Revista Hydro Maio | Junho 2025

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Especial

IFAT Brasil 2025

Em sua segunda edição, a IFAT Brasil – Feira Internacional para Água, Esgoto, Drenagem e Soluções em Recuperação de Resíduos acontece entre os dias 25 e 27 de junho no São Paulo Expo.

Serviço

Guia de reservatórios de água

Os reservatórios de água são essenciais para assegurar a confiabilidade, eficiência e sustentabilidade do abastecimento. O levantamento detalha as versões construtivas de tanques, cisternas e reservatórios oferecidas no Brasil.

Comunidades isoladas

Módulo compacto de tratamento de esgoto

O trabalho apresenta o processo operacional de remoção de material orgânico por um equipamento compacto pré-fabricado de tratamento de esgoto composto por tanque séptico e filtro anaeróbio conjugado.

Serviço

Guia de medidores de vazão

Os medidores de vazão permitem identificar vazamentos, melhoram a precisão na cobrança dos consumidores e fornecem informações para o planejamento da infraestrutura de saneamento. A pesquisa detalha a oferta nacional de medidores ultrassônicos, magnéticos e de pressão diferencial.

Automação

Implantação de VRPs – Válvulas redutoras de pressão

O artigo traz experiências práticas sobre a utilização de VRPs em alças de reservatórios de água. Após a instalação de válvulas globo auto-operadas, foram necessárias intervenções no projeto, que tornaram a alternativa viável no combate às perdas dos sistemas de abastecimento de água.

Algas

Aplicação de ultrassom no combate à eutrofização

A eutrofização pode causar diversos efeitos negativos ao corpo hídrico e à população, como maus odores e a proliferação de mosquitos e insetos. Este trabalho faz uma revisão bibliográfica sobre o tema e avalia o uso da tecnologia de ultrassom para o controle das florações.

Serviço

Guia de filtros-prensa

Essenciais no tratamento de água e lodos, bem como em processos industriais, os filtros-prensa promovem uma separação eficiente entre as fases líquida e a sólida, com a consequente redução no uso de produtos químicos e energia em etapas posteriores do processo.

Capa
Foto: ShutterStock

IFAT Brasil 2025: expansão e otimismo no setor de saneamento

Osetor de saneamento ambiental no Brasil vive um momento de grande entusiasmo. Uma prova disso foi o sucesso do 33º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental e da Fitabes – Feira Internacional de Tecnologias de Saneamento Ambiental, realizados em maio em Brasília, DF. As expectativas para o próximo evento da área, a IFAT Brasil 2025, programada para 25 a 27 de junho em São Paulo, refletem essa animação, evidenciando o avanço dos planos de investimento para a universalização dos serviços de água e esgoto no país.

A IFAT Brasil, parte da rede IFAT, líder mundial em tecnologia ambiental, sediada na Alemanha, com mais de 50 anos de experiência e 12 eventos no portfólio, consolidou sua importância no cenário nacional após uma estreia impressionante em 2024. Organizada pela Messe München, a feira busca expandir sua relevância ao aumentar sua estrutura, programação e impacto internacional. Este ano, contará com mais de 200 expositores, um crescimento de 60% no número de marcas internacionais, além da ampliação de 80% do espaço físico do evento, proporcionando uma experiência ainda mais dinâmica e imersiva.

O destaque da programação será o Congresso Internacional, que reunirá especialistas em 20 painéis técnicos gratuitos, distribuídos em dois palcos temáticos. As discussões abordarão temas como gestão ambiental, recuperação energética e valorização de resíduos, além de questões relacionadas à água, esgoto e drenagem. Entre as atrações, destacam-se a Arena de Demonstração, que ocupará 2 mil m² na área externa do pavilhão do São Paulo Expo, e a Arena de Inovação e Startups, voltada para soluções disruptivas em IA - Inteligência Artificial, biotecnologia e gestão eficiente.

Segundo a organização, a IFAT Brasil 2025 reafirma seu papel como um evento global e integrador, promovendo encontros entre representantes de diversos países e incentivando o intercâmbio de novas tecnologias hídricas e oportunidades de investimento. Essas discussões reforçam a importância da cooperação internacional na busca por soluções sustentáveis para os desafios ambientais enfrentados mundialmente. Com uma programação diversificada, o evento se consolida como um dos principais fóruns de debate sobre meio ambiente e gestão de recursos na América Latina, funcionando não apenas como uma vitrine de inovação, mas como um espaço estratégico de conexão e desenvolvimento.

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ISSN 1980-2218

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A revista Hydro é enviada a 12 mil profissionais envolvidos com instalações hidrossanitárias prediais, com o tratamento de água e efluentes em indústrias e complexos de serviços e com sistemas públicos de água e esgoto.

Notícias

Aqua Plastic cresce com oferta de termoplásticos industriais para condução de fluidos

Indústrias químicas, petroquímicas, farmacêuticas, alimentícias e de saneamento dependem de sistemas de tubulação com elevada resistência química e mecânica para o transporte de fluidos corrosivos em seus processos, para reduzir os riscos de vazamentos, contaminações e falhas estruturais. A Aqua Plastic, importadora e distribuidora de produtos com sede em São Paulo, fundada em 2019, está crescendo no Brasil e América Latina com a oferta de um portfólio especializado em termoplásticos industriais, incluindo válvulas, tubos e conexões com até 400 milímetros, atuadores e acessórios.

Com um galpão de 5500 metros quadrados e mais de 2200 peças diferentes em estoque (totalizando pouco mais de 1 milhão de itens) para pronta entrega, os produtos são fabricados em plásticos de engenharia, como PVC-U, CPVC, PEAD, PP-H e PVDF. “Os materiais garantem resistência química e térmica, durabilidade e segurança em sistemas de transporte de fluidos e gases, atendendo às normas técnicas e padrões de qualidade exigidos pelo mercado”, diz Paulo Felix, diretor e fundador da Aqua Plastic.

Os termoplásticos suportam condições extremas, como temperaturas de 300°C e resistências químicas de 99,9% inclusive de ácido sulfúrico e clorídrico. “Muitos fornecedores de materiais plásticos são focados em infraestrutura predial, o que não é nosso caso. Não trabalhamos com PVC convencional. Só trabalhamos com PVC-U virgem, um material nobre, que nunca foi reciclado”, diz. Outro destaque é o

PP-H, um homopolímero, que além da resistência térmica, ainda oferece resistência química, podendo suportar ácidos em até 50% de concentração. O catálogo de válvulas da Aqua Plastic inclui modelos como válvulas portinhola de PVC-U e CPVC, válvulas de diafragma de CPVC, adequadas para o manuseio de líquidos agressivos e corrosivos, suportando temperaturas de até 93°C, e válvulas gaveta em PE100. Sem problemas de corrosão e oxidação, o material termoplástico pode ter uma vida útil média de 70 anos, muito mais que o metal. Por serem mais leves, são também mais fáceis de instalar. “Dois homens conseguem manobrar uma válvula de 30 quilos, enquanto uma válvula de aço pode chegar a 120 quilos”, diz o diretor.

A Aqua Plastic trabalha com diversos fabricantes internacionais, alguns com contrato de exclusividade para o Brasil e para a América Latina. Entre as novidades está a válvula de gaveta em polietileno, um produto patenteado da empresa Tega, da Turquia, presente em mais de 100 países. “Até hoje, só existiam válvulas de gaveta em metal. O Brasil possui milhares delas instaladas no setor de saneamento, todas metálicas, o que exige a conexão ao tubo de polietileno por meio de flanges, parafusos, porcas e arruelas — além de apresentar os problemas típicos de oxidação e corrosão. Já a válvula em PE100 permite a soldagem direta, um processo muito mais ágil e eficiente”, afirma.

A empresa oferece ainda uma linha de atuadores elétricos e pneumáticos, compatíveis com diversas válvulas, que permitem o controle remoto e preciso do fluxo de fluidos, e soluções de automação com integração de componentes para otimizar processos industriais e garantir eficiência operacional.

“Graças à minha experiência internacional, quando fui um dos sócios de uma multinacional na Europa, identifiquei que havia uma demanda reprimida no Brasil. Os clientes queriam comprar produtos para aplicações industriais, mas não sabiam nem como, nem onde encontrar”, afirma. Por isso, é comum ver muitos improvisos nas instalações, gerando riscos de acidentes. “É muito perigoso lidar com ácidos e vapores. No caso de um acidente, pode haver perdas de vidas e a responsabilidade é enorme”, diz.

A empresa vende não apenas no Brasil, mas também para o Chile, Argentina, Colômbia, México, Estados Unidos, Uruguai, Paraguai e Canadá. Contar com uma distribuidora especializada garante que os produtos sigam normas técnicas e atendam às exigências específicas do sistema. “Um bom fornecedor entrega mais do que peças, oferece orientação técnica, agilidade no atendimento e um portfólio completo para diferentes aplicações”, afirma.

Segundo Felix, para facilitar os projetos, a distribuidora adota sistema ANSI e DIN, sendo a única empresa nacional a dispor de ambos os sistemas para pronta entrega. “Oferecemos suporte técnico completo, incluindo catálogos de produtos, fichas técnicas, instruções de montagem e tabelas de resistência térmica, para auxiliar os clientes na escolha e manutenção dos produtos”, conclui.

Aqua Plastic – Tel. (11) 3132-0051

Site: https://aquaplastic.com/

Paulo Felix, da Aqua Plastic: estoque com mais de 1 milhão de itens para pronta entrega

Nova estação de bombeamento visa transformar drenagem urbana em Porto Alegre

Acidade de Porto Alegre, RS, em sua busca por soluções para os problemas de alagamento, iniciou a construção da estação de bombeamento de águas pluviais Silvio Brum, uma obra de infraestrutura voltada à segurança urbana e desenvolvida em colaboração com o DMAE - Departamento Municipal de Água e Esgoto e o consórcio ACA Brasil. Com a instalação de cinco bombas de grande porte, cada uma com cerca de 2,5 metros de altura e 3 toneladas, a estação Silvio Brum promete uma capacidade de drenagem de até 45 milhões de L/h de água.

Essas bombas, desenvolvidas pela Lepono, de Itajaí, SC, terão potência total de 1600 CV e foram projetadas para complementar o sistema existente da EBAP - Estação de Bombeamento de Águas Pluviais, que atualmente conta com uma vazão de 7,5 m³/s.

Com a entrada em operação da nova estação, a capacidade total de bombeamento da região passará a ser de 10 m³/s, aumentando a segurança contra alagamentos e tornando a drenagem urbana mais eficiente.

A Lepono foi a empresa escolhida para fornecer e desenvolver as bombas utilizadas no projeto, sendo responsável pela criação de um sistema personalizado para a estação. Darcio Machado, coordenador comercial industrial da Lepono, descreve o projeto como um marco importante para a empresa no Brasil. “O projeto Silvio Brum foi a grande conquista da Lepono, representando um avanço significativo na linha industrial para a nossa marca. Esse projeto é uma renovação

da capacidade de drenagem de Porto Alegre e envolve o uso de três bombas de 400 CV de fluxo axial e duas submersíveis de 150 CV, resultando em uma potência de 1500 CV,” explica.

Parte das 26 obras de macrodrenagem do Arroio Areia, a nova casa de bombas visa atender a demanda por uma drenagem mais eficaz, especialmente nas regiões de baixa altitude, onde o risco de acúmulo de água é maior. A estação servirá principalmente os bairros Santa Maria Goretti e São João, impactando diretamente a vida de aproximadamente 8200 moradores dessas áreas, além de contribuir para a segurança de cerca de 180 mil pessoas em 14 bairros vulneráveis a inundações.

A obra foi executada com o suporte técnico da fábrica da Lepono na China. “O que torna esse projeto ainda mais significativo é sua escala e o nível de customização das bombas, que foram projetadas para atender às necessidades específicas do terreno e do clima de Porto Alegre. Esse projeto é um passo importante que nos posiciona como referência nacional na fabricação de equipamentos de grande porte para drenagem urbana”.

O projeto Silvio Brum também contribui para que a Lepono amplie sua atuação no mercado brasileiro, abrindo portas para novas oportunidades em

infraestrutura. “Agora, já estamos avançando para um segundo projeto e essa expansão demonstra nossa capacidade de desenvolver soluções robustas e personalizadas para grandes cidades”, comenta o coordenador, que vê nesse projeto uma vitrine para a expertise da empresa e para sua capacidade de adaptação às exigências do mercado de infraestrutura e engenharia.

Para Meire Barreto, coordenadora de Marketing da Lepono, o impacto do projeto Silvio Brum vai além de uma obra isolada e representa o início de um novo posicionamento da empresa no mercado industrial. “Este projeto mostra ao mercado a nossa potência em desenvolvimento e as múltiplas possibilidades de atuação. Foi um trabalho personalizado, concebido especialmente para a casa de bombas Silvio Brum, e envolveu nossos melhores engenheiros, que colocaram todo o conhecimento técnico da empresa para criar uma solução à altura dos desafios de Porto Alegre”. Ela observa que a Lepono se destaca por seu potencial de desenvolvimento de grandes projetos e afirma que a empresa está apenas começando na linha industrial, com planos de expandir ainda mais sua atuação nesse setor.

Para a Lepono, ao incorporar tecnologia avançada e engenharia especializada, a estação de bombeamento promete reduzir drasticamente os problemas de alagamento em áreas historicamente afetadas, contribuindo para uma infraestrutura mais resiliente e segura para a cidade.

Lepono – Tel. (47) 99761-7160

Site: www.leponodobrasil.com.br

Estação Silvio Brum, em Porto Alegre, RS, contará com cinco bombas da Lepono com potência total de 1600 CV

Bakof Tec impulsiona sustentabilidade com ETE compacta em condomínio

Ainfraestrutura de saneamento ambiental, na maioria das cidades brasileiras, não tem conseguido acompanhar o ritmo acelerado do crescimento populacional e da expansão urbana. Nesse cenário, a procura por soluções descentralizadas que garantam eficiência no tratamento de efluentes e minimizem os impactos ambientais tem se intensificado, especialmente entre condomínios de alto padrão, que buscam maior autonomia, sustentabilidade e conformidade com as exigências legais.

Estação de tratamento de esgoto instalada pela Bakof Tec no empreendimento

mésticos de cada lote são direcionados para a ETE, gerando uma vazão de final de projeto de 34 m³/h.

É o caso do condomínio fechado Jardins De Monet Termas Residence, localizado em Maringá, PR, com projeção de atendimento de 6000 habitantes quando todos os lotes forem entregues. A Bakof Tec, fabricante nacional de Frederico Westphalen, RS, forneceu a ETE - Estação de Tratamento de Esgoto para o condomínio, situada nas proximidades do Córrego do Remo, que atua como corpo hídrico receptor do efluente tratado. Os efluentes do-

Produzida em PRFV - Plástico Reforçado com Fibra de Vidro, a estação é composta por caixa de gradeamento, desarenador, tanque de equalização e sedimentação primária, reator aeróbio, decantador secundário, filtro anaeróbio, tanque de desinfecção e calha Parshall. O tratamento é realizado pela tecnologia de lodos ativados de aeração convencional, conhecido por sua alta eficiência na remoção da carga orgânica. O sistema é formado por três componentes básicos: reator, em que os microrganismos responsáveis pelo tratamento permanecem em suspensão e aerados; unidade de separação das fases líquida e sólida, geralmente em tanques de sedimen-

Condomínio Jardim de Monet Thermas Residence

tação; e sistema de recirculação de lodo para promover o retorno dos só lidos removidos na unidade de sepa ração ao reator. Devido à recirculação do lodo, a concentração de sólidos em suspensão no tanque de aeração é significativamente elevada. Nos sis temas de lodos ativados, o tempo de detenção do líquido é relativamente curto, o que permite a utilização de tanques com volume reduzido, mes mo em situações de alta vazão. No en‑ tanto, os sólidos (biomassa microbia na) permanecem no sistema por um período muito maior do que o líquido, devido ao seu constante retorno ao reator, aumentando assim, a eficiência no processo de tratamento.

Análises laboratoriais na ETE do condomínio comprovaram que as con‑ centrações obtidas nas amostras de entrada foram de 93 mg/L de DBO e 178 mg/L de DQO, enquanto os valores de saída foram de 4 mg/L e 24 mg/L, respectivamente. Com base nesses dados, a eficiência de remoção foi de aproximadamente 96% para DBO e de 86% para DQO, característico do sistema de lodos ativados.

Todas as unidades do sistema de tratamento, como tanques aerados de tratamento biológico, biofiltros, decan tadores secundários e tanques de de sinfecção, foram fabricadas pela Bakof Tec em PRFV, que oferecem alta resis tência química e mecânica e facilidade de transporte e instalação. “O PRFV é uma excelente escolha para proje tos que exigem desempenho técnico, longevidade e agilidade na execução”, informa a empresa.

Outro diferencial da ETE implantada é o painel de comando elétrico com IHM – Interface Homem Máquina, responsável pelo controle centraliza do de todo o sistema. Ele permite o

Seu parceiro global para bombeamento no setor de saneamento e energia.

Agora com maior vazão e mais potência.

N a

Estaremos presentes na

Vazão de até 1400m³/h

Altura Manométric a 120 m.c.a.

Venha nos visitar de 25 a 27 de Junho

São Paulo Expo Stand C50

com esse lançamento mundial!

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Notícias

acionamento intertravado dos moto res, evitando sobrecargas e garantindo maior segurança e durabilidade aos equipamentos. Esse controle automa tizado contribui significativamente para o aumento da vida útil dos motores e facilita a rotina operacional, permitindo a realização de testes, treinamentos e manutenções de forma prática e se gura. Além disso, o painel é capaz de identificar qualquer falha elétrica, pro porcionando agilidade na correção de problemas e maior confiabilidade ao processo de tratamento.

Segundo a empresa, a implemen tação de tecnologias eficientes e bem dimensionadas para o tratamento de esgoto em condomínios de alto pa drão, como essa aplicada no Jardins de Monet Thermas Residence, demonstra que é possível unir sustentabilidade, inovação e valorização imobiliária em uma única solução. “Mais do que atender às exigências da legislação ambiental, os empreendimentos vi sam essas tecnologias como um in vestimento estratégico. A iniciativa une responsabilidade socioambiental, auto

biliária, reforçando o compromisso do condomínio com a sustentabilidade e agregando valor à imagem e qualidade de vida do local”, informa a Bakof Tec. Bakof Tec – Tel. (55) 3744-9900

Site: www.bakof.com.br

Saneamento já responde por 50% da receita da Telar Engenharia

ATelar Engenharia e Comércio, de São Paulo, viu o segmento de água e esgoto representar metade do seu faturamento. O portfólio atual soma R$ 750 milhões em contratos, dos quais 50% correspondem a obras de saneamento básico. A empresa projeta adicionar mais R$ 300 mi‑ lhões até o fim de 2025.

“O cronograma de universalização até 2033 atraiu operadores privados e abriu uma avenida de oportuni‑ dades para toda a cadeia de infraes trutura”, afirma Marco Botter, CEO da Telar. “Com um processo decisório mais ágil, o investidor privado acelera

Empresa projeta R$ 300 milhões em novos contratos até 2025

e nós estamos preparados para entre gar.” A agenda legislativa pode trazer novo impulso. O PL das Concessões (PL 7063/2017), hoje em regime de urgência na Câmara dos Deputados, moderniza as regras de concessões e PPPs ao simplificar licitações, reduzir barreiras de valor e ampliar garantias financeiras. “Aprovado, o texto deve encurtar prazos e baratear a estrutu ração de projetos, sobretudo em mu nicípios pequenos, onde há demanda represada por redes de água e es‑ goto”, observa Botter.

Fundada há mais de 50 anos, a Te lar é especializada no uso de MND Métodos Não Destrutivos para instalar

inclui sistemas completos de abastecimento, coletores de esgoto, estações de tratamento de água e ETEs em todas as regiões do país.

Telar Engenharia – Tel. (11) 3156-3700

Site: www.telar.com.br

Avanço nas obras da ETA Xerém com

tecnologia de ultrafiltração

AEnfil celebra o avanço das obras da ETA - Estação de Tratamento de Água Xerém, em Duque de Caxias, RJ, um projeto realizado em parceria com a Cedae do Rio de Janeiro. Executada pela Enfil sob o modelo EPC - Engineering, Procurement and Construction, a nova estação contará com membranas de ultrafiltração e terá ca-

pacidade para tratar 1600 L/s, o que a torna uma das maiores estações com a tecnologia na América do Sul. A Enfil tem atuação estratégica nesse projeto, integrando sua engenharia especializada e experiência em grandes sistemas de tratamento de água, entregando soluções completas. “Mais do que um avanço tecnológico, a ETA Xerém representa um marco no fortalecimento do saneamento básico na Baixada Fluminense, com impacto direto na qualidade de vida

de milhares de pessoas”, afirma Franco Tarabini, CEO da Enfil. A oferta contínua de água potável com alto padrão de pureza contribui para a saúde pública, o desenvolvimento regional e a inclusão social, reafirmando o papel essencial do saneamento na transformação da realidade de comunidades.

A Enfil, fundada em 1994, atua no setor ambiental com foco em controle de poluição atmosférica, tratamento de água, efluentes, lodo e resíduos, operando em modelo turnkey/EPC. Com sede em São Paulo, a empresa está presente em projetos nos setores industrial e público.

Enfil – Tel. (11) 3076-2700

Site: https://enfil.com.br/

Estação será uma das maiores da América do Sul com a tecnologia de ultrafiltração

Quatro feiras e congressos. Uma aliança pelo avanço global das energias renováveis.

GERAÇÃO DE ENERGIA + CALOR

INTE RS OLA R: CON EC TAND O O

SE TOR S OLA R

A Intersolar é a principal feira para o setor solar, com foco em energia fotovoltaica, tecnologias termossolares e usinas de energia solar. Desde sua fundação, mais de 30 anos atrás, a Intersolar tornou-se a mais importante plataforma para fabricantes, fornecedoras, distribuidoras, instaladoras, prestadoras de serviços, desenvolvedoras de projetos, planejadoras, além de novas empresas no setor solar.

ARMAZENAMENTO DE ENERGIA —

EE S: IN OVA ND O O

A RMAZE NAME NTO D E E NERG IA

A ees é a feira internacional de baterias e sistemas de armazenamento de energia. Reúne fabricantes, distribuidoras, desenvolvedoras de projetos, integradoras de sistemas, usuários profissionais e fornecedoras de tecnologias inovadoras de baterias e soluções sustentáveis de armazenamento de energias renováveis, tais como hidrogênio verde e produção eletrolítica de gás.

USO DE ENERGIA

P OWE R2DRI VE: E NERGI A PA RA O FUTUR O DA M OBILI DAD E

A Power2Drive é a feira internacional focada em infraestrutura de carregamento e eletromobilidade, reunindo fornecedores, operadoras de postos de recarga, fabricantes, instaladoras e administradoras de frotas e energia. O evento destaca como a geração, o armazenamento, a distribuição e o uso da energia interagem e se articulam inteligentemente.

DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA

Eletrotec+EM-Power : INFRAESTRUTURA E GESTÃO DE ENERGIA

A Eletrotec+EM-Power South America é a feira de infraestrutura elétrica e gestão de energia, enfocando tanto tecnologias para distribuição de energia elétrica quanto serviços e soluções informáticas para gestão de energia aos níveis de rede, de serviços públicos e de edificações. Destacando geração, armazenamento, distribuição e uso da energia e as maneiras como esses aspectos interagem e podem se articular inteligentemente.

IFAT Brasil 2025 reunirá mais de 200 expositores

Em sua segunda edição, a IFAT Brasil 2025 – Feira Internacional para Água, Esgoto, Drenagem e Soluções em Recuperação de Resíduos acontece entre os dias 25 e 27 de junho no São Paulo Expo. O evento promete superar os números da edição do ano passado, quando atraiu mais de 20 mil visitantes de 50 países.

Realizar um evento superior à primeira edição. Se em 2024 a Messe Müenchen do Brasil, organizadora da IFAT, surpreendeu o mercado ao trazer uma das maiores feiras mundiais do setor de saneamento para o país, em 2025 a expectativa é consolidar e amplificar os números obtidos no simpósio anterior, quando mais de 20 mil pessoas, oriundas de 50 países, visitaram o São Paulo Expo em busca das principais tendências para os próximos anos.

apresentando temas que envolvem água, esgoto e drenagem.

“A IFAT Brasil 2025 está maior do que a edição 2024. O simpósio terá mais de 200 expositores nacionais e internacionais, um aumento de 60% de marcas, e uma metragem aproximadamente 50% maior ”, afirma Rolf Pickert, CEO da Messe Müenchen do Brasil.

O principal destaque da IFAT Brasil 2025 é o Congresso Internacional, com mais de 20 painéis técnicos e gratuitos ao longo dos três dias do simpósio. Uma novidade é a divisão em dois palcos temáticos: Orange Stage, com foco em gestão, recuperação energética e valorização de resíduos, e Blue Stage,

Entre os destaques está a participação da ABES – Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, responsável por inaugurar as discussões com uma apresentação sobre gestão de recursos hídricos e universalização aos serviços de saneamento. Haverá ainda uma palestra dedicada à atuação dos gestores públicos no combate às mudanças climáticas, além de painéis abordando temas como valorização de resíduos, hidrogênio verde e transição energética. Uma das apresentações envolve a participação de empresas, entidades e governos da Alemanha e do Paraguai para apresentar as novas tecnologias hídricas, oportunidades de investimento e cooperação entre América Latina e Europa.

Fábio Laudonio, da Redação da Hydro

“Esses encontros evidenciam o caráter global e integrador, criando um ambiente de diálogo técnico e diplomático sobre desafios ambientais compartilhados. A variedade e profundidade dos temas são pensados para que a feira seja o grande fórum de debate sobre meio ambiente e gestão de recursos na América Latina”, salienta Pickert.

Outras atrações incluem a Arena de Demonstração, um espaço de 2 mil m2 na área externa do São Paulo Expo com apresentações ao vivo de equipamentos, e a Arena de Inovação e Startups, dedicada a soluções disruptivas em IA – Inteligência Artificial, biotecnologia, gestão social e inteligente, realizada em parceria com a Isle Utilities e patrocinada pela Sanepar –Companhia de Saneamento do Paraná.

“Para facilitar a experiência dos visitantes, a IFAT Brasil adicionou novas funcionalidades no aplicativo oficial do evento, como planta setorizada com possibilidade de traçar rotas, área de networking que incentiva a troca de contatos e agendamento prévio de reuniões e um filtro chamado Solutions Tour, que permite fácil acesso a soluções de interesse selecionadas pelo visitante”, ressalta o CEO. Como no ano passado, a revista Hydro traz nas próximas páginas uma prévia com algumas das novidades apresentadas pelos expositores.

Serviço

IFAT Brasil 2025 - Feira Internacional para Água, Esgoto, Drenagem e Soluções em Recuperação de Resíduos

Data: 25 a 27 de junho – Das 13h às 20h.

Local: São Paulo Expo, em São Paulo O credenciamento para entrar no evento é gratuito para profissionais do setor. As inscrições e a programação estão disponíveis no site: www.ifatbrasil.com.br

Acqua Expert

Os respirômetros SN6 (foto) e SN8, da Acqua Expert, podem ser aplicados na medição do consumo de oxigênio das bactérias dentro da planta de tratamento de efluentes biológicos, bem como avaliar os níveis de DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio, nitrificação, desnitrificação e toxicidade. O SN6 é voltado para análises in situ e permite detectar toxicidade, conceituar a saúde microbiana e medir capacidades respiratórias em diferentes pontos do processo. Já o SN8 apresenta integração com o PLC da planta via Modbus, comunicação bidirecional e atua com dois algoritmos inteligentes: SICTOX e SICAIR. O primeiro permite interligar os resultados da toxicidade à bomba de bypass na entrada do tratamento biológico. Já o segundo, que está interligado com os sopradores de ar, permite regular a quantidade exata de oxigênio para que as bactérias consumam a matéria orgânica e outras substâncias como nitrogênio amoniacal. www.acquaexpert.com.br

AKSO

técnicos alinhados aos pilares ESG – Ambiental, Social e Governança. A empresa tem uma parceria com a alemã Wehrle para utilizar a tecnologia da empresa europeia no desenvolvimento de suas plantas. www.ambiensys.com.br

Aqua Plastic

A Aqua Plastic apresenta sua válvula borboleta em CPVC, termoplástico derivado do PVC original com um processo adicional de cloração, com vedação em Viton e automação com atuador elétrico. Projetada para aplicações severas, como produtos químicos, efluentes agressivos e sistemas de tratamento de água, essa solução alia resistência térmica e química a um controle preciso e remoto. Disponível em medidas de 2” a 12”, a válvula é compatível com normas ANSI –American National Standards Institute. https://aquaplastic.com/

Aquastar

A AKSO apresentará sua linha de medidores multiparâmetros de fabricação própria, desenvolvidos para análise da qualidade da água. Os equipamentos realizam medições de parâmetros como cloro, turbidez, cor e pH, atendendo às exigências das normas ambientais e de controle de processos. Apresentam interface intuitiva e calibração automática.

https://akso.com.br/

Ambiensys

O Grupo Ambiensys mostrará o seu portfólio de soluções para gestão ambiental que inclui gerenciamento de resíduos sólidos, tratamento de efluentes e projetos

A Aquastar exibirá suas soluções para coleta e tratamento de esgoto. Um dos destaques é a linha Aquadip de elevatórias compactas de esgoto – poço seco. Com câmaras separadas e segurança operacional, as elevatórias de poço seco oferecem fácil acesso aos equipamentos eletromecânicos e protegem os componentes contra a umidade e o contato direto com o esgoto. As bombas utilizadas têm proteção IP68, prevenindo inundação na câmara. www.aquastar.com.br

Asvotec

A Asvotec exibirá o seu portfólio de acoplamentos especiais para união e abraçadeiras de reparo em tubulações. Desenvolvidos na Suíça, os produtos são fabri-

Especial

cados pela Asvotec no Brasil sob licença da Straub Werke AG. Entre as principais características destacam-se a utilização em diversos tipos de tubos, amortecimento a choques e oscilações, além de absorver vibrações, bem como substituição de flanges e métodos convencionais.

www.asvotec.com.br

Atlas Copco

Celta Brasil

A Atlas Copco apresentará os sopradores de parafuso da linha ZS4 e ZS5 VSD para estações de tratamento de efluentes. Fabricados no Brasil e comercializados em diversas versões, oferecem pacote plug and play que maximiza a eficiência do processo e reduz custos com instalação, bem como acionamento de velocidade variável.

www.atlascopco.com/pt-br

Bentley

A Bentley Systems fornece soluções para o setor de saneamento básico (abaste-

cimento de água, coleta e transporte de esgoto e manejo de águas pluviais), permitindo que prestadoras planejem, projetem, construam, operem e mantenham sistemas de água, esgoto e drenagem de forma inteligente e resiliente. Entre as tecnologias utilizadas estão gêmeos digitais e integração de dados de diversas fontes, como Scada, IoT – Internet das Coisas e GIS IA – Sistemas de Informação Geográfica com Inteligência Artificial. https://br.bentley.com/

Biosis

A Biosis apresentará suas soluções em sistemas de aeração por bolhas finas e grossas para ETEs – Estações de Tratamento de Efluentes, com alta eficiência na transferência de oxigênio, baixa manutenção e instalação simplificada. A empresa disponibiliza peças sobressalentes para os produtos.

O Watercel ZN (à esq.), da Celta Brasil, é uma solução à base de zeólita natural, utilizada em filtros industriais e filtros de gravidade, para realizar a redução da turbidez, cor aparente, sólidos em suspensão e SDI - Índice de densidade de sedimentos.

Já o Watercel ZF, desenvolvido com base em zeólita quimicamente modificada, retira o excesso de ferro e manganês em águas e efluentes.

www.celtabrasil.com.br

Cetrel

www.biosis.eco.br

A Cetrel apresentará suas soluções ambientais em águas e efluentes, com destaque para os produtos de tratamento on-site, que proporcionam maior segurança hídrica às instalações. Já os serviços incluem incineração de resíduos industriais, gerenciamento e remediação de áreas contaminadas e consultoria ambiental. www.cetrel.com.br

Coester

A Coester levará soluções integradas de automação para ETAs - Estações de Tratamento de Água e ETEs - Estações de Tratamento de Esgoto. Com foco em eficiência operacional, os sistemas reúnem diagnóstico técnico, engenharia, fornecimento de equipamentos e execução de projetos completos personalizados. A proposta inclui controle remoto e inteligente de válvulas, tanques e filtros, por meio de atuadores elétricos e painéis de automação de alto desempenho. Os sistemas ainda incorporam certificação de redes industriais, infraestrutura elétrica e dispositivos essenciais como PLCs, fontes de alimentação, switches e gateways. www.coester.com.br

DOPP

A DOPP

fabrica tanques, reservatórios e biodigestores no sistema Lipp GmbH de dobra dupla (tecnologia alemã). Com capacidades de até 15 mil m³ e diâmetros de até 50 m (valores maiores sob consulta), a empresa utiliza materiais como aços inoxidável, galvanizado e Verinox (chapa de aço inoxidável na parte interna e galvanizado na parte externa que oferece resistência superior e proteção anticorrosiva).

www.dopp.com.br

EBP Brasil

A EBP Brasil oferece diversos serviços voltados ao setor de saneamento, como projetos de remediação ambiental, instalação e operação de ETAs –Estações de Trata-

mento de Água, modelagem matemática de águas subterrâneas e estudos de impacto ambiental.

www.ebpbrasil.com.br

Ecosan

A Ecosan fornece soluções de tratamento de água e efluentes, atuando desde o projeto até a execução da obra. Na feira, a companhia exibirá um case de dessalinização em Ilhabela, SP, com sistemas de ultrafiltração e osmose reversa.

EMEC

www.ecosan.com

As bombas dosadoras da italiana EMEC proporcionam economia e maior precisão nos processos. Esses equipamentos automatizados permitem o

Especial

monitoramento contínuo de parâmetros essenciais, como a qualidade da água, coletando dados em tempo real e ajustando as respostas conforme as condições detectadas. Além disso, a empresa oferece instrumentos de controle que garantem a dosagem otimizada de produtos químicos, possibilitando a regulação de múltiplos parâmetros simultaneamente. https://www.emecbrasil.com.br/

FAMAC

A FAMAC Motobombas ampliou a linha de bombas FBS-NG com os novos modelos FBS-NG-MC. Com rotores monocanal fechados, as soluções entregam maior eficiência energética com passagem de sólidos de 95 mm e potências de 15 a 40 CV. A empresa também exibirá os novos modelos FBS-NG-RSA (foto) direcionados para serviços de drenagem. Com potências de 5 a 25 CV, possuem crivos com base de apoio para evitar afundamento em terrenos instáveis e proteger contra a entrada de sólidos maiores que 5 mm. www.famac.ind.br

GEMÜ

Voltadas para aplicações em tratamento de água e efluentes, as válvulas borboleta da GEMÜ oferecem controle preciso, alta durabilidade e fácil integração aos sistemas de saneamento. Com versões manuais, pneumáticas e motorizadas, são indicadas para operações em estações de tratamento, redes de distribuição e sistemas de reúso. Além disso, o design compacto e modular facilita a instalação e reduzem os custos de manutenção.

pelos blocos e crepinas Pluvitec, aplicados em filtros de areia em ETAs

– Estações de Tratamento de Água, com operação em diversas cidades, beneficiando mais de 3 milhões de habitantes. www.hidrosolo.com.br

IMCD

A IMCD, distribuidora, formuladora e provedora global de soluções em especialidades químicas e ingredientes, está consolidando a sua atuação no mercado brasileiro no setor de tratamento de água por meio da sua unidade de negócios

Industrial Solutions. O portfólio da multinacional holandesa inclui antiespumantes, biocidas, conservantes e dispersantes. https://www.imcdgroup.com/

Improv Equipamentos

https://www.gemu-group.com/pt_BR/

Hidro Solo

Entre os destaques da Hidro Solo estão os fundos de fluxo confinado, formado

plug and play. A empresa também trabalha com elevatórias 4.0 com recursos de IoT – Internet das Coisas e conexão em nuvem. https://kronox.com.br/

Lepono

A Lepono apresentará diversas soluções voltadas para saneamento básico. Os destaques incluem a linha de bombas submersíveis WQ (foto), bombas axiais e de eixo vertical da série ZLB, além de acessórios para instalação. www.leponodobrasil.com.br

LG Water Solutions

A LG Water Solutions exibirá seus lançamentos em membranas de osmose reversa. Um dos destaques é a MaxRO R, com espaçador de alimentação de 36 milésimos de polegada, e a membrana MOST, voltada para processos que exigem ultra baixo consumo energético.

O SBL - Sistema de Bombeamento em Linha para esgoto (booster de esgoto) da Improv Equipamentos realiza o bombeamento do esgoto municipal/industrial totalmente fechado e sem acúmulo em poço úmido, cheiro, animais peçonhentos ou corrosão dos equipamentos da estação. Compacto, pode ser instalado em arruamento, calçadas e canteiro central, mantendo a robustez e a capacidade de atingir vazões elevadas e alturas manométricas.

www.improvequipamentos.com.br

Kronox

Um dos destaques da Kronox é a linha de elevatórias em aço inox Titan, uma estrutura metálica que transforma a elevatória de esgoto em um equipamento

www.lgwatersolutions.com

Loja Era Ambiental

A Loja Era Ambiental destacará os seus sistemas de filtros por ultrafiltração. Utilizando membranas com porosidade de até 0,01 mícron, as soluções são capazes de remover vírus, bactérias e microplásticos, garantindo alto grau de pureza da água. Essa tecnologia é indicada para aplicações como tratamento de água potável, reúso de efluentes, pré-tratamento para osmose reversa e em processos industriais nos setores de alimentos e bebidas, entre outros. www.lojaeraambiental.com.br

Especial

Matryx

A linha de floculantes Chemifloc, da Matryx, aumenta a eficiência em plantas, laboratórios e indústria, além de reduzir o consumo. Os produtos são testados, aprovados e alinhados com as normas vigentes.

https://matryxpq.com.br/

NETZSCH

A bomba de lóbulos rotativos Tornado T1 XXLB-F, da NETZSCH, é voltada para aplicações em saneamento, tratamento de água, efluentes de mineração, açúcar e álcool, fertirrigação, entre outros. Projetada para atender a altas vazões e colunas d’água

elevadas, pode trabalhar com até 1400 m³/h e altura manométrica de 120 mca. https://pumps-systems.netzsch.com/pt-BR

ProMinent

Sancotec

O Dulconnex, da ProMinent, é uma plataforma digital de gerenciamento baseada em nuvem que se conecta a diversos equipamentos da fabricante e atua como um centro de informações, coletando dados de desempenho, status e parâmetros medidos por sensores e controladores compatíveis. Esses dados são processados, analisados e apresentados de forma acessível, permitindo uma gestão mais inteligente e proativa dos ativos conectados.

www.prominent.com.br

A Sancotec é representante oficial da espanhola Toro no Brasil. Um dos destaques no portfólio da empresa europeia são os tanques em PRFV – Plástico Reforçado por Fibra de Vidro em placas modulares aparafusadas. Os reservatórios apresentam capacidade de 29 a 12.535 m3 e diâmetro de 4,3 a 38,1 m. www.sancotectank.com

SEIBT

A SEIBT apresentará um portfólio composto por soluções para a transformação de plásticos e reciclagem pós-consumo. Um dos destaques é o triturador de pastilhas TPS-800, desenvolvido para moer peças de grande porte, sem corte prévio e borras de grande volume. O equipamento opera em baixa rotação, o que permite triturar peças volumétricas,

reduzindo-as ao tamanho desejado (flake) ou até mesmo remoídos, com ou sem peneira. www.seibt.com.br

Swan

O AMI SAC254, da Swan Instrumentos Analíticos, é um monitor online para medição contínua da absorção ultravioleta (UV) no comprimento de onda de 254 nm. Apresenta recursos de amostragem manual integrada, verificação e calibração.

https://brasil.swan.ch/

Tequaly

A Tequaly exibirá diversas soluções voltadas para o setor de saneamento, como

ETAs – Estações de Tratamento de Água, ETEs – Estações de Tratamento de Esgoto e ETACs – Estações de Tratamento de Águas Cinzas.

https://tequaly.com/

Toray

O destaque da Toray fica por conta da membrana de UF – Ultrafiltração, presente em diversos projetos, sejam eles municipais a produção de

água potável, quanto na indústria para o tratamento de água e efluentes.

www.water.toray

WEG

As soluções da WEG para saneamento contam com inversores de frequência e soft starters de baixa e média tensão com PLC integrado, permitindo o uso de funções dedicadas para bombeamento, painéis e CCMs de baixa e média tensão, eletrocentros, além de uma linha de componentes para painéis elétricos.

www.weg.net

Guia de reservatórios de água

Os reservatórios de água são essenciais para assegurar a confiabilidade, eficiência e sustentabilidade do abastecimento, em especial nos momentos de escassez hídrica. O levantamento a seguir detalha as versões construtivas de tanques, cisternas e reservatórios oferecidas no Brasil, como materiais, capacidades e tipos de tampas.

Empresa/ Telefone/ E-mail Reservatório Tanque Cisterna Teto/tampa Fundo Material

Ágili & Tanks BR (19) 99205-3704 vendas@tanksbr.com.br

Alphenz (19) 3302-9606 contato@alphenz.com.br

Bakof (55) 3744-9900 bakof@bakof.com.br

Bakof TEC (55) 3744-9916 odete.luza@bakof.com.br

Balmoral Tanks Limited +34 619 070 775 simon.allan@balmoral.co.uk

Bioeng (27) 98831-1052 comercial@bioengservicos.com.br

BR Válvulas (21) 99888-8346 cvillela@brvalvulas.com

Caixa Forte (31) 99303-0210 vendas@caixaforte.ind.br

Caixas D’Água (19) 99784-2628 caixasdaguasaopaulo@gmail.com

Cristallite (31) 98817-6445 cristallite@cristallite.com.br

Dopp (11) 98315-5811 contato@dopp.com.br

FazForte (18) 99820-9056 comercial@fazforte.com.br

Estacionário Transportável Horizontal Apoiada Cilíndrico Prismático Tronco de cone Encaixada Plano Semiplano Cônico Domo geodésico Cônico Apoiado Tubular PE –Polietileno PP –Polipropileno PRFVFibra de vidro PVC Concreto/alvenaria (1) Geomembrana de PEAD Aço Inoxidável Verinox Galvanizado Dobra dupla Soldado Parafusado Pintado Vitrificado Revestimento em epóxi Modular Torre ou castelo d´água Em fábrica In loco, na obra

Montagem (2) Tanque para ETE Homologação em cias de saneamento

Ferloc (19) 99650-2646 comercial@ferloc.com.br

Fluid Brasil (11) 98599-3182 comercial@fluidbrasil.com.br

Fogliene (15) 99654-2822 fogliene@fogliene.com.br

Fortmetal (31) 3119-7883 vendas@fortmetal.com.br

Hidroglass (14) 9121-3730 marcelo@hidroglass.com.br

Hidrotecno (11) 99235-5338 vendas@hidrotecno.com.br

Hume (41) 99113-2771 contato@hume.com.br

Improv (19) 99920-6250 contato@improvequipamentos.com.br

Metaltec (48) 99860-9870 contato@metaltec.eng.br

NeoAcqua (47) 99111-9783 comercial@neoacqua.com.br

Resermax (11) 5584-0529 adm@resermax.com.br

Empresa/ Telefone/ E-mail

Rottotanques (11) 2500-7881 vendas@rottotanques.com.br

Saluta (31) 99303-0210 vendas@saluta.com.br

Sancotec Tank (48) 99955-7133 roberto@sancotectank.com

Stringal Hurner (11) 99486-5758 vendas@stringal.com.br

Tech Tank (19) 99805-0161 vendas@techtank.com.br

Tecniplas (11) 97547-9212 tecniplas@tecniplas.com.br

Montagem (2) Tanque para ETE Homologação em cias de saneamento Estacionário Transportável Horizontal Apoiada Cilíndrico Prismático Tronco de cone Encaixada Plano Semiplano Cônico Domo geodésico Cônico Apoiado Tubular PE –Polietileno PP –Polipropileno PRFVFibra de vidro PVC Concreto/alvenaria (1) Geomembrana de PEAD Aço Inoxidável Verinox Galvanizado Dobra dupla Soldado Parafusado Pintado Vitrificado Revestimento em epóxi Modular Torre ou castelo d´água Em fábrica In loco, na obra

Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 223 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Hydro, maio e junho de 2025. Este e muitos outros Guias HY estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/hydro e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.

Comunidades isoladas

Módulo compacto de tratamento de esgoto

Marcio Tardioli e Ana Maria Ribeiro, da Sabesp Danilo Camargo, da Aeko Engenharia

Este trabalho apresenta o processo operacional de remoção de material orgânico por um equipamento compacto pré-fabricado de tratamento de esgoto. O módulo compacto de tanque séptico e filtro anaeróbio conjugado apresentou uma eficiência de 80% na remoção de DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio. Além disso, mostrou-se uma alternativa promissora, devido à sua praticidade de instalação, manutenção e durabilidade.

Este trabalho apresenta o desenvolvimento e a avaliação da eficiência de um equipamento de tratamento de esgoto compacto para remoção de DBO - Demanda Bioquímica de Oxigênio de esgoto sanitário, que pode ser aplicado em diversas situações, especialmente em locais sem rede de coleta de esgoto e de difícil acesso.

As tecnologias compactas de tratamento de esgoto oferecem várias vantagens, incluindo facilidade de instalação, custos reduzidos e requisitos mínimos de manutenção. Essas características tornam as tecnologias compactas ideais para aplicação em comunidades isoladas e áreas rurais. Além disso, a modularidade desses sistemas permite a sua expansão conforme a demanda aumenta, proporcionando flexibilidade e escalabilidade [8].

Contudo, existem desafios associados ao uso dessas tecnologias. A eficiência de tratamento pode variar dependendo das condições locais, como a carga de esgoto e a temperatura ambiente. A manutenção periódica é essencial para garantir o desempenho contínuo dos sistemas, e a falta de capacitação técnica pode ser um obstáculo em algumas comunidades [5].

Objetivo

O objetivo deste trabalho foi desenvolver e avaliar a eficiência de remoção de material orgânico, em termos de DBO, por um módulo compacto pré-fabricado de tratamento de esgoto, visando atender aos requisitos técnicos e legais da NBR 17076:2024 e demonstrar sua viabilidade como solução prática e durável para comunidades isoladas e áreas sem acesso à rede de esgoto.

Metodologia

Características dos esgotos

Os esgotos sanitários variam no espaço, em função de diversas condições desde o clima até hábitos culturais. Por outro lado, variam também ao longo do tempo, o que torna complexa sua caracterização. Os esgotos podem ser classificados em forte, médio e fraco (tabela I).

No Brasil, as contribuições per capita típicas para a DBO de cinco dias e para a DQO são de 54 e 100 g/ hab.dia, respectivamente. A vazão dos esgotos varia conforme o consumo de água, que depende do poder aquisitivo da população e da região.

Faça o download do nosso portfólio de soluções ambientais.

Comunidades isoladas

Tipicamente, considera-se uma contribuição de 160 L/hab.dia, baseada em um consumo de água de 200 L/hab. dia e um coeficiente de retorno de 0,8. Para determinar as vazões máximas de esgoto, utilizam-se os coeficientes k1 = 1,2 (dia de maior produção) e k2 = 1,5 (hora de maior produção), resultando em uma vazão máxima de 1,8 vezes a média diária.

É importante lembrar que as características dos esgotos também são influenciadas pela infiltração de água subterrânea na rede coletora e por contribuições específicas, como efluentes industriais. Os esgotos sanitários possuem excesso de nitrogênio e fósforo, os quais, mesmo após tratamento biológico, podem permanecer em altas concentrações. Esse excesso exige tratamento avançado, especialmente em locais com restrições de lançamento, como represas para abastecimento público.

Com base nas considerações anteriores, o projeto do MTECMódulo Compacto de Tratamento de Esgoto foi desenvolvido levando em conta as características de um esgoto sanitário típico, destinado a uma po-

pulação de baixo e médio padrão. A seguir, são apresentados os critérios de dimensionamento utilizados para o MTEC, que consiste em um tanque séptico integrado a um filtro anaeróbio, preenchido com mídias plásticas de alto rendimento.

Dimensionamento do MTEC

O dimensionamento do MTEC foi baseado inicialmente em estudos disponíveis na literatura, na norma NBR 7229/1993 e revisado para atender às especificações da NBR 17076/2024. Tradicionalmente, tanques sépticos e reatores anaeróbios em série são projetados com tempos de detenção hidráulica (TDH) elevados, geralmente superiores a 24 horas, o que pode aumentar significativamente os custos de construção desses sistemas. No entanto, estudos mais recentes indicam que sistemas de tratamento anaeróbio em série podem ser projetados e operados com TDH de 6 a 8 horas. Portanto, para este projeto, será considerado um TDH de 8 horas, com o objetivo de garantir a eficiência do processo e minimizar a área necessária para a instalação (tabelas II e III).

Fonte: Aeko

Tab. II – Dados adotados para duas opções de atendimento

Dados considerados na norma NBR17076/2024. Fonte: Aeko

Tab. III – Dados adotados para duas opções de atendimento

Variáveis Público-alvo (habitantes)

Residência de médio padrão 3 a 5 6 a 10

Vazão média de esgoto (m3/h) 0,05 0,1

Volume útil (digestão do lodo) m3 0,4 0,8

TDH: 8 horas (Qmáx e Temp > 25°C). Fonte: Aeko

Geometria dos tanques

Normalmente a geometria dos tanques pode ser cilíndrica ou prismática. Os cilíndricos são empregados em situ-

Tab. I – Características

ações em que se pretende minimizar a área útil, em função de uma maior profundidade. No caso dos tanques prismáticos retangulares, geralmente utiliza-se menor profundidade, que pode ser uma vantagem em termos de custo para implantação, devido à escavação, porém, ocupam uma maior área. Neste estudo, optou-se pelo formato prismático retangular, sendo cada sistema constituído de três câmaras (a terceira câmara caracterizada pela introdução de meio suporte).

A figura 1 apresenta a concepção final do MTEC proposto. Este projeto foi aprimorado com a inclusão de um sistema de cloração por pastilhas no final do processo de tratamento do

efluente, com o objetivo de minimizar a carga residual de patógenos.

Considerações adotadas para o dimensionamento e pré-construção do MTEC:

• Formato: prismático retangular (foi ajustado conforme molde disponível para escalonamento).

• Relação comprimento/largura: aproximadamente 2:1.

• Profundidade útil: 1 a 1,2 m.

• Alimentação: deve ser feita com o

fluxo ascendente na primeira câmara.

• Câmaras: três, em série (adotado: primeira câmara igual a 0,6*V e as demais igual a 0,4*V).

• Chicanas ou divisórias verticais: adotar espaçamento de no mínimo 30 cm cada (distância vertical mínima entre a extremidade superior ou inferior da abertura e a lâmina d’água).

• Aberturas de inspeção: 60 cm de diâmetro (por câmara).

• Aberturas gerais: igual ou superior a 20 cm.

• Meio suporte ou material de enchimento do filtro: brita número 4 ou 5 ou peças de plástico (em anéis ou estruturados). Neste caso, recomenda-se o uso de dutos corrugados de ½ ou ¾ de polegadas, cortados em pedaços de 2 a 3 cm.

Fig. 1 – Módulo Compacto de Tratamento de Esgoto (MTEC)
Gradeamento Filtro de car vão Tampa de acesso Desinfecção
Saída de esgoto
Filtro anaeróbio/ biomídia
Filtragem
Decantador secundário
Decantador primário
Deposição de lodo
Entrada de esgoto

Comunidades isoladas

Com base nas considerações e no dimensionamento, foi composta a tabela IV.

Tab. IV – Dimensões adotadas para o MTEC

Residência de médio padrão (hab.) 3 a 5 6 a 10

Prismático retangular 2:1 2:1

Volume útil (digestão do lodo) (m3) 0,4 0,8

Volume útil (líquido+escuma) (m3) 0,6 1,1

Volume útil (armazenamento do gás) (m3) 0,5 0,5

Volume útil (1a câmara) (m3) 0,86 1,44

Volume útil (2a câmara) (m3) 0,3 0,48

Volume útil (3a câmara) (m3) 0,3 0,48

Volume útil meio suporte (3a câmara) (m3) 0,22 0,36

Resumo das características do MTEC

Volume total (m3) 1,44 2,4

Altura total (m) 1,2 1,2

Comprimento total (m) 1,5 2

Largura total (m) 0,8 1

Área (m2)

Fonte: Aeko

Importante: O nível de entrada e saída do esgoto deve estar relacionado à altura útil do biodigestor; se adotada a altura útil de 1 metro, a furação deve ser nesta interface (entrada e saída) e considerar uma borda de segurança de 0,2 cm, assim, a altura total será de 1,2 m. Caso seja adotada a altura útil de 1,2 m, a entrada e saída de esgoto deve ser nesta interface, deixando uma borda de segurança de 0,2 cm, e a altura resultante será de 1,4 m.

Resultados e discussões

Performance do MTEC em relação à DBO

proveniente de um RAFA - Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente da Estação de Tratamento de Esgoto de Vargem Grande Paulista, operada pela Sabesp.

A introdução do lodo teve como objetivo acelerar o processo de estabilização e aclimatação do tanque séptico, bem como a formação do biofilme anaeróbio no filtro biológico. A figura 2 apresenta a evolução da remoção de DBO observada desde o início da operação (startup) até a estabilização do processo.

Observa-se na figura que, após 42 dias de operação, foi possível atingir uma eficiência de 75% na remoção de DBO. Após 77 dias, essa remoção aumentou para 80%, mantendo-se estável ao longo do período avaliado. Além disso, foram registrados picos de remoção de DBO da ordem de 90%, com uma concentração de DBO inferior a 60 mg/L após 92 dias de operação (três meses).

A avaliação do MTEC foi conduzida no CTH - Centro Tecnológico de Hidráulica da EPUSP - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e os ensaios laboratoriais no Laboratório de Tratamento de Águas Urbanas Servidas e Reúso de Água (LabTAUS) da Universidade Federal do ABC. Inicialmente, o sistema compacto foi inoculado com lodo anaeróbio Fig. 3 – Exemplo de instalação do MTEC

Em relação ao material sedimentável, os resultados apresentados nos laudos analíticos mostraram valores sempre inferiores a 1 mL/L, além da ausência de sólidos grosseiros e materiais flutuantes no efluente tratado. Em relação à desinfecção, o uso das pastilhas de cloro mostrou uma redução significativa em relação a coliformes totais e Escherichia coli, chegando a apresentar ausência na maior parte das amostras analisadas.

Apesar do curto período de operação do sistema, pode-se concluir preliminarmente que o processo opera de forma estável, com excelente remoção de DBO. Até o momento, os resultados demonstram com segurança que o processo de tratamento atende aos parâmetros de remoção de DBO e materiais sedimentáveis exigidos pelo Decreto 8468/1976 do Estado de São Paulo e pela Resolução Conama 430/2011. Estes parâmetros incluem pH, temperatura, materiais sedimentáveis, óleos e graxas, ausência de materiais flutuantes e uma remoção mínima de DBO de 60%.

Escavação e compactação

A profundidade da escavação deve ser determinada pela altura do equipamento (figura 3) e pelo nível do tubo de saída de

Comunidades isoladas

esgoto do imóvel. O tubo de saída do imóvel deve estar em nível superior ou igual à entrada de esgoto.

A base deve ser plana, nivelada e livre de elementos perfurantes.

Se houver trânsito de veículos sobre a instalação, construa uma laje de sustentação dimensionada adequadamente, mantendo os acessos para manutenção. No caso de instalação com laje de sustentação, sempre apoiá-la sobre solo natural, nunca sobre o reaterro.

Sistema hidráulico e gases

O caimento de todas as tubulações deve ser de no mínimo 1%. Para a tubulação de entrada e saída, utilize tubulação de 100 mm (tubulação branca de esgoto). Os gases oriundos da digestão anaeróbica passarão por um processo de desodorização com carvão ativado. Os sistemas hidráulicos devem prever sifonamento para evitar o retorno de gases para o imóvel. Recomenda-se a troca do carvão ativado a cada dois anos.

Conforme a NBR 8160, é necessária a utilização de uma caixa de gordura para contenção de resíduos gordurosos provenientes da cozinha e similares.

O efluente tratado deve ser infiltrado no solo (manancial) utilizando sumidouro ou vala de infiltração. Não se deve despejar o efluente diretamente sobre o solo ou corpos hídricos (rios, lagos, nascentes, etc.).

Manutenção e limpeza

Para evitar obstruções, não se deve jogar lixo nas bacias sanitárias (papel, absorvente ou outros sólidos). Recomenda-se limpar o filtro anaeróbico com jato d’água após a extração de lodo ou em caso de obstrução. A cada

seis meses, o lodo deve ser removido, deixando pelo menos 30% para manter o processo de digestão biológica.

Vantagens

• Sustentabilidade: o sistema utiliza processos naturais de decomposição anaeróbica para tratar o esgoto, o que é mais sustentável em comparação com os sistemas químicos.

• Baixo consumo energético: não requer energia elétrica constante para operação.

• O sistema compacto é ideal para residências com espaço limitado.

• A instalação inicial é geralmente mais simples e acessível em comparação com sistemas mais complexos.

• Manutenção acessível: a limpeza regular do filtro anaeróbico e a remoção do lodo são tarefas relativamente simples.

• O tratamento adequado do esgoto evita a poluição do solo e das águas subterrâneas.

• O sistema consegue atender residências onde não há sistema de coleta pública e residenciais com soleira negativa.

Limitações e recomendações

• Dependência do solo: o sistema requer solo adequado para a infiltração do efluente tratado. Solos muito argilosos ou com lençol freático raso podem ser problemáticos.

• Necessidade de manutenção regular: a remoção periódica do lodo é essencial para manter a eficiência do sistema.

• Acompanhamento periódico: verificar o funcionamento e a eficiência do sistema a cada seis meses é recomendado.

• Não adequado para grandes volumes de esgoto: para residências com alta demanda de esgoto, sistemas maiores ou alternativas podem ser mais apropriados.

Conclusão

O sistema de tratamento de esgoto unifamiliar oferece uma solução prática e sustentável para residências individuais. No entanto, é fundamental seguir as diretrizes de instalação e manutenção para garantir seu bom funcionamento ao longo do tempo, verificar o funcionamento e a eficiência do sistema a cada seis meses. Durante a instalação, é importante preparar o solo adequadamente para garantir a infiltração eficiente do efluente.

Com base nos resultados obtidos, ao longo dos 180 dias de operação, conclui-se que o MTEC - Módulo Compacto de Tratamento de Esgoto mostrou uma eficiência consistente na remoção de DBO, alcançando uma eficiência de

Fig. 4 – Forma de instalação do MTEC
Fig. 5 – Forma de instalação do MTEC

80% após a fase de aclimatação. Picos de eficiência de remoção de DBO chegaram a 90%, com concentrações de DBO inferior a 60 mg/L após 92 dias de operação. Além disso, o sistema manteve valores de materiais sedi-

mentáveis sempre inferiores a 1 mL/L e ausência de sólidos grosseiros e materiais flutuantes no efluente tratado. O uso de pastilhas de cloro no final do tratamento mostrou-se eficaz na redução significativa de coliformes totais e Escherichia coli, com ausência dessas bactérias na maior parte das amostras analisadas. Esses resultados preliminares indicam que o MTEC opera de forma estável e atende aos parâmetros de remoção de DBO e materiais sedimentáveis exigidos pela legislação.

Referências

[1] Aeko Engenharia Sustentável. 2024. Disponível em: http://aeko.com.br/.

[2] ABNT NBR 17076. Projeto de sistema de tratamento de esgoto de menor porte – Requisitos. 2024.

[3] Esteves, F. A. Fundamentos de Limnologia. Interciência, 2011.

[4] Fellouse, F. A., et al Development and characterization of novel anaerobic filters for wastewater treatment. Jornal of Environmental Engineering, 2007.

[5] Heller, L.; Rezende, S. Desafios estruturais e institucionais do saneamento no Brasil. Revista de Saúde Pública, 54, 1-10, 2020.

[6] Instituto Trata Brasil. Relatório de Saneamento. 2023.

[7] Luz, L. M., et al. Efficiency of septic tank systems in rural areas. Environmental Science & Technology, 2015.

[8] Moraes, L. R. S., et al Custo e desafios na implementação de sistemas de saneamento em áreas remotas do Brasil. Journal of Water, Sanitation and Hygiene for Development, 8(1). 2018.

[9] Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Relatório anual de saneamento básico. 2022.

Trabalho originalmente apresentado no 35º Encontro Técnico AESabesp/FenasanCongresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, realizado de 22 a 24 de outubro de 2024, em São Paulo.

Fig. 6 – Sistema em operação

Guias de medidores de vazão

Os medidores de vazão são fundamentais para a gestão eficiente dos recursos hídricos, permitindo a identificação de vazamentos. Além disso, melhoram a precisão na cobrança dos consumidores e fornecem informações críticas para o planejamento e expansão da infraestrutura de saneamento. O levantamento a seguir detalha a oferta nacional de medidores de vazão ultrassônicos, magnéticos e de pressão diferencial.

Empresa/ Telefone/ E-mail

Aépio (51) 3208-3030 contato@aepio.com.br

Alfacomp (51) 3029-7161 alfacomp@alfacomp.net

AppliTech (11) 95684-0332 comercial@applitech.com.br

Bermad (11) 3074-1199 bermad.br@bermad.com

Clean Environment (19) 3794-2900 clean@clean.com.br

Conaut Controles (11) 97295-0972 saneamento@conaut.com.br

Digimat (11) 2936-4077 digimat@digimat.com.br

Digitrol (11) 98745-0811 vendas@digitrol.com.br

Etatron (11) 3228-5774 vendas@etatron.com.br

Fluid Brasil (11) 98162-2152 comercial@fluidbrasil.com.br

Fluid Feeder (11) 99938-6210 camila@fluidfeeder.com.br

Hidro Ambiental (19) 99813-8383 hidro@hidroambiental.com.br

Hidrômetro Deslocamento positivo Turbina

Medidores de Vazão

Pressão diferencial Área variável Mássico

Ultra-sônico Magnético

Orifício integral Bocal de vazão Medidor cônico Medidor cunha Placa de orifício Tubo venturi Medidor para dutos retangulares Tubo Pitot Rotâmetro Acoplamento magnético Turbina axial Mola e pistão Clamp on Intrusivo Beam Canal aberto Macromedidor Inserção (com ou sem válvula) Dosagem de produtos químicos Plástico com rosca Thermal Coriolis Doppler Tempo de trânsito

Outros produtos

Vortex (flangeado) Visor de fluxo Pitometria em campo Maleta para pitometria Medidor sem necessidade de trecho reto Sensor de fluxo Célula de carga Registrador Sonda portátil Medidor de nível de água Medidor tipo rotor (roda d´água) Medidor de nível e volume 3D Detector de gases

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Hidrometer (11) 99753-4159 contato@hidrometer.com.br

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Lao Indústria (11) 97120-5812 vendas@laosp.br

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Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 214 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Hydro, maio e junho de 2025. Este e muitos outros Guias HY estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/hydro e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.

Implantação de VRPs - válvulas redutoras de pressão

Maurício Yamada, Thiago Santim, Ricardo dos Santos e Antônio Mauro, da Restor; Itamar Pacheco de Albuquerque Junior, da Sabesp Unidade de Negócio Norte

O artigo apresenta experiências práticas sobre a utilização de VRPs em alças de reservatórios de água. Após a instalação de válvulas globo auto-operadas na saída de reservatórios, foram necessárias intervenções no projeto, que tornaram a alternativa viável no combate às perdas reais dos sistemas de abastecimento de água.

As perdas ocorrem em todas as estruturas de um sistema de abastecimento de água, podendo ser nas ações comerciais ou na captação e adução de água bruta, no tratamento, na reservação e na distribuição. As perdas não comerciais são denominadas físicas ou reais, as quais, neste contexto, correspondem ao volume de água produzido que não chega ao consumidor final devido a vazamentos.

A gerência eficaz dos recursos hídricos no Brasil é um fator importante que contribui para o combate da escassez de água nas principais capitais e, alinhada ao atual contexto da política nacional, contribui para a promoção e sustentação do novo marco legal do saneamento, conforme o Artigo no 11 da Lei 14026/2020, que remete à inclusão progressiva do controle de perdas [1].

Um dos principais métodos no combate às perdas reais no setor de abastecimento de água é o controle de pressões por meio da instalação de VRPs - válvulas redutoras de pressão, que podem ser do tipo globo. Ao diminuírem a pressão no sistema de abastecimento, reduzem a carga de

pressão nos pontos de vazamento, reduzindo, assim, as perdas de água. A relação de pressão e os vazamentos é estabelecida pelo modelo de FAVAD (Fixed and Variable Area Discharge). Quanto maior a pressão no sistema, maiores serão os vazamentos previstos nas redes de distribuição de água. As VRPs são equipamentos hidromecânicos, acionados hidraulicamente, que permitem regular a pressão a jusante, proporcionando a redução de vazão dos vazamentos. Sua utilização é recomendada em áreas onde as pressões médias estejam acima do estabelecido pela NBR 12218/2017, entre 100 KPa (aproximadamente 10 mca) de pressão dinâmica e 500 KPa (aproximadamente 51 mca) de pressão estática [2].

O funcionamento de uma VRP é realizado pela própria pressão da água a montante. Sendo assim, a água proveniente a montante do tubo passa por um filtro e, com a utilização de uma válvula piloto, realiza a regulagem da pressão da água, que movimenta o diafragma juntamente com o conjunto mecânico. Este é formado, dentre outros itens, por mola e obturador, realizando a movimentação para que

Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente
Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente

Automação

não haja perda de carga requerida na saída a jusante da VRP.

Objetivo

O objetivo deste trabalho é repassar as dificuldades e apresentar os ajustes realizados no projeto de automação do sistema de abastecimento de água potável com a aplicação das VRPs, do tipo globo, nas alças dos reservatórios de abastecimento de água, com o uso conjunto de controladores e irrigadores, nas obras realizadas da Sabesp Unidade de Negócio Norte - MN, em Santana, zona norte de São Paulo.

Materiais e métodos

Neste trabalho, os materiais utilizados foram:

• Dados históricos do número de ligações, das vazões distribuídas e micromedidas para o sistema de abastecimento de água da Sabesp, levantados pelo SGP - Sistema de Gestão de Perdas da Sabesp e pelo SNIS - Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento.

• Cadastro de redes e reservatórios disponibilizado pela Sabesp.

• Software de modelagem hidráulica.

Caracterização da área de estudo

O Setor de Abastecimento Santana compreende consumidores residenciais, comerciais, mistos e industriais. Possui índice de perdas elevado comparado aos demais setores da Unidade Norte devido às características físicas das redes de distribuição, ao tipo de ocupação urbana (densamente povoada) e possui baixa inci-

dência de áreas irregulares, reduzindo as incertezas entre perdas reais e aparentes.

Por meio da análise dos dados cadastrais da área do reservatório Santana, observa-se que a rede de distribuição se inicia em uma alça de 900 mm que alimenta duas alças de Zona Baixa (ZB), divididas em duas adutoras, uma de 550 mm e outra de 500 mm. Também faz parte do sistema uma Zona Alta (ZA) bombeada por um conjunto com inversor de frequência.

O reservatório possui capacidade de 15.300 m3, com altura de limite máxima de 3,4 m e mínima operacional de

Fig. 1 – Área da Zona Baixa do Reservatório Santana

0,7 m, construído em duas câmaras na cota 804 m.

O Setor de Abastecimento de Santana possui no total 58 mil ligações, sendo 26 mil ligações da ZB, que representam um consumo médio de 500 mil m3/mês (área compreendida pelo projeto). Na figura 1, fica demonstrada a área de atendimento da ZB do setor de Santana, uma área densamente povoada visto que essa área representa uns 6 km², ou seja, cerca 4160 lig/km².

Pátria(Sabesp)

A partir da análise dos condutos desse setor em conjunto com a modelagem hidráulica, foi possível chegar à conclusão de que o sistema de abastecimento é bem antigo e com restrição de capacidade hidráulica por conta de obstruções na área das tubulações.

Com o projeto da instalação das VRPs de alça, buscou-se melhorar a eficiência operacional do sistema, com macromedição e melhoria nas condições de abastecimento. O contrato teve início em maio de 2022, com prazo de 24 meses para implantação de todas as obras e ações de engenharia.

Resultados e discussão

A Zona Baixa do Setor de Abastecimento Santana não possuía nenhuma

forma de controle de abertura ou fechamento automatizado. Durante a noite, a adução cessava o abastecimento dos reservatórios às 23 horas e retornava às 3 horas.

A proposta inicial era utilizar as VRPs para melhorar o controle de abastecimento nas alças. Então, foram instaladas duas válvulas para o fechamento e abertura dos setores, sendo duas VRPs de 500 mm nas alças de 500 mm e 550 mm. Porém, em função da possibilidade de restrição no abastecimento, optou-se pelas multialças. Sendo assim, o abastecimento do setor ficou dividido em cinco alças: quatro de 500 mm e uma de 550 mm, conforme figura 2. Esta opção foi escolhida devido à vazão teórica de 1600 m3/h, podendo haver

Fig. 2 – Esquema final da implantação das VRPs na ZB - Santana
Rua Antonio Pereira de Souza (Sabesp)

Automação

perda de carga no caso da instalação de uma única VRP de 500 mm para abastecer todas as redes.

Na tabela I, segue o detalhamento da opção e esquema das VRPs e, na figura 3, o gráfico das vazões, após a implantação da macromedição.

Pelas análises do gráfico, é possível reparar que as vazões das alças não estão equilibradas; as maiores vazões encontram-se em VRPs de diâmetros menores. Ao estudar a tabela I integrada à modelagem hidráulica, verifica-se que a VRP Pereira 02 de 300 mm é a que encontra a maior vazão do setor, ou seja, existe uma possibilidade futura de equilíbrio de vazão entre os setores.

Durante o processo, houve dificuldade para realizar o fechamento e a abertura das válvulas devido à baixa pressão a montante, pois as pressões de operação recomendadas pelo fabricante são de no mínimo 10 mca.

Foi proposta então a retirada da mola de compressão da válvula, como visto na figura 4. O procedimento facilitou a movimentação, com a pressão variando de 1 a 8 mca, e não houve danos aos equipamentos.

Para o total funcionamento do sistema, foi necessária a instalação de irrigadores e ventosas, sendo que o normal é utilizar o irrigador para função de fechamento da válvula. Porém, no caso específico desse estudo, a maior dificuldade encontrada foi na abertura da válvula devido às baixas pressões provenientes do nível do reservatório.

Com base no exposto, para a válvula de 500 mm sujeita às menores pressões a montante, foi utilizada a câmara dupla da válvula, a qual

aproveita a pressão provinda da Zona Alta do setor para uso na automação da válvula, sendo feito um ramal direto da ZA para injetar no irrigador da câmara dupla.

Assim, para a abertura do sistema, conforme esquema apresentado pela figura 5, o irrigador (1) é programado para abrir na hora da abertura da válvula (03h00), enquanto o irrigador (2) fica no modo desligado. A água que vem da ZA entra na câmara inferior e força a abertura da válvula, diminuindo as perdas de carga, em conjunto com o controlador, que faz a abertura reti-

rando água para atmosfera pela câmara superior.

No momento do fechamento do sistema, o irrigador (2) é condicionado a abrir, jogando água para atmosfera, e o irrigador (1) se mantém fechado, esvaziando a câmara abaixo.

A figura 6 apresenta a VRP de 500 mm equipada com os irrigadores, ventosa e controlador. A vantagem desse sistema foi a possibilidade da abertura e fechamento em tempos escalonados, visando privilegiar os fluxos para os pontos críticos.

Conclusões

A instalação de VRPs em situação de alça requer um estudo aprofundado, pois a falta de pressão a montante pode inviabilizar a sua instalação. A realização de estudos com os fluxos e demandas é necessária, a fim de estabelecer o uso de várias alças em conjunto com uma rotina opera-

Fig. 4 – Retirada das molas (A)
Fig. 3 – Gráfico de vazões das VRPs implantadas
Antonio Pereira (2)
Antonio Pereira (1) Nova dos Portugueses
Voluntários da Pátria
Tab. I – Dados das VRPs de alça da Zona Baixa (ZB)

cional de escalonamen to no início e na parada do abastecimento.

As adaptações técni cas na válvula com reti rada da mola e uso de ir rigadores podem ser ne‑

cessárias, visto que ambos diminuem a perda de carga provocada pelo eixo mecânico da válvula. Cabe ressaltar tam bém a importância das VRPs com câma ra dupla, necessárias neste projeto para o auxiliar seu fechamento e abertura.

Referências

[1] Brasil. Marco Legal do Saneamento Lei no 14 026/2020. Disponível em: https://marcolegal. aguaesaneamento.org.br/entenda o marco legal/.

[2] Gonçalves E.; Lima, V.C. Controle de pressões e operações de válvulas reguladoras de pressão - Guias Práticos – vol. 4, cap. 4.2, 2015.

[3] Tsutyia, M.T. (Ed.). Abastecimento de água São Paulo: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2004. cap. 10.

Trabalho originalmente apresentado no 34º Encontro Técnico AESabesp/Fenasan - Congresso Nacional de Saneamento e Meio Ambiente, reali-

Fig. 5 – Modelo de instalação irrigador + controlador
Esquema para facilitar fechamento e abertura das válvulas

Aplicação de ultrassom no combate à eutrofização

A eutrofização pode causar diversos efeitos negativos ao corpo hídrico e à população, como o problema estético e recreacional, decorrente do crescimento excessivo da vegetação, maus odores e proliferação de mosquitos e insetos. Este trabalho faz uma revisão bibliográfica sobre o tema e avalia o uso da tecnologia de ultrassom para o controle das florações.

Os ambientes aquáticos estão sujeitos a uma série de perturbações ocasionadas por ações antrópicas, como o uso demasiado de fertilizantes na agricultura ou o lançamento de esgoto in natura. A eutrofização (figura 1) pode ser definida como um crescimento acelerado de algas causado pelo enriquecimento de nutrientes em um sistema, especialmente nitrogênio, na forma de nitratos (NO3-), e fósforo, na forma de fosfatos (PO3-), que resulta em diminuição dos níveis de oxigênio no corpo hídrico por meio de intensa atividade bacteriana. Nas últimas décadas, a eutrofização tornou-se um problema significativo para os corpos d’água superficiais em todo o mundo.

Os afloramentos de algas não são um fenômeno novo, pelo contrário, têm sido relatados desde tempos históricos. O aumento da frequência de monitoramento, conhecimento científico e comunicação, juntamente com novos métodos de identificação e quantificação de células e toxinas, levaram a uma detecção mais eficaz de florações e impactos que não são novos,

mas que antes passavam despercebidos ou eram subestimados.

O relatório de avaliação do Painel Intergovernamental para Mudanças Climáticas de 2019, referindo-se às florações marinhas e de água doce, concluiu que a ocorrência de florações, sua toxicidade e risco em sistemas naturais e humanos devem continuar a aumentar com o aquecimento e aumento de CO2 no século XXI.

Com o aumento do número de células de algas, o aporte de nutrientes no sistema pode estimular a decomposição da matéria orgânica e a depleção do oxigênio dissolvido, podendo provocar morte de organismos aeróbios, perda da qualidade cênica do ambiente e aumento nos custos do tratamento de água, caso seja um reservatório para abastecimento humano.

Em alguns casos de florações, pode ser observada a dominância de

Walison de Carvalho e Gabriel Hasegawa, da Sabesp
Fig. 1 – Floração de Nodularia spumigena na Baía de Farmington, EUA

cianobactérias. Esses microrganismos podem produzir toxinas e ter efeitos diretos sobre a saúde humana, provocando danos ao fígado, lesões na pele, diarreias, tontura, náuseas, taquicardia e até mesmo levar à morte.

Espera-se que as temperaturas em alguns ecossistemas atinjam níveis que causem estresse fisiológico significativo aos organismos aquáticos. Ao mesmo tempo, os níveis de oxigênio dissolvido no oceano têm diminuído desde meados do século XX. Essa tendência deve continuar ao longo deste século, pois as águas mais quentes reterão menos oxigênio dissolvido.

Em um ambiente lêntico e em estágio avançado de eutrofização, a capacidade de recuperação dos índices tróficos não ocorrerá apenas com a resiliência do próprio sistema. Por isso, o controle de nutrientes no meio hídrico é de grande importância para a manutenção da qualidade e biodiversidade do ambiente lacustre. Dentro desta temática, por estar em menor disponibilidade para a demanda algal em muitos ecossistemas aquáticos e pela possibilidade de ser diminuídas as concentrações limitantes mais facil-

mente que outros nutrientes, o fósforo tem sido foco para controle da eutrofização.

Outro fator para o controle da eutrofização é a supressão de nitrogênio, porém, esta ação é mais complexa, em decorrência da capacidade de fixação de nitrogênio atmosférico por algumas espécies de cianobactérias.

Este trabalho tem como objetivo realizar uma revisão bibliográfica sobre a eutrofização, apresentando as consequências da alteração do estado trófico em um corpo hídrico, bem como a utilização da tecnologia ultrassônica no combate às florações.

Eutrofização

A palavra eutrofização deriva do grego eutrofos, que significa bem nutrido, sendo utilizada pela primeira vez para indicar concentrações crescentes de fitoplâncton em lagos. Os primeiros relatos de eutrofização foram do Lago Zurique, na Suíça, no final de 1800, quando os cientistas detectaram a proliferação de novas espécies de cianobactérias e, poste-

riormente, a depreciação do oxigênio dissolvido em camadas mais inferiores das águas, causando o desaparecimento espécies de peixes e o surgimento de percas, que eram mais tolerantes à baixa concentração de oxigênio dissolvido.

Nas décadas de 1950 e 1960, foram realizados projetos de redução do lançamento de esgoto, e já na década de 1970 iniciou-se o processo de recuperação do Lago Zurique. Isto demonstra que a primeira etapa de mitigação e controle do processo de eutrofização está relacionada à redução das cargas de nitrogênio e fósforo e, neste sentido, conhecer o uso e ocupação do solo no entorno do reservatório pode ser um fator crucial na tomada de decisão. Na avaliação do uso e ocupação do solo, o uso de técnicas de sensoriamento remoto e geoprocessamento são reconhecidas como uma eficiente opção de monitoramento. Entre as técnicas, a classificação de forma automática ou semiautomática, por geoprocessamento, através do uso e estudo de imagens de satélites, configura-se como uma das mais reconhecidas e eficazes. A descarga de águas resi-

Tab. I – Principais toxinas produzidas por florações de algas

Toxina Espécie produtora Estrutura Efeitos à saúde

Irritante dérmico

Microcistina

Nodularina

Ciguatoxina

Ácido domoico

Saxitoxinas

Cilindrospermopsina

Anatoxina-a

duais, a agricultura e outras atividades antropogênicas geralmente superam os processos naturais e aumentam substancialmente as concentrações de NO3- e PO43-. De acordo com o USGS - United States Geological Survey, a produção de fósforo aumentou mais de 18 vezes desde 1940, e a de nitrogênio mais de seis vezes. Como uma parcela desses nutrientes inevitavelmente entram no ambiente aquático, o fluxo anual de nitrogênio descarregado nos oceanos quase dobrou e o de fósforo triplicou.

Anatoxina-a(s)

Lyngbya, Dolichospermum (Anaba-ena ), Aphanizome-nosn, Nodularia, Oscillatoria, Gloetrichia

Microcystis spp.

Nodularia ssp

Gambierdiscus toxicus

Pseudo-nitzschia spp

Diversos dinoflagelados e cianobactérias

Cilidrospermopsis, Aphanizomenon spp.; Dolichos-permum, Lygnbya sp

Dolichospermum, Oscilllatoria, Aphanizomenon, Cilindrospermun

Dolichospermuma, Aphanizomenon

Fonte: Adaptado da Organização Mundial da Saúde (2003)

Em muitos casos, ecossistemas aquáticos eutrofizados respondem bem às reduções de cargas externas, porém, em alguns ambientes, pode haver um atraso ou até ineficácia na recuperação da qualidade da água. Uma das razões para isso é o acúmulo de fósforo no sedimento, que pode retornar para a coluna d’água. Dessa forma, uma redução significante nas

Variada Reação alérgica por contato dérmico

Heptapeptídios monoclíclicos

Petapepitídeo cíclico

Inibição de fosfatases proteicas; hemorragia no fígado; promoção de tumores

Inibição de fosfatases de proteínas; tumores hepáticos

Éter policíclico Doença neurológica, gastrointestinal e cardiovascular

Ácido domoico

Trialquiltetrahid ropurina

Alcaloide derivado

Alcaloide

Intoxicação; perda de memória; danos cerebrais; e morte em casos graves

Neurotoxina. Bloqueio dos canais de sódio e cálcio em neurônios; paralisia muscular respiratória

Efeitos citotóxicos, hemotóxicos e neurotóxicos. Danos ao fígado, rins, timo e coração

Bloqueia a despolarização pós-sináptica

Organofosfato Inibidor irreversível da acetilcolineste rase

cargas externas, apesar de essencial, não é suficiente em alguns sistemas.

A eutrofização pode causar diversos efeitos negativos ao corpo hídrico e à população, podendo ser citados o problema estético e recreacional, decorrente do crescimento excessivo da vegetação, eventuais maus odores e proliferação de mosquitos e insetos. Com o bloqueio da luz solar pelas florações na superfície, o corpo hídrico pode apresentar condições anaeróbicas em determinadas profundidades, causando a

anaerobiose. Outro fator preocupante é a elevação do pH do corpo hídrico pela elevação da fotossíntese. Neste caso, a amônia que se apresenta na sua forma ionizada (NH4) é oxidada a NH3, a qual é tóxica para a vida marinha. Outra consequência da eutrofização consiste na floração de algas produtoras de toxinas, como algumas cianobactérias e dinoflagelados. Estas toxinas podem tornar as águas inseguras e até imprópria para consumo, irrigação e fins recreativos.

No Brasil, em 1996, cianotoxinas mataram 76 pessoas, devido à falha no sistema de filtragem de uma clínica de diálise.

Um estudo recente também detectou uma correlação significativa entre cianotoxinas e mortes por doenças relacionadas ao fígado nos EUA. Estudos demonstram que, atualmente, não há como prever quando uma proliferação de algas será prejudicial, porque nem todas as espécies presentes em florações produzem toxinas em todas as condições (tabela I).

A utilização do ultrassom no controle de florações

Vários processos físicos, químicos e biológicos têm sido desenvolvidos e empregados para remover e controlar a floração de algas em reservatórios.

Estes incluem algicidas, como o sulfato de cobre, agentes de capeamento

de sedimentos como o cloreto de cálcio, wetlands e biomanipulação com Daphnia simillis

O ultrassom tem atraído atenção por sua operação simples e fácil com baixo impacto nos ecossistemas e no meio ambiente. O ultrassom é a parte do espectro de ondas sonoras que varia de 20 kHz a 10 MHz. Na química, as ondas ultrassônicas são utilizadas para acelerar reações e processos físico-químicos, sendo produzidas por vibrações de piezeletricidade e magnetostrição. A onda ultrassônica reduz o crescimento de algas por destruição funcional das paredes celulares.

Estudos sugerem que para diferentes espécies de algas, existe a necessidade de diferentes frequências de operação para maximizar a inibição da floração. A figura 2 apresenta estudos de laboratório e de campo sobre o efeito da aplicação do ultrassom em algumas espécies de algas. As frequên-

cias utilizadas nos estudos foram principalmente na faixa de 20 - 1144 kHz. Enquanto os testes de laboratório usaram a ampla faixa de frequências, todos os testes de campo usaram frequências menores que 50 kHz, que podem ser consideradas relativamente baixas.

Para uma cianobactéria, uma longa duração de exposição levará a uma maior exposição aos efeitos de cavitação e eventualmente à lise celular, o que pode não ser desejável, pois pode levar à liberação de toxinas, como microcistina no caso da Microcystis aeruginosa. Porém, ao ser empregado o ultrassom em baixa frequência, baixa densidade e curta duração para o tratamento dos corpos hídricos contendo algas, pode ocorrer a autorrecuperação das vesículas de gás colapsadas; consequentemente, múltiplos tratamentos são necessários para evitar a recuperação de vesículas de gás.

Em baixas frequências, mas altas potências (20 kHz), a cavitação acústica leva principalmente a efeitos mecânicos, ou seja, altas forças de cisalhamento geradas podem levar à ruptura direta das células. Em frequências ultrassônicas baixas, menos radicais

Fig. 2 – Principais espécies de algas estudas no controle de floração por ultrassom

Algas

são produzidos do que em frequências mais altas e, portanto, os danos químicos às células são pequenos. Em altas frequências (580 kHz) com potências médias, a energia de colapso da cavitação é menor do que em baixas frequências, levando a menos danos mecânicos diretos por forças de cisalhamento.

Estudiosos examinaram a influência de diferentes parâmetros de irradiação ultrassônica durante a remoção de florações. No entanto, eles se concentraram apenas nos efeitos dos fatores ultrassônicos na remoção de algas em experimentos únicos de tratamento, tentando obter a melhor combinação de parâmetros, não estudando o efeito contínuo de múltiplos tratamentos ultrassônicos na remoção de algas. Estudos anteriores mostram uma tendência de frequências e densidades mais altas serem mais eficazes para inibir cianobactérias do que frequências e densidades mais baixas. No entanto, o ultrassom de frequência mais alta diminui mais rapidamente com a distância, e densidades mais altas consomem mais energia e são menos econômicas.

O tratamento ultrassônico é considerado uma estratégia verde para remediação ambiental, pois emprega energia sonora sem a necessidade de agentes químicos. Durante a sonicação, bolhas minúsculas são geradas e, em seguida, colapsam após vários ciclos de rarefação/compressão (cavitação acústica). Os colapsos levam a temperaturas e pressões extremamente altas dentro da fase gasosa das bolhas e, consequentemente, produzem múltiplas formas de efeitos físicos, como ondas de choque intensas, altas forças de cisalhamento, microjatos líquidos e efeitos químicos com radicais oxidantes fortes, como os radicais hidroxila. Com base nesses efeitos especiais, as técnicas de ultrassom têm sido extensivamente investigadas como uma alternativa promissora nas áreas de reações químicas, limpeza e recuperação.

Considerações finais

Para um controle eficaz de florações de algas em aplicações de campo, é importante determinar parâmetros operacionais apropriados, como frequência, intensidade e duração, com base em

vários ensaios de laboratório, incluindo a identificação de espécies de algas alvo. Embora a eficiência do ultrassom para o controle de algas em larga escala ainda seja discutível, trata-se de uma técnica que apresenta vários aspectos positivos quando comparada com outras tecnologias para o controle de eutrofização.

O primeiro ponto positivo é em relação ao equipamento: compacto e simples, pode ser utilizado para a remoção de algas em uma área ampla. Em segundo lugar, o consumo energético é baixo quando comparado a outras tecnologias de tratamento. Por último, é um sistema de limpeza que não gera resíduos ou subprodutos, ao contrário de tratamentos químicos.

Devido à limitação de espaço, este artigo foi resumido e adaptado. O trabalho original pode ser acessado nos anais eletrônicos do Encontro Técnico AESabesp/Fenasan 20-24, com o título: O emprego da tecnologia de ultrassom no combate à eutrofização.

Guia de filtros-prensa

Essenciais no tratamento de água e lodos, bem como em processos industriais, os filtros-prensa promovem uma separação eficiente entre a fase líquida e a sólida, com a consequente redução no uso de produtos químicos e energia em etapas posteriores do processo. Veja quem fornece esses equipamentos no levantamento inédito a seguir.

Empresa/ Telefone/ E-mail

Águas Claras (48) 99649-8512 loja@aguasclarasengenharia.com.br

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(*) A empresa procura por representante para o Brasil

Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 43 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Hydro, maio e junho de 2025. Este e muitos outros Guias HY estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/hydro e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.

OLaje e berço em EPS para sistemas de esgotamento sanitário

O trabalho mostra a aplicação de um sistema de laje e berço em EPS – Poliestireno Expandido como alternativa ao produzido em concreto armado para suporte no assentamento de tubulações de esgotamento sanitário.

Rogério José Osti, da Sabesp

assentamento de redes coletoras tem se mantido o mesmo ao longo do tempo para a implantação do sistema de esgotamento sanitário.

O método construtivo para a implantação de uma rede de esgotamento sanitário, após a escavação da vala, escoramento e rebaixamento do lençol freático, passa pela regularização do fundo da vala para a medição e alinhamento das cotas que definirão, conforme projeto, a profundidade e a declividade. Uma estrutura pré-moldada de concreto armado constitui a laje e o berço para o assentamento da tubulação sobre a porção superior, proporcionando o suporte e o alinhamento da rede.

Este método de assentamento atende ao propósito a que se dispõe, porém apresenta algumas desvantagens e limitações. Nesse cenário, a oportunidade da substituição da laje e berço pré-moldada de concreto armado pela fabricada em EPS – Poliestireno Expandido.

O peso elevado das peças em concreto torna o ritmo de trabalho na obra moroso e aumenta os riscos de acidentes. Além disso, causa dificuldades

Materiais e metolodogia

O EPS é um plástico celular rígido, resultante da polimerização do estireno em água. A solução é composta por pérolas de até 3 mm, que se destinam à expansão. No processo de transformação, essas pérolas aumentam o seu tamanho natural em até 50 vezes via vapor, fundindo-se e moldando-se em diversas formas.

em futuras intervenções de manutenção e implantação das ligações de esgoto, pois há a necessidade de romper o berço com britadeiras e ferramentas pesadas para a instalação de peças específicas.

No preço final da implantação, as lajes de concreto apresentaram custos mais altos devido à estocagem, transporte, movimentação e instalação. O sistema de laje e berço em EPS é uma boa opção, salvaguardando a estabilidade da rede coletora de esgotos em relação ao nível e o alinhamento.

Expandidas, as pérolas apresentam volume composto por até 98% de ar e apenas 2% de poliestireno. Em 1 m³ de EPS expandido, por exemplo, existem de 3 a 6 bilhões de células fechadas e cheias de ar. Como resultado, os produtos de EPS são inertes e não contaminam o meio ambiente.

A fabricação de produtos em EPS segue as especificações da NBR 11752 – Materiais Celulares de Poliestireno para Isolamento Térmico na Construção Civil. O sistema de laje e berço em EPS tem potencial para ser utilizado em praticamente todas as infraestruturas construtivas de sistemas de esgotamento sanitário.

Os empregados da Sabesp desenvolveram, baseados nos brinquedos de peças encaixadas, o encaixe para

Fig. 1 – Ligação do esgoto com instalação do selim

ENTREGANDO QUALIDADE E TECNOLOGIA EM FILTRAÇÃO

Eficiência e confiabilidade em seu processo

Tamanhos de 400x400 mm até 2000x2000 mm

Material das placas: Polipropileno | Alumínio | Ferro fundido (FoFo)

Tipos de placas: Câmara de recesso | Membrana de insuflamento | Quadro/placa

Automatização parcial ou total

Customização: À prova de explosão | Estrutura revestida em polipropileno | Inox

Produção verticalizada, com testes técnicos personalizados

Desidratação de até 92% de concentração de sólidos

Baixo custo operacional e mínima manutenção

Outros serviços:

•Adequação NR12

•Retrofit

•Locação

Conexão

a laje e berço em EPS. A solução foi aplicada, de forma experimental, no sistema de esgotamento sanitário de uma rua transitável em Bertioga, SP, sendo desenterrada depois de 30 dias para vistoria feita por testes visuais. Também foram realizadas provas dimensionais para avaliar a integridade das peças.

Resultados

O teste de aplicabilidade foi estruturado com dois poços de visita assentados a uma distância de 6 m de um ponto para o outro, com uma profundidade de 2,5 m. Após o nivelamento e apiloamento do fundo da vala, foi lançado um lastro de brita apiloado manualmente com o uso de soquetes. Com o sistema de laje e berço em EPS assentado, nivelado e alinhado, foi aplicado um tubo de PVC de 150 mm (figuras 1, 2 e 3).

Após a checagem do nivelamento, teve início o reaterro da vala, com o aterro entre as paredes e o sistema de laje e berço em EPS em ambos os lados até atingir a altura dos berços. Com isso, foi promovido o apiloamento manual do solo de maneira alternada em ambos os lados, tomando o cuidado para não desalinhar o tubo. Tal metodologia foi repetida até o aterro completo da vala, com processo mecânico na camada final de 1 m.

O custo do m³ do EPS é competitivo comparado ao do concreto usinado e da argamassa industrializada. A repetitividade e controle são garantidos por processos construtivos computadorizados que garantem a homogeneidade e qualidade das peças.

O sistema de laje e berço em EPS é 100% reciclável e reaproveitável,

inerte, inodoro e atóxico, não causa danos à camada de ozônio e não gera riscos à saúde ou ao meio ambiente. Outra vantagem é que fungos e bactérias não proliferam no EPS. Em virtude do baixo peso por peça de 1 m, quando comparado com as peças de concreto armado, ocorre um ganho de produtividade no assentamento de aproximadamente 30%.

Fig. 2 – Manuseio do sistema de laje e berço em EPS
Fig. 3 - Implantação de rede de esgotamento sanitário com o sistema de laje e berço em EPS

Práticas de ESG –Meio Ambiente, Social e Governança que as empresas de saneamento precisam cumprir, bem como os desafios da universalização, justificam a necessidade do aprimoramento de técnicas usuais de aplicabilidade para facilitar e viabilizar o cumprimento das metas.

O sistema de laje e berço em EPS tem sido aplicado pela Sabesp na implantação e substituição de redes de esgotamento nos municípios de Guarujá, Cubatão e Praia Grande (figuras 4 e 5), bem como na implantação de sistemas de esgotamento sanitário nas cidades do Litoral Norte de São Paulo.

Conclusão

A implantação do sistema de laje e berço em EPS traz uma inovação que abrange, de forma significativa, diversos aspectos da cadeia multidisciplinar de empresas de saneamento.

O estudo proporciona uma inovação perante o tradicional concreto armado estrutural. É possível que estejamos diante de uma nova revolução, como a ocorrida na mudança dos tubos de ferro fundido para os soldáveis em PEAD – Polietileno de Alta Densidade.

A forma como as equipes receberam o sistema de laje e berço em EPS proporcionou uma melhora na qualidade e agilidade dos serviços de assentamento de tubulação nos sistemas de esgotamento sanitário.

Quanto aos pontos negativos, é preciso citar a resistência do material,

que traz uma possível desconfiança se realmente se prestam ao papel desenhado, e a baixa concorrência. Acreditamos, porém, que tais aspectos possam se converter em ganhos no futuro.

Ademais, seria importante desenvolver e ampliar os fundamentos e aplicações do sistema de laje e berço em EPS não somente para fundamentar este trabalho, mas também para outros serviços dentro do saneamento ambiental.

Fig. 4 - Armazenamento do sistema de laje e berço em EPS
Fig. 5 - Rede de esgoto em Praia Grande

Produtos

Calibrador de pressão

A linha de calibradores de pressão 729 Pro, da Fluke, é capaz de iden tificar, controlar e docu mentar a pressão automaticamente, com ape nas um equipamento e em 90 segundos. Disponível nas versões 729 Pro 4M e 729 Pro 7M, com faixas de pres são de cerca de 40 e 70 bar, respectivamente.

Site: https://www.fluke.com/pt-br

Inversor de frequência

O Grundfos CUE é um in versor de frequência para motores de 560 kW que oferece eficiência energética, economia de custos e sus tentabilidade. A solução re duz as emissões de carbono e a velocidade da bomba de forma inteligente, diminuindo

o consumo de energia. Fabri cado pela Grundfos.

Site: https://www.grundfos.com/br

Medidor com relojoaria eletrônica

A Saga Medição comercializa o Medidor com Relojoaria

Eletrônica. O modelo desta‑ ca se pelo I DM – Índice de Desempenho Metrológico de 98%, garantindo preci são na medição de água com início de movi mento a partir de 2,5 L/h. Apresenta saída pulsada incorporada.

Site: https://sagamedicao.com.br/

Fios encapados para bobinados submersos

Tubo de PEAD

A Voltson Brasil, distribuidora exclusiva da Voltson Índia, fornece a linha Aqua Grip de fios encapados para bo‑ binados submersos, com condutores protegidos com três camadas de isolamento, incluindo fita Mylar, BOPP branco e BOPP transparente. Utilizam cobre eletrolítico com pureza mínima de 99,95%, proporcionando alta resistên cia dielétrica e de isolamento, e podem suportar tempera‑ turas de trabalho contínuas de 90ºC e até 120ºC por curtos períodos.

Site: https://voltsonbrasil.com.br/

Bombas centrífugas

A Omel, desenvolvedora de bombas centrífugas do tipo em linha (in line), fornece

os modelos da série UND/ II-IL, que derivam das centrí fugas da série UND e aten dem às normas ANSI/ASME B 73.2 para centrífugas verticais de montagem em linha usadas para processos químicos. Possuem capaci dade de até 350 m3/h, altu ra manométrica total de até 210 m e rotação máxima de 3600 rpm. Apresenta manu tenção simplifi cada pois não é necessá rio des conectar a bomba da tubu lação. Distribuída com exclu sividade pela Vallair.

Sites: www.vallair.com.br e www.omel.com.br

Sistema de filtro

O Passive Intake, da John son Screens, é um sistema de filtro de capacitação passiva que proporciona captação initerrupta de água, lagos, rios e oceanos. A so lução não demanda tempo

de inatividade para limpeza ou manutenção de rotina e é projetada sob medida de acordo com o ambiente em que será instalada.

Site: www.johnsonscreens.com

O KANAWEHOLITE, da Ka naflex, é um tubo fabricado em PEAD – Polietileno de Alta Den sidade em diâ metros de até 3 m. O produto conduz grande vo‑ lume de líquido, tem baixa rugosidade na parede in‑ terna, elevada resistência à abrasão, compressão dia‑ metral e impacto.

Site: www.kanaflex.com.br

ETE compacta

A ETE Compact, desenvol‑ vida pela Prominas em par ceria com a E Água, combina eficiência, durabilidade e flexibilidade em um sistema

modular capaz de atender até 5 mil habitantes. O pro‑ cesso, por ser aeróbio, eli‑ mina odores. Já a eficiência é alcançada pelo uso de biomídias de alta perfor mance. Construída em aço inoxidável, a solução tem uma vida útil estrutural su perior a 20 anos e oferece sistemas plug and play que simplificam a instalação.

Site: www.prominasbrasil.com.br

Expansão – O Instituto Trata Brasil, em parceria com a EX Ante Consultoria, divulgou o estudo Benefícios Econômi cos da Expansão do Saneamento em Alagoas, que analisa o potencial trans formador da universalização dos servi ços de saneamento para o desenvolvi mento do estado. A pesquisa considera as perspectivas de universalização dos serviços até 2040 e projeta o legado dessa conquista para as futuras gera ções alagoanas. Entre 2023 e 2040, os benefícios devem alcançar R$ 22,231 bilhões, sendo R$ 11,991 bilhões de benefícios dire tos (renda gerada pelo investimento e pelas atividades de saneamento e impostos sobre consumo e pro dução recolhidos) e de R$ 10,240 bi‑ lhões devido à redução de perdas as sociadas às externalidades. Além disso, haverá um movimento crescente de geração de emprego e renda durante a fase de expansão das redes e a estabili zação num patamar de 13,2 mil postos de trabalho na região. Com 72 páginas, o estudo completo pode ser acessado pelo link: https://abrir.link/IEWmJ.

Gestão – A Assemae – Associação Nacional dos Serviços Municipais de Sa neamento disponibilizou os três tomos

da obra A Gover nança nos Serviços Municipais de Água e Esgoto: Uma Visão Estrutu‑ rada para o Século XXI, de Waldo Villani Júnior. Nos livros, o autor traz uma abordagem aprofundada sobre governança, planeja mento e inovação na gestão dos serviços municipais de saneamento, consideran do os desafios e oportunidades do sé culo XXI. As três publicações podem ser baixadas gratuitamente pelo site: https:// abrir.link/cAOcI.

Publicações

ferramentas e dicas para auditores, técnicos de órgão ambiental ou futu ros profissionais da área. Editora Letra Capital (https://abrir.link/vjSmH), 128 páginas.

Auditoria – O livro Auditoria Ambiental com Valor, de Geraldo André Thurler Fontoura e Luiz Carlos de Martini, é recomen dado para aqueles que pretendem aumentar a utilidade da auditoria ambiental, seja de con formidade legal, de sistema de gestão ambiental ou de outros tipos. Na obra, o leitor encontrará informações, métodos,

Reúso de efluentes – A FIEA – Fede ração das Indústrias do Estado de Ala goas disponibilizou o estudo Reúso de Efluentes para Abastecimento Indus trial: Avaliação de Oferta e da Deman da no Estado de Alagoas. O projeto, resultado de uma parceria entre a CNI – Confederação Nacional da Indústria, a FIEA e o Governo do Alagoas, tem como objetivo encontrar soluções sustentáveis para o uso da água no setor industrial. A pesquisa avalia a oferta e a demanda de efluentes tratados para abastecimento industrial, reduzindo a dependência de recursos hídricos con vencionais e garantindo práticas mais sustentáveis. Empresas de saneamento e órgãos ambientais estaduais também participam da iniciativa. Com 160 pági nas, a obra pode ser baixada na íntegra pelo site: https://abrir.link/cHYeq.

Índice de anunciantes

Saneamento em Pauta

Oestudo hidráulico desempenha um papel fundamental no desenvolvimento de obras estruturantes voltadas à universalização do saneamento básico, garantindo eficiência e sustentabilidade nos projetos.

Há muitos anos ultrapassamos a condição de realizar estudos hidráulicos com equações e cálculos manuais que os engenheiros aprenderam nas universidades. Ao dominar algoritmos para facilitar os cálculos, os engenheiros colocaram as equações de balanço de massa e energia nos computadores para conhecer os resultados mais rapidamente e descobriram, na modelagem hidráulica, a forma de encontrar as melhores soluções de uma forma mais ágil.

A modelagem hidráulica possibilita o dimensionamento de redes e grandes estruturas de saneamento que otimizam os recursos financeiros, ambientais e sociais para concepções assertivas no menor tempo de execução possível.

Mas as grandes operadoras de saneamento vão além das concepções para projetos e obras ao aplicar as ferramentas de modelagem hidráulica em todo o ciclo de vida do ativo instalado. A modelagem hidráulica usada em sistemas de abastecimento existentes oferece soluções otimizadas para ajustes nas condições operacionais e de manutenção. Além de minimizar a falta de abastecimento, essa abordagem viabiliza a otimização proativa de estações de bombeamento, a recuperação de energia em linhas de distribuição e a

redução de perdas físicas de água, proporcionando diversos ganhos em eficiência operacional.

Os softwares utilizados em modelagens hidráulicas trazem ferramentas prontas para o uso e análise dos resultados, facilitando interpretações e ganhando tempo do engenheiro modelador. Considerando que o cálculo é rápido e facilitado, é possível simular diferentes alternativas de soluções e recomendar a mais viável.

O maior desafio da modelagem hidráulica reside na perspicácia e experiência do modelador em utilizar as ferramentas na montagem de seu modelo hidráulico. Qualquer descuido na qualidade da montagem desse modelo pode levar o software a emitir resultados que podem ser bem imprecisos quando a solução for implantada, com o agravante da utilização de mais recursos que o necessário. Além disso, em um sistema existente, há outras fases que são a calibração e a validação do modelo hidráulico. Todas as etapas exigem cautela e conhecimento para que o modelo represente um sistema de abastecimento de água ou esgotamento sanitário de forma sintética, mas que reflita na vida real exatamente os resultados encontrados nos cálculos do software.

No entanto, considerando que o Brasil não se preocupou em manter engenheiros formados, motivados e capacitados para projetar, construir, operar e manter diversas infraestruturas, e que convive com um déficit expressivo estrutural no setor de saneamento, partir para uma ação que exige modeladores

hidráulicos preparados passou a ser um grande desafio.

Na ausência de profissionais qualificados, pode valer tudo e, portanto, pagamos o preço do imediatismo e da precariedade de serviços. Como o preço é diretamente proporcional aos custos envolvidos, soluções alternativas e expertise trarão novas demandas com ajustes antes das implantações para não comprometer aspectos sociais como saúde, meio ambiente e, consequentemente, a qualidade de vida como um todo.

No nosso caso, é preciso acrescentar os custos relacionados à implantação do marco legal do saneamento, capazes de alterar significativamente boa parte dos protocolos vigentes e, obviamente, seus planos e execução.

A AESabesp, como uma organização promotora de conhecimento, tem estimulado e realizado cursos de qualificação, além de eventos como o Encontro Técnico AESabesp e Fenasan - Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente. Ao realizar tais ações, fomenta a inovação, a tecnologia e a divulgação de diversos temas da Engenharia com o objetivo de contribuir para o aperfeiçoamento do saneamento, de seus associados e dos profissionais que atuam no setor.

Viviana Borges é Diretora da AESabesp, engenheira especialista em saneamento básico, mestre e doutoranda no tema de Modelagem Hidráulica.

Esta seção é dedicada a reflexões sobre o setor de saneamento no Brasil e seus desafios. Os artigos são elaborados pelo Corpo Diretivo das principais entidades de saneamento do país.

Viviana Borges, Diretora da AESabesp

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