16
Hydro • Janeiro/Fevereiro 2022
Especial
Digitalização das empresas de saneamento Sandra Mogami, da Redação da Hydro
E Tecnologias como IoT – Internet das Coisas e computação em nuvem estão fomentando o desenvolvimento de plataformas digitais voltadas para a análise e gestão de dados em tempo real. Um dos segmentos mais promissores é o de saneamento. As novas ferramentas podem reduzir os custos de investimento e operação de uma companhia de água e esgoto, além de elevar a eficiência e produtividade.
m um país em que apenas 54% dos brasileiros aproximadamente têm acesso à coleta e tratamento de esgoto, os desafios da digitalização das redes e estações são ainda maiores. A infraestrutura precisa ser ampliada para cumprir as metas de universalização e as plantas existentes modernizadas. As novas ferramentas digitais podem ajudar nesse sentido. “Os aplicativos e serviços digitais são fatores-chave para o gerenciamento de todo o processo. Fornecem maior transparência e ajudam a identificar o potencial de otimização. As soluções permitem que uma parte maior da população seja atendida com a mesma quantidade de recursos hídricos, ou até menos”, diz Pablo Garcia Fernández, Engenheiro de Desenvolvimento de Negócios para o mercado de Água e Saneamento da Siemens. Em obras novas, ferramentas como a simulação e modelagem em mundo virtual (gêmeos digitais) reduzem de forma significativa os custos durante a fase de construção. “Quando plantas ou sistemas de distribuição e coleta estão sendo planejados, a combinação de dados da engenharia da planta e automação permite sequências de trabalho paralelas. Isso reduz a duração do projeto e, ao mesmo tempo, melhora sua qualidade”, diz Fernández. Graças à integração de planejamento, engenharia e operação,
os dados adquiridos durante a fase operacional podem ser reutilizados e complementados com as informações operacionais mais recentes. Já para plantas existentes, como seus dados de planejamento geralmente não estão disponíveis em formato digital ou estão incompletos ou desatualizados, com o uso de ferramentas apropriadas, conjuntos de dados grandes e não estruturados podem ser lidos em uma estrutura uniforme e verificada. De acordo com José Eduardo Garbin de Oliveira, Especialista em Vendas da Divisão de Drives da Danfoss do Brasil, o que já tem sido feito para tornar as plantas de saneamento mais preparadas para serem digitalizadas é a automação das estações de tratamento de água e esgoto por meio da implementação de drives dedicados, telemetria e sistema de supervisão para controlar as operações. “Esta etapa é muito importante, mas é preciso avançar na digitalização para controlar as operações das plantas via Internet e em tempo real”, diz. Também é preciso implementar em larga escala o controle do processo com PID ao invés do tradicional “on/ off”. “Ainda hoje é comum haver intervenção humana para fazer as leituras e controlar o acionamento, desligamento e variação de velocidade dos equipamentos manualmente”, afirma Oliveira. O novo marco do saneamento deve incentivar a modernização das plantas.