.866 57.331 531 78.983 623.431 19.975 11.931 215.755 287.241 90.744 1.116 7.887.707
134.579 8.813 38.796 2.980 10 1.354 5.664 105 2.442 47.132 4.997 7.640 44 254.556
31
Consórcio de cooperativas: uma solução viável para o transporte complementar Primeiro consórcio de vans do Estado do Rio demonstra liderança unificada e sucesso administrativo
I
taguaí está passando por um novo
Cada um foi cedendo um pouco e seguida
Localizado na Rodovan, o galpão pos-
momento no transporte municipal. A
uma direção unificada, que foi determi-
sui cerca de 3.600m² de área coberta.
união de seis cooperativas de trans-
nante na formação do consórcio”, disse.
O consórcio oferece amplo pátio para es-
porte resultou na formação do primei-
Segundo o atual presidente do Con-
tacionamento, lanchonete, oficina mecâ-
ro consórcio de transporte comple-
sórcio Aliança, José Carlos da Silva, cada
nica, borracheiro, eletricista, sala para
mentar do Estado do Rio de Janeiro.
cooperativa tinha uma pequena sala no
os motoristas, salas para cada coope-
A ideia em montar o consórcio para
centro da cidade. “Era uma verdadeira
rativa, sala de reuniões e auditório.
organizar o transporte naquele municí-
disputa. Apresentamos nossa ideia para
Ao todo, o Consórcio Aliança pos-
pio nasceu em 2006, após seis meses
a Prefeitura: queríamos nos reunir em
sui 200 carros em 11 linhas munici-
de conversação entre os participantes.
um galpão para unificar as atividades e
pais. Hoje, as cooperativas reúnem
Para colocar na estrada as ideias dos
desafogar o trânsito na cidade”, lembra.
200 cooperados e cerca de 400 motoristas e auxiliares. O consórcio
dirigentes, o advogado e especialista na área, Francisco Vacio Coelho Bezerra, foi contratado para guiar, com segurança,
Sinal verde Outro fator que influenciou nas ati-
movimenta a economia local, gerando renda para cerca de 600 famílias.
vidades da cooperativa foi o bom re-
Na oficina mecânica, montada em
Segundo Bezerra, a maior dificuldade
lacionamento com as esferas públicas
setembro de 2008, foram investidos
foi como transmitir aos cooperados que
(prefeitura, câmara municipal de vere-
mais de R$ 150 mil. São seis mecâni-
eles iriam perder a autonomia de suas
adores e secretaria de transportes).
cos contratados que fazem mecânica
os cooperados no caminho certo.
cooperativas e passar a decidir unifica-
Com o aval do prefeito Carlos Bu-
damente. “Eram empresas que adminis-
sato Júnior (Charlinhos), as coopera-
travam e operavam de formas diferentes.
tivas Tropical, Coopec, Ctaps, Rota
Cada uma tinha sua particularidade que
do Sol e Cooperita se uniram e parti-
foi necessário trabalhar arduamente.
ram para um trabalho em conjunto.
em geral, limpeza de veículos, trabalhos de eletricista e borracheiro. Segundo o diretor operacional da Coopec, Luciano Santiago, as cooperativas não perderam suas identidades. “Cada uma resolve suas questões administrativas. Porém, na operacionalidade das linhas, as decisões são conjuntas”, afirma. Uma ideia que deu certo Pela experiência do assessor jurídico em São Paulo, que trouxe ideia similar ao estado do Rio, apesar de muita política naquela cidade, foi determinante a quantidade de atores envolvidos nas conversações. “Se uma cooperativa tiver a liderança, torna-se mais fácil para negociar. Em São Paulo, Marta Suplicy quis conversar com as cooperativas líderes e o transporte público somente foi arrumado depois que o
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Diretoria em frente à sede do Consórcio na Rodovan: transporte alternativo organizado em Itaguaí
Consórcio dispõe de oficina mecânica
Frota possui 200 carros em 11 linhas municipais
governo resolveu conversar com as coope-
ço de moto-mecânico, compra de carro
Obstáculos superados Em Itaguaí, o Consórcio Aliança mon-
para fiscalização, cursos de reciclagem
Houve uma queda de cerca de 90%
tou a tarifa, protocolou em todos os ór-
e relações humanas e a padronização
no transporte clandestino naquele mu-
gãos públicos e não entrou em conflito
com uniformes e crachás para motoris-
nicípio. “Já aqui no Rio, o Poder Público
com a população. Ao contrário, esse foi
tas e auxiliares. “Estamos também ne-
prefere conversar com muitos, e assim,
mais um ganho para a sociedade. A tarifa
gociando uma parceria com o Banco do
não agrega liderança para as coopera-
– que não muda há três anos – é de R$
Brasil para abrir uma linha de emprésti-
tivas. Foi com a nossa teimosia de nos
1,95 e de R$ 1,50, enquanto que a tari-
mo para a compra de imóvel e renovar a
unirmos em consórcio que fez com que
fa de empresas de ônibus para a mesma
nossa frota de kombis para vans”, disse
o prefeito Charlinhos viesse conversar
linha custa R$ 2,40 (valores de março de
o presidente do Consórcio Aliança de
conosco”, disse o advogado.
2009). Hoje, o consórcio trabalha com
Itaguaí, José Carlos da Silva.
rativas”, lembra Francisco Bezerra.
Segundo o diretor administrativo da Rota do Sol, Carlos Antonio, hoje a condu-
Ainda há muito a ser feito, mas,
Vale Van e já existe um projeto para instalar a bilhetagem eletrônica.
com certeza, os quebra-molas iniciais
ta melhorou muito para ambos os lados.
O trânsito está liberado e, de acor-
foram superados. Itaguaí já opera de
“A função do consórcio não é deixar que as
do com o presidente do consórcio, os
cara nova – e jovem – no transporte
cooperativas percam suas identidades,
próximos passos são a compra de um
municipal. Que o bom exemplo possa
mas trazer benefícios aos cooperados”.
reboque, compra de motos para o servi-
ser levado a outras regiões.
Consórcio Grande Rio consolida união no município do Rio O Consórcio Aliança serviu de mo-
cerem. “Unidos, seremos um bloco
delo para o Consórcio Grande Rio, com
único e ficaremos mais fortes do
atuação no município do Rio de Janeiro,
que cada um por si”, disse.
que iniciou suas atividades com 10 filia-
Robert Rios foi um dos pio-
das. O diretor da entidade, Adamor Jú-
neiros do transporte alternativo.
nior, adiantou que outras cooperativas
Ele foi um dos criadores da Lei
se juntarão ao consórcio nos próximos
3.360/2002, que regulamenta o
encontros. “Começamos com 1.200 carros, entre vans e kombis”, disse.
transporte especial complementar Robert Rios, presidente do consórcio
Adamor Junior lembra que o objetivo
na cidade do Rio de Janeiro. Rios também participou da implantação
do Consórcio é manter as cooperativas atuando no mercado com
do sistema de transporte alternativo na gestão do ex-
organização e prepará-las para participarem de futuras licitações.
prefeito César Maia.
As decisões administrativas serão definidas dentro do espírito co-
Algumas prioridades do Consórcio são a reeducação dos
operativista, com um conselho para identificar o que é melhor para
motoristas, a manutenção preventiva dos veículos e cursos em
os cooperados. A gestão da diretoria será de três anos.
parceria com o Sescoop/RJ. “A população precisa ver o trans-
De acordo com o presidente da entidade, Robert Rios, esta é uma oportunidade para as cooperativas se fortale-
porte alternativo de outra forma. A parceria com o Sescoop/RJ será fundamental para isso”, disse Rios. 33
DCP Paulo Roberto Rezende é consultor de RH e professor nas áreas de Planejamento Estratégico, Comunicação Empresarial, Ética, Redação Técnica, Língua Portuguesa, Gestão de RH e Organizacional e Liderança.
Competências essenciais
D
e vez em quando, consultorias especializadas em ges-
dade das coisas ou brevidade da nossa própria existência.
tão de carreiras publicam resultados de pesquisas re-
Felizmente, quem comanda as organizações são pessoas
alizadas com altos executivos em que nos dão uma mostra
como nós: falíveis, estressadas, limitadas pelo tempo, estupe-
do que as empresas modernas esperam dos profissionais.
fatas ante os novos desafios, atropeladas pelas pressas e pres-
O interessante é que os resultados sugerem que, de tem-
sões, perdidas no meio de papéis e não-conformidades, obriga-
pos em tempos, as exigências para inserção, permanência e
das algumas vezes a tomar decisões radicais - com os atritos e
ascensão profissional no mercado de trabalho são cada vez
conflitos daí decorrentes. Mas, se é assim, por que continuam
mais rígidas – cujo modelo de pessoa só na ficção é possível
lá dentro? Teria o processo seletivo do qual participaram errado
encontrar. Um anúncio de vaga de emprego, considerando
feio na análise dos seus perfis quando as escolheu?
as “novas tendências do mercado”, seria mais ou menos
Absolutamente, se adequadamente preparados, os pro-
assim: Empresa procura profissional com capacidade de
fissionais que as selecionaram certamente não erraram. O
trabalhar sob pressão, comunicação excelente, criativida-
que há de fundamental e merece ser examinado com cuidado
de, cultura da qualidade, dinâmico e empreendedor, flexível,
- muito mais do que análise curricular e adequação do candi-
espírito de liderança, motivado, saiba negociar, que seja or-
dato à fôrma desenhada - é o ambiente organizacional onde
ganizado, capacidade de planejamento, excelente relaciona-
transitam esses profissionais - os que já estão dentro e os
mento interpessoal, capaz de tomar decisões, que tenha
que desejam entrar. Ninguém será criativo se não houver es-
visão sistêmica, domínio de inglês, de informática, excelente
tímulo e liberdade à criação; ninguém se manterá por muito
redação, disponibilidade para viagens.... Ufa!
tempo motivado se as condições de trabalho não o favore-
Na realidade, essas e outras competências sempre fo-
cerem; ninguém conseguirá trabalhar sob pressão durante
ram importantes em qualquer época ou lugar. Ou você acha
muito tempo se as causas forem a negligência e o desres-
que Noé, responsável pela construção da famosa arca, se
peito; ninguém será dinâmico e empreendedor se não houver
lhe tivessem permitido, seria menos cuidadoso ao contratar
reconhecimento; ninguém se manterá flexível pela eternidade
os auxiliares? Da mesma forma, teria Jesus Cristo, quan-
se os abusos de autoridade e radicalismos forem recorren-
do escolheu os apóstolos, feito isso aleatoriamente ou Ele
tes; ninguém tomará certas decisões se não sentir confiança
sabia exatamente que tipo de discípulos buscava? E o seu
na organização e não for encorajado nesse sentido.
chefe? E você, caro leitor, como agiria se tivesse que escolher um ou outro candidato a uma vaga na sua empresa?!
Portanto, muito mais do que empreender a missão impossível de achar no mercado o profissional com o perfil mol-
O mundo, sabemos, está mudando com muita rapidez;
dado num mundo ficcional - que logo, logo se mostrará igual
não há limites, tampouco fronteiras. Diariamente, somos
aos seus pares -, é preciso, antes de qualquer coisa, avaliar o
bombardeados com um volume de informações e novidades
clima interno; é necessário que os gestores criem ou estimu-
tecnológicas seguramente incomparáveis com qualquer
lem a criação das condições internas que favoreçam o cres-
período da história da humanidade; o concorrente não é
cimento e o desenvolvimento integral das pessoas. Afinal, e
mais somente o da esquina, mas do outro lado do planeta.
não custa lembrar, informática, idioma, planejamento, traba-
Nesse contexto, as empresas não têm opção se não a de
lho em equipe, administração de conflito, comunicação eficaz,
se prepararem para as novidades do dia seguinte, ou da
gestão organizacional e outros conhecimentos são passíveis
hora seguinte... Mas não precisamos nos estressar, pois,
de ensinamento, diferentemente do caráter e da humildade -
graças a Deus, nunca saberemos tudo, seja pela complexi-
essas sim, atitudes bem mais complicadas de se moldar.
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3ÂŞ CAPA Unimed Seguros
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4ª CAPA OCB/RJ Sescoop/RJ
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