e-book do XXI Encontro Nacional da APEO, Coimbra, maio de 2018

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS ENFERMEIROS OBSTETRAS

Encontro Nacional da Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras XXI Encontro Nacional & 5º Congresso Internacional da APEO

Livro de Resumos

Coimbra Maio de 2018

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS ENFERMEIROS OBSTETRAS Encontro Nacional da Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras XXI Encontro Nacional & 5º Congresso Internacional APEO

Livro de Resumos Autor: Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras Título: Encontro Nacional da Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras: XXI Encontro Nacional & 5º Congresso Internacional APEO - Livro de Resumos Editor: Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras Serviço de Obstetrícia - 5º Piso, Hospital Garcia de Orta Av. Torrado da Silva - Pragal 2805-267 ALMADA Telefone: 918492122 Diretora: Dolores Silva Sardo Coordenador: João José de Sousa Franco Local: Almada, Portugal Suporte – CD-ROM e on-line Ano: 2018 URL: http://www.apeobstetras.com E-Mail-mail: apeo.portugal@gmail.com ISBN: 978-989-97008-2-6

Coimbra Maio de 2018 1

INDICE

INTRODUÇÃO .................................................................................................... 5 1 - PROGRAMA ................................................................................................. 6 2 - RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES ............................................................. 8 SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA: FATORES DE RISCO NOS JOVENS ADULTOS..................................................................................................................... 9 LITERACIA EM SAÚDE E VIGILÂNCIA DA GRAVIDEZ ............................................. 12 DISPAREUNIA NO PÓS-PARTO: AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO............................ 13 CULTURA DE SEGURANÇA EM CUIDADOS OBSTÉTRICOS ................................. 15 REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA PARTEIRA: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE PORTUGAL E ESPANHA .............................................................................. 17 O EMPODERAMENTO SOCIAL DO ENFERMEIRO ESPECIALISTA EM SAÚDE MATERNA E OBSTÉTRICA: UM CONTRIBUTO ....................................................... 21 A GRAVIDEZ NO MASCULINO: UM OLHAR SOBRE A EXPERIÊNCIA DOS HOMENS .................................................................................................................... 24 FATORES QUE INFLUENCIAM A PREFERÊNCIA PELA VIA DO PARTO................ 26 BOAS PRÁTICAS E AUTONOMIA DA PUÉRPERA APÓS A ALTA CLÍNICA ............ 28 QUANDO A MORTE ANTECEDE O NASCIMENTO: ATUAÇÃO DO EE-ESMO NA ASSISTÊNCIA À MULHER QUE VIVENCIA UMA MORTE FETAL ...................... 31 INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ: VIVÊNCIAS DAS MULHERES........ 34 PREPARAÇÃO PARA O PARTO EM MEIO AQUÁTICO ............................................ 37 INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DAS PERTURBAÇÕES EMOCIONAIS NO PRIMEIRO MÊS PÓS-PARTO ...................................................... 40 VIOLÊNCIA SOBRE AS MULHERES NA GRAVIDEZ ................................................ 43

3 - RESUMO DAS COMUNICAÇÕES LIVRES ....................................................... 46 TRANSIÇÃO PARA A PARENTALIDADE: CONFIANÇA PARENTAL MATERNA E CONFIANÇA PARENTAL PATERNA NO PÓS-PARTO .......................................... 47 A EXPETATIVA DO CASAL SOBRE O PLANO DE PARTO ...................................... 49 PERDA PERINATAL: PERSPETIVA DA DÍADE PARENTAL ..................................... 51 USO DA BOLA DE PILATES NO CONTROLE DA DOR DA MULHER EM TRABALHO DE PARTO ............................................................................................. 53 PREOCUPAÇÕES MATERNAS E O TEMPERAMENTO DO BEBÉ .......................... 56 MOVER PARA MELHOR NASCER: LIBERDADE DE MOVIMENTOS E POSIÇÕES VERTICAIS NO PRIMEIRO ESTÁDIO DO TRABALHO DE PARTO ....... 58 PADRÃO DE ATIVIDADE FÍSICA DURANTE A GRAVIDEZ ...................................... 60 2

CREENCIAS SOBRE VIOLENCIA SEXUAL ENTRE LOS JÓVENES UNIVERSITÁRIOS ..................................................................................................... 62 VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE ENTRE ADOLESCENTES À LUZ DE GÉNERO E GERAÇÃO: PERCEÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS ...................................................... 64 INFLUÊNCIA DA PARIDADE NO GANHO DE PESO GESTACIONAL E COMPORTAMENTO ........................................................................................... 66

4 - RESUMO DOS POSTERS .................................................................................... 68 ESCLEROSE MÚLTIPLA E SÍNDROME DE HUGHES NO PROCESSO DE MATERNIDADE: NOVOS RUMOS ............................................................................. 69 BENEFÍCIOS DA CLAMPAGEM TARDIA DO CORDÃO UMBILICAL: REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA ............................................................................... 71 A SATISFAÇÃO DA MULHER COM O PARTO: A INFLUÊNCIA DO PLANO DE PARTO ....................................................................................................................... 74 PERSPETIVAS DAS MULHERES SOBRE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO TRABALHO DE PARTO: COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO OBSTETRA ............ 76 CUIDAR A MULHER COM PATOLOGIA ONCOLÓGICA DE ACORDO COM OS PRESSUPOSTOS DE JEAN WATSON ...................................................................... 78 POSIÇÕES VERTICALIZADAS DURANTE O PRIMEIRO ESTADIO DO TRABALHO DE PARTO: AVALIAÇÃO DA EXPERIÊNCIA E SATISFAÇÃO DA PARTURIENTE .......................................................................................................... 80 FATORES QUE INFLUENCIAM O MICROBIOMA DO FETO/RECÉM-NASCIDO NA GRAVIDEZ, PARTO E PERÍODO NEONATAL: UMA SCOPING REVIEW ........... 82 A PERSPETIVA NEURO-HORMONAL DA PATERNIDADE: UMA REVISÃO ............ 84 O EMPODERAMENTO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE - PROGRAMA DE FORMAÇÃO PARA A INTERVENÇÃO EM MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA ......... 87 APOIO AO ALEITAMENTO MATERNO APÓS A ALTA HOSPITALAR: CONSULTA DE ENFERMAGEM DO PUERPÉRIO .................................................... 90 BENEFÍCIOS DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA DURANTE A GRAVIDEZ PARA O TRABALHO DE PARTO: SCOPING REVIEW DE EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS ............................................................................................................. 92 CUIDAR NA INTERRUPÇÃO MÉDICA DA GRAVIDEZ: ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO SPIKES ........................................................................................... 94 IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES DE SAÚDE NO PRÉ-NATAL: O USO DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DA ATENÇÃO PRIMÁRIA .......................... 96 IMPORTÃNICA DA DETEÇÃO PRECOCE DAS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS ...................................................................................................... 98 CONSTRUÇÃO DE UM PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PARENTAL “MAIS PAIS MAIS BEBÉS”.................................................................................................. 100 EFICACIA DEL MÉTODO SINTOTÉRMICO EN LA PERSPECTIVA DE LAS PAREJAS ................................................................................................................. 102 PROMOÇÃO DA CLAMPAGEM TARDIA DO CORDÃO UMBILICAL: CONTRIBUTOS DO ENFERMEIRO OBSTETRA ..................................................... 104 3

A IMPORTÂNCIA DA VISITA AO BLOCO DE PARTOS ........................................... 106 COMPETÊNCIAS E DIFICULDADES DOS PAIS NO CUIDAR O RECÉMNASCIDO E O APOIO RECEBIDO PELOS ENFERMEIROS ................................... 108 POR QUÉ ES BUENO PRACTICAR EL MÉTODO PILATES EN EL EMBARAZO ... 110 CONSUMO DE TABACO DURANTE A GRAVIDEZ ................................................. 112 (IN)CONTROLO DA REGULAÇÃO DA FERTILIDADE EM MULHERES QUE FIZERAM IVG ........................................................................................................... 114

5 - COMISSÕES ............................................................................................... 117 PRESIDENTE DO ENCONTRO ............................................................................... 117 COMISSÃO ORGANIZADORA ................................................................................. 117 COMISSÃOCIENTÍFICA ........................................................................................... 117

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INTRODUÇÃO

A Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras tem como desígnio promover o desenvolvimento da Enfermagem Obstétrica.

Este ano realizámos o XXI Encontro Nacional & 5º Congresso Internacional da APEO, dias 24 e 25 de maio de 2018, em Coimbra, com o objetivo de promover a discussão das práticas na área da saúde sexual e reprodutiva, que retratem o conhecimento científico produzido pelos enfermeiros especialistas de saúde materna

e

obstétrica/matronas/midwives.

No

seu

programa

reunimos

investigadores e peritos para refletir experiências e ideias que ajudem a melhorar e a reforçar a investigação produzida na área.

Para registar as diferentes intervenções apresentadas, publicamos este Livro de Resumos do XXI Encontro Nacional & 5º Congresso Internacional da APEO, como forma de criar um instrumento de divulgação científica que permita aos profissionais da área da saúde sexual e reprodutiva a sua consulta.

Neste documento, compilámos os resumos de comunicações (comunicações do programa principal, comunicações livres e comunicações sobre a forma de póster), maioritariamente proferidos por enfermeiros especialistas de saúde materna e obstétrica. Retratam a investigação atual, em contexto académico e clínico, capaz de gerar cuidados seguros e de excelência para uma prática autónoma.

Este livro inclui o programa do XXI Encontro Nacional & 5º Congresso Internacional da APEO e está organizado em cinco partes: a primeira corresponde ao programa, o segundo ao resumo das comunicações, a terceira parte aos resumos das comunicações livres, a quarta do resumo dos pósteres e a quinta da organização.

Pensamos que a publicação desta obra ajuda a enriquecer o âmbito científico, tecnológico e profissional, e que o seu conteúdo seja uma referência e guia para os profissionais.

Ao finalizar, agradecemos a todos os que contribuíram para a produção e registo deste evento que, com a sua presença, o tornaram notável.

A Presidente do XXI Encontro Nacional & 5º Congresso Internacional da APEO

Dolores Silva Sardo11 1

EE-ESMO, Professora, Escola Superior de Enfermagem do Porto, Presidente da APEO

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1 - PROGRAMA XXI ENCONTRO NACIONAL & 5º CONGRESSO INTERNACIONAL APEO Escola Superior de Enfermagem de Coimbra - Pólo A, 24 e 25 de maio 2018 PROGRAMA 24 de maio de 2018

9:00 - Comunicações livres Moderadora Isabel Santos Silva, APEO, EE-ESMO, ESSCVP, Lisboa 10:00 – Olhar a saúde sexual e reprodutiva Moderador João Franco, APEO, EE-ESMO SSR: fatores de risco nos jovens adultos. M. José Santos, professora, ESE-UTAD, Vila Real Literacia em saúde e Vigilância da Gravidez. Sílvia Neto EE-ESMO, MDM, Coimbra Dispareunia após o parto: avaliação e intervenção. Carla Rodrigues, Obstetra, CHUC. 11:15 - Conferência Inaugural  Intrapartum care for a positive childbirth experience: WHO recommendations, Mercedes Bonet, Department of Reproductive Health and Research, WHO Apresentadora: Dolores Sardo, APEO, EE-ESMO, ESEP, Porto 12:00 - Sessão de Abertura 12:30 - Comunicações livres Moderadora Otília Zangão, APEO, EE-ESMO, ESESJD-UÉ, Évora 14:00 - Comunicações livres Moderadora: Sónia Tojinha, APEO, EE-ESMO, ULSLA, Santiago do Cacém 14:30 - Dar voz ao conhecimento: a realidade em Portugal (1) Moderadora: Dolores Sardo, APEO, EE-ESMO, ESEP, Porto Cultura de segurança em cuidados obstétricos. Bebiana Sousa, Estudante MESMO, ESS-IPV, Viseu Representações sociais da parteira: um estudo comparativo entre Portugal e Espanha.

Rosário Côto, Professora ESE-UM, Braga O empoderamento social do enfermeiro especialista em ESMOG: Um contributo. Liliana Encarnação, Estudante MESMO na ESS-IPS, Santarém A gravidez no masculino: Um olhar sobre a experiência dos homens. Catarina Sofia Silva, Estudante MESMO, ESEP, Porto Fatores que Influenciam a preferência pela via do parto. Filipa Moreira, Estudante MESMO, ESE-UTAD, Vila Real 16:00 - Dar voz ao conhecimento: a realidade em Portugal (2) Moderadora: Dolores Sardo, APEO, EE-ESMO, ESEP, Porto  Qualidade de vida e preocupações maternas no pós-parto: estudo de fatores associados.

Isabel Margarida Mendes, Professora, ESEnfC, Coimbra  Boas práticas e autonomia da puérpera após a alta clínica. Teresa Correia, Professora ESSIPB, Bragança  Quando a morte antecede o nascimento: atuação do EE-ESMO. Ana Miranda, Estudante MESMO na ESESJD-UÉ, Évora  Interrupção Voluntária da Gravidez: vivências das mulheres. Sara Palma, Estudante MESMO na ESEL, Lisboa.

17:00 - Whorkshop: Preparação para o parto em meio aquático. Patrícia Machado, EE-ESMO, CHPV-VC, Póvoa do Varzim.

Moderadora: Patrícia Souto Machado, APEO, EE-ESMO, CHPV-VC, Póvoa de Varzim.

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XXI ENCONTRO NACIONAL & 5º CONGRESSO INTERNACIONAL APEO Escola Superior de Enfermagem de Coimbra - Pólo A, 24 e 25 de maio 2018 PROGRAMA 25 de maio de 2018

9:00 - Comunicações livres Moderadora: Alexandra Amaral, APEO, EE-ESMO, CHSJ, Porto 10:00 - Intervenção do enfermeiro na prevenção das perturbações emocionais no primeiro mês pós-parto  Alda Mendes, Professora ESALD-IPCB, Castelo Branco Moderadora: Arminda Pinheiro, APEO, EE-ESMO, ESE-UM, Braga 10:20 - Core de indicadores baseado nas competências do ESMO  Irene Cerejeira, EE-ESMO, CHPV-VC, Póvoa de Varzim Moderadora Rosália Marques, APEO, EE-ESMO, HGO, Almada 11:00 - Painel: Valorizar a profissão para melhor nascer Moderadora: Conceição Queiroz, Jornalista  Ser EE-ESMO em Portugal. Vítor Varela, Presidente MCEE-ESMO-OE  Modelos colaborativos nos cuidados de saúde. Marta Temido, Professora, Subdiretora IHMT, Lisboa  O valor dos cuidados de saúde materna como promotor da natalidade. Ministro da Saúde (a confirmar)

Comentadores: Maria Neto. Coordenadora da Rede ESMO Catarina Marcelino. Deputada do PS Ana Filipe. Membro da Direção da Plataforma Saúde em Diálogo.

12:30 - Comunicações livres Moderadora: Manuela Pastor, APEO, EE-ESMO, HGO, Almada 14:30 - Comunicações Livres Moderadora: Catarina Silva, EE-ESMO, CMIN, Porto, APEO 15:00 - Conferencia Encerramento - Repercussões sociais das politicas na maternidade.  Catarina Marcelino, Ex-Secretaria de Estado da Secretaria de Estado da Cidadania e da Igualdade Apresentadora: Dolores Sardo, APEO, EE-ESMO, ESEP, Porto 15:30 - Violência sobre as mulheres na gravidez Moderadora Otília Zangão, APEO, EE-ESMO, ESESJD-EU, Évora  Aurora Rodrigues, Procuradora da República, vice-presidente da Associação Portuguesa das Mulheres Juristas  Felícia Tavares Pinheiro, Professora ESESJD-UÉ, Évora 16:15 - Entrega de prémios 16:30 - Sessão de Encerramento

Apoio científico Universidade do Minho - ESE

Direção Geral da Saúde

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2 - RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES

8

SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA: FATORES DE RISCO NOS JOVENS ADULTOS SANTOS, M José.21

Introdução: A promoção da saúde sexual e reprodutiva (SSR) adquire particular importância nas faixas etárias mais jovens, idade em que se conquista uma maior autonomia e se estabelecem as primeiras relações de intimidade. O início da idade adulta, com acesso ao ensino superior, é uma fase de particular vulnerabilidade para a SSR, face aos riscos envolvidos nos comportamentos sexuais, resultado não só do desenvolvimento psicossexual, mas também do contexto académico onde os comportamentos sexuais podem envolver risco para a saúde, nomeadamente relações sexuais associadas ao consumo de álcool e drogas, com parceiros ocasionais e muitas vezes sem proteção (Kann et al., 2016; Logan et al., 2015). Estes comportamentos podem resultar numa gravidez não planeada ou num aumento da exposição ao risco de infeções sexualmente transmissíveis (IST), pelo que se devem considerar estratégias de educação para a saúde, mas também a implementação de intervenções que visem a promoção de competências pessoais e sociais (Wilton, Palmer & Maramba, 2014). Os profissionais de enfermagem, pelo perfil de competências que detêm, podem contribuir de forma significativa para promover a saúde dos jovens nesta área.

Objetivo: Contribuir para a compreensão dos comportamentos de risco sexual em jovens adultos.

Metodologia:

Foi

realizado

um

estudo

quantitativo,

transversal,

descritivo-

correlacional, numa amostra de 1946 jovens adultos (64% raparigas e 36% rapazes), com idade média de 21 anos, de uma universidade do norte de Portugal. Os dados foram obtidos pela aplicação de um protocolo de investigação, constituído por escalas (Inventário de Conhecimento Sobre SSR - ICSSR, Escala de Atitude de SSR EASSR, Escala de Autoeficácia para Usar o Preservativo – CUSES e Escala de Busca de Sensações Sexuais – SSSS) e questões de caracterização individual e dos comportamentos sexuais e reprodutivos. O estudo quantitativo foi triangulado com um estudo qualitativo que utilizou a técnica de grupos de discussão focalizada para aprofundar a análise e compreensão das motivações subjacentes a algumas das opções assumidas pelos estudantes.

Quatro comportamentos de risco sexuais e reprodutivos foram considerados: fazer sexo sem preservativo, sob a influência de álcool ou drogas e com parceiros casuais.

A análise estatística dos dados foi realizada pela análise descritiva e inferencial.

1

Professora, ESSE-UTAD, Vila Real.

9

Resultados: Da análise dos dados foi possível observar que maioria dos jovens (76,9%) são sexualmente ativos e utilizam contraceção (83,1%). O método contracetivo mais utilizado pelas raparigas é a pílula (52,9%) e por rapazes o preservativo (32,1%). Os jovens estão expostos a riscos sexuais e reprodutivos, que decorrem de uma utilização inconsistente do preservativo (60,5%), por terem relações sexuais com parceiros ocasionais (32,0%), dos quais desconhecem o passado sexual e o nível de risco, e pela combinação de relações sexuais com álcool (33,0%) ou drogas (9,7%). Cerca de metade dos participantes que refere usar preservativo (21,8%), não o usou de forma consistente. A utilização inconsistente do preservativo está relacionada sobretudo com a sua substituição pela contraceção hormonal, justificada pela alegada confiança no passado sexual e na monogamia do parceiro, mas também nos mitos relacionados com a diminuição do prazer. Os jovens do sexo masculino e mais velhos apresentam menor conhecimento sobre SSR e maior risco para todos os comportamentos de risco considerados. Dos fatores estudados a procura de sensações sexuais revelou-se o melhor preditor do risco sexual e as influências interpessoais (opinião dos pares) e a autoeficácia para usar o preservativo, revelaram-se fatores protetores.

Observou-se ainda uma subutilização dos serviços de SSR (69,9% nunca utilizou os serviços de SSR) e baixa adesão a comportamentos de vigilância de saúde, em particular por parte dos rapazes.

Conclusões: Os resultados do presente estudo refletem a necessidade de se investir na promoção da SSR dos jovens adultos, considerando estratégias educacionais e organizacionais.

A

nivel

educacional

melhorar

o

conhecimento

sobre

os

comportamentos de risco sexual, integrando a dimensão erótica e hedonista na promoção do uso consistente do preservativo, uma vez que os jovens manifestam atitudes mais permissivas em relação ao sexo casual sem compromisso. A nível organizacional priorizar a divulgação e adequação dos serviços de saúde às necessidades específicas dos jovens, atendendo as diferenças de género, assim como da implementação de campanhas de prevenção universal, visando o desenvolvimento de competências relacionadas com a sexualidade, contraceção, práticas de sexo seguro, e sensibilização dos jovens para a importância da vigilância regular de saúde com rastreio das IST mais prevalentes nesta faixa etária.

Palavras-chave: Jovens adultos, preservativo, enfermagem, saúde sexual e reprodutiva, comportamento de risco sexual.

Referências Bibliográficas Asare, M. (2015). Using the theory of planned behavior to determine the condom use behavior among college students. American Journal of Health Study, 30(1), 43-50.

10

Kann, L., McManus,T., Harris, W., Shanklin, S.L., Flint, K.,‌ Zaza, S. (2016). Youth risk behavior surveillance - United States, 2015. Centers for Disease Control and Prevention, 65(6), 1-171.

Logan, D. E., Koo, K. H., Kilmer, J. R., Blayney, J. A., & Lewis, M. A. (2015). Use of drinking protective behavioral strategies and sexual perceptions and behaviors in U.S. college students. Journal of Sex Research, 52(5), 558-569. doi:10.1080/00224499.2014.964167.

Wilton, L., Palmer, R. T., & Maramba, L. C. (2014). Understanding HIV and STIs prevention for college students. London: Routledge Research in Higher Education.

11

LITERACIA EM SAÚDE E VIGILÂNCIA DA GRAVIDEZ NETO, Sílvia31

Enquadramento: A literacia em saúde, um objetivo de saúde pública a atingir no século XXI torna-se fundamental para que as pessoas possam gerir com sucesso a sua própria saúde. Deve ser entendida como a associação de competências cognitivas, sociais e capacidades que permitem à pessoa aceder, compreender e usar informação no domínio da saúde e no desenvolvimento do SNS. Durante a gravidez é fator determinante para a mulher conseguir identificar sintomas que possam afetar a evolução da gravidez, bem como a adoção de hábitos de vida saudáveis necessários para o decorrer de uma gravidez sem complicações. A literacia em saúde da população é um determinante de saúde e de qualidade de vida.

Objetivos: Determinar o nível de literacia em saúde da mulher grávida, identificar as variáveis sociodemográficas, obstétricas e de vigilância da gravidez associadas ao nível de literacia em saúde da grávida.

Métodos: Estudo transversal, quantitativo, descritivo-correlacional com amostra não probabilística, intencional por conveniência (n=404 mulheres grávidas) com uma média de idades de 32 anos. A colheita de dados foi realizada com aplicação de um questionário constituído por questões sociodemográficas, obstétricas e a escala HLSEU-PT (Escola Nacional de saúde pública, 2014).

Resultados: No global da escala HLS-EU-PT 36,9% das grávidas apresentaram um nível problemático de literacia em saúde, 40,1%, 39,9% e 38,4% um nível suficiente de literacia em saúde no domínio Cuidados de saúde, Prevenção da doença e Promoção da saúde, respetivamente. A literacia em saúde da grávida é influenciada pela nacionalidade (p=0,048) local de residência (p=0,000), habilitações literárias (p=0,000),

rendimento

familiar

(p=0,000),

internet

na

residência

(p=0,000),

planeamento e desejo da gravidez (p<0,05), curso de preparação para o parto/parentalidade (p=0,000), vigilância da gravidez (p=0,000) e início da vigilância da gravidez antes as 12 semanas (p=0,000).

Conclusões: Obteve-se um nível global de literacia em saúde problemático, que se associou a várias variáveis sociodemográficas e obstétricas. A melhoria deste resultado, na gravidez, é essencial para uma maternidade saudável e inclui o desenvolvimento de competências e conhecimentos para que a grávida tenha poder de decisão e autonomia para tomar decisões livres e esclarecidas. Os enfermeiros têm a responsabilidade de promoverem a literacia em saúde materna através da educação para a saúde enquanto dimensão fundamental da sua intervenção.

Palavras-chave: mulher, gravidez, vigilância da gravidez, literacia em saúde.

1

EE-ESMO, CHUC-MDM, Coimbra, Portugal.

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DISPAREUNIA NO PÓS-PARTO: AVALIAÇÃO E INTERVENÇÃO RODRIGUES, Carla Tovim41

A Perturbação de dor genito-pélvica/penetração (GPPD), no qual se incluem a dispareunia, o vaginismo e a vulvo-vestibulodinia, representa uma entidade clínica relativamente comum que por vezes é sub-reconhecida e sub-tratada. Trata-se de uma condição com impacto na saúde física e mental, nas relações interpessoais e consequentemente no bem-estar da mulher.

A dispareunia ou dor sexual define-se como a dor que surge durante ou após o coito podendo ser superficial ou profunda e consequente de patologia ginecológica ou não.

Causas frequentes de dispareunia são os estados de deficiência estrogénica, a doença inflamatória pélvica, endometriose, malformações mullerianas e patologia digestiva ou urinária.

No pós-parto vários fatores psicossociais e biológicos podem predispor à dispareunia.

São exemplo dos primeiros a alteração da auto-imagem, o relacionamento com o parceiro, a ansiedade, o cansaço e a depressão. Nos fatores biológicos entram em linha de conta as

sequelas cirúrgicas e as alterações hormonais, em que estas

últimas são preponderantes mas mais facilmente reversíveis. No pós-parto domina um estado de hiperprolactinémia e hipoestrogenismo que por sua vez afetam negativamente o desejo sexual bem como a troficidade da mucosa vaginal reduzindo a circulação sanguínea, a lubrificação e a sensibilidade.

Vários estudos efetuados em primigestas têm verificado prevalência de dispareunia pós-parto de cerca de 44% seis meses após o parto. Foram verificados como fatores de risco

a dispareunia prévia, o tipo de parto, a amamentação, a depressão, a

ansiedade e a fadiga.

A consulta de pós-parto é uma oportunidade para prevenção, diagnóstico e tratamento deste tipo de situação. Nas que referem dispareunia deve questionar-se a circunstância do inicio dos episódios de dor, se esta já existia previamente à gravidez, localização precisa ou difusa e o seu impacto a nível do interesse/excitação sexual e do orgasmo bem como do relacionamento interpessoal. Os fatores psicossociais também devem ser abordados.

Para o exame físico é muito importante a confiança estabelecida entre médico e paciente para um melhor relaxamento e para que fique claro que este exame termina caso seja muito desconfortável. Em algumas circunstâncias a utilização do espéculo é desnecessária para uma abordagem inicial. Deve avaliar-se a anatomia dos genitais bem como a integridade e troficidade da pele e das mucosas; precisar a localização

1

Médica Obstetra, CHUC, Coimbra, Portugal

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dos pontos dolorosos bem como o nível de pressão que os desencadeia, sendo útil a utilização de um cotonete nos casos de dispareunia superficial; a sensibilidade do pavimento pélvico, nomeadamente a presença de uma hipertonicidade, que poderá traduzir uma disfunção músculo-esquelética.; a atividade dos músculos do pavimento pélvico uma vez que a antecipação da dor associada à penetração pode induzir contrações “defensivas” destes músculos semelhantes ao vaginismo.

Em alguns casos o exame físico poderá ser terapêutico por representar uma oportunidade para explicar à mulher a sua própria anatomia e assim desmistificar alguns aspetos de auto-imagem negativa ou receios.

As patologias que causam Dor Sexual formam um grupo heterogéneo, multissistémico e multifactorial que devem ser abordadas e tratadas de acordo com o fator etiológico.

Como medidas gerais recomenda-se evitar o uso de sabonetes, duches vaginais, roupa interior sintética, pensos diários e outros potenciais irritativos locais. Na maioria dos casos a dispareunia pós-parto deve-se ao estado de hipoestrogenismo que se reflete a nível da mucosa vaginal com atrofia e redução da lubrificação, o que pode ser facilmente revertido com estrogénios tópicos, hidratantes e lubrificantes. Todas as outras causa exigem exames complementares de diagnóstico e por vezes a referenciação a consulta da especialidade. Situações mais complexas e prolongadas poderão exigir terapêutica farmacológica ou cirúrgica. A intervenção através da terapia sexual por vezes é necessária para reduzir a ansiedade perante a penetração. .

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CULTURA DE SEGURANÇA EM CUIDADOS OBSTÉTRICOS SOUSA, Bebiana51

Introdução: A segurança do doente, enquanto componente da qualidade dos cuidados de saúde, tem assumido grande relevância nas políticas de saúde. A notificação do erro deve ser encarada como uma oportunidade de melhoria.

Também os desequilíbrios no bem-estar profissional interferem na qualidade dos serviços prestados.

Objetivo: Descrever a perceção dos profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) sobre a cultura de segurança do doente em Obstetrícia.

Metodologia: Estudo de natureza quantitativa, transversal e descritivocorrelacional. O instrumento de recolha de dados é constituído pelo questionário Hospital Survey on Patient Safety Culture (AHRQ, 2004), a Escala Satisfaction with life scale (Dinner et al., 1985) e questões sociodemográficas e profissionais, aplicado a uma amostra de 121 profissionais de saúde.

Resultados: A amostra é constituída maioritariamente por profissionais de saúde do sexo feminino (90,9%), com a categoria profissional de enfermeiro (89,3%) e com o grau de licenciado (86,0%). Do total da amostra, 66,9% não notificou qualquer evento ou ocorrência nos últimos 12 meses, 50,4% considera o grau de segurança do doente como aceitável e 45,5% como muito bom. A dimensão “trabalho em equipa” foi a que obteve isoladamente o valor mais positivo, contudo não se evidencia como ponto forte. As dimensões consideradas

problemáticas

são:

“Resposta

ao

erro

não

punitiva”,

“Profissionais”, “Frequência da notificação de eventos” e “Apoio à segurança do doente pela gestão”, com necessidade de intervenção prioritária. A satisfação com a vida estabelece uma relação preditiva com a perceção da cultura de segurança, com maior significado para a dimensão “Resposta ao erro não punitiva”.

Conclusões: A cultura de segurança do doente no Departamento de Obstetrícia, percecionada pelos participantes no estudo, caracteriza-se como uma cultura de receio de resposta punitiva ao erro. A segurança de qualquer organização deve ser uma preocupação central e vista como um processo

1

Estudante do MESMO, Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Viseu, Viseu, Portugal.

15

evolutivo, permeável à implementação de medidas corretivas e influenciada por variáveis sociodemográficas, profissionais e pelo grau de satisfação com a vida dos profissionais de saúde.

Palavras-chave: segurança do paciente; cultura; qualidade de assistência à saúde; erros médicos; saúde materna.

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REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA PARTEIRA: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE PORTUGAL E ESPANHA CÔTO, Rosário61 ;PINHEIRO, Arminda71

Tendo presente os princípios de que a identidade profissional é dinâmica e que pode ser apreendida pelas representações sociais dos diferentes atores, em interação social, e que por sua vez, esta influencia , determina e orienta o desenvolvimento dessa identidade, ambas dependentes dos contextos socioculturais, políticos, históricos e económicos realizamos um estudo, colocando a seguinte questão: Quais as diferenças entre as representações sociais das mulheres portuguesas e espanholas relativamente a um dos elementos

particular

da

identidade

profissional

do

EESMO/parteira:

funções/papel?

Neste estudo, selecionou-se as representações sociais como princípio teóricometodológico, entendendo-as “como as categorias de pensamento, ação e de sentimento que expressam a realidade, explicando-a, justificando-a ou questionando-a” (Minayo,1992), ou seja, pode-se dizer que as representações sociais são a forma como os indivíduos de uma determinada sociedade, pertencentes a um determinado grupo social, expressam a sua realidade e a interpretam, dependendo do seu nível de conhecimento pautado na sua experiência do cotidiano. Sob esse prisma pretendeu-se lançar luz às representações das funções/papeis do EESMO/parteira na ótica das mulheres.

Os objetivos deste estudo, de carater tendencialmente qualitativo, foram identificar as representações sociais das mulheres portuguesas e espanholas em relação às praticas do EESMO/parteira e identificar as diferenças nas representações das mulheres relativas às profissionais que com elas entraram em contacto ao longo das suas vidas.

Este estudo tem como principais finalidades promover o re-questionamento da identidade profissional do EESMO, promover e o debate sobre possíveis caminhos a seguir, no âmbito do desenvolvimento profissional e contribuir para uma reflexão sobre as diferenças entre o profissionismo e o profissionalismo do EESMO em Portugal, considerando que a identidade profissional pode 1

Professora, Escola Superior de Enfermagem da Universidade do Minho, Braga, Portugal.

17

interpretar-se a partir da transação objetiva e transação subjetiva «como resultado de compromissos “interiores” entre identidade herdada e identidade pretendida, mas também de negociações “exteriores” entre identidade atribuída pelo outro e identidade incorporada por si» (Dubar, 1997).

De acordo com a natureza deste objeto impôs-se a adoção dos princípios metodológicos da pesquisa qualitativa como conceção teórica de abordagem, na medida em que este apresenta-se como aquela “que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis” (Minayo, 1994). De acordo com os objetivos do estudo, este é do tipo exploratório e descritivo. O instrumento para a colheita de dados foi a entrevista semi-estruturada, onde foram efetuadas 5 questões relativas as experiencias de mulheres portuguesas e espanholas no contacto com EESMO´s/parteiras. Foi questionado ainda qual a experiência dessas mulheres sobre as intervenções destes profissionais.

Relativamente à amostragem, dada a natureza do estudo, a preocupação ficou centrada no aprofundamento e abrangência da compreensão acerca do objeto, entendendo como o número adequado de entrevistas aquele capaz de refletir a totalidade nas suas dimensões (Minayo,1992). Assim, observando o critério de saturação, entrevistaram-se 120 mulheres portuguesas e 145 mulheres espanholas, número que retrata o momento em que se observou o esgotamento das categorias nas falas das entrevistadas. A participação das mulheres no estudo foi voluntária, mediante o seu consentimento e aprovação, após a explicação dos objetivos do estudo. Foi solicitada a autorização para o registo áudio das entrevistas. Foi assegurado a confidencialidade dos dados pessoais e o anonimato das respostas, assim como, foi efetuada a leitura das transcrições do registo áudio junto de cada mulher, para que verificasse e anuísse, ou não, a sua utilização. Na análise do corpus de análise, originado pela transcrição das entrevistas, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin (1977). Para explicar as unidades de significado presentes no corpus e as relações entre elas, inicialmente fixaram-se códigos que orientaram a análise do discurso, com base nas categorias e subcategorias definidas a priori, tendo presente as competências dos EESMO´s em Portugal.

O procedimento foi igualmente efetuado no corpus de analise resultante das entrevistas das mulheres espanholas. Em ambos procedimentos, procurou-se manter uma certa faixa de flexibilidade para reconhecer categorias emergentes.

18

Dos resultados preliminares salientam-se diferenças importantes entre as representações socias relativas à EESMO e à parteira espanhola, incluindo a acessibilidade à assistência, sendo que as mulheres portuguesas referiram mais vezes contactar o EESMO na sala de partos, enquanto as mulheres espanholas referiram mais vezes contactar as parteiras durante a vigilância pré-natal; as mulheres portuguesas referiram mais frequentemente que o EESMO tem um papel de ajuda no parto, enquanto que as mulheres espanholas consideram mais frequentemente que as parteiras vigiam o bemestar

materno

fetal,

durante

a

gravidez,

utilizando

procedimentos e

instrumentos tais como a ecografia, o CTG, prescrição de exames, etc, e, ainda, que são responsáveis por realizarem o parto, a vigilância e a recuperação das mulheres no puerpério, os cuidados ao RN e a promoção do aleitamento materno.

Estes resultados poderão contribuir para fomentar o debate sobre o que o EESMO refere sobre quais são as suas competências e áreas de intervenção e o que as mulheres efetivamente pensam sobre esses aspetos, para que possamos realmente transitar do profissionismo para o profissionalismo.

Palavras-chave: Representações sociais; EE-ESMO/parteiras; identidade profissional; competências Bibliografia: ANDRADE, V. (2014). Identidad profesional y el mundo del trabajo contemporáneo. Reflexiones desde un resumen de caso. Athenea digital: Revista de pensamiento e investigación social, Bellaterra (España), (14)2, 117-145.

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20

O EMPODERAMENTO SOCIAL DO ENFERMEIRO ESPECIALISTA EM SAÚDE MATERNA E OBSTÉTRICA: UM CONTRIBUTO ENCARNAÇÃO, Liliana81

Introdução: A Enfermagem em Saúde Materna e Obstétrica (ESMO) integra na sua função e filosofia de cuidados a complexidade de cada mulher/família e a satisfação das suas necessidades conjugando com mestria o campo de saberes, o campo de atuação e o campo social. Contudo, a visibilidade das suas práticas e a qualidade da sua exposição social aparece condicionada a fatores culturais e sociais que impede de criar uma consciência coletiva sobre a verdadeira essência dos cuidados prestados pelo Enfermeiro Especialista em ESMO (EE-ESMO) no Bloco de Partos (BP).

Pela necessidade de demonstrar as competências específicas do EEE-ESMO em contexto de BP realizou-se uma Revisão Sistemática da Literatura (RSL), tendo como questão de partida, em formato PI[C]O: No Cuidar da Mulher em trabalho de parto que competências o EE-ESMO demonstra que desencadeie Empoderamento Social?

Estes desafios mostram-nos uma filosofia estratégica, o Empoderamento Social no domínio de Enfermagem, como natureza e arquitetura da ação da prática do cuidar em ESMO. Enquadramento: A evolução do conceito e da disciplina de Enfermagem veio recriar a potencialidade dos cuidados como requisito para o estatuto e ação autónoma

definida

por

legislação

e

desenha

a

filosofia

do

Cuidar

Multidimensional em ESMO. Este consiste no estabelecimento de uma forte relação de confiança com a mulher/família, na continuidade de cuidados e na manutenção da normalidade, face aos diversos estadios que enfrenta, num momento que marca uma transição de grande relevo na vida da mulher/família - o nascimento de um filho (Meleis, 2007). Todo este plano de ação, em contexto de BP, vai influenciar as escolhas que as mulheres fazem, embora estas estejam condicionadas a normas culturais e sociais do meio onde estão inseridas, mas também pelo tipo de cuidados que lhes é oferecido e pelo modelo assistencial disponibilizado.

1

Estudante do CPLE-ESMO, Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Santarém, Santarém, Portugal.

21

Empoderamento

Social

é

entendido

como

um

processo

social

de

reconhecimento, promoção e aumento de capacidade de identificação de necessidades e satisfação das mesmas, resolução de problemas e mobilização de recursos necessários no sentido de controlar a sua atividade clínica.

(Gibson, 1991, citado por Pereira, Fernandes, Tavares e Fernandes, 2012).

Metodologia: Para a RSL foi formulada a pergunta de pesquisa em formato PI[C]O: No Cuidar da Mulher em Trabalho de Parto, que competências (I) o EEESMO (P) demonstra que desencadeie Empoderamento Social (O)?

Através da plataforma eletrónica EBSCO, com as bases de dados: a CINAHL Plus with Full Text, MEDLINE with Full Text e MedicLatina with full Text. foram pesquisados artigos científicos, publicados entre 2009.01.01 e 2015.05.31 em texto integral, usando como palavras-chave: Midwives AND Labour AND Social AND Empowerment, obtendo 98 artigos. Após a leitura do título e do resumo dos artigos pesquisados e considerando os critérios de inclusão/exclusão, selecionaram-se 5, que foram classificados por uma escala de 7 níveis de evidência, segundo Melnyk e Fineout-Overholt (2005), onde quatro encontramse no nível seis de evidência e um no nível um de evidência.

Conclusões: Perante a diversidade de áreas de influência em ESMO e a condição da mulher/família, os cuidados prestados pelo EE-ESMO são projetados e sustentados por elevados níveis de competências que garantem uma qualidade de excelência na resposta técnica, humana, científica, ética, moral e cultural.

Para tal, o EE-ESMO deve utilizar as suas capacidades, competências e habilidades na finalidade da sua ação, através delas adquirir autonomia, atitude clínica, sabedoria e responsabilidade para a ação e promover o seu reconhecimento através do Empoderamento Social. Contudo, não pode esperar resultados visíveis a curto prazo, facto que conseguirá quando demonstrar a importância do seu papel, que demanda a fundamentação do conhecimento próprio da ESMO, a construção de novos paradigmas e a produção de saberes emergentes da realidade social.

Ainda assim, o EE-ESMO precisa compreender efetivamente o seu poder e transformá-lo em poder de participação e de decisão, no sentido do aumento do repertório de recursos internos enquanto grupo profissional para lidar com os desafios do Empoderamento Social, demonstrando e provocando o 22

reconhecimento da complexidade das suas ações, da diversidade de conhecimentos, responsabilidade, autonomia funcional e interdisciplinaridade da prática que formalize culturalização.

Referências bibliográficas: Meleis, A. (2007). Theoritical Nursing: development and progress. 4ª Ed. Philadelphia: Lippincott William & Wilkins.

Melnyk, B. M.; Fineout-Overholt, E. (2005). Evidence- based practice in nursing & healthcare. best practice. Philadelphia: Lippincot Williams & Wilkins.

A guide to

Pereira, C.; Fernandes, L.; Tavares, M.; Fernandes, O. (2012). Empowerment: Modelo de Capacitação para uma filosofia de cuidados. Revista Nursing. N.º 267, Nursing Edição Portuguesa.

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A GRAVIDEZ NO MASCULINO: UM OLHAR SOBRE A EXPERIÊNCIA DOS HOMENS SILVA, Catarina91

Introdução: O envolvimento dos homens durante a gravidez é um fator que influencia positivamente a sua saúde, especialmente o bem-estar psicológico, e a de todo o agregado familiar (Plantin, Olukoya, & Ny, 2011). A Organização Mundial da Saúde declarou, recentemente, que o envolvimento dos homens é uma prioridade para todos os serviços de saúde materna em todo o mundo (World Health Organization, 2015), sendo necessário que ofereçam aos homens oportunidades de aprendizagem e troca de experiências que favoreçam a sua participação (Ribeiro et al., 2015).

Objetivo: Compreender as vivências da transição para a paternidade, durante o período pré-natal, de pais pela primeira vez Metodologia: Estudo exploratório de carácter descritivo, transversal e retrospetivo, inserido num paradigma qualitativo, no qual participaram 10 homens que estavam a vivenciar, pela primeira vez, a gravidez da parceira, no último trimestre, em regime de coabitação e com gestação sem patologia materno-fetal.

A recolha de dados foi realizada com recurso à entrevista semiestruturada. Os dados foram analisados com técnica de análise de conteúdo (Bardin, 2009), com categorização semântica e abordagem indutiva.

Resultados: Da análise de conteúdo emergiram três temas, “experienciar da transição”, “desenvolvimento da identidade como pai” e “(des)construção de pontes para a transição”, os quais integram várias categorias. A gravidez é um período de organização e adaptação para o homem, marcado por uma enorme exigência psíquica e emocional, em que várias mudanças sentidas e respostas emocionais à gravidez são destacadas pelos futuros pais. O processo transformativo de tornar-se pai exige um caminho de descoberta pessoal ao longo do período pré-natal, preparando o homem para a assunção das funções parentais. Ao longo deste caminho são várias as condições que favorecem e,

1

Estudante CPLE-ESMO, Escola Superior de Enfermagem do Porto, Porto, Portugal.

24

contrariamente, obstaculizam a vivência de uma transição positiva pelos homens.

Palavras-chave: homem; pai; gravidez; transição Conclusão: A preparação para a parentalidade deve ajudar ambos os progenitores no percurso de “tornarem-se pais”, um trajeto de aprendizagem que se inicia, senão mais cedo, durante a gravidez, sendo que o Enfermeiro Especialista de Saúde Materna e Obstétrica deve assumir um papel charneira nessa preparação. A complexidade da transição para a paternidade exige práticas promotoras da integração do homem no período pré-natal, as quais terão inquestionáveis ganhos para a saúde e bem-estar da família.

Bibliografia: Bardin, L. (2009). Análise de conteúdo (Edição revista e atualizada). Lisboa: Edições 70.

Plantin, L., Olukoya, A. A., & Ny, P. (2011). Positive health outcomes of fathers'involvment in pregnancy and childbirth paternal support: a scope study literature review. Fathering, 9(1), 87- 102.

Ribeiro, J. P., Gomes, G. C., Silva, B. T., Cardoso, L. S., Silva, P. A., & Strefling, I. D. S. S. (2015).

Participação do pai na gestação, parto e puerpério: refletindo as interfaces da assistência de enfermagem.

Espaço para a Saúde-Revista de Saúde Pública do Paraná, 16(3), 73-82.

World Health Organization. (2015). WHO recommendations on health promotion interventions for maternal and newborn health 2015. Genebra: WHO..

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FATORES QUE INFLUENCIAM A PREFERÊNCIA PELA VIA DO PARTO MOREIRA, Filipa101

Introdução: O papel da mulher na escolha pela via do parto não é claro, no entanto sabe-se que antecipadamente prefere uma via de parto em detrimento de outra. Essa preferência é influenciada por diversos fatores. Sejam de ordem social ou cultural, relacionados com a saúde e o bem-estar pessoal ou do bebé ou com os medos face à incerteza do parto.

Objetivos: O presente estudo teve como objetivo principal identificar quais os fatores que influenciam a preferência pela via de parto.

Metodologia: Foi realizado um estudo de cariz quantitativo, exploratório, descritivo e transversal, com a aplicação de um questionário. O questionário aplicado foi dividido em cinco secções consideradas fundamentais. A primeira secção permitiu fazer a caracterização sociodemográfica, a segunda e terceira secção relacionasse com obtenção de informações sobre a vigilância da gravidez, história obstétrica e opinião sobre a preferência pela via do parto e a quarta secção é constituída pela escala dos fatores de preferência pela via do parto, construída e validada para este estudo.

A escala de fatores de preferência pela via do parto permite avaliar os vários aspetos relativos à preocupação com a saúde e bem-estar, preocupação com o parto e com o bebé, influência técnica e social e influência da dor na decisão pela via do parto, abrangendo um conjunto de 30 itens considerados relevantes para a compreensão desta temática, representados por quatro dimensões formadas aquando da sua validação, e tem como grande objetivo possibilitar um conhecimento mais aprofundando e abrangente da problemática.

E por fim, a quinta secção, foi aplicada após o parto, o que permitiu conhecer o tipo de parto realizado e se a participante mantinha a mesma opinião sobre a preferência pela via do parto. Participaram na primeira fase do estudo, 178 mulheres grávidas no terceiro trimestre de gestação a frequentar a consulta de gravidez de termo do Centro Hospitalar Tâmega e Sousa, dessas participantes responderam à segunda fase 84.

1

Estudante CPLE-ESMO, Escola Superior de Saúde da Universidade de Trás-os-Montes e Aldo Douro, Portugal.

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Resultados: Os resultados revelaram que a maioria das participantes (66,9%) tem preferência pelo parto vaginal, contrapondo com uma menor preferência pelo parto distócico por cesariana (9%). No entanto algumas das participantes (24,2%) referiu não ter preferência pela via do parto. Estabeleceu-se relação entre a idade materna avançada e a preferência pelo parto por cesariana. A existência de filhos e a informação adquirida com a experiência de parto anterior também se relaciona com a preferência pela via do parto.

Em relação à escala de fatores podemos verificar que a dimensão mais valorizada é a “preocupação com o parto e o bebé” nos itens “ser melhor para o meu bebé” e “ ter menos riscos e complicações”, seguida da “influência da dor na preferência pela via do parto“ confirmando-se que os fatores relacionados com a dor e o medo do parto têm um peso significativo na preferência pela via do parto. Salienta-se o facto de ter sido observado neste estudo, que a dor no pós-parto é mais relevante para este grupo de participantes do que a dor durante o trabalho de parto e parto, reforçando assim a ideia de que a sua maior preocupação está na sua capacidade de cuidar do bebé após o parto.

Assim como a preocupação com o bebé suplanta a dor que eventualmente poderão vir a sentir durante o trabalho de parto e parto.

A dimensão “influência técnica e social na decisão pela via do parto” foi a menos valorizada. No entanto não foi possível confirmar uma relação estatisticamente significativa entre as dimensões e a preferência pela via do parto Conclusões: Em suma, a maioria das mulheres tem preferência pelo parto vaginal e diversos fatores interferem na sua decisão. É fundamental que os profissionais de saúde nomeadamente o enfermeiro especialista em saúde materna e obstetrícia, avance para intervenções e atitudes que permitam um apoio mais sistematizado e dirigido às grávidas.

Salienta-se o contributo deste estudo para a importância do papel do enfermeiro especialista enquanto educador para a saúde, evidenciando que a intervenção precoce sobre os fatores determinantes da preferência pela via do parto, poderá ser fundamental na mudança de opinião.

Considera-se que este estudo contribui para uma melhor compreensão dos diversos fatores de preferência pela via do parto.

Palavras-chave: Parto normal, cesariana, escolha, escala, determinantes.

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BOAS PRÁTICAS E AUTONOMIA DA PUÉRPERA APÓS A ALTA CLÍNICA CORREIA, Teresa111

Objetivo: Analisar a satisfação com a informação e as explicações dos enfermeiros recebidas pelas puérperas face às boas práticas da técnica do banho ao recém-nascido, da amamentação e do autocuidado após a alta clinica.

Metodologia: Estudo epidemiológico de prevalência, realizado numa unidade local de saúde portuguesa. A população alvo era constituída por todas as puérperas internadas no serviço de Obstetrícia durante o mês de fevereiro e o mês de abril de 2013, num total de 120 puérperas. Critérios de inclusão: motivo de internamento ser o parto, período de internamento não inferior a três dias.

Critérios de exclusão: a puérpera ter o RN internado no serviço de Neonatologia. Para a colheita de dados foi definido o terceiro dia de permanência das puérperas no serviço. Para a recolha da informação foi usado um questionário adaptado de dois questionários originais de Nogueira CLS (2010) e Limão A, et al (2009). As boas práticas foram operacionalizadas tendo em conta: os cuidados prestados às puérperas no seu autocuidado, na técnica do banho ao recém-nascido e na técnica da amamentação. Cada uma destas técnicas englobou um conjunto de itens sobre os quais a puérpera manifestou a sua satisfação com a informação e a explicação dadas pelo enfermeiro.

Foi construída uma base de dados e analisados os dados no programa SPSS versão 20. Usou-se o teste paramétrico t para comparação de duas amostras de grande dimensão provenientes de populações independentes e ao teste não paramétrico Kruskall-Wallis. Recorreu-se, ainda, ao coeficiente de correlação de Spearman para averiguar as possíveis correlações entre as variáveis de satisfação.

Para poder verificar a possível associação entre as variáveis usou-se o teste de exato de independência de Fisher. O nível de significância utilizado foi de 0,05.

Foi solicitado um pedido de apreciação e parecer à Comissão de Ética da Unidade Local de Saúde do onde o trabalho decorreu, sendo emitido parecer favorável.

1

Professora, Escola Superior de Saúde do Instituto de Bragança, Bragança, Portugal

28

Foi pedida autorização ao Conselho de Administração da mesma Unidade Local de Saúde para o desenvolvimento do estudo e consequente aplicação do instrumento de colheita de dados autorização que foi concedida.

Foi obtido o consentimento informado das utentes participantes garantindo a confidencialidade e proteção das informações pessoais recolhidas, pois em nenhum dos registos consta qualquer identificação acerca das utentes.

Resultados: Relativamente à técnica do autocuidado após o parto, verificou-se que cerca de 86% das mulheres questionadas afirmaram que foram dadas explicações acerca dessa técnica. A maioria das mulheres (95%) afirmou sentir-se satisfeita com a informação para a execução de todas as tarefas no seu autocuidado, após a alta hospitalar e já fora do ambiente hospitalar.

Dos itens incluídos no autocuidado, a informação sobre a lavagem das mãos antes e depois de se cuidarem foi referida por 97% das mulheres. A informação sobre os cuidados de higiene e conforto diários e sobre os cuidados com as mamas foi manifestada por cerca de 94% das mulheres.

Em cada um dos itens constituintes da respetiva técnica, houve alguns que as mulheres entenderam não terem sido tão bem explicados. Verificou-se uma variação nos aspetos não explicados, com valores entre 6% a 11%, realçando os itens sobre as caraterísticas dos lóquios, o aplicar toalhas frias nas mamas após as mamadas para reduzir o ingurgitamento, que foram os menos claros.

Quanto aos resultados de aplicação do teste exato de Fisher conclui-se que existe associação estatisticamente significativa (p<0,001) para afirmar que a satisfação com a informação disponibilizada sobre o autocuidado está significativamente associada à explicação de cada tópico a abordar.

Em relação à técnica do banho ao recém-nascido, cerca de 97% das mulheres inquiridas afirmaram que foi explicada a técnica pelos Enfermeiros e praticamente a totalidade das mulheres (99%) está satisfeita com a informação recebida relativamente a esta técnica.

Conclui-se que não existe associação estatisticamente significativa entre a explicação do tópico e a satisfação com a informação.

Para a técnica da amamentação, verificou-se que das mulheres inquiridas cerca de 96% afirmaram que foram dadas explicações acerca dessa e

29

aproximadamente 94% está satisfeita com a informação recebida relativamente a esta técnica.

Quanto aos resultados de aplicação do teste exato de Fisher conclui-se que existe associação estatisticamente significativa (p<0,001) para afirmar que a satisfação com a informação disponibilizada sobre a amamentação está significativamente associada à explicação de cada tópico a abordar, com exceção dos tópicos.

Conclusões: As puérperas consideraram que a explicação sobre as técnicas de autocuidado e o banho ao recém-nascido, disponibilizada pelo enfermeiro especialista, é menos satisfatória do que a informação acerca dessas técnicas.

A generalidade das utentes afirma sentir-se confiante na execução de todas as tarefas após a alta hospitalar.

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QUANDO A MORTE ANTECEDE O NASCIMENTO: ATUAÇÃO DO EEESMO NA ASSISTÊNCIA À MULHER QUE VIVENCIA UMA MORTE FETAL ANA, Miranda121; ZANGÃO, Otília132

Introdução: As expectativas durante a gravidez são de continuidade da vida e nunca de morte, portanto quando os pais são confrontados com uma perda gestacional sentem-se como que atraiçoados, enganados e frustrados (Amirali & Dias, 2010). A perda gestacional constitui assim uma experiência dolorosa e complexa para a mulher/casal (Rolim & Canavarro, 2006). A designação de perda gestacional engloba um conjunto de situações de perda que podem acontecer durante a gestação ou após o parto, tais como: aborto espontâneo/interrupção espontânea da gravidez; morte fetal; morte neonatal; interrupção voluntária da gravidez e interrupção terapêutica por malformações fetais (Canavarro, 2006). Após a notícia de perda emergem sentimentos tais como, tristeza, culpa, fracasso, desespero, revolta, entre outros e é frequente a mulher/casal procurar explicações no sentido de justificar a perda e amenizar a dor. A dor será ultrapassada com o passar do tempo, à medida que o luto vai sendo elaborado pela família. Rolim e Canavarro (2006) consideram o luto como o estado de dor e sofrimento subsequente à perda e o processo de luto como o processo psicológico de elaboração da perda. Quando ocorre uma perda gestacional, esta constitui sempre uma má noticia, porque este acontecimento provoca uma situação crítica, tanto para os pais e familiares, como para os profissionais que os assistem, pois são eles, os responsáveis pela comunicação da mesma. O Enfermeiro Especialista de Saúde Materna e Obstetrícia (EE-ESMO) surge como promotor da adaptação à perda (Rolim & Canavarro, 2006; Cabral, 2005), já que a forma como este transmite a má notícia irá influenciar a vivência do processo de luto pela mulher/casal. No entanto, diversos estudos revelam que os enfermeiros encontram dificuldades para abordar e até para empreenderem os cuidados necessários à mulher com perda gestacional (Montero et al., 2011). O momento de comunicar à mulher/casal o diagnóstico de perda gestacional, pode assim torna-se muito delicado, na medida em que pode provocar ansiedade e insegurança no

1 2

MESMO, Serviço de Urgência Obstétrica e Ginecológica do CHB-M, EPE, Montijo, Portugal Professora, Universidade de Évora – Escola Superior de Enfermagem de S. João de Deus, Évora, Portugal.

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enfermeiro, o qual pode adotar comportamentos de fuga, comprometendo a qualidade dos cuidados assegurados (Montero et al., 2011).

Objetivos: Assegurar boas práticas de enfermagem na assistência às mulheres/casais em situação de perda gestacional.

Metodologia: Estudo exploratório e descritivo de abordagem qualitativo, no qual se realizaram entrevistas semiestruturadas a 10 mulheres que vivenciaram perda gestacional e a 25 Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstétrica, com funções na área de Saúde Materna no Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, Entidade Pública Empresarial (Miranda & Zangão, 2016). Os dados foram tratados com recurso ao software IRaMuTeQ (Interface de R pour les Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires) versão 0,7 alpha 2.

Resultados: Os enfermeiros consideraram a perda gestacional como uma experiência difícil de vivenciar, identificando necessidades de formação específica na área da comunicação de más notícias e do luto. Outras necessidades identificadas pelos profissionais foram a partilha de sentimentos interpares e a adequação do espaço físico de cuidados. As mulheres referiram diferenças na abordagem por parte dos enfermeiros aquando dos cuidados recebidos, falta de apoio e necessidade de encaminhamento após a alta hospitalar e necessidade de personalização do espaço físico de cuidados.

Como forma de dar resposta às necessidades encontradas, efetuou-se formação

aos

enfermeiros

com

peritos

da

área

sobre

a

perda

gestacional/processo de luto e comunicação de más notícias; desenvolveramse procedimentos para uniformizar os cuidados; constituiu-se um grupo de consultores de luto, formado por obstetra, enfermeiros especialistas e psicólogo; elaboraram-se folhetos e poster sobre a temática para entregar às mulheres/casais; criou-se um endereço de correio eletrónico para prestadores e beneficiárias de cuidados, de forma a que ambos pudessem partilhar experiências e sentimentos e procedeu-se a adequação do espaço físico de cuidados. (Miranda & Zangão, 2016).

Conclusão: A problemática da perda gestacional foi o foco deste estudo. Nem sempre a gravidez culmina num “final feliz”, impossibilitando a mulher de vivenciar o sonho tão desejado da maternidade. Ter que se confrontar com a perda inesperada de um filho é uma experiência avassaladora. Através da 32

realização do estudo, foi possível compreender melhor a problemática da perda gestacional e o que esta envolve; como ajudar estes pais enlutados a ultrapassar o luto; como cuidam os enfermeiros destes pais, e como vivenciam eles próprios esta experiência complexa. O estudo desenvolvido permitiu fornecer

competências

mulheres/casais

que

aos

enfermeiros

vivenciam

a

especialistas

perda

cuidadores

gestacional,

bem

de

como

conhecer/compreender as vivências destas mulheres/casais, para desta forma se delinearem intervenções promotoras de ganhos em saúde (Miranda & Zangão, 2016).

Palavras-chave: Enfermeiras obstétricas; gestantes; morte fetal; Luto Referências Bibliográficas: Amirali, K. & Dias A.C. (2010). O Nascimento de Uma Vida Acabada –Experiências dos Enfermeiros Especialistas de Saúde Materna e Obstétrica. Revista Portuguesa de Enfermagem, 24, 24-29. Disponível em http://repositorio.hff.minsaude.pt/handle/10400.10/389?mode=full.

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INTERRUPÇÃO VOLUNTÁRIA DA GRAVIDEZ: VIVÊNCIAS DAS MULHERES PALMA, Sara141

Introdução: A saúde reprodutiva implica que as pessoas possam ter uma vida sexual satisfatória, segura e que consigam decidir engravidar quando e quantas vezes querem (DGS, 2001). Nas últimas décadas verificou-se uma melhoria das condições de saúde da população, com melhores indicadores da saúde materno-infantil. Apesar do grande avanço ao nível do planeamento familiar (PF), eficácia e acessibilidade dos métodos contracetivos, continua a haver gravidezes não desejadas (GND), conduzindo à interrupção voluntária da gravidez (IVG). Em Portugal, a Lei 16/2007 de 17 de abril, despenaliza a IVG por opção da mulher nas primeiras 10 semanas completas de gravidez.

Perante a complexidade da temática, consideramos ser uma questão relevante e importante na resposta aos cuidados de saúde prestados à população sendo importante estudar as vivências das mulheres durante o processo de IVG. O Relatório dos Registos das IVG (DGS, 2016), diz-nos que 71% são realizadas nos serviços do Sistema Nacional de Saúde, sendo o Hospital Garcia de Orta (HGO, EPE) uma das instituições com maior número (638 casos), razão que nos levou a desenvolver o estudo nesta instituição.

Objetivos: Compreender as vivências das mulheres em processo de IVG; Descrever as caraterísticas biológicas, sociodemográficas e reprodutivas; Analisar as motivações que conduzem à IVG; Discriminar as emoções subjacentes à IVG e Identificar o suporte social destas mulheres.

Metodologia: Estudo qualitativo descritivo, exploratório e transversal, para responder à Questão de investigação “Quais as vivências das mulheres em processo de IVG?”. Participaram 25 mulheres, que recorreram à consulta de GND (Gravidez Não Desejada) que reuniram os critérios de inclusão: grávidas até às 10 semanas de gestação de acordo com a Lei nº16/2007; Idade superior a 16 anos; psiquicamente capazes e concordem participar no estudo. Optou-se pela entrevista, realizada na primeira quinzena de janeiro de 2017.

1

Estudante de MESMO, Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, Lisboa, Portugal

34

Resultados: As 25 participantes, apresentam idade média de 31 anos, maioritariamente portuguesas (76%), casadas ou em união de fato (72%), com ocupação laboral efetiva (80%), escolaridade ao nível do ensino secundário (36%) e superior (32%). A maioria, tem um a dois filhos (64%), não realizou IVG anterior (60%) e 80% foram a pelo menos uma consulta de PF no último ano (Palma, 2017). Evidenciaram-se aspetos relacionados com condições socioeconómicas instáveis, incapacidade em utilizar contraceção eficazmente, não terem planeado a gravidez, não ser o momento certo para ter um filho e relacionamentos instáveis ou inexistentes. O que estimulou a procura da IVG está de acordo com outros autores (DGS, 2016; OMS, 2013; Sell, 2013; Borsari, 2012). Nos sentimentos subjacentes à realização da IVG, quer no momento de partilha ou tomada de decisão, surgem sentimentos de culpa, vergonha, ambivalência, medo, angústia/ansiedade, receio do castigo divino, repressão dos sentimentos e pensamentos sobre IVG, comprovados com os estudos de Sell et al. (2015), Vieira et al. (2010). Verificamos, que um grupo de mulheres apresentou sentimentos de ajustamento com a decisão de IVG evidenciado pela vontade de quererem retomar a sua vida, bem-estar/alívio (Palma,

2017).

participantes

Relativamente depositaram

ao

suporte

confiança

na

social

percebido/obtido,

família

mais

as

restrita

(marido/companheiro/progenitor e a mãe) mas, manifestam não ter apoio durante todo o processo, sentindo-se sozinhas e considerando os profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) as únicas fontes de ajuda.

Conclusões: As vivências das participantes, estão entrosadas em influências culturais, sociais e religiosas, não obstante não foram impeditivas para a decisão da IVG. Estas mulheres encaram a IVG como única opção e qualquer que sejam as razões identificadas, o que está na sua génese é a falha da contraceção. Reconhecemos que a ação do enfermeiro deverá ser no âmbito da

prevenção

do

aborto

voluntário,

na

identificação

dos

problemas/necessidades das mulheres ao nível da saúde sexual e reprodutiva, ajudando-as a encontrar estratégias de resolução individualizadas, apropriadas e mais eficazes, promovendo o seu empowerment, na gestão dos seus projetos de saúde e no aumento da literacia em saúde. Neste sentido parece importante desenvolver estratégias conjuntas entre cuidados de saúde primários, hospitalares e a comunidade.

35

Referências: Borsari, CMG (2012). Aborto provocado: vivencia e significado. Um estudo fundamentado na fenomenologia. Tese de Mestrado em Ciências, Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, São Paulo.

Direção Geral da Saúde. (2001). Saúde Reprodutiva: Saúde Reprodutiva, Planeamento Familiar (Orientações Técnicas, 9).

Direção Geral da Saúde. (2016) Relatório dos Registos das Interrupções da Gravidez – Dados de 2015, Direção de Serviços de Prevenção da Doença e Promoção da Saúde.

Lei 16/2007 de 17 abril (2007). Exclusão de ilicitude nos casos de interrupção voluntária de gravidez.

Diário da Republica I Série Nº 75 (17/04/1997) 2417-2418.

Organização Mundial de Saúde (2013). Abortamento Seguro: Orientações Técnicas e de Politicas para Sistemas de Saúde. (2ªed.). OMS. Sell, S.E. et al. (2015). Motivos e significados atribuídos pelas mulheres que vivenciam o aborto induzido: Revisão integrativa. Journal of School of Nursing. University of São Paulo. Vol. 49(3) 502-508.

Sell, S. E. (2013). O mundo da Vida das Mulheres que Induziram o Aborto: Um estudo Fenomenológico Social. Dissertação de Mestrado em Enfermagem, UFSC. Florianópolis.

Palma, S.E.C. (2017).Interrupção Voluntária da Gravidez: o porquê desta escolha... Tese de Mestrado em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia, Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, Lisboa.

Vieira, L.M.; Goldberg, T.B.L.; Saes, S.O.; Doria, A.A.B. (2010). Abortamento na adolescência: da vida à experiencia do colo vazio. Um estudo qualitativo. Ciência Saúde Coletiva. 15 (sup.12) 3149-3156

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PREPARAÇÃO PARA O PARTO EM MEIO AQUÁTICO MACHADO, Sílvia151

A perspetiva contemporânea das grávidas/casais sobre a importância da preparação para o parto, salienta a necessidade de obter uma informação credível e organizada por parte de uma Enfermeira Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica (EE-ESMO). A realidade científica actual fundamenta a necessidade de investir numa perspetiva dinâmica, introduzindo mudanças de forma constante e eficaz.

A preparação para o parto em meio aquático amplia largamente a oferta de cuidados do EE-ESMO, podendo ser entendida como oportunidade para implementar projetos e programas de preparação para o parto assentes em alguns princípios, nomeadamente assistência inovadora, desafio constante e aposta numa cultura de elevada qualificação e criatividade.

A evidência científica (Smith e Michel, 2006; Bolitho e Hatch, 2014) sobre este assunto indica que a realização de exercícios na água durante a gravidez permite melhorar a condição física, diminuir os desconfortos associados às alterações no corpo da mulher (os mais identificados são a diminuição de edemas e dores lombares), reduzir a ansiedade e stress, melhorar a imagem corporal, melhorar os comportamentos de promoção da saúde, bem como as relações interpessoais estabelecidas entre as grávidas/casais.

Os motivos pelos quais a preparação aquática é benéfica, justificam o facto de estar a ganhar expressão exponencial em países como Portugal, Bélgica, Inglaterra, EUA e Austrália. De acordo com Binkley, Binckley e Wise (2017) o ambiente aquático oferece à grávida adaptabilidade, sensação de leveza, maior liberdade

de

movimentos

e

consequente

sensação

de

bem-estar

e

relaxamento. As grávidas sentem-se livres da gravidade na água e desfrutam da facilidade de movimento que proporciona.

Existem muitas propriedades da água que tornam o ambiente aquático único e capaz de permitir às grávidas a realização de exercícios impraticáveis no solo, tais como: temperatura, pressão hidrostática, flutuabilidade, resistência e propagação do som. Os exercícios desenvolvem-se pela conciliação de todas 1

EE-ESMO, Centro Hospitalar Póvoa de Varzim - Vila do Conde, Portugal.

37

as propriedades da água e permitem um trabalho de qualidade através de exercícios direcionados à postura corporal, melhoria da condição física, respiração, mobilização da pelve, alongamento e flexibilidade muscular, consciencialização e fortalecimento do períneo, perceção fetal, ligação paisfeto e relaxamento (Gabriels e Smedt, 2010).

Para

implementar

estas

sessões

é

importante

uma

avaliação

das

contraindicações (ACOG, 2015) e a confirmação da presença de todas as considerações de segurança (Baines e Murphy, 2010). Neste sentido, é fundamental para a fase de planeamento a formação certificada na área, a partilha de experiências com EE-ESMO que desenvolvem esta prática de cuidados

regularmente,

a

organização

e

preparação

antecipada

do

0

alinhamento da sessão, a temperatura da piscina (aproximadamente 32 C), a temperatura exterior igualmente quente, o material necessário (esparguetes, pranchas, coluna som), a presença de grupos com grávidas e/ou casais (ajustar exercícios), a presença de pessoas pouco à vontade com imersão. Na fase de execução, é importante demonstrar domínio dos exercícios através da explicação dos seus objetivos, utilizando estratégias de comunicação eficazes em cada situação.

A expressão da evidência científica sobre os benefícios da preparação para o parto em meio aquático, tanto para a gravidez como para a experiência de trabalho de parto e parto, contraria algumas ideias ainda enraizadas na nossa sociedade: esta forma de preparação para o parto parece estar associada às mulheres que optam por parto na água e “apenas” para grávidas com potencial para parto eutócico. Fica claro que os EE-ESMO têm uma missão importante de informação e divulgação, mas simultaneamente de monitorização de indicadores como a satisfação, a identificação objetiva dos benefícios para a gravidez e o impacto na experiência de trabalho de parto, parto e parentalidade.

Referências Bibliográficas ACOG - Physical Activity and Exercise During Pregnancy and the Postpartum Period. Committee Opinion.

Número 650 (2015).

BAINES, Susan; MURPHY, Susie – Aquatic Exercise for pregnancy. Cumbria: The Publisher (2010).

BINKLEY, Helen; BINKLEY, Jean; WISE, Stephanie – Aquatic Exercise in Pregnancy. International Journal of Childbirth Education. Vol. 32 nº 2 (2017).

BOLITHO, Sarah; HATCH, Vicky – The Complete Guide to Aqua Exercise for Pregnancy and Postnatal Health. London: Bloomsbury (2014).

38

GABRIELS, Isabelle; SMEDT, Yves – Curso de Preparação Aquática Pré e Pós Natal e Aclimatização dos Bebés à Água. Traduzido pela Gimnográvida e In Utero. Porto (2010).

SMITH, Sheila; MICHEL, Yvonne – A Pilot Study on the effects of aquatic exercises on discomforts of pregnancy. JOGNN. Vol. 35 nº 3 (2006). .

39

INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO NA PREVENÇÃO DAS PERTURBAÇÕES EMOCIONAIS NO PRIMEIRO MÊS PÓS-PARTO MENDES, Alda161

Estudos efetuados demonstram a importância da visita domiciliária em múltiplas variáveis, que conduzem a uma vivência mais saudável no período puerperal não só da mulher, mas de toda a família. Por outro lado, também investigações realizadas um pouco por todo o mundo relacionam as perturbações emocionais no puerpério com uma série de possíveis fatores etiológicos. Foi com base nestas evidências, e também pela pouca publicação de estudos no nosso país que demonstrem resultados da intervenção do enfermeiro na prevenção das perturbações emocionais na puérpera, que surgiu este estudo.

A OMS em 2001 considerava a depressão como a quinta causa de morbilidade entre todas as doenças no mundo. Em 2017 classificava-a como o maior contribuinte da incapacidade para a atividade produtiva.

Compreendemos que é essencial a realização e publicação de estudos numa área ainda tão pouco explorada, como é a dos ganhos em saúde que poderão advir da intervenção do enfermeiro no domicílio ao longo do puerpério.

Também a partir destes estudos, se poderão adequar melhor os recursos e os processos para uma intervenção mais eficaz, com maior e melhor saúde para todos, já que a investigação desempenha um papel importante no estabelecimento de uma base científica para guiar a prática de cuidados.

Os dados que apresentamos inserem-se na investigação desenvolvida no âmbito do doutoramento em enfermagem concluído em 2015. O estudo quase – experimental teve como população alvo grávidas /primíparas seguidas nas consultas de saúde materna e que tiveram o parto na Unidade Local de Saúde de Castelo Branco.

Foram construídos três questionários que foram aplicados às participantes, em três momentos distintos - o primeiro no final da gravidez; o segundo nos primeiros dez dias pós-parto; o terceiro no final do puerpério. Os questionários são compostos por duas partes. Na primeira parte, encontram-se as questões 1

Professora, Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias, Instituto Politécnico de Castelo Branco, Portugal

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relacionadas com opiniões, factos ou atitudes relativos, aos diferentes momentos que a mulher vivencia, e a segunda parte é composta pela Escala de Ansiedade, Depressão e Stress no primeiro questionário, a Escala de Avaliação das Alterações Psicoemocionais do Puerpério no segundo e a Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo no terceiro questionário De março de 2010 a novembro de 2011 recolheram-se os dados das 100 participantes do Grupo Controle (GC).

De dezembro de 2011 a novembro de 2012 desenvolveu-se o programa de intervenção com as Visitas Domiciliárias (VD) e apoio telefónico, sempre que necessário. Ao mesmo tempo, procedia-se à aplicação dos três questionários às participantes do Grupo Intervenção (GI), que terminou quando se obteve à semelhança do que aconteceu com o GC 100 conjuntos de questionários preenchidos.

O PROGRAMA DE INTERVENÇÃO, iniciava-se na maternidade onde se efetuavam os primeiros registos na “Ficha da Visita Domiciliária no puerpério”, elaborada para o efeito. No domicílio as principais ações desenvolvidas eram o ensinar, instruir e treinar. Todas as puérperas tiveram pelo menos duas VDs Resultados em que os testes estatísticos mostraram haver diferenças significativas entre os grupos: A nível do GI: maior prevalência de aleitamento materno e em particular aleitamento materno exclusivo no final do puerpério com 71% de referências.

Menor procura dos serviços de saúde por problemas relacionados com o filho.

Menos referências a dificuldades significativas ao longo do puerpério.

Menos referências às dificuldades em lidar com as alterações psicológicas.

A incidência/prevalência de Blues Pós-Parto (BPP), na totalidade das 200 participantes do estudo, foi de 29%. A única variável do estudo que se relaciona com a sua sintomatologia é a “ajuda do pai da criança”, nos primeiros 10 dias de puerpério. As mulheres que referiram esta ajuda revelaram em maior percentagem “ausência de alterações psicoemocionais do puerpério significativas”.

41

Relativamente ao risco da puérpera desenvolver Depressão Pós-Parto (DPP) Foram mais as participantes do GC com “risco elevado” de DPP (14%), comparativamente com as do GI (4%).

Foram analisadas as relações entre as variáveis intervenientes do estudo e o risco de as puérperas desenvolverem DPP - As participantes que alimentavam o filho, exclusivamente com leite materno, tinham maior percentagem de “baixo risco” desta patologia, assim como as que não referiram “dificuldades significativas ao longo do puerpério” A análise estatística demonstrou a relação entre a sintomatologia de BPP e o risco de DPP: 25% das mulheres com “presença de níveis de alterações psicoemocionais do puerpério severas” nos primeiros 10 dias pós-parto classificavam-se no final do puerpério com “risco elevado” de DPP. Estes resultados permitem afirmar que a intervenção do enfermeiro pelas VDs efetuadas ao longo do puerpério possibilitam à mulher a vivência de um puerpério mais saudável com mais “baixo risco” de desenvolver DPP. Bibliografia Mendes, A.M.P.S.(2015). Intervenção do enfermeiro na prevenção das perturbações emocionais no primeiro mês pós-parto. Tese de Doutoramento. Universidade de Lisboa, Portugal.

Organização Mundial de Saúde (2001). Relatório sobre a Saúde no Mundo. Saúde Mental: Nova Concepção, Nova Esperança.

Consultado em Novembro, 10, 2011, em http://www.who.int/whr/2001/en/whr01_djmessage_po.pdf World Health Organization (2017). Depression and other Common Mental Disorders. Global Health Estimates.

Consultado em Fevereiro, 21, 2018, em http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/254610/WHO-MSD-MER-2017.2eng.pdf;jsessionid=94A87113A5AB1283C3D379A7263E6926?sequence=1.

42

VIOLÊNCIA SOBRE AS MULHERES NA GRAVIDEZ

Rodrigues, Aurora 1

Questionar por que não é a violência exercida contra mulher grávida, circunstância agravante, no crime de violência doméstica, ao contrário do que preconiza a Convenção de Istambul.

Outras possíveis violências: o consentimento informado da mulher grávida para a prática de atos médico cirúrgicos e, em concreto, o consentimento informado da grávida adolescente para a prática de tais atos e na IVG.

PINHEIRO, Felícia Tavares172

A violência (doméstica) é um grave problema de saúde pública. Estudos da OMS de 2005 e 2018 revelam que a violência física, psicológica e sexual cometida por parceiro intimo afeta negativamente a saúde e bem-estar das mulheres vítimas dessa. Nos Serviços, principalmente os de urgência, os profissionais de saúde constatam com frequência os maus-tratos dos quais as mulheres são vítimas. As mulheres agredidas, normalmente não querem apresentar queixa, e até omitem o motivo que causou as lesões (Canelas, 2008). Estudos revelam que estas mulheres estão duas vezes mais expostas, do que as outras, a problemas de saúde física e mental. O estudo realizado em Portugal por Almeida (2013) mostra que alguma desta violência é exercida sobre mulheres grávidas, pelos pais das crianças, originando um risco 8 vezes maior de nascer com baixo peso e um maior risco de adoecer ao longo da vida.

Os bebés, vítimas de violência durante a gravidez, apresentam atrasos no desenvolvimento logo no 1º ano de vida. Segundo Almeida (2013), estes apresentam mais ansiedade, comportamentos mais agressivos e não conseguem alcançar algumas metas no desenvolvimento da linguagem, locomoção. Na literatura a prevalência da violência contra mulheres grávidas é muito variável podendo ser encontrados resultados que variam entre 1,2 e os 1

Procuradora da República, Vice-Presidente da Associação Portuguesa das Mulheres Juristas Professora aposentada, Universidade de Évora – Escola Superior de Enfermagem de S. João de Deus, Évora, Portugal.

2

43

66%, o que depende provavelmente da metodologia utilizada (Okada, Hoga, Borges, Albuquerque & Belli, 2015). O estudo realizado pelas autoras vem demonstrar a importância da abordagem pelos profissionais de saúde para rastrear a violência e identificar as mulheres, nomeadamente as grávidas, em risco de sofrer violência perpetrada pelo parceiro. Os cuidados pré-natais, o planeamento familiar ou os cuidados pós-aborto oferecem a possibilidade de encaminhar as vítimas para outros serviços, onde podem receber cuidados e apoio. Quando falamos em violência obstétrica não assumimos como tal muitas atitudes e comportamentos como é o caso do número de cesarianas, a segurança no parto, a forma como estabelecemos as interações com grávidas e seus companheiros e que muitas vezes são redutoras da pessoa e atentam contra os seus direitos inalienáveis.

Os prestadores de cuidados de saúde devem receber formação para aprenderem a reconhecer as mulheres que são vítimas de violência e a reagir de uma forma adequada. Os profissionais de saúde têm um papel crucial porque muitas vezes este é o único lugar procurado pelas mulheres vítimas de violência (OMS, 1997). Quando falamos em violência na gravidez, não podemos ignorar a existência de uma forma de violência, a obstétrica, que não pode ser ignorada pelos/as enfermeiros/as obstetras.

A OMS (2008) reconhece a existência de um vazio entre as necessidades que podem ter as vítimas de violência, nomeadamente de violência sexual, e a resposta oferecida pelos serviços de saúde, ou outros, em quase todos os países. Os serviços de saúde e os seus profissionais ocupam uma posição privilegiada na deteção e intervenção em situações de violência doméstica.

Frequentemente estes constituem o primeiro contacto da vítima com alguém que pode reconhecer a sua situação e está em condições de prestar orientação e ajuda. O sector da saúde nem sempre oferece uma resposta satisfatória para o problema. Esta dificuldade de resposta decorre, muitas vezes, do facto dos serviços se limitarem a cuidar dos sintomas e não disporem de instrumentos capazes de identificar o problema. A intervenção dos serviços de saúde deve sinalizar as vítimas de violência e criar canais de comunicação privilegiados, Redes, para a prestação de cuidados na área da saúde, nomeadamente no atendimento e acompanhamento social, psicológico, jurídico e psiquiátrico.

44

O rastreamento da violência na gravidez deve ser um dos objetivos do cuidado de saúde materna, melhorando assim a qualidade dos cuidados prestados a grávidas e seus filhos, reduzindo os danos para a saúde física e psicológica das gestantes e reduzindo indicadores como o baixo peso ao nascer.

Referências Bibliográfica Almeida, C. P. de (2013). Violência doméstica na gravidez: consequências para o desenvolvimento do bebé no primeiro ano de visa. Coimbra. Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.

Canelas, M. P.P. (2008). Violência Doméstica contra as Mulheres: Relação entre os valores dos profissionais de saúde e a motivação para fazer uma abordagem diferenciada às vítimas. Faro.

Universidade do Algarve: Faculdade de Ciências sociais e Humanas.

Okada, M. M.; Hoga, L. A. K.; Borges, A. L. V.; Albuquerque, R. S. & Belli, M. A. (2015). Violência doméstica na gravidez. S. Paulo. Acta Paul. Enfer. 28 (3), pp 270-4.

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3 - RESUMO DAS COMUNICAÇÕES LIVRES

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TRANSIÇÃO PARA A PARENTALIDADE: CONFIANÇA PARENTAL MATERNA E CONFIANÇA PARENTAL PATERNA NO PÓS-PARTO VELOSO, Elsa Maria Vieira181 24 de maio de 2018 às 09:00 h

Palavras-chave: Confiança materna, confiança paterna, confiança parental, competência parental, transição para a parentalidade e pós-parto.

Introdução: No puerpério ocorrem mudanças na vida da mãe e pai de um recém-nascido, destacando-se a integração deste novo membro na família e a inerente responsabilidade de o cuidar. Sabendo que esta responsabilidade é social e culturalmente influenciada, será a avaliação que as mães/pais fazem da sua competência de cuidar distintas? Ao conhecer a perceção da confiança parental, o enfermeiro especialista em saúde materna e obstetrícia poderá facilitar o processo de transição para a parentalidade fomentando o desenvolvimento das competências parentais, bem como sinalizando situações de risco.

Objetivos: Avaliar a confiança parental materna/paterna no cuidar do filho recém-nascido; comparar a confiança parental materna/paterna no cuidar do filho recém-nascido; e, analisar a associação entre confiança parental materna/paterna e fatores de natureza sociodemográfica, obstétrica e psicossocial.

Metodologia: Estudo quantitativo, descritivo correlacional com uma amostra não probabilística acidental constituída por 66 mães e 66 pais de bebés até às 6 semanas de vida. Estudo autorizado pela comissão de ética do CHUC, EPE, e com o devido consentimento informado. O instrumento de recolha de dados de autopreenchimento foi constituído por questões de caracterização sociodemográfica, obstétrica e psicossocial e pelo Questionário de Confiança Parental adaptado para a população portuguesa por Nazaré, Fonseca e Canavarro em 2011.

Resultados:

O

teste

de

hipóteses

demonstrou

existir

diferenças

estatisticamente significativas quer na confiança parental global, quer na dimensão 1-“Conhecimento acerca do bebé” e 2-“Prestação de cuidados ao 1

EE-ESMO, Mestre em ESMO, CHUC - Obstetrícia B, Coimbra, Portugal.

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bebé” entre os dois elementos do casal; e, entre a confiança parental materna e a frequência do curso de preparação para o nascimento e experiência prévia.

Conclusões: Na amostra em estudo a confiança parental materna é significativamente superior à confiança parental paterna, quer na confiança parental global, quer na dimensão 1 e 2 entre os dois elementos do casal. A confiança parental materna é afetada pela frequência do curso de preparação para o nascimento e experiência prévia.

Bibliografia: Cardoso, A., Silva, A. P. & Marín, H. (2015). Competências parentais: construção de um instrumento de avaliação. Revista de Enfermagem Referência, 4(4), 11-20. doi: 10.12707/RIV14012.

Conde, A & Figueiredo, B. (2007), Preocupações de mães e pais, na gravidez, parto e pós-parto. Análise Psicológica, 25(3), 381-398.

Lowdermilk, D. L. & Perry, S. E. (2008). Enfermagem na maternidade (7ª ed.). (A. P. Espada, Trad.).

Loures, Portugal: Lusodidacta. (Obra original publicada em 2006).

Meleis, A. (2010). Transitions theory: middle-range and situation-specific theories in nursing research and practice. New York, EUA: Springer Publishing Company, cop.

Nazaré, B., Fonseca, A. & Canavarro, M. C. (2011). Avaliação da confiança parental: versão portuguesa do Maternal Confidence Questionnaire. 1949-1960.

Nazaré, B., Fonseca, A. & Canavarro, M. C. (2013). Questionário de confiança parental: análise fatorial confirmatória numa amostra comunitária de casais. Psicologia, Saúde & Doenças, 14(1), 2337.Bibliografia: Costa, R., Figueiredo, B., Pacheco, A., & Pais, A. (2003). Parto: Expectativas, Experiências, Dor e Satisfação. Psicologia, Saúde & Doenças, 4 (1), 47-67 Fabian, H., Rädestad, I., & Waldenström, U. (2005). Childbirth and parenthood education classes in Sweden. Women’s opinion and possible outcomes. Acta Obstet Gynecol Scand, 84, 436–443. doi:10.1111/j.0001-6349.2005.00732.x Figueiredo, B., Costa, R., & Pacheco, A. (2002). Experiência de parto: alguns factores e consequências associadas. Análise Psicológica, 2 (XX), 203-217 Niven, C., & Murphy-Black, T. (2000). Memory for labor pain: A review of the literature. Birth, 27 (4), 244253 Vicente, S. C. (2009). Apoio social, expectativas e satisfação com o parto em primíparas com e sem preparação para o parto. Tese de Mestrado. Universidade do Algarve: Faro.

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A EXPETATIVA DO CASAL SOBRE O PLANO DE PARTO LOPES, Marlene191; SILVA, Teresa Maria Campos

2

24 de maio de 2018 às 09:10 h

O Plano de Parto consiste num documento escrito elaborado pelo casal grávido onde este expressa os seus desejos relativamente ao seu trabalho de parto.

Este documento permite uma melhor comunicação com os profissionais de saúde, facilitando a realização da expetativa do casal relativamente ao seu parto. Para a sua elaboração, é fundamental que o casal tenha acesso a informação correta relativamente ao processo de trabalho de parto/parto, sendo aqui o papel do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica essencial (OE, 2012). Estes documentos têm-se tornado cada vez mais populares nos países ocidentais com o propósito de promover a autonomia das mulheres durante o trabalho de parto/parto, sendo já vários os estudos que concluem que o seu uso pode influenciar o tipo de parto, nomeadamente na diminuição do número de cesarianas, contribuindo também para o aumento da satisfação, eficácia e empoderamento das mulheres (Cortés, Barranco, Jordana e Roche, 2015; Afshar et al, 2017).

Tendo como objetivo descrever a expectativa do casal sobre o Plano de Parto e, especificamente, a expetativa da mãe e do pai, delineou-se um estudo qualitativo, do tipo exploratório-descritivo.

A população consistiu nos casais que frequentam o curso de preparação para o nascimento de uma maternidade central do centro do país, cuja amostra foi selecionada segundo uma amostragem não probabilística por conveniência. O instrumento de colheita de dados foi a entrevista semiestruturada. A análise dos dados foi realizada de acordo com o método de análise de conteúdo de Bardin (2013).

Da análise do discurso dos participantes emergiram, quer na mãe, quer no pai, dois domínios principais: envolvimento/planeamento do nascimento e a tomada de decisão sobre o plano de parto. Do envolvimento/planeamento do nascimento emergiram quatro categorias: experiência de nascimento, ambiente e conforto, empoderamento nas intervenções e primeiro contacto com o bebé.

1 2

EE-ESMO, CHUC - MDM, Coimbra, Portugal.

EE-ESMO, Professora, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Coimbra, Portugal.

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Do domínio da tomada de decisão sobre o plano de parto emergiram duas categorias, também comuns à mãe e ao pai, e que representam o conhecimento sobre o conceito de plano de parto e o valor atribuído ao mesmo.

Estamos convictas de que os resultados decorrentes desta investigação possam ser usados para inovar e melhorar os cursos de preparação para o nascimento, no sentido de responder às expectativas e necessidades individuais dos casais, contribuindo para a reflexão e implementação de modelos de assistência ao parto que privilegiem condutas reconhecidamente científicas e seguras, ampliando o poder de escolha dos casais, de forma a que estes possam exercer a sua maternidade e paternidade com segurança e bemestar.

Palavras-chave: plano de parto, enfermeiro ESMO, expetativa, envolvimento, tomada de decisão Bibliografia: Afshar, Y., Wang, E. T., Mei, J., Esakoff, T. F., Pisarska, M. D., & Gregory, K. D. (2017). Childbirth Education Class and Birth Plans Are Associated with a Vaginal Delivery. Birth (Berkeley, Calif.), 44(1), 2934. doi:10.1111/birt.12263 Bardin, Laurence (2013). Análise de Conteúdo. Lisboa, Edições 70, Lda. ISBN: 978-972-44-1506-2.

Cortés, M., Barranco, D., Jordana, M., Roche, M. (2015). Uso e influência dos planos de parto e nascimento no processo de parto humanizado. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 23(3): 520-6. doi: 10.1590/0104-1169.0067.2583 Ordem dos Enfermeiros. Mesa do Colégio da Especialidade de Saúde Materna e Obstétrica. Parecer n.º 7/2012. Plano de Parto. Lisboa, Portugal: Ordem dos Enfermeiros

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PERDA PERINATAL: PERSPETIVA DA DÍADE PARENTAL ALVES, Sofia Isabel das Neves1; SANTOS, Ana Maria Poço 2; MENDES, Isabel Margarida Marques M. Dias 2 24 de maio de 2018 às 09:20 h

Enquadramento: quando a morte de um filho antecede o seu nascimento significa para os pais a vivência da maior perda das suas vidas, assume-se como um acontecimento inesperado, traumatizante e surreal. As redes de apoio são fundamentais para a elaboração do processo de luto, nesta perda tão particular, que maioritariamente, não é reconhecida pela sociedade. Os profissionais de saúde são igualmente preponderantes para a evolução do processo de luto, de acordo com a assistência proporcionada junto da díade parental no momento da perda e no puerpério. Objetivos: descrever o significado da perda perinatal para as mulheres/casais que, vivenciaram a experiência a partir dos seus relatos e identificar a assistência proporcionada à díade parental em situação de perda perinatal, durante o internamento e no puerpério.

Metodologia: para a interpretação do fenómeno, procedeu-se à elaboração de um estudo de natureza qualitativa, de carácter exploratório e descritivo.

Amostra intencional, por bola de neve, ficou constituída por 10 participantes (saturação da informação à décima entrevista), com critérios de inclusão definidos.

O

instrumento

semiestruturada,

para

cumpriram-se

recolha os

de

dados

procedimentos

foi

formais

a

entrevista éticos

da

investigação. Os dados foram interpretados, segundo a Análise de Conteúdo de Bardin.

Resultados: dos relatos das participantes, emergiram 6 categorias principais em redor da perda perinatal na díade parental: construção de uma ligação afetiva; sofrimento existencial; desvalorização social do sofrimento da díade parental; condicionantes da superação no processo de luto; agentes de superação no processo de luto e estratégias de superação no processo de luto.

Conclusão: o sofrimento e a dor marcam a vivência da perda perinatal. Tratase de um acontecimento que invoca um processo de luto particular, em que a sociedade em geral, e os próprios profissionais de saúde, não sabem como 51

lidar com os pais. É emergente a formação para que os profissionais de saúde adquiram competências e habilidades para apoiarem os pais neste processo de transição.

Palavras-Chave: gravidez, perda fetal, perda perinatal, luto, assistência de enfermagem.

Bibliografia Albuquerque, S., Pereira, M. & Narciso, I. (2015). Couple’s relationship after the death of child: a systematic review. Journal of Child and Family Studies, p.p.1-24. Doi: 10.1007/s10826-015-0219-2.

Camarneiro, A. P. & Justo, J. M. (2010). Padrões de vinculação pré-nataç: Contributos para a adaptação Maternal and Paternal Antenatal Attachment Scale em casais durante o segundo trimetsre de gestação.

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Camarneiro, A. P., Maciel, J. C., & Silveira, R. M. (abril/maio/junho de 2015). Vivências da interrupção espontânea da gravidez em primigestas no primeiro trimestre gestacional: um estudo fenomenológico. (5), Série IV, pp. 109-117. Coimbra, Portugal: Revista de Enfermagem Referência, Duarte, C. A., & Turato, E. R. (junho-setembro de 2009). Sentimentos presentes nas mulheres diante a perda fetal: uma revisão. Psicologia em Estudo, 14(3), pp. 485-490.

Gonçalves, J. T. (2014). Luto parental em situações de morte inesperadas: reações à perda, estratégias de coping e perceção da qualidade de vida. Universidade de Lisboa: Tese Mestrado integrado em Psicologia.

Lemos, L. F., & Cunha, A. C. (janeiro-março de 2015). Morte na Maternidade: como os profissionais de saúde lidam com a perda. Psicologia em Estudo, 20(1), pp. 13-22. Obtido de Doi: 10.4025/psicolestud.v20i1.23885.

Miranda, A. C. (2016). Quando a Morte Antecede o Nascimento: Actuação do Enfermeiro Especialista em Saúde Materna e Obstetrícia na Assistência à Mulher Que Vivência Uma Morte Fetal.( Mestrado em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia). Évora: Universidade de Évora: Escola Superior de Enfermagem S. João de Deus.

Organization, W. H. (2006). Neonatal and perinatal mortality: country, regional and global estimates.

WHO.

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USO DA BOLA DE PILATES NO CONTROLE DA DOR DA MULHER EM TRABALHO DE PARTO DIAS, Cláudia Isabel Vasco201; CARVALHO, Júlia Maria das Neves 2; FRANCO, João 3 24 de maio de 2018 às 9:30 h

Introdução - O trabalho de parto (TP) é um momento único, um acontecimento muito especial para grávida e para o casal, no entanto é por vezes associado a experiências intensas de dor, em especial para mulher. A gestão da dor do TP é um dos principais focos de atenção, quer das mulheres, quer dos enfermeiros, que são um dos grandes intervenientes no processo de cuidados.

A utilização de estratégias não farmacológicas para alívio da dor deverá ser priorizada, pelos benefícios que apresentam quando comparadas com os métodos farmacológicos. O uso bola de pilates é uma das estratégias não farmacológicas para alívio da dor. Este método de alívio da dor permite a livre movimentação da mulher, tem como principal benefício a diminuição do uso de fármacos e uma evolução do TP mais fisiológica e por isso mais favorável à mãe e ao bebé. Os Enfermeiros Especialistas em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica têm um papel fundamental na assistência à grávida que usa a bola de pilates durante o TP, facilitando a sua utilização e potenciando a adesão da mulher e do casal a este método. Desta forma a mulher aumentará a sua confiança e segurança, com benefícios físicos e psicológicos que proporcionarão uma vivência mais tranquila e segura deste acontecimento que é tão marcante na vida de cada família.

Objetivos - Avaliar o contributo da bola de pilates para a evolução do trabalho de parto; avaliar o contributo da bola de pilates como estratégia não farmacológica de alívio da dor durante o TP; avaliar a utilização da bola de pilates durante o TP; avaliar a relação da utilização da bola de pilates com as expetativas de resultado e de eficácia do TP. Metodologia - Estudo quantitativo, tipo descritivo e exploratório, longitudinal, com a aplicação de uma grelha de registo durante a utilização da bola de pilates no trabalho de parto e um questionário às mesmas grávidas no puerpério.

1 2 3

EE-ESMO, CHUC - MBB, Coimbra, Portugal.

EE-ESMO, Professora, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Coimbra, Portugal.

EE-ESMO, APEO, Portugal

53

A amostra deste estudo ficou constituída por 80 grávidas internadas na Unidade de Medicina Materno Fetal de uma maternidade do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra, qua acederam voluntariamente participar no estudo.

Foram assim respeitados os procedimentos formais e éticos através do esclarecimento das grávidas e do preenchimento do consentimento informado.

Resultados - Das 80 grávidas 46,3% tiveram parto eutócico, 23,8% parto por ventosa, 18,8% foram submetidas a cesariana e 11,3% tiveram parto por fórceps. Verificámos ainda que das 37 grávidas que tiveram parto eutócico, 70,27% fizeram episiotomia e 29,73% não fizeram.

Das grávidas que utilizaram a bola de pilates durante o trabalho de parto 6,3% decidiram não fazer analgesia epidural.

Das grávidas que utilizaram bola de pilates durante o TP, verifica-se que 56,3% utilizou a bola durante mais de 3 horas, 13,8% utilizou a bola menos de 1 hora, 20,0% entre 1 a 2 horas e 10% de 2 a 3 horas. A média foi de 6 horas o desvio padrão+/-4 horas, a mediana +/-4 horas e a moda +/-3 horas.

Das 80 grávidas 50% não utilizou nenhum analgésico, encontrando-se correlação entre a expetativa que a grávida tinha em relação à duração do TP e o tempo de utilização da bola de pilates (rho=0,295; p=0,008), bem como entre o tempo de utilização da bola de pilates e a amplitude dor (rho=0,295; p=0,008), e entre o tempo de utilização da bola de pilates e a amplitude da dilatação (rho=0,228; p=0,042).

Conclusão - A utilização de estratégias não farmacológicas combinadas com as farmacológicas permite que os cuidados sejam mais humanizados porque se centram mais nas necessidades da mulher. A utilização da bola de pilates, surge como uma estratégia que pode ser utilizada para incentivar a participação da mulher a movimentar-se, manter-se na posição verticalizada, promover o relaxamento e o alívio da dor, além de ser uma forma de promover uma participação ativa da mulher no TP. Palavras-chave - bola de pilates; trabalho de parto; estratégias não farmacológicas; alívio da dor.

Bibliografia: Bio, E., Bittar, R. E., & Zugaib, M. (2006). Influência da mobilidade materna na duração da fase ativa do trabalho de parto. Rev Bras Ginecol Obstet, 28 (11), 671-679. Recuperado em 24 maio, 2015,de http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v28n11/a07v2811.pdf

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Bismarck, J. A. (2003) Analgesia em obstetrícia . Lisboa: Permanyer Portugal. Recuperado em 29 janeiro,2016, de http://www.aped-dor.org/images/biblioteca.../Analgesia_em_Obstetricia.pdf Davim, R. M, B. , Torres G. de V., &, Dantas, J. da C. (2009). Efetividade de estratégias não farmacológicas no alívio da dor de parturientes no trabalho de parto. Rev Esc Enferm USP 43 (2), 438445. Recuperado em 21 dezembro, 2015, em http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v43n2/a25v43n2.pdf Davim, R. M. B., Caldas, R. de M., Nóbrega, E. J. P. B. da, Carvalho, J. B. L. de & Gondim. (2010).

Enfermeiras obstétricas fazendo a diferença na humanização ao parto e nascimento. Fiep Bulletin Special editionArticle II 80.

Recuperado em 05 janeiro, 2016, de http://www.fiepbulletin.net/index.php/fiepbulletin/article/download/.../3938 Graça, M. L. (2010). Medicina Materno-Fetal (4ª ed). Lisboa: Lidel OMS (1996). Maternidade segura assistência ao parto normal: Um guia prático. OMS,.1-93. Recuperado em 27. Outubro, 2015, de http://abenfo.redesindical.com.br/arqs/materia/56_a.pdf Ziegle, E. E, & Cranley, M. S. (1985). Enfermagem Obstétrica (8ªed.). Rio de Janeiro: Editora Guanabara.

Zugaib. M. (1985). Obstetrícia (1ªed.). São Paulo: Manole.

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PREOCUPAÇÕES MATERNAS E O TEMPERAMENTO DO BEBÉ CAETANO, Ana Bela Jesus Roldão211; MENDES, Isabel Margarida Marques Monteiro Dias221; CARVALHO, Júlia Maria das Neves231 24 de maio de 2018 às 09:40 h

Introdução - A parentalidade é o início de uma nova fase do ciclo de vida da família, que envolve modificações e reformulações a um nível cognitivo, biológico, social e afetivo. Trata-se assim de um momento de grande vulnerabilidade emocional, tanto para mães como para pais e a adequação da expectativa dos pais é a base e o primeiro passo para a parentalidade (Mendes, 2009).

As preocupações maternas, refletem as necessidades das mães no período de transição para o pós-parto, bem como as referidas alterações no assumir de novos papéis e na redefinição/reorganização das responsabilidades no seio da díade parental/familiar. As diferentes preocupações que as mães manifestam durante o período de transição para a parentalidade podem assumir um impacto diferencial na adaptação ao novo papel parental.

Um dos fatores relacionados com o bebé que pode influenciar as preocupações maternas

são

as

características

da

criança,

nomeadamente

o

seu

temperamento (Pires, 1997). Um bebé predominantemente fácil impele nos pais sentimentos de segurança e confiança, contrariamente ao de um bebé difícil em temperamento, que cria níveis mais baixos de confiança e de segurança, podendo estes últimos comprometer a dinâmica familiar.

Objetivos - Identificar as principais preocupações maternas em primíparas no pós-parto e analisar a associação entre o temperamento do bebé e as preocupações maternas em primíparas no pós-parto.

Metodologia - Estudo quantitativo do tipo descritivo e correlacional, com 161 mães. As preocupações maternas foram definidas como a variável dependente e o temperamento do bebé como variável independente. O instrumento é composto

por

variáveis

sociodemográficas,

pelo

Questionário

das

Preocupações Maternas, QPM (Mendes, Caetano, Azeredo & Rodrigues, 2012 1

EE-ESMO, Professora, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Coimbra, Portugal.

56

Mothers’ Concerns Questionnaire – MoCQ, de Kaitz, 2007) e pelo Questionário de temperamento do bebé de Pires (1994), aplicado ao 2º/3º dia e ao 1 mês de pós-parto. Foi utilizado o programa estatístico SPSS, versão 23.0.

Resultados - As principais preocupações maternas manifestam-se na dimensão saúde da família com um valor médio de 21.78, sendo a dimensão com uma maior média do questionário. A dimensão com um valor de média inferior é a relação marital (11.19). No que diz respeito ao temperamento difícil do bebé verificaram-se associações nas dimensões saúde da família, bemestar materno, rede social de suporte, cuidados à criança, relação marital e no global da escala.

Conclusão - As mulheres com scores de preocupação maiores que a média, evidenciaram que o filho é mais difícil e que eram mais propensas a ter experienciado uma complicação obstétrica e trabalham mais horas fora de casa, do que as mulheres com scores de preocupação mais baixos. O temperamento difícil do bebé está positivamente, relacionado com pontuações altas de preocupação das mães (Kaitz, 2007).

Palavras-chave - Maternas, preocupações, pós-parto, temperamento.

Bibliografia Kaitz, M. (2007). Maternal concerns during early parenthood. Child: care, health and development, 33(6), 720-727.

Mendes, I. (2009). Ajustamento materno e paterno: Experiências vivenciadas pelos pais no pós-parto (1ª ed.). Coimbra, Portugal: Mar da Palavra – Edições, Lda. Pires, A. A. P. (1997). A percepção que a mãe tem do temperamento do bebé: Desenvolvimento da percepção e a sua relação com o comportamento da criança, e com o comportamento, irritabilidade e autoeficácia maternas (Tese de doutoramento). Faculdade de Psicologia e Ciências da educação da Universidade do Porto, Portugal.

Silva, C. & Carneiro, M. (2014). Adaptação à parentalidade: o nascimento do primeiro filho. Revista de Enfermagem Referência, IV Série (3), dez, 17-26

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MOVER PARA MELHOR NASCER: LIBERDADE DE MOVIMENTOS E POSIÇÕES VERTICAIS NO PRIMEIRO ESTÁDIO DO TRABALHO DE PARTO FERRÃO, Ana Cristina Canhoto 241 ; ZANGÃO, Maria Otília Brites

2

25 de maio de 2018 às 9:00 h

Introdução: Vários organismos internacionais recomendam a liberdade de movimentos, com o encorajamento da mulher na adoção de posições verticais, como práticas vantajosas na dinâmica do primeiro estádio do trabalho de parto (TP), para situações de baixo risco obstétrico, devendo ser estimuladas pela enfermeira obstetra.

Objetivo - Identificar benefícios da deambulação e das posições verticais num grupo de parturientes de baixo risco obstétrico, durante a fase ativa (FA) do TP. Metodologia - Estudo exploratório e descritivo correlacional com uma amostra de 150 parturientes: 58 mulheres que deambularam e adotaram posições verticais e 57 mulheres que, por opção, permaneceram no leito durante a FA. Os critérios de inclusão estipularam: idade materna ≥ 19 anos; gravidez de baixo risco obstétrico, em TP espontâneo no início da FA; idade gestacional ≥ 37s e ≤ 42s; feto único em apresentação cefálica; bolsa de águas íntegra; sem antecedentes patológicos relevantes e evidência de bem-estar fetal. Os instrumentos de colheita de dados foram: podómetro (colocado nas mulheres que deambularam para medir a distância percorrida na FA), escala numérica da dor e matriz de registo de intervenções. O tratamento dos dados processouse por inferência estatística, através do software IBM SPSS, versão 22.

Resultados: As mulheres que se movimentaram e adotaram posições verticais na FA tiveram menor probabilidade de administração de perfusão ocitócica e de realização do procedimento de amniotomia e de episiotomia, bem como de recorrerem a analgesia epidural (p-value ˂0,05), comparativamente com as parturientes que permaneceram deitadas. Nas variáveis dor, tempo de duração da FA e satisfação materna com a experiência de TP, para valores de p-value ˂0,001, verificou-se que houve diferenças estatisticamente significativas, concluindo-se 1 2

que

as

mulheres

que

assumiram uma

postura

ativa,

EE-ESMO, Centro Hospitalar do Barreiro-Montijo, EPE, Barreiro, Portugal.

EE-ESMO, Professora, Escola Superior de Saúde da Universidade de Évora, Évora, Portugal.

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movimentando-se e experimentando posições verticais, apresentaram scores de dor significativamente mais baixos, tiveram uma duração mais curta da FA e revelaram uma maior satisfação com o TP. Relativamente à administração de opiáceos ou à ocorrência de laceração perineal não se registou qualquer tipo de diferença estatisticamente significativa (p-value > 0,05). O parto eutócico foi ainda o mais comum entre as parturientes que aderiram à livre movimentação e ao posicionamento vertical (p-value <0,001). Entre as mulheres que deambularam, em média, a duração da FA do TP oscilou entre 4 a 9 horas e a distância total percorrida variou de 999 a 4499 metros, com uma média entre 2000 a 2999 metros. A análise não encontrou diferenças estatisticamente significativas (p-value > 0,05) entre o tempo de duração da FA e a distância percorrida.

Conclusões - Através deste estudo foi possível concluir, com base nos resultados obtidos, que a mobilidade materna aliada à posição vertical, comparativamente com a posição de litotomia, conferiu um conjunto de efeitos benéficos, designadamente na qualidade das contrações uterinas e na progressão do TP, com redução de procedimentos invasivos para acelerar este mecanismo; na diminuição da dor e no aumento da satisfação da mulher.

Palavras-Chave - Deambulação precoce; modalidades de posição; trabalho de parto; enfermeira obstetra.

Bibliografia: Federación de Asociaciones de Matronas de España. (2007). INICIATIVA PARTO NORMAL — Documento de Consenso. Dirección General Agencia de Calidad del Sis-tema Nacional de Salud.

Ministerio de Sanidad y Consumo. FAME. Ferrão, A. C. C. (2016). Mover para Melhor Nascer: Liberdade de Movimentos e Posições Verticais no Primeiro Estádio do Trabalho de Parto. (Relatório de Mestrado em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia). Universidade de Évora/Escola Superior de Enfermagem São João de Deus. Évora: Portugal.

Disponível em http://hdl.handle.net/10174/19434.

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Marôco, J. (2014). Análise Estatística com o SPSS Statistics (6. ed.). Pêro Pinheiro: Re-portNumber.

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Disponível em http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/112825/1/9789241507363eng.pdf.

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PADRÃO DE ATIVIDADE FÍSICA DURANTE A GRAVIDEZ SILVA, Zaida251; 25 de maio de 2018 às 9:10 h

Introdução - A atitude perante a atividade física (AF) durante a gravidez tem vindo a sofrer alterações nos últimos 50 anos. Se no passado as mulheres eram aconselhadas a reduzir ou a suspender a AF, atualmente a evidência científica sustenta a sua importância na saúde da grávida (ACSM, 2014). O American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG, 2015) e o Centers for Disease Control and Prevention/American College of Sports Medicine (ACSM, 2014) recomendam o encorajamento de 30 minutos ou mais de AF moderada na maioria dos dias da semana, na ausência de contraindicações. Contudo em Portugal não existem recomendações quanto ao tipo, intensidade e duração da prática de AF durante a gravidez.

Objetivo - Analisar os fatores associados ao padrão de AF durante a gravidez Metodologia - Estudo descritivo-correlacional, com uma amostra acidental (n=122). O Instrumento de recolha de dados foi o questionário e inclui caraterização sociodemográfica, história clínica e hábitos de AF e o Pregnancy Physical Activity Questionnaire, validado por Mesquita (2015). Foram respeitados os princípios éticos inerentes à investigação observacional.

Principais resultados - A idade média das grávidas é de 31,77±5,481 anos. A idade gestacional varia entre as 26 e as 39 semanas. Durante a gravidez 29,5% apresentavam complicações clínicas ou obstétricas. Menos de metade pratica ou praticava AF regular (45,1%). A informação fornecida pelos profissionais de saúde para a prática de AF, foi relatada por 49,2% das grávidas. Quanto ao nível de AF, o gasto de energia semanal varia entre 7,28 e 199,55 MET-h/wk-1, com média 50,02±30,53, sendo que a maioria é gasto em AF sedentária (19,70±5,21) ou AF ligeira (7,63±3,97). O tipo de AF onde se verifica maior gasto de energia é nas atividade doméstica (17,79±12,12) e desportivas (11,85±13,92). O padrão de AF total durante a gravidez apresenta uma correlação significativa com a idade (r=-0,169; p=0,031), o trabalho por turnos (r=-0,258; sig=0,003), a precocidade da primeira consulta (r=0,192; 1

Estudante de ESMO, ARS, Algarve IP, UCC Al-Potellus, Faro, Portugal.

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sig=0,034) e a pratica de AF regular (r=-0,247; sig=0,006). A atividade desportiva e a vigorosa apresenta uma correlação significativa com o estado civil (r=0,221; p=0,007; r=0,255; p=0,002, respetivamente) e a idade gestacional (r=-0,231; p=0,010; r=-0,340; p=0,000, respetivamente). A atividade desportiva apresenta uma correlação significativa com o número de sessões no curso de parentalidade (r=0,203; p=0,025) e com a convivência com alguém que a incentive a praticar AF (r=-0,207; p=0,022).

Conclusões - O padrão de AF autorrelatado é predominantemente de intensidade sedentária e ligeira e do tipo doméstica. Comparativamente às recomendações internacionais, observam-se baixos indices de prática de AF durante a gravidez. Existem determinantes sociodemográficos que influenciam a grávida na prática de AF. A perceção da informação fornecida pelos profissionais de saúde é ainda muito baixa, podendo identificar uma área a investir.

Palavras-chave - Gravidez; exercício; saúde materna, Enfermeira Obstetra.

Bibliografia: ACOG (2015). Committee Opinion No 650, December 2015, Physical Activity and Exercise During Pregnancy and the Postpartum Period. ACOG. Women´s Health Care Physicians.

ACSM. (2014). ACSM´s guidelines for exercise testing and prescription (9th ed.). Philadelphi: Wolters Kluwer/Lippincott Williams & Wikins.

Mesquita, A. R. (2015). Adaptação Cultural e Validação do Questionário "Pregnancy Physical Activity Questionnaire" para a população portuguesa. Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto.

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CREENCIAS SOBRE VIOLENCIA SEXUAL ENTRE LOS JÓVENES UNIVERSITÁRIOS TEJADA, Clara Solà261 ; LEITÃO, Maria Neto da Cruz272; SILVA, Armando Manuel Marques 3 25 de maio de 2018 às 09:20 h

Introducción - La violencia en las relaciones afectivo sexuales de los jóvenes es un fenómeno grave y frecuente (OMS & OPS, 2013). Los mitos sobre la violencia sexual sirven para justificar y promover este tipo de violencia (Grubb y Turner, 2012).

Objetivos - Conocer las creencias y actitudes que promueven la violencia sexual entre los estudiantes de la “Escola Superior de Enfermagem de Coimbra”, identificando el grado de tolerancia/aceptación de estas creencias y relacionarlas con las características de éstas/os.

Metodología - Estudio cuantitativo, descriptivo, correlacional y transversal. La muestra es de tipo no probabilístico, basada en la voluntariedad de respuesta del cuestionario on-line publicado en la web de la escuela el año 2016/2017.

Realizamos un análisis descriptivo para estudiar las características de la muestra usando un cuestionario

y las actitudes sobre violencia sexual

utilizando la “Escala de Crenças sobre Violência Sexual” (Martins, Machado, Abrunhosa y Manita, 2012), y un análisis inferencial para relacionar creencias con características de la muestra.

Resultados - Participaron 240 personas, mayoritariamente mujeres (82.1%), con una edad media de 20 (18-24). El 1.7% estaban casados/as. La mayoría (87,9%) estaban en una relación de pareja de duración de más de un año (69%).

Los participantes no estaban de acuerdo con este tipo de creencias [media 52,43 (DT=11,76)]. Los hombres [t (2,416); p <0.05] y las/os casadas/os [t (1,863); p <0.05] toleraron más la violencia sexual. La edad se correlacionó negativamente con el factor 2 [r = -,130; p <0.05]. No hubieron diferencias significativas según el curso académico [t (0,492) = 0,688; p> 0.05], la 1 2 3

EE-ESMO, Hospital de Mollet, Barcelona, Espanha.

EE-ESMO, Professora, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Coimbra, Portugal.

Professor, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Coimbra, Portugal.

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existencia de relación de pareja [t (0,156) = 0,876; p > 0.05] ni en función de la duración de ésta [t (0,956) = 0,0386; p > 0.05].

Conclusiones - Los resultados demuestran que la gente joven con un alto nivel educativo tiene pocas creencias sobre violencia sexual. El varón suele aceptar más los mitos sobre violencia sexual. Las personas casadas son más tolerantes con la violencia sexual, y creen en la representación estereotipada de una violación.

Ni la edad, curso académico, relación de pareja ni su duración influyen en la aceptación de estas creencias. Es importante la formación de los/as profesionales de la salud en el área de la salud sexual para garantizar la calidad de la asistencia de estas víctimas. Trabajar en la prevención de la violencia y en la promoción de la salud sexual para la construcción de relaciones de amor saludables.

Las fortalezas son la validez interna del estudio y preservación de la confidencialidad. Las limitaciones son el tamaño de la muestra, el alto nivel educativo, y que la mayoría son del sexo femenino.

Palabras clave - violencia sexual; creencias; actitudes; jóvenes adultos; enfermería.

Referencias bibliográficas Grubb, A., y Turner, E. (2012). Attribution of blame in rape cases: A review of the impact of rape myth acceptance, gender role conformity and substance use on victim blaming. Aggression and Violent Behavior, 17(5), 443-452.doi: 10.1016/j.avb.2012.06.002.

Martins, S., Machado, C., Abrunhosa, R., y Manita, C. (2012). Escala de crenças sobre violência sexual (ECVS). Análise Psicológica, 30(1-2), 177-191. doi: 10.14417/ap.546 Organización Mondiale de la Salud, y Organización Panamericana de la Salud. (2013). Comprender y abordar la violencia contra las mujeres. Recuperado de: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/98821/1/WHO_RHR_12.37_spa.pdf

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VIOLÊNCIA NAS RELAÇÕES DE INTIMIDADE ENTRE ADOLESCENTES À LUZ DE GÉNERO E GERAÇÃO: PERCEÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE DE CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS CRAVO, Cláudia Cristina Simões281; LEITÃO, Maria Neto da Cruz 2 25 de maio de 2018 às 09:30 h

A violência nas relações de intimidade (VRI) pode surgir na adolescência e durante a vida adulta, é um grave problema de saúde pública que apresenta elevada prevalência e os seus efeitos na saúde das vítimas / sobreviventes podem perdurar durante toda a vida.

A necessidade de programas de prevenção primária é uma realidade que preocupa as entidades sociais e de saúde, de modo a eliminar este tipo de violência e a diminuir as consequências na vida adulta (OMS, 2014).

Este estudo visa analisar a perceção dos profissionais de saúde de cuidados de saúde primários sobre a violência nas relações de intimidade entre adolescentes à luz de género e geração. Foi realizado um estudo exploratório e descritivo, de abordagem qualitativa.

Os dados foram colhidos através de grupos focais, em que participaram sete profissionais de saúde de um centro de saúde da região centro de Portugal, em abril de 2016. O modelo de análise utilizado e que evidenciou ser mais adequado no estudo foi de Minayo. Foram salvaguardados todos os procedimentos éticos e legais e o estudo teve parecer favorável da Comissão de Ética da UICISA:E da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra.

Os resultados evidenciam que os profissionais de saúde consideram não haver violência nos adolescentes na sua comunidade, mas depois de refletirem em grupo até ponderam que possa existir. Apresentam propostas de mudança nas suas intervenções e referem a necessidade de ter mais tempo no atendimento dos seus utentes para que possam identificar situações de VRI nos adolescentes.

Foi ainda referida a necessidade de uma equipa mais diferenciada no centro de saúde, nomeadamente uma psicóloga, o que não se verificava no momento do 1 2

EE-ESMO, CHUC - MBB, Coimbra, Portugal.

EE-ESMO, Professora, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Coimbra, Portugal.

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estudo. Referem ainda a inexistência de uma equipa multidisciplinar que trabalhe de forma articulada entre as escolas e o centro de saúde com respostas atempadas. Salientam ainda a falta de recursos materiais e a organização nos cuidados oferecidos no centro de saúde, nomeadamente a falta de um horário específico e um espaço adequado de atendimento para os adolescentes, de modo a que possam expor os seus problemas sem ser no contacto com outros utentes.

Os profissionais de saúde salientam ainda a falta de formação sobre VRI com formadores / profissionais diferenciados sobre a violência e manifestam a falta de motivação e valorização do seu trabalho. Estes resultados são convergentes com os apresentados com a literatura.

Em conclusão, parece-nos poder referir que os profissionais de cuidados de saúde primários, reconhecem que ainda não estão a responder às necessidades dos adolescentes relacionadas com VRI, quer na prevenção primária, quer na identificação precoce. Para isto influencia a falta de formação, a organização dos cuidados prestados no centro de saúde e a necessidade de trabalho em rede, especialmente com as escolas. Sugere-se mais formação para os profissionais de saúde sobre VRI, com destaque para estratégias de prevenção primária, realizada em rede comunitária e com recurso ao modelo ecológico.

Os especialistas em enfermagem de saúde materna e obstetrícia podem ser um recurso de proximidade junto das equipas de saúde de modo a potenciar a promoção de relações de intimidade saudáveis.

Palavras-chave - Violência nas relações de intimidade, adolescentes, género, profissionais de saúde Bibliografia: OMS (2014). Relatório Mundial sobre a prevenção da Violência. Recuperado de file:///C:/Users/Coelho/Downloads/9789241564793_por%20(2).pdfObjetivo:

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INFLUÊNCIA DA PARIDADE NO GANHO DE PESO GESTACIONAL E COMPORTAMENTO LEITÃO, Bárbara Luísa Cardoso Almeida291 25 de maio de 2018 às 9:40 h

Palavras-chave – gravidez, paridade, peso corporal, comportamento alimentar.

Introdução - A gravidez assume grandes transformações corporais na mulher, devido a alteração e/ou excesso de peso sendo teorizada como um dos fatores potencialmente

geradores

de

emoções,

nomeadamente

respostas

de

ansiedade face ao ato de comer que podem motivar na grávida alterações no comportamento alimentar (McNamaraa et al, 2008). Estas mudanças são variáveis, podendo ser no sentido de uma maior restrição alimentar (Dunker, Alvarenga, & Alves, 2009) como de uma maior ingestão. A primeira gravidez tem sido referida como fator determinante para o início e agravamento de casos de obesidade.

Este estudo pretende analisar as relações entre a paridade, o comportamento alimentar e o ganho de peso gestacional nos diferentes períodos da gravidez e identificar o valor preditivo destas condicionantes ao nível do peso na gravidez.

Métodos - Estudaram-se 2 grupos de mulheres grávidas saudáveis (Número de Filhos=0; Número de Filhos≥1) através do preenchimento de um questionário em dois momentos da gravidez: M1 no segundo trimestre e M2 no terceiro trimestre.

Para as variáveis em estudo foi selecionado o Questionário Holandês do Comportamento Alimentar (DEBQ; Van Strien et al., 1986; adaptação portuguesa de Viana & Sinde, 2003) para avaliar o comportamento alimentar durante a gravidez, para a avaliação do IMC e do GPG utilizou-se os critérios do Instituto de Medicina Americano (IOM; 2009) e da Direção-Geral da Saúde (DGS; 2015) que determina limites para o GPG de acordo com as classes do IMC pré-gestacional, a evolução do peso pelos dados reportados à consulta do processo clínico e a caracterização sócio demográfica e obstétrica.

Resultados - A maioria das grávidas adaptaram-se às alterações que ocorreram no seu corpo, no entanto, as mulheres que iniciaram a gravidez com 3

Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim/Vila do Conde EPE, Vila do Conde, Portugal

66

excesso de peso (IMC ≥25.0-29.9 kg/m2) e obesidade (IMC >30.0 kg/m2) no grupo

das

grávidas-Número

de

Filhos≥1

representaram

38,5%

das

participantes, comparativamente a 20,1% do grupo das grávidas-Número de Filhos=0.

No entanto,

para

estes grupos com o

IMC excesso

de

peso/obesidade o GPG foi excessivo para 55,6% das grávidas-Número de Filhos≥1 e 87,1% para as grávidas-Número de Filhos=0.

Cerca de metade da amostra em ambos os grupos apresentou um GPG excessivo.

A comparação entre os grupos e o comportamento alimentar verificou-se valores de correlação estatisticamente significativos nos 2 momentos avaliados para as dimensões ingestão restritiva, ingestão emocional e ingestão externa.

Na diferença entre os dois momentos de avaliação, a ingestão externa apresentou resultados estatisticamente significativos Conclusões - O conhecimento da interação existente entre estas variáveis no ganho de peso gestacional poderá contribuir para o combate à obesidade durante e após o ciclo reprodutivo, promovendo estratégias para a promoção de saúde na grávida.

Palavras-chave – gravidez, paridade, peso corporal, comportamento alimentar.

67

4 - RESUMO DOS POSTERS

68

ESCLEROSE MÚLTIPLA E SÍNDROME DE HUGHES NO PROCESSO DE MATERNIDADE: NOVOS RUMOS PEREIRA, Marta Catarina Nazaré Martins 301; COSTA, Isabel M. Marques dos Santos S Ruano

2

24 de maio de 2018 às 12:30 h

Introdução: Apesar do desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas que levaram à melhoria na qualidade de vida, ainda não é conhecida a cura das doenças autoimunes pelo que se prolongam para toda a vida, tornando-se crónicas (Silva & Silva, 2014). Dentro do espectro das doenças autoimunes inserem-se a Esclerose Múltipla (EM) e o Síndrome de Hughes (também conhecido com Síndrome do Anticorpo Antifosfolipídico (SAAF)), sendo atualmente observável uma melhoria significativa no processo de maternidade das mulheres acometidas com estas doenças. A EM é uma doença autoimune, inflamatória e desmielinizante do Sistema Nervoso Central (SNC), acometendo principalmente mulheres, no pico da sua idade reprodutiva (Sobral & Dias, 2013). O SAAF insere-se no grupo das trombofilias adquiridas e é responsável por cerca de 10 a 15% das perdas gestacionais em Portugal, tal como afirmado por Ourique (2010). A gravidez, fator potenciador de todas as trombofilias, na presença de um SAAF acarreta inúmeras comorbilidades associadas nos períodos pré e pós-natal na ausência de acompanhamento adequado, nomeadamente pré-eclâmpsia, parto pré-termo, insuficiência placentária, eventos trombóticos maternos e morte fatal (Graça, 2017).

Objetivos: Divulgar novas orientações de acompanhamento na mulher com EM e SAAF ao longo do seu ciclo reprodutivo; Evidenciar as intervenções do EE-ESMO no acompanhamento da mulher com EM e SAAF. Metodologia: Revisão de literatura Resultados: A relação gravidez-EM, tem sindo alvo de controvérsia ao longo dos tempos, contudo os estudos mais atuais indicam que, devido à imunossupressão induzida pela unidade feto-placentária, na grande maioria dos casos, a gravidez assume um papel neutro na progressão da doença, contrariando a ideia de que a gravidez e principalmente o período pós-parto

1 2

Estudante CPLE-ESMO, Hospital Prof. Doutor Fernando da Fonseca, EPE, Lisboa, Portugal.

EE-ESMO, Professora, Escola Superior de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa, Lisboa, Portugal

69

estavam relacionados com o seu agravamento, o que levou à necessidade de acompanhamento específico ao longo do processo de maternidade nestas mulheres (Silva & Silva, 2014).

Considerando que na ausência de tratamento do SAAF, a probabilidade de morbilidade obstétrica é de 90% (Graça, 2017) é importante conhecer de que forma é que esta patologia interfere na gestação e quais os cuidados para a obtenção de resultados positivos a nível materno-fetal, visto que sob tratamento adequado é possível a obtenção de uma percentagem significativa de nados-vivos (Danowski et al, 2013).

Torna-se

assim

necessária

a

modificação

de

práticas

de

saúde,

nomeadamente no que diz respeito à especificidade dos cuidados de Enfermagem Especializados em Saúde Materna e Obstetrícia.

Referências Bibliográficas: Silva, V., & Silva, D. (2014). Esclerose Múltipla: imunopatologia, diagnóstico e tratamento – Artigo de revisão. Interfaces Científicas - Saúde E Ambiente, 2(3), 81; Miller, A. (2016). Multiple sclerosis disease-modifying therapy and pregnancy. Multiple Sclerosis Journal, 22(6), 715-716; Graça, L. (2017). Medicina materno-fetal (5th ed.). Lisboa: Lidel; Ourique, C. (2010). Patogenia e Abordagem Terapêutica do Síndrome Antifosfolipídico na Gravidez (Mestre). Universidade do Porto; Sobral, M., & Dias, J. (2013). Esclerose Múltipla e gravidez. Acta Obstet Ginecol Port, 2013(7), 293-297; Danowski, Adriana, Rego, Jozelia, Kakehasi, Adriana M., Funke, Andreas, Carvalho, Jozelio Freire de, Lima, Isabella V. S., Souza, Alexandre Wagner Silva de, & Levy, Roger A.. (2013). Diretrizes para o tratamento da síndrome do anticorpo antifosfolipídeo. Revista Brasileira de Reumatologia, 53(2), 184-192.

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BENEFÍCIOS DA CLAMPAGEM TARDIA DO CORDÃO UMBILICAL: REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA FERRÃO, Ana Cristina Canhoto311; PIRES, Cristina Maria Jesus S. Castanho 1 ; RISSO, Sandra Margarida Gaiato 1 ; MIRANDA, Luís Manuel Pinto

1

24 de maio de 2018 às 12:35 h

Introdução: A clampagem do cordão umbilical traduz-se na interrupção da circulação fetoplacentária, no entanto, nos primeiros minutos, após o parto ainda há transferência de sangue. O timing certo em que deve ser realizada a clampagem do cordão tem vindo a ser bastante debatido nas últimas décadas.

Atualmente, a Organização Mundial de Saúde recomenda a clampagem tardia do cordão umbilical, entre 1 a 3 minutos após o nascimento, iniciando-se simultaneamente os cuidados imediatos ao recém-nascido (RN). O atraso na clampagem do cordão umbilical contribui para um aumento de 30% no volume sanguíneo e uma adição superior a 60% dos eritrócitos do RN, promovendo consequentemente o aumento das concentrações de hemoglobina e das reservas de ferro e diminuindo os índices de anemia ferropénica, que constitui uma das graves deficiências nutricionais infantis.

Objetivo: Identificar na literatura, evidências científicas sobre os benéficos da clampagem tardia do cordão umbilical, em RN de termo.

Metodologia: Estudo de revisão sistemática da literatura com pesquisa na plataforma eletrónica SciELO e nas bases de dados Academic Search Complete; MEDLINE; MedicLatina; CINAHL; Cochrane Database Register Controled Trials e Cochrane Database of Systematic Reviews, através da plataforma EBSCOhost, com os descritores: umbilical cord e delayed clamping.

Os critérios de inclusão foram: artigos de diferentes tipos de estudos, relacionados com os benefícios da clampagem tardia do cordão; com resumo disponível em formato full text e com data de publicação entre 2011 e 2017. Os critérios de exclusão estipularam os estudos que abordassem os benefícios da clampagem tardia do cordão umbilical em RN prematuros e que não estivessem redigidos em língua Portuguesa ou Inglesa.

1

EE-ESMO, Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, EPE, Montijo,

Portugal

71

Resultados: A amostra final constituiu-se de 9 estudos: 2 revisões sistemáticas da literatura, 4 estudos clínicos randomizados, 1 estudo transversal e 2 estudos de coorte observacional. Nesta revisão a maioria dos artigos incluídos classificaram-se entre o nível 1A e o nível 1B, pelo que se trataram de estudos com elevado grau de recomendação e evidência científica. Os estudos analisados tiveram como objetivo demonstrar a influência da clampagem tardia do cordão umbilical nos níveis séricos de hemoglobina, ferro e ferritina em RN de termo, após o parto e entre os 2 a 8 meses de vida; nos estados clínicos de anemia ferropénica neonatal e situações de dificuldade respiratória, policitemia ou hiperrubilinemia. Os resultados demonstraram, de forma quase unânime, que os RN submetidos a clampagem tardia do cordão umbilical apresentaram aumento dos níveis séricos de hemoglobina, ferro e ferritina, comparativamente a RN sujeitos a clampagem precoce, com repercussão expressiva na diminuição dos índices de anemia neonatal. O procedimento não revelou resultados expressivos em situações de dificuldade respiratória, policitemia e hiperbilirrubinémia.

Conclusões: É necessário, o desenvolvimento de constantes pesquisas que, comprovem os benefícios da clampagem tardia do cordão umbilical, bem como a implementação de novas políticas hospitalares que incentivem esta prática de humanização do nascimento. Os enfermeiros especialistas devem informar a mulher sobre os benefícios e/ou implicações da clampagem tardia do cordão umbilical, empoderando-a na tomada de decisões conscientes sobre a condução do seu TP. Palavras-chave: Cordão umbilical; clampagem tardia.

Referências bibliografia: Anderson, O., Hellstrom-Westas, L., Anderso, D., & Domellof, M. (2011). Effect of delayed versus early umbilical cord clamping on neonatal outcomes and iron status at 4 months: a randomized controlled trial.

BMJ, (343). doi: 10.1136/bmj.d7157.

Cernadas, J. M. C., Carroli, G., Pellegrini, L., Ferreira, M., Ricci, C., Casas, O.,… Mo-rasso, M. (2012).

Efecto del clampeo demorado del cordón umbilical en la ferritina séri-ca a los seis meses de vida. Estudio clínico controlado aleatorizado. Rev Chil Pediatr, 83(1): 86-87.

Disponível em http://www.scielo.org.ar/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0325-00752010000300005.

De Paco, C., Herrera, J., Garcia, C., Corbalán, S., Arteaga, A., Pertegal, M.,… Delaga-do, J. L. (2016).

Effects of delayed cord clamping on the third stage of labour, maternal haematological parameters and acid-base status in fetuses at term. European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology, (201): 153-156. Disponível em htp://dx.doi.org/10.1016/j.ejogrb.2016.10.031.

Gyorkos, T. W., Maheu-Giroux, M., Blouin, B., Creed-Kanashiro, H., Casapía, M., Aguilar, E.,…Penny, M. E. (2012). A hospital policy change toward delayed cord clam-ping is effective in improving hemoglobina levels and anemia status ot 8-month-old pe-ruvian infants. Journal of Tropical Pediatrics, 58(6): 435-440. doi: 10.1093/tropej/fms012.

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Krishnan, L., Kommu, P. P. K., Thomas, B. J., Akila, B., & Daniel, M. (2015). Should delayed cord clamping be the standard of care in term low risk deliveries? A randomized controlled trial from a medical college hospital in South India. Journal of Clinical Neo-natology, 4(3): 183-187. doi: 10.4103/22494847.159904.

McDonald, S. J., Middleton, P., Dowswell, T., & Morris, P. S. (2013). Effect of timing of umbilical cord clamping of term infants on maternal and neonatal outcomes. Cochra-ne Database Systematic Review, 11(7). doi: 10.1002/14651858.CD004074.pub3.

Nesheli, H. M., Esmailzadeh, S., Haghshenas, M., Bijani, A., Moghaddams, T. G. (2014). Effect of late vs early clamping of the umbilical cord (on haemoglobin level) in full-term neonates. Journal of the Pakistan Medical Association, 64(11): 1303-1305. Dis-ponível em http://jpma.org.pk/PdfDownload/7078.pdf.

Oliveira, F. de C. C., Assis, K. F., Martins, M. C., Prado, M. R. M. C. do., Ribeiro, A. Q., Sant´Ana, L. F. da R.,… Franceschini, S. do C. C. (2014). Tempo de clampeamento e fatores associados à reserva de ferro de neonatos a termo. Rev. Saúde Pública, 48(1): 10-18. doi: 10. 1590/S0034-8910.2014048004928.

Pan American Health Organization. (2013). Beyond survival: Integrated delivery care practices or longterm maternal and infant nutrition, health and development (2 ed.). Washington, DC: Pan American Health Organization.

Disponível em:http://www.who.int/nutrition/publications/infantfeeding/BeyondSurvival_2nd_edition_en.pdf.

Salari, Z., Rezapour, M. & Khalili, N. (2014). Late umbilical cord clamping, neonatal hematocrit and apgar scores: A randomized controlled trial. J Neonatal Perinatal Med., 7(4): 287-91. doi: 10.3233/NPM1463913.

Sinavski, M., Sosa, N., Silveira, F., & Rosselo, J. L. D. (2013). Clampeo tardio de cor-dón umbilical: saturación de oxígeno en recién nascidos. Archivos de Pediatría del Uru-guay, 82 (3): 141-146. Disponível em http://www.scielo.org.bo/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S104-06752013000100009.

Souza, C. J. N. A., Barbosa, A G. de C., Brandão, M. V., & Ferreira, T. N. (2014). Impli-cações relacionadas ao clampeamento tardio do cordão umbilical: revisão sistemática da literatura. Revista Digital. Buenos Aires, (193). Disponível em http://www.efdeportes.com/efd193/clampeamento-tardio-docordao-umbilical.htm.

World Health Organization. (2014). Guideline: delayed umbilical cord clamping for im-proved maternal and infant health and nutrition outcomes. Geneva: World Health Organ-ization. Disponível em http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/148793/1/9789241508209_eng.pdf.

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A SATISFAÇÃO DA MULHER COM O PARTO: A INFLUÊNCIA DO PLANO DE PARTO RIBEIRO, Diana de Jesus Freitas321; DIAS, Patrícia Daniela de Sousa 1 24 de maio de 2018 às 12:40 h

Introdução: O plano de parto é um documento escrito que é elaborado pelo casal grávido, onde o mesmo expressa os seus desejos relativamente ao trabalho de parto e parto (Ordem dos Enfermeiros, 2012).

Objetivos: Uma das funções do plano de parto é atribuir à mulher o direito à informação e à decisão, tornando-a protagonista do seu trabalho de parto e parto. Se se quiser identificar a importância de planificar o parto pode-se falar no princípio bioético da autonomia (Silva et al., 2017). Queremos identificar a evidência científica mais recente relativamente ao plano de parto e os seus efeitos na mulher, recorrendo-se à realização de uma revisão da literatura.

Metodologia: A revisão integrativa da literatura, através de uma abordagem metodológica permite a inclusão de diversos métodos apresentando um enorme potencial para a prática baseada em evidência em Enfermagem (Souza et al., 2010). A pesquisa foi desenvolvida entre os meses de Outubro de 2016 e Dezembro de 2017 em bases de dados.

Resultados: A pesquisa realizada não originou nenhum artigo na base de dados The Cochrane Library, vinte e dois artigos na plataforma EBSCO host, nove artigos na base de dados PubMed e 2020 artigos na base de dados Google Académico, tendo-se selecionado nove artigos para desenvolver a revisão integrativa da literatura.

Discussão: Através da análise dos artigos selecionados foi possível compreender que existem dados pertinentes para responder à pergunta orientadora desta pesquisa. A maioria dos artigos analisados relata que a experiência de parto da mulher é melhorada através da utilização de um plano de parto (Anderson et al., 2017; Suárez-Cortés et al., 2015; Farahat et al., 2015; Sham et al., 2007; Moore et al., 1995).

Conclusão: Conclui-se que a maioria dos autores defende que a realização do plano de parto, terá um efeito positivo na satisfação da mulher/casal em 1

Estudante do CLE-ESMO, Hospital de Braga, Braga, Portugal

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relação ao parto. Ao longo da revisão deparámo-nos com algumas dificuldades sendo necessários mais estudos na área. Com esta revisão pretende-se sensibilizar os profissionais de saúde sobre a importância e pertinência do plano de parto.

Palavras-chave: plano de parto; satisfação; parto; empoderamento.

Bibliografia: Anderson, C. M., Monardo, R., Soon, R., Lum, J., Tschann, M., & Kaneshiro, B. (2017). Patient Communication, Satisfaction, and Trust Before and After Use of a Standardized Birth Plan. Hawai'i Journal of Medicine & Public Health, 76(11), 305; Farahat, A. H., Mohamed, H. E. S., Elkader, S. A., & El-Nemer, A. (2015). Effect of Implementing a Birth Plan on Womens' Childbirth Experiences and Maternal & Neonatal Outcomes. Journal of education and practice, 6(6), 24-31; Moore, M., & Hopper, U. (1995). Do birth plans empower women? Evaluation of a hospital birth plan. Birth, 22(1), 29-36; Ordem dos enfermeiros (2012). Parecer n.º 7/ 2012, Plano de Parto. Mesa do Colégio de Especialidade de Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica; Sham, A., Chan, L., & Yiu, K. L. (2007). Effectiveness of the use of birth plan in Hong Kong Chinese women: a qualitative exploratory research. Age (years), 19(34), 35; Souza, M. T., da Silva, M. D., & de Carvalho, R. (2010). Revisão integrativa: o que é e como fazer. Einstein, 8(1 Pt 1), 102-6; Suárez-Cortés, M., Armero-Barranco, D., Canteras-Jordana, M., & Martínez-Roche, M. E. (2015). Uso e influência dos Planos de Parto e Nascimento no processo de parto humanizado. Revista LatinoAmericana de Enfermagem, 23(3), 520-526.

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PERSPETIVAS DAS MULHERES SOBRE VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA NO TRABALHO DE PARTO: COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO OBSTETRA LOPES, Marilyn Raposo331; SERRA, Isabel Maria Guerra Gordinho de Rogado 2 24 de maio de 2018 às 12:45 h

Introdução: A elaboração desta comunicação encontra-se inserida no Ensino Clínico da Sala de Partos, do 8º Curso de Mestrado em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia, da Escola Superior de Enfermagem de Lisboa. A evidência científica demonstra que muitas mulheres sofrem restrições e imposições que causam desconforto e sofrimento ao longo do Trabalho de Parto, não identificando as mesmas como atos de Violência, assumindo atitudes de passividade e silêncio, com medo de represálias. Esta é uma temática que precisa cada vez mais ser abordada, para se poder modificar comportamentos e para que o Trabalho de Parto seja um momento agradável, sem danos físicos e psicológicos. Esta modificação deve ocorrer de modo que a mulher possa experienciar e vivenciar o parto como um evento seguro, sem rotinas, que respeita os sentimentos e emoções da mulher e onde não há lugar à violência.

Objetivos: Mapear a evidência científica no que diz respeito à Perspetiva das Mulheres sobre Violência Obstétrica no Trabalho de Parto e Refletir sobre a formação e práticas dos profissionais de saúde, no sentido de promover um parto humanizado e fisiológico.

Metodologia: Realização de uma Scoping Review, segundo as orientações do Joanna Briggs Institute (2015). A questão de investigação norteadora da Scoping Review foi: “Quais as perspetivas das Mulheres sobre Violência Obstétrica no Trabalho de Parto?”. Foi utilizada a plataforma EBSCOhost, selecionando como bases de dados a MEDLINE e CINAHL. Aplicando os critérios de inclusão e exclusão obtiveram-se 2 artigos: “Women's perception on obstetric violence” e “Obstetrical violence under the look of users”. Resultados: Nos estudos constata-se que, as mulheres sofrem com a falta de humanização durante o trabalho de parto, muitas delas sofrem danos psicológicos decorrentes da violência obstétrica sofrida, o que desrespeita os direitos humanos das mulheres. A falta de informação torna-as mais vulneráveis a 1 2

Estudante do CLE-ESMO, Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, Lisboa, Portugal EE-ESMO, Professora, Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, Lisboa, Portugal.

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sofrer de violência, estas precisam conhecer e entender os seus direitos para poder assim questionar e denunciar os casos de violência. É também importante que, os profissionais de saúde demonstrem confiança, carinho, paciência e calma para que a experiência de parto seja positiva. Os estudos demonstram que a mulher vivencia e relata a violência no parto como algo desfavorável e prejudicial ao parto, mas não a reconhecem como tal, uma vez que, confiam e acreditam que os profissionais de saúde são detentores do conhecimento, aceitando que os procedimentos sejam realizados sem questionar, sofrendo em silêncio.

Conclusão: A evidência científica demonstra que a Violência Obstétrica é pouco reconhecida como ato violento, pois no momento em que ela ocorre, as mulheres encontram-se mais vulneráveis, vivenciando emoções que as fazem silenciar. Ressalta que, a Violência Obstétrica advém tanto dos Enfermeiros Obstetras como dos Médicos. A autonomia e a dignidade de uma mulher durante o parto devem ser respeitadas e devem ser promovidas experiências positivas de nascimento através de cuidados respeitosos por parte dos profissionais de saúde. No decorrer do Ensino Clínico em Sala de Partos, por observação e conversas informais tem-me sido possível verificar a evidência científica. Pretende-se com este poster que, os profissionais de saúde tomem consciência do papel que desempenham no cuidado humanizado às mulheres.

Palavras-chave: violência obstétrica, mulheres, trabalho de parto, sala de partos.

Bibliografia: JBI (2015). Joanna Briggs Institute Reviewer's Manual: 2015 edition/ supplement. Methodology for JBI Scoping Reviews. Australia: The Joana Briggs Institute.

Oliveira, T. R., Costa, O. L., Enolylara, R., Monte, N. L., Veras, J. M. M. F. & Sá, M. Í. M. R. (2017).

Women's perception on obstetric violence. Journal of Nursing UFPE, 11(1), 40-46.

Silva, R. L. V., Lucena, K. D. T., Deininger, L. D. S. C., Monteiro, A. C. C. & Moura, R. D. M. A. (2016).

Obstetrical violence under the look of users. Journal of Nursing UFPE on line, 10(12), 4474-4480.

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CUIDAR A MULHER COM PATOLOGIA ONCOLÓGICA DE ACORDO COM OS PRESSUPOSTOS DE JEAN WATSON PAULO, Filomena 341; FERREIRA, Manuela 2

24 de maio de 2018 às 14:00 h

Enquadramento: O sofrimento físico e emocional resultante da doença oncológica afeta a vivência da sexualidade da mulher. O impacto causado tem a ver com os sentidos atribuídos por cada mulher com os seus desejos e escolhas afetivas. Estes beneficiam da reorganização dos cuidados no sentido do cuidado humano transpessoal, em que tanto o enfermeiro quanto a mulher são coparticipantes no processo terapêutico.

Objectivos: Perspetivar os cuidados à mulher com patologia oncológica de acordo com a teoria do cuidado humano de Jean Watson no contexto actual da enfermagem.

Métodos: A metodologia que orientou a investigação foi a revisão integrativa (RI) de literatura. Realizou-se uma pesquisa nas bases de dados LILACS, Scielo, Scopus, Google Académico, BDENF, B-ON, PubMed entre 2012 e 2017, partindo dos critérios de inclusão previamente definidos, cujo conteúdo é de interesse a esta revisão.

Resultados: Os estudos analisados apontam como principais resultados as repercussões do diagnóstico e do tratamento do cancro de mama na imagem corporal das mulheres afetadas e, principalmente, o impacto da alteração da sua imagem corporal em outros aspetos de suas vidas, nomeadamente das vivências afetivas e da função sexual. Permitem-nos verificar que no plano terapêutico a prática reflexiva, promovendo o cuidado transpessoal possibilita melhor conhecimento de si para melhor conhecer o outro, engloba e valoriza o trinómio corpo-mente-espirito, onde o foco é o de reconstituição e amor, criando uma abertura para o healing interno de cada um, sendo este um facilitador da resolução das dificuldades que vão surgindo neste âmbito.

Conclusão: Fundamentar os cuidados à mulher nos pressupostos de Jean Watson, é conceitualizar a necessidade de sexualidade como necessidade de ordem inferior, que envolve um completo desenvolvimento da personalidade, 1 2

EE-ESMO, Centro Hospitalar Tondela-Viseu, Porto, Portugal.

EE-ESMO, Professora, Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Viseu, Viseu, Portugal

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incluindo a identificação sexual, o auto cuidado, a autoestima e padrões de comportamento humano. A gratificação da necessidade de sexualidade é básica para a integridade da pessoa, devendo o enfermeiro na sua abordagem holística utilizar a escuta, acolhimento e desenvolvimento de vínculos terapêuticos como premissas promotoras do bem-estar integral da mulher.

Palavras-chave: cuidar, teoria de Jean Watson, enfermagem, mulher, oncologia, cuidado integrativo Bibliografia: FAVERO, Luciane; PAGLIUCA, Lorita Marlena Freitag; LACERDA, Maria Ribeiro - Cuidado transpessoal em enfermagem: uma análise pautada em modelo conceitual. Revista da Escola de Enfermagem da U S P. São Paulo. ISSN 0080-6234.47:2 (2013) 500 – 505.

SAVIETO, Roberta Maria; Ribeiro, Eliseth Ribeiro - Assistência em Enfermagem e Jean Watson: Uma reflexão sobre a empatia. Escola Anna Nery. Rio de Janeiro. ISSN 2177-9465. 20:1(2016) 198-202.

VIEIRA, Kay Francis Leal; COUTINHO, Maria da Penha de Lima; SARAIVA, Evelyn Rúbia de Albuquerque - A Sexualidade Na Velhice: Representações Sociais De Idosos Frequentadores de Um Grupo de Convivência. Psicologia: Ciência e Profissão. Brasília. ISSN 1982-3703. 36:1 (2016) 196-209.

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POSIÇÕES VERTICALIZADAS DURANTE O PRIMEIRO ESTADIO DO TRABALHO DE PARTO: AVALIAÇÃO DA EXPERIÊNCIA E SATISFAÇÃO DA PARTURIENTE DIAS, Patrícia Daniela de Sousa351; RIBEIRO, Diana de Jesus Freitas 1 24 de maio de 2018 às 14:05 h

Introdução: De acordo com a OMS a mulher em TP deve ser encorajada a adotar posições verticalizadas. Com base na evidência, a posição verticalizada tem vantagens para a mulher e para o feto, nomeadamente: menor duração do primeiro estadio do TP, maior controlo da dor e menor recurso a estratégias farmacológicas de alívio da dor, maior probabilidade de parto eutócico e melhores Índices de APGAR do recém-nascido.

Objetivos: Perceber os contributos do recurso a posições verticalizadas durante o primeiro estadio do TP para a experiência e satisfação da mulher com o TP; compreender as experiências vivenciadas pelas mulheres que experienciaram o recurso a posições verticalizadas durante o primeiro estadio do TP e descrever o contributo do EE-ESMO na utilização de posições verticalizadas durante o primeiro estadio do TP para a experiência e satisfação da mulher com o TP e parto.

Metodologia:

Procedeu-se

à

implementação

de

uma

intervenção

sistematizada em contexto clinico, que consistiu no recurso a posições verticalizadas durante o primeiro estadio do TP durante pelo menos 3 horas, consecutivas ou intermitentes, a 10 parturientes no Hospital de Braga.

Posteriormente recolheram-se os dados através da consulta do processo clínico, de um relato de experiência escrito pelas parturientes durante o período do puerpério e da aplicação de quatro subescalas do Questionário de Experiência e Satisfação com o Parto de Costa et al, 2004. Os dados foram analisados através da análise de conteúdo e da análise de estatística descritiva, optando-se assim por uma metodologia mista.

Conclusões: Os resultados parecem apontar para que as posições verticalizadas favoreçam a experiência e a satisfação com o TP, dado que os resultados das subescalas do QESP aplicadas foram positivos, demonstrando uma perceção positiva da experiencia e satisfação com o TP e os relatos de 1

Estudante do CPLE-ESMO, Hospital de Braga, Braga, Portugal.

80

experiência demonstraram contributos do recurso às posições verticalizadas durante o TP, nomeadamente o controlo e alívio da dor, o conforto e o relaxamento e a progressão do TP. O contributo do EE-ESMO parece ter sido preponderante na promoção desta intervenção, através de uma prática de cuidados centrada na parturiente, com uma relação de ajuda, informando, esclarecendo e apoiando a parturiente nas suas decisões.

Palavras-chave: Trabalho de Parto; Enfermagem Obstétrica; Parturiente; Satisfação.

Bibliografia: Costa, R., Figueiredo, B., Pacheco, A., Marques, A. & Pais, A. (2004). Questionário de experiência e satisfação com o parto (QESP). Psicologia, Saúde e Doenças, (2), 159-187. Disponível em: http://www.redalyc.org/pdf/362/36250203.pdf - Ferrão, A. & Zangão, B. (2017). Liberdade de movimentos e posições no primeiro estadio do trabalho de parto. Revista Ibero-Americana de Saúde e Envelhecimento, 3(1). Doi: 10.24902/r.riase.2017.3(1).886.

- Gallo, R., Santana, L., Marcolin, A., Duarte, G. & Quintana, S. (2017). Sequential application of nonpharmacological interventions reduces the severity of labour pain, delays use of pharmacological analgesia, and improves some obstetric outcomes: a randomised trial. Journal of physiotherapy. 64(1). 3340. Doi: 10.1016/j.jphys.2017.11.014.

- Lawrence, A., Lewis, L., Hofmeyr, G. & Styles, C. (2013). Maternal positions and mobility during first stage labour Review.

Cochrane Database of Systematic Reviews.

Doi: 10.1002/14651858.CD003934.pub4.

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FATORES QUE INFLUENCIAM O MICROBIOMA DO FETO/RECÉMNASCIDO NA GRAVIDEZ, PARTO E PERÍODO NEONATAL: UMA SCOPING REVIEW BORGES, Carla Margarida Branco Martins361 24 de maio de 2018 às 14:10 h

Introdução: O microbioma congrega um conjunto de particularidades que fazem com que se tenha tornado relevante nos últimos anos. As consequências de um percurso mais ou menos correto na construção do microbioma começam a ser evidentes e têm ramificações nas mais variadas áreas da saúde, do bem-estar e da qualidade de vida.

Objetivos: Identificar os fatores que influenciam o microbioma do feto/recémnascido.

Metodologia: A abordagem seguida na construção deste trabalho foi a scoping review segundo o referencial do Joanna Brigs Institute. Foi definida a pergunta de investigação: “Que fatores influenciam o microbioma do feto/recém-nascido na gravidez, parto e no período neonatal?”. Foram de seguida definidos, e posteriormente aplicados, os critérios de inclusão e exclusão aos estudos que se localizaram nas plataformas EBSCO ((fetus OR newborn) AND microbiota) e Web of science (microbiome AND birth) com as fórmulas booleanas referidas.

Desta pesquisa resultaram 14 artigos.

Resultados: Os documentos incluídos nesta scoping review permitem-nos afirmar que o microbioma e a sua colonização inicial condicionam a construção e função dos tecidos e órgãos, incluindo comportamento, respostas neuro endócrinas, imunológicas e de hemóstase metabólica do feto/recém-nascido e na vida futura da criança. A saúde da mulher, como fonte da colonização do feto e como fator preditivo da saúde da gravidez, é o primeiro stressor a ter em conta na constituição do microbioma da criança. A inoculação de maior relevo é feita no canal de parto, pelos microbiomas vaginal e intestinal da mãe. Os nascidos por cesariana, pelo contrário, são colonizados pela flora da pele da mãe e pelo ambiente (profissionais de saúde) e associa-se a este modo de nascimento alterações do microbioma que se relacionam com a doença alérgica. No entanto, a triagem das populações intestinais, acontece também 1

Estudante do CPLE-ESMO, ARSLVT, Portugal

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em grande medida através dos pró bióticos com que a mãe alimenta estes grupos microbianos. Seja pelo vernix que o feto deglutiu in útero e que é rico em ácidos gordos de cadeia curta, seja pelo leite materno (principalmente o colostro) rico em oligossacáridos, ambos alimentos de eleição para determinadas populações em detrimento de outras, selecionando assim as espécies benéficas.

Conclusão: Existem já alguns dados que nos permitem pensar os cuidados à mulher e ao feto/recém-nascido com vista a facilitar os fatores que potenciam o desenvolvimento de um microbioma saudável. O apoio ao aleitamento materno ou a defesa do parto normal, estão já em linha com as recomendações vigentes; outros, como os cuidados de higiene ao recém-nascido, terão neste momento uma adesão mais relutante, mas todos em conjunto têm um potencial impacto na saúde individual e na saúde pública.

Palavras chave: Microbioma, microbiota, feto, recém-nascido.

Bibliografia: Dominguez-Bello, M.G., Costello, E.K., Contreras, M., Magris, M., Hidalgo, G., Fierer, N., Knight, R. (2010). Delivery mode shapes the acquisition and structure of the initial microbiota across multiple body habitats in newborns.

PNAS. 107(26).

11971-11975.

DOI: 10.1073/pnas.1002601107 www.pnas.org/cgi/doi/10.1073/pnas.1002601107 Gilbert, S.F. (2014). A holobiont birth narrative: the epigenetic transmission of the human microbiome.

Frontiers in genetics. August 2014. 5(282). DOI: 10.3389/fgene.2014.00282 Wright, M.L., Starkweather, A.R. (2015). Antenatal microbiome-potential contributor to fetal programming and establishment of the microbiome of offspring. July/August 2015. 64(4). 306-319. DOI: 10.1097/NNR.0000000000000101

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A PERSPETIVA NEURO-HORMONAL DA PATERNIDADE: UMA REVISÃO SILVA, Catarina Sofia Maia 371; MARTINS, Cristina Araújo

2

24 de maio de 2018 às 12:15 h

Introdução: As mudanças no papel do pai, o seu envolvimento no cuidado à criança e os padrões específicos das interações entre pai e filho apresentam contribuições únicas para o crescimento social, emocional e cognitivo das crianças (Feldman, Bamberger, & Kanat-Maymon, 2013). No entanto, ao contrário da maternidade, em que as alterações hormonais (Makieva, Saunders, & Norman, 2014) e neurais (Atzil, Hendler, & Feldman, 2011) estão bem descritas na literatura, a pesquisa sobre trajeto hormonal e neural nos homens durante a gravidez e pós-parto é limitada.

Objetivo: Identificar, através de uma revisão da literatura, as alterações hormonais e neurais no homem durante o período pré e pós-natal.

Metodologia: Revisão da literatura orientada pela questão de investigação “Quais as alterações hormonais e neurais nos homens durante o período prénatal e pós-natal?”. Para a seleção de estudos recorreu-se à pesquisa em bases de dados eletrónicas, via EBSCOhost e B-on, no idioma inglês e com restrição de data entre 2000 e 2018. Incluídos 20 artigos.

Resultados: Estudos focados na transição para a parentalidade relatam correlações nos níveis de cortisol e progesterona entre o casal durante a gravidez (Edelstein, Wardecker, Chopik, Moors, Shipman & Lin, 2015).

Os níveis séricos de cortisol no homem aumentam ao longo da gravidez (Storey, Walsh, Quinton, & Wynne-Edwards, 2000), havendo alguma evidência de que níveis elevados próximos do parto estão relacionados com uma preparação do homem para o cuidar.

A progesterona não apresenta mudanças significativas durante o período prénatal (Edelstein, Wardecker, Chopik, Moors, Shipman & Lin, 2015). No entanto a literatura evidencia que os homens que relatam emoções mais positivas depois de interagirem com os seus filhos apresentam níveis mais elevados desta hormona (Gettler, Mcdade, Agustin, & Kuzawa, 2013).

1 2

EE-ESMO, ACES Alto Ave, Portugal.

Escola Superior de Enfermagem da Universidade do Minho, Braga, Portugal

84

Os homens apresentam declínios significativos na testosterona durante a gravidez, estando este declínio associado a um maior investimento, comprometimento e satisfação no pós-parto (Saxbe et al., 2017).

Homens com filhos têm níveis plasmáticos de ocitocina mais elevados do que homens sem filhos (Mascaro, Hackett, & Rilling, 2014) e estes níveis aumentam nos primeiros 6 meses de paternidade (Gordon, Zagoory-Sharon, Leckman, & Feldman, 2010). A administração intranasal de vasopressina desencadeia no homem o interesse pelos bebés e pelo papel paterno (CohenBendahan, Beijers, Van Doornen, & Weerth, 2015).

As mães mostram maior ativação da amígdala e correlações entre a resposta da amígdala e a ocitocina. Por sua vez os homens apresentam maior ativação dos circuitos sóciocognitivos, que se correlacionam com a vasopressina (Atzil, Hendler, Zagoory-Sharon, Winetraub, & Feldman, 2012). Nos primeiros quatro meses pós-parto, o homem apresenta mudanças estruturais no cérebro, com alteração do volume de massa cinzenta em várias regiões neurais (Kim et al., 2014).

Conclusão: Os homens experienciam mudanças hormonais e neurais que moldam a sua adaptação ao papel paterno, evidenciando a complexidade da transição para a paternidade. Este conhecimento permite aos enfermeiros Especialistas em Saúde Materna e Obstétrica empreenderem esforços para adotarem práticas promotoras da integração do homem em toda a trajetória da construção do projeto da parentalidade, com inquestionáveis ganhos para a saúde e bem-estar da família.

Palavras-chave: fathers; hormones; brain Bibliografia: Atzil, S., Hendler, T., & Feldman, R. (2011). Specifying the neurobiological basis of human attachment: brain, hormones, and behavior in synchronous and intrusive mothers. Neuropsychopharmacology, 36(13), 2603.

Atzil, S., Hendler, T., Zagoory-Sharon, O., Winetraub, Y., & Feldman, R. (2012). Synchrony and specificity in the maternal and the paternal brain: relations to oxytocin and vasopressin. Journal of the American Academy of Child & Adolescent Psychiatry, 51(8), 798–811.

Cohen-Bendahan, C. C. C., Beijers, R., Van Doornen, L. J. P., & Weerth, C. (2015). Explicit and implicit caregiving interests in expectant fathers: Do endogenous and exogenous oxytocin and vasopressin matter? Infant Behavior and Development, 41, 26–37.

Edelstein, R. S., Wardecker, B. M., Chopik, W. J., Moors, A. C., Shipman, E. L., & Lin, N. J. (2015).

Prenatal hormones in first‐time expectant parents: Longitudinal changes and within‐couple correlations.

American Journal of Human Biology, 27(3), 317–325.

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Feldman, R., Bamberger, E., & Kanat-Maymon, Y. (2013). Parent-specific reciprocity from infancy to adolescence shapes children’s social competence and dialogical skills. Attachment & Human Development, 15(4), 407–423.

Gettler, L. T., Mcdade, T. W., Agustin, S. S., & Kuzawa, C. W. (2013). Progesterone and estrogen responsiveness to father‐toddler interaction. American Journal of Human Biology, 25(4), 491–498.

Gordon, I., Zagoory-Sharon, O., Leckman, J. F., & Feldman, R. (2010). Oxytocin and the development of parenting in humans. Biological Psychiatry, 68(4), 377–382.

Kim, P., Rigo, P., Mayes, L. C., Feldman, R., Leckman, J. F., & Swain, J. E. (2014). Neural plasticity in fathers of human infants. Social Neuroscience, 9(5), 522–535.

Makieva, S., Saunders, P. T. K., & Norman, J. E. (2014). Androgens in pregnancy: roles in parturition.

Human Reproduction Update, 20(4), 542–559.

Mascaro, J. S., Hackett, P. D., & Rilling, J. K. (2014). Differential neural responses to child and sexual stimuli in human fathers and non-fathers and their hormonal correlates. Psychoneuroendocrinology, 46, 153–163.

Saxbe, D. E., Edelstein, R. S., Lyden, H. M., Wardecker, B. M., Chopik, W. J., & Moors, A. C. (2017).

Fathers’ decline in testosterone and synchrony with partner testosterone during pregnancy predicts greater postpartum relationship investment. Hormones and Behavior, 90, 39–47.

Storey, A. E., Walsh, C. J., Quinton, R. L., & Wynne-Edwards, K. E. (2000). Hormonal correlates of paternal responsiveness in new and expectant fathers. Evolution and Human Behavior, 21(2), 79–95.

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O EMPODERAMENTO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE - PROGRAMA DE FORMAÇÃO PARA A INTERVENÇÃO EM MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA SERRA, Isabel Maria Guerra Gordinho de Rogado 381; SOARES, Irene Maria Trindade1 24 de maio de 2018 às 14:20 h

Introdução: A mutilação genital feminina (MGF) é uma realidade existente em Portugal, tendo a Organização Mundial de Saúde considerado o nosso país um país de risco. Em Portugal os números apontam para mais de 6000 mulheres e raparigas vítimas de MGF. A MGF “constitui uma grave violação dos direitos fundamentais da mulher, comprometendo a sua saúde, em particular a saúde sexual e reprodutiva, o bem-estar físico e psicológico” DGS (2016), e constatámos existirem poucos estudos sobre os conhecimentos e necessidades formativas dos profissionais de saúde e os que existem apontam para baixos conhecimentos ou mesmo ausência de formação.

A Escola Superior de Enfermagem de Lisboa (ESEL) interessada em dar resposta a esta necessidade realizou o 1º curso de pós-graduação que decorreu em outubro-novembro de 2013 e um 2º curso de pós-graduação que decorreu em janeiro- junho 2015.

Objetivos: Capacitar os profissionais de saúde para que nos contextos de suas práticas, assumam um papel educativo, de prevenção e na minimização dos riscos de complicações decorrentes da MGF perante população tradicional e culturalmente aderente á MGF, em contextos hospitalares, centros de saúde, comunidade, formação ou outro, em conformidade com os requisitos de Saúde e Direitos Humanos.

Metodologia: Decorrente da prática profissional e de uma Revisão da Literatura, identificou-se a temática da MGF como uma necessidade formativa dos profissionais de saúde. Contactadas várias organizações nacionais, foi estabelecido um protocolo para a realização de um Curso de Pós-graduação em MGF para Profissionais de Saúde, entre a ESEL, a DGS, a CIG, e a APF. Posteriormente desenhou-se o Programa Formativo, reuniu-se com 13 Peritos de modo a analisar e avaliar o Programa do Curso. Os formandos foram 1

Professora, Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, Lisboa, Portugal

87

selecionados pela DGS, e o curso contou com 13 formadores peritos. O 1º Curso teve 28 formandos e o 2º Curso 32, e decorreram na ESEL, com 150 horas (6 ECTS), em horário laboral.

Resultados: Ao longo do curso foram feitas várias avaliações. Na avaliação diagnóstica verificou-se que os formandos dos dois cursos situavam-se num grau de conhecimentos de 2 ou 3 para um score de 5, havendo alguns que se classificaram em 1. Ao nível da avaliação em relação às expectativas face ao curso os formandos situaram-se em 81% “Muito Elevadas” e 19% “Elevadas”.

Na avaliação final 100% consideraram o Curso de “Muito Importante” para a sua prática profissional. Ao nível da satisfação 78% ficaram “Totalmente Satisfeitos”, 12% “Muito Satisfeitos” e 10% “Satisfeitos”.

Para a avaliação dos formandos relativamente aos conhecimentos e competências adquiridas, solicitou-se a elaboração de um projeto de intervenção. Surgiram 12 projetos no 1º e 14 projetos no 2º curso que se encontram no momento a ser implementados.

Conclusão: Constatámos que perante os projetos apresentados, os formandos foram capazes de estabelecer um roteiro de atuação em matéria de MGF no seu quadro profissional especifico. Desta forma, o curso de pós-graduação realizado, veio contribuir para o reforço nacional/global da irradicação da MGF através da existência de profissionais mais competentes. Prevê-se a replicação deste curso de pós-graduação após a avaliação de impacto que está prevista para o último trimestre de 2018. Dai poderão surgir algumas reformulações e também da análise de outras necessidades formativas relacionadas com a MGF. Palavras-chave: mutilação genital feminina, formação, cuidados de saúde, direitos humanos.

Bibliografia: DGS, Informação DGS - Mutilação Genital Feminina - Análise dos casos registados em 2014 e 2015, n.

2/2016, de 18/3/2016 acedido em 20/04/2018 em http://www.aenfermagemeasleis.pt/2016/03/18/documento-dgs-mutilacao-genital-feminina-analise-doscasos-registados-em-2014-e-2015/ GONÇALVES, Y. Mutilação genital feminina. Lisboa: APF. 2004 MARTINGO, C. [et al.]. Por nascer mulher… um outro lado dos direitos humanos. Lisboa: APF. 2007.

ISBN 978-972-8291-22-8.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Eliminação da mutilação genital feminina: declaração conjunta OHCHR, ONUSIDA, PNUD, UNECA,UNESCO,UNFPA, ACNUR, UNICEF, UNIFEM, OMS. Lisboa: APF. 2009. ISBN 978-972-8291-25-9.

88

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE e ASSOCIAÇÃO PARA O PLANEAMENTO DA FAMÍLIA. Mutilação genital feminina: integração da prevenção e do tratamento nos curricula de profissionais de saúde: manual de formação. Lisboa: APF. 2009. ISBN: 978-972-8291-38-9.

89

APOIO AO ALEITAMENTO MATERNO APÓS A ALTA HOSPITALAR: CONSULTA DE ENFERMAGEM DO PUERPÉRIO MIRANDA, Luís Manuel Pinto 391; BARROSO, Carla Cristina Santos Costa Silva 1; RIBEIRO, Tânia Isabel Palheira Valente

1

25 de maio de 2018 às 12:30 h

Introdução:

O

Centro

Hospitalar

Barreiro-Montijo,

Entidade

Pública

Empresarial (CHBM, EPE) foi certificado como Hospital Amigo dos Bebés em setembro/2012 e reacreditado em junho/2016. As sugestões de melhoria propostas

incidiram

no

estabelecimento

de

uma

rede

de

apoio/encaminhamento no pós-parto, de forma a aumentar as taxas de aleitamento materno (AM) exclusivo e o grau de satisfação dos casais relativamente ao apoio que recebem. Com o objetivo de melhorar as boas práticas no contexto da amamentação, tornou-se imperativa a formalização da Consulta de Enfermagem do Puerpério (apenas as tríades que procuravam o Cantinho da Amamentação usufruíam desse apoio), a todos os casais com parto no CHBM,EPE. Objetivo: O objetivo principal desta consulta é melhorar a rede de apoio/encaminhamento no pós-parto.

Metodologia: Todos os casais são informados da existência desta consulta durante a sessão de preparação para a alta (24 horas antes da alta hospitalar), onde é efetuado o agendamento da mesma para as 48 horas após a alta. Na consulta é feita a observação da mamada do recém-nascido (RN), a validação dos ensinos efetuados durante o internamento, o esclarecimento de dúvidas e a observação da relação parental. É realizado um contato telefónico a todas as utentes que efetivaram esta consulta (aos 15 dias de vida do RN) para encaminhar as tríades a nova avaliação se necessário e avaliação do grau de satisfação

relativo

ao

atendimento

de

enfermagem.

Para

avaliação/monitorização deste projeto foram definidos os seguintes indicadores de qualidade: 1. Taxa de adesão à consulta de enfermagem do puerpério; 2.

Número de consulta de enfermagem do puerpério efetivadas anualmente; 3.

Grau de satisfação do casal com o atendimento de enfermagem da consulta de puerpério; 4. Taxa de manutenção da amamentação aos 6 meses de vida dos 1

EE-ESMO, Centro Hospitalar Barreiro-Montijo, EPE, Montijo, Portugal

90

bebés cujas mães efetivaram consulta de enfermagem do puerpério; 5. Taxa de não adesão a Consulta de enfermagem. Para a recolha dos dados foram elaboradas matrizes onde o enfermeiro efetua registo dos dados a monitorizar.

Os dados são tratados com recurso a análise estatística descritiva.

Resultados: Os resultados obtidos são objeto de análise mensal/semestral e anual. Propusemos uma meta ≥ 60% para os Indicadores 1 e 2 supracitados e nestes 2 meses, essa meta foi superada. Relativamente ao Indicador 3 utilizámos uma Escala de Likert, com 5 graus de avaliação, cujo resultado maioritário correspondeu ao grau de Totalmente Satisfeito. No que concerne ao Indicador 4, ainda não temos nenhum resultado, dado que será iniciada a sua monitorização em agosto/2018; Quanto ao último Indicador 5 tem vindo a notarse um decréscimo.

Conclusões: Este projeto iniciou-se em fevereiro de 2018, encontrando-se em período de teste e sujeito a alterações, no entanto, podemos concluir que tem sido fundamental para a vivência positiva da amamentação e no processo de vivência da parentalidade. Como proposta de melhoria consideramos importante divulgar esta consulta nas Consultas de Vigilância Pré-Natal, no Curso de Preparação para o Parto e Parentalidade e nas visitas dos casais ao Serviço de internamento de puérperas e Bloco de Partos do CHBM,EPE. Palavras-chave: postpartum period; parenting; office nursing; nursing care.

Bibliografia: Ordem dos Enfermeiros. (2010). Guias orientadores de boa prática em enfermagem de saúde infantil e pediátrica (3ª ed., vol1). Lisboa: Ordem dos Enfermeiros.

Ordem dos Enfermeiros. (2015). Guia orientador de boa prática - adaptação à parentalidade durante a hospitalização. E- publicação. Lisboa: Ordem dos Enfermeiros.

Ordem dos Enfermeiros (2010). Regulamento das competências específicas do enfermeiro especialista em enfermagem de saúde materna, obstétrica e ginecológica. Ordem dos Enfermeiros. Lisboa: Ordem dos Enfermeiros.

Ordem dos Enfermeiros. (2011). Regulamento dos padrões de qualidade dos cuidados especializados em enfermagem de saúde materna, obstétrica e ginecológica. Lisboa: Ordem dos Enfermeiros UNICEF PORTUGAL. (2016).

Iniciativa Amiga dos Bebés. https://www.umicef.pt/artigo.php?mid=1810114&m=5&sid=1810111414&cid5376.

Disponível

em:

91

BENEFÍCIOS DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA DURANTE A GRAVIDEZ PARA O TRABALHO DE PARTO: SCOPING REVIEW DE EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS SILVA, Nélia Sofia Serôdio401 25 de maio de 2018 às 12:35 h

A otimização de resultados e ganhos em saúde durante a gravidez deve ser enquadrada num conjunto alargado de intervenções, nomeadamente a promoção de hábitos saudáveis, tais como a prática de atividade física (ACOG, 2015; DGS, 2015).

A inatividade física foi identificada pela Organização Mundial da Saúde (2010), como o 4º fator de risco para a mortalidade global e Wadsworth (2007), refere que muitas mulheres grávidas não fazem exercício físico, apesar desta ser uma prática benéfica para a mulher e para o feto, o que torna premente que o Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica tenha um papel ativo na promoção da atividade física durante a gravidez.

Metodologia: Para fundamentar a prática baseada na evidência, foi realizada uma Scoping Review, onde se mapearam os conceitos principais, tendo como objetivos identificar que tipo de atividade física e suas características são recomendadas durante a gravidez de baixo risco e, identificar os ganhos em saúde decorrentes da prática de atividade física durante a gravidez para o trabalho de parto.

Foi delineada a questão de investigação Quais os benefícios da prática de atividade física durante a gravidez para o Trabalho de Parto? de modo a obter uma pesquisa de estrutura clara e adequada. Os artigos de investigação foram pesquisados nas bases de dados CINAHL, Medline e SPORT Discus, da plataforma agregadora de bases de dados EBSCOhost utilizando os termos de pesquisa indexados e naturais. foi ainda incluído um artigo dada a pertinência dos seus resultados para o tema em aprofundamento, obtendo um total final de 14 artigos.

Resultados: Todos os estudos vão ao encontro às guidelines da ACOG (2015), que referem que a prática de atividade física deve ser de pelo menos 1 2

Hospital Professor Doutor Fernando da Fonseca, Lisboa, Portugal Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, Lisboa, Portugal.

92

150 minutos por semana de atividade aeróbia e intensidade moderada. Os seus benefícios para o trabalho de parto foram agrupados em 5 categorias conceptuais que resumem as conclusões major, sendo estas Tipo de Parto, Duração dos Estádios do Trabalho de Parto, Taxa de Lacerações perineais, Estado Emocional e, Outros resultados positivos.

Conclusões: A prática regular e supervisionada de atividade física durante a gravidez tem benefícios para o trabalho de parto, tais como a redução dos partos distócicos, não se observarem níveis tão elevados de ansiedade aquando do trabalho de parto e redução da taxa de laceração de segundo grau.

Palavras-chave: Atividade Física, Ganhos em Saúde, Gravidez, Trabalho de Parto Bibliografia: The American Congress of Obstetricians and Gynecologists Committee Opinion No. 650: Physical Activity and Exercise During Pregnancy and the Postpartum Period. (2015). Obstetrics & Gynecology. Vol.126(6). e135-e142 8p. doi:10.1097/AOG.0000000000001214 Organização Mundial da Saúde. (2010). Global recommendations on physical activity for health.

Switzerland: World Health Organization.

Disponível em http://www.who.int/dietphysicalactivity/factsheet_recommendations/en/ Portugal. Ministério da Saúde. Direção-Geral da Saúde (2015). Programa Nacional para a Vigilância da Gravidez de Baixo Risco. Lisboa. Direção-Geral da Saúde. Disponível em: http://www.dgs.pt/emdestaque/programa-nacional-para-a-vigilancia-da-gravidez-de-baixo-risco.aspx Wadsworth, P. (2007). The benefits of exercise in pregnancy. Journal for nurse Practitioners. Vol.3(5).

333-338 6p.

93

CUIDAR NA INTERRUPÇÃO MÉDICA DA GRAVIDEZ: ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO SPIKES CAETANO, Ana Teresa Oliveira411; BRÁS, Cláudia Patrícia da Costa421; DUARTE, Helena Sofia 1 25 de maio de 2018 às 12:40 h

Introdução: A decisão de terminar uma gravidez é um processo complexo e emocionalmente desafiador para uma grávida/casal quando confrontados com a descoberta de que o seu feto virá a sofrer, de forma incurável, de grave doença ou malformação congénita. Toda a vivência hospitalar associada ao procedimento de interrupção médica da gravidez vem acompanhada de medo, exigindo da parte do enfermeiro uma profunda sensibilidade, empatia, profissionalismo e treino. É imprescindível o desenvolvimento de aptidões comunicacionais

que

permitam

desencadear

relações

interpessoais

personalizadas (Ribeiro, 2013). De facto, a comunicação em situação de interrupção médica da gravidez continua a ser uma “área cinzenta” em Saúde Materna e Obstétrica, constituindo-se numa das problemáticas mais difíceis e complexas no contexto das relações interpessoais. É fundamental que o Enfermeiro Especialista aprofunde o conhecimento, com base na evidência científica, sobre práticas específicas de comunicação. Uma das estratégias que pode ser adaptada à grávida/casal submetidos a uma interrupção médica da gravidez, é o protocolo SPIKES (Buckman, 1992).

Objetivo: Compreender de que forma podemos adaptar o protocolo SPIKES no contexto do cuidar de grávida/casal submetidos a uma interrupção médica da gravidez.

Metodologia: A realização da pesquisa bibliográfica que sustenta este trabalho ocorreu em bases de dados científicas, referentes aos últimos 10 anos.

Seleccionámos como descritores “Perda fetal” “Comunicação”, “Cuidados de Enfermagem”, “Protocolo Spikes”. Esta revisão narrativa da literatura é sustentada por 7 artigos científicos em português e inglês e duas dissertações.

Conclusão: Os principais componentes do protocolo de comunicação SPIKES, incluem

empatia,

reconhecimento

e

validação

dos

sentimentos

da

grávida/casal, explorando a compreensão dos mesmos e fornecimento de 1

EE-ESMO, CHUC - MBB, Coimbra, Portugal

94

informações sobre possíveis intervenções. O conhecimento de estratégias em comunicação permite modificar atitudes, agir de forma mais responsável e segura, transmitindo aos Enfermeiros maior capacidade e menor dificuldade nestas áreas sensíveis do cuidar. Frequentemente, o enfermeiro tende ainda a adotar comportamentos de fuga, não só devido ao medo de enfrentar as reações emocionais da pessoa em questão, mas também devido à dificuldade em gerir os seus receios face à própria situação de perda, causando a sensação de “espelho”, ou seja, imaginar-se a ele próprio naquela situação, afastando-se para não ter de a vivenciar (Pereira, 2008). Desta forma, é necessário mais investimento na formação em competências comunicacionais nas áreas do luto por perda fetal.

Palavras-chave:

perda

fetal; comunicação;

cuidados de enfermagem;

protocolo Spikes.

Bibliografia: Buckman, R. (1992). How to break bad news: a guide for health care professionals. Baltimore: The Johns Hopkins University Press.

Pereira, M.A. (2008). Comunicação de más notícias e a gestão do luto. Coimbra: Formasau.

Ribeiro, Raquel (2013). A transmissão de más notícias na perspetiva do Enfermeiro. Dissertação de Mestrado. Universidade Católica Portuguesa, área de especialização Cuidados Paliativos.

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IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES DE SAÚDE NO PRÉ-NATAL: O USO DA CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DA ATENÇÃO PRIMÁRIA FREITAS, Luana de Fátima Garcia431; CRUZ, Aline Adryane Morishigue Bassiga 1 PASQUAL, Kelly Karine

2

25 de maio de 2018 às 12:45 h

Introdução: A assistência Pré-Natal tem como objetivo acolher a gestante logo que a gestação ou desejo da mesma é identificada. Um pré-natal qualificado possibilita a identificação de risco gestacional permitindo conduta mais adequada (Tomasi et al., 2017). Para colaborar com a organização e eficácia do processo de trabalho foi implementado em 2013, pela Portaria GM/MS nº1412 em território nacional o e-SUS na Atenção Básica de Saúde, tornando possível através do Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) melhor acompanhamento dos usuários da população adstrita da Unidade Básica de Saúde (Ministério da Saúde, 2013). Para sistematizar o cuidado, adotou-se a Classificação Internacional de Assistência Primária (CIAP), elaborada para englobar as restrições da Classificação Estatística Internacional de Doenças (CID) sem substituí-la, mas permitindo potencialidades como a integração de demandas expressas pelos sujeitos e problemas sociais. O CIAP está inserido no PEC em três momentos, no motivo da consulta, na identificação de problemas de saúde e intervenções e planos realizados, correspondente as etapas do SOAP. Possui estrutura simplificada, dividida em dois eixos e 17 capítulos sistematizados em um instrumento contendo os principais problemas, sinais e sintomas e procedimentos comuns na Atenção Básica (COREN, 2015).

Objetivo: Compreender se através do uso do CIAP é possível ampliar o olhar acerca das necessidades de saúde das gestantes.

Método: Revisão bibliográfica acerca da forma com que o CIAP é sistematizado e sua aplicabilidade no Pré-Natal.

Conclusão: Duas categorias do CIAP são específicas para a gestação e saúde da mulher: Gravidez, parto e planejamento familiar e Genital feminino, W e X respectivamente; apresentam problemas e vulnerabilidades como gravidez não planejada, medo de estar grávida, contracepção, aborto, dor genital, secreção vaginal, medo de doença de transmissão sexual, medo de câncer de mama, 1 2

Dicente do 4º ano do Curso de Enfermagem da Faculdade de Medicina de Marília. Marília, São Paulo, Brasil Enfermeira, Mestre em Saúde e Envelhecimento, Marília, São Paulo, Brasil

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entre outros. Dentre as diretrizes e objetivos da Atenção Básica estão a integralidade,

longitudinalidade

do

cuidado,

prevenção

de

agravos

e

manutenção da saúde, sendo comum que apenas diagnósticos biológicos não caracterizem todas necessidades de saúde e problemas da comunidade, já que um cuidado integral exige que todas as esferas da vida do sujeito sejam analisadas, tornando crucial a atenção a outras categorias inclusas no CIAP. Frente a isso o CIAP se conforma como um avanço no cuidado das famílias que desejam gestar e daquelas que estão no ciclo gravídico puerperal, sendo de suma importância que o profissional seja instrumentalizado para usá-lo enquanto ferramenta no cuidado.

Palavras-chaves: Necessidades e Demandas de Serviços de Saúde; Atenção Primária em Saúde; Classificação Internacional de Atenção Primária.

Referências: Brasil. (2013). Ministério da Saúde. Portaria nº 1.412. Institui o Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB). Brasília: Ministério da Saúde.

São Paulo. (2015). Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo. PARECER 010/2015, Processo nº 3851/2015. Ementa: Uso da Classificação Internacional da Atenção Primária (CIAP) por Enfermeiros que atuam em Atenção Primária e Estratégia Saúde da Família. COREN. Tomasi, E. et al. (2017). Qualidade da atenção pré-natal na rede básica de saúde do Brasil: indicadores e desigualdades sociais. Cadernos de Saúde Pública. 3(3), 1-11.

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IMPORTÃNICA DA DETEÇÃO PRECOCE DAS DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS FREITAS, Luana de Fátima Garcia441; CRUZ, Aline Adryane Morishigue Bassiga 1 PASQUAL, Kelly Karine

2

25 de maio de 2018 às 12:50 h

Introdução: O Pré-Natal tem por objetivo acompanhar o desenvolvimento da gestante e feto, proporcionando segurança, preparo e prevenção de agravos para ambos. Segundo Ministério da Saúde (2012) os exames complementares necessários no primeiro trimestre de gestação incluem hemograma, tipagem sanguínea, fator RH, glicemia em jejum, Toxoplasmose IgM e IgG, urocultura, análise de caracteres e sedimentos presentes na urina, ultrassonografia obstétrica, coleta de secreção vaginal, e exames sorológicos, sendo: Anti-HIV, triagem para sífilis (VDRL) e Hepatite B (HBSAg). Para qualificar a assistência ao Pré-Natal a Rede Cegonha propõe estratégias como a implantação dos Testes Rápidos para diagnósticos precoces de doenças como HIV, Sífilis, Hepatite B, uma vez que a realização destes não necessitam de tecnologias complexas e garantem um resultado em curto prazo, aumentando a identificação, tratamento em tempo hábil e prevenção da transmissão vertical; ainda assim, a realização dos testes, necessita de profissionais qualificados, onde o enfermeiro desempenha papel crucial visto que a primeira consulta de Pré-Natal deve ser realizada por esse profissional (Ministério da Saúde, 2012; Lopes, 2016). Segundo o Ministério da Saúde (2015), a hepatite B provoca maior incidência de partos prematuros, fetos com baixo peso e mortalidade fetal ou perinatal; já a Sífilis pode resultar em prematuridade e baixo peso ao nascer, além de características clínicas como lesões de pele, hepatomegalia, sofrimento respiratório, anemia, icterícia, edema, fissura peribucal e convulsão.

Quanto ao HIV, há danos diretos a alguns órgãos e processos inflamatórios, porém,

suas

maiores

consequências

estão

ligadas

à

Síndrome

da

Imunodeficiência Adquirida (AIDS), com a aparição de infecções oportunistas. A infecção por HIV pode ser transmitida verticalmente, o que influencia na escolha da via de parto (Ministério da Saúde, 2015).

Objetivo: Compreender como os Testes Rápidos beneficiam gestante e feto 1 2

Dicente do 4º ano do Curso de Enfermagem da Faculdade de Medicina de Marília. Marília, São Paulo, Brasil Enfermeira, Mestre em Saúde e Envelhecimento, Marília, São Paulo, Brasil

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quando são realizados na identificação da situação gestacional.

Método: Revisão bibliográfica acerca da importância e implantação do Teste Rápido no Pré-Natal na atenção básica.

Conclusão: As doenças diagnosticáveis através dos Testes Rápidos além de serem prejudicais à saúde materna, podem ser transmitidas ao feto e gerar consequências, portanto, conclui-se que a implantação do Teste Rápido como ferramenta na detecção dessas doenças é de suma importância, devendo ser implementado logo que a gestação é identificada na abertura do pré natal, para que assim, se necessário, a gestante possa ser acompanhada nos diversos níveis de atenção aos quais competem o cuidado e receber o tratamento adequado, diminuindo as chances de possíveis complicações da gestação e transmissão vertical.

Palavras-chaves: Necessidades e Demandas de Serviços de Saúde; Atenção Primária em Saúde; Cuidado Pré-Natal.

Referências: Brasil. (2012). Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica.

Atenção ao pré-natal de baixo risco. Brasília: Ministério da Saúde.

Brasil. (2015). Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo clínico e diretrizes terapeuticas para a prevenção da transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatites virais. Brasília: Ministério da saúde.

Lopes, A. C. M. U. et al. (2016). Implantação dos testes rápidos para sífilis e HIV na rotina do pré-natal em Fortaleza – Ceará. Revista Brasileira de Enfermagem, 69(1), 62-66.

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CONSTRUÇÃO DE UM PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PARENTAL “MAIS PAIS MAIS BEBÉS” CARVALHO, Júlia Maria Das Neves451; CAETANO, Ana-Bela de Jesus Roldão MENDES, Isabel Margarida Monteiro Dias 1

1

25 de maio de 2018 às 12:55 h

Introdução: As mudanças ocorridas na estrutura familiar têm vindo a constituirse como fatores dificultadores do desempenho das funções parentais, nomeadamente pela complexidade de competências e saberes exigidos para cuidar, proteger e promover o desenvolvimento da criança, podendo deste modo comprometer o exercício da parentalidade. Embora o papel parental se possa alterar face às diversas fases de crescimento e desenvolvimento da criança, no primeiro ano de vida este é fundamental para a promoção de um crescimento e desenvolvimento saudável e harmonioso.

A constatação de que os Pais (mãe e pai) enfrentam hoje sérias dificuldades em dar uma resposta adequada às tarefas parentais e a verificação de que as práticas parentais desenvolvidas estão longe de oferecer as melhores oportunidades de desenvolvimento da criança, fundamentam a elaboração de programas de intervenção no domínio das competências parentais que favoreçam o desenvolvimento saudável dos filhos (Borges, 2010).

Face a estas considerações surge o programa “Mais Pais Mais Bebés” com um formato de intervenção estruturada, concebido a pensar nos Pais, em particular naqueles que o são pela primeira vez, nas suas necessidades e dificuldades em lidar com as tarefas parentais, nos primeiros meses de vida do seu bebé.

Conceção do programa: A conceção do programa teve por base o modelo colaborativo de intervenção de modo a privilegiar os participantes como fontes de participação ativa e de informação sobre dificuldades e necessidades parentais. Também a gestão do tempo de cada sessão foi flexibilizada de forma a dar resposta aos conteúdos calendarizados e às necessidades imediatas dos Pais.

Sessões do programa: organização e temáticas - Compreende doze sessões de periocidade semanal, estruturadas para uma duração de ±120 minutos divididos em 3 momentos. O primeiro momento da sessão é o “Briefing 1

EE-ESMO, Professora, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Coimbra, Portugal.

100

da semana”, onde é dado espaço aos Pais de falarem um pouco sobre como decorreu a sua semana, um momento de escuta e discussão entre os participantes, onde partilham angústias e preocupações. No segundo momento desenvolve-se a temática da sessão usando o método expositivo para reforçar o assunto central, complementando sempre com espaços de interação, demonstrações, simulações e outras metodologias ativas. O terceiro momento da sessão, últimos 20/30 minutos, as mães realizam exercícios de recuperação física, acompanhadas pelos seus bebés sob orientação dum dinamizador, com exercícios adequados aos diferentes tempos do pós-parto. Este momento pretende criar um espaço de descontração e de interação entre as participantes e simultaneamente promover a recuperação e fortalecimento da musculatura do pavimento pélvico e abdominal.

As temáticas abordam assuntos relacionados com o bebé como, sono/repouso, alimentação, segurança e prevenção de acidentes e ainda relacionados com os Pais, como parentalidade positiva e partilha de tarefas, sexualidade e afetos amamentação e prevenção de complicações.

Conclusão: O programa de intervenção “Mais Pais Mais Bebés” pretende proporcionar aos Pais um espaço onde se sintam mais seguros, aceites e valorizados

quanto

às

suas

escolhas e

responsabilidades

parentais,

experienciando um sentimento de parentalidade conjunta. Este programa pretende ser uma ferramenta de suporte à função parental, ajudando os pais a desenvolver parentalidade,

estratégias

adequadas

fortalecendo

ao

igualmente

desenvolvimento a

conjugalidade.

saudável Deste

da

modo

contribuirá para que os desafios da parentalidade sejam encarados de forma positiva facilitando o empowerment dos Pais.

Palavras-chave: programa de intervenção; pais; bebés; parentalidade positiva Bibliografia Borges, I.C. (2010). Qualidade da parentalidade e bem-estar da criança. Tese de Doutoramento da Faculdade de Psicologia da Universidade de Coimbra.

Carvalho J.M., Gaspar M.F. & Cardoso A.M (2017). Challenges of motherhood in the voice of primiparous mothers: initial difficulties. Invest. Educ. Enferm.; 35(3): 285-294

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EFICACIA DEL MÉTODO SINTOTÉRMICO EN LA PERSPECTIVA DE LAS PAREJAS CANO, Sónia López461; PINHEIRO, Arminda Anes 2; CANO, Laura López471 25 de maio de 2018 às 13:00 h

Introducción: Una función de la Enfermera Especialista en Salud Materna, Obstétrica es informar e instruir sobre los métodos anticonceptivos. El asesoramiento anticonceptivo de elección libre, es lo que determinará su posterior grado de implicación, de ahí su importancia en la eficacia.

Dentro de la planificación familiar la OMS nos habla de los derechos humanos respecto a la información, <<Las necesidades no atendidas en materia de anticoncepción siguen siendo grandes en numerosos lugares, y son más acuciantes entre los sectores más vulnerables de la población: adolescentes, personas pobres, habitantes de zonas rurales y barrios marginales urbanos, personas con VIH y desplazados internos. Según las últimas estimaciones, 222 millones de mujeres no tienen cobertura adecuada de métodos anticonceptivos modernos, y esas necesidades son mayores en los lugares donde el riesgo de mortalidad materna es más alto>>. Es por ello que esta revisión bibliográfica pretende evaluar la efectividad de este método natural y dar la mayor cobertura posible en lo que a planificación familiar se refiere.

Objetivo: Conocer la eficacia del método sintotérmico en la perspectiva de las parejas Metodología: Se realizó una búsqueda bibliográfica sistemática de la literatura científica a través de la consulta de los siguientes descriptores método sintotérmico, << symptothermal method>>, planificación familiar << family planning>>, métodos naturales de contracepción<< natural methods of contraception>>, temperatura basal << basal temperature>>, moco cervical << cervical mucus>>, basada en el métdo PICO. La búsqueda se efectuó entre el 1 de marzo de 2017 y el 9 de abril del mismo año, utilizando las palabras claves anteriores y conectadas entre sí, con el operador booleano- and-.aplicando como filtro el año de publicación (artículos a partir del año 2013).

1 2

Estudante do CPLE-ESMO, Escola Superior de Enfermagem - Universidade do Minho, Braga, Portugal EE-ESMO, Professora, Escola Superior de Enfermagem - Universidade do Minho, Braga, Portugal.

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Criterios de exclusión: Artículos basados en opiniones personales.

Recurrí a diversas fuentes documentales, tales como, Dialnet, Scielo, CUIDEN y Cuiden Plus, BDENF, NSH Evidence .

La estrategia de búsqueda obtuvo 11 artículos, de los cuales 8 fueron descartados mediante la aplicación de los criterios de inclusión.

Conclusiones: Método con un 98% de eficacia según el estudio realizado en el 2015. En cambio, según otro estudio de la OMS del 2016, solo un 0,4% de parejas utilizaron este método y lo que es más llamativo aún, al cabo de un año todas las parejas habían abandonado dicho método en alguna ocasión, siendo no valido el seguimiento del mismo.

Aunque las parejas consideran que este método puede ser eficaz, los estudios consultados revelaron que la complejidad de su utilización dificulta su adopción a la hora de tomar los datos y dificulta su seguimiento.

Se identificó a la falta de una amplia documentación científica al respecto.

Bibliografía: World Health Organization Department of Reproductive Health and Research. (13 December 2016).

Selected practice recommendations for contraceptive use: 3rd edition 2016. World Health Organization (WHO), third editicion, 72 World Health Organization . (05 February 2018). Planificación familiar. 13/03/2018, de OMS Sitio web: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs351/es/ Faculty of Sexual & Reproductive Healthcare (FSRH). (June 2015). Fertility Awareness Methods. e Faculty of Sexual & Reproductive Healthcare: England.

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PROMOÇÃO DA CLAMPAGEM TARDIA DO CORDÃO UMBILICAL: CONTRIBUTOS DO ENFERMEIRO OBSTETRA NASCIMENTO, Cristina Maria Barbosa481; AFONSO, Esmeralda Henriques 2 25 de maio de 2018 às 14:30 h

Introdução: A clampagem tardia do cordão umbilical, consiste em deixar pulsar o cordão umbilical por determinado período de tempo antes da clampagem e corte do mesmo. Se for imediatamente clampado, cerca de um terço do sangue que pertence ao bebé, fica retido na placenta (OMS, 2014a; ACOG, 2017). Vários estudos referem que a clampagem tardia do cordão umbilical é benéfica para os recém-nascidos, sendo recomendada por várias instituições e organizações a nível internacional, como é o caso da Organização Mundial de Saúde, que recomenda a clampagem do cordão umbilical, pelo menos 1 minuto após o nascimento e idealmente até este deixar de pulsar (OMS, 2014a, b; 2018).

Objetivo: Analisar de que forma pode ser promovida a realização da clampagem tardia do cordão umbilical na prática de cuidados de enfermagem especializados em saúde materna e obstetrícia.

Metodologia: Scoping Review, que teve como questão de pesquisa: como pode ser promovida a realização da clampagem tardia do cordão umbilical na prática de cuidados de enfermagem especializados em saúde materna e obstetrícia? A pesquisa foi realizada através da plataforma EBSCO, entre abril de 2016 e março de 2018. Foram considerados elegíveis artigos publicados desde 2010 em português, espanhol ou inglês. Os termos de pesquisa utilizados foram: umbilical cord, Cord clamping, umbilical cord clamping, Delayed cord clamping, infant, premature, preterm Infant, infant, Newborn e Newborn.

Os resultados da evidência científica e a partilha de conhecimentos e experiências com a equipa de enfermagem, levou à construção de um guião de observação e registo que permitiu obter dados, planear e avaliar intervenções, durante a prestação de cuidados a 46 parturientes no bloco de partos, entre março e julho de 2017.

1 2

EE-ESMO, Hospital Garcia de Orta, Almada, Portugal.

EE-ESMO, Professora, Escola Superior de Enfermagem de Lisboa, Lisboa, Portugal.

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Resultados/Conclusão: A realização de clampagem tardia do cordão umbilical é uma prática com benefícios comprovados, bem como um procedimento valorizado pelos pais. Na prática, foram identificados fatores que a podem condicionar ou até mesmo levar à clampagem imediata do cordão umbilical, nomeadamente a necessidade de assistência ao recém-nascido/reanimação neonatal, presença de circulares cervicais apertadas e a realização de colheita de sangue para criopreservação de células estaminais.

No âmbito das competências do enfermeiro obstetra torna-se importante promover a clampagem tardia do cordão umbilical junto dos profissionais de saúde e na comunidade. O sucesso da realização desta intervenção está, desta forma, relacionado com o papel do enfermeiro no seio da equipa multidisciplinar, avaliando, cultivando a liderança e antecipando necessidades, promovendo a formação em serviço e elaboração de protocolos com base na evidência científica, influenciando desta forma, a tomada de decisão em situações complexas que garantam um ambiente seguro para os utentes.

Importa também informar e apoiar os pais, capacitando-os para a tomada de decisão e incentivando a incluir a clampagem do cordão no plano de parto.

Deste modo, esta temática deve ser abordada nos cursos de preparação para o nascimento e durante a vigilância pré-natal, idealmente antes do terceiro trimestre, para que os casais possam tomar decisões conscientes, atempadas e devidamente informadas. Durante o trabalho de parto, o enfermeiro obstetra, deve apoiar a mulher/casal nas suas escolhas, assegurando a sua privacidade, autodeterminação e individualidade.

Palavras-chave: clampagem tardia do cordão umbilical, cordão umbilical, enfermeiro obstetra.

Bibliografia: ACOG (2017). Delayed umbilical cord clamping after birth. Committee Opinion. Obstet Gynecol. Nº 684, 1–6. Acedido a 22/02/2017. Disponível em: https://www.acog.org/-/media/Committee-Opinions/Committeeon-Obstetric-Practice/co684.pdf?dmc=1&ts=20170126T1339592817 OMS (2014a). Guideline: Delayed umbilical cord clamping for improved maternal and infant health and nutrition outcomes. Geneva: Organização Mundial de Saúde. Acedido a 4/4/2016. Disponível em:http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/148793/1/9789241508209_eng.pdf OMS (2014b). Delayed clamping of the umbilical cord to reduce infant anaemia. Geneva: Organização Mundial de Saúde.

Acedido a 2/4/2016.

Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/120074/1/WHO_RHR_14.19_eng.pdf?ua=1 OMS (2018). Who recommendations intrapartum care for a positive childbirth experience. Geneva: Organização Mundial de Saúde.

Acedido a 20/2/2017.

Disponível em: http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/260178/1/9789241550215-eng.pdf

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A IMPORTÂNCIA DA VISITA AO BLOCO DE PARTOS CARDOSO, Vera491; PASTOR, Manuela 1;CARRACHA, Sara 1; SILVA, Sónia 1 25 de maio de 2018 às 14:35 h

Na educação para a saúde pré natal, abordam-se várias temáticas, respondendo às dúvidas, preocupações e interesse das grávidas/casais.

Conhecer o local onde irão ter o seu filho conduz a uma maior confiança e tranquilidade. A educação para a saúde na área obstétrica não pode ficar à margem deste contacto prévio com as instituições por parte dos casais, sendo os cursos de preparação para a parentalidade uma oportunidade para o incentivo à visita à maternidade. Esta articulação dos cuidados na comunidade com o contexto hospitalar assume aqui uma importância extraordinária, na medida em que, para muito casais, este é o primeiro contacto com uma instituição, em particular com a maternidade, mas acima de tudo, torna-se fulcral para que possam decidir de forma consciente e verdadeiramente informada sobre qual será a maternidade que melhor se enquadra nas suas expectativas ou preferências, a sua “maternidade ideal”. Constatamos que pouco se fala sobre esta temática. A evidência científica encontrada é muito limitada, o que por si contribuiu para querermos explorar esse tema em parceria com os casais, aferindo a real necessidade e adequando os conteúdos abordados aos interesses dos mesmos, com vista a garantir respostas adaptáveis, flexíveis, equitativas melhorando a qualidade dos cuidados prestados.

Actualmente no Hospital Garcia de Orta, realizam-se duas visitas semanais ao Bloco de Partos/departamento. A crescente procura verificada no último ano despoletou o interesse da equipa de enfermagem em conhecer as motivações e expectativas dos casais em relação a esta visita. Assim sendo, sentimos necessidade de aplicar um questionário aos casais cujo os resultados nos permitissem reformular e reestruturar a visita já existente. Os resultados encontrados não permitem uma generalização, no entanto, são relevantes para o conhecimento das particularidades e características das vivências destes casais. Quando questionados sobre as expectativas relativamente à visita ao Bloco de Partos, os casais que procuraram conhecer a nossa instituição,

1

EE-ESMO, Hospital Garcia de Orta, Almada, Portugal

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referiram a importância de se familiarizarem com o espaço físico, com a sua filosofia de cuidados e conhecerem previamente alguns profissionais especializados. A maioria dos casais que nos visitam classifica a visita como muito importante, considerando como essencial o conhecimento prévio dos cuidados prestados bem como, a importância da individualização destes num período tão vulnerável como o trabalho de parto e parto. Reconhecem ainda como mais valia a condução da visita por um Enfermeiro Especialista em Saúde Materna e Obstétrica, sendo este um profissional com conhecimentos técnicos e científicos apto para o esclarecimento de dúvidas nesta área tão específica.

A equipa de saúde durante a visita, tem a possibilidade de contribuir positivamente na formação destes casais, com informação fundamentada e baseada em evidência científica. Quanto mais oportunidades estes tiverem de falar sobre os seus receios, dúvidas e expectativas, menores serão os níveis de ansiedade, potenciando sentimentos de segurança e respeito pelas suas opções.

Palavras-chave: Casais; humanização; maternidade; visita Bibliografia: APEO (2009). Iniciativa Parto Normal. Documento de Consenso. Loures: Lusociência Couto, G. (2003). Preparação para o parto: Representações mentais de um grupo de grávidas de uma área urbana e de uma área rural. Loures: Lusociência.

Néné, M., Marques, R., Batista, M., (2016). Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica. Lisboa: Lidel

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COMPETÊNCIAS E DIFICULDADES DOS PAIS NO CUIDAR O RECÉMNASCIDO E O APOIO RECEBIDO PELOS ENFERMEIROS LOPES, Filipa Daniela de Oliveira C. e Figueiredo

501

; CAETANO, Ana-Bela Jesus

Roldão512; MENDES, Isabel Margarida Marques Monteiro Dias522; 25 de maio de 2018 às 14:40 h

Introdução: O nascimento de um filho é um acontecimento, geralmente, desejado e marcante na vida dos pais e da família. Há integração de um novo elemento e novos papéis que exigem dos pais competências que têm que ser desenvolvidas e apoiadas. O enfermeiro especialista de saúde materna tem competências específicas no cuidar a mulher, inserida na família e comunidade, funcionando como recurso de apoio no processo de transição para parentalidade.

Objetivos: Avaliar as competências e principais dificuldades dos pais no cuidar o recém-nascido; conhecer o apoio e o contributo do enfermeiro na aquisição de competências no cuidar o recém-nascido.

Metodologia: Estudo descritivo-correlacional, com dados recolhidos, através de um questionário, a uma amostra não probabilística, tipo bola de neve, de 102 pais e relativamente ao período neonatal.

Para avaliar as competências e principais dificuldades foram utilizadas a Escala de

Autoperceção

Materna

das

Competências

Cuidativas

Neonatais

(EAPMCCN) de Mendes e Santos (2009) e uma questão de resposta aberta, da qual se analisou o conteúdo. Para conhecer o apoio do enfermeiro foram utilizadas questões de resposta fechada e uma questão de resposta aberta.

Resultados: Os pais autopercecionaram as suas competências cuidativas como elevadas, em que os níveis mais elevados corresponderam às competências cognitivo-motoras. As principais dificuldades dos pais no cuidar o recém-nascido foram no âmbito da amamentação e no sono do bebé. Não existiram diferenças estatisticamente significativas entre a autoperceção de competências cuidativas no cuidar o recém-nascido e o contributo do enfermeiro e a um aumento do número de apoios do enfermeiro esteve associada uma diminuição na autoperceção de competências cuidativas no

1 2

EE-ESMO, CHUC, Coimbra, Portugal.

EE-ESMO, Professora, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Coimbra, Portugal.

108

cuidar o recém-nascido. Os pais expressaram a necessidade de maior apoio e disponibilidade do enfermeiro, especialmente após o parto – no internamento e após a alta da maternidade.

Conclusão: Existem competências cuidativas parentais que requerem apoio do enfermeiro, que deve ter uma prática mais interventiva, individualizada e direcionada para as principais necessidades e dificuldades dos pais no cuidar o recém-nascido, contribuindo para a promoção de uma transição para a parentalidade saudável.

Palavras-chave:

Parentalidade,

Competências

cuidativas,

Dificuldades

cuidativas, Recém-nascido, Enfermeiro Bibliografia: Meleis, A. I. (2010). Transitions Theory: Middle-Range and Situation-Specific Theories in Nursing Research and Practice. New York: Spring Publishing Company Mendes, I.M., & Santos, E.M. (2009). Desenvolvimento e estudo da EAPMCCRN: escala de autoperceção materna das competências no cuidar do recém-nascido de termo. Revista de Enfermagem Referência II Série (10), 239. (Suplemento Atas - II Congresso de Investigação em Enfermagem Ibero-Americano e de Países de Língua Oficial Portuguesa em Coimbra) Ordem dos Enfermeiros (2010). Regulamento Competências Específicas do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Materna, Obstetrícia e Ginecológica. Lisboa

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POR QUÉ ES BUENO PRACTICAR EL MÉTODO PILATES EN EL EMBARAZO RAMÍREZ, Maria del Carmen Feria531 25 de maio de 2018 às 14:45 h

Introducción: Durante el embarazo se producen modificaciones músculoesqueléticas que originan lumbalgias, ciáticas y dolor (espalda, pélvico o abdominal) (Kashanian, 2010). El dolor de espalda se localiza frecuentemente a nivel lumbar

(Hernández, 2017; Llewellyn, 2017) y en ocasiones

conjuntamente con dolor pélvico (Vázquez, 2010), pudiendo ocasionar discapacidad

severa.

Otras

modificaciones

son

varices,

calambres,

hemorroides y estreñimiento (Amezcua-Prieto, 2013; Prather, 2012).

Todas ellas, influyen en la calidad de vida, pudiendo ser prevenidas y tratadas con ejercicio físico.

Actualmente, muchas gestantes optan por el Pilates, aunque en el embarazo no exista una amplia evidencia de sus efectos.

Objetivo: Evidenciar la influencia del Pilates sobre el dolor y otras alteraciones en el embarazo.

Metodología: Estudio cuasi-experimental, entre el 01/04/2016 y el 30/04/2017, participando 276 gestantes. Recogida de datos: cuestionario Internacional de Actividad Física (IPAQ) y cuestionario de elaboración propia.

Análisis: univariado para describir la muestra y variables y bivariado para establecer diferencias entre grupos. Procesado de datos con SPSS. Resultados: Nivel previo de actividad física fue bajo en ambos grupos, confirmamdo que las gestantes disminuyen la actividad física.

Principales motivos de abandono de la práctica de Pilates fueron falta de interés, incompatibilidad horaria y problemas familiares.

Localización más frecuente del dolor de espalda a nivel lumbar, reducción a medio plazo del dolor lumbar gracias al Pilates (p=0,033), dolor pélvico (p=0,002) y dolor abdominal (p<0,001).

1

EE-ESMO, Departamento de Enfermería, Universidad de Huelve, Huelva, Espanha

110

En relación a variables como edemas, varices, calambres y estreñimiento no se encontraron diferencias significativas.

Conclusiones: Se evidencia la disminución del dolor (lumbar, pélvico y abdominal), principal problema de absentismo laboral y baja médica en gestantes, como uno de los beneficios que mejora su calidad de vida.

Hay que considerar el Pilates como herramienta preventiva y de alivio del dolor durante el embarazo y valorar combinarlo con la educación maternal.

Conviene realizar estudios desde el inicio de la gestación para determinar los beneficios del Pilates hasta el período posparto (y cuáles se mantienen y/o mejoran con la práctica).

Se presumen positivas repercusiones económicas para el sistema sanitario, descendiendo las bajas laborales y tratamientos farmacológicos relacionados con estas alteraciones.

Bibliografía Amezcua-Prieto, C., Olmedo-Requena, R., Jímenez-Mejías, E., Hurtado-Sánchez, F., Mozas-Moreno, J., Lardelli-Claret, P. y Jiménez-Moleón, J.J. (2013). Changes in leisure time physical activity during pregnancy compared to the prior year. Matern. Child. Health J, 17(4), 632-638.

Hernández, G.A., y Salas, J.D.Z. (2017). Ejercicio físico como tratamiento en el manejo de lumbalgia. Rev. Salud Pública 19(1), 123-128.

Kashanian, M., Akbari, Z., y Alizadeh, M.H. (2010). The effect of exercise on back pain and lordosis in pregnant women. RJM S, 16(69), 40-45.

Llewellyn, H., Konstantaki, M., Johnson, M.I., y Francis, P. (2017). The Effect of a Pilates Exercise Programme on Perceived Functional Disability and Pain Associated with Non-Specific Chronic Low Back Pain. MOJ Yoga & Physical Ther, 2(1): 00013. DOI: 10.15406/mojypt.2017.02.00013 Prather, H., Spitznagle, T., y Hunt, D. (2012). Benefits of exercise during pregnancy. PM&R, 4(11), 845850.

Vazquez, J.C. (2010). Constipation, hemorrhoids and heartburn in pregnancy. BMJ Clin Evid, 1411.

111

CONSUMO DE TABACO DURANTE A GRAVIDEZ COUTINHO, Emília Carvalho541; PEREIRA, Carlos Manuel Figueiredo 1; DUARTE, João Carvalho 1 25 de maio de 2017 às 14:50 h

Introdução: A Organização Mundial de Saúde (World Health Organization, 2013) e a Direção-Geral da Saúde (2015) apontam o consumo de tabaco como sendo a segunda principal causa evitável de complicações durante a gravidez.

Estimam que estejam relacionadas com o consumo de tabaco durante a gravidez 5,0% a 8,0% dos partos de pré-termo, 13,0% a 19,0% dos partos de crianças com baixo peso ao nascer, 5,0% a 7,0% das mortes associadas a partos de pré-termo e 23% a 34% das mortes súbitas do lactente.

Objetivos: Determinar os fatores associados ao consumo de tabaco durante a gravidez.

Metodologia: Estudo quantitativo, transversal, descritivo e correlacional.

Amostra de 3232 mulheres que foram mães, com idade média de 28,75 anos (dp=±5,463

anos).

maternidades/hospitais

A

recolha

com

de

dados

maternidade,

realizou-se

portugueses,

no

em serviço

34 de

obstetrícia/internamento de puérperas, entre os anos de 2010 e 2012. Os critérios de inclusão considerados na realização do estudo foram:“(i) residir em Portugal há pelo menos 7 meses; (ii) ter realizado a vigilância do trabalho de parto, parto e puerpério numa maternidade portuguesa; (iii) ter pelo menos 24 horas de internamento após o parto; (iv) aceitar participar no estudo”. Da caracterização sociodemográfica verificou-se que 78,2% das mulheres de nacionalidade portuguesa e 21,8% estrangeiras. Obtida autorização da Comissão de Ética e CNPD. Resultados: Verificou-se que 72,3% de mulheres efetuaram vigilância adequada da gravidez e não fumaram durante a mesma, enquanto 27,7% não tiveram uma vigilância pré-natal adequada e fumaram durante a gravidez.

Como fatores associados ao consumo de tabaco durante a gravidez estão o local de residência em meio rural (OR=0,645), as mulheres com formação profissional superior (OR=0.537) ou com formação técnica (OR=0,586), as desempregadas (OR=0.640), as que tiveram problemas de saúde durante a 1

Professor, Escola Superior de Saúde de Viseu - IPV, Viseu, Portugal

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gravidez (OR= 0.816) e as que não efetuaram preparação para o parto (OR=0,570).

Conclusão: Concluiu-se que tanto fatores sociodemográficos como fatores contextuais à gravidez se constituem como preditores do consumo de tabaco durante a gravidez sendo que no decorrer das consultas de vigilância de gravidez se assegura a identificação atempada de fatores de risco como o consumo de tabaco, havendo a possibilidade de uma sensibilização atempada da mulher/casal para uma gravidez sem tabaco e para a prevenção de complicações.

Palavras-chave: Fatores; Consumo; Tabaco; gravidez Bibliografia: World Health Organization (2013). Recommendations for the prevention and management of tobacco use and second-hand smoke exposure in pregnancy. World Health Organization. Acedido em http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/94555/1/9789241506076_eng.pdf Direcção-Geral de Saúde (2015). Cessação tabágica na gravidez. Guia para profissionais de saúde.

Programa Nacional para a Prevenção e Controlo do Tabagismo 2015. Direção-Geral da Saúde. Lisboa. https://www.dgs.pt/respire-bem1/documentos-e-publicacoes/cessacao-tabagica-na-gravidez-guia-paraprofissionais-de-saude.aspx

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(IN)CONTROLO DA REGULAÇÃO DA FERTILIDADE EM MULHERES QUE FIZERAM IVG SANTOS, Ana Maria Poço551; MENDES, Isabel Margarida Marques Monteiro Dias 1; 25 de maio de 2018 às 14:55 h

Introdução: A regulação da fertilidade é um processo complexo, que tem um papel determinante na vida das mulheres. A não adesão e uma gestão ineficaz de métodos contracetivos são fator preditores para o acontecimento de gravidezes não planeada, indesejadas e inoportunas. De acordo com um estudo do Guttmacher Institute (2008), um dos fatores que influencia o uso de contracetivos é o nível de satisfação das mulheres com a sua opção contracetiva.

Objetivo: Conhecer as praticas e crenças associados aos métodos de regulação da fertilidade em mulheres que interromperam voluntariamente uma gravidez Metodologia: Estudo qualitativo, com uma amostra de 21 utente que vivenciaram uma IVG. A recolha de dados foi efetuada com recurso a entrevistas semi-estruturadas. Foi realizada análise dos dados de acordo com os pressupostos da Grounded Theory, seguindo as orientações de Strauss e Corbin, 2008.

Resultados: Das 21 mulheres entrevistadas, apenas uma mulher referiu que usava, no período em que engravidou, a pílula de forma continua. As que usavam pilula (n=6), esta era usada de forma descontinuada porque se esqueciam de a tomar. A maioria usava preservativo (n=7), ou não usava qualquer tipo de método contracetivo (n=7). O 4º Inquérito Nacional de Saúde (2007) e o estudo realizado pela Sociedade Portuguesa de Ginecologia e Sociedade Portuguesa da Contraceção (2016), passado aproximadamente uma década, que avalia as práticas contracetivas das mulheres em Portugal corroboram os nossos achados. De acordo com ambos os estudos as mulheres portuguesas continuam tendencialmente a usar a pílula, sendo o segundo método mais utilizado o preservativo. É notório que para as mulheres, regular a sua fertilidade através de métodos contracetivos hormonais, é um processo 1

EE-ESMO, Professora, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Coimbra, Portugal.

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complexo pois preservam a sua saúde e bem-estar, tornando-se este indicador altamente relevante e preditivo da (dis) continuação do método a que aderem.

Um estudo realizado em 25 países, por Jain K. (2017) refere que uma adequada informação sobre contraceção pode diminuir a adesão descontinua a métodos contracetivos. A qualidade das relações intimidade, crenças, mitos e medos, também contribuem para este (in)controlo da RF. O tipo de relação de intimidade vivenciada pela mulher também influência a adesão a métodos contracetivos. Mulheres que não têm companheiro fixo ou que não tem relações sexuais com frequência, têm dificuldade em focar a regulação da sua fertilidade como prioridade. Estas não usam qualquer tipo de método contracetivo durante as relações sexuais ou optam, os companheiros pelo preservativo masculino, ou pelo coito interrompido. Arreguy (2013) refere que a escolha ou não de um método contracetivo entre parceiros heterossexuais resulta da ausência de diálogo. O processo de regulação da fertilidade está também imbuído num “caldo” de crenças, mitos e medos, quer manifestado antes quer depois do processo de IVG. A crenças de que o uso, de métodos contracetivos são prejudiciais à saúde é um facto documentado nos achados.

Estas referem que se sentem melhor bem-estar quando não tomam a pílula. A expulsão do sangue menstrual também é importante para a mulher, assim como a cor do sangue que prognostica um bom indicador de saúde. A crença de que o sangue menstrual deve sair para que a mulher se sinta bem é um dado transmitido pelas mulheres do nosso estudo leva-a a gerir o contracetivo oral, fazendo períodos de descansos. O desejo em aderir a um contracetivo de longa duração como o DIU é manifestamente influenciado pela crença e medo da incompatibilidade deste com as suas dimensões físicas de pequenhez ou com a noção de que tem útero compatível para ser inserido um DIU. De facto, um estudo de Buhling J. (2014) refere a inserção do DIU e o medo da dor como relevantes para a adesão ao contracetivo. A crença enraizada de prática de relações sexuais durante o período menstrual como protetora de uma gravidez também foi manifestada por uma utente.

Conclusão: Os enfermeiros especialistas em Enfermagem de saúde sexual e reprodutiva tem que assumir o empowerment das mulheres e a promoção do autocuidado na regulação da fertilidade como uma intervenção primordial na área da saúde sexual e reprodutiva, nomeadamente na prevenção de IVG. A Association of Reproductive Health Professionals reforça as estratégias para 115

romper barreiras à eficácia contracetiva, cintando: a educação dos pacientes sobre os métodos contracetivos mais eficazes; desconstruir mitos sobre contracetivos; Incentivo ao uso de métodos contracetivos altamente eficazes, tais como métodos de ação prolongada e reversíveis (por exemplo, implante, DIU); Ajudar a superar barreiras ao uso de métodos contracetivos altamente eficazes; Reduzir lacunas no uso dos contracetivos e também no seu uso inconsistente Palavras-chave: IVG; Regulação da fertilidade; crenças, mitos, Contraceção Bibliografia Arreguy-Sena C, Henriques MDG, Stuchi RAG. Crenças de mulheres com vida sexual ativa na escolha de métodos contraceptivos. Rev Gaúcha Enferm, Porto Alegre (RS) 2003 abr; 24(1):79-94.

Buhling J. et al. Understanding the barriers and myths limiting the use of intrauterine contraception in nulliparous women: results of a survey of European/Canadian healthcare providers. Eur J Obstet Gynecol Reprod Biol. 2014 Dec;183:146-54. doi: 10.1016.

Instituto nacional de de Estatistica. 4º Inquérito Nacional de Saúde 2005/2006.

Aguas, Fernanda; Bombas, Teresa e Silva, Daniel Pereira . Avaliação das práticas contracetivas das mulheres em Portugal. Acta Obstet Ginecol Port [online]. 2016, vol.10, n.3 [citado 2018-04-23],pp.184192.Disponível em: http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S164658302016000300002&lng=pt&nrm=iso>. ISSN 1646-5830, (2016).

Jain, K. Anrudh. Revisión de avances y equidad en la información recibida por mujeres que usan un método moderno en 25 países en desarrollo Perspectivas Internacionales en Salud Sexual y Reproductiva, . de 2017, pp. 11–20, https://doi.org/10.1363/SP01117

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5 - COMISSÕES

PRESIDENTE DO ENCONTRO Dolores Silva Sardo, EE-ESMO, ESEP - Porto

COMISSÃO CIENTÍFICA Otília Zangão, EE-ESMO, ESESJD-UE - Évora (Presidente) Arminda Pinheiro, EE-ESMO, ESE-UM – Braga Emília Coutinho, EE-ESMO, ESS-IPVC - Viseu Isabel S. Silva, EE-ESMO, ESSCVP - Lisboa João Franco, EE-ESMO, APEO - Coimbra

COMISSÃO ORGANIZADORA Rosália Marques, EE-ESMO, HGO - Almada (Presidente) Alexandra Paes do Amaral, EE-ESMO, CHSJ - Porto Benvinda Bento, EE-ESMO, CHS - HSB – Setúbal Catarina Sousa e Silva, EE-ESMO, CMIN - Porto Manuela Pastor, EE-ESMO, HGO – Almada Patrícia Souto, EE-ESMO, CHPV-VC - Póvoa do Varzim Sónia Tojinha, EE-ESMO, ULSLA - Santiago do Cacém

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