e-book XVII Encontro Nacional da APEO - 2014

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ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS ENFERMEIROS OBSTETRAS

Encontro Nacional da Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras XVII Encontro Nacional da APEO/ 1º Encontro Nacional da APEO

Livro de Resumos

Coimbra Maio de 2014


ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS ENFERMEIROS OBSTETRAS Encontro Nacional da Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras XVII Encontro Nacional da APEO/ 1º Encontro Nacional da APEO

Livro de Resumos Autor: Associação Portuguesa Dos Enfermeiros Obstetras Título: Encontro Nacional da Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras: XVII Encontro Nacional da APEO/ 1º Encontro Nacional da APEO - Livro de Resumos Editor: Associação Portuguesa Dos Enfermeiros Obstetras Serviço de Obstetrícia - 5º Piso, Hospital Garcia de Orta Av. Torrado da Silva - Pragal 2805-267 ALMADA Telefone: 918492122 Diretora: Dolores Silva Sardo Coordenadores: Manuela Ferreira João José de Sousa Franco Local: Almada, Portugal Suporte – CD-ROM e on-line Ano: 2014 url: http://www.apeobstetras.org e-mail: apeo.portugal@gmail.com ISBN: 978-989-97008-2-6

Coimbra Maio de 2014 1


INDICE 0 - INTRODUÇÃO .............................................................................................. 5 1 - PROGRAMA ................................................................................................. 6 2 - RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES ............................................................. 8 PROMOÇÃO DO PARTO NORMAL COMO ESTRATÉGIA DE REDUÇÃO DA TAXA DE CESARIANAS. ............................ 9 RESULTADOS DA PRÁTICA DO ENFERMEIRO ESPECIALISTA EM ENFERMAGEM DE SAÚDE MATERNA E OBSTETRICIA NO PARTO NORMAL ..... 10 UTILIZAÇÃO DA MISTURA DE PROTOXIDO DE AZOTO COMO MÉTODO DE ANALGESIA NO TRABALHO DE PARTO .................................................................. 12 REDUÇÃO DAS TAXAS DE EPISIOTOMIA: INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO ESPECIALISTA EM ENFERMAGEM DE SAÚDE MATERNA E OBSTETRICA .......... 13 HYPNOBIRTHING: A NEW REALITY IN MIDWIVES’PRACTICE ............................... 15 CLAMPAGEM DO CORDÃO UMBILICAL .................................................................. 20 ASPIRAÇÃO IMEDIATA DO RECÉM-NASCIDO~ ...................................................... 22 PROFILAXIA DE CREDÉ E VITAMINA K ................................................................... 24 BANHO DO RECÉM-NASCIDO ................................................................................. 26 PREPARAÇÃO PARA O PARTO EM MEIO AQUÁTICO ............................................ 28 ACOMPANHAMENTO HAPTONÓMICO NO PRÉ NATAL ......................................... 30 REFLEXOLOGIA NA MATERNIDADE ....................................................................... 32 AROMOTERAPIA: DESDE A GRAVIDEZ AO PÓS PARTO ....................................... 34 OBESIDADE NA GRAVIDEZ, PARTO E PUERPÉRIO: INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO ESPECIALISTA EM ENFERMEGEM DE SAÚDE MATERNA E OBSTETRÍCIA ............................................................................................................ 36 NUTRIÇÃO E GRAVIDEZ .......................................................................................... 38 DIABESIDADE E GRAVIDEZ ..................................................................................... 40

3 - RESUMO DAS COMUNICAÇÕES LIVRES ................................................ 41 ESTADO FUNCIONAL EM GRÁVIDAS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL INDUZIDA PELA GRAVIDEZ...................................................................................... 42 TRANSIÇÃO PARA A MENOPAUSA: DAS CONDIÇÕES AOS FATORES SENSÍVEIS AOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM..................................................... 44 PROJETO DE MELHORIA: “ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À GRÁVIDA NO PRÉ-HOSPITALAR” ................................................................................................... 46 PARIDADE: INFLUÊNCIA NA QUALIDADE DE VIDA DA GRÁVIDA ......................... 48 FATORES BIOQUÍMICOS E PSICO-SOCIAIS INTERVENIENTES NO AUMENTO PONDERAL NA GRAVIDEZ .................................................................... 50 DETERMINANTES OBSTÉTRICOS DO AFETO MATERNO ..................................... 52

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CONSTRUÇÃO DA ESCALA DE CONHECIMENTOS DO PAI SOBRE A AMAMENTAÇÃO E DA ESCALA DA NECESSIDADE DE CONHECIMENTOS DO PAI SOBRE A AMAMENTAÇÃO .......................................................................... 54 INFLUÊNCIA DA PREPARAÇÃO PARA O PARTO NA PERCEÇÃO DOS CUIDADOS CULTURAIS DAS PUÉRPERAS DA REGIÃO NORTE DE PORTUGAL ................................................................................................................ 56 CULTURA ORGANIZACIONAL DA FAMÍLIA E SEXUALIDADE ADOLESCENTE ..... 58 A DIFERENÇA ENTRE A ANTECIPAÇÃO PARA O PARTO NA GRÁVIDA NULÍPARA NO TERCEIRO TRIMESTRE DE GRAVIDEZ QUE FEZ PREPARAÇÃO PARA O PARTO SEM VISITA À MATERNIDADE E COM VISITA À MATERNIDADE .......................................................................................... 60 PARTICIPAÇÃO DO PAI NA AMAMENTAÇÃO.......................................................... 62 ADOLESCENTES… SEXUALIDADE E CONHECIMENTOS SOBRE SIDA ............... 64 O TRABALHO DE PARTO: DO ESPERADO AO EXPERIENCIADO .......................... 66 ABORDAGENS ALTERNATIVAS DOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM À FAMÍLIA NO CONTEXTO DA PARENTALIDADE ...................................................... 68 PLANEAMENTO FAMILIAR: O CONTRIBUTO .......................................................... 71

4 - RESUMO DOS POSTERS .......................................................................... 73 EXPERIÊNCIA VIVIDA PELO PAI NO NASCIMENTO DE UM FILHO PREMATURO ............................................................................................................. 74 CONTACTO PELE A PELE ........................................................................................ 76 CURSO DE PREPARAÇÃO PARA O NASCIMENTO ................................................ 78 PREPARAÇÃO PARA O PARTO E PARENTALIDADE - EXPECTATIVAS DAS GRÁVIDAS – A NOSSA REALIDADE /CENTRO HOSPITALAR TONDELA – VISEU EPE................................................................................................................. 80 ALEITAMENTO MATERNO 2011: RESULTADOS OBTIDOS NA UNIDADE DE INTERVENÇÃO PRECOCE E CONSULTA EXTERNA .............................................. 82 COMPETÊNCIAS COMUNICACIONAIS DOS ENFERMEIROS PARA CUIDAR DA MÃE QUE AMAMENTA ........................................................................................ 84 HIPNOSE E GRAVIDEZ ............................................................................................. 86 POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO NA ASSISTÊNCIA AO PARTO E NASCIMENTO NO BRASIL: ANÁLISE BIBLIOGRÁFICA DA PARTICIPAÇÃO DOS ENFERMEIROS. ................................................................................................ 88 AMBIENTE FÍSICO E ASSISTÊNCIA NO TRABALHO DE PARTO............................ 90 ALIVIO NÃO FARMACOLÓGICO DA DOR DURANTE O PARTO ............................. 92 O APOIO NO TRABALHO DE PARTO ....................................................................... 94 FASES E POSIÇÕES DO PERÍODO EXPULSIVO NO PARTO ................................. 96 DILATAÇÃO: PRÁTICAS HABITUAIS ........................................................................ 98 CUIDADOS AO PERÍNEO E DEQUITADURA .......................................................... 100 ASSISTÊNCIA IMEDIATA AO RECÉM-NASCIDO ................................................... 102

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PREMATURIDADE E PARENTALIDADE À LUZ DA TEORIA DA TRANSIÇÃO DE AFAF MELEIS .................................................................................................... 104 TERAPIA AMBIENTAL NA SALA DE PARTOS ........................................................ 106

5 - COMISSÕES ............................................................................................. 108 PRESIDENTE DO ENCONTRO ............................................................................... 108 COMISSÃO ORGANIZADORA ................................................................................. 108 COMISSÃOCIENTÍFICA ........................................................................................... 108

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0 - INTRODUÇÃO

Estamos, pela segunda vez, a publicar o Livro de Resumos do XVII Encontro Nacional & 1º Congresso Internacional da Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras, realizado em Coimbra, 6 e 7 de maio 2014. Pretendemos que esta publicação seja um registo das participações apresentadas, e eventualmente um instrumento de trabalho útil, além de permitir o registo histórico do Encontro. Ao conseguirmos reunir 34 comunicações (16 comunicações livres e 18 posters), vindas de diferentes zonas do país, denota-se o interesse dos enfermeiros, nomeadamente dos especialistas de saúde materna e obstétrica, em questionar a sua prática e em aprofundar o conhecimento que sustente e promova uma prática autónoma. Em simultâneo com o registo das comunicações livres, damos a conhecer o tipo de investigação feita nesta área da especialidade em Portugal que, muitas vezes, não passa as fronteiras dos grupos e círculos onde é efetuada e não permite o estabelecer um elo de ligação forte entre os círculos académicos e a prática profissional. Entendemos que todos ganhamos com esta aproximação se dermos o nosso contributo na disseminação dos trabalhos apresentados. Queremos que este livro seja mais que uma compilação de trabalhos, desejamos que o seu conteúdo possa ser uma referência e uma partida para novos trabalhos a apresentar futuramente. Elogiamos todos os que contribuíram para a produção e registo deste evento que, com a sua presença, o tornaram notável. A Presidente do XVII Encontro Nacional APEO

Dolores Silva Sardo11

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EEESMO, Professora Adjunta da Escola Superior de Enfermagem do Porto

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1 - PROGRAMA XVII ENCONTRO NACIONAL & 1º CONGRESSO INTERNACIONAL APEO Auditório da ESEnfC – Pólo A, Coimbra, 6 e 7 Maio 2014 PROGRAMA

6 Maio 2014

9:00 – Comunicações Livres e Posteres Moderadora: Arminda Pinheiro, EESMO, ESE-UM, Braga 9:45 – Espaço empresa 10:00 – Promover o parto normal Moderadora: Dolores Sardo, EESMO, ESEP, Porto  Promoção do parto normal como estratégia de redução da taxa de cesarianas. Diogo A. Campos, Obstetra, CHSJ-EPE, Porto.  Resultados da prática do EESMO no parto normal. Irene Cerejeira, EESMO, CHPV/VC, Póvoa de Varzim  Utilização da mistura de protoxido de azoto como método de analgesia no trabalho de parto. Ana Margarida Serafim, EESMO, HGO, Almada.  Redução das taxas de episiotomia: Intervenção do EESMO. Sandra Sobreiro, CHUC-Pólo MBB, Coimbra 11:15 - Café 11:45 – Conferência 1 Apresentadora: Rosália Marques, EESMO, HGO, Almada  HypnoBirthing: a new reality in midwives’practice. Teri Gavin-Jones. Midwife, Parent Education Coordinator, HypnoBirth Practitioner, Colchester Hospital University, UK 12:15 - Sessão de Abertura 13:00 – Almoço livre 14:30 – Comunicações Livres e Pósteres Moderadora: Otilia Zangão, EESMO, ESESJD-UE, Évora 15:15 – Espaço empresa 15:30 - Cuidados imediatos ao RN saudável: o que diz a evidência? Moderadora: João Franco, EESMO, ESEnfC, Coimbra  Clampagem do cordão. Sónia S. Gouveia,EESMO, HGO, Almada  Aspiração imediata. José Portugal, EESMO, MDM - Coimbra  Profilaxia de Credé e vitamina K. Isabel Periquito, médica, CHS-HSB, Setúbal.  Banho do RN. Catarina Sousa Silva, EESMO, CHP, Porto  Promoção da AM e a necessidade controle glicémico. António Gomes, Neonatologista, HGO, Almada 17:00 – Comunicações Livres e Pósteres Moderadora: Manuela Ferreira, EESMO, ESS-IPV, Viseu

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XVII ENCONTRO NACIONAL & 1º CONGRESSO INTERNACIONAL APEO Auditório da ESEnfC – Pólo A, Coimbra, 6 e 7 Maio 2014 PROGRAMA

7 Maio 2014

9:00 - Comunicações Livres e Pósteres Moderadora: Otília Zangão, EESMO, ESESJD-UE, Évora 9:30 - Preparar o nascimento Moderadora: Manuela Ferreira, EESMO, ESS-IPV, Viseu  Novas abordagens na preparação para o parto. Rosália Marques, EESMO, HGO - Almada  Preparação para o parto em meio aquático. Sílvia Machado, CHPV/VC, Póvoa de Varzim  Acompanhamento haptonómico no pré natal. Rosa Moreira, EESMO, ESEnfC, Coimbra  Reflexologia na maternidade – Luís Vaz, Terapeuta e formador em Reflexologia Integrada, Vila Franca de Xira  Aromoterapia: desde a gravidez ao pós parto. Raquel Costa, Homeopata, Associação Portuguesa de Aromaterapia 11:00 - Café 11:30 - Espaço empresa 11:45 - Conferência 2 Apresentadora: Dolores Sardo  Políticas de saúde e desenvolvimento social: que ganhos com a intervenção do Enfermeiros de Saúde Materna e Obstétrica? - Maria Neto. PhD, EESMO, Professora Coordenadora da ESEnfC, Coimbra 12:15 - Comunicações Livres e Pósteres Moderadora: Arminda Pinheiro, EESMO, ESE-UM, Braga 13:00 - Almoço livre 14:15 - Nutrição e diabetes: que resultados obstétricos? Moderadora: Alexandra Amaral, EESMO, HSJ-EPE, Porto  Obesidade na gravidez, parto e puerpério: intervenção do EESMO, Ana Santos, EESMO, USF FF-Mais, ACES Almada-Seixal, Seixal  Nutrição na gravidez. Diana Fernandes, Dietista, CHUC, Coimbra  Diabesidade e gravidez. Tiago Ferraz, Obstetra, CHSJ-EPE, Porto 15:15 - Conferência 3 Apresentadora: Rosália Marques, EESMO, HGO, Almada  Changing the culture of Childbirth: Making Birth Centres a Reality - Cathy Rogers, Consultant Midwife, UK 15:45 - Entrega de Prémios 16:00 - Sessão de encerramento

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2 - RESUMOS DAS COMUNICAÇÕES

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PROMOÇÃO DO PARTO NORMAL COMO ESTRATÉGIA DE REDUÇÃO DA TAXA DE CESARIANAS. Diogo Ayres Campos 21 A cesariana tem indicações clínicas incontestadas, podendo ser uma intervenção essencial para salvar a vida da mãe e do filho, mas quando efetuada desnecessariamente está associada a riscos de saúde injustificados. A taxa de cesarianas é internacionalmente considerado um indicador de qualidade dos cuidados obstétricos. Em 2012, a taxa de cesarianas em Portugal foi de 35,56%, sendo nos hospitais públicos de 30,99% e nos hospitais privados de 67,48% (13,11% dos partos ocorrem em hospitais privados). Portugal é assim um dos países europeus com maior taxa de cesarianas, sendo ultrapassado apenas pela Itália e a Turquia. Na maioria dos países europeus a taxa de cesarianas não ultrapassa os 30%, e vários têm uma taxa inferior a 20%. Os países europeus com taxas de cesarianas mais baixas são, de forma geral, também aqueles que apresentam valores de mortalidade materna ou mortalidade perinatal mais baixos. A cesariana está associada a riscos de saúde superiores aos do parto vaginal, mesmo quando realizada eletivamente. Entre estes destacam-se as lesões uretral e vesical, os riscos de histerectomia, de trombo-embolismo, de complicações infeciosas, de reinternamentos hospitalares e de morbilidade respiratória do recém-nascido, bem como uma maior incidência de placenta prévia, acretismo placentário, rotura uterina e morte fetal nas gestações subsequentes. A cesariana eletiva reduz em 40% a incidência de incontinência urinária nos três meses subsequentes ao parto, bem como a ocorrência de prolapso útero-vaginal. Existe também alguma evidência de que o parto por cesariana aumenta em cerca de 25% o risco de diabetes e de atopia na infância. É importante que todos os profissionais de saúde com competências na área dos cuidados maternos transmitam uma informação objetiva e consistente às grávidas sobre os riscos acrescidos associados à cesariana.

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PhD, Médico Obstetra do CHSJ-EPE, Professor Associado da Faculdade de Medicina do Porto, Portugal.

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RESULTADOS DA PRÁTICA DO ENFERMEIRO ESPECIALISTA EM ENFERMAGEM DE SAÚDE MATERNA E OBSTETRICIA NO PARTO NORMAL Irene Cerejeira31 Para o desenvolvimento de boas práticas na enfermagem de saúde materna é necessário garantir aos nossos clientes, acessibilidade, equidade, segurança, eficiência e eficácia e tudo isto ao mais alto nível de qualidade, num quadro de sustentabilidade financeira produzida pelos Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna (EESMO). As práticas dos EESMO, são centradas no casal grávido, no feto, no recém-nascido, nas famílias, na comunidade. Obrigatoriamente têm de ser quantificadas para que seja possível traduzir os ganhos produzidos, avaliando-se assim o impacte da nossa produção na vertente financeira, nos ganhos em conhecimentos e em habilidades, no nosso alvo de cuidados. Os resultados da prática dos EESMO no parto normal são os indicadores cujos resultados permitem medir, analisar e partilhar a qualidade dessa prática e ainda identificar as oportunidades de melhoria de serviços e de cuidados. Nesta filosofia e considerando o investimento que os EESMO do Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/Vila do Conde têm vindo a fazer na implementação dos Padrões de Qualidade dos Cuidados de Enfermagem Especializados (PQCEE), apresentaremos os resultados da nossa prática no parto normal. Selecionamos para partilhar com os EESMO neste Encontro, indicadores centrados na prática, tais como, a monitorização quantificada das intervenções preconizadas pela Ordem dos Enfermeiros (OE) no projeto Maternidade de Qualidade e porque a temática selecionada versa o parto normal, entendemos dar também visibilidade aos resultados produzidos pelos EESMO na área pré natal e de puerpério. Esta metodologia serve ainda como referência para a contratualização de objetivos de qualidade e de eficiência, na avaliação de desempenho dos EESMO, das chefias dos serviços e dos próprios serviços. Esperamos com esta divulgação contagiar os presentes para aderirem a esta prática e assim podermos comparar os resultados entre serviços, entre instituições e ainda servirem como ponto de partida para a investigação-ação. Entendemos que os resultados apresentados, demonstram o investimento que temos feito e que continuaremos a fazer, em favor do parto natural, da qualidade das intervenções que oferecemos aos nossos casais, dos cuidados de enfermagem

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EEESMO, CHPV/VC, Póvoa do Varzim, Portugal.

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especializados, centrados nas necessidades dos casais grávidos e no reconhecimento da necessidade de oferecer condições efetivas para o parto natural. No entanto terminaremos a nossa comunicação com a mensagem de que ainda há muito caminho a percorrer, mas com um dado fidedigno: nós conseguimos demonstrar os nossos contributos e VOCÊS?

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UTILIZAÇÃO DA MISTURA DE PROTOXIDO DE AZOTO COMO MÉTODO DE ANALGESIA NO TRABALHO DE PARTO Ana Margarida Serafim 41 A analgesia inalatória com a mistura de Protóxido de Azoto é largamente utilizada em muitos países ocidentais no controlo da dor no trabalho de parto. Sendo um método não invasivo confere à mulher um maior controlo e empoderamento do seu trabalho de parto. Não interfere na fisiologia do trabalho de parto e não altera a perceção da contração, torna-a mais controlável, permitindo à parturiente experienciar o mais possível, a sensação de um parto natural. Este estudo descritivo e quantitativo junto de 45 parturientes do HGO com gravidez superior a 37 semanas e com ausência de fatores de risco, analisou a experiencia da utilização da analgesia inalatória no alívio da dor do trabalho de parto e desejo das mulheres de repetir o método num futuro parto. Da totalidade da amostra 56,8% das utentes utilizaram exclusivamente a analgesia inalatória durante o trabalho de parto, as restantes tiveram necessidade de recorrer à analgesia loco regional. A analgesia inalatória foi considerada por 79% da totalidade das utentes entre o eficaz e o muito eficaz. O valor médio atribuído à dor antes do início da utilização da analgesia inalatória era de 9 e baixou para 4,6 após 30 min de utilização do método. Na globalidade da amostra 81,4% gostariam de repetir este método num futuro parto. Os efeitos secundários referidos em cerca de metade da amostra, foram ligeiros, na maioria tonturas e sonolência no início da inalação. Não ocorreram alterações significativas nos parâmetros de frequência cardíaca, tensão arterial e saturação de oxigénio nas utentes que utilizaram este método. Assim como não foram detetados efeitos adversos nos recém-nascidos, que apresentaram uma média de índice de Apgar ao 1º minuto de 8,9. Na amostra 71% das utentes tiveram parto eutócico, 18,5% parto distócico vaginal e 10,5% cesariana. Comparativamente com os dados globais do serviço, relativamente ao período em que foi realizado o estudo, verificou-se na amostra, uma taxa mais elevada de partos eutócicos e distócicos por via vaginal e uma menor taxa de cesarianas. A experiência de utilização da analgesia inalatória pode ser largamente melhorada, pois pareceu-nos mais eficiente e com melhor aceitação pelas utentes, quando utilizada numa fase ativa do trabalho de parto.

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EEESMO, Bloco de Partos do HGO, Almada, Portugal.

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REDUÇÃO DAS TAXAS DE EPISIOTOMIA: INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO ESPECIALISTA EM ENFERMAGEM DE SAÚDE MATERNA E OBSTETRICA Sandra Sobreiro51 A evolução da ciência e da técnica acarretou grandes transformações no modo de nascer e parir. A episiotomia é um dos procedimentos cirúrgicos mais frequente no mundo, sendo um dos únicos que é realizado sem o prévio consentimento informado da parturiente (Costa e Souza, 2009). Ao se falar em qualidade de cuidados prestados em Obstetrícia, torna-se inevitável abordar as taxas de episiotomia nas Maternidades em Portugal. Segundo o relatório emitido pela European Perinatal Health Report (2010), Portugal está entre os países europeus que mais recorre à episiotomia, com uma taxa a rondar os 73%. O mesmo relatório faz referência à grande discrepância nas taxas em toda a Europa, que vão desde os 5% na Dinamarca aos 75% no Chipre. Apesar das atuais recomendações sobre a realização da episiotomia seletiva, a frequência continua elevada, não existindo na literatura consenso sobre qual será a frequência aceitável nas Maternidades. Nos estudos referenciados por Borges, Serrano e Pereira (2003), a incidência de episiotomia restritiva/seletiva ronda os 30%, sugerindo que este é o valor a recomendar. Carvalho (2010) refere que a taxa aceitável deveria rondar os 20 %. A Organização Mundial de Saúde (OMS, 1996) por sua vez, reduz este valor para os 10%. No sentido de garantir a segurança e qualidade dos cuidados, é objetivo estratégico da Ordem dos Enfermeiros (OE), reduzir o número de episiotomias praticadas pelo EESMO em todas as parturientes com parto eutócico, tendo como meta reduzir em 10% as atuais taxas. Na Maternidade Bissaya Barreto (MBB), a equipa de Enfermagem de Obstetrícia (Sala de Partos, UMMF e Urgência) tem como objetivo melhorar os indicadores em linha com o preconizado pela OE. Foi criado um grupo de trabalho que começou por fazer um estudo retrospetivo (2011, 2012), para conhecer a realidade sobre as taxas de episiotomia praticadas pelos EESMO na MBB. Os valores encontrados foram de 46,5% em 2011 e 51,8% em 2012. Diferenciou-se ainda a taxa de episiotomia entre multíparas e primíparas, 34,4% (2011), 37,2% (2012) e 63,4% (2011) e 71,9% (2012) respetivamente. Perante os resultados partiu-se para a realização de uma pesquisa alargada sobre a temática, com o objetivo de ampliar a formação a toda a equipa para melhorar as taxas de episiotomia praticadas, com adoção de medidas que promovam a integridade do períneo. A preparação do períneo antes do parto é uma das medidas adotadas na 1

EEESMO, Bloco de Partos do CHUC - Pólo MBB, Coimbra, Portugal.

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nossa Maternidade, conseguido com o ensino da massagem do períneo a partir das 35 semanas nas Aulas de Preparação para o Parto. Nos últimos anos têm sido descritas intervenções baseadas na evidência científica, tais como calor no períneo e a posição vertical no trabalho de parto, a manobra de Ritgen modificada e o evitar puxos dirigidos, com o objetivo de manter a integridade perineal (Borges, Serrano e Pereira, 2003; Oliveira, 2007; Silveira e Riesco, 2009; Costa e Sousa, 2009; Pereira e Pinto, 2011). Ao EESMO é exigido a restruturação das suas práticas, mudando a conduta, com base nas evidências científicas que comprovam as vantagens da episiotomia seletiva. Não havendo consenso quanto às indicações sobre quando realizar, o seu uso deve ser ponderado e decidido caso a caso, adotando medidas de proteção do períneo. Esta conduta é um importante instrumento para a melhoria da qualidade e para a humanização do parto.

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HYPNOBIRTHING: A NEW REALITY IN MIDWIVES’PRACTICE Teri Gavin-Jones61 Hypnobirthing within an NHS Trust I became parent education lead for Colchester Hospital in 2009. My role was to review the classes on offer and make improvements. I found midwives were offering traditional ‘parentcraft’ classes. This was often only 2 sessions, sometimes at the weekend, but often in the afternoon. This meant that antenatal education was difficult to access for working women and birth partners. Why women expect more. The average maternal age is rising, and women are working later into their pregnancies. There is a wealth of information available to them via the internet, books, DVD’s and social media. They expect a good standard of antenatal education. Being a midwife and being an antenatal educator are very different. There are many skills required to teach antenatal classes. However women were receiving basic information, and often presented as a ‘pain relief menu’. Women reported the class leader discussing how labour is painful, and what drugs we can use to make it easier. Many women are interested in a more holistic approach to managing labour. Raising the standard I began by offering classes only at evenings and weekends to encourage birth partners to attend. The choice of classes was expanded to include water birth workshops and active birth workshops. The antenatal classes were turned into normal birth classes. They focus on; 

Birth physiology

Self help coping strategies

Breathing and relaxation techniques

Birth partner role

The importance of hormones

The birth environment

Active birth and massage

Is birth broken? Do women see successful normal birth? Do women believe and trust in their ability to give birth without pharmacological drugs? Why is the caesarean section rate increasing year on year?

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Midwife, Parent Education Coordinator, HypnoBirth Practitioner, Colchester Hospital University, UK.

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Pain is seen as something to be solved. The art of working with the pain has been lost and along with it the empowerment of womanhood. A new programme Hypnobirth began to become popular, and women were asking for classes. This is an antenatal programme that put the couple back in control of their birth. Hypnosis gives the woman the knowledge to enhance her hormones and use her own innate ability to give birth naturally. However the best births happen when a holistic approach to education has been taken. The couple should be aware of 

Anatomy and physiology of birth.

Psychology of pain and what influences it.

How to maximise the space in the pelvis.

Massage techniques

Breathing techniques

Hypnotic anchoring

Birth partner as advocate

Optimal birth environment

Hypnobirth began in America in the 1987. Its popularity and effectiveness led to growth in the UK, and across the world. The hypnobirth philosophy assumes that in a healthy pregnancy a woman’s body is made to give birth and to function comfortably and efficiently. Hypnosis is an altered state of consciousness – deep relaxation. We all experience hypnosis every day. The moments between sleep and wake. Driving home and not remembering the last part of the journey. When our minds are relaxed we are suggestible. Hypnobirth aims to access the subconscious suggestible mind, and create positive statements about birth. Common applications of hypnosis can be in the medical setting such as surgery or dental procedures, hypnotherapy for weight loss or smoking, or stage hypnosis for entertainment only. The Robot Theory Dr Al Krazner suggests that for every thought that comes into our head, a corresponding physical or chemical reaction takes place in our body. Thoughts that produce a physical response could be fear, excitement, hunger, sexual thoughts. Krazner suggests that the mind is in control of the body. Many women become pregnant and watch birth on TV or hear stories from family and friends. These are often negative birth messages. Negative birth association stays with the woman. Research 16


tells us that many women experience what they expect in the birth room. Hypnobirth asks women to only watch/listen to positive birth images and stories. Every experience we have leaves its mark on the cortex of the brain. The cortex is the brain's receiving station for information fed to it by the nervous system. It is responsible for actually transforming the information into bodily action. Each time an experience is repeated, the mark, or imprint, is strengthened, making it even easier to repeat. Thoughts and behaviours become habitual through repetition. Unbendable arm technique. This technique is used in class. When a woman is focused she can put all of her energy into her desired outcome. She will feel this the second time when we practice the unbendable arm technique. The aim is to demonstrate that her thoughts influence her body. By putting her mind in the right place – normal birth, we can achieve it. The language of hypnobirth “Words are of course the most powerful drug used by mankind” – Rudyard Kipling The language used in obstetrics is hard and medicalised. Often words such as ‘failure to progress’ incompetent cervix’ ‘delay in second stage’ mean the woman is left feeling her body failed. The word ‘contraction’ is a hard, cutting word. Replacing it with surge replicated the sensation of the Oxytocic surge a woman experiences. The word pain has many negative implications. Usually associated with injury and sickness, pain has no place in a normal physiological process when a mother and baby are fit and healthy. Breathing and birth Birth is a physical, emotional and mental challenge. For the duration of labour this will possibly be the hardest physical work the woman has experienced. For most people anticipating a physical challenge such as running a marathon there would be training. However many women start labour without breath preparation. It is essential that the breathing is into the uterus, allowing the muscle to relax and perform normally. The abdominal wall surrounding the uterus should also be relaxed, eliminating muscle competition. Women training in hypnobirth learn to relax the typical ‘stress’ areas – jaw, shoulders, hands and abdomen. In this way the body can remain limp and the uterus can function smoothly and efficiently. A relaxed uterus produces a relaxed cervix, and this is why hypnobirth often results in quicker births. Ina May Gaskin’s Sphincter Law – “the state of relaxation of the mouth and jaw is directly correlated to the ability of the cervix, vagina and anus to open to full capacity”

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A woman with a tight closed mouth, holding her breath, will have a tight closed cervix. Hypnobirth breathing encourages a soft loose mouth and long slow breath. This is reflected with a soft open cervix. Active birth The benefits of being upright and mobile during labour and birth are well documented. Women gain an extra 28% of space within the pelvis when the Rhombus of Michaelis occurs. Studies show that changes in birthing position augment pelvic dimensions and are therefore obstetrically advantageous. The sagittal outlet and interspinous diameter were significantly greater in the hand-toknee and squatting positions than in the supine position. (Michel et al 2002). However upright positions are still not widely used for birth. The birth environment creates expectation, and alternative furniture other than the bed needs to be available. Midwives can influence the birth positions. The risk of women labouring on their backs are many. Longer first and second stage, decreased fetal oxygenation, lower fetal pH, increased abnormal fetal heart patterns, more likely to experience pain, more likely to require analgesia. Less desire to bear down, more incidence of assisted birth. Discussing pain in antenatal classes Traditional antenatal classes often do not have time to discuss the psychology of pain. However if the woman and birth partner understand the process and work with it, birth becomes more comfortable. Many factors influence how a woman will experience birth. These include past experience of pain, expectations, cultural conditioning, media/social influences, fear of loss of control, hormonal influences and the birth/sex connection. Within hypnobirth classes hormones and the role they play in labour are discussed. Couples learn that oxytocin promotes surges and continues labour. If a women experience fear or stress at any point in labour, her oxytocin levels decrease and catecholamines are produced. The woman and her partner learn to identify any stress increases. It may be the move from home to hospital. The birth environment, the staff, lights left on, hearing other women. Partners are encouraged to change the birth environment to promote oxytocin. Women want to labour and birth in the same environment as they would like to make love in. Therefore the room should be dark, warm, intimate and smell nice. Music, food, drink, soft furnishings all promote oxytocin. Conversation and interruption should be minimal. If the birth environment and birth companions are right, the woman will labour using the parasympathetic nervous system. Here she will produce endorphins that enable her to cope. Endorphins reduce the experience of pain and induce a feeling of fulfilment, wellbeing and euphoria. 18


If the woman is tense, stressed or feels threatened, she will move into the sympathetic nervous system. Here she produces catecholamines which make labour painful and eventually stop. Midwives and care givers are the most powerful influences on labour The most powerful determinant of a woman’s birth outcome is the ideology of her practitioner. (Robbie Davis-Floyd and Flora Stone Mather, MIDIRS 2002) Your attitude and what you say can have a powerful effect on the woman and her labour Supporting Hypnosis in labour – a practitioner’s guide 

Women using hypnosis in labour may present differently and act differently to those not using hypnosis

They may present later in labour

They may not speak, sound or even look like they are in labour

It can be difficult to assess them, particularly over the phone

They will appear calmer, less stressed; you may not believe they are even in labour

Environment will be important. Lights low, music on.

Will require no special or different clinical care

A hypnotic state is similar to daydreaming; they will be focused on relaxation and breathing techniques

They will not be in a trance or unreachable

They will be aware of everything around them and able to respond immediately.

Learn the breathing techniques if you can. This will help, not only with Hypnobirthers but with all women.

19


CLAMPAGEM DO CORDÃO UMBILICAL Sónia S. Gouveia71 A clampagem tardia do cordão ocorre quando esta é efetuada após o primeiro minuto de vida do RN. 1/3 do sangue do feto reside na placenta, este é o necessário para perfundir completamente os pulmões, fígado e rins do feto, após o nascimento. O sangue flui nas artérias umbilicais (do RN para a placenta) durante os primeiros 20/25 segundos, sendo pouco significativo aos 40/45 segundos. Por sua vez, a veia umbilical mantém o seu fluxo (da placenta para o RN) durante mais de 3 minutos após o nascimento. Existe transferência fisiológica de 80ml/Kg de sangue no 1º minuto, após o nascimento, podendo chegar aos 100 ml/Kg após 3 minutos. A OMS recomenda a clampagem do cordão 1 a 3 minutos após o nascimento em simultâneo com a prestação dos cuidados imediatos ao RN. A clampagem precoce do cordão (inferior a 1 minuto após o nascimento) não é recomendada exceto em situação de asfixia do RN, com necessidade de manobras de reanimação. De seguida apresentamos o resultado da pesquisa bibliográfica sobre o tema. Benefícios imediatos Nos RN pré -termo ou baixo peso ao nascer: 

Diminui o risco de hemorragia intraventricular e de cépsis de início tardio;

Diminui a necessidade de transfusão sanguínea por anemia ou baixa pressão sanguínea, de surfactante;

Diminui o tempo de ventilação mecânica;

Aumenta a hemoglobina/hematócrito, a oxigenação cerebral;

Mantém o nível das glicémias nas primeiras horas de vida, a pressão sanguínea e o fluxo de glóbulos vermelhos.

Nos RN de termo: 

Fornece o volume adequado de sangue e de reservas de ferro prevenindo o risco de anemia.

Nas mães: 

Placenta com menos sangue encurta o 3º estádio do TP e diminui a incidência de retenção placentária.

Benefícios a longo Prazo 1

EEESMO, HGO, Almada, Portugal.

20


Nos RN pré -termo ou baixo peso ao nascer: 

Aumenta a hemoglobina até às 10 semanas de vida.

Nos RN de termo: 

Melhora o estado hematológico dos 2 aos 4 meses de vida (hemoglobina + hematócrito);

Melhora as reservas de ferro até aos 6 meses de vida;

As células estaminais que se encontram no sangue fetal desempenham um papel essencial no

desenvolvimento

do

sistema

nervoso,

imunitário,

respiratório, cardiovascular e central. Com base nestes dados, podemos concluir que a clampagem tardia do cordão é um procedimento a implementar nos blocos de partos uma vez que traz benefícios para a mãe e RN.

21


ASPIRAÇÃO IMEDIATA DO RECÉM-NASCIDO José Manuel Portugal 8

Com o nascimento, o feto, que se encontra num meio aquático e completamente dependente da placenta para as trocas gasosas, para a nutrição e para a eliminação, fica sujeito a um conjunto complexo de adaptações respiratórias, circulatórias e metabólicas, passando a necessitar de ar para respirar e desenvolver as suas funções de uma forma independente. Durante o nascimento, e com a passagem pelo canal de parto, a compressão do toráx e das vias aéreas superiores do recém-nascido provoca a drenagem natural das mucosidades e secreções existentes a nível pulmonar e da oro-naso-farínge, podendo ser complementada pela drenagem manual. A aspiração naso-oro-traqueal do recém-nascido para remover secreções das vias aéreas é de utilidade algo duvidosa, sendo posta em causa por evidências científicas. Se por um lado ela é feita como forma de minimizar os riscos de complicações respiratórias, promovendo uma melhoria das trocas gasosas e a redução da possibilidade de aspiração de secreções e da síndrome de aspiração meconial, por outro lado, e segundo estudos recentes, os potenciais riscos desta técnica, que incluem desde arritmias cardíacas, a laringoespasmo e vasoespasmo da artéria pulmonar não compensam os possíveis benefícios para o RN. Num estudo publicado por Güngor S. et al, em 2005, com 140 RN por parto vaginal e líquido amniótico claro, com dois grupos aleatórios de 70 RN, com e sem aspiração naso-oro-faríngea,

os

resultados

obtidos

mostram

uma

frequência

cardíaca

significativamente menor, entre os 3 e 6 minutos, no grupo não aspirado. O tempo para obter níveis de SpO2 > 92% foi de 6 minutos no grupo dos não aspirados e 11 minutos no grupo dos aspirados. O Apgar ao 1ºminuto teve uma média de 9 no grupo dos não aspirados ao contrário do grupo dos aspirados que a média não chegou aos 10 no 5º minuto. No caso de aspiração, pelo RN, de líquido amniótico meconial antes do parto, durante o parto, ou durante as manobras de reanimação, pode causar a síndrome de aspiração de mecónio. Várias técnicas têm sido recomendadas, ao longo dos tempos, para reduzir a incidência desta síndrome. A aspiração da orofaringe antes da liberação dos ombros foi tida como rotina até que vários estudos demonstraram a ineficácia desta técnica. A entubação endotraqueal eletiva e de rotina e a aspiração direta da traqueia foram recomendadas para todos os RN com líquido amniótico meconial, mas 1

EEESMO, Bloco de Partos do CHUC - Pólo MDM, Coimbra, Portugal.

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vários estudos demonstraram que não é uma mais-valia realizar este procedimento nos RN com choro vigoroso ao nascimento. Os RN deprimidos, nascidos de mães com líquido amniótico meconial, têm um maior risco de desenvolver a Síndrome de Aspiração Meconial tendo, neste caso, a aspiração traqueal sido associada a uma redução da incidência desta síndrome. A recomendação feita por vários autores é de que a aspiração do RN, imediatamente após o parto, incluindo aquela com a pera de aspiração, de ser feita exclusivamente aos que apresentem obstrução óbvia da respiração espontânea ou com necessidade de ventilação com pressão positiva. Esta aspiração deve ser realizada em baixa pressão, iniciando-se pelos cantos da cavidade oral e a seguir pelas narinas, a fim de evitar a aspiração reflexa das secreções existentes na orofarínge, se realizada na ordem inversa. Devem utilizar-se movimentos suaves para evitar traumatismos e reação vagal com consequente bradi e arritmia cardíaca. Dado que a prática de aspirar o RN tem riscos potenciais, a necessidade de avaliação deste procedimento, amplamente praticado, deve ser questionada.

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PROFILAXIA DE CREDÉ E VITAMINA K Isabel Periquito91 A conjuntivite neonatal (CN) corresponde a uma inflamação da conjuntiva no primeiro mês de vida, que pode ser de causa infeciosa ou asséptica (essencialmente química). Os agentes infeciosos mais frequentes são a C. trachomatis, N. gonorrhoeae, S. aureus, S. pneumoniae, S. viridans, S. epidermidis e E. coli. Em meados do século XIX o Dr Carl Credé, implementou a profilaxia da CN utilizando uma solução aquosa de nitrato de prata a 2%, o que resultou numa redução significativa da morbilidade oftalmológica neonatal causada por N. gonorrhoeae. Atualmente a CN de causa infeciosa é uma causa rara de cegueira, apesar da sua prevalência variar consideravelmente em diferentes locais do mundo. A mudança na prevalência dos diferentes agentes infeciosos, bem como a associação frequente de conjuntivite química após a administração de nitrato de prata, levou a implementação de outros agentes profiláticos de CN. Atualmente os regimes recomendados são: eritromicina a 0.5% ou tetraciclina a 1%. O nitrato de prata a 1% continua a ser mais eficaz e, como tal, recomendado em locais com elevada prevalência de N. gonorrhoeae produtores de penicilinases. Os agentes utilizados para a profilaxia de conjuntivite gonocócica não são, no entanto, eficazes para a prevenção da conjuntivite por C. trachomatis. A povidona iodada (2.5%) parece ser eficaz na profilaxia da CN (inclusivamente por Clamídia) com menos toxicidade e menos custo, no entanto carece de estudos mais elucidativos. As vitaminas do grupo K são essenciais para a função de várias proteínas envolvidas na coagulação (protrombina, fatores VII, IX, X e proteínas C, S e Z) metabolismo ósseo, crescimento celular e apoptose. Os recém-nascidos têm uma maior propensão para deficiência de vitamina K, uma vez que têm pouca reserva e aporte insuficiente, colocando-os em risco de hemorragia por deficiência de vitamina K (HDVK). A administração de vitamina K é essencial para a prevenção de HDVK, no entanto a via de administração (intramuscular ou oral) continua a ser controversa. Baseadas na evidência científica existente, a Academia Americana de Pediatria e a Sociedade Canadiana de Pediatria, concluíram que a profilaxia intramuscular com vitamina K é mais eficaz que a via oral, pelo que é recomendada a administração vitamina K1 0.5 mg (peso <1500 g) e 1 mg (peso >1500 g), nas primeiras 6 horas de vida.

1

Médica, CHS-HSB, Setúbal, Portugal.

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A via oral também produz concentrações séricas adequadas de vitamina K para a prevenção de hemorragia. Diferentes regimes de administração têm sido adotados por vários países sendo o mais frequente a administração de 1 a 2 mg em 3 a 4 doses ao longo de 2 meses (após a primeira ingestão de leite, na primeira, quarta e oitava semanas). A ado desta estratégia parece ter condicionado um aumento do registo de casos HDVK, no entanto, esta mantém-se a melhor opção quando os pais recusam a via intramuscular, apesar das dificuldades associadas a esta estratégia.

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BANHO DO RECÉM-NASCIDO Catarina Sousa Silva101 . Introdução: a pele do recém-nascido sofre um processo de adaptação do meio intra para o extrauterino e apresenta características particulares, especialmente, durante o primeiro ano de vida. A manutenção das suas funções e integridade depende dos cuidados a que é submetida, nos quais se inclui o banho. Contudo, este tema é controverso pois, se por um lado, é evidente um crescente investimento na comunidade científica para perceber de que modo a pele do recém-nascido é afetada por fatores externos, por outro lado, parece não haver consenso quanto às práticas de cuidados que são executadas e recomendadas pelos profissionais de saúde. Objetivo: o presente estudo tem como principal objetivo obter evidências científicas, no sentido de compreender o efeito dos cuidados à pele do recém-nascido e contribuir para uma tomada de decisão sustentada, especialmente no que se refere ao banho, durante as primeiras quatro semanas de vida. Método: trata-se de uma síntese interpretativa crítica dos resultados obtidos através de uma revisão da literatura existente entre 2007 e 2013. Para a identificação dos estudos recorreu-se às seguintes bases de dados: CINAHL®, Cochrane Central Register of Controlled Trials®, SCOPUS® e MEDLINE®, B-On®. Foram utilizados descritores como recém-nascido, banho, primeiro banho, cuidados com a pele, assim como sinónimos frequentemente utilizados em português, inglês e espanhol, com o carácter boleano “and”. Resultados: Dos estudos analisados, grande parte não são randomizados e muitas das revisões da literatura encontradas, apesar de baseadas em evidência científica, culminam em artigos de atualização e de opinião de peritos. A investigação mais atual é, na sua maioria, suportada pela indústria farmacêutica/ cosmética, que para além disso, tem investido na formulação de produtos que respeitem a estrutura e funções da pele do recém-nascido. Dos dados colhidos e analisados é possível perceber que a escassez de investigação com elevado grau de evidência dificulta o consenso. De certo modo, o uso exclusivo de água parece ser insuficiente para a remoção de determinados resíduos, tais como mecónio e sangue; mas, o uso de produtos destinados à pele do recém-nascido necessita de maior evidência, de modo a clarificar de que forma podem ser recomendados, o que inclui as possíveis áreas de aplicação, quantidade e frequência de uso.

1

EEESMO, CHP-EPE - MJD, Porto, Portugal.

26


Conclusões: Atualmente têm emergido bastantes estudos de investigação científica que dão contributos acerca dos cuidados a ter com a manutenção das funções da pele do recém-nascido. Contudo, os estudos encontrados apresentam algumas limitações, na medida em que, são heterogéneos entre si, o que dificulta a comparação dos dados e poucos apresentam elevados graus de evidência. Mediante a revisão da literatura, parece aceitável recomendar para o contexto Português, que o primeiro banho do recém-nascido seja efetuado após estabilização hemodinâmica. Até às quatro semanas de vida, o banho pode ser dado apenas com água, podendo recorrer-se a pequenas quantidades de produtos de limpeza com um PH apropriado e de preferência com emoliente na sua composição, especialmente para lavar a área genital. Este estudo teve algumas limitações, nomeadamente a dificuldade em obter artigos em texto integral e a ausência de estudos elaborados em contextos culturais mais diversificados, nomeadamente ao nível nacional. Recomenda-se, mais investigação randomizada controlada, no sentido de fortalecer os resultados encontrados.

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PREPARAÇÃO PARA O PARTO EM MEIO AQUÁTICO Sílvia Machado111 O debate científico no âmbito da preparação para o nascimento, permite investir numa perspetiva dinâmica, inovadora, eficaz e sensível, com objetivo de melhorar a qualidade dos cuidados prestados aos casais grávidos. Preparação aquática para o parto (aquanatal) é definida como um conjunto de exercícios realizados na água destinados ao casal, onde é possível criar um ambiente único para exercitar o corpo durante a gravidez, conciliando as propriedades da água com exercícios dinâmicos de preparação para o parto. A preparação para o parto em meio aquático permite à grávida/casal realizar exercícios impraticáveis no solo e manter uma ótima condição psicofísica, tornando-se num excelente complemento às sessões de preparação no solo. É importante conhecer as propriedades da água que têm impacto na preparação para o parto, de forma a potenciar todas estas características nas sessões, nomeadamente: Temperatura da Água: Durante as sessões de preparação aquática, o efeito relaxante da água quente permite à grávida diminuir as sensações de tensão, aumentar a produção de endorfinas e melhorar a perceção dos movimentos do bebé. Pressão Hidrostática da Água: A coluna de água que pesa sobre o corpo imerso induz uma pressão, que efetua uma leve massagem. Este efeito favorece a circulação sanguínea e dos líquidos intersticiais, o que contribui para a redução da retenção de água no organismo, produzindo um efeito preventivo de varizes e edemas. Flutuabilidade: A imersão na água da piscina resulta numa agradável sensação de flutuação e de leveza, ainda mais notável no último trimestre da gravidez. Esta característica da água permite tonificar os músculos corporais e corrigir posturas, melhorar a coordenação dos movimentos quando é necessário manter o equilíbrio em posição vertical e, em posição dorsal, a água reduz os problemas de circulação causados pela compressão do útero sobre a veia cava. Resistência na Água: A água é um elemento muito mais denso do que o ar, pelo que as deslocações em meio aquático encontram uma maior resistência, tornando os exercícios

mais

eficazes.

Em

imersão,

a

resistência

da

água

depende

simultaneamente da posição da pessoa e da velocidade à qual se desloca. A posição vertical oferecerá mais resistência que a posição horizontal. Desta forma, a tonificação da musculatura do corpo e melhoria da capacidade respiratória são aperfeiçoadas com esta característica.

1

CHPV/VC, Póvoa do Varzim, Portugal.

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Som na Água: O som propaga-se 4 vezes mais rapidamente na água do que no ar, proporcionando uma libertação mental e uma consciencialização dos sons e das vibrações sentidas pelo feto dentro do útero. Neste sentido, os objetivos da preparação para o parto em meio aquático são: otimizar a condição física durante a gravidez, promover a autoconfiança do casal grávido, promover a consciencialização do corpo e a vivência do momento presente, promover a vinculação da tríade mãe/pai/bebé e promover o bem-estar durante a gravidez. Perspetivando esta lógica de cuidados na preparação para o parto, a equipa de EESMO do serviço de obstetrícia do CHPVVC, desenvolveu um projeto que atualmente disponibiliza aos casais a oportunidade de realizarem sessões de preparação na água. Os exercícios realizados são vários, nomeadamente: aquecimento, postura corporal, consciencialização do períneo, mobilização da pelve, alongamento e flexibilidade muscular, perceção fetal e relaxamento. A análise dos resultados obtidos é fundamental para discutir o impacto da preparação para o parto em meio aquático na satisfação dos casais durante a gravidez e na experiência de nascimento. Assim, propõem-se analisar o número médio de clientes por sessão, numero médio de sessões por grávida e a taxa de adesão do convivente significativo. Para simultaneamente analisar e comparar propõem-se os seguintes dados: tipo de parto, trabalho de parto espontâneo vs. indução de trabalho de parto, estratégias não farmacológicas para alívio do desconforto durante o trabalho de parto, posição de parto e integridade perineal.

29


ACOMPANHAMENTO HAPTONÓMICO NO PRÉ NATAL Rosa Moreira121 O

Acompanhamento

Haptonómico

Pré-Natal

é

o

acompanhamento

do

desenvolvimento da relação afetiva pai/mãe/filho durante a gravidez. Favorece os laços de parentalidade, permitindo o estabelecimento de uma relação recíproca afetiva entre pai/mãe/filho antes do nascimento, transformando a vivência da gravidez e ensinando o pai/mãe a acompanhar o filho durante o nascimento. Favorece também a vivência do nascimento e o desenvolvimento afetivo do recém-nascido, de forma a poder alcançar a maturidade como pessoa em pleno equilíbrio físico, psíquico e afetivo (Torres, 2006; Dolto, 2005). A

natureza

da

relação

afetiva

entre

a

tríade,

estabelecida

durante

este

acompanhamento, acentua o sentimento de parentalidade e de responsabilidade afetiva antes do nascimento. O pai “assume o direito de o ser antes do nascimento", garantindo um lugar precoce na relação triangular afetiva, sendo um importante recurso afetivo para a mãe, e no momento do nascimento tem um papel fundamental no encontro do bebé com o mundo exterior. O sentimento de bem-estar que se instala na mãe, ajuda-a a viver uma gravidez mais feliz e confortável, tanto a nível físico como emocional. A evidência científica demonstra que o acompanhamento haptonómico durante a gravidez contribui para melhorar a estática materna, o bem-estar e diminuir as tensões e desconfortos comuns da gravidez. Uma série de ajustes pélvicos praticados pelo terapeuta e pelo pai, ao longo da gravidez, contribuem para este bem-estar. Durante o trabalho de parto, verifica-se redução da dor, sofrimento, angústia e medicação, devido à diminuição das hormonas de stress - endorfinas e cortisol. O bebé tende a posicionar-se de forma adequada, as contrações tendem a ser mais eficazes e menos dolorosas, e o bebé dirigido pelos seus pais participa ativamente no seu nascimento, fazendo-se nascer “a si mesmo”. Em lugar de empurrar para expulsar, a mãe abre a sua base para acompanhar o seu filho no caminho do parto, sem necessidade de bloquear a respiração, nem de realizar tensões supérfluas. Verifica-se maior ocorrência de partos normais, menos distócias e partos prematuros (Torres, 2006). Não é um método de preparação para o parto, ainda que este acompanhamento sensibilize para o nascimento. Não se associa a uma técnica ou a determinado tipo de exercícios. Também não é um método de estimulação fetal ou do recém-nascido. O acompanhamento é progressivo e adaptado às fases de desenvolvimento da gravidez. 1

EEESMO, ESEnfC, Coimbra, Portugal.

30


Em cada encontro, o casal descobre como relacionar-se com o seu filho através do contacto psicotáctil afetivo-confirmante. Este intercâmbio exige um compromisso afetivo por parte do casal, posteriormente renovado e desenvolvido no domicílio. Pode iniciar-se antes da conceção para preparar a gravidez e tem uma ação preventiva sobre transtornos posteriores de desenvolvimento e da relação entre mãe/pai/bebé. No período pré-natal, as sessões podem começar no quarto mês de gestação, mas podem começar até ao sexto mês, desde que haja tempo para a realização de um mínimo de oito encontros. As sessões nunca são realizadas em grupo porque a privacidade é condição essencial ao saudável brotar das emoções. A relação afetiva adquirida durante a gravidez não se interrompe após o nascimento, pois ao fazê-lo seria uma frustração para o bebé. Neste sentido, são planeadas sessões com o recém-nascido, dependendo do seu desenvolvimento e das necessidades parentais.

Bibliografia: Dolto, Catherine – Haptonomía pre-y postnatal, por una ética de la seguridad afectiva. Buenos Aires: Editorial Creavida, 2005, ISBN 987-98696-4-8. Torres, Jaime – Haptonomía: Ciência de la afectividad - El acompanhamento afectivo haptonómico desde la concepción hasta la muerte. Zaragoza, Fundación de la Haptonomía – C.I.R.D.H., 2006, ISBN: 84-607-9513-6.

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REFLEXOLOGIA NA MATERNIDADE Luís Vaz131 A Reflexologia Terapia complementar não-invasiva que se baseia na pressão sequencial de zonas reflexas dos pés e mãos. Segundo Eunice Ingham define a Reflexologia como: “... Uma terapia que se baseia no princípio da existência de pontos reflexos nos pés e mãos relacionados com todos os órgãos, glândulas e membros do corpo. Ao estimular estes reflexos, através de técnicas específicas, o terapeuta de Reflexologia irá ajudar o corpo nos vários processos homeostáticos. É sobretudo um método de ativar os poderes curativos do próprio organismo. Este método é já muito antigo tendo sido utilizado na antiga China (c.2000 A.C.) e Egipto (3000 a.C.). Apesar de esta terapia ter avançado muito nos últimos anos, o princípio base desta disciplina ainda se mantém. O princípio de que há zonas energéticas que percorrem o corpo e áreas reflexas nos pés que correspondem aos principais órgãos, glândulas e outras partes anatómicas do nosso organismo. A Reflexologia não é uma terapia alternativa nem substitui o tratamento médico. É sim uma terapia complementar pelo que deverá sempre recorrer ao seu médico e seguir a medicação proposta. Sendo assim, a Reflexologia poderá ser utilizada como complemento à medicina convencional, facilitando normalmente o processo de cura. Não é uma forma de massagem e também não é uma medicina tal como esta é praticada por médicos convencionais ocidentais. Simplificando, a REFLEXOLOGIA não é uma massagem aos pés, e não é um tratamento médico. Em primeiro lugar é importante salientar que um terapeuta de reflexologia NÃO FAZ DIAGNÒSTICOS, nem pratica medicina, pelo que também NÃO FAZ PRESCRIÇÕES. Desta forma, a REFLEXOLOGIA trabalha com o fluxo de energias subtis, que revitalizarão o corpo para que sejam acionados os mecanismos auto-curativos do próprio organismo, e estes façam o seu trabalho. Pois não é o TERAPEUTA quem produz os resultados, este é apenas um CANAL CURATIVO. O corpo, inclusive o cérebro, estão conectados através de canais de energia ativadas em pontos ou reflexos em nossos pés. Portanto, quando nossos pés estão cansados, assim está nossa mente e corpo. A reflexologia na maternidade está direcionada às mulheres durante o período de preconceção, gravidez, parto e pós-natal. 

Desmistificando as “contra indicações”, e desmitificando que a gravidez não é uma doença mas sim um estado de alma na vida de um casal em particular na mulher.

1

Terapeuta, Formador em reflexologia Integrada, Vila Franca de Xira, Portugal.

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Sendo a reflexologia muito segura e eficaz no processo da gravidez, é uma grande ajuda para que as mães possam dar á luz com um tempo gestacional ótimo, de 39 a 40 semanas.

A reflexologia, nas, suas várias vertentes, cuidados preventivos, continuados etc. é recomendável nas seguintes situações: 

Dores de cabeça

Congestão pélvica

Hipertensão/Hipotensão.

Anemia

Diabetes gestacionais

Prevenção da azia

Melhorar a qualidade de sono

Ajudar a digestão aumentando a secreção pancreática de hormonas digestivas, devido ao pâncreas poder ficar preguiçoso durante a gravidez devido aos efeitos das hormonas da placenta.

Oxigenar o bebé, melhorando o fluxo de sangue em todo o corpo, no útero e na placenta.

Melhorar a drenagem linfática e complementar os efeitos do plano alimentar recomendado.

Pode ser também usada para iniciar o trabalho de parto ou durante o trabalho de parto ajudando a mãe a dar à luz de uma forma mais natural.

Estudos mostraram que aplicar reflexologia regularmente durante a gravidez pode encurtar o tempo de parto e diminuir a dor. Algumas recomendações: hidroginástica, pilates, meditação, Ioga, uma alimentação equilibrada de acordo com os conselhos do seu médico, tomar chá de funcho para ajudar na produção de leite.

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AROMOTERAPIA: DESDE A GRAVIDEZ AO PÓS PARTO Raquel Costa141 A Aromaterapia Biológica é uma mais-valia no cuidado durante a gravidez e no momento do parto, contudo as utilizações devem ser recomendadas e personalizadas por um aromaterapeuta especializado, pois esta deve ser utilizada com cuidado e sabedoria. Existem estudos científicos e estudos piloto que referem que a aromaterapia no seu mais correto uso de óleos essenciais durante o trabalho de parto podem reduzir as necessidades de uso de medicação farmacológica para a dor “ Reed & Norfolk´s pilot study “– onde Lynne Norfolk e Lynne Reed aromaterapeutas no Hospital Ipswish, em 1993, realizaram um estudo em 38 gravidas com o óleo essencial de Lavandula officinalis no alívio da dor, usando a técnica de banhos para promover uma melhor dilatação. Obtiveram como resultado final que 5 gotas de O.E de Lavanda no banho não apresenta qualquer risco para o feto, 34 das 38 mulheres grávidas tiveram mais de 2 dedos de dilatação e todas tiveram uma redução significativa da dor. No variado leque de óleos essenciais que temos à nossa disposição, com toda a certeza que existem muitos óleos que não podem ser recomendados a grávidas e mesmo durante o período de gestação muitos são aqueles que não são recomendados durante a gravidez, como é o caso dos óleos essenciais que são tónicos uterinos, mas são uma mais-valia no momento de preparação do parto, para facilitar o momento mais esperado mas também um pouco temido por todas as mulheres nesta situação. Neste Congresso abordarei alguns pontos da minha experiência com mulheres grávidas e um ponto que para mim é de relevante importância; a preparação e a redução da dor no momento do parto. Vários estudos foram já desenvolvidos no sentido de entender a forma de como os óleos essenciais atuam e atravessam a placenta. É conhecido que embora a placenta atue como uma barreira contra moléculas de carga neutra e positiva, aquelas moléculas de carga negativa podem atravessar a barreira da placenta de forma fácil (Maickel & Snodgass 1973). É também sabido que pequenas moléculas e moléculas de peso inferior a 1000 são capazes de trespassar a placenta (Baker 1960). Contudo, muitos dos óleos essenciais têm carga negativa e todos eles têm um peso molecular inferior a 250. Podemos assumir que os óleos essenciais podem ultrapassar as paredes da placenta, porém, os efeitos de todos os óleos no feto ainda não foram estudados. Atravessar a placenta não quer dizer que representem qualquer perigo, ou risco de toxicidade para a grávida ou para o feto.

1

Homeopata, Especialista em MTC pela faculdade ICBAS, Presidente da APA (Associação Portuguesa de Aromaterapia), Portugal.

34


Apoiando-me em vários estudos científicos fui recomendando a muitas das minhas pacientes a utilização dos óleos essenciais durante a gravidez e o óleo essencial de Lavanda na sua subespécie Lavandula angustifolia foi um dos mais recomendados, no tratamento da ansiedade, na insónia, para promover uma respiração mais profunda e relaxada da futura mamã, mas principalmente para promover e potencializar as dilatações na fase final da gravidez.

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OBESIDADE NA GRAVIDEZ, PARTO E PUERPÉRIO: INTERVENÇÃO DO ENFERMEIRO ESPECIALISTA EM ENFERMEGEM DE SAÚDE MATERNA E OBSTETRÍCIA Ana Santos151 A obesidade é considerada um problema de saúde pública e a sua prevalência tem vindo a aumentar, particularmente nos países desenvolvidos (OMS) 16. Em Portugal, de acordo com os dados colhidos do Instituto Nacional de Estatística em colaboração com o Instituto Nacional da Saúde17, em 2006, 15,2% dos residentes adultos (18 e mais anos) em Portugal, eram obesos. A prevalência de mulheres com obesidade (16,0%) era superior à verificada nos homens (14,3%). Para efeitos comparativos, utilizando os dados relativos ao Continente, verifica-se que a prevalência de mulheres obesas aumentou 2,9 pontos percentuais entre 1999 (13,0%) e 2006 (15,9%). O excesso de gordura é devido a sucessivos balanços energéticos positivos, em que a quantidade de energia ingerida é superior à quantidade de energia gasta. Este desequilíbrio é determinado por fatores complexos que se incluem fatores genéticos, metabólicos, ambientais e comportamentais (DGS, 2005)18. “Este desequilíbrio tende a perpetuar-se, pelo que a obesidade é uma doença crónica” (DGS, 2005, p. 10). A obesidade na mulher é considerada como fator de risco que contribui para a morbilidade e mortalidade da mulher e seu filho. Para além da consciencialização sobre este problema por parte de uma equipa interdisciplinar, importa desenvolver a investigação sobre as intervenções efetivas, que contribuam para a obtenção de bons resultados, que passam por minimização dos riscos e ganhos em saúde. A metodologia adotada consistiu na revisão sistemática da literatura sobre a problemática, centrada nas intervenções do enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia (EESMO), perante a grávida obesa, durante o parto e puerpério imediato, visando a minimização dos riscos de complicações para a mulher e seu filho. Todos os estudos obtidos da revisão da literatura efetuada referem um conjunto de riscos a que a mulher obesa e seu filho se encontram sujeitos, encontrando-se estes

1

EEESMO, USF FF-Mais ACES Almada-Seixal, Portugal.

16

http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs311/en/ Acedido a 2014/04/17

17

INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA e INSTITUTO NACIONAL DE SAÚDE DR. RICARDO JORGE (2009) Inquérito Nacional de Saúde 2005/2006. INE. ISBN 978-972-673-845-8

18

DIRECÇÃO GERAL DA SAÚDE (2005) – Programa Nacional de Combate à Obesidade. Lisboa: DGS. ISBN 972675-128-4

36


riscos incluídos no período pré-natal; no período intraparto; risco anestésico e no período pós-parto. Pretende-se o desenvolvimento de competências científicas, técnicas e relacionais para o cuidar especializado dirigido à mulher/RN/pessoa significativa, inserida numa família e comunidade, que vivencia esta problemática da obesidade, no período prénatal, parto e pós-parto imediato, conforme o consignado no regulamento nº 127/201119 e de acordo com as competências descritas pela International Confederation of Midwives (ICM) 20. Ao enfermeiro EESMO, uma vez que atende a mulher, ao longo do seu ciclo de vida, inserida na sua família e comunidade, compete reconhecer este flagelo, prestar cuidados especializados desde a montante, na génese do problema e atuar muito para além deste, na minimização do risco de complicações associadas, antecipando os acontecimentos. O cuidar da mulher/pessoa significativa, implica a transmissão de um conjunto de cuidados antecipatórios contribuindo para o “empowerment” da mulher/pessoa significativa. Esta informação prestada contribui para a tomada de decisão com consciência, para que assuma uma maior responsabilidade pela sua saúde. De acordo com a OMS (2004) a obesidade é um problema global que tem tendência a agravar

se

não

se

agir

sem

demora

e

com

um

sentido

de

urgência

21

(KRISHNAMOORTHY, SCHRAM E HILL, 2006) .

19

REGULAMENTO nº 127/2011. D.R. 2ª Série. 35 (11-02-18) 8662-8666

20

http://www.internationalmidwives.org/what-we-do/education-coredocuments/essential-competencies-basic-midwiferypractice/ acedido a 2012/01/04

21

Krishnamoorthy, U; Schram, CMH; Hill, SR - Maternal obesity in pregnancy: is it time for meaningful research to inform preventive and management strategies? BJOG [em linha], (July 2006), p. 1134-1140. Acedido em 2011/06/27. Disponível em: http://web.ebscohost.com/ehost/pdfviewer/pdfviewer?vid=39&hid=108&sid=5b0ca8ec-d3da-4a4a-9bcbeb5b39722950%40sessionmgr104

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NUTRIÇÃO E GRAVIDEZ Diana Fernandes221 A gravidez é, sob o ponto de vista nutricional, um período determinante para a saúde da mulher e do bebé. Durante este período ocorrem várias adaptações fisiológicas no organismo materno, que no seu conjunto e interdependência, asseguram as condições necessárias para um desenvolvimento fetal adequado. O estado nutricional da mulher antes e durante a gravidez, assim como o ganho de peso gestacional são fatores com grande impacto no prognóstico da gravidez. Como tal, a avaliação e monitorização do estado nutricional materno devem fazer parte da rotina pré-natal, de forma a identificar desvios nutricionais prévios e acompanhar a evolução ponderal nas diferentes fases da gestação. A avaliação antropométrica é um procedimento simples, não invasivo, rápido e recomendado para avaliar o estado nutricional durante a gestação. O índice de massa corporal (IMC) pré-gestacional é o parâmetro antropométrico mais utilizado para avaliar o estado nutricional da mulher antes de iniciar a gravidez e é, a partir deste indicador, que são estabelecidas as recomendações para o ganho de peso. O ganho de peso gestacional é resultante das modificações estruturais e funcionais que ocorrem no organismo da gestante, de modo a suprir as suas necessidades nutricionais e as do feto. O controlo criterioso da sua evolução é um dos aspetos que mais influencia o decorrer da gestação e tem sido considerado um importante preditor do peso ao nascer. Se por um lado, é consenso que o baixo peso materno e o ganho de peso gestacional insuficiente estão associados a parto prematuro, baixo peso ao nascer e maior tempo de permanência hospitalar, por outro lado, é reconhecido que a obesidade e o ganho de peso gestacional excessivo aumentam o risco de surgirem complicações como diabetes gestacional, hipertensão arterial, pré-eclâmpsia e macrossomia fetal. Posto isto, a nutrição assume uma importância crucial para prevenir ou minimizar estas complicações, uma vez que, os fatores nutricionais são considerados um dos principais determinantes do ganho de peso gestacional. A intervenção nutricional deve ser individualizada e realizada em função do IMC pré-gestacional, ganho ponderal, nível de atividade física e adequada à situação clínica, de modo a fornecer a energia e os nutrientes necessários para um ganho de peso apropriado, promover a saúde materna e proporcionar um adequado desenvolvimento fetal. No entanto, para que terapêutica nutricional seja mais eficaz é fundamental que seja integrada no estilo de vida da gestante o mais precocemente possível, de forma a reduzir o risco de

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Dietista, CHUC, Coimbra, Portugal.

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intercorrências no decurso da gravidez e assim contribuir para a melhoria dos resultados obstétricos e perinatais. Alcançar esse objetivo provavelmente resultará na diminuição da mortalidade e morbilidade materna, fetal e neonatal, além de reduzir a taxa de obesidade em gerações futuras.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: American Dietetic Association. Position of the American Dietetic Association and American Society for Nutrition: Obesity, Reproduction, and Pregnancy Outcomes. J Am Diet Assoc. 2009;109:918-927. American Dietetic Association. Position of the American Dietetic Association: Nutrition and lifestyle for a healthy pregnancy outcome. J Am Diet Assoc. 2008;108:553-561. Institute of Medicine; National Research Council. Weight Gain During Pregnancy: Reexamining the Guidelines. Washington, DC: The National Academies Press, 2009. Institute of Obstetricians and Gynaecologists, Royal College of Physicians of Ireland; Directorate of Clinical Strategy and Programmes, Health Service Executive. Nutrition for Pregnancy Clinical Practice Guideline No. 27. Version 1.1, August 2013. Disponível em: http://www.rcpi.ie/content/docs/000001/1180_5_media.pdf Kashan AS, Kenny LC. The effects of maternal body mass índex on pregnancy outcome. Eur J Epidemiol. 2009; 24:697-705. Mahan LK, Escott-Stump S. Krause's food and nutrition therapy. 12th ed. St. Louis: Saunders Elsevier; 2008: 161-84. National Institute for Health and Clinical Excellence. Weight management before during and after pregnancy. London: Institute for Health and Clinical Excellence; 2010.

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DIABESIDADE E GRAVIDEZ Tiago Ferraz231 De acordo com a OMS, em 2008, cerca de 1.5 biliões de adultos tinham excesso de peso sendo que 500 milhões cumpriam mesmo os critérios de obesidade. De realçar o facto da maioria destes indivíduos ser do sexo feminino. Atualmente, cerca de 20% das grávidas com parto no Centro Hospitalar São João têm Índice de Massa Corporal (IMC) superior ou igual a 30Kg/m 2 e, portanto, com critérios de obesidade. Os múltiplos riscos maternos, obstétricos e neonatais associados à gravidez na mulher com excesso de peso ou obesidade proporcionam o essencial empenho nos cuidados pré-natais. Um dos principais fatores de risco relacionados com a obesidade é a diabetes gestacional. Desde 2011, com a adoção por parte da Direção Geral de Saúde dos critérios de diagnóstico estabelecidos pela International Association of diabetes and Pregnancy Study Groups (IADPSG), a prevalência subiu aproximadamente 2,5 vezes, traduzindo não apenas os novos critérios mas também o aumento da obesidade. Nesta apresentação irão ser apresentados dados integradores desta nova realidade. Será dados enfâse ao impacto da indução de trabalho de parto em grávidas obesas e/ou com diabetes gestacional e a influência do aumento de peso nos desfechos perinatais.

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Médico Obstetra, CHSJ-EPE, Porto, Portugal.

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RESUMO DAS COMUNICAÇÕES LIVRES

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ESTADO FUNCIONAL EM GRÁVIDAS COM HIPERTENSÃO ARTERIAL INDUZIDA PELA GRAVIDEZ Helena Sofia Duarte 241; Isabel Margarida Marques Monteiro Dias Mendes 6 de maio de 2014 às 09:00 h

Introdução: A hipertensão arterial induzida pela gravidez é uma das causas mais comuns de complicações materno-fetais, determinando alterações nos hábitos de vida e submetendo a grávida a uma vigilância rigorosa até ao parto, com possíveis repercussões no seu estado funcional. Assim, o estudo do estado funcional da grávida com e sem hipertensão arterial induzida pela gravidez é importante para promover uma gravidez equilibrada, de forma a impedir ou atenuar o aparecimento de complicações e promovendo o estado funcional. Objetivos: Descrever o estado funcional em grávidas com e sem hipertensão arterial induzida

pela

gravidez;

Analisar

a

associação

entre

fatores

de

natureza

sociodemográficas, obstétrica, estado funcional em grávidas com e sem hipertensão arterial induzida pela gravidez; Comparar o estado funcional em grávidas com e sem hipertensão arterial induzida pela gravidez. Metodologia: Foi realizada uma investigação quantitativa, não experimental, transversal do tipo descritivo-correlacional. Amostra não probabilística, acidental constituída por 100 grávidas acompanhadas na Consulta Externa e Unidade de Medicina Materno-Fetal na Maternidade Bissaya Barreto e Maternidade Daniel de Matos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra com hipertensão arterial induzida pela gravidez e sem patologia. Dessas grávidas, 50 têm patologia diagnosticada. Para a recolha de dados, após autorização da comissão de ética, foi utilizado um questionário com dados sociodemográficos e obstétricos e a escala de COOP – Grávidas. Resultados: Como principais resultados salienta-se o facto de que nas grávidas com hipertensão arterial induzida pela gravidez as dimensões que tendem a um melhor estado funcional são saúde mental, qualidade de vida, hábitos de saúde e preparação. Das variáveis sociodemográficas, apenas as habilitações académicas apresentam diferenças estatisticamente significativas na dimensão saúde mental (p=0,015) e na dimensão preparação (p=0,026), enquanto nas variáveis obstétricas, na paridade existiu na dimensão de apoio social (p=0,033) e na idade gestacional na dimensão bem-estar físico (p=0,016).

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EEESMO, Mestre em ESMOG, UMM/BP/SU – CHUC – Pólo MBB, Coimbra, Portugal.

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Conclusão: As dimensões que tendem a um melhor estado funcional são a saúde mental, qualidade de vida, hábitos de saúde e preparação. O estado funcional foi influenciado pelas variáveis: habilitações académicas nas dimensões preparação e saúde mental; paridade na dimensão apoio social e idade gestacional na dimensão bem-estar físico. Bibliografia: DORAN, Diane – Functional Status. Nursing-Sensitive Outcomes: state of the sciene. Londom: Jones and Bartlett Publishers International, 2003. ISBN 0-7637-22871. GRAÇA, Luís – Medicina Materno-Fetal. 4ª ed. Lisboa: Lidel, 2010. ISBN 978-972757-654-8. LOWDERMILK, Deitra; PERRY, Shannon – Enfermagem na Maternidade. 7ª ed. Loures: Lusodidacta, 2006. ISBN 978-989-8075-16-1. MELEIS, Afaf

[et al.] – Experiencing Transitions: Na Emerging Middle – Range

Theory. Nursing Science. 23:1 (2000) 12-28. MENDES, Mário Luz – Livro de Obstética. Coimbra: Almedina, 1994. ISBN 972-400778-2. PASCOAL, Istênio – Hipertensão e gravidez. Revista Brasileira Hipertensiva [Em linha]. 9:3 (2002) 256-261. [Consult. 14 Dez. 2011]. Disponível em WWW:<URL: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/produtos/is_0103/IS23(1)012.pdf>. ZUGAIB, Marcelo – Obstetrícia. São Paulo: Manole, 2008. ISBN 978-85-204-2544-2.

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TRANSIÇÃO PARA A MENOPAUSA: DAS CONDIÇÕES AOS FATORES SENSÍVEIS AOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM Maria Marisa Gameiro Bernardes 251; Maria Neto da Cruz Leitão 6 de maio de 2014 às 09:00 h

Introdução: O afeto materno é uma relação emocional única, específica e duradoura, que se estabelece de um modo gradual, desde os primeiros contactos entre a mãe e o bebé, traduzindo-se num processo de adaptação mútuo, no qual, mãe e bebé, participam ativamente. A maneira como a gestação se inscreve no meio social repercute emocionalmente no modo como a mãe se posiciona diante do mundo e como irá se relacionar com o bebé, o pai, a sua família de origem e a família constituída a partir do nascimento do novo ser (Soifer, 1992; Barbieri, 2002; Maldonado, 2002; Pergher; Cardoso, 2008 Levy; Jonathan, 2010) citados por (Barbosa, Machado, Souza, & Scorsolini-Comin, 2010). Objectivo: Determinar quais as variáveis sociodemográficas que têm impacto no afeto materno. Métodos: Estudo de natureza quantitativa, transversal, de carácter descritivocorrelacional e explicativo, com uma amostra não probabilística por conveniência de 312 participantes. O protocolo de avaliação é um questionário que permite fazer a caracterização sociodemográfica da amostra, neste caso, mulheres que foram mães há dois anos. Resultados: Constatamos que a escolaridade materna (p=0,010), a escolaridade paterna (p=0,006) tem poder explicativo sobre o afecto materno. Em contraponto com a idade materna, idade paterna, estado civil, nacionalidade, local de residência, e situação profissional paterna e materna que não possuem poder explicativo para o afeto materno. Conclusão: Os profissionais de saúde devem ter em consideração o contexto sociodemográfico, nomeadamente a escolaridade materna e paterna, no qual a mulher se insere no sentido de promover uma melhor adaptação à maternidade, proporcionando contexto que favoreçam a vinculação da díade/tríade. Bibliografia: Barbosa, F. A., Machado, L. d., Souza, L. V., & Scorsolini-Comin, F. Significados do cuidado materno em mães de crianças pequenas. Periódicos eletrónicos em psicologia - Barbaroi, (Dezembro de 2010) pp. 28-49.

1

EEESMO, HDFF, Figueira da Foz, Coimbra, Portugal.

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Figueiredo, B. Vinculação materna: Contributo para acompreensão das dimensões envolvidas no processo inicial de vinculação da mãe ao bebé1. Revista Internacional de Psicología Clínica y de la Salud, 3, 2003, pp. 521-539. Gomes, B., Nelas, P., & Duarte, J. Prevalência do aleitamento materno na beira interior. In C. M. Albuquerque, Comportamento de saúde infanto-juvenis - realidades e perspectivas 2011, (pp. 159-172). Viseu: Escola Superior de Saúde . Martins, C. F. Impacto da idade materna na relação que a mãe estabelece com o seu bebé. Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia - Secção de Psicologia Clínica e da Saúde – Núcleo de Psicologia Clínica Dinâmica, 2012, Lisboa. Oliveira, C., Pedrosa, A. A., & Canavarro, M. C. Gravidez, parentalidade e mudança. Stress e adaptação nos processos de transição para a parentalidade. In A. M. Pinto, & A. L. Silva, Stress e bem-estar, 2005 (pp. 59-85). Lisboa: Climepsi. Schumidt, E. B., & Argimon, I. I. Vinculação da gestante e apego materno fetal. Paideia, Maio - Agosto de 2009, pp. 211-220. Silva, A. C. Vivências da maternidade expectativas e satisfação das mães no parto. Dissertação de mestrado na área científica de Psicologia do Desenvolvimento, Universidade de Coimbra, Faculdade de ciências e educação, 2011. Soares, I. Vinculação e Cuidados Maternos. In M. C. Canavarro, Psicologia da gravidez e da maternidade, 2001 (pp. 74-104). Coimbra: Quarteto. Takushi, S. A., Tanaka, A. C., Gallo, P. R., & Machado, M. A. ( set./out. de 2008). Motivação de gestantes para o aleitamento materno. Revista Nutrição, pp. 491-502.

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PROJETO DE MELHORIA: “ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À GRÁVIDA NO PRÉ-HOSPITALAR” Maria João Ramos Tomás 261 6 de maio de 2014 às 14:30 h

Introdução: O grau de responsabilidade pelos serviços de saúde e o conceito de prestação de cuidados de qualidade estão na linha da frente da maior parte das discussões políticas e entre profissionais de saúde. No entanto a responsabilidade torna-se difícil quando há uma dotação inadequada de prestadores de cuidados e a assistência encontra-se desajustada. Neste âmbito, somos confrontados diariamente com notícias de atos “heroicos” de atendimento a grávidas por bombeiros; assiste-se a uma perigosa inversão de valores onde o bombeiro com formação básica em primeiros socorros, coloca-se à frente de casos que, na maioria das vezes, são de resolução clínica. Além da própria imprensa que, como é habitual joga a população contra os profissionais de saúde nas suas reportagens sensacionalistas, nas quais citam condutas tomadas por bombeiros, e que na prática traduzem uma solução de menor qualificação para os cuidados de saúde a prestar aos cidadãos, mais especificamente à grávida dando a impressão que este profissional é habilitado para a sua assistência e realização do parto. Este, é assim vivido como uma realidade distante onde se encerram riscos, irreversibilidade, sem previsão de anormalidades, em que essas situações podem ser vivenciadas de forma tranquila ou não, depende da sua adaptação. Acrescentado a esta situação, a decisão do governo em encerrar as maternidades, e os problemas que suscitaram veio intensificar esta polémica, tornando esta realidade um cenário de atuação instável, imprevisível e pouco padronizado. Os enfermeiros não podem estar alheios a esta situação, pois exige um juízo clínico experiente e protocolos de referenciação. Este projeto surge assim, em consequência de, atualmente, não existir uma uniformização de normas de atuação na assistência à grávida em trabalho de parto e em situação crítica. Objetivos: Refletir sobre esta problemática e dar a conhecer o projeto que pretende garantir uma assistência de elevada qualidade científica e técnica à grávida no pré-hospitalar, potenciando processos de melhoria da qualidade dos cuidados de enfermagem. 1

EEESMO, EEEMC, BO – CHUC Pólo – MDM, Coimbra, Portugal.

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Metodologia: Como metodologia recorreu-se à revisão da literatura, tendo em atenção a natureza científica e a atualidade dos suportes escritos e a reflexão sobre a prática. Conclusão: Sabendo da importância que esta problemática tem para a classe profissional, julga ser pertinente e fundamental este projeto, que tem por finalidade, não só a (re) construção de práticas que sejam portadoras de maior visibilidade para a profissão de enfermagem e para os cuidados que lhe estão inerentes, mas assegurar as atividades necessárias para uma assistência da grávida em tempo útil, garantindo a sua satisfação através da melhoria da qualidade dos cuidados de enfermagem, abrindo canais de comunicação que facilite a troca de experiências, e o apoio em tempo real nas situações mais críticas. Afinal é na maternidade que se encontra a massa crítica altamente especializada e treinada, pelo que o seu apoio aos profissionais do préhospitalar será uma mais valia numa assistência eficaz, humanizada e segura.

Bibliografia: Mendonça M. Ensinar e aprender por projectos. Cadernos de CRIAP 31. Edições Asa. 2004. ISBN 972-41-28-47-4. NUNES, Lucília; AMARAL, Manuela; GONÇALVES, Rogério – Código Deontológico do Enfermeiro: dos Comentários à Análise de Casos.1.ª ed. Lisboa: Ordem dos Enfermeiros, 2005. ISBN 972-99646-0-2

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PARIDADE: INFLUÊNCIA NA QUALIDADE DE VIDA DA GRÁVIDA Ana Fernanda Ribeiro Azevedo271, Maria José Almendra Rodrigues Gomes; Ana Maria Português Galvão 6 de maio de 2014 às 14:30 h

Introdução: A gravidez é uma etapa comum na vida reprodutiva da mulher à qual se tem dedicado pouca atenção. As modificações normais percebidas pela grávida nos domínios físico e psicológico e a sua influência na qualidade de vida, têm sido pouco exploradas. A influência da paridade na qualidade de vida constitui se também um assunto do qual há poucas evidências, motivo que nos suscitou o interesse pelo estudo. A gravidez representa uma etapa da vida onde surgem diversas alterações que superam largamente a componente física e abrangem a dimensão psicológica, social e cultural. Estas podem influenciar positiva ou negativamente a qualidade de vida da grávida, enquanto uma noção eminentemente humana, subjetiva e polissêmica que se refere ao bem-estar que os indivíduos e a coletividade encontram na vida familiar, amorosa, social e ambiental. Falar desta, implica satisfação com a mesma, sendo da maior relevância a sua abordagem. Objetivo: Comparar a qualidade de vida nas grávidas primigestas e multigestas. Metodologia: Este estudo quantitativo, descritivo e exploratório teve como participantes uma amostra de 88 grávidas no terceiro trimestre de gravidez (52 primigestas e 36 multigestas) inscritas nas consultas de obstetrícia da Unidade Local de Saúde do Nordeste entre maio e julho de 2013. O instrumento de recolha de dados utilizado, comporta um conjunto de questões que permitiram avaliar algumas características socio demográficas e achados obstétricos. Para avaliar a qualidade de vida foi utilizada a escala da qualidade de vida da OMS WHOQOL-Bref. Conclusões: A amostra constituida por 88 grávidas, 52 primigestas (59,1%) e 36 multigestas (40,9%), apresentam idades entre 19 a 41 anos, residem em meio urbano 82,7% das primigestas e 69,4% das multigestas, 44,2% das primigestas possui grau academico de licenciado e 38,9% das multigestas completou o 9º ano. A situação laboral da amostra revela que estão empregadas 76,9% das primigestas e 66,7% das multigestas.

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EESMO, Professora Adjunta, ESS do IPB, Bragança, Portugal.

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Destacamos nas variaveis obstétricas que 80,8% das primigestas fizeram preparação para o parto enquanto das multigestas só fizeram 25%, realizaram entre (4-11) consultas de vigilância pré-natal 67,3% das primigestas e 80,5% das multigestas. Planearam a gravidez 78,8% das primigestas e 58,3 % das multigestas; a gravidez foi desejada por 98,1% das primiparas e 91,7% das multigestas. As gravidas inquiridas (primigestas e multigestas) apresentam boa qualidade de vida. Observando o valor médio nas respostas da escala WHOQOL-Bref podemos afirmar que as primigestas têm melhor perceção de qualidade de vida. Nos subdominios físico, psicologico, social constata-se que as primigestas continuam a apresentar valores mais elevados que as multigestas. Para os valores de Alpha de Cronbach tambem se observam diferenças favoraveis para as primigestas. Bibliografia CANAVARRO, Maria Cristina, Vaz Serra, Adriano. Qualidade de vida e saúde: Uma abordagem na perspectiva da Organização Mundial de Saúde. (2010) Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian,. pp. 465-493. PICCININI, C. A., Gomes, A. G., Nardi, T., Lopes, R. S. (2008). Gestação e a constituição da maternidade. Psicologia em Estudo, Maringá,13 (1), pp. 63-72

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FATORES BIOQUÍMICOS E PSICO-SOCIAIS INTERVENIENTES NO AUMENTO PONDERAL NA GRAVIDEZ Ana Lavareda281; Manuela Nené; Vera Tomás 6 de maio de 2014 às 14:30 h

Introdução: A gravidez é tida como um fator de risco para o aparecimento ou permanência de obesidade. Constata-se que mulheres com um ou mais filhos têm 3 a 4 vezes maior probabilidade de desenvolver obesidade nos cinco anos após o parto que uma mulher nulípara em igual período de tempo (DAVIS et al., 2009). Um aumento ponderal gestacional excessivo é um forte preditor de excesso de peso ou obesidade materna após a gravidez. (HERRING et al., 2012). Objetivo: identificar na literatura os fatores determinantes para o aumento ponderal na gravidez. Metodologia: Revisão da literatura. Foram definidos os descritores pregnancy, body composition, obesity, weight change, diet, exercise e physical activity advice and monitoring e operacionalizados através das expressões boleanas AND e OR realizada uma pesquisa de artigos científicos em maio de 2013, revista em março de 2014, em dez bases de dados, no motor de busca EBSCO. Os artigos obtidos evidenciam que o aumento ponderal gestacional resulta de interações fisiológicas complexas entre o crescimento e desenvolvimento do feto, as mudanças no metabolismo e na fisiologia materna e no metabolismo placentar. As alterações emocionais fisiológicas da gravidez decorrentes da transição de papéis, das alterações da auto-imagem e das modificações hormonais responsáveis pelo desenvolvimento do feto e crescimento das estruturas da gravidez interferem nos componentes da fisiologia bioquímica do peso da mulher durante a gravidez. Conclusão: para uma intervenção de enfermagem na prevenção do excessivo aumento ponderal gestacional é essencial ter em conta os aspetos psico-sociais que determinam a vivência pela mulher da sua gravidez, como aspetos alvo da intervenção, como sejam a auto-imagem; a auto-estima materna; a ansiedade, stress e depressão pré-natal; antecedentes psiquiátricos (p. ex.: distúrbios alimentares); o conhecimento sobre o aumento de peso na gravidez; o suporte social/ familiar; a satisfação marital e aspetos demográficos como o nível de educação, o rendimento familiar, a paridade, a idade e o índice de massa corporal pré-gestacional. Tendo em conta estes aspetos, a intervenção do enfermeiro para a prevenção do excessivo aumento ponderal corresponde a uma intervenção complexa ao nível da adesão terapêutica a estilos de vida saudáveis.

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EEESMO, MMF, CHLN – HSM, Lisboa, Portugal.

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Bibliografia: DAVIS Esa, et al. Racial, ethnic, and socioeconomic differences in the incidence of obesity related to childbirth. American Journal of Public Health. [Em linha]. 99:2(2009), 294–299.

[Consult.

13

de

Maio

de

2013].

Disponível

em

WWW:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC2622775/ HERRING Sharon et al, Optimizing weight gain in pregnancy to prevent obesity in women and children. Diabetes Obes Metab. [Em linha]. 14:3(2012), 195–203. [Consult. 13

de

Maio

de

2013].

Disponível

em

WWW:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3247649/ HILL, Briony, et al. A conceptual model of psychosocial risk and protective factors for excessive gestational weight gain. Midwifery. [Em linha]. 29(2013), 110-114.

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DETERMINANTES OBSTÉTRICOS DO AFETO MATERNO Bruno Gomes291; Paula Nelas; João Duarte 6 de maio de 2014 às 14:30 h

Introdução: O afeto materno é uma relação emocional única, específica e duradoura, que se estabelece de um modo gradual, desde os primeiros contactos entre a mãe e o bebé, traduzindo-se num processo de adaptação mútuo, no qual, mãe e bebé, participam ativamente. Cada vez mais, a maternidade, tem-se tornado numa questão de escolha, desde o início, torna-se importante o envolvimento materno e a participação nas decisões relativas a gestação e parto, assim como nos cuidados a prestar ao bebé logo a seguir ao parto, para assim se obter uma maior satisfação e o seu envolvimento emocional com o bebé (DeVries et al., 1993 citado por Figueiredo, 2003). Objetivo: Avaliar a influência das variáveis obstétricas no afeto materno. Métodos: Estudo de natureza quantitativa, transversal, de carácter descritivocorrelacional e explicativo, com uma amostra não probabilística por conveniência de 312 participantes. O protocolo de avaliação é um questionário que permite fazer a caracterização sociodemográfica da amostra, neste caso, mulheres que foram mães há dois anos. Resultados: O número de partos, planeamento da gravidez, vigilância da gravidez, tipo de parto prematuridade e patologia da gravidez não possuem poder explicativo para o afeto materno. Contudo o a gravidez não planeada, a gravidez vigiada e sem patologia, o parto vaginal e a prematuridade, facilita o estabelecimento precoce da afeição (OM mais elevadas). Conclusão: Os profissionais de saúde devem ter em consideração as variáveis obstétricas da mulher no sentido de promover uma melhor adaptação à maternidade, proporcionando contexto que favoreçam a vinculação da díade/tríade. Bibliografia: Barbosa, F. A., Machado, L. d., Souza, L. V., & Scorsolini-Comin, F. Significados do cuidado materno em mães de crianças pequenas. Periódicos eletrónicos em psicologia - Barbaroi, (Dezembro de 2010) pp. 28-49. Figueiredo, B. Vinculação materna: Contributo para acompreensão das dimensões envolvidas no processo inicial de vinculação da mãe ao bebé1. Revista Internacional de Psicología Clínica y de la Salud, 3, 2003, pp. 521-539. 1

EEESMO, CHCB, Viseu, Portugal.

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Gomes, B., Nelas, P., & Duarte, J. Prevalência do aleitamento materno na beira interior. In C. M. Albuquerque, Comportamento de saúde infanto-juvenis - realidades e perspectivas 2011, (pp. 159-172). Viseu: Escola Superior de Saúde . Martins, C. F. Impacto da idade materna na relação que a mãe estabelece com o seu bebé. Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia - Secção de Psicologia Clínica e da Saúde – Núcleo de Psicologia Clínica Dinâmica, 2012, Lisboa. Mendes da Graça, L. (2005). Medicina Materno-Fetal (3ª ed.). Lisboa: Lidel, Edições Técnicas Lda. Oliveira, C., Pedrosa, A. A., & Canavarro, M. C. Gravidez, parentalidade e mudança. Stress e adaptação nos processos de transição para a parentalidade. In A. M. Pinto, & A. L. Silva, Stress e bem-estar, 2005 (pp. 59-85). Lisboa: Climepsi. Schumidt, E. B., & Argimon, I. I. Vinculação da gestante e apego materno fetal. Paideia, Maio - Agosto de 2009, pp. 211-220. Silva, A. C. Vivências da maternidade expectativas e satisfação das mães no parto. Dissertação de mestrado na área científica de Psicologia do Desenvolvimento, Universidade de Coimbra, Faculdade de ciências e educação, 2011. Soares, I. Vinculação e Cuidados Maternos. In M. C. Canavarro, Psicologia da gravidez e da maternidade, 2001 (pp. 74-104). Coimbra: Quarteto.

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CONSTRUÇÃO DA ESCALA DE CONHECIMENTOS DO PAI SOBRE A AMAMENTAÇÃO E DA ESCALA DA NECESSIDADE DE CONHECIMENTOS DO PAI SOBRE A AMAMENTAÇÃO João José de Sousa Franco301;Vera Lúcia Antunes Gonçalves 6 de maio de 2014 às 17:00 h

Introdução: Um pai motivado para a amamentação é capaz de apoiar a mãe, podendo ser das ajudas mais importantes na sua promoção e prevalência. A este propósito considera-se que o conhecimento que o pai tem sobre os diferentes aspetos relacionados com a amamentação é um fator determinante do seu envolvimento e colaboração. Neste sentido a avaliação dos conhecimentos do pai, bem como da sua necessidade de conhecimentos, podem determinar a sua expetativa face à amamentação e planear intervenções mais focalizadas. Por outro lado a construção de escalas permite comparar resultados entre os diversos estudos e avaliar as intervenções realizadas. Objetivo: Construir e validar a escala de conhecimentos do pai sobre a amamentação (ECPA) e a escala da necessidade de conhecimentos do pai sobre a amamentação (ENCPA). Metodologia: Com base na revisão da literatura, construiu-se a escala de conhecimento do pai sobre a amamentação composta por 9 itens. De seguida foram entrevistadas seis Enfermeiros Especialista em Enfermagem de Saúde Materna, Conselheiras em Amamentação sobre os itens a avaliar, do que resultou a aceitação da escala construída, e que os mesmos itens poderiam ser avaliados em dois aspetos: “o conhecimento” e a “necessidade de conhecimento”. Com este instrumento foi realizada um estudo quantitativo, exploratório e descritivo, com uma amostra aleatória de 150 pais, previamente aprovado pela Comissão de Ética da instituição onde foi realizado. Resultados: No global a ECPA e a ENCPA apresentam uma boa consistência interna, com uma correlação de cada item com o total da escala com valor mínimo de 0,534, e um Alpha de Cronbach de 0,915 e 0,914, respetivamente. No que respeita à validade da escala encontramos um bom valor de KMO para as duas escalas (0,880 e 0,864) com um teste de esfericidade de Bartlett’s de 0,000, sendo a variância explicada da ECPA de 71,85% e da ENCPA de 72,72%, revelando uma boa fidelidade.

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EEESMO, Professor Coordenador da ESEnfC, Coimbra, Portugal.

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Quanto à estrutura da escala verificou-se em cada uma a existência de duas dimensões (funções - 5 itens e anatomofisiologia – 4 itens), com os mesmos itens. As dimensões apresentam bons valores de Alpha de Cronbach, situando-se entre 0,834 e 0,917. Os resultados obtidos indicam que os pais consideram que, em média, a sua necessidade de conhecimento é superior ao conhecimento que possuem sobre a amamentação, o que se revela que os pais estão recetivos ao aumento de conhecimento nesta área. Ao se avaliar a expetativa de conhecimento a partir dos resultados obtidos, através da conversão dos valores numa escala de 0 100, verificamos que 77% dos pais consideram que a sua necessidade de conhecimento é superior ao que necessitariam face ao conhecimento que consideram ter. Conclusões: Cada escala possui duas dimensões, com os mesmos itens, num total de nove itens, revelando uma boa fidelidade e validade interna. Possui muito boas características psicométicas para ser utilizada em estudos que pretendam avaliar o conhecimento do pai na amamentação e/ou a necessidade de conhecimento do pai na amamentação. Dos resultados obtidos verificamos que os pais apresentam no global elevada expetativa de conhecimentos o que revela estarem recetivos a aumentar o seu conhecimento, o que poderá contribuir para uma maior e melhor participação na amamentação do seu filho(a). Referências Bibliográficas: Gonçalves, V. L. (2012). A participação do pai na amamentação. Dissertação de Mestrado, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Coimbra.

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INFLUÊNCIA DA PREPARAÇÃO PARA O PARTO NA PERCEÇÃO DOS CUIDADOS CULTURAIS DAS PUÉRPERAS DA REGIÃO NORTE DE PORTUGAL Emília de Carvalho Coutinho311; Carla Morais; Vitória Parreira; João Duarte 6 de maio de 2014 às 17:00 h

Enquadramento: As aulas de preparação para o parto enquanto momento de educação para a saúde durante a gravidez devem ser entendidas como algo que permite à mulher encarar e perceber esta fase, bem como aumentar o seu conhecimento e competências enquanto grávida, para que a sua perceção dos cuidados culturais seja a melhor possível, e assim, vivenciar esta experiência sem dúvidas, receios e medos. Objetivos: O principal objetivo deste estudo é identificar se a realização de aulas de preparação para o parto influencia a perceção dos cuidados culturais das puérperas da região Norte de Portugal. Métodos: Estudo de natureza epidemiológica, quantitativo, descritivo, correlacional do tipo explicativo, aplicado a 1000 puérperas de duas maternidades do norte de Portugal, utilizando um questionário e recorrendo à Escala de Perceção dos Cuidados Culturais. Resultados: A amostra deste estudo caracteriza-se por se encontrar em idade reprodutiva, empregadas, casadas, provenientes do meio urbano. Na sua maioria primigestas, revelando uma gravidez vigiada antes do 1ºtrimestre no Serviço Nacional de Saúde. O parto eutócico com recurso à de analgesia epidural foi o mais praticado, e 39,6% das puérperas realizaram aulas de preparação para o parto. As puérperas que realizaram aulas de preparação para o parto encontram-se em idade reprodutiva, possuem um nível de habilitações literárias elevado, são provenientes do meio urbano e empregadas, revelaram sentir uma melhor perceção dos cuidados culturais, principalmente no que diz respeito ao atendimento personalizado, significado do tempo, importância da privacidade e comunicação. Conclusão: A adesão às aulas de preparação para o parto por parte das puérperas das regiões Norte de Portugal é bastante reduzida quando comparada com outros países. A sua realização pode diminuir o número de partos instrumentados bem como o número de cesarianas e promover uma melhor perceção dos cuidados culturais durante o trabalho de parto. É necessário fomentar a realização destas aulas, não só, nos meios urbanos, mas descentralizar a sua realização para que todas as mulheres independente do sítio onde moram tenham a oportunidade de as realizar, assim como, 1

EEESMO, Professora Adjunta da ESS do IPV, Viseu, Portugal.

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tentar perceber o porquê de as mulheres que vigiaram a gravidez no Serviço Nacional de Saúde não aderirem as aulas de preparação para o parto. Palavras-chave: Gravidez; aulas de preparação para o parto; perceção dos cuidados culturais

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CULTURA ORGANIZACIONAL DA FAMÍLIA E SEXUALIDADE ADOLESCENTE Célia Maria Jesus Ferreira Grilo321 7 de maio de 2014 às 09:00 h

Introdução: A adolescência é uma etapa da vida que se caracteriza pela progressiva aquisição de autonomia e mudanças nas relações familiares, mas também muitas vezes por imaturidade emocional e suscetibilidade à influência de pares que facilmente podem resultar na adoção de comportamentos e atitudes considerados de risco para a integridade física e psicológica. Objectivos: Analisar as relações entre as variáveis sociodemográficas e de contexto sexual, a cultura organizacional da família e as atitudes adotadas pelos adolescentes face a sexualidade. Métodologia: Estudo observacional descritivo correlacional, efetuado em corte transversal. A amostra não probabilística de 1216 adolescentes que frequentam o 9º ano em escolas públicas do interior centro de Portugal realizado no âmbito do projecto MISIJ –FCTFPTDC/CPE-CED/103313/2008. Foram aplicados o questionário sobre caraterização sociodemográfica e de contexto sexual; o inventário da cultura organizacional da família de Nave (2007) e a escala de atitudes face à sexualidade de Nelas et al (2010). Resultados: A maioria (54.77%) é do sexo feminino e (45.23%) do sexo masculino, entre 14 e 18 anos. A média de idades foi de 14.69 anos; a maioria reside em aldeia (48.8%). 12.6% já iniciaram relações sexuais; entre os 10 e os 18 anos com média de 13,83 anos, os rapazes (15.1%) mais do que as raparigas (10.5%). Dos que fazem contraceção 39.4% são do sexo feminino e 60.6 % são do sexo masculino; 12,9% os rapazes não utilizam o preservativo em todas as relações, e o mesmo se verifica para 17,8% das raparigas. A maioria (48.1%) apresenta atitudes favoráveis face à sexualidade e 24.9% revelou atitudes desfavoráveis. Os rapazes (53.7%) apresentam atitudes mais favoráveis face à sexualidade no global do que as raparigas (46.3%), (X2=36.348, p=0.000 Existem diferenças estatisticamente significativas entre o sexo (p=0.000), a idade (p=0.004), a cultura organizacional da família (p<0.005), o diálogo sobre sexualidade com professores (p=0.000), com profissionais de saúde (p=0.000), e as atitudes dos adolescentes face à sexualidade. Conclusão: Família e sociedade deverão assumir a importância da sexualidade como fator de equilíbrio do ser humano ao longo da vida e criar modelos de saúde e espaços 1

EEESMO, UCC do Sátão, CS Sátão, Sátão, Portugal.

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de confiança que sustentem a educação sexual das crianças e adolescentes, tornando-os mais empoderados, saudáveis e felizes. Bibliografia: BRÊTAS, J. Roberto [et al.] - Aspectos da sexualidade na adolescência. Ciência & Saúde Coletiva [Em linha].16:7 (2011), 3221-3228. [Consult. Em 11 janeiro 2013]. Disponível em http://www.scielosp.org/pdf/csc/v16n7/21.pdf DIAS, A. Cristina; RODRIGUES, M. Alves - Adolescentes e sexualidade: Contributo da educação, da família e do grupo de pares adolescentes no desenvolvimento da sexualidade. Revista Referência. Coimbra 2:10 (2009), p.15-22 DUARTE, João - Privação do sono, rendimento escolar e equilíbrio psicoafectivo na adolescência (Dissertação de doutoramento). Universidade do Porto. 2008. [Consult.

Em

20

março

2013].Disponível

em

http://repositorioaberto.up.pt/bitstream/10216/19371/6/ndices.pdf FERREIRA, Manuela [et al.] - Family culture and adolescent sexuality. Atención Primaria, 45 (Espec cong 1), p.216. [Consult. Em 5 junho 2013]. Disponível em www.elsivier.es/ap FERREIRA, Manuela; MARQUES, Ana; DUARTE, João - Promoting sexual and reproductive health in vocational

education:

A study with portuguese

youth. European Journal of Epidemiology. 27(sup 1) (2012), p.88.

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A DIFERENÇA ENTRE A ANTECIPAÇÃO PARA O PARTO NA GRÁVIDA NULÍPARA NO TERCEIRO TRIMESTRE DE GRAVIDEZ QUE FEZ PREPARAÇÃO PARA O PARTO SEM VISITA À MATERNIDADE E COM VISITA À MATERNIDADE Gisélia Maria Pereira Machado331 7 de maio de 2014 às 09:00 h Enquadramento: A preparação para o parto e a visita à maternidade podem influenciar a antecipação para o parto de forma positiva, no entanto convém compreender se existe uma diferença entre ambas. Objetivos: determinar a influência da preparação para o parto na antecipação do parto, determinar a influência da preparação para o parto com visita à maternidade na antecipação do parto e conhecer a importância da preparação para o parto com visita à maternidade na antecipação do parto. Métodos: estudo quase-experimental, através do preenchimento de um questionário a uma amostra de 60 grávidas que fizeram preparação para o parto, dividas em 2 grupos (com e sem visita à maternidade). Resultados: Quando comparada a antecipação do parto entre as grávidas que fizeram a preparação para o parto com visita à maternidade e as que não fizeram visita verificamos uma influência positiva na subescala “Expectativas quanto ao pósparto” (p=0,016). Conclusão: Este trabalho permitiu-nos dar resposta aos nossos objetivos, verificandose a influência positiva da preparação para o parto e da visita à maternidade na antecipação do parto, em especial em relação à forma como as grávidas, nulíparas no terceiro trimestre de gestação, o planeiam, às expectativas quanto ao parto e quanto ao pós-parto e justificando a pertinência destes cursos. Palavras-chave: preparação para o parto; antecipação do parto e visita à maternidade Bibliografia: PACHECO, ALexandra [et al] – ANTECIPAÇÃO DA EXPERIENCIA DE PARTO: MUDANÇAS DESENVOLVIMENTAIS AO LONGO DA GRAVIDEZ. Revista Portuguesa de Psicossomática (2005), Vol 7, nº1-2, p.7-41. MORGADO [et al.] – Efeito da variável preparação para o parto na antecipação do parto pela grávida: estudo comparativo. Referência. ISSN 0874.0283. II Série, nº 12 (2010). p. 17-27. MILANOVIC, Snezana – Anxiety during pregnancy: How does it affect the developing fetal brain? MGH – Center for women’s mental health [Em linha]. (2011) [Consult. 17 Outubro 1

2012].

Disponível

em

EEESMO, HPP – Hospital de Cascais Dr. José de Almeida, Cascais, Portugal.

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WWW:<URL:http://www.womensmentalhealth.org/posts/anxiety-during-pregnancyhow-does-it-affect-the-developing-fetal-brain/>. CAMPERO, L. [et al.] - Support from a prenatal instructor during childbirth is associated with reduced rates of caesarean section in a Mexican study. Midwifery [Em linha]. Vol. 20, nº 4, (2004), p. 312-323. [Consult. 17 Outubro 2012]. Disponível em WWW:<URL:http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15571880?ordinalpos=1&itool=Entre zSystem2.PEntrez.Pubmed.Pubmed_ResultsPanel.Pubmed_DiscoveryPanel.Pubmed _Discovery_RA>.

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PARTICIPAÇÃO DO PAI NA AMAMENTAÇÃO João José de Sousa Franco341; Vera Lúcia Antunes Gonçalves 7 de maio de 2014 às 09:00 h

Introdução: Um pai motivado para a amamentação é capaz de apoiar a mãe, podendo ser das ajudas mais importantes na sua promoção e prevalência. A este propósito considera-se que o conhecimento que o pai tem sobre os diferentes aspetos relacionados com a amamentação é um fator determinante do seu envolvimento e colaboração. Neste sentido a avaliação dos conhecimentos do pai, bem como da sua necessidade de conhecimentos, podem determinar a sua expetativa face à amamentação e planear intervenções mais focalizadas. Por outro lado a construção de escalas permite comparar resultados entre os diversos estudos e avaliar as intervenções realizadas. Objetivo: Construir e validar a escala de conhecimentos do pai sobre a amamentação (ECPA) e a escala da necessidade de conhecimentos do pai sobre a amamentação (ENCPA). Metodologia: Com base na revisão da literatura, construiu-se a escala de conhecimento do pai sobre a amamentação composta por 9 itens. De seguida foram entrevistadas seis Enfermeiros Especialista em Enfermagem de Saúde Materna, Conselheiras em Amamentação sobre os itens a avaliar, do que resultou a aceitação da escala construída, e que os mesmos itens poderiam ser avaliados em dois aspetos: “o conhecimento” e a “necessidade de conhecimento”. Com este instrumento foi realizada um estudo quantitativo, exploratório e descritivo, com uma amostra aleatória de 150 pais, previamente aprovado pela Comissão de Ética da instituição onde foi realizado. Resultados: No global a ECPA e a ENCPA apresentam uma boa consistência interna, com uma correlação de cada item com o total da escala com valor mínimo de 0,534, e um Alpha de Cronbach de 0,915 e 0,914, respetivamente. No que respeita à validade da escala encontramos um bom valor de KMO para as duas escalas (0,880 e 0,864) com um teste de esfericidade de Bartlett’s de 0,000, sendo a variância explicada da ECPA de 71,85% e da ENCPA de 72,72%, revelando uma boa fidelidade. Quanto à estrutura da escala verificou-se em cada uma a existência de duas dimensões (funções - 5 itens e anatomofisiologia – 4 itens), com os mesmos itens. As

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EEESMO, Professor Coordenador da ESEnfC, Coimbra, Portugal.

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dimensões apresentam bons valores de Alpha de Cronbach, situando-se entre 0,834 e 0,917. Os resultados obtidos indicam que os pais consideram que, em média, a sua necessidade de conhecimento é superior ao conhecimento que possuem sobre a amamentação, o que se revela que os pais estão recetivos ao aumento de conhecimento nesta área. Ao se avaliar a expetativa de conhecimento a partir dos resultados obtidos, através da conversão dos valores numa escala de 0 100, verificamos que 77% dos pais consideram que a sua necessidade de conhecimento é superior ao que necessitariam face ao conhecimento que consideram ter. Conclusões: Cada escala possui duas dimensões, com os mesmos itens, num total de nove itens, revelando uma boa fidelidade e validade interna. Possui muito boas características psicométicas para ser utilizada em estudos que pretendam avaliar o conhecimento do pai na amamentação e/ou a necessidade de conhecimento do pai na amamentação. Dos resultados obtidos verificamos que os pais apresentam no global elevada expetativa de conhecimentos o que revela estarem recetivos a aumentar o seu conhecimento, o que poderá contribuir para uma maior e melhor participação na amamentação do seu filho(a). Referências Bibliográficas: Gonçalves, V. L. (2012). A participação do pai na amamentação. Dissertação de Mestrado, Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Coimbra.

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ADOLESCENTES… SEXUALIDADE E CONHECIMENTOS SOBRE SIDA Manuela Bento351; João Rui Bento Consciência 7 de maio de 2014 às 12:15 h

A Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, apelidada pela OMS como a Primeira Crise Mundial da Saúde, é uma doença que transpõe a sua índole de patologia do sistema imunitário anunciando-se como uma doença social, de índole comportamental que tem nos adolescentes um dos grupos de maior vulnerabilidade. De acordo com os dados da UNAIDS (2012), o grupo etário dos 15 aos 24 anos representa o agregado de maior contaminação, atingindo 41% dos novos casos. A adolescência é uma fase de mudanças, de descobertas, de conquista de autonomia e de construção de uma nova identidade em que uma nova sexualidade se vai moldando e tomando forma de vivência em vivência, de descoberta em descoberta, num contexto por vezes pouco favorável, determinado pela sua imaturidade, comportamentos sexuais de risco e por uma informação ineficiente, não legitimada, que obtiveram e utilizam de forma oculta. É objetivo deste estudo, determinar as relações de causalidade entre as variáveis sociodemográficas, de contexto escolar, de contexto familiar, variáveis psicológicas e as atitudes face à sexualidade com o nível de conhecimentos sobre Sida dos adolescentes. Estudo quantitativo, descritivo/correlacional, analítico e transversal, amostra de 971 adolescentes, do 10º, 11º e 12º ano. Inquiridos com idades compreendidas entre os 14 e os 21 anos, uma média de 16,80 anos, com um desvio padrão de 1,38. Vivem maioritariamente em meio rural (66,40%), em agregados familiares com rendimento mensal médio alto ou alto (56,70%). Para avaliação dos conhecimentos foi utilizada a Escala de Conhecimentos sobre Sida para Adolescentes (Zimet et al. 1998) que validamos para a população portuguesa com propriedades psicométricas que certificam a sua validade; índice de fiabilidade, calculado pelo método das metades de Split Half apresenta um alfa de Cronbach global = 0,875; primeira metade =0,817;segunda metade=0,752. Os adolescentes com maior nível de conhecimentos sobre HIV/Sida são do sexo feminino, (t=5,25; p=0,000), têm 17 anos (F=5,63; p=0,004), vivem em agregados com rendimentos rendimento médio alto e alto. (t=-2,05; p=0,040), frequentam o 12º ano, (̅=15,62±4,51), nunca chumbaram (t=5,75; p=0,000). Jovens com baixa auto-estima possuem menos conhecimentos (X2=26,425; p=0,000), diferenças registadas entre a baixa e elevada auto-estima (p=0.000). Os resultados da 1

EEESMO, Centro Hospitalar de Tondela – Viseu-EPE, Tondela, Portugal.

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regressão múltipla indicam como variáveis preditivas as atitudes face à sexualidade (0,329), a impulsividade/actividade (0,152) e a auto-eficácia (0,068) revelando que a mais conhecimentos sobre Sida corresponde um melhor auto-conceito, melhor autoeficácia e melhores atitudes face à sexualidade. A análise dos resultados leva-nos a concluir que o conhecimento é influenciado por muitos factores intrínsecos e extrínsecos às vivências do adolescente das quais destacamos o sexo, a idade, o contexto familiar e escolar, a auto-estima e o autoconceito e as atitudes face à sexualidade. Bibliografia Portugal, Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (2012). Infecção VIH/SIDA: A situação em Portugal a 31 de Dezembro de 2010. Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I.P. Documento VIH/SIDA; 143. Acedido em 29 de Janeiro de 2012 em repositorio.insa.pt/.../relatorio%20VIH%20SIDA%202011 UNAIDS. (2012). Global report: UNAIDS report on the global AIDS epidemic 2012. Acedido

em

20

de

Janeiro

de

2013

em

http://www.unaids.org/en/media/unaids/contentassets/documents/epidemiology/2012/g r2012/20121120_UNAIDS_Global_Report_2012_with_annexes_en.pdf

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O TRABALHO DE PARTO: DO ESPERADO AO EXPERIENCIADO Sandra Patrícia Arantes dos Souto 361 7 de maio de 2014 às 12:15 h

Introdução: A avaliação da satisfação da mulher com a sua experiência de trabalho de parto é uma operação multidimensional, pelo que se prevê a análise do conceito de satisfação com base nas diferenças o que é antecipado ou desejado e o que é percebido (Bryanton [et al.], 2008) e engloba tanto respostas afetivas como avaliações cognitivas (Hodnett, 2002). Também Slade [et al.] (1993) relacionaram a avaliação da experiência de trabalho de parto com as expectativas desenvolvidas na gravidez. Entretanto, Bryanton [et al.] (2008) concluíram que dos indicadores da perceção materna sobre a experiência de trabalho de parto, a maioria são passíveis de intervenções de enfermagem especializadas. Neste contexto, as descobertas científicas podem oferecer um sentido à atuação dos profissionais da saúde, pela possibilidade privilegiada de contribuírem para uma experiência de trabalho de parto positiva. Objetivo: Compreender o significado atribuído pela mulher à experiência de trabalho de parto, a partir das expectativas construídas durante a gravidez. Metodologia: Foi desenvolvido um estudo descritivo, com uma abordagem qualitativa. A seleção dos participantes baseou-se numa amostragem intencional, sendo constituída por nove mulheres, que estiveram internadas no serviço de obstetrícia do Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/ Vila de Conde. Como instrumento de recolha de dados foram realizadas entrevistas semiestruturadas e para a análise dos dados recorreu-se à análise de conteúdo de Laurence Bardin. Conclusão: As principais conclusões do estudo baseiam-se no resultado da equação entre as expectativas e a experiência de trabalho de parto. Neste contexto, algumas mulheres percecionaram uma experiência de trabalho de parto positiva; outras mulheres percecionaram negativamente a sua experiência de trabalho de parto e ainda outras participantes avaliaram a sua experiência de trabalho de parto simultaneamente como positiva e negativa. Os principais fatores que influenciaram a experiência de trabalho de parto, contribuindo para as diferenças verificadas ao nível da avaliação desta experiência pelas mulheres foram: a presença da figura significativa; o apoio prestado pelos profissionais da saúde; a participação da mulher nas decisões sobre o trabalho de parto e perceção de controlo; a ligação mãe-filho

1

EEESMO, CHPV-VC, Vila do Conde, Portugal.

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imediatamente após o parto; a dor no trabalho de parto e as estratégias para gerir a dor e as circunstâncias obstétricas (duração, intervenções obstétricas). Concluiu-se que o trabalho de parto é uma experiência fortemente personalizada. Os nove relatos de experiência de trabalho de parto confirmam o modo pessoal como cada mulher antecipou e percecionou a sua experiência de trabalho de parto. Apesar da elevada predominância de resultados positivos, a evidência de alguns resultados negativos sugere a necessidade de uma melhoria contínua dos cuidados prestados à mulher, na prossecução de experiências de trabalho de parto mais positivas.

Bibliografia: BRYANTON, Janet [et al.] – Predictors of Women’s Perceptions of the Childbirth Experience. Journal of Obstetric, Gynecologic, & Neonatal Nursing. Vol.37, nº 1 (2008), p. 24-34. HODNETT, Ellen D. – Pain and women’s satisfaction with the experience of childbirth: A systematic review. American Journal of Obstetrics & Gynecology. Vol.186, nº5 (Suppl.) (2002), p. S 160-172. SLADE, P. [et al.] – Expectations, experiences and satisfaction with labour. British Journal of Clinical Psychology. Vol.32, nº 4 (1993), p. 469-83.

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ABORDAGENS ALTERNATIVAS DOS CUIDADOS DE ENFERMAGEM À FAMÍLIA NO CONTEXTO DA PARENTALIDADE Sónia Sofia de Carvalho Henriques Ferreira 371; Sandra Cota Pereira 7 de maio de 2013 às 12:15 h

A crescente difusão de informação que temos vindo a observar neste milénio, confronta-nos com novos desafios, novas necessidades de novas famílias, alvo dos nossos cuidados. Se é difícil acompanhar as inovações científicas que constantemente nos forçam a uma atualização de conhecimentos, mais difícil será abrir os horizontes a práticas que um dia fizeram parte de uma arte à altura rudimentar, que deu origem à enfermagem atual, mas que hoje são vistas com desconfiança e desdém. Assim, e porque não nos podemos afastar do método científico, há a necessidade de organizar e fundamentar cientificamente este conjunto de conhecimentos de forma a que, não só seja fácil a sua aplicabilidade prática, mas também para que de uma vez por todas, se vençam as barreiras que ainda persistem e que impedem o desenvolvimento da prática de enfermagem para um ramo mais alternativo e que é visto de lado apenas por ser desconhecido. 1. Acolhimento à família O Hospital é visto como local de sofrimento, doença e dor. É ao hospital que a população recorre em caso de trauma, acidente, doença, diagnostico ou tratamento estando associado ao espaço físico uma imagem negativa e pesada que por si só constitui motivo de ansiedade. Mesmo que o motivo de ida ao hospital seja um nascimento, existem ainda muitos mitos sociais além do medo do abuso de poder por parte dos profissionais que dominam uma arte que é completamente desconhecida da população, que conscientemente se entrega nas nossas mãos. A forma de receber a família, a primeira abordagem, é muitas vezes responsável por desmistificar grande parte destes receios. 2. Terapia Ambiental A Terapia Ambiental surge como uma metodologia alternativa do cuidar em enfermagem que pretende trabalhar o espaço e o ambiente em que se dá o trabalho de parto e parto. Recorrendo à cromoterapia, aromaterapia e à musicoterapia transforma-se um espaço que pode ser constrangedor para a família, num espaço agradável, relaxante e harmonioso. Transformando o ambiente, transforma-se também

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EEESMO, Hospital Beatriz Ângelo, Loures, Portugal

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a experiência do parto, diminui-se a exaustão da família em trabalhos de parto prolongados e mobilizam-se métodos há muito esquecidos da nossa cultura do cuidar. 3. Gestão da dor Apesar do trabalho de parto ser um fenómeno natural inerente à reprodução humana, este processo é normalmente acompanhado de dor, muitas das vezes considerada excessiva e intolerável pelas parturientes. Os métodos mais populares de controlo da dor do trabalho de parto envolvem o uso da analgesia loco-regional, a epidural. Contudo existem outros métodos, ditos alternativos, descritos como eficazes no controle da dor do trabalho de parto. Estes métodos têm ganhado relevância nos últimos anos pois enfatizam a individualidade da parturiente e a interação entre a mente, o corpo e o ambiente dando uma sensação de controlo sobre estes e sobre o seu próprio trabalho de parto. A própria expectativa em relação à gestão da dor de trabalho de parto é diferente no que toca à visão que a população tem dos profissionais de saúde: O médico é visto como tendo uma solução rápida, invasiva e farmacológica para a dor, enquanto o que a enfermeira ou parteira apresenta uma abordagem mais natural ou fisiológica como as técnicas respiratórias, a ergonomia e a hidroterapia. 4. Alimentação e trabalho de parto A atitude face à alimentação durante o trabalho de parto tem vindo a mudar ao longo do tempo e nas diferentes sociedades. De facto as mulheres em trabalho de parto enfrentam um desgaste calórico semelhante a um atleta de alta competição pelo que o aporte de nutrientes não deve, de forma alguma, ser desprezado. 5. Ergonomia e verticalidade aplicadas ao trabalho de parto Permitir a deambulação durante o trabalho de parto começa a ser uma realidade. Porém muito mais falta fazer para que o recurso à ergonomia e o uso da gravidade a favor da descida da apresentação, se tornem uma prática comum dos cuidados de enfermagem em obstetrícia. Através do uso da bola de nascimento e potencializando no seu todo as características da sala de partos e da cama de partos, é possível explorar todo um novo mundo de posições e posturas colocando a física vetorial ao serviço da obstetrícia. Trabalhando os mecanismos das várias forças que atuam no trabalho de parto, é possível um outcome muito favorável que se traduz num maior número de partos eutócicos e numa maior satisfação das famílias que procuram os nossos cuidados.

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Conclusão A implementação das abordagens tidas como alternativas à prática de cuidados em enfermagem na Maternidade do Hospital Beatriz Ângelo tem resultado em evidências que se traduziram num aumento dos partos vaginais e numa redução da taxa de cesarianas, colocando o Hospital Beatriz Ângelo na vanguarda dos cuidados de enfermagem com a menor taxa de cesarianas do país e um grau de satisfação imenso por parte das famílias. Bibliografia Allaire AD. Complementary and alternative medicine in the labor and delivery suite. Clinical Obstet Gynecol 2001;44:681–91. ( e outros)

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PLANEAMENTO FAMILIAR: O CONTRIBUTO Carla Sofia Rodrigues Vilaça 381 7 de maio de 2014 às 14:15 h

No âmbito dos cuidados de saúde primários, a consulta de planeamento familiar, está ao alcance de toda a comunidade. A OMS (em Alma Ata, em 1978) definiu os cuidados de saúde primários do seguinte modo: “Os cuidados de saúde primários são os cuidados de saúde essenciais postos universalmente ao dispor de indivíduos e famílias da comunidade através de meios que lhes são aceitáveis, contando com a sua participação integral e a um custo que a comunidade e o país podem suportar. Fazem parte integrante do sistema de cuidados de saúde do país, de que são o núcleo, e do desenvolvimento económico-social global da comunidade.” Segundo a DGS, “A Saúde Reprodutiva é um estado de bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade, em todos os aspetos relacionados com o sistema reprodutivo, suas funções e processos”. Por sua vez as atividades de Planeamento Familiar são, nesse contexto, uma componente fundamental da prestação integrada de cuidados em saúde reprodutiva e nessa perspetiva, a consulta de Planeamento Familiar deve assegurar, também, outras atividades de promoção da saúde tais como informação e aconselhamento sexual, prevenção e diagnóstico precoce das ITS, do cancro do colo do útero e da mama, prestação de cuidados pré-concecionais e no puerpério, prevenção do tabagismo e uso de drogas ilícitas. As competências necessárias para assegurar as áreas de exercício que a Enfermeira Especialista em Saúde Materna e Obstétrica (EESMO) está habilitada e autorizada, são subjacentes aos conhecimentos e capacidades adquiridas na formação especializada, que lhes permite assumir cuidados de enfermagem a prestar à menina, adolescente e à mulher adulta nos períodos pré-concecional, pré-natal, pós-parto e ao recém nascido até aos 28 dias, assim como na intervenção no âmbito do planeamento familiar, em ginecologia, na educação para a saúde, na investigação e na comunidade. Se em Portugal as mulheres saudáveis, fizessem a sua vigilância de saúde com as Enfermeiras Especialistas em Saúde Materna e Obstétrica (EESMO), que benefícios emergiriam para as utentes e para o país?

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EEESMO, Enfermeiro Graduada na USF Garcia de Orta, ACES Porto Ocidental

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Bibliografia 1. Declaração de Alma-Ata. Conferência Internacional sobre os Cuidados de Saúde Primários.

Cazaquistão,

1978.

(disponível

em

www.saudepublica.web.pt/05-

PromocaoSaude/Dec_Alma-Ata.htm) 2. Direção Geral da Saúde, Programa Nacional de Saúde Reprodutiva, Saúde Reprodutiva Planeamento Familiar, Edição revista e atualizada, Lisboa, 2008 3. Ordem dos Enfermeiros, Regulamento das Competências Específicas do Enfermeiro Especialista de Saúde Materna, Obstétrica e Ginecológica, 2010

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RESUMO DOS POSTERS

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EXPERIÊNCIA VIVIDA PELO PAI NO NASCIMENTO DE UM FILHO PREMATURO Nelly Augusta Silva391; Teresa Maria Campos Silva; Isabel Margarida Marques Monteiro Dias Mendes 6 de maio de 2014 às 09:00 h

Introdução: Apesar do aumento da taxa de prematuridade em Portugal, a experiência paterna no contexto da prematuridade ainda é um tema pouco abordado na literatura académica. A prematuridade de um filho provoca sofrimento no pai, contudo, o seu envolvimento nos cuidados ao filho é, por vezes, descurado pelos profissionais de saúde, sendo a mãe o foco da atenção nos cuidados. Objetivos: Conhecer a evidência científica sobre a vivência do pai no nascimento de um filho prematuro, no período compreendido entre 2005 e 2012. Metodologia: Revisão sistemática da literatura dando resposta à questão: “Quais as vivências do pai no nascimento de um filho prematuro?”. Quanto ao nível de análise, desenvolvemos um estudo exploratório/descritivo segundo Cochrane Collaboration (2011) com pesquisa em bases de dados e revistas eletrónicas que conduziram a 6 artigos que cumpriam os critérios definidos. Conclusões: Na preparação para a alta hospitalar, os enfermeiros devem apoiar e envolver o pai nos cuidados a fim de capacitá-lo para cuidar autonomamente do seu filho prematuro. Mais conhecimento sobre a vivência paterna no nascimento de um filho prematuro pode contribuir na valorização da figura paterna e da sua participação no ambiente de cuidados ao filho prematuro na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, privilegiando uma assistência de qualidade ao pai pelos enfermeiros ao longo do processo de preparação para a alta hospitalar. Referências bibliográficas: AMARAL, Nádea Margarida Ferreira – Parceria de cuidados entre enfermeiras e pais de recém-nascidos prematuros internados: a visão das enfermeiras. [Em linha]. Porto: 2009.

[Consult.

20

Jan.

2012].

Disponível

em

http://repositorioaberto.

up.pt/bitstream/10216/20148/2/Dissertao%20mestrado%20Parceria%20de%20 cuidados%20entre%20enfermeiras%20e%20pais%20de%20recmnascidos%20premat uros%20internados.pdf. BARRADAS, Alexandra Maria Carapito Ramos – Parentalidade na relação com o recém-nascido prematuro: vivências, necessidades e estratégias de intervenção. [Em

1

EEESMO, UCS Personalizados de Anadia III, ACES Baixo Vouga, Anadia, Portugal.

74


linha].

Lisboa:

2008.

[Consult.

20

Jan.

2012].Disponível

em

https://repositorioaberto.uab.pt/handle/10400.2/735?mode=full. MELEIS, A. [et al.] – Experiencing transitions: An emerging middle-range theory. Advances in Nursing Science. [Em linha]. Vol. 23, nº 1, (Set. 2000), p.12-28. [Consult. 9

Jan.

2012].

Disponível

em

http://journals.lww.com/advancesinnursingscience/Fulltext/2000/09000/Experiencing_T ransitions__An_Emerging_Middle_Range.6.aspx. MENDES, Isabel Margarida – Ajustamento materno e paterno: experiências vivenciadas pelos pais no pós-parto. Coimbra: Mar da Palavra, 2009. 305 p. ISBN 978-8910-41-9.

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CONTACTO PELE A PELE Ana Maria Violante Gomes Oliveira Carvalho401; Maria Otília Brites Zangão 6 de maio de 2014 às 09:00 h

Introdução Uma das formas de promover o aleitamento materno consiste em permitir o contacto pele com pele entre a mãe e o bebé após o nascimento. O contacto pele-a- pele ajuda o recém-nascido na transição para a vida extra uterina, na manutenção da temperatura, no processo de vinculação, no início e manutenção prolongada da amamentação, na adaptação ao meio ambiente não estéril e na diminuição da dor, do stress e do choro (Sobel, Silvestre,Mantaring,Oliveros & Nyunt-U, 2011; WABA, 2007). Objetivo Demonstrar que, no Bloco de Partos do Hospital de Santarém, a temperatura corporal dos RNs não diminui quando em contacto pele-a-pele com a mãe. Metodologia •

Estudo descritivo de abordagem quantitativa

A amostra não probabilística e de conveniência

Critérios de seleção:

Gravidez de baixo risco e de termo

Evolução normal do trabalho de parto

Rutura de membranas inferior a 24 horas

Parto eutócico

RN com Índice de Apgar igual ou superior a 8

RNs com peso entre 2500gr e 4500gr.

Os RNs foram bem secos, colocados em decúbito ventral sobre o peito materno e foi avaliada a temperatura rectal à nascença, aos 10, 20 e 30 minutos de vida.

Resultados Obtivemos uma amostra de 33 díades em que 39,4% das mães têm entre 30 e 34 anos, sendo 42,4% primíparas. A maior parte dos recém-nascidos (42,4 %) pesa entre 3000 e 3499g, sendo que 60.6% são do sexo masculino. As temperaturas médias apresentadas à nascença, aos 10’, 20’ e 30’ de vida foram, respetivamente de 37,56º, 37,40º, 37,02º e 37,00º. 1

EEESMO, BP do Hospital de Santarém, Santarém, Portugal.

76


Conclusões •

A temperatura corporal do RN não diminui para parâmetros de hipotermia quando em contacto pele-a-pele com a mãe durante os primeiros trinta minutos de vida, mantendo-se, em média, entre os 37,5 e os 37,0 oc.

A temperatura apresentada pelo RN à nascença tem correlação forte e estatisticamente significativa (p<0,01) com a temperatura que este apresenta durante o CPP.

A temperatura da sala não tem correlação com a temperatura apresentada pelo RN durante o tempo de CPP.

O peso do RN apenas tem correlação positiva e estatisticamente significativa (p<0.05) na temperatura aos 30 minutos de vida.

Palavras-chave: Contacto pele a pele, temperatura, amamentação Referências bibliográficas Sobel, H. L., Silvestre, M. A. A., Mantaring, J. B. V., Oliveros, Y.E., Nyunt-U, S. (2011). Immediate newborn care practices delay thermoregulation and breastfeeding initiation. Acta

Pædiatrica,

Vol.100,

pp.

1127–1133.

Disponível

em:

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3206216/pdf/apa0100-1127.pdf WABA. (2007). Folheto Semana Mundial do Aleitamento Materno. Amamentação na primeira

hora:

proteção

sem

demora.

Disponível

em:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/folder/10006003714.pdf WHO. (1998). Evidence for the ten steps to Successful Breastfeeding.” Genebra: WHO. Acedido a 21/04/2010. Disponível em: http://www.who.int/maternal_child_adolescent/documents/9241591544/en/

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CURSO DE PREPARAÇÃO PARA O NASCIMENTO Cláudia Patrícia da Costa Brás411; Giselda Andreia Filipe Domingues; Guida Maria Gomes dos Santos; Helena Sofia Duarte; Maria Celeste do Céu Vieira 6 de maio de 2014 às 09:00 h

A preparação para o nascimento, nas suas diferentes conceções, apoia-se na educação e aprendizagem de atividades organizadas com vista ao melhor desempenho da grávida/casal e a uma vivência consciente e plena da gravidez, trabalho de parto e puerpério. A educação é um direito de todos os cidadãos em qualquer fase da sua vida e neste sentido a educação da grávida é uma necessidade humana, cabendo ao enfermeiro um papel de destaque como veículo promotor da educação para a saúde. O campo de competências de enfermagem situa-se na mobilização e desenvolvimento das capacidades da pessoa/ família, para fazer face ao acontecimento, onde se vão trabalhando todas as dúvidas e receios, para que a vivência da gravidez se torne uma experiência gratificante e enriquecedora. No decorrer do curso, para além de ser proporcionada às grávidas/casal a visita à maternidade, são lecionadas aulas práticas - onde são abordados diferentes tipos de respiração e técnicas de relaxamento, e teóricas - com temas relativos ao banho do recém-nascido, amamentação.

prevenção de

acidentes,

Consideramos

a

competências do

amamentação

recém-nascido e

importante

para

o

bebé/mãe/família/sociedade e como Maternidade Hospital Amigo dos Bebés temos uma responsabilidade acrescida na promoção do aleitamento materno. Este estudo teve como objetivos caracterizar as grávidas que frequentaram o Curso de Preparação para o Nascimento da Maternidade Bissaya Barreto no ano de 2013 e contribuir para a melhoria da qualidade dos futuros Cursos de Preparação para o Nascimento. É um estudo descritivo-exploratório realizado na Maternidade Bissaya Barreto durante o ano de 2013, através da consulta de base de dados do Curso de Preparação para o Nascimento da referida instituição. Da análise dos dados obtidos verificámos que uma percentagem das grávidas se desloca da aldeia e da periferia da cidade para frequentar o curso (12% e 38%) aspeto que demonstra que a distância não tem sido impeditiva para a frequência do mesmo. Uma expressiva percentagem das grávidas que frequentaram o curso são primíparas, o que vai ao encontro das estatísticas a nível nacional em que se verifica que a maior parte dos casais tem apenas um filho. 1

EEESMO, MMF/BP/URG do CHUC – Pólo MBB, Coimbra, Portugal.

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A grande maioria das grávidas obteve conhecimento acerca do curso através dos profissionais de enfermagem (76%) e cerca de 12% através de amigos ou familiares, o que leva a depreender que o curso tem visibilidade na sociedade. Das grávidas que frequentaram o curso 59% tiveram um parto não induzido e 43% tiveram partos eutócicos, percentagens que poderão refletir o investimento efetuado a este nível pelo grupo de Enfermeiras de Saúde Materna e Obstétrica nas sessões de preparação para o nascimento. A presença do acompanhante de referência foi significativa nas sessões de preparação para o nascimento (74%) o que reflete a envolvência familiar na gravidez. Pelos resultados obtidos podemos auferir que este curso corresponde a um momento privilegiado para a grávida e família, como estratégia de educação para a saúde, com resultados evidentes e duradouros. O Curso de Preparação para o Nascimento possibilita a aquisição de ganhos em saúde, uma vez que famílias mais preparadas adotam inevitavelmente comportamentos mais saudáveis. Bibliografia: VELLAY, Pierre - A vida sexual da mulher: o método psicoprofiláctico do parto sem dor. Lisboa: Editorial Estampa, 1998 FORTIN, Marie-Fabienne - O processo de investigação: da concepção à realização. 2.ª ed. Loures: Lusociência, 1999.

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PREPARAÇÃO PARA O PARTO E PARENTALIDADE - EXPECTATIVAS DAS GRÁVIDAS – A NOSSA REALIDADE /CENTRO HOSPITALAR TONDELA – VISEU EPE Deolinda Maria Rodrigues Gonçalves da Silva Fróis 421; Cármen Maria Maia Dias de Melo Martins; Leonor Elisa Baltazar Costa Rodrigues 6 de maio de 2014 às 17:00 h

Introdução: A maternidade constitui-se como um percurso singular e especial, associado a uma reorganização do equilíbrio físico, psicológico, emocional e social da mulher (Canavarro, 2001), que deve exigir um investimento na educação e preparação pré-natal, para uma antecipação mais realista, previsível e positiva da experiência do parto. Neste sentido o enfermeiro especialista de saúde materna e obstétrica (EESMO) desempenha um papel singular e imprescindível na promoção da gravidez e preparação para o parto saudável e na construção de um processo parental saudável, alicerçando ao bem-estar psicológico e cultural o bem-estar físico e a adaptação às novas tarefas. A 11 de Fevereiro 2008 a equipa de EESMO da sala de partos iniciou o Curso de Preparação para o Trabalho de Parto e Parentalidade (CPTPP) tendo este sido frequentado, até ao momento, por 1503 grávidas/casais. Ao completar 6 anos de atividade realizámos uma reflexão sobre esta prática analisando diferentes aspetos nomeadamente análise aos dados obtidos na consulta de enfermagem inicial. Objetivo: Verificar que expetativas as grávidas apresentam acerca da preparação para o trabalho de parto (TP), que preocupações referem ter com a gravidez/parto e forma como imaginam o parto. Refletir sobre os registos obtidos na consulta de enfermagem e a sua fiabilidade para suporte a trabalhos científicos. Metodologia: Estudo descritivo com análise quantitativa que inclui as grávidas admitidas no período de Outubro a Dezembro de 2013. Resultados: A nossa amostra é constituída por 49 grávidas. A idade mínima das inquiridas é de 22 anos e máxima 45 anos, média 30,22 anos; 89,79% são primíparas; com idade gestacional entre as 28 e as 32 semanas; 55,10% possuem licenciatura; 89,79% exercem atividade profissional. Expetativas face à preparação: Obter conhecimentos dos procedimentos do TP e parto 40.81%; Obter conhecimentos sobre técnicas de respiração e relaxamento 16.33%; Minimizar ansiedade 14.29%; Obter conhecimentos de como cuidar do bebé 10.20%; Relembrar conhecimentos 10.20%; Minimizar o medo 8.16%. Preocupações com gravidez/parto: Preocupação com estado

1

EEESMO, Centro Hospitalar de Tondela – Viseu EPE, Viseu, Portugal.

80


de saúde do bebé 27%; Sem preocupações19%; Preocupação com a dor no TP e parto 16%; Preocupação com estado de saúde da própria 16%; Preocupação com o tipo de parto 12%; Consequências do parto 10%.Como imaginam o parto: Não imagina 25%; Parto normal 23%; Parto rápido 22%; Parto tranquilo 12%; TP e parto doloroso 8%; Parto indolor 6%, Não respondeu 4%. Conclusão: Os dados obtidos vão de encontro à literatura consultada relativamente às expetativas face à preparação para a Parentalidade. A maioria das utentes procura obter conhecimentos, técnicas e competências sobre a gravidez, parto e o puerpério, auxiliando na criação de expectativas realistas, fornecendo maiores níveis de segurança e confiança. A realização deste trabalho permitiu-nos avaliar a informação obtida na consulta de enfermagem, motivando-nos para a sua reestruturação nomeadamente com inclusão de testes paramétricos Bibliografia: Canavarro, M.C. (Ed.) (2001). Psicologia da gravidez e da maternidade. Coimbra. Quarteto Editora; Figueiredo, B; Costa, R; Pacheco, A (2002) Experiência de parto: alguns fatores e consequências associadas. Análise Psicológica. 2, 13-27.

81


ALEITAMENTO MATERNO 2011: RESULTADOS OBTIDOS NA UNIDADE DE INTERVENÇÃO PRECOCE E CONSULTA EXTERNA Ana Marta Martins Gaspar431; Ana Isabel Correia; Andreia Bolito; Ana Filipa Oliveira; Filipa Oliveira; Catarina Gonçalves; João Franco 6 de maio de 2014 às 17:00 h

Introdução A OMS e a UNICEF recomendam o aleitamento materno exclusivo (AME) desde o nascimento até aos 6 meses e promove a continuação da amamentação até aos 2 anos, ou mais, juntamente com alimentos complementares (Aconselhamento em Amamentação: um curso de treino, 2007). Segundo o Registo do Aleitamento Materno (RAM, 2012), a proteção, a promoção e o suporte ao aleitamento materno (AM) constituem uma prioridade no âmbito da saúde pública em toda a Europa. Esta promoção depende das políticas nacionais, e das recomendações feitas nos serviços sociais e de saúde, para que seja entendido como prática natural. Objetivo: Avaliar e comparar resultados relativa á prática do aleitamento materno. Metodologia Estudo qualitativo, descritivo, realizado através de questionário aplicado duas amostra de 586 grávidas e 564 puérperas, sobre aleitamento materno. Resultados Para avaliar a eficácia dos ensinos sobre início e manutenção do AM realizados às grávidas, utentes da Unidade de Intervenção Precoce e Consulta Externa (UIP/CE) aplicou-se um questionário, onde 526 grávidas (89,76%) referiram que pretendem amamentar. Na consulta de pós-parto, das 564 puérperas questionadas, 470 (83,33%) amamentam de modo exclusivo no momento da alta hospitalar e 353 (62,59%) continuam a amamentar de forma exclusiva no momento da consulta. Comparando os resultados obtidos com os do RAM nos HAB, do nascimento à data da alta, verificou-se que 87% (n=540) e que 72,5% (n=4073) respetivamente, praticam AME. Relativamente às taxas de AME no pós-parto constatou-se que, na UIP/CE é de 63,8% (n=553) e que nos cuidados de saúde primários é de 71,2% (n=708). Conclusão Os resultados indicam que o trabalho que tem vindo a ser desenvolvido para a promoção do AME têm vindo a aumentar estar prática, considerando-se que a 1

EEESMO, UCS Personalizados de Anadia III, ACES Baixo Vouga, Anadia, Portugal.

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educação para saúde realizada pode ser um importante contributo para a promoção e manutenção da prática de AME. Palavras chave: Aleitamento materno, ensino, manutenção, enfermagem obstétrica.

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COMPETÊNCIAS COMUNICACIONAIS DOS ENFERMEIROS PARA CUIDAR DA MÃE QUE AMAMENTA Maria Luís441; João Franco; Elsa Veloso; Filipa Oliveira; Ana Isabel Correia; Ana Marta Gaspar 6 de maio de 2014 às 17:00 h

Introdução Desde 1991 que a Organização Mundial de Saúde (OMS) em associação com a UNICEF, tem vindo a empreender um esforço mundial no sentido de proteger, promover e apoiar o aleitamento materno, tendo publicado 10 medidas importantes para o sucesso do aleitamento materno conferindo-lhe a categoria de “Hospital Amigo dos Bebés”. Objetivo Identificar as competências do enfermeiro, verbais e não-verbais para estimular a mãe a falar sobre a sua vivência da amamentação. Identificar competências do enfermeiro, que possibilitem desenvolver a confiança da mãe que amamenta e dar-lhe apoio. Metodologia A metodologia utilizada para a elaboração deste trabalho foi uma revisão da literatura, tendo por base o “Manual de Conselheiro do Aleitamento Materno”. Resultados Para atingir as medidas propostas pela OMS considera-se que os enfermeiros devem possuir competências comunicacionais para cuidar da mãe que amamenta, sendo elas: competências de ouvir e aprender para estimular a mãe a falar sobre a sua vivência da amamentação e competências para desenvolver confiança da mãe que amamenta e dar-lhe apoio. Conclusão Concluímos que à medida que se estabelece uma relação na qual nos colocamos numa posição de escuta, de troca, sem emitir julgamento, criando vínculos, algumas mães, que até então apontavam fatores externos, acabam expondo os seus verdadeiros sentimentos. Palavras-chave: Competências, enfermagem, amamentação, apoio, vínculo. Bibliografia 1

Enfermeira de nível 1, Puerpério do CHUC, Pólo – MDM, Coimbra, Portugal.

84


World Health Organization e UNICEF; Tradução: Grupo de Formadores em Aleitamento Materno do Porto – Aconselhamento em amamentação: Um curso de treino. Manual do Participante. Instituto Saúde, SES: São Paulo. 187p. 2007.

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HIPNOSE E GRAVIDEZ Gisélia Maria Pereira Machado451; 6 de maio de 2014 às 17:00 h

Enquadramento: A hipnoterapia é uma terapia psicossocial que pode ser usada em várias situações e para a qual é importante direcionar a atenção das pessoas, permitindo-lhes perceber as várias patologias, desconfortos e situações em que pode ser útil na gravidez. Objetivos: expor as diversas situações em que a hipnose pode ser utilizada durante a gravidez. Método: revisão bibliográfica Resultados: A hipnose pode ser utilizada ao longo de toda a gravidez, dando-se especial enfase às seguintes situações: Controlo de peso – pode ser utilizada para ajudar a grávida a controlar a sua alimentação (incluindo mudança de hábitos alimentares); Imagem corporal – pode ser utilizada para aumentar a autoestima da grávida, ajudando-a a aceitar as mudanças corporais que surgem durante a gravidez; Preparação para cesariana (ou outra cirurgia) – é possível preparar a grávida para a cirurgia, diminuindo a sua ansiedade e aumentando a sua colaboração e satisfação com o procedimento; Trabalho de parto e controlo de dor – diminui a ansiedade da grávida em relação ao parto e reduz a necessidade de recurso a medicação analgésica, pode reduzir a duração do trabalho de parto; Controlo de fobias – no caso especifico de grávidas com fobias específicas que podem dificultar a experiencia de trabalho de parto e parto pode ser feita a dessensibilização dessas situações (ex: aicmofobia, claustrofobia, nosocomefobia); Insónias /dificuldade em dormir – a hipnose pode ser utilizada para diminuir a dificuldade em dormir, podendo mesmo a gravida utilizar gravações áudio para tal efeito; Hiperémese gravídica – a hipnose pode ser utilizada em paralelo com a medicação para um efeito mais rápido, pode também ser utilizada também nas situações de náuseas e enjoos na gravidez prevenindo possíveis evoluções para hiperémese gravídica; 1

EEESMO, HPP – Hospital de Cascais Dr. José de Almeida, Cascais, Portugal.

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Trabalho de parto pré-termo – a hipnose permite diminuir a ansiedade da grávida, relaxando-a, permite também diminuir a necessidade de relaxantes musculares ou sedativos. Conclusão: Ainda são necessários mais estudos para provar a eficácia da hipnose em todas estas situações, no entanto, não podemos descurar que os estudos consultados indicam resultados promissores. Palavras-chave: hipnose, gravidez, hiperémese gravídica, trabalho de parto prétermo, ansiedade Bibliografia: SIMON EP e SCHWARTZ J. – Medical hypnosis for hyperemesis gravidarum. Birth, nº 26 (1999). p. 248-54.[Consult. 17 Abril 2014]. Disponível em WWW:<URL:http:// http://bvsalud.org/portal/resource/pt/mdl-10655831/>. JENKIS Mary W. e PRITCHARD M.H. – Hypnosis: practical applications and theoretical considerations in normal labour. BJOG: An international Journal of Obstetrics & Gynaecology, nº 100 (1993). p. 221-226. [Consult. 17 Abril 2014]. Disponível em WWW:<URL:http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.14710528.1993.tb15234.x/abstract;jsessionid=28E148C1392BA29D0D6C947B3F41FA98.f 01t01?deniedAccessCustomisedMessage=&userIsAuthenticated=false/>. CYNA [et al.] – Hypnosis for pain relief in labou rand childbirth: a systematic review. BJA. nº 93 (2004). p. 505-511. [Consult. 17 Abril 2014]. Disponível em WWW:<URL:http://bja.oxfordjournals.org/content/93/4/505.short/>. CUNHA, Alfredo de Almeida – Analgesia e anesthesia no trabalho de parto e parto. Feminina. nº 38 (2010). p. 599-606. [Consult. 17 Abril 2014]. Disponível em WWW:<URL:

http://bases.bireme.br/cgi-

bin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&src=google&base=LILACS&lang=p& nextAction=lnk&exprSearch=575020&indexSearch=ID/>.

87


POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO NA ASSISTÊNCIA AO PARTO E NASCIMENTO NO BRASIL: ANÁLISE BIBLIOGRÁFICA DA PARTICIPAÇÃO DOS ENFERMEIROS. Patrícia Salles Damasceno de Matos461; Cláudia Maria Messias; Thiago Ferreira de Oliveira; Maiara Dias; Monique Silva 6 de maio de 2014 às 17:00 h

Este trabalho reflete sobre o conceito de parto e nascimento humanizado que nos últimos anos ganha projeção no Brasil. O programa de humanização do parto e nascimento foi instituído pelo Ministério da Saúde através da portaria/GM n° 569/2000, baseando-se nas necessidades das gestantes, do recém-nascido e da mãe no período do pós parto. O conceito de humanização do parto alberga um conjunto de propostas que visam mudanças nas práticas assistenciais, respeitando o processo fisiológico e a dinâmica própria de cada mulher, evitando intervenções desnecessárias ou danosas. Objetivo: O estudo tem como objetivo identificar, a partir da bibliografia produzida, a inserção do enfermeiro obstetra na assistência ao parto e nascimento, após implementação neste país do Programa Nacional de Humanização do Parto e Nascimento (PNHPN). O estudo visa ainda analisar o impacto da participação do enfermeiro na pratica do PNHPN, enquanto cuidador na saúde integral da mulher num contexto que traz ao cotidiano dos serviços exigências por vezes desafiadoras e até mesmo conflituantes. Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo do tipo revisão bibliográfica, com coleta de dados realizada a partir de fontes secundárias. A coleta foi realizada através da pesquisa de artigos científicos na Biblioteca Virtual em Saúde, utilizando a base de dados eletrônica Scientific Electronic Library OnLine (Scielo), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Programas do Ministério da Saúde. Foram encontrados inicialmente 100 artigos, tendo sido utilizados os seguintes critérios de inclusão: artigos em Língua Portuguesa e Língua Espanhola; artigos que retratassem a temática referente ao tema; e artigos publicados entre 2003-2013. Com esses critérios, obteve-se o número de 32 artigos. Após priorizar a inserção do enfermeiro, somente 6 artigos contemplaram o estudo. Resultados: Os dados obtidos no estudo foram extraídos a partir desses seis artigos, no período de março de 2013 a novembro de 2013. Trabalhou-se com duas unidades de registros e análise. A primeira traz forte participação governamental e do Ministério da Saúde, através de legislação e portarias decretadas, bem como o incentivo e financiamento de cursos de especialização em Enfermagem Obstétrica. Também publicou normatização técnica para tal assistência menos intervencionista e 1

EEESMO, Ministério da Saúde. Hospital Federal de Bom Sucesso e Hospital Maternidade Fernando Magalhães, Portugal.

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estratégias para participação da família. Na outra vertente, trazemos a proposta de superação do modelo medicalizado e desenvolvimento de habilidades não-invasivas peculiares ao modelo humanizado feminino e descrição de técnicas não invasivas de assistência ao parto e nascimento. Apresenta a importância de minimizar medos e anseios, relacionados ao trabalho de parto e parto através de informações corretas à parturiente além da promoção de cuidados. Conclusão: O estudo identificou que o parto humanizado tem as suas vantagens e desvantagens. No entanto, os seus benefícios são inúmeros na qualidade de vida, nomeadamente na melhoria da saúde biopsicossocial do binômio mãe-filho. Bibliografia: BRASIL, Ministério da Saúde. Gabinete Ministerial. Portaria nº 569. Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento. 01 de junho de 2000.

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AMBIENTE FÍSICO E ASSISTÊNCIA NO TRABALHO DE PARTO Ana Filipa Oliveira471; João Franco; Andreia Bolito; Elsa Veloso; Maria Luís; Joana Gonçalves 6 de maio de 2014 às 17:00 h

Introdução O ambiente físico pode ter uma grande influência na evolução do trabalho de parto e no parto. Daí a importância de termos um ambiente acolhedor, com redução de instrumentos e tecnologia visível, e sobretudo privilegiar baixa intervenção obstétrica, dirigida por Enfermeiras Especialistas em Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica (EEESMO). Neste sentido, os cuidados de enfermagem devem ser individualizados, aplicando o conceito de uma EEESMO para uma mulher. Objetivo Rever os aspetos relacionados com o ambiente físico e necessidades de pessoal na assistência ao parto normal Metodologia A metodologia consistiu na revisão dos capítulos: “Ambiente Físico no Parto” e “Necessidades de pessoal na assistência ao parto normal” do documento de consenso Iniciativa Parto Normal.

Resultados Muitas das mulheres que estão em trabalho de parto contactam pela primeira vez com o ambiente hospitalar, pelo que as salas dos blocos de parto das maternidades, ainda têm um longo caminho a percorrer, para poderem promover um ambiente calmo e acolhedor, capaz de proporcionar à mulher ou ao casal tranquilidade e bem-estar. Estas condições permitem a diminuição dos níveis de ansiedade e do medo, bem o estabelecimento de uma relação de confiança, não só com os profissionais, mas com o processo e consigo própria. Outro aspeto referenciado é a importância de conhecer previamente não só as instalações, mas também alguns dos profissionais que lá trabalham (EEESMO), sem ignorar a importância de ter acesso a meios e pessoas que possam ajudar/colaborar em caso de necessidade.

1

Enfermeira de nível 1, CHA, Faro, Portugal.

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Conclusão Quanto aos profissionais que trabalham nas salas dos blocos de parto é lhes exigida formação e treino adequado para se ter qualidade nas nossas intervenções. A formação destes profissionais para além de aspetos científicos e tecnológicos, passa por aspetos como a comunicação, relação assistencial e de terapias complementares no alívio da dor. É de salientar a importância de todos os profissionais desenvolverem um trabalho em equipa, para poderem dar melhor resposta às necessidades das mulheres e dos casais. Palavras-Chave: parto normal, assistência, ambiente físico, formação, enfermagem obstétrica. Bibliografia APEO – Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras – Iniciativa Parto Normal. Documento de consenso. Loures: Lusociência. 2009. ISBN: 978-972-893049-3.

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ALIVIO NÃO FARMACOLÓGICO DA DOR DURANTE O PARTO Andreia Bolito481; Ana Isabel Correia; Ana Marta Gaspar; Filipa Oliveira; Ana Filipa Oliveira, João Franco 6 de maio de 2014 às 17:00 h Introdução O alívio da dor durante o parto é um fator fundamental para o bem-estar físico e emocional da parturiente, podendo influenciar o bem-estar fetal. A sensação de dor vivenciada pela mulher durante o trabalho de parto é o resultado da acumulação de estímulos fisiológicos, psicológicos e socioculturais. Considera-se que a dor é uma experiência sensorial desagradável mas protetora, sendo também uma sensação subjetiva de cada parturiente. Objetivo Identificar os métodos não farmacológicos para alívio da dor mais utilizados durante o trabalho de parto. Metodologia A metodologia utilizada para a elaboração deste trabalho foi a revisão da literatura, tendo por base o capítulo “Técnicas complementares para alívio da dor no parto” do documento de consenso Iniciativa do Parto Normal. Resultados É essencial que a mulher e família receba informação sobre técnicas e formas de aliviar a dor no parto, estas podem ser convencionais (anestésicas e analgésicas), ou podem ser não farmacológicas e/ou alternativas. Cada mulher é única e deve escolher a forma de alívio da dor mais adequada. Os métodos mais recomendados são a liberdade de movimentos, o apoio contínuo durante o parto, o uso de água, as injeções de água destilada, a massagem, a utilização de técnica de relaxamento, acupuntura e a estimulação transcutânea Conclusão Concluímos que ainda existe uma recorrência significativa à utilização da anestesia epidural e analgesia endovenosa. Desta forma, existe uma área vasta onde a Enfermeira Especialista em Saúde Materna e Obstetrícia pode intervir positivamente, promovendo e /ou oferecendo vários métodos não farmacológicos de alívio da dor. Palavras-Chave: trabalho de parto, dor, métodos não farmacológicos, enfermagem obstétrica. 1

Enfermeira de nível 1, CHUC, Coimbra, Portugal.

92


Bibliografia APEO – Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras – Iniciativa Parto Normal. Documento de consenso. Loures: Lusociência. 2009. ISBN: 978-972-893049-3.

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O APOIO NO TRABALHO DE PARTO Elsa Veloso491; Maria Luís; Ana Gaspar; Ana Isabel Correia; Filipa Oliveira; João Franco 6 de maio de 2014 às 17:00 h

Introdução Nas consultas de vigilância da gravidez e cursos de preparação para o nascimento deve oferecer-se às mulheres instrumentos e estratégias para enfrentar a dor e o stress no trabalho de parto, como por exemplo: respirações lentas, técnicas de relaxamento, mudança de posição; a serem trabalhadas com a mulher e com quem esta decidiu que a irá acompanhar durante o trabalho de parto. No trabalho de parto todas as mulheres deverão poder contar para além do apoio do Enfermeiro Especialista em Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia (EEESMO), também do companheiro ou da pessoa escolhida, de preferência que a tenha acompanhado na sua preparação para o nascimento. Ao EEESMO compete operacionalizar a melhoria da qualidade do acompanhamento durante o trabalho de parto, incentivando e promovendo o apoio à mulher em trabalho de parto. Objetivos Identificar os benefícios do apoio no parto e identificar os tipos de apoio contínuo e personalizado. Metodologia Como questão de partida definiu-se: Quais são os consensos existentes acerca do apoio no parto? Nesta sequência analisou-se o capítulo “O apoio no parto” do livro Iniciativa Parto Normal. Documento de consenso. Resultados Como principais benefícios do apoio no parto realçam-se: menor utilização de analgesia; menor número de partos vaginais instrumentados e cesarianas; maior satisfação com a experiência do parto; melhoria da fisiologia do parto e o nascimento; aumento da sensação de confiança materna; redução das consequências adversas do medo e do stress. No que respeita aos tipos de apoio contínuo e personalizado salientam-se: o apoio informado (informar e aconselhar as mulheres com uma terminologia que seja compreensível); o apoio físico e táctil (oferecer todas as medidas que ajudam a melhorar o conforto e a comodidade); o apoio emocional (assistência

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Enfermeira de nível 1, Puerpério- Obstetrícia B do CHUC, Pólo – MDM, Coimbra, Portugal.

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presencial contínua no parto); a representação (ajudar a mulher a expressar e comunicar as suas decisões e desejos). Conclusão Surgiram ao longo do tempo consensos que podem orientar os profissionais de saúde a contribuir para melhorar a qualidade do acompanhamento durante o trabalho de parto. O EEESMO deve conhecer e divulgar os benefícios do apoio no parto e os diferentes tipos de apoio contínuo e personalizado. A qualidade do acompanhamento durante o trabalho de parto passa pelo conhecimento e experiência dos enfermeiros, pela capacidade e possibilidade de implementar programas que dão respostas aos consensos existentes, pelo desenvolvimento de guidlines e por políticas institucionais que possibilitem a implementação de intervenções que permitam responder às decisões e expectativas das mulheres. Palavras-Chave: parto, apoio, benefícios, enfermagem obstétrica. Bibliografia APEO – Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras – Iniciativa Parto Normal. Documento de consenso. Loures: Lusociência. 2009. ISBN: 978-972-893049-3.

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FASES E POSIÇÕES DO PERÍODO EXPULSIVO NO PARTO Filipa Oliveira501; Ana Filipa Oliveira; Joana Gonçalves; Elsa Veloso; Maria Luís; João Franco 6 de maio de 2014 às 09:00 h

Introdução O segundo período do trabalho de parto divide-se em duas fases: fase primária ou não expulsiva e fase avançada ou expulsiva. Nesta fase há três tipos diferentes de puxos que se podem adotar: manobra de Valsalva, manobra de Kristeller e espontâneo. Objetivo Demonstrar que o tipo de puxo que a mulher faz no período expulsivo pode ter influências positivas e negativas e quais as posições favorecedores a adotar pela mulher. Metodologia Foi utilizada a revisão sistemática da literatura tendo por base o capítulo do livro “Período expulsivo” e “Posições no período expulsivo” do livro Iniciativa Parto Normal. Resultados Dos três tipos de puxos, o que a evidência científica nos indica que deve ser incentivado para a realização dos puxos é o espontâneo. Os restantes tipos de puxos apresentam desvantagens. A manobra de Valsava apresenta-se como contrária ao mecanismo de expulsão, uma vez que contrai o períneo, estando associado a traumatismos genitais. A manobra de Kristeller pode ser prejudicial para o feto e para a mãe, podendo no limite ocorrer rotura uterina. Por outro lado, a pressão exercida nesta manobra está associada à violência obstétrica. Deve-se deixar que as mulheres adote a posição no parto que seja mais cómoda para ela e não apenas para os profissionais, devendo-se favorecer as posições verticais, e evitar a litotomia. Conclusão Não estás recomendada a manobra de valsava e a de Kristeller, pelos seus potenciais prejuízos para a mulher, feto e trabalho de parto, devendo-se eleger o puxo espontâneo. Quanto às posições, os profissionais devem estar treinados para assistir partos nas diferentes posições devendo-se evitar a litotomia.

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Enfermeira de nível 1, Sta Casa da Misericórdia, Penacova, Portugal.

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Palavras-Chave: período expulsivo, posições, manobra, assistência, enfermagem obstétrica. Bibliografia APEO – Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras – Iniciativa Parto Normal. Documento de consenso. Loures: Lusociência. 2009. ISBN: 978-972-893049-3.

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DILATAÇÃO: PRÁTICAS HABITUAIS Ana Isabel Correia511; João Franco; Andreia Bolito; Filipa Oliveira; Ana Filipa Oliveira; Joana Gonçalves 6 de maio de 2014 às 17:00 h

Introdução O correto diagnóstico do início da fase ativa do trabalho parto ajuda a diminuir o erro e intervenções desnecessárias durante o parto. Assistir o parto através de uma “condução ativa do parto” pode aumentar a taxa de partos instrumentados e cesarianas. Objetivo Rever as condutas do trabalho de parto promotoras da segurança e do parto normal Metodologia Revisão da literatura tendo por base o capítulo do livro “A dilatação. Práticas habituais” do livro Iniciativa Parto Normal.

Resultados Os resultados encontrados referem que o partograma é um importante instrumento para analisar e avaliar adequadamente a evolução do trabalho de parto, permitindo reduzir o número de intervenções, sendo por isso considerado um instrumento para a segurança da assistência obstétrica. Por outro lado a avaliação e registo dos sinais vitais permite complementar a avaliação, e neste sentido prevenir o risco detetando eventuais problemas. Verifica-se que a mudança de posição da mulher durante o trabalho de parto permite aliviar desconforto e a dor, sendo um dos fatores facilitadores da evolução do trabalho de parto. Verifica-se que não há evidência que justifique o uso rotineiro de enemas e da tricotomia, devendo o toque vaginal limitar-se ao estritamente necessário, podendo ser substituído por técnicas menos invasivas, como seja as manobras de Leopold. Conclusão A implementação dos resultados encontrados são contributos importantes para a promoção do parto normal, bem como para a promoção da autoconfiança da mulher, devendo-se sempre que possível evitar intervenções desnecessárias. 1

Enfermeira de nível 1, Cirurgia Obstétrica, Pólo – MDM, Coimbra, Portugal.

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Palavras-Chave: parto normal, dilatação, partograma, segurança, enfermagem obstétrica. Bibliografia APEO – Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras – Iniciativa Parto Normal. Documento de consenso. Loures: Lusociência. 2009. ISBN: 978-972-893049-3.

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CUIDADOS AO PERÍNEO E DEQUITADURA Joana Gonçalves521; Andreia Bolito; Maria Luís; Ana Marta Gaspar; Ana Isabel Correia; João Franco 6 de maio de 2014 às 17:00 h

Introdução No momento do parto é comum a região perineal sofrer danos, que podem ser mais ou menos relevantes. Há uma série de fatores que podem influenciar esses danos, como por exemplo: a massagem perineal pré-natal; a paridade; a posição no período expulsivo; o uso de episiotomia por o profissional que assiste o parto; a prática ou não de episiotomia; a macrossomia fetal; o tempo de duração do expulsivo e a analgesia epidural. A dequitadura ou terceiro período de trabalho de parto, decorre desde o nascimento do bebé até à expulsão completa da placenta e das membranas fetais. A dequitadura pode ser artificial ou fisiológica, sendo a dequitadura fisiológica considerada como um final lógico de um processo fisiológico. Objetivo Identificar os cuidados ao períneo e na dequitadura, no sentido de preservar o períneo e promover a fisiologia do parto. Metodologia A metodologia usada para a construção deste poster foi uma revisão sistemática da literatura de dois capítulos do documento de consenso Iniciativa Parto Normal, sendo eles “Cuidado ao períneo” e “Dequitadura”. Resultados O resultado deste trabalho permite identificar os factores que podem influenciar os danos da região perineal no momento do parto, os métodos de cuidar do períneo no expulsivo e os tipos de dequitadura. Conclusão Concluímos que ao longo do tempo foram surgindo documentos de consenso, que ajudam os profissionais de saúde a orientar-se de forma a melhorar a qualidade dos cuidados prestados durante o parto. Para que isto aconteça, os enfermeiros especialistas de saúde materna e obstetrícia devem conhecer quais os factores que podem provocar danos perineais e saber identificar esses danos, bem como aconselhar e escolher o método de protecção do períneo mais adequado em 1

Enfermeira de nível 1, Lar de idosos, Candosa, Portugal.

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consenso com a mulher. Quanto à dequitadura, esta deverá ser fisiológica ou seja utilizar a conduta expectante. Palavras-Chave: parto, períneo, dequitadura, benefícios, enfermagem obstétrica. Bibliografia APEO – Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras – Iniciativa Parto Normal. Documento de consenso. Loures: Lusociência. 2009. ISBN: 978-972-893049-3.

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ASSISTÊNCIA IMEDIATA AO RECÉM-NASCIDO Maria Luís531; João Franco; Elsa Veloso; Joana Gonçalves; Andreia Bolito; Ana Marta Gaspar 6 de maio de 2014 às 17:00 h

Introdução A assistência ao recém-nascido (RN) nos minutos seguintes ao parto, tem sido uma prática em que se desenvolvem um conjunto de atividades e procedimentos com o RN longe da mãe, independentemente do estado do RN ao nascer. A preocupação com uma boa adaptação à vida extrauterina é sobretudo a razão das atividades e dos procedimentos que se implementam, sendo contudo atualmente questionáveis quando o RN nasce bem, privilegiando-se o contacto RN-mãe/pai, já que se considera que os primeiros momentos a seguir ao parto são muito importantes para a interação entre pais e RN, e por conseguinte para o estabelecimento do vínculo afetivo. Objetivo Identificar os procedimentos da assistência ao recém-nascido que nasce sem problemas, nos momentos a seguir ao parto. Metodologia A metodologia utilizada para a elaboração deste trabalho foi a revisão da literatura, tendo por base o capítulo “Assistência imediata ao RN” do documento de consenso Iniciativa do Parto Normal. Resultados O recém-nascido, que após o parto e numa primeira avaliação apresenta todos os parâmetros normais deve permanecer junto da mãe promovendo-se o contacto pele-apele. O enfermeiro que tem a responsabilidade de assistir o recém-nascido logo após o parto, deve promover o contacto do RN com os pais, limitando os cuidados imediatos ao mínimo necessário: a secagem para evitar a perda de calor, a clampagem do cordão, a identificação apoio a amamentação. A amamentação deve ser favorecida e iniciada o mais precocemente possível, por todas as vantagens que apresenta para a mãe e RN. Os restantes procedimentos, tais como o pesar, administrar vitamina K, realizar a profilaxia da oftalmia neonatal e vestir, poderão ser realizados após trinta minutos, aproveitando-se o momento em que se prepara e se transfere a mãe da cama, para a maca. 1

Enfermeira de nível 1, Puerpério do CHUC, Pólo – MDM, Coimbra, Portugal.

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Conclusão Os resultados apresentados são cuidados importantes para que o recém-nascido seja recebido da melhor maneira e mantenha uma boa adaptação à vida extrauterina, devendo ser restringidos ao mínimo necessário, pelo menos na primeira meia hora. Subsequentemente, poderão ser desenvolvidas outras avaliações (ex.: pesar) e outros cuidados (ex.: vestir), no momento em que seja necessário transferir a mãe da mesa de parto. Palavras-Chave: parto, recém-nascido, assistência, vinculação precoce, enfermagem obstétrica. Bibliografia APEO – Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras – Iniciativa Parto Normal. Documento de consenso. Loures: Lusociência. 2009. ISBN: 978-972-893049-3.

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PREMATURIDADE E PARENTALIDADE À LUZ DA TEORIA DA TRANSIÇÃO DE AFAF MELEIS Andreia Bolito

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; Ana Isabel Correia

6 de maio de 2014 às 17:00 h

Introdução O desenvolvimento humano é definido por transições ao longo do nosso ciclo de vida, sendo o nascimento uma fase de extrema importância. A transição para a parentalidade está sujeita a processos temporais, processuais e é influenciada pelas características pessoais da mulher, sendo mais complexa e difícil quando a criança nasce prematura. Objetivo Com este poster pretende-se identificar a transição que ocorre com o nascimento de uma criança prematura, compreender como a mulher transita para a parentalidade de forma saudável e saber quais são as terapêuticas de enfermagem mais adequadas. Metodologia A metodologia escolhida foi a revisão da literatura e a utilização de uma entrevista semiestruturada a mães de crianças prematuras internadas numa unidade neonatal. Resultados Todas as mulheres experienciam um desequilíbrio na transição para a parentalidade e, no caso da prematuridade, o processo torna-se mais complexo e difícil. É fulcral a observação e intervenção da enfermeira no período pré-natal e no período pós-parto. Conclusão A conclusão deste estudo revela o vasto campo de ação onde a enfermagem pode aplicar as terapêuticas selecionadas, aumentando a qualidade de cuidados prestados e facilitando a transição para parentalidade de forma saudável. Palavras chave: transição, parentalidade; maternidade, recém-nascido pré-termo; enfermagem Bibliografia Meleis, A. I. (2010). Transitions theory: middle range and situation specific theories in nursing research and practice. Springer Publishing Company. Shin, Hyunjeong, and Rosemary White‐Traut. "The conceptual structure of transition to motherhood in the neonatal intensive care unit." Journal of advanced nursing 58.1 1

Enfermeira de nível 1, CHUC, Coimbra, Portugal.

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(2007): 90-98. Acedido em Janeiro 7, 2014 em: http://ehis.ebscohost.com/ehost/pdfviewer/pdfviewer?vid=3&sid=bec5775d-7188-4376a4d5-f85d2dd7ee52%40sessionmgr4003&hid=4113 Wilkins, C. (2006). A qualitative study exploring the support needs of first-time mothers on their journey towards intuitive parenting. Midwifery, 22(2), 169-180. Acedido em Janeiro 7, 2014 em: http://www.midwiferyjournal.com/article/S0266-6138(05)00063-X

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TERAPIA AMBIENTAL NA SALA DE PARTOS Sónia Sofia de Carvalho Henriques Ferreira551; Sandra Cota Pereira 6 de maio de 2014 às 17:00 h

Introdução Este documento surge como resposta ao desafio colocado pela Associação Portuguesa de Enfermeiros Obstetras com o objetivo de dar a conhecer novos campos de intervenção na área de enfermagem e apresenta-los da no XVII Encontro Nacional da APEO / 1º Congresso Internacional da APEO. A apresentação tem como objetivo geral dar a conhecer as Terapia ambiental, adotada pelos Enfermeiros Especialistas em Saúde Materna na Sala de Partos do Hospital Beatriz Ângelo. Resumo do Poster A Terapia Ambiental combina 3 fatores: 

Aromaterapia

Cromoterapia

Musicoterapia

Neste Poster pretende-se mostrar através de imagens e um pequeno texto introdutório, qual o efeito da terapia ambiental e os recursos que mobiliza. Conclusão A Terapia Ambiental aparece como complemento aos métodos não farmacológicos de controlo da dor. Sem o ambiente adequado o tempo de permanência na sala de partos pode tornar-se motivo de exaustão por parte da família. Por outro lado pretende-se criar o ambiente ideal ao nascimento do bebe. Um ambiente de cor estimulante, sons melódicos e calmantes e aromas purificadores. A terapia ambiental têm dado evidência da sua aplicabilidade com respostas muito positivas por parte da população do Hospital Beatriz Ângelo, prova disso é sem dúvida o reduzido numero de distócias e o feed-back das famílias. Bibliografia Allaire AD. Complementary and alternative medicine in the labor and delivery suite. Clinical Obstet Gynecol 2001;44:681–91. Phumdoung S, Good M. Music reduces sensation and distress of labor pain. Pain Manag Nurs 2003;2:54–61 1

EEESMO, Bloco de Partos, Hospital Beatriz Ângelo, Algueirão Mem-Martins, Portugal.

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SIMKIN, Penny. – Simkin´s Ratings of Comfort Measures for Childbirth. Childbirth Graphics. Texas. 1997. ISBN 38647-4817-0797. Veldman F. Haptonomy science de l’affectivite´. Paris: Presse Universitaire de France, 1989 ( e outros)

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5 - COMISSÕES

PRESIDENTE DO ENCONTRO Dolores Silva Sardo -ESEP, Porto

Comissão Científica Manuela Ferreira, ESS-IP, Viseu (Presidente) Arminda Pinheiro, ESS-UM - Braga João Franco, ESEnfC, Coimbra Otília Zangão. ESESJD - Évora

Comissão Organizadora Alexandra Amaral, HSJ - Porto (Presidente) Rosália Marques, HGO - Almada Benvinda Bento, CHS - HSH – Setúbal Manuela Pastor, HGO – Almada

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