Especial
2019 o fechamento de um ciclo, 2020 o ano ainda mais recheado de expectativas O ano de 2019 começou com muitas expectativas, principalmente pela mudança de governo. Marcante pela sua liberdade de expressão, Jair Bolsonaro herdou um Brasil fragilizado pelos constantes e graves erros que marcaram o fim do mandato de Dilma Roussef, e a estagnada no crescimento até o fim do mandato de Michel Temer. Mesmo com o desmantelamento da rede de corrupção sistêmica, a crise que foi instalada veio com duas vertentes: a de curto e a de longo prazo. A crise de longo prazo ficou caracterizada pelo baixo crescimento, pouco investimento e baixa produtividade, além da falta de uma agenda positiva de reformas que passa por vários setores tais como previdenciário, tributário, modelos jurídicos, educação, trabalhista e no próprio governo. Já a crise de curto prazo vem com o desequilíbrio fiscal, aumento da dívida pública e a má gestão do governo nos últimos 12 anos. Bolsonaro alternou em seu primeiro ano de mandato muitas situações adversas, exagerou na dose quando entrou em divididas desnecessárias, criou desgastes perigosos a sua própria governança, mas também, rompeu vários anos de um modelo arcaico de governo, voltando a cumprir um dispositivo constitucional de livre escolha do Presidente, passando pela aprovação do Senado. Fez ||||
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ANFAMOTO em Revista | Edição 149
isso com vários órgãos e acabou tolhendo uma série de abusos. A expectativa de crescimento da economia em 2019 era de cerca de 2,59%, mas as coisas não andaram como o previsto e a economia internacional também colaborou para que esse número não fosse atingido. E ficamos ainda com os modestos 1% de crescimento, índice repetido nos últimos dois anos. Mesmo com todos as dificuldades que envolveram a reforma da Previdência, o governo conseguiu fazer avanços significativos na área econômica. Imediatamente à aprovação da reforma no senado a bolsa atingiu 108 mil pontos. Isso demonstra que o mercado financeiro está confiante nas medidas do governo para acelerar a economia. O governo também fez outros avanços que surtirão efeito a longo prazo, a negociação do acordo comercial do Mercosul com a União Europeia. Esse acordo que deverá gerar excelentes negócios para os dois lados, era negociado há décadas e só foi aprovado em 2019. A MP da Liberdade Econômica foi outra medida que beneficiará o empresariado, principalmente os micros e pequenos, e impactará na redução do desemprego, pois facilita a formalização de empreendedores e trabalhadores autônomos. A criação do Caged – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, de janeiro a setembro de
2019, foram criadas cerca de 700 mil novas vagas de emprego. Muitos avanços foram feitos, mas ainda há muito o que fazer. O sistema tributário brasileiro é uma fonte de insegurança jurídica para o empresariado brasileiro. A reforma tributária é um desafio, o fator tributário limita, e muito, o desenvolvimento e o crescimento econômico. A taxa Selic teve em seu menor patamar em 2019, favoreceu a retomada do consumo e o acesso a novos financiamentos. Vale destacar que a redução da Selic só foi possível pelo controle dos níveis da inflação. O câmbio também teve menos volatilidade comparado a 2018. Muito provavelmente o desempenho do câmbio vai ser a peça-chave para a inflação e para os juros em 2020. No fim de 2019 o governo apresentou Agenda Econômica que aliada a um ambiente reformista no Congresso deve alavancar uma melhora significativa no cenário econômico brasileiro nos próximos anos. O Plano Mais Brasil objetiva a melhora do cenário fiscal que o próprio governo enfrenta e os estados também. Outros pontos que devem impulsionar a economia em 2020 são a flexibilização da política monetária pelo Banco Central, com a necessidade de mais redução na taxa Selic ou pelo menos a sua estabilização. Essa taxa deve continuar em 4.5%