Revista hygiasalus edição 00

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HygiaSalus • R$ 12,00

Revista

Ano 1 • Edição 00 • Fev / Mar | 2017

Especializada em saúde

“QUEM CUIDA DA MENTE, CUIDA DA VIDA !” “Janeiro Branco” Entrevista Especial com o psicólogo Leonardo Abrahão, idealizador da Campanha

FENASCE E CNTSS/CUT PROTOCOLAM DENÚNCIA CONTRA O MINISTRO DA SAÚDE

DEPRESSÃO : Mal invisível e silencioso da sociedade contemporânea

Saúde Judicializada: Revista HygiaSalus Câmara Técnica do TJ/AL| 1emite pareceres sobre processos judiciais


2| Revista HygiaSalus


Revista

HygiaSalus Especializada em saúde

Disponibilizando informação e conhecimento para proporcionar bem estar e qualidade de vida a você e sua família.

“A verdadeira felicidade é impossível sem

verdadeira saúde, e a verdadeira saúde é impossível sem um rigoroso controle da gula.” Mahatma Gandhi Revista HygiaSalus

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Revista HygiaSalus | 3


Editorial

REPORTAGENS

ARTIGOS

ENTREVISTAS

NOVO PROJETO EDITORIAL EM ALAGOAS ESPECIALIZADO EM SAÚDE

A

presentamos ao público leitor alagoano o Projeto Editorial HygiaSalus, composto de Revista impressa e Portal eletrônico especializados no setor de saúde. Nosso público alvo prioritário constitui-se de profissionais da área da saúde, integrantes de entidades de classe que atuam no setor de saúde pública e privada (Sindicatos, Conselhos e Associações Profissionais), corpo docente, técnico e estudantil das instituições de ensino superior com cursos afins à área de saúde, ativistas dos movimentos sociais, gestores de empresas e órgãos da administração pública vinculados ao tema. É notório que o setor de saúde está segmentado em diversos campos cujos conteúdos se somam para formar um ambiente especializado de conhecimentos qualificados e técnicas de alta complexidade. Nessa perspectiva, a Revista HygiaSalus possui uma linha editorial que valoriza o aprofundamento do debate sobre assuntos e enfoques, utilizando em suas reportagens e artigos abordagens objetivas e linguagem atualizada e acessível a seus públicos, contemplando inclusive os não especialistas. 4| Revista HygiaSalus

Enquanto proposta mercadológica, a Revista HygiaSalus se insere no contexto do mercado

editorial alagoano visando preencher uma lacuna, onde os conteúdos buscam esclarecer o leitor de forma didática, contextualizando as informações, criando nexos com as questões mais amplas das diversas áreas que dialogam com o segmento, como os campos jurídico, ético, econômico, político e cultural. O Projeto Editorial dará ênfase, ainda, às políticas públicas de Saúde que promovam a inclusão social, a regulação e a regulamentação do setor. Por ser uma publicação especializada, constitui preocupação da equipe de produção buscar uma maior “vida útil” para as informações contidas nas matérias, transformando-as num espaço para análise e reflexão aprofundadas, ao invés de meras notícias factuais efêmeras. As linhas temáticas e os conteúdos da publicação se enquadram, direta ou indiretamente, nas fronteiras possíveis entre o real e o ideal, onde as pautas das reportagens, os temas dos artigos de opinião dos colaboradores e o perfil


dos entrevistados da revista alimentam o debate e abordam as relações institucionais, o modus operandi e o modelo de funcionamento do setor de saúde no Brasil e em Alagoas, incluindo as questões ligadas à saúde complementar. Outra característica peculiar ao Projeto HygiaSalus que o diferencia de outros existentes no mercado alagoano consiste na perspectiva de criar abordagens que emoldurarem os temas e assuntos em discussão sempre considerando a regionalização dos vínculos, buscando mostrar a realidade local da forma mais isenta e objetiva possíveis. Por outro lado, as editorias possibilitarão, da parte dos consumidores, das empresas de venda de produtos e de prestação de serviços, de instituições públicas e privadas gestoras do setor de saúde e das categorias profissionais afins, acesso às informações que permitam uma melhor compreensão do atual contexto social e econômico no setor de saúde.

A Revista HygiaSalus segue os padrões

de diagramação e qualidade gráfica das mais modernas revistas brasileiras. A publicação utiliza uma dinâmica de produção de conteúdo onde se permite uma fácil leitura, sendo aplicado em seu projeto gráfico editorial todo o cuidado e esmero que uma publicação desse porte requer, inclusive sendo impressa em padrões de altíssima qualidade. A concepção fotográfica e imagética também atende a um alto padrão técnico e estético, através da captação, tratamento e edição de imagens em alta resolução, buscando a melhor qualidade de impresão disponível no mercado, através da utilização de equipamentos e softwares de última geração, permitindo a pós-produção de imagens com um alto padrão de nitidez, luminosidade e textura, garantindo qualidade identicas aos padrões

de captura, visando a plena complementaridade entre texto e imagens das matérias apresentadas. A perfeita integração entre os conteúdos das reportagens e entrevistas com as fotografias incorporadas ao projeto gráfico visa proporcionar ao leitor e aos anunciantes vivenciar uma experiência estética (estesia) de alto nível, onde pa produção textua e fotográfica esteja a serviço dos anunciantes e dos patrocinadores, integrando-se perfeitamente ao material publicitário disponibilizado para vinculação. O projeto de marketing visa utilizar todos os meios e mídias de comunicação (redes sociais - stands em hospitais, faculdades e universidades com cursos na área de saúde, shopping center distribuição a patrocinadores, entidades de classe e assinantes distribuição em bancas de revista, livrarias, salas e consultórios de profissionais da área de saúde. Nossa estratégia mercadológica tem como objetivos prioritários: gerar informação, publicidade institucional e marketing comercial e colaborativo; dar maior visibilidade às entidades, instituições ligadas à área de saúde, contemplando inclusive, as estratégias comerciais como o lançamento de produtos e serviços, a fixação de marcas e a maior valorização da prestação de serviços, inclusive os personalizados. Enfim, promover a formação de vínculos duradouros entre entidades, instituições e os gestores vinculados ao campo da saúde e seus respectivos públicos consumidores é o que nos motiva. Diante de tantas possibilidades, convidamos você a fazer parte desse Projeto sendo nosso parceiro e/ou leitor.

Aguardamos seu contato!

Revista HygiaSalus | 5


Revista

HygiaSalus Especializada em saúde

Expediente

Publicação Bimestral

Equipe Consorciada

Ano I – Edição nº 00 – Fev/mar de 2017 |

Lutero Rodrigues Bezerra de Melo Coordenador Editorial

Aprotevídeo

Benival Melo Farias

CNPJ: 04.65 .938/0001-79

Diretor de Arte

Rua Coronel Francisco Silva, 266 – Farol Maceió/AL CEP 57.053-100

E mail: aprotevideo@yahoo.com.br

Jairo José Silva Editor de Fotografia

| Distribuição e Comercialização

| Central de Atendimento

82 Comunicação CNPJ 11.706.168/0001-33 Rua Rivaldávia Carnaúba, nº 91 – Sala 04 Pinheiro - Maceió/AL - CEP 57.057-260.

| A Revista HygiaSalus não se responsabiliza por opiniões e/ou conceitos emitidos em

artigos assinados ou conteúdos inseridos

Comercial: contatohygiasalus@gmail.com Fone: (82) 98727-2882 Redação: redacaohygiasalus@gmail.com Fone: (82) 98892-2775 |

em propaganda e publicidade institucional e/ou comercial ou matéria no formato de

publieditorial, cuja inteira responsabilidade é de seus anunciantes.

|

Impressão e Acabamento GrafMarques Ltda. Tiragem: 2.000 Exemplares.

| 6| Revista HygiaSalus

HygiaSalus?

Marcelino de Carvalho Freitas Neto Diretor Comercial

Produção

O que significa

H

ygia, deusa da saúde, da higiene e da sanidade na mitologia grega, era filha do deus grego da saúde, Esculápio, e exercia um papel relevante no culto ao pai. Enquanto Esculápio era associado diretamente à cura das enfermidades, sua filha, Hygia, era associada à prevenção à boa saúde.

O

nome Hygia foi escolhido ,conjuntamente com sua correspondente no panteão dos deuses da Roma antiga, Salus, para nomear nossa revista, exatamente pela associação de seus “poderes” profiláticos e terapeúticos (prevenção e tratamento), garantidores da saúde.

A

missão que a revista HygiaSalus se propõe, de informar ao cidadão como ele pode se manter saudável, através da profilaxia e/ou de tratamentos descritos em matérias que abrangem diversos campos da saúde.


Sumário 14| Especial de Capa

Lançamento da Campanha “Janeiro Branco em Alagoas”

08 | Entrevista

18|

CAPA Foto: Jairo Silva Encerramento da Caminhada para a concientização sobre a Campanha “Janeiro Branco”, na praia de Ponta Verde e Pajuçara, na orla de Maceió (AL).

Leonardo Abrahão

Câmara Técnica do TJ/AL emite pareceres sobre processos

20|

FENASCE e CNTSS/CUT lutam por reajuste salarial e denunciam ministro da Saúde na PGR

22 |

Redes Sociais X Depressão

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A Revista HygiaSalus bateu um papo com Leonardo Abrahão, psicólogo idealizador da Campanha “Janeiro Branco” O jornalista Lutero Melo entrevista o psicólogo Leonardo Abrahão

A

Revista HygiaSalus bateu um papo com Leonardo Abrahão, psicólogo idealizador da Campanha Janeiro Branco, que esteve presente no lançamento da Campanha no estado de Alagoas.

mental na vida das pessoas. Essa proposta vem ao encontro de uma necessidade humana que é cuidar dos aspectos subjetivos da existência, a Campanha cresceu muito.

RHS - Como, onde e quando surgiu a ideia para realização da Campanha Janeiro Branco? Como foi o momento inicial do projeto?

RHS – Como a Campanha tem

Leonardo Abrahão - A Campanha nasceu no Brasil. É uma criação e uma oferta dos brasileiros para o mundo. Ela já está se desenvolvendo em países como os EUA, Portugal, Angola e Japão. Na verdade, a Campanha nasceu no Brasil, na cidade de Uberlândia (MG), onde começamos a ter algumas iniciativas em nome da promoção e da conscientização sobre a importância da saúde 8| Revista HygiaSalus

contribuído para o processo de prevenção dos transtornos mentais, principalmente a depressão, que é uma doença bastante presente na contemporaneidade, além do suicídio e do uso de substâncias psicoativas?

Leonardo Abrahão – Gerando

conscientização, colocando esses temas em evidência, criandose a cultura de se falar sobre sentimentos e emoções humanas, nós acreditamos que iremos gerar prevenção. Então, o primeiro objetivo é gerar prevenção. De tanto falarmos sobre saúde

mental, saúde emocional, nós vamos estimular as pessoas a olharem e cuidarem de suas emoções e sentimentos e a cuidar e respeitar as emoções dos outros. De tanto falar sobre isso, nós acreditamos que estamos gerando uma cultura de respeito e valorização da subjetividade. Isso forma uma política preventiva, que vai contribuir para que as pessoas conheçam mais a si mesmas e não se percam tanto nesses problemas que são frutos do desconhecimento, frutos de viverem estilos de vida que são altamente prejudiciais. Estilos de vida voltados para as coisas e não para o ser, que valorizam a preocupação com coisas materiais e não os cuidados sentimentais e emocionais. Voltados para a produtividade visando alcançar metas e não para si ter o preenchimento das necessidades existenciais ou pessoais ou

Infoarte: Benival Melo, sobre foto de Benival Melo

Entrevista


resolver seus próprios problemas. Então as pessoas esbarram na questão do limite subjetivo de superar suas dificuldades mentais e emocionais?

Leonardo

Abrahão

Exatamente. Essa sociedade de extremo individualismo, do culto à meritocracia, do culto ao sucesso individual e a qualquer custo, as pessoas não têm coragem de assumir que não estão dando conta de vestir essas máscaras sociais, de assumir esses projetos de sociedade que não são projetos seu. Então, precisamos desmistificar tudo isso, combater os preconceitos e estimular as pessoas a romperem com essas questões que estão

as adoecendo, as machucando, tornando-as ansiosas, oprimidas e, muitas vezes, propensas ao suicídio.

RHS – No Brasil, as profissões

que tratam das questões ligadas à saúde têm seus papeis e suas funções compartimentadas. Do ponto de vista dessas profissões, como está essa questão quanto aos cuidados à saúde mental? O corporativismo tem atrapalhado ou essas demandas já estão superadas e resolvidas e cada profissão tem definida sua área de atuação? Ou ainda tem muito a ser negociado, regulamentado ou desregulamentado?

Infoarte: Benival Melo, sobre foto de Benival Melo

alcançar a meta de ser feliz. Ao geramos essa consciência, nós estamos prevenindo essas questões, que são conseqüências negativas de uma vida sem sentido e coisificada. Além da prevenção, nós temos a concepção que quando o problema já está instalado, nós estamos orientando as pessoas a cuidarem de si e não fecharem os olhos para seus próprios sofrimentos. Então, se você está sofrendo, se você está sendo alcançado pela ansiedade, pela depressão ou pelo desejo de morrer, que na psicologia nós chamamos de ideação suicida, ou seja, ter idéias suicidas, é possível procurar a ajuda de um profissional psicólogo. Outra coisa que é importante, para essa questão, é possível uma resposta em três níveis: gerar consciência, portanto, prevenção; gerar orientação para aqueles que já estão sendo vítimas dessa problemática, para que procure ajuda, não engula, não finja que não tem problemas e não os esconda de si mesmo nem dos outros, assuma-o e vá atrás da solução de seu problema; e também gerando o combate aos preconceitos. Porque existem muitos preconceitos. Por isso, as pessoas não assumem que estão tristes, que estão com depressão ou com problemas emocionais. As pessoas não falam sobre isso. São muitos os preconceitos sobre os assuntos relacionados à subjetividade humana, às emoções e às questões mentais. As pessoas têm medo de falar sobre esses assuntos.

RHS – Ou seja, numa sociedade individualista é tabu expor e falar sobre questões subjetivas. Impõese às pessoas que sejam capazes de

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Leonardo Abrahão – Hoje,

em relação às questões ligadas à saúde mental, nós vivemos ainda quase na era das cavernas. Isso é compreensível. O homem olhou primeiro para as questões orgânicas, físicas e materiais. Nós temos muitos avanços em relação à cardiologia, à ortopedia, à dermatologia... Avanços não só em relação às questões de saúde, mas em relação a tudo que é material, como a engenharia, a arquitetura, a robótica e tudo o que diz respeito ao corpo. Mas no que diz respeito à subjetividade, às questões sentimentais e emocionais, nós ainda estamos engatinhando. Por mais que ciências como a psicologia e a psiquiatria tenham avançado, nós ainda estamos atrasados na conscientização da sociedade em relação à saúde mental, inclusive em relação à conscientização dos profissionais Foto: Jairo Silva em como lidar com a transversalidade do ser humano. Porque o ser humano é um objeto transversal. Nesse sentido, é preciso que as diversas dimensões da saúde dialoguem entre si. Por isso a gente acredita em equipes multidisciplinares, transdisciplinares, equipes que abordem as complexas e variadas dimensões do humano, sendo que nenhuma ciência sozinha dá conta do ser humano, porque cada ciência é um recorte dessa realidade. Faz necessário estimular o diálogo entre os profissionais, de forma 10|  Revista HygiaSalus

sincera, honesta e ética, tendo o humano o foco principal e não qualquer outro princípio que, por algum motivo ou por algum fator, empobreça ou dificulte a transversalidade desse debate.

RHS – Quais são as principais

questões que impedem a implantação de políticas públicas eficazes para a prevenção, tratamento e cura dos transtornos mentais no Brasil?

Leonardo Abrahão – O processo que dificulta o avanço das políticas públicas na área da saúde mental no país tem haver com um conjunto de fatores relacionados a não cultura da subjetividade, a não cultura do olhar para as emoções, o fato de nós sermos produto de uma cultura positivista que foca sempre nas ciências exatas, nas produções materiais... A gente tem muitos avanços no conhecimento dos campos da física, da química, biologia, da organicidade humana, da arquitetura, da engenharia, enfim,

da materialidade humana. Mas quando olhamos para a questão da subjetividade, nós estamos em um campo relativamente novo. A psicologia, por exemplo, tem menos de 200 (duzentos) anos, enquanto ciência que vem se estabelecendo e tenta se desenvolver. Enquanto a medicina, por exemplo, vem desde a idade média caminhando há muito mais tempo. Quando se fala em subjetividade humana, o que de mais longínquo a gente tem são os poetas e os atores. Mas a subjetividade humana como objeto de estudo é uma coisa muito recente. Isso faz com que as políticas públicas também sejam recentes, além de todos os preconceitos existentes na atividade política quanto na seara cultural. Até pouco tempo, pessoas em um estado de sofrimento mental e emocional, pessoas que não se encaixavam mental e sentimentalmente na sociedade eram excluídas, eram colocadas em hospícios, em manicômios, eram retiradas do seio da família, sendo muitas vezes levadas para outros continentes ou outros países. Ninguém escondia alguém que tinha um braço amputado ou um problema de reumatismo, mas se era uma pessoa com questões subjetivas problematizadas, a família a escondia. Então, é muito recente esse respeito esse olhar à subjetividade. Consequentemente, isso repercute


RHS – Um dos objetivos da Campanha é permitir a universalização do acesso à prevenção, ao tratamento e a cura dos transtornos mentais. Como você analisa esse momento atual? Quais as possibilidades e os desafios que estão postos à Campanha? Leonardo Abrahão – Na

verdade, ainda não estamos na questão da universalização. Nós estamos em um patamar anterior que é de conscientização. Eu tenho dito que a Campanha Janeiro Branco pode repetir alguns passos, por exemplo, da campanha antitabagismo. Nós passamos os anos 80 (oitenta) e 90 (noventa) gerando conscientização sobre os malefícios do tabagismo. Precisamos aproximadamente de 15 (quinze) a 20 (vinte) anos para gerar conscientização. Depois é que vieram as proposições, as concretizações. Vieram as leis proibindo fumar em locais fechados, shopping, cinema, avião... Então, primeiro se teve uma geração de conscientização, depois uma geração de propostas e depois uma geração de medidas efetivas e concretas que foram colocadas em prática. Em relação à saúde mental, me parece que nós já estamos há 20 (vinte) anos tentando fazer essa conscientização. A gente já tem alguns princípios efetivados e a luta antimanicomial é a precursora dessa ação de combate ao preconceito. Agora, o Janeiro Branco vem empoderar, multiplicar, instigar, incentivar

e inspirar novas medidas nesse sentido. Nós estamos colocando gasolina, injetando força, energia e vitamina nesse processo de geração de uma consciência voltada para a saúde mental. Penso, mas não acredito que vai demorar muito tempo para partimos da fase de conscientização para a fase de criação de propostas, porque a humanidade não tem mais tempo para ficar esperando. As taxas de suicídio, ansiedade, depressão, a violência no trânsito, nas escolas, a deterioração das relações familiares e de vizinhança, a própria adição (vícios) à dependência química em relação às drogas e ao álcool, os comportamentos obsessivoscompulsivos... É tantos problemas que não dá mais tempo a gente ficar esperando... Então, penso que logo sairemos dessa geração de consciência para a geração de proposição concreta de medidas. Como o Janeiro Branco já está conquistando, inclusive, de forma até precoce. Porque já virou lei o mês de janeiro como o mês da saúde mental em Uberlândia e em Campinas. Vai virar lei em Recife (PE), em Natal (RN).

Em alguns estados, como por exemplo o Paraná, tem deputados estaduais e federais procurando representantes da Campanha para criar leis. Aqui mesmo, durante o lançamento da Campanha em Maceió (AL), a deputada federal Roseane Cavalcante de Freitas (Rosinha da Adefal - PTdoB/AL) comprometeu-se a transformar em projeto de lei a Campanha Janeiro Branco.

RHS – Em suas palestras você coloca o alcance da Campanha transita em todos os setores da sociedade, já que aborda um tema que interessa ao conjunto dos cidadãos. Nesse sentido, como as outras entidades que não são diretamente ligadas às questões da saúde mental podem se engajar na Campanha, já que a publicização é um dos fatores essenciais para que os conteúdos e os objetivos da Campanha cheguem aos diversos campos sociais? Leonardo Abrahão – O objeto da Campanha é a subjetividade

Foto: Jairo Silva

na ausência e na deficiência das políticas públicas.

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humana. Os sentimentos, as emoções, os pensamentos são objetos transversais. Por que transversais? Porque quando a gente fala em emoção e subjetividade, enfim, onde pode ocorrer sentimentos, pensamentos e comportamentos humanos? Em qualquer lugar que o ser humano esteja: dentro da escola, farmácia, shopping, empresas, sindicatos, nos movimentos sociais. Ou seja, aonde tem ser humano tem a questão da subjetividade. Por isso a pluralidade das psicologias: organizacional, esportiva, clínica, jurídica... E por aí vai... Por exemplo, deve existir uma lei obrigando as escolas a terem psicólogos, onde as crianças e os estudantes estão em efervescência sentimental e emocional? Então, é preciso e necessário que as escolas contratar psicólogos para trabalhar, para agregar valor, favorecer a saúde mental e prevenir o sofrimento emocional. Então as entidades podem ajudar levando psicólogos para fazer a Campanha dentro das escolas. Os sindicatos podem convidar psicólogos para trabalhar junto com os seus colaboradores fazendo palestras, workshop, dinâmicas, rodas de conversa, terapias comunitárias. Enfim, criar um ambiente onde seres humanos que estão envolvidos com outros serem humanos convivam em harmonia. Igrejas. Olha a quantidade de 12| Revista HygiaSalus

pessoas que tem dentro das igrejas se relacionando entre si, se relacionando com os sacerdotes, com seus lideres religiosos e espirituais, sendo objetos de sentimentalidade, de emotividade, de afetividade, de subjetividade humana. Esses espaços religiosos podem convidar psicólogos para

Faustão, Datena etc. tivessem orientação psicoeducativas? RHS – As telenovelas trabalham com grupos de psicólogos para acompanhar a reação do público aos conteúdos veiculados, mas o objetivo primordial é garantir elevados índices de audiência, não empreender uma visão humanista para repassar para os telespectadores a compreensão dessas questões relativas à subjetividade humana?

L e o n a r d o Abrahão – Olha aí a oportunidade que a Campanha Janeiro Branco traz para a humanidade! Se a gente gerar a consciência da importância da psicoeducação, de repente a gente consegue transbordar essa consciência para dentro dos espaços Infoarte: Benival Melo, sobre foto de Benival Melo que normalmente intervir não tem essa consciência. Então, esses processos de subjetividade, nós temos a responsabilidade de qualificar esses espaços, sensibilizar e conseguir penetrar empoderar sentimental e nesses meios, sejam religiosos, mentalmente os integrantes organizacionais, esportivos, desses espaços. As empresas culturais, midiáticos, enfim. e organizações empresariais Janeiro Branco é uma proposta, é podem fazer o mesmo. A mídia é uma Campanha, é uma utilidade um setor muito importante, pois pública, é uma medida sóciodialoga com uma infinitude de solidária, humanista-humanitária pessoas. Imagine se as mídias e, de quebra, ainda empodera os tivessem consultwworia de psicólogos enquanto categoria psicólogos? Imagine se nossos hábil e competente para realizar grandes comunicadores sociais, essas propostas.


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Matéria de Capa

Campanha Janeiro Branco: lançamento oficial em Alagoas Foto: Marcelino Freitas

Mesa de Abertura do evento: Félix Villanova (presidente do CRP15), Deputada Federal Rosinha da ADEFAL e Janaina Diniz (Coordenadora do Café Psi)

Iniciativa pretende ampliar a atenção à Saúde Mental e dar visibilidade aos transtornos mentais na contemporaneidade

Foto: Marcelino Freitas

ela primeira vez, Alagoas abraça a Campanha Janeiro Branco e transforma-se em palco de ações

simultâneas em alusão à Saúde Mental. O movimento foi lançado 14| Revista HygiaSalus

O evento de Lançamento da Campanha contou com a presença do psicólogo L e o n a r d o A b r a h ã o , idealizador da Campanha em

nível nacional e internacional, a partir de Uberlândia, município localizado no Triângulo Mineiro. O evento foi prestigiado por profissionais de diversas

Evento contou com a participação de profissionais e estudantes de psicologia

Foto: Marcelino Freitas

P

no dia 10 de janeiro do corrente, durante o Café Psi – evento que ocorre esporadicamente no Restaurante “Bodega do Sertão” - sendo referência local no debate de questões relevantes acerca do universo da Psicologia e sua influência no comportamento humano e nas relações interpessoais.


como objetivo expandir o diálogo sobre assuntos interdisciplinares, mas com foco na Psicologia, entendemos ser o espaço ideal

de debate com a sociedade, a academia e os profissionais da área, sobre os benefícios de cuidar da saúde mental principalmente,

Foto: Marcelino Freitas

área ligadas à saúde, que puderam trocar experiências sobre a importância de dar maior visibilidade à problemática que

Evento realizado no restaurante Bodega do Sertão foi bastante concorrido envolve a saúde e os principais transtornos mentais que podem afetar a vida das pessoas. A iniciativa é fruto do engajamento de um grupo de psicólogos locais ciente da necessidade de amplificar o assunto entre todos os setores da sociedade, principalmente por entenderem que discutir a temática é investir em qualidade de vida e combater o crescimento de casos de depressão, suicídio edependência de substâncias psicoativas. “Desde o momento em que entramos em contato com a Campanha e percebemos a necessidade de elevá-la em nosso Estado, pensamos em como poderíamos contribuir. Como o Café Psi é um projeto que tem

para o lançamento da Campanha Janeiro Branco e o pontapé inicial para o seu fortalecimento em Alagoas”, esclareceu Janaína Diniz, psicóloga idealizadora do evento de lançamento da Campanha em Alagoas.

Universdidade abraça a Campanha

pelo diálogo e expressão dos sentimentos. Uma das ações ocorreu na Universidade Federal de Alagoas, através do I Seminário sobre Saúde Mental, realizado no dia 25 de janeiro último, no Auditório Vera Rocha, localizado no Campus A.C. Simões, sendo o tema abordado no debate do Seminário “Saúde Mental: uma visão multidisciplinar”.

Caminhada pela orla de Maceió consolida o lançamento da Campanha

D

ando continuidade às atividades para a consolidação da Campanha Janeiro Branco em Alagoas, o café Psi em parceria com o Conselho Regional de Psicologia (CRP 15) e a Univesidade Federal de Alagoas desenvolveu diversas ações buscando abertura de espaços

na na 29 a

Em caminhada realizada orla marítima de Maceió, manhã de domingo do dia de janeiro próximo passado, Campanha Janeiro Branco Revista HygiaSalus | 15


Foto: Jairo Silva

Caminhada consolida Campanha Janeiro Branco

Com o mantra, “Quem cuida da mente, cuida da vida!”, profissionais e estudantes da área da psicologia caminharam pelas praias de Ponta Verde e Pajuçara animando e destacando a importância de falar e cuidar das questões ligadas à saúde mental.

a Campanha pretende ser permanente e desenvolver ações ao longo do ano, inclusive, com a proposta de um projeto de lei que oficialize este evento no calendário de atividades do país. Segundo o presidente do Conselho Regional de Psicologia em Alagoas, Félix Villanova, “O objetivo é somar

esforços, inclusive junto aos parlamentares, para colocar a Campanha Janeiro Branco no calendário oficial de eventos do estado e do país”. As ações de conscientização sobre os cuidados com a saúde mental irão continuar durante todo o ano de forma initerrupta. Foto: Jairo Silva

foi apresentada a população alagoana, onde, através de faixas, cartazes e folders, os idealizadores do projeto buscam conscientizar a sociedade sobre a importância de cuidar da saúde mental.

Com a promoção de ações de conscientização junto à população sobre a importância de falar sobre seus sentimentos, a campanha Janeiro Branco pretende atuar de forma preventiva em relação aos transtornos mentais, como depressão e ansiedade ou o uso abusivo de substancias psicoativas.

Campanha Permanente

M

esmo com o título Janeiro Branco,

16| Revista HygiaSalus

Conscientizar a população sobre a importãncia do diálogo sobre sentimentos e emoções é um dos focos da Campanha


Café Psi e a Campanha Janeiro Branco

Foto: Jairo Silva

O

O Início da Campanha

A

campanha Janeiro Branco surgiu em Uberlândia (MG), em 2014, com o objetivo de chamar a atenção da sociedade brasileira para a importância dos diálogos acerca da Saúde Mental. O mês foi escolhido por simbólica e culturalmente representar a renovação das esperanças, dos projetos e dos planos de vida das pessoas. cada início de ano, um convite para a reflexão sobre os caminhos já percorridos é feita e as esperanças para novas realizações são renovadas, permitindo a adoção de outras formas de vida.

A

Já a cor branca foi adotada por representar a possibilidade do ponto de partida de qualquer projeto, assim como a folha, o muro ou a tela em branco. A cor é, ainda, a soma de todas as outras e o símbolo da paz e da pureza das intenções. Sob essa perspectiva, o Janeiro Branco promove ações simultâneas em todo o Brasil e convida os indivíduos a pensarem sobre si mesmos e os outros, suas vidas, suas relações, suas múltiplas condições existenciais, onde a saúde ganha destaque nos níveis físico, mental, social e espiritual, de forma plural e humanista.

Projeto Café Psi é nspirado no espaço Café Filosófico, programa de TV baseado em um Projeto da TV Cultura de São Paulo, e busca promover o debate sobre temas interdisciplinares relacionados à psicologia e o trabalho desenvolvido pelos profissionais da área da saúde mental. Em sua 10ª Edição, o Café Psi tem como principal objetivo melhorar a ação e a atuação dos profissionais diante da realidade de transtornos mentais que se desenvolvem na sociedade. O projeto reúne acadêmicos e profissionais em um ambiente acolhedor, sem perder o rigor acadêmico-científico, mas de uma forma que o público deixa de estar numa postura passiva para adotar uma postura muito mais proativa, participando, interagindo e dialogando a todo momento entre si e com os palestrantes. Revista HygiaSalus  |  17


Câmara Técnica de Saúde do TJ/AL emite pareceres sobre questões de saúde

Foto: Jairo Silva

O

s documentos elaborados pela Câmara Técnica, formada por 15 profissionais da área de saúde, auxiliam magistrados em suas decisões processuais, a partir de ações judiciais originadas de fatos e situações que exigem do paciente e/ou de seus familiares recorrerem à justiça para ver garantidos direitos, cuja negação de realização de exames, cirurgias, remédios, internações e tratamentos especializados caracterizam ofensa à dignidade humana, à equidade e a efetiva garantia do direito à saúde assegurado pela Constituição. 18| Revista HygiaSalus

A

Câmara Técnica de Saúde do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL), formada por 11 médicos, duas enfermeiras e dois dentistas, tem a missão de emitir pareceres que auxiliam os magistrados alagoanos a tomar decisões referentes aos

processos judiciais que têm como objetos de demanda a área de saúde, referentes aos procedimentos de alta complexidade, incluindo internações, cirurgias, exames, medicamentos, tratamentos, próteses,entre outros.

dos processos deve-se ao não cumprimento pelo SUS e pelos Planos de Saúde Privados em não oferecer ou negar atendimento às demandas dos pacientes/clientes. Segundo a coordenação da Câmara, 95% dos pareceres são fornecimentos para atender as solicitaçõesde medicamentos ou tratamentos negados aos pacientes.

A Câmara Técnica de Saúde foi instaurada em março de 2016 e funciona na própria sede do TJ/AL. As demandas são provenientes do setor público ( g o v e r n o do estado e prefeituras municipais). A principal motivação

Foto: Jairo Silva


Foto: Jairo Silva Foto: Jairo Silva

Atualmente, a equipe atende às demandas que estão em tramitação no Juizado da Fazenda Pública Estadual e Municipal, em Maceió, e na 14ª, 16ª, 17ª e 18ª Varas da Fazenda da Capital, e também analisa os pedidos em processos provenientes das Varas da Infância e da Juventude da Capital. Ao longo do ano de 2016 foram emitidos 504 pareceres.

Os laudos técnicos estão no site do TJ/AL:

www.tjal.jus.br

Os laudos técnicos estão sendo disponibilizados no site do TJ/AL desde setembro de 2016. A medida tem como objetivo orientar as partes do processo: advogados, membros do Ministério Público Estadual e da Defensoria passaram a conhecer os pareceres sobre as demandas médicas, que servirão de orientação para criar uma jurisprudência no âmbito da saúde em Alagoas. Revista HygiaSalus | 19


Reportagem Entidades sindicais protocolam denúncia contra o ministro da Saúde

A

Agentes de saúde e de combate às endemias lutam por reajuste salarial e melhores condições de trabalho

Para Fernando Cândido, presidente da FENASCE, “a agenda de ações e manifestações é muito importante para estes profissionais na perspectiva de demonstrar a força da categoria na luta para ter o aumento de seus salários. Desde que foi implantado o piso salarial nacional, há cerca de três anos, os trabalhadores não receberam nenhum reajuste”. À época, o governo da expresidenta Dilma Rousseff havia criado uma mesa de negociação, com o compromisso de criação, por meio de Portaria, de um Grupo de Trabalho para discutir uma proposta de reajuste do piso. Mas depois do impeachment, o governo de Michel Temer não cumpriu a Portaria. Os agentes aguardam a criação de um canal de diálogo 20| Revista HygiaSalus

com o ministro da Saúde, Ricardo Barros.

“Desde que este governo tomou o poder todas as tentativas de estabelecer um canal de diálogo foram frustradas. Encaminhamos vários ofícios para conseguir uma audiência com o ministro da Saúde visando discutir a questão salarial e melhorias nas condições de trabalho, mas não tivemos ne-

nhuma resposta. Já procuramos parlamentares para nos auxiliarem a estabelecer este diálogo com o governo, mas não conseguimos nada. Todas as tentativas foram frustradas até agora. Estas são as razões das manifestações de março”,

disse o presidente da FENASCE.

A Federação intensificou o contato com os sindicatos de sua base nos estados para que possam Foto: Assessoria FENASCE

FENASCE (Federação Nacional de Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias), entidade filiada à CNTSS (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social) e a CUT (Central Única dos Trabalhadores), está chamando os ACSs (Agentes Comunitários de Saúde e ACEs (Agente de Combate às Endemias) de todo o país para participarem da “Mobilização pelo Reajuste do Piso Salarial Nacional”, através da “Campanha Nacional Reajuste Já!”.

O presidente da FENASCE, Fernando Cândido, e o diretor nacional da CNTSS/CUT, Luis Cláudio, protocolaram na PGR denúncia contra o ministro da Saúde, Ricardo Barros


Foto: Assessoria CUT Brasil

Dirigentes da FENASCE,/ CNTSS e da CUT Brasil, reúnem-se para definir estratégias de luta mobilizar os trabalhadores. A ideia é que a base se manifeste por todo o país e dialoguem com a sociedade sobre as reivindicações da categoria. A FENASCE agurda estabelecer algum nível de diálogo para conseguir conquistar o reajuste salarial almejado, já que a categoria exerce um papel muito importante para o equilíbrio dos indicadores sociais no país.

Categoria luta por “Reajuste Já!”

O

s agentes comunitários de saúde e de combate às endemias de todo o país estão mobilizados para exigir do governo federal o reajuste do piso salarial das duas categorias. Desde 2014, quando estabelecido através da Lei n.º 12.994/14, o piso dos ACSs e ACEs está congelado e o atual ministro da Saúde, Ricardo Barros, se recusa a negociar. A agenda de mobilizações da “Campanha Nacional Reajuste Já!”, promovida pela FENASCE

pretende sensibilizar o Congresso Nacional e a sociedade quanto à defasagem sofrida nos salários desses profissionais da saúde. Fernando Cândido, relata que, em 2016, o então ministro da saúde, Agenor Álvares, através de Portaria, instituiu um Grupo de Trabalho (GT) para definir uma progressão ao reajuste, mas com o advento do golpe que sofreu o governo da presidenta Dilma Rousseff, as negociações foram suspensas e todas as tentativas de estabelecer um canal de diálogo com o governo Temer foram frustradas. Inúmeras foram as iniciativas da federação em restabelecer o canal de diálogo entre a categoria e o ministro da Saúde.

Falta de diálogo acende a luta

E

m resposta à intrangigência e à recusa em ouvir as reivindicações dos agentes de saúde e de combate às endemias, a FENASCE instituiu uma campanha nacional e seu

ponto alto acontece em Brasília durante o mês de março. A agenda de luta tem como principal objetivo demonstrar a força da categoria na luta pelo reajuste salarial. São três anos sem aumento e os prefeitos culpam o governo federal por não aumentar o repasse para os municípios. Para o diretor financeiro da FENASCE, Luiz Cláudio Celestino, faz-se necessário e urgente o reestabelecimento das vias de negocioação do reajuste salarial e das outras pautas de reinvidicação da categoria. O piso foi uma grande conquista, mas, por si só, não basta. É necessária a garantia de progressão salarial, que possibilite uma maior valorização dos agentes comunitários de saúde e de combate às endemias, e que também permita a sustentabilidade financeira dos municípios, responsáveis diretos pela contratação desses profissionais, ponderou, Luiz Cláudio Celestino.

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uso de redes sociais é um fato evidente e irreversível na atual sociedade do conhecimento e do consumo devido à expansão das tecnologias da informação e comunicação (TIC’s) e a popularização do uso de equipamentos móveis, como os notebooks, smartphones e tablets, que facilitam o acesso à internet e a comunicação interpessoal em escala planetária.

H

á um interesse crescente dos pesquisadores em compreender os efeitos da utilização dos recursos tecnológicos para uma comunicação interpessoal através do uso das redes sociais, para interatividade e acesso instantâneo à informações em escala planetária. O fenômeno do uso excessivo das redes sociais, que em muitos casos assume características de vício, pode influenciar o equilíbrio mental e emocional das pessoas? A resposta a essa questão vem gerando apreensões sobre os possíveis impactos que este comportamento pode provocar na saúde e bem-estar das pessoas. Na atual sociedade do conhecimento e da informação, a depressão é uma doença de alta prevalência, que tem acometido pessoas de todas as idades, sendo 22| Revista HygiaSalus

um dos fatores de incapacitação ao trabalho e à vida. Múltiplos fatores contribuem para o desencadeamento da depressão. Mas os estudos têm indicados uma robusta associação entre

a intensidade da conectividade através do uso das redes sociais com a depressão, embora o tempo total de uso das redes sociais não permita que seja estabelecida uma relação de causa e efeito, pois os resultados tanto podem

indicar que o uso excessivo das redes sociais pode contribuir para a depressão, como podem sugerir também a forte possibilidade que pessoas que já apresentam sintomas de depressão estejam mais propensas a usar mais as redes sociais. Mesmo que seja este o caso, entretanto, ficar mais tempo conectados às redes sociais não ajudaria a diminuir os sintomas da doença. Além disso, o fato dos resultados apresentarem uma curva dose-resposta (quanto maior o uso das redes sociais proporcionalmente maior foi o grau de depressão) favorece a primeira possibilidade, sem no entanto torná-la conclusiva. Respostas definitivas a essa questão só serão possíveis com a análise de um conjunto maior de estudo, o que certamente acontecerá em um futuro próximo. Até lá, a prudência e o uso parcimonioso das redes sociais parece ser a atitude mais equilibrada quando se fala em TIC’s.

Infoarte: Benival Melo, sobre foto de Jairo Silva

Depressão está associada O ao uso excessivo de Redes Sociais


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