CAPA
2ª CAPA Unicred Rio
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Sumário
4 Editorial 8 Entrevista Euclides Malta Carpi, presidente da Federação das Unimeds do Estado do Rio de Janeiro.
16 Olímpico e cooperativo por natureza. Capa
26 Educação A nata do cooperativismo 28 Consumo Casmadin e sua receita de cooperação 30 Opinião Sobre princípios, valores empresariais e responsabilidade social no cooperativismo
21 Crédito Feirão Unicred bate recorde de vendas 22 Entrevista Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB-Sescoop
24 Diferencial Uma cooperativa mais que especial
Rio Cooperativo é uma publicação da Montenegro Grupo de Comunicação Contatos e Publicidade: (21) 2215-9463 - 2533-6009 E-mail: montenegrocc@montenegrocc.com.br Site: www.montenegrocc.com.br Editor executivo e jornalista responsável: Cláudio Montenegro (MTb 19.027) Redator-chefe: Leonardo Poyart (MTb 24.393) Produção visual: Leandro Figueiredo Secretaria administrativa: Marcia Fraga e Débora Araújo Colaboraram nesta edição: Abdul Nasser e Ronaldo Gaudio
Seções
5 Circulando 14 Causa e efeito
Distribuição: Lideranças cooperativistas, dirigentes, gerentes, cooperados e funcionários de cooperativas de todos os segmentos (agropecuário, consumo, crédito, educacional, especial, habitacional, infraestrutura, mineral, produção, saúde, trabalho, transporte e turismo), empresários, administradores e gestores, assessores jurídicos, auditores, contadores, profissionais de recursos humanos, associações, sindicatos, federações e entidades de classe de forma geral, orgãos e instituições governamentais, universidades, clínicas e hospitais, fornecedores de produtos e serviços para cooperativas e demais formadores de opinião. Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores, não correspondendo necessariamente à opinião dos editores.
Fotos: Leonardo Poyart, Arquivos Unimed e OCB. Capa desta edição: Cristo Redentor/Acervo Sxc Conselho Editorial: Rodolfo Tavares (Faerj-Senar-Rio) Edição nº 10 - Dezembro de 2009 3
Editorial
Cláudio Montenegro Editor Executivo
Alea jacta est “As oportunidades multiplicam-se à medida que são agarradas.” Sun Tzu, autor de A Arte da Guerra
V
ocação natural para sediar eventos esportivos é
lumbrar uma grande oportunidade para suas escolas e
algo indiscutível quando nos referimos ao Rio de Ja-
cursos, oferecendo aulas de idiomas para o público em
neiro. O que não se podia imaginar, nem o mais otimis-
geral e língua portuguesa para estrangeiros.
ta dos torcedores, era a tamanha alegria que a nação
Em Turismo e Lazer, é irrelevante dizer o quanto po-
demonstraria com a escolha da cidade como sede das
derão se beneficiar os guias de turismo reunidos em co-
Olimpíadas de 2016. Uma verdadeira comoção nacional
operativas, disponibilizando seus serviços para o merca-
arrebatou o povo brasileiro que, pela primeira vez em sua
do, em condições mais competitivas.
história, verá de perto o desfile de atletas de nações de
As cooperativas de crédito poderão criar linhas de
todo o mundo, voltando todas as atenções do planeta
crédito específicas para seus associados acompanharem
para a cidade e, por tabela, para o país.
os jogos, bem como as cooperativas de saúde deverão
Além disso, o Brasil vive um momento de grande simpatia mundial, sendo respeitado como nunca o fora. Sede
estar preparadas para atender à demanda de serviços de cobertura aos atletas, por exemplo.
da Copa do Mundo em 2014, a conquista do petróleo do
Por sua vez, as cooperativas do ramo mineral poderão
pré-sal e, por fim, o Rio 2016. Tudo tem conspirado a
aumentar suas produções para fornecer matéria-prima
nosso favor nos últimos tempos e, certamente, deve-
para o mercado, como pedras e rochas artesanais.
mos tirar proveito daquilo de melhor que este momento ímpar nos propiciar. Numa reflexão menos desportiva e mais voltada para o senso real, podemos vislumbrar oportunidades de ouro, prata e bronze para as cooperativas brasileiras, em praticamente todos os setores. No ramo Produção, não é difícil imaginar, por exem-
O agronegócio é outro setor que estará em alta, com as cooperativas agropecuárias maximizando suas produções para atender ao mercado interno e, em consequência, aumentando as exportações. As cooperativas habitacionais também poderão ter importante papel nesse processo, vindo a participar da construção de moradias nas vilas olímpicas.
plo, a demanda de serviços de costureiras (uniformes,
No ramo Trabalho, possibilidades incontáveis: desde ser-
bandeiras, camisas e materiais alusivos) e artesanato
viços gerais (higiene e limpeza, jardinagem, segurança etc.)
(souvenirs, brindes, troféus etc.).
a serviços especializados (manutenção de equipamentos,
No Transporte, os taxistas compõem outra catego-
sistemas de informática, dentre outros). E tudo isto sem
ria que será privilegiada com a vinda de turistas para o
falar na intercooperação que poderá surgir, com os diversos
município. Caberá a eles, através de suas cooperativas,
ramos interagindo entre si e apoiando uns aos outros.
estarem preparados para atender adequadamente ao
Ou seja, oportunidades não irão faltar e quem estiver
público que virá em peso. Cursos de idiomas e relações
preparado irá se destacar, cabendo a cada um cumprir
interpessais serão um diferencial para quem quiser se
com seu papel. A sorte está lançada!
destacar na concorrência que surgirá. Os profissionais de educação também poderão vis4
Boa leitura e saudações cooperativistas!
Circulando
Coopidade passa a cuidar dos idosos do Sul Fluminense A Cooperativa dos Cuidadores de Idosos e Doentes Dependentes (Coopidade) está abrindo sua primeira filial na cidade de Barra Mansa, no Sul Fluminense. O projeto de expansão da cooperativa surgiu após uma série de parcerias iniciadas com instituições locais, como a Casmadin
Foto da Rosa
(cooperativa de consumo), o SOS Barra Mansa e a Asbam (Associação dos Servidores Municipais de Barra Mansa). A intercooperação e a aproximação com a prefeitura de Barra Mansa, além do incentivo de secretários, fizeram da cidade uma excelente escolha para a cooperativa. O primeiro passo é promover a capacitação de profissionais locais, para atuarem como cuidadores de idosos. Para isso, terá início, em janeiro, a primeira turma do
As diretoras Rosa Maria e Rosana Consuelo (à esquerda) e representantes de instituições de Barra Mansa
curso de Formação de Cuidadores de Idosos em Barra
A expansão da cooperativa acontece após as come-
Mansa, ministrado pela Coopidade. O curso é ministrado
morações de 10 anos de atividades no Rio de Janeiro.
por profissionais do ramo, dentre enfermeiros, fisiotera-
Com mais de 400 cooperados, a Coopidade é reconhecida
peutas, nutricionistas e médico geriatra.
nacionalmente no ramo, tendo sido uma das cinco fina-
A diretoria da cooperativa prevê que o atendimento aos clientes terá início ainda no primeiro mês de 2010.
listas do Prêmio Cooperativa do Ano 2009, na categoria Trabalho – Gestão Profissional.
JogoRápido Rosa Maria dos Santos, presidente da Coopidade RC – Quais são as expectativas da Coopidade com esta expansão de sua área de atuação? As expectativas são grandes e tudo indica que o próximo ano será bastante promissor para a Coopidade. Acreditamos que iremos colher os frutos dessa nova fase em pouco tempo, pois os projetos estão caminhando a passos largos para sua concretização. Nossa participação na XI Flumisul foi fundamental para tomarmos a decisão de investir no Sul Fluminense, pois a receptividade ao nosso trabalho foi muito grande. Conseguimos trabalhar a intercooperação com a cooperativa de consumo Casmadin, que nos abriu as portas para a Asbam (Associação do Servidores de Barra Mansa), que nos acolheu em suas dependências. Além disso, passamos a colaborar com o SOS Barra Mansa, uma forte entidade assistencial da região. Também estamos em entendimentos com o Centro de Referência do Idoso, uma instituição municipal que recebeu muito bem a nossa proposta de trabalho.
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Circulando
Ato Cooperativo é aprovado na Câmara dos Deputados Enquanto representantes da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) concluíam, em dezembro, o balanço da Agenda Legislativa do setor em 2009, uma nova conquista foi registrada pelo segmento na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). O Projeto de Lei Complementar (PLP) 271/2005, que dispõe sobre o adequado tratamento tributário ao Ato Cooperativo, foi aprovado por unanimidade na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio (CDEIC) da Casa. Para o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, a aprovação do Ato Cooperativo é, com certeza, um destaque entre as muitas vitórias do cooperativismo neste ano: “O projeto retrata um anseio de todos que fazem parte do movimento, o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo. É uma conquista que deve ser comemorada e que marca uma caminhada longa em busca desse reconhecimento.” O substitutivo apresentado pelo relator atende às necessidades e demandas do setor cooperativista. Agora, o PLP 271/2005, um dos projetos prioritários da Agenda Legislativa do Cooperativismo, segue para Comissão de Finanças e Tributação onde passará por nova avaliação parlamentar. (Fonte: www.cooperativismodecredito.com.br)
Cooperativas médicas reclamam de tributação elevada Em audiência pública promovida pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, da Câmara dos Deputados, em dezembro, para debater a viabilidade econômica dos planos de saúde das cooperativas médicas, o presidente da Federação das Unimeds do Estado de São Paulo, Humberto Jorge Isaac, reclamou do que classifica como tributação excessiva sobre as cooperativas e da “judicialização da medicina”. Isaac informou que as cooperativas pagam 3,65% de PIS e Cofins e 2% a 5% de INSS, além do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica. Outro problema que preocupa, segundo o médico, é a autorização, pela Justiça, de procedimentos sem respaldo contratual e a inclusão de procedimentos em contratos já vigentes, já que as operadoras não podem reajustar as mensalidades para cobrir o novo custo. Isaac informa que a receita anual das cooperativas com planos de saúde é de R$ 21,1 bilhões. Já as despesas assistenciais são de R$ 17,3 bilhões. Para o presidente da Confederação Nacional das Cooperativas Médicas (Unimed) do Brasil, Eudes Aquino, as cooperativas precisam de tratamento diferenciado, pois pagam impostos que antes só eram arcados pelas empresas mercantis. O diretor de Normas e Habilitação da ANS, Alfredo Cardoso, afirmou que a crise financeira e a epidemia de gripe A tiveram reflexos no caixa das operadoras. Segundo ele, 50% das cooperativas médicas foram liquidadas, entre elas as Unimeds de Salvador e de São Paulo. (Fonte: Oscar Telles - Agência Câmara)
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Apoio a catadores de materiais recicláveis Contribuir para a geração de trabalho e renda e o desenvolvimento das associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis do centro da cidade do Rio de Janeiro. Este é o objetivo de uma rede composta
Curtas A Cremendes, cooperativa de crédito Luzzati mais antiga do Brasil, comemorou seus 80 anos de atividades ininterruptas na cidade de Mendes. A cooperativa, primeiro banco da
por 17 integrantes, entre entidades e empresas, para estimular o desen-
cidade de Mendes, iniciou seus trabalhos em
volvimento sustentável da atividade.
20 de outubro de 1929.
A ideia do grupo é formular ações de apoio ao fortalecimento institucional das associações e cooperativas. Além disso, todos os participantes se comprometem a buscar recursos que contribuam para viabilizar instalações
A Credicerj, Cooperativa de Crédito dos Empregados da Ampla, completa quatro décadas de existência em janeiro de 2010.
adequadas, aquisição de equipamentos, capacitação dos catadores e divulgação do projeto, com o objetivo de sensibilizar a população para a separação do material reciclável para a coleta seletiva. A rede é integrada pela Defensoria Pública Geral do Estado, Banco do Brasil, Eletrobrás, Petrobras, Sebrae, Associação Brasileira das Indústrias
As vendas de espumantes e vinhos nacionais aumentaram em 45% no segundo semestre de 2009. No ano passado, foram vendidos, no Brasil, cerca de 10 milhões de litros de espumantes produzidos no Rio Grande do Sul.
de Produtos de Limpeza e Afins (Abipla), Abihpec, Associação Pólo Novo Rio
Os resultados positivos são fruto tanto do au-
Antigo, Fórum Estadual Lixo e Cidadania e Movimento Nacional de Catadores.
mento do consumo interno, como da expansão
Em parceria com a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal,
das exportações, que saltaram de 3,5 milhões
Perfumaria e Cosméticos (Abihpec), o projeto foi implantado nas cidades de
de litros, em 2007, para mais de 26 milhões,
Teresópolis, Mesquita, Barra Mansa e Rio de Janeiro. (Fonte: Monitor Mercantil Digital)
até novembro deste ano. O maior crescimento nas vendas ao exterior foi obtido pela Cooperativa Vinícola Garibaldi, com acréscimo de 349% nos seus resultados de 2008 a 2009. A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural realizou audiência pública para discutir a criação de uma diretoria de agronegócio e cooperativismo no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O debate foi proposto pelo deputado Zonta (PP-SC), e foram convidados representantes de várias
Procapcred atinge R$ 1 bilhão para ramo Crédito O Programa de Capitalização de Cooperativas de Crédito (Procapcred) alcançou a casa de R$ 1 bilhão, alocados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Economico e Social (BNDES). O BNDES também prorrogou o prazo de vigência do Programa para dezembro de 2010, por meio da Circular nº 113/09.
esferas do governo. O deputado argumenta que o BNDES tem uma falta de identidade histórica com os dois segmentos, o que acaba prejudicando o financiamento na área agrícola, especialmente de cooperativas. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) prorrogou o prazo para o recadas-
Segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o valor total
tramento dos transportadores que já têm o
alocado para o programa chega a R$ 1 bilhão. Nesta nova etapa são R$ 400
Registro Nacional de Transportadores Rodoviá-
milhões, que podem ser utilizados para o crescimento patrimonial das coope-
rios de Cargas (RNTRC). A data limite, que era
rativas de crédito por meio do aumento das cotas partes do quadro social. No lançamento do programa em 2006, o limite orçamentário do Programa era de R$ 300 milhões. Em 2008, passou para R$ 600 milhões.
18 de dezembro de 2009, será substituída por um calendário escalonado conforme o número final dos atuais registros. O calendário está disponível no site da ANTT: www.antt.gov.br.
A manutenção do Procapcred faz parte do plano de ação do Conselho Especializado de Crédito da OCB (Ceco), e conta o apoio da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop). Atualmente, são mais de 4,2 milhões de associados em todo o País que se beneficiam do cooperativismo de crédito. (Fonte: www.cooperativismodecredito.com.br)
A Unimed Leste Fluminense cresceu e acaba de conquistar a marca histórica de 150 mil clientes. Parabéns ao presidente Benito Petraglia e sua diretoria.
7
Entrevista
Top of Mind
O
riundo da cidade de Itaperuna, Euclides Malta
no cargo de presidente, sendo reeleito em 2009. Sua
Carpi começou sua atividade profissional como
trajetória dentro do sistema Unimed continua e, este
médico anestesista. Foi presidente da Unimed Norte
ano, foi indicado para a diretoria financeira da Unimed
Fluminense entre 1992 e 2009. Passou pela diretoria
do Brasil.
da Federação na gestão Dagoberto José da Silva, en-
Confira, a seguir, entrevista exclusiva concedida à
tre 1997 a 2005, e, no mandato seguinte, voltou, já
Rio Cooperativo.
Há quanto tempo existe a Federação?
mas em nível nacional e, nos últimos dez anos, galgaram um
A Federação tem 38 anos. Foi fundada com três sin-
sucesso espetacular sob o ponto de vista de marketing, de
gulares e hoje são 21 no estado do Rio de Janeiro. A Fe-
imagem e de força do nome. A marca está se sedimentando
deração desenvolveu, ao longo dos anos, trabalhos como
de uma maneira muito firme no mercado de planos de saú-
órgão representativo das singulares das Unimeds do
de. Tem maior conhecimento público da população, sendo a
estado, com representatividade em todo o sistema Uni-
primeira marca lembrada em nome. Conseguiu ao longo do
med. Passamos por diversas realidades, acompanhando
tempo uma força muito grande, sobretudo na confiança dos
o desenvolvimento e as mudanças do país. Nosso foco
clientes, uma vez que ela é querida pelos próprios médicos.
sempre foi a vontade pela liderança no setor e, graças
E isso facilitou muito essa empatia de marca e população
ao trabalho de toda a equipe, alcançamos destaque me-
dentro do mercado.
recido no cenário nacional. Como está o sistema Unimed hoje no Rio de Janeiro? As Unimeds se sedimentaram, não só no estado do Rio, 8
As 21 Unimeds cobrem 100% do estado do Rio de Janeiro, de forma que a população toda está assistida pela marca Unimed. Em nível nacional, estamos em quase 90% do território.
RC - Como é adminis-
ciso haver um equilíbrio
trar
com
nessas cadeias. Acho
realidades tão diferen-
que o governo precisa
tes sobre um mesmo
agir.
entidades
regime e com as mes-
RC - Como a Federa-
mas orientações?
ção enxerga as inú-
A assistência mé-
meras liminares que
dica é diferente na
o Ministério Público
capital e no interior
determina contra as
do estado. Algumas
operadoras e em fa-
cidades não possuem
vor dos clientes?
o mesmo desenvolvi-
A Federação vê pre-
mento da capital e, evidentemente,
ocupada essa ques-
isso
tão da judicialização
gera custo, gera in-
da saúde. Nisso, o
teresses múltiplos e
governo federal tem
procuramos conciliar
os
os interesses de uma maneira
próprio judiciário au-
O resultado que alao
longo
desses anos tem sido palpável, uma vez que a situação de harmo-
proble-
mas, uma vez que o
harmônica.
cançamos
mesmos
“A presença da marca Unimed é constante em nível nacional.” Euclides Carpi, presidente da Federação das Unimeds do Rio
nia entre as Unimeds
toriza o governo a fornecer tratamento para alguns procedimentos que não prevê em seus trâmites habituais. A justiça, de
do estado do Rio de Janeiro é bastante promissora. Eu
modo geral, tem medo porque as pessoas querem os pro-
diria que esse é um estado harmonizado nos aspectos
cedimentos, querem o melhor para sua saúde. Mas tem
operacionais, apesar das dificuldades e de cada um ter as
que haver um controle nessa cadeia, porque se houver
suas diferenças e suas necessidades próprias.
benefícios só de um lado, vai haver desequilíbrio.
RC - Quais são as dificuldades que as operadoras de saúde
RC - A experiência do sistema Unimed tem sido apon-
enfrentam?
tada como um dos mais bem-sucedidos modelos de co-
Nossas principais dificuldades vêm do órgão regulador, pois eles têm atuado de maneira extremamente intensa. A
operativismo médico no mundo. A que o senhor atribui esse fato?
Agência Nacional de Saúde (ANS) tem uma atuação comple-
O modelo Unimed nasceu da ideologia de alguns médicos,
tamente diferente de outras agências do governo. A ANS
que na época estavam insatisfeitos como o modelo de as-
veio para normatizar o mercado. Hoje está mais racional do
sistência médica praticada no Brasil. Dessa forma, foi sendo
que no passado.
criado um corpo e se tornando profissional. Hoje, a Unimed
Porém, ela interfere de maneira muito drástica em de-
é a maior cooperativa médica do mundo e isso se deve, no
terminadas situações, como na operação do negócio entre
meu modo de entender, porque ela é uma cooperativa criada
cliente e operadora. A agência tem a ação muito exacerbada
e dirigida por médicos com uma visão bem humanística. A
em alguns aspectos, ferindo nossos interesses de modo ge-
Unimed conseguiu, ao longo desses anos, sedimentar sua
ral, indiscriminadamente.
marca, sobre tudo nessa atividade da qual ela tem o objetivo
Outro aspecto é o custo das tecnologias médicas. Quan-
final, que é o atendimento médico da população. A cobertura
do chegam ao Brasil, sejam importadas ou não, o valor é
e o tratamento na Unimed certamente é mais humanizado,
muito alto. Nesse caso, a ANS não interfere. Então é pre-
mais efetivo e isso só tem fortalecido a marca. 9
RC - Quais são as principais metas da Federação para os
possui 377 cooperativas médicas, está presente em 90%
próximos anos?
do país, com mais de 106 mil médicos cooperados que pos-
Precisamos aumentar nosso mercado porque os pla-
suem a responsabilidade por 15 milhões de clientes. Por
nos de saúde hoje em dia, em função dos custos médi-
ano, são realizadas mais de 65 milhões de consultas, quase
cos, ainda são um modelo inacessível a uma grande parte
dois milhões de internações e 123 milhões de exames com-
da população (classes sociais C, D e E). Na classe social
plementares. Com essa responsabilidade, a Unimed possui
C, conseguimos penetrar um pouco, mas nas D e E ainda
um papel preponderante na estrutura de saúde, o que im-
não entramos. Essa é uma meta da Unimed, conseguir
plica na busca permanente de superação, cuidado ético e
entrar nesse mercado inexplorado pelas cooperativas.
qualificação técnica.
Percebo que podemos evoluir um pouco mais nessa área, cujo poder aquisitivo está cada vez maior, enquanto as classes A e B estão cada vez mais estagnadas. Outro objetivo é sedimentar ainda mais a marca, porque todos os mercados são importantes.
RC - Que oportunidades o senhor vê para o cooperativismo e, especificamente, para a área da saúde, com a Copa do Mundo no Brasil e com os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro? Essa é a grande situação do momento. Certamente vai
RC - Como a Federação vê os investimentos que estão
gerar muitos recursos e postos de trabalho. E toda vez
sendo realizados pelas singulares, como a Rio e a Les-
que cresce o emprego, gera melhoria de qualidade de vida
te Fluminense, que estão construindo hospitais?
do cidadão, o poder aquisitivo do povo melhora, e as co-
A tendência do mercado é exatamente essa: investir em
operativas, de maneira geral, vão ser beneficiadas. Para
tecnologia e fazer o que se chamou de verticalização do ser-
nós, enquanto operadora de plano de saúde, essas obras
viço, uma vez que você tem a gestão sobre o negócio, você
marcam uma oportunidade de negócio ímpar. Por exemplo,
consegue equacionar preço, furar um aspecto da cadeia que
as construtoras que vão realizar as obras, na maioria das
está exposto. Então, com serviços e recursos próprios, en-
vezes, obrigam a todos os seus credenciados a oferece-
tendemos que esse é um caminho a ser seguido pelas Unimeds. Na maioria das vezes, a rede própria consegue manter um preço bastante perto da realidade do atendimento médico. Hoje são mais de 90 hospitais no Brasil. É a maior rede hospitalar própria do país. RC - Qual é a média de atendimentos e procedimentos médicos? Hoje, somando todas as Unimeds no estado, são cerca de um milhão e meio de clientes. São quase 13 mil cooperados no estado do Rio de Janeiro. Nosso crescimento, entre 2005 e 2008, foi de 54,2%. Já o Sistema Nacional Unimed
10
rem plano de saúde. Temos que aproveitar esse momento para deslanchar e tentar melhorar a qualidade de vida. A Copa do Mundo e as Olimpíadas foram extremamente benéficas pelas cidades pelas quais passaram. É uma oportunidade extremante positiva em todos os aspectos, não somente para as cooperativas, como também para a população de um modo geral. RC - Com certeza, a Unimed vai desenvolver campanhas de marketing nesse sentido... A principal forma de campanha da Unimed é através do esporte. A presença da marca é constante em nível nacional. O foco no esporte é uma estratégia de divulgação e fortalecimento, uma vez que as operadoras de saúde precisam vender saúde e o esporte é exatamente o que vai fazer com que as pessoas se diferenciem das outras. Então, as cooperativas médicas têm investido no esporte e, certamente, vão investir nos próximos anos.
Unimeds filiadas à Federação Rio 1 - Angra dos Reis 2 - Araruama 3 - Centro Sul Fluminense 4 - Barra Mansa 5 - Cabo Frio 6 - Campos 7 - Costa do Sol 8 - Costa Verde 9 - Duque de Caxias 10 - Leste Fluminense 11 - Marquês de Valença 12 - Norte Fluminense 13 - Noroeste Fluminense 14 - Nova Friburgo 15 - Nova Iguaçu 16 - Petrópolis 17 - Resende 18 - Rio 19 - Teresópolis 20 - Três Rios 21 - Volta Redonda
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o TI Cred
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Causa&Efeito Abdul Nasser é especialista em Direito Tributário e em Gestão de Cooperativas. Ronaldo Gaudio é especialista em Direito Processual Civil e MBA em Business Law. Ambos são sócios da Gaudio & Nasser Advogados Associados.
Rio 2016: garantia de recursos e justiça tributária Os Jogos Olímpicos de 2016 trarão
ladores quadruplicaram seus investi-
O Direito Brasileiro felizmente pos-
sócio-econômicos
mentos com o anúncio dessas obras.
sui uma espécie tributária adequada
para o Rio. Mas para isto são necessá-
Devemos perceber que este ganho
para isto, mas que não tem sido muito
rio investimentos que, em sua grande
patrimonial dos especuladores, e até
utilizada, pois gera certas “antipatias
maioria, vêm das chamadas receitas
de não especuladores, tem como ra-
políticas”. É a Contribuição de Melho-
públicas derivadas, tributos, popular-
zão de ser o investimento público que
ria, espécie de contribuição compul-
mente conhecidos como “impostos”.
será feito com recursos tributários.
sória devida por aqueles que tiveram
Estas receitas derivam do patrimô-
Ocorre que esta fórmula não reflete
seus imóveis diretamente valorizados
nio do contribuinte, um fato notório. É
uma justiça social, pois, ainda que não
em razão de investimentos públicos na
notório também que aproximadamente
se criem ou aumentem os tributos em
região entorno do imóvel. Neste caso,
90% dos investimentos estão projeta-
geral, certamente serão reduzidos os
a Contribuição de Melhoria represen-
dos para a Barra da Tijuca. Isto implicou
recursos públicos que poderiam ser
taria justiça social, vez que o seu li-
em valorização imobiliária imediata dos
destinados, por exemplo, á saúde e
mite geral é o custo total das obras
imóveis da região, em alguns casos, de
educação. O mais justo seria que os
em torno do imóvel e individualmente o
até 500%, isto só com o anúncio da vitó-
beneficiários diretos, aqueles que ti-
custo total de valorização do imóvel do
ria do Rio de Janeiro, sem sequer haver
veram valorização dos seus imóveis,
contribuinte, cessando a contribuição
um canteiro de obras relativas a isto na
principalmente os especuladores, con-
com o que ocorrer primeiro.
região. O problema é que uma pequena
tribuíssem também de forma direta e
Assim, o Rio poderá dar um show
parcela da população será diretamente
proporcional a esta valorização, resti-
nestas Olimpíadas e, ao mesmo tem-
beneficiada com as obras pagas por uma
tuindo aos cofres públicos os ganhos
po, garantir que sejam aumentados os
grande parte da população que não rece-
que tiveram em razão dos investimen-
investimentos nas áreas de necessi-
berá beneficio direto algum.
tos realizados pelos governos envolvi-
dades mais básicas, como segurança,
dos no projeto.
saúde e educação.
muitos
benefícios
Neste contexto, muitos especu-
14
INSS sobre remuneração de dirigentes e conselheiros de socieadades cooperativas
Retenção de Pis/Cofins em cooperativas operadoras
A Receita Federal entende (S.C.
(remunerado), deve contribuir com
de planos odontológicos
Nº 26/09) que a prestação de ser-
20% sobre a remuneração ou retri-
Segundo a solução de consulta n°
viço por cooperado de eleito para
buição paga ou creditada no decorrer
58 de 24 de abril de 2009 da Re-
cargo (eletivo) de direção, (art.12,
do mês ao segurado a este contri-
ceita Federal, a retenção na fonte
V, f da Lei nº 8.212/91), é fato gera-
buinte individual que presta serviço
da Contribuição para o PIS/Pasep
dor de contribuição previdenciária,
diretamente a empresa. Entretanto,
incidentes sobre pagamentos efetu-
sendo segurado obrigatório da Pre-
existem teses em contrário, inclu-
ados por pessoas jurídicas a estas
vidência, na modalidade de contri-
sive vitoriosas no âmbito do
cooperativas é devida apenas quando
buinte individual. Assim, a coopera-
Conselho de Contribuintes.
os correspectivos preços tenham
tiva que remunera um
sido estipulados pelos critérios pós-
contribuinte individu-
estabelecidos, na modalidade custo
al cooperado, eleito
operacional, ou pelo critério misto.
para cargo eletivo
Neste último caso, a retenção deverá incidir apenas na parcela do preço que se refira aos serviços efetiva-
PIS/Pasep em cooperativas produtoras de laticínios A Receita Federal entende (S.C.
relação às receitas decorrentes das
49/09) que as cooperativas que fabri-
vendas desses produtos. Entretanto,
cam produtos de laticínios, na hipótese
não devem efetuar a retenção da Con-
de realizarem vendas de produtos in-
tribuição para o PIS/Pasep em relação
dustrializados a partir de leite in natu-
ao montante do faturamento atribuído
ra entregue por suas cooperados pes-
às associadas optantes pelo Simples,
soas jurídicas, são responsáveis pelo
nem em relação às vendas de produtos
recolhimento da Contribuição para o
de laticínios que tenham as alíquotas
PIS/Pasep devida por esses sócios em
da contribuição reduzidas a zero.
mente prestados pelos cooperados.
15
Capa
Olímpico e coopera O
Olimpíadas em 2016.
estado do Rio de Janeiro está
vos. Essa é uma condição ímpar que
se preparando para receber
nenhuma outra cidade sede teve, que
“Com certeza, é uma grande opor-
uma série de atividades esportivas
é a proximidade de grandes eventos
tunidade para o cooperativismo bra-
nos próximos anos: Jogos Mundiais
esportivos, não desacelerando as
sileiro, em especial, para as coopera-
Militares em 2011, Copa das Confe-
atividades de produção envolvida.
tivas locais. Podemos fazer a mesma
derações em 2013, Copa do Mundo
Oportunidades para o cooperativismo
em 2014, Olimpíadas e Paraolimpía-
Fomentar projetos e cooperati-
das em 2016. Vários setores estão
vas que tenham como foco o aten-
atualizando procedimentos, implan-
dimento e o apoio na recepção de
tando novos projetos e aprimorando
esportistas e turistas. Esta é a
equipes. Serão megaeventos espor-
principal possibilidade que o presi-
tivos que vão mexer, principalmente,
dente da Organização das Coope-
com a economia do estado e do país.
rativas Brasileiras (OCB), Márcio
O diretor geral do Colégio Agrí-
Os diversos ramos cooperativis-
Lopes de Freitas, antevê para o co-
cola Nilo Peçanha (Canp), José de
tas poderão participar do processo
operativismo com a escolha do Rio
Arimathéia, citou a grande movi-
de realização dos eventos esporti-
de Janeiro como cidade sede das
mentação de turistas que a cidade
16
referência à realização da Copa do Mundo em 2014. Abre-se um leque de oportunidades para o cooperativismo e seus diversos ramos. É mais um momento para o cooperativismo se firmar”, disse Márcio Lopes. Equipes treinadas
Foto: Divulgação Rio 2016
ativo por natureza vai receber, mas lembrou que é pre-
dades. A questão é se preparar para
fissional o mais abrangente possível.
ciso treinar os jovens.
essa pauta”, pondera o diretor.
Temos um conjunto de perspectivas e parcerias que são as melhores
“O Canp vai abrir cursos de turis-
Em sua visão, o movimento co-
mo e lazer para oferecer mão-de-obra
operativista precisa aproveitar o
possíveis”, aponta Arimathéia.
para aqueles que querem trabalhar
momento como trampolim para a
Justiça social
nos espaços recreativos de clubes,
difusão de sua doutrina. Para ele,
As Olimpíadas se apresentam
cerimônias e hotéis”, adianta Arima-
a principal questão, mais importan-
como uma boa oportunidade tam-
théia, acrescentando que irá existir
te que a preparação, é poder usar
bém para as Cooperativas Habita-
um grande giro de recursos no setor
esse momento como mobilizador e
cionais, que poderão prestar um
e que será preciso pessoal de apoio.
deixar frutos.
grande serviço ao Comitê Olímpico
“O curso de turismo, que também
“Acredito que, após 2016, o Rio
terá formação cooperativista, vai ser
de Janeiro será muito diferente. É
Na visão do representante estadual
oferecido na modalidade à distância
um grande trunfo para a cidade para
do ramo Habitacional, Afonso de Souza
e, a partir de 2011, de maneira pre-
os seus moradores. Hoje, nossa
Filho, as cooperativas poderão produzir
sencial. Todo setor que tiver o mínimo
preocupação é oferecer um proces-
habitações que servirão durante o even-
de visão terá um mundo de oportuni-
so de qualificação e educação pro-
to - alojamentos para os atletas visitan-
e à população em geral.
17
Capa tes dos diversos países, que, posterio-
dos, com boa infraestrutura de
mico para a categoria é importante.
mente, poderiam ser comercializados
transporte, saúde e educação.
Eles ganharão, por exemplo, em trei-
“Acredito que, se nossos gover-
namento de idiomas e de atendimento
nantes desejarem, as cooperativas
turístico. Mas para isso é preciso uma
“Estas construções, por serem
habitacionais poderão dar a maior e
coesão de entendimentos”, ressalta.
produzidas sem fins lucrativos e
melhor das contribuições: melhores
O presidente da cooperativa de
sem a intermediação do incorpora-
projetos, menores custos, melho-
táxi Aerocoop, que atua no Aeropor-
dor, teriam um custo bem menor
res acomodações, melhor destino
to Internacional Tom Jobim, Nilton
- cerca de 30% menor. Seria a me-
às habitações e melhor justiça so-
Cruz, lembra que os investimentos
lhor maneira de viabilizar a constru-
cial”, vislumbra Afonso.
serão em benefício de todos.
ção das Vilas Olímpicas destinadas
Taxistas serão beneficiados
com valores e condições acessíveis aos associados cooperados.
“Foi uma grande vitória que vai ge-
a receber atletas de todo mundo e,
Para o presidente do Sindicato
rar renda e emprego. O cooperativis-
posteriormente, serem bem apro-
Nacional das Empresas de Adminis-
mo está presente e se organizando
veitadas para diminuir o défict habi-
tração Aeroportuária, Pedro Azam-
cada vez mais para atender melhor a
tacional, além de melhor acomodar
buja, os Jogos Olímpicos vão somar
sociedade. Acredito que a segurança
em moradias dignas famílias mora-
para o Brasil e, principalmente para
e a organização na cidade vão perma-
doras de lugares impróprios, como
o Rio. “A cidade será a maior bene-
necer, assim como as obras de me-
favelas, beira de córregos, lagoas,
ficiada porque está no centro das
lhorias físicas”, acrescenta Nilton.
rios e encostas com riscos de desa-
atenções”, disse.
bamentos”, defende Afonso.
Para o gerente de Mercado da
Segundo Azambuja, os taxistas
Organização das Cooperativas Brasi-
Na visão do representante, se-
serão os grandes beneficiados. “A
leiras (OCB), Evandro Ninaut, a Copa
riam bons projetos, bem localiza-
possibilidade de crescimento econô-
do Mundo no Brasil e as Olimpíadas
18
serão ótimas oportunidades para o cooperativismo brasileiro na prestação de diversos serviços. “E em especial para as cooperativas do Estado do Rio de Janeiro. As oportunidades e os benefícios poderão ser percebidos mais diretamente por cooperativas dos ramos Trabalho, Transporte e Turismo e Lazer. Caberá às organizações estaduais atuarem como catalizadoras dessas oportunidades”, complementa Ninaut. O que dizem as personalidades O deputado estadual Dionísio Lins lembrou que as três esferas do governo estão trabalhando em conjunto. “Esses eventos serão tudo de bom para a cidade, seus moradores legado de segurança para o Rio de
dadania (Pronasci), principal ação da
Já o Ministro da Justiça, Tarso
Janeiro. “Colocamos a questão das
pasta para fortalecer a segurança
Genro, avaliou que a solução dos pro-
Olimpíadas como meta para deixar
pública no país. “Para dar seguran-
blemas de segurança do país “é uma
um legado para a cidade”, disse.
ça, não precisaríamos do Pronasci.
e trabalhadores”, disse.
batalha de médio e longo prazo. Essa
Ainda segundo Genro, para pro-
Ocuparíamos a cidade do Rio de Ja-
não é uma batalha de curto prazo.”
mover as Olimpíadas o governo não
neiro no período dos Jogos. Depois
Para ele, os eventos devem servir
precisaria manter o Programa Na-
a situação anterior voltaria, como
de objetivo para a construção de um
cional de Segurança Pública com Ci-
ocorreu em outros episódios.”
Investimentos do Estado Entre os decretos assinados
ção da Linha 4 do metrô, entre Gávea
Jogos Pan e Parapan Americanos
pelo governador Sérgio Cabral, para
e Barra, o maior desafio a ser venci-
Rio 2007: o Estádio João Havelan-
preparar a cidade para os eventos,
do. Outras áreas, como segurança,
ge (proposto para abrigar as com-
estão a ampliação do programa Rio
receberão investimentos para garan-
petições de atletismo em 2016),
Olímpico e o estabelecimento de
tir a tranquilidade da população.
o Centro Aquático Maria Lenk, a
diretrizes para construções sus-
Instalações e trabalho
Arena Olímpica do Rio (que abrigará
tentáveis. Ao todo, os investimen-
O comprometimento do Brasil
as provas de ginástica e basquete
tos somam cerca de R$ 90 bilhões
com o esporte pode ser visto no in-
em cadeiras de rodas), o Velódromo
e também estão previstos investi-
vestimento em instalações esporti-
Olímpico do Rio, o Centro Nacional
mentos privados no Estado.
vas no Rio. O estádio do Maracanã,
de Equitação e o Centro Nacional
Cabral informou que o governo
por exemplo, vai fechar pelos próxi-
de Tiro Esportivo.
do estado vai criar um site para
mos dois anos para remodelação, in-
que a população possa acompanhar
cluindo as áreas no entorno.
A família esportista desfrutará de acomodações de alta qualidade,
passo a passo o andamento das
Mais da metade das instalações
com instalações arrojadas, vistas
obras. Dos projetos previstos, o
para os Jogos Olímpicos já estão
estupendas e distâncias mínimas
governador considera a implanta-
construídas, pois foram utilizadas nos
para os locais de competição. 19
Capa
Por que o Rio de Janeiro? O Rio de Janeiro é uma cidade cosmopolita por suas origens, por suas festas populares e pela receptividade de seus moradores. Traduzir a cultura carioca pode ser exemplificado na capacidade do Rio em absorver grandes eventos, como shows internacionais ao ar livre, e o Carnaval - a maior festa popular do planeta. Essa diversidade vai além, sendo observada nas várias manifestações culturais brasileiras em praças e ruas da cidade. O Rio de Janeiro destaca-se também por suas belezas naturais. É uma metrópole que conseguiu conservar as riquezas dadas pela natureza: praias, montanhas e áreas verdes, que tornam a cidade um lugar agradável para seus moradores e um destino inesquecível. Por tudo isso, a Cidade Maravilhosa é porta de entrada do turismo brasileiro. Outro fator que trouxe os jogos para o país, é que atualmente o Brasil é a décima maior economia do mundo, com previsão de ser a quinta até 2016. O país é o segundo maior exportador de produtos alimentícios, um dos maiores produtores de petróleo e o quinto maior mercado publicitário. Sua economia diversificada é o motor da América Latina e um dos 10 maiores mercados consumidores. A paixão do carioca pelo esporte fica clara na quantidade de espaços de laser: praias, ciclovias, clubes e campos espalhados pela cidade. Todos os moradores da cidade e do país serão beneficiados dos investimentos e oportunidades que vão surgir. Os eventos irão deixar um legado poderoso, que vai ao encontro das necessidades de longo prazo da cidade. De concreto, uma modalidade já começou: a maratona de projetos, orçamentos e obras. Resta saber se o governo vai ganhar medalha de ouro nesse quesito. 20
Feirão Unicred bate recorde de vendas
M
ais de 2.000 visitantes, 10.000
do Jornal O Globo e outdoors veicu-
cionado para garantir o conforto dos
m² de área ocupada em duas
lados em pontos estratégicos da ci-
visitantes. Ali funcionou também uma
tribunas do Jockey Club, 210 carros e
dade. Com essa campanha, a Coope-
agência Unicred Rio para apresentar
R$ 520 mil em eletroeletrônicos ven-
rativa ampliou a divulgação para além
a cooperativa aos médicos ainda não
didos em apenas um final de semana.
do quadro social, reforçando sua
associados e oferecer seus principais
Em 2009 os principais números do
imagem no mercado carioca e atin-
serviços ao quadro social presente.
feirão Unicred realmente impressio-
gindo um público importante para o
naram. Nesta quarta edição, o evento
negócio. Diversos médicos ainda não
superou todas as expectativas e sur-
cooperados entraram em contato
preendeu mais uma vez, concedendo
com a Central de Relacionamento
mais de R$ 6,6 milhões em financia-
para obter mais informações e com-
mento aos cooperados.
pareceram ao evento na Gávea.
Ao lado das principais marcas
Para atender a um público exigen-
de automóveis, estiveram presen-
te, a Unicred Rio preparou uma infra-
tes nomes conceituados no varejo
estrutura ainda mais confortável do
carioca como Casas Bahia, Todes-
que nos anos anteriores. A área de
O empenho da equipe rendeu elo-
chini e TAM Viagens. Os tradicionais
exposição ocupou 2.000 m², com 17
gios por parte dos associados e o
parceiros Unicred Rio, Seguros Uni-
concessionárias espalhadas pela par-
espírito de cooperação foi um dos
med, Unipsico e Uniodonto também
te externa das tribunas B e C, onde
marcos do feirão, garantindo o su-
participaram, além de expositores
também foram montadas uma praça
cesso do evento. Na noite de domin-
de outros segmentos, como Cota-
de alimentação com diversas opções
go, ao encerrar as atividades com
ção DTVM e Hela Flávia Jóias.
gastronômicas e a recreação infantil.
uma festa para os funcionários, a
210 automóveis foram negociados durante o Feirão
As vantagens preparadas cuida-
Na área de negócios, foram ins-
Unicred rio celebrou a conquista de
dosamente pela Unicred Rio levaram
talados oito postos de atendimento
resultados financeiros inéditos e,
grande número de associados e suas
para agilizar o processamento dos
acima de tudo, a certeza de que sua
famílias ao Jockey nos dias 7 e 8 de
pedidos e reduzir o tempo de espera.
força está na união de esforços por
novembro.
contribuíram
Devido ao grande calor previsto para
um objetivo comum.
para o grande movimento, os anún-
o fim de semana, o lounge interno foi
cios publicados no caderno de bairro
equipado com aparelhos de ar condi-
Também
(Fonte: Unicred Rio) 21
Fotos: Divulgação/Sistema OCB
RC - O Sescoop acaba de completar 10 anos de atividades no Brasil. Que conquistas a instituição alcançou nesse período? O Sescoop se consolidou nesses 10 anos e hoje é uma instituição reconhecida pelo próprio Sistema ‘S’ e também perante a sociedade brasileira como ferramenta fundamental para o desenvolvimento do cooperativismo. Nesse período, conquistou capacidade organizacional com a formação de uma equipe devidamente preparada para o atendimento ao Sistema Cooperativista Brasileiro e às diversidades que dele fazem parte. As ações realizadas pelo Sescoop nesses 10 anos foram determinantes para o crescimento e consolidação do cooperativismo e da família cooperativista. RC - Quais são os principais projetos que o Sescoop está desenvolvendo atualmente? O Sescoop tem três objetivos básicos: capacitação, formação e educação profissional; promoção social; desenvolvimento e monitoramento em cooperativas. Seus projetos são direcionados aos dirigentes, cooperados, funcionários e familiares. No desenvolvimento dessas atividades, são priorizadas as características regionais dos 13 ramos de atividade econômica onde se faz presente o cooperativismo, e também das próprias cooperativas. O objetivo é dar continuidade e aprimorar, por exemplo, ações como os programas Cooperjovem, voltado para a disseminação do cooperativismo junto às crianças, e o
Sescoop 10 Anos: crescimento e consolidação da família cooperativista Em entrevista à Rio Cooperativo, o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio
Programa de Formação de Jovens Lideranças Cooperativistas, para a preparação de novos líderes. RC - Como o Sescoop está posicionado entre as demais instituições do Sistema ‘S’? O Sescoop é a menor e a mais jovem das instituições que compõem o Sistema ‘S’, respondendo por 0,56% dos recursos destinados ao segmento, mas com forte representação e legitimidade. Com uma postura correta, é respeitado por todo o Sistema e pelos órgãos de controle na gestão dos recursos. O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo se destaca ainda por sua organização, coordenação e cumprimento de sua missão.
Lopes de Freitas, comentou sobre as ações da insti-
RC - Quais são os principais desafios para este braço
tuição e ressaltou que o braço educacional do sistema,
do Sistema ‘S’?
o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo
O grande desafio do Sescoop está no investimento no
(Sescoop) tem grande força no movimento cooperativis-
maior capital do cooperativismo, a sua gente. Esta é a
ta e investir em capacitação e formação de novas lide-
grande força do movimento, as pessoas que dele fazem
ranças é uma das prioridades.
parte e, por isso, investir em capacitação e formação de
22
do setor. Para realização desse trabalho, a instituição de representação conta com o apoio de pessoas comprometidas com as causas cooperativistas, incluindo neste grupo os parlamentares que fazem parte da Frencoop. Nos Parlamentos, em âmbito nacional, estadual e municipal, acontecem as decisões legislativas que afetam o dia-a-dia das cooperativas, fator que justifica a importância de uma boa relação com tais esferas. RC - Qual é a sua avaliação sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido pela unidade estadual no Rio de Janeiro? Vejo um esforço grande da unidade estadual, com um trabalho focado na organização, no avanço e na busca constante por melhorias. Há um espaço e um potencial expressivos a serem explorados no estado, principalnovas lideranças é prioridade para o Sescoop. A ideia é
mente na área urbana do Rio de Janeiro. Mas há tam-
trabalhar pelo fortalecimento e continuidade do movimen-
bém oportunidade para resgatar as origens do coopera-
to. Nessa mesma linha, estão os projetos direcionados à profissionalização da gestão.
tivismo agrícola, com menos expressividade na região.
RC - Como fazer para que o cooperativismo e, especificamente, o trabalho do Sescoop sejam devidamente reconhecidos pela sociedade? Este é um trabalho de base, estrutural. A construção de uma imagem positiva vem com o trabalho árduo. O reconhecimento, a partir das ações e postura adotadas no dia-a-dia. O Sescoop, como braço educacional do cooperativismo, já é referência e, como instituição, busca o aperfeiçoamento dos projetos que realiza, tendo como meta um reconhecimento ainda maior por sua atuação. Com isso, desenvolve-se o cooperativismo brasileiro, galgando um espaço cada vez maior, consolidando-se como referência por sua expressividade e participação na economia do país. RC - De que forma o apoio parlamentar, através das Frentes Parlamentares do Cooperativismo (Frencoops) nacional e estaduais, podem contribuir no processo de fortalecimento do cooperativismo e do Sescoop? O Sescoop não tem relação direta com representação política, por não ser esta a sua finalidade. O cooperativismo precisa desse trabalho, focado, no entanto, em sua entidade de representação, que é a OCB. Ela atua em defesa dos interesses cooperativistas, buscando a concretização de políticas públicas e uma legislação que atenda às necessidades
“O grande desafio do Sescoop está no investimento no maior capital do cooperativismo, a sua gente. Esta é a grande força do movimento, as pessoas que dele fazem parte.”
Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB-Sescoop 23
Uma cooperativa mais que especial
Especial Coop Táxi é primeira cooperativa do país com carros adaptados para atender a cadeirantes
A
Especial Coop Táxi é a primeira
de 9 de dezembro de 2004, instituiu
realizados em média 100 atendi-
e única cooperativa no Brasil a
o Serviço de Transporte Especial de
mentos diários.
oferecer serviço de transporte per-
Passageiros no Rio de Janeiro. Veículos adaptados
sonalizado a pessoas com qualquer
A luta começou bem antes, quan-
deficiência física e idosos com difi-
do Amaral se deparou as dificulda-
Alguns problemas para trans-
culdades de locomoção. Os veículos
des do processo, uma lei que impe-
portar cadeirantes são ressalta-
são novos, possuem ar condiciona-
dia novas concessões até 2010.
dos por Amaral. “Os táxis de hoje
do, som ambiente e lugar para dois
“Existia uma carência no merca-
possuem o botijão de gás veicular
acompanhantes, além de serem equi-
do para esse tipo de serviço. Levei
ocupando praticamente toda a mala
pados com elevador hidráulico para
para a prefeitura o projeto Cidadania
do veículo. Além disso, a cadeira de
transportar a cadeira de rodas.
Total. Após a criação da cooperati-
rodas motorizada não cabe dentro
A ideia da adaptação dos car-
va, entrei com o processo para criar
do carro (no banco traseiro) e mui-
ros foi do presidente da cooperati-
o transporte especial. Mas levaram
tos taxistas reclamam que danifica
va, Antônio Amaral, taxista desde
cinco anos para o projeto sair do
o estofamento”, disse.
1983. Ele sempre viu dificuldades
papel, criando assim o fretamento a
no transporte de pessoas com defi-
taxímetro”, lembra.
Outra dificuldade é conseguir financiamento. “Somente em 2007
A cooperativa começou a fun-
conseguimos o primeiro financia-
Fundada em julho de 2003, a Es-
cionar com oito veículos em abril
mento. Hoje, a frota é de 29 carros
pecial Coop Táxi tem o objetivo de
de 2007, quando foi inaugurada em
Fiat Doblò 1.8 e somos 70 coope-
oferecer transporte de melhor qua-
solenidade realizada no Palácio da
rados. Pretendemos ter um carro
lidade aos cidadãos com necessida-
Cidade, com a presença do então
para cada cooperado”, disse.
des especiais, dificuldade de locomo-
prefeito César Maia. A tarifação
Mas a adaptação dos veículos
ção e idosos. O Decreto Nº 24.934,
equivale a de um táxi especial e são
é cara e apenas três empresas fa-
ciências físicas.
24
zem esse tipo de serviço: uma no Rio de Janeiro, uma em São Paulo e outra em Minas Gerais. O custo gira em torno de R$ 32 mil. As adaptações oferecem conforto e segurança, como teto ampliado e com vidro para dar maior visibilidade durante o trajeto, colete de segurança para passageiros com mobilidade reduzida e cinto de segurança para o cadeirante. Já os motoristas são qualificados para atenderem com cortesia e humanidade os clientes especiais. Um curso é ministrado pela Fundação Municipal Lar Escola Francisco de Paula (Funlar Rio), vinculada à Secretaria Municipal de Assistência Social, para
Parte interna do veículo, adapatada para receber cadeira de rodas. Em primeiro plano, elevador de acesso
que o treinamento seja constante.
Intercooperação A Especial Coop Táxi realiza a intercooperação, pois supre a carência de cooperativas de táxis comuns quando o pedido é de um cliente cadeirante. “Temos acordos comerciais com outras cooperativas para oferecer atendimento a esse público específico”, disse Antônio. Amaral também participou do projeto Olimpíadas Rio 2016. Ele encaminhou à prefeitura e ao comitê organizador fotos, detalhes do funcionamento e do atendimento e defendeu que a cidade possui condições, no que se refere ao transporte, para receber atletas que irão competir nas Paraolimpíadas. O projeto de Antônio Amaral já
Ideia do presidente da cooperativa levou cinco anos para sair do papel. Hoje, é exemplo para outros estados.
circula no Distrito Federal, São Paulo e Belo Horizonte. Trata-se de um mercado promissor e com muito espaço para crescimento. 25
A nata do cooperativismo
O
município de São Gonçalo partiu
equipe e muito trabalho focado no obje-
escola vem de encontro com o reiní-
na frente e inseriu o Cooperati-
tivo em favor da população”, reforçou.
cio de um processo educacional téc-
vismo no currículo escolar. A iniciati-
O professor de Introdução ao Co-
va aconteceu na Escola Estadual Va-
operativismo, Paulo Henrique Mari-
lentim dos Santos Diniz, pelo projeto
nho, destacou que é oportuno que a
piloto do Nata - Núcleo Avançado de
educação técnica de qualidade che-
Educação em Tecnologia de Alimen-
gue a todos.
nico e de industrialização, gerando mão de obra na região”, afirmou. Conhecimentos para o futuro “Estamos
respirando
Brasil”,
disse o presidente da Federação
“Abordaremos temas como a evo-
de Agricultura do Estado do Rio de
A primeira escola a oferecer en-
lução histórica do cooperativismo, as
Janeiro (Faerj), Rodolfo Tavares, em
sino médio integral no setor alimen-
causas do surgimento na Inglaterra
relação ao investimento de uma em-
tício no estado do Rio de Janeiro foi
e sua prática na Europa e no Brasil,
presa genuinamente brasileira e com
inaugurada no dia 31 de agosto, no
dentre outros assuntos”, disse.
responsabilidade social.
tos e Gestão de Cooperativismo.
complexo da antiga fábrica da CCPL,
Segundo Marinho, a proposta da
“O Rio de Janeiro está na ponta
em Colubandê, São Gonçalo. Em três
matéria é fazer com que o aluno te-
dos investimentos de importantes
anos, a escola levará ao mercado de
nha uma visão do setor, com ênfase
trabalho os primeiros técnicos em
no empreendedorismo.
Engenharia de Alimentos do país.
“Acontecerão trabalhos de cam-
O governador do estado, Sérgio
po, visitas em cooperativas agrope-
Cabral, disse durante a inauguração
cuárias, para os alunos tenham o co-
da escola que, junto com as parcerias
nhecimento prático”, afirmou.
privadas, há a possibilidade de construir soluções para a população. “A parceria com o Grupo Pão de Açúcar possibilitou a realização dessa
Já o presidente do conselho administrativo da CCPL, Paulo Renato Marques, enfatizou a maximização do negócio do leite no estado.
empresas que acreditam força da nossa juventude”, disse. O projeto do Nata teve o envolvimento do Grupo Pão de Açúcar em sua construção, firme no propósito de que o conhecimento é o mais valioso dos ativos e a educação, o único caminho para estimular as mudanças necessárias à construção de um país melhor. Fundador do Grupo Pão de Açúcar, o comendador Valentim dos Santos Diniz
obra. Não há magia para que o proces-
“Um novo cuidado no setor lácteo
foi um dos pioneiros empreendedores
so aconteça. É a formação de uma boa
do estado pode ser observado e esta
que transformaram o Brasil no século XX, exercendo papel determinante no desenvolvimento do setor varejista. Em sua homenagem, a escola do Colubandê recebeu seu nome. O resultado da parceria entre o Governo do Estado do Rio e o Grupo Pão de Açúcar, que investiu R$ 6,8 milhões no projeto, seguiu o exemplo do Núcleo Avançado em Educação (Nave), que funciona na Escola Estadual José Leite Lopes, na Tijuca, e tem como investidor a Oi Futuro. Também presente na inauguração da escola, o presidente do conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar, Abílio Diniz, disse que mais oportunidades estão sendo dadas a cada vez mais brasileiros.
O nome dado à escola é uma homenagem ao Comendador Valentim dos Santos Diniz 26
“Vamos ajudar a capacitar muitas
Leiteira, Programas
pessoas e espero que essa escola con-
de Saúde, Relações
tribua para formar mais profissionais.
Interpessoais e dis-
O estado está mudando para melhor e
ciplinas
essa é uma decisão do Grupo, investir
aplicadas nos labo-
com força no Rio”, decretou.
ratórios técnicos.
específicas
Em um mesmo
Laboratórios Mais de 1.500 candidatos que cursavam o 1º ano do ensino médio da rede estadual disputaram as 120 vagas iniciais, numa média de 13 alunos por vaga. A capacidade da escola é para 600 alunos, nos cursos de leite e derivados, panificação, carne e derivados e vegetais processados. As disciplinas do Nata são as mesmas de uma unidade da rede estadual de ensino, além das matérias técnicas Introdução ao Cooperativismo, Introdução à Produção
Usina piloto de leite e derivados
lugar serão oferecidos cursos profissionalizantes
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, falou durante a inauguração
e
montado um centro de Pesquisa
nas, que ficarão prontas até 2013:
Aplicada de Alimentos (Unipa). O
panificação, manipulação de vegetais
antigo prédio do departamento ad-
e embutidos”, disse.
ministrativo da CCPL foi completa-
O laboratório de Microbiologia está
mente reformado e agora abriga as
equipado para fazer análises microbio-
salas de aula e os laboratórios do
lógicas de leite e derivados, identifica-
Nata. São mais de 20 salas, labo-
ção e contagem de microorganismos,
ratórios de embalagens, química,
entre outras funções.
física, biologia, e usinas piloto.
Já o laboratório de físico-quimica,
A usina piloto de leite e derivados
está aparelhado para fazer todas
está preparada para produzir em
as análises de leite e derivados. Os
pequena escala todos os produtos
alunos poderão analisar as matérias-
que o mercado consome, como, por
primas e verificar se os produtos
exemplo, iogurte, doce de leite, man-
estão de acordo com as regulamen-
teiga e bebidas pasteurizadas, se-
tações técnicas de identidade e qua-
gundo o consultor técnico do Grupo
lidade do produto e se estão dentro
Pão de Açúcar, Hélio Vilas Boas.
das legislações da Agência Nacional
“Os estudantes também poderão atuar em uma das outras três usi-
de Vigilância Sanitária e do Ministério da Agricultura.
Diretora afirma que ensino médio integrado forma jovens maduros Segundo a diretora do Nata, Marta Vi- e lanche. “O motivo não poderia ser mais noveiros, os alunos sairão com emprego pra- bre. Os alunos estudam em tempo integral ticamente garantido, já que o mercado não e saem com formação técnica”, ressalta a conta com profissionais qualificados nessa diretora, lembrando que haverá nova seleção área. Formada em Biologia e Ciências Con- de alunos, no início de 2010, para as turmas tábeis e experiência de 12 anos em gestão de panificação e de leite e derivados. escolar, Marta afirma que seus alunos estão bastante motivados.
A infraestrutura tecnológica e o acabamento visual impecável da escola também
“Nosso diferencial são as disciplinas técni- são fatores motivadores para os alunos. cas, que se misturam com as do corpo comum, “Além de equipamentos de última geração, nessa modalidade de ensino médio integrado. como a lousa digital, a comunicação nas O ganho é grande para todos, principalmente áreas internas é de extremo bom gosto, para os alunos e moradores da região”, conta. gerando um clima educacional agradável”, A escola oferece café da manhã, almoço diz a diretora.
Paulo Henrique e Marta Viveiros
27
Opinião Professor José Horta Valadares é mestre em Administração, doutor em Agricultura e Desenvolvimento, e professor adjunto da Universidade Federal de Viçosa (MG).
Sobre princípios, valores empresariais e responsabilidade social no Cooperativismo
É
sempre oportuno refletir sobre os princípios e os valores cooperativistas, particularmente para con-
sarial, com a vida das comunidades.
Nesta perspectiva, é o caso de se perguntar que
siderar o elemento fundamental que os distinguem na
relações existem entre os valores cooperativos e as prá-
prática empresarial cooperativa. Os princípios, dada
ticas modernas de responsabilidade social? Teria a res-
sua natureza e origem históricas, estão referenciados
ponsabilidade social, no caso do cooperativismo, o status
às características de um tempo específico e, portanto,
de valor? Ou seria ela mais um Princípio Cooperativista?
sofrem modificações e adaptações por força da sua his-
Em meados da década de 50, nos Estados Unidos,
toricidade. Como produto histórico, os princípios pas-
a responsabilidade social teve como referência em seu
saram por sucessivas transformações e adequações,
surgimento um apelo moral ao homem. Segundo Bowen,
refletindo as transformações do mundo.
em um estudo sobre a ética e a vida econômica cristã,
Por outro lado, os valores cooperativistas são atem-
neste mesmo período, a responsabilidade social baseia-
porais, porque significam desdobramentos de uma for-
se em ações que sejam compatíveis com os fins e valo-
te instituição da humanidade: a cooperação. Histori-
res de nossa sociedade.
camente, foram criados alguns elementos explicativos
A evolução do conceito, impressionado pelos valores
em torno dos valores cooperativos, estruturados como
da sociedade nos quais as ações empresariais ocorrem,
princípios, que sofrem transformações à medida que são
resultou em uma interpretação de responsabilidade so-
produtos de uma sociedade referenciada a um tempo
cial focada na ética empresarial, no cumprimento das
histórico. Os valores cooperativistas são eternos e, em
leis, no bom relacionamento com os seus colaboradores,
sua transcendentalidade, assumem o status de institui-
clientes, comunidade e meio ambiente, assumindo um
ção, constituindo-se nas referências fundamentais ao
papel importante na promoção social e no desenvolvi-
modelo empresarial cooperativo.
mento do país.
Não há a menor dúvida de que os sete princípios do
Confrontando o a interpretação contemporânea de
cooperativismo são importantes. Porém, os aspectos
responsabilidade social com os clássicos valores coope-
que devem merecer maior atenção na análise das ca-
rativistas, notamos a tendência de uma natural identi-
racterísticas do modelo empresarial cooperativo são os
ficação nos propósitos gerais da ação responsável das
valores do cooperativismo. Os valores a que nos refe-
empresas modernas em seus relacionamentos comuni-
rimos, basicamente, se resumem em: a cooperação; a
tários. A sociedade contemporânea se esforça em re-
solidariedade; a atuação em grupo baseada no respeito
cuperar valores sociais, políticos e econômicos levando
mútuo; a democracia e justiça social, e os consequen-
a que organizações de todos os tipos, notadamente as
tes desdobramentos na prática da gestão empresarial
organizações de natureza econômica, passem a adotar
cooperativista e as interligações, desta prática empre-
critérios e posturas éticas na produção e comercializa-
28
ção de produtos e serviços atendendo a critérios ambientais e de sustentabilidade. A despeito de encontrarmos nas ideias e nas práticas de responsabilidade social as características básicas dos princípios e valores cooperativistas observa-se que, nas empresas
de transparecer seus ideais e seus valores para afirmar
movidas meramente pelos interesses do capital, estas
uma verdadeira responsabilidade social.
só se mantêm pela promessa de sustentabilidade nos
Esta, em sua conceituação moderna, incorpora em
negócios, onde o objetivo principal é a promoção da ima-
grande parte valores próprios ao cooperativismo, nota-
gem empresarial.
damente aqueles relacionados aos aspectos de um de-
Perante este ambiente competitivo de mercado e
senvolvimento harmonioso, justo e sensato da humani-
de atitudes empresariais responsáveis duvidosas, é ne-
dade, capaz de promover o equilíbrio social e a eliminação
cessário que o cooperativismo adote uma postura que
dos disparates da excessiva concentração de riquezas. A
afirme seus valores junto a seus cooperados, colabo-
convivência entre objetivos empresariais e objetivos co-
radores, comunidade e meio ambiente, assumindo sua
munitários preconizada pelo cooperativismo como modelo
verdadeira identidade de forma profissional e dissemi-
de um novo comportamento que se oponha à exclusão
nando seus respectivos valores nas relações produtivas
global e à ruptura cultural entre os povos aparece como o
de nossa sociedade.
ponto central das melhores práticas de responsabilidade
É necessário, porém, que estas ações sejam con-
social contemporânea.
templadas com projetos sustentáveis e coerentes com
As necessidades do mundo moderno se enquadram
os valores de nossa sociedade, que tenham como foco o
no mesmo conjunto de valores que o cooperativismo
ser humano e suas necessidades sociais, promovendo a
vem depurando há mais de 150 anos, em torno do valor
saúde, a educação, o bem-estar e o seu desenvolvimen-
maior, qual seja a promoção de um ambiente social no
to social. Nesta ótica, atentamos com certa cautela à
qual a humanidade seja o centro das considerações para
postura adotada e à razão de existência do próprio co-
um desenvolvimento sustentável e voltado à paz.
operativismo, como argumento sustentável para todas
A despeito de todas as considerações de ordem prá-
as ações de responsabilidade social realizadas pelas or-
tica decorrentes do fato de ser um empreendimento
ganizações cooperativistas. É interessante constatar
negocial de natureza econômica, o cooperativismo de-
que as organizações não cooperativas estão se reves-
monstra que a natureza do econômico só se completa
tindo de valores morais e éticos para se adaptar ao novo
na dimensão social da vida em comunidade. É possível
ambiente mercadológico, e que as cooperativas, com
gerar desenvolvimento econômico sem exclusão, desem-
certa vantagem comparativa, terão apenas o trabalho
prego, concentração de renda e fome. 29
Casmadin e sua receita de cooperação Única cooperativa de consumo de Barra Mansa duplica de tamanho em sete anos
V
benefí-
2002, a Casmadin, cooperativa de
cionário público municipal há 19 anos.
cios, preço justo e atendimen-
consumo fechada, constituída por
Além dos descontos em folha para
to diferenciado. Essas são algumas
servidores públicos municipais de
servidores, a cooperativa pratica a de-
das características da Casmadin.
Barra Mansa, para vender medica-
fesa econômica e social dos seus as-
mentos e produtos de perfumaria
sociados pela ajuda mútua, libertando-
com preço abaixo do mercado.
os do comércio intermediarista.
antagens
exclusivas,
Ao assumir a presidência da Associação dos Servidores Municipais de Barra Mansa (Asbam), em junho
Da constituição da cooperativa
“Além do preço praticado na coope-
de 2001, Jonas Marins teve a ideia
até a inauguração da farmácia, reali-
rativa ser bem abaixo do que o merca-
de criar uma cooperativa de consu-
zada em agosto de 2003, muita coisa
do, toda e qualquer sobra é repartida
mo. A princípio seria de materiais de
aconteceu, como entraves burocráti-
entre os cooperados ou usada em prol
construção, mas, após um estudo,
cos e ameaças da concorrência.
da coletividade”, acrescenta Marins.
percebeu que o funcionário de uma
“A farmácia foi aberta numa pe-
É uma tendência de uma coope-
empresa chegava, em determinadas
quena loja, mas em parceria com os
rativa de consumo fechada se tornar
épocas do ano, a gastar mais com
Laboratórios da Marinha e Aeronáuti-
aberta em um determinado momento
remédios do que com alimentação.
ca oferecemos remédios de qualidade
e com a Casmadin não foi diferente.
com preços simbólicos”, diz Marins,
Hoje, após sete anos, a cooperativa
presidente da Casmadin.
duplicou de tamanho e possui mais
Nascia então, em agosto de
Farmácia da cooperativa. À direita, o presidente Jonas Marins
Após decisão em assembleia, ser-
de quatro mil cooperados.
vidores públicos de todas as esferas
Recentemente, adquiriu uma
puderam se cooperar. “Com apenas
sede campestre e nos pró-
um ano de funcionamento, já tínhamos
ximos meses vai abrir uma
mais de 2.000 cooperados, sendo ne-
filial no município de
cessário mudarmos a farmácia para
Quatis.
um imóvel maior”, disse Marins, fun30
3ª Capa Anúncio Coopidade
31
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