Schola 2019/2020

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE BARCELINHOS

1 REVISTA SCHOLA

2019 / 2020

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE BARCELINHOS

Escola Secundária de Barcelinhos 2 REVISTA SCHOLA

2019 / 2020


ESCOLA SECUNDÁRIA DE BARCELINHOS

Ficha técnica Coordenação

António Fernandes Diretor

António Fernandes Capa

Ana Luísa Braga (9.ºD) Administração

António Carvalho Propriedade

Escola Secundária de Barcelinhos Rua do Areal de Baixo – S. Brás 4755-056 Barcelinhos Telefone – 253 839 260 Fax – 253 833 482 Email direcao@esbarcelinhos.pt http://esbarcelinhos.pt/

Nota prévia

2

A minha carta de gratidão para convosco...

4

600 exemplares

A nossa Escola em números

6

Depósito Legal n.º55158/92

Poesia

18

ISSN 0873-1217

Literatura

32

Schola n.º 26 – junho de 2020

Estudos e reflexões

54

Atividades

116

Curiosidades e passatempos

160

Tiragem

Periodicidade – anual 168 páginas

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE BARCELINHOS

Nota Prévia Pelo Diretor António Carvalho

No presente ano letivo não queremos deixar de publicar a nossa revista. É um ano atípico, como todos nós sabemos devido à pandemia do Coronavirus – covid 19. Estivemos sob o estado de emergência e confinamento até ao dia 2 de maio, seguindo-se o estado de calamidade, até quando? … não sabemos. Desde o dia 13 de Março que foram suspensas todas as atividades letivas presenciais, todas as atividades extracurriculares, desportivas, culturais, profissionais e todas as outras que possam imaginar e que faziam parte integrante e natural do decurso do ano letivo. Ficaram muitos projetos por concretizar ou concluir e que podiam projetar a nossa escola e o seu potencial que está sempre em crescendo e cada vez melhor e de excelência. Não houve a nossa noite de Teatro; não aconteceram as provas e os grandes eventos do Clube de BTT; não existiram as diversões e as brincadeiras do Dia Aberto; Os concursos nacionais e internacionais do Clube da Robótica; as idas ao Aquaparque ou o convívio dos docentes e funcionários da escola. Tudo ficou a meio e pela metade.

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE BARCELINHOS

As atividades letivas desenvolveram-se através do ensino à distância, utilizando-se para isso uma panóplia de plataformas e canais digitais que todos nós, docentes e alunos fomos descobrindo, treinando e aperfeiçoando. Reuniões em videoconferência e em frente ao computador. Todos nós tivemos de fazer novas aprendizagens; novas estratégias de ensinar e aprender; a humanização da máquina e das tecnologias que adormecem e acordam connosco; pôr um pouco de lado os manuais, o papel e o quadro negro ou verde ou branco e dar a primazia ao digital e ao virtual. Novos tempos e tempos de mudança. Como muitos dizem e afirmam, a partir de agora o mundo do ensino não vai ser o mesmo. Vai haver mudanças e uma nova consciencialização da importância das novas tecnologias no ensino, nos apoios aos alunos e à gestão da escola, a todos os níveis. O ano ainda não acabou e continuamos com o teleensino. No presente ano muitos de nós não nos tornaremos a encontrar e a conversar. Refiro-me sobretudo, a alguns alunos e professores e alguns funcionários da nossa escola que neste espaço de tempo se reformaram. Este número da Revista SCHOLA é a edição possível com o esforço e o trabalho desta comunidade e mesmo assim, queremos que haja uma edição como o habitual, pois desde 1992, que não houve um ano de interrupção desta publicação.

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE BARCELINHOS

A minha carta de gratidão para convosco... Imbuída do espírito da semana dos afetos e vestindo-me de gratidão, escrevo-vos esta carta de agradecimento. Estou grata à escola no geral e à direção em particular pela oportunidade que me foi dada de trabalhar aqui e pelo voto de confiança que sinto que sempre tive. Agradeço a todos os professores pela colaboração e pela paciência, por receberem mais trabalho e mais papéis, mesmo quando não lhes reconheciam um propósito imediato, por ouvirem e aceitarem mesmo quando não concordavam e pelo ambiente de trabalho que me proporcionaram. Estou grata pelos lanches de sexta feira à tarde, na sala dos professores, e a todos aqueles que gastaram tempo a cozinhar ou a procurar delícias para partilhar com os colegas de trabalho, numa tarde em que todos gostaríamos de estar em casa. Agradeço a todos os funcionários (assistentes operacionais ou técnicos administrativos) por me receberam com carinho e acederem aos meus inúmeros pedidos, mesmo quando feitos à última hora...agradeço ainda às funcionárias da cantina por todos os dias (ou quase) me confortarem com os seus manjares e mimos que ajudaram a levar o dia melhor.

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE BARCELINHOS

Agradeço em particular a alguns professores e funcionários, as confidências e as partilhas, os momentos de conversa e a brincadeira e risos com que me brindaram muitas vezes. Aos alunos, agradeço o respeito com que sempre me trataram e o voto de confiança que muitos depositaram em mim. Estou grata a todos, pela oportunidade de crescimento, de partilha, de aprendizagem e de amizade.

Com gratidão,

Paula Atanázio Martins

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A Escola em números

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Desde o ano letivo de 1994/1995, a revista Schola divulga alguns dados estatísticos que permitem uma avaliação global e sistematizada da evolução da vida interna da nossa escola. Dando continuidade a esse trabalho, atualizam-se com os números relativos ao ano letivo de 2019/2020. Nesta apresentação expõem-se os dados evolutivos do sucesso da população escolar e das preferências em relação às opções dos alunos nos últimos anos, entre outros. Os restantes dados podem ser encontrados nos números anteriores da revista.

1. População escolar

Apresentam-se os números relativos à população escolar e à sua evolução ao longo dos últimos dez anos. Distinguem-se os dados relativos a alunos e pessoal docente e não docente.

Anos letivos

Anos de escolaridade

Bás

Sec

Total

210

298

735

1033

102

207 245 229

272

681

953

79

87

158

198 235

221

591

812

50

58

83

126

154

184

191

464

655

2014/2015

64

54

54

160

126

158

172

444

616

2015/2016

49

70

58

157

167

133

177

457

634

2016/2017

79

55

75

136

142

158

209

436

645

2017/2018

67

84

67

118

141

145

218

404

622

2018/2019

78

80

83

138

119

128

241

385

626

2019/2020

82

85

83

152

132

125

250

409

659

10º

11º

12º

2010/2011

108

72

118

290 235

2011/2012

77

93

2012/2013

55

2013/2014

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE BARCELINHOS

Evolução Básico e Secundário 800 700

600 500 400 300

200 100 0 2010/2011

2011/2012

2012/2013

2013/2014

2014/2015

2015/2016

2016/2017

2017/2018

2018/2019

2019/2020

2016/2017

2017/2018

2018/2019

2019/2020

Evolução dos totais 1200 1000 800 600

400 200 0 2010/2011

2011/2012

2012/2013

2013/2014

2014/2015

2015/2016

Ao longo dos últimos anos a população escolar tinha vindo a diminuir; regista-se um ligeiro aumento neste último ano letivo.

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1.1. Alunos matriculados. População Escolar

1200

1033

953

634

645

15/16

16/17

622

626

659

19/20

616

18/19

655

14/15

812

800

13/14

Nº de Alunos

1000

600

400 200

17/18

12/13

11/12

10/11

0

Frequência 12.º Ano 19%

7.º Ano 12% 8.º Ano 13%

11.º Ano 20%

9.º Ano 13%

10.º Ano 23%

Anos

Nº Alunos

7.º Ano

82

8.º Ano

85

9.º Ano

83

10.º Ano

152

11.º Ano

132

12.º Ano

125

Total

659

Frequência por Ano de Escolaridade

350 300

Nº de Alunos

250

200 150 100

50 0 7ºAno 10/11

8ºAno 11/12

12/13

9ºAno 13/14

10ºAno 11ºAno 14/15 15/16 16/17

12ºAno 17/18 18/19

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CEF/CEI 19/20


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Ano letivo

7ºAno

8ºAno

9ºAno

10ºAno

11ºAno

12ºAno

CEF/CEI

EFA-S

Total

10/11

108

72

118

290

235

210

18

55

1033

40

953

11/12

77

93

102

207

245

229

30

12/13

55

79

87

158

198

235

15

13/14

50

58

83

126

154

184

14/15

64

54

54

160

126

158

15/16

49

70

58

157

167

133

16/17

79

55

75

136

142

158

17/18

67

84

67

118

141

145

16

622

18/19

78

80

52

138

119

128

15

626

19/20

82

85

83

102

81

88

812 655 156

616 634 645

659

Evolução da População Escolar 1500 1000 500 19/20

18/19

17/18

16/17

15/16

14/15

13/14

12/13

11/12

10/11

0

Evolução do 8º ano

Evolução do 7º ano 100

120

90

100

80 70

80

60 50

60

40

40

30 20

20

10 0

0 2010/2011

2011/2012

2012/2013

2013/2014

2014/2015

2015/2016

2016/2017

2017/2018

2010/2011

2018/2019 2019/2020

2011/2012

2012/2013

2013/2014

2014/2015

2015/2016

2016/2017

2017/2018

2018/2019

2019/2020

2016/2017

2017/2018

2018/2019

2019/2020

Evolução do 10º ano

Evolução do 9º ano 140

350

120

300

100

250

80

200

60

150

40

100

20

50 0

0 2010/2011

2011/2012

2012/2013

2013/2014 2014/2015

2015/2016

2016/2017

2017/2018

2010/2011

2018/2019 2019/2020

2011/2012

2012/2013

2013/2014

2014/2015

2015/2016

Evolução do 12º ano

Evolução do 11º ano 250

300 250

200

200

150

150 100

100

50

50

0

0 2010/2011

2011/2012

2012/2013

2013/2014 2014/2015

2015/2016

2016/2017

2017/2018

2010/2011

2018/2019 2019/2020

2011/2012

2012/2013

2013/2014

2014/2015

2015/2016

2016/2017

2017/2018

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2018/2019

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1.2. Sucesso escolar

1.2.1. Ensino Básico transitaram/concluíram

3.º

Ciclo

-

%

de

alunos

Sucesso Ensino Básico

18/19 17/18 16/17 15/16 14/15 13/14 12/13 11/12 10/11 82%

84%

86%

88%

90% 9ºAno

92% 8ºAno

94%

96%

98%

100%

102%

7ºAno

Ano letivo

7ºAno

8ºAno

9ºAno

10/11

99%

99%

96%

11/12

97%

99%

88%

12/13

99%

98%

97%

13/14

100%

98%

100%

14/15

100%

98%

98%

15/16

100%

96%

91%

16/17

100%

100%

95%

17/18

97%

100%

100%

18/19

100%

100%

100%

Evolução do sucesso Ensino Básico 110% 100% 90% 80% 10/11

11/12

12/13

13/14

14/15

15/16

7ºAno

8ºAno

9ºAno

16/17

17/18

12 REVISTA SCHOLA

2019 / 2020

18/19

que


ESCOLA SECUNDÁRIA DE BARCELINHOS

1.2.2. Ensino Secundário (10.º e 11.º anos) - % de alunos que transitaram Sucesso Ensino Secundário

18/19 17/18 16/17 15/16 14/15 13/14 12/13 11/12 10/11 80%

100% 11ºAno

10ºAno

Ano letivo

10ºAno

11ºAno

10/11

98%

96%

11/12

97%

97%

12/13

96%

93%

13/14

99%

98%

14/15

98%

98%

15/16

96%

93%

16/17

91%

99%

17/18

100%

98%

18/19

100%

100%

Evolução do sucesso Ensino Secundário 105% 100% 95% 90% 85% 10/11

11/12

12/13

13/14

14/15

10ºAno

15/16

16/17

17/18

11ºAno

13 REVISTA SCHOLA

2019 / 2020

18/19


ESCOLA SECUNDÁRIA DE BARCELINHOS

1.2.3. Ensino Secundário (12.º ano) - % de alunos que concluíram Sucesso do 12.º Ano

100% 80% 60% 40% 20%

18/19

17/18

16/17

15/16

14/15

13/14

12/13

12º Ano

10/11

71%

11/12

84%

150%

12/13

98%

100%

13/14

79%

14/15

82%

15/16

78%

16/17

94%

17/18

83%

18/19

87%

Evolução do sucesso do 12.º Ano

50%

18/19

17/18

16/17

15/16

14/15

13/14

12/13

11/12

0%

10/11

Ano letivo

11/12

10/11

0%

1.2.4. Ensino Profissional - % de alunos que concluíram

Técnico de Contabilidade

Animador Sociocultural

Técnico de Turismo

Técnico de Comércio

Técnico de Eletrótecnia

Técnico de Secretariado

Eletricidade

Jardinagem

Eletricidade e Instalações

Informática de Gestão

Gestão Desportiva

100% 80% 60% 40% 20%

14 REVISTA SCHOLA

2019 / 2020

16 / 19

15 / 18

14 / 17

13 / 16

12 / 15

11 / 14

10 / 13

0%


ESCOLA SECUNDÁRIA DE BARCELINHOS

Ciclo

Técnico de Contabilidade

Animador Sociocultural

10 / 13

95%

82%

11 / 14

Técnico de Turismo

Técnico de Comércio

Técnico de Eletrótecnia

Técnico de Secretariado

Eletricidade

Jardinagem

57%

Eletricidade e Instalações

Informática de Gestão

Gestão Desportiva

100%

17%

100%

33%

12 / 15

100%

100%

13 / 16

100%

100%

100% 100%

14 / 17

100%

100%

15 / 18

97%

97%

97%

16 / 19

100%

100%

100%

Evolução do sucesso

16 / 19

15 / 18

14 / 17

13 / 16

12 / 15

11 / 14

10 / 13

120% 100% 80% 60% 40% 20% 0%

1.2. Pessoal docente.

Ano letivo

290 EMRC

300 PORT

320 FRC

330 ING

400 HIST

410 FIL

420 GEO

430 Eco e Cont

10/11

1

12

5

9

6

8

5

9

12

11/12

1

9

5

9

5

8

4

6

11

12/13

1

7

5

7

4

5

3

5

13/14

1

7

5

6

3

3

3

14/15

1

7

2

6

3

3

15/16

1

7

3

5

3

16/17

1

11

1

5

17/18

1

10

1

18/19

1

10

2

19/20

1

10

2

520 BG

530 ET

540 Electr

550 INF

600 AV

620 EF

9

13

4

3

2

2

12

112

7

11

3

1

2

2

12

96

9

6

6

3

1

2

1

9

74

5

8

6

7

4

0

2

1

7

68

3

4

7

6

7

4

0

2

1

7

63

3

4

5

7

7

6

3

0

3

1

7

65

3

3

4

5

8

6

6

2

0

5

1

6

6

4

3

5

6

9

6

7

2

0

6

1

7

1

75

6

4

3

5

5

10

6

7

2

0

5

2

8

1

77

6

3

3

6

4

10

8

8

2

0

5

2

10

1

81

500 MAT 510 CFQ

15 REVISTA SCHOLA

2019 / 2020

910 Eesp

Total

67


ESCOLA SECUNDÁRIA DE BARCELINHOS

1.3.

Pessoal não docente.

Legenda

PTPOAEPOCPGN-

Pessoal Técnico Pessoal Operário/ Ação Educativa Pessoal Operário/Cozinha Pessoal Guarda Noturno (EXTINTO)

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE BARCELINHOS

Ano letivo 10/11

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Poesia

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Estrelas Miguel Pereira, 7.ºC

Quando chega a noite, vejo as estrelas do céu. Sinto-me noutro mundo. Sinto que tudo é meu.

São pequenos pontos que pairam no ar, mas se elas lá não estivessem não haveria céu para avistar.

Quando olho para as estrelas penso em viajar, tirar os pés do chão e a lua alcançar.

Penso no dia em que eu for além, observar quem mais amo e ver os que sempre amei.

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Pôr-do-sol em céu rosa Ana Beatriz, 8.ºB

Quando o sol se põe, nasce um amor incondicional. Um amor que aumenta no coração de quem não te quer mal.

Certo dia ao pôr-do-sol dois pombinhos no areal. O tempo anda como um caracol. Vê-se que o amor é real.

Juntinhos a namorar, com as ondas a embalar, as palmeiras a sombra a fazer, a luz a desaparecer.

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Como ser poeta Matilde Jardim, 9.ºB

O que há em abundância neste mundo são poetas, ou melhor, … pessoas que julgam ser poetas! Pensam que declamar uns quantos versos, com umas quantas falinhas-mansas de amor, uns versos de denúncia de alguma injustiça, ou um tema da “moda”, as torna poetas. Quando te sentes triste ou apaixonado, derramar uns quantos sentimentos numa simples e ingénua folha de papel, não faz de ti poeta! Pensas que por usares um vocabulário diferente, como “alarido”, “guedelhudo”, “traulitada”, “quezília” ou inclusive “bandalho”, vais ser o próximo, querido e honrado Luís Vaz de Camões? Desculpa, mas não! E queres saber uma coisa? Nem eu sei metade do significado dessas palavras. E gostavas de saber outra coisa? Bem … Mesmo que não me ouças, eu vou-te dizer. Um verdadeiro poeta não necessita de transbordar de conhecimentos, e muito menos ser um dicionário ambulante; pois, então … para que serviria o Google?

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Então … Se te julgas poeta, pensa duas vezes, reflete. Não estou a dizer que não o és! Nada disso, … Livre-me Deus de julgar uma pessoa. Logo eu. Mas, se ficaste ofendido comigo, ouve só isto: eu também não sou um poeta! Bem que gostaria de ser, mas não sou. Para se ser poeta tem que se trabalhar, esforçar-se. No fundo … É como tudo na vida. Então, Talvez um dia venha a ser um!

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Amor (Ódio) Bernardina Silva, 10.º

Odeio-te… por sentir saudades tuas, quando adormeço; por me causares um sufoco tão grande; por não saber o que sentes; por ter um sentimento tão forte que não quer ir embora. Odeio-te de várias formas! Mas, na verdade, eu amo-te! Amo-te de tal maneira que prefiro sofrer eu, para te ver sorrir a ti. Amo-te infinitamente… Mas, na verdade, odeio-te! Porque amo-te tanto! E amar-te atrás dos bastidores Não é tão fácil como parece.

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O por do Sol Ana Beatriz Torres de Sousa, 8.ºB

Quando o Sol se põe Nasce um amor incondicional Amor que aumenta No coração de quem não te quer mal. Certo dia ao por do Sol Dois pombinhos no areal O tempo anda como um caracol Vê-se que o amor é real. Juntinhos a namorar Com as ondas a enrolar As palmeiras a sombra fazer A luz a desaparecer.

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Língua* Professora Helena Marques

Língua nossa, Portugal. Depois, língua nossa, África, Oriente, Brasil. Agora, língua nossa, emigrada, luso-descendente. Pelo mundo escorrida! O mundo - e sempre o português. Abertos os braços, moldou-se, estorcegou-se, abrigou. Fez-se ternura, fez-se cadinho E acolheu: berimbau, moqueca, farofa, biombo, abacaxi… Fez-se aconchego: Canja, chá, cafuné, E de novo sairá. Língua sempre em partida! *Reescrita, a partir do poema “Língua” de Gilberto Mendonça Teles, poeta brasileiro.

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Éden Emanuel Loureiro, 12.ºA

Existe um sítio que eu sonhei Ele espera por mim Na borda do mundo ele espera. Campos verdes preenchem a paisagem céus nublados secos como um deserto Eu vou lá nos meus sonhos Eu vagueio pelas suas planícies amplas E eu sinto o seu espírito a acordar dentro de mim Lá eu estou só Uma alma sozinha sem rumo Já vivi mil vidas Já tive um milhão de pensamentos Lá eu sou infinito, lá eu sou eterno Eu sou livre neste mundo Mas estou vivo no outro A sua essência traz-me vida O seu espírito traz-me morte

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Está em todo o lado Está em lado nenhum Eu vivo nele Ele reside em mim Certos dias, ele chama Chora pela minha ausência Nesses dias, ele arde e volta das cinzas Algures no mundo Algures no tempo Existe um sítio que eu sonho Um sítio que quer, um sítio que anseia Um sítio que cria, um sítio que morre Um sítio que arde, um sítio que chora

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Sheol Emanuel Loureiro, 12.ºA

Sombras, porque permanecem? Porque não descansam? Outros ignoram-vos, mas eu importo-me Eu quero que vocês sejam livres Eu quero que vocês estejam bem Peço-vos, deixem os lugares que assombram Deixem o passado morrer Levem convosco as histórias que contam As memórias que prendem Levem a janela em que me torturam Eu vi o mundo pelos vossos olhos Eu vi o passado que não vivi Eu vi o mundo que não conheci

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Porque me mostram tanta injúria? Porque me fazem sentir mal? Porque me mandam voltar? Eu não consigo viver no passado Eu tenho de ver o presente Ide assombrar os outros Aqueles que vos criaram Aqueles que vos conhecem Ponde as vossas correntes nos calcanhares deles Libertai-me desta maldição Eu quero ser normal Eu quero ignorar-vos Eu quero deixar-vos Eu não mereço tal dor Peço-vos, morram, descansem…vão embora.

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Literatura

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Carta a Ofélia Queirós - 27 de abril de 1920 Meu Be«be»zinho lindo: Não imaginas a graça que te achei hoje á janella da casa de tua irmã! Ainda bem que estavas alegre e que mostraste prazer em me ver (Álvaro de Campos). Tenho estado muito triste, e além d'isso muito cansado triste não só por te não poder ver, como também pelas complicações que outras pessoas teem interposto no nosso caminho. Chego a crer que a influência constante, insistente, hábil d'essas pessoas; não ralhando contigo, não se oppondo de modo evidente, mas trabalhando lentamente sobre o teu espírito, venha a levar -te finalmente a não gostar de mim. Sinto -me já differente; já não és a mesma que eras no escriptorio. Não digo que tu própria tenhas dado por isso; mas dei eu, ou, pelo menos, julguei dar por isso. Oxalá me te nha enganado... Olha, filhinha: não vejo nada claro no futuro. Quero dizer: não vejo o que vãe haver, ou o que vãe ser de nós, dado, de mais a mais, o teu feitio de cederes a todas as influencias de familia, e de em tudo seres de uma opinião contraria á minha. No escriptorio eras mais dó cil, mais meiga, mais amorável. Enfim... Amanhã passo à mesma hora no Largo de Camões. Poderás tu apparecer à janella? Sempre e muito teu

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Carta a Ofélia Queirós - 31 de maio de 1920 Bebezinho do Nininho-ninho: Oh! Venho só quevê pâ dizê ó Bebezinho que gotei muito da catinha dela. Oh! E também tive munta pena de não tá ó pé do Bebé pâ le dá jinhos. Oh! O Nininho é pequenininho! Hoje o Nininho não vai a Belém porque, como não sabia se havia carros, combinei tá aqui às seis ho'as. Amanhã, a não sê qu'o Nininho não possa é que sai daqui pelas cinco e meia. [desenho de uma meia] (isto é a meia das cinco e meia). Amanhã o Bebé espera pelo Nininho, sim? Em Belém, sim? Sim? Jinhos, jinhos e mais jinhos.

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Carta a Ophélia Queiroz – 25 de setembro de 1929 Exma. Senhora D. Ophélia Queiroz: Um abjecto e miserável indivíduo chamado Fernando Pessoa, meu particular e querido amigo, encarregou -me de comunicar a V. Ex.ª — considerando que o estado mental dele o impede de comunicar qualquer coisa, mesmo a uma ervilha seca (exemplo da obediência e da disciplina) — que V. Ex. ª está proibida de: (1) pesar menos gramas, (2) comer pouco, (3) não dormir nada, (4) ter febre, (5) pensar no indivíduo em questão. Pela minha parte, e como íntimo e sincero amigo que sou do meliante de cuja comunicação (com sacrifício) me encarrego, aconselho V. Ex.ª a pegar na imagem mental, que acaso tenha formado do indivíduo cuja citação está estragando este papel razoavelmente branco, e deitar essa imagem mental na pia, por ser materialmente impossível dar esse justo Destino à entidade fingidamente humana a quem ele competiria, se houvesse justiça no mundo. Cumprimenta V. Ex. ª Álvaro de Campos

eng. Naval 36 REVISTA SCHOLA

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Carta a Ofélia Queirós - 9 de outubro de 1929

Terrivel Bébé Gosto das suas cartas, que são meiguinhas, e também gosto de si, que é meiguinha também. E é bombom, e é vespa, e é mel, que é das abelhas e não das vespas, e tudo está certo, e o bebé deve escrever-me sempre, mesmo que eu não escreva, que é sempre, e eu estou triste, e sou maluco, e ninguém gosta de mim, e também porque é que a havia de gostar, e isso mesmo, e torna tudo ao princípio, e parece-me que ainda lhe telephono hoje, e gostava de lhe dar um beijo na bocca, com exactidão e gulodice e comer lhe a bocca e comer os beijinhos que tivesse lá escondidos e encostar-me ao seu hombro e escorregar para a ternura dos pombinhos, e pedir -lhe desculpa, e a desculpa ser a fingir, e tornar muitas vezes, e ponto final até recomeçar, e porque é que a Ophelinha gosta de um meliante e de um cevado e de um javardo e de um indivíduo com ventas de contador de gás e expressão geral de não estar ali mas na pia da casa ao lado, e exactamente, e enfim, e vou acabar porque estou doido, e estive sempre, e é de nascença, que é como quem diz desde que nasci, e eu gostava que a Bebé fôsse uma boneca minha, e eu fazia como uma criança, despia-a, e o papel acaba aqui mesmo, e isto parece ser impossível ser escripto por um ente humano, mas é escripto por mim

Fernando Pessoa

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[Carta a Ophélia Queiroz - 5 de abril de 1920] Meu Bebé pequeno e rabino: Cá estou em casa, sozinho, salvo o intelectual que está pondo o papel nas paredes (pudera! havia de se r no tecto ou no chão!); e esse não conta. E, conforme prometi, vou escrever ao meu Bebezinho para lhe dizer, pelo menos, que ela é muito má, excepto numa coisa, que é na arte de fingir, em que vejo que é mestra. Sabes? Estou-te escrevendo mas não estou pensando em ti . Estou pensando nas saudades que tenho do meu tempo da caça aos pombos ; e isto é uma coisa, como tu sabes, com que tu não tens nada... Foi agradável hoje o nosso passeio — não foi? Tu estavas bem disposta, e eu estava bem disposto, e o dia e stava bem disposto também (O meu amigo, não. A. A. Crosse: está de saúde — uma libra de saúde por enquanto, o bastante para não estar constipado). Não te admires de a minha letra ser um pouco esquisita. Há para isso duas razões. A primeira é a de este pape l (o único acessível agora) ser muito corredio, e a pena passar por ele muito depressa; a segunda é a de eu ter descoberto aqui em casa um vinho do Porto esplêndido, de que abri uma garrafa, de que já bebi metade. A terceira razão é haver só duas razões, e portanto não haver terceira razão nenhuma. (Álvaro de Campos, engenheiro).

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Quando nos poderemos nós encontrar a sós em qualquer parte, meu amor? Sinto a boca estranha, sabes, por não ter beijinhos há tanto tempo... Meu Bebé para sentar ao colo! Meu Bebé para dar dentadas! Meu Bebé para... (e depois o Bebé é mau e bate -me...) «Corpinho de tentação» te chamei eu; e assim continuarás sendo, mas longe de mim. Bebé, vem cá; vem para o pé do Nininho; vem para os braços do Nininho; põe a tua boquinha contra a boca do Nininho... Vem... Estou tão só, tão só de beijinhos ... Quem me dera ter a certeza de tu teres saudades de mim a valer . Ao menos isso era uma consolação... Mas tu, se calhar, pensas menos em mim que no rapaz do gargarejo, e no D. A. F. e no guarda-livros da C. D. & C.! Má, má, má, má, má...!!!!! Açoites é que tu precisas. Adeus; vou-me deitar dentro de um balde de cabeça para baixo para descansar o espírito. Assim fazem todos os grandes homens — pelo menos quando têm — 1º espírito, 2º cabeça, 3º balde onde meter a cabeça. Um beijo só durando todo o tempo que ainda o mundo tem que durar, do teu, sempre e muito teu Fernando (Nininho).

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[Carta a Ophélia Queiroz - 19 de março de 1920] 19.3.1920 - às 4 da madrugada Meu amorzinho, meu Bebé querido: São cerca de 4 horas da madrugada e acabo, apesar de ter todo o corpo dorido e a pedir repouso, de desistir definitivamente de dormir. Há três noites que isto me acontece, mas a noite de hoje, então, foi das mais horríveis que tenho passado em minha vida. Felizmente para ti, amorzinho, não podes imaginar. Não era só a angina, com a obrigação estúpida de cuspir de dois em dois minutos, que me tirava o sono. É que, sem ter febre, eu tinha delírio, sentia-me endoidecer, tinha vontade de grit ar, de gemer em voz alta, de mil coisas disparatadas. E tudo isto não só por influência directa do mal -estar que vem da doença, mas porque estive todo o dia de ontem arreliado com coisas, que se estão atrasando, relativas à vinda da minha família, e ainda por cima recebi, por intermédio de meu primo, que aqui veio às 7 1/2, uma série de notícias desagradáveis, que não vale a pena contar aqui, pois, felizmente, meu amor, te não dizem de modo algum respeito. Depois, estar doente exactamente numa ocasião em qu e tenho tanta coisa urgente a fazer, tanta coisa que não posso delegar em outras pessoas. Vês, meu Bebé adorado, qual o estado de espírito em que tenho vivido estes dias, estes dois últimos dias sobretudo? E não imaginas as saudades doidas, as saudades constantes que de ti tenho tido. Cada vez a tua ausência, ainda que seja só de um dia para o outro, me abate; quanto mais não havia eu de sentir o não te ver, meu amor, há quase três dias!

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Diz-me uma coisa, amorzinho: Porque é que te mostras tão abatida e tão profundamente triste na tua segunda carta — a que mandaste ontem pelo Osório? Compreendo que estivesses também com saudades; mas tu mostras -te de um nervosismo, de uma tristeza, de um abatimento tais, que me doeu imenso ler a tua cartinha e ver o que so frias. O que te aconteceu, amor, além de estarmos separados? Houve qualquer coisa pior que te acontecesse? Porque falas num tom tão desesperado do meu amor, como que duvidando dele, quando não tens para isso razão nenhuma? Estou inteiramente só — pode dizer-se; pois aqui a gente da casa, que realmente me tem tratado muito bem, é em todo o caso de cerimónia, e só me vem trazer caldo, leite ou qualquer remédio durante o dia; não me faz, nem era de esperar, companhia nenhuma. E então a esta hora da noite parece-me que estou num deserto; estou com sede e não tenho quem me dê qualquer coisa a tomar; estou meio doido com o isolamento em que me sinto e nem tenho quem ao menos vele um pouco aqui enquanto eu tentasse dormir. Estou cheio de frio, vou estender -me na cama para fingir que repouso. Não sei quando te mandarei esta carta ou se acrescentarei ainda mais alguma coisa. Ai, meu amor, meu Bebé, minha bonequinha, quem te tivesse aqui! Muitos, muitos, muitos, muitos, muitos beijos do teu, sempre teu Fernando

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19.3.1920 - às 9 da manhã. Meu querido amorzinho: Parece que foi remédio santo o escrever -te o que está acima. A seguir fui-me deitar, sem esperança nenhuma de adormecer, e o facto é que dormi umas 3 ou 4 horas a fio — pouca coisa, mas não imaginas a dif erença que me fez. Sinto-me muito mais aliviado, e, embora a garganta ainda arda e esteja inchada, o facto de o estado geral ter assim melhorado quer dizer, creio bem, que a doença vai passando. Se as melhoras se acentuarem rapidamente, talvez ainda hoje mesmo vá ao escritório, mas sem me demorar muito; e então eu-próprio te entregarei esta carta. Espero aí poder ir; tenho certas coisas urgentes a tratar que posso dirigir aí do escritório, embora não vá eu em pessoa; mas que daqui me é impossível tratar. Adeus, meu anjinho bebé. Cobre -te de beijos cheios de saudade o teu, sempre, sempre teu Fernando

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“Sermão de Santo António” Ana Figueiredo, 11.ºA

O “Sermão de Santo António” foi escrito há séculos atrás, pelo Padre António Vieira, porém o se u conteúdo revela – se bastante atual e verdadeiro. Com séculos de diferença e uma grande evolução tecnológica e do próprio conhecimento a separá-lo, a intemporalidade do sermão denota a pequena evolução de mentalidades e valores que a sociedade sofreu, to rnando, assim, implícito que “Se o padre António Vieira fosse vivo, não mudaria uma única vírgula […]” ao sermão.

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Ao longo do seu sermão, o orador critica a vaidade dos Homens e a “cegueira” que aquela lhes causa, facto que, ainda nos dias de hoje, se verifica, uma vez que a sociedade dá maior importância àquilo que usa e àquilo que veste, do que ao seu interior, isto é, foca – se mais no exterior, como em usar roupas caras, do que praticar o bem, o altruísmo. Para além disso, o pregador critica a f alta de escrúpulos dos colonos do Maranhão, que escravizavam os Índios, tirando partido da sua fragilidade. Esta é uma situação também muito atual, verificando -se na falta de respeito pelos direitos humanos, que é justificada pela ganância e pela sobrevalorização do dinheiro. Contudo, não são só estas as críticas que ainda se aplicam aos dias de hoje! A ambição desmedida, o orgulho e interesse são também defeitos que ainda prevalecem.

Em suma, apesar de sermos uma sociedade que se diz evoluída, que progrediu tanto tecnologicamente como a nível do saber, ainda somos rudimentares, quando se trata de valores e mentalidades, tornando verídica não só a intemporalidade do sermão, como também a necessidade de evoluirmos mentalmente.

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Há professores inesquecíveis para os alunos Professor Filipe Abreu, (destacado no SIPE)

Eu lembro-me dos professores que se lembravam de mim. Eu lembro-me da Professora Conceição. A Professora Conceição foi a minha professora de Português do 7.º ao 9.º ano de escolaridade, três anos por inteiro. Ao início, passei a ver a disciplina como um desafio, pois quem tivesse a nota mais alta do teste recebia um chocolate, oferecido, claro está, pela Professora Conceição, estando o outro chocolate reservado para quem resolvesse o problema gramatical no final de cada prova. Se me perguntarem que imagem tenho da professora Conceição, vem-me logo à memória o seu sorriso, grande, aberto, feliz, um sorriso que ria com os olhos apenas por rir, um sorriso inocente de quem está em paz com o mundo, sem expectativas, numa alegria simples de viver. E talvez tenha sido isso, o sorriso, a conquistar -me logo de início, ainda no 7.º ano, ainda receoso do chão pisado pela primeira vez agora numa Escola Secundária. A Professora Conceição acolheu -nos, e nós encolhemo-nos no seu regaço, no seu cuidado. E o tempo, pois a professora Conceição tinha sempre tempo, tinha a porta sempre aberta e a vontade e o carinho, escutando os nossos anseios, confortando-nos e dando conselhos, de igual modo ajudando os que, por medo ou inocência, não sabiam pedir ajuda. Em cada Natal e no fim do ano, a Professora escrevia um cartão para cada um dos seus alunos, ainda guardo os meus, principalmente o do 9.º ano, que dizia ‘ Bem-hajas'. Obrigada, do fundo do coração por seres quem és !'.

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No final do 9.º ano despedimo -nos da Professora Conceição, ainda em choque, incrédulos, dependentes e, outra vez, receosos dos nossos passos, prestes a entrar para o 10.º ano onde cada um seguiria a sua estrada, uns para Desporto, outros para Ciências mais meia dúzia de colegas, outros, como eu, para o curso de Humanidades. Acho que não nos despedimos como deveria ser, não nos queríamos despedir, eu não queria, e a euforia do fim do ano e das férias esbarrou na tristeza de uma turma inteira. Hoje percebo que a Professora Conceição, no início, conquistou-me com uma guloseima, mas a intenção era conquistar a vida! E conseguiu! Não sei onde está a Professora Conceição. Provavelmente já não está na escola, pois a última vez que a vi esboçou um enorme sorriso e dirigiu-se à sua secretária para me mostrar uma composição escrita por mim, e entretanto já passaram 20 anos. Fiquei orgulhoso, mas mais fiquei pelo facto da Professora Conceição ter guardado um pedaço de mim! Nunca mais me esqueci da Professora Conceiç ão. Nunca mais nos esquecemos de si. E aqui ficou o verdadeiro legado da Professora Conceição, da nossa PROFESSORA, a relação, a marca, a saudade que nos faz voltar, que nos torna melhores, a querer vencer e andar em frente, todos os dias, porque um dia recebemos amor e hoje queremos dar de volta todo o amor, mas a dobrar. Obrigado, Professora Conceição! Um muito BEM -HAJA por ter sido minha Professora de Português! Esta é uma história inspiradora para Alunos, Professores, e para toda a Comunidade Educativ a. Vamos todos ser melhores, vamos todos seguir o exemplo da Professora Conceição, que ensinou os seus alunos como se conquista a vida!

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Conto reinventado Ana Sousa e Carolina Vale, 8.ºB

Era uma vez um homem muito rico, que, quando morreu deixou o seguinte testamento: ao filho mais velho deixou a sua mansão, ao do meio, um Porsche e ao mais novo, um chapéu, um par de botas e um colete. O filho mais novo questionou-me porque é que os outros irmãos tinham coisas espetaculares enquanto ele tinha apenas tr ês coisas que, segundo ele, não serviriam para nada. Passaram-se anos e, entretanto, todos tiveram filhos. O filho mais novo morreu, sem utilizar uma única vez os pertences que o pai lhe tinha deixado. Estes ficaram guardados no sótão, num baú, até ao dia em que o filho, após a morte do pai, resolveu arrumar a casa, encontrou o baú e decidiu experimentar os objetos. Assim que os vestiu, transformou-se, de imediato, num gato. Gostou tanto da sua nova aparência que não se deu ao trabalho de perceber como voltaria a tornar-se humano. Passados dias a vaguear pelos telhados, a apanhar ratos e a caçar pássaros – tivera de alterar o seu regime alimentar, o que lhe custou bastante -, o gato viu um anúncio na televisão sobre a abertura de vagas para um filme em Hollywood e quis logo participar.

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Compareceu no local, à hora marcada para o casting e, após deliberação do júri, foi sagrado vencedor, por unanimidade. De facto, nunca ninguém vira, até aquela data, um gato falante. No dia seguinte, começaram as fi lmagens. Estava tudo a correr bem, até que descobriu um aquário com peixes e não resistiu. O diretor das filmagens ficou muito furioso porque ele tinha estragado o cenário, e queria expulsá -lo, mas decidiu dar-lhe mais uma oportunidade. Passaram mais alguns dias de filmagens e o guião previa uma cena em que o gato tinha de tirar a roupa, ou seja, despir-se dos pertences do pai. Logo que isso aconteceu, o felino voltou a transformar-se em humano. Então, apercebeu-se que ainda estava no sótão, junto ao baú – apenas tinham passado duas horas, pois enquanto era gato, o tempo parava. Depois desta descoberta, ele regressava ao sótão e vestia estes pertences, sempre que queria viver experiências fora do comum.

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Os Açores Rita Miranda, 8.ºB

Açores, o arquipélago que eu tive o enorme prazer de conhecer quando era criança. Todas as suas ilhas são repletas de paisagens lindas e de tirar o fôlego. Eu conheci todas as ilhas, mas as que mais me marcaram foram o Pico e São Miguel. De entre as paisagens lindíssimas, os locais que ficaram, e ficarão gravados na minha memória fotográfica são as piscinas naturais presentes em algumas das ilhas deste arquipélago, bem como a fauna e a flora destes locais, diria quase paradisíacos. Na escuridão da noite, pude ver com ma ior clareza as estrelas, o que também me impressionou, uma vez que, no continente, nunca tive a oportunidade de observar estes corpos celestes com tanta atenção. Não posso esquecer a visita às grutas do Pico, passagem obrigatória para quem vai à ilha e da qual guardo boas recordações. Foi como uma descida ao centro da terra! Apesar desta viagem me ter marcado muito positivamente, tenho pena de já não me lembrar de muitas coisas, por isso espero um dia lá voltar.

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Viagem a África Íris Martins, 7.ºB

Entrei na caravela. Dirigi-me ao leme. Mandei os meus marinheiros remarem e partimos à aventura. Quando estávamos já a metade do caminho, decidi pegar num bloco de notas e descrever a paisagem. O mar estava um pouco bravo, havia várias ilhas pequenas pelo caminho e também bastantes rochas. A viagem foi bastante demorada devido à ondulação e porque a caravela ficou presa nas rochas. Tive de saltar ao mar com os meus marinheiros para a soltar; demorou mais de meia hora. Voltamos para a caravela e continu amos o caminho. Quando cheguei não estava lá ninguém mais; decidi desembarcar e entrar na floresta para ver se encontrava alguém. Caminhei cerca de três horas e encontrei uma tribo africana. Quando me viram pegaram logo nos arcos e flechas.

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– Não estou aqui para fazer mal. Só quero um abrigo, porque estou com muito frio. – disse eu. – Então pode ficar aqui desde que não nos mate nem roube algo que seja nosso. – responderam os africanos. Fiquei lá três dias e depois fui em busca de qualquer coisa para levar comigo. Encontrei uma planta muito estranha, mas achei que a deveria levar. Quando estava a voltar para a caravela, passei outra vez pela tribo e despedi -me. – Pegue este arco e flecha. – disse um deles – É uma recordação. – Foi muito divertido conhecê -lo. – disse um outro. Eu parti de novo para Portugal e mostrei a planta que tinha levado a um negociante e ele ficou com ela.

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A mão que abana o berço Maria Ramos

Mal nascera e já suportava uma mão firme, agreste e distante que embalava violentamente o berço, onde jazia. A mulher, sem luz nos olhos e sem alma no coração, loucamente baloiçava o objeto abominável que a traíra. A menina permanecia imóvel. Pouco esforço parecia fazer para viver, mostrando estar mais com os Anjos do que com a Mãe! O médico tinha poucas esperanças que a pequena vingasse, mas, como António era o seu reputado nome, tinha que a safar! Mais a mais era um cachopo de gente rica, lavradores, ainda por cima, gente da igreja, gente que o padre escolheu para todas as noites partilhar a janta, caramba! Era gente da política e de influência na terra, porra! Tinha mesmo que salvar a linda menina de olhitos azuis e de bracinhos elegantemente debilitados! Sim, e não podia cair na desgraça do povo! Lá no fundo era um bom homem, porque gostava de pimpolhos. Que raio, os gaiatos faziam -no lembrar os herdeiros que não tivera, pronto era isso! O mundo não ficaria a perder, se o anjinho fosse para o Céu! De que serviria um corpito sacrificado por remédios e abanões mutiladores! Que lucro daria à sociedade, um ser que não era forte? Para que prestava um rebento frouxo? Vendo bem as coisas, era melhor Nosso Senhor Jesus Cristo levá-lo. Era daquelas criaturas que veio ao mundo para dar trabalho e despesa! O militar António apanhou o co mboio à pressa, tinha muitos quilómetros para fazer. O Fado estava prestes a pregar -lhe uma partida a valer… Pior do que Guerra em Ultramar, pior

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do que viver num Quartel, pior do que ter passado Fome, pior, pior mesmo…era perder a sua Menina! O mar, nessa noite, sibilava violentamente, enquanto zangado batia nos rochedos. O carro do médico raspava as rodas na terra batida, a bicicleta do padre deixava fundas linhas na estrada, o táxi que trazia a avó parou abrutamente na porta daquela casa… e o comboio que não chegava! A mão que sacudia o berço estava exausta! Maldita a hora que tivera aquela criança! Tudo por causa do homem que tanto queria um filho, enquanto ela gostava de bailar na liberdade de ser Mulher! Já se sabia que a canalha só dava dores da cabeça, mas pronto…era preciso isto para ele perceber que ela, sim, estava certa! O parto já tinha sido o que foi e agora o embrulho que nem vivia, nem morria! O medo levou a avó a rezar o terço, o padre tomou o caminho de regresso, o médico derrotado calcou a s pedras da rua com azedume, a mão parou de sangrar: a pequenita tinha a vida por um fio! A mala do militar fora atirada para um canto do quintal com a mesma velocidade com que ele corria para o berço. Meigamente, o homem pegou na criança ao colo, beijou -lhe a testa molhada pelas suas lágrimas e disse -lhe baixinho “Estou aqui”. A Morte pairava no ar, mas aquele Beijo era diferente, era mesmo muito diferente, cheirava a bem -querer. Num relâmpago, a pequena mexeu os deditos e o seu choro ecoou pela Aldeia. Muitos ais Jesus, saíram da boca dos presentes. A menina, quando soube da sua estória, jurou dar o nome de António ao filho que Deus lhe desse…e deu. Hoje, a mão que abana o berço é outra, é a que aprendeu à nascença que o Amor pode curar!

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Estudos e Reflexões

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Aplicação do Coeficiente de Correlação de Pearson: apresentação didática Domingos Silva (Professor na Escola Secundária de Barcelinhos)

1. INTRODUÇÃO Por definição, uma correlação é uma relação estatística de dependência entre duas variáveis. Em Estatística, o coeficiente de correlação de Pearson 1, também referido p or coeficiente de correlação produto-momento de Pearson, ou ainda correlação bivariada, ou mais simplesmente por correlação de Pearson, denotado por  tratando-se da população ou por r caso seja uma amostra, é uma medida da relação linear entre duas variáv eis quantitativas (contínuas ou discretas), X e Y . Isto é, o aumento ou a diminuição de uma unidade na variável X gera o mesmo impacto na variável Y . Uma precaução a ter presente tem a ver com o facto da magnitude da correlação não implicar a existência de uma relação causal entre as variáveis 2. Em termos gráficos, uma relação linear entre duas variáveis pode ser representada num gráfico de dispersão por uma linha reta, observando -se a posição dos pontos face á reta ajustada. Com este trabalho, pretendemos apresentar didaticamente a utilidade do coeficiente de correlação de Pearson, realizando uma aplicação a dados da Educação Física e Desporto.

Palavras-chave: coeficiente de correlação de Pearson, classificação em Educação Física, classificação na aptidão física 1

Karl Pearson (1857-1936) desenvolveu a fórmula matemática usada na atualidade, tendo definido como símbolo do coeficiente de correlação amostral a letra r, ligada à primeira letra da palavra “regressão”, em homenagem a Francis Galton (1822-1911) que foi quem usou pela primeira vez os termos correlação e regressão. Karl Pearson, foi aluno de Francis Galton. O coeficiente de correlação é utilizado na Análise de Regressão, Análise de Componentes Principais, Análise Fatorial, Análise de Confiabilidade. 2 Correlação não implica causalidade, pelo que não pode ser usada para a relação causal entre variáveis. Por exemplo, a classificação na disciplina de Educação Física pode estar fortemente correlacionada com o número de horas de treino numa certa modalidade desportiva, mas nenhum fenómeno é provavelmente a causa do outro. Contudo, ainda que não implique causalidade, a correlação pode indicar a potencial existência de relações causais (indiretas e subjetivas). Por exemplo, a correlação entre a idade e a estatura em crianças é clara.

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE BARCELINHOS + Propriedades da correlação de Pearson (considere -se o r amostral) (1) mede a direção e o grau (intensidade ou magnitude) com que as variáveis X e Y se associam linearmente. (2) r  [ 1, 1] . (3) quanto mais o valor de r se aproximar de –1 ou de +1, maior será o grau de relação linear entre as duas variáveis. Se r =1 ou r =–1, dizse relação linear perfeita positiva ou negativa, respetivamente. (4) r >0, indica uma relação linear positiva entre as duas variáveis, i.e., ao aumento do valor de uma variável corresponde o aumento do valor da outra variável. (5) r <0, indica uma relação linear negativa entre as duas variáveis, i.e., ao aumento do valor de uma variável corresponde a diminuição do valor da outra variável. (6) r =0 ( r ~0), indica a ausência de relação linear entre as duas variáveis. Ou seja, as variáveis X e Y são independentes. Caso se verifique que r =0 e as variáveis X e Y são dependentes, possivelmente existirá um tipo de relação não -linear. (7) a correlação de Pearson não é uma me dida resistente, i.e., pode sofrer influencia de valores outliers , ou seja, valores muito maiores ou muito mais pequenos do que os restantes e que comprometem a estimativa do valor do coeficiente de correlação, podendo originar a ocorrência de erros do tip o I ou do tipo II. Esta situação é mais visível com amostras pequenas. (8) é adimensional, i.e., é independente das unidades de medida das variáveis X e Y . Ou seja, o valor da correlação não modifica ao se alterar a unidade de medida das variáveis, por exe mplo, kg e g. (9) igualmente, o coeficiente de correlação é desprovido de unidade física, pelo que, por exemplo, r =0.60 não pode ser interpretado como representando o dobro de r =0.30. (10) não diferencia entre variável independente e variável dependente, ou seja, o valor da correlação entre X e Y é o mesmo entre Y e X . (11) O valor absoluto não é afetado por qualquer transformação linear de X ou Y . O coeficiente de correlação é invariante face às transformações lineares e quase -invariante em relação às

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE BARCELINHOS transformações monótonas (apenas estritamente crescentes ou decrescentes). Não é útil para casos não -lineares.

Observação 1: na prática, dificilmente se encontram valores de r =0, r =1 e r =–1.

Observação 2: tipos de erros estatísticos: REALIDADE

H 0 VERDADEIRA

H 0 FALSA Erro tipo II ( )

NãoRejeitar

DECISÃO

H0

DECISÃO CORRETA P(não-rejeitar H 0 | H 0 verdadeira)=1–

Erro tipo I ( ) Rejeitar

H0

P(erro tipo I)=P(rejeitar H 0 | H 0 verdadeira)=nível de significância do teste=P( H 1 | H 0 )= 

P(erro tipo II)=P(nãorejeitar H 0 | H 0 falsa)=P(não-rejeitar H0|H1 verdadeira)=P( H 0 | H 1 )= DECISÃO CORRETA P(rejeitar H 0 | H 0 falsa)= P( H 1 | H 1 )=poder do teste=1– 

+ Fatores que afetam o coeficiente de correlação linear de Pearson (1) Tamanho da amostra (sobretudo se a amostra for de pequ ena dimensão). (2) Presença de outliers (sobretudo em amostras de pequena dimensão). (3) Restrição da amplitude de uma das variáveis ou de ambas. Com amostras homogéneas, o valor de r tende a diminuir, uma vez que um dos fatores que afeta a magnitude da co rrelação é precisamente a variabilidade da amostra. Ou seja, quanto maior a variabilidade das variáveis, maior a correlação entre elas. (4) Erros de medida. Se as variáveis X ’ e Y ’ (’ X ’ Y ’ ) tiverem erros de medida, o coeficiente de correlação é menor do qu e as variáveis verdadeiras X e Y ( X Y ).

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+ Pressupostos (1) As variáveis envolvidas são aleatórias independentes e identicamente distribuídas (i.i.d.’s) e são medidas no mínimo em escala intervalar. As observações são independentes, i.e., a ocorrência da observação x 1 não influencia a ocorrência da observação x 2 . (2) A relação entre as duas variáveis é linear. (3) As duas variáveis têm distribuição normal bivariada conjunta, ou seja, para cada X , a variável Y é normalmente distribuída. (4) Homocedasticidade da distribuição normal bivariada.

Observação 5: dependendo do tamanho da amostra, os testes numéricos mais usados na verificação da normalidade são: Kolmogorov-Smirnov, Shapiro-Wilk, Anderson-Darling, Crámervon Mises, Jarque -Bera, Shapiro-Francia, Pearson chi-square. Em termos gráficos, pode -se recorrer ao PP- plot , QQ- plot e histograma com a curva de normalidade sobreposta.

Observação 6: na prática, o pressuposto da normalidade bivariada exige que as duas variáveis, individualmente, tenham distribuiçã o normal (o que é uma consequência do subproduto da normalidade bivariada).

+ Hipóteses

H 0 : as variáveis X e Y não estão correlacionadas, =0 ( r =0) H 1 : as variáveis X e Y estão correlacionadas, 0 ( r 0) (teste bilateral/bicaudal)

H 1 : …, >0 ( r >0) (teste unilateral/unicaudal à direita) H 1 : …, <0 ( r <0) (teste unilateral/unicaudal à esquerda)

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE BARCELINHOS + Estatística de teste Representando-se

por

( x, y)  ( X i , Yi ) ,

com

i =1,…, n , uma amostra

aleatória i.i.d. de dados bivariados, a correlação de Pearson amostral é dada por: n

 ( x  x )( y  y )

r

i 1

i

i

n

 (x  x )  ( y  y) i 1

i

 xi i 1

n

2

i

i 1

n

n

onde x 

,

n

2

e y

y i 1

i

n

.

Portanto, a correlação de Pearson para as variáveis ( X , Y ) é o quociente da covariância amostral das variáveis X e Y pelo produto dos respetivos des vios-padrão, s X e s Y , pelo que também pode ser expressa por: r

Cov( X , Y ) s X sY

Observação 7: o r 2 é chamado de coeficiente de determinação (pelo que 1– r 2 é chamado de coeficiente de não -determinação). Para duas variáveis linearmente relacionadas, r 2 informa a proporção de variação de uma variável que pode ser explicada pela variação na outra variável. Ou seja, o quanto de variação é comum às duas variáveis. Quanto mais alto o valor de r 2 , melhor.

+ Significado estatístico tn  2 

r  r

r

r 0 1 r n2 2

 r

n2 1 r2

+ Decisão Rejeitar a H 0 ao nível de significância , se

r 0 (teste bilateral), | t o b s |> t 1 –  / 2 ; n – 2 r >0 (teste unilateral à direita), t o b s  t 1 –  ; n – 2 r <0 (teste unilateral à esquerda), t o b s – t 1 –  ; n – 2

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE BARCELINHOS Com base no valor de prova, p :

p >  não-rejeitar H 0 p   rejeitar H 0 + Em resumo: 1. Determinar a magnitude da correlação ( r ). 2. Observar o sentido (+ ou –) da correlação. 3. Identificar a percentagem de variância comum entre as duas variáveis ( r 2 ). 4. Definir as hipóteses. 5. Conhecer o significado estatí stico. 6. Tomar a decisão.

Os valores de correlação podem assumir uma direção positiva ( +) ou negativa (–)

Tabela 1 – Classificação da magnitude da correlação. Magnitude ou –)

(+

Classificação

r  [0; 0.19]

Muito fraca

r  [0.20; 0.39]

Fraca

r  [0.40; 0.69]

Moderada

r  [0.70; 0.89]

Forte

r  [0.90;1]

Muito Forte

r  [0; 0.10[

Correlação ínfima

r = 0

Ausência associação

r = 1

Associação perfeita

de

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Observação 8: exist em outras convenções de classificação a correlação. Para mais detalhes, consultar, por exemplo, Silva (2014).

2. DADOS A amostra é formada por 13 alunos do 12º ano de escolaridade, do curso de Ciências Económico -Social, da Escola Secundária de Barcelinhos, no ano letivo 2018/2019. Foram consideradas as variáveis “classificação do 3º período letivo na disciplina de Educação Física” (EF) e “classificação na avaliação da aptidão física” (AF) no mesmo período letivo. De notar que não se trata da classificação apresentada publicamente na pauta final de ano letivo (a qual resulta de uma ponderação de todos os períodos letivos, dada a avaliação ser contínua), mas apenas a classificação obtida por cada aluno no período de abril a junho, i.e., 3º período letivo. Tod os os alunos foram avaliados pelo mesmo professor de Educação Física, sendo que a avaliação da AF é um parâmetro específico e obrigatório que contribui para a classificação final da disciplina. Usamos o coeficiente de correlação de Pearson entre as variáve is “EF” e “AF”. Adotamos um α=0.05.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO A Tabela 2 apresenta as etapas a seguir no cálculo do coeficiente de correlação de Pearson. Usamos nesta demonstração as variáveis “classificação do 3º período letivo na disciplina de Educação Física” (EF) e “classificação na avaliação da aptidão física” (AF).

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Tabela 2 – Etapas para cálculo do coeficiente de correlação de Pearson. N. Ordem

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13  

EF 12 18 12 20 15 15 16 13 13 15 14 12 15 1 4.6 2

AF 3 9 5 15 8 9 10 6 6 6 9 3 4 7.1 5

xi  x

yi  y

( xi  x )  ( yi  y )

( xi  x )2

( yi  y )2

–2. 6 2 3.38 –2. 6 2 5.3 8 0.38 0.38 1 .38 –1 .6 2 –1 .6 2 0.38 –0.6 2 –2. 6 2 0.38

– 4.1 5 1 .85 –2.1 5 7.85 0.85 1 .85 2.8 5 –1.1 5 –1.1 5 –1.1 5 1 .85 – 4.1 5 –3.1 5

10.8639 05 33 6.24 85 2071 5.63 3136 09 5 42. 24 85 2071 0.32 5 4 4378 7 0.710 0591 72 3.94 082 84 02 1.86390 5 32 5 1.86390 5 32 5 –0. 4 43 78698 2 –1.1 3609 467 5 10.8639 05 33 –1.2 1301 77 51

6.84 11.46 6.84 28.99 0.15 0.15 1.92 2.61 2.61 0.15 0.38 6.84 0.15

17.2 5 3.41 4.6 4 61.56 0.72 3.41 8.10 1.33 1.33 1.33 3.41 17.2 5 9.95

81.7692 307 7

69.0769 230 8

133.69 230 77

+ Verificação dos pressupostos (i) Normalidade Dado que n =13, a normalidade das distribuições foi verificada p elo teste de Shapiro -Wilk. Variável “EF”: W =0.89476, p =0.1134 Variável “AF”: W =0.91901, p =0.2432 Resíduos: W =0.93425, p =0.3869 A visualização dos gráficos QQ - plot (Figura 1) permite observar que dois pontos na variável “EF” e um ponto na variável “AF” têm um maior desvio da reta ajustada, não comprometendo, no entanto, a normalidade das respetivas séries de dados.

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Normal Q-Q plot: AF

12 10 8

Sample Quantiles

12

4

6

14

16

Sample Quantiles

18

14

20

Normal Q-Q plot: EF

-1.5

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

-1.5

1.5

-1.0

-0.5

0.0

0.5

1.0

1.5

Theoretical Quantiles

Theoretical Quantiles

Figura 1 – Gráfico quantis-quantis para a distribuição Normal com a reta ajustada, nas variáveis “EF” e “AF”.

0.15 Densidade 0.00

0.00

0.05

0.05

0.10

Densidade

0.15

0.10

0.20

0.25

O histograma com a curva Nor ma sobreposta indicia a presença de distribuição normal nas duas variáveis, “EF” e “AF”.

12

14

16

18

0

20

5

10

15

AF

EF

Figura 2 – Histograma com a curva Normal sobreposta, nas variáveis “EF” (esquerda) e “AF” (direita).

Conclusão: a um nível de significância de 5%, pelo teste de ShapiroWilk, as variáveis “EF” e “AF”, bem como os resíduos destas variáveis, apresentam evidências de distribuição normal ( p >0.05).

(ii) Linearidade A linearidade pode ser observada por recurso a diagramas de dispersão (Figura 3). Ainda que alguns pontos estejam ligeiramente

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE BARCELINHOS afastados da linha diagonal y=x, a maior parte situa -se na proximidade da reta ajustada, não parecendo comprometer a linearidade.

9 3

4

5

6

7

8

AF

10

11

12

13

14

15

Relação linear entre EF vs AF

12

13

14

15

16

17

18

19

20

EF

Figura 3 – Gráfico de dispersão entre as variáveis “EF” vs “AF”, com a reta ajustada.

Cumpridos os pressupostos para a aplicação do coeficiente de correlação de Pearson, pela Tabela 2, tem -se: (1) Hipóteses Neste estudo, definimos as hipóteses como: H0 : r  0 H1 : r  0

(2) Magnitude n

r

 ( x  x )( y  y ) i 1

i

i

n

(x  x ) ( y  y) 2

i 1

n

i

i 1

2

81.76923077  0.8508837 ~ 0.85 69.07692308 133.6923077

i

A correlação r =0.85 tem forte magnitu de, uma vez que r  [0.70,0.89] .

O intervalo com 95% de confiança para  obtém-se recorrendo à transformação de Fisher (1921), usando um procedimento baseado nos resultados de Bonett & Wright (2000). Assumindo a normalidade

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ESCOLA SECUNDÁRIA DE BARCELINHOS bivariada, a transformação amostral de r é dada por:

    1 r   exp 2 ln     1 r    IC100(1 )% (  )      1 r   exp 2 ln      1 r  

da

correlação

produto -momento

   1 r  z1 /2     1 exp 2 ln    n  3    1 r   ;    1 r  z1 /2     1 exp 2 ln    n  3     1 r 

z1 /2     1  n  3    z1 /2     1 n  3   

IC 9 5 % ()=(0.5104465; 0.9607341) (3) Sentido da correlação A correlação r =0.85 tem orientação positiva, o que significa que ao aumento do valor de uma variável corr esponde o aumento do valor da outra variável.

(4) Percentagem de variância comum entre as duas variáveis Coeficiente de determinação: r 2  0.852  0.7225 ~ 72.3% . Ou seja, cerca de 72.3% da variabilidade da classificação em “EF” pode ser explicada a partir da variação na variável “AF”, ou vice -versa. Ou seja, a proporção de variância comum partilhada pelas duas variáveis é de aproximadamente 72.3%. Opostamente, o coeficiente de não determinação, 1  r 2  1  0.852  0.277 ~ 27.7% , representa a variância que não é comum às duas variáveis, sendo explicada por outros fatores.

(5) Significado estatístico . Valor crítico (hipótese bilateral):

t 1 –  / 2 ; n – 2 = t 0 . 9 7 5 ; 1 1 = 2.201 . Valor t observado t  r

n2 1 r2

 0.8508837 

13  2  5.371733046 1  0.8508837 2

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(6) Decisão Dado que r =0.85, e para uma hipótes e bilateral, uma vez que t o b s =5.3717 > t c r i t =2.201, com p =0.0002262, tal leva à rejeição da H 0 , podendo afirmar -se que a “classificação do 3º período letivo na disciplina de Educação Física” está relacionada com a “classificação na avaliação da aptidão fís ica”.

4. CONCLUSÕES Não é propósito deste trabalho realizar inferências, mas apenas oferecer um conjunto de informações didáticas e pedagógicas acerca da utilização do coeficiente de correlação de Pearson, bem como proporcionar a aplicação do mesmo a dado s reais relacionados com a Educação Física. Para além disso, a realização de inferências com amostras pequenas (como é o caso deste estudo, pois n =13) teria que ser realizada com prudência, dada a desconfiança na precisão da estimativa do parâmetro populac ional. Não obstante, este trabalho mostrou que a correlação entre a “classificação do 3º período letivo na disciplina de Educação Física” e a “classificação na avaliação da aptidão física” tem forte magnitude, orientação positiva, com forte explicação da i ntervariabilidade e estatisticamente significativa.

5. BIBLIOGRAFIA  Bonett, D.G. & Wright, T.A. (2000). Sample size requirements for estimating Pearson, Kendall and Spearman correlations. Psychometrika, 65 (1): 23 -28.  Fisher, R.A. (1921). On the 'pro bable error' of a coefficient of correlation deduced from a small sample. Metron. 1: 3-32.  Silva, D.J.L. (2014). Modelação e Inferência Estatística – Aplicações às Ciências do Desporto. Conceito Estatístico – Centro de Análise Estatística e Apoio à Inves tigação, Barcelos.

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ANEXOS Tabela da distribuição t

Tabela da correlação de Pearson

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O ideal de beleza André Carvalho, 11.ºA

Os padrões de beleza variam de época para época e de país para país. Antigamente, quanto mais m assa corporal uma mulher tivesse, mais atraente era. Hoje em dia, o padrão de beleza é totalmente o oposto, ou seja, quanto mais magras, mais atraentes. Atualmente, temos o exemplo das modelos que são extremamente magras, e, muitas delas, a tentar adquiri r o corpo perfeito, acabam por ter anorexia. Esta ideia de magreza ser sinónimo de beleza não deve ser transmitida aos jovens, visto que estes são facilmente influenciados, ou seja, perante esta ideia muitos deles ir -se-ão privar de certos alimentos, que são indispensáveis ao seu pleno desenvolvimento.

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Um outro ideal adotado pela sociedade é o “modelo” de rosto perfeito (lábios grandes e rosto afinado). Esta ideia de que os lábios grandes mostram perfeição, por exemplo, revelam o quão a sociedade é superficial, ou seja, só se preocupa com a aparência exterior. Cada vez mais, vemos pessoas que fazem tudo para ser “perfeitas” e no final acabam pior, porque recorrem a cirurgias plásticas que podem não dar certo e estragam o rosto natural da pessoa. No c aso dos homens temos, por exemplo, as injeções de testosterona artificial para adquirir o corpo perfeito e que, também, envolvem imensos perigos, como a recente situação de um famoso modelo e ator português. Concluindo, estes ideais de beleza não são saudá veis para a sociedade atual e, cada vez, temos mais relatos de jovens em depressão, por não terem o corpo desejado pela sociedade, quando o que interessa é que aceitemos o nosso corpo e a nossa beleza interior.

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A moda Ana Figueiredo, 11.ºA

Moda, uma palavra que parece tão simples e insignificante, mas que é a causa de um recorrente debate, nos dias de hoje. Toda a gente tem, na sua mente, o conceito de moda, contudo, eu pretendo evidenciar a parte da “moda” que afeta o nosso quotidiano, aquela que influencia a maneira como nos vestimos, como nos apresentamos perante a sociedade. Ao longo dos anos, a “moda” vai - se alterando, de acordo com a mudança dos ideais de beleza da sociedade.

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Se trouxermos este problema para a atualidade, podemos perceber que os jovens são bastante influenciados pelos padrões de beleza que se estabelecem. Aliás, se formos às escolas, vemos que aqueles que saem do padrão, que não se vestem com roupas caras, que têm uma cara diferente, são postos de lado, ignorados e satirizados. Estas pessoas que são menosprezadas pela sociedade, retraem – se, isolam – se, vivendo de uma forma solitária. Um outro aspeto, é o facto de os adolescentes verem a sua felicidade dependente destes ideais, ou seja, o facto de não serem tão bonitos quanto os modelos, as atrizes e/ou atores; o facto de não terem a roupa que está na “moda”, de não terem o corpo perfeito, é motivo para se autocriticarem e viverem sempre com medo do que os outros irão pensar. Basta entrarmos numa rede social, como o Twitter, que a nossa página se enche com publicações de adolescentes insatisfeitos com o seu corpo, com a sua cara e cabelo. Assim, concluo que a sociedade atual é uma sociedade onde os ideais de beleza são a base do nosso quotidiano, e que, principalmente, os jovens são facilmente influenciados, ou seja, todos os seus comportamentos são influenciados pelo que a sociedade afirma ser bonito, e até a sua própria felicidade depende do facto de seguirem ou não os modelos de beleza.

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«A mudança é a lei da vida, e aqueles que olham apenas para o passado ou para o presente irão, com certeza, perder o futuro.» Fabiana Fradique, 12.ºC

A mudança é algo muito importante na vida das pessoas, uma vez que nos faz quebrar barreiras e sair da nossa zona de conforto. Na verdade, para muitas pessoas, a mudança é encarada como um sinal de crescimento pessoal, de avanço, mas, por outro lado, há pessoas que a temem, pois estão demasiado focadas no passado ou no presente, não sendo, por isso, capazes de realizar uma grande alteração nas suas vidas. Assim, pessoas que não sejam capazes de realizar algumas mudanças, de não serem capazes de arriscar, não conseguem fruir instintivamente da vida, pois não são capazes de lutar por novos desafios e vivências, sendo simplesmente “cidadãos acomodados”, que não crescem pessoalmente. A mudança faz-nos crescer em todos os sentidos, podendo tornar-nos indivíduos mais cultos e com mentes mais abertas. Por exemplo, se formos estudar para o estrangeiro, estaremos certamente a fazer uma grande mudança, que nos trará muita cultura geral, novas perspetivas de vida, novas formas de estar e de pensar, dando-nos a oportunidade de crescermos a vários níveis (intelectual, pessoal, social, …), como indivíduos pensantes que somos. Face ao exposto, poder-se-á dizer a mudança é impulsionadora do nosso crescimento pessoal, sendo, por isso, uma mais-valia para aqueles que ousam experimentá la, ainda que nem sempre seja fácil enfrentá -la.

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Amigos e família Soraia Filipa Silva, 11.ªA

Na minha opinião, na vida dos jovens é importante a presença da família e dos amigos, simultaneamente, para que haja um verdadeiro equilíbrio emocional. De facto, a presença efetiva da família e dos amigos, na vida de um jovem, dá-lhe equilíbrio, pois a família pode apoiar, de uma forma mais protetora e racional, enquanto os amigos apoiam mais a nível emocional e de partilha de experiências, próprias da adolescência. Assim sendo e por norma, os jovens procuram a família para que esta lhes dê proteção, mimo e os ajudem a resolver problemas, nomeadamente de âmbito escolar; em contrapartida, os amigos são procurados para momentos de diversão, desabafo e aconselhamento amoroso. Desta forma, o jovem encontra o seu equilíbrio nestes dois pilares que, por serem diferentes, proporc ionam equilíbrio ao jovem e, quando se lhe tira estes, a vida do jovem pilares deixa de ser uma casa e passa a ser um simples monte de tijolos, cimento, o “nada". Para rematar a minha opinião, tanto a família e os amigos ajudam – nos, influenciam-nos na nossa construção, enquanto pessoas e não deixam que nada nos falte e, por esse motivo, também devemos dar valor e retribuir, sendo bons amigos e bons membros da família, dando, assim, ênfase ao verdadeiro significado das palavras amigo e família.

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Anatomia de Grey Luana Alves, 12.ºC

Anatomia de Grey é uma série televisiva norte -americana, criada por Shonda Rhimes, dividida em dezasseis temporadas, cujo primeiro episódio foi lançado em 2005. No entanto, esta série, considerada por muitos como uma das melhores séries de todos os tempos, continua, ainda hoje, intemporal, pelo que a mesma já foi renovada para mais uma temporada, tornando-se o drama médico mais longo de sempre. O fabuloso enredo surge em torno de Meredith Grey, uma recém cirurgiã que chega ao Seattle Grace Hospital, para realizar o ano de internato. Assim, é neste hospital, que ora encanta ora desencanta, que a protagonista e os restantes médicos lidam com a vida e com a morte todos os dias, apoiando-se mutuamente, criando, desta forma, um clim a de amizade e, por vezes, mais do que isso!…. Aliás, apesar

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de ser uma série médica, esta foca-se muito mais na vida pessoal dos cirurgiões do que propriamente em aspetos relacionados com a medicina. Esta telessérie, que aglutina o mundo da medicina, dos hospitais e da vida real, prende intensamente o espetador, pois cada personagem representa um “pedaço” de cada um de nós, abordando temas sociais relevantes, como o poder dos negros, o empoderamento feminino, entre outros. Nesta série, há, sem dúvida, a realçar a apoteótica interpretação dos atores que, pelo seu profissionalismo, levam o espetador à emoção, prendendo -o ao ecrã e chegando mesmo a inspirar o público a seguir medicina. Por sua vez, a banda sonora, que acompanha este programa, é espetacular, havendo até um episódio, cujo enredo é totalmente musicado e cantado, pelos habituais atores que acabam por sair da sua zona de conforto. Por todos reconhecida e Globos de paciente do interventivo

estes motivos, Anatomia com 60 prémios de televisão, Ouro e é graças a ela que o hospital, onde ela ocorre, na sociedade.

de Grey já foi incluindo Emmy’s público pode ser e ter um papel

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Família e amigos Ana Figueiredo, 11.ºA

A juventude, o tempo de florescer, de nos apaixonarmos, de nos desiludirmos, de formarmos o nosso grupo de amigos. Tempo tão confuso, tão cheio de sentimentos e questões, questões e mais questões, “Quem sou eu?”, “O que faço aqui?”, “Será que vou ser Alguém?”. É neste período de tempo tão conturbado que definimos aquilo que somos e queremos ser, em que tomamos decisões permanentes, sejam elas as corretas ou não, mas que vão influenciar o nosso futuro. Todo este percurso depende de nós, mas é também influenciado por aqueles que nos acompanham diariamente, os nossos amigos, e por aq ueles que estiveram e estarão sempre ao nosso lado, a nossa família. Eles têm um papel importantíssimo na nossa vida. Há quem diga que a família é quem mais influencia, outros afirmam que são os amigos, mas no fundo, ambos desempenham um papel fundamental nesta fase da vida. Do meu ponto de vista, os amigos são aqueles que têm mais peso, no que diz respeito à tomada de decisões, pois é com eles que passamos a maior parte do dia, é com eles que descobrimos aquilo que gostamos ou não. É com os amigos que partilhamos as nossas aventuras, as nossas experiências nesta montanha russa que é a adolescência. Por fim, são os amigos que nos vão ajudar a contruir parte da nossa personalidade. Contudo, a família é também importante, talvez não tanto quanto os amigos, mas ainda, importante. A nossa família é

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o nosso porto seguro, ela está connosco desde crianças e, independentemente do que possa acontecer, ela continuará a ser família. Talvez seja neste ponto que a família é importante, no meio de tanta instabilidade, a fa mília é o centro da tempestade, onde a calmaria reina. São eles que nos põem na “linha”, que nos “dão na cabeça”, quando é preciso, que nos fazem ver que, talvez não seja tão complicado como parece, e, por terem mais anos de vida, dão – nos bons conselhos, que nós desprezamos na hora, mas, mais tarde, percebemos o seu valor. Deste modo, concluo que, tanto a família, como os amigos têm um papel fulcral na vida dos jovens, e, talvez, a minha opinião inicial estivesse errada. É a famosa indecisão juvenil!.... talvez tanto os amigos como a família tenham a mesma importância na nossa vida.

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Final “glamorosa” João Pedro e Tiago, 12.ºC

A final do Euro 2016, disputada entre França e Portugal, no dia 10 de julho, no Stade de France em Saint Denis, com a presença de 75.868 adeptos de todo o mundo, foi um fenómeno inesquecível e mundial.

Teoricamente, a seleção da França era a favorita, pois apresentava um plantel com um cariz superior ao da seleção portuguesa, mesmo tendo esta o melhor jogador do mundo, daquele ano. Antes do início do jogo, toda a gente pensava e apostava no desfecho daquela final e todos os adeptos gauleses davam o título como adquirido, principalmente, após a lesão do jogador mais influente da seleção lusa, Cristiano Ronaldo.

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Assim, no decorrer do jogo, com a lesão de CR7, a bola à trave de Raphael Guerreiro e as inúmeras defesas de Rui Patrício, o nível de otimismo dos portugueses estava de rastos e muitas lágrimas grassavam da alma da nossa gente. Após noventa minutos, o marcador indicava um patético empate de zero golos!... Assim, o jogo seguiu para prolongamento, mas…..quando o cronómetro marcava os 103 minutos, o coração dos portugueses parou com o remate de Gognac a esbarrar no poste. Contudo, o melhor estava para vir!... Foi no início da segunda parte do prolongamento, ao minuto 109, que Éder rematou e conseguiu marcava o único e inesquecível golo do encontro. Aquele que era chamado de “cone” ou de “patinho feio” deu -nos o único europeu da história e tornou-se no herói nacional, no salvador da honra dos portugueses. Portugal sagrava-se, assim, campeão europeu de futebol, pela primeira vez na História, e a emoção levou ao rubro os portugueses, irmanando todos os adeptos portugueses, ainda que de clubes diferentes e mos trando que, afinal, o nosso país só é pequeno geograficamente.

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O ideal feminino Soraia Silva, 11.ºA

Na minha opinião, o ideal feminino, é uma construção social que varia de época para época e, assim sendo, as mulheres são sempre alvo de críticas. Na sociedade atual, o importante é que uma mulher apresente aspetos físicos que a sociedade impõe como sendo a mulher ideal, nomeadamente, através de um corpo que inclui ter umas boas curvas, ser magra, sem celulite, sem estrias, ou seja, a mulher tem de s er perfeita num mundo onde não existe perfeição e, se caso não corresponder aos aspetos impostos pela sociedade, é alvo de críticas. Penso que existem bastantes conflitos sociais em relação aos padrões de beleza de uma mulher, tanto entre mulheres como entre mulher e homem. As mulheres criticam-se reciprocamente, discutindo se uma é melhor que a outra, insultando-se, por vezes, até níveis extremos. Estes insultos podem originar problemas mentais e físicos numa mulher, como anorexia, depressão e baixa autoestima. Como a opinião de um homem, para uma mulher, é importante, se o homem considerar que a mulher não está inserida nesse padrão de beleza, as consequências dessa opinião serão maiores. Na minha opinião, as mulheres, sendo alvo de inúmeras críticas, dever-se-iam apoiar umas às outras, enaltecendo as qualidades de cada uma e desvalorizando os “defeitos”, pois “quem feio ama, bonito lhe parece”, pois a beleza é algo de subjetivo.

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O medo Angélica Matos, 12.ºD

É inegável afirmar que o medo “faz mal”, que resolve nada”, que “o medo se intromete” e “estraga tudo”, pois todos nós possuímos muitas vezes, nos impedem de fazer algo estragam tudo.

o medo “não que o medo medos que, e, de facto,

Todos nós sabemos que o medo é transversal a muitos seres vivos e, em certos contextos, é algo de extremamente importante, pois põe-nos alerta e faz com que evitemos determinados perigos. Porém, o medo em excesso, aquele que nos impede de sair da nossa zona de conforto, é negativo e não nos deixa “voar”, ir mais além. Quanta s vezes não queremos arriscar, quer a nível escolar e/ ou profissional, mas não o fazemos, dado termos “medo” do desconhecido, de sermos malsucedidos, do fracasso. Para além disso, por vezes, o medo também pode estar associado a traumas anteriores, ou sej a, a situações que correram menos bem, logo podemos pensar que “tudo de mau nos acontece”, então é melhor não arriscar, não sonhar e acomodarmo-nos. Porém, se formos pessoas com objetivos, vamos, racionalmente, dominar os medos, que nos invadem, e, com sensatez e equilíbrio, vamos arriscar, vamos “crescer”, enfrentando novos desafios, pois “tudo vale a oena, se a alma não é pequena” Concluindo, o medo “não faz mal”, quando nos alerta para os perigos, mas “estraga tudo”, quando nos impede de concretizarmos os nossos objetivos e nos tranca na mediocridade da vida.

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O medo Diana Silva, 12.ºC

Na minha opinião, a perspetiva apresentada por Miguel Esteves Cardoso não podia estar mais correta. De facto, o medo impede-nos de arriscar e de alcançar os nossos sonhos, bem como nos impede de viver a vida intensamente, como ela deve ser vivida. O medo pode impedir-nos de realizar desejos, de conhecer novas realidades ou até mesmo de sair da monotonia do quotidiano. Por exemplo, se eu tiver o sonho de conhecer o mundo inteiro, mas, simultaneamente, tiver medo de me aventurar pelo desconhecido, irei perder, não só a oportunidade de realizar um sonho, mas também a oportunidade de crescer como pessoa. Por outro lado, o medo pode fazer -nos desistir de projetos de vida que, se por um lado poder-se-iam revelar-se um fracasso, poderiam, por outro lado, tornarem -se algo de grandioso. Por exemplo, se eu tiver o sonho de me tornar, um dia, uma atriz internacionalmente conhecida, o medo de falhar pode colocar-se no meu caminho e, por isso, nem tentarei aventurar-me neste ramo. Concluindo, se deixarmos o medo guiar a nossa vida, vamos perder aquilo que ela tem de bom para oferecer. O medo é, portanto, o maior obstáculo no caminho para a felicidade e não devemos deixar que ele nos impeça de viver.

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O medo Luana Alves, 12.ºC

O medo é um sentimento que todos os comuns mortais já experienciaram. Desde um medo simples, como ter medo de um cão, até a um medo aterrorizador, como ter medo da morte, este sentimento inferniza os homens, podendo mesmo ser ou não um entrave a uma vida feliz e realizada. Estudos dizem que 70% dos jovens portugueses desejam, no futuro, ir trabalhar para fora do país, porém não o fazem pois têm medo da adaptação a uma nova língua, nova cultura e, principalmente, têm medo do que é viver de forma independente, sem os pais. Ora este medo, de facto, intromete-se. Estraga tudo. Faz mal. Não resolve nada.

Na verdade, e se pensarmos bem, para que servem os medos se não para serem pedidos? Na vida, tudo acontece por uma razão e os medos não são exceção. De facto, eles são uma mensagem do universo, para nós sermos mais fortes, para crescermos e aprendermos a superarmo -nos.

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Desta forma, o medo só estraga tudo, se a nossa maneira de o encarar for submissa. Se, por outro lado, decidirmos enfrentá-lo, o medo pode tornar-se numa qualidade, tornando-nos mais fortes. Neste contexto, o medo de adaptação a novas línguas e novas culturas, apesar de existir, não tem de ser entrave à emigração, mas uma forma de os que emigram se tornarem muito mais preparados para as adversidades que vão aparecendo na vida do que os que, aterrorizados pelo medo, decidem ficar. Face ao exposto, o medo só é algo negativo se o enfrentarmos já com a certeza que não o podemos vencer. Quando um medo surge na nossa vida, devemos ir à luta, pois o medo pode fazer muito bem e pode, na verdade, resolver muitas situações na nossa vida, tornando -nos na melhor versão de nós mesmos.

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O medo João Miranda, 12.ºC

O medo é um sentimento prejudicial à vida de qualquer pessoa, tal como diz Miguel Esteves Cardoso. O medo pode intrometer -se de tal forma na vida das pessoas, ao ponto de estar deixarem de ter vida, pois quando este sentimento de apodera do psicológico da pessoa, custa a larga-lo e a deixar a pessoa viver. Existem muitos casos destes na nossa sociedade e o mais presente no dia-a-dia, é o medo da forma que nos vestimos, como saímos à rua, sendo que, eu próprio, no passado tive medo e privei-me muitas vezes de usar algum tipo de roupa que fosse fora do normal, pois tinha receio do que as pessoas iriam pensar. Este sentimento denominado medo, é uma perda de tempo e não deve existir nas nossas vidas, uma vez que, podemos perder grandes oportunidades por ter medo de arriscar, de errar, de estragar algo que ainda não aconteceu e, estas oportunidades que, por vezes, deixamos escapar, custam a nossa felicidade e, certas vezes, a realização dos nossos sonhos. O maior exemplo de que não devemos ter medo, devemos arriscar e perseguir a nossa felicid ade, é o do Ronaldo que, apesar de sozinho em Portugal continental, apesar de não ter certezas, e apesar de tudo o que o prendia à sua família, não teve medo, arriscou e prosseguiu o seu sonho e hoje é um dos melhores jogadores do mundo e realizou o seu maior sonho. Podemos concluir que, se deixarmos o medo apoderar -se da nossa vida, este irá deixar-nos infelizes, acabando por estragar tudo o que idealizamos para nós.

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O poder da mudança Luana Alves, 12.ºC

A vida é feita de avanços e recuos, de moment os muito felizes e de momentos muito tristes, de mudanças e de crescimento. Assim, temos duas opções: ou escolhemos aceitar essas mudanças, crescer com elas e sermos felizes, ou escolhemos ficar presos ao que queríamos que fosse a nossa vida e acabamos por não sermos nada. De facto, o caminho mais fácil é lamentarmo -nos pela perda do passado, mas nem sempre esse é o mais gratificante. O passado, bom ou mau, já passou e não volta mais. De que adianta, por exemplo, pensarmos: “devia ter estudado mais para aquele teste”? O teste está feito, e o erro que cometemos, também. O importante é reconhecermos os erros do passado e, se possível, não os repetir, no futuro. O habitual é, normalmente, perigoso. As rotinas são confortáveis, daí a dificuldade em aceitar o seu fim ou a sua mudança. A passagem de um estudante do ensino secundário para a universidade, por exemplo, é difícil por isso mesmo: é o fim de muitos anos a conviver com as mesmas pessoas, no mesmo espaço, com o ambiente de sempre. O futuro é sempre assusta dor, mas não tem necessariamente que ser mau. O futuro pode ser bom, se o aceitarmos e se nos tentarmos adaptar a ele. Assim, considero importante olhar para o passado como uma aprendizagem a levar para o futuro, sem nunca ficarmos presos a ele. O futuro pode ser brilhante, se acreditarmos nele. E isso só depende de nós!

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Os nossos filhos Fernandinho

Não faço ideia se são só os meus. Mas não devo arranhar a verdade se disser que grande parte da nossa prole é desde que começa a gatinhar, arreliadorament e, adepta do Sr. Estroina. O pior é que esta maneira de ser dos nossos filhos não é deformação educacional, eles têm sido insistentemente educados no sentido inverso. Mas ser adepto da Dona Poupança não está na natureza das criaturas que resistem à benéfic a influência paternal como as abelhas ao mel. Os “garotos” são estoicos e defendem com resistência os gastos supérfluos. Ora o primeiro sintoma desta deformação juvenil tem que ver com os direitos. Os nossos filhos são senhores de todos os direitos da terra. Os materiais e os emocionais; os presentes e os futuros; os possíveis e os impossíveis; os que ainda não usufruem e os adquiridos. Aliás, para o nosso renovo, é tudo, absolutamente tudo, adquirido. Eles dão como adquirido o divertimento, as férias, a bo leia para a escola, a escola, os ténis novos, o computador última geração, a roupinha lavada, a televisão, tudo. Deveres? Nenhum! E se cumprem com algum zelo o dever escolar, então é garantido que, na sua cabeça, nada mais há a cumprir. A nossa descendência vive literalmente de mão estendida sem qualquer vergonha ou humildade. Na cabecinha deles não existe o conceito de “bem comum”, só existe o “bem deles”. Muito, muito deles.

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O segundo sintoma tem que ver com a origem desses direitos. Como aparecem ess es direitos? Não sabem. Sabem que basta abrir a torneira que a água vem quente, que dentro do frigorífico estão invariavelmente sumos de várias marcas, fresquinhos, que os livros da escola aparecem todos os anos, que o carro tem sempre combustível, que o dinheiro nasce na parede onde estão as máquinas de multibanco, e que o vencimento dos pais tem o exclusivo destino das suas despesas supérfluas. “A minha prenda de natal? Só cinquenta euros! Não ganhas cinquenta euros, mamã?” Outro sintoma alarmante é a sua visão de futuro. O futuro para os nossos filhos é qualquer coisa que se vai passar logo, ao serão, o mais tardar. Não vão mais longe do que isto. Na sua cabecinha não há planeamento, há negócio, e há gastamento, só o imediato. Se há, come -se, gasta-se, esgota-se, e depois logo se vê. “Poupar? Para quê?” Acresce que as nossas crianças estão convictas de que nada depende delas. Como são só crianças, acham que nada do que fazem tem consequências graves, ou muito graves. Ora esta visão do mundo e da vida faz com que os nossos filhos achem que podem fazer todo o tipo de asneiras que alguém varrerá o lixo por eles. Eles ficam de castigo, é certo, mas quem limpa o entulho que fazem são os pais das crianças. Os nossos filhos nasceram desresponsabilizados. A responsabilidade é sempre de outro qualquer: o outro que paga, o outro que assina, o outro que limpa, é claro que o outro somos nós.

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Por fim, o último, mas não menos aterrorizador sintoma da desperdicite mórbida dos nossos filhos é a inveja: eles não podem ver nada que já querem, já exigem. Acham que têm de ter tudo o que o do lado tem, quer mereçam, quer não. São autênticos novos-ricos sem um tostão furado. Acham que todos temos de ter o mesmo e se não dá para repartir ninguém tem. Ou comem todos ou não come nenhum. Senão vão à luta. Não podemos dar mais dinheiro a uns do que a outros, caso contrário temos uma insurreição familiar, com ameaça de golpe de “estado”. Mesmo que uns ajudem mais que outros e tenham melhores notas, a "cultura democrática" em nossa casa não permite essa distinção, e poderá daí emergir uma “luta de classes” difícil de resolver. Os nossos filhos chamam a esta inveja disfarçada, justiça fraternal. A nossa sorte é que os nossos filhos crescem.

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Redação Fernandinho

As redações sempre foram um quebra -cabeças para os alunos alérgicos ao pensamento e à escrita. E a juventude, em grande parte, cada vez se espraia mais no divertimento e menos no pensamento. Tal como os papagaios, limita -se a usar a capacidade da fala. Por isso, a escrita, por vezes, é a própria fala grafada. Há umas décadas a esta parte os jovens empregavam a torto e a direito termos como “ya”, “meu”, etc. E a escrita reproduzia -os, escapando do controle linguístico como espirros da garganta. Hoje em dia, porém, os “espirros” são outros. Exemplifiquemos: O meu país O meu país é pequeno, mas bué de grande comparando com outros mais pequenos, tipo Luxemburgo. Por um lado é grande, porque, se o medirmos de norte a sul, é muito grande, comparado com o que mede de Oriente a Nascente (ou Poente…) Portugal divide-se, tipo, em duas zonas climatéricas, tipo, a de Cima e tipo a de Baixo, sendo que a segunda se situa, tipo, abaixo da primeira. As montanhas, em Portugal, são bué de altas, e os vales bué de baixos e os rios correm sempre de cima pra baixo, menos nas planícies, onde correm sempre, tipo, em baixo. LOL Há bué de diferenças entre as regiões geográficas do meu país. A mais importante é a nível da agricultura que nuns sítios se faz, tipo, com pessoas e máquinas, e noutros com

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animais e pessoas. Sendo que há outras zonas onde máquinas, pessoas, e animais desempenham cenas iguais. xD A população é toda baseada nos bacanos e há muitos griffs (MUITO ESTILO). Os sócios que não nasceram no país chamam-se, tipo, imigrantes,ou emigrantes (não me lembro bem). Mas também há quem lhes chame outras cenas, tipo, estrangeiros. Falando agora da indústria, em Portugal fabricam-se produtos muito fixes. Quase todos os produtos são bué de parecidos, mas há uns mais parecidos do que outros, LOL. Mas também se produzem alguns menos fixes e bué de diferentes. No campo da exploração dos minérios, Portugal tem algumas minas abertas que estão, tipo, fechadas, por exemplo a de Campo de Jales e a da Panasqueira, kakakaka. Pode-se mesmo afirmar que, fora os seus concorrentes, Portugal é o único produtor de minérios, tipo, no mundo inteiro. Mas em Portugal também se exploram outras cenas. A situação do país neste capítulo da economia está bué de complicada, porque em Portugal, os cientistas curtem descobrir o que não está descoberto, como o petróleo, por exemplo, mas nunca descobrem cena nenhuma. No fundo, os portugueses só foram bons “descobridores” na época dos Descobrimentos, é karga (UMA CENA DO CARAÇAS). Quanto aos escritores, só existe m dois tipos, tipo os que escrevem os próprios livros, os chamados intelectuais, que às vezes são uns tipos marados, parece que estão em ácidos, e os que escrevem livros para outros – os analfabetos. Enfim, Portugal é um país com bué de futuro, do qual nos aproximamos cada vez mais, a cada dia que passa, o que é bué de fixe, fica.

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Apreciação crítica sobre “Refugiados da Síria” Daniela Araújo, 12.ºD

Esta fotografia foi tirada na Síria e retrata uma família de refugiados aguardando o resgaste para um luga r seguro. A fotografia remete para uma família, mais propriamente, uma mãe e dois filhos, um rapaz e uma rapariga, cujos semblantes denotam uma enorme tristeza. As cores que predominam, nesta imagem, são o branco, o preto, o azul marinho e o castanho que a centuam este desolador cenário de tristeza, de pobreza e de sofrimento. No fundo da imagem, para além dos polícias, que tentam manter um clima de ordem e de segurança, observa -se a presença de outras pessoas, na mesma situação que esta família, o que se verifica pela singularidade das expressões faciais. Nesta representação, o que mais impressiona são as crianças que surgem a chorar, muito provavelmente, estão assustadas e esfomeadas. Já a mãe, embora demonstre estar receosa, revela-se uma mulher corajosa, pois tenta fugir daquele lugar perigoso e sem estabilidade, de forma a assegurar um melhor futuro aos seus descendentes. O fotógrafo, com esta imagem, procura transmitir o horror que estas criaturas passam e, de certa forma, comover as pessoas e torná-las mais solidárias. Concluindo, esta imagem salienta a atroz realidade de muitos refugiados, que sujeitam a vida, enfrentam inúmeros perigos, “passam além do Bojador”, para salvarem a família e viverem com dignidade, realidade que, no conforto do nosso mundo, desconhecemos.

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Fernandinho

Hoje, dia de S. Martinho, várias recordações invadem todo o meu ser e volto a sentir todos os cheiros que marcaram a minha infância, neste dia. Relembro todo o ritual da apanha das castanhas, no sentido de termos umas mãos cheias para honrar o santo. Assim, uns dias antes da data festiva, eu e a tia São íamos, bem cedinho, por volta das seis da manhã, para um souto estrondoso e mágico que havia na aldeia dos meus avós. Os castanheiros eram enormes, ramalhudos e, num deles, no seu tronco, talvez gasto pelos anos, havia uma saliência que se assemelhava a uma gruta. Era o esconderijo perfeito para uma manhã fria, escura e mágica. Dividida entre a azáfama de apanhar muitas castanhas, para o magusto, e as traquinices de criança, o ra lutava contra os ouriços que teimavam em não se abrir, mostrando os seus picos agrestes, ora desaparecia do olhar da tia São e escondia -me na “gruta”, tentando fazer barulhos assustadores, na tentativa vã de a assustar. Tudo isto era um ritual que, anos a fio, se repetiu e marcou a minha infância e, hoje, todos estes pensamentos, sentimentos e cheiros teimam em entrar no meu ser, causando-me uma dolorosa saudade e uma enorme alegria. A saudade surge da inevitável possibilidade de regressar fisicamente ao passado, a essa época, à tia São; a alegria surge do facto de ter tido a possibilidade de viver estes momentos únicos.

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Vamos falar de discriminação … Diogo Campos, 12.ºC

A discriminação consiste numa ação que dispensa um tratamento diferenciado (in feriorizado) a uma pessoa ou grupo. No século atual, este comportamento ainda está presente na sociedade, porém manifesta -se de forma dissimulada e, muitas vezes, legitimada através de partidos que assumem ideologias extremistas. Mas existiram, no decorrer dos tempos, múltiplas alterações ao nível legislativo e valorativo, que evidenciam um progresso civilizacional. É notório que a humanidade aprendeu e, a Declaração Universal dos Direitos Humanos é uma das consequências mais positivas da mudança de comportamentos e da consequente sensibilização por parte de todos os homens de que todos, independentemente da cor, da religião, do meio social, são iguais. Numa análise aos comportamentos discriminatórios, é de esclarecer que a discriminação pode apresentar duas vertentes: uma positiva e outra negativa. Se tempos houve em que apenas se referia a discriminação negativa, sabemos que a discriminação também pode ser uma ação positiva sobretudo quando aplicada com o objetivo de repor alguma justiça através de medidas que visem apoiar aqueles que sofreram reiteradamente exclusão económica, social física, racial, entre outras.

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Infelizmente, a discriminação negativa, apesar de ter diminuído, não foi ainda eliminada. Causa -nos perplexidade que, com tanta informação e conhecimento, ainda existam pessoas que assumem comportamentos e atitudes que humilham, menosprezam e rebaixam o outro. É paradoxal que, se o mundo virtual nos faculta informação e conhecimento, que pode ser canalizado para mudar as mentalidades, simultaneamente, é um veículo de ódios, de má formação e difusão de mensagens agressivas. Os frequentadores das redes sociais podem exercer a sua influência a diferentes níveis e, eventualmente, formar opiniões. Ora, esta formação pode ser boa e má, por exemplo, o Cyberbulling nada mais é do que a discriminação através da Internet, discriminação encapotada. As pessoas que o fazem escondendo o «rosto», cobardemente, incitam outros a fazê -lo no seu dia-a-dia. São as pessoas mais influenciáveis, as mais manipuláveis, que são o alvo fácil daqueles que fazem da discriminação versus violência a palavra de ordem. Diariamente, há pessoas que veem recusado o arrendamento ou venda de imoveis só porque nasceram com certa cor, pessoas que não são respeitadas porque vivem num bairro específico, trabalhos a que não acedem porque não têm boa aparência, enfim, um sem número de situações que nos mostram que estamos longe de sermos todos iguais. É necessário pensar e agir, questionando -nos sobre o que podemos fazer para mudar esta men talidade que se encontra impregnada na sociedade. A mudança começa em nós, na escola, na família, na comunidade.

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O que influência a nossa atração por alguém? Angélica Matos, 12.ºD

Existem pessoa com quem estabelecemos relações preferenciais e normalmente é com essas que estabelecemos relações amorosas ou com as quais nos sentimos atraídos. Mas por quem nos sentimos atraídos? Normalmente, sentimo-nos atraídos por pessoas com as quais estabelecemos relações de proximidade, como os nossos amigos chegados, e dada essa proximidade, achamos que essa pessoa pode ser “a tal” e com quem podemos planear o nosso futuro. Para além disso, como temos uma relação de amizade, conhecemos as suas atitudes, opiniões e as suas características que nos agradam mais ou menos. Mas será que apenas nos sentimos atraídos pelas pessoas que estão próximas de nós? Obviamente que não, mas segundo estudos realizados existe uma maior probabilidade de isso acontecer, porque é alguém com quem estamos mais tempo e com quem temos mais familiaridade.

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No entanto, também nos sentimos atraídos pelos indivíduos que apresentam características físicas que nos agradam, porque são essas que nos saltam à vista e é através destas que surgem as primeiras impressões. Além disso, podemo nos sentir atraídos por pessoas que nos elogiam e que gostam das nossas características pessoais, ou seja, existe uma certa relação de reciprocidade. Este é o “caminho mais fácil” para nos sentirmos atraídos por alguém e se desenvolver uma relação, pois sabemos q ue a outra pessoa gosta de nós e a probabilidade de nos rejeitar é sempre menor e não teríamos de passar pelo sofrimento de um amor incorrespondido. Desta forma, achas que devemos escolher um caminho mais fácil, isto é, alguém que já revelou sentimentos p or ti e com o qual tens afinidades e sabes que a rejeição é menor, ou alguém pela qual sentimos atração física e essa pessoa não faz a mínima ideia que tu existe? A resposta não é fácil e cada um será responsável pela sua «escolha do coração», que, afinal, é explicada por investigadores que estudam as razões que nos levam a escolher aquela pessoa e não outra.

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“Carta a um Filósofo” (…na semana da leitura) Ângela Fonseca, 10.ºB

Exmo. Sr. John Rawls: Esta carta, muito provavelmente, nunca lhe chegará às mãos - o Sr. faleceu em 2002-, mas sinto uma necessidade enorme de lhe relatar como a sua “Teoria da Justiça” me deixou a pensar nas aulas de Filosofia. A verdade é que o Mundo onde vivemos é tudo, menos justo! Vivemos num Mundo onde o infanticídio, o tráfico de órgãos, a pedofilia, a corrupção e todo o tipo de crime acontece e poucos são os infratores que saem punidos pelos atos horrendos que cometem. Há uma enorme distância entre os ricos e pobres deste planeta, apesar dos grandes partidos em todo o mundo, preconizarem medidas para acabar com esse fosso cada vez maior. Em “Uma Teoria da Justiça”, obra publicada no ano de 1971, V. Exa propôs repensar a distribuição da riqueza, para garantir que os políticos forneçam princípios para uma justiça equitativa. Nesse livro o Sr. coloca os indivíduos sob o que chama véu da ignorância, característica essencial que todos, nessa circunstância, possuem. O que o Sr. quer dizer é que, sob o véu da ignorância os indivíduos não tem informação alguma sobre a sua riqueza, cor, sexo, suas capacidades biológicas ou mentais, sob a situação em que vão nascer, ou a religião e preferenciais morais que vão possuir, etc. Sendo assim, os indivíduos não escolheriam princípios de modo parcial, que favorecessem apenas seus interesses individuais.

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Foi isto que me pôs a pensar que a sua teoria poderia mudar o mundo. No entanto, após muito refletir sobre ela, apercebi-me que o mundo não quer mudar, que os homens querem que o fosso que em cima falei continue. Porquê? A verdade, na minha opinião, é que não o homem não está preparado para aceitar um mundo justo e equitativo e a sua “Teoria da Justiça” é um bilhete sem retorno para a equidade. Muito obrigada, John Rawls por me ajudar a compreender que é possível enfrentar os “podres” deste mundo e mudar para melhor se lutarmos por isso. Bom descanso eterno,

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Devemos mudar? Angélica Matos, 12.ºD

O amor é um sentimento que nos faz “ir para outra dimensão” e que nos desperta curiosidade, interesse, alienação, sobressaltos e, muitas vezes, uma energia incontrolável. No entanto, muitas vezes apaixonamo -nos pela pessoa X, mas a mesma não sente qualquer sentimento por nós, ela olha-nos como se fossemos invisíveis, ou como se fossemos anónimos, como um ser qualquer e sem importância. Mas, a nossa reação não é a mais racional, pois quando sentimos algo verdadeiro (ou pensamos sentir) tentamos de tudo para despertar a sua atenção. Para esse “despertar” tentamos mudar, principalmente as nossas características físicas, pois é a primeira impressão que a pessoa X vai ter de nós. Então, fazemos de tudo para entrar nos padrões do estereótipo aceite e assemelharmo nos à pessoa que é mais elogiada quer p elos rapazes ou raparigas, porque para nós é este o «subterfugio» que vai fazer com que esse X repare em nós. Nesta fase, em que a imagem é muito valorizada, acabamos por perder a nossa identidade e tornamo-nos semelhantes a todos os outros, porque queremos agradar e a nossa própria personalidade e a pessoa que somos verdadeiramente é relativizada. Mas, apesar de todo este esforço continuamos a ser” invisíveis”, então como apenas as mudanças físicas não funcionam vamos para o “plano B”, quando tentamos expr essar para o/a X aquilo que sentimos.

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Procuramos ganhar toda a coragem e assumimos aquilo que achamos sentir por esse X (fazemos aquilo que achamos necessário para resolver a nossa inquietação no momento),mas acabamos por nos arrepender no minuto seguinte, pois, muita das vezes, somos rejeitados e pior ainda, somos gozados por ser honestos. Arrependemo -nos quase de imediato, apesar de no minuto anterior acharmos que era absolução para apaziguar a emoção que sentíamos. A exposição do que sentíamos e a consci ência de que o outro não sente o mesmo tem um enorme impacto na nossa autoestima. Esta desce para “baixo de zero” e a sensação que perdura é má, a rejeição leva ao confronto do eu consigo próprio. Apesar do sucedido, e do momento mau pelo qual passamos, nem tudo é negativo. Crescemos, refletimos sobre quem somos e se aquele tempo e investimento na tal pessoa valeu realmente a pena. Que lhe respeito lhe devemos? Que respeito devemos a nós próprios? O outro não merece o despender da nossa energia, nós progredirmos interiormente, e concluímos que não são as mudanças físicas, psicológicas e o tentarmos ser quem não somos que faz outra pessoa gostar de nós. É desta forma que devemos ponderar sobre a frase de William Shakespeare, “chorar sobre as desgraças passad as é a maneira mais segura de atrair outras", ou seja, devemos seguir em frente do nosso sofrimento, pois só assim é que conseguimos progredir em quanto ser humanos em quanto pessoas. É através desta frase que devemos viver o nosso dia a dia porque só assim é que conseguimos a mudança e a progressão, pois se continuarmos a “chorar sobre as desgraças” tudo que nos acontece vai ser visto algo mau, mas a vida é só uma e é para ser vivida.

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Os avós Rita Miranda, 8.ºB

Na minha opinião, hoje em dia os avós po dem ser perfeitamente integrados na sociedade. Em primeiro lugar, os avós são pessoa que merecem todo o nosso carinho e não é por serem mais velhos que os devemos esquecer. De facto, quer estejam reformados ou não, podem ser muito úteis para a sociedade. Por um lado, se estiverem reformados, têm muito tempo para eles e para os outros: tempo para passear, para estar com os amigos e até para ajudar ou fazer favores a familiares e amigos. Mas eles também ainda podem trabalhar, ocupando, deste modo, um pouco m ais do seu tempo. Por outro lado, podem continuar a aprender, uma vez que existem hoje em dia as universidades seniores que promovem uma aprendizagem na terceira idade e que permitem a integração destes na sociedade, transmitindo ou atualizando saberes e conhecimentos em áreas que, à partida não teriam, como por exemplo, a informática que os aproxima de gerações mais novas. Por exemplo, esse conhecimento de informática pode levá -los às redes sociais e promove o contato com antigos colegas, com pessoas novas ou ainda com familiares distantes. Em conclusão, os avós podem, portanto, estar bem inseridos na sociedade e acompanhar as mudanças dos tempos atuais.

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Os benefícios da leitura Lara Figueiredo, 9.ºB

A leitura dá-nos a possibilidade de conhecer o mun do para lá da nossa realidade quotidiana, pois os livros são o melhor transporte para conhecermos o mundo real e imaginário. Por um lado, a leitura leva-nos a locais impossíveis de visitar na vida real, por exemplo num livro de fadas e princesas somos transportados para um local mágico e cheio de criaturas mágicas como os unicórnios e as pessoas com poderes sobrenaturais ou nos livros de ficção-científica podemos imaginar -nos no planeta Terra já todo destruído pelas mais estranhas e assustadoras criaturas. Por outro lado, podemos aprender diversas coisas, como num livro que fala de certa doença como o livro “A culpa é das estrelas” de John Green em que a história se desenvolve em torno de uma rapariga doente e, ao longo desse livro, podemos aprender sobre a doença, as consequências e como é a vida depois de ultrapassar esta fase. Para concluir, os livros são a nossa maior fonte de informação e o nosso melhor foguetão para a imaginação e conhecimento por isso porque iremos desperdiçar o que mais nos poderá ajudar a crescermos.

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O meu Porto! Ana Pedro Simões, 8.ºB

O Porto é e sempre foi o meu “lugar” favorito desde que me lembro. É uma cidade que me deixa fascinada sempre que lá vou. De uma maneira talvez até estranha, penso que me consigo lembrar todos os dias de tudo o que já fiz lá, de todas as pessoas que já pude e tive a sorte de conhecer e até das inúmeras vezes que volto para casa com a lágrima no canto do olho. Costumo dizer que é algo que não consigo explicar, apenas sentir. E a realidade é mesmo essa: eu tenho a certeza que nunca vou trocar o Porto por nada e tenho esperança de um dia poder ir para lá ficar. Porquê, perguntam vocês? Como e porque é que o Porto é o que é para mim? Desde sempre que, de todos os destinos “de passeio” aos domingos, a cidade do Porto esteve no meu “top”; aliás, no meu e no de toda a família! Quase que posso afirmar que já era uma rotina admirar os sunset lá, passar horas em frente à tão deslumbrante ribeira só para ver todos aqueles rapazes a saltar de cima da ponte D.Luís; permanecer tardes infindáveis na frontline dos concertos que os Dama davam. Por todas essas horas e fins de tarde memoráveis que vivi no Porto, só posso estar eternamente grata por conhecer esta cidade e por poder recordar para sempre estes dias felizes com todo o pormenor!

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Sonhar é Voar Marcos Torres, 8.ºB

Desde sempre que o sonho é o que nos faz evoluir, crescer e aprender. Sem sonhar, o Homem continuaria a ser apenas uma espécie como outra qualquer. Desde o primeiro humano até à nossa geração que sonhar é voar. Por um lado, como eu já referi previamente, o sonho é o que nos faz desenvolver, evoluir, aprender, ...enfim, viver. Sonhar é tão ou mais importante do que beber ou dormir. Foi o sonho que fez com que o Homem chegasse à Lua, conseguisse criar o atual sistema de saúde, a televisão, a lâmpada, a Internet...Todas as coisas alcançadas foram conseguidas através do sonho. Por outro lado, também pode ser mau sonhar alto de mais, por isso, ao sonhar, deve-se ter em conta a realidade e não criar expectativas desumanas e desmedidas. Muitas desilusões foram criadas com base em sonhos não alcançados e algumas deram origem, em casos extremos, a grandes frustrações. Em suma, o sonho é, foi, e sempre será, o mais importante na vida. Porém, deve-se ter em conta a ambição ... Tudo o que é em demasia, até o importante, não é bom!

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Viagens Marcos Torres, 8.ºB

Desde os primórdios da Humanidade, os Humanos sempre sentiram necessidade de viajar, e, hoje em dia, continua a ser dos hábitos mais regularmente praticados. As viagens são importantes em termos de lazer, já que, na grande maioria das viagens, deixa -se um pouco de parte a vida profissional e tira -se um tempo para estar connosco ou com os que gostamos, o que se reveste de muita importância. Viajar, a nível particular e/ou familiar, também é importante em termos de turismo, dado que este é um dos maiores mercados atuais e, ao viajar, estamos a apoiá -lo. O turismo é tão importante que foi feito um estudo a revelar que sem este enorme mercado o mundo não estaria nada similar ao atual em termos de desenvolvimento. Por outro lado, viajar também pode ter pode ter consequências pejorativas, visto que ao juntar pessoas de diferentes etnias e países, aumenta o risco de xenofobia e racismo. Há inúmeros relatos d e indivíduos que eram de uma determinada etnia, emigraram ou viajaram temporariamente para outro país, e foram muito julgados e criticados a nível social. Não obstante, são muitos os que defendem as mais valias das trocas culturais e do mundo globalizado... Afinal de contas, a tolerância e a aceitação só se desenvolvem em contacto com as diferenças. Em jeito de conclusão, viajar é fulcral para o desenvolvimento de cada indivíduo e, consequentemente, para cada sociedade, que se reflete tanto aos níveis de bem-estar pessoal, como social, económico e até político.

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A influência da personalidade

família

na

vida

e

na

Carolina Salgueiro, 9.ºD

As relações que nós mantemos com os nossos familiares, amigos, e até outras pessoas com quem convivemos podem influenciar a nossa personalidade e as nossas atitudes, quer seja em casa, na escola ou no trabalho. Na minha opinião, uma criança que cresce num ambiente familiar estável, com relações saudáveis e positivas tem menos probabilidade de se vir a tornar um adulto problemático, instável ou frustrado, simplesmente porque cresceu rodeada de ligações afetivas boas. Por outro lado, alguém que viveu num ambiente instável, com falta de afeto ou com discussões constantes em casa (e. por vezes, até violência), certamente irá car regar traumas e outros problemas psicológicos para a vida adulta, o que poderá dificultar a sua vida, prejudicar as pessoas ao redor e as suas relações com elas. Por exemplo, um aluno extremamente perturbador nas aulas poderá estar apenas a tentar chamar a atenção das outras pessoas para compensar pela falta de atenção e afeto que recebe em casa (afinal, atenção negativa continua a ser atenção), obviamente prejudicando os outros.

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O grupo de amigos também é um fator que pode determinar a vida de uma pessoa. Por vezes, uma pessoa que esteja num grupo de amigos onde a maioria é fumador, poderá começar a fumar também, para se sentir mais integrada, ou devido à pressão aplicada por eles. Neste caso, não só afeta a vida e a personalidade, mas também afeta a saúde. Resumindo, ninguém deveria ser obrigado a viver num ambiente familiar prejudicial, pois isso trará consequências graves para o indivíduo e para a população.

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A influência da personalidade

família

na

vida

e

na

Margarida Barreto, 9.º D

Na minha opinião, a ligação aos nossos familiares influencia a nossa vida e personalidade pois ter uma ligação com a nossa família é importante, porque com isso podemos aprender sobre a vida e estamos prontos para o que ela nos vai trazer. Ter uma boa relação com a família irá trazer coisas importantes e momentos felizes, como a convivência. Na crónica de António Lobo Antunes, “Um silêncio refulgente” podemos ver que a relação entre o narrador e o seu avô era ótima, e a coisa que ele acha mais importante é a viagem com o seu avô, “Acho que a coisa mais importante que me aconteceu na vida foi uma viagem de cerca de um mês a Itália, com o meu avô“. Podemos ver que o facto de o narrador ter uma boa relação com o seu avô influenciou a sua vida, tornou-a mais feliz. Connosco é a mesma coisa porque ao passarmos tempo com as pessoas de quem gostamos, isso irá trazer momentos felizes.

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Eu penso que a pessoa que nos deve ensinar mais sobre a vida são os nossos avós. No meu caso, eu tenho duas avós e um avô. Infelizmente, o meu avo materno morreu muitos anos antes de eu nascer, quando a minha mãe ainda era uma criança, mas com a sua morte, pude aprender muito, por exemplo, aprender a não desistir de nada quando um obstáculo se coloca no caminho. Aprendi isso com a minha avó, pois ela teve que cuidar de nove filhos sozinha. Bem, sei que há muitas crianças sem família, o que é triste, pois, como disse anteriormente, a família é muito importante e os momentos que passamos com ela são insubstituíveis. Parte da minha família está na França, inclusive o meu pai está fora. O meu pai foi para a Suíça há cinco anos, mas vem todos os anos a Portugal. Com a sua viagem para fora compreendi que às vezes temos que abdicar de coisas para termos uma vida melhor, pois foi isso que o meu pai fez: abdicou da família para poder juntar dinheiro e nos dar uma vida melhor. Para finalizar, só queria frisar a ideia de que com a nossa família aprendemos muito e ela é indispensável na vida .

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A leitura: o papel que pode desempenhar na vida das pessoas Carolina Salgueiro, 9.ºD

Na minha opinião, a leitura é muito importante para o desenvolvimento de uma pessoa e pode influenciar a sua visão e o seu ponto de vista em relação ao mundo. A leitura é, sem dúvida, uma boa forma de transmitir informações e ideias e também pode ser considerada entretenimento. Hoje em dia, com a internet, é possível procurar qualquer informação muito mais rapidamente, ao contrário de antigamente, em que era preciso ler e procurar por ela em vários livros até a enco ntrar. Existem atualmente muitos livros de autoajuda, ou de sugestões para melhorar a nossa vida e até biografias que podem, de facto, mudar a perspetiva de alguém sobre um determinado assunto. Para além disso, é uma forma de “escapar” do mundo real por uns momentos, no caso dos contos ou histórias de fantasia. Ler também traz outra vantagem. O desenvolvimento do cérebro. A leitura “exercita” e melhora a capacidade do cérebro, já que este perde neurónios ao longo da vida, que não são possíveis de recuperar. Ler livros também estimula a criatividade, uma vez que não existem imagens concretas dos personagens e dos espaços, e, por isso, estes têm que ser criados mentalmente baseados em descrições. Por exemplo, pessoas que leem mais livros terão uma mente mais aberta e criativa, pois foram expostas a várias ideias e pontos de vista dos autores. Assim, facilmente se conclui que o papel da leitura é de extrema importância na vida das pessoas e na formação de um cidadão.

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Uma reflexão sobre a oposição ser/parecer Carolina Salgueiro, 9.ºD

Desde sempre, a sociedade teve tendência a preferir aquilo que é mais visualmente apelativo, mesmo que isso não corresponda à verdade. Criar produtos com embalagens mais bonitas e fazer publicidade apelativa faz parte das estr atégias de marketing de todas as empresas. Naturalmente, uma grande parte das pessoas escolherá um produto baseado somente na aparência. O mesmo conceito aplica -se às pessoas, em diversas situações. Em determinados empregos, como rececionista, por exemplo, a aparência física é o que conta na hora de contratar. Isto porque uma pessoa bem vestida, aparentemente simpática e bonita, no geral, parece mais profissional e inspira mais confiança aos clientes, para além de trazer uma boa imagem para a empresa.

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Tentar integrar-se na sociedade, assim como discriminar pessoas diferentes, faz parte da natureza humana e era , no início da espécie humana, uma questão de sobrevivência, por isso é que nós, até subconscientemente, desejam os parecer-nos com os restantes indivíduos. Claro que, na sociedade atual, sabemos que a exclusão não é necessária, mas continua a acontecer. Existem alguns relatos de pessoas negras que receiam entrar em lojas com uma mochila, pois as pessoas julgam que, por ser ne gro, é “ladrão” ou “perigoso”, o que nem sempre é verdade. Por outro lado, pessoas atraentes nem sempre são o que parecem. O famoso assassino, Ted Bundy, aproveitava -se da sua boa aparência para enganar as mulheres desprevenidas. Em suma, não devemos “julgar o livro pela ca pa”, nem ter medo de se ser diferente.

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Atividades

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Dia Mundial da Alimentação 16/10/2019

No dia 16 de outubro assinala -se, em todo o mundo, o dia Mundial da Alimentação. Mais de 150 países partilham a preocupação de consciencializar a opinião pública sobre a importância da adoção de hábitos alimentares saudáveis. Emílio Peres, conceituado Nutricionista Português e autor da célebre frase “Somos o que comemos” vê, cada vez mais, a sua teoria consolidada pois, esta realidade é determinante para a qualidade de vida. À escola é-lhe atribuída a responsabilidade de, juntamente com os pais e encarregados de educação, orientar as crianças e adolescentes a adotarem hábitos alimentares saudáveis. Para assinalarmos este dia a Escola Secundária de Barcelinhos desenvolveu, em parceria com a Beaf, PES, SPO e os alunos do 12.º ano do curso Profissional de Turismo, um conjunto de iniciativas, entre elas, o almoço saudável, a confeção de biscoitos, bolos e batidos .

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"Imaginar Sophia" no mês internacional das Bibliotecas Escolares 28/10/2019

Homenageamos Sophia de Mello Breyner com duas simbólicas atividades: “10 minutos a ler” e “Imaginar Sophia”. Na primeira, os alunos do 7 .ºD, sob a orientação do Professor António Codesseira, leram a “História da Gata Borralheira”. De uma leitura simples, mas profunda, a "História da Gata Borralheira" de Sophia de Mello Breyner diz-nos que nem sempre a riqueza é o melhor caminho e que as coisas podem nem sempre correr bem. Os alunos debateram o final infeliz desta história p ervertida por Sophia.

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Na segunda, a aluna Ana Filipa Alves, vestiu Sophia e imaginou-a no seu mundo especial lendo, para os alunos do 7º D, o poema “Porque os outros se mascaram mas tu não”. Seguiram-se mais leituras de poemas desta grande poeta (que se intitulava poeta, pois considerava que poetisa atribuía às mulheres um estatuto de menoridade face aos homens com idêntica atividade) que faria, este ano, 100 anos. Ao longo do mês tivemos várias exposições da vida e obra de Sophia, trabalhos produzidos por alunos e funcionários da ESB.

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Onda Rosa 31/10/2019

"Vamos todos vestir ROSA" e "Dançar pela nossa saúde" T. shirts, laços, fitas, cordões de sapatilhas, etc, foram alguns dos adereços usados pela comunidade escolar da Escola Secundária de Barcelinhos para, juntos, se associarem à luta contra o cancro da mama. Gratos a todos que, de forma espontânea aderiram.

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Ainda sobre a queda do muro de Berlim 07/11/2019

Em 24 de fevereiro de 2010, o Professor Orlando Grossegesse esteve na Biblioteca da Escola Secundária de Barcelinhos para nos falar sobre este importante acontecimento histórico, "A queda do muro de Berlim". Para assinalarmos os trinta anos deste acontecimento replicamos a atividade. É sempre bom recordar momentos históricos e as nossas estórias.

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Encontro com... José Augusto Rodrigues Santos 12/11/2019

José Augusto Rodrigues dos Santos, Professor Jubilado pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP), investigador, cientista e desportista esteve na nossa escola para nos falar acerca do seu percurso como atleta de alta competição, mas também da sua vida profissional/académica e da sua paixão pelo desporto, considerando-o "uma forma de vida”.

Aos 70 anos, participou no campeonato do Mundo de Canoagem, tendo-se sagrado Campeão, no escalão de veteranos, numa prova disputada em Shaoxing, na China. O Encontro teve lugar no dia 12 de novembro, na Biblioteca Escolar António Ferraz, da Escola Secundária de Barcelinhos, e integrou a agenda das comemorações da Semana Concelhia da Ciência e Tecnologia".

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Exposição coletiva - Semana concelhia da Ciência e Tecnologia 21/11/2019

O desafio foi lançado pelo SABE bcl, na semana concelhia da Ciência e Tecnologia. Os alunos da Educação Especial, sob a coordenação do Professor Pedro Carneiro e o apoio do Professor António Codesseira, deitaram mãos à obra e construíram uma ponte autossustentável, seguindo o d esenho e a criação de Leonardo DaVinci.

Para o efeito, deitando mão de algumas ripas circulares em madeira, fez-se o projeto. Depois, foi medir, cortar e criar os pontos de encaixe para a obra nascer. Foi um trabalho simples, mas um desafio interessante que tinha por fim homenagear os 500 anos do nascimento de Leonardo Da

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Vinci e que demonstra, mais uma vez, o empenho dos nossos alunos da educação inclusiva.

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Encontro com... Luís Portela 26/11/2019

Na semana da Ciência e Tecnologia, foi com muita honra que recebemos na BEAF o Dr. Luís Portela, que aos vinte e sete assumiu a presidência daquele que se tornou um dos maiores grupos farmacêuticos ibéricos - a Bial.

Num discurso claro e empático, falou -nos da sua experiência como empresário e da sua paixão pela leitura, e pela reflexão. Durante muitos anos à frente da maior farmacêutica portuguesa e a escrever livros que refletem interesses como a parapsicologia e a crença na reencarnação, afirmou que um dos seus objetivos de vida é dar algum auxilio para o esclarecimento espiritual da Humanidade ao qual, na sua perspetiva, a Ciência pode dar um grande contributo.

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Budista, cristão, taoista, diz beber de todos os mestres, vendo em Jesus Cristo um ser extraordinário. Nos últimos anos, vem desenvolvendo um trabalho na Fundação Bial, criada em 1994 e que tem como objetivo incentivar a investigação centrada sobre o ser humano saudável, nomeadamente, em áreas ainda pouco exploradas, mas suscetíveis de profunda análise científica, como é o caso da Psicofisiologia e da Parapsicologia.

No final, alunos e professores puderam adquirir e ver autografados alguns dos seus liv ros. Foi um privilégio ouvir este Senhor da Ciência e da Cultura.

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"SESSÃO PÚBLICA – O Quadro EQAVET e a Qualidade da formação profissional 05/12/2019

No dia 5 de dezembro, pelas 17h30, realizou -se no auditório da Escola Secundária de Barcelinhos, uma S essão Pública de apresentação do Quadro de Referência Europeu de Garantia da Qualidade para o Ensino e Formação Profissionais (EQAVET).

O Quadro de Referência Europeu de Garantia da Qualidade para a Educação e Formação Profissionais (EQAVET), consagrado pela Recomendação de 18 de junho de 2009 do Parlamento Europeu e do Conselho de Ministros da União Europeia, foi concebido para melhorar o Ensino e Formação Profissional (EFP) no espaço europeu, colocando à disposição das autoridades e dos operadores de EF P ferramentas comuns para a gestão da qualidade assentes numa forte articulação entre os diferentes stakeholders (decisores políticos, organismos reguladores, operadores

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de EFP, alunos/formandos, profissionais de EFP e de orientação, encarregados de educaç ão, empresários e outros parceiros sociais) e no desenvolvimento, monitorização, avaliação.

Esta iniciativa integrou-se no processo de certificação de qualidade da oferta qualificante do agrupamento com vista à obtenção do Selo de Qualidade. Estiveram presentes na sessão stakeholders internos e externos que tomaram conhecimento de como todo o processo de certificação de qualidade seria implementado na Escola Secundária de Barcelinhos."

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Feira do Livro 09/12/2019

De 09 a 13 de dezembro decorreu, na Beaf, a Feira do Livro 2019. O programa contou com o Encontro com... Mário Carvalho, autor do livro "O tesouro da Sé de Braga", Uma Oficina de Leitura e 90' a Ler+ Chá de Livros com sabor a Poesia, sessões de leitura de Poesia, atividades dos Direitos Humanos, Maratona de cartas, Exposição de trabalhos, entre outras iniciativas.

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Dia Internacional dos Direitos Humanos 10/12/2019

No dia 10 de dezembro assinalamos o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Esta data visa homenagear o empenho e dedicação de todos os cidadãos defensores dos direitos humanos e colocar um ponto final a todos os tipos de discriminação, promovendo a igualdade entre todos os cidadãos. Lembramos que foi neste dia que a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a Declaração Universal dos Direitos do Homem que foi assinada por 58 estados e teve como objetivo promover a paz e a preservação da humanidade após os conflitos da 2.ª Guerra Mundial que vitimaram milhões de pessoas.

No âmbito do desenvolvimento dos domínios “Direitos Humanos” e “Igualdade de Género”, da área de Cidadania e Desenvolvimento, as turmas do 8.º ano desenvolveram várias atividades na semana em que se celebra o Dia Internacional dos Direitos Humanos. Os alunos expuseram vários trabalhos, que foram realizando ao longo do

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período, junto da biblioteca, no polivalente e noutros espaços da Escola, procurando alertar toda a comunidade educativa para estas temáticas. Para além disso, criaram vídeos ilustrativos dos diferentes Direitos Humanos, cujo objetivo é serem divulgados na Escola. Esta data foi assinalada, também, pelas turmas de 10.º ano através de uma exposição de cartazes, da construção da “árvore dos Direitos” e um mural.

Acresce que os alunos das quatro turmas do 8.º ano participaram numa palestra intitulada “O contributo da Cruz Vermelha no âmbito dos Direitos Humanos”, na qual tiveram uma presença ativa, sobretudo os alunos do 8.ºC e 8.ºD, com a apresentação de alguns tr abalhos realizados. No mesmo dia, os alunos do 8ºB e 10ºD divulgaram a iniciativa Maratona de cartas: escolas que salvam vidas, junto de todas as turmas do 3.º ciclo e ensino secundário, incentivando ao ativismo pelos Direitos Humanos. A efeméride contou com a participação de alunos e professores que acenderam velas, homenageando assim todos que ainda sofrem de discriminação.

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Encontro com... Mário Carvalho 19/12/2019

No âmbito da Feira do Livro, a Biblioteca da Escola Secundária de Barcelinhos, com um programa direcionada para a importância da leitura e do livro, apresentou “O Tesouro da Sé de Braga”, livro que se insere no género infantojuvenil.

Foi ao som das palavras do poema “A Chuva” e dos acordes do violino que o autor, Mário Carvalho e a ilustradora, Patrícia Ferreira, foram recebidos na Biblioteca António Ferraz. A atividade profissional uniu os autores e a escrita fez com que se (re)encontrassem. O autor do livro “O Tesouro da Sé de Braga”, Mário Carvalho (ex-aluno desta escola), num discurso e tom apropriados à plateia fez, de forma apelativa, uma descrição da história,

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tendo suscitado a curiosidade, evidenciada com inúmeras perguntas por parte dos prese ntes, às quais o autor respondeu com entusiasmo e admiração pelo interesse demonstrado. A ilustradora, Patrícia Ferreira, com o seu jeito descontraído, encantou os alunos e professores presentes que, curiosos, ouviam atentos a explicação do processo de criação das ilustrações.

A forma apelativa, descontraída e empática com que o livro foi apresentado, despertou nos alunos a vontade de ler a história que tem como palco a Sé de Braga e o roubo da Cruz do Brasil de uma das salas do Tesouro da Sé. O livro “O Tesouro da Sé de Braga” integra o PLL de Braga – Plano Local de Leitura. No final, alunos e professores puderam adquirir e ver autografados o livro.

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Concurso Nacional de Leitura 07/01/2020

87 alunos do 3º ciclo e secundário realizaram, no dia 07 de janeiro, o Concurso Nacional de Leitura, fase escolar.

Parabéns a todos os participantes e muitas felicidades para os nossos vencedores.

Estes alunos vencedores irão representar a nossa escola, no dia 7 de fevereiro, na Biblioteca Municipal de Barcelos, fase Municipal.

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Obras selecionadas para a fase municipal: 3º ciclo Eu estive aqui, de Gayle Forman Ensino secundário O Caçador do Verão, de Hugo Gonçalves

Alunos apurados. 3º ciclo Ana Rita Saraiva Alves e Matilde Jardim Gomes. Suplente: Ana Rita Rodrigues Vilas Boas Secundário Ângela Miranda Araújo e Jorge Miguel Gomes Vasco. Suplente: Carlos Daniel Araújo da Silva

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Parlamento dos Jovens na Escola Secundária de Barcelinhos SIMULACRO DA SESSÃO ESCOLAR 13/01/2020

Maria Helena Trigueiros (Professor responsável pelo projeto)

No dia treze de janeiro de 2020 realizou -se, no auditório da Escola Secundária de Barcelinhos, o Simulacro da Sessão Escolar do “Parlamento dos Jovens” do ensino básico e secundário. O evento contou com pr esença da deputada à Assembleia da República, Dr.ª Alexandra Vieira, a vice -presidente da Câmara Municipal de Barcelos, Dr.ª Armandina Saleiro, o Diretor da Escola Secundária de Barcelinhos, Dr. António Carvalho e os responsáveis pelo projeto, Professores Marco Morais e Helena Trigueiros.

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Neste Simulacro da Sessão Escolar, concorreram quatro listas do ensino básico e sete do ensino que apresentaram e discutiram medidas para combater o tema, proposto pela Assembleia da República: “Viol ência doméstica e no namoro: como garantir o respeito e a igualdade?”

Para iniciar a sessão, usaram da palavra o Diretor da Escola, Dr. António Carvalho, a deputada Alexandra Vieira, ex-professora desta escola. Nesta breve alocução, a agora deputada, explicou o funcionamento da Assembleia da República e referiu o papel dos deputados na defesa dos interesses locais.

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Encerrou a sessão a Dr.ª Armandina Saleiro que enalteceu o debate e relembrou a responsabilidade dos jovens na defesa dos direitos da igualdade e do respeito entre parceiros. Falou da necessidade de capacitar a sociedade para o reconhecimento de situações íntimas abusivas e produzir mudanças nas crenças socioculturais que sustentam esse tipo de violência. Por último, informou acerca dos recursos já existentes no concelho de Barcelos. Foram apresentadas pelos líderes parlamentares 22 medidas que serão postas à votação nas eleições que terão lugar no dia 23 de janeiro (quinta -feira) de 2020. No dia 27 de janeiro (segunda-feira), pelas 14:30h, decorrerá a SESSÃO ESCOLAR (apenas para os deputados eleitos), na Biblioteca Dr. António Ferraz (E.S. Barcelinhos). Desta sessão sairão os deputados eleitos à Sessão Distrital, a realizar, em Braga. Parabéns a todos os alunos que colaboraram de forma ordeira, construtiva e cívica nesta primeira sessão.

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Visita de Estudo PRIMAVERA – Business Software Solutions 15/01/2020

Eva Barbosa e Sandra Oliveira (Professoras responsáveis)

No dia 15 de janeiro, os alunos do 12º ano, do Curso Profissional de Técnico de Informática de Gestão, realizaram uma Visita de Estudo à Empresa “Primavera – Business Software Solutions “ (Braga), no âmbito da disciplina de Organização de Empresas e Aplicações de Gestão.

Nesta visita, os alunos conheceram ferramentas informáticas de apoio às diversas áreas da gestão, compreenderam melhor o modo como funcionam os grupos e as equipas de trabalho em situação profissional, reconheceram a motivação e a satisfação dos colaboradores de uma empresa, bem como a importância

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do seu impacto, não apenas no bem-estar pessoal, mas também na produtividade individual. Os alunos vivenciaram a realidade empresarial, conciliando os conceitos teóricos adquiridos em sala de aula com a prática. A visita guiada pela empresa permitiu aos alunos experimentar novas tecnologias, conhecendo melhor o espírito empreendedor dos fundadores da empresa Primavera, bem como a sua capacidade de liderança e preocupação com o desenvolvimento sustentável. Foi uma experiência muito enriquecedora, pois permitiu aos alunos conhecer melhor o mundo do trabalho, na área da informática e gestão. Os alunos ficaram a conhecer algumas das possibilidades existentes ao nível da empregabilidade, nomeadamente da possibilidade de realização de estágios nesta empresa. Esta visita permitiu-lhes conhecer a estrutura duma empresa, os cargos e funções dos profissionais que nela trabalham, o software que utilizam, os produtos que fabricam e os servidores que utilizam. A experiência foi muito gratificante.

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Fomos ao teatro…. 16/01/2020

No passado dia 16 de janeiro fomos ao teatro à Póvoa de Varzim e assistimos a um espetáculo sobre Fernando Pessoa, implementado pelo grupo ETCETERA e protagonizado pelos excelentes atores Ana Queirós, Luís Trigo e Tiago Garrinhas. Se as condições climatéricas foram péssimas, pois chovia e ventava torrencialmente, a sobremesa, que comemos numa gelataria poveira, deliciou -nos e aqueceu-nos a alma. Assim, saciada a nossa gulodice (bem sabemos que é um pecado!), dirigimo-nos para o Cine-Garrett e, ao longo da curtíssima peça de teatro (1h10minutos), revisitamos Pessoa e recordámo-lo bem como os seus heterónimos. Aliás, quem melhor do que um psicólogo e um interno de psicologia para o entender? Mas será que há algo para entender? A poesia pode e deve ser dissecad a, mas será que não é passível de ser apenas fruto do momento? Assim e de forma muito sucinta, o enredo sustenta -se numa psicóloga e num interno de psicologia, num dia normal das suas vidas. Numa das consultas surge um homem, ou melhor muitos… Fernando Pes soa! A viagem começa dentro do consultório e irá terminar dentro da cabeça de Fernando Pessoa ortónimo e heterónimo, confirmando que, como o próprio referia, “O fim da arte inferior é agradar, o fim da arte média é elevar, o fim da arte superior é libertar ”.

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Adolescência: um desafio familiar 24/01/2020

No passado dia 24 de janeiro, às 21h00, na biblioteca da Escola Secundária de Barcelinhos, decorreu mais uma ação para pais, dinamizada pela psicóloga da escola, D. rª Paula Martins, subordinada ao tema “Ad olescência: um desafio familiar”.

Com esta ação pretendeu-se facultar aos pais e encarregados de educação um momento de partilha e troca de experiências bem como estratégias para lidar com os desafios que esta etapa de desenvolvimento comporta. Contámos com uma participação de aproximadamente 50 pais/EE a quem queremos agradecer a presença e disponibilidade para assistir e participar nesta ação.

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«La Chandeleur à Barcelinhos» 07/02/2020

No dia 7 de fevereiro, comemorou -se La Chandeleur com um “goûter gourmand”, oferecido a toda a comunidade escolar. Orientados pelas docentes de Francês, os alunos foram desafiados a “pôr a mão na massa” e confecionaram centenas de deliciosos crepes. Com Nutella, doce de morango, açúcar ou canela, foi um momento de convívio “doce”, apreciado por todos. Para aqueles que gostaram ou oportunidade de provar, segue a utilizada nesse dia:

que não tiveram receita económica

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Ingredientes (6/8 pessoas)

Modo de preparação

1 litro de leite (meio gordo)

Misture a farinha com ovos e, aos poucos, adicione o leite.

500 g de farinha 4/6 ovos 1 colher de sopa de óleo Sal (q.b.) Essência de baunilha (q.b.)

Quando a massa tiver uma textura homogénea, acrescente o óleo, o sal e a essência de baunilha. Deixe a massa repousar cerca de 1 hora.

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À procura doutros Coimbra e Lisboa

conhecimentos

entre

(Visita de Estudo do 10º ano – 20/02/2020)

A noite de 20 de fevereiro foi mais curta para os alunos e professores do 10ºano, porque era precis o chegar mais cedo à escola, às 7h00, para iniciar dois dias diferentes na rotina da vida escolar de cada um. As expectativas eram elevadas e a animação fez-se sentir muito cedo nos 2 autocarros: conversas animadas, música e cantoria. Conforme o previsto, rapidamente chegamos a Coimbra onde nos esperava um passeio agradável pela Jardim Botânico, contemplando a beleza e particularidade das

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plantas que o compõem, apesar de ainda não estarem todas verdejantes. Seguimos por entre os diferentes departamentos da Universidade até ao pátio Central, onde apreciamos o edifício mais antigo com a sua torre e a paisagem sobre o Mondego. Depois, descemos descontraidamente pela Sé Velha, onde observamos a escadaria das famosas serenatas estudantis, pelas ruas típicas de Coimbra, casa do Fado e pelo Arco de Almedina, até à Baixa. Entretanto, chegara a hora de retemperarmos forças num parque marginal ao rio, apreciando os deliciosos farnéis, carinhosamente preparados de véspera pelas nossas mães. Avançamos para o Exploratór io do Centro de Ciência Viva de Coimbra, onde divididos em três grupos percorremos 3 atividades interessantes: exposição de bichos de pata articulada, com atividades práticas de exploração dos expositores que continham bichos vivos de pata articulada; o filme sobre a seleção natural no Hemispherium, onde foi vedeta Charles Darwin a bordo do seu Beagle; finalmente, a exposição «Em forma com a Ciência», onde foi possível explorarmos o corpo humano através de atividades práticas, interessantes e divertidas. Chegou a hora de partir para Lisboa com destino ao Shopping Vasco da Gama, onde pudemos saborear aquela ementa que mais gostamos e dar uma vista de olhos pelas montras das muitas lojas aí existentes. O Teatro foi logo ali ao lado, por isso mergulhamos no aud itório dos Oceanos, em pleno Casino de Lisboa, para assistir à representação d’ «A Peça Que Dá Para o Torto». Foram duas horas de divertimento, com muito confusão, que terminaram com a destruição do cenário e com a descoberta do criminoso, pois toda a peça girou em torno de um crime, cujo suspeito foi quem menos se pensava. Após a sessão, corremos para o autocarro, porque a vontade de ir até ao hotel era imensa. Aí chegados pelas

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0h45, instalámo-nos nos respetivos quartos, para tentarmos o merecido descanso . Contudo, a euforia de uma noite fora de casa, com um grupo tão numeroso foram condimentos para uma espécie de noite «branca». Mas havia que andar até ao IPMA, onde nos esperava uma sessão de cerca de duas horas, em que duas doutoras muito convictas explicaram apaixonada e pormenorizadamente, por entre dezenas de diapositivos, a função do IPMA, o clima, as alterações climáticas, os aparelhos usados e muitos outros aspetos cuja lembrança nos falha, porque a frescura das nossas mentes nessa manhã não era mu ito. Mais interessante, embora em ritmo acelerado, foi o almoço na Baixa, que nem deu tempo para uma voltinha de descontração. Partimos, velozes, em hora de calor intenso para a época, do Terreiro do Paço, passando pela Sé, pelas ruas de Alfama, até chegar ao nosso último ponto de visita: o Panteão Nacional. Aí, de uma forma mais descontraída, porque a caminhada foi «dolorosa», pudemos apreciar a grandiosidade do monumento e a quantidade de vultos da cultura nacional que lá estão. Subimos ao terraço de ond e observamos o Tejo e a cidade de Lisboa, registando uma fotografia de grupo para a posterioridade. Foi, então, tempo de iniciar a viagem de regresso, bem mais serena do que tinha sido a da ida, porque o cansaço pela noite pouco dormida e pelas caminhadas e espaços visitados era grande. No entanto, reinava a satisfação pelos dois dias intensamente vividos por «lugares nunca dantes visitados», pelo convívio entre todos e pelo mergulho na cultura, no património e no teatro nacionais. Ficou a vontade de regressar. Um participante ativo (Professor Álvaro Carvalho)

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Por terras de Sintra e Lisboa, descobrindo «Os Maias» (Visita de Estudo do 11º ano – 27/02/2020)

O descanso da noite de 27 de fevereiro foi interrompido a meio, porque às 05h30 um autocarro es perava, à porta da Escola, os alunos e professores do 11º ano para os levar até outras paragens. Acomodadas as bagagens, verificadas as presenças, foi hora de partir. A boa disposição era geral, pois estavam pela frente dois dias sem aulas e um programa que prometia. O percurso até Sintra decorreu com normalidade: alguns aproveitaram para recuperar um pouco do sono interrompido, outros para navegar pelas diferentes aplicações do telemóvel, alguns para porem a conversa em dia e outros, mais animados, para tr autearem as suas músicas preferidas.

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Já em Sintra, subimos curiosos até ao Palácio da Pena cuja beleza nos fez mergulhar num conto de sonho. De facto, as cores, a imponência lá no alto, o seu interior riquíssimo e diversificado e as paisagens envolventes fascinaram os visitantes, cujos telemóveis não pararam de registar as fotos que perpetuarão esta passagem por lugar tão extraordinário - por alguma razão considerado Património Imaterial da Unesco. Mas era tempo de continuar, por isso descemos ao centro da vila para almoçar, devorando os apetitosos farnéis que as mães com carinho tinham preparado de véspera. Depois, fomos à descoberta das famosas queijadinhas de Sintra – da SAPA ou da PIRIQUITA – lá degustamos tão saborosa iguaria dos conventos e alguns tr ouxeram-na para os que ficaram em casa também provarem. Não nos esquecemos, como aconteceu ao Cruges d’ «Os Maias». A tarde começou com o percurso que Carlos de Maia fez em Sintra, correndo atrás de Maria Eduarda que, afinal, estava em Lisboa. Partimos do Palácio da Vila, passamos pelo Hotel Lawrence e fomos até ao palácio de Seteais, para nos encantarmos com a paisagem e com o enquadramento pictórico do Palácio da Pena descrito na obra de Eça de Queirós. Chegou o momento de conhecermos um outro espaço emblemático de Sintra – a Quinta da Regaleira – onde surpreenderam a beleza e particularidade do poço iniciático e poço imperfeito. Mas cada palacete, cada recanto dos jardins e o palácio central deixaram qualquer um maravilhado e, mais uma vez, os telemóveis fizeram o registo para mais tarde recordar.

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O dia avançava rapidamente e foi tempo de irmos até ao shopping Vasco da Gama repor forças e escolher o restaurante e a ementa da preferência de cada um. Satisfeitas as exigências do estômago, partimos para a última etapa do dia: assistir ao espetáculo «Severa», de Filipe La Féria, no teatro Politeama no centro de Lisboa. Durante duas horas e meia, mergulhamos nas origens do Fado português, num musical que envolveu cada um na história apaixonante de Severa e n a natureza genuína do povo português, pobre e explorado pelas classes superiores, não muito diferente do que acontece hoje. Foi, de facto, um momento inesquecível! Finalmente, a ida até ao hotel onde chegamos pela 01h00 da noite. A noite passou-se por entre o bulício e a agitação no interior dos quartos, cujo eco se estendia pelos corredores. Foi um momento de convívio escondido, mas, também, de um pouco de merecido descanso. Saboreado o farto pequeno almoço, fizemo-nos ao caminho. O segundo dia foi dedicado ao percurso queirosiano por Lisboa. Largados no Cais de Sodré, iniciamos no Largo da Terceira, em frente ao agora desaparecido «Hotel Central», o referido percurso. Lá nos fomos arrastando com algum custo, deixando bem claro o efeito da noite mal des cansada. Apesar de tudo, ficaram algumas lembranças da Rua do Alecrim, do Largo de Camões, Loreto, Teatro S. Carlos, Rua Garrett e Ivans, Chiado, Casa onde Viveu Eça de Queirós no Rossio, Teatro D. Maria II e Restauradores.

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Depois, espalhamo-nos pela Baixa, onde cada um procurou o poiso desejado para mais uma refeição apetecida. Largamos para Belém, onde contactamos com os monumentos ilustrativos da viagem máxima dos portugueses até à Índia: Jerónimos, Padrão dos Descobrimentos, Torre de Belém, entr e outros. Não se podia passar por Belém sem provar ou comprar as famosas natas, por isso, foi, também, ponto de passagem obrigatório para quase todos nós. Chegou o momento do regresso. A viagem fez -se por entre um sono reparador, conversa e música, até ch egarmos, pelas 20h30, de novo à Escola. Ficaram para trás dois dias de boas recordações por tudo que tivemos a oportunidade de visitar – património, cultura, teatro, vida cosmopolita -, pelo convívio e pela quebra da rotina da vida escolar. Talvez o conhecimento d’Os Maias também tenha saído reforçado. Afinal, foi por ele que descobrimos Sintra e Lisboa! O viajante de sempre (Professor Álvaro Carvalho)

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Visita de estudo do 12º ano a Mafra e Lisboa (Visita de Estudo do 1 2º ano – 05/03/2020)

Nos dias 5 e 6 de março os alunos do 12º ano participaram numa visita de estudo a Mafra e Lisboa, integrada nos objetivos e conteúdos das disciplinas de Português e História. No primeiro dia, os alunos assistiram à peça de teatro "Memorial do Convento”, em adap tação para teatro da obra de José Saramago, nas instalações do Palácio Nacional de Mafra. O almoço fez-se em piquenique na Tapada de Mafra, que, apesar de uns chuviscos, não deixou de ser um local muito agradável para se partilhar o farnel com os amigos, recheadinho de especialidades caseiras e de bons momentos de convívio.

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Na parte da tarde, a visita a este mesmo Palácio proporcionou uma viagem pelo reinado de D. João V e pela ligação da construção do monumento ao romance de Saramago. Os alunos apreciaram o local e as curiosidades partilhadas pelas técnicas que os guiaram na visita. À noite estava previsto assistirem ao espetáculo “Nada a esconder” no Teatro da Comuna, o qual que foi cancelado por razões que ultrapassaram a organização da visita. No dia seguinte, o programa iniciou -se com a visita guiada ao Panteão Nacional, situado na zona histórica de Santa Clara. Visita que proporcionou um relembrar de grandes figuras da nossa História e da nossa Literatura. O almoço, desta vez, foi livre, permitindo aos alunos usufruir da baixa lisboeta, sentindo-se “turistas” em Lisboa. Depois do almoço, ainda houve tempo para uma visita à zona da Torre de Belém e do Mosteiro dos Jerónimos, enriquecida, obviamente, pela obrigatória e doce passagem na mais famosa pastelaria dali. Se, no ano passado, não nos esqueceram as queijadas de Sintra, não seria este ano que passávamos sem os pastéis de Belém! O regresso a Barcelinhos aconteceu com muito convívio no autocarro e com todos os alunos de parabéns pela atitude cumpridora, responsável, e também alegre, que mantiveram durante a visita de estudo.

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Projeto ERASMUS + "BET: Bridging Education and Training by real experiences in labour market"

17 alunos do 3.º ano dos Cursos Profissionais, Técnico de Desporto, Turismo Ambiental e Rural e Técnico de Informática de Gestão estiveram em Reggio Calabria, Itália, a realizar o estágio, no âmbito da Formação em Contexto de Trabalho, durante dois meses. Este desafio foi lançado pela Câmara Municipal de Barcelos, promoto ra desta iniciativa dirigida aos cursos profissionais do con celho de Barcelos.

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Os alunos do curso Profissional de Técnico de Desporto tiveram a oportunidade de estagiar nos ginásios: Ginásio Parco e Caserta Sport. Nesses locais puderam apreender e por em p rática diversas técnicas subjacentes às modalidades do curso utilizando várias ferramentas operacionais de trabalho, como por exemplo: a prática de exercícios correta, trabalho com máquinas de ginásio, receção e acolhimento de clientes e visitantes, técnicas de higiene e segurança no desporto, pelo que se tornou um elemento de aquisição e aprendizagem, bastante enriquecedor, de novas competências. Os alunos do curso Profissional de Turismo Ambiental e Rural, estagiaram nas unidades hoteleiras: Hotel EUBEA e Grand Hotel Excelsior onde puderam por em prática todas as atividades outrora desenvolvidas e proporcionadas pelo curso, ao longo da formação em sala, como por exemplo: receção e acolhimento dos hóspedes, organização e

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planeamento de reservas, higiene e segurança hoteleira, etc. Tiveram, ainda, oportunidade de aprender e desenvolver novas técnicas de atendimento, utilizando a língua italiana. Os alunos do curso Técnico de Informática e Gestão foram inseridos na unidade escolar, Boccioni – FERMI, onde lhes foi proporcionado o manuseamento dos vários equipamentos tecnológicos: montagem de computadores, substituição de componentes eletrónicos, programação, simuladores de voo, entre outras.

Devido ao problema pandémico “Covid 19” o estágio foi interrompido, a 27 de fevereiro, sendo o restante tempo de formação em contexto de trabalho realizado em empresas locais de Barcelos.

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Mesmo assim, foi uma excelente oportunidade para estes alunos contactarem com outros mercados de trabalho, a nível europeu, uma vez que se revelaram aptos à prática de inúmeras competências, tanto a nível profissional, como pessoal.

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Curiosidades e Passatempos

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10 curiosidades que (provavelmente) não sabe sobre Fernando Pessoa

Toda a gente sabe que Fernando António Nogueira Pessoa, de seu nome completo, nasceu no dia de Santo António, mas se calhar muitos não fazem ideia de que a família reclamava uma ligação genealógica com Fernando de Bulhões, o nome de batismo de Santo Antóni o. Sabemos ainda que a frase “primeiro, estranha -se, depois entranhase” pertence ao poeta acima citado, mas haverá provavelmente quem não saiba que aquele foi o slogan por si escolhido em 1929 para a Coca -cola, quando a marca encomendou uma campanha publi citária à agência Hora, onde Pessoa trabalhava – e que, no entanto, por razões políticas, a bebida não entraria em Portugal nesse ano, mas apenas depois do 25 de Abril. Ou mais precisamente no verão de 1977, na baixa lisboeta, numa garrafa de vidro com 0,2 litros.

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1 – Celebramos agora o seu nascimento, mas é o seu funeral que permanece numa zona escura – talvez porque, à data, Fernando Pessoa ainda não era um símbolo da literatura portuguesa. Já tinha recebido o Prémio Antero de Quental, atribuído pelo Secretariado Nacional de Informação (dirigido por António Ferro, o jovem editor da Orpheu, revista trimestral de literatura), pela obra “Mensagem”, mas continuava a ser apenas um empregado de escritório conhecido nos círculos culturais, o que ajudará a explicar porque havia apenas dez pessoas a acompanhar a cerimónia fúnebre em Campo de Ourique – entre alguns intelectuais, como António Botto (autor inovador seu amigo e primeiro português a assumir publicamente que era homossexual), e ainda conhecidos do bairro, como o seu barbeiro. E só cinco anos depois é que as suas obras despertariam interesse do público. 2 – É público que só viveu 47 anos e que, no seu atestado de óbito, consta que a morte foi devida a uma obstrução intestinal – podendo até considerar-se que foi um pouco inesperada, dado que sobreviveu às doenças mais mortíferas da época, como a tuberculose ou as epidemias de gripe. O diagnóstico de internamento, no entanto, indicava ‘cólica hepática’ associada a cirrose, muito provavelmente causada pelo consumo excessivo e prolongado de álcool, mas há também que o conteste e defenda que a causa de morte pode ter sido uma inflamação aguda no pâncreas. Segundo os seus biógrafos, opôs -se ao internamento e passou as últimas horas praticamente sozinho, tendo apenas a visita da enfermeira, do médico e do capelão. As últimas palavras? “Dá -me os óculos”.

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3 – Ofélia Maria Queiroz Soares foi a única namorada que lhe conhecemos (diz-se que sabia de cor todas as cartas que o poeta lhe escreveu), mas uma séri e de escritos poéticos do seu último ano de vida permitem hoje dizer que o seu último amor foi uma inglesa loira. O mistério foi revelado num dos números da “Pessoa Plural” (revista académica internacional, dedicada a estudos sobre Fernando Pessoa, editada pelo Departamento de Estudos Portugueses da Brown University, em Providence, capital do estado de Rhode Island, nos EUA). 4 – Chama-se Névoa e é considerado o poema esquecido de toda a obra de Pessoa. Foi em 1930 que foi publicado num jornal açoriano e por lá ficou esquecido até que um investigador o encontrou, por acaso, mais de 80 anos depois. Impresso no Diário dos Açores, o mais antigo jornal diário do arquipélago, cinco anos antes da sua morte, era ainda acompanhado de um texto sobre o poeta, da auto ria de Rebelo de Bettencourt, um jornalista açoriano seis anos mais novo do que Pessoa e que também tinha participado na Portugal Futurista, revista de edição única, antes de ser apreendida pela polícia.

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5 – A polémica estalou no início deste ano e o brigou o historiador José Barreto, que há 15 anos trabalha no espólio de Fernando Pessoa, a vir a público a público defendê-lo: “é desonesto dizer que ele era racista e esclavagista.” Tudo começou quando o jornal Expresso das Ilhas, de Cabo Verde, question ou a escolha do nome do poeta para o programa de intercâmbio académico dentro dos países da CPLP – lembrando que o português teria tecido, a dada altura, comentários racistas sobre alguns povos africanos. No texto em questão, que acabou por vir a público embora Pessoa nunca tenha tido intenção de o publicar, a escravatura é descrita como “lógica e legítima”. Segundo Barreto, Pessoa era claramente classista e elitista, mas não propriamente racista. “Também há escritos seus a condenar as teorias raciais e até o colonialismo”, justificou. 6 – E se lhe dissermos que a astrologia e o pensamento mágico também marcaram a vida de Fernando Pessoa? A verdade é que ele tinha a mania de fazer mapas astrais, dos amigos aos parentes, dos conhecidos às personalidades históricas. Ao todo, terá criado cerca de 300 cartas astrológicas, espólio que inclui as usadas para traduzir a personalidade dos seus ‘amigos imaginários’ e também as que o ajudaram a prever eventos ou o sucesso de instituições – mesmo que depois isso não ten ha acontecido, como sucedeu com a empresa Íbis, fundada por ele ainda muito novo e com a qual perdeu imenso dinheiro. Mas a sua confiança nos astros era tal que, diga -se ainda, chegou a desistir de um encontro marcado em Lisboa com a poetisa brasileira Cecília Meireles, porque a conjunção dos planetas não lhes era favorável.

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7 – É conhecida a sua ligação ao hoje mítico café a Brasileira, no Chiado, mas seria no estabelecimento Martinho da Arcada, na Praça do Comércio, que travaria conhecimento com o ocultismo e o misticismo, interesses que chegariam a organizações como a da fraternidade Rosa-Cruz e da Maçonaria. 8 – Conhecido como brilhante poeta, Pessoa também trabalhou como jornalista, tradutor, crítico literário, editor, publicitário e até inventor, tão talentoso que era. O que poucos sabem é que também encontrou tempo para exercer ativismo político. Ora foi entre fevereiro e outubro de 1935, no último ano da sua vida, que produziu uma série de escritos, vários deles contra Salazar e o Estado Novo, além de outros a condenar a invasão da Abissínia (atual Etiópia) pela Itália fascista, produção que a censura salazarista, claro, não deixou passar. Assinou também, na mesma época, diversos textos e poemas anticatólicos, além de outros textos em defesa da libe rdade e da dignidade humanas. 9 – A prova de que o mundo inteiro se rendeu a Pessoa tem já, pelo menos, meia dúzia de anos, data do primeiro Congresso Internacional que reuniu durante três dias, em Lisboa, dezenas especialistas de diferentes nacionalidades. Ora cinco anos antes disso, em 2008, o Bureau Internacional das Capitais da Cultura já o tinha escolhido como uma das 50 personalidades mais influentes da cultura europeia, juntamente ao arquétipo da Renascença Leonardo Da Vinci, ao prolífico compositor clássico Wolfgang Amadeus Mozart e ainda ao físico alemão Albert Einstein.

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10 – Mais recentemente, o seu nome voltou a estar envolto numa outra polémica, quando se descobriu que um poema seu tinha sido censurado num manual escolar do 12º ano – ou pelo menos, “amputado”. O caso deu-se no livro Encontros, da Porto Editora, que optou por retirar três versos do poema Ode Triunfal, de Álvaro de Campos, exatamente os que têm linguagem que p ode ser considerada obscena, tendo sido substituídos por linhas a tracejado. A editora admitiu a omissão, mas recusou qualquer censura e replicou que o poema está completo na versão para os professores – para que sejam estes a decidir se o vão, ou não, int roduzir em contexto de sala de aula. https://visao.sapo.pt/atualidade/sociedade/2019 -06-13-10curiosidades-que-provavelmente-nao-sabe-sobre-fernandopessoa/

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Provérbios sobre o medo "O medo é pai da crença." "O medo faz imprudentes." "O medo é mau companheiro." "O medo é quem guarda a vinha." "Nada há tão contagioso como o medo." "O medroso até da sombra tem m edo." "Não tenhas medo que o mundo não acaba." "Quem tem medo, recolhe para casa cedo." "O medo faz ainda mais tiranos que a ambição." "Quem corre com medo, não pergunta por caminho." "Tem medo mas não tem vergonha." "A quem mal vive, o medo o segue." "Quem tem medo, compra um cão." "O medo é o tamanho que se quer." "Sempre o medo nasceu da culpa." "Quem tem medo, não mama em onça." "Ao homem medroso, tudo o estremece." "Quem tem medo, morre cedo." "Quem houver medo, esconda-se." "Muito medo, pouca vergonha." "Ter medo da própria sombra." "Ao medo, sobejam olhos." "O medo dá asas." “A verdadeira coragem, evita mais perigos que o medo.” “Gato escaldado de água fria tem medo.”

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