FotoVolt | Outubro 2023

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Notícias 8

Manutenção 26 Corrosão de estruturas em UFVs devida à aplicação de herbicidas O controle de vegetação não cultivada com uso de herbicidas à base de glifosato pode impactar a vida útil das estruturas metálicas das usinas fotovoltaicas, acelerando o processo de corrosão do aço galvanizado. O artigo propõe alternativas para evitar o problema.

Guia 1 32 Sistemas de monitoramento e gestão de energia fotovoltaica O levantamento reúne as soluções oferecidas por 16 empresas, detalhando os parâmetros monitorados e suas características, descritos pelos próprios fornecedores.

Transição energética 38 H2 para armazenamento de energia: aplicações, normas e conexão com a rede elétrica A implementação bem-sucedida do armazenamento de hidrogênio tem de vencer desafios associados à produção, armazenagem e conversão, além de observar as normas de segurança e transporte. O artigo revisita conceitos e aborda a integração do hidrogênio no setor elétrico.

Guia 2 50 Limpeza de módulos fotovoltaicos – Equipamentos e serviços Um retrato da oferta de prestadores de serviço de limpeza e de fornecedores de máquinas para a finalidade, nacionais e estrangeiros, com as especificações dos equipamentos.

Projeto 54 Softwares para cálculo de estruturas metálicas para sistemas FV Em usinas solares fotovoltaicas, a escolha do software para dimensionar as estruturas influencia diretamente nos resultados dos cálculos. O artigo descreve e compara os softwares de análises por elementos finitos e os de análise estrutural.

Pesquisa e capacitação 58 Parceria entre empresa e universidade vai testar e elaborar tecnologias FV Mackenzie e Huawei inauguram laboratório para ensaios de segurança em inversores e usina solar para produzir modelos de predição de geração de energia baseados em inteligência artificial. A iniciativa também estrutura treinamentos de bombeiros e cursos para estudantes.

Guia 3 62 Estacas de fundação para usinas fotovoltaicas Conheça a oferta de empresas do mercado nacional, relativa a estacas metálicas de diferentes perfis e estacas pré-fabricadas de concreto, com as principais características desses produtos

Veículos elétricos 64 Pesquisa & inovação 68 Agenda 70 Produtos 72 Publicações 73 Índice de anunciantes 73 Solar FV em foco 74

Capa Helio Bettega, com fotos de NewAfrica (Depositphotos) e Cherezoff (Shutterstock) As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as adotadas por FotoVolt, podendo mesmo ser contrárias a estas.

Sumário

Carta ao leitor 6


Por que Solis? Solis Confiabilidade Primeira fabricante de inversores que passou no teste de confiabilidade de inversores da (Ex-parte da DNV-GL) Solis Bancabilidade Listado pelos principais bancos e instituições financeiras dos EUA, incluindo BoA, JP Morgan Chase, Mosaic, Sungage Financial, Dividendos, Sunlight Financial, etc. Solis Serviço A Solis vai além com os especialistas em inversores do país, comprometidos com o seu sucesso: o serviço sem complicações, fornecido por técnicos locais, disponível por telefone e on-line, o novo suporte pós-venda em três etapas da Solis define a excelência do serviço. Solis History Fundada em 2005, Solis (Código de valores mobiliários: 300763.SZ) é um dos maiores e mais antigos fabricantes de inversores solares. Combinando uma supply chain global com recursos de P&D e fabricação de classe mundial, a Ginlong otimiza seus inversores Solis para cada mercado regional, atendendo e apoiando seus clientes com sua equipe de especialistas locais.


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Carta ao leitor

Uma parceria a bem do progresso pessoal e coletivo Mauro Sérgio Crestani, Editor

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medida da importância das publicações especializadas se dá hoje, em grande medida, pela utilidade que seu conteúdo tenha para o leitor. Em outros tempos, as revistas ditas “técnicas”, mesmo as mensais, tinham entre suas funções a de informar seu público, não raro em primeira mão, sobre os acontecimentos do cotidiano do segmento a que se dedicava (por exemplo, o de instalações elétricas), como os movimentos das empresas, lançamentos de produtos e outros sucessos. Isto porque os veículos de jornalismo de interesse geral, então como agora, não podiam debruçar-se rotineiramente sobre o universo específico de um determinado público. Hoje, com a grande afluência das redes sociais, os acontecimentos do dia a dia das comunidades técnico-empresariais estão ao alcance de todos em tempo real. O problema modificou-se bastante: em vez de carência de informação, suprida com galhardia pelos veículos segmentados, temos o excesso, e além do mais revestido de toda sorte de interpretações a serviço de agendas diversas, para o bem e, infelizmente, também para o mal ― uma realidade, aliás, cada vez mais presente desde quando alguém decidiu que, para “informar”, não é mais necessário ter registro profissional, ou personalidade jurídica, ou seguir códigos de conduta. Não é preciso nem mesmo ser uma pessoa real. Mas essa é outra discussão. A cobertura do cotidiano do setor de energia solar fotovoltaica, nos seus aspectos mercadológicos, institucionais e legais, continua sendo uma das frentes de atuação de FotoVolt, até porque a revista já nasceu na era digital, há oito anos, sendo hoje bastante ativa no mundo da informação eletrônica e das redes sociais. Na edição mensal, procuramos compensar uma eventual “falta de atualidade” com o máximo de contexto possível, para modestamente colaborar no alinhavo das opiniões. Mas a vocação mesma da nossa edição mensal é a prestação da informação técnica aprofundada e, sobretudo, útil. Seja isso na forma de artigos produzidos exclusivamente para a revista por profissionais renomados em suas especialidades, dos quais há nesta edição excelentes exemplos. Seja por meio de pesquisas e guias de compras, detalhando características da oferta de produtos e serviços e encurtando o caminho entre fornecedor e cliente, e destes temos aqui também bons exemplares. Seja, ainda, com reportagens diversas acerca de acontecimentos marcantes do setor de energia solar (como a recentemente publicada cobertura da Intersolar South America 2023), ou relatando iniciativas de envergadura de empresas e instituições, a exemplo da matéria assinada aqui por Jucele Reis. É com entusiasmo de principiantes que todo mês colocamos a circular uma nova edição de FotoVolt. No fim, fica patente que uma boa relação como a da revista com seu público não depende de muito mais do que de honestidade, responsabilidade e senso de dever. E, claro, vontade de contribuir para o desenvolvimento do segmento solar e de seus profissionais. Obrigado pela parceria.

Diretores: Edgard Laureano da Cunha Jr., José Roberto Gonçalves e José Rubens Alves de Souza (in memoriam) REDAÇÃO Editor: Mauro Sérgio Crestani (jornalista responsável – Reg. MTb. 19225) Redatora: Jucele Menezes dos Reis PUBLICIDADE Gerente comercial: Elcio Siqueira Cavalcanti Contatos: Eliane Giacomett – eliane.giacomett@arandaeditora.com.br; Ivete Lobo – ivete.lobo@arandaeditora.com.br Pricilla Cazarotti – priscilla.cazarotti@arandaeditora.com.br Tel. (11) 3824-5300 REPRESENTANTES BRASIL: Interior de São Paulo: Guilherme Freitas de Carvalho; cel. (11) 98149-8896; guilherme.carvalho@arandaeditora.com.br Minas Gerais: Oswaldo Alípio Dias Christo – R. Wander Rodrigues de Lima, 82 - cj. 503; 30750-160 Belo Horizonte, MG; tel./fax (31) 3412-7031; cel. (31) 99975-7031; oadc@terra.com.br Paraná e Santa Catarina: Romildo Batista – R. Carlos Dietzsch 541, cj 204, bl. E; 80330-000 Curitiba, PR; tel. (41) 3209-7500 / 3501-2489; cel. (41) 9728-3060; romildoparana@gmail.com Rio de Janeiro: Guilherme Freitas de Carvalho; cel. (11) 98149-8896; guilherme.carvalho@arandaeditora.com.br Rio Grande do Sul: Maria José da Silva – Tel. (11) 2157-0291; cel. (11) 98179-9661; maria.jose@arandaeditora.com.br INTERNATIONAL ADVERTISING SALES REPRESENTATIVES: China: Hangzhou Oversea Advertising – Mr. Weng Jie – 55-3-703 Guan Lane, Hangzhou, Zhejiang 310003; tel.: +86-571 8706-3843; fax: +1-928-752-6886 (retrievable worldwide); jweng@foxmail.com Germany: IMP InterMediaPartners – Mr. Sven Anacker – Beyeroehde 14, 42389 Wuppertal; tel.: +49 202 27169 13; fax: +49 202 27169 20; www.intermediapartners.de; sanacker@intermediapartners.de Italy: Quaini Pubblicità – Ms. Graziella Quaini – Via Meloria 7 – 20148 Milan; tel.: +39 2 3921 6180; fax: +39 2 3921 7082; grquaini@tin.it Japan: Echo Japan Corporation – Mr. Ted Asoshina – Grande Maison Room 303; 2-2, Kudan-kita 1-chome, Chiyoda-ku, Tokyo 102-0073; tel: +81-(0)3-3263-5065; fax: +81-(0)3-3234-2064; aso@echo-japan.co.jp Korea: JES Media International – Mr. Young-Seoh Chinn – 2nd fl, Ana Building, 257-1, Myungil-Dong, Kandong-Gu, Seoul 134-070; tel: +82 2 481-3411; fax: +82 2 481-3414; jesmedia@unitel.co.kr Switzerland: Rico Dormann – Media Consultant Marketing Moosstrasse 7, CH-8803 Rüschlikon; tel.: +41 44 720-8550; fax: +41 44 721-1474; dormann@rdormann.ch Taiwan: Worldwide Services Co. – Ms. P. Erin King – 11F-2, No. 540 Wen Hsin Road, Section 1, Taichung, 408; tel.: +886 4 2325-1784; fax: +886 4 2325-2967; global@acw.com.tw UK (+Belgium, Denmark, Finland, Norway, Netherlands, Norway, Sweden): Mr. Edward J. Kania – Robert G Horsfield International Publishers – Daisy Bank, Chinley, Hig Peaks, Derbyshire SK23 6DA; tel. +44 1663 750 242; mobile: +44 7974168188; ekania@btinternet.com USA: Ms. Fabiana Rezak – 12911 Joyce Lane – Merrick, NY, 11566-5209; tel. (516) 858-4327; fax (516) 868-0607; mobile: (516) 476-5568; arandausa@gmail.com ADMINISTRAÇÃO Diretor Administrativo: Edgard Laureano da Cunha Jr. PROJETO VISUAL GRÁFICO, DIAGRAMAÇÃO E EDITORAÇÃO ELETRÔNICA: Helio Bettega Netto DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO: Vanessa Cristina da Silva e Talita Silva CIRCULAÇÃO: Clayton Santos Delfino Tel.: (11) 3824-5300; csd@arandaeditora.com.br SERVIÇOS Impressão: Ipsis Gráfica e Editora S.A. Distribuição: ACF - Ribeiro de Lima TIRAGEM: 10.000 exemplares FotoVolt é uma edição especial da Revista Eletricidade Moderna, publicação mensal da Aranda Editora Técnica e Cultural Ltda. Redação, publicidade, administração e correspondência: Alameda Olga, 315; 01155-900 São Paulo, SP - Brasil. Tel.: +55 (11) 3824-5300; Fax: +55 (11) 3666-9585 em@arandaeditora.com.br – www.arandaeditora.com.br ISSN 2447-1615



Notícias

ntrou em operação no início de outubro a primeira usina solar flutuante da América Latina instalada em uma cava já exaurida de mineração, projeto implantado pela empresa F2B na unidade de mineração do Grupo AB Areias no município de Roseira, interior do estado de São Paulo. A usina tem capacidade de geração de 1 MW e vai atender a demanda total de energia elétrica da unidade da mineradora, resultando em redução de custos de eletricidade e ampliação dos programas de sustentabilidade da companhia. A usina abrange uma área de 8 mil metros quadrados, com 1852 mil módulos fotovoltaicos instalados sobre flutuadores ― a cava da mineradora possui área total de 200 mil metros quadrados. O sócio-diretor da F2B Orestes Gonçalves declarou que a tecnologia utilizada no projeto permite instalação rápida, suporta peso de até 350 quilos por metro quadrado e oferece opção de instalar sobre a ilha flutuante os inversores e até o transformador, o que se traduz em menores custos de cabos e menores perdas de energia ― desenvolvida pela italiana NGR Island, a tecnologia de flutuadores é, segundo a F2B, a única que permite que a ilha flutuante contenha todos os equipamentos de uma usina solar. Por meio de parceria com a NGR Island, os produtos são fabricados pela F2B no Brasil e utilizam resina de alta densidade com tratamento ultravioleta (UV) e alumínio de alta qualidade, o que resulta em vida útil ao redor de 30 anos, garante a empresa. A capacidade atual de fabricação no País é de flutuadores para 80 MW, e no próximo ano deve subir para 300 MW. “Com a fabricação em território brasileiro, a nossa intenção é oferecer aos clientes a possibilidade de linhas de crédito

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com foco na caracterização dos recursos de armazenamento e na definição dos serviços a serem prestados, além de acesso à comercialização e ajustes para eliminar barreiras regulatórias aos serviços prestados ao sistema. No segundo ciclo, que vai até 2024 , serão abordadas especificidades das hidrelétricas reversíveis Com capacidade de 1 MW e orçado em R$ 5 milhões, empreendimento foi instalado pela F2B em unidade de mineração do Grupo AB Areias de ciclo aberto (não conectadas a curso d’água ou que não interferem significativamente no atrativas como o Finame, por exemregime hidrológico) e a possibilidade plo. A expectativa da empresa nessa de desenvolvimento de sandboxes reárea é obter um volume de negócios da ordem de dezenas de milhões com gulatórios para questões de interesse, a entrada de cerca de 200 MW nos principalmente o empilhamento de próximos 12 meses”, afirma Orestes receitas necessário para viabilizar o Gonçalves. Segundo ele, a perspectiva armazenamento e capturar mais beneimediata da empresa é replicar o projefícios ao sistema. E no ciclo 2024-2025 to implantado em Roseiras nas outras serão discutidos tópicos mais compleunidades do Grupo AB Areias que xos, como agregadores para os vários operam em outros municípios do Vale serviços, simulações nos modelos do Paraíba, em São Paulo. computacionais e seus impactos, exploração de novos modelos de negócio como aplicações de armazenamento para a mitigação de curtailment e constraints das usinas de geração, bem como definições estruturais sobre o empilhamento de receitas. Foram definidos objetivos espeAneel - Agência Nacional de Enercíficos para os quais a Aneel propõe gia Elétrica aprovou em 17 de ousoluções normativas (definições do tubro a abertura de Consulta Pública MUST/D a ser contratado, da forcom o objetivo de discutir alternativas ma de contratação do uso da rede de soluções regulatórias para a inserção de sistemas de armazenamento no setor elétrico brasileiro, incluindo usinas reversíveis. As contribuições podem ser feitas no período de 19/10 a 18/12/2023 por meio de formulário eletrônico disponibilizado na Consulta Pública n° 039/2023 em antigo.aneel.gov.br/ consultas-publicas. Na proposta, o assunto se divide em três ciclos. Em Consulta pública vai colher contribuições para regulamentar o 2022 e 2023, estão sendo rearmazenamento de energia, incluindo as usinas reversíveis (na foto, alizadas discussões iniciais usina elevatória de Vigário, da Light)

Aneel abre consulta pública sobre inserção de armazenamento de energia

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Comitê Guandu-RJ

Inaugurada primeira solar flutuante da AL em cava exaurida de mineração

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Divulgação

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(CUST/D), da tarifa de uso da rede a ser aplicada (TUST/D), do modo de outorga para usinas reversíveis em ciclo fechado ou semifechado, entre outras) e soluções não-normativas (divulgação de dados da regulação e de mercado, incentivar projetos de pesquisa e piloto, realizar projetos-pilotos ou sandboxes regulatórios, aproximar equipes técnicas de referência, ampliar conhecimentos e combinar agendas). O relatório de AIR (análise de impacto regulatório) que está sendo colocado em consulta pública elenca as alternativas regulatórias para as soluções e a alternativa mais recomendada para cada uma. Segundo a Aneel, o armazenamento é importante porque favorece a expansão da geração solar e eólica, que hoje já são as fontes mais baratas e dominantes nas novas contratações mas operam com intermitências e variabilidades diárias imprevisíveis. Além disso, o armazenamento pode ajudar a reduzir as restrições temporárias de despacho por saturação da transmissão ou por insuficiência de carga para a geração disponível. Ou ainda fornecer “serviços de capacidade”, garantindo confiabilidade de fornecimento durante horários de pico de consumo, e contribuir para a postergação de investimentos na expansão da transmissão e distribuição.

Empresas doam sistema fotovoltaico para comunidade no Rio de Janeiro Associação de Mulheres de Atitude e Compromisso Social (Amac) inaugurou em setembro um sistema de energia solar fotovoltaica de 4,4 kWp na comunidade do Dique da Vila Alzira, na Baixada Fluminense. Os equipamentos do sistema foram doados pela AESolar (oito módulos de 550 Wp,

Europa inicia mecanismo para taxar carbono de importados

distribuídos pela Bold Energy), SMA Solar (inversor), Clamper (dispositivos de proteção contra surtos), Solar Group (estruturas) e Almax Energia (ferramentas para a montagem). O equipamento foi instalado por técnicos da comunidade capacitados pela Solarize Treinamentos Profissionais ― o objetivo foi de que a própria comunidade pudesse manter o sistema, bem como gerar renda com uma nova profissão. A Solarize também assinou o projeto elétrico e conduziu o processo de conexão junto à concessionária. A Amac é a terceira integrante da Rede Favela Sustentável (RFS) a realizar uma instalação de sistemas fotovoltaicos em comunidades. A Amac ampara mulheres vítimas de violência ― a Baixada Fluminense lidera o estado do Rio de Janeiro em casos de violência contra a mulher. A entidade foi criada em 2012 por sua presidente Nilcimar Maria Santos, moradora da comunidade do Dique da Vila Alzira. A Favela Sustentável é uma rede metropolitana de mobilizadores de favelas que busca soluções socioambientais para os desafios dos seus territórios. A rede é formada por 400 integrantes, com mais de 195 mobilizadores comunitários de 127 favelas do Grande Rio e aliados técnicos. Gisele Moura, coordenadora da Equipe de Gestão da Rede Favela Sustentável, disse que as instalações solares em sedes de organizações-referência de favela são projetos pilotos que podem ser replicados, tornando-se exemplos de políticas públicas.

A presidente da Amac, Nilcimar Santos, recebe equipamentos da usina FV

assou a valer na Europa no dia 1º de outubro, em uma fase de transição e ainda sem cobranças imediatas, o Mecanismo de Ajuste de Fronteiras de Carbono (CBAM, na sigla em inglês), que tem a meta de sobretaxar o carbono embutido em produtos importados pelos países da União Europeia. Nessa fase, o mecanismo atingirá apenas importações de cimento, ferro e aço, alumínio, fertilizantes, eletricidade e hidrogênio. Primeiro sistema de taxação de importações de carbono do mundo, o CBAM visa proteger as indústrias europeias, já que elas têm pagado um preço pelas suas emissões no sistema de comércio do continente, ao contrário de seus parceiros internacionais. O mecanismo também deve evitar, na análise dos legisladores, que ocorra o deslocamento da produção para países com normas ambientais mais leves e o aumento do consumo de importados com pegadas de carbono mais intensivas. A intenção é tornar equivalente o preço do carbono entre produtos do continente europeu com o de outros países. Na etapa inicial, considerada de aprendizado para as partes interessadas, envolvendo aí também as autoridades, os importadores europeus precisarão apenas coletar dados de emissões de dióxido de carbono equivalente (CO2eq) dos produtos, até o fim deste ano, para que o primeiro relatório seja apresentado até 31 de janeiro de 2024. O programa definitivo, com a cobranças de taxas, só entrará em vigor em janeiro de 2026, com aumento de sua abrangência para todos os setores até 2034. Os importadores precisarão comunicar o volume das importações e as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) incorporadas durante a sua produção, mas sem ainda pagar pelo carbono ou multas pela não declaração (de até 50 dólares por t de CO2eq).

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Alexandre Cerqueira

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Governo do Piauí

Segundo um estudo da consultoria cessamento de Exportação (ZPE) de Parnaíba, no litoral do Piauí. O anúnWood Mackenzie, a introdução do cio foi feito em reunião com o governaCBAM, a depender do setor, terá como dor do estado, Rafael Fonteles, no dia efeitos iniciais a reconfiguração de flu29 de setembro. xos de comércio internacionais e a presPara suportar o projeto, a empresa são sobre alguns países para reduzirem conta com a construção de usina solar suas emissões para exportar para a Eufotovoltaica em Buriti dos Lopes, no ropa, principalmente com uso de mais mesmo estado. De acordo com o CEO energias renováveis. Além disso, a proda Solar Outdoor Media, Luciano Guibabilidade é de que ocorra também audo, a expectativa é a de que as obras mento nos preços dos insumos de base de implantação da usina sejam iniciae nos produtos acabados na Europa. das em 2024 e empreguem mais de Isso porque, para a Wood Mackenzie, o 1.800 pessoas de Buriti e região. incentivo a tecnologias de redução de Inicialmente, a UFV de Buriti dos carbono nos países exportadores, além Lopes terá potência instalada de 940 de atender a demanda comercial imeMW, com possibilidade de chegar a até diata, visará a captura de margens mais 3 GW. Segundo comunicado, a energia elevadas no mercado europeu. produzida no município será encamiNesse aspecto, há inclusive boa nhada até a indústria, em Parnaíba, de perspectiva para as exportações de forma que seja realizada a produção hidrogênio verde para a Europa, já que de hidrogênio e amônia, com meta de o continente tem metas de até 2030 exportação à Alemanha. produzir 10 milhões de t/ano e importar outras 10 milhões de t. Para a consultoria, os custos do carbono tornarão o hidrogênio cinza (de fontes fósseis) bem mais caro em custo nivelado (LCOH) do que os de baixo carbono (verde e o azul, este último a partir do gás natural com captura de carbono). Isso criará incentivo adicional para os potenciais países exportaRepresentantes da Solar Outdoor Media Grupo reunidos com o governador Fonteles e equipe: investimento inclui usina solar de 940 MW dores, entre os quais o Brasil, que é colocado como um dos Segundo o governador Rafael Fonmais competitivos em H2V em 2036, por projeção da consultoria, já que teles, o projeto é um passo para a transeu LCOH será o terceiro menor do sição energética no Piauí. “Um projeto mundo, em cerca de US$ 4/kg, perbilionário muito importante ao nosso dendo apenas para Estados Unidos e estado, que busca ser líder mundial Austrália. na produção de hidrogênio verde e, a partir disso, trazer desenvolvimento ao Piauí”, disse.

Piauí vai ter unidade de H2V alimentada por solar de grande porte

grupo alemão Solar Outdoor Media divulgou que vai instalar uma unidade de produção de hidrogênio verde e amônia verde na Zona de Pro-

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Neoenergia inaugura usina de GD solar na Bahia ssim como outras concessionárias, a distribuidora de energia Neoenergia resolveu estrear na geração distri-

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Neoenergia (divulgação)

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reduzir nossa pegada de carbono”, atender consumidores residenciais e empreendimentos comer- disse o gerente de engenharia civil e ciais na região. Segundo comu- novos negócios da Neoenergia, Márcio Manus. nicado da empresa, a Neoenergia tem estudado e desenvolvido centrais solares de geração distribuída, “uma abordagem descentralizada que integra a usina solar diretamente à rede de distribuição dos clientes”. MME - Ministério de Minas e Planta de 3 MWp foi construída em área da hidrelétrica de Itapebi A ideia é também aproveitar Energia divulgou em 3 e outubro a outras áreas em centrais hidrelétricas buída. Foi inaugurada em Itapebi, na “Resenha Energética Brasileira 2023”, do grupo. “Não apenas ampliará nossa ano-base de 2022, que aponta aumento Bahia, sua primeira usina solar fotovolcapacidade de geração, mas também taica, de 3 MW, que atenderá consude 79,8% da fonte solar fotovoltaica na nos permitirá otimizar em escala lomidores de sua área de concessão com matriz elétrica, sendo que a geração créditos de compensação de energia. hidráulica aumentou 17,7% e a eólica cacional o uso de recursos naturais e A usina foi construída nas proximiNão renováveis dades da usina hidrelétrica de Itapebi, Gás natural Derivados 12,1% 51% de petróleo de 450 MW, também de propriedade Eólica 12% 13% do grupo Neoenergia, por sua vez con83,3 690,1 606,8 Solar TWh TWh TWh trolada pela espanhola Iberdrola, no Biomassa 5% Nuclear 9% 18% Vale do Jequitinhonha. Hidro e importação 87,9% Renováveis Carvão 73% O projeto, batizado de GD Itapebi, 11% Outras nãorenováveis cuja energia gerada será injetada na 8% rede da distribuidora do grupo, deve Oferta Interna de Energia Elétrica – 2022 (“Resenha Energética Brasileira” – MME 2023)

Resenha Energética do MME mostra avanço da solar FV

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12,9%. Na matriz energética, a matriz energética contrastou Energia solar ultrapassa 34 GW em GD e GC com o crescimento do Profonte hidráulica teve acréscimo Brasil superou no início de outubro a potência instalada de 34 GW de fonte de 14% no ano e as outras renoduto Interno Bruto (PIB) e do solar fotovoltaica, somando as usinas de grande porte e os sistemas de geração váveis (incluindo solar e eólica) Consumo Final de Energia distribuída, capacidade equivalente a 15,4 % da matriz elétrica brasileira. Segundo (CFE), que apresentaram avançaram 20%. Com isso, o a Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, desde 2012 a fonte avanço de 2,9% no período, “índice de renovabilidade” solar já trouxe ao Brasil cerca de R$ 165,4 bilhões em novos investimentos, mais cada um. Esse resultado alcançou 87,9% da matriz eléde R$ 46,9 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e gerou mais de 1 milhão indica uma diminuição nas trica (veja imagem) e 47,4% da de empregos acumulados. Com isso, também evitou a emissão de 42,4 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade. perdas associadas à transformatriz energética, contrastando mação e distribuição e uma com índices mundiais de 28,0% No segmento de geração distribuída de energia, são 23,6 GW de potência instalada melhor eficiência no uso da e 14,4%, respectivamente. da fonte solar, que demandaram cerca de R$ 119,1 bilhões em investimentos e geraram R$ 30,5 bilhões em arrecadação e mais de 709,3 mil empregos acumulados energia para atendimento O documento enfatiza a desde 2012. A tecnologia solar é utilizada atualmente em 99,9% de todas as coneàs demandas do País. contribuição da geração solar xões de geração distribuída no País. Segundo o MME, parte fotovoltaica na modalidade de O Brasil possui ainda cerca de 10,4 GW de potência instalada em usinas solares de desses resultados estão aligeração distribuída para a exgeração centralizada, que receberam investimentos de R$ 46,3 bilhões e envolveram cerçados na retomada da pansão recorde das fontes rea criação de mais de 311,8 mil empregos acumulados, além de proporcionarem geração hidráulica e forte nováveis intermitentes em 2022. arrecadação acima de R$ 16,4 bilhões aos cofres públicos, diz a Absolar. expansão das renováveis “O aumento (...) esteve pautado intermitentes. Como consepela consolidação do arcabouço legal da GD, gerando um aumento de a 2021, atingindo 303,1 milhões de quência desses movimentos, além dos instalação de energia fotovoltaica nos toneladas equivalentes de petróleo avanços na geração elétrica a partir de setores residencial e comercial”, diz (tep), frente aos 303,2 milhões de tep fontes renováveis, houve um acrésciuma nota do MME. do ano anterior, segundo revisão realimo na capacidade instalada de geração A oferta interna de energia se manzada pela EPE - Empresa de Pesquisa elétrica, que atingiu 206,4 GW, índice teve praticamente estável em relação Energética. A estabilidade no total da 8,3% superior a 2021, com as renová-

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empreendedora de renováveis francesa Voltalia anunciou a venda de uma usina solar de 420 MW em Arinos, norte de Minas Gerais, para a Newave Energia, uma joint-venture entre a Newave FIP e a produtora de aço Gerdau, que detém 33,33% de participação na empresa por meio de sua divisão Gerdau Next. A Newave Energia também contratou a Voltalia para a construção e manutenção de infraestrutura elétrica da usina. O projeto adquirido é constituído de centrais “prontas para construção” no cluster de Arinos, que tem potencial total de mais de 1,8 GWp, informou a Voltalia. As plantas adquiridas produzirão o equivalente ao consumo de 1,3 milhão de habitantes e evitarão a emissão de aproximadamente 350 mil tCO2 por ano. A Gerdau divulgou nota informando que o futuro empreendimento deve estar concluído no fim de 2024, receberá investimento total de apro-

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sos estados. Além da geração, a empresa também atingiu 2,9 GW em prestação de serviços de O&M para outros empreendedores e para seus próprios parques de geração. Até o final deste ano, a empresa deverá vender acima de 100 MW adicionais, no Brasil e em outros países, juntamente com serviços de construção e manutenção.

Brasil é o quarto do mundo em empregos da área fotovoltaica Brasil atingiu o quarto lugar entre os países com mais empregos gerados na fonte solar fotovoltaica, com total de 241 mil vagas registradas em 2022, aponta o estudo “Energia Renovável e Empregos: Revisão Anual 2023”, acompanhamento anual sobre o tema da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês). Pelo levantamento, o País ficou apenas atrás da líder China, que responde por 56% dos empregos do setor no mundo, com 2,76 milhões de vagas preenchidas. Em segundo lugar, fica a Índia, com 281.400 empregos, seguida pelos Estados Unidos, com 264 mil. O ranking dos países top ten se completa, na ordem, com Japão, Vietnã, Polônia, Alemanha, Espanha e Austrália. No geral, a fonte solar é a que mais gera empregos entre as renováveis. Dos 13,7 milhões registrados entre todas as fontes em 2022 (o que significou au-

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2,8 2,7 2,6 2,5

0,3 0,2 0,1 0

na Í n ado dia sU nid os Bra sil Jap ão V ie tnã Pol ôni Ale a ma nh Esp a anh Aus a trá lia

Newave-Gerdau compra usina FV de 420 MW da Voltalia

ximadamente R$ 1,4 bilhão para sua construção e incluirá uma subestação de energia. Segundo a empresa, a capacidade de 420 MWp é equivalente a 7% do consumo de energia anual da Gerdau no Brasil, tomando como base a produção da empresa em 2022. Com a usina, a empresa prevê redução de emissões estimada em até 22 mil tCO2 por ano. Quando em operação, 30% do volume de energia do empreendimento serão destinados à produção de aço da Gerdau no Brasil, na modalidade de autoprodução. Esse volume de energia corresponde a aproximadamente 34 MWm, o equivalente ao consumo de uma unidade siderúrgica com capacidade de aproximadamente 400 mil toneladas anuais. “Este é um importante passo na estratégia da Gerdau na busca por maior competitividade e sustentabilidade. Hoje a companhia já detém uma das menores médias globais de emissão, de 0,89 t de CO2e por tonelada de aço, menos da metade do setor. Com a implantação do parque solar em Arinos, vislumbramos diminuir ainda mais as emissões dos escopos 1 e 2, para 0,83 t de CO2e por tonelada de aço, até 2031”, declarou Juliano Prado, vice-presidente global da Gerdau e líder da Gerdau Next. A Voltalia começou a desenvolver o complexo Arinos em 2019 e, segundo comunicado, já vendeu mais de 1 GW na região. Trata-se da terceira negociação de projetos realizada pela empresa no local. Além da Newave Energia, dois outros players de energia já estão estabelecidos no cluster, não revelados pela companhia francesa. Segundo dados da Aneel, há 660 MW em construção no cluster Arinos A Voltalia tem mais de 1,4 GW em operação e construção no País, com projetos localizados majoritariamente no cluster solar-eólico Serra Branca, RN, com potencial para chegar a 2,4 GW. Mas o pipeline da empresa é de 7 GW de projetos em diferentes fases de desenvolvimento em diver-

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veis representando mais de 95,0% da expansão total (de 15,9 GW). A Resenha Energética Brasileira é uma publicação anual do Departamento de Informações, Estudos e Eficiência Energética, da Secretaria Nacional de Transição Energética e Planejamento. O documento apresenta um panorama do setor energético brasileiro no ano anterior, com o objetivo de revisar e documentar a evolução da oferta e da demanda de energia, da infraestrutura e de diversos dados complementares. Este ano, a Resenha inclui o tema Eficiência Energética, disponibilizando também uma plataforma virtual para apresentação dos dados, em formato de relatórios interativos, cujo acesso se dá a partir do endereço eletrônico do MME. Para obter a publicação: https:// encurtador.com.br/ipGZ6

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Empregos em solar fotovoltaica em 2022: países top ten (85% dos empregos em FV) – Fonte: Irena



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mento exato de 1 milhão de vagas em relação ao ano anterior), 4,9 milhões estão concentrados na fonte solar. A marca foi resultado, na análise da Irena, do recorde de novas instalações solares no mundo em 2022, um total de 191,4 GW, contra 141,2 GW de 2021. Outra revelação favorável ao setor solar fotovoltaico tem a ver com a alta empregabilidade de mulheres, que ocupam 40% dos cargos em tempo integral, quase o dobro do que nos setores eólico ou de petróleo e gás (21% e 22%, respectivamente). Da mesma forma, segundo a pesquisa de gênero do estudo, o setor excede a quota média de 32% das mulheres em todo o setor de energias renováveis, mas fica um pouco aquém da percentagem de mulheres empregadas na economia global (45,9%). A representação feminina nos cargos de energia solar fotovoltaica é concentrada em cargos administrativos, com 58% do total. Em ocupações técni-

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cas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, o percentual é menor, com 32% das vagas, subindo um pouco, para 35%, em cargos não-técnicos, como advogados ou especialistas em compras e para mais 38% em vagas de marketing, vendas, distribuição, montagem ou instalação de produtos.

Terminais de ônibus de São Paulo têm energia solar concessionária ViaMobilidade, responsável pela operação e manutenção de linhas de metrô e monotrilho em São Paulo, instalou 196 módulos solares fotovoltaicos para gerar energia para iluminação, carregamento de disponíveis

móveis e para painéis informativos em três terminais de ônibus municipais e intermunicipais da capital paulista, gerenciados pela empresa. A instalação solar foi implementada em uma área de 300 metros quadrados sobre o Terminal Guido Caloi, anexo à Estação Santo Amaro, da linha 5-Lilás do metrô, operada pela companhia. O total aproximado de geração de 11 MWh por mês de energia também vai gerar créditos para serem compensados nos terminais Campo

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ViaMobilidade

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Sistema FV instalado no Terminal Guido Caloi compensam consumo também de outros dois terminais de ônibus municipais e intermunicipais


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Exército testa em campo módulo autônomo de energia solar Exército Brasileiro testou pela primeira vez um protótipo de módulo de energia solar fotovoltaica de campanha. O sistema foi experimentado em condições operacionais de emprego da

tropa, durante a Operação Guararapes, um exercício militar do Comando Militar do Nordeste realizado de 2 a 10 de outubro. De pequeno porte e off-grid, o sistema, batizado de módulo de energia de campanha (MEC), é um projeto do Departamento de Engenharia e Construção do Exército, em Brasília. O desempenho do módulo foi avaliado inicialmente, no dia 2 de outubro, com uma demonstração do emprego do EB - 1º Grupamento de Engenharia

Limpo e Capão Redondo, ambos na zona sul paulistana. Segundo comunicado da ViaMobilidade, além dos três terminais, uma área de lazer localizada no Pátio Guido Caloi, utilizada para estacionamento e manutenção das composições de metrô, também será beneficiada. A concessionária é responsável pela operação e manutenção das linhas 5-Lilás de metrô e 17-Ouro de monotrilho em São Paulo. A Linha 5-Lilás é composta por 17 estações e atende a zona sul de São Paulo, de Capão Redondo a Chácara Klabin.

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Equipamento, batizado de MEC, opera off-grid para gerar energia em condições operacionais da tropa

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MEC no decorrer de uma operação de treinamento no 16º Regimento de Cavalaria Mecanizado, em Bayeux, na Paraíba (PB). Depois disso, o equipamento foi transportado para Nazaré da Mata, em Pernambuco, onde gerou energia para as instalações do Posto de Comando da 7ª Divisão de Exército até a tarde de 4 de outubro. Segundo comunicado do Exército Brasileiro, o sistema fotovoltaico de campanha tem autonomia e flexibilidade para alimentar diversos equipamentos elétricos simultaneamente, podendo ser empregado em qualquer região do Brasil. É equipado com um transformador que disponibiliza eletricidade nas tensões de 127 V e 220 V. Além da avaliação em condições operacionais, a iniciativa também serviu para definir critérios técnicos de operacionalização e desempenho quanto à geração e ao armazenamento de energia fotovoltaica em operações militares.


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Nova associação de armazenamento em baterias no Brasil

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nativas de solar e baterias para uso no setor público. Website da Armazene: http://armazene.com.

m 25 de setembro foi lançada em evento em São Paulo a Armazene Associação Brasileira de Armazenamento de Energia, cujo objetivo é acompanhar e estimular o desenvolvimento da indústria de baterias no norte-americana Fluke CorporaBrasil, tanto as produzidas no País tion, especializada em ferramentas de teste e medição, adquiriu a Solmecomo as importadas ou integradas lotric, indústria de instrumentos de alta calmente. precisão para energia solar, também Farão ainda parte do escopo dos dos Estados Unidos. A negociação trabalhos da associação o incentivo à atende a plano estratégico da Fluke, de formulação de um marco regulatório investir no segmento de eletrificação para o setor e a criação de políticas com atuação globalizada, segundo copúblicas, além de campanhas de dimunicado da empresa. vulgação dos benefícios da tecnologia junto ao público consumidor. Fundada em 2005, a Solmetric atua A presidência da Armazene foi no desenvolvimento de ferramentas de assumida pelo empresário Márcio Toteste e medição de alta precisão, como ledo, e a primeira diretoria é formada o traçador de curva IV de 1500 volts, por executivos de empresas da área de batizado de PV Analyzer, empregado armazenamento, caso de Alessandro para comissionamento de instalações solares, em aplicações de teste de Arcangeli, da You.ON, e Mário Gimecampo, em auditorias e na busca por nes, da Global Energia e Armazenasolução de problemas de matrizes fotomento. Mas há também parcerias com voltaicas. Outro equipamento bastante representantes do setor solar fotovolempregado da Solmetric é ferramenta taico, caso da Anesolar - Associação de medição de sombra, o SunEye. Nordestina de Energia Solar e da empresa Agrosolar. De acordo com o presidente da A parceria com a Anesolar, aliás, Fluke Corporation, Jason Waxman, a envolverá agenda comum para viaaquisição, além de simbolizar o compromisso com a transição energética, bilizar negócios, projetos e soluções reflete a necessidade de oferecer proconjuntas de geração por fonte solar dutos mais robustos aos técnicos da fotovoltaica integrada a sistemas de área. “As suas [da Solmetric] ferramenarmazenamento de energia. Em reunião poucos dias antes do lançamento tas solares inovadoras e o profundo da Armazene, ficou acertado entre as conhecimento da equipe neste setor partes que equipes técnicas e comerciais de empresas envolvidas vão fomentar soluções para atender demandas dos segmentos residencial, comercial, industrial e rural. Está nos planos também Traçador de curva IV (esq.) e medidor de sombra da Solmetric – produtos robustos a criação de alterpara os técnicos da área solar

Fluke adquire a Solmetric , fabricante de instrumentos para FV

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Fotos: Reprodução

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fomentam a transformação deste cenário para servir melhor os clientes”, afirmou. Já para a Solmetric a perspectiva é de ampliar o uso de suas tecnologias com os canais de distribuição da Fluke em vários países.

Cemig vai mapear potencial de hidrogênio verde em Minas Gerais estatal mineira de energia Cemig iniciou um projeto que visa mapear as possibilidades de produção e uso de hidrogênio verde no estado. A iniciativa faz parte do Inova Cemig, um programa de inovação que executa iniciativas inovadoras, além de financiar projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PDI Aneel) e acelerar startups. Banco de imagens Shutterstock

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Iniciativa faz parte de programa de inovação que inclui ainda financiamento a projetos de pesquisa e aceleração de startups Além de desenvolver metodologia para o planejamento estratégico do H2V no contexto das empresas do setor elétrico em Minas, a ideia é construir roadmap para orientar a difusão do hidrogênio em setores produtivos das diferentes regiões do estado. Os estudos foram iniciados em setembro e a previsão é de que sejam concluídos no final de 2024. Para o diretor de estratégia, meio ambiente e inovação da Cemig, Maurício Dall’Agnese, o projeto vai resultar em panorama técnico e mercadológico onde será possível descrever o potencial e as oportunidades relacionadas à disseminação da oferta e demanda do H2V. Segundo ele, o importante é que o programa mira os principais setores econômicos de Minas Gerais, como por exemplo a indústria de mineração e a


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agroindústria. “O projeto permitirá a leitura de um cenário atual e em evolução, abordando as principais perspectivas de futuro”, afirma. O executivo destaca ainda a importância da utilização do hidrogênio verde como vetor para a eletrificação e descarbonização da economia mineira. “A vantagem de aplicar o hidrogênio é que ele não emite gases poluentes. Como combustível, seu uso pode trazer muitos benefícios para atividades de cargas mais pesadas, por exemplo, que hoje emitem uma quantidade alta de poluentes”, diz.

Helexia obtém recursos do BNDES para project finance de GD

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to, de R$ 90 milhões, viabilizou a construção de 17 usinas solares fotovoltaicas com capacidade instalada total de 25,3 MWp, que já entraram em operação no primeiro semestre deste ano. As usinas atendem contrato com a operadora de telecomunicação de origem espanhola Telefônica, controladora da Vivo, em cinco cidades. No Paraná, são cinco unidades em Cidade Gaúcha, quatro em Loanda e cinco em Alto Paraná; Rondônia abriga uma usina em Rolim de Moura; e no Mato Grosso do Sul são duas UFVs em Paranaíba. Até o momento, a Helexia assinou dois contratos de compra de energia (PPAs, na sigla em inglês) com a Telefônica, com capacidade total de 87 MWp, e que deverão estar em operação no próximo ano. No momento, a Helexia estrutura uma segunda rodada de financiamento com o BNDES, para 31 projetos para a operadora nos estados de Rio Grande do Sul, São Paulo, Ceará, Amazonas, Tocantins, Rondônia

Helexia

francesa Helexia, empresa do grupo Voltalia especializada em geração distribuída, obteve liberação de desembolso de financiamento do BNDES para seus primeiros projetos no modelo de project finance. Por meio de um contrato de longo prazo com o cliente, a modalidade de project finance permite que a geração de receita seja dada como garantia de pagamento do financiamento. Fruto de contrato assinado com o banco estatal em dezembro de Desembolso R$ 90 milhões viabilizou construção de 17 usinas para 2022, o valor total do financiamen- a Telefônica (na foto, uma das plantas em Cidade Gaúcha, PR)

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e Rio Grande do Norte. Serão 19 usinas solares fotovoltaicas, que já estão em construção.

Notas WEG Partners – A integradora SolarVolt anunciou que foi destaque de vendas em Minas Gerais no WEG Partners, evento exclusivo para integradores WEG realizado no início de outubro e que reuniu especialistas do segmento solar para debater melhores práticas envolvidas na venda de projetos de energia fotovoltaica em grande escala. Investimentos em usina, empreendedorismo solar feminino e novos modelos de negócios foram alguns dos tópicos abordados nas palestras e mesas de conversa. De acordo com o diretor comercial da SolarVolt, Gabriel Guimarães, “ser convidado para participar de uma mesa que abordou pontos importantes e ser reconhecido como destaque de Minas Gerais no segmento é um sinal de que a SolarVolt está sendo impactante para a área”. Fundada em 2013 e com sede em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, a SolarVolt tem mais de 140 MWp instalados em 2.500 projetos conectados à rede em 11 estados e no Distrito Federal.



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Parceria em GD – O Grupo Comerc Energia e a Neoenergia anunciaram sem setembro joint venture para desenvolvimento e posterior operacionalização de usinas fotovoltaicas destinadas à geração distribuída (GD) voltada a consumidores de baixa tensão, como comércios, propriedades rurais e residenciais. A parceria investirá cerca de R$ 500 milhões (R$ 250 milhões cada empresa) para construir usinas na Bahia, São Paulo, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Distrito Federal. A previsão é de que até o final do primeiro semestre de 2025 todas elas estejam em operação. Os projetos contam com o benefício regulatório válido até dezembro de 2045, o que lhes dá vantagens competitivas. O Grupo Comerc Energia é um dos maiores players do país em GD e a Neoenergia é uma das maiores distribuidoras. Certificação Absolar – A distribuidora de produtos para energia solar offgrid NeoSolar recebeu em setembro a certificação nível AAA (máximo) da Absolar - Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, na categoria “Empresas importadoras/distribuidoras de produtos fotovoltaicos”. A empresa é a primeira do Estado de São Paulo e uma das nove de todo o País a garantir o reconhecimento que atesta, por meio de requisitos e auditoria, a governança e excelência para a execução de determinados serviços ou para o fornecimento de produtos. O processo para a obtenção da certificação durou quatro meses e foi iniciado com um estudo de viabilidade e preparação, seguidos por uma auditoria realizada pela GTM, companhia habilitada pela Absolar para a realização do trabalho. O certificado AAA vale pelo período de três anos, mas com auditorias anuais comprobatórias do Programa de Certificação Voluntária da entidade. A NeoSolar foi uma das fundadoras da Absolar em 2013. GD por assinatura – A Sun Mobi fechou contrato de geração solar distribuída por autoconsumo remoto com a rede de bares e restaurantes Alife Nino, que opera por exemplo os restaurantes Nino Cucina e Tatu Bola. O acordo envolve suprimento a 16 estabelecimentos do grupo na capital paulista. Os créditos de compensação serão gerados por usina solar fotovoltaica da Sun Mobi em Caieiras, na região metropolitana de São Paulo. O contrato de suprimento é de 2.086 MWh/ano. Segundo a Sun Mobi, os pequenos negócios têm optado cada vez mais pela solução de energia solar por assinatura, em busca de eficiência, rentabilidade e sustentabilidade. Obras de UFV no Piauí – A Cobra Brasil, empreendedora de energia renovável de origem espanhola, prometeu para novembro de 2024 a entrada em operação de usina solar fotovoltaica de 393 MW em construção no município de Ribeiro Gonçalves, no Piauí. Em apresentação ao governo piauiense no dia 5 de outubro, a empresa afirmou que o


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canteiro de obras do parque, além de maquinários, já conta com 100 trabalhadores da região. Quando chegar no auge da construção, o número de empregos será elevado para mais de 1200 pessoas. O grupo Cobra Brasil também tem UFV de 600 MW em construção no município piauiense de Cristino Castro. As duas obras representam investimento de R$ 4 bilhões no estado. Acordo Solatio-Light DeFi – A Solatio assinou em setembro ordem de serviço para a construção da primeira usina fotovoltaica do grupo uruguaio Brillacom Light DeFi. O cronograma prevê até seis meses para a conclusão do primeiro módulo de planta fotovoltaica. O plano de trabalho compreende escolha do terreno, processos de conexão à rede, projeto da usina, orçamentos, implantação dos equipamentos, testes e início da geração de energia. A PS Soluções, parceira do projeto, será o primeiro cliente a ser atendido com energia 100% renovável proveniente da usina. O plano é avançar de modo escalável, com cada módulo construído impulsionando o desenvolvimento de novas instalações, com as taxas transacionais do token Light Defi fornecendo os recursos necessários para acelerar o progresso ― os primeiros kWh gerados da primeira usina fotovoltaica já poderão ser convertidos em cashback aos detentores do ativo Light DeFi, via Blockchain. Fintech de destaque – A linha de crédito do Banco BV para sistemas fotovoltaicos, operada pela fintech Meu Financiamento Solar, foi pela quinta vez consecutiva a solução financeira mais citada por instaladores, integradores e distribuidoras do setor fotovoltaico em pesquisa realizada pela consultoria Greener, com foco no primeiro semestre deste ano. A Greener consultou quase 2,5 mil empresas do mercado ao longo do mês de julho. A fintech ficou 22% acima da segunda colocada, superando ao todo 52 instituições financeiras listadas no ranking. Entre os resultados, 47% dos entrevistados citaram ter realizado ao menos um financiamento pela plataforma do Meu Financiamento Solar. A pesquisa revelou também que quase metade (48%) das vendas de sistemas fotovoltaicos realizadas por integradores no primeiro semestre de 2023 contou com algum tipo de financiamento. Usina De Sangosse – A De Sangosse Brasil, do setor de agronegócio e de controle de pragas, de Ibiporã, no Paraná, inaugurou em outubro um sistema solar fotovoltaico de 411 kWp de potência. O projeto foi executado pela Bonö Energia e conta com mais de 740 módulos solares. A expectativa é gerar mais de 40 MWh/mês. Segundo cálculo da De Sangosse, a iniciativa deve contribuir para a redução de emissão de CO2 na atmosfera na ordem de mais de 1,7 tonelada por ano.


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Corrosão de estruturas em UFVs devido à aplicação de herbicidas Gabriel Luiz Silva Almeida, Normando Alves e João Marcos Belisário Dantas, da Termotécnica Para-raios

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omumente, as usinas fotovoltaicas (UFV) são instaladas em áreas com presença de plantas não cultivadas esparsas, geralmente de pequena a média estatura, que se proliferam sem controle, principalmente devido à geografia favorável à incidência de raios solares nesses locais. Um dos primeiros passos para implanta‑ ção de usinas fotovoltaicas é a prepa‑ ração do terreno, o que inclui a eliminação dessas plantas, já que a presença dessa vegetação prejudica a operação e dificulta a manutenção da usina. No entanto, muitas vezes o método escolhido para remoção é depreciado, seja por falta de conhecimento parcial ou total das consequências da presença dessa vegetação. Visando menor custo imediato, frequentemente opta-se pela aplicação de herbicidas químicos para eliminação dessa vegetação, ignorando sua interação com o bioma e com os diferentes elementos presentes na instalação [1]. Este artigo visa apresentar as consequências da utilização de alguns tipos de herbicidas em usinas fotovoltaicas, focando os efeitos sobre as estruturas e componentes metálicos, e também soluções.

Este artigo aborda a importância do controle de vegetação não cultivada em usinas fotovoltaicas (UFV) e seus possíveis impactos na vida útil das estruturas metálicas instaladas nesses locais. É discutido o uso de herbicidas à base de glifosato, que pode acelerar o processo de corrosão das estruturas e componentes de aço galvanizado desses sistemas, e são propostas soluções para evitar o problema.

decorrentes dos raios. Quando tais tópicos são abordados, frequentemente é utilizada a norma ABNT NBR 5419, a qual é bastante generalista, tratando da proteção contra descargas atmosféricas de qualquer tipo de estrutura. O Gerenciamento de Risco de usinas fotovoltaicas, se elaborado em conformidade com as recomendações da norma ABNT NBR 16690 [2], que faz referência à ABNT NBR 5419-2 [3], pode proporcionar uma falsa sensação de segurança. Ao considerar as grandes exFig. 1 – Típica instalação de uma proteção de módulos fotovoltaicos contra descargas atmosféricas tensões territoriais comumente observadas em UFVs de solo, Proteção contra descargas o projetista é convidado a refletir atmosféricas sobre uma abordagem mais conser‑ vadora. Neste caso, pode-se tomar No Brasil, a norma técnica ABNT NBR 16690 [2] estabelece os requicomo referência a norma internaciositos para as instalações elétricas de nal IEC TR 63227 [4], que versa sobre arranjos fotovoltaicos. No entanto, a proteção contra descargas atmosfé‑ esta norma não trata diretamente ricas e surtos de tensão em usinas fotovoltaicas e recomenda o projeto dos requisitos para a proteção dessas da proteção das UFVs conforme a estruturas contra descargas atmosféricas, dimensionamento dos aterraClasse III. O dimensionamento dos condutores e a escolha dos materiais mentos ou a proteção contra surtos


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e equipamentos devem considerar a ABNT NBR 5419, especialmente as partes 3, que aborda os danos físicos às estruturas e os perigos à vida [5], e 4, que trata da proteção contra os surtos elétricos que podem afetar os dispositivos elétricos e eletrônicos [6].

Materiais comumente utilizados

Fig. 2 – Estruturas do subsistema de captação de um SPDA em UFV [17]

A norma ABNT NBR 5419-3 permite a utilização de uma variedade de materiais nas estruturas de proteção contra descargas atmosféricas, como, por exemplo, cobre, alumínio e aço galvanizado por imersão a quente, comumente referido por aço galvanizado a fogo. Este material apresenta boa relação custo-benefício e por isso tem sido amplamente utilizado na proteção de sistemas fotovoltaicos, desde a captação até o aterramento. O aço galvanizado a fogo pode ser moldado em diferentes formatos, como cordoalhas, tubos, barras redondas, barras chatas, cantoneiras, etc. Desta forma, o material pode ser utilizado na construção de diferentes produtos voltados para a proteção contra descargas atmosféricas e até mesmo nas estruturas para suporte e fixação dos módulos fotovoltaicos. A figura 1 mostra uma típica instalação de módulo fotovoltaico com proteção contra descargas atmosféricas, onde se pode verificar a presença de um captor e de uma cordoalha utili‑ zada no aterramento, ambos produ‑ zidos em aço galvanizado a fogo.

quente é um “processo de galvanização em que o revestimento de zinco e suas ligas é aplicado mediante imersão do produto, previamente prepa‑ rado em banho de zinco fundido”. As especificações de galvanização por imersão a quente de produtos de aço e ferro fundido estão determinadas na norma técnica ABNT NBR 6323 [7]. Este documento define os requisitos gerais da composição do banho utilizado no processo de galvanização por imersão a quente. O zinco fundido utilizado no processo deve ter pureza superior a 98%, podendo o galvanizador acrescentar elementos extras, desde que mantenha o grau de pureza estabelecido. As peças de aço galvanizado a fogo possuem longa vida útil e são adequadas a uma variedade de aplicações. Como resultado, elas são uma solução de excelente relação custo-benefício, amplamente utilizadas nos compo‑ nentes dos sistemas de proteção contra descargas atmosféricas.

Galvanização por imersão a quente

Como dito anteriormente, os herbicidas para a remoção da vegetação em terrenos que serão utilizados para a implantação de usinas fotovoltaicas são considerados uma opção mais rápida e econômica quando comparados a outras alternativas. No entanto, além dos aspectos econômicos, é importante observar a interação entre os elementos

A ABNT NBR 7414 [8] estabelece a proteção catódica como uma “reação química entre dois metais onde um deles se oxida para proteger o outro. No caso da galvanização, o zinco se oxida para proteger o metal base”. Outra definição, presente em [8], afir‑ ma que a galvanização por imersão a

Utilização de herbicidas em usinas fotovoltaicas

químicos que compõem os herbicidas e os materiais presentes na UFV. Alguns dos herbicidas mais utilizados na remoção da vegetação em UFVs contêm glifosato como princípio ativo, que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) [9], é definido como um ácido orgânico fraco constituído por glicina e fosfonometil, cuja fórmula é C3H8NO5P. Ainda de acordo com a OMS [9], o glifosato de grau técnico é um pó cristalino branco e inodoro, com uma gravidade específica de 1,704, uma pressão de vapor muito baixa e alta solubilidade em água. Foi desenvolvido pela empresa Monsanto no início da década de 1970 para uso na agricultura, visando o controle pós-emergente de vegetação não cultivada, como apresentado por Woodburn [10]. A maioria das patentes expiraram, o que resultou em uma ampliação da quantidade de produtos com esse princípio ativo, como é o caso do Monsanto RoundUp [11] e de produtos genéricos de outros fabricantes, como Sumitomo Crucial [12], Nortex Glifosato 720 [13] e Albaugh Preciso WWG [14]. Steed et al. [15] apresenta diversas considerações sobre o uso do glifosato para o controle de vegetação. Uma das preocupações consiste no contato desta substância com o aço nu ou galvanizado, que resulta na liberação de gás hidrogênio, podendo gerar uma reação potencialmente inflamável, além de promover a corrosão do metal [15, 16].


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A figura 2 apresenta al‑ guns captores instalados ex‑ postos às intempéries comuns de uma UFV. A galvanização a fogo presente nos captores garante resistência a corrosão, assegurando algumas déca‑ das de vida útil. No entanto, essa proteção oferecida pela galvanização pode ser reduzi‑ da se esses produtos tiverem contato com herbicidas à base de glifosato. A figura 3 mostra a corrosão, em poucos meses, resultante do contato da estrutura de aço galva‑ nizado a fogo instalada em uma UFV com o glifosato. A reação entre o aço Fig. 3 – Corrosão em estruturas de SPDA em aço galvanizado devido à ação de herbicida à base de glifosato galvanizado e o glifosato pode ser observada também nas figuras 4 e 5. A figura 4 mostra segmentos de tubo de aço galvanizados a fogo com superfícies íntegras e livres de corrosão antes do contato, e a figura 5 apresenta os resul‑ tados da exposição das peças a uma alta concentração de glifosato por um período de três semanas. Nota-se que a camada de zinco foi completamente removida nas áreas que foram imersas no glifosato. Desta forma, o aço ficou totalmente expos‑ to, tornando-se suscetível à corrosão. Extrapolando esse Fig. 4 – Segmentos de tubo de aço galvanizado a fogo utilizados no teste resultado para uma situa‑ prático ção mais realista, pode-se Soluções propostas dizer que componentes de uma UFV fabricados em aço galvanizado a fogo Há soluções para o problema rela‑ frequentemente expostos a herbicidas tado, que podem ser tratadas de for‑ contendo glifosato perdem a camada ma corretiva ou preventiva. Quando de galvanização, responsável por as estruturas de aço já foram instala‑ proteger o aço, provocando contato das no local da UFV e entraram em direto com os agentes ambientais contato com o glifosato, é necessá‑ capazes de causar corrosão, como a rio reparar as peças danificadas, evi‑ água e o oxigênio. Como resultado, tando futuros contatos com a substân‑ tem-se a formação de óxido de ferro cia. Quando não for possível evitar o (ferrugem). contato, deve-se substituir essas es‑



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truturas por peças cons‑ truídas em materiais com‑ patíveis com a substância, como aço inoxidável, alu‑ mínio, fibra de vidro ou termoplásticos [16]. A recomendação é não utilizar herbicidas com gli‑ fosato em sua composição quando as estruturas da UFV forem de aço galva‑ nizado a fogo, optando-se pela remoção mecânica da vegetação, com roçadeira ou máquina de terraplana‑ gem (quando simultanea‑ mente se faz necessário o nivelamento do solo). Uma sugestão é o uso de herbi‑ cidas pré-emergentes, que, Fig. 5 – Peça de aço galvanizado após contato com glifosato em geral, não apresentam Conclusões comportamento corrosivo. Outra Com a necessidade do controle de forma de prevenção do surgimento de corrosão, quando não for possível vegetação não cultivada nas UFVs, evitar o uso deste tipo de herbicida, uma das técnicas consiste na utiliza‑ é utilizar estruturas construídas com ção de herbicidas, os quais possuem compostos químicos capazes de causar materiais compatíveis previamente corrosão em estruturas de aço galva‑ mencionados [16]. A adoção de me‑ didas preventivas é fundamental para nizado. Além das questões biológicas minimizar os custos com manuten‑ do uso de herbicidas (lembrando que ção e reparo das estruturas, além de sua aplicação para controle de vege‑ garantir sua segurança e durabilidade tação não cultivada deve ser prescrita e acompanhada por um profissional a longo prazo.

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agrônomo legalmente habili‑ tado), no caso das UFVs deve-se considerar também a compati‑ bilidade entre os produtos utili‑ zados e as estruturas metálicas típicas deste ambiente, de forma a não acelerar o processo de corrosão. Este artigo apresenta algu‑ mas possibilidades para re‑ moção da vegetação, sem que ocorra essa interação indese‑ jada. Também foram discutidas estratégias corretivas no caso do contato de herbicidas com estruturas de aço galvanizadas a fogo, presentes nas usinas fotovoltaicas. Para pesquisas futuras, sugere-se a exploração da rea‑ ção do glifosato com a galva‑ nização através de uma abordagem química e quantitativa, a fim de obter melhor entendimento do processo observado neste estudo. Seria inte‑ ressante investigar a interação entre o glifosato e outros tipos de revestimen‑ tos à base de zinco, como os organo‑ metálicos e zinco-níquel, por exemplo. Isso poderia fornecer conhecimentos adicionais sobre a resistência desses revestimentos em relação ao glifosato e ajudar a identificar possíveis alter‑

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Manutenção

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nativas ou melhorias para proteger o aço contra a corrosão em ambientes expostos a herbicidas.

Referências [1] Kruse, Nelson D.; Trezzi, Michelangelo M.; Vidal, Ribas A.: Herbicidas inibidores da EPSPS: revisão de literatura. Revista Brasileira de Herbicidas, v. 1, n. 2, p. 139-146, 2000. [2] ABNT: NBR 16690: Instalações elétricas de arranjos fotovoltaicos - Requisitos de projeto. Rio de Janeiro: ABNT, 2019. [3] ABNT: NBR 5419-2: Proteção contra descargas atmosféricas - Parte 2: Gerenciamento de risco. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. [4] IEC, T. R. 63227: 2020: Lightning and surge voltage protection for photovoltaic (PV) power supply systems, 2020. [5] ABNT: NBR 5419-3: Proteção contra descargas atmosféricas - Parte 3: Danos físicos a estruturas e perigos à vida. Rio de Janeiro, 2015. [6] ABNT: NBR 5419-4: Proteção contra descargas atmosféricas - Parte 4: Sistemas elétricos e eletrônicos internos na estrutura. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. [7] ABNT: NBR 6323: Galvanização por imersão

a quente de produtos de aço e ferro fundido Especificação. Rio de Janeiro: ABNT, 2016. [8] ABNT: NBR 7414: Galvanização de produtos de aço e ferro fundido por imersão a quente - Terminologia. Rio de Janeiro: ABNT, 2015. [9] World Health Organization et al. Glyphosate. World Health Organization, 1994. [10] Woodburn, Allan T.: Glyphosate: production, pricing and use worldwide. Pest Management Science: formerly Pesticide Science, v. 56, n. 4, p. 309-312, 2000. [11] Monsanto: Roundup Original Mais, 29 de março de 2023. http://www.roundup.com. br/fispq (acessado 11 de maio de 2023). [12] S. Chemical: Crucial 698 - Sumitomo Chemical Latin America, 14 de setembro de 2021. https://www.sumitomochemical.com/ asd/br-pt/herbicidas-agricola/crucial-698/ (acessado 19 de janeiro de 2023). [13] Nortox: Glifosato 720 WG Nortox, 30 de maio de 2022. https://solucoes.nortox.com.br/ hc/pt-br/articles/4404199921044-Glifosato720-WG-Nortox (acessado 19 de janeiro de 2023). [14] Albaugh: Preciso WWG, 17 de novembro de 2021. https://www.albaughbrasil.com.br/ Produtos/Preciso (acessado 19 de janeiro de 2023).

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[15] Steed, Shawn T.; Stamps, Robert H.; Marble, Chris: Proper Use and Handling of Glyphosate in Plant Nurseries. 2018. [16] World Health Organization et al. WHO/FAO data sheet on pesticides. no. 90, Fenvalerate. World Health Organization, 1996. [17] DEHN (Alemanha). DEHN protects solar parks: lightning and surge protection for free field systems and solar parks. Lightning and surge protection for free field systems and solar parks. Disponível em: https://www.dehn-international.com/en/ lightning-and-surge

Trabalho apresentado no congresso Eletrotec+EM Power 2023 (Aranda Eventos/SPI/FMMI), realizado de 29 a 31 de agosto de 2023 em São Paulo, SP, publicado aqui com adaptações realizadas pela Redação de FotoVolt e sob autorização dos autores e da coordenação do congresso.


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FotoVolt - Outubro - 2023

Guia - 1

Sistemas de monitoramento e gestão de energia fotovoltaica

ABS Telemetria (51) 98947-8814 contato@abstelemetria.com

Automaenergy (19) 99617-6931 contato@automaenergy.com.br

Elipse (51) 3346-4699 elipse@elipse.com.br

GDash (31) 3236-1585 contato@gdash.com.br

GeoDesign (12) 98846-4715 rec@geodesign.com.br

Monitoramento remoto via APP mobile

Geração industrial

comercial@dualbase.com.br

vendas@embrasul.com.br

Principais parâmetros monitorados

Outras características

Comunicação com sensores (ambientais, industriais e outros); medidores de energia, potência, tensão, corrente; equipamentos (inversores, controladores e outros).

Equipamentos para internet das coisas (IoT), com tecnologia celular, rádio (wireless) e ethernet.

Medições em tempo real e histórica dos equipamentos da UFV: Inversores, strings, trackers,

• estações solarimétricas, subestações unitárias e BOP elétrico (Subestação)

Dualbase (48) 99122-5202

Embrasul (51) 3358-4000

Geração comercial

Importado Geração residencial

Empresa, telefone e e-mail

Usina de grande porte

Aplicações do monitoramento

Monitoramento remoto via webportal

Da Redação de FotoVolt

As vantagens dos sistemas de monitoramento e gestão não se limitam a aplicações de grandes usinas centralizadas, alcançando inclusive sistemas fotovoltaicos residenciais, como se verifica neste guia. O levantamento reúne soluções de 16 empresas detalhando os parâmetros monitorados e suas características, descritos pelos próprios fornecedores, e trazendo também os dados de contato destes.

Seneca e Soluzione Solare, • Seaward/ Itália, Inglaterra

Radiação solar, acumulo de sujeira nos painéis, temperatura do ar, umidade relativa do ar, direção e velocidade do vento

Temperatura e ângulo das placas; Tensões, correntes e potências assinaladas junto aos inversores; • monitoramento das correntes em cada string box; monitoramento dos trackers Qualidade da energia, controle do fator de potência

Geração e status de operação; performance de Envio automático de relatórios; gestão de tickets de geração estimada x realizada; alarmes operacionais; • auditoria de faturas de energia; economia, consumo operação e manutenção; gestão da distribuição de créditos da energia injetada por unidade consumidora simultâneo e retorno do investimento

Temperatura ambiente, do módulo; irradiância solar POA, global horizontal (GHI), difusa (DIF), direta (DNI); tensão de circuito aberto); Isc (Corrente elétrica de curto-circuito), curva I-V, isolamento de cabos, energia, com certificação MID

Estação solarimétrica, padrão EPE



Guia

Gestal (11) 99427-1743 vendas@gestal.com

Igoal Tecnologia (51) 99123-4755 eduardo.aloisio@igoaltecnologia.com

SolarView (31) 99224-8986 roger.santos@solarview.com.br

SolarZ (11) 95675-1469 thiago@solarz.com.br

Solis (19) 99613-3803 leids@ginlong.com

Geração industrial

Sistema de gerenciamento via Internet completo; acompanhamento nos diferentes pontos, com cálculo de perdas entre geração e distribuidora; funções de automação e comando remoto (rearme de disjuntores, controle de demanda e fator de potência)

Estação solarimetrica; relés de proteção; trackers (NCU); inversores e strings (também strigs box);

Totalmente customizável, possui indicadores de

• CLPs; transformadores; medidores de energia gerada perfomance, KPI’s, monitoramento online de qualquer equipamento e fabricante.

Energia ativa, demanda ativa, fator de potência

Tensão, corrente, potências, frequências, energia, temperatura, irradiação solar, umidade.

Possuímos elementos para construção de estações solarimétricas, sensores, gateways, roteadores, datalogger. Plataforma em nuvem, com sistema drag and drop para criação de dashboards específicos.

• importada; energia ativa exportada; energia reativa

Tensão F-N; corrente; potência ativa, reativa e aparente; fator de potência; energia ativa importada e energia reativa exportada

rodrigo.borges@spinengenharia.com.br

info.br@wago.com

Energia gerada e demais grandezas elétricas nos inversores; energia consumida e gerada no ponto de conexão com a distribuidora; medições diversas (transformadores, cargas); grandezas meteorológicas; gerenciamento de alertas e comando remoto

Spin Engenharia (61) 3340-8686

Wago (11) 2923-7200

Outras características

Plataforma completa com diversos dashboards, relatórios e gráficos que facilitam a análise e tomada de decisão, aumentando a eficiência e a eficácia no planejamento energético, reduzindo custos com energia elétrica.

contato@ims.ind.br

daniel.ilha@novusautomation.com

Principais parâmetros monitorados

e consumida

IMS Power (51) 99712-7464

Novus (11) 98497-6161

Geração comercial

Importado Geração residencial

Empresa, telefone e e-mail

Usina de grande porte

Aplicações do monitoramento

Monitoramento remoto via APP mobile

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Monitoramento remoto via webportal

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Histórico de geração, de informações climáticas; identificação de falhas; sistema multi inversores; acompanhamento múltiplas usinas, de payback financeiro; sistema de gestão de consumo; controle de acesso de usuários

Desempenho; alarmes do sistema; monitoramento de tensão, de corrente por string, de geração de energia, de potência em tempo real, de temperatura • e de produtividade da instalação; digitalização da curva IV; fluxo de energia. Monitora o inversor, datalogger, EPM, estação meteorológica e medidores

Software de supervisão e controle que possibilita a configuração de plantas fotovoltaicas de qualquer porte e, além do software Scada, a solução também dispõe do módulo de PPC – Power Plant Controller Inversores, strings (e string boxes), trackers, para o controle otimizado dos inversores, que funciona • estações solarimétricas, subestações unitárias (relés, com o Scada, no mesmo computador. O software multimedidores, demais IEDs). pode estar local, remoto ou na nuvem e pode controlar uma ou várias plantas fotovoltaicas, disponibilizando telas, relatórios e dashboards em várias mídias (tablets, smartphones, browsers, computadores).

Corrente, tensão; potências ativa e reativa; dados A possibilidade de criação de indicadores de eficiência metereológicos, como temperatura, umidade e nível da usina de irradiação solar

Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 80 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Fotovolt, outubro de 2023 Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/fv e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias. Basta preencher o formulário em www.arandanet.com.br/revista/fotovolt/guia/inserir/


EXPO CENTER NORTE, SÃO PAULO, SP

A maior plataforma latino-americana para a nova realidade energética e de mobilidade


INTERSOLAR SOUTH AMERICA _ ___ A maior feira & congresso da América Latina para o setor solar

A Intersolar South America é a maior feira & congresso da América Latina para o setor solar, enfocando os ramos de fotovoltaicos, produção FV e tecnologias termossolares. Simultaneamente, no Congresso Intersolar South America, especialistas renomados esclarecem assuntos atuais do setor. Com vistas a alavancar o alto potencial de energia solar da América Latina, a Intersolar South America congrega fabricantes, fornecedoras, distribuidoras,

prestadoras de serviços e parceiras da indústria solar no esforço de criar um meio-ambiente mais limpo. A feira é a oportunidade ideal para discutir a situação atual e as tendências estratégicas dos mercados fotovoltaicos latino-americanos, bem como as inovações tecnológicas e as novas oportunidades de negócios. Com eventos distribuídos em quatro continentes, a Intersolar é mundialmente o principal ciclo de feiras e congressos para o setor solar.

EES _ ___SOUTH AMERICA O evento essencial para baterias e sistemas de armazenamento de energia na América Latina A ees South America e o evento essencial para baterias e sistemas de armazenamento de energia na América Latina, enfocando soluções de armazenamento de energia para apoiar e complementar sistemas energéticos com número crescente de fontes renováveis de energia, e integrando prossumidores e veículos elétricos. A ees South America congrega investidores, concessionárias,

instaladoras, fabricantes e empreiteiras do mundo todo. A feira é a oportunidade ideal para discutir a situação atual e as tendências estratégicas dos mercados fotovoltaicos latino-americanos, bem como as inovações tecnológicas e as novas oportunidades de negócios. Juntamente com a ees Europe em Munique e a ees India em Gandhinagar, o ciclo de feiras ees está representado em três continentes.


ELETROTEC+EM-POWER SOUTH AMERICA _ ___ O evento de infraestrutura elétrica e gestão de energia

A Eletrotec+EM-Power South America é o evento de infraestrutura elétrica e gestão de energia, enfocando tanto tecnologias de distribuição de energia elétrica quanto serviços e soluções informáticas para gestão de energia aos níveis de rede, de serviços públicos e de edificações. A feira é voltada para

profissionais e empresas dos ramos de projeto, montagem e manutenção de infraestrutura elétrica atuando em geração distribuída a partir de fontes renováveis, redes de distribuição aérea e subterrânea, subestações transformadoras, iluminação pública, instalações industriais e prediais.

POWER2DRIVE SOUTH AMERICA _ ___ A feira e congresso fundamental para infraestrutura de carregamento e eletro-mobilidade na América Latina Em 2024, a Power2Drive South America fará sua estreia como a feira & congresso fundamental para infraestrutura de carregamento e eletromobilidade na América Latina, enfocando a relevância do carro elétrico na matriz energética e na sustentabilidade do transporte no futuro, e apresentando soluções inovadoras de carregamento, conceitos de bateria e modelos de negócios para uma eletromobilidade sustentável. A Power2Drive South America é o ponto de encontro ideal para

fabricantes, fornecedoras, instaladoras, distribuidoras, administradoras de frotas e de energia, fornecedoras e eletro-mobilidade e novas empresas. A feira é uma oportunidade para discutir a situação atual e as tendências estratégicas dos mercados fotovoltaicos latino-americanos, bem como as inovações tecnológicas e as novas oportunidades de negócios. Juntamente com a Power2Drive Europe em Munique e a Power2Drive India em Gandhinagar, o ciclo de feiras está representado em três continentes.


Transição energética

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H2 para armazenamento de energia: aplicações, normas e conexão com a rede elétrica

O

Depositphotos

Eliel Ribeiro dos Santos, Beatriz Batista Cardoso e Marcos Aurelio Izumida Martins, da Fundação CERTI

hidrogênio tem ganhado cada vez mais atenção como solução potencial para muitos dos desafios associados à transição para uma matriz energética mais limpa e sustentável. Sua alta densidade energética e a possibilidade de ser produzido a partir de diversas fontes fazem dele um candidato para desempenhar papel fundamental na geração e também no consumo de energia no futuro. Em particular, o armazenamento de hidrogênio apresenta um potencial sig‑ nificativo para transformar o setor de energia elétrica. Sistemas de armazenamento de energia são fundamentais para equilibrar a oferta e a demanda em redes de energia elétrica, especialmente em cenários com alta penetração de fontes de energia renováveis

intermitentes, como a solar e a eólica. A capacidade de armazenar energia na forma de hidrogênio e depois reconvertê-la de volta em eletricidade oferece a possibilidade de melhorar a resiliência e a eficiência das redes de energia, ao mesmo tempo em que reduz a dependência de fontes de energia fósseis. No entanto, a implementação do armazenamento de hidrogênio enfrenta uma série de desafios, que vão desde questões técnicas associa-

A implementação bem-sucedida do armazenamento de hidrogênio tem de vencer desafios associados à produção, armazenamento e conversão, além de observar os requisitos normativos relacionadas à segurança e transporte. Este artigo revisita os principais conceitos e aborda a integração do hidrogênio no setor elétrico.

das à produção, armazenamento e conversão de hidrogênio, até questões normativas relacionadas à segurança e ao transporte. Este artigo explora esses aspectos, com foco particular nas aplicações do armazenamento de hidrogênio na rede elétrica e nas normas técnicas de segurança. A produção de hidrogênio através da eletrólise da água e seu uso em células a combustível são aspectoschave na utilização na rede elétrica do hidrogênio proveniente de fontes renováveis, como eólica e solar (vide figura 1). Aqui, trataremos dos eletrolisadores, equipamentos que usam eletricidade para produzir hidrogênio, e também das células a combustível, nos dois casos explicando princípios de funcionamento e os diferentes tipos disponíveis.


Transição energética

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Rede de gás natural Rede

Eólica

Armazenamento de hidrogênio

Solar

Alimentação de veículos a célula de combustível

Eletrólise Conversão para amônia

Exportação NH3 convertido para H2 no destino

Aplicações industriais

Fig. 1 – Aplicações do hidrogênio [1]

Eletrolisadores

Eletrolisadores alcalinos

A flexibilidade dos eletrolisadores em escalar a produção de hidrogênio com base na oferta de eletricidade faz deles uma solução promissora para a integração de fontes de energia intermitentes (como eólica e solar) na rede elétrica. Em momentos de superprodução, ao invés de desperdiçar energia ou desligar a geração, essa energia pode ser utilizada para alimentar eletrolisadores e produzir hidrogênio, o qual pode então ser armazenado e usado para geração de eletricidade durante períodos de demanda elevada ou de baixa produção, proporcionando uma forma de balanceamento de carga. Um eletrolisador compreende uma pilha de eletrodos condutores intercalados por uma membrana que, ao ser submetida a uma alta tensão e intensidade elétricas, desencadeia uma corrente que fragmenta a água em seus constituintes, oxigênio e hidrogênio. Existem diversos tipos de eletrolisadores, cada um com características distintas em termos de tamanho, função, eficiência, custo, durabilidade e aplicações. Os três tipos mais usados são o eletrolisador alcalino, o eletrolisador com membrana de troca de prótons (PEM, de proton exchange membrane) e eletrolisador de óxido sólido (SOE, sendo SO de solid oxide).

Os eletrolisadores alcalinos operam com um eletrólito líquido, tal como hidróxido de potássio ou hidróxido de sódio misturado com água. A produção de hidrogênio ocorre em uma célula que abriga um ânodo, um cátodo e uma membrana. Essas células são geralmente empilhadas em série para maximizar a produção simultânea de hidrogênio e oxigênio. Quando a eletricidade é conduzida através da pilha eletrolítica, os íons hidróxido migram do cátodo para o ânodo, resultando em bolhas de hidrogênio no lado do cátodo do eletrolisador e oxigênio no

Fig. 2 – Eletrolisador alcalino de alta eficiência [3]

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ânodo. Apesar de não requererem metais preciosos como catalisadores e terem mais de um século de uso, esses dispositivos são tipicamente volumosos e produzem hidrogênio de pureza média, apresentando também limitações quanto à sua versatilidade operacional [2]. Na figura 2, tem-se um eletrolisador alcalino de alta eficiência desenvolvido pela TecnoVeritas. O equipamento possui potência máxima por módulo de até 0,5 MW, equivalente a cerca de 430 Nm3/dia, e incorpora várias inovações para aumentar a eficiência, incluindo pressão de operação de 30 bar, o que reduz significativamente a energia necessária para armazenar o hidrogênio. Além disso, possui um alto fluxo de eletrólito, alimentação elétrica sem distorção harmônica e usa de membranas de alto desempenho. Sua característica modular permite a utilização em uma variedade de contextos que podem beneficiar a rede elétrica [3]. Por exemplo, em pequenos projetos, este eletrolisador pode ser usado para armazenar energia excedente de fontes renováveis, como solar ou eólica, na forma de hidrogênio.


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Além de ajudar a estabilizar a rede, fornecendo energia durante períodos de alta demanda ou quando a produ‑ ção de energia renovável é baixa, isto pode permitir que as comunidades se tornem mais autossuficientes em energia, reduzindo a dependência do fornecimento externo e aumentando a resiliência a interrupções. Em ope‑ rações industriais, o hidrogênio pro‑ duzido pode alimentar processos que atualmente dependem de combustí‑ veis fósseis, o que ajuda a reduzir as emissões de carbono.

Eletrolisadores de membrana de troca de prótons (PEM)

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Eletrolisadores de óxido sólido (SOE) Os SOE operam a temperaturas mais altas (entre 500 e 850 ºC) e detêm o potencial de serem mais eficientes do que os eletrolisadores PEM e al‑ calinos. Eles empregam um processo conhecido como eletrólise de alta tem‑ peratura (HTE, na sigla em inglês), ou eletrólise de vapor d’água, e utilizam um material cerâmico sólido como ele‑ trólito. Os elétrons do circuito externo são combinados com a água no cátodo para formar gás hidrogênio e oxigê‑ nio. O oxigênio passa pela membrana cerâmica e reage no ânodo, liberando elétrons para o circuito externo. Além disso, por serem mais eficientes, esses eletrolisadores podem teoricamente converter uma maior porcentagem de energia elétrica em hidrogênio, per‑ mitindo um melhor aproveitamento através do armazenamento da energia renovável excedente [2]. Entretanto, embora tenham muitas vantagens potenciais, eles ainda estão em um estágio relativamente inicial de desenvolvimento e enfrentam vários desafios técnicos e econômicos que precisam ser superados.

gênio, os quais são introduzidos na célula através do ânodo e cátodo, res‑ pectivamente. Esta reação ioniza o hi‑ drogênio, liberando elétrons que criam a corrente elétrica utilizável, enquanto os íons de hidrogênio remanescentes se movem através do eletrólito e se combinam com o oxigênio, produ‑ zindo água. A produção contínua de energia pode ser mantida enquanto houver suprimento de combustível (hidrogênio). Por gerar energia quimi‑ camente e não por meio de combustão, as células de combustível são bastante eficientes, superando limitações ter‑ modinâmicas de usinas convencionais e, em alguns casos, o calor residual ge‑ rado pode ser reaproveitado, elevando ainda mais a eficiência do sistema. Existem diferentes tipos de células de combustível (no inglês, fuel cell, FC): alcalina, com membrana de troca de prótons (PEM), de óxido solido (SOFC), de carbonato fundido (MCFC, melted carbonate) e de ácido fosfórico (PAFC, phosphoric acid). Neste artigo, focamos nas células de combustível alcalina, PEM e SOFC devido à sua ampla adoção no mercado e à extensa pesquisa realizada sobre elas, refletin‑ do sua relevância e confiabilidade no campo das células de combustível.

Estes eletrolisadores utilizam uma membrana de troca de prótons e um eletrólito polimérico sólido. Com a aplicação de corrente elétrica, os prótons do hidrogênio atravessam a membrana para formar gás hidro‑ gênio no lado do cátodo. Apesar de serem relativamente mais caros devi‑ do ao uso de metais preciosos como catalisadores, os eletrolisadores PEM são mais compactos e eficientes ao operar com energias renováveis inter‑ mitentes. Sua popularidade decorre da capacidade de produzir hidrogênio altamente puro e da facilidade de res‑ Células de combustível friamento. Além disso, são capazes de Células de combustível alcalinas operar em altas pressões e têm tempo As células de combustível geram Estas células operam com hidro‑ de resposta rápido, o que os torna par‑ eletricidade por meio de uma reação ticularmente adequados para aplica‑ gênio e oxigênio sob pressão, utilizan‑ química entre o hidrogênio e o oxi‑ do hidróxido de potássio em água ções que exigem resposta rápida a flutuações na oferta de energia [2]. como eletrólito, como podemos ver Fluxo de elétrons na figura 3. Alcançam eficiências Para a rede elétrica, o eletro‑ Carga lisador PEM pode oferecer uma de aproximadamente 70% e ope‑ vantagem significativa em termos ram a temperaturas de 150 a 200 °C. Sua capacidade de saída varia entre de estabilização da rede precisa‑ Hidrogênio Oxigênio 300 W e 5 kW. Porém, necessitam de mente por causa da sua capacida‑ de de resposta rápida: eles podem hidrogênio puro como combustível ser usados para absorver picos de e fazem uso de catalisadores de pla‑ Íons Água hidroxila tina, o que resulta em custos mais energia renovável e liberar ener‑ elevados. Além disso, há o risco de gia quando a produção de ener‑ gia renovável é baixa, ajudando a vazamentos, uma vez que contêm um eletrólito líquido [4]. equilibrar a carga na rede e redu‑ Ânodo Cátodo Eletrólito zindo a necessidade de usinas de Podem ser usadas em conjunto Fig. 3 – Célula de combustível alcalina [4] energia de backup. com fontes de energia renováveis e



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Transição energética

sistemas de armazenamento de hidrogênio para ajudar a equilibrar a rede elétrica, gerando eletricidade durante períodos de alta demanda ou de baixa produção de energia renovável. E, em aplicações descentralizadas, como em locais remotos ou em sistemas de backup de energia, sua alta eficiência e capacidade de fornecer energia contínua se tornam valiosas.

Células de combustível com membrana de troca de prótons (PEM)

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Célula de combustível de óxido sólido (SOFC) Destacam-se por operar em altas temperaturas (entre 600 e 1000 °C). Usam um eletrólito cerâmico sólido que conduz íons de oxigênio do cátodo (onde o oxigênio é reduzido) para o ânodo (onde o hidrogênio é oxidado). Ao contrário de outros tipos de células a combustível, a alta temperatura das SOFC permite a utilização de uma variedade de combustíveis além do hidrogênio, como metano e monóxido de carbono. Os elétrons, ao se moverem do ânodo para o cátodo através de um circuito externo, geram eletricidade. A SOFC produz apenas vapor de água, calor e, dependendo do combustível, dióxido de carbono como emissões [4]. Na rede elétrica, esse tipo de célula pode proporcionar diversas melho-

Essas células utilizam uma membrana polimérica como eletrólito e platina como catalisador, operando em temperaturas relativamente baixas (cerca de 80 °C), o que resulta em tempo de inicialização rápido. No processo de produção de energia, o hidrogênio é fornecido ao ânodo, onde é separado em prótons Fluxo de elétrons e elétrons. Os prótons pasCarga sam através da membrana polimérica para o cátodo, enquanto os elétrons criam Hidrogênio uma corrente elétrica ao seguir um caminho externo. No cátodo, os prótons, elétrons e Íons de hidrogênio oxigênio se combinam para formar água, a única emissão deste processo, como se pode observar na figura 4 [4]. Ânodo Eletrólito Esse tipo de célula oferece Fig. 4 – Célula de combustível PEM [4] benefícios significativos para a rede elétrica devido à sua eficiência, tamanho compacto Fluxo de elétrons e capacidade de operar com Carga ciclos frequentes de carga e descarga. Sua operação em Hidrogênio baixas temperaturas permite resposta rápida às flutuações na demanda de energia, contribuindo para a estabilidade Íons de oxigênio Água da rede. Sua única emissão, a água, reforça seu papel como opção de geração de energia limpa e sustentável, auxilianÂnodo Eletrólito do na descarbonização da Fig. 5 – Célula de combustível SOFC [4] rede elétrica.

Oxigênio

Água

Cátodo

Oxigênio

Cátodo

rias. A operação em altas temperaturas favorece a co-geração de calor e eletricidade, elevando a eficiência energética do sistema e permitindo a utilização do calor gerado em outros processos ou para aquecimento. A versatilidade de combustíveis aceitos pela SOFC garante maior flexibilidade e possibilita a integração com outras estruturas energéticas, como as redes de gás natural. Apesar do desafio em desenvolver materiais resistentes ao calor e duráveis, essa tecnologia apresenta especial atrati‑ vidade para aplicações estacionárias de grande escala, podendo desempenhar papel fundamental na estabilização e descarbonização da rede elétrica.

Armazenadores de hidrogênio A eficiência do armazenamento de hidrogênio é crucial para sua viabilidade como recurso na rede elétrica. Diversos métodos de armazenamento são explorados, como ilustrado na figura 6. As técnicas químicas (marcadas em verde na figura) englobam combustíveis orgânicos reformados e carreadores orgânicos líquidos de hidrogênio. As técnicas baseadas em materiais (em vermelho) recorrem à adsorção química (hidretos) e física (fisissorção). Por fim, técnicas físicas (indicadas em azul), como criocompressão, hidrogênio líquido e gás comprimido, oferecem outras opções. Cada técnica apresenta seus próprios benefícios e desafios, tornando a seleção do método de armazenamento uma decisão estratégica para maximizar a eficiência e a praticidade da aplicação do hidrogênio na rede elétrica. Aqui abordaremos três estratégias de armazenamento que são amplamente usadas: alta pressão (gás comprimido), baixas temperaturas (criocomprimido a frio) e hidretos metálicos (adsorção química). O arma‑



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para integrar efetivamente o hidrogênio à rede elétrica.

Armazenadores de hidrogênio

Técnicas baseadas em química

Combustíveis orgânicos reformados

Carreadores orgânicos líquidos de hidrogênio

Técnicas baseadas em materiais

Técnicas baseadas em física

Adsorção química (hidretos)

Adsorção física (Fisissorção)

Tolueno / Metilciclohexano

Hidretos metálicos intermetálicos

Nanofibras/nanotubos de carbono

Metanol

N-etil carbazol

Hidretos metálicos binários

Amônia

Dibenzil tolueno

Hidretos metálicos complexos

Polímeros hiper-reticulados

Ácido fórmico Processo químico para produção de hidrocarbonetos líquidos a partir de gás de síntese

Grafeno Clatratos Polímeros de microporosidade intrínseca

Fulerenos Estruturas orgânicas covalentes

Zeólitos Estruturas metalorgânicas Estruturas metalorgânicas isorreticulares

Fig. 6 – Técnicas de armazenamento de hidrogênio zenamento de alta pressão e a baixa temperatura lidam com o desafio do volume, enquanto os hidretos metálicos oferecem uma densidade de

O método de armazenamento de hidrogênio a alta pressão é um Hidrogênio líquido dos mais comuns. Nele, Gás comprimido o hidrogênio é primeiramente comprimido para aumentar sua densidade e, em seguida, armazenado em recipientes de alta pressão, geralmente chamados de cilindros ou tanques de pressão. A alta pressão do armazenamento permite que grandes quantidades de hidrogênio sejam armazenadas em volumes relativamente pequenos, o que é essencial para aplicações onde o espaço é limitado. Além disso, a natureza gasosa do hidrogênio facilita sua extração do tanque e permite uma entrega de energia rápida quando necessário.

Criocomprimido a frio

Metano

Processo de Fischer-Tropsch

Armazenamento de alta pressão

armazenamento elevada. A seleção de um método depende de diversos fatores, incluindo a escala e a aplicação pretendida, sendo todos essenciais

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Transição energética

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No entanto, o armazenamento de hidrogênio a alta pressão apresenta alguns desafios. Primeiramente, a compressão do hidrogênio requer energia, o que pode reduzir a eficiência geral do sistema. Além disso, os tanques de pressão devem ser projetados e construídos para resistir às altas pressões envolvidas, geralmente de até 10 000 psi (700 bar), o que pode aumentar os custos. Finalmente, questões de segurança são de suma importância, pois o hidrogênio é um gás altamente inflamável [5]. Apesar dos desafios, a maturidade e a confiabilidade do armazenamento de hidrogênio a alta pressão o tornam um elemento essencial na estrutura da rede elétrica. Este método permite a armazenagem de grandes quantidades de energia em volumes compactos, facilitando a sua implantação em instalações elétricas onde o espaço é frequentemente limitado. A capaci-

dade do hidrogênio de liberar rapidamente energia, devido à sua natureza gasosa, torna-o ideal para responder eficazmente às flutuações de demanda na rede, assegurando a continuidade e a estabilidade do fornecimento de energia. Além disso, o armazenamento de hidrogênio a alta pressão desempenha um papel importante na gestão de energia em larga escala, garantindo a flexibilidade e a resiliência necessárias para a moderna rede elétrica.

Armazenamento de baixa temperatura No armazenamento em baixas temperaturas, também conhecido como armazenamento criogênico, o hidrogênio é resfriado até que se liquefaça, o que ocorre à temperatura aproximada de -253 graus Celsius. A vantagem desse método é que o hidrogênio líquido ocupa muito menos espaço do que o hidrogênio gasoso,

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mesmo quando este é armazenado sob alta pressão. Além disso, é especialmente útil quando grandes quantidades de hidrogênio precisam ser armazenadas, pois permite uma densidade ainda maior do que o armazenamento de alta pressão. Na rede elétrica, a utilização de hidrogênio líquido pode oferecer uma solução eficaz para o armazenamento de energia em larga escala, particularmente em regiões com recursos renováveis intermitentes. Os desafios, de maneira similar ao caso do método de compressão, se referem à quantidade significativa de energia necessária ao processo de liquefação, o que pode afetar a eficiência global, e ao fato de que o hidrogênio líquido deve ser armazenado em tanques isolados termicamente para prevenir que ele se aqueça e se evapore, aumentando a complexidade e o custo do sistema de armazenamento [5].


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Transição energética

Em relação à segurança, é importante salientar que o hidrogênio líquido, embora menos inflamável do que o hidrogênio gasoso, ainda representa risco de incêndio. Portanto, precauções devem ser tomadas para garantir a segurança.

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e pode ser um obstáculo para certas aplicações. Contudo, a pesquisa e o desenvolvimento contínuos nesta área podem levar a avanços que superem esse desafio.

Armazenamento através de hidretos metálicos

Integração de hidrogênio com microrredes operantes

Os hidretos metálicos representam uma das técnicas de armazenamento baseadas em materiais mais comuns para o hidrogênio. Esses compostos são formados quando o hidrogênio reage com metais ou ligas de metais, resultando em um material que pode armazenar hidrogênio em alta densidade. Entre os metais comumente usados estão níquel, paládio, platina e titânio. O hidrogênio, quando armazenado dessa maneira, está em uma forma segura e compacta, o que é especialmente importante quando se considera o armazenamento e transporte para aplicações em grande escala, como na rede elétrica. Os hidretos metálicos podem absorver e liberar hidrogênio quando sujeitos a condições de pressão e temperatura apropriadas, o que os torna potencialmente úteis como meio de armazenamento de energia para a rede elétrica. Segundo o site “Ambiente Brasil”, os hidretos metálicos podem ter um papel significativo na armazenagem de hidrogênio para a rede elétrica, podendo guardar energia excedente produzida durante períodos de baixa demanda para posterior uso durante picos de demanda. Isso pode melhorar a eficiência da rede elétrica e reduzir a dependência de fontes de energia não renováveis [5]. Entretanto, um desafio notável com o uso de hidretos metálicos é que eles geralmente exigem altas temperaturas para liberar o hidrogênio armazenado. Isso pode resultar em eficiência energética subóptima

As microrredes (ou microgrids) são sistemas de energia localizados que podem operar de forma autônoma ou em conjunto com a rede elétrica principal. Elas são compostas por uma variedade de recursos de energia distribuída, como painéis solares, turbinas eólicas, baterias e cargas controláveis. As microrredes podem operar em modo ilhado, fornecendo energia localmente durante uma interrupção da rede principal, ou em modo conectado, e neste caso podem vender energia excedente de volta à rede. A integração de hidrogênio com microrredes representa uma nova fronteira na gestão de energia sustentável e eficiente, envolvendo o uso da energia gerada localmente para a produção de hidrogênio através da eletrólise ou algum outro processo. O hidrogênio pode então ser usado para atender à demanda de energia durante picos de consumo ou de baixa geração local, melhorando a resiliência e a confiabilidade da microrrede por permitir que ela continue a fornecer energia mesmo em condi‑ ções adversas [6]. Algumas iniciativas estão trazendo à luz novas possibilidades para a in‑ tegração de hidrogênio com microrre‑ des já operantes. Um projeto promissor nesse sentido é o intitulado “A Produção e Armazenamento de Energia Solar em H2 e Aplicações em Mobilidade”, que foi selecionado pela CTG Brasil e Senai entre 31 inscritos e recebeu suporte para pesquisa com meta de aplicação comercial. Seu objetivo é integrar uma microrrede com

uma usina solar fotovoltaica a um sistema de armazenamento que utiliza hidrogênio verde e baterias de lítio. A energia gerada pela usina solar será utilizada para produzir hidrogênio verde através de dois tipos diferentes de eletrolisadores: um de membrana polimérica e outro pela rota alcalina tradicional. Além disso, parte da energia gerada será armazenada em baterias de lítio-íon, e o hidrogênio produzido será direcionado para tanques pressurizados para, posteriormente, ser usado diretamente como combustível ou para gerar eletrici‑ dade através de células a combustível de hidrogênio. A proposta inclui também uma avaliação comparativa dos sistemas de armazenamento e estabelece bases técnicas para a criação de corredores de abastecimento de hidrogênio nas rodovias brasileiras. O projeto prevê ainda a avaliação das duas soluções técnicas de eletrolisadores para definir a melhor adequação à variabili‑ dade de potência das fontes renováveis [7]. Essa iniciativa, além de destacar o potencial do hidrogênio na integração com microrredes, abre caminho para novas possibilidades de utilização do hidrogênio na mobilidade e no armazenamento de energia, fortalecendo o cenário de produção e uso de energia limpa e renovável no País.

Normas de segurança no uso de hidrogênio Para garantir a segurança na operação com tanques de hidrogênio, existem normas estabelecidas que regulamentam o manuseio, armazenamento e utilização desse elemento. A ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas, em conjunto com organizações internacionais, desenvolveu uma série de normas que são essenciais para quem trabalha neste campo, entre as quais destacam-se:


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• ABNT ISO/TR 15916 (04/2010): Considerações básicas para a segurança dos sistemas de hidrogênio – Fornece diretrizes de segurança essenciais para a utilização de hidrogênio na rede elétrica. Aborda a produção de hidrogênio, detalha o armazenamento e fornece orientações sobre a integração de sistemas que utilizam hidrogênio com a rede elétrica principal. A norma também aborda a detecção de gás de hidrogênio e fornece orientações sobre operações de armazenamento e transporte, que são relevantes para a gestão da rede elétrica [8]. • NBR ISO 16110-1 (01/2010): Geradores de hidrogênio que utilizam tecnologias de processamento de combustível Parte 1: Segurança – Aborda vários aspectos do design e operação de geradores de hidrogênio, incluindo o sistema de processamento de combustível, o sistema de gerenciamento de fluido, o sistema de gerenciamento térmico e o sistema de controle automático. Também fornece diretrizes para a seleção de materiais, a instalação e manutenção de equipamentos, e os procedimentos de teste para garantir a segurança e eficácia dos geradores. Além disso, a norma aborda a prevenção de riscos de incêndio e explosão, que são considerações importantes para a segurança da rede elétrica [9]. • NBR ISO 14687-1 (04/2010): Combus‑ tível de hidrogênio - Especificação do produto - Parte 1: Todas as aplicações, exceto células a combustível de membrana de troca de prótons (PEM) para veículos rodoviários automotores – Estabelece as especificações para o combustível de hidrogênio em várias aplicações (exceto para células PEM em veículos rodoviários), assegurando a qualidade e adequação do combustível utilizado. Ela aborda vários aspectos do uso do hidrogênio, incluindo o sistema de processamento de combustí-


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Transição energética

vel, o sistema de gerenciamento de fluido, o sistema de gerenciamento térmico e o sistema de controle automático. A norma também fornece diretrizes para a seleção de materiais, a instalação e manutenção de equipamentos, e os procedimentos de teste para garantir a segurança e eficácia do uso do hidrogênio. Além disso, aborda a prevenção de riscos de incêndio e explosão [10]. • NBR ISO 17268 (06/2014): Dispositivos de conexão para reabastecimento de veículos terrestres com hidrogênio gasoso – Define os requisitos para tais dispositivos, garantindo conexões seguras e eficientes. Aborda requisitos gerais de construção, especificações para bocais e receptáculos, e procedimentos para ensaios de verificação do projeto. A norma também detalha vários testes, incluindo ensaios de queda, vazamento na temperatura ambiente, resistência a vibração, cargas anormais, e baixa e alta temperaturas. Além disso, aborda a durabilidade e a manutenibilidade, com testes específicos para bocais e receptáculos, e o envelhecimento do material de vedação. A resistência elétrica, resistência hidrostática, resistência à corrosão, deformação, contaminação, e exposição ao hidrogênio pré-resfriado também são considerados. A norma ainda inclui testes para acoplamento incorreto do bocal e falhas que são essenciais para segurança da rede elétrica ao abastecer veículos a hidrogênio [11]. Essas normas estabelecem parâmetros de segurança e eficiência para uma infraestrutura energética emergente, que poderá complementar e eventualmente substituir fontes de energia mais antigas e menos sustentáveis. São, portanto, cruciais na transição para um sistema energético mais sustentável e resiliente, onde o hidrogênio desempenhará um papel significativo na geração, distribuição e armazenamento de energia. Ao adotá-las, o setor elétrico minimiza riscos e

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otimiza a produção de energia. Além disso, as normas também facilitam a interoperabilidade dos sistemas e ajudam a prever cenários de falha, melhorando a resiliência da rede elétrica. A conformidade com elas é essencial para manter a integridade e a estabilidade do setor elétrico à medida que incorpora novas tecnologias e métodos de produção de energia.

Conclusão O futuro da rede elétrica aponta para um horizonte sustentável onde o hidrogênio emerge como protagonista. Suas características únicas não apenas permitem um armazenamento eficiente mas também abrem caminho para a inovação na geração e uso de energia. Isto está gradualmente redefinindo as fronteiras do possível e conduzindo-nos para uma nova era de eficiência energética. Em paralelo, a integração do hidrogênio com as microrredes existentes abre novos caminhos para uma gestão de energia mais dinâmica, inteligente e eficiente. Essa sinergia não só potencializa as capacidades das microrredes mas também cria uma rede elétrica mais robusta, capaz de se adaptar a demandas flutuantes e a cenários de interrupção de energia. A segurança, no entanto, continua sendo o pilar que sustenta todo o edifício. Para que a revolução do hidrogênio aconteça, uma estrutura normativa sólida e eficiente é essencial. Esta não apenas permite a mitigação de riscos mas também fornece uma base sobre a qual a confiança na tecnologia de hidrogênio pode ser construída.

Referências [1] Ambiente Brasil: Armazenamento de Hidrogênio. Disponível em: https://ambientes. ambientebrasil.com.br/energia/celula_ combustivel/armazenamento_de_ hidrogenio.html. Acesso em: 23 jun. 2023. [2] Mar sem fim: Hidrogênio verde, possível com-

bustível do futuro. 21 nov. 2021. Disponível em: https://marsemfim.com.br/hidrogenioverde-possivel-combustivel-do-futuro/. Acesso em: 26 jun. 2023. [3] Iberdrola: O que é um eletrolisador e por que é essencial para o fornecimento de hidrogênio verde? Disponível em: https://www.iberdrola. com/sustentabilidade/eletrolisador. Acesso em: 12 jun. 2023. [4] Tecnoveritas: Eletrolisador alcalino de tecnologia totalmente nacional. 09 dez. 2020. Disponível em: https://www.tecnoveritas.net/pt/ multimedia/eletrolisador-alcalino-detecnologia-totalmente-nacional/. Acesso em: 12 de jun. 2023. [5] Museu Nacional de História Americana: Noções básicas de células de combustível. Disponível em: https://americanhistory.si.edu/ fuelcells/basics.htm#top. Acesso em: 12 jun. 2023. [6] Navid Rezaei, Yasin Pezhmani. Operação de ilhamento ideal de multi-microrredes integradas de hidrogênio considerando incerteza e interrupções inesperadas. “Jornal de Armazenamento de Energia”, vol. 49, 03-02-2022. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/ article/abs/pii/S2352152X22001761. Acesso em: 04 de jul. 2023 [7] FotoVolt: CTG e Senai financiam projeto de microrrede com solar e H2V. 03-fev.-2022. Disponível em: https://www.arandanet.com.br/ revista/fotovolt/noticia/3674-CTG-e-Senaifinanciam-projeto-de-microrrede-com-solare-H2V.html. Acesso em: 12 jun. 2023. [8] ABNT ISO/TR15916 (04/2010) – Disponível em: https://www.normas.com.br/visualizar/ abnt-nbr-nm/29409/abnt-iso-tr15916consideracoes-basicas-para-a-segurancados-sistemas-de-hidrogenio. Acesso em: 12 jun. 2023. [9] NBR ISO 16110-1 (01/2010) – Disponível em: https://www.normas.com.br/visualizar/ abnt-nbr-nm/29129/nbriso16110-1-geradoresde-hidrogenio-que-utilizam-tecnologiasde-processamento-de-combustivel-parte-1seguranca. Acesso em: 12 jun. 2023. [10] NBR ISO 14687-1 (04/2010) – Disponível em: https://www.normas.com.br/visualizar/ abnt-nbr-nm/29404/nbriso14687-1combustivel-de-hidrogenio-especificacao-doproduto-parte-1-todas-as-aplicacoes-excetocelulas-a-combustivel-de-membrana-de-trocade-protons-pem-para-veiculos-rodoviariosautomotores. Acesso em: 12 jun. 2023. [11] NBR ISO 17268 (06/2014) – Disponível em: https://www.normas.com.br/visualizar/ abnt-nbr-nm/29160/abnt-nbriso17268dispositivos-de-conexao-para-reabastecimentode-veiculos-terrestres-com-hidrogeniogasoso. Acesso em: 12 jun. 2023.



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Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 93 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Fotovolt, outubro de 2023 Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/fv e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias. Basta preencher o formulário em www.arandanet.com.br/revista/fotovolt/guia/inserir/

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Projeto

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Softwares para cálculo de estruturas metálicas para sistemas FV Ana Carolina Cunha Quélhas, da Mi Omega Engenharia

N

os últimos anos, o mercado de sistemas de energia solar fotovoltaica (FV) tem crescido significativamente e, com o aumento da demanda, a eficiência e a segurança das estruturas que sustentam os módulos solares tornam-se questões cruciais para o sucesso dos projetos. Atualmente está em andamento a elaboração de uma norma brasileira específica para o cálculo de estruturas metálicas para instalações fotovoltaicas no Brasil. No entanto, como até o momento essa norma ainda não existe, os profissionais desse setor geralmente recorrem a normas existentes que estabelecem critérios mínimos para projetos de estruturas metálicas (como a ABNT NBR 8800 - Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios), as quais não são voltadas para aplicações específicas em energia solar. Este artigo tem como objetivo realizar uma análise comparativa entre dois tipos de softwares utilizados para o cálculo de estruturas: os softwares de análise por elementos finitos e os softwares de análise estrutural.

Cálculo com software de análise por elementos finitos Tem sido muito comum engenheiros realizarem os cálculos das estruturas metálicas para sistemas FV por meio de softwares de elementos finitos, em que a estrutura é submetida a esforços e avalia-se a tensão e a deformação, verificando se a tensão máxima na estrutura atinge a tensão limite do material. A análise por elementos finitos consiste na divisão do sistema em vários elementos que se deslocam conforme recebem o carregamento. É utilizada para cálculos com geometrias, carregamentos ou fixações complexas, não encontradas na teoria, em

Em usinas solares fotovoltaicas, é crucial assegurar que as estruturas sejam bem dimensionadas. A escolha do software para realizar esse dimensionamento desempenha um papel fundamental, pois influencia diretamente nos resultados dos cálculos. Este artigo descreve e compara os softwares de análises por elementos finitos e os de análise estrutural.

métodos de cálculos mecânicos, fornecendo então soluções aproximadas. É importante notar que os softwares convencionais avaliam apenas tensão, deformação e deslocamento e, em se tratando de estruturas metálicas, inclusive as destinadas ao suporte de módulos solares, é necessária uma análise estrutural mais profunda de acordo com a NBR 8800, avaliandose esbeltez, força axial e torção, entre outros índices. A esbeltez de um perfil é um índice muito importante a ser avaliado, mas geralmente não é abordada por softwares de análise por elementos finitos. Um perfil muito esbelto pode falhar por flambagem quando submetido a cargas de compressão ou tração, como mostra a figura 1. A análise por elementos finitos é mais adequada quando realizada para uma peça metálica submetida a esfor‑ ços, como, por exemplo, um clamp, caso em que a resposta ideal da análise é a tensão e a deformação máxima da peça. É possível verificar os pontos


Projeto

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von Mises (N/m^2) 5.782e+08 5.301e+08 4.819e+08 4.337e+08

Seção transversal após a flambagem local

3.855e+08 3.373e+08

Max: 5.782e+08

2.892e+08 2.410e+08 1.928e+08 1.446e+08 9.645e+07 4.827e+07 8.989e+04 Yield strenght: 2.206e+08

Fig. 1 – Perfil metálico após flambagem local onde há maior concentração de tensão, se ocorre um rompimento do material pela ultrapassagem do limite de ten‑ são, ou deformações e deslocamentos excessivos. Um exemplo dessa análise é mostrado nas figuras 2, 3 e 4. É importante ressaltar que os soft‑ wares de elementos finitos comumente encontrados no mercado são inte‑ ressantes para se fazer os desenhos da estrutura, pois com eles é possível realizar desenhos em 3D com certa facilidade e ainda extrair um detalha‑ mento. Porém, o ideal é que os cálcu‑ los sejam realizados utilizando um programa que forneça respostas mais abrangentes e aprofundadas.

Fig. 2 – Avaliação da tensão máxima no clamp

Cálculo com software de análise estrutural Ao se utilizar um software de análise estrutural para o cálculo da estrutura, a modelagem se torna mais direta, empregando apenas linhas, como mos‑ trado na figura 5. Isto acelera significa‑ tivamente o processo, pois cada barra é dimensionada pelo software através das entradas nesse inseridas. É possí‑ vel visualizar a estrutura em sua forma renderizada, como ilustra a figura 6. Como resultado do cálculo, o software de análise estrutural mostra como a estrutura será utilizada em termos percentuais, possibilitando um dimensionamento mais preciso. Esse

dimensionamento pode ser realizado de forma manual ou automática pelo próprio software, considerando diver‑ sas combinações de cargas, conforme necessário. Após a visualização dos resultados (que também são apresentados em forma de tabela), é possível alterar de forma rápida e simples um perfil, ou outra variável, até que o dimensiona‑ mento seja otimizado, de forma que não se obtenha uma estrutura subdi‑ mensionada ou superdimensionada. Por exemplo, na figura 7 vemos que os pilares chegam a 53% de utilização, ou seja, cerca de apenas metade de sua capacidade, e que os perfis das terças

URES (mm)

ESTRN

0.194

1.732e-03

0.177

1.587e-03

0.161

1.443e-03

0.145

1.299e-03

0.129

1.155e-03

0.113

1.010e-03

0.097

8.661e-04

0.081

7.218e-04

0.065

5.776e-04

0.048

4.333e-04

0.032

2.891e-04

0.016 0.000 Max: 0.194

Fig. 3 – Deslocamento máximo no clamp

1.448e-04 Max: 1.732e-03

Fig. 4 – Deformação máxima no clamp

5.901e-07


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Projeto

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estão sendo utilizadas em apenas 40% de sua capacidade. Com base nesses resultados, é possível reduzir o peso desses perfis e chegar próximo a 100% de utilização, obtendo assim uma estrutura mais leve e consequentemente com menor custo. Por outro lado, caso algum perfil passe de 100% de utilização, isto indica que é necessário fazer alguma mudança estrutural, reforçando o perfil ou colocando possíveis travamentos na estrutura, quando necessário.

Conclusão

Fig. 5 – Estrutura para painel fotovoltaico modelada com linhas

Fig. 6 – Estrutura para painel fotovoltaico renderizada com os perfis escolhidos

Os softwares de 66% cálculo estrutural 40% 66% estão à disposição 66% 40% para auxiliar os enge80% 53% 40% 40% 66% nheiros no processo 40% 80% 80% 40% 53% de dimensionamento 66% 70% 40% 79% 80% de estrutura, porém 40% 66% 66% 70% é fundamental co53% 40% 40% 66% nhecer as normas Capacidades: resultado máximo 53% vigentes, interpretar Esbeltez compress. = 200 Máx. deformação = L/180 Estrutura: Deslocável Norma: NBR 8800+AISI Esbeltez a tração = 180 Área de tração = 100 % Aço = AR-350 de maneira precisa Fig. 7 – Resultados obtidos através das cargas e combinações de cargas inseridas os resultados e identificar quais informentos similares, a escolha ideal recai mações de saída são essenciais para sobre o software de elementos finitos. garantir um dimensionamento preciso da estrutura. Essa distinção entre as ferramentas de A escolha criteriosa do software de software é essencial para garantir que cálculo é de suma importância, devencada aplicação seja tratada de forma do ser alinhada às exigências específi‑ apropriada e eficaz. cas de cada cálculo. É crucial compreenSaber diferenciar bem o software, der que cada estudo apresenta suas avaliando os resultados que ele entrega, faz com que tenhamos estruturas próprias demandas distintas. No con‑ texto do cálculo de estruturas metálicas mais segura e ainda mais otimizadas, o para suportes de módulos solares, é que pode reduzir custos de fabricação. aconselhável a utilização de um software de cálculo estrutural. Isso se deve à sua Referências capacidade de realizar avaliações em [1] ABNT NBR 8800:2008 - Projeto de estruturas conformidade com as normas estabede aço e de estruturas mistas de aço e concreto de lecidas, como a NBR 8800. Por outro edifícios. lado, quando se trata de análises de [2] Pfeil, Walter; Pfeil, Michèle: Estruturas de aço: componentes mecânicos, como chapas, dimensionamento prático, 9ª ed., LTC Editora, parafusos, clamps, olhais e outros eleRio de Janeiro, 2022.


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Parceria empresa e universidade vai testar e elaborar tecnologias FV Jucele Reis, da Redação de FotoVolt

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Mackenzie e Huawei inauguram laboratório para ensaios de segurança em inversores e usina solar para produzir modelos de predição de geração de energia baseados em inteligência artificial, com dados de influências climáticas e sombreamento. A iniciativa também contempla treinamento de bombeiros em combate a incêndios relacionados a instalações FV e cursos específicos para estudantes universitários.

ma parceria entre a Universi‑ dade Presbiteriana Mackenzie (UPM) e a Huawei Digital Power inaugurou em setembro uma usina solar no campus Higienópolis, para pesquisa e desenvolvimento de tecnologias, e um laboratório na Es‑ cola de Engenharia da universidade destinado a testar a segurança de inversores utilizados nas instalações fotovoltaicas residenciais e comer‑ ciais. Foram investidos R$ 1,7 milhão Usina no topo do prédio número 31 do campus Higienópolis: suporte à elaboração de modelo preditivo de geração e avaliação na iniciativa, por meio do projeto do impacto dos otimizadores, entre outras funções “Inova Solar Huawei – Mackenzie”, requisitos de normas internacionais”, cujos objetivos incluem criar um mo‑ Uma das principais metas é testar comenta o coordenador do curso de a tecnologia AFCI (arc fault circuit in‑ delo preditivo de geração de energia, terrupter) de inversores fotovoltaicos, Engenharia Elétrica da Universidade avaliar o impacto dos otimizadores na que realiza a detecção de arcos voltai‑ Mackenzie e pesquisador integrante melhoria da eficiência dos sistemas cos e promove o desligamento auto‑ solares e auxiliar no desenvolvimento do projeto, Bruno Luís Soares de Lima. mático do sistema em cerca de 0,5 s. de uma norma nacional de segurança A usina tem potência instalada de “Vamos gerar um arco elétrico que para instalação, manutenção e preven‑ 19,8 kWp, com 36 módulos fotovoltai‑ poderia provocar um incêndio e veri‑ cos de 550 Wp e três inversores de ção de acidentes voltada aos inverso‑ ficar em quanto tempo o inversor atua res. “Uma preocupação em relação aos 5 kW, totalizando 15 kWca de potência em condições controladas. O estudo sistemas fotovoltaicos é a possibilida‑ para injeção na rede. Com produção visa verificar como tais equipamentos de de formação de arcos voltaicos e anual estimada de 22,8 MWh por ano, promovem a proteção elétrica para a instalação FV vai fornecer energia como a ausência de uma proteção elé‑ segurança dos usuários”, disse Bruno. trica embarcada no inversor pode pro‑ para o sistema de ar condicionado do Serão avaliados diversos inversores prédio 31, onde está localizada. De vocar incêndios. Vamos analisar como de diferentes fabricantes comerciali‑ a proteção elétrica dos inversores so‑ acordo com o professor Bruno, o porte zados no Brasil segundo os padrões lares se comporta quando submetidos da usina é adequado à necessidade de a arcos voltaicos, considerando como controle rigoroso dos testes para pes‑ de normas internacionais IEC e norteamericanas. parâmetros e procedimento de testes quisa e desenvolvimento.

Fotos: Dagoberto Nogueira/Mackenzie

Pesquisa e capacitação

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Pesquisa e capacitação

Jorge Alexandre Onoda Pessanha, professor da Escola de Engenharia da UPM e coordenador do projeto, afirma que como não existe ainda uma norma brasileira relacionada a falhas prove‑ nientes de arcos fotovoltaicos que exija a presença de dispositivos de segurança, como sistemas de desligamento rápido (rapid shutdown) e interrupção contra arcos elétricos (AFCI), produtos despro‑ vidos desses recursos são amplamente comercializados no mercado brasileiro. Uma norma sobre a proteção elétri‑ ca de inversores está em elaboração no âmbito da ABNT – Associação Brasilei‑ ra de Normas Técnicas, e a perspectiva é de que a tecnologia AFCI se torne obrigatória no Brasil em breve. [Nota: Mesmo em nível internacional, a normalização sobre o assunto é bastante recente. A IEC 63027 – Photovoltaic power systems - DC arc detection and interruption, por exemplo, foi publicada em maio deste ano.] “O mercado tem demandado essa pro‑ teção”, disse Andrey Oliveira, diretor de soluções residenciais da Huawei Digital Power. De acordo com o execu‑ tivo, o projeto desenvolvido pela com‑ panhia em conjunto com a universida‑ de Mackenzie pode gerar contribuições para elaborar padrões e normas brasi‑ leiras. Sobre a iniciativa da Huawei, ele diz que investir em pesquisas e projetos como esse é uma “missão” da empresa, pois o setor de geração de energia solar está em crescimento “e o ecossistema deve ajudar a adequar as normas e padrões para que a tecnologia esteja acompanhada da segurança”. Além dos trabalhos na ABNT, o In‑ metro - Instituto Nacional de Metrolo‑ gia, Qualidade e Tecnologia, por meio do Programa Brasileiro de Etiqueta‑ gem (PBE), também tem debatido a necessidade de inclusão de proteções por AFCI em inversores fotovoltaicos vendidos no País. A universidade Mackenzie preten‑ de que seu laboratório se torne um cer‑ tificador desses equipamentos quando a norma for estabelecida.

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Treinamento de bombeiros Outro objetivo da pesquisa é estu‑ e curso na graduação dar o funcionamento de otimizadores, O projeto também inclui uma fren‑ que têm a função de reduzir o impacto causado pelas sombras na instalação te de capacitação. Como resultado fotovoltaica. “Há fileiras de módulos do trabalho, foi elaborado um treina‑ mento, por docentes do Mackenzie e com otimizadores e outras não, a fim bombeiros, voltado para o Corpo de de comparar como esse equipamento Bombeiros do Estado de São Paulo, melhora a eficiência do sistema”. Além disso, várias câmeras foram instaladas referente às questões de segurança em no telhado do prédio 31, onde está sistemas solares, que aborda o comba‑ te a incêndio e salvamento. De acordo localizada a usina, para monitorar o com o professor Bruno, a maior parte sombreamento dos painéis, a fim de das proteções existentes, embarcadas estudar seu impacto sobre a geração solar. O projeto Inova Solar: Macken‑ nos inversores comerciais e referen‑ zie – Huawei também pretende elabo‑ ciadas nas normas nacionais, não rar um algoritmo de previsão de gera‑ apresentam a segurança requerida em normas internacionais em caso de ar‑ ção de energia solar, que vai se basear cos voltaicos, o que gera preocupação nas medições históricas da usina, nas com a possibilidade de ocorrência de câmeras que medem o sombreamento incêndios e intercorrências envolvendo e na estação meteorológica que mo‑ equipes de bombeiros na ação para nitora os dados climáticos para gerar apagar o fogo. Segundo o professor, um modelo de inteligência artificial. constatou-se que esses profissionais “A partir desses dados, a expectativa desconheciam os riscos inerentes ao é prever quanto uma usina pode gerar manuseio dos sistemas solares foto‑ de energia. Atualmente, a falta dessa voltaicos em caso de incêndio em uma previsão é uma das dores do mercado residência, visto que não há como des‑ de energia fotovoltaica, pois a usina ligar uma “chave entra em operação e muitas geral” e interrom‑ vezes gera menos do que per o fornecimento foi planejado no projeto. de energia natural, Então queremos desenvol‑ ver um modelo computacio‑ pois a energia vem do sol. nal que auxilie os projetos O objetivo é de a serem mais assertivos”, explica o professor Bruno. que o treinamento de combate a in‑ Outra abordagem de cêndio em instala‑ pesquisa se relaciona com a Professor Bruno Lima (na solenidade de ções fotovoltaicas atividade de manutenção. inauguração da usina): “Com o crescimento Por meio de um drone equi‑ do número de instalações de geração foto‑ seja disseminado para o Corpo de pado com uma câmera in‑ voltaica, aumentou o número de relatos e fravermelha que sobrevoará ocorrências de acidentes nesses sistemas” Bombeiros do Bra‑ sil todo. Trata-se a usina, os pesquisadores de um curso de EAD, inteiramente pretendem obter imagens térmicas e gravado no Mackenzie, que aborda criar um algoritmo para detectar defei‑ desde a formação do arco elétrico, tos nos módulos. “Num parque solar com centenas ou milhares de placas passando pelos riscos de manipulação dos equipamentos (conteúdo minis‑ solares, a inspeção normalmente é trado pelos professores do Mackenzie) feita a olho nu, além das medições. O drone vai fornecer assertividade e até a extinção do fogo (conteúdo pro‑ ferido pelos bombeiros). Uma insta‑ também melhor atendimento a ocor‑ lação fotovoltaica não equipada com rências de defeitos”. Dagoberto Nogueira/Mackenzie

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dispositivos específicos não se desliga, “então o bombeiro precisa conhecer a tecnologia fotovoltaica para fazer o combate adequado e também o salvamento. O foco principal é a questão de segurança em eletricidade”, destaca o professor. Os bombeiros envolvidos no projeto participam da elaboração da norma “Segurança contra incêndio para sistema de energia solar fotovoltaica”, em elaboração pela comissão de estudos (CE-024:102.007 da ABNT). O engenheiro Cassio Roberto Armani, ex-coman‑ dante do Corpo de Bombeiros, pro‑ fessor do curso de especialização em Segurança do Trabalho, da pós-gra‑ duação lato sensu no Mackenzie e integrante da equipe técnica do projeto, também participa das discussões quanto à introdução da obrigatorie‑ dade dos dispositivos de segurança AFCI e rapid shutdown nos equipamentos de pequeno porte de todos os fa‑

Pesquisa e capacitação bricantes que atuam no mercado brasi‑ leiro. E o professor José Cesar de Souza Almeida Neto, da UPM e da equipe técnica do projeto, é outro participante das comissões da ABNT. Curso – Haja vista que uma das principais causas de arcos são práticas inadequadas de instalação, o Mackenzie também elaborou um curso de geração fotovoltaica que vai ser ministrado aos alunos de graduação de engenharia da universidade. “Grande parte das ocorrências de arco se deve a instalações precárias, com equipamentos sem dispositivos de segurança e ao baixo nível de formação técnica de equipes de projeto, manutenção e instalação”, salienta o professor. O objetivo do curso é expandir o conhecimento e formar novos profissionais aptos para o mercado de trabalho, que sejam capazes de orientar instalações seguras, além de realizar projetos de desenvolvimento. “Em função da

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popularização e do crescimento do número de instalações de geração fotovoltaica, aumentou também o número de relatos e ocorrências de acidentes nesses sistemas. As instalações de geração fotovoltaica de pequeno porte, muitas vezes, não apresentam bons padrões de equipamentos, boas práticas de instalação, atendimento a normas e acompanhamento de mão de obra especializada. Esses fatores contribuem para maior incidência de arcos”, completa Bruno. Ainda de acordo com o professor, a meta é expandir a capacitação para fora da comunidade Mackenzie, vi‑ sando melhorar a segurança e eficiência das instalações FV em todo o País. “Esperamos ter parceiros do setor para ministrar esse curso além da universidade, para atender tanto pessoal que trabalha com manutenção quanto com projeto. Já estamos discutindo isso com algumas empresas”, conclui.


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Estacas de fundação para usinas fotovoltaicas

Outras normas

Estacas de concreto pré-moldado

Norma NBR 16258:2014

Estacas metálicas

Diâmetro (mm)

Da Redação de FotoVolt

A escolha do tipo de estrutura a utilizar dependerá de parâmetros de projeto e também preponderantemente das características do solo sobre o qual a planta solar será instalada. O guia descreve a oferta, de empresas do mercado nacional, relativa a estacas metálicas de diferentes perfis e de estacas pré-fabricadas de concreto, com as informações principais dos produtos e os contatos dos fornecedores.

Comprimento (m)

Guia - 3

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5,4 a 12

160 a 600

NBR 6122/2019

5a9

17 a 60

Norma ABNT NBR

Diâmetro (mm)

Comprimento (m)

Helicoidal

Perfil sigma

Perfil H

Perfil C

Empresa, telefone e e-mail

Cassol (41) 99201-2456 vendadireta@cassol.ind.br

Incopre (31) 3348-4812 vendas@incopre.com.br

Romagnole (44) 3233-8500 marketing@romagnole.com.br

Tecnitork (11) 96400-8423

daniel.renosto@tecnitork.com.br

Usiminas (31) 97109-2991

humberto.bellei@solucoesusiminas.com

Voestalpine Meincol (54) 3220-9000 sac.meincol@voestalpine.com

6123, 8800, 6323, 7008, 14643

6122

2 a 12

1 a 12

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50 a 300

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Obs.: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 37 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Fotovolt, outubro de 2023 Este e muitos outros guias estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/fv e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias. Basta preencher o formulário em www.arandanet.com.br/revista/fotovolt/guia/inserir/

6122/2010



Veículos elétricos

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Recargas em condomínios Rafael Cunha*

“Mesmo que se vá instalar apenas um carregador, deve-se prever a conexão de outros, pois em poucos anos mais condôminos vão adquirir veículos elétricos.”

O condomínio O receio frente ao novo tem acometido síndicos e condôminos, e não

Etrel

A

s recargas de veículos elétricos no ambiente residencial são as mais frequentes, chegando a 80% das realizadas [1], uma vez que todo proprietário de carro elétrico também possui um carregador, portátil ou não, e de costume o utiliza no dia a dia, mais comumente no período noturno. As instalações em residências geralmente não oferecem desafios, dada a simplicidade usual de projetos elétricos desse porte. Porém, no caso dos proprietários que residem em condomínios verticais, há desafios mais relevantes. A instalação de carregadores em condomínios deve satisfazer o regimento interno, evidentemente, e as normas técnicas aplicáveis, tanto as da ABNT quanto as da distribuidora de energia. Esse tipo de instalação tem se tornado mais frequente com a disseminação dos veículos elétricos para camadas sociais além das classes mais abastadas, e deve ter ainda maior crescimento nos próximos anos. Assim, o tema da infraestrutura em recarga em condomínios volta a esta coluna em razão da grande quantidade atual de problemas técnicos e questões burocráticas para aprovação na instalação de carregadores, sendo recorrentes as solicitações e consultas realizadas a profissionais da área.

são raros casos de condomínios que proíbem ou restringem a instalação de carregadores, no mais das vezes por acreditarem que os custos de consumo de eletricidade onerariam os demais condôminos. Isto tem também pautado decisões de se aprovar a instalação apenas se a infraestrutura de recarga tiver origem no medidor da unidade consumidora interessada. A falta de conhecimento técnico por parte dos síndicos é algo esperado. Mas esse desconhecimento tem sido mostrado também por engenheiros e eletricistas, ou seja, o pessoal técnico que deveria trazer ao usuário embasamento para prover de segurança a decisão quanto à solução. O principal ponto de insegurança nas decisões dos condomínios é, como se depreende, a individualização do consumo das recargas, ou seja, que os custos destas sejam alocados aos

usuários dos carregadores. À primeira vista o tema pode parecer complexo e exigir conhecimento específico sobre OCPP (Open Charge Point Protocol), mas isto é falso. Esse problema pode ser facilmente resolvido utilizando-se medidores de energia exclusivos para carregadores, ou mesmo carregadores que possuem a possibilidade de autenticação por cartão RFID. Os dois modos não envolvem conhecimentos específicos e são soluções facilmente encontradas no mercado. Em vista dos receios gerados pela falta de informação técnica, o morador que deseja ser atendido por um ponto de recarga em sua vaga deve fazer uma solicitação formal em assembleia, juntando projeto elétrico executado por profissional técnico habilitado, para apreciação. Em edificações existentes já com alguns anos de operação, a instalação de um carregador pode



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Veículos elétricos

ser um problema, em razão do ineditismo mas também porque pode representar um acréscimo de carga relevante para uma instalação que não previa esse aumento. Já em edificações novas o tema é mais comum, com as empresas de engenharia já prevendo no projeto cargas extras para atendimento a veículos elétricos. A cidade de São Paulo teve parte do problema resolvido com a aprovação da lei municipal 17.336/2020 [2], que obriga as novas edificações coletivas a terem pontos de recarga disponíveis. Essa lei inclusive incentivou outras casas legislativas a iniciarem projetos de lei semelhantes.

A instalação As dificuldades do processo de autorização da instalação de carregadores em condomínios devem-se à falta de informações ou até a dificuldades de abstração para entendimento de um tema técnico. Mas uma vez vencidos esses obstáculos e sendo aprovado o projeto por assembleia do condomínio, este deve ser executado observando-se as normas nacionais aplicáveis, além de requisitos técnicos recomendáveis, prevendo a expansão das infraestruturas de recarga em condomínios. A instalação elétrica de carregadores a partir do medidor de faturamento da unidade consumidora do condômino é uma solução técnica “fraca” que inclusive é proibida na área de concessão da Celesc, cuja norma técnica da empresa N-321.0003 – “Fornecimento de Energia Elétrica a Edificações de Uso Coletivo”, em sua seção 5.7.2, estabelece textualmente: “O circuito de alimentação da estação de recarga não poderá derivar diretamente do quadro de medição”. Trata-se de um posicionamento acertado da distribuidora de energia catarinense, uma vez que existem soluções técnicas mais eficientes e seguras para se obter o mesmo resultado. Inclusive essa é uma determinação que deve vir a ser reproduzida nas normas de outras concessionárias de energia elétrica.

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Mas afinal, como deve ser um projeto ideal de infraestrutura de recarga? Primeiramente, o projeto de instalação deve prever a preparação de uma infraestrutura futura. Mesmo que se esteja realizando a instalação de apenas um carregador, é desejável que se preveja a conexão de outros, já que o mercado está em plena expansão e dentro de poucos anos mais condôminos vão adquirir veículos elétricos. O quadro deve ser posicionado próximo às vagas destinadas aos elétricos e utilizar o QGBT do condomínio como alimentador. Além da infraestrutura de recarga, deve ser recomendado que o condomínio exija no regimento interno que todos os carregadores de veículos elétricos a serem instalados sejam compatíveis com o OCPP 1.6J e possuam implementadas funcionalidades de smart charging. A limitação da infraestrutura do condomínio em face da possibilidade de a maioria dos moradores possuírem veículos elétricos em um futuro próximo torna relevante tal exigência para o controle de demanda destas cargas, respeitando a demanda disponível no painel alimentador. Além disso, é importante que se discuta a possível contratação de seguro do equipamento, para cobertura de danos a outros equipamentos em caso de falha. Dado que é fundamental contar com carregadores inteligentes para essas aplicações, deve-se prever uma rede de internet para a conexão dos carregadores, podendo ser via cabo ou wireless, e ainda uma rede local aberta para que os usuários consigam acessar seus aplicativos de recarga, caso seja este o modo de autenticação adotado.

Conclusão Em suma, a instalação de carregadores elétricos em condomínios representa um desafio que está se tornando cada vez mais relevante devido à crescente adoção de veículos elétricos.

Embora receios relacionados aos custos e à individualização do consumo de energia possam surgir entre síndicos e membros de assembleias, existem soluções técnicas viáveis para superar esses obstáculos. A individualização do consumo pode ser feita de diversos modos, desde com soluções simplificadas, que resolvem o problema imediato porém deixam pendente o futuro problema de demanda, até soluções que envolvem o monitoramento remoto dos carregadores, garantindo que cada condômino receba a fatura com os custos que lhe cabem. Além disso, a conscientização técnica e a conformidade com as regulamentações são cruciais para assegurar a segurança e a eficiência das instalações. E ao se planejar a infraestrutura de recarga em condomínios, é essencial considerar não apenas as necessidades atuais, mas também a expansão futura.

Referências [1] Global EV Outlook 2023, IEA. [2] http://legislacao.prefeitura.sp.gov.br/leis/ lei-17336-de-30-de-marco-de-2020 [3] https://juliaturrek.adv.br/carro-eletricodo-vizinho-se-torna-um-problema-seucondominio/ [4] https://imoveis.estadao.com.br/noticias/ condominios-se-mobilizam-para-recebercarros-eletricos/

* Rafael Cunha é engenheiro eletricista e COO da startup movE Eletromobilidade. Nesta coluna, apresenta e discute aspectos da mobilidade elétrica: mercado, estrutura, regulamentos, tecnologias, afinidades entre veículos elétricos e geração solar fotovoltaica, e assuntos correlatos. E-mail: veletricos@arandaeditora.com.br, mencionando no assunto “Coluna Veículos Elétricos”.


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Pesquisa & inovação

Australianos criam sistema off-grid com solar e hidrogênio

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Boundary Power

folha com a tecnologia de baterias de íons-lítio”, explicou Cyrille Gonin, pesquisador do ISI Eletroquímica que atuou na gestão do projeto. empresa australiana No âmbito do projeto, a Boundary Power CBA produziu a primeira desenvolveu um sistema de bobina de duas toneladas de energia autônomo, off-grid folha de alumínio nacional e realocável, baseado em para esse mercado. “Nós tesenergia solar fotovoltaica e tamos e certificamos o desemintegrado a bateria híbrida penho da folha por meio da de hidrogênio verde. Batiprodução de protótipos de zado de HiSAPS (de Hydro- Projeto liderado pela Boundary Power está em operação experimental em uma baterias de íons-lítio utiligen Integrated Stand-Alone zando uma química usada indústria e utiliza bateria híbrida com hidrogênio verde Power System), o projeto em veículos elétricos”, detaé financiado pelo Departamento de lha o pesquisador. A folha de alumínio Ampcontrol. A planta de demonstraEnergia, Meio Ambiente e Ação Clié um componente fundamental para ção na Austrália fornecerá informamática (Deeca), de Victoria, Austrália. a fabricação de baterias de íons-lítio. ções sobre os aspectos técnicos, reguO equipamento de armazenaA folha é utilizada como coletor de latórios e de segurança da integração mento de hidrogênio, em operação corrente no eletrodo positivo da batede sistemas de hidrogênio em um de demonstração desde o começo de ria e tem grande influência na capacisistema de energia autônomo, afirma outubro para fornecer energia para dade e estabilidade a longo prazo. comunicado da Boundary. iluminação interna de uma fábrica de A nova folha de alumínio produLEDs em Ringwood, Austrália, subszida mostrou-se extremamente efititui a necessidade de gerador a diesel ciente e compatível na aplicação de Senai e CBA desenvolvem utilizado normalmente como backup baterias de íons-lítio. “Além disso, produto nacional para do sistema autônomo de solar e bateessa folha contribui com a redução baterias de íons-lítio rias, em caso de condições climáticas de carbono, já que a energia utilizada adversas. para a fabricação é 100% gerada a parInstituto Senai de Inovação em O projeto foi desenvolvido em cootir das usinas hidrelétricas [da CBA]”, Eletroquímica (ISI Eletroquímiperação com a Horizon Power, concesdiz Cyrille Gonin. ca), com sede em Curitiba, em parcesionária de energia australiana, com Com os resultados positivos obria com a CBA - Companhia Brasileira a empresa Ampcontrol, provedora de tidos na primeira etapa, a CBA já se de Alumínio, desenvolveu durante soluções elétricas integradas, e com a dedica aos próximos passos, que conum ano projeto com foco no desenLavo, fabricante de sistemas de armasiste em aperfeiçoar o projeto e buscar volvimento de uma folha de alumínio zenamento de energia de longa durapossíveis clientes que tenham intepara a produção de baterias de íonsção, responsável pelo desenvolvimenresse em testar o novo produto, com lítio, as mais empregadas no mundo, to da unidade de hidrogênio verde. vistas à validação. “O objetivo agora é com aplicação em veículos elétricos, Pelo sistema híbrido de armazenaa nacionalização das folhas e compoarmazenamento de energia e produmento da Lavo, a eletricidade excenentes e, posteriormente, fornecimentos eletrônicos. dente é armazenada em uma bateria to ao mercado externo”, disse Daniel Atualmente, os componentes desse convencional e convertida por meio de Silveira, Gerente de Desenvolvimento tipo de bateria são todos importados, eletrólise da água em hidrogênio verde Mercado e Inovação de CBA. Para e segundo a CBA essa parceria pode de, que fica armazenado em cartuchos o ISI Eletroquímica, o projeto também mudar o cenário e inserir o País em para posterior reconversão em eletrié importante porque “não fica só no um mercado global, possibilitando o cidade, quando necessário, em uma desenvolvimento. Também auxiliamos desenvolvimento local do produto. célula de combustível. a CBA a se posicionar no mercado com “Foi uma cooperação em que a CBA O design da unidade utiliza a tecnofuturos clientes, indo além do suporte contribuiu com sua expertise no desenlogia Solar Qube, da Boundary Power, científico. Cumprimos com nosso pavolvimento de folhas de alumínio e um sistema de energia solar FV inpel de fortalecer a indústria brasileira”, o Senai fez as caracterizações e testes tegrado com inversor de bateria da afirmou Gonin. para confirmar a compatibilidade da

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Área de exposição


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Agenda

No Brasil Intersolar Summit Brasil Sul - A Solar Promotion International e a Aranda Eventos vão realizar em Porto Alegre, RS, nos dias 7 e 8 de novembro o primeiro congresso e feira Intersolar Summit Brasil Sul, no Centro de Eventos FIERGS. A programação inclui apresentações sobre: panorama da GD solar no Sul do Brasil; GD solar on-site; autoconsumo remoto e geração compartilhada; sistemas isolados com solar e armazenamento de energia; agri-FV e armazenamento de pequena escala, entre outros temas. Estão previstos também masterclass sobre armazenamento e minicursos sobre sistemas FV. Informações e inscrições: https:// www.intersolar-summit-brasil.com/sul. Sendi - O XXIV Sendi - Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica, organizado pela EDP e pro‑ movido pela Abradee - Associação Brasileira de Distribuidores de Ener‑ gia Elétrica, será realizado em 7 a 10 de novembro em Serra, ES. O evento visa promover a troca de experiências entre as empresas distribuidoras de energia elétrica, fomentando ideias para o desenvolvimento da qualidade dos serviços prestados. Paralelamente às sessões técnicas, será realizada a feira ExpoSendi. Mais informações em www.sendi.org.br. Hidrogênio verde - A Escola da Energia anunciou para 5 e 6 de março de 2024 o Senahidro - I Seminário Nacional de Hidrogênio Verde, em Brasília - DF. A programação contará com trabalhos sobre tecnologias para produção de hidrogênio verde; armazenamento e distribuição de H2V; cadeia de valor do hidrogênio verde; aspectos da regulação do hidrogênio; aplicações do hidrogênio verde; aspectos socioambientais do H2V e integração de fontes. Estão previstas ainda palestras sobre cenários e tendências, seções de networking e hackaton destinado a universitários para desafios e soluções, além de exposição

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de produtos e serviços. Informações e inscrições: https://senahidro.com.br. CBENS – O 10º Congresso Brasileiro de Energia Solar será realizado de 27 a 31 de maio de 2024 em Natal, RN, pela Abens - Associação Brasileira de Energia Solar. O evento apresentará o estado da arte do desenvolvimento científico e tecnológico da energia solar, promovendo trocas de experiências entre universidades, institutos de pesquisa, empresas, órgãos governamentais, agentes e associações. A organização é do Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER). Informações: https://cbens.org.br

Cursos Técnico em Renováveis - O Centro Paula Souza (CPS), do Governo de São Paulo, recebe até às 15 horas do dia 8 de novembro as inscrições para prova classificatória (“vestibulinho”) do Curso Técnico em Sistemas de Energia Renovável, que capacita para realização de projeto, instalação, operação, montagem e manutenção de sistemas de geração de fontes renováveis de energia, como solar, eólica e hidráulica. Com três módulos de 400 horas cada, o curso é oferecido nas modalidade semipresencial ou presencial, dependendo do local. As escolas técnicas (Etecs) do CPS que oferecem o curso se localizam na Vila Carlos de Campos (Penha), na Vila Guilherme e no Ipiranga, na capital paulista, e também na cidade de Jaú, interior de São Paulo. Mais informações e inscrições: link www.vestibulinhoetec.com.br. FV, SPDA, hidrogênio e outros - O Canal Solar realiza diversos cursos voltados ao setor fotovoltaico, oferecidos nas versões online, online ao vivo e presencial: Fundamentos; Comercial e vendas; Projeto de microgeração; Projeto de cabine primária para UFVs; Projeto de sistemas com PVSyst e Solergo; Projeto com armazenamento em baterias: off-grid, híbridos e backup; Energia solar no mercado livre;

Projeto avançado de usinas GD até 3MW; Aterramento e SPDA; Tributos sobre consumo e geração de energia elétrica; Hidrogênio verde: tecnologias, custos e transição energética do Brasil; e Engenharia civil para sistemas de energia solar. Informações: https://cursos.canalsolar.com.br. Sistemas on e off grid e híbridos A Neosolar oferece os cursos Sistemas híbridos e off grid; Energia solar off grid com bateria; Sistemas híbridos com bateria; Energia solar on grid, Bombeamento de água com energia solar; Projetos de energia solar: simulação 3D e PV*Sol; Trabalho em altura (NR-35); Mapeamento aéreo com drones para desenvolvimento de projetos de energia solar; Normas de instalação e comissionamento em energia solar; e Carro elétrico: mobilidade elétrica e carregadores. https://www.neosolar.com.br/cursosenergia-solar.

No exterior EnerGaïa - A feira e fórum EnerGaïa de energias renováveis acontecerá nos dias 13 e 14 de dezembro no Centro de Exposições de Montpellier, França. Este ano o evento contará com 400 expositores e 100 palestras e workshops, devendo reunir 14 mil profissionais em quatro grandes pavilhões. Informações e inscrições: www.energaia.fr. Intersolar Europe - Em 2024, a principal conferência e exposição internacional da indústria solar acontece em Munique, Alemanha, em 18 e 19 de junho (conferência) e de 19 a 21 de junho (feira), sob o lema “Conectando negócios solares” e reunindo fabricantes, fornecedores, distribuidores, prestadores de serviço e desenvolvedores de projetos de todo o mundo. A Intersolar Europe faz parte da The smarter E Europe, junto com outras três exposições e congressos: ees Europe, de armazenamento de energia, Power2Drive Europe, de eletromobilidade, e EM-Power Europe, de infraestrutura e gestão elétricas. Website: www.thesmartere.de.



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Produtos

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Rastreador solar A Nextracker fornece o NX Horizon XTR-1.5, tracker voltado para locais acidentados. Segundo a empresa, a solução reduz significativamente ou até elimina trabalhos de terraplenagem em locais de terrenos extremos, sem juntas complexas ou componentes adicionais, podendo economizar toneladas de aço com estacas mais curtas e milhares de metros cúbicos de corte e aterro, acelerarando cronogramas de construção, minimizando o impacto ambiental e o risco do projeto. A empresa destaca ainda que minimizar alterações no solo também evita a erosão a longo prazo e preserva os habitats, fator considerado

mercado brasileiro, além do desenvolvimento de novos hardwares e softwares específicos, e a homologação e testes em laboratório e no campo. A linha de produtos de inversores BYD já possuía 18 modelos trifásicos de 380 V, com potência de 3 kW até 250 kW. Toda a linha de inversores BYD comercializada no Brasil conta com garantia de 10 anos, destaca a empresa. www.byd.com.br

Armazenamento de energia

importante para o licenciamento de novos projetos. A companhia também expandiu o software de otimização e controle de rendimento TrueCapture com Zonal Diffuse, uma nova função de rastreamento que visa melhorar a geração de energia durante condições de irradiação que mudam rapidamente. Esta nova tecnologia inclui detecção adicional de alta resolução espacial e novos algoritmos de controle, ajustando os rastreadores às variações na cobertura de nuvens em toda a usina. As plantas equipadas com Zonal Diffuse podem “perseguir nuvens” para obter ganhos adicionais, sem comprometer o desempenho de rastreamento durante condições de céu limpo, afirma a empresa. www.nextracker.com

Inversor trifásico 220 V O inversor trifásico 220 V da BYD está disponível em sete modelos diferentes, de 15 kW a 60 kW. Segundo a empresa, o projeto do produto exigiu estudos aprofundados e análises complexas do

A Moura lançou recentemente o Enertank, uma solução modular de armazenamento de energia produzida no Brasil com a tecnologia chumbocarbono. Segundo a empresa, devido à sua modularidade, o equipamento

também possui medidas de segurança, incluindo Proteção Contra Arco (AFCI) opcional e Proteção contra Surtos (DPS Tipo II) opcional em ambos os lados para proteger o sistema contra incêndios elétricos e riscos de raios. A linha suporta conexão de contato seco e múltiplos protocolos de comunicação, incluindo Modbus RTU e Sunspec. Além disso, os usuários podem assumir o controle geral do gerenciamento de energia utilizando o monitoramento de consumo de carga de 24 horas habilitado pelo GoodWe HomeKit 1000, com acesso direto aos dados que quantificam o desempenho do sistema. Outras características são: compatibilidade com módulos de alta potência, permitindo corrente de entrada máxima de 16 A por string; sobrepotência da entrada CC de 180%; capacidade de sobrecarga de saída CA de 110%; e eficiência máxima de 97,9%. https://br.goodwe.com

Manutenção de equipamentos fotovoltaicos pode ser aplicado em diversos negócios, como agronegócio, eletromobilidade e sistemas isolados. www.moura.com.br

Inversores residenciais A linha de inversores DNS G3 White, da GoodWe, foi projetada para aplicações residenciais monofásicas. Possui recursos integrados de entrada de alta corrente e sobrepotência CC, a fim de oferecer geração de energia otimizada. Conta com design compacto, mais leve e sem ventilador e, segundo a empresa, funciona em uma operação bem silenciosa, abaixo de 25 dB. O inversor

A L8 Energy, empresa especializada na industrialização e distribuição de sistemas fotovoltaicos, inaugurou um laboratório de assistência técnica para atender a demanda de reparos de inversores no mercado brasileiro. Segundo a empresa, o atendimento adequado para o conserto desses equipamentos é de extrema importância para garantir a longevidade e a produtividade dos sistemas em operação. O serviço é voltado tanto para pequenos sistemas utilizados em residências quanto grandes usinas fotovoltaicas. A L8 Energy já atua na distribuição, tendo em seu portfólio os principais fabricantes de inversores do mundo. www.l8group.net


Publicações

FotoVolt - Outubro - 2023

Crise dos combustíveis fósseis e energias renováveis O relatório “Renewable Power Generation Costs in 2022”, publicado pela Agên‑ cia Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês), aponta que a crise dos preços dos combustíveis fósseis acelerou a competiti‑ vidade da energia renovável. Cerca de 86% (187 GW) de toda a capacidade renovável recém-comissionada em 2022 tinha custos mais baixos do que a eletricidade gerada com uso de combustíveis fós‑ seis. O documento mostra ainda que a capacidade nova acrescentada desde 2000 reduziu a fa‑ tura de combustível do setor elétrico em 2022 em pelo menos US$ 520 bilhões. Sem a implantação de ener‑ gias renováveis ao longo das últimas duas décadas, a per‑ turbação econômica causada pelo choque dos preços dos combustíveis fósseis em 2022 teria sido muito pior e im‑ possível de ser mitigada por

muitos governos com finan‑ ciamento público, aponta o relatório. Segundo a Irena, o documento confirma o papel crítico que as energias reno‑ váveis com custos competiti‑ vos desempenham na respos‑ ta às crises energéticas e cli‑ máticas atuais, acelerando a transição de maneira alinhada com o limite de aquecimento de 1,5°C. Em nota da Irena, o diretor geral Francesco La Camera disse que a entidade vê 2022 como um “verdadeiro

ponto de virada na implan‑ tação de energias renováveis, uma vez que a sua competiti‑ vidade em termos de custos nunca foi tão grande, apesar da persistente inflação dos custos de mercadorias e equi‑ pamentos em todo o mundo. As regiões mais afetadas pelo choque histórico de preços

foram notavelmente resilien‑ tes, em grande parte graças ao aumento maciço da ener‑ gia solar e eólica na última década.” Ainda segundo o diretor, hoje os argumentos comerciais das energias reno‑ váveis são convincentes, mas o mundo tem de adicionar 1000 GW de energia reno‑ vável anualmente (o triplo do adicionado em 2022), em média, todos os anos, até 2030, para manter a meta de 1,5°C ao alcance. Mesmo com a elevação dos custos em 2022 para o setor de renováveis, a nível global o custo médio ponderado da eletricidade caiu 3% para a energia solar fotovoltaica de utility scale, 5% para a energia eólica onshore, 2% para a energia solar con‑ centrada (CSP), 13% para a bioenergia e 22% para a ener‑ gia geotérmica. Apenas os custos da eólica offshore e da hidrelétrica aumentaram 2% e 18%, respectivamente, devido à participação reduzida da China na implantação da ener‑ gia eólica offshore em 2022 e aos excessos de custos numa série de grandes projetos hi‑

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drelétricos. Entre 2010 e 2022, as energias solar e eólica tor‑ naram-se competitivas em termos de custos com os com‑ bustíveis fósseis, mesmo sem apoio financeiro. O custo médio ponderado global da eletricidade proveniente da energia solar fotovoltaica caiu 89%, para 0,049 dólares/kWh, quase um terço menos do que o combustível fóssil mais barato a nível mundial. Para a energia eólica onshore, a que‑ da foi de 69%, para 0,033 dó‑ lares/kWh em 2022, um pou‑ co menos de metade da opção mais barata alimentada por combustíveis fósseis em 2022. O relatório da Irena aponta que os preços dos combus‑ tíveis fósseis devem seguir aumentando e que as energias renováveis podem proteger os consumidores desses choques de preços, evitar crises de abastecimento e aumentar a segurança energética. O rela‑ tório completo pode ser lido em https://www.irena.org/ Publications/2023/Aug/ Renewable-Power-GenerationCosts-in-2022

Índice de anunciantes Absolar..........................................71

Growatt ..................................2ª capa

Nansen ...................................3ª capa

Sengi Solar..............................4ª capa

Boltinox ........................................57

Hoymiles .......................................49

New-Fix.........................................53

Serrana Solar.........................24 e 25

CBGD.............................................67

Inox-Par.................................10 e 11

Novemp.........................................47

Sofar.............................................45

Domínio solar ................................17

Itaipu ............................................29

NTC Somar.....................................13

Solar Group .....................................7

Embrastec .....................................18

JA Solar.........................................31

Pedro Falcão (Alto Rendimento) .......41

Solis ..........................................4 e 5

Encontro Absolar............................69

Ludufix..........................................61

Pextron .........................................15

Spin Estruturas ...............................23

ENGM............................................20

Marvitec ........................................22

Renesola........................................19

Trael .............................................52

Geodesign..............................33 e 51

Megatron.......................................28

Ribeiro Solar..................................30

Tsun ..............................................12

Gimi..............................................43

Metal Light ....................................59

Romiotto........................................56

Umbria..........................................44

GLD Energia ..................................16

Mi Omega......................................65

SAJ................................................21

Valmont Brasil ...............................63


Solar FV em foco

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FotoVolt - Outubro - 2023

Habilidades comportamentais e a performance das empresas “ Não seria melhor inverter a lógica e contratar

comportamento para depois treinar conhecimentos?

esquisa realizada em 2018 no Brasil mostrou que 90% das contratações são feitas a partir de critérios técnicos, com avaliação focada principalmente na experiência do profissional em determinado conhecimento específico. Em contrapartida, mais de 90% das demissões acontecem por incompatibilidade comportamental. Isso evidenciou um assunto polêmico relacionado às hard skills (qualificações técnicas) e soft skills (qualificações comportamentais). No mercado de energia solar fotovoltaica, os gestores sempre apontaram a baixa qualificação de profissionais como problema grave e desafio operacional para o sucesso das empresas. O forte crescimento da demanda em curto intervalo de tempo não proporciona ambiente natural para a maturação dos profissionais, muitos dos quais migram de outros mercados. Assim, atualmente se percebe que as habilidades técnicas, tão demandadas alguns anos atrás, estão reduzindo sua importância em relação às características comportamentais dos colaboradores. Se as empresas contratam por conhecimento técnico e depois perdem os colaboradores pelo comportamento, não seria melhor inverter esta lógica e contratar comportamento para depois treinar conhecimentos? Os conhecimentos técnicos podem ser treinados, desde que a empresa tenha esforços e recursos dedicados à capacitação e reciclagem. Além disso, com a evolução tecnológica cada vez mais acelerada, ferramentas e metodologias aplicadas hoje não irão funcionar amanhã. Por

Pedro Drumond, Rodrigo Sauaia e Ronaldo Koloszuk *

esses motivos, habilidades comportamentais bem desenvolvidas são muito mais eficazes para aumentar a performance das equipes e garantir parcerias de maior longevidade entre profissionais e empresas do setor. Dentre as habilidades comportamentais mais requisitadas, podemos destacar capacidade de aprendizado, gestão emocional e comunicação. Esta última, quando bem trabalhada, permite otimizar o trabalho em equipe e a passagem de informação de forma clara e coerente. Seja em vendas ou engenharia, muito pouco adianta a empresa ter grandes soluções se a informação não é compreendida por seus clientes. Ou, quando a empresa tem um plano de ação específico que envolve um grupo de pessoas, se a comunicação não for assertiva, os detalhes ficam perdidos e o projetos podem ser comprometidos. E quando o assunto é comunicação, o receptor é o mais importante. A forma de transmitir a mensagem deve levar em conta o perfil do receptor e não apenas o que o transmissor acha que está passando. Em relação à resiliência, é possível criar um paralelo com o fit cultural entre empresa, colaborador e mercado. Ou seja, uma pessoa que compartilha dos mesmos valores e tem sua motivação ligada ao que a empresa faz tem muito mais capacidade de aprender coisas novas, resolver problemas complexos e suportar pressões. Essa soft skill é cada vez mais valorizada por um motivo: dá resultados. Todos desistimos mais facilmente quando trabalhamos em algo que não julgamos muito im-

portante. Além disso, com aderência ao fit cultural, um profissional trabalha de forma mais colaborativa, melhorando seu ambiente de trabalho e a relação com os demais profissionais, bem como com fornecedores e clientes. A gestão emocional, por sua vez, é a capacidade de uma pessoa lidar, de forma harmônica, com as variáveis que o mundo apresenta. Muitas coisas que acontecem com colegas de trabalho, clientes e com o mercado não dependem da nossa vontade. Pessoas com boa habilidade emocional entendem que devem trabalhar nas variáveis que elas mesmas controlam e preparar planos para contornar objeções originadas de variáveis que não controlam. Assim, o foco e a energia ficam para estudos, prospecção de clientes, estratégias, indicadores de controle, esforço e outros. Absorver problemas que não estão no nosso controle ocupa um espaço no dia a dia que poderia ser dedicado à produção de novas ideias, projetos e metodologias. Portanto, o desafio para as empresas fotovoltaicas, que em seu conjunto já atingiram a marca histórica de 1 milhão de empregos acumulados desde 2012, segundo dados da Absolar (e vão continuar contratando nos próximos anos), é estabelecer modelos eficientes de contratação e gestão de pessoas, com metodologias e análises objetivas de desempenho. * Pedro Drumond é diretor da RH Renováveis e

Coordenador Estadual em São Paulo da Absolar Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica; Rodrigo Sauaia é CEO da Absolar; e Ronaldo Koloszuk é presidente do Conselho de Administração da Absolar.




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