“Dancem com a entrega de um beijo apaixonado”
arquivo
Ana Maria Aromatário, ex-assistente de direção do Ballet de Londrina, antes das cortinas se abrirem a cada estreia
[ Primeiro elenco do Ballet de Londrina, com Leonardo Ramos (à esquerda) e Marcos Leão (à direita), idealizadores da companhia ] 1993
A imprevisível dança do destino Migrei de Olinda para Curitiba no
e a dos que estiveram ao meu lado
fim de 1979 para fazer dança. Nada
nesta viagem. Vidas dedicadas à
indicava ser uma decisão lógica ou
tradução de sentimentos intraduzíveis
aceitável, nem para a minha família e
e à decifração daqueles movimentos
tampouco para os meus amigos da
improváveis do destino. Lembranças,
época. Em 1984, cheguei em Londrina,
enfim, são combustíveis para a
onde estou até hoje. Mais de uma
construção de um futuro maduro.
década depois, comecei a trilhar o caminho atual.
Celebrar os 20 anos da companhia é, acima de tudo, um momento de
Em 1993, criamos a Escola de Dança
reflexão. É, mais uma vez, sentir forte
e o Ballet de Londrina, consolidando a
a saudade de meu irmão Marcos Leão,
Fundação Cultura Artística de Londrina
companheiro de primeira hora. Duas
(Funcart). Hoje somos grandes;
décadas já se passaram também
são milhares de alunos: alguns se
depois de sua morte, mas tenho no
formaram bailarinos profissionais e
meu dia a dia sua presença. Ele,
dançam - como cada um de nós -
mais que uma lembrança, é a prova
essa imprevisível dança do destino,
da minha maior sorte: ter sempre a
conquistando palcos mundo afora.
oportunidade de ter amigos, amigos
Com o Ballet de Londrina, realizei dezenas de montagens e de espetáculos, que passaram por
certos e eternamente amigos. Sei que nunca estarei só. E a fome de seguir coletivamente não me falta.
perto de uma centena de cidades, em três continentes e muitos países. Construímos, em Londrina, uma plateia que é cúmplice de nosso sucesso. E este sucesso só tem valor por ser um projeto coletivo. Este registro em fotos e palavras é a súmula de várias vidas, a minha
Leonardo Ramos Diretor do Ballet de Londrina Londrina, dezembro de 2013
celso pacheco - “Espetáculo ‘Nó’, 1994”
20 anos, Ballet de Londrina! Um trabalho se realizando sem cessar,
maiores possibilidades dum trabalho
com competência e arte.
para além de modelos estreitos
Criado em 1993, o Ballet de Londrina faz 20 anos. Pouco tempo, se
(e algumas vezes esgotados) de organização da estética.
pensarmos na quantidade de pessoas
A estas possibilidades, correndo
que ficou sem conhecer a sua arte,
como veias sobre territórios à
a da presença. Muito tempo de ação
espera de mais cultura, associa-
ininterrupta, tanta gente a trabalhar.
se o engajamento de seus artistas
Sob a direção de Leonardo Ramos e mantido pela Fundação Cultura Artística de Londrina (Funcart), o grupo sempre teve estreita relação com a Escola Municipal de Dança. Entre os fluxos da formação e os da criação, da invenção da arte, Londrina tem muito a nos ensinar. Ensina-nos da modernidade em dança, espalhando poesia contemporânea por
na construção de um formato de companhia a ser analisado de perto, sobretudo por aqueles que, movidos pelo desejo de arte, queiram conhecer uma história onde este desejo é conjugado, em ações obstinadamente testadas ano após ano. Celebrar este trabalho é fundamental. Mais vida e arte para o Ballet de Londrina!
muitos dos palcos do país e do mundo,
Parabéns à cidade e ao estado que
focando seus temas em estruturas
o acolhem, sustentando os seus
nas quais a dança se estabelece como
passos por muitos de nossos palcos.
potente comunicação entre cenas e
Orgulhosos estamos por esta trajetória.
plateias. Protagonista duma centralidade da arte paranaense no Brasil, a cidade que lhe dá abrigo e nome estabelecese como um polo da dança, um lugar de origem que traz ao grupo um maior gradiente de liberdade, abrindo-lhe
Cássia Navas São Paulo, novembro de 2013
[ Cássia Navas é escritora, pesquisadora em dança e Professora-Doutora do Instituto de Artes/UNICAMP ]
O Ballet e eu: um pas de deux perfeito Passei minha infância e adolescência
coreógrafo e amigo Marcos Leão, que
bem longe das sapatilhas. Nunca mostrei
se foi, sem ter tempo de finalizar a
interesse pela dança, nem tampouco
coreografia de estreia. Depois do susto
sonhei ser bailarina. Até que o Ballet de
inicial, o grupo foi conquistando sua
Londrina começou a fazer parte da minha
própria identidade, com coreografias
vida pessoal e profissional.
cada vez mais maduras e ousadas
Como jornalista, produzi reportagens e entrevistas com o grupo durante o período em que atuei como repórter. Cobri várias apresentações da companhia que,
CAMILA FONTES - espetáculo ‘Decalque’, 2007”
a cada nova coreografia, tornava-se uma
criadas por Leonardo Ramos, diretor e amigo desde os tempos da Oficina de Dança (uma espécie de reduto cultural de Londrina nos anos 80 e embrião do Ballet).
paixão londrinense, ganhava mais público
Acompanhei o crescimento físico e
e arrebatava plateias de outras regiões
profissional de alguns bailarinos que
e países. Trabalhei como assessora
hoje já não fazem parte da companhia.
de imprensa do Festival de Dança de
Alguns estão sempre por perto, pois
Londrina durante as suas primeiras oito
se tornaram professores e coreógrafos
edições, sempre tendo como anfitrião
da Escola Municipal de Dança, de
o Ballet de Londrina. No Festival, tive a
onde surgem os novos talentos para
oportunidade de conhecer grandes nomes
o Ballet. Outros seguiram carreira em
da dança do Brasil. Também sou coautora
companhias do Brasil e do exterior. E,
do livro comemorativo dos 10 anos
assim, me considero parte desta história,
da Funcart, organização responsável
que completa 20 anos e da qual guardo
pela criação do grupo e de um novo
tantas lembranças e me orgulho por ter
modo de produzir cultura em Londrina.
ajudado a construí-la nos bastidores,
Organização, aliás, da qual fiz parte da
mesmo sem nunca ter experimentado
diretoria, ao lado de outros voluntários.
uma sapatilha de ponta.
Mais que um relacionamento profissional, os laços afetivos que criei com o grupo podem ser comparados aos de uma mãe que vê o filho crescer e se tornar adulto. Estive presente no debut da companhia,
Joice Montefeltro
um ‘parto’ doído devido à perda do
Lisboa, novembro de 2013
[joice Montefeltro é jornalista e coautora do livro ‘Funcart: arte sem firula, cultura sem frescura’ ]
Um inventário dos sentimentos À medida que caminha, o homem volta
expondo músculos e técnica nos
sempre ao início. Ao que é e nada mais.
primeiros anos de companhia, e que
Ainda assim, a busca por um sentido
desponta agora com uma linguagem
na vida é uma viagem prazerosa,
contemporânea própria.
que se faz só – a maneira mais difícil de aprender a estar neste mundo, na observância das suas próprias convicções. Trajetórias como a da Companhia Ballet de Londrina, que em 2013 comemora 20 anos, revelam que tudo pode ser diferente, escrevendo,
do Ballet de Londrina, é responsável por essa transposição – difícil no cenário da dança brasileira – mas que coloca a companhia londrinense entre as melhores do Brasil.
através de suas coreografias, um
Um inventário dos sentimentos.
inventário dos sentimentos que nos
Não encontro outra definição para
acompanham.
a produção do Ballet de Londrina.
Nunca mais ser o mesmo. É inevitável não se comprometer com o repertório de coreografias do Ballet de Londrina, que não deixa impune os sentimentos, alimentando polêmicas e debates ou encantando pela delicadeza. Acima de tudo, tem o poder transformador das
Acompanhei vários momentos do grupo, desde a confecção propriamente dos espetáculos às dificuldades, que não foram poucas, mas também tive a satisfação de assistir à companhia embarcar para conquistar o mundo em suas apresentações no exterior.
grandes obras - não só artisticamente,
Várias vezes, os espetáculos do Ballet
como pela continuidade da produção.
confrontaram as minhas convicções.
Um trabalho realizado fora do eixo de efervescência cultural, mas que construiu, em duas décadas, um elenco que se tornou notório pela força física,
[ Francismar Lemes é jornalista em Londrina ]
O coreógrafo Leonardo Ramos, diretor
Porém, me ajudaram a permitir ser acompanhado por outros sentimentos.
Francismar Lemes Londrina, novembro de 2013
celso pacheco celso pacheco DEVANIR PARRA
celso pacheco
[ Um ex, um vazio, um dentro, um transbordado ] 1993
[ Uma bachiana ] 1993
O ex de um grande futuro Ballet de Londrina
9 de dezembro de 1993. Às vésperas
Os nove integrantes do primeiro elenco
completa duas
do 59º aniversário de Londrina, um
do Ballet de Londrina subiram o palco
público atento e curioso lotava as
transformando o impacto da perda em
poltronas do Cine-Teatro Ouro Verde
energia revigorante, sublimando a dor
ininterrupto,
para assistir a um espetáculo de gala:
em expressão artística. Era a primeira
ampliando os limites
a estreia do recém-formado Balé
prova de profissionalismo e resistência
de Câmara da Cidade de Londrina,
do grupo. Ao fim da execução
com música ao vivo executada pela
dos movimentos desenhados pelo
e projetando-a no
Orquestra Sinfônica da UEL. Quase ao
coreógrafo, o vazio iluminado sob a luz
cenário internacional
término da apresentação, os bailarinos
do refletor traduzia a enorme ausência
subitamente interrompem a coreografia
de um artista que sonhara, junto do
e retiram-se de cena. Apenas um foco
amigo e parceiro Leonardo Ramos, o
ilumina o centro do palco. No vazio,
desenvolvimento de uma companhia
ecoam ainda os últimos acordes da
profissional para a cidade de Londrina.
música de Bach junto do tilintar dos
A explosão dos aplausos emocionados
pingos da chuva que cai lá fora.
foi proporcional ao sucesso da história
décadas de trabalho
da dança brasileira
A comovente cena final estava
que estava por vir.
revestida de significados. Nove dias
Além de “Uma Bachiana”, com
antes, o bailarino londrinense Jorge
linguagem marcadamente neoclássica,
Marcos de Oliveira – fundador do
o programa da noite de estreia
grupo e criador das coreografias
também incluía o espetáculo “Um
apresentadas naquela noite - falecera
Ex, um Vazio, um Dentro, um
em um acidente de trânsito. A obra
Transbordado”, coreografia em quatro
“Uma Bachiana”, que fechava o
partes na qual Marcos Leão ousava
programa, ficou inacabada e o grupo,
com uma linguagem contemporânea -
consternado pela tragédia, decidiu
característica que se tornaria a marca
assim mantê-la como homenagem
do Ballet de Londrina, hoje reconhecida
ao eterno Marcos Leão, como era
pela inovação e inventividade dos
conhecido.
movimentos.
“Com apenas 5 meses de existência, sem nenhuma pretensão de ser o melhor, nem nenhuma montagem faraônica, os londrinenses dão um bom exemplo de como fazer. O trabalho procura evitar o rebuscamento e o sensacionalismo em busca de uma linguagem clara, sugerindo os conteúdos com vitalidade e energia.” Patrícia Avellar
celso pacheco
(Folha de Londrina, 1994)
ARNALDO TORRES
[ jogos de despertar ] 1994
“A proposta do grupo brasileiro nos assombra com a vitalidade de seu discurso, o equilíbrio de uma composição que se torna, por momentos, agressiva, até ser capaz de alcançar o mais alto lirismo em um cântico corporal às relações humanas.” Idangel Bitencourt (Boletin da Associação Hermanos Saíz, Havana – Cuba, 1995)
[ nó ] 1994
Com a partida prematura do amigo,
colcha de retalhos, referência à
Leonardo Ramos, diretor e professor
cultura popular brasileira. A rotunda
da Escola Municipal de Dança de
multicolorida, confeccionada por jovens
Londrina, assume os comandos
em situação de risco do projeto Escola
da companhia. Neste momento de
Oficina, era um símbolo do esforço
transição, convida o coreógrafo Felipe
coletivo.
Chepkassof, de Campinas, para montar o próximo espetáculo do grupo.
“Nó” estreia em 1994, mas cumpre a maior parte da temporada em
A criação partiu das lembranças dos
1995. Neste ano, o Ballet ganha
sonhos dos próprios bailarinos. “Jogos
reconhecimento nacional após circular
de Despertar”, como foi chamada,
por dez estados com a montagem e
estreou em junho de 1994 e, no
também com suas duas novas obras:
mesmo ano, circulou por seis estados
“Pequeno” e “...&...”. Na primeira, Ramos
brasileiros junto de “Uma Bachiana” e
propunha um espaço cênico com
de “Um Ex, um Vazio, um Dentro, um
apenas quatro metros quadrados; os
Transbordado”. O Ballet de Londrina
quatro bailarinos do elenco, de maneira
realizava sua primeira turnê nacional,
bem humorada, desdobravam-se para
emplacando pautas em teatros de
executar no reduzido cubículo uma
capitais e de cidades reconhecidas pela
coreografia que ia de gestos cotidianos
tradição na dança.
a movimentos clássicos.
Leonardo Ramos superava os difíceis
Já “...&...” utilizava a célebre composição
meses que sucederam a dor da estreia
de Sergei Prokofiev para “Romeu e
por meio de um mergulho introspectivo
Julieta” – partitura que seria revisitada
que logo se transformou em impulso
mais tarde por Ramos em “Decalque”
criativo. Enquanto o elenco trabalhava
(2007). O coreógrafo propôs uma leitura
com Chepkassof, o diretor do Ballet
inédita para o famoso pas de deux do
de Londrina elaborava a sua primeira
balcão, chamando a atenção da crítica
coreografia. Utilizando como inspiração
para a novidade dos movimentos.
imagens cênicas deixadas por Jorge
Prenunciava-se ali a inteligência na
Marcos, Leonardo tentava desatar os
configuração de uma linguagem inédita
nós da angústia e iniciar uma pesquisa
na dança brasileira, predicativo que
coreográfica específica da companhia.
o Ballet de Londrina concretizaria ao
Assim nasceu “Nó”, montagem que
longo de sua trajetória.
utilizava como cenário uma enorme
Arnaldo Torres devanir parra
[ ... & ... ] 1995
“Liberdade, harmonia, singularidade estética e energia definem o trabalho do elenco brasileiro de Londrina, que apresentou as obras mais interessantes do Festival. Em ‘Pequeno’ se resume toda uma filosofia da dança. Segue-se o princípio de que o ritmo surge pela relação corpo-espaço.” (La industria, Trujillo – Peru, 1996)
[ PEQUENO ] 1995
O reconhecimento não tardou. No
Cidade” transportava para os corpos
mesmo ano, o Ballet de Londrina foi
do elenco o movimento pulsante dos
indicado ao Prêmio Mambembe de
centros urbanos. A montagem é um
Dança, concedido pelo Ministério da
dos maiores sucessos da trajetória
Cultura, e recebeu convite para se
da companhia e foi reapresentada
apresentar no Festival Internacional
em temporadas nos anos 1997,
de Havana (Cuba), a primeira viagem
1999, 2003 e 2004. Em 2013, uma
internacional da companhia que, aos
versão especial da coreografia,
20 anos, traz no currículo intercâmbios
com participação de bailarinos de
que incluem países da América, África
elencos antigos, foi remontada em
e Europa.
comemoração aos 20 anos do Ballet.
A essa altura, está consolidada a verve contemporânea da trupe. Os cenários inventivos, os figurinos que expunham os corpos expressivos, a dramaticidade das cenas e o entrosamento do elenco eram ingredientes indispensáveis das montagens. O público londrinense, cada vez mais cativo, aguardava com ansiedade as estreias do Ballet. Foi assim no dia 23 de março de 1996, quando os espectadores lotaram as filas do Teatro Ouro Verde para a primeira apresentação dos espetáculos “Elogio à...” e “...à Cidade”.
“Elogio à...”, que abordava a morte de forma fantasiosa, e “...à Cidade” foram encenadas em todo o Brasil. Chegaram ainda no Festival Internacional de Dança de Trujillo, Peru, e na capital Lima. Mesmo com a agenda frenética de apresentações, o diretor Leonardo Ramos já começava a elaborar a próxima obra, com a qual o Ballet realizaria, no ano seguinte, sua quarta turnê nacional, por 26 cidades de 16 estados.
Nesta noite, a plateia foi surpreendida
“Cria”, de 1997, é uma tentativa
por bailarinos que desciam
do coreógrafo, segundo suas
acrobaticamente por cordas do
próprias palavras, de conceber
urdimento do teatro, por outros que
uma dança “sem as formalidades
se desdobravam em malabarismos,
do contemporâneo europeu e, ao
pelo grito ensurdecedor de uma
mesmo tempo, de uma brasilidade
dançarina, tudo ao som do tango
sem regionalismo”. Para isso, recorre
vibrante de Astor Piazzola. Espetáculo
à leveza e ao despojamento da
de grande impacto e energia, “...à
infância.
devanir parra Arnaldo Torres
[ elogio à ...] 1996
“O som vibrante da música encaixouse perfeitamente com os movimentos impecáveis, figurando o caos urbano, com sua violência, amores, encontro e desencontros, angústia e morte. A cena final, quando os bailarinos despencam do alto do palco, onde subiram através de cordas, tipo alpinismo circense [...] foi de uma sincronia com o acorde final do acordeon de tirar a respiração”. Mariza Pontes (Diário de Pernambuco, 1996)
[ PEQUENO ] 1995 [ ... À cidade] 1996
celso pacheco
“Deve-se expressar o reconhecimento a uma companhia que com simplicidade nos fez pensar que os sentimentos expressos por um bailarino podem constituir uma linguagem universal. Assumir a dança como trabalho fortalece, em alguns, o desejo de converter-se em estrela, em outros, o de encontrar uma linguagem de grupo mais próxima da terra” Lichi Garland (Jornal El Comercio, Lima - Peru, 1997)
[ CRIA ] 1997
celso pacheco
2 e nada mais ]
1998
celso pacheco
[
[ LĂšDICO ] 1999
O tema da inocência, aliás, foi perseguido em várias outras montagens, como “Lúdico” (1999), “Prazeres” (2005) e “Para Acordar os Homens e Adormecer as Crianças” celso pacheco
(2009). O espetáculo foi apresentado no Festival Internacional de Danza Nueva, em Lima, tradicional destino da companhia, e no Festival Internacional de Dança de Camaguey, em Cuba. No ano seguinte, o Ballet de Londrina inicia um procedimento que se tornaria característica marcante de sua linguagem: a inspiração e releitura inventiva de clássicos. Em “2 e nada mais”, Leonardo Ramos partia dos conflitos amorosos de “Romeu e Julieta”, de Shakespeare, e de “Petrouchka”, de Igor Stravinsky – composição que recebeu coreografia própria do Ballet em 2012. Das duas tramas, o diretor extrai a essência universal da solidão, da angústia [ ETHOS ] 2000
e do medo, traduzindo os sentimentos em puro movimento. Além da turnê nacional, o espetáculo esteve em Lima e em Havana. “Lúdico”, montagem que Ramos elabora em 1999, estreia, de forma inédita, fora da cidade-sede do grupo. O Teatro Dragão do Mar, em Fortaleza, foi o palco escolhido para a primeira apresentação desta coreografia, que busca a essência de um homem cordial adormecido em cada um, capaz ainda de acreditar no poder transformador da arte e da imaginação. Nas comemorações dos 500 anos do Brasil, o Ballet de Londrina estreia “Ethos”, primeira montagem com trilha inédita, especialmente composta pelos músicos
[ NUNCA] 2001
CARLOS BOZZELLI
londrinenses Henrique Bittencourt
“Nunca”, o primeiro e mais polêmico,
e Marco Tureta. Em grego, o termo
lançava mão do erotismo como
‘ethos’ designa a coexistência do
instrumento de contestação política.
homem com o ambiente e com os
A recorrência à dimensão sensual
outros seres. Ramos dimensionou os
é justificada pela busca do último
sentidos da palavra para o contexto
sentimento completamente autêntico
brasileiro, trabalhando inicialmente
que restou no homem. Entre uma
movimentos alusivos às origens
viagem e outra da turnê, que passou
étnicas do país e, posteriormente, o
por nove estados brasileiros, o
resultado das fusões culturais.
Ballet ainda participou, em 2001,
Nos três anos seguintes, o público do Ballet de Londrina vai assistir a uma trilogia que rendeu à companhia enorme sucesso. A repercussão acontecia a despeito das dificuldades financeiras que acometeram a sobrevivência do grupo nesta época. O motivo: a crise institucional na
“[...] Estes são alguns dos elementos que transformam ‘Nunca’ no melhor e mais elaborado trabalho do Ballet de Londrina até hoje. Há outros. O elenco melhorou ainda mais seu preparo físico, que já era bom. Além do prazer da contemplação de corpos belos, este fato resulta em outro benefício para o público, a extrema precisão do elenco.” Marcelo Castilho Avellar (Estado de Minas, 2001)
Prefeitura de Londrina, que culminou com a cassação do prefeito Antonio Belinati e que comprometeu as verbas da cultura. A continuidade da pesquisa da trupe persistiu graças ao abnegado esforço de entusiastas e de empresas patrocinadoras.
do espetáculo “Movimento”, projeto da artista plástica Regina Mello. Portando vinte litros de tinta, o elenco materializava em cena o action painting, técnica difundida pelo pintor americano Jackson Pollock (19121956), referência do expressionismo abstrato. Os movimentos coreográficos espalhavam aleatoriamente as tintas, produzindo aos olhos do espectador uma pintura ao acaso. “Eternamente” continua a ousadia de “Nunca”, porém afirmando aquele ideário pelo avesso. A efemeridade sensual dá lugar à permanência da
Diante dos impasses, Leonardo Ramos
memória. Ao contrário do método usual
e o elenco do Ballet de Londrina
de trabalho do grupo, nesta montagem
mergulharam num desnudamento
a figura do coreógrafo perde força –
das máscaras sociais por meio da
ele aparece como diretor da criação
investigação de temas provocativos.
coletiva dos bailarinos-intérpretes, que
“Nunca” (2001), “Eternamente” (2002) e
buscam inspiração em suas vivências
“Fome” (2003) refletem, cada um a seu
pessoais. Com “Eternamente”, o Ballet
modo, as necessidades essenciais do
é contemplado pelo segundo ano
homem no percurso chamado vida.
consecutivo com o Prêmio Estímulo do Programa EnCena Brasil, do Ministério da Cultura.
gabriel teixeira
[ MOVIMENTO ] 2001
gabriel teixeira
“‘Eternamente’ é uma história dos seres que foram condenados ao tempo. Seria mais civilizado e menos traumático (quem sabe, menos doloroso), se o Ballet de Londrina ficasse restrito aos movimentos da dança. Mas a arte não avança no campo de batalha sem desrespeitar fronteiras. Leonardo Ramos, Marco Tureta e todos os artistas envolvidos no trabalho tiveram a coragem de contemplar o abismo - e o abismo somos nós.” Paulo Briguet (www.scalassara.com.br, 2002)
[ ETERNAMENTE ] 2002
celso pacheco
[ FOME ] 2003
Fechando a trilogia, “Fome” traz
reforçavam os contrastes do claro e
movimentos que remetem à ânsia do
escuro, do branco e preto, da luz e
homem diante de suas necessidades
sombra, do alto e baixo.
mais prementes. Não se trata só da vontade comer, mas do desejo de plenitude em diversos níveis. O espetáculo vai além: afirma o direito comum a todos de alcançar a saciedade para cada uma dessas ‘fomes’. A trilogia teve trilha original composta por Marco Tureta; na primeira montagem, o compositor
Junto de “Fome”, que estreou dois meses depois, “Tabu” participou da turnê nacional de 2004. Neste mesmo ano, o Ballet chega ao continente africano. Ambas as montagens foram apresentadas no Hifa-Harare International Festival of The Arts, no Zimbábue.
contou com a parceria de Henrique
Em comemoração aos 70 anos de
Bittencourt.
Londrina, o Ballet extravasa a boca de
A profusão criativa do Ballet de Londrina leva ao surgimento de outro núcleo da companhia, que passa a ser dirigido pelo bailarino veterano Wagner Rosa, integrante do primeiro elenco. A obra de estreia é “Romeu e Julieta” (2002), uma versão atualizada e compacta da história dos dois amantes de Verona. O diretor elaborou uma coreografia moderna e vigorosa, com forte influência da dança de rua, do canto e do teatro.
cena e ocupa a plataforma da antiga estação ferroviária da cidade, onde funciona o Museu Pe. Carlos Weiss. No pátio do imenso prédio de arquitetura inglesa, os bailarinos, junto de atores e cantores convidados, celebraram a força dos pioneiros e as chegadas e partidas que configuraram a formação do município. O espetáculo “Estação Londrina” foi concebido e coreografado por Wagner Rosa e teve a participação de Silvio
No ano seguinte Wagner também
Ribeiro na direção teatral, do escritor
assina a concepção de “Tabu”,
Domingos Pellegrini na elaboração
montagem que surpreende pela beleza
dos textos e de Marco Tureta na
visual e pela abordagem inquietante
composição da música. A atmosfera
do tema das diferenças. A intolerância
retrô e onírica permanece ainda na
na aceitação do outro, o preconceito e
memória dos quase 8 mil espectadores
a exclusão eram pautas centrais que
que viram a montagem durante a
foram traduzidas em cenas de grande
temporada.
força dramática. Cenários e figurinos
gabriel teixeira celso pacheco
[ TABU ] 2003
[ ESTAÇÃO LONDRINA ] 2004
celso pacheco CARLOS BOZZELLI
[ PRAZERES ] 2005
[ FALE BAIXO ] 2006
camila fontes
“O elenco é coeso, bem ensaiado, tecnicamente afiado e, de repente, percebe-se que se tem um Romeu e Julieta pela frente. [...] O elenco configura um exemplo claro dos bons frutos que um projeto alcança quando tem a oportunidade de se desenvolver em continuidade, ao longo do tempo. [...] O nome da obra funciona como um bom indicador de que seu interesse está no decalcar (no sentido de transferir). O modo original como se dá a transferência é que importa aqui, pois é do movimento que surgem as ignições que nos fazem lembrar da história.” Helena Katz
(O Estado de São Paulo, 2007)
“[...] o que se pode verificar na cena que se constrói é não apenas essa idéia de tradução, mas antes, recuperando o poeta Haroldo de Campos, a idéia de transcrição. É nesse terreno que o coreógrafo e diretor da companhia, Leonardo Ramos, atua: no lugar de ‘entre-linguagens’, para construir seu vocabulário de movimentos. [...] A companhia responde bem ao desafio proposto por Leonardo Ramos. Afinada e coesa, identificase nela a cumplicidade com o trabalho do coreógrafo, oportunidade rara nos dias de hoje.” Roberto Pereira
(O Jornal do Brasil, 2008)
“De certa forma, ‘Decalque’ é um desafio coreográfico que provoca algum estranhamento pela inversão da ‘lógica’ corporal da dança. [...] Mas o que se sobressai em ‘Decalque’ é a extrema plasticidade que resulta desta busca do novo. [...] Dos movimentos individuais e sutis à agilidade das explosões coreográficas em grupo, o Ballet de Londrina exibe a maturidade de uma companhia que conduz com coerência uma proposta estética.” Célia Musilli
(www.filo.art.br, 2007)
Após os tempos difíceis que motivaram sua última trilogia, Leonardo Ramos projeta um espetáculo que busca inspiração justamente no oposto: a leveza do homem comum, capaz de viver a felicidade do aqui e do agora. Assim nasce “Prazeres”, montagem que inovava mais na elaboração coreográfica do que propriamente no tema. O ‘homem gentil adormecido’ é, afinal, uma procura obsessiva desde o início do repertório da companhia. Nesta obra, Ramos o encontra nos gestos mais simples e cotidianos, como dormir, acordar, trabalhar, brincar. Inicia-se aqui, timidamente, a busca de movimentos tendendo à horizontalidade, que se tornariam, mais adiante, um campo fecundo de investigações do Ballet. “Fale Baixo”, de 2006, revivia a atmosfera dos bailes da década de 1940 por meio do jazz de Glenn Miller e orquestra. O foco se dá, entretanto, exclusivamente à dança, em detrimento de outras linguagens e de outros signos cênicos. O baile que o público vê em cena não é usual. Os apoios para a locomoção são invertidos e os bailarinos procuram formas heterodoxas de equilíbrio. Mais um passo em direção à linguagem inovadora que o Ballet de Londrina conquista definitivamente com a estreia do ano seguinte. “Decalque” foi, sem dúvida, um divisor de águas na trajetória do Ballet de Londrina. Um dos espetáculos mais aclamados pela crítica no ano de 2007, ele circulou [ DECALQUE ] 2007
por quase todas as capitais brasileiras,
“[...] O novo espetáculo do Ballet de Londrina, então, coroa uma trajetória de muito talento, pertinência e empenho: talvez seja o mais bem acabado, o mais equilibrado, talvez o mais inspirado dentre as obras já realizadas por um núcleo artístico que conseguiu fixar as atenções do Brasil, mesmo produzindo tão distante das capitais – o que não é, absolutamente, tarefa fácil.”
arnaldo j.g.torres
Miguel Anunciação
[PARA ACORDAR OS HOMENS E ADORMECER AS CRIANCAS ] 2009
( Jornal Hoje em Dia, 2009)
despertando fascínio pelo ineditismo
o contraste entre maturidade e
pungentes em que os mais fracos são
da movimentação, pela beleza plástica
infância, além do ciclo contínuo de
subjugados pela força coletiva – uma
e pela entrega do elenco. A ideia de
transformações da vida.
metáfora para os ciclos intransigentes
Leonardo Ramos foi partir de uma trama muito conhecida para centrar as atenções no movimento. Escolheu mais uma vez a trilha de Prokofiev
O bailarino Vitor Rodrigues, de apenas 13 anos, é convidado a dançar com o elenco veterano. Selecionado em
da natureza e da vida social. Ramos dedica a montagem às mulheres, como “símbolo de todas as minorias”.
audição numa escola pública de
A companhia foi convidada a estrear
Londrina, ele materializa a energia e a
“A Sagração da Primavera” na
Na coreografia, os dois amantes
esperança da juventude. Um cenário
abertura da edição 2011 do Festival
multiplicavam-se de bailarino a
luminoso é o pano de fundo para uma
Internacional de Londrina e realizou
bailarino em um jogo de transferência
coreografia que surpreende também
longa turnê, que passou pelo XXIV
– eis o ‘decalque’. A forma de execução
pelo impacto das quedas. Com “Para
Festival Danza Nueva, na capital do
da dança era o grande diferencial. Os
Acordar...”, o Ballet de Londrina realizou
Peru. No dia 29 de maio de 2013, o
movimentos, basicamente horizontais,
o sonho de se apresentar pela primeira
Ballet de Londrina foi um dos únicos
exigiam grande força e destreza por
vez na Europa, considerada o berço
grupos brasileiros a comemorar o
parte dos bailarinos. A crítica Helena
mundial da dança. O espetáculo passou
centenário de estreia de “A Sagração
Katz resumiu assim a proposta: “Em
por diferentes teatros de Paris no ano
da Primavera” - evento celebrado
cerca de uma hora de dança de
de 2012.
em todo o mundo. A apresentação
para o clássico “Romeu e Julieta”.
qualidade, tem-se uma bem realizada exploração de eixos de equilíbrio e de possibilidades de locomoção, que
Em 2011, Leonardo Ramos concretiza um antigo desejo: conceber uma
aberta ao público reuniu centenas de espectadores no Ginásio Moringão.
versão própria para “A Sagração
O sucesso alcançado por “A
da Primavera”, composição de
Sagração...” logo inspira o Ballet
Igor Stravinsky que inaugura a
de Londrina a um mergulho em
modernidade. Revisitada pelos mais
outra obra do compositor russo.
célebres nomes da história da dança, a
“Petrouchka”, montagem com
obra narra o percurso doloroso de uma
cerca de 20 minutos, compõe, com
virgem, que é sacrificada em um ritual
o espetáculo anterior, o chamado
De acordo com o diretor do Ballet
pagão para o florescimento da terra.
Programa Stravinsky. Vencedor do
de Londrina, “Decalque” acaba sendo
Na montagem do Ballet de Londrina,
Prêmio Funarte Petrobras de Dança
o início de uma trilogia que tem
a linguagem horizontal e colada ao
Klauss Vianna 2012, o Programa
sequência com “Para Acordar os
chão, além da nova lógica de apoios,
marca as comemorações de 20 anos
Homens e Adormecer as Crianças”
serve à expressão dos sentimentos
do Ballet de Londrina. Com ele, a
(2009), pela mesma pesquisa de
primitivos que estão na essência da
companhia circulou ao longo de 2013
movimento. O tempo é o grande
trama. O diretor, aliás, joga luz sobre as
por inúmeras cidades do Nordeste,
protagonista deste espetáculo de
sombras da violência e constrói cenas
Sudeste e Sul.
colocam o elenco, quase o tempo todo, no chão, andando de joelhos, nos cotovelos, usando costas e quadris”. Características que se tornaram fundamentais nas montagens posteriores.
singular delicadeza, que evidencia
RENATO FORIN JR.
[A SAGRAÇÃO DA PRIMAVERA] 2012
BRUNO MARTINS
“Leonardo Ramos foi burilando sua coreografia até levá-la ao esqueleto. Não há sobras, tudo é costurado e denso. Sem abdicar das anotações de Stravinsky – o espetáculo trata de um sacrifício humano à primavera para que a comida seja abundante –, Ramos foi enxugando os movimentos até chegar a uma essência que representa, de certa forma, o diferencial do Ballet de Londrina.” Ranulfo Pedreiro
( Jornal de Londrina, 2011)
isabela figueiredo
[PETROUCHKA ] 2013
“Petrouchka” oferece uma espécie de
isabela figueiredo
contrabalanço à outra coreografia, transitando por paragens mais leves e irreverentes. A obra de Stravinsky traz as peripécias amorosas de um trio de bonecos que chega numa cidade parada no tempo para apresentar um teatro mambembe. O desengonçado palhaço Petrouchka amava a bela Bailarina, que preferia o Mouro, que não amava ninguém. A movimentação predominantemente horizontal cabe muito bem aos personagens-bonecos que, por sua natureza de objetos, espalham-se pelo chão em movimentos inventivos, por vezes demonstrando a desconexão de partes do
isabela figueiredo
próprio corpo. Para Leonardo Ramos, após a trilogia refinada até “A Sagração da Primavera”, “Petrouchka” começa a esboçar as inquietações de um novo caminho investigativo para o Ballet de Londrina. “Eu considero Petrouchka a retomada da confusão para novas descobertas. Mudamos, inclusive, o modo de trabalhar a parte técnica das aulas, isso deve refletir mais adiante”, explicou o diretor na ocasião da estreia. A companhia, que soube se reinventar e ampliar de forma visionária os limites da dança brasileira nas duas últimas décadas, encara o desafio do novo com a mesma postura corajosa com a qual avançou para além das coxias do Teatro Ouro Verde em dezembro de 1993. Hoje, bailarinos veteranos dividem o palco com estreantes, e diferentes gerações comungam em cena daquela antiga paixão, que tem o poder de se regenerar cada vez que as cortinas do mundo se abrem para uma ilustre companhia do interior do Brasil.
Ballet de Londrina 2013
Catálogo | Ballet de Londrina: 20 Anos de Arte Organização, edição e redação: Renato Forin Jr.
Direção geral e coreografia
Colaboração (textos): Cássia Navas, Francismar Lemes,
Leonardo Ramos
Joice Montefeltro, Leonardo Ramos Direção de produção
Foto de capa: Carlos Bozzelli
Danieli Pereira
(Espetáculo “Nunca”, 2001)
Direção técnica
Foto de contracapa: Celso Pacheco
Roberto Rosa
Técnico de palco
(Ensaio para espetáculo “Nó”, 1994)
Fotos de arquivo do Ballet de Londrina: Arnaldo Torres,
Romildo Ramos
Camila Fontes, Carlos Bozzelli, Celso Pacheco, Devanir Parra, Gabriel Teixeira, Isabela Figueiredo, Renato Forin Jr.
Ensaiador
Marciano Boletti
Design gráfico: Visualitá
Assessoria de imprensa
Renato Forin Jr.
Ballet de Londrina Rua Senador Souza Naves, 2380
Designer gráfico
Jd. Petrópolis
João Damiano
CEP: 86015-430 Londrina – Paraná – Brasil
Web
Claudio de Souza
Fone: (55) (43) 3342-2362 www.balletdelondrina.art.br
Elenco
Alessandra Menegazzo | Bruno Calisto | Claudio de Souza | Giovana Machado | José Maria | José Ivo | Kamila Oliveira | Marciano Boletti | Nayara Stanganelli | Thiago Spengler | Vitor Rodrigues |
Viviane Terrenta
Esta publicação não tem caráter comercial ou fins lucrativos.
Trainee: Regina Zama Altran
Catalogação elaborada pela Divisão de Processos Técnicos da Biblioteca Central da Universidade Estadual de Londrina Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) B191 Ballet de Londrina : 20 anos de arte / organizador: Renato Forin Junior. – Londrina : Fundação Cultura Artística de Londrina, 2013. 32 p. : il. Inclui bibliografia. 1. Ballet de Londrina – História – Catálogo. 2. Balé – Londrina (PR) – História – Catálogo. I. Forin Junior, Renato.
CDU 793.3(816.22)
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CELSO PACHECO
ARNALDO TORRES
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O longo dos seus 20 anos, o Ballet de Londrina se apresentou em cerca de uma centena de cidades em turnês nacionais e internacionais. Os espetáculos da companhia chegaram a países da América, África e Europa. Confira as cidades pelas quais o Ballet de Londrina circulou:
celso pacheco
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CELSO PACHECO
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