RTI - Novembro - 2022

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DESTAQUES Ano 23 - Nº- 270 Novembro de 2022

Edge data centers Com a entrada do 5G e novas aplicações, será cada vez mais importante a redução de latência e aumento de capacidade de processamento de dados com as soluções descentralizadas e definidas por software (NFV e SDN).

ESPECIAL

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Guia de racks para LANs, servidores e acessórios Seja numa empresa, num data center hyperscale ou num site edge remoto, os racks e gabinetes são essenciais para assegurar o adequado desempenho da rede e dos equipamentos que rodam as aplicações

SERVIÇO

30

Benefícios das microrredes para os data centers A técnica utiliza análises avançadas para gerenciar de forma inteligente ativos energéticos como grupos geradores, resfriamento e energias renováveis, bem como a forma de otimizar o design através de estudos de viabilidade.

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

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Uso de CFD para analisar eficiência em data center hyperscale sem piso elevado Sistemas que antes eram adequados para data centers de médio e grande portes se mostram ineficientes quando aplicados em data centers hyperscale. O CFD permite analisar o impacto de cada elemento nesse cenário, como o piso elevado para insuflamento de ar frio.

CLIMATIZAÇÃO

Capa

Foto: Deposit Photos

46

Importância do edge computing para o metaverso Para proporcionar as melhores experiências no metaverso, a infraestrutura de processamento de dados precisa garantir alta conectividade, baixa latência e serviços de computação e armazenamento virtualizados. Nesse cenário, os recursos de edge computing ganham destaque.

CONECTIVIDADE

50

Guia de switches para LAN e comutadores KVM O guia traz a relação de fabricantes e importadores de switches para transporte, acesso, redes locais e data centers, além de aplicações industriais e KVM, com os respectivos recursos e funcionalidades, como número de portas e capacidades.

SEÇÕES Editorial

6

Informações

8

Interface

62

Em Rede

66

Segurança

68

Produtos

70

A virtualização irá transformar radicalmente a forma como as redes de telecomunicações são construídas e operadas. Tecnologias como a SDN – Software Defined Network e o NFV – Network Function Virtualization despontam como opções para provedores e operadoras.

Atendimento ao leitor

71

Publicações

73

TECNOLOGIA

Índice de anunciantes

73

ISP em Foco

74

SERVIÇO

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Benefícios e desafios das redes virtuais

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Tipos de cabos e seu comportamento em eventual incêndio A segurança dos cabos internos utilizados em edifícios e locais com grande circulação de pessoas ganha cada vez mais importância. Definir o tipo de cabo a ser adotado na edificação é fundamental para a proteção da infraestrutura, bem como entender suas características de flamabilidade, densidade e toxidez da fumaça.

CABEAMENTO ESTRUTURADO

60

As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as adotadas por RTI, podendo mesmo ser contrárias a estas.




EDITORIAL

ARANDA

EDITORA

TÉCNICA

CULTURAL

LTDA.

Diretores: Edgard Laureano da Cunha Jr., José Roberto Gonçalves, e José Rubens Alves de Souza (in memoriam)

Edge data centers Com o aumento exponencial de processamento de dados gerado pelos novos serviços digitais, impulsionados pela expansão do 5G e IoT – Internet das Coisas, o conceito do data center monolítico como conhecemos hoje tende a evoluir para um modelo descentralizado, em que parte das aplicações fica na nuvem e parte fica distribuída em micro data centers localizados perto do usuário (edge computing ou computação na borda), a fim de garantir baixas latências de resposta. Na agricultura de precisão, por exemplo, máquinas inteligentes precisam de reação imediata para atuar. Enviar as informações de telemetria ou posicionamento geográfico até um data center central e aguardar o retorno dos comandos levaria um tempo muito maior do que o processamento local, realizado no servidor da fazenda. Mas com o restante das informações e plataformas hospedadas na cloud centralizada, ambas as abordagens (edge e core) podem atuar em conjunto e alimentar o sistema como um todo. Na mineração, que se baseia em operações localizadas em áreas distantes das grandes cidades, o fluxo de informações para servidores remotos pode ser um grande problema e de alto custo. Com o edge computing, os processos analíticos instantâneos ajudam na tomada de decisões sem a preocupação da conectividade de rede. Com a tendência da descentralização, o mercado vem se empenhando em oferecer soluções capazes de acompanhar esses movimentos. Como mostra a reportagem especial que começa na página 24, o futuro caminha para as soluções abertas, que permitem implantar soluções virtualizadas em cima de servidores padrão, capazes de lidar com um crescente volume de dados. No aspecto de infraestrutura, os servidores na ponta precisarão de um ambiente capaz de assegurar qualidade e resiliência na unidade de processamento, seja ela um único rack ou um contêiner. Investimentos expressivos previstos para o setor mudarão o perfil do ecossistema de data centers nos próximos anos. Para a consultoria norteamericana Medium, 75% dos sistemas corporativos serão processados em data centers implementados na borda da rede até 2025. Há um grande potencial de negócios. Também na reportagem especial, vale a pena conhecer o case da M4RD Telecom, uma nova empresa que está construindo um edge data center em Manaus, AM. O objetivo é oferecer colocation, nuvem, backup e redundância não apenas às empresas da cidade, mas também às corporações de outras localidades que precisam ter um POP – ponto de presença na região. Antes mesmo de ser inaugurado, a M4RD já tem vários clientes na fila de espera para contratar os serviços. Sandra Mogami – Editora sm@arandaeditora.com.br

REDAÇÃO: Diretor Diretor: José Rubens Alves de Souza (in memoriam) Jornalista responsável: Sandra Mogami (MTB 21.780) Repórter: Fábio Laudonio (MTB 59.526) SECRETÁRIA DE REDAÇÃO E PESQUISAS: Milena Venceslau PUBLICIDADE NACIONAL: comercial: Élcio S. Cavalcanti Gerente comercial Contatos: Rodrigo Lima (rodrigo.lima@arandaeditora.com.br) Cibele Tommasini (cibele.tommasini@arandaeditora.com.br) REPRESENTANTES: Minas Gerais: Oswaldo Alipio Dias Christo Rua Vila Rica, 1919, cj. 403 – 30720-380 – Belo Horizonte Tel.: (31) 3412-7031 – Cel.: (31) 9975-7031 – oadc@terra.com.br Paraná e Santa Catarina: Romildo Batista Rua Carlos Dietzsch, 541, cj. 204 – Bloco E – 80330-000 – Curitiba Tel.: (41) 3501-2489 – Cel.: (41) 99728-3060 – romildoparana@gmail.com Rio de Janeiro e Interior de São Paulo: Guilherme Carvalho Tel. (11) 98149-8896 guilherme.carvalho@arandaeditora.com.br Rio Grande do Sul: Maria José da Silva Tel.: (11) 2157-0291 – Cel.: (11) 98179-9661 – maria.jose@arandaeditora.com.br INTERNATIONAL ADVERTISING SALES REPRESENTATIVES China: Mr. Weng Jie – Zhejiang International Adv. Group – 2-601 Huandong Gongyu, Hangzhou Zhejiang 310004, China Tel.: +86 571 8515-0937 – jweng@foxmail.com Germany: IMP InterMediaPro e K. – Mr. Sven Anacker – Starenstrasse 94 46D – 42389 Wuppertal Tel.: +49 202 373294 11, sa@intermediapro.de Italy: QUAINI Pubblicità – Ms. Graziella Quaini Via Meloria 7 – 20148 Milan Tel: +39 2 39216180 – grquaini@tin.it Japan: Echo Japan Corporation – Mr. Ted Asoshina Grande Maison Room 303, 2-2, Kudan-kita 1-chome, Chiyoda-ku, Tokyo 102-0073, Japan Tel: +81-(0)3-3263-5065 – e-mail: aso@echo-japan.co.jp Korea: JES Media International – Mr. Young-Seoh Chinn 2nd Fl., ANA Building, 257-1 Myeongil-Dong, Gangdong-gu Seoul 134-070 Tel: +82 2 481-3411 – jesmedia@unitel.co.kr Spain: GENERAL DE EDICIONES – Mr. Eugenio A. Feijoo C/Juan de Olia, 11-13, 2a. Planta 28020 Madri Tel: +34 91 572-0750 – gee@gee.es Switzerland Switzerland: Mr. Rico Dormann, Media Consultant Marketing Moosstrasse 7, CH-8803 Rüschlikon Tel: + 41 1 720-8550 – beatrice.bernhard@rdormann.ch Taiwan: WORLDWIDE S Services Co. Ltd. – Mr. Robert Yu 11F-B, No 540, Sec. 1, Wen Hsin Road, Taichung Tel: +886 4 2325-1784 – global@acw.com.tw UK: Robert G Horsfield International Publishers – Mr. Edward J. Kania Daisy Bank, Chinley, Hig Peaks, Derbyshire SK23 6DA Tel.: (+44 1663) 750-242, Cel.: (+44 7974) 168188 – ekania@btinternet.com USA USA: Ms. Fabiana Rezak - 2911 Joyce Lane, Merryck, NY 11566 USA Tel.: +(1) 516 476-5568 – arandausa@optonline.net ADMINISTRAÇÃO: Diretor administrativo: Edgard Laureano da Cunha Jr. CIRCULAÇÃO: São Paulo: Clayton Santos Delfino - tel. (11) 3824-5300 e 3824-5250 ASSISTENTES DE PRODUÇÃO: Vanessa Cristina da Silva e Talita Silva PROJETO

VISUAL

GRÁFICO, DIAGRAMAÇÃO ELETRÔNICA Estúdio AP

E

EDITORAÇÃO

SERVIÇOS: Impressão: Ipsis Gráfica e Editora S.A. Distribuição: ACF - Ribeiro de Lima/Intercourier

ISSN 1808-3544 RTI - Redes, Telecom e Instalações, revista brasileira de infraestrutura e tecnologias de comunicação, é uma publicação da Aranda Editora Técnica Cultural Ltda. Redação, Publicidade, Administração, Circulação e Correspondência: Alameda Olga, 315 - 01155-900 - São Paulo - SP - Brasil. Tel.: + 55 (11) 3824-5300 e 3824-5250 inforti@arandanet.com.br – www.arandanet.com.br A revista RTI - Redes, Telecom e Instalações é enviada a 12.000 profissionais das áreas de telecomunicações; redes locais, informática e comunicação de dados; instalações; TV por assinatura; áudio e vídeo; segurança (CFTV e alarmes); automação predial e residencial; e sistemas de energia, aterramento e proteção elétrica.



INFORMAÇÕES

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Aspeal propõe rede de posteamento exclusiva para telecomunicações

A parte privada da PPP ficaria a cargo de uma cooperativa ou empresa de sociedade anônima, remunerada de forma sustentável com a receita futura dos aluguéis dos postes. A ocupação de postes é hoje um dos Atualmente os provedores de maiores desafios para a expansão dos Alagoas pagam R$ 6,28 pelo poste à serviços de banda larga. Mas surge Equatorial Energia. A estimativa é que agora uma nova proposta que poderá a PPP poderia cobrar menos da metade amenizar os conflitos de de valor, no máximo cerca de R$ 3,00. compartilhamento entre provedores “As concessionárias cobram o quanto de Internet e distribuidoras de querem e fazem reajustes pelo IGPM. energia. A Aspeal – Associação de Os provedores não podem repassar Provedores do Estado de Alagoas esses custos para o assinante”, diz. elaborou um projeto inédito, Recentemente, a Equatorial Energia, batizado com o nome de Alagoas sem prévia comunicação, causou Conectada, que prevê a transtornos e prejuízos criação de uma rede de das manutenções e posteamento exclusiva retiradas de postes da para telecomunicações. concessionária , o que O custo inicial é de levou a cortes na R$ 60 milhões para a conexão de Internet de instalação de 40 mil centenas de clientes. postes na capital “Apresentamos a Maceió, que seria feito ideia do posteamento por uma PPP – Parceria para a distribuidora e a Público-Privada. aceitação foi muito Angelo Rosa, “O governo do positiva”, diz o presidente da Aspeal: Estado de Alagoas já presidente. Isto fim dos conflitos com sinalizou o interesse porque o setor elétrico as distribuidoras em arcar com os também tem seus investimentos tendo como problemas em decorrência do contrapartida a instalação de compartilhamento do poste. Além câmeras de monitoramento pela das dezenas de cabos irregulares, a cidade e uso da fibra para o tráfego empresa de energia sofre transtornos das imagens”, afirma Angelo Rosa, como acidentes e reclamações que presidente da Aspeal, entidade muitas vezes não estão relacionadas ao criada há três anos e que congrega serviço de eletricidade. hoje cerca de 60 provedores A Anatel e Aneel também não se regionais. A proposta foi apresentada pronunciaram contra a ideia, uma vez em um evento realizado no final de que os novos postes não conduzem setembro em Maceió com a presença eletricidade. E exatamente por isso, o de autoridades do governo de trabalho se torna mais seguro para os Alagoas, a exemplo dos secretários técnicos, sem riscos de choques pela da Fazenda (Sefaz), George proximidade com a rede elétrica. “Ao Santoro; e de Ciência, Tecnologia e contrário dos eletricistas das Inovação (Secti), Silvio Bulhões, concessionárias, bastante além de órgãos reguladores e especializados, os provedores não têm representantes da empresa muitos recursos para investir em Equatorial Energia. “Reforçamos a treinamentos. Por isso, são comuns os importância de uma infraestrutura acasos de graves acidentes e até independente e segura para levar a mortes”, diz. A ideia é que os postes fibra óptica até a população e também de telecomunicações fiquem do outro permitir ampliação dos serviços 5G, lado da rua, bem longe portanto das uma vez que, além dos provedores, linhas de alta tensão. a rede poderá ser usada pelas Ao contar com um poste exclusivo operadoras e outras entidades”, diz. para fibra óptica, o número de pontos

de fixação poderá aumentar de forma significativa, hoje limitados em seis operadoras. “Podemos ter até 40 empresas ocupando o mesmo poste”, afirma o executivo. E as alturas podem ser elevadas para evitar constantes abalroamentos dos cabos por caminhões que trafegam pelas ruas da cidade. Certamente os projetos de compartilhamento de postes deverão ser realizados e aprovados pela empresa responsável, assim como é feito hoje. Um outro diferencial é que os próprios provedores façam a fiscalização. “Em cada poste, uma etiqueta com QR Code indicará todos os ocupantes da rede, que poderá ser acessado e confrontado a qualquer momento”, diz. A transferência das redes é trabalhosa e demanda tempo, mas a própria distribuidora tem feito um trabalho de substituição de postes na cidade. Nessas ocasiões, o provedor já poderia fazer a mudança dos cabos e equipamentos. Na opinião do presidente da Aspeal, a poluição das redes aéreas tende a melhorar, embora muitos pensem o contrário. “Há toneladas de fios e equipamentos em desuso que as grandes operadoras nunca retiraram. Ao organizar as redes, ficará mais fácil evitar cabos clandestinos. Os provedores também podem agora se motivar a regularizar a situação, com custos menores e maior facilidade de aprovação dos projetos”, afirma. Segundo Angelo Rosa, o município de Tobias Barreto, no Sergipe, a empresa de energia não permite o uso dos postes. Então cada provedor tem seu próprio poste. “Em uma única esquina, contei cinco postes de provedores locais e um da Oi. Apesar disso, não há impacto visual. Com o Alagoas Conectado, vamos evitar de chegar a essa situação de ter um poste para cada um”, diz. Estima-se que existam cerca de 400 provedores regularizados em Alagoas. A Aspeal representa um segmento que já soma 70% do mercado de Internet. Com o sucesso do projeto em Maceió, a ideia é replicar para outros municípios do estado. Aspeal - http://interneturbana.com.br/aspeal/


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Cirion aposta na oferta de edge computing no Brasil

HC testa rede privativa 5G para melhorias em serviços na saúde

A Cirion Technologies, nova empresa criada com o spin off das operações da Lumen Latam, após a conclusão da venda para fundo de investimentos Stone Peak, em agosto último, prevê investimentos de US$ 4 bilhões nos próximos anos para expandir sua rede, data centers e portfólio de serviços. “Com a transição, teremos muito mais capacidade de investimentos do que tínhamos antes, pois a empresa é focada na América Latina”, diz Fabiano de Oliveira, diretor de vendas da Cirion. A Cirion já nasce como uma provedora de infraestrutura digital e tecnologia para o mercado corporativo de médio e grande portes. Possui uma estrutura sólida no Brasil e América Latina, que conta com 86 mil km de Fabiano de Oliveira, fibra terrestre diretor de vendas da Cirion: maior e submarina, capacidade de 18 data investimentos centers (três no Brasil, Rio de Janeiro, Curitiba e Cotia, SP) e 4,3 mil interconexões de rede, atendendo a mais de 6,4 mil clientes. Cerca de 2 mil funcionários que faziam parte da organização (regionalmente ou nos Estados Unidos) também foram transferidos para a Cirion. Entre as novidades está o lançamento de serviços de edge computing em Fortaleza, CE, expandindo para Brasília, Porto Alegre e Curitiba no próximo ano. “Ofertaremos serviços de nuvem, cloud backup e bare metal utilizando estruturas de data centers de parceiros locais”, afirma. Além do crescimento orgânico, a empresa também avalia possíveis aquisições para expansão da rede de fibra no Brasil.

O Hospital das Clínicas da Faculdade

Cirion – Site: https://ciriontechnologies.com/pt/

de Medicina da USP (HCFMUSP), em parceria com um ecossistema diversificado de tecnologia, telecomunicações, governo, universidade e instituição financeira, anuncia o lançamento de sua rede privativa 5G para testes de conectividade avançada na saúde. Numa iniciativa do InovaHC, núcleo de inovação do maior complexo hospitalar da América Latina, o projeto OpenCare 5G é coordenado pela Deloitte e tem a participação do Itaú Unibanco, Siemens Healthineers, NEC, TIP - Telecom Infra Project, ABDI - Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, BID Banco Interamericano de Desenvolvimento e Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). Esta é a primeira rede 5G brasileira na saúde com a adição de dois conceitos inovadores. A rede privativa, uma faixa de frequências dedicada para tráfego exclusivo de empresas, não concorre com a ocupação da rede pública de telefonia celular dos consumidores finais. O conceito de Open RAN, do inglês Open Radio Access Networks ou Rede de Acesso de Rádio Aberto, flexibiliza a combinação de diversos provedores de soluções, permite a participação de novos entrantes de tecnologias e entrega uma solução de conectividade mais customizada. Marco Bego, Diretor Executivo do InovaHC, destaca o caráter inovador do projeto e os ganhos para a sociedade. “Ao utilizar casos reais de atendimento à saúde, estamos entendendo como a conectividade do 5G em Open RAN poderá ser um habilitador de serviços em diversas áreas da medicina, colaborando para melhorar a jornada do paciente e prover mais qualidade e acesso aos serviços de saúde.” Além de criar um ambiente para testes de 5G aplicável em diversos

casos de saúde no HC, o OpenCare 5G atraiu investidores dos setores de tecnologia, telecomunicações e indústria farmacêutica, promove pesquisas na medicina e engenharia e fomentará o ecossistema de tecnologia nacional, por meio das medtechs e healthtechs. A Deloitte está coordenando o projeto. Marcia Ogawa, sócia-líder da Indústria de Tecnologia, Mídia e Telecom da Deloitte, analisa como tem sido o trabalho com o ecossistema de empresas ao longo destes 12 meses de trabalho. “A interação entre as empresas envolvidas é fundamental para a troca de conhecimento em uma nova forma de prover serviços de telecomunicações e saúde. Vimos importantes avanços e temos convicção que serão importantes para a atração de investimentos para as próximas etapas do projeto, que envolvem a ampliação do acesso à rede pública para democratização de exames, dentre outros aspectos”, destaca Marcia.

Ultrassom portátil para uso em localidades remotas: comunicação via 5G com médicos especialistas

Especializada em tecnologia médica, a Siemens Healthineers utiliza a oportunidade para entender o comportamento de suas soluções na rede 5G e a evolução da conectividade remota dos equipamentos. “Os equipamentos de ultrassonografia portátil já são empregados em atendimento a populações ribeirinhas. A cooperação remota entre médicos para equipamentos de imagem já faz


INFORMAÇÕES parte da nossa linha de serviços e a escalabilidade é o próximo passo para poder impactar positivamente a vida dos pacientes”, comenta Armando Lopes, diretor geral da área de Imagem e Digitalização da Siemens Healthineers para a América Latina. O Itaú Unibanco disponibilizou pela primeira vez espaço em seu data center para abrigar uma solução não relacionada ao setor financeiro. “É uma mudança de paradigma para nós a entrada de um parceiro externo em nosso data center de alta disponibilidade. Estamos muito contentes em compartilhar a nossa expertise em tecnologia para viabilizar um projeto inovador em saúde, em linha com nossas diretrizes de provocar um impacto social positivo na vida das pessoas”, explica Fábio Napoli, diretor de tecnologia no Itaú Unibanco. Dentro das dependências do Hospital das Clínicas foram instaladas duas antenas 5G em ambientes distintos. Seguindo o conceito de Open RAN, parte da solução está hospedada no ambiente do HC e o controle da rede no data center do Itaú. Em uma das salas são utilizados equipamentos de ultrassom e de tomografia, e em outra sala ocorre a coordenação remota da execução dos exames. Os testes iniciais se mostraram promissores. O 5G privativo entregou taxas de latência (atraso na transmissão dos dados de uma ponta a outra) em torno de 20 ms e sustentou banda acima de 300 Mbit/s. Esses resultados só eram possíveis anteriormente em redes cabeadas. Latências maiores acarretariam perda de sincronismo entre quem coordena e quem executa a atividade médica, impedindo uma comunicação efetiva. Para atingir o objetivo de universalização do atendimento remoto de saúde universal, o projeto OpenCare 5G foi concebido com duas etapas de expansão. Após a conclusão do piloto dentro das dependências do HC, será executado um teste com o atendimento remoto em uma cidade do interior do estado

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de São Paulo para uma experiência real de condução de atividades em áreas urbanas. Desta experiência, prevê-se uma expansão em escala nacional, com centros regionais de apoio aos profissionais de saúde. De igual maneira, será executado um piloto em área remota do país na região amazônica para o entendimento da adaptação do teleatendimento em situações com menos infraestrutura. Com as lições aprendidas, espera-se expansão para demais localidades de perfil demográfico similar. Delloite – Site: https:// www2.deloitte.com/br/pt.html

Dicomp aposta em solução XGS-PON A Dicomp, distribuidora de soluções integradas para energia solar, telecomunicações, automação industrial e segurança eletrônica, está

Filipe Favoto, CEO da Dicomp: migração progressiva para XGS-PON

apresentando ao mercado a solução Tibit XGS-PON, importada pela Venko Networks, capaz de oferecer velocidade de comunicação de até 10 Gbit/s simétricos. A tecnologia é a principal aposta da empresa para o setor de telecom em 2023, já que garante entrega de desempenho em alta performance para provedores de Internet, descongestionando o tráfego de dados de conexão.



INFORMAÇÕES “A solução permite uma migração gradual de tecnologia, aproveitando a infraestrutura PON já instalada”, diz Filipe Favoto, CEO da Dicomp. Segundo ele, com o Tibit, a migração pode ser realizada de forma progressiva. Por exemplo, pode se iniciar com planos dedicados, como empresariais. “O provedor hoje está sendo muito pressionado para reduzir custos, enquanto os planos praticamente não sofreram nenhum reajuste nos últimos anos. Então, estamos vendo um cenário complexo para o provedor e para as operadoras, que precisam manter a competitividade, mas ao mesmo tempo precisam estar atentos às novas tecnologias”, diz. Com o microplugue da Tibit, basta o provedor colocar o microplugue no switch com porta de 10 Gbit/s para começar a oferecer as novas velocidades, sem precisar trocar equipamentos ou componentes da rede óptica. “Em uma mesma rede é possível trafegar sinais XGS-PON e GPON”, afirma. Sediada em Maringá, PR, com filial na China, centro de distribuição no Paraguai e em Itajaí, SC, a empresa atingiu em 2021 a marca de 70 mil km de fibra óptica comercializadas, período em que alavancou seu

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crescimento e pode explorar novas verticais, como o mercado de energia solar on e off-grid. Em sintonia com a expansão, a companhia prevê inaugurar sua nova sede tecnológica, em 2023, na cidade de Maringá, além de um novo marketplace com viés cooperativista. Dicomp – Tel. (44) 4009-2826 Site: www.dicomp.com.br

CommScope anuncia produção no Brasil em parceria com Infortel A CommScope, fabricante de soluções para redes e conectividade, vai passar a produzir no Brasil sua linha de passivos para FTTH – fiber to the home, como caixas de emenda e CTOs – caixas de atendimento, caixas prediais para edifícios (FTTA), acessórios e em breve a linha de caixas precon – soluções pré-conectorizadas. O acordo de desenvolvimento e fabricação local em O&M foi assinado com a Infortel Telecom, empresa nacional com sede em Canoas, RS. A parceria possibilitará a redução dos custos dos produtos e prazos de

entrega. “A pandemia trouxe desafios como aumento dos fretes de importação e desabastecimento de insumos”, diz Sylvio Peres Filho, vicepresidente de Sales Service Providers para o Brasil. Com a nacionalização, a empresa espera aumentar a competitividade no mercado brasileiro, em especial no segmento de provedores de Internet e operadoras. Com sede nos EUA, a CommScope tem unidades de produção na China, México e Europa, onde são confeccionadas as peças em grandes volumes com objetivo de ganhar escala e otimizar a produção. Mas agora, além de fabricar no Brasil, a empresa também terá engenharia local, em conjunto com a Infortel, para atender soluções customizadas. Por exemplo, os clientes demandam cores diferentes para os equipamentos que ficam nas ruas – e assim evitar furtos, uma vez que os produtos são facilmente identificados. “Precisamos estar próximos dos clientes para ter flexibilidade no desenvolvimento e rapidez na fabricação”, afirma o vice-presidente. Para levar adiante a decisão da nacionalização, a CommScope passou a pesquisar os possíveis parceiros OEM no Brasil. “Nosso objetivo era


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encontrar uma empresa que tivesse financeiro, seja no aspecto de escutar Fundada em 1997, a Infortel Telecom DNA nesse segmento de conectividade. clientes e como estão sendo atendidos. conta com planta de 5100 m² e linha de Que fosse jovem, mas também com Também foi avaliada sua capacidade produção composta por máquinas, moldes e conhecimento e engenharia própria, e técnica de fabricação, um detalhe importante equipamentos de alta tecnologia e precisão. que compartilhasse dos mesmos desse segmento de mercado, que usa O processo de manufatura contempla princípios éticos. Foi assim que muito plástico”, diz o executivo. desde o projeto, construção de molde através encontramos a Infortel. de usinagem própria, até a Foi um casamento injeção e montagem dos perfeito”, conta Peres. A produtos termoplásticos. localização geográfica Recentemente, a empresa também pesou a favor anunciou investimentos da empresa gaúcha. “A de R$ 13 milhões na proximidade do Rio ampliação da capacidade Grande do Sul com os produtiva. O setor de países vizinhos é uma engenharia de qualidade grande vantagem”. está equipado com Das primeiras equipamentos de medição negociações até a assinatura de alta precisão, capaz de do memorando de realizar testes de lote entendimento foi um com análise de perda de longo processo. “A inserção e sinal de CommScope realizou uma retorno dos passivos auditoria completa, com ópticos. “A Equipes da CommScope e Infortel Telecom, durante diversas análises do CommScope é uma celebração da parceria no Futurecom: produção nacional parceiro, seja no aspecto empresa reconhecida no possibilitará a redução de custos e prazos de entrega


INFORMAÇÕES mundo inteiro pela alta qualidade e engenharia, com áreas de pré e pósvendas extremamente estruturadas. Esperamos contribuir com a parceria, compartilhando nossa experiência com os provedores e somando a realidade técnica do mercado brasileiro com o padrão de qualidade da CommScope. E juntos teremos maior avanço de visibilidade no Brasil e América Latina”, afirma Jocemar Nicolodi, CEO e fundador da Infortel Telecom. CommScope – Site: www.commscope.com Infortel Telecom – Site: https://inforteltelecom.com.br

Artic Latam chega ao Brasil com soluções ópticas

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Um outro destaque é o sistema MultiClick, um sistema préconectorizado cujos cabos possuem mais fibras e pode ser utilizado com as mesmas caixas compactas do sistema OneClick (1 fibra) mas em módulos de fibra e conectores de 12 a 24 fibras. Isso permite trabalhar em redes de backbone tanto para FTTX quanto para 5G. “O lançamento do MultiClick é fruto da nossa política de ouvir as necessidades do mercado e oferecer uma resposta tecnológica de ponta que nos permite colaborar com a região, fornecendo infraestrutura de conectividade de qualidade que oferece implantação rápida, segura e eficiente em um menor custo do que os tradicionais”, acrescenta Ramírez. Com o MultiClick, a Artic Latam conseguiu trazer esse cenário de

segurança e guias de by-pass. A tecnologia otimiza espaços e custos, reduzindo obras civis e o investimento necessário para construir redes ópticas urbanas e de longa distância. “Graças a um revestimento antiaderente e micro-ranhuras, podemos ultrapassar 1600 metros de sopro de microcabos sem câmaras intermediárias”. Com escritório em Miami, EUA, a Artic Latam tem o plano de expandir operações para a Argentina, Chile e Uruguai. Artic Latam – Site: https://articlatam.com/

Seal Telecom cresce no Brasil com novas verticais

A Artic Latam, subsidiária regional

Adquirida em 2021 pela

da Artic Fiber Optic, fabricante de infraestrutura de fibra óptica passiva com produtos e soluções que vão do data center até a casa do usuário final, com sede em Hong Kong, está chegando no Brasil. A empresa participou do Futurecom pela primeira vez e em breve vai instalar um escritório no país, provavelmente em São Paulo, além de firmar parcerias com distribuidores para estoque local. A empresa fornece uma linha completa de produtos para cabeamento estruturado, data centers e redes de acesso aéreas e subterrâneas, incluindo microcabos, microdutos e cabos submarinos. Um de seus destaques é o MDUClick, um sistema préconectorizado que permite a implantação de redes FTTX dentro de edifícios de forma rápida e 100% eficiente. É composto por caixas principais, intermediárias e terminais interligadas, permitindo o desenho de todos os tipos de redes internas, tanto balanceadas quanto desbalanceadas. “Os cabos drop tipo bullet garantem 100% de eficiência, eliminando falhas durante a conectorização em campo do lado do assinante”, explica Cristian Ramírez, COO da Artic Latam.

norte-americana Convergint Technologies, a integradora de soluções Seal Telecom, fundada há 25 anos em São Paulo, comemora bons resultados na América Latina. No ano passado, a empresa fechou com receita de R$ 750 milhões. Para este ano, a meta é chegar a R$ 1,3 bilhão. “Em outubro já batemos o valor R$ 1 bilhão em vendas”, diz Tatiana Oliveira Martins, diretora de design de projetos para América Latina.

Linha de produtos da Artic Latam

eficiência também para as linhas troncais. São utilizados cabos compactos e se destaca como uma solução leve, pré-conectorizada, de montagem rápida em campo que não requer técnicos especializados ou fusões, o que melhora os tempos de implementação e oferece simplicidade plug&play na implantação. Ambas as soluções são pré-montadas na fábrica e testadas em laboratório. O sistema de microdutos apresentado pela Artic Latam possui, entre outros componentes, microdutos, acopladores, tampas, câmaras de passagem, travas de

Tatiana Oliveira Martins, diretora da Seal Telecom: mercado aquecido

Com um total de 1600 funcionários em mais de 30 escritórios na América Latina, a empresa vem apostando na abertura de novas unidades, como a da Bolívia em 2022 e do Equador, prevista para 2023. Além da expansão


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INFORMAÇÕES geográfica, a Seal está investindo na ampliação do portfólio. A empresa, que começou suas atividades com atuação em áudio e vídeo, hoje atua em diversas verticais, como segurança, automação, broadcast e cibersegurança, com o uso de tecnologias como IoT – Internet das Coisas e IA – inteligência artificial. “Podemos integrar todas as tecnologias para o cliente, como em um data center, salas de comando e controle de operações (NOC e SOC) e ambientes de videomonitoramento”, diz Tatiana. Na pandemia a demanda cresceu de forma significativa para a criação de ambientes de videoconferência. “Todas as empresas precisavam de salas equipadas com recursos de última geração”, afirma. A Convergint Technologies é uma compradora em série. A operação da Seal Telecom foi a 42ª aquisição da companhia, fundada em 2001. A empresa tem um total de mais de 5 mil colaboradores e mais de 150 unidades espalhadas pelo mundo, incluindo forte presença na América do Norte, Europa e Ásia-Pacífico. Seal Telecom – Tel. (11) 3877-4017 Site: https://sealtelecom.com.br/

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Angola Cables seleciona tecnologia da Infinera para atualizar rede submarina A Angola Cables selecionou a tecnologia ICE6 da Infinera para atualizar a sua rede submarina que conecta Miami, nos EUA, e São Paulo, adicionando mais capacidade para dar suporte a clientes corporativos, operadoras de nível 1 (tier 1) e provedores de conteúdo. A atualização para a solução coerente 800G da Infinera permite que a Angola Cables prepare a sua rede para satisfazer as exigências de largura de banda em constante crescimento, fornecendo serviços seguros e de alta capacidade. A Angola Cables opera uma infraestrutura de cabos submarinos e uma rede IP interconectada por meio de seus sistemas de cabos submarinos SACS, Monet e WACS (West Africa Cable System), conectando diretamente as Américas, África e Europa; também estabeleceu parcerias para expandir a conectividade com a Ásia. A atualização da rede submarina dos EUA para o Brasil, que se estende por 6500 km, abre caminho para que a Angola Cables atualize o seu sistema de cabos Monet e modernize toda a rede global. A solução ICE6 da Infinera permite que a Angola Cables maximize o valor dos seus cabos submarinos, aproveitando recursos

exclusivos, incluindo configuração de taxa de transmissão altamente granular e modelagem de constelação probabilística e subportadoras Nyquist. “A tecnologia ICE6 da Infinera permitirá que a Angola Cables estabeleça as bases necessárias para atualizar todos os segmentos de seu sistema de cabos para atender às necessidades de seus clientes hoje e no futuro”, disse Nick Walden, vice-presidente sênior de vendas mundiais da Infinera. A Infinera trabalhou em colaboração com o seu parceiro local Arsitec para oferecer a solução e atender às necessidades da Angola Cables. Angola Cables – Site: www.angolacables.com Infinera – Site: www.infinera.com

DJR Consultoria: segurança do trabalho para operadoras e provedores

A forma de trabalhar mudou depois da pandemia da Covid-19. Em muitas empresas, o conceito do funcionário desempenhando tarefas em um escritório foi substituído pelo home office. Com a mudança, não só a questão dos equipamentos precisa ser levada em conta, mas também aspectos que envolvem o


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conjunto de normas que compõem a segurança do trabalho. A DJR Consultoria atua há 12 anos prestando consultoria para empresas de telecomunicações e energia. Com sede em Recife, PE, atua em diversas frentes, como na elaboração de projetos de engenharia e em questões relacionadas à segurança do trabalho, este último o seu principal carro-chefe hoje. “Com a pandemia, as empresas tiveram que se adequar às novas diretrizes das normas relacionadas ao assunto. Questões como postura do funcionário e iluminação do ambiente utilizado passaram a ser mais relevantes”, afirma Deusomir Junior, engenheiro de segurança do trabalho e CEO da DJR Consultoria. A companhia também presta consultoria nas áreas contábil e jurídica com o auxílio de parceiros. O portfólio conta com cursos EAD, ministrados em uma plataforma própria, ou in company. Ao todo, a DJR Consultoria oferece mais de 50 treinamentos.

Para a segurança do trabalho, a companhia segue as diretrizes de normas como a NR17 – Ergonomia e NR06 – Equipamento de Proteção Individual. Além disso, conta em sua base com 250 clínicas cadastradas e aptas a realizar os exames necessários para habilitar profissionais em seus respectivos cargos. Segundo Deusomir, um dos principais problemas atualmente é o chamado índice de autoconfiança, ou seja, a certeza que o

Deusomir Junior, da DJR Consultoria: segurança do trabalho para provedores e operadoras

profissional tem de que nada irá acontecer mesmo não seguindo as diretrizes de forma correta. “Muitas vezes, a companhia não tem um técnico ou engenheiro de segurança do trabalho para atender a área. O índice de autoconfiança impacta bastante os provedores na questão dos postes, torres de telecomunicações e telhados na energia solar, pois todos os ambientes citados envolvem grandes alturas e riscos maiores de acidentes”, alerta o CEO. Na área de consultorias para telecomunicações, a companhia realiza serviços como instalação de fibra óptica, configurações de equipamentos, instalação de cabeamento estruturado e esclarecimento de dúvidas sobre normas da Anatel. Com pontos de presença em cidades como Fortaleza, CE, Belém, PA, e Manaus, AM, a DJR Consultoria atende todo o Brasil. DJR Consultoria – Tel. 0800 000 0735 Site: www.djrconsultoria.com.br


INFORMAÇÕES 7AZ: pagamentos por PIX de QRCodeDinâmico P or mais que um serviço ou produto seja bom, a hora do pagamento nem sempre é um momento agradável para o consumidor. Mais do que a questão financeira, problemas como burocracia e dificuldades para realizar a transação podem tornar a experiência ainda mais aflitiva. A 7AZ, empresa brasileira de gestão de pagamentos, automatiza processos financeiros de cobranças recorrentes. Fundada em novembro de 2020, a companhia surgiu dentro da MegaNet Telecom em Canoinhas, SC, e tem como principal foco o mercado de provedores.

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colaboradores trabalham de forma remota. Hoje, a 7AZ processa mais de 800 mil faturas por mês, com um portfólio de aproximadamente 106 provedores atendidos. “Nós cuidamos de todo o ciclo de vida da fatura, desde o momento em que ela é concebida até o seu pagamento. O provedor configura quais canais serão utilizados para que a cobrança chegue ao usuário, tais como SMS, e-mail e WhatsApp. Lembrando que não existe nenhuma fatura igual entre os nossos clientes”, afirma Zardo. A personalização dos boletos de cobrança é considerada pela empresa como um de seus diferenciais. Com o serviço, o provedor pode destacar a sua marca na mensalidade e passar uma informação para o usuário. “Infelizmente, os espaços de um

Zardo, da 7AZ: PIX integrado aos ERPs dos provedores. À esquerda, boletos personalizados pela 7AZ

“Surgimos na época da implantação do PIX. Minha sócia trabalhava na MegaNet Telecom como diretora financeira e precisava saber se o ERP conseguiria receber pagamentos dos clientes via PIX. Em dezembro de 2020, lançamos um site de pagamento onde o usuário digitava o seu CPF para que o ERP pudesse identificar as faturas em aberto. Quando encontrada a conta, gera um QRCode dinâmico de PIX conciliado ao ERP do provedor, que libera o acesso após o pagamento em poucos segundos. É o nosso carro-chefe”, lembra Lucas Zardo, CEO da 7AZ. O DNA digital acompanha todos os passos da empresa, que não conta com uma sede física e seus

boleto não costumam ser bem utilizados pelas empresas. Se a marca mais visível é a do banco, logo eu estou entregando apenas um momento de dor para o consumidor”, ressalta o CEO. Em relação à inadimplência, a plataforma da 7AZ apresenta réguas de cobrança com IA – Inteligência Artificial para saber quais são os momentos mais adequados para o disparo da cobrança de acordo com os hábitos do usuário. “Um provedor conseguiu reduzir a inadimplência em 30% nos primeiros 15 dias de comunicação mais assertiva”, diz Zardo. Para 2023, a empresa pretende aprimorar ainda mais o pagamento

por PIX via QRCode Dinâmico. Uma das tendências observadas é a chegada do PIX débito em conta, modalidade em que o usuário é cobrado diretamente na conta corrente, semelhante a um débito automático. “Já estamos testando a modalidade em um piloto com o Banco do Brasil e o Bradesco. Nossa expectativa é que ela esteja integrada à plataforma no início de 2023”, projeta o CEO. 7AZ – Tel. (41) 99194-1838 n Site: www.7az.com.br

Scala anuncia edge data center em Porto Alegre A Scala Data Centers, plataforma latino-americana de data centers hyperscale, anuncia a construção de seu primeiro site na região Sul, em Porto Alegre, RS. Parte da família HyperEdge projetada pela Scala, a unidade conta com uma configuração desenvolvida para atender à demanda de conexão e computação distribuída (edge) de grandes provedores de conteúdo e serviços em nuvem. Com 7,2 MW de capacidade, o data center tem início de operação previsto para o segundo trimestre do próximo ano e com dois provedores de nuvem e conteúdo como clientes. Estrategicamente posicionado em uma região com alta densidade populacional e relevante atividade econômica, o data center estará bem próximo a pontos de captação de dados, permitindo o processamento computacional de diversos serviços e aplicações que requerem baixa latência, como metaverso, IoT Internet das Coisas, telemedicina, carros autônomos, entre outros, cuja implementação será acelerada pelo 5G. Com um investimento estimado de R$ 250 milhões, a construção do novo empreendimento utiliza a abordagem FastDeploy, metodologia proprietária de design e construção da Scala que permite a implementação de data centers em



INFORMAÇÕES

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um prazo até 50% menor em relação ao modelo tradicional. A solução se baseia em componentes modulares pré-fabricados e transportáveis, que são integrados aos edifícios onde o data center se encontra, com experiência otimizada para clientes hyperscale. Está prevista ainda a conexão de alta velocidade e baixa latência com um futuro campus, que a companhia planeja instalar na Grande Porto Alegre, para dar suporte ao crescimento da demanda sinalizada por seus clientes para os próximos anos. A estimativa é de gerar mais de 200 empregos diretos e indiretos entre construção e operação deste data center. Seguindo o padrão estabelecido pela companhia, pioneira na adoção de práticas sustentáveis na construção e operação de seus centros de dados, o site HyperEdge, de Porto Alegre, contará com energia 100% renovável e elevado índice de eficiência energética, bem como reduzido consumo de água.

Novo data center adotará o conceito FastDeploy, com prazo até 50% menor em relação ao modelo tradicional

“Estamos criando a infraestrutura necessária para o ecossistema de aplicações explorar o potencial do 5G. Seguimos construindo os grandes campi que abrigam o core de transações para nossos clientes e agora, conforme a maturidade das aplicações avança em direção ao processamento de dados próximo aos usuários, estamos construindo também data centers HyperEdge, conectando novos data centers regionais”, afirma Marcos Peigo, CEO da Scala Data Centers. Scala – Tel. (11) 4040-6555 Site: https://scaladatacenters.com/

F5 reforça a importância da cibersegurança com a chegada do 5G P a r a a F 5 , e m p r e s a c o m s e d e n o s E UA especializada em soluções de segurança e entrega de aplicações, a chegada da rede móvel 5G reforça a


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importância de os fabricantes de tecnologias para proteção trocarem informações. “Estamos mostrando para o mercado que os grandes desenvolvedores de tecnologia de segurança precisam trocar informações, pois nenhuma solução disponível atualmente cobre todas as ameaças. Já os invasores estão se estruturando para serem cada vez mais efetivos”, afirma Hilmar Becker, country-manager da F5 Brasil. No início de outubro, a empresa realizou em São Paulo o F5 Cyber Protectors 2022, evento que investigou os desafios vividos pelo C-Level, gestores de TI e cibersegurança para proteger, no ambiente multinuvem, aplicações críticas como Internet Banking, engine de portais B2C, entre outras. Já em agosto, a companhia divulgou o estudo A terceira onda da Internet, que aponta, entre outros aspectos, a interdependência de tecnologias como Internet 3.0 e a infraestrutura de edge computing, bem como o aumento na intenção de empresas brasileiras em aplicar o edge computing com a chegada do 5G. “A F5 tem passado por uma grande transformação nos últimos anos, saindo de um estilo de venda tradicional para comercializar soluções de segurança no modelo SaaS – Software como Serviço. Hoje nosso principal mercado é o setor financeiro, seguido pelas Hilmar Becker, da F5: operadoras, onde atendemos troca de experiências é tanto a parte de TI como a fundamental para a infraestrutura com cibersegurança backbone”, explica Becker. Um exemplo da presença da F5 em operadoras é a parceria com a TIM. No início de 2022, as empresas ampliaram os projetos relacionados a DNS seguro, otimização de tráfego de rede e firewall de alta capacidade para redes móveis. A TIM é a primeira operadora no Brasil a implementar um projeto deste porte com a F5. Hoje, existem três projetos envolvendo a operadora e a Dinadigital, integradora da F5, em fases de implementação diferentes, e que preveem o uso de IA – Inteligência Artificial e machine learning para melhorar aspectos como experiência do usuário, performance e segurança, além de acrescentar novas funcionalidades. “Temos uma equipe focada em atender operadoras. É um setor bem desafiador, pois é muito específico e demanda que o fornecedor de tecnologias esteja preparado e apto para atendê-las”, finaliza o country-manager. F5 – Tel. (41) 99997-4343 Site: www.f5.com




ESPECIAL

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Edge data centers Sandra Mogami, da Redação da RTI

A O tema edge computing é abordado a seguir a partir de três perspectivas: a redução de latência e aumento de capacidade de processamento de dados com as soluções descentralizadas e definidas por software (SDN e NFV) nos edge data centers; o suporte da infraestrutura com o desenvolvimento de soluções pré-fabricadas e prontas para uso; e o exemplo real de uma nova empresa em Manaus que oferece backup e redundância a empresas que demandam ponto de presença no Norte do país.

crescente demanda por processamento e armazenamento de dados mantém o mercado aquecido. Em 2021, foram contabilizados mais de 600 data centers hyperscale no mundo e a tendência é de forte crescimento para os próximos anos, com a migração gradual das aplicações de TI on premises para a nuvem. Mas um movimento paralelo que também vem se intensificando é o de micro data centers (edge computing), onde a computação é realizada de forma local e descentralizada, mais próxima da borda da rede e de onde os dados são gerados e consumidos. Serviços emergentes como IoT – Internet das Coisas, realidade virtual e metaverso exigem latências extremamente baixas, requisito que somente o processamento local pode suprir, ao evitar que os dados sejam transportados por longas distâncias até a nuvem ou data center central. A estrutura de redes existente, por mais eficiente que seja, tem dificuldades de

atender. Algumas tecnologias, como o network slicing/segment routing, que estão surgindo em switches e roteadores de última geração, são capazes de endereçar parte do problema, mas não de resolver a questão devido ao enorme crescimento do volume de dados. “Com a aplicação de técnicas de engenharia de tráfego, a rede pode apresentar a performance adequada para diversas categorias de QoS. Mas se a rede tem gargalos, não há mágica que resolva a situação sem que alguma categoria de serviço não seja penalizada. E cada segmento vai agregando alguma latência aos dados”, afirma Ricardo Pianta, CEO da Venko Networks, empresa com sedes em Porto Alegre, RS, e Curitiba, RS, especializada em soluções disruptivas de conectividade, baseadas em padrões abertos e desagregação dos equipamentos e aplicações. Um bom exemplo de descentralização de tráfego está nas CDNs – Content


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Delivery Networks, usadas para melhorar a experiência em streamings de vídeo e multimídia, aplicações extremamente massivas em termos de volume de dados. O conceito está se expandido para um universo enorme de aplicações distribuídas e que serão aceleradas nos edge data centers através de plataformas computacionais especializadas. A Venko está apresentando a operadoras e provedores no Brasil as soluções desenvolvidas pela Benu Networks, empresa especializada em soluções edge virtualizadas e definidas por software, fundada em 2010 em Boston, EUA, por profissionais da área de tecnologia com apoio de vários fundos de investimentos. A SD-Edge da Benu foi uma das finalistas do OpenBNG RFI, programa de inovação lançado pelo TIP - Telecom Infra Project, em conjunto com as principais operadoras internacionais, entre elas a BT, Deutsche Telekom, Telecom Italia, Telefónica e Vodafone. Para tomar a decisão, a TIP fez uma avaliação detalhada das respostas ao OpenBNG RFI, que continha quase 2000 requisitos em roteamento, recursos BNG - Broadband Network Gateway e serviços MPLS de borda. A plataforma Benu SD-Edge já está em operação em diversas empresas, suportando uma variedade de funções de rede, incluindo BNG, Wi-Fi Access Gateway (WAG), Trusted WAG (TWAG), SASE - Secure Access Service Edge e Gateway de Acesso 5G (AGF), que rodam em servidores Intel. “Transformamos um servidor padrão de mercado em um appliance de alta performance, um edge multifuncional, sem precisar ter um equipamento para cada função, como ocorre tradicionalmente”, diz Pianta. Segundo ele, funções avançadas de roteamento, firewall, CGNAT, BNG, WAG, OpenRAN são extremamente intensivas no uso de CPU e não podem ser executadas no plano de dados dos switches e roteadores convencionais. “Daí a vantagem do uso de servidores”, afirma. A plataforma oferece uma gerência centralizada, que possibilita que as aplicações sejam ainda mais segmentadas e rodem em diversos locais, num conceito de nuvem.

A Benu anunciou recentemente o aumento de processamento para mais de 100 Tbit/s do BNG Broadband Network Gateway usando Intel Xeon 3 geração. O upgrade permitirá resolver problemas de aplicações computacionais resultado do crescimento exponencial da capacidade de processamento dos dispositivos. “Um iPhone 14 Pro tem cerca de cinco vezes a capacidade de um Intel i5 de quinta-geração, lançado em 2015. Com isso, a capacidade dos smartphone de produzir e consumir dados cresceu enormemente, colocando pressão sobre os data centers que concentram e suportam essas aplicações”, afirma Pianta. O modelo clássico de acesso, agregação e core estabelecem exatamente a estrutura hierárquica que foi utilizada nas últimas décadas na construção de redes. A

Ricardo Pianta, CEO da Venko Networks: aplicações serão distribuídas e aceleradas nos edge data centers

comunicação de dados sempre apresentou uma arquitetura que, quanto mais se aproxima da borda da rede, mais especializada e diversa se torna. “Consequentemente estamos falando de um data center distribuído em diversos níveis e tamanhos, e que desempenha tanto tarefas computacionais viabilizando novas aplicações e delivery de conteúdo, quanto tarefas de rede”, afirma. A convergência da virtualização de funções de rede (NFV) com as SDNs redes definidas por software ajudará a lidar com a complexidade da nova forma de modelar e entregar serviços de rede. “É como mesclar a estrutura hierárquica funcional rígida do mundo de redes com a estrutura flexível proposta pela distribuição de capacidade de processamento em múltiplos níveis de

data centers”. A tendência é a descentralização do processo. E o conceito data center monolítico que existia no passado será quebrado para ficar cada vez mais próximo do edge.

Infraestrutura e mercado A Vertiv, fornecedora global de soluções de infraestrutura de missão crítica, foi uma das primeiras empresas a apostar no crescimento do mercado de edge computing. “Todas as nossas previsões realizadas nos últimos cinco anos se concretizaram. Tivemos até algumas surpresas positivas”, diz Francisco Degelo, diretor de Desenvolvimento de Negócios de Data Centers Vertiv Latam. De acordo com ele, a pandemia acelerou o processo de transformação digital e aumentou a demanda por serviços de melhor qualidade e baixa latência, abrindo caminho para o edge se consolidar como uma ferramenta vital para os negócios. “É uma tendência sem volta”, afirma. De fato, investimentos expressivos previstos para o edge computing mudarão o perfil do ecossistema de data centers nos próximos quatro anos. Segundo uma pesquisa mundial realizada pela Vertiv, com 156 profissionais da indústria de data centers, até 2026 a participação do edge sobre a computação total passará dos atuais 21% para 27%. 34% dos pesquisados estão planejando ou no meio de implementações com a solução. O crescimento do mercado é da ordem de 20% ao ano na América Latina. Além do avanço das implantações na borda, os participantes da pesquisa preveem também um crescimento de 150% nos sites de core e maior atividade na nuvem no período analisado (de 2022 a 2026). “A demanda por recursos de computação está crescendo de forma exponencial em todas as esferas. No Brasil, há alguns anos, o mercado executava em média um grande projeto de mais ou menos 20 MW por ano. Hoje os grandes players de colocation estão construindo 70, 80 MW de capacidade ao mesmo tempo. Ou seja, são três ou


ESPECIAL

Francisco Degelo, diretor da Vertiv: edge computing é uma tendência sem volta

quatro megaprojetos acontecendo simultaneamente. Isso é totalmente sem precedentes em nossa indústria”, diz Degelo. As perspectivas ganham ainda mais força com a entrada em operação e expansão das redes 5G. “O edge computing empodera o 5G ao levar a capilaridade com baixa latência e alta largura de banda para perto do usuário”, afirma. Capitaneado pela nova tecnologia móvel, o setor de telecomunicações passará por uma mudança cultural. “A rede 5G vai aproximar os dois mundos, unindo o crescimento explosivo do mercado de telecom com a resiliência e eficiência do mundo de data centers”, afirma. Nesse cenário, antigas centrais de comutação podem se tornar sites de edge computing, assim como torres de celular passarão a atuar como concentradores, com um ou dois racks encarregados do processamento local. Para atender o mercado de edge, a Vertiv oferece a linha Smart de soluções compactas pré-fabricadas, composta pelos modelos Smart Cabinet, com um único rack até 30U e capacidade de 3 ou 5 kW; Smart Row (fila); Smart Aisle (permite formar um corredor com no mínimo três racks e expansão conforme necessidade); e Smart Mod (contêiner). Os produtos são modulares e fornecidos com a infraestrutura completa de energia, refrigeração e monitoramento. “O modelo mais compacto, o Smart Cabinet, pode ser entregue e instalado em um dia. Basta conectar o rack na tomada comum de 20 A, sem

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necessidade de infraestrutura especial ou mão de obra especializada”, diz o diretor. A interface homem-máquina (IHM) na porta permite controle local ou remoto. “Aplicamos o mesmo conceito de modularidade e crescimento gradual adotado nos grandes projetos, com Capex sob demanda”, diz. As vendas da Vertiv de soluções pré-fabricadas para o mercado de pequenas e médias empresas e edge dobraram em quatro anos. “Temos plantas produtivas dedicadas para esse tipo de solução na Europa, na Ásia e no Brasil, que abastece também toda a América Latina”, diz Degelo. Ele lembra que, apesar da simplicidade da plataforma para o usuário, a solução envolve um grande trabalho de engenharia por trás, com uma enorme quantidade de recursos e funcionalidades embarcadas. A facilidade de operação é também estratégica e ameniza o problema de falta de pessoal especializado, uma realidade que afeta todos os tipos de data centers, desde instalações de edge até empresariais e hyperscale. Para as grandes instalações, inclusive, a Vertiv oferece também serviços de operação e de manutenção aos clientes, chamados pela empresa de DCOM – Data Center Operation Management , que coloca à disposição um time de especialistas capazes de realizar o monitoramento remoto, melhorar a eficiência energética e garantir a continuidade das operações críticas. Um dos contratos mais recentes foi assinado com a Elea Digital, com seis data centers localizados nas principais áreas metropolitanas, incluindo São Paulo, Porto Alegre, Curitiba e Brasília. “Mais do que vender e entregar produtos e soluções, queremos ser parceiros do cliente e ajudá-lo a executar sua operação. Se a dificuldade hoje no mercado é preencher os quadros com profissionais qualificados, então vamos prestar esse serviço”, afirma o diretor. Com fábrica em Sorocaba, SP, a Vertiv conta com programas de treinamento técnico em Barueri, SP, onde realiza cursos práticos para suas equipes, canais, instaladores e clientes.



ESPECIAL Edge data center em Manaus Apesar da biodiversidade e do enorme potencial econômico, a região Norte carece de infraestrutura e integração com o restante do país. O mesmo acontece com a Internet. Segundo o NIC.br, Manaus, AM, conta com cerca de 60 ASNs - Sistemas Autônomos. Comparativamente, a cidade de São Paulo tem 2392. Por isso, é um ótimo negócio investir em data centers para oferecer serviços de colocation, nuvem, backup e redundância não apenas às empresas locais, mas também às corporações de outras localidades que precisam ter um POP na região (edge data center). Essa constatação foi o que motivou o engenheiro Ricardo Kallai, profissional com mais de 30 anos de experiência no segmento de telecomunicações, a criar uma empresa, a M4RD, e construir um data center no centro de Manaus. “Tenho sido procurado por diversos clientes, pois a cidade tem pouquíssimas opções capazes de oferecer serviços com alta disponibilidade e segurança”, afirma. A estrutura está sendo montada com o conceito de sala segura, com 35 m2 de área e sete racks, com possibilidade de expansão. A primeira fase será inaugurada ainda em novembro. Entre os primeiros

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clientes estão uma operadora de telefonia (STFC) de São Paulo e uma empresa de máquinas virtuais que precisa de serviços de backup. Paralelamente às obras de adequação da unidade, a M4RD está negociando com a distribuidora Amazonas Energia para a

Ricardo Kallai, fundador da M4RD: alta procura por serviços com alta disponibilidade e segurança

criação de um anel óptico, utilizando a infraestrutura de energia existente, de cerca de 10 km, que passará na frente de empresas como Prodam, Embratel, Oi e Vivo. “A ideia é oferecer interconexão para essas operadoras”, afirma. O mesmo circuito óptico chegará perto de um dos hospitais privados mais importantes do Norte-Nordeste, da rede Samel, com duas unidades em operação e uma terceira em fase final de construção, além de clínicas e laboratórios. A Samel já

cliente de Kallai na área de consultoria de redes e integração de cabeamento estruturado. O anel óptico da M4RD possibilitará a integração e redundância entre todas as unidades da Samel, em conjunto com dois provedores de Internet locais, e backup no seu data center. A parceria com os provedores também será importante para diminuir a latência nos serviços de nuvem que a M4RD pretende oferecer, como AWS e Microsoft. Para esses casos, os clientes serão atendidos com VPN rodando sobre fibra até o seu data center. Posteriormente, a estrutura da M4RD abrigará ainda um pequeno headend para armazenamento de programação de TV local e CDN para conteúdos nacionais e internacionais. “O tráfego de streaming é muito pesado. Essas iniciativas devem reduzir os problemas de latência, em especial fora de Manaus, e melhorar a experiência do cliente”, finaliza Kallai.

SERVIÇO M4RD – www.m4rd.com.br Venko – www.venkonetworks.com Vertiv – www.vertiv.com/pt-latam/



SERVIÇO

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Guia de racks para LANs, servidores e acessórios Seja numa empresa, num data center hyperscale ou num site edge remoto, os racks e gabinetes são essenciais para assegurar o adequado desempenho da rede e dos equipamentos que rodam as aplicações. O guia a seguir apresenta a oferta nacional desses produtos, com informações como modelos, material, estrutura e capacidades.

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Base antitombamento Marcação de U Guia de controle raio de curvatura

Confinamento de corredores Em circuito fechado Refrigeração Alto desempenho Fogo Proteção contra Água

Sistema de monitoramento Sistema de aterramento Espaço para inclusão de ventilação Dutos para controle de fluxo de ar

Regras de tomadas

Capacidade (kg)

≤ 1000 ≥ 1000 Com monitoramento Passivas

Entrada de cabos

Pintura

Líquida Pelo teto Pelo piso

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Vidro de segurança Bi ou quadripartidas

Inteiras fechadas Perfuradas Laterais removíveis

Estrutura

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Confinamento de corredores Em circuito fechado Refrigeração Alto desempenho Fogo Proteção contra Água

Sistema de monitoramento Sistema de aterramento Espaço para inclusão de ventilação Dutos para controle de fluxo de ar

Regras de tomadas

Capacidade (kg)

≤ 1000 ≥ 1000 Com monitoramento Passivas

Pintura

Líquida Pelo teto Pelo piso

Eletrostática

Vidro de segurança Bi ou quadripartidas

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Entrada de cabos

Acessórios e/ou itens opcionais Portas

Inteiras fechadas Perfuradas Laterais removíveis

Estrutura

Alumínio Perfis soldados Perfis aparafusados

Mini-rack Aço

Fechado Piso Parede

Empresa, telefone e e-mail

Tipo

Servidores (Data center) Cabeamento (LAN) Industrial Aberto

Aplicação

Material

Racks

sac@racks19.com.br Racksul

(51) 3337-8131 n

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racksul@racksul.com..br Rittal

(11) 99248-7433 n

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leandro.sussi@rittal.com.br Seicom

(15) 3033-7410

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comercial@seicom-materiais.com.br Seitec

(19) 99802-7861 n

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vendas@seitec.ind.br Tecfiber

(11) 98526-2450 n

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vendas@tecfiber.com.br Trisul

(11) 98452-6239 n

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contato@trisulmetalurgica.com.br Triunfo

(41) 3347-1850

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racks@triunfometalurgica.com.br Vertiv

(11) 3618-6600

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marketing.brasil@vertiv.com Womer

(11) 91116-0637 n

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vendas@womer.com.br

Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 113 empresas pesquisadas. elecom e Instalações Fonte: Revista Redes, TTelecom Instalações, novembro de 2022. Este e muitos outros Guias de RTI estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/rti e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.



EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

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Benefícios das microrredes para os data centers Carsten Baumann, diretor e arquiteto de soluções da Schneider Electric

A

As microrredes podem ajudar os serviços de colocation e os data centers a melhorar o tempo de disponibilidade, reduzir o gasto energético e minimizar a pegada de carbono. A técnica utiliza análises avançadas para gerenciar de forma inteligente ativos energéticos como grupos geradores, resfriamento e energias renováveis, bem como a forma de otimizar o design através de estudos de viabilidade e os impactos das arquiteturas modulares.

indústria de data centers no mundo enfrenta diversos desafios técnicos e de negócios. Destes, três preocupações relacionadas à energia surgem para os operadores: resiliência, custos e sustentabilidade. Resiliência e confiabilidade são muitas vezes utilizadas de forma intercambiável, mas são claramente diferentes. A Microsoft explica que a confiabilidade é o resultado pelo qual os provedores de serviços em nuvem se esforçam. Já resiliência é a capacidade de um serviço de nuvem de resistir a certos tipos de falhas e continuar a funcionar para o usuário. A confiabilidade, ou seja, a continuidade do fornecimento elétrico, é fundamental para o processamento de dados. Do ponto de vista da infraestrutura elétrica, isso significa não desperdiçar energia, garantindo que os equipamentos críticos de TI estejam sempre operacionais e em conformidade com os acordos de nível de serviço (SLA). A estratégia tradicional de resiliência de energia para data centers foi ter geradores de backup, predominantemente a diesel. Quando ocorreram interrupções na rede, muitos casos foram documentados em que os geradores de backup não iniciaram de maneira confiável conforme o esperado. Devido a tais fatores, confiar na rede para toda a energia primária aumenta o

risco operacional. Mesmo com a geração de backup tradicional e um UPS no local, existe a necessidade de ter maior resiliência durante períodos prolongados.

Surgimento da microrrede do centro de dados Uma solução de microrrede completa coordena de forma inteligente uma ampla variedade de ativos de geração de energia distribuída no local para otimizar os custos e a estabilidade, incluindo a opção de isolá-los da rede elétrica para evitar sua exposição a paradas ou interrupções. Quando o custo da energia da rede sobe, a microrrede pode aumentar o consumo de energia renovável ou armazenada no local. A energia armazenada também pode ser vendida à rede quando for mais econômica. Já o consumo de energia renovável pode ser maximizado para atingir os objetivos de redução das emissões de gases de efeito estufa. Devido à necessidade de grandes quantidades de energia contínua, limpa e acessível, os data centers são excelentes candidatos para se beneficiar das microrredes. Tal tecnologia alcançou um alto nível de maturidade, pois foi adotada em muitos tipos de aplicações de infraestrutura e instalações, como serviços públicos, serviços comunitários, escritórios


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governamentais, bases militares, grandes indústrias, hospitais e campi educacionais. Prevê-se que a capacidade das microrredes em todo o mundo crescerá mais de 20% ao ano (figura 1). Impulsionado pelo crescimento maciço anterior, o custo total da instalação de microrredes reduziu-se em aproximadamente de 25% a 30% desde 2014. No entanto, as aplicações de microrredes são únicas para cada organização e, portanto, deve ser realizado um estudo de viabilidade para determinar os benefícios organizacionais que incluem investimento versus retorno financeiro estimado e ganhos operacionais potenciais.

geração até as cargas, nas proximidades, para atender a vários edifícios ou até mesmo estar dentro de uma única instalação ou parte de um data center. Normalmente, uma microrrede é conectada à rede da distribuidora, o que alimenta a empresa quando economicamente vantajoso, utilizando uma combinação de energia elétrica e recursos energéticos no local. As microrredes também são configuradas com a capacidade de se desconectar e funcionar em modo autônomo quando necessário. Isso é chamado de isolamento, pois a microrrede se torna temporariamente sua própria ilha energética e opera separada da rede

Fig. 1 – A tecnologia de microrredes atingiu a maturidade, com um crescimento sustentado esperado de mais de 20% ao ano

Arquitetura de microrredes inteligentes A adoção de microrredes tem crescido nos últimos anos. Uma microrrede é um sistema energético localizado que interage com a rede de serviços, abrangendo um ou mais recursos de geração de energia elétrica e os controles necessários de gestão da energia para fornecer eletricidade segura aos consumidores. Ao contrário das grandes redes elétricas, as microrredes localizam todos os ativos energéticos, desde a

principal. Esse modo de inicialização é comum em muitas operações, mas o mecanismo para determinar o isolamento é orientado exclusivamente pela qualidade da energia de entrada, não por fatores econômicos ou de resiliência.

Primeiros passos para o fornecimento de energia no local Sites em todo o mundo têm algum tipo de sistema de backup que fornece energia para equipamentos computacionais

e infraestrutura crítica, sistema de abastecimento elétrico de emergência (EPSS, em inglês). Isso normalmente assume a forma de um ou mais geradores a diesel, geralmente apoiados por um UPS enquanto os geradores são iniciados.

Transição para uma microrrede verdadeira Em outras indústrias, os sistemas combinados de calor e energia (CHP, em inglês) ou de resfriamento-aquecimento e energia (CCHP, em inglês) são recursos energéticos cada vez mais populares. Esses sistemas são frequentemente configurados como microrredes, pois incluem um recurso energético local que fornece pelo menos parcialmente a eletricidade de uma instalação, bem como o calor útil para os refrigeradores de absorção. Os provedores de serviços de colocation e data centers podem obter os mesmos benefícios de tais sistemas. Para otimizar custos, sustentabilidade e resiliência, uma solução de microrredes mais integral pode abranger uma variedade de recursos de energia distribuída (DER, em inglês) incluindo CHP e CCHP, células de combustível renováveis e armazenamento de energia. A escolha de DER dependerá das considerações econômicas e ambientais. Em termos de operações, a coordenação dos recursos energéticos distribuídos é feita por um sistema de controle por microrredes (figura 2). No caso de uma interrupção na rede elétrica, o sistema de controle é responsável por realizar a desconexão segura da rede e da transição confiável ao modo ilha. No modo ilha, o sistema administra todos os recursos energéticos distribuídos para manter a estabilidade da energia. Com esse nível de conectividade e controle digital, é fundamental que as redes de comunicação estejam seguras contra ameaças cibernéticas. Uma solução de microrredes deve cumprir as melhores práticas de segurança de ponta a ponta, ajustar-se às normas, como IEC 62443-4-2 e IEC/ISA 62443-3-3, e utilizar componentes de proteção de última geração.


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• Embora muitos operadores testem seus geradores de backup com frequência, não é 100% garantido que serão iniciados de forma confiável em caso de apagão da rede elétrica. Tecnologia combinadas de calor e energia (CHP) e resfriamento, calor e energia (CCHP) Por vezes chamados de cogeração, esses sistemas combinam a geração de eletricidade com a Fig. 2 – Uma microrrede moderna aproveita uma variedade de recursos energéticos distribuídos, coordenados por um sistema de controle de microrredes inteligentes produção de calefação ou resfriamento. A tecnologia Alternativas de recursos combinada de calor e energia (CHP) está necessidades de backup. O diesel é uma energéticos distribuídos disponível há décadas e normalmente fonte de combustível confiável que pode utiliza um motor ou uma turbina de ser facilmente armazenada no local; no combustão recíproca como motor entanto, apresentam três pontos fracos: Uma microrrede pode incluir uma principal, abastecido com maior • Há limites para a quantidade de ampla variedade de recursos energéticos frequência por gás natural. O maior combustível que pode ser armazenada distribuídos. Sua escolha dependerá de benefício das tecnologias combinadas de neles e, portanto, o tempo de autonomia vários fatores calor e energia (CHP) e resfriamento, calor total que um data center pode esperar e energia (CCHP) é a eficiência. O sistema Geradores de backup geralmente é limitado a alguns dias. gera eletricidade ao mesmo tempo em Como mencionado acima, os geradores • As normas ambientais sobre emissões que o motor principal produz calor, que a diesel são amplamente utilizados em restringirão o tempo que um gerador a é capturado e colocado em uso. centros de dados para atender às diesel pode funcionar durante o ano.


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Para alimentar um data center, uma solução mais interessante que combine resfriamento, calor e energia, também conhecida como trigeração, é semelhante à tecnologia combinada de calor e energia, exceto pela capacidade de fornecer resfriamento. Usando resfriadores de absorção, o calor residual do motor principal fornece a energia para produzir água fria, que é então utilizada para resfriamento. Normalmente, um sistema combinado de resfriamento, calor e energia funciona continuamente e é melhor mantido do que os geradores em espera, sempre pronto para fornecer energia em caso de apagão. De acordo com o Departamento de Energia dos EUA, a infraestrutura de gás natural geralmente não é afetada pelas condições meteorológicas adversas. Isso torna os sistemas CCHP bons candidatos para uma microrrede de sites. Em alguns casos, dependendo do preço da energia e

do combustível, bem como das regulamentações ou políticas locais, o sistema CCHP pode ser adequado para fornecer energia primária às instalações, com a central funcionando como backup. Obviamente, quaisquer emissões produzidas pelo CCHP precisarão ser consideradas, com o sistema de microrredes equilibrando continuamente os requisitos com custos. Isso inclui determinar, a qualquer momento, a diferença entre o custo da eletricidade da rede e do gás natural. Energias renováveis Ser capaz de determinar se a energia renovável faz sentido para uma instalação dependerá da disponibilidade e dos custos, políticas, incentivos e fatores do mercado local, bem como dos preços e regulamentos. Vale a pena considerar uma série de opções renováveis.

Como os centros de dados operam ininterruptamente, a energia solar pode ser uma boa opção, pois o consumo pode ser maximizado. No entanto, são necessários cerca de 40 mil -50 mil m2 para gerar 1 MW de eletricidade solar. Para quem tem espaço no telhado ou terreno próximo disponível, o fato de que os preços da energia solar estão caindo faz com que se torne uma boa opção. Em 2009, o custo de uma instalação de painéis solares era de US$ 8,50/W. O preço da energia solar caiu mais de 60% por cento, para apenas US$ 3,05/W. A energia eólica pode ser uma opção potencial. Contudo, o uso de grandes turbinas autônomas deve levar em conta as preocupações da comunidade local. Também devem estar longe o suficiente das estruturas existentes para evitar problemas de ruído e segurança, que podem dificultar a conexão com o data center. As turbinas eólicas verticais


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menores podem ser instaladas em um telhado. É essencial que as condições de vento sejam constantes e boas. Semelhante à energia solar, ter uma conexão com a rede elétrica para vender o excesso de energia pode ser uma opção. A energia da biomassa pode ser uma boa opção se houver recursos disponíveis, pois pode incluir matéria vegetal ou resíduos. Considerações importantes são o custo do recurso, bem como o nível de emissões de partículas que alguns tipos de biomassa podem produzir quando queimados.

eletrólise, que pode ser alimentado por uma fonte de energia renovável, como solar ou eólica. Nesse caso, o combustível de hidrogênio resultante pode ser considerado um recurso renovável. As células de combustível são menores em tamanho e pesam menos do que as alternativas da concorrência. Dependendo do financiamento, incentivos e custos de combustível, esses sistemas também oferecem economias energéticas significativas. Por esses motivos, muitos sites adotaram células de combustível para fornecer eletricidade às suas instalações.

produzindo eletricidade. A energia armazenada nos sistemas UPS e dedicados de armazenamento da bateria (BESS em inglês), pode ser enviada para gerenciar a demanda máxima, ajudando a reduzir o consumo da rede elétrica durante períodos de alto custo. Embora o armazenamento de energia exija muito capital, é uma boa opção para enfrentar picos de carga, enquanto outros recursos energéticos distribuídos, tais como CCHP ou as células de combustível são mais adequados para suportar a carga base.

Fig. 3 – Os três níveis funcionais de uma arquitetura de microrredes trabalham em estreita coordenação para maximizar a resiliência, a economia de custos e uso de energia

Células de combustível As células de combustível podem fornecer energia primária, de backup ou calor e energia combinados. Em vez de usar a combustão, elas geram eletricidade a partir de uma reação química que combina hidrogênio e oxigênio. Os únicos subprodutos são água e calor. O hidrogênio para células de combustível é comumente produzido a partir de gás natural ou biogás (metano) utilizando um processo chamado reforma de gás natural. No entanto, o hidrogênio também é produzido a partir da água por meio de

Armazenamento de energia Ter a capacidade de armazenar energia no local oferece uma ampla gama de benefícios. Primeiro, como parte de um UPS, pode auxiliar a dar apoio à resiliência contra uma interrupção da rede elétrica de serviços, em coordenação com geradores de backup, sistemas combinados de resfriamento, calor e energia renováveis. Em segundo lugar, é possível maximizar o valor da geração de energia renovável economizando o excesso para uso quando os geradores solares ou eólicos não estiverem

Um sistema de microrrede pode ser considerado como uma arquitetura de três camadas (figura 3). O primeiro nível inclui produtos inteligentes habilitados para a IoT - Internet das Coisas conectados, bem como dispositivos de monitoramento e controle, ativos de energia distribuídos, etc. A camada intermediária é onde ocorre o controle de borda local em tempo real. Esta é a combinação do controlador de microrrede e software associado que monitora todos os ativos, toma decisões críticas e implementa ações de custo otimizado



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para controlar ativos de geração e consumo para melhorar a resiliência e maximizar o uso de energia renovável. A camada superior inclui os aplicativos, análises e serviços de suporte que aprimoram a solução de microrrede. A análise avançada geralmente hospedada na nuvem, ajuda a otimizar quando e como a energia é produzida, consumida e armazenada para minimizar custos e maximizar a sustentabilidade. No nível de controle, o sistema de microrrede monitora todos os recursos de energia distribuídos e usa algoritmos inteligentes habilitados para IA – Inteligência Artificial para tomar as seguintes medidas apropriadas: • Administrar a conexão de rede - Deverá ser capaz de se desconectar da rede, suportar cargas críticas e se reconectar após um evento. • Controlar recursos energéticos distribuídos durante o modo ilha - Deve garantir que a quantidade de produção da energia seja equilibrada com o consumo. • Garantir a segurança da microrrede - O sistema precisará administrar a proteção da rede elétrica em toda a instalação, no modo de rede e ilha, para cada combinação de recursos energéticos distribuídos. Isso é feito para garantir que a coordenação do disjuntor seja mantida e, por sua vez, o impacto seja minimizado em caso de falha elétrica. • Administração de recursos energéticos distribuídos no modo conectado à rede elétrica - O controlador deve ser programado para maximizar o uso das energias renováveis quando possível. A previsão meteorológica deve ser considerada automaticamente para calcular adequadamente a produção futura de energia dos recursos renováveis, particularmente eólica e solar. O excesso deverá ser reservado em um sistema de armazenamento, vendido de volta à rede elétrica, ou ambos. O sistema de microrredes deverá gerenciar o nível de exportação da energia autorizada para a rede elétrica. O sistema de microrredes requer velocidade e desempenho excepcionais. A resposta rápida de comutação ajuda a

garantir a estabilidade da instalação equilibrando a demanda de carga com a geração disponível de ativos dos recursos energéticos distribuídos. A redundância no sistema de controle da microrrede permite que a operação seja ainda mais confiável em todas as circunstâncias. Além disso, precisará fornecer opções de controle automático em comparação com o manual, caso seja necessário anular os algoritmos de controle em circunstâncias especiais. Semelhante à maioria das infraestruturas energéticas dos centros de dados existentes, no caso de uma interrupção na rede principal, possivelmente devido a danos causados por tempestades ou um problema de sobrecarga da rede, a microrrede se isolará automaticamente da rede elétrica para proteger a qualidade da energia na instalação e atender continuamente a todas as cargas críticas. Caso ainda não esteja funcionando, os ativos de geração devem ter a capacidade de começar imediatamente, independentemente da rede elétrica, e operar sem a necessidade de um sinal. E, claro, deverá ter capacidade de geração suficiente para suportar todas as cargas críticas. As soluções de microrredes mais avançadas também fornecem capacidades de proteção proativa. Em resposta aos dados e alertas meteorológicos, um sistema de microrredes pode “prever” para lidar com as condições e se preparar para isolamento em relação à rede elétrica antes que uma grande tempestade chegue e dar tempo suficiente à equipe para tomar as medidas preventivas. A desconexão não precisa necessariamente ser uma resposta a uma interrupção completa da rede elétrica. Se houver instabilidade na rede principal, o isolamento pode ajudar a proteger equipamentos sensíveis dos efeitos prejudiciais de uma energia de baixa qualidade. Por exemplo, uma tempestade com raios de nível local pode causar variações massivas de tensão que podem passar como interrupções em toda a rede de distribuição de energia.


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Dependendo do nível de capacidade atual, uma microrrede pode responder a um problema relacionado ao fornecimento de serviços, conforme apropriado. Com níveis crescentes de recursos energéticos distribuídos, é possível um nível de resiliência maior. Alguns exemplos são: • Sem microrrede - Apenas energia de backup: Se a instalação tiver geradores de backup e um UPS estiver presente, a energia não é interrompida pois o UPS fornece energia de carga crítica até que os geradores voltem a funcionar. O sistema de backup é utilizado através de interruptores de transferência automática (ATS) para alimentar circuitos críticos. Se os geradores não iniciarem ou não continuarem funcionando, a energia de toda a instalação será perdida. • Microrrede com energias renováveis - Sem sistemas combinados de calor e energia/resfriamento, calor e energia. O sistema de microrredes não entra em conflito com os geradores de backup, que ainda estarão envolvidos como a primeira linha de defesa contra qualquer falha da rede principal. As energias renováveis podem ser utilizadas para complementar os geradores de backup para economizar o combustível. Além disso, se a geração de backup operar de forma confiável para alimentar os circuitos críticos, a microrrede poderá usar os recursos energéticos distribuídos para alimentar outros circuitos para manter alguns serviços funcionando durante uma interrupção. • Microrrede com sistemas combinados de calor e energia/ resfriamento, calor e energia - Os sistemas combinados de calor e energia/resfriamento, calor e energia são normalmente dimensionados a fim de atender à demanda. A demanda de eletricidade pode ser aumentada na rede elétrica e se os sistemas combinados de calor e energia/resfriamento, calor e energia forem dimensionados o suficiente para atender a toda a instalação, os geradores de backup não precisarão ser envolvidos em caso de interrupções na rede elétrica. • Microrrede com sistemas combinados de calor e energia/ resfriamento, calor e energia, mais renováveis - Com recursos energéticos distribuídos adicionais, a microrrede pode alcançar uma autonomia quase ilimitada, dependendo do fornecimento de combustível para os sistemas combinados de calor e energia/resfriamento, calor e energia. Recursos renováveis adicionais, tais como armazenamento solar, eólico e de energia, podem ser utilizados para aumentar o fornecimento de energia elétrica para atender às cargas em toda a instalação. Além de ajudar um centro de dados a melhorar sua resiliência contra a possibilidade de um apagão da rede ou instabilidade da energia, as microrredes podem auxiliar a otimizar os custos e maximizar o uso de energia renovável. Dez anos atrás, a resiliência era a única razão para comprar uma microrrede, já que a autogeração energética era puramente proibitiva em termos de custos: nunca foi mais barata do que uma rede elétrica. Hoje, com energia fotovoltaica e sistemas combinados de calor e energia/resfriamento, calor e energia com gás natural, é possível gerar energia mais barata do que comprar.


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Mesmo em regiões onde a energia da rede nem sempre é mais cara, as microrredes oferecem muitas oportunidades para obter economias. Isso se deve à forma como elas possibilitam um novo modelo dinâmico entre uma companhia elétrica e seus clientes. Em outras palavras, gera-se uma interdependência de serviços com custo otimizado.

Análise avançada de energia As variáveis de fornecimento referidas pelo IEEE – Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos são os recursos de energia distribuída da microrrede. Com ferramentas e métodos sofisticados,

determina os melhores horários e meios para gerar, utilizar, armazenar ou vender energia. Quanto mais flexibilidade a microrrede tiver em termos de geração no local, armazenamento e cargas controláveis, de mais oportunidades de otimização o data center poderá usufruir. Além disso, quanto maior a variedade de recursos energéticos distribuídos, maior será a resiliência contra um único modo de interrupção. O sistema de microrredes é uma forma inteligente e transparente de gerenciar os recursos energéticos, bem como uma maneira simples e automatizada de participar de programas de redes inteligentes como “prossumidor” de

Fig. 4 – Cadeia de valor típica fornecida por um modelo de financiamento e operação de energia como serviço

a flexibilidade energética e o valor funcional dos recursos distribuídos podem ser totalmente monetizados. Para obter o melhor ROI – Retorno Sobre o Investimento, as soluções de microrredes mais avançadas fornecem inteligência analítica que integra dados externos como previsão climática, disponibilidade de energias solar e eólica e valores no mercado de energia, incluindo preços da eletricidade e de outras fontes de combustível, como gás natural, hidrogênio e diesel. O nível de análise rastreia e visualiza os principais indicadores de desempenho. O aplicativo prevê a demanda das instalações com base nas previsões climáticas e no histórico de uso da energia. Em seguida,

energia. Um prossumidor é uma operação que pode produzir e consumir energia de forma proativa. A plataforma da microrrede considera as necessidades energéticas, ambientais e econômicas do centro de dados e, em seguida, propõe automaticamente a regulação ótima entre as diferentes oportunidades.

Grupos de redes: quanto maior a demanda, maior o aproveitamento Em algumas regiões do mundo, as operadoras de redes elétricas utilizam agregadores comerciais para ajudar a combinar com eficiência os clientes que consomem energia em blocos maiores de

demanda, denominados centrais de energia virtual (VPP, em inglês). À medida que mais provedores de serviços de colocation e data centers começam a implementar recursos energéticos distribuídos no local, a combinação com outros proprietários de recursos energéticos distribuídos cria grupos de microrredes. Eles proporcionam uma economia de escala potencial com mais oportunidades para monetizar a flexibilidade da energia trabalhando com agregadores de rede e operadoras.

Uma nova era no design de microrredes As microrredes existem há décadas, embora não possamos chamá-las de microrredes. Suas limitações de design e implementações passadas eram devidas aos esquemas de controle complexos e estáticos de múltiplos recursos energéticos distribuídos. A todos eles falta a modelagem dinâmica que agora é possível graças aos dispositivos habilitados para a IoT, às análises potentes e à redução de custos. Devido à necessidade de atender aos objetivos operacionais e financeiros, juntamente com a seleção de uma das arquiteturas de sistemas possíveis, os designs de microrredes continuam sendo complexos. Felizmente, estão surgindo ferramentas que usam algoritmos de modelagem avançados para ajudar na análise de viabilidade das múltiplas opções existentes. Uma ferramenta de design de sistemas de microrredes cria um modelo levando em consideração as limitações dos equipamentos, custos, funcionalidade e execução dos projetos existentes. Para desenvolver o modelo mais completo e preciso, também é preciso incluir as limitações físicas e as previsões meteorológicas locais, perfis de carga e utilização da energia na base, acessos a diferentes combustíveis e seus custos, entre outros. Através de algoritmos de controle avançados e análise simultânea dos múltiplos tipos de recursos energéticos



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distribuídos, uma ferramenta de design precisa garantir que a demanda elétrica e térmica da instalação seja atendida ao longo do ano. Isso também ajuda a otimizar o tamanho, o tipo e a combinação de recursos energéticos distribuídos para atender aos requisitos de resiliência e alcançar o rendimento financeiro mais alto e, por sua vez, o menor período de recuperação do investimento. Ao planejar um projeto de microrrede, é vantajoso que a ferramenta de design aplique os mesmos algoritmos utilizados nos sistemas de controle de microrredes finais. A compatibilidade entre o modelo e o sistema operacional instalado ajuda a garantir o rendimento ideal da microrrede. Além disso, o modelo de design pode ser utilizado na fase operacional como um 'gêmeo digital' para comparar os dados reais e simulados para validar o rendimento, verificar a adaptação potencial das soluções de controle à evolução do local e apoiar estudos de situações hipotéticas como a otimização de tarifas. Devido à maturidade do mercado das microrredes, avanços no conhecimento e a tecnologia produziram uma nova geração de soluções baseadas em componentes do sistema padronizados e pré-empacotados. Esses módulos, juntamente com as arquiteturas predefinidas, permitem configurar sistemas personalizados. Isso ajuda a reduzir o tempo de entrega das microrredes e os custos ao mínimo, enquanto maximiza o rendimento sobre o investimento graças a design, suporte, instalação e manutenção simplificados. Os designs também são mais confiáveis graças às arquiteturas testadas e validadas.

Contratos de zero líquido O zero líquido não significa que nenhuma energia será importada da rede elétrica. Como o cálculo de equilíbrio é geralmente feito numa base anual, o zero líquido pode ser alcançado exportando a tais níveis que excedam o consumo durante os períodos de pico de produção fotovoltaica (meses de verão) e para compensar os períodos de produção baixa

ou nula (meses de inverno). O tamanho da produção e o armazenamento da energia renovável terão que ser ajustados da melhor maneira para cumprir o acordo de zero líquido.

Centros de controle pré-construídos Permitem a instalação preliminar dos componentes selecionados durante a fabricação e depois oferecem uma solução pronta para uso. Os designs mais recentes incluem: • Controladores de microrredes e gestão da energia que monitoram a distribuição e o controle do fluxo da energia elétrica entre a rede elétrica, os recursos energéticos distribuídos e todas as cargas críticas e flexíveis. • Proteção e monitoramento, tais como relés de proteção, disjuntores, medidores inteligentes de energia com capacidade de monitoramento da qualidade de energia e interface de tela de toque no painel frontal. • Escalabilidade e adaptabilidade, para atender aos requisitos dos locais pequenos ou grandes, e para permitir a expansão futura e rápida integração dos recursos energéticos distribuídos adicionais.

Algoritmos de controle predefinidos Além dos designs de placas modulares, o software pré-fabricado de gerenciamento de microrredes inclui algoritmos pré-projetados impulsionados por inteligência artificial para apoiar todas as aplicações importantes de controle e tomada de decisões, incluindo: gestão de conexão à rede elétrica, gestão de recursos energéticos distribuídos em modo de rede elétrica e ilha, e garantir a segurança. Também inclui uma variedade de decisões e ações para minimizar custos e maximizar a sustentabilidade, incluindo: evitar multas por demanda, gestão de tarifas, participação em resposta à demanda e otimização do

autoconsumo das energias renováveis. A sequência de operações (SOO) tradicional nos designs de centros de dados está sendo substituída por esses algoritmos novos e mais sofisticados. Para tomar a decisão de avançar a implementação de uma microrrede no centro de dados, é preciso incluir uma ampla variedade de considerações financeiras. Por exemplo, a equipe de gestão precisará avaliar o estado atual da infraestrutura energética. Os resfriadores estão chegando ao fim de sua vida útil e precisam ser substituídos? Em caso afirmativo, este pode ser o momento perfeito para substituir a microrrede baseada em um sistema combinado de resfriamento, calor e energia. E, conforme já mencionado, a estrutura local de tarifas e penalidades por demanda, junto com os preços de gás natural, influenciarão se os recursos energéticos fazem sentido do ponto de vista econômico. Se os fatores apontarem positivamente para uma solução de microrredes, o último passo será determinar a melhor maneira de financiar e operar a nova infraestrutura. Parte das perguntas sobre financiamento incluirá a pesquisa de todos os incentivos governamentais disponíveis.

Opções de financiamento das microrredes Existem atualmente dois tipos principais de modelos de financiamento e operacionais para as microrredes. Propriedade do cliente Algumas organizações preferem possuir suas microrredes de forma direta, usando dinheiro ou empréstimos. Nessa situação, o operador mantém o controle total do sistema e se beneficia dos ganhos financeiros. A microrrede é uma despesa de capital; no entanto, todos os riscos financeiros, técnicos e operacionais caem sobre o administrador do centro de dado. EaaS – Energia como Serviço Oferece uma estrutura de propriedade flexível, que é essencialmente um modelo de contrato de compra de energia que


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pode aproveitar uma estrutura de financiamento de capital e dívida. As partes envolvidas poderiam incluir um fornecedor, um financiador e, às vezes, o serviço. Um contrato EaaS pode incorporar uma série de conceitos e inovações financeiras e de contratação (figura 4). O operador do centro de dados pagará uma taxa mensal por despesas operacionais ao proprietário externo da microrrede. Esse modelo elimina o investimento de capital do proprietário do centro de dados e reduz o risco financeiro. Também permite que as instalações se beneficiem da experiência de desenvolvedores que se especializam em design e modelado de sistemas de energia.

Incentivos para as microrredes, renováveis e armazenamento de energia Dependendo da região do mundo na qual o centro de dados opera, pode haver uma variedade de políticas e incentivos governamentais nacionais e locais que promovam o investimento em geração solar e microrredes. Alguns exemplos são: • Créditos fiscais - Podem cobrir uma parte significativa dos custos da instalação de energia solar e das microrredes. • Normas de portfólio renovável - É mais provável que as regiões com compromissos desse tipo apoiem políticas e incentivos solares. • Medição líquida - Essas políticas permitem que o centro de dados receba o pagamento pela energia solar que produz, às vezes compensando o custo de instalação em questão de anos. • Políticas de interconexão - Algumas regiões podem isentar um centro de dados das tarifas de estudo de interconexão que fazem parte do desenvolvimento de uma microrrede. • Programas de subvenções. Podem fornecer financiamento parcial para microrredes, energia solar e outras tecnologias de geração e armazenamento de informação.

Conclusão Para provedores de colocation e centros de dados, as microrredes agregam valor todos os dias, não apenas quando a energia acaba. As microrredes vão além dos sistemas de backup baseados em diesel, permitindo o uso de sistemas combinados de resfriamento, calor e energias renováveis, células de combustível e armazenamento. Ajudam a aumentar a resiliência contra interrupções na rede elétrica, reduzir os custos operacionais e garantir a sustentabilidade, com recursos avançados de análise de energia. De acordo com toda a legislação nacional e local aplicável, uma microrrede ajuda a otimizar e equilibrar o uso da rede elétrica com os recursos energéticos no local.


CLIMATIZAÇÃO

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Uso de CFD para analisar eficiência em data center hyperscale sem piso elevado Diego Lemos, da Zienz

O Sistemas que antes eram adequados para data centers de médio e grande portes se mostram ineficientes quando aplicados em data centers hyperscale. O CFD (fluidodinâmica computacional) é uma ferramenta fundamental para analisar o impacto de cada elemento nesse cenário, como o piso elevado para insuflamento de ar frio, além de antecipar problemas e buscar soluções eficientes.

s data centers hyperscale são significativamente maiores que os data center corporativos. As vantagens econômicas escaláveis, juntamente com a engenharia customizada, fazem com que a performance seja maior. Essencialmente, data centers hyperscale não competem apenas em escala, mas também em uma abordagem alinhada na construção e gerenciamento de sua infraestrutura. Para auxiliar análises de ganhos em eficiência energética de forma personalizada, por meio de um processo pensado e estruturado para a instalação, é utilizada a ferramenta CFD - Computational Fluid Dynamics.

Através da simulação computacional é possível obter métricas importantes, que vão muito além do PUE – power user effectiveness. O processo visa o maior contato com o cliente a cada fase do projeto para que, ao final, seja entregue não apenas um relatório, mas a solução de fato. A seguir, apresentaremos um estudo de caso e discutiremos alguns resultados importantes em projetos de grande escala e sem piso elevado.

Geometria O ambiente estudado é um data center hyperscale com um data hall

Fig. 1 - Geometria do projeto original modelada


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de aproximadamente 900 m², pé direito de 4,5 m, sem piso elevado, com entreforro de 1,25 m de altura. Os equipamentos de ar-condicionado estão distribuídos em dois corredores técnicos.

A climatização é realizada por 20 fan coils com insuflamento frontal direto no ambiente por aberturas alinhadas com o seu posicionamento. O retorno de ar ocorre pela passagem do ar do

Fig. 2 – No projeto original, a parte superior dos racks ultrapassa o limite superior máximo de temperaturas recomendadas pela ASHRAE

corredor quente confinado para o entreforro e, após isso, para os equipamentos de ar-condicionado por meio de dutos. A operação prevista é em configuração N+1 para cada corredor, ou seja, N+2 para a sala.

Fig. 3 – No projeto original, pathlines de insuflamento indicam formação de vórtices na região central dos corredores frios


CLIMATIZAÇÃO

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Projeto original

Fig. 4 - Geometria do projeto proposto modelada

Os resultados apresentados na figura 2 evidenciam que, em praticamente todas as fileiras, a parte superior dos racks ultrapassou o limite superior máximo de temperaturas recomendadas pela ASHRAE para a face de admissão dos racks. Nesse caso, a temperatura mais alta verificada foi de 29,91°C.

Os racks previstos estão alinhados em corredores, respeitando a divisão de corredores frios e quentes. É adotada a estratégia de confinamento de corredores quentes, que são conectados ao entreforro. A carga total prevista é de 3000 kW distribuída em 396 racks. A figura 1 apresenta a geometria do projeto original modelada.

Condições de avaliação Os racks foram analisados de acordo com os padrões recomendados pela ASHRAE TC 9.9 2015, envelope A1, que recomenda que para o tipo de aplicação em questão a temperatura mínima na entrada dos equipamentos de processamento é de 18°C e a máxima 27°C. Para o caso específico, foi admitido como temperatura máxima de operação o valor de 29°C na face dos racks.

Fig. 5 – Com as alterações foram obtidas melhores condições de operação, com os racks dentro do limite recomendado pela ASHRAE

Cenários avaliados e análise de resultados Os cenários avaliados buscam analisar o comportamento do ar para diferentes condições de operação dos equipamentos de ar-condicionado. Dessa forma, não foram avaliadas alterações geométricas e alterações de carga de racks.

Fig. 6 - A distribuição ficou mais equilibrada com a redução de vórtices em alguns corredores


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Analisando os pathlines de insuflamento de ar (figura 3), é possível verificar a formação de vórtices na região central dos corredores frios que colaboram com a elevação de temperatura observada na figura 2. Isso acontece devido à velocidade de descarga do ar dos fan coils estar além da velocidade ideal.

Proposta de alteração do projeto original As primeiras análises dos resultados CFD apontaram que os parâmetros de entrada da simulação (cargas de racks, temperaturas de insuflamento, vazões, etc.) não resultaram em condições operacionais dentro dos valores estipulados como objetivo. A primeira proposta de alteração foi o reposicionamento dos fan coils. Estes foram redistribuídos para otimizar a distribuição de ar nos corredores frios de forma a balancear e manter o fornecimento de ar adequado mesmo em caso de falha de dois equipamentos simultaneamente. A segunda alteração proposta é referente aos confinamentos de corredores quentes. Com o objetivo de diminuir tanto o volume de ar frio do data hall quanto a pressão no interior dos corredores quentes, as paredes de confinamento de corredores foram alongadas, ampliando o volume de ar dos corredores quentes confinados. Por fim, a última recomendação foi o rebaixamento do pé direito do data hall. As alterações podem ser observadas na figura 4. Com essas alterações, obtemos melhores condições de operação conforme a figura 5, ou seja, praticamente a maior parte dos racks dentro do limite recomendado pela ASHRAE. Os pathlines mostram que a distribuição ficou mais equilibrada reduzindo a formação de vórtices em alguns corredores.

Conclusões e discussões O aumento do volume do corredor quente com a ampliação dos corredores confinados, o reposicionamento dos climatizadores de ar e o aumento da altura do entreforro resultaram na diminuição da temperatura máxima de admissão de ar dos racks em mais de 2,5°C. Além das melhorias obtidas, alguns pontos ainda podem ser estudados e aperfeiçoados, como a redução da vazão de ar dos climatizadores, por meio da instalação de variadores de frequência nos motores dos ventiladores. Data centers hyperscale representam um grande desafio para as equipes de engenharia que buscam soluções robustas, versáteis e eficientes. A utilização de novas tecnologias e estratégias de climatização vem acompanhada de outras necessidades. Sistemas que antes eram adequados para data centers de médio e grande portes se mostram ineficientes quando aplicados em sites hyperscale. O CFD é uma ferramenta fundamental para analisar a fundo o impacto de cada elemento nesse cenário, antecipar problemas e buscar soluções eficientes.


CONECTIVIDADE

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Importância do edge computing para o metaverso Ascenty

A

Para proporcionar as melhores experiências no metaverso, a infraestrutura de processamento de dados precisa garantir alta conectividade, baixa latência e serviços de computação e armazenamento virtualizados. Nesse cenário, os recursos de edge computing ganham destaque, ao servirem como uma “extensão” da infraestrutura atual de data centers, suportando interfaces ciberfísicas cada vez mais avançadas.

tualmente, existem diferentes conceitos flutuando na mente dos gestores do Brasil e de todo o mundo: edge computing e metaverso. Na hora de compreender cada um deles, é essencial também entender como os dois serão integrados no futuro não tão distante. Afinal, na prática, para que o metaverso possa realmente funcionar do modo como as propagandas mais criativas mostram, o poder de processamento na nuvem terá que ser 10, 100, 1000 vezes maior que o atual. E é justamente aí que o edge computing se destaca.

O que é edge computing? O edge computing é um tipo de arquitetura de computação definida pela localização geográfica ou distribuição de recursos. Basicamente, trata-se de uma estrutura descentralizada, capaz de processar dados e fazer análises avançadas em qualquer lugar. Por “descentralizada”, entende-se próximo ou realmente no local onde os dados são gerados. Ou seja, na “borda” da rede convencional — daí vem o nome “edge computing” ou “computação de borda”. Assim, esses dados não precisam ser enviados para um data center único, centralizado. Desse modo, não há instabilidade e alta latência durante o processamento de dados. Pelo contrário, ele é realizado por uma

infraestrutura próxima (ou realmente no local) de onde os dados são gerados. O principal objetivo é reduzir o tempo de retorno, especialmente em casos cruciais que precisam de resposta imediata ou emergencial, como carros autônomos e sistemas de alarme. É esperado que o modelo de edge computing atinja um valor de mercado de mais de US$ 43 bilhões até 2027, de acordo com o Grand View Research. A tecnologia tem como pilar a necessidade de resolver os problemas de conectividade de dispositivos. Assim, os dispositivos dotados com essa capacidade de processamento não precisam enviar os dados por longas distâncias para serem armazenados ou processados. Isso reduz a necessidade de banda de Internet, o que pode diminuir os custos (especialmente em grandes infraestruturas, como indústrias ou plantas fabris). É possível usufruir de uma rede mais estável, próxima e rápida — enquanto os dispositivos se encarregam da tarefa operacional de lidar com os dados. E para alcançar esses benefícios, como o edge computing atua? Com a computação em nuvem, toda a



CONECTIVIDADE integração de dispositivos e informações Assim mesmo: em geral, eles enviam se tornou mais fácil. A tecnologia serve dados para o data center (como backups), de base — infraestrutura, plataforma ou mas mantêm para si as informações mais serviço — para as atividades da empresa, importantes, bem como se encarregam da especialmente as relacionadas com computação dos dados. ferramentas digitais. Além disso, com o edge computing, a Assim, o negócio gera dados através carga nos grandes data centers pode das tarefas diárias, que são então reduzir bastante, o que vai permitir um enviados para armazenamento na reajuste. Por que grandes? Bom, o edge nuvem. Lá, eles são processados. computing não será exclusividade dos Todas as atividades que requerem essa dispositivos. Há possibilidade de utilizar operação, como a criação de um relatório de os chamados “micro data centers”, que BI, precisam passar por essa jornada. O vão desempenhar os processos de forma grande “problema” desse método é que ele local — e mais eficiente. gera um alto consumo e custo de banda de Internet. São incontáveis os processamentos por minuto — muitas vezes em uma mesma empresa, o que complica seu tráfego de dados. De forma prática, isso implica alta latência, o que diminui a velocidade da entrega ou recebimento das informações. Além disso, o Fig. 1 - Loja da TIM no metaverso da Cryptovoxels processamento implica maior carga para o data center contratado. Para quem o edge O conceito de edge computing computing é indicado? funciona, portanto, como uma forma de reduzir essa carga. Os dispositivos dotados A bem da verdade, todo o potencial com essa tecnologia atuam na borda das ainda há de ser explorado. Com as redes (daí o nome “edge” computing), possibilidades do 5G, sua aplicação realizando a geração, armazenamento e com certeza será expandida a níveis processamento dos dados. nunca imaginados. Ou seja, as informações não precisam Além disso, é uma tecnologia ideal para a viajar do dispositivo ou servidor para o consolidação da IoT - Internet das Coisas. data center. O objetivo da computação No caso dos segmentos nos quais de borda é justamente aproximar o pode ser aplicado, o edge computing se processamento dos dados da sua destaca nos seguintes mercados (e alguns origem. Assim, agiliza toda a operação — exemplos para ilustrar): independente do que for, desde que • Indústria: aplicação em dispositivos digital. Um exemplo são os inteligentes que monitoram o chão de fábrica. dispositivos de reconhecimento facial • Comércio: perfeito para gestão em portas de estabelecimentos, ou comercial, o edge computing pode mesmo câmeras de segurança. auxiliar no controle de estoque e de segurança dos ambientes. E como a cloud • Mercado financeiro: aplicação em soluções computing se relaciona de pagamentos e investimentos financeiros, com edge computing? reforçando a segurança de cada transação. • Área médica e hospitalar: com uma Apesar de soar como o fim da computação exigência enorme por disponibilidade, as em nuvem, o edge computing pode ser soluções digitais podem se aproveitar da encarado como um natural próximo passo tecnologia para ganhar mais eficiência. da tecnologia — e um complemento. Isso O edge computing é um passo natural porque os dispositivos na borda ainda para a consolidação da transformação interagem com a nuvem centralizada. digital, pois dá mais poder de

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processamento aos dispositivos. Dessa forma, incorpora o potencial de toda a rede, tornando os processos mais ágeis e autônomos. Sem dúvida, é uma tecnologia revolucionária — e que ainda vai evoluir muito.

O que é metaverso? O conceito de metaverso ganhou popularidade recentemente, com o rebranding do Facebook para “Meta” e a promessa de evoluir a experiência da rede social para um ambiente totalmente virtual e interativo. Vale destacar que o metaverso não é necessariamente o Facebook 2.0 ou um produto de alguma empresa de Mark Zuckerberg. É uma ideia para as redes sociais no futuro. Trata-se de um universo que mistura realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR) para criar um mundo completamente digital onde as pessoas possam entrar (com uso de dispositivos como VR headsets) para realizar diferentes atividades, como reuniões, compras, entretenimento — só que virtualmente. Voltando a Mark Zuckerberg, conforme o próprio disse em entrevista ao The Verge, o metaverso é um tipo diferente de Internet, “onde em vez de simplesmente visualizar o conteúdo, você está nele”. Ou seja, o próximo passo do Facebook (agora Meta) é se posicionar como uma empresa do metaverso. Sem dúvida, a tecnologia já vem movimentando as marcas e, especialmente, receitas. A TIM, por exemplo, inaugurou uma loja no metaverso da Cryptovoxels, que é uma plataforma de construção de metaversos (figura 1). Como edge computing e metaverso estão relacionados? E como o edge computing pode ser essencial para o metaverso? Essencialmente, estamos falando de uma interface virtual que está enraizada em uma infraestrutura física — data centers, por exemplo. Hoje, o edge computing já é essencial para melhores experiências AR/VR – realidade aumentada e realidade virtual. Afinal, com a computação de borda, as imagens podem ser renderizadas muito


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mais próximas do usuário final (em comparação com a nuvem), aprimorando ainda mais a experiência. Para o AR/VR, latência baixa e uma alta largura de banda são cruciais. Esses são basicamente os requisitos para experiências de metaverso: • alta conectividade; • baixa latência; • serviços de computação e armazenamento virtualizados. A computação de borda oferece uma infraestrutura distribuída que é colocada em data centers próximos aos usuários e conectada por redes com e sem fio de alta velocidade (incluindo 5G). Assim, os recursos de edge computing servirão como uma “extensão” da infraestrutura atual para suportar as interfaces ciberfísicas tão avançadas. O blog da Protocol perguntou a alguns executivos de destaque no mundo da tecnologia justamente como o metaverso impacta o mercado, com foco específico na Internet das Coisas [1]. A resposta de William Stovall, VP de Enterprise, Mobility & IoT na AT&T chama a atenção. O executivo afirma que o metaverso vai permitir que os usuários experimentem um reino virtual totalmente diferente de hoje. Mas ele diz que “para que o metaverso seja o mais ideal em termos de experiência possível, os dados de todas as diferentes tecnologias, incluindo a IoT, devem trabalhar juntos. Sensores especiais, alimentados pela conectividade IoT, permitirão que os usuários interajam de maneiras nunca antes vistas”. As pessoas não querem ser limitadas por locais ou tempo para aproveitarem essas experiências tão intensas. É por isso que o IoT — e, por si só, o edge computing — é tão importante. Stovall conclui: “O metaverso também se torna ainda mais “meta” com mais dados, portanto, um aumento no número de pontos de coleta (IoT) pode aumentar a capacidade de aprimorar e obter mais das experiências. […] Adicione a computação de borda à mistura, que aproxima a computação distribuída e o poder de processamento de cada usuário, as experiências ideais do metaverso se tornarão ainda mais uma realidade”. Na prática, falamos de uma relação real de dependência, já que o edge computing pode proporcionar uma conexão potente à web, minimizando o risco de vazamento de dados e aumentando o controle sobre a movimentação das informações. A conectividade será um ponto crucial para que as empresas possam explorar o metaverso em todo seu potencial. Por isso, é essencial investir em soluções do tipo.

REFERÊNCIA [1] https://www.protocol.com/braintrust/metaverse-effectsinternet-of-things.

Artigo adaptado dos conteúdos em https://ascenty.com/blog/artigos/ importancia-edge-computing-metaverso/ e https://ascenty.com/blog/artigos/ edge-computing/, com autorização da Ascenty.


SERVIÇO

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Guia de switches para LAN e comutadores KVM Com a transformação digital nas empresas e crescimento do tráfego de dados, os switches ganham importância ainda maior no mercado. O guia seguir traz a relação de fabricantes e importadores de switches para transporte, acesso, redes locais e data centers, além de aplicações industriais e KVM, com os respectivos recursos e funcionalidades, como número de portas e capacidades. Switches para redes locais e data centers

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(1) Incluindo segurança operacional, de configuração e anti-intrusão; (2) O equipamento vem ou pode vir com redundância de fonte; (3) IEEE 802.1x; (4) Jumbo frames.

Switches para redes industriais

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Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 64 empresas pesquisadas. elecom e Instalações Fonte: Revista Redes, TTelecom Instalações, novembro de 2022. Este e muitos outros Guias de RTI estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/rti e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.

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TECNOLOGIA

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Benefícios e desafios das redes virtuais Viavi

A A virtualização irá transformar radicalmente a forma como as redes de telecomunicações são construídas e operadas, bem como a maneira que os serviços de comunicação são entregues e consumidos. Para isso, tecnologias como a SDN - Software Defined Network e o NFV - Network Function Virtualization despontam como opções para provedores e operadoras.

SDN - Software Defined Networks e a NFV - Network Function Virtualization devem mudar a forma como as operadoras e provedores de serviços oferecem serviços de rede. Afastar-se de uma infraestrutura de rede proprietária e centrada em hardware para um modelo de software aberto e baseado em padrões irá revolucionar a maneira como as redes serão projetadas, implementadas e operadas. O caminho para esse estado futuro não é isento de obstáculos. À medida que os provedores implantam serviços virtuais, eles enfrentam um conjunto inteiramente novo de desafios para testar, assegurar, monitorar e gerenciar esses serviços. “A tecnologia de rede está no caminho da virtualização e todos os membros do ecossistema precisam se adaptar. No entanto, existem dois requisitos de mercado que também devem impulsionar o desenvolvimento: interoperabilidade e capacidade simplificada de lidar com configurações híbridas de redes físicas e virtuais”, prevê Kevin Oliver, vice-presidente e gerente geral da Viavi. Além de virtualizar as principais funções de rede, as aplicações vitais de suporte também devem ser virtualizadas (ativação de serviço, monitoramento de desempenho, etc.). Esses processos tradicionais de

garantia devem fazer a transição de estático, lento e reativo para uma abordagem muito mais dinâmica com monitoramento proativo, inteligência em tempo real e análises. São funções que devem ser fortemente acopladas a sistemas de orquestração e políticas. Por fim, vários serviços e aplicativos, incluindo Ethernet/IP, vídeo e dispositivos móveis, também devem ser abordados.

Benefícios da NFV para testes e monitoramento de redes Tempo de reação mais rápido A NFV determina uma migração de ofertas de serviços e modelos de implantação bastante estáticos para um ambiente dinâmico na qual os serviços podem ser ativados de forma instantânea. A aplicação das mesmas técnicas de NFV para análise de rede e garantia de serviço permite que as operadoras de rede realizem testes sob demanda ou como parte integrada da implementação. Em vez de enviar um técnico para realizar um teste no local, o que pode levar dias, processos como ativação de serviço e testes de desempenho podem ser executados automaticamente quando necessários, e de forma remota (figura 1).


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Migração para agentes baseados em software A migração para agentes baseados em software é fundamental para atingir as metas de velocidade e escala em redes NFV. No entanto, à medida que as funções físicas da rede são virtualizadas como software, aplicações de teste e monitoramento de desempenho não podem ser deixadas para trás no mundo com fio. Os agentes de software devem ser executados na mesma plataforma de computação que as funções principais da rede para fornecer visibilidade e implantados sob demanda ou como parte de cadeias de serviços complexos. A interoperabilidade de agentes baseados em software com instrumentos de campo, microssondas e outros elementos de rede física é essencial para que as operadoras integrem uma rede virtual em suas redes físicas legadas. Devido ao considerável capital que as operadoras investiram em

suas redes legadas e às enormes despesas para retirá-las, a tecnologia não desaparecerá tão cedo. Portanto, soluções e processos de garantia de serviço devem oferecer suporte para ambientes virtualizados ou não, permitindo uma transição suave das redes atuais para as virtuais orquestradas, definidas por software e de diversos fornecedores. Essas redes híbridas serão a norma para quase todos os operadores de rede no futuro.

as plataformas de computação não proprietárias que já estão implantando para funções de rede virtual. Nenhum hardware adicional é necessário e os testes são dimensionados rapidamente com o crescimento da rede e do tráfego. O resultado é que as operadoras podem aumentar exponencialmente o número de pontos de teste implantados em suas redes, fornecendo visibilidade e dados de desempenho drasticamente maiores por uma fração do custo histórico.

Eficiência de custo Historicamente, os sistemas de monitoramento e teste de rede exigiam plataformas de hardware proprietária. Essas plataformas foram construídas sob medida e não escalaram rapidamente com o crescimento do tráfego de rede. Os atuais agentes baseados em software, combinados com novas metodologias de coleta de dados, permitem que as operadoras aproveitem

Arquitetura aberta As operadoras de rede têm centenas de fornecedores representados acima e abaixo nas camadas OSI - Open System Interconnection em suas redes complexas. Uma fácil interoperabilidade é baseada em padrões em todas essas camadas é fundamental para a ampla adoção de NFV e SDN. Como as redes do mundo real nunca são baseadas em um único fornecedor, o sucesso depende da capacidade de alavancar e desenvolver a


TECNOLOGIA

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Fig. 1 – Configuração potencial para teste virtual e funções de monitoramento de desempenho

inovação de outros, tanto quanto a capacidade de agregar valor isoladamente. Uma arquitetura aberta e com suporte multi-interface é fundamental para o teste e monitoramento de redes NFV. Interfaces abertas em vários níveis permitem que as operadoras de rede integrem componentes de soluções de garantia em diversos sistemas, e APIs abertas são necessárias nas camadas de coleta, mediação e relatórios, entre outras.

Teste virtual em ação Às vezes um ping não é suficiente Em um evento promovido pelo MEF - Metro Ethernet Forum, diversas empresas foram convidadas a ilustrar o conceito da chamada terceira rede. Uma demonstração foi uma prova de colaboração de conceito entre cinco empresas: Comcast Business,

Tata Communications, Telecom Italia/Sparkle, ECI Telecom e Viavi. Essa equipe internacional mostrou como um usuário final pode visitar um portal da Web, selecionar um serviço de nuvem em um menu suspenso e obter acesso a ele por meio de uma conexão de rede privada em minutos, tudo provisionado sem intervenção humana. A demonstração mostrou que, ao acoplar as principais funções de rede virtualizada com as de teste virtual que as suportam, os provedores de serviços podem criar avaliações de rede automatizados em fluxos de trabalho de ativação. Quando as NNIs (conexões) entre a Comcast Business, Tata e Sparkle foram estabelecidas, um simples teste de ping foi executado entre Frankfurt e Baltimore. À primeira vista, parecia que a rede estava funcionando. Um teste de throughput Y.1564 mais


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sofisticado na camada 3, a IP, utilizando agentes de teste virtuais Viavi, confirmou a conectividade da rede, mas também revelou que o link estava sofrendo uma perda de pacotes de 15%. Para efeitos de demonstração, 15% de perda de pacotes era aceitável, mas se esse circuito pertencesse a um cliente pagante, 15% poderia resultar em um usuário insatisfeito. A perda foi determinada como sendo causada por configurações de buffer em um dos roteadores da operadora, que foi facilmente corrigida. Esse caso de uso é um exemplo valioso do teste de ping simples que leva a conclusões falsas, ou pelo menos inadequadas, seja em uma rede legada ou virtual.

desempenho de rede e aplicativos, mudar a garantia de rede reativa para proativa e criar uma infraestrutura de autorrecuperação. 3 – Ferramentas abrangentes de análise que aproveitam os dados virtuais de teste e monitoramento permitem gerar novos modelos de serviço e receita.

Fazendo uma ponte para a evolução virtual Não há dúvida de que a SDN e NFV transformarão radicalmente a forma como as redes de telecomunicações são construídas e operadas e como os serviços de comunicação são entregues e consumidos. Ao alavancar servidores padrão de alto volume e virtualização

Fig. 2 – Prova de conceito multiplataforma e multiportadora orquestrado na MEF 16

Três vantagens do teste virtual A aplicação de SDN/NFV à área de teste, monitoramento e garantia de serviço traz basicamente três vantagens: 1 – A integração de métodos de análise e garantia na definição de serviço permite testes automatizados quando um novo produto é implantado. 2 - A implantação dinâmica ou estática de teste virtual baseado em software e agentes de PM/toques virtuais permite eliminar o envio de técnicos de serviço, solucionar problemas de forma rápida e imediata a partir de um local central, reduzir o uso de ferramentas onerosas de teste e monitoramento, medir o

de TI, a NFV permite o uso de uma única plataforma física para diferentes aplicativos. À medida que a NFV passa do laboratório para os testes do mundo real, os holofotes estarão cada vez mais focados em como monitorar e testar novos serviços e aplicativos virtuais. As funções de teste virtual, diagnóstico e garantia de serviço serão tão necessárias quanto as principais funções de rede que as suportam e devem ser virtualizadas junto com elas. Uma vez implantados, esses recursos permitem funções dinâmicas de garantia e solução de problemas que unem as redes virtualizadas de amanhã e as redes legadas de hoje.


CABEAMENTO ESTRUTURADO

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Tipos de cabos e seu comportamento em eventual incêndio Robson Diego Verbiski dos Santos, engenheiro de Aplicações da Furukawa Electric LatAm

E A segurança dos cabos internos utilizados em edifícios e locais com grande circulação de pessoas ganha cada vez mais importância. Definir o tipo de cabo a ser adotado na edificação é fundamental para a proteção da infraestrutura, bem como entender suas características de flamabilidade, densidade e toxidez da fumaça.

m uma situação de incêndio, a propagação do fogo pode ser bastante prejudicial às instalações físicas. Mas a fumaça, contendo gases tóxicos, é a maior causadora de danos (ou morte) às pessoas. Estatísticas do Corpo de Bombeiros mostram que a maioria das mortes em incêndios decorre da grande quantidade de fumaça preta e densa, que dificulta a visibilidade e, consequentemente, a fuga e o resgate das pessoas, e da intoxicação por gases tóxicos contidos na fumaça. Por isso, a segurança dos cabos internos utilizados em edifícios e locais com grande circulação de pessoas ganha cada vez mais importância - e a atenção de fabricantes, instaladores e dos próprios usuários. A preocupação com a segurança das pessoas, bem como com a proteção dos investimentos em equipamentos e construções, tem sido um ponto chave para a escolha de produtos para novos edifícios, a atualização tecnológica de projetos, salas de telecomunicações e instalações elétricas em geral. Definir o tipo de cabo utilizado num projeto é fundamental para a proteção da infraestrutura. Para isso, é importante entender as características de flamabilidade, densidade e toxidez da fumaça, sob as diversas aplicações dos

cabos em uma infraestrutura de rede. De modo geral, os cabos para instalações internas são classificados em cinco tipos, de acordo com seu comportamento frente à chama (flamabilidade), conforme a norma ABNT NBR 14705 [1]: Plenum - Cabo Óptico/Metálico Plenum (COP/CMP) - ou Classificação OFNP ou OFCP (para cabos importados dos EUA) Indicado para aplicações dentro de dutos de ar-condicionado, aplicação horizontal, em locais confinados, com ou sem fluxo de ar forçado, ou locais com condições de propagação de fogo similares a estas. Riser - Cabo Óptico/Metálico Riser (COR/CMR) - ou Classificação OFNR ou OFCR (para cabos importados dos EUA) Indicado para uso em prumadas “shaft”, canal embutido em vigas, colunas ou lajes, para passagem de fiações e/ou tubulação, aplicação vertical em que a passagem dos cabos ultrapasse mais de um andar, locais sem fluxo de ar forçado, tubulações com pouca ocupação ou locais com condições de propagação de fogo similares a estas.


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Tab. I – Resumo das características dos cabos Características Flamabilidade Geração de fumaça Gases tóxicos Corrosividade do gás

LSZH (LSZH-3) Bom Excelente Excelente Excelente

LSZH-1 Regular Excelente Excelente Excelente

CMP/COP Excelente Bom Ruim Péssimo

CMR/COR Excelente Ruim Ruim Ruim

Uso Geral - Cabo Óptico/Metálico (COG/CM) - ou Classificação OFN ou OFC (para cabos importados dos EUA) Indicado para aplicações verticais sem fluxo de ar forçado, em tubulações com muita ocupação (pouca presença de oxigênio), instalações em um mesmo ambiente ou locais com condições de propagação de fogo similares a estas.

quando queimam ou entram em combustão, emitem gases e fumaça cuja toxidez e corrosividade são extremamente prejudiciais à infraestrutura e à saúde do ser humano. Além da elevada toxidez, cabos que possuem halogênios apresentam combustão com fumaça densa e escura, que pode bloquear a luz e impedir a visualização de saídas de emergência.

Uso limitado - Cabo metálico (CMX) Indicado para aplicações horizontais sem concentração de cabos, em tubulações metálicas, sem fluxo de ar forçado, região exposta (fora da tubulação) não superior a 3 metros de comprimento e sua maior dimensão transversal (diâmetro externo do cabo) inferior a 6,4 mm. É a classificação com menor proteção à propagação do fogo, recomendada para utilização em pequenos escritórios e residências. Grande parte desses cabos são fabricados com cobertura em PVC, contendo halogênios em sua composição e, sob condições normais de uso, são estáveis e não apresentam perigo. Mas,

Cabos tipo LSZH Com o objetivo de aumentar a segurança das pessoas em um eventual incêndio, foram desenvolvidos materiais LSZH - Low Smoke and Zero Halogen (baixa fumaça e zero halogênio). Isso significa que, durante o processo de queima, os cabos LSZH não emitem gases tóxicos e geram pouca fumaça, que não é densa e nem escura. Por esse motivo, esse tipo de cabo é recomendado para locais de grande concentração ou circulação de pessoas, como prédios comerciais, edifícios públicos, shopping centers, estações de trem e metrô, hospitais, aeroportos, hotéis, escolas, data centers, além de aplicações

CM/COG Bom Ruim Ruim Ruim

CMX Regular Ruim Ruim Ruim

horizontais e verticais, locais com ou sem fluxo de ar forçado, ou locais com condições de propagação de fogo similares a estas. Os cabos LSZH devem atender às características de retardância à chama dos cabos conforme a norma IEC 60332-1 ou IEC 60332-3, bem como aos requisitos de densidade de fumaça e toxidez dos gases gerados na sua combustão. Os cabos classificados como IEC 60332-1 (LSZH-1) são recomendados para aplicações mais simples, sem utilização de feixes/ concentração de cabos (similares aos CMX). Para aplicações em cabeamento estruturado, em que são utilizados feixes de cabos LAN, recomenda-se o uso da classificação IEC 60332-3 (LSZH-3), com característica de flamabilidade similar à do CM. Em caso de incêndio, esse tipo de cabo possui boa capacidade de retardar a chama, o que o torna mais indicado para ambientes com grande concentração de pessoas.

Conclusão Para locais com previsão de concentração ou circulação de pessoas, recomenda-se o uso de cabos LSZH (LSZH-3), pois não emitem gases tóxicos, geram pouca fumaça, que não é densa e escura e a classificação de queima é para uso geral.

REFERÊNCIAS [1] ABNT NBR 14705 - Classificação dos Cabos Internos para Telecomunicações – Comportamento Frente à Chama. 2010. Diferenças entre os tipos de cabos quanto à flamabilidade


INTERFACE

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Paulo Marin

Para a definição de competências dos departamentos de engenharia e TI tecnologia da informação no que diz respeito a projetos, instalação, testes e operação de sistemas de telecomunicações e redes, incluindo cabeamento, é comum que surjam dúvidas sobre quais são as responsabilidades do pessoal da engenharia e quais são as responsabilidades do pessoal da informática (ou TI). Há diretrizes bem definidas sobre esse tema? Parte I Questões relacionadas a responsabilidades são sempre delicadas, pois caem em um tipo de limbo entre o técnico e o legal. Sempre que esses assuntos são lembrados, significa que já existe um problema com desdobramentos diversos. A dúvida aqui colocada é bastante pertinente e não é pouco comum que situações relacionadas às responsabilidades de profissionais de cada área envolvida Esta seção se propõe a analisar tópicos de cabeamento estruturado, incluindo normas, produtos, aspectos de projeto e execução. Os leitores podem enviar suas dúvidas para Redação de RTI, e-mail: inforti@arandanet.com.br.

em projeto, instalação e operação da infraestrutura de telecomunicações e redes, levem a problemas até de ordem legal para profissionais e empresas. Isto é especialmente importante no ambiente de licitações e empresas públicas. Para abordar o tema de forma mais abrangente, começo uma discussão nesta edição de Interface e a concluo na edição seguinte. Parte 1 Embora projetos que envolvam a infraestrutura de redes sejam normalmente atribuídos ao departamento de TI das empresas, há responsabilidades bem definidas que são, necessariamente, do âmbito da engenharia e devem ser atribuídas a profissionais habilitados e licenciados nesse campo. De modo geral, sempre foi entendimento do Confea -

Conselho Federal de Engenharia e Agronomia que uma vez utilizados os termos estudo e projeto, um engenheiro habilitado deve ser o responsável técnico pelo trabalho em questão. Pode haver exceções a essa regra em determinados ambientes de trabalho, mas em geral deve ser um profissional com registro no

sistema Confea/CREA. De qualquer forma, é sempre uma boa prática buscar apoio profissional nesse sentido quando necessário, pois há diferenças importantes sobre as atribuições de um engenheiro e de um profissional de tecnologia da informação (TI ou informática). As atividades estudo e projeto estão descritas na Resolução Nº 218/73 do Confea, identificadas como “Atividade 02” em seu Artigo 1º: Atividade 02 – Estudo, planejamento, projeto e especificação Embora essa resolução defina as regras para o exercício profissional dentro do sistema Confea/CREA, que se aplicam a engenheiros, técnicos de grau superior (tecnólogos) e técnicos de grau médio, fica claro ao longo do texto que a Atividade 02 só pode ser exercida por engenheiros. A propósito, essa resolução do Confea está disponível gratuitamente no website da instituição para quem tiver interesse, assim como outros documentos correlatos. O que define as atribuições de cada profissional registrado no sistema Confea/ CREA, para efeito de fiscalização do exercício profissional correspondente às diferentes modalidades da engenharia e agronomia em grau superior e em grau médio, são as atividades designadas na Resolução Nº 218/73. A tabela I mostra a lista completa dessas atividades.


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As atribuições aos profissionais registrados, por grau de formação e currículo acadêmico, são: • Engenheiros: atividades 01 a 18 • Técnicos de grau superior (tecnólogos): atividades 09 a 18 • Técnicos de grau médio: atividades 14 a 18 Portanto, dentro do sistema Confea/CREA, não há dúvidas e nem conflitos de atribuições aos diferentes graus e naturezas de profissionais registrados. Assim, sempre que um projeto contemplar a estrutura civil e que um atestado de responsabilidade técnica (ART) correspondente seja apresentado, por exemplo para a implementação de caminhos e espaços no edifício, dimensionamento de carga de piso, análise de esforços mecânicos, sistemas hidráulicos e atividades relacionadas, um engenheiro civil deve ser o profissional responsável, compreendendo dentro de sua área de formação (engenharia civil nesse caso) as atividades 01 a 18 da tabela I.

Tab. I – Lista de atividades designadas. Fonte: Resolução Nº 218/ 73, Confea Designação de atividade Atividade 01 Atividade 02 Atividade 03 Atividade 04 Atividade 05 Atividade 06 Atividade 07 Atividade 08 Atividade Atividade Atividade Atividade Atividade Atividade Atividade

09 10 11 12 13 14 15

Atividade 16 Atividade 17 Atividade 18

Descrição Supervisão, coordenação e orientação técnica Estudo, planejamento, projeto e especificação Estudo de viabilidade técnico-econômica Assistência, assessoria e consultoria Direção de obra e serviço técnico Vistoria, perícia, avaliação, arbitramento, laudo e parecer técnico Desempenho de cargo e função técnica Ensino, pesquisa, análise, experimentação, ensaio e divulgação técnica, extensão Elaboração de orçamento Padronização, mensuração e controle de qualidade Execução de obra e serviço técnico Fiscalização de obra e serviço técnico Produção técnica e especializada Condução de trabalho técnico Condução de equipe de instalação, montagem, operação, reparo ou manutenção Execução de instalação, montagem e reparo Operação e manutenção de equipamento e instalação Execução de desenho técnico

Já no caso de instalações elétricas (e que envolvam sistemas elétricos em geral), deve haver um engenheiro eletricista habilitado. Engenheiros eletricistas (ou eletrônicos) podem

ser também responsáveis por projetos de sistemas de telecomunicações. Quando a engenharia foi regulamentada havia poucas


INTERFACE derivações. A origem da profissão remonta à antiguidade, tem relação com a atividade militar e, quando passou a ser exercida por civis (daí o termo engenharia civil, que mais tarde passou a ser relacionada à construção), era dividida em, basicamente, três: civil, mecânica e elétrica. Muito mais tarde, apareceram diferentes tipos e modalidades de engenheiros. Alguns exemplos são: • Engenheiro aeronáutico • Engenheiro agrimensor • Engenheiro agrônomo • Engenheiro civil • Engenheiro de computação • Engenheiro eletricista • Engenheiro eletricista, modalidade eletrônica • Engenheiro eletricista, modalidade eletrotécnica • Engenheiro florestal • Engenheiro industrial • Engenheiro mecânico • Engenheiro naval • Engenheiro de software • Engenheiro de telecomunicação

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A lista continua. As especialidades dos profissionais que devem ser responsáveis por projetos de sistemas de telecomunicações e redes (TI), conforme atribuições do sistema Confea/CREA, são o engenheiro eletricista (e suas modalidades), o engenheiro de telecomunicação (ou comunicação), o engenheiro de computação e o engenheiro de software. Em sua Resolução Nº 078/52, o Confea reconhece o engenheiro de telecomunicação (ainda como uma modalidade de engenheiros eletricistas e mecânicoseletricistas), assim como o técnico licenciado, que pode ser responsável pelo cabeamento de telecomunicações e/ou cabeamento estruturado. Essa resolução teve alguns artigos revogados pela Resolução Nº 218/ 73 (mencionada anteriormente), porém manteve o Artigo 1º, que dispõe sobre o exercício, por profissionais de grau superior e

por técnicos licenciados, da especialidade de telecomunicação (no singular mesmo, conforme denominação do Confea): Art. 1º - Compreende-se como da atribuição dos engenheiros eletricistas e mecânicos-eletricistas: • “a. estudo, projeto, direção, fiscalização e montagem de estações de telecomunicação sem fios; • “b. estudo e projeto das redes de telecomunicação sem fios; • “c. estudo, projeto, direção, fiscalização e montagem das estações de telecomunicação com fios; • “d. estudo, projeto, direção, fiscalização e instalação das redes de telecomunicação com fios. “O texto da Resolução Nº 218/73, Artigo 9º atualiza e complementa as atribuições do engenheiro de comunicação, conforme reproduzido a seguir. Art. 9º - Compete ao engenheiro eletrônico ou ao engenheiro eletricista, modalidade eletrônica ou


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ao engenheiro de comunicação: • “I - o desempenho das atividades 01 a 18 do Artigo 1º desta resolução, referentes a materiais elétricos e eletrônicos; equipamentos eletrônicos em geral; sistemas de comunicação e telecomunicações; sistemas de medição e controle elétrico e eletrônico; seus serviços afins e correlatos. O problema é quando entramos em uma área mais ampla como, por exemplo, infraestrutura de telecomunicações e redes. Aqui o problema é ainda mais delicado, pois infraestrutura para engenheiros é uma coisa e infraestrutura para o pessoal da informática (ou TI) é outra. Na época em que tudo se resumia a ter (ou não) os artigos 8º e 9º da Resolução 218/73 na carteira profissional do CREA sobre as atribuições dos engenheiros eletricista e eletrônico era tudo mais simples. Esses artigos são reproduzidos a seguir: Art. 8º - Compete ao engenheiro eletricista ou ao engenheiro eletricista,

modalidade eletrotécnica: “I - o desempenho das atividades 01 a 18 do Art. 1º desta Resolução, referentes à geração, transmissão, distribuição e utilização da energia elétrica; equipamentos, materiais e máquinas elétricas; sistemas de medição e controle elétricos; seus serviços afins e correlatos. “Art. 9º - Compete ao engenheiro eletrônico ou ao engenheiro eletricista, modalidade eletrônica ou ao engenheiro de comunicação:“I - o desempenho das atividades 01 a 18 do Art. 1º desta Resolução, referentes a materiais elétricos e eletrônicos; equipamentos eletrônicos em geral; sistemas de comunicação e telecomunicações; sistemas de medição e controle elétrico e eletrônico; seus serviços afins e correlatos. Note o leitor a importância destes dois artigos, pois são mencionados com muita frequência ao longo deste artigo. Na próxima edição de Interface, vamos conhecer as atribuições dos engenheiros de computação e

software, conforme disposições do Confea, e concluir a discussão iniciada nesta edição com o propósito de orientar o leitor na definição de atribuições para que sejam especificadas de forma correta em editais, requisitos para a apresentação de propostas de prestação de serviços (RFP) e que os profissionais corretos sejam contratados para que as respectivas responsabilidades legais sejam atendidas. Isso trará segurança técnica e legal a todas as partes envolvidas.

Paulo Marin é engenheiro eletricista, mestre em propagação de sinais e doutor em interferência eletromagnética aplicada à infraestrutura de TI. Marin trabalha como consultor independente, é palestrante internacional e ministra treinamentos técnicos e acadêmicos. Autor de vários livros técnicos e coordenador de grupos de normalização no Brasil e EUA. Site: www.paulomarin.com.


EM REDE

Marcelo Mendes Santos, gerente de TI CISO da NEO

A importância de

estabelecer uma PSI nas organizações

O ano de 2022 está sendo bem movimentado. E, infelizmente, não estou falando da guerra na Ucrânia, das tensões políticas em Taiwan, da Copa do Mundo ou mesmo das eleições no Brasil. O fato é que, no mundo da TI, este ano entrará para a história pelo aumento recorde nos casos de incidentes relacionados à cibersegurança. Até o momento, o cenário não é nada animador, isso porque, de acordo com o último levantamento da CPR CheckPoint Research, divisão de Inteligência em Ameaças da companhia israelense CheckPoint, o segundo trimestre de 2022 apresentou um pico histórico, com um aumento dos ataques cibernéticos globais na ordem de 32% em comparação com o segundo trimestre de 2021 (o Brasil apresentou um crescimento acima da média, em torno de 46%). Pelos dados atuais, a América Latina registrou o maior aumento nos ataques, com uma em cada 23 organizações impactadas semanalmente, um aumento de 43% em comparação com o segundo trimestre de 2021, quando o índice apontou ataques a uma em cada 33 organizações. Em nível global, os ataques de ransomware atualmente afetam uma em cada 40 organizações por Esta seção aborda aspectos tecnológicos das comunicações corporativas, em especial redes locais, mas incluindo também redes de acesso e WANs. Os leitores podem enviar suas dúvidas para Redação de RTI, e-mail: inforti@arandanet.com.br.

semana, o que representa um aumento de 59% em relação ao segundo trimestre de 2021. Por aqui, a CPR aponta que as organizações brasileiras foram atacadas 1540 vezes semanalmente, e que o crescimento do trabalho remoto e a disposição das organizações em pagar resgate quando dados são sequestrados impactam consideravelmente no crescimento dos incidentes. Por isso, é importante discutir um tema que, em tempos de preocupações com as sanções da LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados, chega a soar como algo corriqueiro, mas que, no fundo, é indispensável: o estabelecimento de PSI - Políticas de Segurança da Informação nas empresas. Para a construção de uma política que seja simples, direta e traga os valores e objetivos que refletem a empresa, é necessário observar as melhores práticas de mercado. Neste caso específico, estamos falando da ISO 27001, que é a linha de base na qual a NEO se inspirou para criar suas políticas e também os controles implantados, reforçando os pilares de segurança da informação, também conhecido como CID – Confidencialidade, Integridade e Disponibilidade, trazendo o peso e a força necessários ao desenvolvimento dessas políticas e, mais especificamente, da política de segurança da informação, que tem em seu conteúdo as diretrizes e objetivos reforçando estes pilares. Esmiuçando o CID, temos como primeiro elemento a confidencialidade, que trata dos elementos que devemos preservar em uso restrito, tais como os assuntos estratégicos, dados pessoais sensíveis, dados financeiros, entre outros que possam trazer essas características. Tais informações, ou melhor, esses ativos de informação, devem ser restritos a um grupo de interesse ou a um número mínimo de pessoas,

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que deverão estar cientes do termo de confidencialidade aplicado e respeitar a classificação das informações estabelecidas na empresa. A integridade, por sua vez, assegura que as informações devem estar completas, legíveis, mantendo o valor que recebe. Essa integridade está intimamente ligada ao entendimento que a informação traz e sua forma de proteção como tipos de acessos de grupos e pessoas, criptografia, assinatura digital backup (cópia de segurança) e restore (restauração de informação) dos ativos, que por sua vez tendem a manter essa integridade necessária. Por fim, a disponibilidade, que assegura que os ativos de informação devem ficar disponíveis pelo tempo necessário para a empresa, um grupo de pessoas ou ainda a um grupo restrito de pessoas ou recursos, mantendo a disponibilidade e o acesso aos ativos de informação. Utilizando esses princípios, é possível criar uma política de segurança da informação sólida, que dá suporte à empresa na diminuição de vulnerabilidades e combate às ameaças, mitigando os potenciais riscos aos negócios. Priorizar uma sólida política de segurança da informação é crucial para manter os seus dados livres de ataques, vazamentos e outros riscos. Cada vez mais os dados são considerados bens valiosos, e resguardar informações, sobretudo quando o seu core business está intimamente ligado à experiência do cliente (CX) não é diferencial, e sim uma obrigação. Mas, afinal, por que é importante estabelecer uma PSI efetiva? Por diversos motivos. Na prática, uma política de segurança da informação permite estipular as regras e procedimentos que todos os indivíduos da organização devem seguir. Podemos definir os parâmetros de confidencialidade, a disponibilidade, ou seja, os níveis de


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acesso aos dados para cada colaborador e o que acontece com quem não segue as regras. O objetivo das políticas de segurança é mapear e abordar as ameaças, implementar estratégias e definir diretrizes para mitigar as vulnerabilidades de segurança em TI. Por meio de uma PSI bem documentada, temos não só mais segurança em casos de violação de dados, como também subsídios para realizar o trabalho preventivo, que, vale destacar, é essencial e precisa ser totalmente baseado em políticas educacionais e de orientação, mostrando aos colaboradores o que fazer e, principalmente, o que não fazer. Para instituir a PSI de maneira eficaz é necessário esforço, disciplina e registro em documento, como um elo entre colaboradores, processos internos, segurança e tecnologia. E se futuramente uma violação de segurança acontecer, muito provavelmente um dos termos estipulados na PSI terá falhado, mas, nesse caso, você saberá como agir, inclusive o que deverá ser feito em relação a quem não seguiu as regras. A PSI precisa prever sanções para quem direta ou indiretamente esteja envolvido em um incidente relacionado à quebra de segurança. Agora, imagine não dispor de medidas de proteção? Além de fazer parte de posteriores estatísticas, você pagará caro por isso, já que, pelas regras da LGPD, um vazamento indevido de informações pessoais de clientes pode render uma multa entre R$ 50 milhões a 2% do faturamento total da empresa. Em suma, prevenir ainda é melhor do que remediar.


SEGURANÇA

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Marcelo Bezerra

Outubro – Mês da segurança

O mês de outubro é conhecido há anos como “Outubro Rosa”, para conscientização e prevenção de dois tipos de câncer: colo do útero e de mama. Mas o período também engloba uma campanha desconhecida para a maior parte da população: a conscientização sobre segurança cibernética. Na verdade, a campanha é norte-americana, mas aos poucos está sendo adotada no Brasil por fornecedores de origem norteamericana e profissionais que acham uma boa ideia uma iniciativa voltada a aumentar o conhecimento e a conscientização sobre segurança digital. Nos Estados Unidos, a campanha teve início em 2004, e sua origem mostra o envolvimento das autoridades americanas no tema, tendo como patrocinadores a Presidência da República e o Congresso. A execução é feita pelas agências de Segurança Cibernética e Segurança da Infraestrutura – The Cybersecurity and Infrastructure Security Agency (CISA) – e da Aliança Nacional de Segurança Cibernética – National Cybersecurity Alliance (NCA). Entre os objetivos de ambas está promovê-la internacionalmente. O tema da campanha este ano foi o indivíduo: “See Yourself in Cyber”, ou, em tradução livre, “Veja você mesmo na Cibernética”. A palavra “Cyber” em inglês acabou sendo associada à segurança, e se tornou um diminutivo para cybersecurity. Os

Esta seção aborda aspectos tecnológicos da área de segurança da informação. Os leitores podem enviar suas dúvidas para a Redação de RTI, e-mail: inforti@arandanet.com.br.

alvos foram amplos, atingindo toda a sociedade, dos usuários às empresas, passando pelos profissionais da área. Sobretudo para os indivíduos, a mensagem foi muito forte: que as pessoas devem se tornar protagonistas da segurança digital e não meros espectadores passivos. A campanha focalizou em quatro ações, de acordo com o exposto no site do CISA: • Pense antes de clicar: reconheça e denuncie phishing - Se um link parecer um pouco estranho, pense antes de clicar. Pode ser uma tentativa de obter informações confidenciais ou instalar malwares. • Atualize seu software: Não demore - Se você vir uma notificação de atualização de software, aja imediatamente. Melhor ainda, ative as atualizações automáticas. • Trabalhe com senhas fortes, longas, exclusivas e geradas aleatoriamente - Utilize gerenciadores de senhas para gerar e lembrar senhas diferentes e complexas para cada uma de suas contas. Um gerenciador de senhas irá criptografar senhas e protegê-las. • Habilite a autenticação multifator - É preciso mais do que uma senha para proteger contas online, e habilitar a MFA – Multi-Factor Authentication diminui significativamente a probabilidade de uma invasão. Todas as ações acima fariam com certeza parte de qualquer campanha corporativa de conscientização, e tratam o usuário comum, o indivíduo, como alguém que pode tomar o controle do cuidado com seus dados e informações. É um pouco diferente da abordagem de que segurança deveria ser algo totalmente transparente para o usuário final. Mesmo que o software utilizado tenha uma alta eficiência em bloqueio de tráfego malicioso, por exemplo, no bloqueio de phishing, não se pode garantir 100% de efetividade, e sempre haverá uma situação em que

o sucesso da intrusão estará nas mãos do usuário final. Já do lado das empresas, a convocação da campanha é que se tornem “parte da solução”, nas palavras do CISA. Em outros termos, se vejam como atores importantes para a defesa da infraestrutura do país. Aqui no Brasil, o Congresso está longe de liderar medidas de defesa cibernética, mas o GSI - Gabinete de Segurança Institucional, órgão da Presidência da República, atua na estruturação de um ecossistema nacional, o que inclui a proteção da infraestrutura crítica nacional, definida como as áreas de defesa, nuclear, transporte, comunicações, financeiro, águas e energia. Desde o início, as autoridades brasileiras entenderam que a proteção não ocorreria sem a participação das empresas que atuam nos segmentos, e investiram na integração delas com o setor militar, via os exercícios anuais Guardião Cibernético, organizados pelo COMDCIBER – Comando de Defesa Cibernética do Exército Brasileiro. Eu não vejo como no futuro não atingir ou manter níveis seguros de uso da tecnologia sem o protagonismo individual. O crime se ajusta às mudanças tecnológicas com velocidade e flexibilidade. O grande exemplo é o roubo de aparelhos celulares para acesso aos aplicativos bancários, e consequente desvio de valores. Enquanto as autoridades policiais e a própria indústria financeira procuram meios de lidar com o problema, são os indivíduos que têm que se adaptar para que o celular, uma vez roubado ou furtado, não seja usado para tal. O nível de cultura e conhecimento das pessoas também está aumentando, e as novas gerações começam a vida adulta totalmente integradas e confortáveis com a tecnologia. Podem perfeitamente ter o protagonismo da sua segurança pessoal, como, aliás, ocorre com a proteção física.


69 – RTI – NOV 2022

Outro motivo para a importância dessa ação é que o foco do cibercrime é cada vez maior no indivíduo. Mesmo ataques às empresas utilizam o usuário final, seja via e-mail, engenharia social ou download involuntário de código malicioso. Assim não é exagero afirmar que a segurança corporativa está nas mãos de seus colaboradores. Um tipo de fraude que vem chamando atenção é o de perfis falsos no site Linkedin, o mais utilizado para perfis profissionais, como sabemos, e de impostores em pedidos de emprego. Criminosos estão criando perfis falsos ou inventando pessoas em cargos gerenciais de grandes empresas. Perfis de falsos CISOs da Chevron e Exxonmobil apareceram no Linkedin, ou utilizando dados verdadeiros de profissionais em pedidos de emprego. Uma história bastante curiosa foi contada no blog do Bruce Scheneier em 10 de outubro, onde um programador descobriu uma companhia que contratava falsários para pedir empregos usando perfis de outras pessoas. Ele era uma das vítimas. Não se sabe ao certo a motivação. Suspeita-se de hackers tentando ser contratados por empresas, utilizando perfis de pessoas reais ou falsos de executivos para entrar em contato e obter informações confidenciais. Pode-se dizer que é a velha engenharia social, mas o ponto é que até mesmo a enganação pode ganhar novas roupagens.

Marcelo Bezerra é gerente técnico de segurança para América Latina da Cisco. Com formação nas áreas de administração e marketing, Bezerra atua há mais de 15 anos em redes e segurança de sistemas. E-mail: marcelo.alonso.bezerra@gmail.com.


PRODUTOS

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Combate a incêndio Fabricado pela SMH Sistemas, o Compact Fire System é voltado para a proteção de espaços compactos de até 80 m3 como data centers, contêineres de equipamentos, provedores de serviços de Internet, entre outros. A solução integra um rack metálico com todos os dispositivos necessários para a detecção, alarme e supressão de incêndio por agentes limpos/gases: HFC-227, HFC-125 ou Fluido FK5-1-12, considerados ecologicamente corretos e seguros para pessoas, equipamentos, meio ambiente e ativos de alto valor agregado. Site: www.smh.com.br.

Controle de acesso O AA-FR1000W (foto), da Papaiz Assa Abloy, é um equipamento que oferece controle de acesso via biometria facial. A solução

apresenta design compacto, possibilita dois tipos de instalação e oferece agilidade na identificação de faces ou

cartões RFID. No segmento, há ainda o modelo por senha AA-TR2000, com funções especiais para o acionamento de fechaduras elétricas e outros dispositivos eletrônicos. Site: www.papaiz.com.br.

Servidores A Axis Communications lançou a série Axis S12, que inclui quatro servidores de gravação que podem ser adaptados a necessidades específicas. Disponíveis em

TI. Já o segundo engloba todas as funcionalidades citadas, adicionando um escopo ainda mais abrangente, com destaque para análise de impacto/ causa raiz, visualização 3D das instalações e mapeamento avançado de portas em redes incluindo fibra óptica. Site: www.eaton.com.br.

Gateways A série Edge Gateway, da Robustel, fornece os equipamentos EG5100,

Com funções inteligentes como data e hora automáticas, o equipamento apresenta medidor de consumível remanescente, serialização, simbologia, tipologia ajustáveis e atua com mais de 90 modelos de etiquetas contínuas e pré-cortadas, variedade de cores, tamanhos e modelos de códigos de barras. Site: www.brady.com.br.

Racks A linha de racks Colocation, da Artemis Racks & Solutions, é voltada para atender até

formatos de rack e torre, os dispositivos apresentam capacidade de armazenamento de 16 a 192 TB e garantia de cinco anos. Site: www.axis.com/pt-br.

Monitoramento de data centers Como parte integrante da Plataforma Eaton Brightlayer, que utiliza IA – Inteligência Artificial, machine learning e big data para desenvolver soluções em gerenciamento e monitoração remota dos seus dispositivos de infraestrutura de missão crítica, a Eaton lançou os pacotes Visual Power Manager e Visual Capacity Optimization Manager. O primeiro permite gerar relatórios predefinidos e personalizados, iniciar comandos de configuração e firmware em massa e fornecer um layout analítico visual do site e ambiente de

LG5100 com arquitetura ARMv7 e EG5120 com ARMv8. Com estes produtos, a empresa espera permitir a adoção em aplicações IoT – Internet de Coisas como robótica e cidades inteligentes. Apresentam entradas dual SIM para múltiplas opções de comunicação de backup, acesso a opções de VPN e a mais de 50 mil aplicativos do repositório Debian. Site: www.robustel.com.

Impressora portátil A Brady comercializa a

seis compartimentos com acessos restritos e controle da operação. Projetados em chapa de aço, com dutos e calhas de gerenciamento. Tel.: (15) 99103-0458.

Redutor de fibra O redutor de fibra da Tellycom permite realizar conexões entre transceptores

impressora portátil M210.

de alta densidade, como 40G e 100G, utilizando uma conexão bidirecional. Site: www.tellycom.com.br.


Nome: Empresa: Endereço:

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E-mail:

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Principal atividade da empresa: Número de empregados:

 Até 50

 51 a 100

 101 a 500

 501 a 1000

 Acima de 1000

POSIÇÃO NA EMPRESA Cargo  Presidente  Diretor  Gerente  Supervisor  Chefe

    

Engenheiro Técnico Administrador Analista Outros

Área  Comercial  Compras/Suprimentos  Data Center  Manutenção  Marketing  Operação

    

Projetos Redes Sistemas TI Outros

PERFIL DA EMPRESA Usuário final              

Indústria. Identifique o ramo Banco / instituição financeira Concessionária de serviço público Empresa de logística Hotel Hospital / estabelecimento de saúde Emissora de rádio e TV Editora de jornais e revistas Comércio atacadista, distribuidor Comércio varejista em geral Órgão público Escola / universidade Instituto de pesquisa e certificação Outros

Provedor de serviços  Operadora de telecomunicações  Provedor de internet  TV por assinatura  Serviço de data center  Outros

Fornecedor de produtos  Fabricante  Importador  Revendedor  Distribuidor  Outros

Para mais informações, acesse: www.arandanet.com.br/revistas/rti assinarti@arandanet.com.br (011) 3824-5300

Prestador de serviços  Integrador(a)  Instalador(a)  Projeto  Consultoria  Manutenção  Construtora  Escritório de arquitetura  Outros

COMO RECEBER RTI

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Indústria 4.0

Segurança na nuvem

O livro Indústria 4.0 – Impactos Sociais e Profissionais - Volume 2 mostra que a Indústria 4.0 atual representa, hoje, um enorme desafio às organizações, à sociedade e ao Estado. Além de as novas tecnologias serem adotadas pelas organizações públicas e privadas para proporcionar maior produtividade, muitas empresas já nascem na lógica digital, como as chamadas empresas-aplicativos, com estrutura e processos adequados ao seu ambiente. Escrita por Cinthia Obladen de Almeida Freitas, Maria Izabel Machado, e Rodrigo Bombonati de Souza Moraes, esta obra atravessa diferentes áreas do conhecimento para compreender os impactos sociais e profissionais que surgem da incorporação das novas tecnologias na sociedade. Abrange, para tanto, as áreas da arquitetura e urbanismo, da arte, do direito, da engenharia, da moda, do serviço social e da sociologia, de modo que o público mais amplo tenha acesso a reflexões contemporâneas e qualificadas acerca das repercussões tecnológicas sobre relevantes aspectos da vida social e profissional. Editora Blucher, (https://bit.ly/ 3s57qpk), 234 páginas.

A Huawei, em parceria com a UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais, lançou a obra Ameaças de Segurança em Ambientes de Nuvem. O estudo visa difundir e conscientizar empresas e instituições públicas e privadas sobre a importância das boas práticas em segurança digital, especialmente na nuvem. A análise oferece uma visão geral do funcionamento dos ambientes digitais, suas vulnerabilidades de segurança e orientações de proteção. Disponível em espanhol, inglês e português, o e-book de 24 páginas pode ser baixado pelo link: https://bit.ly/3EN4XqS. Tecnologia e mercado A GSMA disponibilizou o documento O Caminho para um Brasil Digital. Agenda para 2023-2026, que consiste em uma série de recomendações de políticas públicas TIC dirigidas aos candidatos que concorreram à Presidência. Das 14 propostas apresentadas na edição de 2018 do documento, 10 foram parcial ou totalmente atendidas. As sugestões

da GSMA para o próximo governo brasileiro compreendem quatro áreas de atuação: regulação à prova de futuro, racionalização tributária, desenvolvimento das redes e capacitação e expansão da produtividade com o 5G. O documento pode ser consultado pelo link: https://bit.ly/3CAJ8Z0.

Cibersegurança Em The State of Ransomware in Retail 2022, a Sophos constatou que o varejo teve o segundo maior índice de ataques de ransomware em 2021, entre todos os setores pesquisados, atrás apenas de mídia, lazer e entretenimento. Ao analisar um panorama global, 77% das empresas de varejo avaliadas foram atingidas apontando um aumento de 75% em comparação ao ano anterior. Isto também é 11% a mais do que a taxa média de ataques intersetoriais, que foi de 66%. Com o crescimento nos índices de ataques, houve também um aumento na média de pagamento do resgate dos dados. Em 2021, o valor médio pago pelos resgates foi de US$ 226.044, 53% maior em comparação a 2020, de US$ 147.811. O valor, entretanto, ainda é menos de um terço da média dos demais setores, que é de US$ 812.000. A análise completa, em inglês, pode ser acessada em: https://bit.ly/3TbDwLJ.

Índice de anunciantes ALT Telecom ................ 37

Dura-Line ..................... 45

Hydor ............................ 13

Netcon ......................... 26

Americanet ................... 15

Dutoplast ..................... 51

Infinite Consulting ...... 29

Newco .......................... 16

Sumec .......................... 39

Brady ............................ 64

Fibersul ........................ 59

IXCSoft ......................... 47

Nexusguard ................. 63

Tellycom ....................... 10

Cabletech ............. 3ª capa

Fibracem ...................... 41

K2 Telecom .................. 65

NIC.br ........................... 72

TP-Link ................. 2ª capa

Dattas Telecom ........... 53

Forte Telecom .............. 43

Klint ............................... 21

Padtec .......................... 49

Viavi ............................... 36 WDC Networks ............. 19

DCM Tecnologia .......... 40

Gamma-K ...................... 12

M4RD Tecnologia ........ 17

Rosenberger Domex .. 31

Dicomp ......................... 32

HFO Brasil .................... 33

Magiccomp .................. 27

SDC ............................... 55

DPR ................................. 7

HT Cabos ...................... 57

Nano Fiber .................... 11

SMH Sistemas ..... 4ª capa

Specto ......................... 28

PUBLICAÇÕES

73 – RTI – NOV 2022


ISP EM FOCO

74 – RTI – NOV 2022 Basílio Rodriguez Perez, conselheiro de administração da Abrint

Uma nova visão sobre o compartilhamento de postes Algumas coisas precisam piorar para que melhorem. Infelizmente, esse foi o caso do compartilhamento de postes. Quando apenas as concessionárias de telefonia faziam uso compartilhado, amparadas em contratos herdados da época da telefonia estatal, existia uma certa paz nos postes. As operadoras pagavam alguns centavos por poste e as distribuidoras faziam vista grossa para a ocupação. Isso mudou drasticamente quando os provedores regionais começaram a pedir espaço nos postes. A primeira política da maioria das distribuidoras de energia foi criar barreiras de entrada, cobrando valores extorsivos. Quanto à fiscalização, continuaram sem fazer nada, deixando que começasse o caos. A Resolução Conjunta nº4 piorou a situação. Com a definição do preço de referência, que apenas algumas centenas de empresas tiveram sucesso na adequação do valor, a política mudou para exigências mais exageradas nos projetos e dificuldades extras de aprovação, além de continuar cobrando o que bem entendiam dos ocupantes. Agravando todo esse contexto, os valores que as distribuidoras de energia recebem vão em grande parte para a modicidade tarifária, o que em tese deixa desinteressante ter tanto trabalho por tão “pouco” dinheiro, segundo declarações delas. Por isso, as distribuidoras de energia não têm a expertise necessária para gerenciar o uso pelo setor de telecomunicações: não têm equipes dimensionadas para análise dos projetos em tempos Esta seção aborda aspectos técnicos, regulatórios e comerciais do mercado de provedores de Internet. Os artigos são escritos por profissionais do setor e não necessariamente refletem a opinião da RTI.

razoáveis, não têm bancos de dados atualizados com georreferenciamento dos postes e muito menos equipes preparadas para uma fiscalização efetiva. As novas propostas das agências reguladoras simplesmente se limitaram a regular mais do mesmo, criando regras baseadas em um modelo que não está funcionando. Pensando nisso, a Abrint e outras associações do setor de telecomunicações e engenharia chegaram a um consenso de solução que tem a real possibilidade de funcionar. Parece arrogância ou até mesmo utopia pensar em uma solução para o caos, mas com coragem e, principalmente, uma visão holística do problema, podemos conseguir. A solução passa por diversos caminhos. O primeiro, e o mais importante, é que a faixa de utilização das telecomunicações nos postes, os famosos 50 cm que temos disponíveis, passariam a ser de gerenciamento exclusivo do setor de telecomunicações. Essa administração ficaria a cargo de uma entidade sem fins lucrativos, que seria a Gestora Nacional de Infraestrutura. Será definido um valor teto, que passaria de imediato a ser a quantia máxima paga por qualquer ocupante. Os ocupantes que tiverem valores menores que o teto, por questões contratuais, continuariam pagando o mesmo valor por um período longo de adaptação. Essa entidade Gestora Nacional de Infraestrutura estaria subordinada a um GCGI - Grupo de Coordenação da Gestão de Infraestrutura, presidido pela Anatel e teria em sua composição a Aneel, MCOM – Ministério das Comunicações, MME – Ministério de Minas e Energia e as Associações representativas dos setores de telecomunicações e de energia. O GCGI é que definirá preços, procedimentos, prazos de regularização, aprovação de projetos de ocupação e terá a responsabilidade legal sobre a faixa de compartilhamento.

A Gestora Nacional contratará empresas com a função de serem zeladoras técnicas de áreas geográficas. Elas serão a mão de obra envolvida nas fiscalizações, levantamento e manutenção de informações sobre as ocupações, bem como em projetos de regularização conjunta. O foco da Gestora Nacional será manter nos postes quem se regularizar. Após o prazo de adaptação, a ocupação irregular será prontamente identificada e solucionada. Uma vez regularizada, não haverá mais espaço para utilização sem projeto ou clandestina. A fiscalização será intensa e com a colaboração dos próprios ocupantes legalizados. Como a Gestora Nacional receberá os valores de aluguel dos pontos de fixação, o valor repassado às elétricas será apenas o custo incremental que elas têm por ter essa ocupação extra no poste, o que já foi levantado que fica na casa dos centavos por poste. Nesse novo cenário, qualquer problema nas redes de telecomunicações seria comunicado ao GCGI, que por ter toda a ocupação em banco de dados poderia interagir rapidamente com a Gestora Nacional e as Zeladorias Técnicas criando soluções muito rápidas e eficientes. Esta proposta tem como principal vantagem não precisar de dinheiro novo para corrigir a ocupação dos postes. O dinheiro atualmente pago às distribuidoras de energia ficaria com a Gestora Nacional, que usaria os recursos de forma efetiva e eficiente para a regularização rápida, sem onerar ainda mais o consumidor ou as empresas de telecomunicações.

Basílio Rodriguez Perez é conselheiro de administração da Abrint, presidente do LAC-ISP, membro do Comitê de Prestadoras de Pequeno Porte, Conselheiro Deliberativo do Atacado e Diretor de Operações em Provedor de Acesso à Internet.


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