Amizade

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Amizade

Quando a nossa vida muda a meio

Ana Senra & Ana Pereira & Ana Vilas Boas & Inês Gonçalves & Joana Gomes 7.º C


Era uma vez um jovem chamado Carlos Ribeiro. Estudava numa Universidade, mas tirava más notas; dormia nas aulas, pois deitava-se tarde devido ao seu vício nos jogos online. Na Universidade nenhum professor ligava ao facto de Carlos dormir nas aulas, exceto o seu professor de História. Chamava-se Pedro Veloso; era um homem alto e bem constituído. Tinha quarenta e cinco anos, era casado e tinha uma filha. Como não era a primeira vez que o Carlos dormia nas suas aulas de História, o professor Pedro pediu para que não saísse da sala quando tocasse, pois queria falar com ele. E assim foi. Quando tocou, o Carlos continuou sentado na sua mesa, à espera que o professor fosse à sua beira. Depois de todos os colegas saírem, o professor foi ter com o Carlos e perguntou: - Eu vou ser direto. Por que motivo dormes nas aulas? - Mas, … desculpe. Eu nunca mais adormeço nas aulas! - Eu não te disse para me pedires desculpa – exclamou o professor. – Perguntei por que dormes nas aulas! - Pronto, eu conto a verdade. Adormeço nas aulas, porque passo a noite toda a jogar online. Já tentei parar de jogar, mas não consigo! Ajude-me professor, porque já não sei o que fazer! - Quando é que começaste a ficar viciado nos jogos online? – interrogou o professor, preocupado. - Eu já jogava há muito tempo, mas quando comecei a ficar a noite toda acordado foi no primeiro período. - Então, estando nós já no segundo período, tu tens passado todas as noites a jogar no computador? - Sim.


- Mas, a tua visão está boa? Como passas tanto tempo no computador! - Eu acho que está tudo bem! – concluiu o Carlos. - Vou falar com os teus pais e levo-te a um médico para tentar tirar-te desse vício, mas não te esqueças que a força de vontade para acabar com isto vem de ti. Também te vou ajudar a estudar para o teste de História, pois está próximo. - Está bem! – respondeu o Carlos, feliz por ter a grande ajuda do professor. E assim foi. O professor Pedro falou com os pais do Carlos e marcaram uma consulta na psicóloga. O Carlos começou a sair mais tarde da Universidade, pois o professor estava a ajudá-lo a estudar. Passados alguns dias, o Carlos foi à consulta e quando voltou à Universidade, foi ter com o professor e exclamou: - Obrigado, professor, por tudo o que tem feito por mim! Eu sei que, para já, só tive uma consulta na psicóloga, mas foi muito agradável. Também gostaria de agradecer a ajuda a estudar para o teste de História. - De nada, e não te esqueças que amanhã é o teste, por isso revê a matéria e vais ver que tiras boa nota. - Obrigado por tudo. Não sei como lhe posso agradecer. - Vai para casa, estuda um bocadinho e depois descansas. - Até amanhã! - Até amanhã. No dia seguinte o Carlos foi para a Universidade muito nervoso. Quando recebeu o teste, o professor Pedro sussurrou-lhe ao ouvido:


- Tem calma, vais ver que vai correr tudo bem. Ao ouvir estas palavras, o Carlos tentou acalmar-se. Durante a realização do teste, o Carlos começou a ver mal e, do nada, ficou cego. Como ficou sem ver nada, começou a pedir ajuda, aos berros. Ao princípio pensaram que o Carlos estava a brincar. Como ele continuava a gritar e muito nervoso, chamaram uma ambulância. O professor Pedro acompanhou o Carlos até ao hospital, tentando acalmá-lo. Quando estava no hospital, depois de ser visto por vários médicos, foi dito ao Carlos que nunca mais voltaria a ver. O Carlos começou a chorar desesperadamente e, apesar de o professor Pedro o tentar acalmar, decidiram deixá-lo sozinho para se tentar acostumar à nova fase da sua vida. A partir desse dia, o Carlos nunca mais voltou à Universidade e teria de se inscrever numa escola para cegos, para reaprender a ler e a escrever. Estava em casa há já algum tempo, muito triste e a tentar esquecer a nova vida que teria pela frente. Como o professor Pedro não teve muitas notícias do Carlos, decidiu ir ter com ele. Quando chegou à sua casa, o professor perguntou ao Carlos: - Olá. Como é que te sentes? - Mal. Eu ainda não acredito que fiquei cego. Para mim, isto é um pesadelo do qual ainda não acordei. - Mas tens que ter pensamentos positivos e continuar com a tua vida. - Só que eu não consigo encarar tudo o que me está a acontecer. – disse o Carlos, a chorar. – Já estou farto!


- Tens de continuar a lutar e tudo vai correr bem. Não desistas! Tens toda a tua família a apoiar-te. - As pessoas tratam-me como se eu precisasse de ajuda, mas eu não quero. Parece que sou um bebé que precisa que façam tudo por ele. - Tu não és um bebé, mas és um jovem que acabou de ficar cego. Por agora precisas da ajuda de todos, mas quando te habituares, já não precisarás. - Queria tanto que tudo acabasse agora. – disse tristemente o Carlos. O professor abraçou o Carlos. Como já era tarde, o professor teve de ir embora. Ao partir disse: - Agora tenho que ir embora, mas amanhã quero saber como estás e também quero saber se já te inscreveste na tua nova escola para cegos. - Adeus, professor. Amanhã ligo-lhe para dizer como estou. E, de seguida, o professor foi-se embora. Passados alguns dias, o Carlos ia para a sua nova escola e o professor Pedro perguntou-lhe: - Estás entusiasmado? - Sim, mas também estou muito nervoso! - Vais ver que vai correr tudo bem. - Espero bem que sim. Algum tempo depois, Carlos e o professor continuavam muito amigos. Quando o Carlos precisava de ajuda, o professor era o primeiro a oferecer-se para o ajudar. Agora que o Carlos estava habituado à sua deficiência, ele era muito feliz e nunca desistia de concretizar os seus sonhos.



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